Viagem. Destino: Origens · Roteiro Musical – Israel Em algum ... mais uma vez os Judeus...

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Viagem. Destino: Origens 1 Roteiro Musical – Israel Em algum momento, a cerca de 4000 anos atrás, a Terra (Prometida) de Canaã não podia prover o sustento dos Hebreus. Eles então migraram para junto da foz do rio Nilo onde teriam vivido por “400” anos até serem escravizados pelos Faraós Egípcios. Moises lideraria o Êxodo dos Hebreus do Egito, no Monte Sinai receberia de Deus os “Dez Mandamentos”, as Leis de Deus e lideraria a primeira volta dos Hebreus para a Terra Prometida. Cecil B. DeMille fez dois épicos sobre o tema com o mesmo nome: “The Ten Comandments”. O primeiro em 1923, um filme mudo com um prólogo recriando a história bíblica do Êxodo e uma história moderna sobre dois irmãos e suas respectivas visões dos Dez Mandamentos. O segundo filme de DeMille de 1956 foi estrelado por Charlton Heston e Yul Brynner e tinha a música épica de Elmer Bernstein (apenas um amigo do célebre compositor e maestro Leonard Bernstein). Menos conhecida, a minissérie para TV, “Moses the Lawgiver”, transmitida em 1973 e 1974 pela BBC, tinha Burt Lancaster como Moisés e a música, Moses Theme de Ennio Morricone. Nossa sugestão, para a chegada à Israel. Após a destruição do Primeiro Templo (Templo de Salomão, 587 a.C.) mais uma vez os Judeus deixariam Canaã, agora exilados na Babilônia. Cerca de 50 anos depois, libertados pelo Rei Ciro da Pérsia, os Judeus retornaram pela segunda vez para a Terra Prometida para iniciar a construção do Segundo Templo e uma nova esperança. A partir da destruição pelos Romanos do Segundo Templo (Templo de Herodes, 70 d.C.) os Judeus se dispersaram nas Diásporas, particularmente na Europa, onde seriam perseguidos por séculos. Durante todos esses anos a identidade cultural judaica teria sido mantida (principalmente, mas não apenas) pela manutenção de suas tradições e a celebração de seus Rituais Religiosos, entre eles o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Avinu Malkeinu é uma oração judaica recitada durante essas celebrações judaicas e foi descrito como "a mais antiga e emocionante de todas as orações (litania) do Ano Judaico". Barbara J. Streisand (1942) nasceu no Brooklyn, Nova York. A família de Streisand era judaica, seus avós paternos emigraram da Galiza (Polônia-Ucrânia) e seus avós maternos do Império Russo. Barbara Streisand canta Avinu Malkeinu.

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Viagem. Destino: Origens

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Roteiro Musical – Israel

Em algum momento, a cerca de 4000 anos atrás, a Terra (Prometida) de Canaã não podia prover o sustento dos Hebreus. Eles então migraram para junto da foz do rio Nilo onde teriam vivido por “400” anos até serem escravizados pelos Faraós Egípcios. Moises lideraria o Êxodo dos Hebreus do Egito, no Monte Sinai receberia de Deus os “Dez Mandamentos”, as Leis de Deus e lideraria a primeira volta dos Hebreus para a Terra Prometida. Cecil B. DeMille fez dois épicos sobre o tema com o mesmo nome: “The Ten Comandments”. O primeiro em 1923, um filme mudo com um prólogo recriando a história bíblica do Êxodo e uma história moderna sobre dois irmãos e suas respectivas visões dos Dez Mandamentos. O segundo filme de DeMille de 1956 foi estrelado por Charlton Heston e Yul Brynner e tinha a música épica de Elmer Bernstein (apenas um amigo do célebre compositor e maestro Leonard Bernstein).

Menos conhecida, a minissérie para TV, “Moses the Lawgiver”, transmitida em 1973 e 1974 pela BBC, tinha Burt Lancaster como Moisés e a música, Moses Theme de Ennio Morricone. Nossa sugestão, para a chegada à Israel. Após a destruição do Primeiro Templo (Templo de Salomão, 587 a.C.) mais uma vez os Judeus deixariam Canaã, agora exilados na Babilônia. Cerca de 50 anos depois, libertados pelo Rei Ciro da Pérsia, os Judeus retornaram pela segunda vez para a Terra Prometida para iniciar a construção do Segundo Templo e uma nova esperança.

A partir da destruição pelos Romanos do Segundo Templo (Templo de Herodes, 70 d.C.) os Judeus se dispersaram nas Diásporas, particularmente na Europa, onde seriam perseguidos por séculos. Durante todos esses anos a identidade cultural judaica teria sido mantida (principalmente, mas não apenas) pela manutenção de suas tradições e a celebração de seus Rituais Religiosos, entre eles o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Avinu Malkeinu é uma oração judaica recitada durante essas celebrações judaicas e foi descrito como "a mais antiga e emocionante de todas as orações (litania) do Ano Judaico". Barbara J. Streisand (1942) nasceu no Brooklyn, Nova York. A família de Streisand era judaica, seus avós paternos emigraram da Galiza (Polônia-Ucrânia) e seus avós maternos do Império Russo. Barbara Streisand canta Avinu Malkeinu.

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A Rússia foi um dos países que “acolheu” os Judeus. “O Violinista no Telhado” foi primeiro um musical da Broadway (1964) que foi depois adaptado para o cinema (1971). O filme se passa na Rússia do Século XIX na pequena comunidade judaica de Anatevka, um tempo em que os Judeus russos enfrentavam o medo constante do assédio de seus vizinhos não judeus (os terríveis Pogroms). O protagonista do filme é Tevye, pai de 5 filhas, que procura manter suas

tradições religiosas e culturais, mas tem que lidar com o forte temperamento de suas 3 filhas mais velhas que desejam “se casar por amor”. A cada escolha de um marido para as filhas, Tyeve se afasta cada vez mais de seus costumes e tradições. Para piorar, o Czar Russo emite um Édito expulsando a comunidade judaica e Tevye da pequena Anatevka. Perguntado como, naquelas condições e por tanto tempo, os Judeus tinham mantido sua identidade cultural e religiosa e em “equilíbrio” a resposta de Tevye é direta: “Tradições! Sem nossas Tradições nossa vida seria instável como a de um Violonista no Telhado”. Para os Judeus o Casamento é uma celebração com muito significado. Uma das cenas e músicas mais belas e conhecidas desse filme / musical é a do casamento de uma das filhas de Tevye: “Sunrise, Sunset”. Oyfn Pripetshik é uma música Ídiche sobre um rabino que ensina a seus jovens alunos a aleph-bet (alfabeto), uma das canções mais populares dos Judeus da Europa Central e do Leste do final do Século XIX e uma importante memória musical da Europa pré-Holocausto. A quarta estrofe diz: "Quando, criança, você envelhecerá / Você entenderá / Quantas lágrimas estão nessas letras / e quanto choro”. A música que sugere que "a história dos Judeus está escrita em lágrimas”, ainda é cantada em jardins de infância judaicos. A maioria das sociedades de hoje teve pelo menos algumas centenas de anos para desenvolver uma música nacional. Mas, foi só a partir da independência do Estado de Israel em 1948 que os Judeus tiveram a oportunidade para se afirmar como uma entidade política, social e cultural e, em muitos aspectos, a música israelense reflete as longas lutas desse jovem país. Os Judeus (Sefarditas na sua maioria) começaram a voltar para a Terra Prometida, mais uma vez, no final no Século XV quando foram expulsos da Espanha pelos Reis Católicos. Mas as grandes ondas de imigração dos Judeus para a Palestina começaram a partir do final do Século XVIII com a Primeira Onda, ou Primeira “Aliyah”. Esses judeus trouxeram com eles a música dos muitos

países que os haviam “acolhido” durante anos. A unificação desses novos imigrantes em uma identidade cultural comum seria, em grande parte, possível através de centenas de canções folclóricas, curtas e simples que foram sendo divulgadas entre eles. Uma das mais belas e conhecidas entre essas canções é uma canção de amor "Erev Shel Shoshanim" ("Noite das Rosas"). Muitos dos primeiros imigrantes Judeus chegaram através do Porto de Jaffa, assim, essa é a nossa sugestão de música para percorrer, à noite, as ruas estreitas de Jaffa e seu velho porto.

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Antes de voltar à Palestina, muitos Judeus que saíram da Europa Oriental passaram antes pelos Estados Unidos. Muitos deles eram Askenazes (que falavam o Ídiche) e que trouxeram com eles a tradição musical do Klezmer. Originalmente, esse gênero de música consistia principalmente em músicas de dança, instrumentais, tocadas em casamentos e celebrações. Entre os anos de 1880 e 1924, nos Estados Unidos, o Klezmer mudaria consideravelmente à medida que esses imigrantes judeus conheceram e assimilaram o jazz americano, e seria depois levada para a Palestina, agora Estado de Israel.

Mas, já no final dos anos 60, em Israel o klezmer passaria a ser uma lembrança distante, uma relíquia de outra era, armazenada em discos de vinil de 78 RPM, em sótãos e porões das casas judaicas. Até que em 1973, antigos vestígios da música klezmer europeia, já reinterpretada e transformada pela influência americana, foram redescobertos e, aos poucos vários grupos musicais começaram a se interessar pela música klezmer. Um

moderno grupo de música klezmer é a Barcelona Gipsy Klezmer Orchestra, e um bom exemplo de klezmer é a música Shalom Alechem, nossa música para percorrer o antigo bairro de Neve Tzedek e a Shabazi St. de Tel Aviv. A lista de grandes compositores de origem judaica é enorme, particularmente aqueles que fizeram sua carreira nos Estados Unidos e foram responsáveis por boa parte da criação musical americana dos anos 20,30 e 40. Apenas alguns mais conhecidos são: George Gershwin, Leonard Bernstein, Philip Glass, Lou Reed, Paul Simon, Neil Diamond, Bob Dylan (que depois se converteria ao Cristianismo) e Irving Berlin.

Irving Berlim (1888 a 1989) nasceu em Tolochin, Império Russo. Seu pai era um cantor de uma Sinagoga que, assim como muitas outras famílias Judaicas no final do Século XIX, fugiu com família dos Pogroms contra os Judeus na Rússia Czarista, para a América. A única lembrança que Irving, ainda criança (5 anos), guardou da Rússia foi que “ele estava deitado à noite em um cobertor ao lado de uma estrada, observando sua casa queimando. A luz do dia, a casa estava em cinzas". Em 1893 a família de Judeus se estabeleceu em Nova York onde Irving se tornou um compositor e letrista e seria considerado um dos maiores compositores da história americana. Acredite, a noite da cosmopolita Tel Aviv e um passeio pela Cidade Branca ou pelo Boulevard Rothschild bem que sugerem “Dancing Cheek to Cheek” e/ou “The Way You Look Tonight”, ambas de Irving Berlin.

“Bonus Track”: George Gershwin: I've Got Rhythm.

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Também são muitos os Compositores Clássicos de origem judaica entre eles Jacques Offenbach (1819 - 1880). Jakob Offenbach nasceu na cidade de Colônia na Alemanha. De família judaica, ele chegou a ganhar a vida como cantor em Sinagogas e, mais tarde, tocando violino em cafés de Paris. Hoje ele é lembrado por suas quase 100 operetas e, particularmente, por sua ópera incompleta “The Tales of Hoffmann”, seu trabalho final já que Offenbach morreu um ano antes da estreia de sua ópera.

Ernst T. A. Hoffmann (1776 - 1822) foi um autor prussiano de Fantasias, um desenhista e caricaturista. Hoffmann é o protagonista e suas Fantasias os temas da ópera de Offenbach. “The Tales of Hoffmann” (Sinopse da Ópera): Hoffmann é um homem muito conhecido por seus muitos romances e o assunto das mesas de uma taberna em Nuremberg. A Musa da Poesia aparece nessa taberna e revela aos presentes seu propósito de chamar para ela a atenção de Hoffmann, fazendo com que ele esquecesse todos os seus outros amores, para que ele possa se dedicar inteiramente a ela: a Poesia. Para isso a Musa da Poesia se personifica na amiga mais próxima de Hoffmann, Nicklausse, que o acompanhará e o ajudará durante todas as aventuras amorosas encenadas na Ópera. Depois de algumas aventuras, o terceiro e último ato da ópera abre com a bela Barcarolle de Offenbach, quando Hoffmann (finalmente) se apaixona por Giulietta. Hoffmann acredita que Giulietta corresponde ao seu amor por ela, mas ela não está apaixonada por Hoffmann e quer apenas seduzi-lo como parte de um plano do invejoso Dapertutto, que prometeu dar a Giulietta um diamante se ela “roubasse o reflexo de Hoffmann de um espelho”. Desta vez Nicklausse não consegue ajudar o amigo Hoffmann, que não podendo resistir ao seu amor por Giulietta, acaba dando a ela o seu reflexo. Dapertutto prepara um veneno para se livrar de Nicklausse, mas, por engano, Giulietta bebe o veneno e cai morta nos braços de Hoffman. Ao final, Hoffmann, jura que nunca mais amará. Diante disso, Nicklausse se revela a ele como sendo a Musa da Poesia e celebra: "Renasça Poeta! A Poesia te ama, Hoffmann! Seja meu!", e Hooffmann acaba se entregando a magia da Poesia.

Barcarolle é também um dos principais temas musicais do lindo filme “A Vida é Bela” (1997) com Roberto Benigni e Nicoletta Braschi. Em 1939 na Itália, Guido é um jovem judeu que trabalha como garçom no restaurante de um tio. Guido é uma pessoa otimista, criativa, cheio de Fantasias e com muito humor. Ele se apaixona por Dora, comprometida com um homem rico e arrogante. Talvez tenha sido ao assistir à Ópera de Offenbach e ao ouvir Barcarolle que Dora acaba se rendendo a

Fantasia e ao “feitiço” de Guido, na forma de um Desejo. Contra todas as probabilidades, os dois se casam e tem um filho, o pequeno Giosuè. No dia do aniversário de Giosuè eles e muitos outros Judeus são levados para um campo de concentração. Embora não fosse judia, Dora decide acompanhá-los, mas no campo ela acaba ficando longe deles quando homens e mulheres são separados. Durante o internamento, Dora e Guido nunca se veem, mas isso não impede que o criativo Guido se comunique com ela. Mais uma vez Barcarolle desempenha seu papel na Fantasia de Guido, desta fez na forma de uma Esperança, que atravessa uma janela. Ao mesmo tempo, Guido tem que proteger o pequeno Giosuè, e esconde, ou melhor, Fantasia a realidade do Campo de Concentração explicando ao filho que tudo não passava de um “jogo complicado” no qual ele, Giosuè, deveria realizar as tarefas que Guido lhe dava. Giosuè às vezes reluta em acompanhar o jogo, mas Guido sempre o convence a continuar a jogar, assim, para Giosuè a Realidade passa a ser uma Fantasia na qual ele acredita.

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A influência da Diáspora na música dos judeus que chegavam à Palestina era evidente e cada comunidade tinha seu próprio estilo musical. Desde o início do Século X canções eram compostas com textos da Bíblia Hebraica e, agora, o uso de textos bíblicos em canções populares reuniria os recém-chegados. Essas canções buscavam destacar “uma experiência comum ao povo judeu” ao longo da história, como sendo um "folclore em comum” às diversas comunidades (Diásporas) que chegavam à Palestina e depois ao Estado de Israel. Mas as tradições musicais da Europa não seriam suficientes. Os primeiros compositores de Israel queriam desenvolver sua própria “voz nacional”, uma que refletisse sua realidade mais atual. Assim, eles começaram a desenvolver um estilo musical próprio que incorporava uma natureza "exótica", procurando empregar sons da música de seus vizinhos Árabes do Oriente Médio, dando a sua nova música um autêntico sabor oriental. Israel tem assim diversas músicas com “Textos Bíblicos” (Salmos) e ao mesmo tempo com o exotismo oriental e/ou mais moderno. Nossa trilha sonora para estrada entre Tel Aviv e o Acre incluí algumas dessas músicas, começando com a incrível performance de uma banda Israelense desconhecida (?) do PSALM 150, um salmo da Bíblia Hebraica / Antigo Testamento que exorta a congregação a louvar a Deus através da música (citando diversos instrumentos musicais) e da dança. O conceito básico deste salmo, amado por Judeus e por Cristãos, é que existem várias formas de louvar a Deus. Outro lindo exemplo de música com tema religioso é a canção “Fire of Your Spirit” - Sarah Liberman, que repete “אותי תמלא” ou “Complete-me”.

O Yamma Ensemble nos traz o Mosaico Cultural que é Israel. Suas melodias são do leste europeu, dos Balcãs, dos ciganos, dos Sefarditas e dos Iemenitas. Ouvir Yamma Ensemble é passear pelos mercados de Old Jaffa, Jerusalém, Tel Aviv, Acre... e experimentar o mistério de Israel. Yamma Ensemble - The secret Yamma Ensemble - Duo clarinet guitar Yamma Ensemble - Deep in the Dew Yamma Ensemble - Eilat Love Books

As Cruzadas Cristãs (particularmente as 4 primeiras, 1099 a 1289) foram marcantes para a história da Palestina. O filme “Kingdom of Heaven” (Cruzadas) é um filme épico de 2005 ambientado na época entre a Primeira Cruzada, que criou o Reino (Cristão) de Jerusalém (1099 a 1291) e a reconquista de Jerusalém pelo Sultão Saladino dos (Muçulmanos) Ayubidas. Embora tenha muito de ficção e retrate os Cavaleiros Templários de forma pouco “nobre” e contestável, o filme é um ótimo aperitivo para antes de sua visita a Cidade Subterrânea dos Cruzados no Acre.

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Chegamos à mística Safed que sugere a música igualmente mística e minimalista de Philip Glass (1937). Também de uma família de Judeus que migrou a partir da Lituânia, Philip Glass nasceu em Baltimore nos Estados Unidos e é hoje considerado um dos mais influentes e inventivos compositores do final do Século XX. Selecionamos dele Opening e Metamorfosis II. “A Árvore da Vida” - Arte Cabalista

O percurso entre o Mar da Galileia e Nazaré é eminentemente Cristão. Nazaré era onde (a Virgem) Maria e (São) José viviam e foram avisados do nascimento de Jesus pelo Anjo Gabriel. Até mesmo a Sinagoga Branca de Cafarnaum (junto ao Mar da Galileia) está associada a Jesus que teria iniciado suas pregações nessa Sinagoga. Ainda, junto ao Mar da Galileia estão locais onde Jesus fez alguns de seus milagres (Tagbah) e, particularmente, onde ele fez o Sermão da Montanha (Monte das Beatitudes) considerado como uma proclamação da ética da Nova Aliança, (talvez um paralelo ao sermão feito por Moisés nas planícies do Deserto do Moabe). Baseado no Novo Testamento, o filme “Son of God” (O Filho de Deus) é um filme de drama bíblico épico de 2014, que retrata a vida de Jesus e é uma adaptação de uma minissérie, - A Bíblia - que foi transmitida em Março de 2013 pelo History Channel. A trilha sonora do filme é a sugestão para a música de nosso “Roteiro Cristão” pela Galileia. A tradição popular do novo Estado de Israel levou a uma forma de música popular nacional, representada, sobretudo, por Naomi Shemer (1930 a 2004) que cantou a singularidade da terra de Israel em sua canção "Yerushalayim Shel Zahav" ("Jerusalém de Ouro"). Composta pouco antes da Guerra dos Seis Dias de 1967 (que culminou com a conquista de Jerusalém pelos Israelitas) a música fala sobre o Desejo e da Esperança dos judeus por Jerusalém. A bela interpretação de Ofra Haza faz essa a música definitiva para se chegar a Jerusalém. Outra linda versão instrumental é Jerusalém of Gold (Instrumental - Violin).

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Jerusalém é também a “Paixão de Cristo”. O filme “A Paixão” dirigido e escrito por Mel Gibson e Benedict Fitzgerald descreve a Paixão de Jesus. De acordo, em grande parte os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, o filme cobre principalmente as doze horas finais da vida de Jesus, começando com a Agonia no Jardim do Getsêmani, a insônia e a queixa da Santíssima Virgem Maria, o flagelo brutal e a crucificação, a Via Cruxis, terminando com uma breve descrição de Sua ressurreição. Controverso, o filme recebeu críticas mistas, por sua violência além de alegações de que o filme promovia subliminarmente o antissemitismo. Mas, o filme recebeu três indicações ao Oscar em 2005. O destaque fica as línguas usadas no filme: Latim e Aramaico.

Mas, Jerusalém também é sagrada para os Mulçumanos. O filme “Muhammad: O Mensageiro de Deus” é um épico islâmico iraniano de 2015 dirigido por Majid Majidi. O filme está ambientado no Século VI e a história gira em torno da infância do profeta islâmico Muhammad (Maomé). Mesmo antes do seu lançamento, o filme também

recebeu muitas críticas de países árabes. Em Fevereiro de 2015, a Universidade Egípcia do Al-Azhar pediu ao Irã que banisse o filme. Segundo a Universidade o filme descreve a degradação da santidade do Mensageiro de Deus. O Grande Mufti da Arábia Saudita condenou o filme, afirmando que ele descreve o Profeta em uma "luz falsa" e prejudica o importante papel que ele desempenha no Islã. A Liga Mundial Muçulmana também denunciou o filme por conta de cenas que caracterizam o corpo e a figura do Profeta.

Os Judeus ainda esperam pela a chegada do Messias que, segundo os textos bíblicos devera entrar pela “Sétima Porta de Jerusalém”. Depois de alguns milagres no seu caminho entre Galileia e Jerusalém, quando Jesus chegou à Jerusalém no Domingo de Ramos (Domingo anterior à Páscoa) ele se “anunciou como o Messias” ao entrar na cidade pela “Sétima Porta”, para o desagrado dos Sacerdotes Judeus da época. Após a crucificação de Jesus, os

Cristãos passaram a acreditar em uma “Segunda Volta de Jesus”, embora sem definir exatamente por onde ele chegará. Nos tempos do Segundo Templo, a “ Sétima Porta” de Jerusalém era a atual “Golden Gate”, hoje no setor muçulmano da cidade e que foi, convenientemente, fechada.

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“Jerusalém pertence à Humanidade, ao mesmo tempo em que a Humanidade pertence a Jerusalém, de quem Jerusalém é o Céu”.

O poema "And did those feet in ancient times” do poeta inglês William Blake foi depois musicado por Sir Hubert Parry (1916) e ficaria conhecido com um “Hino à Jerusalém”. O poema de Blake foi inspirado na lenda de que um “jovem Jesus” que junto com seu tio José de Arimatéa, teriam viajado para a Inglaterra (Glastonbury). O poema está baseado no Livro do Apocalipse que descreve uma Segunda Vinda de Jesus quando Ele estabelecerá uma Nova Jerusalém, um lugar de amor e paz universal, antes do Juízo Final. Uma interpretação para o poema é que essa visita de Jesus teria, brevemente, “criado o Céu na Inglaterra”, em oposição às suas “colinas nebulosas” e aos "moinhos satânicos e escuros" da Revolução Industrial. O conjunto inglês de Rock Progressivo, Emerson, Lake & Palmer fez a sua versão da “Jerusalém – ELP” de H.Parry. Muitos a consideraram ofensiva, e a música foi banida pela BBC inglesa. Um filme imperdível é “Tale of Love and Darkness” (De Amor e Trevas), um filme (drama) de 2015, baseado no romance autobiográfico de mesmo nome do autor israelense Amos Oz. O filme foi dirigido e estrelado por Natalie Portman (Fania), nascida em Jerusalém, que tem dupla cidadania: americana e israelense.

O filme se passa em Jerusalém durante os últimos anos do Mandato Britânico para a Palestina e nos primeiros anos do Estado de Israel independente. É sobre a infância do sensível Amos com sua mãe Fania e o pai Arieh, judeus recém-chegados do leste europeu, que vivem em Jerusalém. Fania tem dificuldades de se adaptar à nova vida em Israel e conta com seu amor a seu único filho, Amos, a quem ela conta histórias de sua infância quando ainda vivia na Europa, histórias que (com frequência) terminam infelizes ou violentas. Em 29 de Novembro de 1947, a família de Amos e seus vizinhos se reúnem em torno de um rádio na rua para ouvir a aprovação Assembleia Geral das Nações Unidas, que adotou um plano para dividir a Palestina em dois estados independentes: um árabe e um judeu. O plano não é aceito pelos Árabes e a alegria deles dura pouco por que, logo depois, começa a Guerra Árabe-Israelense de 1948. O pai de Amos (um escritor frustrado, mas que domina as palavras em Hebraico e seu significado subliminar) se alista para lutar na guerra enquanto Amos e outros meninos são recrutados para o esforço da guerra. Fania cai em profunda depressão e se torna incapaz de dormir ou comer. Inutilmente Amos e Arieh se esforçam para superar a depressão de Fania. Fania resolve visitar as irmãs que moram em Tel Aviv, onde ela acaba se matando com uma overdose de remédios. Amos cresce e vai viver em um kibutz e mais tarde, já um adolescente, reencontra o pai. Ele mostra a ele sua nova vida a Arieh, mas admite que, apesar das tentativas de ser um agricultor forte e saudável, ele ainda é um pálido e fraco intelectual.

“Um filme sobre uma Promessa, falsas Esperanças e

sobre aqueles para quem Viver é Sonhar”.

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Saímos de Jerusalém para o Mar Morto, Massada, Éilat e o Deserto de Negev. As músicas recomendadas agora são uma seleção desse ótimo conjunto o Faran Ensemble: Play List com músicas como Dume, Camila, Tarab, Yasmim, Fatta Morgana, etc... Veja também o site do grupo: Faran Ensemble.

Voltamos para Tel Aviv e mais uma sugestão de filme para ser assistido antes da sua viagem. O filme “The Little Traitor”, é um drama familiar cujo tema é o vínculo improvável entre um gentil soldado britânico e um menino judeu espirituoso. Situado em 1947 na Palestina, durante o período do Mandato Britânico e no contexto do nascimento do Estado de Israel, o filme conta como Proffi, um menino judeu de 12 anos, faz amizade com o “odiado inimigo” inglês, o Sargento Dunlop, e mantem essa amizade apesar das suspeitas de amigos e familiares.