Vício Fatal
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Vício fatal
A heroína e a cocaína são as primeiras substâncias que geralmente associamos a um viciado. Porém, o tabaco, a cafeína e o álcool são legais mas não deixam de ser drogas adictivas. Por Marisa Teixeira
Droga
Estatísticas
No Relatório Anual sobre a Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências -2008 apresentado, no final do ano passado, pelo Instituto da Droga e da Dependência, do Ministério da Saúde, pode ler-se que «em 2007, foi realizado em Portugal o segundo Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na População Geral, decorridos seis anos da realização do primeiro». «Em 2007, tal como em 2001, a cannabis foi a substância ilícita que registou as maiores prevalências de consumo quer na população total (15-64 anos) quer na população jovem adulta (15-34 anos). Embora com prevalências de consumo muito inferiores, a cocaína surgiu como a segunda substância ilícita preferen-cialmente consumida entre estas populações, seguindo-se-lhe o ecstasy.»Saiba mais em www.idt.pt
e factores de manutenção».
O especialista dá um exemplo: «Uma
pessoa que tenha uma linha familiar de
dependentes de álcool – factor de pré-
-disposição biológica –, e que atravesse
uma crise pessoal por se separar do
cônjuge – factor desencadeante – refugia-
-se no consumo de álcool, desenvolve
a doença, e depois é o próprio álcool
que mantém a dependência – factor de
manutenção».
ser dependente
A adicção ou dependência química
de drogas é uma doença primária, cró-
nica, abrangendo factores ambientais,
psicológicos e genéticos que influenciam
o seu desenvolvimento e manifestações.
A doença é frequentemente progressiva
e fatal.
Segundo Francisco Henriques, formado
em medicina de adicção, a dependência
de substâncias químicas é uma doença
idiopática, pois não sabemos a causa.
«Sabemos que há factores influencia-
dores. Factores de pré-disposição, que
facilitam o aparecimento da doença;
factores desencadeantes, que desenca-
deiam o aparecimento da dependência;
químicos
Esta doença é considerada bio-psico-
-social porque afecta a globalidade do
ser humano, incluindo a sua dimensão
espiritual. É um problema crónico tratá-
vel, mas não se pode falar em ‘cura’, pois
existe a possibilidade de recaídas.
O processo de adoecer na doença adictiva pode ser visto como bifásico:
Fase comportamental, em que o con-
sumo abusivo de uma substância origina
um problema de comportamento desviado
das normas socioculturais onde se insere
o sujeito.
A maioria das drogas adictivas podem ser
classificadas em 4 grupos:
Depressores – álcool, comprimidos para dormir (barbitúricos e similares
sedativos hipnóticos);Analgésicos – narcóticos e seus derivados,
heroína, morfina, codeína, etc.Estimulantes – Cocaína, anfetaminas,
nicotina, cafeína;Modificadores da percepção – Alucinogénios
(LSD), fenociclidina (PCP), Cannabis (Marijuana, hashish, etc.),
MDMA, Ecstasy.
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ser dependente
«O mundo das drogas tem um apelo fantástico, mas falso:
o prazer e a liberdade. Todos procuram o prazer e a liberdade em tudo o que
fazem; os jovens mais ainda. Neles pulsa o sonho de serem livres e felizes, portanto, eles tornam-se
consumidores ávidos de tudo o que pode ir ao encontro deste sonho.
O mundo das drogas encontra neles o consumidor ideal. Nunca um sonho se
tornou um pesadelo tão intenso. Nunca a busca do prazer e da liberdade produziu
homens tão infelizes e prisioneiros.»
Augusto Cury in ‘Liberte-se da prisão das emoções’
Nesta fase inicial distinguem-se três
etapas:
Experimentação: Descoberta dos quí-
micos psicoactivos; continuação dos
consumos, no caso de adesão positiva.
Consumo recreativo-cultural (ou mar-
ginal): Consumos controlados; a pessoa
pode escolher consumir ou não; sem
consequências a longo prazo; estilo de
vida sem alterações.
Abuso: Começa a manifestar-se a perda
de controlo, que se agrava progressi-
vamente; aparecimento dos primeiros
problemas e consequências negativas;
alterações no estilo de vida.
Fase bio-comportamental, quando
se desenvolve a doença e há um com-
promisso do cérebro, ou seja, gera-se
a dependência química. Caracteriza-se
pela perda da capacidade de controlar
os consumos, continuação dos consumos
apesar das consequências adictivas e
estilo de vida adictivo.
«Depois de ser um prazer torna-se um vício»
Dependente químico
Confessa que quando toma cons-
ciência dos seus vícios se sente mal. No
entanto, ‘Ana’ acaba por afirmar que
deixar as drogas não é um desígnio
para o futuro.
Que drogas consome?Canabinóides, cocaína, tabaco e álcool.
Com que frequência?Canabinóides e tabaco diariamente.
Cocaína, em média, duas vezes por mês.
Que idade tinha quando começou?Os canabinóides aos 15 anos. O resto…
talvez aos 17.
E já consumiu outras drogas?Ecstasy, ácidos e cogumelos, mas
é raro.
Ana (nome fictício) tem 27 anos. Consome diariamente canabinóides e tabaco, mas a cocaína e o álcool também fazem parte da sua vida.
O que a levou a experimentar?A convivência com os amigos, os ambien-
tes. Talvez por ter sido novidade.
Agora já não é novidade. Porque con-tinua a consumir?
São rotinas, hábitos. Acredito que as de-
pendências têm a ver com a personalidade.
Se é uma pessoa mais influenciável ou não,
se cria dependências mais facilmente.
Considera-se influenciável?Não. Sinto-me influenciada pelas drogas,
mas não por outras pessoas.
E o que é que sente quando consome?Depende. Os canabinóides acalmam-me
e com a cocaína fico extrovertida. Talvez
um pouco por necessidade, porque depois
de ser um prazer torna-se um vício.
Quais as diferenças quando está sob o efeito de drogas?
A partir do momento em que as coisas
passam de um prazer a um vício deixa de
se estar num estado ‘normal’ e atinge-se
um estado em que te sentes melhor. Passa
a ser esse o ‘normal’.
Esses consumos não prejudicam a sua vida?
Noto em certas circunstâncias que in-
fluencia, distraio-me mais facilmente,
por exemplo, no trabalho. Se estivesse
‘normal’ também me podia enganar,
mas talvez assim exista uma maior pro-
babilidade.
Não receia chegar ao extremo da toxicodependência?
Cada caso é um caso. Há quem comece por drogas ‘pesadas’, há quem consuma sempre ‘leves’, e para alguns pode ser realmente um princípio. Alguns acham que de um nível saltas para outro de certeza. Pelos menos os leigos, aqueles que não experimentaram ou que não têm uma mente aberta.
É a favor da liberalização das drogas leves. Porquê?
Sim. Está provado que é um vício como
as drogas legais.
Os canabinóides queimam neurónios,
mas em termos de componentes prejudi-
ciais para os pulmões talvez o tabaco seja
pior. Além disso, os canabinóides já têm
sido utilizados para fins medicinais…
Quanto dinheiro gasta mensalmente em drogas?
Não tenho a certeza, talvez 300 euros.
E nunca pensou deixar de consumir?Quase todos os dias. Penso em deixar
o tabaco quase desde que comecei. O
tabaco é um vício talvez maior do que
os outros.
Mas sente-se mal por ser viciada?Em certas alturas. Quando me aper-
cebo de que sou viciada claro que me
sinto mal.
Nesse caso, um objectivo futuro é deixar as drogas?
Não.
Por Marisa Teixeira
químicos
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Embora não sejam fatais como
a dependência química, existem vícios
em que a dependência bioquímica é
muito semelhante à dependência de
drogas. Ou seja, o doente pode sentir sintomas da síndrome de privação, mais conhecida por ‘ressaca’ entre a
população em geral.
«Comportamentos adictivos são
comportamentos em que existem as
características gerais da adicção, mas
não há o acrescentar de uma subs-
tância química», explica Francisco
Já imaginou ficar ‘ressacado’ se não for às compras ou se não puder jogar? É uma situação mais recorrente do que pensa. Por Marisa Teixeira
Henriques, formado em medicina de
adicção. Ou seja, «o próprio comporta-
mento em si gera um estado alterado
de consciência».
Apesar de cada vez mais cientistas
estudarem este fenómeno, como são
muitos aqueles que nem procuram
acompanhamento terapêutico, essencial
para a resolução de comportamentos
adictivos, não existem dados concretos
para saber quantas pessoas sofrem deste
problema. Fique a conhecer dois dos
mais frequentes.
Jogo patológico
O especialista em adicção afirma que «um dos comportamentos adictivos mais po-derosos é o jogo». Quando a pessoa pensa que vai jogar, sente essa necessidade, começa a aproximar-se da mesa de jogo, gerando adrenalina, e depois tem um ganho ou uma perda. Se perder quer voltar a jogar para repor o ganho e volta a entrar nesse processo de antecipação, estimulação e canalização da adrenalina como uma substância interna. Quanto ao tratamento, «deve evitar-se com-pletamente os jogos, incluindo os jogos de cartas com os amigos, pois as memórias da expectativa de ganho não desaparecem e transformam-se em marcadores somáticos adquiridos, isto é, a pessoa pode não ter nenhuma pré-disposição mas a repetição de um determinado comportamento cria no cérebro uma marca biológica que a pessoa tem tendência a repetir», explica.Rui Coelho, professor de psiquiatria e saúde, acrescenta que «actualmente, o acesso via internet a sistemas de apostas acrescentou uma nova dimensão ao problema de depen-dência do jogo. O número de jogadores tem vindo a aumentar bem como a possibilidade de apostas, uma vez que os jogos online estão disponíveis a toda a hora e há a confidencia-lidade dos jogadores».De sublinhar que entre 30% a 50% dos que
procuram tratamento por um problema de
jogo têm a coexistência de álcool e/ou per-
turbação do uso de substâncias.
Vícios sem drogas
Comportamentos adictivos
Oneomania
Trata-se de uma doença caracterizada pelo acto de comprar indiscriminadamente, sem controlo. Alguns especialistas consideram a oneomania uma doença obsessiva-com-pulsiva. Nesse caso, a pessoa teria outros comportamentos compulsivos caracterís-ticos além de comprar, como por exemplo, contar objectos sem conseguir parar. Se esses sintomas estiverem ausentes, a oneomania é considerada um distúrbio no controlo dos impulsos.Esta doença é mais comum no sexo femini-no, sendo a proporção de quatro mulheres para cada homem. Os especialistas ainda não sabem a razão mas acreditam que o motivo está directamente relacionado com as con-dições culturais.Estudos recentes da autoria da britânica Karen Pine, professora da Universidade de Hertfordshire, concluem que as mulheres na fase pré-menstrual se mostram mais propensas a esbanjar dinheiro. A pesquisa revela que 79% das inquiridas vão às compras para se anima-rem, o que pode ajudar a perceber o porquê da oneomania atingir mais as mulheres.Os compradores compulsivos têm o consumo como vício, assim como um alcoólico que ne-cessita da bebida. O efeito do acto de comprar é semelhante ao de tomar uma droga.Em Portugal não há estudos sobre este pro-blema, mas estudos anglo-saxónicos apontam que, em geral, essas pessoas são impulsivas, com problemas emocionais efectivos ao nível de depressão, bipolaridade (algumas pessoas com este problema compram descontrolada-mente durante os episódios de mania), outras adicções, ansiedade e imagem.
Esta fase pode ser curta e rápida se es-
tiver associada a uma crise motivacional,
por exemplo, uma doença ou a ameaça
de perda do emprego.
Na primeira fase, Francisco Henriques
considera que não é a altura ideal para
confrontar a pessoa, pois esta «fecha-se
e muitas vezes até se zanga connosco».
«Em vez disso, devemos ajudá-la a
prestar atenção aos indícios que
demonstram a existência de
um problema». Por exemplo, no caso da oneomania, a própria pessoa é que tem que perceber que o descontrolo no acto de comprar gera problemas
(financeiros, familiares, etc.). Apesar
de ser óbvio, para quem está no ciclo
de negação é difícil compreender o que
está a acontecer.
O processo de mudança – válido
para os comportamentos adictivos e
para as dependências químicas – tem
várias fases:
Pré-consciente ou pré-contemplação: É a fase anterior à mudança em si. A pes-
soa não se apercebe do problema, distorce
e nega a realidade e recusa encarar a
necessidade de mudar.
Consciente ou contemplação: Admite
a necessidade de mudança mas existe
resistência interna, arranjando desculpas
para adiar a decisão.
Determinação: É o momento de vira-
gem em que se toma a decisão de mudar.
jogo e comprasser dependente
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Uma dieta equilibrada é essencial para o bem-estar do ser humano. Quando isso não acontece surgem problemas graves.Por Marisa Teixeira
Comida: um potencial inimigo?
Depender dos alimentos
ser dependente
As doenças de comportamento
alimentar são mais comuns nos países
desenvolvidos, onde os padrões de beleza
impõem corpos magros, e, por outro
lado, onde a ‘comida de plástico’ impera.
Conheça algumas das dependências ali-
mentares mais frequentes.
Também conhecido por Binge Eating, é um distúrbio alimentar em que o doente ingere descontroladamente os alimentos, sofrendo um aumento de peso. Estas crises surgem frequentemente à noite (Binge night eating).Esta doença pode ter origem na infância, quando se formam os hábitos alimentares. A pes-soa come os alimentos como se ‘comesse os sentimentos’, uma forma de ultrapassar problemas emocionais ou de stress.Habitualmente não são usados medicamentos para tratar este distúrbio, apenas acompanha-mento terapêutico. No entanto, podem ser usados supressores de apetite com controlo médico e alguns medicamentos, como anti-depressivos, para o tratamento de condições associadas.
Crise de voracidade alimentar sem purga
«Trata-se de uma doença crónica não transmissível, caracterizada por um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia, sendo que o excesso de energia consumido conduz a um aumen-to de gordura corporal», explica a nutricionista Alexandra Bento, acrescentando que «mais de metade da população adulta portuguesa tem peso excessivo e cerca de 1/3 das crianças portuguesas, dos 7 aos 9 anos tem também excesso de peso».
Assim, Portugal está entre os primeiros países da Europa com maior prevalência de ex-cesso de peso infantil.
De acordo com uma pesquisa publicada em Fevereiro deste ano no boletim da Organização Mundial de Saúde, cerca de 15 mil milhões de pessoas serão obesas em 2015.No documento pode ler-se que «quase 400 mil cidadãos dos Estados Unidos falecerão devido a doenças coronárias em 2010, fazendo com que os efeitos dos avanços em medicina cardiovascular fiquem ‘estagnados’ enquanto as pessoas continuarem a engordar». Para Simon Capewell, um dos autores do estudo, «metade das mortes previstas poderia ser evitada se as pessoas comessem de forma mais saudável e deixassem de fumar».
Obesidade: um problema crescente
De acordo com a nutricionista Alexandra Bento, estes dois problemas «representam conjuntos inadequados de hábitos alimentares, práticas de controlo de peso, atitudes sobre a alimentação, peso e corpo, muitas vezes acompanhadas de graves desequilíbrios psicológicos».No caso da bulimia, o doente come grandes quantidades de alimentos e depois induz o vómito, um sintoma comum a uma das variantes da anorexia – a anorexia nervosa compulsiva/purgativa (também designada por anorexia nervosa bulímica). No caso da anorexia restritiva o vómito não é provocado.Números: A prevalência de anorexia nervosa varia entre 0,3 e 0,6% das pessoas da população em geral e que 12,6% é o número de síndromas parciais de anorexia nervosa em jovens adolescentes.No caso da bulimia, a prevalência é de 1% para a população em geral, 4% para mulheres entre os 18 e os 30 anos e cerca de 10% das mulheres podem sofrer desta patologia em algum momento das suas vidas.
Bulimia e Anorexia Nervosas
distúrbios alimentares
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ser dependente
Embora seja mais frequente no
sexo feminino, também os homens podem
sofrer de anorexia. Conheça um caso de
anorexia restritiva na primeira pessoa.
Que idade tinha quando lhe foi dia-gnosticada a anorexia nervosa?
18 anos.
Como se manifestou a doença?Tinha que emagrecer a qualquer cus-
to. Reduzi drasticamente o número de
refeições e a quantidade de comida no
prato.
Qual foi o peso que perdeu na época?Pesava 90kg e fiquei com 55kg.
Foi o próprio que decidiu tratar-se?Os meus familiares e amigos começa-
ram a ficar muito preocupados, semana
após semana emagrecia drasticamente.
Foram as pessoas mais próximas que me
‘obrigaram’ a iniciar um tratamento.
No que consistiu o tratamento? Felizmente, não precisei de ser inter-
nado. O tratamento passou pela ajuda de
médicos de clínica geral e uma psicóloga.
Lentamente, percebi que estava demasia-
do magro e que tinha que recuperar.
Quando se lembra dessa fase, o que sente?
Sinto que agi de forma errada. Podia
ter perdido peso de forma saudável e não
o fiz. Sempre fui um aluno razoável, mas
nessa altura nem conseguia concentrar-
-me. Chumbei a algumas disciplinas.
Olhando por trás, já consegue perceber a razão deste transtorno alimentar?
«Tinha que emagrecer a qualquer custo»
Paulo Jalles, 23 anos
Sempre tive consciência da razão. Além
de problemas familiares, sempre fui go-
zado na escola. E como ninguém queria
namorar comigo, numa altura em que
todos os meus amigos já o faziam, isso
ajudou a diminuir-me a auto-estima, que
foi sempre reduzida.
Hoje em dia sente-se bem consigo pró-prio?
Não. Nunca me senti bem com o meu
corpo.
Tem algum conselho para quem sofra actualmente de doenças de comportamento alimentar?
A família e os amigos desempenham
um papel muito importante na ajuda a
pessoas que passem por este problema.
Aconselho a desabafarem com alguém de
confiança. O passo seguinte é falar com o
médico de família, ou um nutricionista.
Um psicólogo também é importante, pois
ajuda a entender as razões por detrás do
distúrbio alimentar.
Cinco anos passaram desde que lhe foi diagnosticada a doença. Apesar de ter recuperado fisicamente, Paulo continua sem se sentir bem com o seu corpo.Por Marisa Teixeira