Vida de Paulo

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    T   r   a    b   a    l    h   o   e   m     G   r   u   p   o   2   0   0   9   A    V   i   d   a   d   o   A   p   ó   s   t   o   l   o   P   a   u   l   o Trabalho Sobre História da Igreja: A vida, viagens e e pístolas do apóstolo Paulo correlacionadas com o livro de Atos dos Apóstolos. CBEC - TEOLOGIA História da Igreja Cristã cbecteologia.webnode.com [email protected] 

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    2009

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    Paulo

    Trabalho Sobre Histria da Igreja: A vida, viagens e epstolas do

    apstolo Paulo correlacionadas com o livro de Atos dos

    Apstolos.

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    Histria da Igreja Crist

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    Trabalho Sobre Histria da Igreja:

    A vida, viagens e epstolas do apstolo Paulo correlacionadas com o livro de Atos dos Apstolos.

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    INTRODUO Este um trabalho sobre histria. Mais precisamente sobre a vida do apstolo

    Paulo, bem como, suas viagens missionrias, prises e epstolas. Desta forma,

    procuraremos fazer uma sinopse geral da vida de Paulo. Iremos nos basear em fontes

    dignas de confiana, a saber: livros, revistas e a mais confivel de todas as fontes: A

    Bblia Sagrada. No que diz respeito vida pr-converso do apstolo, faremos apenas

    uma sinopse geral, sem se aprofundar muito nos detalhes, mesmo porque, os relatos

    que a Bblia nos fornece sobre sua vida antes da converso so poucos. Entretanto,

    quando estivermos analisando as cartas de Paulo, aprofundaremos um pouco mais

    nosso estudo, isto, tanto em sua vida, contexto histrico e etc., bem como dos

    envolvidos diretamente, ou seja, os destinatrios de cada epstola. Vale salientar, que

    quando das anlises das cartas, iremos, a fim de, facilitar o estudo, abord-las de

    acordo com a data em que provavelmente foram escritas.

    A seguir um esboo do estudo:

    I. A vida do apstolo Paulo.

    1. Sua vida antes da converso;

    2. Do seu sustento

    3. Perseguidor dos cristos;

    4. A converso de Paulo;

    II. Paulo, sua vida depois da converso e suas viagens missionrias.

    1. Chamado para os gentios;

    2. A primeira viagem missionria;

    3. A segunda viagem missionria;

    a. 1 Aos Tessalonicenses

    b. 2 Aos Tessalonicenses

    c. 1 Aos Corntios

    d. 2 Aos Corntios

    4. A terceira viagem missionria.

    a. Carta aos Glatas;

    b. Carta aos Romanos;

    III. A quarta viagem de Paulo.

    1. Oposio e priso ocasionaram a quarta viagem de Paulo.

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    Trabalho Sobre Histria da Igreja:

    A vida, viagens e epstolas do apstolo Paulo correlacionadas com o livro de Atos dos

    Apstolos.

    Professor: Alexandre Armengol

    Alunos: Alexandre Ribeiro, Cludio Galvo, Maxmiler Freitas , Milton Soares, Saulo Cavalcanti

    e Osmar Raposo.

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    IV. As prises de Paulo.

    1. A priso em Cesaria;

    2. A priso em Roma;

    3. As epstolas da Priso:

    a. Carta aos Efsios;

    b. Cartas aos Filipenses;

    c. Carta aos Colossenses;

    d. Carta a Filemom;

    V. Final da vida do apstolo Paulo.

    1. As epstolas pastorais:

    a. 1 A Timteo

    b. Carta a Tito

    c. 2 A Timteo

    VI. Concluso.

    VII. Referncias bibliogrficas.

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    I. A VIDA DO APSTOLO PAULO

    1. Sua vida antes da converso

    Judeu, fariseu, encontrado pela primeira vez no livro de atos com seu

    nome hebraico Saulo (At 7.58; 13.9). Nasceu em tarso, Cilcia, cidade

    localizada na sia Menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu

    uns dez anos depois de Cristo, pois mencionado como um jovem, na

    ocasio do apedrejamento de Estevo (At 7.58). Seu pai sem dvida era judeu,

    mas comprou ou recebeu cidadania romana. Por essa razo, Paulo mais tarde

    utilizou-se desse direito por nascimento. Por isso, apelou para ser julgado em

    Roma pelo prprio imperador Csar (At 22.25). A despeito de sua cidadania, ele

    foi criado numa famlia judaica devotada, da tribo de Benjamim. Recebeu uma

    instruo cuidadosa na lei judaica e tornou-se fariseu. Tambm descreveu a si

    mesmo como hebreu de hebreus. Foi criado de acordo com o judasmo e

    circuncidado no oitavo dia de vida; portanto, era zeloso na obedincia de cada

    ponto da lei mosaica (Fp 3.5,6).

    Paulo era to zeloso da Lei e de sua f que, em certa poca de sua vida,

    provavelmente no incio da adolescncia, viajou para Jerusalm, onde foi aluno

    do mais famoso rabino de sua poca. Posteriormente, disse aos lderes judeus:

    E nesta cidade criado aos ps de Gamaliel, instrudo conforme a verdade da lei

    de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vs hoje sois (At 22.3).

    Com a educao que possua e a profisso de aceitao universal, bem

    provvel que Paulo j tivesse viajado bastante antes de se tornar cristo. Com

    certeza era fluente nas lnguas grega, hebraica, latina e aramaica. mencionado

    pela primeira vez em Atos, como responsvel pelas vestes das multides que

    apedrejaram Estevo at a morte por causa da sua f e seu compromisso com

    Cristo e o desejo de promover o Evangelho. Tambm Saulo consentia na morte

    dele (At 8.1).

    2. Do seu sustento

    Todos os mestres judaicos exerciam determinada funo para sobreviver;

    por isso, no de admirar que esse lder religioso altamente educado

    aprendesse tambm uma profisso com seu pai. Paulo era fabricante de tendas

    (At 18.3) e ocasionalmente a Bblia menciona como exerceu essa funo para se

    sustentar (1 Co 4.12; 2 Ts 3.8; etc.). Existem amplas evidncias nessas e em

    outras passagens de que ele trabalhava, para no impor um jugo sobre as

    pessoas entre as quais desejava proclamar o Evangelho de Cristo (1 Co 9.16-19).

    Alm disso, dada a maneira como os professores itinerantes e filsofos

    esperavam ser sustentados pelas pessoas com alimentos e finanas, Paulo

    provavelmente no desejava ser considerado mais um aventureiro (1 Ts 2.3-6).

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    3. Perseguidor dos cristos

    A partir da morte de Estevo, uma grande perseguio se levantou

    contra os seguidores de Cristo. As atividades zelosas de Saulo, como judeu,

    levaram-no a unir-se aos perseguidores. No precisou ser forado, mas ofereceu

    voluntariamente seus servios aos lderes judaicos de Jerusalm. Sua

    perseguio foi to violenta que a Bblia diz: Saulo assolava a igreja, entrando

    pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na priso (At 8.3; 1

    Co 15.9; Fp 3.6). Em Atos 9.1, lemos que: Saulo, respirando ainda ameaas e

    mortes contra os discpulos do Senhor, pediu ao sumo sacerdote que lhe desse

    cartas, para que levasse s sinagogas de Damasco, na Sria, a fim de tambm

    estabelecer a perseguio naquela cidade.

    4. A converso de Paulo

    A caminho de Damasco, uma luz muito forte brilhou do cu ao redor

    dele, e fez com que ele casse por terra e ficasse cego. Enquanto isso, uma voz

    lhe disse: Saulo, Saulo, por que me persegues? Atnito, ele perguntou:

    Quem s tu, Senhor? A resposta que recebeu deixou-o realmente surpreso e

    apavorado: Eu sou Jesus, a quem tu persegues (At 9.4,5). Cristo ento lhe

    disse que entrasse em Damasco e aguardasse outras instrues. Saulo esperou

    trs dias, sem comer nem beber, na casa de Judas, onde aguardou a visita de

    Ananias (veja Ananias). Esse tempo sem comer nem beber provavelmente foi

    um jejum de arrependimento, pois a Bblia diz que, quando o servo de Deus

    chegou, encontrou-o orando (v. 11).

    Ananias imps as mos sobre ele, ocasio em que sua viso foi

    restaurada. Imediatamente ele recebeu o Esprito Santo e foi batizado. Saulo

    ainda ficou vrios dias na companhia dos cristos de Damasco, sem dvida

    para aprender o mximo que podia sobre Jesus. Entretanto, esse processo de

    aprendizado no demorou muito tempo: E logo, nas sinagogas, pregava que

    Jesus era o Filho de Deus (v. 20). Seu extraordinrio entendimento teolgico

    somado mudana total de sua perspectiva sobre Cristo, permitiu que

    confundisse os judeus que habitavam em Damasco, provando que Jesus era o

    Cristo (v. 22). Provavelmente, depois de um tempo considervel como

    pregador naquela cidade, os judeus decidiram silenciar a mensagem dele, ao

    planejar assassin-lo. Ele escapou durante a noite e voltou para Jerusalm, onde

    descobriu que era difcil unir-se aos demais discpulos de Cristo, pois

    naturalmente todos tinham medo dele. Barnab levou-o presena dos

    apstolos, os quais lhe deram sua aprovao. Paulo pregava e discutia

    abertamente com os judeus, at que novamente sua vida foi ameaada; os

    discpulos o levaram para Cesaria, onde embarcou num navio para Tarso (At

    9.29,30; Gl 1.18-24). A extraordinria rapidez da mudana no corao de Paulo e

    a velocidade com que entendeu as Escrituras sob uma nova luz e comeou a

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    pregar o Evangelho de Cristo proporcionam a mais dramtica evidncia da

    obra do Esprito Santo em sua vida, depois do encontro que teve com Cristo na

    estrada de Damasco. Ele prprio contou sobre sua experincia de converso em

    duas ocasies posteriores. Na primeira instncia, em Atos 22, quando foi preso

    em Jerusalm e pediu para falar multido. Na segunda, em Atos 26, quando

    fazia sua defesa diante do rei Agripa.

    II. SUA VIDA DEPOIS DA CONVERSO E SUAS VIAGENS

    MISSIONRIAS

    1. Chamado para os gentios

    A rapidez com que Paulo dedicou-se a viajar pelos territrios gentlicos

    mais uma indicao de que o Esprito Santo o guiava em direo ao seu

    chamado, ou seja, o de apstolo entre os gentios. Ele menciona em suas cartas

    seu compromisso especial com Deus, para ser um ministro entre os povos (Rm

    11.13; Gl 2.8; 1 Tm 2.7). Embora Pedro fosse chamado para os judeus e Paulo

    para os Ge tios (Gl 2.8), sabemos que ambos pregavam em qualquer lugar onde

    tivessem uma oportunidade. Saulo, de fato, primeiramente visitava a sinagoga,

    em qualquer cidade em que chegasse. Ali ele pregava, onde havia muitas

    converses, at ser expulso pelos judeus que se opunham (desta maneira,

    praticava o que ensinou em Romanos 1.16; 2.9,10; etc.). Um dos primeiros

    trabalhos de Paulo entre os gentios, aps ser aceito pelos apstolos em

    Jerusalm (Gl 1), foi iniciado por Barnab, o qual o levou de Tarso para a cidade

    de Antioquia, situada no norte da Sria. A igreja j estava estabelecida naquela

    cidade e sem dvida o amigo o envolveu naquele trabalho, devido ao ensino

    que ele era capaz de ministrar (At 11.19-30). O trabalho da igreja ali iniciara-se

    entre os judeus e posteriormente espalhara-se aos gentios (gregos), e a

    habilidade de Paulo para debater e o que j fizera previamente sem dvida o

    ajudaram. Enquanto estava em Antioquia, o profeta gabo advertiu sobre um

    iminente perodo de fome na regio da Judia, de maneira que aquela igreja

    local concordou em levantar fundos para ajudar os irmos carentes em

    Jerusalm; enviaram o dinheiro por intermdio de Paulo e Barnab (v. 30).

    muito difcil estabelecer uma cronologia exata da vida de Paulo nessa

    poca, pois Atos e Glatas do informaes parciais; o ministrio entre os

    gentios, contudo, j estava estabelecido e o papel principal de Paulo foi visto

    quase imediatamente no trabalho em Antioquia. Ele e Barnab deixaram a

    cidade dirigidos pelo Esprito Santo (At 13.2). Desse momento em diante a vida

    dele vista constantemente em pleno movimento por todo o imprio. s vezes,

    permanecia mais tempo em certa cidade e em outras ocasies ficava apenas por

    um perodo bem curto de tempo; na maioria das vezes viajava de acordo com

    sua prpria vontade; entretanto, especialmente nas ltimas viagens,

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    frequentemente era escoltado por guardas a caminho da priso, dos

    julgamentos e finalmente de Roma.

    2. A primeira viagem missionria

    As viagens de Paulo so geralmente chamadas de viagens

    missionrias. A primeira, realizada provavelmente entre os anos 47 e 48 d.C.,

    iniciou-se na terra natal de Barnab, a ilha de Chipre. Atravessaram todo o

    territrio, anunciando o Evangelho. Quando chegaram a Pafos, Paulo teve

    oportunidade de proclamar a Palavra de Deus ao proconsul romano Srgio

    Paulo. Ento o proconsul creu, maravilhado da doutrina do Senhor (At 13.12).

    Esta converso representa a confirmao final para Paulo de que ele realmente

    contemplaria gentios influentes tornar-se cristos por meio de seu ministrio.

    Talvez seja significativo que a partir desse momento Saulo comeou a ser

    chamado por seu nome latino, Paulo (At 13.9). De Chipre, ele e Barnab

    navegaram para Perge, na sia Menor (atual Turquia). Quando chegaram l,

    Joo Marcos, que estivera com eles desde Antioquia, deixou o grupo e retornou

    a Jerusalm. Dali viajaram para o Norte, e passaram por Antioquia da Pisdia e

    Icnio, a leste, e Listra e Derbe, ao sul. Voltaram pelo mesmo caminho e

    navegaram de volta para Antioquia da Sria, partindo de Atalia. Os resultados

    do trabalho deles durante essa viagem variaram de lugar para lugar; toda a

    viagem est registrada em Atos 13 e 14.

    Mapa da primeira viagem missionria de Paulo

    3. A segunda viagem missionria

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    A segunda viagem durou de 49 a 52 d.C. (At 15.36 a 18.22). Ela foi muito

    importante, pois espalhou a Evangelho de maneira ainda mais ampla, tanto pela sia

    Menor como pela Europa. Infelizmente, porm, comeou com uma diferena de

    opinio entre Paulo e Barnab. O segundo queria levar Joo Marcos novamente com

    eles. Talvez o jovem tenha retornado a Jerusalm na primeira viagem devido s suas

    dvidas sobre a pregao entre os gentios, mas no podemos determinar com certeza.

    Paulo achava que no deviam lev-lo; por isso Barnab e Joo Marcos foram para

    Chipre, a fim de consolidar o trabalho ali, e Paulo foi para o Norte. Na companhia de

    Silas, passou por Tarso, na Cilcia, e visitou novamente as igrejas recm-fundadas em

    Derbe, Listra e Icnio.

    Em Listra, Paulo foi apresentado a um jovem, convertido ao cristianismo, que se

    tornou um de seus melhores amigos Timteo. Seu pai era grego, porm sua me era

    judia. Os lderes da igreja em Listra insistiram para que Paulo o levasse consigo e

    davam bom testemunho dele (At 16.1,2). Pertencente a uma famlia grega, isso

    significava que Timteo no era circuncidado. Devido ao fato de sua me ser judia,

    Paulo achou que seria melhor para o ministrio de Timteo entre as comunidades

    judaicas se ele fosse circuncidado. Sob a orientao do apstolo, Timteo passou pela

    cerimnia da circunciso (At 16.3). Aqui no h conflito no pensamento de Paulo com o

    antagonismo que demonstrou para com a circunciso em sua carta aos Glatas. Um

    judeu ser circuncidado para alcanar melhor seu prprio povo era uma coisa, mas

    obrigar os gentios a se circuncidar com base num entendimento equivocado de que

    precisavam ser judeus para receber a salvao era outra coisa bem diferente!

    A prxima etapa da viagem foi em um territrio novo. Fizeram uma caminhada

    por terra at Trade, onde foram orientados pelo Esprito de Jesus para no trabalhar

    naquela regio (At 16.7). Enquanto pregavam naquela cidade, numa noite, Paulo

    contemplou numa viso algum que o chamava para ministrar a Palavra de Deus na

    Macednia. Concluindo que era uma direo divina para a prxima etapa da viagem,

    atravessaram de barco para a provncia grega da Macednia, onde pregaram em

    Nepolis, Filipos, Tessalnica e Beria. Dali, navegaram para o sul e pregaram em

    Atenas e Corinto (onde ficaram por 18 meses), antes de atravessarem de volta para

    feso, na sia Menor, e de l navegarem para Cesaria, Jerusalm e finalmente

    Antioquia, local de partida.

    A obra de evangelizao expandiu-se rapidamente durante esta viagem. As

    igrejas estabelecidas na primeira viagem estavam bem firmes e cresciam cada vez mais

    em nmero (At 16 a 19). Havia muito encorajamento, mas tambm muita perseguio.

    Paulo testemunhou o estabelecimento bem-sucedido de muitas outras igrejas. Tambm

    viu os resultados da mensagem do Evangelho na vida de homens e mulheres que, sem

    dvida, tornaram-se amigos especiais da equipe de missionrios. Em Filipos,

    conheceram uma mulher de negcios chamada Ldia, que se converteu e hospedou o

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    grupo em sua casa. Tambm testemunharam a incrvel converso do carcereiro,

    quando foram presos em Filipos. Em Tessalnica testemunharam converses como a

    de Jasom, o qual foi preso pela causa do Evangelho. Apreciaram imensamente a

    recepo que tivera dos nobres moradores de Beria, pois de bom grado receberam

    a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim (At 17.11).

    Paulo e seus companheiros viram como a mensagem do Evangelho tocava os coraes

    e as vidas de pessoas de diferentes classes sociais, quando creram muitos deles, e

    tambm mulheres gregas de alta posio, e no poucos homens (v. 12).

    Em Atenas, Paulo testemunhou pelo menos algumas converses, quando

    debateu com alguns dos maiores filsofos da poca. De volta a Corinto, ele

    desenvolveu uma grande amizade com um casal de judeus que tambm fabricavam

    tendas e tornaram-se grandes cooperadores na obra de Cristo, ou seja, quila e Priscila

    (At 18.1-3). Os dois o acompanharam na viagem de Corinto a feso, onde ajudaram

    Apolo a entender mais claramente a verdade do Evangelho. Este ento foi enviado

    Grcia e desenvolveu seu ministrio em Corinto. Enquanto isso, Paulo fez uma parada

    rpida em feso e logo retomou a Cesaria e Jerusalm, onde saudou a igreja e em

    seguida subiu para Antioquia.

    Em cada cidade em que pregava, Paulo encontrava severa resistncia ao

    Evangelho. Em Filipos, foi preso junto com Silas por causa do antagonismo da

    multido e s foram soltos depois da interveno sobrenatural de Deus, a qual levou

    converso do carcereiro. Em Tessalnica outros irmos foram presos porque o apstolo

    no foi encontrado, quando o procuraram. Em Corinto, apesar da soltura imediata,

    Paulo foi atacado pelos judeus e levado diante do tribunal presidido por Glio.

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    Mapa da segunda Viagem missionria de Paulo

    Durante esta viagem o apstolo Paulo tambm escreveu sua primeira e segunda

    epstola aos Tessalonicenses:

    1 AOS TESSALONICENSES

    Tessalnica

    Na poca de Paulo, Tessalnica era um importante porto e a capital da

    provncia romana da Macednia. Essa prspera cidade estava localizada na Via

    Ignatia, a principal estrada de Roma para o leste, de onde se via o monte Olimpo, o

    lugar lendrio do panteo grego. Cassandro expandiu e fortaleceu esse lugar em cerca

    de 315 a.C. e deu a ele o nome de sua esposa, a meia-irm de Alexandre, o Grande. Os

    romanos conquistaram a Macednia em 168 a.C. e a organizaram numa provncia

    nica vinte e dois anos depois, com Tessalnica como a capital. Ela se tornou uma

    cidade livre sob o governo de Augusto, que tinha autoridade para escolher um

    conselho de magistrados para governar, chamados de oficiais. A localizao

    estratgica garantiu a Tessalnica o sucesso comercial, e se gabavam de ter uma

    populao de talvez 200.000 no primeiro sculo. Tessalnica sobrevive sob o nome

    abreviado de Salnica.

    Autor

    A Primeira Epstola aos Tessalonicenses no levantou dvidas de que era uma

    epstola paulina at o sculo dezenove, quando crticos radicais afirmaram que a

    escassez de contedo doutrinrio fazia com que a sua autenticidade fosse duvidada.

    Mas isso uma objeo fraca por dois motivos: 1) a proporo de ensinamento

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    doutrinrio de Paulo varia grandemente, e 2) 4.13-5.11 uma passagem de fundamento

    para a escatologia (acontecimentos futuros) do Novo Testamento. Paulo rapidamente

    firmou os tessalonicenses na doutrina crist, e o nico assunto problemtico quando

    esta epstola foi escrita se relacionava com a volta de Cristo. As evidncias externas e

    internas apontam claramente para Paulo.

    Data

    Por volta dos anos 49 a 51 ou talvez 51 a 53 d.C. Durante a segunda viagem

    missionria de Paulo. Em sua primeira visita Europa.

    Local

    Corinto.

    Propsito

    A carta foi escrita com o objetivo de:

    a) Consolar aos cristos durante a perseguio (3.1-5);

    b) Consol-los pela perda de pessoas queridas que haviam morrido em

    Cristo (4.13);

    c) Corrigir alguns que haviam cometido o erro de supor que no

    precisavam mais trabalhar na expectativa da 2 vinda do Senhor

    (4.11,12).

    Relao com Atos dos Apstolos

    Atos 17 registra a passagem de Paulo por Tessalnica, aps ficar

    (aproximadamente) 3 semanas por l, foi expulso por judeus que se opunham a

    pregao do Evangelho.

    Paulo partiu para Beria, e depois para Atenas tendo deixado Timteo e Silas

    nas vizinhanas de Tessalnica e Beria. De Atenas, Paulo partiu para Corinto, onde,

    aps receber uma revelao do Senhor (Atos 18.9,10) ficou por um ano e seis meses.

    Fundando a igreja de Corinto.

    2 AOS TESSALONICENSES

    Autor

    A comprovao externa para a autenticidade da Segunda Epistola aos

    Tessalonicenses como uma epstola paulina mais forte do que a da Primeira Epstola

    aos Tessalonicenses. Internamente, o vocabulrio, estilo e contedo doutrinrio

    fundamentam as reivindicaes em 1.1 e 3.17 de que foi escrita por Paulo.

    Data

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    Por volta dos anos 49 a 51 ou talvez 51 a 53 d.C. Durante a segunda viagem

    missionria de Paulo.

    Local

    Corinto

    Propsito

    Paulo, dentre outras coisas, escreveu esta carta para encorajar aqueles que

    estavam enfrentando a perseguio e para corrigir um mal entendido sobre a Parousia1.

    A inteno do apstolo no era contradizer o que escrevera na primeira carta,

    que o dia do Senhor estava prximo, mas, sim corrigir o engano de que o Dia do

    Senhor j tinha chegado.

    Podemos afirmar que Paulo tinha em mente o seguinte: 1) animar seus novos

    convertidos perseguidos e 2) exort-los a dar bom testemunho cristo e a trabalhar

    cada um pelo seu sustento.

    Relao com Atos dos Apstolos

    A relao da Segunda Epstola aos Tessalonicenses com Atos dos Apstolos a

    mesma da Primeira aos Tessalonicenses.

    4. A terceira viagem missionria

    Paulo passou algum tempo em Antioquia antes de embarcar para a terceira

    viagem missionria, realizada no perodo entre os anos 53 e 57 d.C. (At 18.23 a 21.16).

    Nesta viagem, o apstolo novamente dirigiu-se ao norte e oeste, por terra, e visitou

    outra vez as igrejas na Galcia e Frgia (Derbe, Listra, Icnio e Antioquia da Pisdia).

    Quando finalmente chegou em feso, lemos que Paulo encontrou alguns discpulos.

    Eles tinham recebido apenas o batismo de Joo e, quando o apstolo lhes falou sobre

    Jesus Cristo e o Esprito Santo, foram imediatamente batizados em nome do Senhor

    Jesus e o Esprito Santo desceu sobre eles (At 19.1-7). Esse episdio d uma indicao

    de que o trabalho do de Joo Batista tivera um alcance muito mais amplo do que o

    relato dos evangelhos poderia sugerir.

    Ao comear novamente a pregar na sinagoga, Paulo foi expulso e pregou para

    os gentios na cidade de feso por dois anos (v. 10). Fica claro que muitos milagres

    acompanharam a proclamao do Evangelho, e uma breve meno disso feita no v.

    11. Um grande nmero de pessoas se converteu, quando muitos mgicos e pessoas

    adeptas da feitiaria se converteram e entregaram seus livros de magia, os quais foram

    1 Parousia, palavra grega que significa: vinda, presena e que usada para designar a volta de Jesus (Mt

    24.3; 1 Co 5.23; 2 Pe 3.4; 1Jo 2.28)

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    13 | P g i n a

    queimados publicamente. O v. 20 resume esse perodo de ministrio: Assim a palavra

    do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia.

    Foi durante esse perodo que ocorreu um grande tumulto em feso. A cidade

    era famosa pelo templo da deusa rtemis. O livro de Atos no relata em detalhes a

    perseguio que Paulo experimentou ali, mas provavelmente foi considervel (veja Rm

    16.3,4; 1 Co 15.32; 2 Co 1.8-11). O apstolo ento enviou Timteo e Erasto adiante dele

    para a Macednia. Expressou sua inteno de viajar para Jerusalm via Macednia e

    Acaia (At 19.21) e informou s pessoas que desejava muito ir at Roma.

    Foi durante essa viagem que Paulo se preocupou em angariar dinheiro para

    ajudar os crentes mais pobres de Jerusalm. Deu instrues s igrejas para que se

    unissem a ele nessa campanha, pois observava nisso um sinal de unidade da igreja e

    especialmente entre os convertidos judeus e gentios (Rm 15.25-32).

    Paulo navegou para a Macednia e repetiu seu trajeto anterior por Filipos,

    Tessalnica e Beria, a fim de encorajar os crentes. Uma rpida estadia na Grcia, talvez

    em Atenas, levou a mais perseguies; por isso, ele retomou Macednia antes de

    embarcar e navegar novamente para Trade, onde continuou a pregar. Num antigo

    exemplo de reunio e culto no primeiro dia da semana (domingo), lemos que Paulo

    pregou depois que partiram o po juntos. Ensinou at tarde da noite, pois partiria no

    dia seguinte. Devido ao calor da sala lotada e hora avanada, um jovem chamado

    utico adormeceu sentado numa janela e caiu do terceiro andar, sendo levantado

    morto. Paulo o restaurou novamente vida e continuou sua pregao (At 20.7-12).

    Na manh seguinte Paulo viajou e passou por vrias cidades porturias no

    caminho para o sul, inclusive Mileto, onde se encontrou com os lderes da igreja em

    feso. Ali, falou-lhes sobre os perigos dos falsos ensinos e a necessidade de vigiarem

    por si mesmos e pelo rebanho. Encomendou-os a Deus e disse-lhes que era compelido

    pelo Esprito Santo a ir at Jerusalm. A tristeza da despedida descrita

    dramaticamente, quando todos se ajoelharam para orar juntos e perceberam que no

    veriam novamente o amado apstolo (vv.36-38). O restante da jornada descrito

    rapidamente por Lucas em Atos 21.1-17. A nica parada mais significativa foi em

    Cesaria, onde o profeta gabo advertiu Paulo de que a perseguio o esperava em

    Jerusalm. Talvez seja importante notar que a declarao anterior de Paulo, que era

    compelido pelo Esprito Santo a visitar a cidade santa, teve prioridade sobre a

    advertncia de gabo para no ir. Ao que parece, embora a profecia estivesse correta,

    sua interpretao estava equivocada. O profeta claramente esperava que Paulo

    desistisse de ir a Jerusalm, mas foi para l que o apstolo se dirigiu, o que culminou

    com sua priso. Ao fazer isso, o apstolo mostrou que estava pronto a morrer por

    Cristo, se fosse necessrio (v. 13).

    Essa terceira jornada contemplou muitas pessoas convertidas e experimentou

    muito mais oposies e perseguies; mas tambm foi um tempo de grande

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    encorajamento. Paulo teve oportunidade de conhecer muitos jovens envolvidos no

    ministrio da Palavra de Deus. Entre os que foram mencionados durante essa viagem,

    estavam pessoas as como Spatro de Beria, filho de Pirro; e dos de Tessalnica,

    Aristarco e Segundo; Gaio de Derbe e Timteo; e dos da sia, Tquico e Trfimo (At

    20.4). Apesar de o apstolo nunca mais retomar a muitos daqueles lugares, sabia que o

    trabalho continuaria nas mos da nova gerao de missionrios e pastores fiis ao

    Senhor.

    Mapa da terceira viagem missionria de Paulo

    Epstolas escritas durante a segunda viagem missionria de Paulo:

    A 1 EPSTOLA AOS CORNTIOS

    A cidade de Corinto

    Corinto era uma cidade fundamental da Grcia Antiga, at ser destruda pelos

    romanos em 146 a.C. Jlio Csar reconstruiu a cidade como uma colnia romana em 46

    a.C., e ela cresceu e prosperou, tornando-se a capital da provncia de Acaia. Sua lngua

    oficial era o latim, mas a lngua grega permaneceu como a mais comum.

    Jlio Csar dotou a cidade de Corinto de ruas amplas, praas de mercado,

    templos, teatros, esttuas, fontes e o santurio de mrmore branco e azul, o rostra, onde

    eram pronunciados discursos e sentenas. Ao sul, da cidade, se encontrava o

    Acrocorinto. Uma colina com 152 metros de altura acima da cidade. A cidade era cheia

    de templos, mas o mais importante era o templo de Afrodite, que ficava bem no topo

    de Acrocorinto, este templo, ficava a 547 metros de altura. Os adoradores da deusa do

    amor utilizavam mil hieroduli (prostitutas sagradas). A adorao a Afrodite

    estimulava a propagao da imoralidade entre os cidados e viajantes da cidade de

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    Corinto, por outro lado, tambm, ajudou no progresso da cidade, pois muitos

    viajantes procuravam esta cidade em busca de prazer, entretenimento e sexo, gastando,

    ali, muito dinheiro. Corinto se tornou to notria por suas maldades que o termo

    korinthiozomai (agir como um corntio) se tornou sinnimo para perdio e

    prostituio.

    Nos dias do apstolo Paulo, a populao de Corinto era de aproximadamente

    700.000, e cerca de dois teros eram escravos. Esta populao diversa no produziu

    filsofos, mas foi grandemente influenciada pela filosofia grega.

    Durante os dezoito anos que Paulo esteve ali (por voltas dos anos 51 a 53 d.C.),

    ganhou a vida fabricando tendas com quila e Priscila. Muitos foram os obstculos

    para a pregao do Evangelho, mas apesar de tudo isso Paulo conseguiu implantar

    uma igreja nesta cidade.

    Autor da 1 carta aos corntios

    Temos evidncias, tanto internas, como externas da autoria paulina, essas

    evidncias so to fortes que so conclusivas. A autoria paulina aceita quase que

    universalmente. Exemplos dessa ampla crena podem ser encontrados desde o ano 95

    d.C., quando Clemente de Roma escreveu igreja em Corinto e citou esta epstola em

    relao ao problema contnuo de faco entre eles.

    Data

    Esta epstola foi escrita por volta do ano 56 d.C., durante a terceira viagem

    missionria de Paulo.

    Local

    Paulo estava em feso, ensinando e pregando durante sua terceira viagem

    missionria, quando foi informado pelos da casa de Clo sobre disputas e divises que

    estavam ocorrendo em Corinto (1 Co 1.11).

    Tema:

    A primeira carta aos corntios foi escrita com o propsito de corrigir desordens

    que haviam surgido na igreja de Corinto e para definir aos fiis um modelo de conduta

    crist. Assim sendo, podemos determinar o tema desta carta: A conduta crist na igreja,

    no lar e no mundo.

    Propsito

    Paulo teve muito trabalho na igreja de Corinto. Os crentes da cidade de Corinto

    estavam acostumados a um modo de vida licencioso, devido grande promiscuidade e

    impureza moral que dominavam seu antigo estilo de vida. Para corrigir as desordens

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    surgidas, e para responder s perguntas, Paulo escreveu esta sua primeira carta aos

    corntios. A seguir, um resumo do propsito de Paulo.

    1. Corrigir as seguintes desordens:

    a) Divises;

    b) Imoralidade;

    c) Disputas entre os cidados;

    d) Desordens durante a ceia do Senhor;

    e) Desordens durante o culto.

    2. Responder s perguntas sobre:

    a) O matrimnio;

    b) Comer carne oferecida aos dolos;

    c) Os dons do Esprito Santo.

    Relao com Atos dos Apstolos

    A primeira passagem de Paulo pela cidade de Corinto esta registrado no

    captulo 18 de Atos dos Apstolos. O apstolo Paulo, aps ter sofrido uma grave

    perseguio por parte dos judeus de Tessalnica (Atos 17.5-9), foi para Beria (Atos

    17.10), sendo perseguido tambm l (Atos 17.13-15). Depois deste episdio, Paulo foi

    para Atenas onde pregou no famoso Arepago. Durante sua pregao, Paulo mostrou

    aos gregos de Atenas que o Deus pregado por ele, era o Deus desconhecido, a quem

    os gregos dedicaram um altar (Atos 17.23). Logo depois destas coisas, Paulo deixou a

    cidade de Atenas rumo Corinto (Atos 18.1). Sua estada em Corinto foi bastante

    diferente das demais cidades por onde passou, pois ai Paulo, aps, receber uma

    revelao do Senhor (Atos 18.9,10), ficou durante dezoito meses, ou, um ano e seis

    meses (Atos 18.11). O Senhor pelas mos de Paulo operou muitos sinais e maravilhas, e

    muitos cidados de Corinto se renderam aos ps de Cristo pela pregao de Paulo.

    Notavelmente, a igreja enfrentou muitos problemas, grande parte deles provocados

    pelo modo de vida passado deles que ainda o influenciavam, e por causa da filosofia

    grega que ainda permeava suas vidas. Esses problemas chegaram ao conhecimento de

    Paulo quando ele estava em feso durante sua terceira viagem missionria (Atos 19),

    tomando conhecimento desses problemas, Paulo foi inspirado pelo Esprito Santo a

    escrever sua primeira carta aos corntios.

    A 2 EPSTOLA AOS CORNTIOS

    Autor

    No h dvidas sobre o fato que Paulo foi o autor dessa epstola. A segunda aos

    corntios foi escrita no mesmo ano, e provavelmente seis meses depois de 1 corntios.

    Entretanto, muitos crticos da Bblia, teorizam que os caps. 10-13 no eram parte desta

    carta em sua forma original porque o tom do apstolo contrasta com o dos caps. 1-9.

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    17 | P g i n a

    Fala-se de uma sbita mudana: de um esprito de alegria e conforto para um esprito

    de preocupao e autodefesa, que - segundo os crticos da Bblia - indicam uma costura

    entre duas cartas diferentes. Muitas hipteses tentaram explicar o problema, mas a

    mais popular de que os caps. 10-13 sejam parte de uma outra carta perdida,

    mencionada em 2.4. Apesar de tantas teorias e hipteses, no h simplesmente

    nenhuma evidncia externa (manuscritos, Igreja, pais da Igreja, tradio) ou interna

    que apie tais teorias ou hipteses. A diferena no tom entre 1-9 e 10-13 facilmente

    explicada pela mudana de enfoque da minoria que se arrependeu para uma minoria

    rebelde.

    Data

    Esta carta foi escrita por volta do ano 56 d.C., durante a terceira viagem

    missionria do apstolo Paulo. Ao que tudo indica, foi escrita aproximadamente seis

    meses depois da 1 aos corntios.

    Tema

    De todas as cartas de Paulo, a segunda aos corntios a mais pessoal. uma

    revelao de seus sentimentos mais ntimos e profundos. A presena de falsos mestres

    em Corinto, que punham em dvida sua autoridade, contestando seus motivos e

    menosprezando seu comando, fez com que Paulo abrisse seu corao, e defendesse seu

    ministrio. Nessa defesa, Paulo foi obrigado a relatar experincias sobre as quais

    preferia ficar calado. Tendo em mente que grande parte de 2 corntios a defesa

    pessoal do ministrio de Paulo, podemos resumir o seu tema da seguinte forma: o

    ministrio de Paulo, seus motivos, sacrifcios, responsabilidades e eficincia.

    Propsito

    A carta foi escrita com o objetivo de:

    a) Consolar os membros arrependidos da igreja;

    b) Repreender a minoria rebelde;

    c) Advertir contra os falsos mestres;

    d) Resistir aos ataques feitos por esses falsos mestres contra o seu

    ministrio.

    Relao com Atos dos Apstolos

    Paulo, provavelmente estava em feso (Atos 19.1) em sua terceira viagem

    missionria quando escreveu esta carta e aguardava a visita de Timteo a Corinto e o

    seu retorno (1 Co 16.10,11). Timteo aparentemente trouxe a Paulo relatrios da

    oposio que se desenvolveu contra ele em Corinto, e Paulo fez uma breve e dolorosa

    visita aos corntios (essa visita no mencionada em Atos, mas pode ser deduzida a

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    18 | P g i n a

    partir de 2 Co 2.1; 12.14; 13.1,2). Quando voltou para feso, Paulo escreve

    pesarosamente sua carta para mandar que a igreja discipline o lder dos opositores (2.1-

    11; 7.8). Tito levou a carta. Paulo ansioso para saber os resultados, vai para Trode

    (Atos 20.5,6) e depois para a Macednia para se encontrar com Tito na volta da viagem

    (2.12,13; 7.5-16). Paulo ficou imensamente aliviado pelo relatrio de Tito, o qual

    mostrava que a maioria dos corntios tinha se arrependido de sua rebelio contra

    autoridade apostlica de Paulo. Entretanto, uma minoria de opositores ainda persistia

    evidentemente liderados por um grupo de judaizantes (10-13). Na Macednia, Paulo

    escreve 2 Corntios e a envia com Tito e um outro irmo (que eu acredito ser Timteo

    segundo os relatos de Atos 19.22) (8.16-24). Isso acontece no final de 56 d.C., e a cidade

    macednia de onde ela foi escrita pode ter sido Filipos. Paulo, ento, faz sua segunda

    viagem a Corinto (12.14; 13.1,2; Atos 20.1-3).

    EPSTOLA DE PAULO AOS GLATAS

    Glatas

    A palavra Glatas, deriva do termo Galcia, que foi usado num sentido

    etnogrfico (isto , de origem geogrfica e cultural) e num sentido poltico. O sentido

    etnogrfico original se refere parte central da sia Menor onde essas tribos celtas

    finalmente se assentaram aps os conflitos com os romanos e macednios. Mais tarde,

    em 189 a.C., a Galcia ficou sob o domnio romano, e em 25 a.C., Augusto declarou-a

    uma provncia Romana. A Galcia provincial e poltica inclua um territrio ao sul que

    no era originalmente considerado parte da Galcia (por exemplo, as cidades de

    Pisdia, Antioquia, Icnio, Listra e Derbe).

    Autor

    A autoria paulina e a unidade da epstola so virtualmente inquestionveis. O

    primeiro versculo identifica o autor como Paulo, apstolo. Tambm em 5.2, lemos:

    Eu, Paulo, vos digo.... De fato, Paulo mesmo escreveu Glatas (6.11) ao invs de ditar

    a um secretrio (amanuense), como era sua prtica normal.

    Data

    Paulo escreveu esta carta por volta dos anos 53 a 56 d.C., ou em feso, ou na

    Macednia.

    Tema

    A questo se os gentios deviam guardar a Lei de Moiss, ou no, foi resolvida

    no conclio de Jerusalm. No entanto, muito mestres judaizantes continuavam

    ensinando aos gentios recm convertidos, que eles deveriam guardar a Lei, para que

    sua f fosse aperfeioada. Pregando essa mensagem que misturava Lei e Graa,

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    19 | P g i n a

    faziam todo o possvel para insurgir os seus convertidos contra Paulo e contra a

    mensagem que ele pregava. Para restituir a essa igreja o estado anterior de graa, pois

    muitos estavam observando os rigores da Lei (5.2), Paulo escreveu esta carta, cujo tema

    : a justificao e a santificao, no pelas obras da Lei, mas pela f.

    Propsito

    A carta foi escrita com o objetivo de:

    a) Opor-se influncia dos mestres judaizantes que procuravam destruir a

    autoridade de Paulo;

    b) Refutar os seguintes erros que eles ensinavam:

    i. Que a obedincia Lei, com a f, necessria a salvao;

    ii. Que o cristo se aperfeioa guardando a Lei.

    c) Reconquistar os glatas que haviam cado da graa.

    Relao com Atos dos Apstolos

    Passando pela Galcia na segunda viagem missionria, Paulo demorou-se pro

    causa de uma enfermidade fsica (Atos 16.6; Gl 4.13). Foi bem recebido pelos glatas e

    estabeleceu uma igreja nesse lugar (Gl 1.6; 4.14). Em sua terceira viagem missionria,

    Paulo revisitou as igrejas glatas que havia estabelecido (Atos 18.23). Quando estava na

    Grcia (Atos 20.2), recebeu notcias de que os glatas se tinham sujeitado Lei. Esse

    fato levou-o a escrever carta.

    EPSTOLA AOS ROMANOS

    Paulo no fundou a igreja de Roma e a tradio de que Pedro foi seu fundador

    contrria evidncia. possvel que tenha comeado quando alguns dos judeus e

    proslitos do Judasmo que se tornaram seguidores de Cristo no dia de Pentecostes (cf.

    At 2.10) voltaram a Roma, mas mais possvel que os cristos das igrejas estabelecidas

    por Paulo, na sia, Macednia e Grcia, tenham permanecido em Roma e levado

    outros a Cristo. Segundo epstola, os gentios eram predominantes na igreja em Roma

    (1.13; 11.13,28-31; 15.15-16), mas havia crentes judeus (2.17-3.8; 3.21-4.1; 7.1-14; 14.1-

    15.12).

    Roma foi fundada em 753 a.C., e, na poca de Paulo, ela era a maior cidade do

    mundo com mais de um milho de habitantes (uma inscrio diz que havia mais de

    quatro milhes). Era cheia de grandiosas construes, mas a maioria das pessoas era

    escrava: opulncia e podrido coexistiam na cidade imperial. A igreja de Roma era

    muito conhecida (1.8) e tinha comeado havia muitos anos, quanto esta carta foi escrita

    (veja 14.14; 15.23). Os crentes de l eram, provavelmente, numerosos e evidentemente

    se encontravam em vrios lugares (16.1-16). O historiador Tcito se referiu aos cristos

    que foram perseguidos por Nero em 64 d.C., como uma imensa multido. O

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    20 | P g i n a

    evangelho preencheu o vazio deixado pela praticamente extinta religio politesta

    romana.

    Autor

    Todas as escolas crticas concordam com a autoria paulina (1.1) deste livro

    fundamental. O vocabulrio, estilo, lgica e desenvolvimento teolgico so consistentes

    com as outras epstolas de Paulo. Paulo ditou esta carta a um secretrio chamado

    Trcio (16.22), e Paulo permitiu que ele escrevesse sua prpria saudao.

    Data

    Paulo escreveu Romanos em 57 d.C., prximo ao final de sua terceira viagem

    missionria (At 18.2321.14; cf. Rm 15.19). Foi evidentemente escrita durante a estada

    de trs meses na Grcia (At 20.3-6), mais especificamente em Corinto. Paulo ficou com

    Gaio de Corinto (16.23; cf. 1Co 1.14), e tambm menciona Erasto, o tesoureiro da

    cidade (16.23). Uma inscrio do primeiro sculo em Corinto o menciona: Erasto, o

    responsvel por obras pblicas, colocou este calamento com seu prprio dinheiro..

    Tema

    A carta aos Romanos uma resposta completa, lgica e inspirada grande

    pergunta de todas as pocas: Mas como pode o mortal ser justo diante de Deus? (J

    9.2) Resumiremos o tema de Romanos da seguinte maneira: a justificao dos

    pecadores, a santificao dos justificados e a glorificao dos santificados, pela f e pelo

    poder de Deus.

    Local

    Esta carta foi escrita em Corinto, durante a ltima visita do apstolo Paulo a

    esta cidade (2 Co 13.1; At 20.1,2).

    Propsito

    Em sua ltima visita a Corinto, Paulo encontrou Febe, uma senhora crist, que

    ia a Roma (Rm 16.1,2). Aproveitou a oportunidade para enviar, por meio dela, uma

    carta igreja de l, falando de sua futura visita e dando aos romanos uma declarao

    das verdades que lhe tinham sido reveladas.

    Existe alguma discusso sobre o motivo que levou Paulo a escrever esta carta.

    Alguns dizem que estava consciente das divergncias entre os convertidos judeus e

    gentios na igreja e a necessidade que tinham de uma ajuda pastoral. Outros alegam que

    a carta formou a base teolgica para sua estratgia missionria de levar o Evangelho

    aos gentios e que o apstolo esperava o apoio dos cristos de Roma no seu projeto de

    viajar Espanha. Existem outros motivos alegados.

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    21 | P g i n a

    Relao com Atos dos Apstolos

    Esta epstola est relacionada com a estada de trs meses de Paulo na Grcia

    (Atos 20.3-6), pois foi (provavelmente) neste perodo que ele escreveu esta carta. A

    irm Febe que foi a encarregada de levar esta carta aos romanos, servia ao Senhor em

    uma igreja em Cencria (16.1), um dos dois portos de Corinto. Paulo conheceu Febe

    durante o episdio em que ele raspou a cabea por causa de um voto (Atos 18.18).

    III. A QUARTA VIAGEM DE PAULO

    1. Oposio e priso ocasionaram a quarta viagem de Paulo

    Ao terminar sua terceira viagem missionria, Paulo volta a Jerusalm. Assim

    que Paulo chegou a Jerusalm, a profecia de gabo se cumpriu (cf Atos 21.10,11;

    21.27,28). Os judeus instigaram a oposio e o apstolo foi preso para sua prpria

    proteo, no meio de um tumulto contra ele que quase levou-o morte (At 21.27-36).

    Paulo pediu permisso ao comandante romano para falar multido e aproveitou a

    oportunidade para mais uma vez pregar o Evangelho de Jesus, quando falou sobre sua

    prpria converso e chamado ao ministrio para os gentios. Quando mencionou a

    salvao dos povos, novamente a turba se alvoroou e o apstolo foi conduzido com

    segurana fortaleza. Foi obrigado a apelar para sua cidadania romana, a fim de no

    ser chicoteado. No dia seguinte o comandante romano convocou o Sindrio e Paulo

    defendeu-se diante de seus acusadores (At 23). Inteligentemente. o apstolo causou

    uma diviso entre seus acusadores, ao alegar que era julgado porque acreditava na

    ressurreio. Os fariseus, que tambm acreditavam, discutiram com os Saduceus, que

    no aceitavam tal doutrina. Novamente, para sua prpria proteo, o apstolo foi

    levado fortaleza. Naquela noite o Senhor lhe apareceu e o encorajou, ao dizer-lhe que

    deveria ir a Roma para testificar do Evangelho (At 23.11).

    Foi descoberto um compl para matar Paulo e o comandante do destacamento

    romano, Cludio Lsias, decidiu transferi-lo para Cesaria, onde seu caso seria

    examinado pelo governador Flix. O captulo 24 de Atos descreve o julgamento do

    apstolo diante de Flix, que pareceu interessado no que ouviu de Paulo acerca do

    caminho, mas que, em deferncia aos judeus, manteve o apstolo preso por mais

    dois anos. Quando Prcio Festo assumiu o governo da provncia, os lderes judaicos

    lhe pediram que cuidasse do caso de Paulo. O novo governador fez meno de

    entreg-lo aos judeus, mas o apstolo, sabedor de que no teria um julgamento justo

    em Jerusalm considerando a palavra do Senhor de que deveria ir a Roma, apelou para

    ser julgado pelo imperador Csar. Essa atitude de fato livrou-o totalmente do sistema

    legal judaico. Logo depois o rei Agripa visitou Cesaria e Festo pediu-lhe que ouvisse o

    caso de Paulo. Novamente o apstolo contou sobre sua converso e testemunhou do

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    Evangelho de Jesus Cristo. Enquanto Festo pensava que Paulo estivesse louco, Agripa

    pareceu tocado pelo que o apstolo dissera, e at mesmo insinuou que por pouco no

    se tornara cristo (At 26.28). A concluso de Agripa foi que Paulo tinha tudo para ser

    solto, se no tivesse apelado para Roma (v. 32).

    Paulo foi ento transportado para Roma na condio de prisioneiro, sob a

    custdia de um centurio chamado Jlio. Depois de um naufrgio na ilha de Malta, o

    qual Paulo usou como uma oportunidade para pregar o Evangelho, finalmente o grupo

    chegou a Roma, onde o apstolo foi colocado num regime de priso domiciliar e tinha

    permisso para receber visitas (At 28). Durante dois anos vivendo nesse sistema

    (provavelmente por volta de 61-63 d.C.), Paulo continuou pregando o reino de Deus e

    ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem

    impedimento algum (At 28.31).

    Mapa da quarta viagem de Paulo

    IV. AS PRISES DE PAULO.2

    1. Priso em Cesaria

    Os judeus de Jerusalm decidiram matar Paulo. Por isso, as autoridades

    romanas o conduziram em segurana at Cesaria, onde esteve preso durante dois

    anos (At.23.23 a 26). Nesse perodo, ele se apresentou a vrias autoridades: ao

    governador Flix e sua mulher Drusila, ao governador Prcio Festo, sucessor de Flix, e

    ao rei Agripa e sua mulher Berenice. Diante deles, o apstolo proferiu suas defesas, que

    foram verdadeiros testemunhos e pregaes do evangelho. Estas autoridades no viam

    motivo para matar Paulo. Resolveram ento devolv-lo aos judeus para que eles

    2 As informaes dos sub-tpicos 1 e 2, ou seja, a priso em Cesaria e a priso em Roma, foram extradas

    do site: http://www.geocities.com/Athens/Agora/8337/teologia21b.htm

    De Ansio Renato de Andrade Bacharel em Teologia.

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    23 | P g i n a

    mesmos resolvessem o problema. Diante dessa possibilidade, Paulo, sabendo que os

    judeus o matariam, apelou para Csar, ou seja, o imperador Nero.

    2. Priso em Roma

    Sendo cidado romano, Paulo tinha o direito de ser julgado em Roma. Foi ento

    enviado para l. Afinal, convinha que chegasse capital do Imprio e ali pregasse o

    evangelho (At.19.21; 23.11). Aps uma viagem conturbada e um naufrgio, Paulo

    finalmente chega a Roma (At.27). Ali permanece preso em uma casa alugada por ele

    mesmo durante dois anos (At.28). Nesse tempo, pregou o evangelho a todos quantos se

    interessavam por ouvi-lo.

    3. As epstolas da Priso

    Essas cartas foram redigidas na priso. H alguma discusso sobre se todas

    foram escritas durante o tempo em que Paulo esteve preso em Roma ou durante um

    perodo em que ficou detido em Cesaria. Se todas so do tempo da priso na capital

    do imprio, elas foram elaboradas entre 62 e 63 d.C. Aqui esto includas as cartas aos

    Efsios, Filipenses, Colossenses e Filemom.

    Epstolas escritas durante a priso de Paulo:

    EPSTOLA DE PAULO AOS EFSIOS

    Paulo visitou feso, onde deixou quila e Priscila (At 18.18-21). Essa cidade

    estratgica era o centro comercial da sia Menor, mas era necessrio um canal especial

    para que as embarcaes chegassem ao porto, pois aquele era um local onde

    sedimentos se acumulavam. feso era um centro religioso tambm, famoso por seu

    magnfico templo de Diana (nome romano) ou rtemis (nome grego), urna estrutura

    considerada urna das sete maravilhas do mundo antigo (cf. At 19.35). A prtica da

    magia e a economia local eram claramente relacionadas com esse templo. Paulo

    permaneceu em feso por quase trs anos durante sua terceira viagem missionria (At

    18.23-19.41); a Palavra de Deus se espalhou por toda a provncia da sia. O ministrio

    eficaz de Paulo comeou a afetar seriamente o trfico de artes mgicas e imagens,

    levando a um alvoroo no grande teatro efsio. Paulo, ento, foi para a Macednia, mas

    depois ele se encontrou com os ancios quando estava a caminho de Jerusalm (At

    20:17-38).

    Autor

    Todas as evidncias internas (1.1) e externas apiam a autoria paulina de

    Efsios. Nos ltimos anos, entretanto, os crticos comearam a desafiar essa antiga

    tradio unnime. Tem-se argumentado que o vocabulrio e o estilo so diferentes das

    outras epstolas paulinas, mas isso no leva em conta a flexibilidade de Paulo em

    circunstncias diferentes (cf. Romanos e 2Corntios). A teologia de Efsios, em alguns

    aspectos, reflete um desenvolvimento posterior, mas isso deve ser atribudo ao

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    crescimento e meditao do prprio Paulo em relao Igreja como corpo de Cristo.

    Uma vez que essa epstola claramente cita o nome do autor no versculo inicial, no

    necessrio teorizar que Efsios foi escrito por um dos companheiros de Paulo, como

    Timteo, Lucas, Tquico ou Onsimo.

    Data

    Por volta do ano 61 d.C.

    Tema

    Efsios supera todas as demais cartas de Paulo no que diz respeito

    profundidade e excelncia da doutrina. Tem sido chamada a carta do terceiro cu de

    Paulo porque nela ele se eleva das profundezas da runa at as alturas da redeno.

    Resumiremos o tema da seguinte maneira: a Igreja escolhida, redimida e unida em

    Cristo, de sorte que a Igreja deve andar em unidade, em vida nova, na fora do Senhor

    e com a armadura de Deus.

    Local

    Foi escrita em Roma.

    Propsito

    Dois perigos ameaavam a igreja em feso: a tentao de descer ao nvel pago

    e a falta de unidade entre o judeu e o gentio. Para enfrentar o primeiro perigo, Paulo

    contrasta a santidade da vocao crist deles coma condio anterior, pecaminosa e

    pag. Para se prevenir contra o segundo perigo, Paulo apresenta Jesus promovendo a

    paz entre o judeu e o gentio pelo sangue da cruz e tornando os dois um novo corpo.

    Relao com Atos dos Apstolos

    Como vimos acima, a primeira relao de Paulo com os efsios est registrada

    em Atos 18.18-21. Mas, no que diz respeito escrita da carta, ela se encaixa

    perfeitamente com o ambiente de Atos 28.16-31.

    Epstola aos Filipenses

    A primeira meno que o Novo Testamento faz de Filipos se encontra em At

    16.12. Nesse texto, lemos que se tratava de uma importante cidade da Macednia,

    primeira do distrito e colnia, evidentemente romana. O seu nome primitivo havia

    sido Krnides, que significa lugar das fontes, mas, quando em 360 a.C., o pai de

    Alexandre Magno, o rei Filipe II da Macednia, conquistou a cidade, trocando aquele

    antigo nome pelo seu prprio.

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    Filipos estava situada sobre a clebre Via Egnatia, que ligava Roma com a

    sia Menor. Elevava-se a uns 12 km da costa norte do mar Egeu, junto ao limite da

    regio macednica com a da Trcia. Submetida a Roma desde o ano 167 a.C., a partir

    de 31 a.C., com a categoria de colnia e por regulamentao do csar Otvio Augusto,

    gozou dos privilgios e direitos que as leis do imprio outorgavam s cidades romanas.

    Autor

    Paulo.

    Data

    Por volta do ano 62 d.C.

    Local

    Paulo estava preso quando a carta foi escrita, mas h discordncias quanto a

    exatamente em qual cidade. Alguns pensam que foi em Cesaria, outros em feso; no

    entanto, ele deve ter escrito a carta de Roma, indubitavelmente. Em 1:13 ele menciona o

    pretrio ou a guarda pretoriana, uma tropa romana de elite, destacada para assistir o

    imperador em Roma (veja tambm 4:22). Tambm claro que, no julgamento que

    defrontava, Paulo estava com a vida em jogo, indicando que o julgamento seria

    conduzido perante Csar, em Roma (1:20).

    Propsito

    Epafrodito, o mensageiro da Igreja dos filipenses, ao qual foi confiada uma

    oferta para o apstolo, ficou doente quando chegou a Roma. Restabelecido, voltou a

    Filipos, e Paulo aproveitou sua volta para enviar uma carta de agrade-cimento e

    exortao igreja, sobre a qual Epafrodito tinha informado Paulo.

    Relao com Atos dos Apstolos

    A Igreja em Filipos foi fundada por Paulo em sua segunda viagem missionria

    por volta dos anos 51 a 53 a.C., esta foi a primeira igreja a ser estabelecida por ele na

    Europa (Atos 16).

    Paulo foi para esta regio aps receber uma viso: Paulo teve de noite uma

    viso em que se apresentou um homem da Macednia, que lhe rogava: Passa

    macednia e ajuda-nos. (Atos 16.9).

    EPSTOLA DE PAULO AOS COLOSSENSES

    Colossos era uma cidade importante, situada a cem milhas a leste de feso, na

    regio das sete igrejas da sia que esto em Ap 1-3. Localizada no frtil vale Lico, no

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    caminho entre feso e o leste, Colossos anteriormente era um populoso centro

    comercial, famoso por sua l negra. Na poca de Paulo, tinha sido eclipsada pelas

    cidades vizinhas de Laodicia e Hierpolis (cf. 4.13) e estava em decadncia. Fora esta

    epstola, Colossos no exercia quase nenhuma influncia na histria da Igreja

    primitiva. Fica evidente em 1.4-8 e 2.1 que Paulo nunca visitou a igreja de Colossos,

    que foi fundada por Epafras. Em sua terceira viagem missionria, Paulo dedicou quase

    trs anos num ministrio asitico centralizado em feso (cf. At 19.10; 20.31), e Epafras,

    provavelmente, tenha ido a Cristo naquela poca. Ele levou o evangelho para o vale de

    Lico e anos mais tarde foi visitar Paulo na priso (4.12-13; Fm 23).

    Autor

    Paulo. A despeito de teorias que pem em dvida sua autoria levando em

    considerao elementos internos, como: vocabulrio e reflexo. Em seus quatro

    captulos, encontramos cinquenta e cinco palavras gregas que no aparecem em outras

    epstolas de Paulo. Entretanto, Paulo tinha um vocabulrio extenso; e todas as

    circunstncias e assunto desta epstola, principalmente as referncias heresia

    Colossenses, so responsveis por essas palavras adicionais.

    Tema

    A carta aos Colossenses foi motivada pela introduo de doutrinas errneas na

    igreja. provvel que tenha aparecido um mestre propagando um sistema doutrinrio

    que misturava o legalismo judaico com a filosofia pag. Era o elemento pago no

    sistema - conhecido posteriormente como gnosticismo3 que constitua o maior perigo

    para a f da igreja.

    Resumiremos o tema da seguinte maneira: a preeminncia de Cristo. Ele o

    primeiro na natureza, na Igreja, na ressurreio, na ascenso e na glorificao. Ele o

    nico mediador, salvador e fonte de vida.

    Data

    Por volta do ano 62 d.C.

    Local

    Roma

    Propsito

    Os Colossenses, tendo ouvido falar da priso de Paulo, enviaram seu ministro

    Epafras para informar ao apstolo a situao (1.7,8). Paulo ficou sabendo, ento, que

    3 Os gnsticos de gnosis, palavra grega que significa conhecimento vangloriavam-se de possuir uma

    sabedoria muito mais profunda do que a revelada nas Sagradas Escrituras e que era privilgio de poucos.

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    27 | P g i n a

    falsos mestres procuravam adicionar f crist uma doutrina que era mistura de

    judasmo e filosofia pag. Paulo escreveu a carta para combater esse erro.

    Relao com Atos dos Apstolos

    Colossenses, Filemom e Efsios foram evidentemente escritas, mais ou menos,

    na mesma poca e nas mesmas circunstncias, a julgar pelos temas e nomes de pessoas

    coincidentes (cf. CI 4.9-17 e Fm 2,10,23-24), desta forma, podemos relacion-la com

    Atos 28.16-31

    EPSTOLA DE PAULO A FILEMOM

    Quando o histrico da epstola e reconstrudo, tudo indica que um escravo

    chamado Onsimo havia roubado ou de alguma forma lesado seu senhor, Filemom, e

    escapado. Ele tinha ido de Colossos a Roma, onde havia relativa segurana entre as

    massas na Cidade Imperial. De alguma forma Onsimo entrou em contato com Paulo;

    possvel que ele tenha at mesmo procurado o apstolo para receber ajuda. (Sem

    dvida, Onsimo j havia ouvido falar sobre Paulo.) Paulo o levou a Cristo (v. 10), e,

    embora Onsimo tivesse se tornado um triunfo verdadeiro para Paulo, ambos sabiam

    que, como cristo, Onsimo tinha responsabilidade de voltar para Filemom. Naquela

    poca, Paulo escreveu sua epstola aos Colossenses, e Tquico foi o portador da

    epstola. Ento, Paulo decidiu enviar Onsimo com Tquico para Colossos (CI 4.7-9; Fm

    12), sabendo que seria mais seguro, em vista dos caadores de escravos, enviar

    Onsimo com um acompanhante.

    Autor

    Paulo (vs. 1,9,19).

    Tema

    O tema da histria contada na carta sobre um escravo fugitivo chamado

    Onsimo. Mais afortunado do que alguns de seus companheiros, Onsimo tem por

    senhor um Cristo, Filemom, um dos filhos na f de Paulo. Por motivos desconhecidos,

    Onsimo fugiu. Foi a Roma, onde se converteu com a pregao de Paulo. O apstolo

    viu que ele era um homem sincero e amigo devotado.

    Onsimo chegou a ser to querido por Paulo, que este quis ret-lo para lhe

    ministrar na priso. Mas o apstolo teve de abrir mo disso. Embora Onsimo estivesse

    arrependido de seu pecado, havia a necessidade de restituio.

    O senso de justia requeria de Paulo que devolvesse o escravo, mas a fora do

    amor f-lo intervir e salvar-lhe a vida, pois os escravos fugitivos geralmente eram

    punidos com a morte. Escreveu uma carta gentil e delicada de splica afetuosa,

    identificando-se com Onsimo.

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    28 | P g i n a

    Durante a leitura da carta, mais precisamente dos versos 16 a 21, podemos

    concluir seguramente que foi concedida a liberdade a Onsimo. Assim, foi resolvido o

    problema da escravido pelo menos numa famlia pela regenerao do indivduo e

    a unio em Cristo do senhor com o escravo. Resumiremos o tema da carta desta forma:

    o poder do Evangelho na soluo dos problemas sociais.

    Data

    Por volta do ano 62 d.C.

    Local

    Roma.

    Propsito

    Podemos compreender o propsito da carta pela leitura do tema.

    Relao com Atos dos Apstolos

    Tambm est relacionada com Atos 28.16-31.

    V. FINAL DA VIDA DO APSTOLO PAULO

    Existem poucas indicaes sobre o que aconteceu depois desse perodo de

    priso de Paulo em Roma. claro que Paulo aproveitou a oportunidade da melhor

    maneira possvel para pregar o Evangelho, mas Lucas encerra seu livro neste ponto, ao

    estabelecer o direito legal para que a Palavra de Deus fosse pregada na capital do

    imprio. Existe muita discusso entre os estudiosos sobre o que aconteceu. Desde que

    as epstolas pastorais (veja abaixo) referem-se a eventos na vida do apstolo que no

    so mencionados em Atos, pressupe-se que Paulo realmente as escreveu. Ento,

    muitos chegam sublime concluso de que o apstolo foi declarado inocente das

    acusaes e colocado em liberdade. Ele prprio d a entender isso em Filipenses

    1.19,25; 2.24. Provavelmente aps sua absolvio ele acalentou o desejo de ir Espanha

    (veja Rm 15.24,28). Este perodo tambm seria a poca em que as cartas a Timteo e

    Tito foram escritas. Quando o cristianismo foi considerado ilegal, Paulo foi preso

    novamente e levado de volta a Roma, onde escreveu 2 Timteo. Seu perodo de

    liberdade provavelmente durou at por volta de 62 a 66 d.C. 2 Timteo 4 ento o

    triste relato do que certamente foi o julgamento final do apstolo, no qual foi

    condenado morte (v. 18). Mesmo nesse triste captulo, entretanto, percebe-se que

    Paulo aproveita todas as oportunidades para pregar (2 Tm 4.17,18). A tradio diz que

    morreu em Roma, como mrtir nas mos do imperador Nero, por volta do ano 67 d.C.

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    29 | P g i n a

    1. As epstolas pastorais

    Essas cartas so 1 e 2 Timteo e Tito. So tradicionalmente chamadas de

    pastorais porque incluem instrues para os jovens pastores Timteo e Tito, na

    liderana da igreja primitiva. Paulo desafiou e os lderes a estar vigilantes contra o

    falso ensino que rapidamente surgiria nas igrejas (1Tm 1.3-20; 2 Tm 3; Tt 1.10-16; etc.).

    A seguir uma sinopse dessas cartas:

    1 EPSTOLA DE PAULO A TIMTEO

    A autoria paulina das Epstolas Pastorais requer a libertao de Paulo de sua

    priso romana (At 28), a continuao dos seus esforos missionrios e a sua priso pela

    segunda vez, em Roma. Infelizmente, a ordem dos acontecimentos s pode ser

    reconstruda a partir de sugestes, porque no existe histria concomitante que mostre

    paralelamente Atos com as crnicas dos ltimos anos do apstolo. Assim, a

    reconstruo a seguir apenas uma tentativa:

    Conforme ele antecipou em Filipenses (1.19,25-26; 2.24), Paulo foi libertado de

    seu primeiro crcere romano. possvel que seus acusadores judeus decidiram no

    aparecer no seu julgamento diante de Csar. Em cumprimento da sua promessa aos

    filipenses (Fp 2.19-23), ele envia Timteo a Filipos para relatar a boa-nova. O prprio

    Paulo foi a feso (apesar das suas expectativas anteriores em At 20.38) e a outras igrejas

    localizadas na sia, como Colossos (veja Fm 22). Quando Timteo se juntou

    novamente a ele em feso, Paulo instruiu seu auxiliar a permanecer em feso (1.3),

    enquanto ele viajava para a Macednia. Quando viu que demoraria na Macednia,

    Paulo escreveu 1 Timteo, talvez de Filipos (3.14-15). Depois que viu Timteo em

    feso, o apstolo viajou para a ilha de Creta onde, depois de um perodo de ministrio,

    deixou Tito para continuar o trabalho (Tt 1.5). Em Corinto, Paulo decidiu escrever uma

    epstola a Tito, porque Zenas e Apolo estavam fazendo uma viagem que os levaria de

    passagem a Creta (Tt 3.13). Ele instruiu a Tito para se juntar a ele em Nicpolis depois

    da chegada daquele que o substituiria em Creta, rtemas ou Tquico (Tt 3.12).

    Se foi Espanha como tinha planejado (Rm 15.24-28), Paulo, provavelmente,

    tinha partido com Tito para aquela provncia ocidental depois de passar o inverno em

    Nicpolis. A tradio da Igreja primitiva sustenta que Paulo foi Espanha. Antes do

    final do primeiro sculo, Clemente de Roma disse que Paulo alcanou os limites do

    Ocidente (1 Clemente 5.7). Visto que ele estava escrevendo de Roma, ele,

    evidentemente, tinha a Espanha em mente. Paulo pode ter estado na Espanha de 64 a

    66 d.C. Ele retomou Grcia e sia para Corinto, Mileto e Trade (2 Tm 4.13,20) e

    pode ter sido preso em Trade, onde deixou seus valiosos livros e pergaminhos (2Tm

    4.13).

    Autor

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    30 | P g i n a

    Paulo.

    Tema

    As qualidades e os deveres do ministro cristo, e sua relao com a igreja, o lar e o

    mundo.

    Data

    Por volta do ano 64 d.C.

    Local

    Paulo escreveu 1 Timteo da Macednia, enquanto Timteo estava servindo

    como seu representante em feso e talvez em outras igrejas localizadas na provncia da

    sia.

    Propsito

    Foi escrita como propsito de instruir Timteo nos deveres do cargo, anim-lo e

    preveni-lo contra os falsos mestres.

    Relao com Atos dos Apstolos.

    Paulo conheceu Timteo, em sua primeira viagem missionria (Atos 16.1-3).

    Timteo se tornou um dos colaboradores de Paulo na segunda viagem missionria, na

    qual levou o apstolo a pregar o Evangelho atravs do mar Egeu em direo Europa.

    Timteo serviu com um importante pregador nas regies de Tessalnica e Beria (Atos

    17.13-15). Posteriormente, Timteo se encontrou com Paulo em Corinto (Atos 18.5). Em

    Atos 19.22, Timteo descrito junto com Erasto como um dos auxiliares de Paulo, os

    quais foram enviados Macednia enquanto Paulo continuava o trabalho na provncia

    romana da sia.

    EPSTOLA DE PAULO A TITO

    Paulo escreve a epstola a Tito de algum ponto da sia Menor, provavelmente

    de feso, ele escreveu ao seu velho companheiro, porque era necessrio fazer uma

    reviso dos requisitos que um lder cristo deve cumprir. Paulo tinha pedido a Tito

    para permanecer na ilha de Creta ajudando a consolidar a pequena igreja daquela ilha.

    Autor

    Paulo.

    Tema

    A organizao de uma verdadeira Igreja de Cristo; e um apelo igreja para ser

    fiel a Cristo.

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    31 | P g i n a

    Data

    Por volta do ano 65 d.C.

    Local

    feso, ou e algum outro ponto da sia Menor.

    Propsito

    Esta carta foi escrita com o objetivo de instruir Tito acerca da organizao da

    igreja cretense e para orient-lo no mtodo de tratar com o povo.

    Relao com Atos dos Apstolos

    Tito esteve presente com Paulo no conclio de Jerusalm (Atos 15; Gl 2.3), e foi

    um de seus companheiros de misses, conforme podemos constatar em vrias

    passagens de Atos dos Apstolos. Mas, no que diz respeito epstola de Paulo a Tito,

    no h nenhuma relao, pois esta carta foi escrita aps o livro de Atos dos Apstolos.

    Apenas para fins de referncia, podemos citar Atos 28.16-31, pois esta passagem relata

    o final da vida do apstolo.

    2 EPSTOLA DE PAULO A TIMTEO

    A priso o ltimo lugar onde esperaramos uma epstola de encorajamento,

    mas exatamente ali que Paulo escreve sua Segunda Epstola a Timteo. Ele comea

    certificando a Timteo sobre seu amor e oraes contnuos, lembra-lhe suas

    responsabilidades e herana espiritual. Somente aquele que persevera, quer como

    soldado, atleta, lavrador ou ministro de Jesus Cristo, colher o galardo. Paulo alerta

    Timteo que seus ensinamentos sofrero ataques conforme as pessoas abandonam a

    verdade por causa de palavras que do coceira nos ouvidos (4.3). Mas Timteo tem o

    exemplo de Deus para gui-lo e a Palavra de Deus para fortific-lo em face a crescente

    oposio e oportunidades atraentes dos ltimos dias.

    Autor

    Paulo

    Tema

    O seguinte tema tem sido sugerido para a carta: lealdade ao Senhor e a verdade

    diante da perseguio e apostasia.

    Data

    67 d.C. Pouco antes do martrio de Paulo.

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    32 | P g i n a

    Local

    Roma.

    Propsito

    Foi escrita como objetivo de solicitar a presena de Timteo em Roma; adverti-

    lo contras os falsos mestres; anim-lo em seus deveres; fortalec-lo contra as

    perseguies futuras.

    Relao com Atos dos Apstolos

    No existe relao direta de Atos dos Apstolos com esta epstola, isto se deve

    ao fato de esta epstola tambm ter sido escrita depois do livro de Atos. Como no caso

    da epstola a Tito, citamos Atos 28.16-31, apenas como referncia.

    VI. CONCLUSO

    Certamente Paulo foi o maior mestre da f crist depois, claro, do Senhor

    Jesus Cristo. Chamado e dirigido pelo Esprito Santo para proclamar o Evangelho aos

    gentios, esse grande telogo exps as profundidades da f crist de uma maneira que

    se mostra fundamental para a Igreja de Jesus atravs dos sculos. Seu total

    compromisso com o Evangelho do Cristo crucificado permanece como um exemplo

    para os crentes de todas as pocas.

    Para ns que organizamos este trabalho esta verdade ficou ainda mais marcada.

    Conhecer um pouco mais detalhadamente a vida de Paulo serviu para nos confrontar.

    Fomos confrontados ao ver como esse homem trabalhou tanto para a divulgao do

    Evangelho. Ficamos impressionados ao ver sua coragem, claramente manifesta no fato

    de ele quase sempre se dirigir aos judeus a fim de pregar-lhes o Evangelho, Paulo fazia

    questo de ir na casa dos inimigos, isso obviamente, constitua um grande risco para

    Paulo, pois os judeus eram contra Cristo e seus seguidores. Confiando em Deus e na

    sua vocao, Paulo no desanimou, ao invs disso procurava animar ainda mais seus

    irmos em Cristo pelas igrejas que ele fundara durante suas viagens. O zelo de Paulo

    era to notrio que ele se preocupava e escrevia at mesmo a igrejas que ele no havia

    fundado, mais um desafio..., s vezes ns preocupamos apenas com nossa congregao

    local, e nos esquecemos do Corpo de Cristo.

    Este trabalho serviu para nos alertar sobre a urgncia da pregao do

    Evangelho e sobre o zelo que devemos ter com a obra de Deus.

    Que Cristo nos ajude a levar sua Palavra com urgncia, coragem e

    determinao!

  • CBEC Teologia

    Seminrio Curso Mdio em Teologia

    Trabalho Sobre Histria da Igreja:

    A vida, viagens e epstolas do apstolo Paulo correlacionadas com o livro de Atos dos Apstolos.

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    VII. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    o A Bblia Atravs dos Sculos CPAD Antnio Gilberto.

    o A Bblia de Estudo das Profecias Ed. Atos.

    o A Bblia de Referncia Thompson Ed. Vida.

    o Atravs da Bblia Livro por Livro Ed. Vida Myer Pearlman.

    o Bblia de Estudo Pentecostal CPAD.

    o Quem quem na Bblia Sagrada Ed. Vida Paul Gardner.