Vida Missionária · 2011-07-18 · Vida Missionária Uma Publicação Conjunta dos Missionários...

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Vida Missionária Vida Missionária Uma Publicação Conjunta dos Missionários do Verbo Divino e das Missionárias Servas do Espírito Santo IMPRESSO ANO XV - No. 54 - Junho - Julho - Agosto / 2009 Polikarpus Rangga NOVOS PADRES Até o final de julho serão sete novos sacerdotes enviados em missão Pág. 2 VOCAÇÕES Como se faz a animação vocacional nas três congregações da Família Arnaldina Pág. 4 PELO MUNDO Campanha Missionária Verbita deste ano é para ajudar a população do Zimbabwe Pág. 5 MÚSICA E CULTURA As letras das músicas expressam o que acontece com os jovens e com a cultura Pag. 6 JUSTIÇA E PAZ Romaria protesta contra construção de presídio no Vale do Ribeira (SP) Pág. 7 MISSÃO NA TANZÂNIA Pe. José Eudes partilha seu trabalho missionário junto ao povo massai Pág. 8 N ossa Senhora ocupa um lugar especial no coração do povo brasileiro. Nas horas difíceis somen- te uma mãe como Maria para nos proteger. Uma mãe da cor de nossa gente, Nossa Senhora Aparecida é a companheira de todas as horas. A religiosidade faz parte da vida de cada dia.Está presente na música, nas rezas, nas procissões, nas cren- dices e nas festas religiosas. Às vezes tudo anda misturado, pois a fé e a vida não se separam... Mostram o quanto Deus é importante, e os santos também!As festas juninas, com bandeirinhas coloridas e o som alegre das quadrilhas, tem cheiro de pipoca e quentão. Procissões e festas do padroeiro... Isso está na raiz do povo que se agarra em Deus, pede força para o caminho e ainda faz quermesse para ajudar os que passam necessidade. É isso aí, quem ama a Deus e os santosé solidário com os que sofrem! Página 3 missionaria 54.pmd 5/6/2009, 22:01 1

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Vida MissionáriaVida MissionáriaUma Publicação Conjunta dos Missionários do Verbo Divino e das Missionárias Servas do Espírito Santo

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ANO XV - No. 54 - Junho - Julho - Agosto / 2009

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NOVOS PADRESAté o final de julho serão setenovos sacerdotes enviados em missão

Pág. 2

VOCAÇÕESComo se faz a animação vocacional nastrês congregações da Família Arnaldina

Pág. 4

PELO MUNDOCampanha Missionária Verbita deste anoé para ajudar a população do Zimbabwe

Pág. 5

MÚSICA E CULTURAAs letras das músicas expressam o queacontece com os jovens e com a cultura

Pag. 6

JUSTIÇA E PAZRomaria protesta contra construção depresídio no Vale do Ribeira (SP)

Pág. 7

MISSÃO NA TANZÂNIAPe. José Eudes partilha seu trabalhomissionário junto ao povo massai

Pág. 8

Nossa Senhora ocupa um lugarespecial no coração do povo

brasileiro. Nas horas difíceis somen-te uma mãe como Maria para nosproteger. Uma mãe da cor de nossagente, Nossa Senhora Aparecida é acompanheira de todas as horas.A religiosidade faz parte da vida decada dia.Está presente na música,nas rezas, nas procissões, nas cren-dices e nas festas religiosas. Àsvezes tudo anda misturado, pois a fée a vida não se separam... Mostram oquanto Deus é importante, e ossantos também!As festas juninas,com bandeirinhas coloridas e o somalegre das quadrilhas, tem cheiro depipoca e quentão. Procissões efestas do padroeiro... Isso está naraiz do povo que se agarra em Deus,pede força para o caminho e aindafaz quermesse para ajudar os quepassam necessidade. É isso aí, quemama a Deus e os santosé solidáriocom os que sofrem!Página 3

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Vida Missionária• Junho - Julho - Agosto / 2009 2

Editado pelosMissionários do Verbo Divino e pelasMissionárias Servas do Espírito Santo

EDITORIALEDITORIAL

Editora e Jorn. ResponsávelIr. Ana Elídia Neves, MTB 20.383Diagramação e ArteGráfica Unisind (11) 3806-0424Redação e RevisãoJosé Manoel Rodrigues - MTB 19.188Tiragem25.500 exemplaresImpressãoGráfica Unisind (11) 3806-0424

Pe. Djalma Antônio da Silva SVD-BRNPe. Joachim Andrade SVD – BRSPe. José Boeing SVD – RegiãoAmazônicaIr. Maria de Fátima Kapp - SSpS - BRSIr. Maria Inês de Aragão SSpS-BRNPe. Miguel McGuinness SVD - BRC

Província Verbita Brasil Norte:Pe Hélcio Nunes GrespanValda NazarenoProvíncia Verbita Brasil Sul:Pe. Edward FernandesPe. Alexandre NogueiraProvíncia Verbita Brasil Centro:Pe. Manh Le HongIr. Moacir José RudnickRegião Amazônica:Pe. Aparecido Luiz de SouzaPe. José MapangProvíncia SSpS Brasil Norte:Ir. Ana Elídia Caffer NevesProvíncia SSpS Brasil Sul:Ir. Eva Bueno

FAMÍLIA ARNALDINAFAMÍLIA ARNALDINA Espaço do Leitor

SVD ordena 7 novos padres

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Pe. Cristóvão ergue suas mãos ungidas em sinal de benção a todos que participaram de

sua ordenação sacerdotal na vila das Belezas (SP)

Neste primeiro semestre já foramordenados cinco sacerdotes e até

final de julho serão ordenados maisdois, num total de sete novos padresverbitas a serviço da missão no Bra-sil e no mundo.

Foram ordenados os padres Ander-son Luís de Souza, Ademar Lino deSouza, Cristóvão Gonçalves, CláudioAlberto Eichinger e Antônio da RochaMonteiro. Em breve será a vez de Wi-lliam Paiva que receberá a ordenaçãosacerdotal em Ibipeba, (BA) no dia 18de julho, e de Wagner Apolinário, dia25 de julho em Belo Horizonte (MG).

Pe. Cristóvão, um dos neo-sacer-dotes, é natural de Pirpirituba (PB), efoi ordenado dia 07 de março, na Viladas Belezas, em São Paulo (SP). Emdepoimento ao Vida Missionária eleconta um pouco de sua luta para rea-lizar sua vocação.

Aos 16 anos Cristóvão deixou suafamília e sua comunidade e partiu paraSão Paulo em busca de sobrevivên-cia. Em 1998 entrou para o propedêu-tico em Araraquara, dando início àsua formação. Passou por todas asetapas: a filosofia, o noviciado e a te-ologia. Fez experiência missionária dedois anos no Paraguai e depois retor-

nou para completar os estudos.No momento Pe. Cristóvão está

esperando o visto para ser enviado àColômbia. “Tudo tem sido muito gra-tificante para mim, pois conquistei um

lugar no mundo onde posso transfor-mar sonhos em realidade e fazer mi-nha parte na vida daqueles (as) queDeus por em meu caminho” - afirmacom entusiasmo.

CompromissoVocacional

Esta edição traz dois temas impor-tantes para a ação missionária do povode Deus nas comunidades: a religiosi-dade popular e a promoção vocacional.

O povo brasileiro possui uma fé mui-to viva e ao longo do tempo adaptou astradições religiosas vindas de Portugale de outros lugares à sua maneira pró-pria de festejar e expressar seu amor aDeus, aos santos e a Nossa Senhora.

Junho é particularmente rico no ca-lendário popular com as festas juninas.Nas comunidades sempre há quermes-se, quadrilha, e muitos comes e bebesem torno das festas de Santo Antônio,São João e São Pedro.

Acolher os festejos populares comoexpressão da alma do povo e aprofun-dá-los como oportunidades de vivenci-ar o mistério do amor de Deus e da sal-vação faz parte do nosso compromissomissionário e de diálogo com a cultura.

Mas, para animar a festa da vida,precisamos cuidar das vocações e,como agosto é o mês vocacional, trou-xemos algumas reportagens sobre a pro-moção vocacional na Família Arnaldina.

Trabalhar para que haja mais voca-ções religiosas, sacerdotais e missio-nárias faz parte do seguimento de Je-sus. Ele mesmo disse: “a messe é gran-de e os operários são poucos. Rogai,pois, ao Senhor da messe que envieoperários” (Mt 9,37-38; Lc 10, 2).

Rezar pelas vocações, divulgar o tra-balho dos e das missionárias e convi-dar os jovens para conhecer mais deperto as diversas possibilidades de res-ponder ao chamado de Jesus é parteintegrante de nossa missão cristã.

Que tenhamos o coração aberto paraperceber, acolher e apoiar todos aque-les e aquelas que sentem dentro de si ochamado a servir e contribuir para queeste mundo seja melhor.

“Trabalho com grupo de jovens, pas-toral social e com o sindicato dos traba-lhadores rurais. Recebo a algum tempo ojornal e ele tem me ajudado muito nomeu conhecimento religioso e missio-nário. Ele traz um conteúdo muito ricopara nos manter informados e as men-sagens são verdadeiras reflexões espi-rituais e solidárias com o povo sofrido.Para mim o jornal é uma luz que nosilumina e nos leva à partilha, ao amor ea harmonia. Nos ajuda a sermos frater-nos e nos mostra Deus como guia.”Edinaldo dos Santos Pinheiro (Tuca), 24anos. Oriximiná (PA).

“Que o Espírito Santo conduza sem-pre o trabalho de vocês e toque o cora-ção de todos os leitores para que o espí-rito missionário cresça e se fortaleça sem-pre mais através do Jornal Vida Missio-nária.” Ir. Maria Elizabeth – MissionáriasServas do Espírito Santo da AdoraçãoPerpétua , Ponta Grossa (PR).

“Quero parabenizar à Família Arnal-dina por este instrumento de divulgaçãoda Justiça e Paz que é o Jornal VidaMissionária. Neste período em que re-fletimos o tema da Campanha da Frater-nidade 2009 o Vida Missionária trouxepara dentro do nosso lar mais riquezaspara podermos aprofundar. Pelos exem-plos de trabalhos dos padres verbitas edas Irmãs SSpS no mundo inteiro, ve-mos que já estão cultivando o espíritode Paz e Justiça. Lendo o jornal possosentir que os missionários e missionári-as estão preparados, capacitados eprontos para semear boas sementes noimenso campo da Evangelização.” Ma-ria Yuriko Matsuoka, Indaiatuba (SP).

Conselho Editorial

Vida MissionáriaO Jornal da Família Arnaldina

Vida Missionária

[email protected]

Conselho Superior

Tempo de eleições

Giro pelas Províncias

SSpS

Juventude nas pegadas do VerboA comunidade verbita Brasil Centro está organizando uma romaria com os

jovens das paróquias da província e outras do Vale do Ribeira. O tema é: Juventu-de nas Pegadas do Verbo. A Romaria acontecerá no dia 04 de Outubro de 2009 nacidade de Iguape (SP) informações com Pe. Jaime Gato, tel.(11) 5181 9655 oupelo e-mail jaimemmsss@ yahoo.com.br .

Semana VocacionalA Paróquia São Sebastião em Barra Mansa (RJ) vai realizar uma Semana Vocacio-

nal e de Animação Missionária de 27 de julho a 02 de agosto para celebrar os 80 anos desua fundação. A programação prevê, entre diferentes tipos de atividades, de cinco a setecelebrações eucarísticas diárias distribuídas entre as 44 comunidades da paróquia.

Óbidos recebe novo bispoÓbidos (PA) com seus 181.308,49 Km 2 é uma das maiores prelazias do mun-

do e estava sem bispo há quatro anos. Depois da longa espera a população deÓbidos recebeu com muita alegria a Dom Bernardo Ballman, franciscano que tra-balhava no centro de São Paulo e que foi ordenado no dia 09 de maio, na Alema-nha. Sua posse aconteceu no dia 23 de maio.

As Missionárias Servas do Espírito Santo estão em discernimento para aeleição da nova equipe de coordenação que irá dirigir cada uma das duas pro-víncias no Brasil durante os próximos três anos. O processo de escolha é feitocom a participação de todas as irmãs e é um momento importante para a vidada congregação. Os resultados deverão sair até final de julho.

Encontro das EscolasAcontecerá em São Leopoldo (RS), de 13 a 17 de julho próximo, o III Encontro

das Escolas MSSpS com o tema “Educar é Vida... É criar Comunhão”. O encontroreunirá cerca de 150 pessoas entre irmãs e educadores leigos e leigas que traba-lham nas escolas ligadas às Servas do Espírito Santo em todo o Brasil.

Colégio de Canoas celebra JubileuO Colégio Espírito Santo de Canoas (RS) comemorou 50 anos de existência

com festa e celebração reunindo a comunidade educativa e as missionárias Ser-vas do Espírito Santo que participaram de sua história desde a fundação.

SVD

Aconteceu no dia 7 de junho no Colégio Espírito Santo, em São Paulo (SP),o evento Um dia pela Paz promovido pela Associação Palavra Viva e os estu-dantes de Relações Públicas da Universidade Metodista. O encontro que tra-tou sodre a temática das migrações apontou para a necessidade de políticaspúblicas e encerrou com um ato ecumênico e inter-religioso.

Estudantes promovem “Um Dia pela Paz”

Jornal Vida MissionáriaRua São Benedito, 2146

São Paulo - SP Cep 04735-004

[email protected]

Envie sua cartaou e-mail para:

Escreva para nós:

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RELIGIOSIDADE POPULARRELIGIOSIDADE POPULAR

Solidariedade marca festejos juninosComunidades se unem em favor dos mais pobres, ao comemorar os seus padroeiros.

Apesar da perda das raízes culturais na vida das grandes cidades os santos do mês de junho ainda estão muito presentes na vida dos brasileiros

São Pedro, são João, santo Antô-nio... O mês de junho entra no ca-

lendário de milhões de brasileiroscomo a estação das festas que mistu-ram religiosidade e diversidade cultural.

Nas comunidades, em pequenase grandes cidades, é a oportunidadede rezar juntos, de organizar nove-nas e envolver afetivamente as pes-soas, visitando famílias, enfeitandoruas, tornando o espaço público me-nos impessoal.

A solidariedade está entre os valo-res promovidos na celebração dos san-tos em junho. O apelo para que issoaconteça sensibiliza o povo, de modoespecial em relação aos necessitados.Este ano há uma preocupação maiorcom as vítimas de catástrofes natu-rais, como no Nordeste. A CNBB e aCáritas realizaram campanhas para so-correr as famílias atingidas pelas for-tes chuvas no Piauí e em Pernambu-co, entre outros estados da região.

As campanhas de arrecadação dealimentos, roupas e utensílios ganha-ram espaço nos festejos juninos, em

todo o País. O povo se sensibilizouem ajudar e a solidariedade é essen-cial ao fazer memória de mártirescomo João, Pedro e Tiago. É, no fun-do, uma maneira de imitar ou seguir oexemplo de compaixão e aliança comos marginalizados.

O tema da solidariedade é aprofun-

dado nesta época, por meio das san-tas missões populares, que se reves-tem das cores e sabores juninos, nãosó no Nordeste, mas no cotidiano dasfamílias ribeirinhas do Norte do Bra-sil. Grandes romarias e gestos de pro-funda caridade marcam a peregrinaçãode comunidades inteiras, em longas

jornadas por terra, rios e mares.O nordestino procura Juazeiro, em

honra de Padre Cícero, no Ceará; opovo da região amazônica convergepara a festa do Círio de Nazaré, emBelém; enquanto a Basílica da mãeAparecida, em São Paulo, é paradaobrigatória no centro-sul.

Tradição mudacom o inchaço dasgrandes cidades

Além das festas juninas é comum a comemoração dos santos padroeiros, a devoção à Nossa

Senhora e muitas outras formas de devoção popular.

Desde que populações inteiras co-meçaram a se deslocar em direção aoRio de Janeiro e São Paulo, nos anos50, observa-se o fenômeno de desen-raizamento, ou seja, perda da identida-de com a terra e os costumes do rincãonatal. Para os estudiosos das manifes-tações populares, o fato também tem aver com o inchaço das grandes cida-des e resultou no empobrecimento dacelebração das festas religiosas.

São João, são Pedro, santo Antô-nio não seriam mais comemoradoscomo antes, em municípios ou dis-tritos populosos.

Restaram então as quermesses,principal ponto de referência da memó-ria junina em muitas vilas e bairros. Atradição estaria reduzida às demonstra-ções de danças e da culinária, semabandonar totalmente a devoção aos

santos padroeiros.Os mais críticos acham que a fé

propagada por estas manifestaçõesnão adquire a devida profundidade.Quem participa delas teria perdido overdadeiro sentido de uma prática re-ligiosa em comunidade.

Mas há que se ressaltar o papeldestas quermesses para a sobrevi-vência de um sem número de paró-quias e para a manutenção de obrassociais. Festas como a de NossaSenhora Achiropita e São Vito, emSão Paulo, realizadas nos finais desemana, são suficientes para provero sustento de projetos o ano inteiro.

O desafio é como resgatar a pure-za e alegria dos festejos, com o ob-jetivo de promover os valores doEvangelho: unir as comunidades emtorno dos ideais de Jesus.

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Para refletir em grupo:�Que significados estas festas

alimentam entre os jovens e os adul-tos de sua comunidade? Que valo-res promovem?

�Você compartilha da preparação

de quermesses e outros eventos emseu bairro? Por quê?

�A sua comunidade vivencia a me-mória dos santos nos festejos popula-res? De que maneira?

A economia que giraem torno de São João

No Brasil, as festas juninas definiramum grande roteiro turístico, capaz de ati-var economicamente cidades como Re-cife e Caruaru, ambas em Pernambuco.A indústria da festa gera empregos etambém a corrida pelo lucro.

É talvez o lado menos positivo dosfestejos juninos. É preciso dinheiropara se adequar à “moda caipira”,comprar roupas, freqüentar os luga-res mais badalados...

Por outro lado, é também o mo-

mento em que milhares de migrantesrevêem a família, fazendo sacrifíciospara retornar à terra natal por um bommotivo: a saudade.

As rodoviárias de São Paulo e Riode Janeiro apresentam estatísticasque comprovam o esforço feito porestas pessoas: o mês de junho é oque mais registra partidas e chegadasdepois do período natalino, em dezem-bro. O fato segue inalterado há muitosanos, mesmo em períodos de crise.

A dança de quadrilha, as comidas típicas, as fogueiras de são João e as quermesses ajudam as

comunidades a se encontrarem e a manterem suas tradições.

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ANIMAÇÃO VOCACIONALANIMAÇÃO VOCACIONAL

Ajudando os jovens a descobrir a vocaçãoConheça o caminho que leva à formação para a vida religiosa nas três congregações arnaldinas

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A presença junto aos jovens e adolescentes é essencial para a Animação Vocacional pois é nessa

etapa da vida que se dá o despertar para a vocação

O Serviço de Animação Vocacionalvai muito além do trabalho de di-

vulgação do carisma missionário dascongregações arnaldinas. Há, em primei-ro lugar, o compromisso do diálogo jun-to às comunidades, no sentido de reve-lar a dimensão missionária perpassan-do as escolhas de vida, sejam elas nocampo religioso ou profissional.

Este cuidado especial, sobretudoem relação aos jovens, aponta para aimportância do trabalho desempenhadonas bases, por agentes da AnimaçãoMissionária e de Pastoral Vocacional.

Ir. Sirley Fátima Weber, animadoravocacional da província Brasil Sul,mostra o quanto é abrangente o es-pectro de atuação destes agentes:“Há uma ação continuada de visitasàs famílias e de preparação e execu-ção dos cursos vocacionais, inclusi-ve os que ocorrem à distância”. Ir.Sirley diz que são preparados 18 en-contros por correspondência.

“Os jovens recebem este material,

estudam, fazem avaliação e depois odevolvem. O animador responde e nes-te processo ajuda o jovem a clarear aopção pela vida religiosa ou por outrocaminho de realização pessoal”.

O Serviço de Animação Vocacionalé feito em conjunto entre as Servas doEspírito Santo e Verbo Divino. Uma dasatividades, de acordo com Ir. Sirley, é avisita às escolas, através das quais jáforam feitos 3.600 contatos com jovensdo ensino médio só neste ano.

O vídeo é um dos recursos utiliza-dos na abordagem dos estudantes, a fimde motivar a reflexão em sala de aula.“Algumas perguntas são freqüentes porparte dos jovens. Eles sentem curiosi-dade em relação ao modo de vida dereligiosos (as) e suas atividades”, afir-ma Ir. Sirley.

O trabalho tem continuidade tambémnas paróquias e comunidades - “procu-ramos realizar encontros nos finais desemana para apresentar a congregação,o fundador e a espiritualidade”.

Convento é aberto à visita de vocacionadas

O Convento Nossa Senhora do Cenáculo, em Ponta Grossa, é a

única comunidade da Adoração Perpétua existente no Brasil.

As Servas do Espírito Santo daAdoração Perpétua realizam continu-amente o trabalho de promoção vo-cacional, através de folders e da aber-tura para visitas de jovens ao conven-to em Ponta Grossa (PR).

Ir. Maria Elizabeth, quedirige este trabalho, diz quetambém é comum o interes-se de candidatas que ouvi-ram falar sobre a vida con-templativa e buscam maisinformações. “Estas pesso-as são encaminhadas porfamiliares ou amigos queconheceram nosso conven-to - leigos, religiosos, sa-cerdotes”.

I r. Mar ia El izabethacrescenta que atualmente há umacandidata, religiosa de outra congre-gação, que fará uma experiência dealguns meses, para depois discerniro ingresso definitivo.

Este é o contato para jovens que

quiserem mais informações: telefone:(42) 3229-1629; e-mail: cnsdocenacu-lo@ yahoo.com.br ou através de car-

ta ao endereço: Rua Nunes Machado,150 – Bairro Colônia Dona Luiza - CEP84045-410 - Ponta Grossa (PR).

� Os Missionários do Verbo Divino em São Paulo estarão realizandoencontros vocacionais de 19 a 21 de junho, em Suzano, de 18 a 20 de setem-bro no Seminário, e de 20 a 22 de novembro em Suzano. Os interessadosdeverão entrar em contato com Pe. Jaime Marcelo Gato pelo telefone (11)5181 6444 ou 5184 0747.� Em Minas Gerais, haverá encontro de 03 a 05 de julho e outro em

novembro na comunidade de Filosofia Dom Helder Câmara, em Contagem.Mais informações com o Pe. Arturo Calonia pelo telefone (31) 33971955.� Em São Paulo, a responsável pela Pastoral Vocacional das Missioná-

rias Servas do Espírito Santo é a Ir. Nelly Boonen. As jovens interessadaspoderão entrar em contato pelo telefone (11) 5821 2174.

Programação Vocacional SVD e SSpS

Retiro antecedetomada de decisão

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Na sequência dos encontros e doscursinhos por correspondência, o próxi-mo passo é o retiro de discernimento,acompanhado pela equipe de formação.

Nesse retiro, eles decidem se que-rem entrar na congregação ou se dese-jam continuar a refletir, antes de tomaruma decisão.

Falando pelas Servas do EspíritoSanto, Ir. Sirley (foto) diz que é um gran-

de desafio o trabalho de animadora,“porque a proposta da sociedade vaina direção contrária. Você apresentavalores que, aos olhos da sociedade,são contra-valores”.

Uma dificuldade, para ela, é a faltade apoio da família, que não quer e vêa opção da filha como uma perda. “Ou-tras vezes é a jovem que tem vergo-nha de se expressar no meio dos co-legas”, diz Ir. Sirley. “Precisamos sermais ousados e ter a coragem de fa-zer como Jesus, de formular o convi-te do vem e segue-me”.

O tema vocacional chega às esco-las verbitas junto com a formação hu-mana que perpassa o aprendizado ge-ral. O Pe. Alexandre Antônio Noguei-ra, SVD, afirma que o diálogo mais di-recionado para a vida religiosa sóacontece depois, através das visitasde jovens ao convento ou seminário.

“A maior alegria é se encontrar com ajuventude e sua cultura diversificada.Aliás, a diversidade vai muito além dacultura: ela abrange as diferentes lingua-gens, origens sociais e modos de ser epensar”, comenta. Para Pe. Alexandre, hánesta relação uma riqueza que valorizae motiva o jeito de ser Igreja no Brasil.

Jovens buscamvida contemplativa

Ir. Maria Eucharistica celebrou seus votos

perpétuos em maio após uma caminhada

vocacional de muita busca

A maneira como Elis Baumel co-nheceu a congregação das Missioná-rias Servas do Espírito Santo da Ado-ração Perpétua, no interior do Paraná,se repete na vida de muitas jovensque, inquietas quanto à própria voca-

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ção, procuram dar um passo arrojadona sondagem de si mesmas.

Elis, que hoje é a Ir. Maria Eucha-ristica, fez uma experiência de algu-mas semanas no convento das irmãs,quando tinha 18 anos. Gostou, masainda não se sentia madura para as-sumir a vida religiosa.

Ela voltou para a família, continuouos estudos - formando-se em Agrono-mia - e em seguida começou a lecio-nar em uma Escola Agrícola de PontaGrossa (PR). O fator determinante paraa opção que viria a fazer é que Elisnão deixou de lado a sua participaçãona Igreja. Permaneceu como membroativo, o que favoreceu a escuta do cha-mado vocacional.

Este chamado continuou repercutindo,atraindo-a para a vida contemplativa. Istoaconteceu, enfim, em 2001.

No último dia 17 de maio, ocorreua celebração dos votos perpétuos deIr. Maria Eucharistica, em Ponta Gros-sa. O papel das irmãs, no contextomissionário de sua congregação, épara ela o apoio à Igreja e aos sacer-dotes através das orações e sacrifí-cios do dia-a-dia.

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PELO MUNDO PELO MUNDO

ENCONTROS PANAMERICANOSENCONTROS PANAMERICANOS

Animação Bíblica aprofunda espiritualidadeA Palavra de Deus é fonte de inspiração para responder aos apelos de Deus na vida do povo pobre e excluído

A espiritualidade missionáriacentrada na escuta da

Palavra de Deus e na vida dopovo foi o tema inspirador do VIEncontro Panamericano de Ani-mação Bíblica que reuniu emCórdoba, na Argentina, repre-sentantes da Pastoral Bíblica doVerbo Divino e das Missionári-as Servas do Espírito Santo. Oencontro aconteceu no final deabril com participantes dos Es-tados Unidos, Bolívia, Equador,Colômbia, Nicarágua, Argentina,Chile, Paraguai e Brasil.

Para Ir. Maria Cristina Kru-pek, uma das participantes, oencontro proporcionou a parti-

lha e a troca de experiências a partir daespiritualidade bíblico-missionária fren-te aos novos desafios sócio-eclesiais econgregacionais. Além de rever os ob-jetivos e as metas “todos os participan-tes nos sentimos agradecidos, fortale-cidos e encorajados para seguirmos le-vando em frente o serviço de AnimaçãoBíblica em nossas Províncias/Regiões”,afirmou Ir. Cristina.

Questões emergentes como a novaconjuntura política do Continente e o mo-vimento indígena, os últimos CapítulosGerais, o Sínodo da Palavra de Deus ea Conferência de Aparecida trouxeramelementos inspiradores para novas me-todologias para o trabalho bíblico juntoaos excluídos/as.

O II Encontro Panam de Administradoras SSpS de 11 a 15 de maioem Buenos Aires, na Argentina. O objetivo foi reunir as irmãs dasdiversas províncias do Continente para partilhar suas experiências,aprofundar a espiritualidade da administradora, renovando-se paraas exigências da missão que passa pela gestão e pelos desafios daeconomia num mundo em crise.Animadores da Pastoral Bíblica em Córdoba buscaram entender os desafios dos novos contextos sócio-político e

eclesiais para animar a missão

Aconteceu:

Chegandoem Ghana

Ir Adriana Regina da Silva (foto), enviada para Gha-na em março, está dando seus primeiros passos nanova terra de missão, de onde escreve: “A dificuldadeda língua existe, porém a linguagem do amor todos/asentendem. As africanas são acolhedoras e simpáticas.Mas não posso negar que estou em outro mundo, po-rém, feliz!”

Para Ir. Adriana a África é um sonho antigo que teveinício quando era coordenadora do grupo de jovens,em sua cidade natal – Assis Chateaubriand (PR). Elaconta que grande parte dos integrantes eram negros.“Foram eles que me ensinaram quanta beleza, ener-gia, vibração e dinamismo tem esse povo”.

Formada em Direito e em assessoria para jovens,Ir. Adriana sempre se dedicou à Pastoral da Juventu-de, o que considera sua vocação pessoal, tanto quenos últimos três anos fez parte da equipe de coorde-nação estadual da PJ Paraná.

Durante a preparação para os votos Perpétuos es-colheu Ghana como seu país de missão. “Os desafiosme motivam a caminhar com ânimo e coragem”. Otrabalho em Ghana ainda não está definido. As Irmãsatuam em hospitais, pastorais e Educação, o que abrea possibilidade de Ir. Adriana continuar seu trabalhodesenvolvido no Brasil com o ensino religioso e com ajuventude.

De voltapara Angola

O Pe. Ademar Lino de Souza (foto), missionário doVerbo Divino e natural de Ponte Nova (MG), onde recen-temente foi ordenado sacerdote, está se preparando pararetornar a Angola, na África, onde realizou sua experiên-cia transcultural de 2005 a 2006.

Naquela ocasião desenvolveu diversos trabalhos nalinha da formação pastoral, bíblica e pedagógica, anima-ção missionária e vocacional, enfermagem e ainda aju-dou na administração da paróquia e da província.

Pe. Ademar ainda está tentando conseguir o visto enão quer arriscar dizer o que irá fazer quando retornar emAngola, mas afirma que estará aberto às necessidadesda Província e às exigências daquela localidade.

Consciente dos desafios que enfrenta seu país dedestino, Pe. Ademar lembra as conseqüências deixa-das por mais de 30 anos de guerra e o esforço queAngola está fazendo para se reconstruir. Sua popula-ção bastante jovem está em torno de 12.500.000 ha-bitantes vivendo “um verdadeiro abismo entre a clas-se rica e a classe pobre que se vê num estado demiséria alarmante”, explica ele.

Outro desafio que Pe. Ademar terá que enfrentar é aquantidade de línguas que, com suas variantes, chega acerca de 450. Por isso ele pede orações para poder “fazerda missão o Evangelho vivo de libertação onde de fatohaja a paz e que a mesma seja fruto da justiça”.

CampanhaMissionária

A Campanha Missionária Verbita deste ano será emfavor de um dos países mais pobres do mundo, o Zim-babwe. Localizado na África Austral, com uma popula-ção de 13 milhões de habitantes, o país enfrenta ocaos econômico e o conflito entre grupos rivais.

Um dos seus maiores problemas na área da saúdeé a Aids e a Cólera que chegam a dizimar aldeias intei-ras. A maior parte dos infectados pelo HIV morrementre os vinte e quarenta anos de idade. Em conseqü-ência disso há muitos órfãos e jovens com menos de15 anos assumindo a responsabilidade por toda a fa-mília. A situação do país piora a cada dia por falta deremédio e saneamento básico.

Estando próximo da África do Sul que goza de me-lhores condições de vida, o povo do Zimbabwe, espe-cialmente os jovens e as crianças, buscam fugir dapobreza e tentam emigrar para o país vizinho. Muitosmorrem nas cercas elétricas colocadas pela África doSul ao longo das fronteiras para combater a imigração.

Os missionários verbitas estão no Zimbabwe des-de 1987 procurando ser solidários com o sofrimentodaquele povo. Quem quiser fazer sua doação para aju-dar o povo do Zimbabwe poderá entrar em contato comqualquer uma das Províncias Verbitas (ver contatosna página 8).

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ESPIRITUALIDADE EM FOCOESPIRITUALIDADE EM FOCO

COMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃO

Música que fale de um novo tempoLetras contribuem para reflexão sobre comportamento e opções do jovem de hoje

A música faz parte da vida dos jovens e revela sua maneira de ser, seus sonhos e buscas

A percepção de que a indiferença e o individualismo contagiam, em gran-

de medida, o jovem de hoje, preocupa for-madores em diferentes níveis de atuação.

O Pe. Aparecido Luiz, da equipe deAnimação Missionária SVD da sub-zonaBrasil, enfatiza a necessidade de conhe-cer e entender os novos contextos sócio-culturais em que os jovens se espelham enos quais constroem a sua identidade..

A produção musical sinaliza para umdestes contextos. Durante encontro asses-sorado pelo prof. Mario Antônio Betiato, daPUC-PR, realizado em Toledo, em 2006, oniilismo juvenil retratado nas músicas eresultado do fim das utopias soou comoum alerta para Pe. Aparecido.

“Vi o quanto é urgente questionar osrumos que estamos dando ao nosso tra-balho na animação missionária”, disseele. “A indiferença que se canta em su-cessos cada vez mais efêmeros, comoo da cantora Luka (alguém se lembradela?) – ‘Tô nem aí, tô nem aí...’ – su-blinha este comportamento que nemsempre ganha a nossa atenção”.

Ficar alheio, sem uma causa porque

lutar, é um fenômeno típico do iníciodo século XXI. Pe. Aparecido diz queisso explica, em parte, porque algu-mas letras como as do compositorBelchior (‘Ainda somos os mesmos evivemos como nossos pais’) deixaramde fazer a cabeça da juventude.

Cresceu, ao mesmo tempo, o feti-chismo identificado com a violênciadas gangues, com o lema do “deixara vida me levar”.

Afinal, o que temos a oferecer às no-vas gerações? Qual é a boa nova?

“Os grupos de jovens de nossas paró-

quias (aqueles que lotam as nossas Igre-jas nos grupos de oração) dizem que éJesus Cristo. Até aí tudo bem. O problemaé que é um Jesus Cristo mágico, vago.Canta-se muito sobre Jesus como uma‘chave’, um tal segredo: ‘deixa Jesus teabençoar, deixa Jesus te controlar...’ ou:‘ainda que vier noites traiçoeiras, Cristoestará contigo, o mundo pode até fazer vocêchorar, mas Deus te quer sorrindo’. Quemquiser fazer sucesso entre os jovens é sóembarcar nesta espiritualidade. Mas cer-tamente vai arrancar aquela página doEvangelho em que o jovem triste desistede seguir Jesus depois de Ele colocar assuas condições para o seguimento”.

Tomar consciencia da realidade já éum bom começo. Fazer a diferença já éuma atitude. É aí que o nosso papel demissionários animadores se torna impor-tante, como destaca Pe. Aparecido: “Aoinvés de projetos para acelerar a puni-ção é melhor conscientizar para a pre-venção e enfrentamento deste fracas-so das utopias. É preciso nos perguntarse estamos seguindo em direção aEmaús ou voltando para Jerusalém.”

Viver da Palavra para anunciar a Palavra Viva JesusPe. Paulo Bubniak e Ir. Ágada Brand falam da experiência de vida e partilha da Palavra de Deus em Curitiba. Ogrupo de verbitas e Servas do Espírito Santo (foto) existe há mais de 14 anos e se reúne mensalmente.

Essa convivência com a nossa fa-mília Arnaldina nos enriquece, anima namissão e robustece a nossa vida espiri-

tual. Nesse diálogo novos caminhos enovas luzes se abrem para prosseguir-mos em nossa caminhada, vivendo mais

profundamente a palavra de Deus. E vi-vendo a palavra de Deus é que podere-mos transmiti-la aos demais.

Os Missionários do Verbo Divino eas Missionárias Servas do Espírito San-to receberam de seu santo Fundador,Arnaldo Janssen, a herança de um gran-de amor à Palavra de Deus. O Fundadorbuscava nesta Palavra a luz para o seucaminho e a força transformadora que oconduzisse e sustentasse na busca evivência fiel e perseverante da vontadede Deus, apesar dos inumeráveis desa-fios e contratempos que isto constante-mente lhe trazia.

Hoje, nós, que levamos em frente asua mesma Missão, necessitamos ali-mentar-nos desta mesma Palavra, dei-xando-nos guiar e impregnar por ela emmeio aos muitos desafios que a vidamissionária nos traz. Por isso, além debuscar sustento nessa Palavra pela me-

ditação e contemplação individual diáriae, pela partilha em comunidade, um gru-po de Verbitas e Servas do Espírito San-to da Região de Curitiba e São José dosPinhais, nos reunimos cada mês parajuntos estudarmos e partilharmos estaPalavra, - agora precisamente o Evan-gelho de São Marcos.

Para mim pessoalmente, estes encon-tros tem sido uma rica experiência deaprofundamento e partilha, abrindo pis-tas e novos horizontes para melhor com-preender e conhecer este Jesus – Pala-vra Viva do Pai. Somente assim, na me-dida em que Ele se encarnar em nossasvidas, poderemos segui-lo mais autenti-camente e ser suas testemunhas, anun-ciando-O a todos como fonte de verda-deira Vida e Felicidade. “E o Verbo se fezcarne e habitou entre nós” (Jo 1,14).

Irmã Agada Brand, SSpS ePe. Paulo Bubniak, SVD

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BÍBLIA E VIDABÍBLIA E VIDA

Vocação na BíbliaFalar da vocação na Bíblia exige uma

análise acurada da vida das pessoas quefizeram história em Israel. Falar de voca-ção é falar da experiência de Deus queeles e elas fizeram. Cada um, a seu modo,soube experimentar Deus e seus mistéri-os. Viver a vocação é passar a vida intei-ra procurando explicar o inexplicável.

A vida é igual para a grande maioriados mortais: nascemos, crescemos, rea-lizamos ou não em uma profissão, gera-mos ou não filhos, e morremos. A dife-rença, no entanto, para muitos, residena experiência de fé em Deus, o Sa-grado, o Eterno, Alá. Vários nomes, masum único Mistério. Judeus, cristãos,mulçumanos, hinduístas, indígenas,etc., procuram demonstrar a presençade Deus e seu mistério.

Para nós, cristãos, Jesus Cristo, se-gundo nossa fé, Deus encarnado no meiode nós, faz o diferencial. Mas Jesus temsua origem no judaísmo. Ele foi judeu. Fi-lho de mãe judia, o seu nascimento é en-volto em um polêmico mistério de fé.

Compreender a nossa vocação signifi-ca mergulhar na vida de Jesus, no judaís-mo e na Bíblia. Como a Bíblia registrou ochamado de Deus a pessoas e comunida-des? Como as pessoas, comunidades einstituições responderam a este chama-do? Como Jesus anunciou a sua vocação?

Os escritores (as) da Bíblia não medi-ram esforços para registrar o modo comoDeus chamou algumas pessoas a seremsuas testemunhas. E todos procuram res-ponder ao chamado. Os judeus tinham aconsciência que o chamado era levar ao

mundo, a partir de suacondição de povo es-colhido, a proposta dasantificação. Já os ju-deus que se fizeramcristãos vivenciarama vocação como pro-jeto de salvação. Je-sus mesmo já haviadito “O Espírito doSenhor está sobre mim, porque ele meungiu para evangelizar os pobres” (Lc 4,18).

O Segundo Testamento entende avocação à santidade e consagração aDeus em relação ao Espírito Santo eJesus. A comunidade de Lucas (1,35)afirma: Jesus, concebido do EspíritoSanto é “santo e filho do Altíssimo”. Afé das comunidades paulinas logo

compreenderam que todos os cristãos,no Espírito Santo, são santificados.Por ele participamos todos da morte eressurreição de Jesus (Rm 1,4). A vo-cação do cristão à Santidade exige vi-ver segundo o Espírito de Deus e tes-temunhar Jesus à comunidade eclesi-al (1Pd 1,14: 2,5).

Fr. Jacir de Freitas Faria ofm

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JUSTIÇA E PAZJUSTIÇA E PAZ

Tá chegando Santo Antonioe eu vou me animar.Vou pedir novamente ao Santopara me ajudar a casar.Ele que é o Santo Padroeirodos que vivem a buscar.Um amor, que seja verdadeiroe que possa se perpetuar...No dia 24, do meu querido São Joãovou pedir a esse santinhouma benção pro meu coração.Pulo até fogueirapra receber sua benção.E no dia de São Pedrotambém não vou me esquecer.Espero que ele possameus desejos atender.

Para quê ter mais um presídio?População de Registro quer ser consultada antes de o governo construir uma nova penitenciária

Romeiros do Vale do Ribeira protestam contra construção de presídio na região.

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Movimentos e pastorais sociais da di-ocese de Registro (SP) se organiza-

ram em maio, para protestar contra a cons-trução de um presídio de segurança máxi-ma, previsto para ser implantado no muni-cípio. A manifestação ocorreu junto com aRomaria do Trabalhador, realizada dia 2, etambém contou com apoio da prefeitura.

Cerca de 200 pessoas participa-ram da caminhada pela BR-116, emtrajeto que terminou no local onde sepretende construir o presídio.

Até a chegada, os romeiros entoaramcantos e rezaram pelo fim da violência,por medidas governamentais que promo-vam a educação e a reinserção social, aoinvés da segregação das pessoas.

Ir. Ivo dos Santos Fiúza, um dosarticuladores da romaria, explica quealém da discordância quanto ao méto-do de coibir a violência, as pastoraise movimentos gostariam que a popu-lação fosse consultada antes de umadecisão tão importante como essa.

“Seria democrático”, afirma Ir. Ivo. “Odebate sempre é mais indicado, uma vezque esclarece e aproxima do povo as esfe-ras de decisão. Infelizmente, não foi o queaconteceu”, pondera o missionário SVD.

Segundo ele, a reação dos cida-dãos é ao mesmo tempo de increduli-dade porque o anúncio da obra veiojunto com promessas de desenvolvi-mento para a região, mais verba e ge-ração de empregos.

Com o grito de “Queremos educaçãoe não prisão”, os participantes do ato pú-blico reivindicaram outras prioridades parao Vale do Ribeira, como a implantação defaculdades, cursos técnicos e investimen-tos em saúde e moradia.

O ato contribuiu para concretizar o lemada Campanha da Fraternidade, que esteano foi “A Paz é Fruto da Justiça”. Ao finalda manifestação, todos participaram deuma celebração ecumênica que culminouna partilha do pão entre as mais de 200pessoas presentes ao local.

POEMAS E CONTOSPOEMAS E CONTOS

É tempo de Festa Junina...

A dança da quadrilha envolve grandes e pequenos em torno dos festejos dos santos juninos

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Festas Juninas são por mimmuito esperadas.Fico numa grande animação.Danço quadrilha, como pipoca,não deixo de beber o meu quentão.Paçoca, pamonha e vinho quente,adoro essa nossa tradição.Ao som de uma velha sanfonaacalento o meu coração.Fico aqui a esperarcomendo um pouco de amendoim.Espero que esse anoo meu bem lembre de mim...E quando as festas juninas chegaremirei até o amanhancer...Vou pular até fogueirapara o meu amor me querer.

(Giovânia Correia)

Tempo de dançar quadrilha e acender a fogueira...

Colégio Arnaldorepresenta Brasil emCampeonato na Turquia

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A equipe vitoriosa representada pelo Emerson, Raul, Durval e Aloisio recebe

premiação em Stambul

O Colégio Arnaldo, fundadopelos missionários do Verbo Di-vino em 1912, na cidade de BeloHorizonte (MG) saiu vitorioso nocampo dos esportes em 2009.

A escola, por três vezes cam-peã de basquetebol no estado deMinas Gerais e bicampeã brasi-leira foi a representante do Brasilno Campeonato Mundial de Bas-quete Escolar dos dias 3 a 11 demaio em Istambul, na Turquia.

A delegação, composta docoordenador de esportes do Co-légio José Aloísio Dias, irmãodo Pe. Arlindo Dias, atual con-selheiro geral SVD, do técnicoEmerson Rodrigues e 12 joga-dores, conquistou o 8º lugar nomundial das escolas. O timeverbita venceu a China, Eslová-quia, Estônia, Servia, Israel e a

Dinamarca. Além disso conquis-tou três destaques: melhor re-bote do mundo, melhor jogadorde todo o campeonato e o me-lhor jogador do mundo, com omaior número de cestas.

Dois dos melhores jogado-res, Raul Togni Neto e DurvalPrado Cunha, assim que pisa-ram em território brasileiro foramconvocados a fazer parte da se-leção brasileira de basquete.

ESPORTEESPORTE

Cresce a presençaleiga na FamíliaArnaldina

Eles vêm de diferentesáreas profissionais e com-partilham o ideal de evange-lizar, a partir da inserção emsuas comunidades. Formamem São Paulo o primeiro gru-po de Missionários Leigos doDeus Uno e Trino, ramo daFamília Arnaldina que jáexiste nos Estados do Rio deJaneiro, Minas Gerais, To-cantins, Paraná, Santa Cata-rina e Rio Grande do Sul.São 11 grupos ao todo como acompanhamento das Mis-sionária Servas do EspíritoSanto.

Ainda sem ter completa-do um ano de atuação, o gru-po da capital paulista partedo testemunho e da troca deexperiências para crescer na

espiritualidade missionária.Textos de apoio à formaçãocirculam pelo grupo, mas aênfase está na busca de umafé encarnada no dia-a-dia emfamília e no ambiente de tra-balho.

Para isso acontecem,mensalmente, encontrospresenciais. Os participan-tes se sentem impulsionadosa transformar em serviço adiversidade de dons, aco-lhendo as palavras de sãoPaulo (1Cor 12, 4-12). Jorna-lista, advogado, psicóloga,líder comunitário, assistentesocial, todos querem experi-mentar o que Arnaldo Jans-sen definiu como a maior pro-va de amor ao próximo: “oanúncio do Evangelho”.

MISSIONÁRIOS LEIGOSMISSIONÁRIOS LEIGOS

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TESTEMUNHO MISSIONARIOTESTEMUNHO MISSIONÁRIO

Animação Vocacional

Missionárias Servasdo Espírito Santo

De Soweto para as periferias do mundoA experiência da favela no Quênia, vivida por um missionário verbita, anima outras comunidades que enfrentam a pobreza

Soweto, o bairro que ficou conhecido mundialmente, por causa da resistência à

segregação racial na África do Sul, batizouinúmeros outros lugares pelo mundo – fa-velas, morros, periferias... Quase semprecenários de exclusão. Nairobi, a capital doQuênia, não fugiu à regra.

Foi lá que o Pe. José Eudes Ribeiro dosSantos, 33 anos, missionário do Verbo Divi-no, iniciou uma história que já conta seisanos de convivência com os mais pobres.

Ele morou na favela de Soweto porquase dois anos, até 2005. Nesse período,o foco principal do seu trabalho foi com ajuventude e o apoio aos portadores do ví-rus HIV. O missionário desenvolveu umprograma de terapia ocupacional que tam-bém tinha a preocupação de gerar rendaaos pacientes.

“Não havia políticas públicas relacionan-do tratamento e inclusão social”, comenta.“O trabalho acontecia sem o reconhecimen-to do governo. Mas ainda que funcionandoà base de um sistema rudimentar de produ-ção de velas e bijuterias, tivemos bons re-sultados”, afirma Pe. Eudes.

Em dezembro de 2005, ele voltou aoBrasil para concluir os estudos de Teologiano ITESP. A experiência vivida no Quêniaserviu de tema para o seu TCC. “Escrevisobre antropologia africana, a ancestrali-dade de Jesus no contexto religioso depovos africanos”.

O tema, segundo ele, apontou pistaspara o diálogo entre diferentes culturas etradições religiosas. A grande referênciapara o trabalho de Eudes foi o povo mas-sai, de forte incidência nômade, origináriodo extremo norte do continente e que atra-vés de correntes migratórias se estabele-ceu entre o Quênia e a Tanzânia.

Estudar os massai é recomendável emse tratando de missão na África. E Pe.Eudes explica porque: “É uma tribo que semantém intocada. Como não mudou oscostumes nem a língua, requer um esfor-ço maior de inculturação”.

Em 2007, quase pronto para voltar, Pe.Eudes terminou a formação em Teologia eno ano seguinte (abril de 2008) se ordenouna cidade de Santa Lúcia (SP), onde nas-ceu. Antes de terminar aquele ano, a Áfri-ca voltou ao seu horizonte de vida – destavez trabalhando na Tanzânia, país vizinhodo Quênia, onde os verbitas atuam nasáreas da educação, saúde e pastoral soci-al. “Temos escolas, um pequeno hospital ealguns projetos de agricultura comunitária.O grande problema é a falta de água potá-vel”, detecta Pe. Eudes.

“Acompanhei o esforço do povo local ede nossos missionários para aprovar aconstrução de um poço artesiano”.

Na Tanzânia com os massaiOs massai entraram novamente no ca-

minho de Pe. Eudes, no período em queseu retorno coincidiu com uma grandeescassez de recursos. “É doloroso vercomo as crianças são atingidas, semescola, castigadas por doenças”. A di-mensão da carência fez os verbitas sealiarem ao plano de agricultura que en-sinou os massai a plantar e resultou naaquisição de um trator, que hoje os aju-da a arar a terra e obter alimento.

A missão SVD está instalada no povoa-do Emboreti, no Parque Nacional de Siman-jiro, reserva florestal e de vida animal. A cida-de mais próxima fica a 100 km, separadapor uma estrada de terra no meio da mata.Se chove, o percurso fica intransitável.

Pe. Eudes mora em uma vila com cer-ca de 2 mil habitantes. É vigário auxiliar.Coopera com o pároco no campo pastorale na administração do hospital com apenas30 leitos e uma equipe reduzida – dois en-fermeiros, dois agentes de saúde, dois as-sistentes de enfermagem e três faxineiros.

Às vezes, Pe. Eudes deixa a funçãode administrador e assume a de enfermei-ro, nas situações mais inesperadas devi-

do à falta de funcionários – de partos àcoleta de sangue e realização de examesde laboratório.

“Também preciso plantar para ter o quecomer. Isso faz parte da nossa opção devida ao estar junto com aquele povo”.

Pe. Eudes falou da experiência de vidano Quênia e Tanzânia durante recente vin-da ao Brasil, em razão do agravamento dasaúde de seu pai, que veio a falecer.

Deus nos envia aos pobres e não evangelizadoscomo testemunhas da vida e da esperança. Venhavocê também ser uma missionária sem fronteiras.

Província Norte:Rua: São Benedito, 2146, CEP 04735-004Santo Amaro, São Paulo, SPTel. (0xx11) 56877229 - Site: www.ssps.org.brE.mail: [email protected]íncia Sul:Rua: Arnaldo Janssen, 320 – Caixa Postal 411CEP 84001-970 Ponta Grossa, PRTel. (0xx42) 3226-4091 – Site: www.mssps.org.brE.mail: [email protected]

Pe. José Eudes de passagem pelo Brasil prepara-se para retornar ao povoado na Tanzânia onde

trabalha com o povo massai

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Servas do Espírito Santoda Adoração Perpétua

“O Senhor, que é Amor, nos chamou para avida contemplativa missionária. Com nossas

humildes orações e sacrifícios, apoiamos a obramissionária da Igreja e os sacerdotes. As

necessidades da humanidade fazem eco emnossos corações e em nossas preces pedimos as

bênçãos e graças divinas para o mundo”(Ir. Maria Eucharística).

Convento N. Sra. Do CenáculoRua Nunes Machado, 150Cx. Postal 405 - CEP 84001-970Ponta Grossa, PR Tel. (0xx42) 3229-1629

Missionários doVerbo Divino

Deus está sempre chamando!Venha ser um missionário do Verbo Divino,

padre ou irmão... O povo de Deus espera porvocê! Entre em contato conosco:

Província Norte: Rua Halfeld, 1179 - Cep. 36016-000Caixa Postal - 668 - Cep 36001-970Juiz de Fora, MGTel.: (0xx32) 3212-8864 e 3229-9820 - Ramal 140E.mail: [email protected]íncia Centro: Rua: Verbo Divino, 993CEP 04719-001 - São Paulo, SPTel. (0xx11) 5181-6444E.mail: [email protected]íncia Sul: Rua Prof. Brandão, 155CEP 80040-010 - Curitiba, PRTel. (0xx41) 3023-2893E.mail: [email protected]ão Amazônica: Caixa Postal 299CEP 68100-970 - Santarém, PATel. (0xx93) 3523-2059E.mail: [email protected]

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