Vida Universitaria | Ed 223

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edição 223 • junho | julho 2013

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Transcript of Vida Universitaria | Ed 223

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Próxima parada:

Bogotá

Marina ao encontro

da juventude

índice

Minhas férias

diferentes

entrevista pesquisa

vem aíperguntepara puc

qualidadede vida

diáriode bordodropsregistro

espiritualidade

8

6 36

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30 32

estação Puc mundo melhor

A construção da Casa Estrela fascina todos. Feita no formato de um pentágono, ela tem magia, encantos e muita história para contar.

Você sabia que seu tem-peramento influencia o modo como realiza suas atividades diariamente? Descubra qual é o seu e como você pode desenvol-ver seus pontos positivos e negativos para melhor desempenho no mercado de trabalho.

Ter ideias criativas não é dom de poucos ilumi-nados. Para se ter boas ideias é preciso resgatar a imaginação e eliminar os medos que a vida impõe. Mas, afinal, de onde vem o tal insight? Descubra aqui e inove!

É por meio do TCC que você pode ser tonar um pes-quisador ainda na univer-sidade. Saiba como essa oportunidade é importante para quem tem vontade de seguir nessa área e de que forma graduandos já têm contribuído para um mun-do mais sustentável.

Estudantes e professores atentos a eventos, pales-tras e grandes atividades têm espaço reservado para uma agenda bem selecionada sobre a esfera acadêmica.

dna

rePortagens VeJa +

enquanto isso falando sério

42

A participação dos pro-fessores da PUCPR em eventos, lançamentos e congressos é desta-que na Vida Univer-sitária, com direito a muitas fotos.

Este espaço é do aluno. Fotos e registros dos acadêmicos que par-ticipam de eventos, premiações e diversas oportunidades dentro e fora da Universidade.

40Dúvidas são fundamen-tais para gerar conheci-mento. Aquilo que você não sabe pode ser a pergunta de mais univer-sitários. Saia da dúvida e descubra a resposta.

Cetas aponta o

caminho

48 [vigorosas]

horas de ar puro

sintoniacultural

mercado de trabalho na prática

vidadocente

reportagem reportagem

As sobras de materiais descartáveis usados em construções podem ter fim útil. Elas se transformam em móveis e criam a onda sustentável dentro de casa, sem deixar de lado o conforto e a qualidade.

Curitiba se prepara há me-ses para a Copa do Mundo de 2014. Mesmo assim, a mobilidade urbana pode estar em xeque com tantas pessoas circulando. Obras e trânsito: confira o que a cidade está fa-zendo para enfrentar o problema.

20

da puc

Vivendo a profissão

Saiba que

caminho percorrer para pôr

uma ideia em prática e

fazê-la decolar.

19

Vai fazer intercâmbio e quer economizar? Um especialista dá dicas sobre como poupar de forma proveitosa.

mundoafora

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Já estamos a menos de um mês da Jornada Mundial da Juventude 2013 e, considerando a participação dos jovens em eventos anteriores, aumenta nossa expectativa para o encontro que acontecerá no Rio de Janeiro. Um evento antecessor, de grande sucesso, foi a II Jornada Pro-vincial Marista das Juventudes, que reuniu mais de mil participantes, entre alunos da PUCPR e do Ensino Médio e Fundamental, em Curiti-ba. Eles representaram 20 cidades, de cinco estados brasileiros, mais o Distrito Federal. Como uma preparação para a JMJ, o público presente evidenciou a troca de experiências sobre ações de solidariedade e ini-ciativas de transformação.

A II Jornada Provincial Marista das Juventudes contou com a parti-cipação da ex-senadora Marina Silva, que falou sobre aspectos políti-cos relativos à juventude e ao meio ambiente. Para esta edição da vida universitária, Marina concedeu uma entrevista exclusiva sobre esses e outros temas pertinentes ao cenário atual.

O momento que o Brasil vive é propício para a inovação nos ne-gócios. Nunca ouvimos falar tanto sobre os desafi os de empreender. E como sabemos a importância de enfrentar desafi os, esta publicação traz, na matéria de capa, alguns questionamentos sobre as maneiras de transformar uma ideia em um bom projeto.

Outro assunto em alta é a Copa do Mundo de 2014. Assim, a repor-tagem especial quer saber como está a mobilidade urbana de Curitiba. O que vem sendo feito para receber turistas e profi ssionais do mundo inteiro? Afi nal, o planeta estará com as atenções voltadas para o Brasil, e deixar boas marcas em um evento tão importante é tarefa de cada um de nós. Para comprovar que projetos acadêmicos visam a colaborar para um mundo melhor, a PUCPR, preocupada com o reaproveitamen-to e a sustentabilidade, apresenta três trabalhos de conclusão de curso como exemplo.

Por fi m, esta edição da vida universitária trata de assuntos relevan-tes, agregando solidariedade ao protagonismo da juventude. Que as pá-ginas da publicação cheguem aos grupos docente e discente com entu-siasmo e amor.

A preparaçãojuventudeda GrÃo-CHanCELEr

Dom Moacyr José Vitti

Vida uniVersitÁria é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/85 - Curitiba, Paraná

ConsELHo EdItorIaL – pUCpr

reitor Clemente Ivo Juliatto

Vice-reitor Paulo Otávio Mussi Augusto

Pró-reitor acadÊmico Eduardo Damião da Silva

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Waldemiro Gremski

Pró-reitor comunitÁrio Másimo Della Justina

Pró-reitor administratiVo e de desenVolVimento José Luiz Casela

diretora de relacionamentoSilvana Hastreiter

rEdaçÃo

Jornalista resPonsÁVel Rulian Maftum - DRT 4646

suPerVisão Maria Fernanda Rocha

teXtos Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski e Elizangela Jubanski

edição de arte Julyana Werneck

fotografia Renata Duda

ilustração Manuela Ribas

proJEto GráFICo E LoGotIpo

Estúdio Sem Dublê | semduble.com

rEVIsÃo tExtUaL

Editora Champagnat

propaGanda

Lumen ComunicaçãoRua Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho – Curitiba – ParanáceP: 82.120-000www.grupolumen.com.br

Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700

ImprEssÃo

grÁfica: Fotolaser Gráfi ca e Editora

tiragem: 15.000 exemplares

Contato

Rua Imaculada Conceição, 1155 - 2º andarPrado Velho – Curitiba – ParanáCaixa Postal 17.315 - CEP: 83.215-901Fone: (41) 3271-1515www.pucpr.br

[email protected]

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

Boa leitura a todos!

Clemente ivo JuliattoReitor

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editorial

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����nun�io�re�i�ta��������������n��ri� � e���am�an�a

quinta-feira, 16 de maio de 2013 16:32:43

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A ex-senadora Marina Silva esteve em Curitiba, no Colégio Marista Santa Maria, para a II Jornada Provincial das Juventudes, evento que reuniu mais de mil jovens Maristas, vindos de várias regiões do Brasil. Lá, Marina falou sobre a atuação política das juventudes e meio ambiente – temas também abordados nesta entrevista exclusiva à Vida Universitária

Marina ao encontro da juventude

O jovem tem se mostrado mais adepto de movimentos políticos. As redes sociais têm desempenhado papel importante nessa formação de novos eleitores e, sobretudo, cidadãos. Qual sua perspectiva sobre o engajamento dos jovens na política?

Penso que a internet abriu novas pos-sibilidades de expressão e participação para as “juventudes” (gosto deste plural, que destaca a grande diversidade social e cultural dos jovens). Tenho visto exem-plos difíceis de imaginar até bem pouco tempo atrás. Por exemplo, a ação política dos milhares de jovens índios, de diversas etnias, presentes hoje nas aldeias e nas cidades do Brasil. Há muitas formas de ativismo, na defesa de direitos específi-cos ou de causas gerais. E se desenvolve um novo tipo de ativismo, que chamo de

“ativismo autoral”, pois não é mais dirigido por uma estrutura como partido ou sindi-cato; cada um se envolve pessoalmente com as causas que escolhe e é autor de sua mili-tância. Os jovens sentem, de maneira muito forte, a emergência que a humanidade está vivendo. Sabem que é seu futuro que está sendo decidido, sabem que as decisões polí-ticas de hoje vão ter resultado mais adiante. Tenho muita fé na fé dos jovens. Quero per-manecer ao lado deles, ajudando a alimentar suas utopias, do mesmo modo como encon-trei apoio para as minhas.

por Elizangela Jubanski

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entrevista

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Nas últimas eleições presidenciais, a senhora teve quase 20 milhões de votos, o que correspondeu a 19,33% dos votos válidos. Esse número expressivo pode se tornar reflexo para uma possível candidatura presidencial em 2014?

Sim, foi uma grande parcela da população que se expressou sob a bandeira da susten-tabilidade, de uma nova maneira de fazer política e de uma renovação ética. Essas pessoas vão querer participar novamente na escolha do presidente da República. Nós estamos construindo uma alternativa ao quadro político-partidário, formando a Rede Sustentabilidade. Quem será o candidato ou candidata, isso é algo para

decidirmos depois. Queremos que seja um debate público, transparente, e que seja um debate programático, não pragmático. Não vamos ter uma candidatura baseada em números, pesquisas, cálculo de proba-bilidades. Não se trata de uma disputa de poder pelo poder. Nosso movimento é para defender um programa para a sociedade brasileira, uma atitude de enfrentamento da crise que ameaça toda a civilização.

Enquanto ministra do Meio Ambiente, no Governo Lula, enfrentou conflitos com outros políticos do alto escalão. Os interesses econômicos do Brasil contrapõem-se à finalidade da preservação ambiental?

Os legítimos e verdadeiros interesses do Brasil são, ao mesmo tempo, econô-micos, sociais e ambientais. No modelo de desenvolvimento sustentável que propomos, não existe contradição entre esses aspectos. A contradição vem dos interesses de alguns setores, que perse-

guem o lucro rápido e sem responsabili-dade social, que insistem em considerar o patrimônio natural como um impedimen-to ou limite, em vez de ver que é nossa principal riqueza, nosso passaporte para o futuro.

Recentemente o Brasil foi palco de um encontro sobre desenvolvimento sustentável – a Rio+20. Essa transição para um país ‘economicamente verde’ pode implicar mudanças de padrões de produção e consumo. Efetivamente, o que o país tem feito quanto a isso?

O Brasil criou uma legislação moderna, melhorou sua estrutura institucional e executou programas de ação que redu-ziram os prejuízos ambientais e o deficit social. Isso não foi feito apenas pelos governos, mas pelo conjunto das institui-ções e, principalmente, por milhares de comunidades e organizações da socieda-de, indivíduos e grupos, empresas e asso-ciações. A redução do desmatamento e as melhorias sociais dos últimos anos estão inseridas nesse movimento evolutivo da sociedade brasileira. Nosso grande pro-

blema é que essas conquistas estão agora ameaçadas pelo retrocesso na política. Desmonte da legislação ambiental, impu-nidade e anistia para os crimes, obras sem cuidados socioambientais, tudo está sendo feito às pressas e sem consultas à popu-lação, muitas vezes atropelando a demo-cracia e os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. A Rio+20 mostrou isso: a participação consciente da socieda-de e a falta de empenho dos governantes na busca de soluções sustentáveis para os problemas mundiais.

Para se criar um novo partido, enfrenta-se uma série de burocracias, como a coleta e a validação de assinaturas. Sem contar a pressão política dos partidos já existentes. Como este projeto vem sendo feito para driblar esses obstáculos e concluir um novo partido no Brasil?

Resistindo nos ambientes institucio-nais, como na luta contra as mudan-ças casuísticas na lei dos partidos, e avançando na mobilização social para compartilhar o ideário da Rede e coletar as assinaturas. Somos independentes em relação às estruturas políticas tra-dicionais, dependemos exclusivamente da vontade das pessoas, do idealismo, da iniciativa voluntária. Estamos conse-guindo avançar com criatividade e com

democracia, decidimos tudo na base do consenso; não há chefes nem estruturas hierárquicas autoritárias, não nos dei-xamos levar por oportunismos. A nova militância, as juventudes, tem espaço para participação e desenvolvimento. Estamos nas ruas, nas praças, nas escolas, nas igrejas, nos movimentos sociais. A gente se apoia na frase de Victor Hugo: “Nada é tão forte quanto uma ideia cujo tempo chegou”.

O cenário político se vê em meio a protestos sobre abordagens religiosas em assuntos de plenário. Essas manifestações, muitas vezes, causam revolta na sociedade e extravaso midiático. A senhora é evangélica e já expôs uma posição flexível com relação a vários assuntos. Como vê essa superexposição dos defensores da religião?

Todos estão superexpostos, não só os religiosos. Muitas pessoas e grupos procuram essa superexposição. O que proponho é que tenhamos calma para escutar, respeitosamente, a palavra de cada um. Muitos conflitos e embates são apenas aparentes, jogo de cena para aparecer na mídia, campanha publicitá-

ria com finalidade comercial ou eleitoral. Devemos ouvir esse barulho com atenção, procurando identificar interesses legíti-mos que podem constituir direitos que devem ser garantidos. O Estado laico é para assegurar os direitos de todos, cren-tes e não crentes. O resto se resolve com o tempo.

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?

O mercado de trabalho é como um jogo de tabuleiro. A cada jogada, uma surpresa. Com perseverança e estratégia, o reconhecimento

vem e seu empreendimento decola. Descubra aqui as peças-chave para esse jogo dar certo

PARABÉNS! Você escolheu ler

esta matéria.

andE 2 Casas.

Você teve uma ideia inovadora, mas ainda não a colocou no papel.

VoLtE 2 Casas.

Você conseguiu estruturar a ideia em um plano de

negócios.

andE 3 Casas.

Você almoçou com seu pai e contou a

ideia para ele.

andE 3 Casas.

InÍCIo

No caminho para a Universidade encontrou

um professor no ônibus, mas se negou a compartilhar sua ideia.

“Vai que ele rouba!”

VoLtE para

o InÍCIo!

?Chegou em casa e colocou a mão na massa. Resolveu prototipar a ideia.

andE 2 Casas.

O protótipo não deu certo.

VoLtE 1 Casa E

JoGUE oUtra

VEZ.

Encontrou de novo aquele professor no ônibus, contou para

ele a ideia, ele o incentivou e você

se animou. Vai retomar.

andE 6 Casas.

Resolveu aplicar uma pesquisa e

entender melhor o mercado.

andE 2 Casas.

por michele bravos

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O mercado de trabalho é como um jogo de tabuleiro. A cada jogada, uma surpresa. Com perseverança e estratégia, o reconhecimento

vem e seu empreendimento decola. Descubra aqui as peças-chave para esse jogo dar certo

Você almoçou com seu pai e contou a

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No caminho para a Universidade encontrou

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capa

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?FasHIon.mE

Rede social de looks do dia que conta com escritó-rio em NY e pretende ser o principal destino para quem busca informação sobre moda.

“O mercado brasileiro ainda está amadurecendo. Estamos começando a entender o que é investimento de altíssimo risco.”

[Flávio Pripas]

Aprimorou a ideia e o protótipo deu

certo.

andE 6 Casas.

Não conseguiu preparar o pitch. Desistiu de ir ao

evento.

VoLtE 5 Casas.

Preparou o pitch e está confi ante.

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Rede social de looks do dia que conta com escritó-rio em NY e pretende ser o principal destino para quem busca informação sobre moda.

“O mercado brasileiro ainda está amadurecendo. Estamos começando a entender o que é investimento de altíssimo risco.”

[Flávio Pripas]

Aprimorou a ideia e o protótipo deu

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revés

Flávio pripas, um dos fundadores do Fashion.me e

agitador da cena empreendedora brasileira.

Sorte ou revés? Você tem uma boa ideia em men-te? Já a colocou no papel? Já contou para alguém? Se a resposta é não, você está perdendo tempo e dinheiro. Segundo Allan Marcelo Cos-ta, diretor superintendente do Sebrae/PR, “uma ideia na cabeça é só uma ideia”. Para angariar pessoas dispostas a bancá-la, é preciso estrutu-rá-la no papel, dividi-la, sem medo, com seus potenciais investidores e mostrar sua capacidade de realização.

Atualmente, o Brasil é o terceiro país que mais em-preende no mundo, segundo dados da pesquisa Global En-trepreneurship Monitor 2011, re-alizada pelo Sebrae Nacional, em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Pro-dutividade (IBQP). São 27 mi-lhões de brasileiros inovando, enxergando oportunidades e fazendo acontecer. Desse to-tal, um em cada sete brasilei-ros corresponde a um jovem entre 18 e 24 anos.

A questão que incomoda tantos empreendedores é: “quem vai investir na minha ideia?”, justo em um país que, apesar das estatísticas men-cionadas, pouco subsidia o empreendedorismo. Para os especialistas, o surgimento da nova Secretaria de Micro e Pequena Empresa pode ser um pontapé para melhorar esse panorama, mas nada com refl exo imediato.

No entanto, Costa tranqui-liza afi rmando que o cenário econômico atual instiga e fa-

vorece empresários de suces-so a investirem em start-ups. São profi ssionais experientes no mercado dispostos a cor-rer riscos e diversifi car seus investimentos, apostando em novas ideias. Dentro dessa categoria, há aquele que cor-re ainda mais risco, dando o aporte inicial para o negócio. É o chamado investidor-anjo – Costa é um deles.

Vale lembrar que foi essa fi gura do investidor que aju-dou a alavancar o sistema norte-americano. E quando o assunto é empreender, a re-ferência é o Vale do Silício (a região da Califórnia de onde vieram a Apple, o Facebook, a Microsoft). Segundo o empre-endedor Flávio Pripas, um dos fundadores do fashion.me, é possível comparar o Brasil ao que esse polo norte-america-no viveu nas décadas de 1940 e 1950, com o boom de novas empresas e o crescimento de inovação tecnológica. “O mercado brasileiro ainda está amadurecendo. Estamos co-meçando a entender o que é investimento de altíssimo ris-co”, diz.

CadÊ o anJo?

Do ponto de vista do jovem empreendedor, Flávio Pripas alerta que ele deve buscar alguém com expertise na área, mais do que alguém com dinheiro para depositar no projeto. “O investidor será um sócio do ne-gócio e precisa agregar valor à proposta”. No mercado, esse investi-mento é conhecido como smart money, justamente por vir somado a conhecimento.

Na tentativa de fomentar essa cultura aventureira – economica-mente – no país, Pripas tem promovido encontros mensais entre em-preendedores e investidores. É o Br new tech, que acontece desde 2010, em São Paulo.

De acordo com o diretor superintendente do Sebrae/PR, outro pos-sível meio de pesquisa por investidores é a internet, especifi camente buscando nos clubes de investimentos. Instituições como o Sebrae e a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) também podem ser pontes de contato entre o empreendedor e o investidor. Ele ainda cita a organização internacional sem fi ns lucrativos Endeavor, que todo empreendedor precisa conhecer. A empresa é responsável por conectar empreendedores de grande potencial com líderes que possam ajudar o novo empreendimento a alavancar-se rapidamente, gerando milhões de empregos. No site da Endeavor (www.endeavor.org.br) há informações de valor sobre desenvolvimento pessoal, de carreira, além de histórias inspiradoras.

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ção

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capa

VItrIna

Aplicativo mobile voltado

para moda.

“O que conta é a capacidade de transformar

uma ideia em realidade.”[Allan Costa] ?Apresentou o pitch e

recebeu muitas con-siderações da banca. Conheceu outros em-preendedores e trocou

contatos.

andE 3 Casas.

capa

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Aplicativo mobilevoltado

para moda.

“O que conta é a capacidade de transformar

uma ideia em realidade.”[Allan Costa] ?sorte

Apresentou o pitch e recebeu muitas con-siderações da banca. Conheceu outros em-preendedores e trocou

contatos.

andE 3 Casas.

capacidade de transformar

allan Costa, anjo e diretor superintendente do

Sebrae/PR.

deisiane Zortea kukla, de secretária a empreendedora. Viu oportunidade no mercado,

especializou-se, montou um plano de negócios e

abraçou o desafi o de empreender. Hoje trabalha em

casa, tem fl exibilidade de horários e clientes por todo

o Brasil.

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Lui

z Co

sta

dEFInIndo Uma apostaO segredo – que deixa de ser segredo

agora – é que o investimento é uma conse-quência de uma ideia bem elaborada e di-vulgada. Ou seja, o principal ponto para se angariar um investidor é conhecer o que faz uma ideia ser apostável e aprimorar esses fatores.

Segundo o organizador do BR New Tech, o grupo por trás da ideia é fator de-terminante. “A equipe precisa ser madura e resiliente para mudar o caminho do futuro empreendimento, se necessário”.

E para que haja amadurecimento é preciso ter provações. Diante disso, o BR New Tech também cumpre esse papel. Du-rante o evento, há um espaço para os jo-vens empreendedores treinarem o desafi o de apresentar uma ideia. Esse momento é chamado de pitch, uma banca avaliadora, e é aí que uma proposta pode engrenar. “De 2010 para cá, o evento mudou mui-to. Hoje os investidores participam do BR New Tech até como avaliadores das ban-cas e os empreendedores já sabem apre-sentar melhor suas ideias”.

O administrador Saulo Marti, 25 anos, empreendedor do vitrina e que já parti-cipou com sua equipe de eventos assim, afi rma que eles são imperdíveis. “Só de estar presente e ver como funciona já vale muito. Poder apresentar, conseguir os contatos, aproximar-se de pessoas--chave foi crucial para nós”.

Allan Costa, do Sebrae/PR, comple-menta que o ideal é que o grupo seja mul-tidisciplinar e engajado. “O que conta é a capacidade de transformar uma ideia em realidade”. Por isso, na apresentação, os empreendedores precisam mostrar dados reais, mesmo que em uma escala peque-na. “O investidor quer ver uma ideia es-calável e que tenha potencial de crescer rapidamente”.

GEraçÃo EmprEEndEdoraA explicação está na nossa história. Não é

preciso voltar muito no tempo para lembrar a crise econômica que o país viveu, com o impeachment, a desestatização de empresas e o surgimento do Plano Real. Momentos que fi zeram a geração passada (que hoje tem 40, 50 anos) refém da insegurança e do medo. Segundo o economista Fabio Giambiagi, do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), só agora o país está vivendo um momento de estabilidade econômica e política, o que favorece o cres-cimento do empreendedorismo e da aposta, por parte dos empresários, em novas ideias.

O diretor superintendente do Sebrae/PR complementa: “A minha geração cres-ceu para ser funcionária do Banco do Brasil, por exemplo. Fomos educados para sermos empregados. O momento atual, de estabili-dade, permite que esta geração desenvolva as próprias ideias e se arrisque mais”.

Diante disso, o jovem dessa geração não se enxerga nos modelos tradicionais de trabalho e propõe os seus próprios. Segun-do a pesquisa o Sonho Brasileiro, realiza-da pela agência de pesquisa BOX 1824, eles se importam com estabilidade, dinheiro e carreira, mas esses fatores dividem espa-ço com contribuição social e pessoal. Para eles, é por meio do trabalho que poderão contribuir para um mundo melhor, e isso é fundamental. Os jovens de 2013 também possuem muitos questionamentos sobre acúmulo de riquezas e má utilização do di-nheiro. É preciso ganhar dinheiro para se sustentar, mas também é preciso ser dono do próprio tempo, podendo organizá-lo de forma a usufruir desse salário.

Esse cenário tem se refl etido em ou-tras faixas etárias também. Dois motivos levaram a administradora Deisiane Zortea Kukla, 33 anos, a empreender na Secretária Remota: poder estabelecer o próprio horá-rio e ter qualidade de vida. “Eu tenho uma rotina de trabalho, mas por poder trabalhar em casa, tenho maior fl exibilidade de horá-

rios. É muito bom não ter que enfrentar o trânsito em dias de chuva, por exemplo”.

Com as necessidades primárias supri-das, o Brasil vive um momento propício para se pensar na busca por uma vida mais confortável. O doutor em Administração José Previdelli, também professor no Câm-pus Maringá da PUCPR, pontua que existe uma associação muito forte entre empre-endedorismo, inovação, desenvolvimento econômico e qualidade de vida. “Todas as sociedades que buscam o bem-estar social, por meio da elevação da qualidade de vida das pessoas, têm estimulado de forma ine-quívoca o empreendedorismo”.

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Alla

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start-Up dIGItaLA crescente nessa área pode

estar atrelada às infi nitas possibi-lidades que o virtual oferece e ao novo estilo de consumo do brasi-leiro. Segundo dados da 27ª edição do relatório Webshoppers (2012), produzido pelo e-bit, o Brasil conta com 42,2 milhões de pessoas que fi zeram, pelo menos, uma com-pra online até hoje. O mestre em Administração Estratégica Glauco Furstenberger, idealizador do pro-jeto Digital Business no Câmpus São José dos Pinhais da PUCPR, percebe que as pessoas atualmen-te têm mais disposição para espe-rar a entrega de um produto, por exemplo, mas menos tempo para dedicar ao momento da compra ou da busca.

O m-commerce (comércio re-alizado por dispositivos móveis) também tem apresentado cresci-mento considerável, sendo mais uma oportunidade de mercado para aqueles que pretendem em-preender no setor digital. Segundo a pesquisa do e-bit, o m-commerce deixou de ser tendência e se tornou realidade no Brasil. Em 2012, as compras por meio de smartphones e tablets dobraram com relação ao ano anterior.

Quando se fala em start-up digital, mostrar resultados mais concretos para um possível par-ceiro se torna ainda mais neces-sário. Segundo o idealizador da rede social Fashion.me, Flávio Pripas, hoje se tornou muito fácil e barato colocar uma ideia em um site. Logo, não é aí que está o di-ferencial.

Por outro lado, essa mesma fa-cilidade pode ter seus pontos po-sitivos. O professor Furstenberger comenta que até mesmo com uma página gratuita na internet você pode disponibilizar um serviço e atingir um grande público. “A dis-ponibilidade tecnológica facilita a criação de uma empresa”.

Diante desse contexto, o pro-fessor pontua que o Brasil precisa evoluir em termos de legislação para empresas do segmento di-gital. “A criação legal de uma em-presa digital ainda é burocrática como qualquer outra. Ainda pre-cisamos amadurecer e entender mais sobre esse segmento”.

QUEm Erra aprEndE maIs rápIdo

Saulo e sua equipe es-tão na terceira tentati-va de uma empresa. Os erros têm sido degraus para projetos ainda mais consolidados

“Erramos MUITO (com letras maiúsculas mesmo). O bom é que aprendemos muito mais. Primeiro: aprendi que o su-cesso da noite para o dia leva, na verdade, uns 2 ou 3 anos. Segundo: o que eu aprendi já mudou minha vida. As pesso-as que eu conheci, os círculos que passei a frequentar e o conhecimento que eu adquiri são coisas que precisaria de milhares de faculdades para me ensinar. Acho que o mais importante de tudo é o quan-to isso nos ajudou a valorizar o que temos ‘dentro de casa’ (nossa empresa). Além disso, aprendi a ser mais humilde. Nós ainda cometemos erros e espero que sempre cometa-mos. Afi nal, se nós não errar-mos, fi ca difícil perguntar ‘por que’ e ‘por que não’. A vanta-gem, agora, é que sabemos como controlar, mitigar e usar esses erros para evoluir um projeto”.

EmprEEndEdorIsmo soCIaL Quem pensa que aqueles que são em-

preendedores só são motivados por uma conta bancária gorda no fi m do mês está enganado. A motivação de um empreende-dor tem que ir muito além da vontade de fi car rico.

Alguns líderes entendem essa motiva-ção de maneira ainda mais humana e vol-tam suas energias para articular ideias que ajudem no desenvolvimento efetivo de um grupo, de uma comunidade. São os chama-dos empreendedores sociais.

O professor Previdelli reforça que o empreendedorismo não se materializa so-mente nos setores essencialmente econô-micos. “Ao contrário, ele está presente em todas as atividades desenvolvidas pelo ser humano”.

Na visão de Wilma Resende, diretora su-perintendente da ONG Junior achievement Brasil, os empreendedores sociais “têm um olhar mais cuidadoso sobre a sociedade”, e esse perfi l tem se sobressaído cada vez mais entre os jovens da nova geração.

O fi lme Quem se importa é uma ótima referência de atitude empreendedora so-cial, bem como de quais são as possibili-dades de negócios com esse enfoque. Ele retrata a história de 18 empreendedores sociais no Brasil e no mundo, com o obje-tivo de inspirar pessoas a serem transfor-madoras.

É importante perceber que empreen-der socialmente não signifi ca, obrigatoria-mente, abrir uma ONG. Pode ser um movi-mento social ou uma empresa cujo foco é oferecer melhores qualidades de vida para uma comunidade.

Só buscou sócios da mesma área durante

o evento.

VoLtE 2 Casas.

Indicaram você para um possível

sócio de outra área.

andE 5 Casas.

Fechou uma sociedade multi-disciplinar e apri-

morou a ideia.

andE 3 Casas.

na primeira incompatibilidade

de ideias, quis desfazer a sociedade.

VoLtE 2 Casas.

Reatou a sociedade e pensou em uma

proposta que contribui efetivamente para a

sociedade.

andE 3 Casas.

Está interessado em investidores que

tenham grana. Não importa se não têm conhecimento

a agregar.

VoLtE 4 Casas.

Participou de um curso sobre

start-up e empreendedorismo

no Brasil.

andE 3 Casas.?

start-Up dIGItaLstart-Up dIGItaLstart-UpA crescente nessa área pode

estar atrelada às infi nitas possibi-lidades que o virtual oferece e ao novo estilo de consumo do brasi-leiro. Segundo dados da 27ª edição do relatório Webshoppers (2012), produzido pelo e-bit, o Brasil conta com 42,2 milhões de pessoas que fi zeram, pelo menos, uma com-pra online até hoje. O mestre em Administração Estratégica Glauco Furstenberger, idealizador do pro-jeto Digital Business no Câmpus São José dos Pinhais da PUCPR, percebe que as pessoas atualmen-te têm mais disposição para espe-rar a entrega de um produto, por exemplo, mas menos tempo para dedicar ao momento da compra ou da busca.

O m-commerce (comércio re-m-commerce (comércio re-m-commercealizado por dispositivos móveis) também tem apresentado cresci-mento considerável, sendo mais uma oportunidade de mercado para aqueles que pretendem em-preender no setor digital. Segundo a pesquisa do e-bit, o m-commercedeixou de ser tendência e se tornou realidade no Brasil. Em 2012, as compras por meio de smartphonese tablets dobraram com relação ao tablets dobraram com relação ao tabletsano anterior.

Quando se fala em start-up digital, mostrar resultados mais concretos para um possível par-ceiro se torna ainda mais neces-sário. Segundo o idealizador da rede social Fashion.me, Flávio Pripas, hoje se tornou muito fácil e barato colocar uma ideia em um site. Logo, não é aí que está o di-ferencial.

Por outro lado, essa mesma fa-cilidade pode ter seus pontos po-sitivos. O professor Furstenberger comenta que até mesmo com uma página gratuita na internet você pode disponibilizar um serviço e atingir um grande público. “A dis-ponibilidade tecnológica facilita a criação de uma empresa”.

Diante desse contexto, o pro-fessor pontua que o Brasil precisa evoluir em termos de legislação para empresas do segmento di-gital. “A criação legal de uma em-presa digital ainda é burocrática como qualquer outra. Ainda pre-cisamos amadurecer e entender mais sobre esse segmento”.

QUEm Erra aprEndE maIs rápIdo

Saulo e sua equipe es-tão na terceira tentati-va de uma empresa. Os erros têm sido degraus para projetos ainda mais consolidados

“Erramos MUITO (com letras maiúsculas mesmo). O bom é que aprendemos muito mais. Primeiro: aprendi que o su-cesso da noite para o dia leva, na verdade, uns 2 ou 3 anos. Segundo: o que eu aprendi já mudou minha vida. As pesso-as que eu conheci, os círculos que passei a frequentar e o conhecimento que eu adquiri são coisas que precisaria de milhares de faculdades para me ensinar. Acho que o mais importante de tudo é o quan-to isso nos ajudou a valorizar o que temos ‘dentro de casa’ (nossa empresa). Além disso, aprendi a ser mais humilde. Nós ainda cometemos erros e espero que sempre cometa-mos. Afi nal, se nós não errar-mos, fi ca difícil perguntar ‘por que’ e ‘por que não’. A vanta-gem, agora, é que sabemos como controlar, mitigar e usar esses erros para evoluir um projeto”.

EmprEEndEdorIsmo soCIaL Quem pensa que aqueles que são em-

preendedores só são motivados por uma conta bancária gorda no fi m do mês está enganado. A motivação de um empreende-dor tem que ir muito além da vontade de fi car rico.

Alguns líderes entendem essa motiva-ção de maneira ainda mais humana e vol-tam suas energias para articular ideias que ajudem no desenvolvimento efetivo de um grupo, de uma comunidade. São os chama-dos empreendedores sociais.

O professor Previdelli reforça que o empreendedorismo não se materializa so-mente nos setores essencialmente econô-micos. “Ao contrário, ele está presente em todas as atividades desenvolvidas pelo ser humano”.

Na visão de Wilma Resende, diretora su-Na visão de Wilma Resende, diretora su-perintendente da ONG Junior achievement Junior achievement Brasil, os empreendedores sociais “têm um olhar mais cuidadoso sobre a sociedade”, e esse perfi l tem se sobressaído cada vez mais entre os jovens da nova geração.

O fi lme Quem se importa é uma ótima referência de atitude empreendedora so-cial, bem como de quais são as possibili-dades de negócios com esse enfoque. Ele retrata a história de 18 empreendedores sociais no Brasil e no mundo, com o obje-tivo de inspirar pessoas a serem transfor-madoras.

É importante perceber que empreen-der socialmente não signifi ca, obrigatoria-mente, abrir uma ONG. Pode ser um movi-mento social ou uma empresa cujo foco é oferecer melhores qualidades de vida para uma comunidade.

Só buscou sócios da mesma área durante

o evento.

VoLtE 2 Casas.

na primeira incompatibilidade

de ideias, quis desfazer a sociedade.

VoLtE 2 Casas.

Fechou uma sociedade multi-disciplinar e apri-

morou a ideia.

andE 3 Casas.

Indicaram você para um possível

sócio de outra área.

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?Participou de

um curso sobre start-up e

empreendedorismo no Brasil.

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Está interessado em investidores que

tenham grana. Não importa se não têm conhecimento

a agregar.

VoLtE 4 Casas.

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Reatou a sociedade e pensou em uma

proposta que contribui efetivamente para a

sociedade.

andE 3 Casas.

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e

EmprEEndEdorIsmo soCIaL

saulo marti é um daqueles empreendedores natos.

Trocando fi gurinhas de Pokémon, passeando com

cachorros dos vizinhos e cuidando das crianças dos

moradores de seu condomínio, seu lucro era de

aproximadamente R$ 400 por mês. Nada mal para

um pré-adolescente de 13 anos.

revé

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Page 12: Vida Universitaria | Ed 223

manUaL do FUtUro EmprEEndEdorPara quem ainda está se familiari-zando com esse universo empreen-dedor, a Vida Universitária, com o doutor José Previdelli, esquematizou, de forma prática, o caminho para empreender.

1 – Buscar uma ideia inovadora e criativa, que atenda a uma necessidade da socieda-de, ou seja, uma oportunidade de mercado.2 – Estruturar a ideia no papel. A sugestão é colocá-la no modelo Canvas, encontrado em businessmodelgeneration.com/canvas, contemplando todos os aspectos do empre-endimento: o que é? Para quem? Quais os principais recursos necessário? Quem são os potenciais parceiros? Entre outros itens es-senciais para a estruturação da ideia.3 – Desenvolver estudo que permita conhe-cer o mercado ou a área geográfi ca onde se pretende atuar, lembrando que esse local pode ser regional, nacional ou mesmo inter-nacional. 4 – Investir tempo no planejamento das ati-vidades que pretende desenvolver. 5 – Prototipar a ideia em uma escala peque-na. Essa é uma etapa de teste de viabilida-de, para saber se o público realmente tem interesse em tal serviço ou produto e se a equipe empreendedora tem habilidades para executar o que está sendo proposto.6 – Com base nos estudos e experiência pré-via, aprimorar a ideia no modelo Canvas.7 - Quantifi car e qualifi car o fi nanciamento necessário para o empreendimento: qual o volume de recursos necessários? Recursos próprios ou de terceiros? Onde e quando ob-ter esse fi nanciamento? Qual o custo desse fi nanciamento? 8 - Quando essas respostas estiverem bem claras, então é chegada a hora de colocar em prática a ideia idealizada. Vale lembrar que toda e qualquer iniciativa empreendedora é sinônimo de riscos e de aprendizado, e pode haver ou não êxito naquilo que foi planeja-do, mas todo erro deve ser visto como um degrau para a próxima tentativa.

EmprEEndEdorIsmo sE aprEndE?Sem ressalvas, Wilma e Previdelli atestam que sim. Para ela,

todos têm um potencial empreendedor dentro de si e isso só precisa ser despertado. O professor complementa afi rmando que “defi nitivamente, o empreendedorismo não é um dom, mas algo que pode ser buscado por um processo qualquer de aprendizagem”.

Acreditando que empreendedorismo pode ser ensinado, a ONG Junior Achievement atua em escolas, apostando em pro-gramas que estimulam a perseverança, a liderança, a coragem para se correr riscos, o trabalho em equipe, a busca por solu-ções de problemas, dentre outros valores essenciais para um empreendedor.

O programa-chave da organização é o Mini-empresa, no qual jovens de 13 a 15 anos são instigados a montar uma em-presa em moldes reais, com plano de negócios, acionistas, me-tas de vendas, ações de divulgação e relatórios de prestação de contas. Já o programa Liderança Comunitária incentiva os jo-vens a conhecer mais sobre o empreendedorismo social, pro-pondo que os alunos escolham uma comunidade, descubram suas necessidades e desenvolvam soluções para os problemas identifi cados. “No momento em que esses jovens são convida-dos a realizar essas atividades, seguindo os valores ensinados, eles aprendem, na prática, o que é ser empreendedor”, diz Wil-ma.

Apesar dos exemplos, idade não é fator limitante. De acordo com a diretora superintendente Wilma, o “eu-empreendedor” pode ser instigado a se mostrar a qualquer momento.

Na contramão, existem, sim, aqueles que não querem ter o próprio negócio ou inovar na empresa em que são colaborado-res. Como visto, não por uma questão de dom, mas possivel-mente por outras variáveis, como a formação que receberam ou a nação em que estão inseridos. O professor Previdelli afi r-ma que algumas pessoas têm mais habilidades do que outras para empreender. “O meio no qual a pessoa foi educada e se desenvolveu tem um grande peso na sua postura empreende-dora. Em culturas em que a acumulação de riqueza não é tão valorizada, as pessoas tendem a ser menos empreendedoras. O nível socioeconômico, as políticas governamentais e o estímu-lo ao empreendedorismo, desenvolvidos por universidades, organismos ofi ciais, associações de classes e outras entidades, têm, sem dúvidas, uma grande infl uência nessa atitude”.

pErFIL EmprEEndEdoro doutor em administração José previdelli, da pUCpr – Câmpus maringá, afi rma que não existe um perfi l ideal, mas existem algumas habilidades que se sobressaem em quem é empreendedor. para defi nir essas características, ele cita os conceitos de nicolas Hayek – empreen-dedor líbano-americano, também considerado o salvador da indústria relojoeira suíça. são eles:

a) capacidade de inovar;b) colocar em prática suas ideias;c) estar a serviço da sociedade;d) preocupar-se em desenvolver medidas que amenizem o uso excessivo de recursos naturais em seu empreendimento;e) ter visão de longo prazo e sustentabilidade ;f) ser visto como um motivador, facilitador, exemplo a ser seguido;g) ser entusiasta, apaixonado pelo que faz.

O projeto está rendendo e o

investidor está feliz.

andE 2 Casas.

?“[Os empreendedores sociais] têm um olhar mais cuidadoso sobre a sociedade.”

[Wilma Resende]

Wilma Resende acredita

na juventude e é diretora

superintendente da ong Junior

Achievement Brasil.

Nova equipe, novo pitch. Investidores

com expertise fi caram interessados.

andE 3 Casas.

O projeto deu uma estagnada

por conta da universidade e do

estágio.

andE 2 Casas.

Tem conseguido equilibrar a rotina

e se dedicar ao projeto.

andE 4 Casas.

Estão em busca de smart money.

andE 5 Casas.manUaL do FUtUro EmprEEndEdorPara quem ainda está se familiari-zando com esse universo empreen-dedor, a Vida Universitária, com o doutor José Previdelli, esquematizou, de forma prática, o caminho para empreender.

1 – Buscar uma ideia inovadora e criativa, que atenda a uma necessidade da socieda-de, ou seja, uma oportunidade de mercado.2 – Estruturar a ideia no papel. A sugestão é colocá-la no modelo Canvas, encontrado em businessmodelgeneration.com/canvas, contemplando todos os aspectos do empre-endimento: o que é? Para quem? Quais os principais recursos necessário? Quem são os potenciais parceiros? Entre outros itens es-senciais para a estruturação da ideia.3 – Desenvolver estudo que permita conhe-cer o mercado ou a área geográfi ca onde se pretende atuar, lembrando que esse local pode ser regional, nacional ou mesmo inter-nacional. 4 – Investir tempo no planejamento das ati-vidades que pretende desenvolver. 5 – Prototipar a ideia em uma escala peque-na. Essa é uma etapa de teste de viabilida-de, para saber se o público realmente tem interesse em tal serviço ou produto e se a equipe empreendedora tem habilidades para executar o que está sendo proposto.6 – Com base nos estudos e experiência pré-via, aprimorar a ideia no modelo Canvas.7 - Quantifi car e qualifi car o fi nanciamento necessário para o empreendimento: qual o volume de recursos necessários? Recursos próprios ou de terceiros? Onde e quando ob-ter esse fi nanciamento? Qual o custo desse fi nanciamento? 8 - Quando essas respostas estiverem bem claras, então é chegada a hora de colocar em prática a ideia idealizada. Vale lembrar que toda e qualquer iniciativa empreendedora é sinônimo de riscos e de aprendizado, e pode haver ou não êxito naquilo que foi planeja-do, mas todo erro deve ser visto como um degrau para a próxima tentativa.

EmprEEndEdorIsmo sE aprEndE?Sem ressalvas, Wilma e Previdelli atestam que sim. Para ela,

todos têm um potencial empreendedor dentro de si e isso só precisa ser despertado. O professor complementa afi rmando que “defi nitivamente, o empreendedorismo não é um dom, mas algo que pode ser buscado por um processo qualquer de aprendizagem”.

Acreditando que empreendedorismo pode ser ensinado, a ONG Junior Achievement atua em escolas, apostando em pro-gramas que estimulam a perseverança, a liderança, a coragem para se correr riscos, o trabalho em equipe, a busca por solu-ções de problemas, dentre outros valores essenciais para um empreendedor.

O programa-chave da organização é o Mini-empresa, no qual jovens de 13 a 15 anos são instigados a montar uma em-presa em moldes reais, com plano de negócios, acionistas, me-tas de vendas, ações de divulgação e relatórios de prestação de contas. Já o programa Liderança Comunitária incentiva os jo-vens a conhecer mais sobre o empreendedorismo social, pro-pondo que os alunos escolham uma comunidade, descubram suas necessidades e desenvolvam soluções para os problemas identifi cados. “No momento em que esses jovens são convida-dos a realizar essas atividades, seguindo os valores ensinados, eles aprendem, na prática, o que é ser empreendedor”, diz Wil-ma.

Apesar dos exemplos, idade não é fator limitante. De acordo com a diretora superintendente Wilma, o “eu-empreendedor” pode ser instigado a se mostrar a qualquer momento.

Na contramão, existem, sim, aqueles que não querem ter o próprio negócio ou inovar na empresa em que são colaborado-res. Como visto, não por uma questão de dom, mas possivel-mente por outras variáveis, como a formação que receberam ou a nação em que estão inseridos. O professor Previdelli afi r-ma que algumas pessoas têm mais habilidades do que outras para empreender. “O meio no qual a pessoa foi educada e se desenvolveu tem um grande peso na sua postura empreende-dora. Em culturas em que a acumulação de riqueza não é tão valorizada, as pessoas tendem a ser menos empreendedoras. O nível socioeconômico, as políticas governamentais e o estímu-lo ao empreendedorismo, desenvolvidos por universidades, organismos ofi ciais, associações de classes e outras entidades, têm, sem dúvidas, uma grande infl uência nessa atitude”.

pErFIL EmprEEndEdoro doutor em administração José previdelli, da pUCpr – Câmpus maringá, afi rma que não existe um perfi l ideal, mas existem algumas habilidades que se sobressaem em quem é empreendedor. para defi nir essas características, ele cita os conceitos de nicolas Hayek – empreen-dedor líbano-americano, também considerado o salvador da indústria relojoeira suíça. são eles:

a) capacidade de inovar;b) colocar em prática suas ideias;c) estar a serviço da sociedade;d) preocupar-se em desenvolver medidas que amenizem o uso excessivo de recursos naturais em seu empreendimento;e) ter visão de longo prazo e sustentabilidade ;f) ser visto como um motivador, facilitador, exemplo a ser seguido;g) ser entusiasta, apaixonado pelo que faz. ?“[Os empreendedores

sociais] têm um olhar mais cuidadoso sobre a sociedade.”

[Wilma Resende]

Wilma Resende acredita

na juventude e é diretora na juventude e é diretora

superintendente da superintendente da ong Junior

Achievement Brasil.

sorte

Nova equipe, novo pitch. Investidores

com expertisefi caram interessados.

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O projeto deu uma estagnada

por conta da universidade e do

estágio.

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sorte

O projeto está rendendo e o

investidor está feliz.

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Tem conseguido equilibrar a rotina

e se dedicar ao projeto.

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capa

Page 13: Vida Universitaria | Ed 223

Como EmprEEndEr?Ele pode estar trabalhando no computador ao lado do seu

ou lá nos Estados Unidos. Pode ter uma empresa individual ou distribuída entre sócios. O empreendedor pode estar presente na iniciativa privada ou ter o próprio negócio. O que importa é que ele tem iniciativa e coloca em prática uma ideia tida como inovadora, partindo de uma necessidade ou de uma oportu-nidade.

A ex-secretária Deisiane é exemplo de alguém que identi-fi cou uma oportunidade. Durante 12 anos, ela trabalhou como secretária em grandes corporações, tendo contato com pro-fi ssionais de microempresas. Ela percebeu que esses profi s-sionais tinham difi culdade em se organizar com a parte buro-crática e fi nanceira. Foi então que surgiu a Secretária Remota. Deisiane não possui sócios, apenas parceiros.

O diretor superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo Costa, atesta que, realmente, nem todo negócio precisa de um sócio. No entanto, a sociedade pode passar a ser necessária à medida que o empreendimento cresce. Ao contrário do que alguns pensam, sociedade é coisa boa.

Saulo Marti, que na empresa Vitrina é sócio de empreen-dedores com formações diferentes (engenheiros e designers), considera que a sociedade traz vantagens. “Muitas de nossas discussões geraram produtos ou resultados melhores do que o previsto inicialmente por apenas uma pessoa”.

Previdelli lembra que “duas cabeças sempre pensam me-lhor que uma”. “É a sabedoria do velho ditado”, brinca. Assim como a busca por investidores deve estar focada em pessoas que agreguem, a escolha de um sócio também. O professor ainda aconselha que “um ponto fundamental é atribuir fun-ções aos sócios, de forma a dividir o trabalho a ser realizado. A prática tem demonstrado que quando as funções estão claras, quando os papéis estão bem defi nidos, a incidência de confl i-tos é muito menor”.

Por experiência própria, Marti comprova que essa hierar-quia ajuda no processo decisório. “No começo, perdíamos muito tempo discutindo o que cada um queria, em vez de fa-zermos algo de fato. Hoje, conseguimos melhorar exponen-cialmente”.

rEta FInaLSe a sua ideia ainda está nos primeiros passos, o empreendedor Flávio Pripas afi rma que é possível conciliar o emprego fi xo com o novo empreendimento. No entanto, “a hora que a empresa ganhar forma e tiver potencial para crescer, é hora de largar tudo e vestir a camisa”, diz. Foi isso que aconteceu com Marti, que deixou para trás um trainee em uma grande corporação para seguir o sonho de empreender. “Se você não ama este mundo do empreendedorismo, não ama esse desafi o e não ama seu projeto, nem comece! Sem paixão, a frustração vai acabar com você. Agora, para aque-les que, assim como eu, são apaixonados e amam desafi os, não tem nada mais gratifi cante do que ver os pequenos passos da sua empresa, ver as primeiras – mesmo que modestas – metas serem atingidas e fi car ainda na expectativa”.

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“[...] não tem nada mais gratifi cante do que ver os pequenos passos da sua empresa, ver as primeiras – mesmo que modestas – metas serem atingidas e fi car ainda na expectativa.”

[Saulo Marti]

nEGÓCIos na UnIVErsIdadEA palavra de ordem da nova geração é inovação, e a universidade é o

lugar propício para que esse mandamento seja cumprido

É no espaço acadêmico que o universitário empreendedor pode agregar valor a suas ideias, trocando conhecimento em sala de aula, com professores e cole-gas, conhecendo possíveis parceiros e até prototipando a futura empresa, por meio das incubadoras.

A PUC-Rio é referência quando o assunto é incubar ideias. Por meio do Insti-tuto Gênesis, a universidade apoia cerca de 70 empresas do setor cultural, social, tecnológico e de design. O setor tecnológico é o mais representativo, com ideias que vão de uma praça de alimentação online a um site de compartilhamento de carros em que o usuário pode alugar o próprio veículo para outras pessoas.

Para Wilma Resende, diretora superintendente da ong Junior Achievement Brasil, as incubadoras são fontes de riqueza de conhecimento para alunos e uni-versidade. Ela ainda complementa que iniciativas acadêmicas como essas refl e-tirão positivamente em um futuro próximo.

Conheça as empresas incubadas no momento: www.genesis.puc-rio.br

Tem sido um exemplo de perseverança para os colegas, compartilhando

os conhecimentos aprendidos até agora.

andE 1 Casa.

o nEGÓCIo EnGrEnoU E

VoCÊ ConsEGUIU!

agora é continuar

trabalhando para escalar

cada vez mais alto.

Como EmprEEndEr?Ele pode estar trabalhando no computador ao lado do seu

ou lá nos Estados Unidos. Pode ter uma empresa individual ou distribuída entre sócios. O empreendedor pode estar presente na iniciativa privada ou ter o próprio negócio. O que importa é que ele tem iniciativa e coloca em prática uma ideia tida como inovadora, partindo de uma necessidade ou de uma oportu-nidade.

A ex-secretária Deisiane é exemplo de alguém que identi-fi cou uma oportunidade. Durante 12 anos, ela trabalhou como secretária em grandes corporações, tendo contato com pro-fi ssionais de microempresas. Ela percebeu que esses profi s-sionais tinham difi culdade em se organizar com a parte buro-crática e fi nanceira. Foi então que surgiu a Secretária Remota. Deisiane não possui sócios, apenas parceiros.

O diretor superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo Costa, atesta que, realmente, nem todo negócio precisa de um sócio. No entanto, a sociedade pode passar a ser necessária à medida que o empreendimento cresce. Ao contrário do que alguns pensam, sociedade é coisa boa.

Saulo Marti, que na empresa Vitrina é sócio de empreen-dedores com formações diferentes (engenheiros e designers), considera que a sociedade traz vantagens. “Muitas de nossas discussões geraram produtos ou resultados melhores do que o previsto inicialmente por apenas uma pessoa”.

Previdelli lembra que “duas cabeças sempre pensam me-lhor que uma”. “É a sabedoria do velho ditado”, brinca. Assim como a busca por investidores deve estar focada em pessoas que agreguem, a escolha de um sócio também. O professor ainda aconselha que “um ponto fundamental é atribuir fun-ções aos sócios, de forma a dividir o trabalho a ser realizado. A prática tem demonstrado que quando as funções estão claras, quando os papéis estão bem defi nidos, a incidência de confl i-tos é muito menor”.

Por experiência própria, Marti comprova que essa hierar-quia ajuda no processo decisório. “No começo, perdíamos muito tempo discutindo o que cada um queria, em vez de fa-zermos algo de fato. Hoje, conseguimos melhorar exponen-cialmente”.

rEta FInaLSe a sua ideia ainda está nos primeiros passos, o empreendedor Flávio Pripas afi rma que é possível conciliar o emprego fi xo com o novo empreendimento. No entanto, “a hora que a empresa ganhar forma e tiver potencial para crescer, é hora de largar tudo e vestir a camisa”, diz. Foi isso que aconteceu com Marti, que deixou para trás um trainee em uma trainee em uma traineegrande corporação para seguir o sonho de empreender. “Se você não ama este mundo do empreendedorismo, não ama esse desafi o e não ama seu projeto, nem comece! Sem paixão, a frustração vai acabar com você. Agora, para aque-les que, assim como eu, são apaixonados e amam desafi os, não tem nada mais gratifi cante do que ver os pequenos passos da sua empresa, ver as primeiras – mesmo que modestas – metas serem atingidas e fi car ainda na expectativa”.

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“[...] não tem nada mais gratifi cante do que ver os pequenos passos da sua empresa, ver as primeiras – mesmo que modestas – metas serem atingidas e fi car ainda na expectativa.”

[Saulo Marti]

nEGÓCIos na UnIVErsIdadEA palavra de ordem da nova geração é inovação, e a universidade é o

lugar propício para que esse mandamento seja cumprido

É no espaço acadêmico que o universitário empreendedor pode agregar valor a suas ideias, trocando conhecimento em sala de aula, com professores e cole-gas, conhecendo possíveis parceiros e até prototipando a futura empresa, por meio das incubadoras.

A PUC-Rio é referência quando o assunto é incubar ideias. Por meio do Insti-tuto Gênesis, a universidade apoia cerca de 70 empresas do setor cultural, social, tecnológico e de design. O setor tecnológico é o mais representativo, com ideias que vão de uma praça de alimentação online a um site de compartilhamento de carros em que o usuário pode alugar o próprio veículo para outras pessoas.

Para Wilma Resende, diretora superintendente da ong Junior Achievement Brasil, as incubadoras são fontes de riqueza de conhecimento para alunos e uni-versidade. Ela ainda complementa que iniciativas acadêmicas como essas refl e-tirão positivamente em um futuro próximo.

Conheça as empresas incubadas no momento: www.genesis.puc-rio.br

Tem sido um exemplo de perseverança para os colegas, compartilhando

os conhecimentos aprendidos até agora.

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agora é continuar

trabalhando para escalar

cada vez mais alto.

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Page 14: Vida Universitaria | Ed 223

Os encantos da Casa EstrELa

Pisar com o pé direito. Essa foi a imposição para adentrar a Casa Estrela – um símbolo da tradição arquitetônica paranaense que impres-siona pela originalidade. Ela foi construída em 1930 por Augusto Gonçalves de Castro, um contador adepto da teosofi a e do Esperanto, que escolheu dar a forma de uma estrela a sua casa, para que simbolizasse os ideais pacifi s-tas e unitários dos povos que essas correntes representam.

A casa de madeira não possui ângulos retos e é baseada numa estrela de cinco pontas. Por representar mais do que arquitetura, o profes-sor do curso de Desenho Industrial, designer Ivens Fontoura, também curador do Museu Universitário da Instituição, viu-se completa-mente envolto pela história da sua construção. “Se começarmos pela planta, temos um pen-tágono, uma fi gura geométrica extraordinária estudada por Pitágoras e Euclides, que carrega o número de ouro (ver box na pág. 15) – que tem certa magia por ser chamada de ‘divina proporção’. Um engenheiro ou um arquiteto ja-mais fariam uma casa com esta forma por cau-sa dos ângulos do pentágono, que possuem nas centrais 72º”, explica o designer.

Até mesmo profi ssionais conceituados se impressionam com a ausência de ângulos retos na construção – com exceção de portas e jane-las. Castro construiu a casa de cinco pontas so-zinho – com auxílio de ferramentas precárias e um lampião de carbureto – durante longos qua-tro anos. A família conta que ele saía da empre-sa onde trabalhava no fi m da tarde e passava a

dedicar as noites exclusivamente à construção da Casa, que foi erguida no bairro Alto da Gló-ria. Não há qualquer registro no mundo inteiro de algo parecido com o que Augusto construiu. O professor do curso de Arquitetura e Urbanis-mo da PUCPR Cláudio Forte Maiolino explica a sustentação da Casa Estrela. “Uma coluna de concreto bem no centro da sala sustenta a Casa em um conjunto de vigas que forma uma estre-la. Tem partes que são encaixadas, e só mesmo a outra peça da Casa para conseguir fi nalizá-la, já que as formas pentagonais são inusitadas”, disse o professor.

A essência da Casa, segundo Fontoura, é a união entre a família. “Da sala podemos ver todos os cantos, porque não possui portas, e sim estrelas. Simbolicamente, ela é repleta de emblemas porque tem uma carga signifi cativa muito forte. Hoje, esta casa é um convite à re-fl exão de todos esses temas que motivaram a construção dela, principalmente a fraternida-de”, completa o professor.

tEosoFIa: Corrente que estuda todas as religiões, buscando o que elas têm em comum, e apregoa a possibilidade de todos os crentes se unirem sob os mesmos princípios. EspEranto: Língua inventada no fi m do século XIX, pelo polonês Lázaro Zamenhof, cuja gramáti-ca seria formada pelas principais raízes de vários idiomas.

por Elizangela Jubanski

A Casa com cinco pontas encanta por sua magia e

deixa profi ssionais impressionados

com a arquitetura dos cômodos,

que compõe um pentágono

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sintoniacultural

Da direita para a esquerda,

neto do criador Maurício

Castro e os professores

Ivens Fontoura e Cláudio

Maiolino.

Page 15: Vida Universitaria | Ed 223

15|

“Uma coluna de concreto bem no centro da sala sustenta a Casa em um conjunto de vigas que forma uma estrela. Tem partes que são encaixadas, e só mesmo a outra peça da Casa para conseguir finalizá-la, já que as formas pentagonais são inusitadas.” [Cláudio Maiolino]

EspaçoErguida próximo ao prédio administrativo, dentro do es-

tacionamento da PUCPR, a ideia de um dos restauradores do espaço, o designer Ivens Fontoura, para a Casa, é explorar os mesmos temas que permearam a construção das cinco pontas. “Em uma medida bem pequena, nós somos cúmplices, e por isso, temos a responsabilidade de mantê-la aberta, visitável, com programação, atividade. Por isso, queremos trazer para cá arquitetura, design, um pouco de história e religião. Temas tópi-cos da construção”, explicou o professor Fontoura.

Hoje, o neto de Castro, Maurício – filho de Moysés –, é o res-ponsável por ordenar e unir objetos que remetam às memórias da família Castro. “Entro aqui e lembro-me do meu avô e do sofrimento do meu pai em conseguir salvar a Casa. Se ele a visse de pé, não tenho a menor dúvida de que iria às lágrimas. Esta-mos fazendo de tudo para reunir detalhes que ajudem na cons-trução desta história”, disse o neto de Augusto Castro.

A luta intensa para encontrar um lugar a salvo para a Casa Estrela ganhou capítulos de uma história real marcada por de-terminação e magia. Vê-la pronta, para os que vestiram a cami-sa, é sinônimo de gratificação por ter feito parte dela.

Lá dEntroOs detalhes espetaculares da arquitetura de cinco pontas

servirão de abrigos para obras, exposições e memórias. Com três andares, a Casa foi preparada para ser um “Salão de Atos”, aberto à população. Ainda, objetos e fotos da família Gonçalves de Castro também foram reunidos e, juntos, ajudam a expor e a recontar uma história de fraternidade universal.

amEaçaAs tábuas da Casa Estrela, porém,

passaram por percursos incertos, até, finalmente, serem reerguidas em solo protegido. Castro faleceu em 1971; a esposa, Dionísia Azulay, na década seguinte; e os filhos, então, tomaram rumo diferente. A partir daí, o van-dalismo e a oferta pela construção de arranha-céus no terreno começa-ram a ameaçar a Casa Estrela, ergui-da em madeira sobre um pentágono. Foi nesse momento que um dos her-deiros, o músico Moysés de Castro, o mais sagaz defensor do imóvel, pas-sou a zelar pela Casa. “Ela não esta-ria neste grau de conservação se não fosse o cuidado de Moysés em abrir e

fechar todas as janelas da Casa para refrescá-la, diariamente”, explica o ar-quiteto Maiolino.

Nesse meio tempo, a casa foi intei-ramente desmontada à espera de um local seguro.

Mas, o destino tratou de dar as car-tas, novamente, e com o falecimento de Moysés, em 2008, a Casa Estrela passou a se tornar algo que precisava de apoio e recurso. Para proteger o pa-trimônio da família, os descendentes do construtor decidiram doar a Casa Estrela para a PUCPR. O projeto de restauração é assinado pelo professor Maiolino. “Depois disso, eu consegui dormir direito”, brinca o arquiteto.

A salvo, Casa Estrela servirá

como Salão de Atos.

Sala de estar: estrelas em vez

de portas.

númEro dE oUro

O Número de Ouro (1,618) é um número irracional misterioso e enigmático que surge em uma infinidade de elementos da natureza na forma de uma razão, sendo considerada por muitos como uma oferta de Deus ao mundo.

Exemplo: se desenharmos um retângulo cujos lados tenham uma razão entre si igual ao número de Ouro, este pode ser dividido em um quadrado e em outro retângulo em que este também tem a razão entre os dois lados igual ao número de Ouro. Este processo pode ser repetido indefinidamente mantendo-se a razão constante.

Fonte: Universidade de Lisboa

sErVIço

As visitas ocorrerão de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das

14h às 17h.

O agendamento de visitas em gru-pos deverá ser feito pelos telefones

(41) 3271-1604 ou 3271-1645.

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“Todos podem ser professores, todos podem ser médicos, todos podem ser empreendedores. A forma com que eles vão fazer isso é que vai ser diferente.”[Andrea Roque Neiva, coach de imagem]

Descubra quais temperamentos são

predominantes em você e aprenda como conviver

com eles em seu dia a dia

Você conhece seu perfil de comportamen-to? Se você nem sabia que isso existia, prepare--se para descobertas bem curiosas sobre você. Os temperamentos humanos se apresentam divididos em quatro categorias, propostas pelo médico grego Hipócrates (460 a.C.–370 a.C.), conhecido como “o pai da medicina”. São eles: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático. Eles estão presentes em tudo o que você faz. No seu sono, estudo, qualidade de vida e até mesmo no mercado de trabalho. Mas atenção: seu temperamento predominante não define quem você é; ele é uma fatia do todo, determi-nando o modo como você desempenha suas atividades diárias.

Mas dizer que apenas um temperamento é predominante em si seria errado. Como explica a coach de imagem Andrea Roque Neiva: “Nós temos um pouco de cada temperamento. O co-mum é que tenhamos características de dois tipos mais predominantes”. E é essa predomi-nância que dita algumas habilidades e dificul-dades dos indivíduos.

Mas o que é temperamento? Basicamente, são características que herdamos dos nossos pais. São inatas e, inconscientemente, estão diretamente ligadas ao nosso comportamento. Por isso, seu “jeito de ser” está relacionado ao temperamento. “Eles ajudam você a perceber como age, como se sente confortável, como pode ficar menos estressado diante de esco-lhas, envolvendo relacionamentos afetivos e

profissionais. São os temperamentos que auxi-liam a perceber a forma como você vai usufruir da sua vida”, explica Andrea.

Para saber quais os dois predominantes em si, o trabalho principal a ser desempenhado é o autoconhecimento. “Normalmente, identifi-ca-se a principal característica de comporta-mento quando o indivíduo está sob estresse”, diz a coach. Ela ainda afirma que são nesses momentos que o potencial mais alto se torna mais evidente. Esse é um exercício diário de autopercepção e que, aliado ao coaching, pode evoluir muito. Com o tempo, o indivíduo pode aprimorar seus pontos positivos e desenvolver os negativos, tornando-se um diferencial no mercado de trabalho.

É importante possuir o conhecimento dos potenciais e das fraquezas, para que as carac-terísticas inatas possam ser usadas a seu favor, como forma para alavancar a carreira profis-sional, mas é preciso saber dosá-las para que o potencial não se torne um exagero, e vire um problema. Quanto aos pontos negativos, ine-rentes a seus temperamentos predominantes, aqueles que buscam desenvolvê-los apresen-tam um diferencial em relação aos que não os desenvolvem. “Se você tem consciência daquilo que é bom, do que precisa melhorar, e está em busca de transformar seus pontos negativos em algo positivo, você já está tra-balhando com a inteligência emocional, com o autoconhecimento e a consciência de inte-ligência. Esses são fatores que criam um di-ferencial competitivo”, pontua a coach Andrea.

Vale lembrar sempre que o que define a profissão não são os temperamentos predo-minantes, mas, sim, o que motiva cada perfil. “Todos podem ser professores, todos podem ser médicos, todos podem ser empreendedo-res. A forma com que eles vão fazer isso é que vai ser diferente”, explica Andrea.

Para melhor entender os temperamen-tos, vamos supor que seu desejo é empreen-der em um negócio próprio. Descubra como cada perfil lidaria com esse mercado.

seu temperamento no trabalho

por Julio Cesar Glodzienski

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mercado de trabalho

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o coléricoEste temperamento mostra uma pessoa que possui alta

capacidade empreendedora. É mais destemida para fazer aquilo que não é comum. O problema em ser destemido é que pode fi car um pouco arrogante, pois desafi a a todos em busca dos sonhos. Se sua audácia não for bem traba-lhada, no sentido do envolvimento pessoal, pode se tornar uma pessoa mandona, centralizadora e autoritária. Com um perfi l competitivo, um tanto impulsivo e impaciente, o colérico pode ser um empresário que empreenderá em algo novo. Ele se dá ao desafi o de ser o inovador, abrir o mercado. Ele cria, pois gosta da resolução de problemas e da competitividade de inovar.

o colérico

o sanguíneoÉ uma pessoa que gosta de relacionamentos e interação,

buscando sempre ser o centro das atenções, além de gostar de ser reconhecido. Com facilidade na comunicação, fala bastante, é muito alegre e otimista. O problema deste tem-peramento é que a pessoa sanguínea, por vezes, fala muito e faz pouco, então acaba por ser muito comunicativa, social, brincalhona, mas tem difi culdade com a organização, com datas e em fazer as coisas realmente acontecerem. Por isso, há o gosto por empreender em algo que possa ter contato com pessoas, logo, difi cilmente adquirirá uma empresa em que tenha de fi car isolado.

o fl eumáticoApaziguador, o fl eumático é considerado uma pessoa di-

plomática. Neste perfi l a pessoa gosta de, na convivência, sentir-se em casa, como se todos fi zessem parte da família. Portanto, é recatada, mas quando adquire a confi ança ne-cessária, pode ser muito familiar, bem-humorada, carinho-sa e solícita para as pessoas. É bastante metódico, não gosta muito de mudanças – de setor ou de cidade – e tem difi cul-dade com pessoas mais ríspidas. O empreendedor fl eumá-tico vai tornar a empresa algo muito familiar. A tendência é trabalhar numa empresa que era do pai ou do avô, buscan-do dar continuidade a essa tradição familiar.

o melancólicoUma pessoa perfeccionista, que estabelece padrões para

tudo. É autodisciplinada e sensível. Pela sua capacidade de estar disposto a se sacrifi car, tem uma tendência a conse-guir resultados muito positivos na vida profi ssional. Porém, precisa tomar cuidado pelo excesso de perfeccionismo, o que pode resultar em nunca fi car satisfeito. Sua exigência com o outro e consigo é advinda do medo de errar, o que pode torná-lo indeciso. Com toda a exigência que este perfi l demonstra, o melancólico tende a trabalhar bem com fran-quias, ou em algo que já foi muito testado, experimentado, para não correr o risco de errar ou quebrar.

o melancólicoo sanguíneo

seu temperamento no trabalho

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agarre-se ao

cofrinho por Elizangela Jubanski

O planejamento fi nanceiro talvez seja uma das etapas em que o estudante aprenda mesmo na prática. Mas, se for para economizar em bene-fício próprio, como em uma viagem, esta tarefa pode se tornar menos complexa. “Eu sempre fui muito controlada para não comprar muitas coi-sas desnecessárias e economizar. Tento diminuir meus gastos todos os dias para saber controlar meu dinheiro durante a viagem”, conta a estu-dante do 7º período de Design de Moda na PUCPR Luiza Figueiró Ferronatto, que se prepara para ir aos Estados Unidos, em um intercâmbio, em ju-lho deste ano.

A orientadora do Núcleo de Intercâmbio e Cooperação Internacional da PUCPR, Valesca Walesko, conta que a orientação dada aos alunos viajantes é de um valor que inclui alimentação e moradia. “Calculamos, em média, U$ 800 ou € 800 por mês. Como eles vão com o visto de es-tudante, a maioria das universidades não deixam o aluno trabalhar, salvo estágios na área”, explica. Universitários da PUCPR que fazem intercâmbio não pagam mensalidade enquanto estão fora.

Para a jornalista Larissa Sandri, que passou um ano na Espanha também em um intercâmbio pela PUCPR, em 2009, as despesas saíram conforme planejado. “Eu gastava em média € 600 por mês, mas economizando conseguia baixar para € 500. Tinha despesas com aluguel (ela dividia aparta-mento com outros intercambistas), gás, água, tele-fone, luz, transporte e mercado. Usei o dinheiro da mensalidade. Meu pai me ajudou bastante e, com o que poupei aqui, comprei coisas para mim lá”, descreve.

Com essas orientações, Luiza também poupou para viajar. “Guardo uma quantia por mês, há tem-pos. Esse dinheiro é direcionado para meu estudo ou mesmo meu futuro, sendo a possibilidade de intercâmbio uma das melhores formas de investir em meu sucesso profi ssional”, fi naliza.

EConomIZar, Como?Saiba que sempre há gastos extras que po-

dem ser ‘enxugados’ no orçamento diário. Para auxiliar no corte das despensas, o professor de Finanças Fábio Tadeu Araújo, do curso de Ciên-cias Contábeis da PUCPR, dá algumas dicas para economizar nas saídas. “O básico é reduzir o nú-mero de vezes que vai à balada. Por exemplo, se costuma sair às sextas-feiras e aos sábados, pode passar a sair apenas aos sábados”, destaca. Outra proposta do professor Araújo é caseira e uma boa oportunidade para os dotes culinários: fi car em casa com os amigos e se aventurar na cozinha.

Quanto ao transporte, o que pode fazer a dife-rença é andar de bicicleta. “Além da economia na gasolina ou na passagem, ajuda a manter a forma e dá até para economizar na academia”, argu-menta o professor de Contábeis.

Já na comida, o esforço tem de ser grande. “Dados nacionais indicam que Curitiba é a quinta cidade mais cara para se comer fora e com ten-dência de subir de posição devido ao aumento do custo dos serviços. Economizar na comida acaba sendo fundamental”, alerta. Para driblar esta si-tuação, os Restaurantes Universitários (RUs) são uma ótima opção. E para lanches da tarde, o me-lhor é levar de casa mesmo.

Compras. Esse item também é importante e essencial para o bom andamento da economia. O professor de Contábeis dá uma dica aos que pretendem cortar despesas para viajar. “Faça um exercício de esforço mental lembrando que lá fora é tudo muito mais barato”, orienta.

A ausência na balada ou o lanche não com-prado não são fatores determinantes para a re-alização de um intercâmbio, mas faz com que o direcionamento que se dá ao dinheiro fi que mais responsável. O certo é que investir em conheci-mento traz retorno perene e, agregado à vivência internacional, é ainda melhor.

Esquematizar um intercâmbio é dar um passo para a independência fi nanceira e, principalmente, saber poupar. Não sabe por onde começar? A gente ajuda

balada: Reduza para uma saída por se-mana. Opte por programas mais baratos como uma sessão de fi lmes em casa re-gada à pipoca com manteiga.

transporte: Pratique o desapego. Deixe o carro em casa e vá de bicicleta. Além de economizar na gasolina, de quebra, pode trancar a mensalidade na academia, pro-visoriamente.

Comida: O Restaurante Universitário é a melhor opção. A refeição custa R$ 3 e é promovida pelo Diretório Central do Es-tudante (DCE). Na hora do lanche, faça sanduíches em casa e leve para quando bater a fome.

Compras: Ah, as compras. Faça um esfor-ço mental para lembrar que muitos itens, como roupas, calçados, acessórios, perfu-mes, são muito mais baratos lá fora.

Cortando Gastos na sEmana

pudera! Larissa conheceu um italiano no continente europeu e, em junho do ano passado, eles juntaram os tra-pinhos e casaram-se, aqui no Brasil. Paolo de Marinis é natural de Pescara e também fazia intercâmbio na Espanha no mesmo período em que Larissa.

Larissa (dir.) viajou e se deu bem com as des-pesas. Luiza embarca em julho e já começou a economizar.

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mundoafora

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Jornalista formado pela PUCPR em 2004, Tiago Eltz é, atualmente, repórter do Jornal Nacional da Rede Globo. O gaúcho, que buscou no jornalismo a rotina de novidades, en-controu na profi ssão alguma maneira de mudar as coisas ao seu redor. Em entrevista à vida universitária, ele conta sobre suas experiências como repórter, sobre os momentos que marcaram sua carreira e como conquistou seu espaço.

O repórter do Jornal Nacional Tiago Eltz conta

sobre sua carreira como jornalista e fala dos

grandes desafi os que enfrentou

vivendo aprofi ssão

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ção

TIAGO ELTZ: Não, eu não tinha. Na verdade, quando eu entrei na faculdade mi-nha vontade era trabalhar no impresso. Foi então que, no meio do curso, eu co-mecei a fazer um estágio na TV, na época na Band. Lá trabalhei na edição e produ-ção, mas nunca tinha feito reportagem. Sempre achei a

reportagem o interessante do jornalismo, seja do impresso, do rádio ou da TV. Comecei a me interessar por TV quando fiz esse estágio. A reportagem na TV é mais imediata, tem essa possibilidade de estar ao vivo, de cobrir as coisas em tempo real. Quando terminei o curso, fi z um teste de trainee para a RPC e passei.

Você sempre teve vontade de atuar

no jornalismo televisivo?

por Julio Cesar Glodzienski

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da puc

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T.E: A primeira vez em que eu entrei na TV foi na Band. Tinha uma colega de faculdade que fazia estágio lá e me indicou. Então, fui fazer estágio de um mês, que virou dois, três, e acabei sendo contratado para fazer produção e edição. Na mesma época eu trabalhava, paralelamente, na rádio CBN, e foi interessante porque estava no meu segundo ano de faculdade e já comecei a

trabalhar no jornalismo diário. Essa oportunida-de me permitiu conhecer tudo que a gente não vê até sair da universidade. Eu estudava à noite, trabalhava de manhã na TV e à tarde na CBN. Sempre com dois empregos paralelos à faculda-de. Enfim, eu aprendi muito com isso. Foi onde eu tive ideia de como se fazia televisão.

Como e quando surgiu a primeira oportunidade para trabalhar na TV?

Como foi a experiência?

T.E: Algumas matérias que me marcaram não foram tão relevantes. Às vezes, são pequenos detalhes que nos marcam, alguns entrevistados que o fazem sair diferente de uma reportagem. Mas, indiscutivel-mente, a cobertura que mais me marcou foi a tra-gédia serrana no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011,

quando o grande volume de chuva provocou desli-zamentos e enchentes, causando o maior desastre natural brasileiro. Acredito que foi pelo tamanho da tragédia. Eu nunca tinha estado em um local ou visto uma coisa como aquela. Era algo inédito para o Brasil, a maior tragédia natural do país.

Quais foram as principais coberturas que realizou? Dentre elas, qual a que

mais o marcou?

T.E: É muito forte! Primeiro, é um desafio gi-gante. Lembro-me dos primeiros dias da tra-gédia. Por mais que nós apresentássemos ma-térias bem completas, com vários repórteres, eu sentia que a gente não estava conseguindo mostrar o tamanho da tragédia. É um desafio, e muito difícil logisticamente, pois você não tem nenhuma estrutura na cidade. A cidade onde eu estava foi a mais atingida, que era Nova Friburgo, e teve uma destruição muito intensa. Não havia luz, telefone, não tinha lu-gar para ficar, restaurante, nada mesmo. Então, era difícil gravar, retornar, era difícil gerar o material para a emissora. E quando se está

na adrenalina, parece que está tudo bem, mas quando eu voltei, nas primeiras três noites se-guintes, eu não dormi. São coisas que não há como explicar. Aquela tragédia toda, corpos passando em caminhões, corpos para todos os lados, soterrados, o desespero das famílias. Eu não queria ter feito essa cobertura, afinal, não queria que essa tragédia tivesse acontecido, mas como aconteceu, acho que conseguimos fazer um bom trabalho lá, no momento e nos desdobramentos. Então, transmitir tudo isso é muito intenso, é muita responsabilidade com as pessoas que o acompanham naquele mo-mento.

Como é atuar em coberturas que emocionam o Brasil todo, como o caso das enchentes na região

serrana do Rio de Janeiro, que citou?

T.E: Eu penso em contar a história. Jornalismo é isso, é contar bem uma história, e às vezes ela é triste, pode ser alegre ou emocionante. Na verdade, quando você faz um Jornal Nacio-nal, a responsabilidade é muito grande, pois

abrange muita gente. Falar para tantas pessoas e ter essa responsabilidade de nunca errar é emocionante. É uma satisfação grande quando se consegue falar bem para um público tão amplo, contar uma boa história.

O que significa para você levar notícias a milhões de brasileiros?

T.E: A faculdade é um start, foi nela que eu desenvolvi os andares do profissional que me tornei. Portanto, o curso, a faculdade em si, é a base em que se começa a construir o profis-sional que você vai ser. A PUCPR foi isso para mim, foi meu começo, foi o que abriu as por-tas para mim e mostrou para onde eu podia ir e o que eu podia fazer nesta área.

Como a PUCPR contribuiu para sua formação de hoje?

T.E: É claro que não há como não se preocupar com a carreira ou com o mercado. Porém, isso é um processo natural, é preciso fazer estágios, ter contato com o mundo. Mas, principalmen-te, a faculdade é aquele momento de se inves-

tir na base, momento em que você deve apren-der para estar pronto quando chegar lá fora. É um período em que é preciso investimento em você próprio, nessa formação de base, de con-teúdo, de experimentar.

Qual a importância de saber construir a carreira desde a

universidade?

“Eu penso em contar a história. Jornalismo é isso. (...) Na verdade, quando você faz um Jornal Nacional, a responsabilidade é muito grande, pois abrange muita gente.”

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Todo mundo pode ser criativo, mas para isso é preciso estimular o cérebro a pensar diferente e buscar ambientes propícios

Você éCriACriA ivoVocê é

AAAAAApor michele bravos

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Se você fi cou em dúvida quanto à resposta, saiba que isso está le-vando você na direção contrária à criatividade. O primeiro passo para ser criativo é afi rmar e acreditar que você é! É assim que um dos fun-dadores da Escola de Criatividade, Jean Sigel, costuma começar seus cursos sobre o tema.

Frequentemente, as pessoas se perguntam: como ser tão inova-dor? A resposta é simples, mas para encontrá-la é preciso percorrer pelo menos cem metros sem barreiras. Isso mesmo. Sem barreiras. São as barreiras físicas e mentais – de um ambiente de trabalho cheio de baias ao medo de dizer o que se pensa – que impedem o ser huma-no de criar algo novo.

Segundo a designer Miriam Fontoura, professora do curso de Pós--Graduação em Gestão da Criatividade e Inovação da PUCPR, “para ser criativo, em suma, basta uma necessidade; mas para ser inovador, é necessário conhecimento para transformar a ideia em algo tangível e movimento para implementar, inspirar, motivar”.

Atualmente, a palavra “inovação” vigora como uma doutrina no mercado de trabalho, mas, segundo Sigel, para que esses conceitos sejam atingidos, é preciso resgatar algo que se costuma perder lá na infância: a imaginação. “A inovação é a última parte do processo. É preciso estimular a imaginação do capital humano, para que ele se torne criativo a ponto de gerar algo inovador”.

A inovação pode estar atrelada a um produto, à gestão ou a uma forma de vendas. Partindo da premissa de que toda pessoa é criativa e de que uma empresa é formada por pessoas, a inovação pode estar presente em qualquer ramo e em qualquer setor. “Uma empresa que conta com um corpo gestor antenado e fl exível às mudanças está apta a observar oportunidades nas mais diversas áreas da organiza-ção e do mercado competitivo”, afi rma Miriam.

Confi ra na próxima página os obstáculos que todos precisam vencer para ser criativo.

CriACriA ivooooo?o sEGrEdo dE sEr CrIatIVoEmpresas paranaenses são exemplos de inovação em vários segmentos. Segundo a designer Miriam Fontoura, o potencial criativo de uma empresa não está relacionado ao tamanho, segmento, ou qualquer outra forma de categorização, mas, sim, à forma como trata desde questões cotidianas até as prá-ticas que resultam em produtos e serviços.

CInQEmpresa paranaense com 20 anos de experiência no mercado de TI nacional e internacional. Desenvolveu um sistema que visa minimizar erros em softwares após sua implantação, evi-tando caos em aeroportos ou sistemas de telecomunicações, por exemplo. Consequentemente, há uma redução nos custos da empresa com esses consertos em até 10 mil vezes.

tHáA incorporadora tem aceitado grandes desafi os na cidade, com o objetivo de incentivar a criatividade e melhor aproveitar os espaços de Curitiba. Em abril deste ano, inaugurou o Galpão Thá Cultural, em plena Riachuelo. A estrutura, que funciona-rá durante cinco meses no terreno onde posteriormente será lançado um empreendimento residencial da Thá, é aberta ao público diariamente e conta com espaços para intervenções artísticas, exposições, encontros e palestras.

tEC VErdEÉ a empresa responsável pelo Cocoon, um objeto de 3x6 m, sustentável, com design inovador e bom aproveitamento de área útil. Pode ser casa, trailer, hotel. Para a Tec Verde, Cocoon é um novo jeito de viver.

anGELUsEmpresa fundada em 1994, em Londrina (PR), cujo foco é pesquisar e desenvolver produtos com alta tecnologia para a Odontologia. Um produto inovador é a luva em formato de ja-caré para o aparelho que anestesia a boca da criança. Como o equipamento possui agulha, normalmente as crianças fi cavam ansiosas e com medo, difi cultando o trabalho do dentista. Com o novo produto, isso mudou.

Aldeia Coworking: ambiente de trabalho sem baias

propicia o compartilhamento de ideias entre pessoas de

áreas diferentes, potencializando projetos criativos.

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LInkando

Everything is a remix: série sugere que a fórmula da criatividade é: copiar, combinar, transformar. De uma forma descontraída, os curtas-metra-gens fazem uma retrospectiva de filmes, músicas e invenções tecnológicas para tentar explicar de onde vêm as ideias: everythingisaremix.info/

Design Thinking: o método citado por Ricardo Dória é tema deste curso da Escola de Design de Stanford: migre.me/emWjI

John Maeda: presidente da Escola de Design de Rhode Island traça relações entre arte, design e tecnologia e de que forma essas áreas influenciam um líder criativo do futuro: migre.me/emWoi

EConomIa CrIatIVaDo transporte público aos par-

ques, Curitiba já foi sinônimo de cidade vanguarda, à frente de seu tempo. Com o objetivo de resgatar essa essência curitibana, a Escola de Criatividade, junto com a Feco-mércio e o Sebrae/PR, inventaram o Movimento Curitiba Criativa. O projeto reúne profissionais de diversas áreas: cultural, gastro-nômica, comercial, para pensar como Curitiba pode se tornar um polo de economia criativa em cada setor. A economia criativa, que designa profissionais explo-rando a imaginação e agregando valor econômico a suas ideias, tem como principais recursos o capital intelectual e a criatividade.

Segundo Sigel, toda cidade tem vocação para alguma área, e é aí que pode estar o potencial criativo econômico dela. Na sua visão, atualmente, Curitiba apre-senta tendências para negócios culturais e de tecnologia, como desenvolvimento de games.

Até o fim de 2013, o Movi-mento pretende levar à Prefeitu-ra Municipal suas avaliações de mercado e sugestões de fomento a essa economia na cidade.

CrIando JUntosO ambiente colaborativo, de

compartilhamento de pensamen-tos, é propício para boas ideias. Segundo Ricardo Dória, um dos sócios da Aldeia Coworking – es-paço colaborativo de trabalho e exemplo no quesito estímulo criativo –, “o volume de informa-ções novas e aleatórias que rece-bemos ao colaborar é altíssimo. E isso é terreno fértil para a criativi-dade. Vejo na rede um grande ca-talisador e lapidador das ideias”. Por outro lado, ele não despreza a construção e a dedicação indi-vidual sobre um projeto. “A rede não resolve tudo”.

Quando se cria junto, também é preciso tomar cuidado para não se perder o foco. Para isso, Dória cita as técnicas de Design Thinking como uma forma de manter o norte e não ficar na su-perficialidade. “É uma metodolo-gia que nos ajuda a ficar com a cabeça no céu, mas com os pés no trilho”.

VEnCEndo os 100 mEtros Com barrEIrasNo atletismo, a corrida dos 100 metros com barreiras possui 10 obstáculos que precisam ser ven-

cidos pelo atleta para que ele tenha êxito na prova. Mesmo quem não vive nas pistas precisa saltar algumas barreiras para vencer nesse mundo em que inovar é preciso.

DúviDaO resgate da autoconfiança, essencial para ser cria-

tivo, começa com a aceitação de que todos, incluindo você, são criativos!

SExto SEntiDo?A intuição é um compilado de ideias que surgem na

mente humana em decorrência de pensamentos anti-gos, erros, vivências, conhecimento de mundo, conexão com as suas vontades e as necessidades ao redor. In-tuição não é algo sobrenatural e é preciso dar atenção a ela.

Errar é para oS fraCoSUma ideia só é aprimorada se ela for testada e os

erros forem identificados. Por isso, é preciso errar para ser criativo e ter ideias inovadoras. O fracasso deve ser visto como um degrau para o sucesso. A partir do mo-mento que for encarado assim, não há mais espaço para o medo de errar. Errar é bom!

CEnSuraDo!Uma hierarquia muito nivelada, com vários comitês

e conselhos, dificulta o processo criativo. São muitas chances para um feedback negativo e não construtivo. O ideal é buscar líderes natos que possam somar a ideia e levá-la adiante dentro de uma estrutura tradicional. Do ponto de vista da empresa, é preciso dar voz às pessoas, independente de seus cargos.

Minha iDEia é iDiotaUma ideia estúpida pode se tornar excelente se

compartilhada com outras pessoas. O outro pode ter tido outra ideia, que, combinada à sua, gera uma nova e melhor. É aí que um ambiente de trabalho em que a co-municação interna é direta e facilitada, como em espa-ços sem baias e com livre acesso entre os setores, pode influenciar na criatividade.

nEM SEi onDE é ESSE SEtorDentro de uma organização, é importante que haja

diálogo construtivo entre os setores. Muitas vezes, um problema de gestão pode ser solucionado pelo pessoal do comercial. As diferentes vivências profissionais po-dem se complementar e gerar novas soluções.

QuE prEguiça...Mãos à obra! Mesmo que em uma escala pequena,

é interessante prototipar a ideia. Tentar aplicá-la em um pequeno grupo ou construir com materiais reciclá-veis ou de escritório o produto imaginado. A intenção deve ser de construir e descontruir o que se planejou, buscando encontrar o melhor ajuste. Assim, a ideia vai sendo lapidada.

SiM. no lugar Do outroSoluções inovadoras também significam aplicáveis

e úteis à vida das pessoas. Pensando que uma ideia criativa pode surgir de uma necessidade, é interessante se colocar no lugar do outro para descobrir as necessida-des daquele público específico. Por exemplo, dispor-se a realizar algumas atividades com vendas quando se está tentando criar algo para cegos.

MaS não tEM a vEr CoMigoA curiosidade deve ser força-motriz de todo criativo.

Independente da área de atuação é importante diversi-ficar as referências: astrologia, zoologia, moda, tecno-logia. Um pouco de maluquice faz bem para o cérebro!

apEgo x DESapEgoPor menores que sejam, vitórias merecem ser co-

memoradas. Se uma ideia foi aceita, levada adiante e implantada, é hora de comemorar! É importante viver esse momento para partir para a próxima. O lema é: comemorar as boas ideias e, em seguida, desapegar-se delas para dar vazão às novas que virão.

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Equipe da Aldeia: Ivan Chagas,

Letícia Paiva, Ricardo Dória e

Andreza Soinegg.

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reportagem

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espiritualidade

Jovens trocam o período de férias por viagens a fi m de praticar ações voluntárias – uma experiência inquietante!

Jovens engajados, comprometidos e conscientes das necessidades do próximo trocam as férias por ações voluntárias, projetos e retiros. O que os leva a fazer este câmbio é o desafi o do novo, a busca por aplicar os conhecimentos que a universidade oferece e, principalmente, auxi-liar – de alguma forma – aqueles que vivem em vulnerabilidade social.

Um período cujo objetivo é justamente realizar atividades diferen-tes daquelas rotineiras, as férias podem se tornar uma aula de huma-nidade e cidadania. O analista do setor de Vida Consagrada e Laicato do Grupo Marista, Ernesto Lázaro Sienna, conta que a oportunidade da troca das férias por ações voluntárias “é conhecer um país pelo chão que se pisa e não somente olhando o mapa. Com certeza é uma experiência que marca para sempre”.

Para os aventureiros, o sentimento de perceber que pode tornar a sociedade um pouco melhor é o que move as ações. “É uma vontade de fazer algo diferente e útil, de aprender, de querer se doar”, como conta a acadêmica Barbara Beatriz Joei Mioto, do 5º período de Fisio-

terapia da PUCPR e que participou do Missão Henri Vergès, nas férias de julho de 2012. Teoria também comprovada pela aluna do 9º perí-odo de Engenharia Ambiental Jéssica Primon. “As ações voluntárias proporcionam sentimentos de satisfação, reconhecimento, orgulho e agradecimento, em pequenos, simples e tão poderosos gestos, como poder ajudar quem mais precisa”, completa a participante que trocou as férias pelo Projeto Rondon.

É essa a magia. “O sentimento é de partilha de vida, de trocas de experiências, de encontro com seu próprio eu e com o outro. Essas ações proporcionam a abertura de uma dimensão, muitas vezes, nun-ca experimentada”, explica Sienna. Um sentimento que fi ca e deixa gosto de “quero mais”, como conta o jornalista Aldrin Olimpio Cor-deiro, que passou suas férias de fi m de ano em Kathmandu, Nepal. “Assumi uma responsabilidade que eu não precisava ter. Abri mão de momentos de lazer e, o melhor, foi uma oportunidade única para aprender”.

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Minhas fériasdiferentes

terapia da PUCPR e que participou do Missão Henri Vergès, nas férias de julho de 2012. Teoria também comprovada pela aluna do 9º perí-odo de Engenharia Ambiental Jéssica Primon. “As ações voluntárias proporcionam sentimentos de satisfação, reconhecimento, orgulho e agradecimento, em pequenos, simples e tão poderosos gestos, como poder ajudar quem mais precisa”, completa a participante que trocou

É essa a magia. “O sentimento é de partilha de vida, de trocas de experiências, de encontro com seu próprio eu e com o outro. Essas ações proporcionam a abertura de uma dimensão, muitas vezes, nun-ca experimentada”, explica Sienna. Um sentimento que fi ca e deixa gosto de “quero mais”, como conta o jornalista Aldrin Olimpio Cor-deiro, que passou suas férias de fi m de ano em Kathmandu, Nepal. “Assumi uma responsabilidade que eu não precisava ter. Abri mão de momentos de lazer e, o melhor, foi uma oportunidade única para

por Julio Cesar Glodzienski

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Page 27: Vida Universitaria | Ed 223

“De que me adiantaria viver a vida em prol de mim mesma?”, conta a estudante Jéssica primon, que participou da Operação Capim Dourado – Tocantins. Para ela, que viveu a experiência junto dos colegas Fernanda Ambrosio, Jeana Polak, Karin Golembioski, Liz Ehlke, Rubiane Kaminski, Th aila Yoshii de Freitas, Willian Léon Kieski e dos professores Altair Rosa e Janete Dubiaski da Silva, o sentimento que envolve são inúmeros. “Uma entrega de corpo e alma à solidariedade. Sentimos, ao mesmo tempo, alegria, felicidade e orgulho de poder ajudar aquela pessoa mais necessitada de alguma atenção em especial, mas também sentimos inquietude”, explica Jéssica. Férias dife-rentes que agregam valores a partir de um olhar crítico construído no decorrer da caminhada. Porém, é no retorno para casa que o aprendizado afl ora. “O retorno às minhas atividades rotinei-ras, logo após passar 18 dias no interior de Tocantins, Itacajá, foi muito difícil. Nos momentos de atuação na comunidade, você não percebe o quanto aquelas atividades estão modifi cando você pessoal e profi ssionalmente”, completa a acadêmica.

Foi para Kathmandu, no Nepal, que o jornalista aldrin Cordeiro embarcou nessa troca das fé-rias por uma vivência diferente, sabendo que dali em diante nada seria igual. No projeto IDEA, Cordeiro lecionou aulas de inglês para crianças de uma escola pública e orfanato, e também para mulheres de uma comunidade carente, no projeto chamado Women Empowerment. “Foram muitos sentimentos: de tristes a alegres. A expectativa era grande e o trabalho foi um verdadeiro desafi o. A difi culdade que encontrei precisou ser superada pela força de vontade de fazer algo que pudesse mudar a vida daquelas pessoas”, explica. Para o jornalista, a experiência trouxe uma nova noção de tempo/vivência e como se fi ca preso a momentos que não agregam nem modifi cam de verdade a vida do próximo. Mas foi na volta que o choque apareceu. “O retorno me fez avaliar muitas coisas: trabalho, relacionamentos, amizades, família, estudo etc. É tudo muito íntimo, é uma transformação interna que agora eu preciso trazer para o exterior”, completa.

Com jovens comprometidos e que buscam a oportunidade do autoconhecimento, existem em-presas especializadas em intercâmbios cristãos, que comtemplam esta fi nalidade. É o que propõe o CESE – intercâmbio Cristão, por exemplo. “Além de aprender uma língua, ou participar de alguma igreja, o intercambista dialoga com uma cultura completamente diferente. O valor dessa experiência não tem preço, e o impacto que ela traz também é incrível”, como explica a sócia e diretora de Marketing Chica Baptista. O que leva os jovens a buscar oportunidades como esta é a vontade de servir. Isso, aponta Chica, é essencial, pois demonstra um jovem disposto a colocar suas ideias de lado para aprender novas. E também uma atitude de sair da zona de conforto. “Todas essas experiências trazem crescimento e agregam muito, porque é nesses momentos nos quais o intercambista vive o diferente que ele valoriza o que está vivendo, e valoriza também sua casa, a cultura brasileira, tudo que ele deixou pra trás”, conta.

“O fato de uma pessoa renunciar ao seu momento de des-canso e lazer em prol de outras pessoas já é uma atitude que a torna diferente de muitos outros”, como explica a acadêmica Barbara Mioto, que participou do projeto Missão Henri Vergès. Para a futura fi sioterapeuta, traba-lhar em busca de um bem comum é renovador, “afi nal, o ato de ir até a comunidade induz a deixar de lado o nosso mundo e focarmos um pouco na beleza de ser humano”, explica. Oportunidade que ajudou a aca-dêmica, principalmente, a lidar com seus pacientes, entender suas atitudes, seus modos de encarar o tra-tamento. O retorno não podia ser diferente. “Voltei

com a vontade de mudar muita coisa na sociedade. Depois percebi que não ia conseguir isso tudo de uma vez, mas, sim, que podia

começar plantando sementinhas nas pessoas ao meu redor”, completa Barbara.

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proGramE Uma ExpErIÊnCIa

InEsQUECÍVEL para as prÓxImas FérIas:

• pastoral da Universidade: www.pucpr.br/pastoral

• projeto IdEa – nepal: www.idex.in

• CEsE: www.intercambiocristao.com.br

• projeto rondon: projetorondon.pagina-ofi cial.com

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Page 28: Vida Universitaria | Ed 223

A utilidade dodescartÁVel

descartÁVel

O que é sobra e descarte para algumas pessoas serviu de matéria-prima para o es-tudante Carlos Ihlenffeldt. No ritmo da sus-tentabilidade – que vem ditando as regras dos últimos tempos –, o aluno do 7º perío-do de Engenharia Civil da PUCPR criou um projeto moderno e com responsabilidade ambiental. Carlos deu sentido novo ao que seria descartado pelas grandes construtoras, e criou uma linha de móveis diferente do que se vê nas vitrines.

A linha desenvolvida pelo estudante contempla poltronas, mesas de centro e de canto, bancos, cachepots, cestos de lixo, ni-chos, porta-canetas, dentre outros. Todos os produtos são feitos com materiais total-mente reaproveitados – em especial chapas de OSB (Oriented Strand Board), que signi-fica painel de tiras de madeira orientadas – com design diferenciado e sustentável. O estudante desenvolveu uma linha própria, a UzzoEco, o braço ecologicamente correto da marca de móveis Utilizzare.

Segundo Carlos, a quantidade de resídu-os gerados por uma obra é imensa, especial-mente quando se trata de madeira, material utilizado do início da obra – para estrutura e sustentação – até os detalhes de acabamen-to. “Empresas de construção civil causam grande impacto ambiental, pois descartam grande quantidade de entulho que poderia ser reciclado, reaproveitado e transforma-do”, conta.

Além disso, o estudante alerta para outro fator importante: o preço. Como os produtos são materiais exclusivamente descartados da construção civil, eles não recebem trata-mentos tão caros. “Para não perder sua ori-gem, os materiais não passam por grandes modificações e, por isso, consegue-se man-ter um preço bem acessível”, revela.

O sucesso inicial dos móveis foi tanto, que Carlos foi convidado para montar um dos espaços da mostra Morar Mais por Me-nos, no fim do ano passado, na qual conquis-tou o prêmio de ambiente sustentável do evento. “Não esperava tamanho reconheci-mento. Estou muito feliz pela aceitação do público”, finaliza o estudante.

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Carlos notou que resíduos de grandes

construtoras eram, sim, úteis.

por Elizangela Jubanski

Não basta produzir. É preciso ter a preocupação com o meio ambiente. Um estudante do curso de Engenharia Civil da

PUCPR colocou a ideia do reaproveitamento em prática, e desenvolveu mobiliário moderno e com apelo sustentável

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na prática

Page 29: Vida Universitaria | Ed 223

“Para não perder sua origem, os materiais não passam por

grandes modificações e, por isso, consegue-se manter um preço

bem acessível.” [Carlos Ihlenffeldt, estudante de Engenharia Civil da PUCPR]

Espaço montado com

móveis feitos de mate-

riais reaproveitados.

Faça VoCÊ mEsmo

Enjoou da escrivaninha? Quer mudar o criado-mudo? Confira as dicas do estudante para uma boa transformação nos móveis:

1. Uma simples pintura dará uma repaginada em um móvel já existente. Lembre-se de utilizar cores fortes para dar mais destaque.

2. Trocar ferragens como puxadores, dobradiças ou pés dá outro olhar para o móvel.

3. Também vale imaginar outro local para adequar o móvel, em outro ambiente, com outra cor, outra função.

4. Preste atenção no seu lixo ou naquilo que ninguém quer. Pode ser o início de uma grande ideia. Recicle e transforme.

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Uma viagem para a Colômbia rendeu ao professor Zanei Barcellos uma bagagem

com muitas experiências e, principalmente, grandes evoluções na sua pesquisa de

doutorado

Foi para desenvolver parte da sua pesquisa em go-vernança, que o doutorando, mestre em Administração, especialista em Marketing, jornalista e também profes-sor do curso de Jornalismo da PUCPR Zanei Barcellos passou seis meses em Bogotá, na UniPiloto (Universi-dad Piloto de Colômbia), para desenvolver suas pesqui-sas de doutorado em Gestão Urbana pelo PPGTU (Pro-grama de Pós-Graduação em Gestão Urbana na PUCPR).

O tema escolhido para a tese, governança Metro-politana e imprensa – integração do transporte Co-letivo nas regiões de Curitiba e Bogotá, busca estudar a governança na América Latina. O termo “governança” significa um tipo de governo em que o setor privado e a sociedade participam. “Para fazer o estudo de caso, eu escolhi Bogotá e Curitiba. Especificamente, o transpor-te coletivo. Quero entender o processo de governança relacionado ao transporte coletivo metropolitano das duas cidades para fazer um estudo comparativo”, ex-plica Zanei.

Após ter desenvolvido sua pesquisa em Curitiba, o professor embarcou para Bogotá e foi estudar como se dá esse processo de governança no transporte coletivo por lá. A escolha das duas cidades não foi ao acaso. Ele explica que o sistema de transporte coletivo de Bogotá foi totalmente inspirado no sistema de Curitiba. “Guar-dadas as devidas diferenças, até porque Bogotá é uma cidade muito maior, este sistema foi aprimorado para lá”. Sobre a pesquisa, ele comenta que estudar o siste-ma da capital paranaense foi mais fácil. “Eu moro aqui e conheço a cidade muito bem. Para estudar, pesquisar e entrevistar pessoas foi mais acessível”, completa o dou-torando.

Além desta parte da atuação da pesquisa, Zanei tam-bém estudou uma iniciativa da sociedade civil da cida-de colombiana, o programa Bogotá Cómo vamos. Nele, universidades, setor produtivo, sociedade civil e o meio político se unem para realizar pesquisas com a popula-ção sobre vários aspectos das políticas públicas, edu-cação, transporte, segurança etc, tudo por meio de um site. “Com os resultados no site, eles convidam as auto-ridades relacionadas a um setor para debates e ques-tionamentos sobre as políticas públicas”, explica Zanei.

Mas há ainda outra vertente a que o doutorando se dedica: o estudo da imprensa como um ator dentro do processo de governança. “Fiz um estudo comparativo entre a Gazeta do Povo, de Curitiba, e o El Tiempo, de Bo-gotá. O estudo analisa as notícias que eles publicam em relação ao transporte coletivo. Há uma série de aspectos para verificar se os veículos são atores dentro deste pro-cesso ou não. E caso sejam, é preciso avaliar que tipo de ator eles são, qual é o papel deles dentro desse processo de governança”, diz Zanei.

Próxima parada:

por Julio Cesar Glodzienski

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vidadocente

Page 31: Vida Universitaria | Ed 223

rEFLExosPara o professor, a oportunidade de conhecer todo

esse processo de governança de uma grande metró-pole latino-americana fora do Brasil agrega à pesqui-sa, à vida profissional e à sala de aula. “Convivi com os professores de lá, participei de grupos de pesquisas, de bancas de mestrado e dei aula”, detalha o profes-sor, que terá um capítulo sobre o comparativo entre

a Gazeta do Povo e El Tiempo publicado em um livro da Universidad Piloto de Colombia. A oportunidade, incentivada pela PUCPR, com o apoio da CAPES, foi fundamental para a evolução dos estudos. “Ter seis meses para ficar só estudando é uma coisa rara. Eu avancei bastante nas pesquisas, tive tempo e condi-ções de pesquisar, de conviver com outros grupos”, completa.

Na sala de aula não poderia ser diferente. “Quando a gente se dedica a um doutoramento, há um aprofun-damento em teorias e o desenvolvimento de muitas pesquisas próprias. Então, o resultado disso agrega aos alunos em sala de aula. Eles têm aulas preparadas com base nas pesquisas feitas para esse doutoramen-to, obviamente, resguardando as restrições por ser uma graduação”, comenta Zanei.

Uma pesquisa de doutorado como essa também abre portas para pesquisas de iniciação científica. Zanei explica que o professor pesquisador tem um projeto maior, para o qual os alunos de graduação podem desenvolver projetos iniciantes, agregando mais informações. Ao mesmo tempo, o professor ensina seus alunos a se tornarem pesquisadores.

Essa pesquisa ainda agrega a outra pesquisa maior, liderada pelo Programa de Gestão Urbana da PUCPR, que envolve vários países da América Latina, e outras instituições do país. “Após defendida a tese, pretende-se distribuir o resultado deste trabalho para nossa Universidade, para outras instituições parceiras da Colômbia e da América Latina, para o setor pro-dutivo e da imprensa aqui do Paraná, assim como na Colômbia”, fecha Zanei.

“Quando a gente se dedica a um doutoramento, há um aprofundamento em teorias e o desenvolvimento de muitas pesquisas próprias. Então, o resultado disso agrega aos alunos em sala de aula.”[Zanei Barcellos, professor de Jornalismo da PUCPR]

Professor Zanei Barcellos, do curso de Jornalismo

da PUCPR, realiza, em Bogotá, parte da sua tese

de doutorado sobre governança relacionada a

transporte coletivo.

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A UniPiloto é uma instituição especializada principalmente na área de gestão urbana de ar-quitetura de urbanismo. “É uma universidade que foi fundada há cerca de 50 anos, então é, em termos de América Latina, bem antiga”, conta Zanei. Ele ainda acrescenta que a Co-lômbia é um país que possui muitas boas universidades, com pesquisadores renomados no mundo inteiro. “A Colômbia, na área de políticas públicas, que pesquiso, é bastante desen-volvida. Além de que as universidades de lá, assim com a PUCPR, se preocupam em enviar seus professores para fora, para que eles pesquisem, desenvolvam-se e tragam novidades para seu país”, completa. A PUCPR receberá ainda, de 30 de junho a 7 de julho, a visita de uma comissão de professores e alunos do mestrado de Gestão Urbana da Universidad Piloto de Colombia.

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tECnoLoGIa

transmissão ao ViVo

O Programa de Pós-Graduação em Direito

da PUCPR realizou transmissão ao vivo

das aulas da disciplina Direito Empresarial

e Sustentabilidade: uma Análise Econô-

mica. Para ampliar o público e oferecer

oportunidades de conhecimento a todos,

o acesso ao link foi liberado para todos os

interessados. A ementa da disciplina e a

bibliografia estudada estão disponíveis na

página do PPGD.

arena ftd digital

Em abril, foi inaugurado o FDT

Digital Arena, com a presença

do reitor da Universidade,

Ir. Clemente Ivo Juliatto, o

presidente do Grupo Marista,

Ir. Délcio Afonso Balestrin, e

o superintendente executivo

do Grupo Marista, Marco

Cândido. Acesse o site www.

ftddigitalarena.com.br e

confira a programação.

dIsCUssÃo

mesa-redonda do teatro

O curso de Teatro da PUCPR promoveu

a mesa-redonda o artista no mercado de trabalho. Estiveram no evento: Clovis

Severo Brudzinski Junior, representando

a Fundação Cultural de Curitiba; Jewan

Antunes, do Fórum das Entidades de

Classe; Juscelino Zillio, representando a

Associação dos proprietários de teatro, e

os professores Silvia Monteiro, Cícero Lira

e Laercio Ruffa. O objetivo do encontro

foi reunir profissionais que representam

diversos segmentos da classe teatral para

discutir a profissão do artista atualmente

no Paraná e abordar novas possibilidades

de atuação.

o legado de Bento XVi

O Instituto Ciência e Fé promoveu uma palestra

com o tema o Legado de bento xVI para a Igreja e para o mundo. Os ministrantes foram o teólogo e

conferencista Francisco Catão e o sociólogo Marcelo

Coelho. O encontro faz parte do Projeto Diálogos

Contemporâneos, criado pelo Instituto Ciência e

Fé com o objetivo de realizar debates sobre temas

relacionados às áreas de cultura, ciências e fé, com

personalidades e autoridades que são referência nos

temas abordados.

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registro

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noVIdadE

noVo comunicare

O jornal Comunicare, produzido pelos acadêmicos do curso de Jorna-

lismo da PUCPR, mudou. Para se tornar mais atrativo e aprimorar

a experiência dos alunos, o jornal laboratório passou por uma re-

forma editorial e visual. O design está mais moderno e se adaptou

às demandas do periódico, que antes era temático e agora trata de

assuntos gerais, tendo como público-alvo os universitários. Outra

novidade é sua periodicidade. Além de ganhar novas edições ao longo

do semestre, passa a circular diariamente durante um período.

doutorado internacional

O programa de Doutorado Internacional em Engenharia

Mecânica da PUCPR já iniciou as atividades. O projeto é

uma parceria entre a Fundação Araucária e a Agência PUC

de Inovação. O tema é Heat, air and moisture transfer through Insulated Envelopes and risk assessment of

building Energy performance. O reitor da PUCPR, Ir.

Clemente Ivo Juliatto, esteve no evento de abertura. O

Doutorado Internacional é direcionado a alunos estrangeiros

e brasileiros e visa internacionalizar pesquisas na área

de modelagem higrotérmica e energética dos edifícios,

incluindo a avaliação de risco de desempenho energético.

Parceria na música

O coordenador do curso de Licenciatura em Música da

PUCPR, professor Jorge Falcón, visitou a Steinhardt

School of Music, da New York University. A visita teve

como objetivo iniciar um relacionamento que permita

desenvolver planos de cooperação para o intercâmbio de

alunos e projetos que envolvam interdisciplinaridade e

aplicação de tecnologias em educação musical.

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editora chamPagnat

30 ANOS

A Editora Champagnat

completa 30 anos com grandes

projetos. Um deles

é a divisão de suas atividades

em dois selos. O PUCPRess,

que publicará livros com rigor

técnico-científico, didático–

–acadêmico e de divulgação

científica, e o Champagnat,

que se ocupará da

publicação de livros com ou

sem vínculo acadêmico.

O lançamento do selo PUCPRess

aconteceu na XXVI Reunião

Anual da ABEU(Associação

Brasileira das Editoras

Universitárias), entre os dias

22 e 24 de maio, na PUCPR –

Câmpus Curitiba. O evento, que

teve como temática “Desafios

da disseminação da informação

e do conhecimento na era

digital e do acesso aberto”,

tem servido como propulsor

de aproximação estratégico

e essencial às atividades

editoriais e à missão das

editoras universitárias.

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Há quem pense que contribuir para um mundo me-lhor na universidade seja utopia. Engano! Uma grande pesquisa, até mesmo voltada para a área de susten-tabilidade, pode começar na graduação, por meio do TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. A oportuni-dade de ter uma formação de alta qualidade, capaz de infl uenciar positivamente a vida profi ssional, é uma das coisas que esse trabalho pode proporcionar ao aluno. O TCC pode ser visto como um caminho para a iniciação científi ca, que pode se desdobrar para a pós-graduação, num mestrado ou doutorado, dando início a uma carreira como pesquisador.

De acordo o pró-reitor Acadêmico da PUCPR, Eduardo Damião da Silva, “a área de sustentabilidade, como tantas outras áreas do conhecimento, é carente de estudos científi cos sérios e de qualidade. Estudos que sejam capazes de resolver os problemas comple-xos que surgem nas discussões e que estão presen-tes nos fenômenos que a caracterizam”. Por isso, fo-mentar estudos nessa área ainda na graduação é uma grande promessa para a sociedade. Confi ra nesta ma-téria alguns estudos de graduandos comprometidos em deixar uma marca positiva no mundo.

Um ComEçoO TCC é muito importante, pelo potencial de esta-

belecer uma relação entre a teoria e a prática. O profes-sor Damião explica que “o trabalho cumpre o papel de ser mais um tijolinho na construção de uma obra, que pode vir a ter uma grande repercussão e ser de grande contribuição para o avanço do conhecimento da área”.

Mas, afi nal, por que fazer TCC? Além de ser parte necessária para a conclusão do curso – como o nome sugere –, esse trabalho busca compensar, em parte, o ensino passivo de graduação que ocorre no Brasil, como explica Waldemiro Gremski, pró-reitor de Pes-quisa e Pós-Graduação da PUCPR: “O aluno raramente atua como o principal ator. Na maior parte das vezes, é mero ouvinte”. Sendo assim, o TCC é uma excelente oportunidade para o universitário aprender a desen-volver um projeto.

Portanto, o aluno necessita desenvolver a consci-ência de quão importante a pesquisa é para sua for-mação como acadêmico e profi ssional. “A atividade da pesquisa desenvolve, acima de tudo, uma postura crítica acerca do mundo, da sociedade e da vida”, diz o pró-reitor Acadêmico. São pesquisas, mesmo as de-senvolvidas na graduação, que poderão trazer resul-tados que representarão avanço no desenvolvimento do país. “Isso ocorre quando há inovação na pesquisa desenvolvida”, completa Waldemiro.

As pesquisas contribuem quando há geração de conhecimento útil, traduzindo-se em soluções de pro-blemas reais e complexos da sociedade. Logo, traba-lhos envolvidos e comprometidos com a busca de um mundo melhor são grandes caminhos, pois quem de-senvolve as competências para ser um pesquisador, naturalmente, está sintonizado e atento às questões importantes da sociedade.

portÃo ELétrICo moVIdo a EnErGIa soLar

Com o ideal de diminuir o consumo de energia em residências, os alunos Alexandre Giovani Bet e Moises Ivan Kroyzanovski, do 10º período de Enge-nharia Elétrica – Ênfase em Telecom, criaram em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) um portão elétrico que opera exclusivamente com energia solar. “O projeto foi planejado pen-sando na questão da utilização cons-ciente de energia, da segurança e da comodidade da população”, explicam os acadêmicos. O motor do portão é movido pela energia gerada pelo pai-nel solar, posicionado no local com maior incidência de luz. Para garantir o funcionamento do sistema em dias nublados e à noite, uma bateria arma-zena a energia gerada quando há sol. A bateria mantém o sistema funcio-nando por até uma semana. Portanto, o trabalho sustentável nasceu de uma necessidade real: criar um portão au-tomático, operado por controle remo-to, que funcionasse em locais que não dispõem de energia elétrica.O orientador do projeto, Vilson Ro-drigo Mognon, também professor da PUCPR, afi rma que “temas nessa área representam ótimas oportuni-dades para aplicação de tecnologias emergentes, que ainda não encontra-ram seu espaço no mercado, mas que apresentam potencial muito grande”.

eu,o tCC e a sociedade

Sustentabilidade é tema de Trabalhos de Conclusão de Curso que podem se tornar grandes pesquisas para a sociedade

por Julio Cesar Glodzienski

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pesquisa

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GEradorEs rEsIdEnCIaIs dE EnErGIa EÓLICa

O produto é o pioneiro para uso residencial, com tecnologia totalmente brasileira, o que reduz o custo fi nal para o consumidor. Tam-bém é o único dessa categoria com sistema de posicionamento. O projeto é desenvolvido por alunos dos cursos de Engenharia Mecâni-ca, Engenharia de Controle e Automação, En-genharia de Computação e alunos franceses que fazem intercâmbio na PUCPR, por meio de uma parceria com o Institut National des Sciences Appliquées (INSA). Nesse sistema, a turbina eólica se move de acordo com a direção do vento, que é medi-da por meio de um circuito eletrônico. Desse modo, a energia do próprio gerador alimen-ta um motor que move a turbina na direção correta. Com objetivo de produzir um gerador de baixo custo, a próxima etapa do projeto é desenvolver um modelo de hélices que apro-veitem ao máximo a captação da energia.

sIstEma EVIta o dEspErdÍCIo dE áGUa Em CHUVEIros a Gás

Do momento em que é ligado, a água dos chuveiros a gás demora alguns mi-nutos para ser aquecida. A água fria que escorre neste período, normalmente, é desperdiçada. Os alunos do 5º período de Engenharia Eletrônica Aleksander Henrique Hinça, Augusto Adamowski de Oliveira e Daniel Fogaça desenvolve-ram um sistema que detecta a temperatura da água e só a libera quando já está aquecida. “Este sistema, além de gerar economia fi nanceira, representa comodidade para os usuários”, explicam seus idealizadores. Segundo o orien-tador Ricardo Ayres Moraes, professor da PUCPR, “o mundo de hoje requer que não só este trabalho, mas todos os outros se preocupem com o dia de amanhã”. Ele ainda explica que o sistema, já patenteado, funciona basicamente pelo des-vio da água do chuveiro. Uma vez identifi cado que a água se encontra abaixo da temperatura desejada, o sistema executa, por meio de uma eletroválvula, o retorno da água para a cisterna. Quando a água atinge a temperatura desejada, automaticamente a válvula reverte o fl uxo de água, redirecionando-a para o chuveiro.

eu,o tCC e a sociedade

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Abel Domingues, aluno de Teologia da PUCPR, foi o

grande vencedor do prêmio Bom Exemplo Paraná,

promovido pelo Instituto GRPCOM, na categoria

Educação. Ele faz uso de materiais que iriam para

o lixo e confecciona marionetes, utilizadas num

teatrinho que é levado a crianças de comunidades

carentes. “A apresentação em si é um presente

para as crianças. O projeto de bonecos atende

quantas crianças aparecerem. Elas se sentem como

se estivesse dentro de um teatro, mesmo estando

na comunidade”, afirma Abel. Outros alunos da

PUCPR também tiveram destaque na premiação:

Kauanna Ferreira, que cursa Jornalismo, ficou com o

segundo lugar da categoria Educação. Ela criou uma

biblioteca comunitária com livros encontrados no

lixo. Já Elias Bonfim, aluno de Relações Públicas, foi

o terceiro colocado. Ele é coordenador e idealizador

da ONG Formação Solidária. Seu projeto inclui o

Cursinho Solidário, o Universidade Solidária e o

Emprego Solidário.

bom ExEmpLo paraná

no FEstIVaL dE CUrItIba

As alunas Aline Bossi Dias e Edieiny

Maier, do 7º período do curso de

Nutrição da PUCPR, estão entre as três

estudantes de Curitiba selecionadas

para o ciclo do Programa de Estágio da

Nestlé, que disponibiliza um total de 180

vagas em diversos hospitais do País. O

Programa Jovens Nutricionistas capacita

estudantes na área de Nutrição Clínica, a

partir de treinamento e vivência prática

em ambiente hospitalar.

Protagonizando a peça Pulso – Ensaios sobre a confissão,

o aluno Victor Hugo, que cursa o 5º período do curso de

Jornalismo da PUCPR, esteve em cartaz pelo Festival de

Curitiba durante quatro dias, no Fringe. Dirigida por Maíra

Lour e Janaína Matter, a montagem é resultado da parceria

entre a Súbita Companhia de Teatro e o Espaço Pé no

Palco. O texto foi escrito de forma colaborativa entre os

atores e narra a história do assassino descrito por Freddie

Mercury na música Bohemian Rhapsody.

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A recém-egressa do curso de História da PUCPR, Camila

Tatiane de Souza, apresentou um trabalho no

II Colóquio Internacional de Estudos Medievais,

realizado pela Universidade Federal de Goiás e PUC

Goiás. O trabalho, a infância na península Ibérica medieval: um paralelo entre a primeira educação da

criança segundo raimundo Lúlio e Ibn khaldun (1274-1378), está relacionado à monografia de TCC que Camila

desenvolveu sob a orientação da profa. Dra. Adriana

Mocelim de Souza Lima.

Cerca de 60 acadêmicos das Escolas de Direito e de Comunicação e Artes participaram do PUC Identidade, promovido pela Pastoral da PUCPR, na Fazenda Experimental Gralha Azul, no dia 27 de abril. A ideia do programa é, pela interação entre alunos de diferentes cursos, proporcionar a reflexão do sentido da vida e do conhecimento de Marcelino Champagnat, fundador da Congregação Marista e do carisma Marista, que norteia as ações da Instituição.

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Cetas aponta o caminho

É no Centro de Triagem de Animais Silvestres que espécies resgatadas do tráfico ou retiradas do ambiente doméstico podem recomeçar uma vida digna de bicho

muitas barrigas para alimentar

Todos lá, a primeira tarefa do dia é ali-mentar os animais e limpar seus recin-tos. Os tratadores

são os responsáveis por essa parte. Se-manalmente, dois caminhões de fru-tas e verduras vêm ao Cetas para abas-

tecer a geladeira dos bichos. Muita

banana, maçã, mamão e folhas

verdes. Os alimen-tos são cortados e dispostos em

tigelas de acordo com a necessidade

de cada espécie. Como a ideia é que os animais possam viver o mais próxi-

mo do seu estilo de vida silvestre, eles

não recebem banho dos tratadores. A higiene deles fica por conta própria.

animais resgatados

Diariamente, o Ce-tas recebe animais silvestres apreendi-dos do tráfico pela Polícia Ambiental. Enquanto o Ibama leva os bichos res-

gatados sempre às sextas-feiras.

Atualmente, o Ce-tas está com uma população de 700 animais. Todas as apreensões feitas no Paraná são en-caminhadas para lá, por ser o único centro de triagem do Estado. Por ve-zes, eles também

acolhem os animais de cidades da fron-

teira com Santa Catarina, uma vez

que o Cetas ca-tarinense fica em

Florianópolis.

acolhendo os perdidos

Além dos animais capturados pelo

tráfico, é dever da Polícia Ambiental e do Ibama resgatar animais silvestres que se perdem do bando e vão pa-rar na cidade, ou recolher animais silvestres que es-tão no ambiente doméstico, como

papagaios e maca-cos. É importante

lembrar que a denúncia ou soli-

citação de resgate deve ser feita para a Polícia Ambiental ou Ibama. O Cetas é o lugar para onde esses animais vão e não o órgão respon-sável por buscá-los.

Um recente caso foi o do bugio Au-

gusto, que foi parar no bairro Uberaba. Possivelmente, ele foi expulso do ban-do, por estar muito velho. E isso é bem

comum entre os primatas. Hoje, sua morada é no Cetas.

animais, papéis e números

A providência ime-diata quando esses

animais chegam ao Cetas é dar-lhes um recinto decente, com comida – prin-

cipalmente aos pássaros do tráfico,

que chegam em condições muito precárias. Em se-

guida, eles recebem um número de

cadastro para con-trole interno – que

já passa dos 20 mil. Uma ficha é preen-chida com informa-ções sobre a espécie e o estado em que

ela se encontra. Nessa ficha ficarão

as marcações a respeito de medi-cação e evolução

do estado clínico do animal. Além desse,

outro documento é preenchido: um

laudo que comporá o processo contra

aquele que detinha o porte ilegal do

animal no momento da apreensão.

assistência dedicada

Ainda nessa fase de cadastro, um exame clínico veterinário é feito para avaliar o animal, garantindo

um encaminha-mento adequado.

Normalmente, eles possuem fraturas e problemas respi-ratórios. Animais

em estado crítico ou filhotes são destina-dos à sala aquecida,

que é mantida a 25 ºC. A atenção a

eles é total. A maio-ria vai para a sala de internamento, estágio moderado de cuidados, onde

recebem assistência veterinária, muitas

vezes acompanhada de terapias com-

plementares, como acupuntura e home-opatia. Só quando

estiverem recupera-dos é que poderão ir

para os recintos.

Lá em tijucas do sul

A rotina no Cen-

tro de triagem de Animais Silvestres

(Cetas) começa, oficialmente, às 8h30, quando a

veterinária respon-sável, a residente, a estagiária e os

tratadores chegam ao local, situado a

14 km adiante de Ti-jucas do Sul (região metropolitana de Curitiba) por uma

estrada de terra. No entanto, para esses profissionais esta-rem lá nesse horá-rio, eles percorrem

um trajeto conside-rável. Alguns saem

de Curitiba para lá – cerca de uma hora de viagem. Já a veterinária Ana

Carolina Fredianelli, coordenadora téc-

nica do Cetas, parte de São Bento do Sul

(SC), jornada de 40 minutos,

aproximadamente.

por michele bravos

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diáriode bordo

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tratamento diário

Atualmente, 150 animais do Cetas

precisam de algum tipo de tratamento. A rotina de medica-mentos e curativos é diária e intensa. Vai de tirar pontos da pata de um ve-ado a dar remédio em seringas para

tucanos. Casos não identifi cados no

Cetas e que exigem raio-x ou exame de sangue são

realizados no Hos-pital Veterinário da PUCPR. Toda terça--feira, o Cetas leva esses animais até lá para consultas mais detalhadas. Procedimentos

cirúrgicos também são realizados no

Hospital.

Cuidados especiais

Alguns animais necessitam de cuidados mais

especiais, graças a suas limitações. Um exemplo é o

sagui Simão, que é órfão. Pela pouca idade e por não

conseguir comer normalmente,

ele precisa se ali-mentar com leite especial, dado em sua boca com uma

seringa. Já o tamanduá que vive por lá

tem sua comida enriquecida com beterraba e for-migas, que são

recolhidas pelos tratadores e colo-cadas na mistura. Como as formigas

não constroem formigueiros por ali, o animal fica

impossibilitado de buscar, por conta

própria, seu princi-pal alimento.

resgatando instinto

Quando os animais já apresentam sinais

positivos de recu-peração, eles são

encaminhados para recintos com outros da sua espécie. Lá são incentivados a recuperarem seus

instintos. No recinto das aves, há puleiros e uma área livre para que eles se sintam instigados a voar.

Diferente da falcoa-ria, técnica de ades-trar aves, no Cetas

não há interferência humana nesse

processo, apenas estímulos, como o

espaço propício.No caso dos felinos,

como os gatos do mato, eles são es-timulados a caçar.

Ratos são colocados no recinto para que

os gatos corram atrás – literalmente – de seu alimento.

de volta à natureza

É objetivo do Cetas tratar os animais e, em seguida, enca-minhá-los para um

ambiente mais ade-quado. Por vezes, a soltura é realizada

na natureza. Nestes casos, o Ibama faz um estudo de área

para averiguar a fauna e a fl ora local.

Outros animais, como aves que vie-ram muito novas

para o Cetas e não estão aptas para vi-ver na natureza, são encaminhados para

grandes viveiros, como os do Parque

das Aves, em Foz do Iguaçu (PR).

Já os primatas pre-cisam ser soltos em

bandos para que consigam sobrevi-ver. Difi cilmente, um novo macaco

será aceito por um grupo fechado. Isso difi culta o retorno

desses animais para a natureza.

raridades

Por vezes, o Cetas recebe espécies raras, como é o

caso dessa coruja da foto. Segundo o biólogo Eduardo Carrano, também

coordenador técnico do Cetas, poder

ver uma ave como essa é uma opor-

tunidade única. Se ela não sobreviver, provavelmente irá para um museu. Já quando outros animais de espé-cies menos raras

não conseguem se recuperar e acabam morrendo, são en-caminhados para

estudos nas aulas de Medicina Veterinária

da PUCPR.

plantão

O cuidado com os animais não termi-na às 17h30, horário estipulado no papel.

Afi nal, não existe fi m de semana para aqueles que estão doentes. Um caso

recente foi o da capivara que, em

um sábado, comeu areia e passou mal. Se não fosse a vete-rinária vir socorrê-la imediatamente, ela poderia ter morrido. Os profi ssionais do Cetas são movidos

a amor e esperança. Amor pela vida dos animais. Esperança de que um dia eles possam voltar para

casa, esperança de que um dia não existam mais ga-

nância, nem tráfi co, nem maus-tratos, para que esses bi-chos possam viver livres e no lugar de onde nunca deve-

riam ter saído.

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reportagem

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A copa que desafi a Curitiba na mobilidadeCuritiba vai receber quatro jogos da Copa do Mundo no ano que vem. Com essa informação, somam-se delegações, equipes de profi ssionais, comunicadores, turistas e, ainda, é claro, os curitibanos. Com tanta gente indo e vindo, a cidade põe em xeque a mobilidade urbana

“Previsão é que obras fi nalizem

até o início do ano que vem”, diz

secretário do Trânsito, Joel Krüger .

por Elizangela Jubanski

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O país se prepara para receber um dos even-tos mundiais mais importantes da história. A Copa do Mundo deixará legado aos quatro cantos por onde passar. Para recebê-la, em 2014, Curitiba – que também será sede do deslumbramento es-portivo – está com o efetivo todo em campo para dar conta das inúmeras exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Afi nal, a cidade vai receber delegações inteiras de quatro seleções, profi ssionais da comunicação do mundo todo e turistas, que já disputam hotéis nas regiões cen-trais. Mas, tanta gente assim, indo e vindo polvo-rosamente durante um mês inteiro pelas ruas de Curitiba, vai dar certo?

“Hoje, claramente, a cidade não está prepara-da”. Quem responde a questão é o coordenador do Mestrado e Doutorado em Gestão Urbana, Fa-bio Duarte de Araújo Silva. “A cidade viveria um caos. Mas vamos destacar que medidas impor-tantes estão, de fato, sendo tomadas para que isso não aconteça”, completa.

Curitiba dará as boas-vindas aos turistas por dois grandes pontos: Rodoferroviária e Aeropor-to Internacional de Curitiba. Essas chegadas dos visitantes à cidade são chamadas de macroaces-sos, que são os deslocamentos longos, como, por exemplo, o desembarque do turista até a hospe-dagem. A discussão sobre a mobilidade começa já na chegada dos visitantes, já que, além deles, há o fl uxo diário de pessoas se movimentando nestes dois pontos de acesso a Curitiba.

Para desafogar esses pontos apontados pelo macroacesso, duas obras do Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC) estão em andamen-to: o corredor Aeroporto-Rodoferroviária e a re-forma da Estação Rodoferroviária.

O secretário de Trânsito, Joel Krüger, destaca que esses são os primeiros grandes projetos de mobilidade para Curitiba. “A requalifi cação da Rodoferroviária, que já está em andamento, e a Avenida das Torres, que terá mais faixas nas vias. Esse aumento de faixa vai melhorar a fl uidez do tráfego de veículos e também dos ônibus. A pre-visão é que as obras terminem até o início do ano que vem”, diz.

O especialista em Gestão Urbana rebate di-zendo que “apenas a adição de mais uma faixa não resolverá o problema de mobilidade urba-na que aquela região enfrenta”. A Avenida Co-mendador Franco, conhecida como Avenida das Torres, que liga Curitiba a São José dos Pinhais, região metropolitana, é o principal acesso ao ae-roporto. “Se fossem feitas canaletas exclusivas para biarticulados seria a solução ideal. Dentro de um ônibus como este são 200 a 250 pessoas que saem juntas do aeroporto e seguem em um mesmo sentido e em um grande corredor. Seria ótimo”, idealizou. Ainda, segundo ele, essa cana-leta na Avenida das Torres continuaria a funcio-nar bem por fazer parte de um sistema já conhe-cido pela cidade. “Estimularia o morador de São José a deixar o carro em casa e vir a Curitiba de ônibus”.

Ir E VIrAinda não é possível estabelecer um nú-

mero de turistas que desembarcarão na ter-ra do pinhão, justamente porque os times que cada cidade vai abrigar ainda não foram decididos. Mas, a estimativa levantada pelo Ministério do Turismo é que Curitiba deverá receber aproximadamente 508 mil turistas para a Copa. Diante disso, o desafi o da mo-bilidade urbana também está relacionado à circulação dos visitantes em diversos pon-tos da cidade, inclusive, nos arredores do es-tádio Arena da Baixada, o Estádio Joaquim Américo Guimarães, que receberá os jogos entre os dias 16 e 26 de junho. Essa mobili-dade é o chamado microacesso.

Andar a pé e usar o transporte público são os chamados “pulo do gato” para um bom fl uxo no trânsito de Curitiba. “Temos que incentivar os turistas a andar de ôni-bus. Mesmo que sejam criados bolsões de estacionamento para os carros não chega-rem próximo ao estádio. Os locais ao redor da Arena estarão intransitáveis. Andar de ônibus facilita o projeto”, opina o professor Duarte.

De acordo com o secretário Krüger, ações de mobilidade acontecerão durante os jogos

das seleções na cidade e também durante os jogos do Brasil. “Vamos ter a Fun Fest, no Parque Barigui, que terá toda a infraestru-tura de mobilidade e segurança. Também, o congelamento das áreas ao redor da Arena que irá evidenciar o transporte público”, ex-plica. A prioridade para os dias de jogos está voltada à mobilização em torno da Arena. Para isso, serão feitas mudanças nos traje-tos de vias próximas. “Estudamos inverter as mãos das ruas, bloquear vias inteiras e deixar outras livres. O objetivo de bloque-ar a proximidade da Arena é também para incentivar os turistas a caminharem”, expli-ca. Pesquisas apontam que torcedores em cidades-sede da Copa do Mundo andam até 2 km para chegar aos estádios.

Questões seguramente levantadas pelo especialista Duarte que terão de ser revistas são as estações-tubo. “Se hoje já forma fi la de embarque, desembarque, imagina com uma circulação muito maior de pessoas. Aquele sistema de uma porta embarca (a porta nú-mero três dos biarticulados são destinadas ao embarque) e duas desembarcam (as por-tas número dois e quatro são para saída) vão causar desconforto e fi las”, alertou.

Curitiba se prepara para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 com inves-timentos de R$ 862,4 milhões para 13 obras previstas na Matriz de Res-ponsabilidades. Desse total, R$ 563,6 milhões são fi nanciados pelo governo federal e R$ 84,5 milhões por meio de recursos federais diretos. A contrapar-tida local é de R$ 117,3 milhões e R$ 97 milhões virão da iniciativa privada.Nas obras de mobilidade urbana, serão investidos R$ 543,9 milhões, sendo R$ 440,6 milhões de fi nanciamento federal e R$ 103,3 milhões de recursos locais.

númEros

CorrIda

A construção das obras para a Copa do Mundo terá de acelerar. O relatório ofi cial sobre o andamen-to das obras analisado pelo Tribunal de Contas do Estado Paraná (TCE), divulgado em abril, apontou que há risco de as obras não fi carem prontas em tempo hábil. A Comissão de Auditoria assinalou que todas as 11 obras mantidas estão em atraso. Algumas correm o risco de fi car prontas apenas após o torneio. A Prefeitura de Curitiba contestou parte do relatório afi rmando que três das setes obras fi scalizadas estariam em estágio mais avançado do que o apontado pelo TCE.

Ponte estaiada tem

previsão de conclusão para

maio do ano que vem.

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transportE púbLICoSobre o transporte público, por enquanto, cinco linhas de ônibus

estão sendo projetadas para atender a curitibanos e turistas durante a Copa do Mundo. A linha Aeroporto Executivo já é certa – ela funciona-rá em dias de jogos. Outra linha que deve entrar em circulação vai li-gar o aeroporto ao bairro Boqueirão. Também, a linha Circular-Centro vai operar durante o evento inteiro. Além disso, haverá a expansão dos ônibus híbridos de 30 para 60 veículos em circulação. Para atender à demanda do Parque Barigui, onde serão montados os palcos para shows e exibições dos jogos em telões, será criada a Linha Fun Fest, que sairá da Praça Tiradentes em direção ao Parque. A base do trans-porte coletivo será no terminal Campina do Siqueira.

obrasDentre as obras da Copa previstas para melhorar o acesso e o

fl uxo interno da cidade está a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento Metropolitano, que prevê monitorar o trânsito na capital paranaense. Essa benfeitoria, no entanto, ainda não foi licita-da. O secretário estadual para Assuntos da Copa, Mário Celso Cunha, informou que no fi m de abril recebeu propostas das empresas in-teressadas no Sistema. Também fazem parte do PAC: corredor da Avenida Marechal Floriano Peixoto, Linha Verde Sul e ampliação do Terminal Santa Cândida.

o QUE sErá FEIto?

A Arena fi cará isolada por pelo menos 200 metros du-rante os jogos.

As ruas de acesso à Praça Afonso Botelho fi carão bloqueadas para veículos. São estas: Av. Pres. Getúlio Vargas, Cel. Dulcídio, Buenos Aires, Brasílio Itiberê, Enge-nheiro Rebouças, Alf. Ângelo Sampaio, entre outras.

O congelamento acontece em um raio de 30 km (segu-ranças, informações, agentes da Setran).

Bolsões de estacionamento – um dos mais cogitados gira em torno da Vila Capanema, Estádio Durival Brito e Silva, a cerca de 2 km da Arena.

prEoCUpaçÃoA mobilidade urbana tem

sido a maior preocupação entre os curitibanos. Duran-te as consultas públicas, re-alizadas pela Prefeitura de Curitiba para discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, as sugestões relativas ao transporte, con-dições das vias e trânsito re-presentaram 39% do total de sugestões encaminhadas por cidadãos.

Obras na Arena:

Estádio terá capacidade

para 41 mil espectadores.

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48 [vigorosas] horas de ar puro

O fim de semana pode ser mais do que uma pausa na rotina.

Já pensou que essas 48 horas podem carregar as energias para

enfrentar com positividade o início de uma segunda-feira? a Vida Universitária separou

alguns locais de até duas horas de Curitiba que podem servir como

vigorosos abastecimentos

Sexta-feira é o dia mais esperado da semana, é quase unânime. E mesmo aqueles que fazem plantões, escalas de trabalho ou enfrentam aulas matinais sabem o frenesi que a sexta-feira causa. Afinal, ela antecede (para a maioria) de-liciosas horas de descanso que fogem da rotina, calculadamente planejada, em um mundo de atividades multidis-ciplinares. Mas e aí? Como aproveitar o fim de semana e agregar atividades que tragam bem-estar e sensação de reno-vação? Simples. Estar em contato com a natureza.

Especialistas garantem que passar certo período conectado com o ‘verde’ faz as energias carregarem de manei-ra positiva. O professor de Pós-Gra-duação em Psicopedagogia da PUCPR Marcos César Marins corrobora a ideia. “Por meio desse contato, é possível re-por a vitalidade e o fluxo de energia de que o corpo necessita, afastando o in-divíduo de quadros psicopatológicos, tais como a depressão”, alerta. Por es-sas e outras é que esse benefício traz algo físico: por exemplo, assim como dar risada, estar em locais diferentes que fogem da rotina faz aumentar a produção da endorfina no corpo. “Re-lacionamentos conjugais e familiares precisam disso, dessa mudança na rotina. O aumento de dopaminérgico e de cortisol oferecidos ao organismo durante essas mudanças de comporta-mento são importantes para o ser hu-mano”, completa.

Não é para menos. Chácaras, ca-choeiras, trilhas, passeios a cavalo, en-tre tantas outras atividades e recantos, são alternativas ideais para a reflexão. Meditar em meio a tanta natureza pode ser uma opção certeira para quem vive na adrenalina do dia a dia. “A concen-tração em grandes centros e a agitação do cotidiano acarreta muitas doenças psicológicas e orgânicas. Além dessas questões, temos a violência e as neu-roses urbanas”, diz o professor. É por isso que o campo oferece ao indivíduo o equilíbrio para atuação na família, no trabalho e no meio social. Por meio de estudos, Marins confirma que “as pos-sibilidades de atuação e criatividade no trabalho aumentam após o contato com o meio rural”.

“As possibilidades de atuação e

criatividade no trabalho aumentam após o contato com

o meio rural.”

[Marcos César Marins,professor de Pós-Graduação em Psicopedagogia

da PUCPR]

por Elizangela Jubanski

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qualidadede vida

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a VIda UnIVErsItárIa LIstoU aLGUns LoCaIs QUE VaLEm “noVas batErIas” para a sEmana E EstÃo a apEnas dUas Horas da CapItaL – no máxImo. aproVEItE E bom passEIo!

sUpEraGUI A ilha de Superagui, que fica no litoral nor-

te do Paraná e pertence ao município de Gua-raqueçaba, é uma tranquilidade só. As praias praticamente desertas dão sensação de leve-za e são um convite à reflexão. A ilha pode ser considerada artificial, já que se formou após a abertura do Canal do Varadouro, que separou a península do continente. Vá e descubra a importância da preservação ambiental.

Como chego?Os barcos que vão até a ilha saem de duas

localidades: Paranaguá e Guaraqueçaba.

Estrada da GraCIosa Um trajeto rico em paisagem e verde. A

Estrada da Graciosa atravessa o trecho mais preservado de Mata Atlântica do Brasil, mar-cado pela mata tropical e pelos belos riachos que nascem na Serra do Mar. A descida tem curvas sinuosas e, por isso, recomenda-se baixa velocidade e dias de sol para trafegar. Prepare a câmera fotográfica e inspire-se!

Como chego?Basta ir pela BR-116, sentido São Paulo. De-

pois de passar pelo município de Campina Gran-de do Sul, vire à direita onde indicar PR-140.

CânIon GUartELáO Parque Estadual do Guartelá protege uma

área de rico patrimônio natural e arqueológico da região do cânion do Rio Iapó, em Tibagi. O local abriga uma fauna diversa e com várias espécies ameaçadas de extinção, como: tamanduá ban-deira, macaco bugio, lobo guará. A grande atração do parque é o sexto maior cânion do planeta em extensão. Há cachoeiras no local e pinturas rupes-tres que datam de aproximadamente 7 mil anos.

Como chego?O Cânion fica na Rodovia PR-340, no quilô-

metro 42, a 200 quilômetros de Curitiba.

CamInHos dE GUaJUVIra É um roteiro com 36 quilômetros de grande

diversidade cultural, onde é possível encontrar paisagens com rios, flores, gastronomia, arte-sanato rural, frutas e produtos coloniais. É for-temente marcado pela cultura polonesa. O ro-teiro pode ser feito diariamente por empresas especializadas, e aos sábados é disponibilizado um ônibus próprio.

Como chego?Para ir a este passeio basta pegar a Rodo-

via do Xisto, sentido Araucária, e virar à direita na Avenida da Independência. Próximo à Capela Nossa Senhora Monte Claro haverá placas sina-lizando os Caminhos de Guajuvira.

CaCHoEIras GÊmEasDuas quedas-d’água, lado a lado, formam

as Cachoeiras Gêmeas, na zona rural de Cam-po Magro. As águas cristalinas formam uma paisagem delicada por causa dos ‘beijinhos’ – planta que é abundante no local e recebeu carinhosamente este apelido por causa do formato das folhas. Durante a caminhada dá para ver pedreiras que formam uma gruta.

Como chego?Os visitantes podem entrar na cidade de

Campo Magro pela Estrada do Cerne, e próximo ao quilômetro 21 virar à direita e seguir mais 12 quilômetros pela Rua João Jacob Manfron Neto. Uma sinalização indicará o restante do caminho.

dEsCIda dE trEm pELa Estrada dE FErro da sErra do mar

A ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá re-presenta um extraordinário feito da engenha-ria do século XIX. O passeio é um clássico para quem vive ou vem visitar solos paranaenses. É um dos mais famosos passeios de trem e, sem dúvidas, um dos mais belos. Como a estrada de ferro foi construída na Serra do Mar, a sensação é que se está voando em um abismo. Incrível!

Como chego?Esse trem sai diariamente da estação Rodo-

ferroviária, na região central de Curitiba, às 8h15. Os preços vão de R$ 111 a R$ 406 (ida e volta) e variam de acordo com o vagão escolhido.

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...masE aGora?

tHaIs bErtoLInCiências Contábeis

8º período

Como é o proCEsso dE VaLIdaçÃo dE Um dIpLoma EstranGEIro aQUI no brasIL?

quem resPonde: Eduardo Damião da Silva, Pró-reitor Acadêmico: os do-cumentos escolares e universitários expedidos no exterior necessitam ser revalidados no Brasil para garantir os direitos do seu portador. Estes do-cumentos precisam sempre da legalização da embaixada ou do consula-do brasileiro: no país em que foram emitidos, com exceção da França, em função de acordo bilateral para a dispensa de legalização de documentos públicos. Este é o primeiro passo para dar entrada no pedido de revalidação dos diplomas ou certifi cados expedidos no exterior. Os principais passos são os seguintes: o primeiro é a legalização dos documentos relativos ao curso na embaixada ou consulado brasileiro do país onde o aluno estudou. O segundo é verifi car quais documentos precisam de tradução juramen-tada. Por fi m, o interessado deverá, então, entrar com requerimento de revalidação na instituição selecionada.

para InGrEssar Em Uma noVa GradUaçÃo LoGo apÓs o térmIno da prImEIra, prECIso FaZEr Um noVo VEstIbULar?

quem resPonde: Prof. Paulo Roberto de Souza Germann, coordenador da administração acadêmica: para portadores de diploma de curso supe-rior, havendo a existência de vagas no curso desejado, e a critério da Pró-Reitoria Acadêmica, podem ser admitidos, de acordo com o Regi-mento Geral, Art. 57, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Os portadores de diploma de curso superior podem ingressar sem prestar vestibular, desde que apresentem a documentação exigida e atendam às normas regulamentadoras aprovadas pelo CONSUN. São necessários o diploma de curso superior (original e a fotocópia), fotocópia da certi-dão de nascimento ou casamento, RG (original e a fotocópia), e portar também seu CPF (original e a fotocópia). Visto que é possível ingressar novamente na universidade sem passar por um novo processo seletivo, o candidato deverá aguardar o parecer da solicitação.

ELIas GUILHErmE spradaEngenharia Elétrica |

Telecomunicações9º período

QUaL a dIFErEnça EntrE o EstáGIo obrIGatÓrIo E o EstáGIo nÃo obrIGatÓrIo?

quem resPonde: Daniella Forster, Coordenadora da PUC Talentos [Ser-viços de Carreiras da PUCPR]: em re-lação a esta confusão comum, vale ressaltar a diferença entre eles. O estágio obrigatório é aquele que faz parte da carga horária do curso, e que o aluno precisa cumprir como uma disciplina para se formar. Nem todos os cursos têm como exigên-

cia o estágio obrigatório e sua re-muneração é facultativa. Para exer-cer o estágio obrigatório, há um plano de atividades previsto entre a universidade e a unidade conceden-te, que deve ser cumprido na ínte-gra para que tenha validade. Neste contexto, o estágio não obrigatório não faz parte da carga horária do curso, e torna-se um complemento

relevante para o conteúdo teórico obtido em sala de aula. A escolha de um estágio não obrigatório que gere desenvolvimento e aquisi-ção de competências profissionais torna-se extremamente importan-te para uma carreira consistente. Diferentemente do estágio obriga-tório, o não obrigatório exige remu-neração.

aLEssandra CaroLInE barCHIkComunicação Social | Relações Públicas

7º período

A vida acadêmica é rica em descobertas e experiências. Um mundo novo se abre a cada livro, a cada leitura, a cada conversa ou aula. Mas como não poderia deixar de ser, essa vivência é repleta de perguntas. Dúvidas a respeito do universo acadêmico, que envol-vem, acredite, não só você, mas a mente de muitos alunos que cursam o ensino superior. Fomos atrás de algumas dessas dúvidas frequentes e comuns, e buscamos uma resposta para você tirar sua dúvida aqui, na vida universitária.

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perguntepara puc

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programe-se

ConGrEssoMédicos clínicos e pedia-tras com interesse em imunizações, infectolo-gia e medicina preven-tiva podem se inscrever no XV Congresso Lati-no-americano de Infec-tologia Pediátrica e na XV Jornada Nacional de Imunização da SBIm. O evento acontece no dia 26 de junho, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, e é organizado

pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM). O encontro reunirá os mais renomados nomes da infectologia e da vacinologia do Brasil e das Américas.

www.slipesbim2013.com.br

rEVELE_sEU_taLEntoO concerto da fase fi nal do XI Festival Revele seu Talento será no dia 13 de junho. As apresentações acontecem no Teatro da PUCPR (TUCA), às 20 horas. Os candidatos classifi cados se apresentarão junto à Orques-tra de Câmara da Universidade. O festival quer estimular e valorizar a produção musical dos alunos. O júri é composto pelos músicos: Péricles Varella Gomes, Cristina Lemos, Marcos Antonio de Lazzari Junior, Paulo Torres, Aramis Mendes, Eliezer Vargas e Thalita Ferronato. Ao todo, eles já ouviram cerca de cem candidatos.

www.pucpr.br

para_LIdErarLiderando sua Equipe de trabalho é um curso ofertado pelo Sebrae/PR que tem a fi nalidade de desenvolver pessoas para a liderança de equipes, buscando a melhoria nas relações como fator de superação de resultados. É destinado a empre-endedores de todos os segmentos que estejam exercendo, ou preparando-se para exercer, uma posição de liderança na empresa. O curso acontece nos meses de junho e julho, com duração de aproximadamente 16 horas.

app.pr.sebrae.com.br/loja/DetalheEvento

vem aí

rEspEIto_À_dIVErsIdadE“Promover a inclusão plena de pessoas que são prejudicadas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero, identifi cando, aprimorando e compar-tilhando conhecimentos especializados na área da educação”. Este é o objetivo do prêmio Educando para o respeito à diversidade sexual, idealizado pela Aliança Glo-bal para a Educação, em parceria com o Setor de Educação da UFPR. As inscrições podem ser feitas até 12 de junho.

www.cepac.org.br [email protected]

EnContro_dE_matEmátICaA Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) promove, a cada três anos, o Encontro Nacional de Educação Matemática (ENEM). O pró-ximo será realizado de 18 a 21 de julho de 2013, na PUCPR, em Curitiba. Este evento congrega o universo dos seg-mentos envolvidos com a educação matemática: professores da Educação Básica, professores e estudantes das licenciaturas em Matemática e em Pedagogia, estudantes de pós-gradu-ação e pesquisadores.

[email protected]

mUndo_GastronÔmICoDe 14 a 17 de agosto, a Feira Mundo Gastronômico Curitiba 2013 reunirá, na Expo Renault Barigui, amantes da gastronomia e da culinária, além de pro-fi ssionais da área de alimentação. Serão apresentados equipamentos, novidades, opções de produtos, serviços do setor e de seus fornecedores de forma setori-zada. O evento possibilita a construção de networking e traz conhecimento aos amantes da cozinha gourmet.

www.efexbrasil.com.br

FEIra_do_JoVEmA primeira feira destinada aos jovens acontece em setembro na Expo Renault Barigui. A Expo Jovem vai reunir informações e novidades destinadas aos jovens de idade e de espírito. A feira terá moda, material esportivo, atividades radicais, informações sobre veículos, baladas e muito mais. De 19 a 22 de setembro no Parque Barigui.

www.homefair.com.br

Page 51: Vida Universitaria | Ed 223

www.pucpr.br

PÓS-PUCPR.VALORIZA SUA CARREIRA. VALORIZA VOCÊ.

DESTACAR-SE NO MUNDO PROFISSIONAL É TAMBÉM SABER APROVEITAR BOAS OPORTUNIDADES.ALUNOS DA GRADUAÇÃO DA PUCPR TÊM 15% DE DESCONTO SOBRE O VALOR DO CURSO DE PÓS.SÃO DIVERSAS OPÇÕES QUE COMBINAM COM O SEU FUTURO. EM BREVE, INSCRIÇÕES ABERTAS.

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