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“Vidas ao Vento” retrata um Japão da invenção bélica e o suposto adeus de Hayao MiyazakiLivre Opinião / 11 de maio de 2014
Vidas ao Vento
Anunciado como o último filme do mestre da animação Hayao Miyazaki, criador de
obras-primas como A Viagem de Chihiro, O Castelo Animado e Meu Vizinho Totoro,
assim como sócio-fundador do Studio Ghibli, considerado um dos melhores estúdios
de animação, “Vidas ao Vento” é definitivamente o seu trabalho maior.
A animação narra a biografia de Jiro Horikoshi, engenheiro aeronáutico que
desenvolveu diversos projetos de aviões modernos durante a Segunda Guerra
Mundial. Criatividade se mistura com desencanto. Jiro entra na decepção por
construir modelos inovadores que são utilizados como máquinas de morte. No
entanto, a questão da guerra é um traço forte na característica do personagem e
Miyazaki explora este fator muito bem, acompanhando Jiro no conflito interior de se
tornar engenheiro brilhante na carreira e a mágoa de ver suas criações serem
encarregadas na destruição de vidas.
“Vidas ao Vento” percorre as fases de Jiro desde a infância quando recorria às
revistas ocidentais sobre aviação, constituindo ídolos internacionais da área,
passando pelo grande terremoto de 1923, em Tóquio. Durante o terremoto, Jiro
encontra sua futura paixão, a jovem Naoko, além de ajudar na reconstrução da
cidade. Sua notável carreira como designer de aviões foi destacada com a criação
do inovador Mitsubishi A6M Zero, conhecido apenas como avião Zero. Os Zeros
foram utilizados no ataque á base de Pearl Harbor, em 1941, nos EUA, firmando a
entrada do exército americano na Segunda Guerra Mundial.
O interessante é desenvolver esta carreira de Jiro em animação, considerado o
trabalho mais sério de Miyazaki, principalmente polêmico em retratar a história de
um projetista que criou aviões de guerra. “Vidas ao Vento” aborda o período entre
guerras no Japão, a entrada do país na modernidade, no embate com a tradição
milenar, os bastidores da construção aeronáutica – tornando-se uma aula de
engenharia mecânica. Miyazaki foca brilhantemente o desenvolvimento da equipe
de designer aerodinâmico, centralizando a imaginação de Jiro, de genialidade à
parte permite que o espectador mergulhe em sua mente ajudando-o na elaboração
de seus projetos. Outro aspecto notável são as representações dos objetos da
época em animação, trabalho magnífico da equipe do Studio Ghibli.
É uma aula de direção e animação que Miyazaki transmite na tela, a chuva é de
tamanha originalidade que deixa o espectador fascinado. O vento é destacado na
obra em todas as sequências, acompanhamos a dança dos ventos nas decisões de
Jiro e o reencontro dele com Naoko. É de extrema competência a construção das
cenas e ambientes, principalmente a aerodinâmica dos aviões em testes no céu.
São tantas as sequências belas que se o filme fosse desenvolvido por outro estúdio
não teria a importância que se tornou. “Vidas ao Vento” foi sucesso de bilheterias
no Japão e indicado ao Oscar deste ano na categoria de Melhor Animação, mais
uma vez a decepção das escolhas desastrosas dos vitoriosos pela Academia,
“Vidas…” perdeu o prêmio para “Frozen”, da Disney.
O amor pela aviação transforma Jiro, combustível de vida que prefere estar nos
céus de encontro ao vento, a sequência inicial em que entramos no sonho de Jiro
ainda criança é uma pré-visita à mente geniosa em construção. Assim como
Miyazaki é importante em seu país nesta geração, Jiro foi também a um período
conturbado.
Com um final majestoso e crítico, “Vidas ao Vento” já pode ser considerado uma
obra-prima em que conta, por meio da animação – o que é formidável -, um período
do Japão ainda romântico nos ambientes e relações, além da presença forte da
tradição, um Japão muito antes das bombas atômicas e do desenvolvimento
tecnológico. Um país em construção na invenção bélica, focalizando a decisão
ideológica da pré-Segunda Guerra Mundial. Nota-se também nos diálogos um
suposto adeus de Miyazaki – principalmente nos diálogos entre Jiro e Caproni -, que
recentemente anunciou a aposentadoria. Se realmente este for o último filme de
Hayao Miyazaki, ele nos deixou sua obra-prima.
A mágoa de Jiro por transformar suas criações em armas é o empecilho que marcou
sua vida, mas no final do filme o que realmente importa é continuar a viver, pois
toda a causa tem como efeito ir embora com o vento.
Por: Jorge Filholini
Resenha Crítica | Vidas ao Vento (2013)
Kaze tachinu, de Hayao Miyazaki
Embora já tenha voltado atrás na sua decisão de decretar “Vidas ao Vento”
como o seu canto do cisne, Hayao Miyazaki bem que poderia ter um projeto
como esse para registrar uma despedida, o sentimento que mais evoca
nessa animação que presta homenagem ao engenheiro aeronáutico Jiro
Horikoshi. “Vidas ao Vento” é também o retorno à boa forma após uma etapa
em que os seus esforços para “O Mundo dos Pequeninos” foram mais
expressivos do que a atuação como diretor do decepcionante “Ponyo – Uma
Amizade que Veio do Mar”.
Pode-se afirmar que “Vidas ao Vento” é um filme com duas partes bem
diferentes entre si. Na primeira, Jiro Horikoshi (dublado por Hideaki Anno na
versão japonesa) é mostrado em uma fase da juventude como universitário e
testemunha de tragédias naturais que abatiam uma população menos
favorecida. Há também o seu ingresso em uma equipe responsável pela criação
de aviões militares essenciais para a atuação do Japão durante a Segunda
Guerra Mundial.
Na outra metade de “Vidas ao Vento”, há a estada a trabalho de Horikoshi na
Alemanha, possibilitando o reencontro com Naoko (Miori Takimoto), uma
jovem que ele conheceu rapidamente durante o grande sismo de Kantō, que se
deu em 1923. É um momento que a narrativa deixa em segundo plano os feitos
de Horikoshi para a aeronáutica para priorizar uma história mais leve,
romântica e previsivelmente trágica.
Ainda que essa divisão de tom não permita que o todo seja indiscutivelmente
harmonioso, “Vidas ao Vento” compreende não apenas os aspectos mais
notáveis da vida de Horikoshi, como também algumas particularidades da
memória do próprio Miyazaki, muito sensibilizado pela tuberculose espinhal
que matou a sua mãe após um repouso que durou uma década – a doença é a
mesma de Naoko. Têm-se assim sequências aéreas e terrenas deslumbrantes
que emanam um suspiro de completude e adeus.
resenha: vidas ao vento ou Kaze Tachinu (filme)Deixe uma respostaO japonês Hayao Miyazaki é uma assumidade. Ponto. E a popular chancela de mestre das animações é quase diminuir o trabalho do já lendário diretor. Miyazaki esta além de rótulos. É desses que habita o panteão dos grandes nomes do cinema, seus filmes e personagens são imortais, habitam nossa memoria afetiva com facilidade e costumam nos remeter aos mais tenros sonhos de infância. Curiosamente, seu anunciado filme de despedida, Vidas ao Vento, não é desses que “lava a alma”, apesar da ternura e romantismo estar lá. Por ser mais duro e incisivo na abordagem da guerra do que em trabalhos anteriores, provoca dissabores, mas nem por isso deixa de ser menos especial em uma carreira tão prolifica quanto eficiente.
Queria começar a minha resenha com esse trecho do site “espectador voraz” que resume não tudo, mas boa parte do que penso em relação ao ultimo filme de myazaki.
Sinopse: Kaze Tachinu é um filme de animação japonês, produzido pelo Studio Ghibli e escrito e dirigido por Hayao Miyazaki. É uma biografia ficcionalizada (muito ficcionalizada mesmo) deJiro Horikoshi, o designer do avião de caça Mitsubishi A6M Zero, que foi largamente usado pelo Japão na Segunda Guerra Mundial, e é parcialmente baseado em uma história trágica deTatsuo Hori, um escritor, poeta e tradutor do Período Shōwa, sobre uma jovem que contrai tuberculose e é enviada para um sanatório. O enredo se passa deste a infância de jiro, junto com tempos difíceis no Japão, com terremotos e pobreza causada pelos conflitos e guerras.
Resenha: Vidas ao vento é, em minha opinião, o trabalho mais adulto e complexo de Hayao Miyazaki e, mesmo sem os seres fantásticos que são sua característica e marca, o filme ainda tem o mesmo esplendor que tanto me lembra de seu nome. Mas é claro que este elemento não fica de fora! Nos sonhos de jiro, ele se vê sempre com Giovanni Caproni podendo explorar cada pequena parte dos aviões deste.
Mesmo retratando a vida de um criador de armas, Vidas ao Vento passa uma mensagem pacifica com Jiro sempre repedindo para si mesmo que tudo que ele queria era criar algo “belo” e que os aviões podiam ser mais que simples armas. O personagem em si é bem inocente e incrivelmente amistoso. Na verdade, o personagem foi muito bem feito! Myazaki conseguiu retratar tudo que é importante para um personagem sonhador. Não precisei ficar muito tempo na tela para sentir o mesmo que jiro e, mesmo depois de tudo, ficando feliz por ele. Eu consegui simpatizar com praticamente todos os personagens!
Agora vamos para a arte e animação… Bom… A arte é deslumbrante! Incrível, como esperado de Hayao Miyazaki (quantas vezes eu repeti esse nome? Eu já disse que adoro esse cara?). O cenário foi perfeito, lindo, maravilhoso! Os aviões foram bem pesquisados e, mesmo não sabendo nada sobre engenharia, acho que posso dizer que não avia erros. E acho que nem preciso falar da animação dos personagens não é? Os movimentos e expressões faciais… Tudo tão… É de deixar sem palavras! Se você já viu outros filmes como a A Viagem de Chihiro ou Ponyo, provavelmente sabe do que estou falando, Igualmente para a trilha sonora. Claro não posso falar dela sem citar o nome joe hisaishi, que voltou a trabalhar com myazakineste ultimo e incrível filme.
O romance pode ser considerado a parte mais linda e triste do filme. Linda pela forma diferente e romântica que o Jiro e Naoko se apaixonam e triste pelo fato de Naoko sofrer de tuberculose e por isso o casal não podem se casar e viver juntos. Não sem o Jiro desistir de seu sonho de construir aviões que o deixa sempre muito ocupado e é claro que isso não pode acontecer. O romance é lindo e sem enrolação, o casal sabe que querem ficar juntos e fazem de tudo para acontecer. Se falar que gostei da Naoko, ela é uma mulher gentil e forte (mentalmente falando) e mantem essa postura até o fim.
Resumindo, Kaze Tachinu nomeado no Brasil de Vidas ao Vento, é mais um incrível filme deHayao Miyazaki, não o melhor, mas continua sendo maravilhoso. Ele vai fazer pessoas sensíveis (como eu) sair do cinema em lagrimas e fazer seus fãs pensarem, até o ultimo minuto, que Myasaki não pode simplesmente se aposentar. Eu sinceramente, saí do cinema com a mesma sensação que todos seus filmes me passam, a mesma sensação que tenho quando vejo algo que nunca vou esquecer. Eu saí do cinema sabendo que o filme valeu cada centavo e cada segundo sentada naquela poltrona desconfortável.
VIDAS AO VENTO – CRÍTICABY PAULA ROMANO / FEVEREIRO 18, 2014 CINEMA, CRÍTICAS, CRÍTICAS DE
FILMES, DESTAQUE, NEWS NO COMMENTS
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Vidas ao Vento é um filme delicado. O mestre da animação Hayao Miyazaki saiu do
mundo fantasioso de filmes como Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro e o Castelo
Animado para contar uma biografia adaptada que se passa durante a Segunda Guerra
Mundial.
Acompanhamos a história do designer de avião Jiro Horikoshi, um jovem que sonha em
ser piloto, mas que tem seu desejo podado pela miopia que o acompanha desde a
infância. Inspirado pelo designer aeronáutico italiano Caproni, Jiro adapta seu sonho de
voar e passa a desejar desenhar aeronaves.
Em 1927, ele entra na divisão de aviões de uma grande empresa de engenharia japonesa
e logo se vê projetando grandes máquinas.
No caminho, Jiro conhece e se apaixona pela jovem Nanoko e a Grande Depressão se
instaura no Japão. Pobreza, doenças e o grande sismo de Kanto – que destruiu cerca de
570 mil lares, deixando quase doi milhões de refugiados – arrastaram o Japão à guerra.
Miyazaki apresenta como a juventude no país sobreviveu a este período turbulento.
Apesar de ser uma animação, Vidas ao Vento é um filme adulto com roteiro complexo e
referências históricas. Algo que me chamou bastante a atenção, e acredito que isso até
contribuiu para o filme não ser considerado para crianças, é o tanto que os personagens
fumam durante a trama.
Momentos de reflexão e introspecção do protagonista são sempre acompanhados de um
cigarro aceso. Em algumas cenas vemos os cinzeiros lotados e Honjo, o amigo de Jiro,
também está sempre fumando ou “filando um”.
Mesmo sendo uma biografia, não entendo exatamente o que o cigarro pode contribuir para
o desenrolar da trama, ainda mais porque o filme também aborda problemas como a
tuberculose. Há uma cena, inclusive, em que Jiro fuma ao lado de um tuberculoso em
crise. Não faz muito sentido.
Mais que isso, o diretor usa e abusa de planos estáticos. Existem muitos momentos em
que ficamos apenas admirando a paisagem da animação, deixando um aspecto cult para o
filme. Não à toa, são mais de duas horas de duração que podem soar um pouco arrastado
para os mais impacientes.
A cereja do bolo é, sem dúvida, o protagonista Jiro, cujo um de seus grandes feitos é o
avião de caça Mitsubishi A6M Zero que foi usado durante a Segunda Guerra Mundial pelo
Japão. Mesmo sendo muito talentoso, Jiro sempre se mostra insatisfeito em projetar
máquinas para a guerra.
Para ele, os humanos criam objetos incríveis, mas usam da forma errada. O rapaz também
é super polido e solidário, e é bonito de ver como os japoneses são educados uns com os
outros. O filme é cheio de palavras como “por favor” e “obrigado”.
Com indicação ao Oscar para melhor animação, Vidas ao Vento é um filme recomendado
para quem gosta de sutilezas. É leve como o vento que, mesmo não sendo possível
enxergá-lo, nos é de muita valia.