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OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO VI A EFEMÉRIDES BRASILEIRAS

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  • obras do baro do rio branco vi a

    EfEmridEs brasilEiras

  • a Fundao Alexandre de Gusmo, instituda em 1971, uma fundao pblica vinculada ao Ministrio das Relaes Exteriores e tem a finalidade de levar sociedade civil informaes sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomtica brasileira. sua misso promover a sensibilizao da opinio pblica nacional para os temas de relaes internacionais e para a poltica externa brasileira.

    ministrio das relaes ExterioresEsplanada dos ministrios, bloco Hanexo ii, Trreo, sala 170170-900 braslia, dfTelefones: (61) 2030-6033/6034/6847fax: (61) 2030-9125site: www.funag.gov.br

    Ministrio das relaes exteriores

    Ministro de Estado Embaixador antonio de aguiar Patriota Secretrio-Geral Embaixador ruy Nunes Pinto Nogueira

    Fundao alexandre de GusMo

    Presidente Embaixador Jos Vicente de s Pimentel

    Instituto de Pesquisa de Relaes Internacionais

    Diretor Centro de Histria e Documentao Diplomtica

    Diretor Embaixador maurcio E. Cortes Costa

  • ministrio das relaes Exterioresfundao alexandre de Gusmo

    braslia, 2012

    Obras do baro do rio branco

    Vi a

    Efemrides brasileiras

  • Ficha catalogrfica elaborada pela Bibliotecria Sonale Paiva Crb /1810

    depsito legal na fundao biblioteca Nacional conforme lei n 10.994, de 14/12/2004.

    Direitos de publicao reservados fundao alexandre de Gusmoministrio das relaes ExterioresEsplanada dos ministrios, bloco Hanexo ii, Trreo70170-900 braslia dfTelefones: (61) 2030-6033/6034fax: (61) 2030-9125site: www.funag.gov.brE-mail: [email protected]

    Editor:Embaixador manoel antonio da fonseca Couto Gomes Pereira

    Equipe Tcnica:Eliane miranda PaivaVanusa dos santos silvaandr luiz Ventura ferreiraPablinne stival marques Gallert

    Reviso:mariana de moura Coelho

    Programao Visual e Diagramao:Grfica e Editora Ideal Ltda.

    impresso no brasil 2012Obras do baro do rio branco Vi : efemrides brasileiras. /

    rodolfo Garcia, organizador. braslia: fundao alexandre de Gusmo, 2012.

    968 p.; 15,5 x 22,5 cm. isbN 978-85-7631-357-1

    1. diplomata. 2. relaes internacionais. i. Garcia, rodolfo.

    CdU 341.71

  • Comisso Organizadora da Celebrao do Primeiro Centenrio da Morte do Baro do Rio Branco

    Presidente: Embaixador antonio de aguiar Patriota Ministro de Estado das Relaes Exteriores

    Membros:

    Embaixador ruy Nunes Pinto NogueiraSecretrio-Geral das Relaes Exteriores

    senhor Julio Cezar Pimentel de santanaAssessor do Chefe de Gabinete do Ministro da Defesa

    Primeira-secretria luciana rocha manciniAssessora Internacional do Ministrio da Educao

    senhor maurcio Vicente ferreira JniorDiretor do Museu Imperial em Petrpolis, Ministrio da Cultura

    Ministro Aldemo Serafim Garcia JniorAssessor Internacional do Ministrio das Comunicaes

    Professor doutor Jacob Palis Presidente da Academia Brasileira de Cincias,Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao

    ministro rodrigo de lima baena soaresAssessor Especial da Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da Repblica

    Primeiro-secretrio rodrigo Estrela de Carvalho Assessoria Especial da Presidncia da Repblica

    senhora mnica rizzo soares PintoDiretora do Centro de Referncia e Difuso da Fundao Biblioteca Nacional

  • doutora Christiane Vieira laidlerDiretora do Centro de Pesquisa da Fundao Casa de Rui Barbosa

    senhora maria Elizabeth bra monteiroCoordenadora de Pesquisa e Difuso do Acervo do Arquivo Nacional

    Professor doutor Carlos fernando mathias de souzaVice-Reitor Acadmico da Universidade do Legislativo Brasileiro Unilegis, Senado Federal

    doutor Jos ricardo Oria fernandesConsultor Legislativo da Cmara dos Deputados

    Comit Executivo:

    Coordenador-Geral:Embaixador manoel antonio da fonseca Couto Gomes Pereira, Coordenador-Geral de Pesquisas do instituto de Pesquisa de relaes internacionais

    Coordenador de Seminrios e Publicaes:Embaixador Jos Vicente de s Pimentel, diretor do instituto de Pesquisa de relaes internacionais

    Coordenador no Rio de Janeiro:Embaixador maurcio Eduardo Cortes Costa, diretor do Centro de Histria e documentao diplomtica

    Coordenador de Divulgao:Embaixador Tovar da silva Nunes, Chefe da assessoria de Comunicao social do ministrio das relaes Exteriores

  • O texto das Efemrides brasileiras, que constitui o presente volume das Obras do baro do rio branco, foi preparado e organizado pelo historiador rodolfo Garcia, de acordo com o critrio indicado na Explicao que vai adiante, sob a sua autorizada assinatura. ficou, outrossim, sob sua responsabilidade a reviso integral das provas, cabendo-lhe ainda a elaborao dos ndices de nomes e de assuntos acrescidos ao volume, assim como a nota da pgina 370.

    O texto segue a ortografia acolhida pelo Novo Acordo Ortogrfico da lngua Portuguesa, que se tornar obrigatrio em 1o de janeiro de 2013.

  • Sumrio

    apresentao, 9Embaixador luiz felipe de seixas Corra

    Explicao, 23

    Efemrides brasileiras, 27

    ndice de nomes, 749

    ndice de assuntos, 857

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    Apresentao1

    Embaixador Luiz Felipe de Seixas Corra

    No mbito das celebraes do primeiro centenrio da morte do baro do rio branco, em boa hora decidiu a comisso organizadora reeditar as Efemrides brasileiras. Publicadas originalmente no Jornal do Brasil desde o seu primeiro nmero, em 9 de abril de 1891, as Efemrides brasileiras constituem monumental contribuio do baro do Rio Branco Histria do Brasil.

    a ideia da obra foi do conselheiro rodolfo dantas, fundador daquele dirio do rio de Janeiro. Em carta a um amigo, cujo original se conserva no Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro (IHGB), Rio branco refere-se ao encargo que lhe dera rodolfo dantas como um pequeno artigo dirio comemorando ou indicando os nossos principais acontecimentos histricos, isto , uma espcie de Efemrides.

    Em junho de 1916, o chanceler lauro mller, a quem havia recado a responsabilidade de suceder rio branco aps a sua morte, em 1912, passou s mos do conde de Afonso Celso, presidente do IHGB, os originais manuscritos das Efemrides tal como constavam do arquivo do baro, adquirido famlia pelo governo e depositado no Itamaraty.

    1 O presente texto constitui verso revista da apresentao feita pelo autor para a reedio dAs efemrides brasileiras publicada em 1999 pelo senado federal, como parte da coleo brasil 500 anos.

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    segundo assinala lauro mller no ofcio junto ao qual encaminhou a documentao a afonso Celso, aps a publicao dos textos pelo Jornal do Brasil, o baro no s havia melhorado consideravelmente o seu trabalho, acrescentando grande quantidade de fatos novos ligados histria militar, mas tambm completou-o com eventos relativos aos meses que no haviam aparecido na imprensa.

    O trabalho de rio branco, enriquecido na ocasio com os aportes de uma comisso especial do iHGb, foi publicado na revista daquela veneranda instituio em 1917. desde 1919, o iHGb cumpre religiosamente com a prtica de dar leitura, ao incio de cada sesso, do texto das Efemrides referentes ao dia.

    Novamente revistas e atualizadas por rodolfo Garcia, as Efemrides ganharam sua edio definitiva em 1945, desta feita sob a responsabilidade do itamaraty, no contexto das comemoraes do centenrio do nascimento do baro.

    as Efemrides do Brasil so o melhor registro do carter meticuloso e sistemtico das pesquisas histricas feitas por rio branco. O pesquisador encontrar nesta obra um levantamento impressionante de dados, fatos, personagens e eventos de nossa histria. bem ao estilo do temperamento do baro, prevalece sobretudo a preocupao em transmitir informaes objetivas. Estvamos ainda longe de correntes historiogrficas mais recentes que privilegiam a interpretao das grandes tendncias, mas que muitas vezes negligenciam a matria-prima do conhecimento histrico: as fontes primrias, os documentos originais.

    lvaro lins fez o seguinte comentrio a respeito das Efemrides:

    Porque um gnero aparentemente fcil, o que d valor a um volume de efemrides a capacidade pessoal do seu autor: a perspiccia no escolher para a fixao de cada dia os seus acontecimentos realmente representativos, a exatido nas datas e nomes, o dom da expresso sinttica, a memria vigilante para os pormenores. E porque representam esse trabalho de erudio, seleo e rigor histrico, as Efemrides de rio branco so as mais completas na sua espcie.

    as Efemrides brasileiras so, essencialmente, um livro de referncia. Permitem, portanto, diversos nveis de leitura, segundo o interesse do leitor. Para um estudioso de histria diplomtica, por

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    exemplo, ressalta acompanhar a sensibilidade demonstrada por rio branco para os temas dos limites do brasil, algo que viria a notabiliz-lo anos mais tarde no encaminhamento de solues para as questes de fronteira ento pendentes.

    fascinante acompanhar as referncias de rio branco algumas apenas factuais, outras com comentrios mais extensos a respeito de datas em que se registram eventos relevantes para a obra de definio de nossas fronteiras: 7 de junho de 1494 (Tratado de Tordesilhas), 11 de abril de 1713 (Tratado de Utrecht entre Portugal e frana), 13 de janeiro de 1750 (Tratado de madri), 12 de fevereiro de 1761 (Tratado de El Pardo), 1o de outubro de 1777 (Tratado de santo ildefonso), 12 de dezembro de 1851 (Tratado de aliana e de limites com o Uruguai), 27 de maro de 1867 (Tratado de limites com a bolvia) ou 25 de janeiro de 1890 (Tratado com a argentina sobre a questo de Palmas). Curiosamente, rio branco no registrou com data prpria os tratados de limites assinados pelo imprio com o Peru, em 23 de outubro de 1851, com a Venezuela, em 5 de maio de 1859, e com o Paraguai, em 9 de janeiro de 1872.

    Profundo conhecedor das questes do Prata, rio branco registra nas Efemrides as datas relevantes para a histria de nossas relaes com os vizinhos do sul: 1o de janeiro de 1680 (fundao da Colnia do sacramento), 27 de agosto de 1828 (Tratado provisrio entre o brasil e as Provncias Unidas do Rio da Prata que pe fim s disputas sobre a Provncia Cisplatina e que reconhece a independncia da repblica Oriental do Uruguai), 27 de maio de 1851 (acordo de aliana entre brasil, Uruguai e Entre-rios, para fazer frente a rosas e Oribe), 3 de fevereiro de 1852 (derrota de rosas na batalha de monte Caseros), 20 de fevereiro de 1865 (convnio de paz entre o brasil e o Uruguai, aps interveno do imprio em favor dos colorados de Venncio flores) ou 1o de maio de 1865 (Tratado da Trplice aliana brasil-argentina-Uruguai).

    as Efemrides, no entanto, tornam particularmente evidentes o interesse e os conhecimentos de rio branco sobre a histria militar do brasil. Os eventos militares chegam a ocupar, na obra, mais espao do que o dedicado histria diplomtica. ilustrativo, por exemplo, o longo texto sobre a batalha de Passo do rosrio, de 20 de fevereiro de 1827. No havia em rio branco, contudo, entusiasmo pueril ou inconsequente em relao nossa histria militar. Uma boa demonstrao desse

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    julgamento a sobriedade com que relata a participao do brasil na batalha de Monte Caseros, que precipitou o fim do regime de Rosas na argentina.

    recuperar as Efemrides significa, acima de tudo, comemorar a memria de um dos maiores brasileiros de todos os tempos, um dos construtores deste pas, um homem pblico excepcional, por sua obra e pelo exemplo de sua personalidade e de suas qualidades pessoais.

    seu trabalho de consolidao das fronteiras do pas, por meio de recurso arbitragem internacional ou de negociaes diretas com nossos vizinhos, permanece ainda hoje como a mais relevante obra da diplomacia nacional, no mesmo nvel de importncia da atuao brasileira na regio do Prata na poca do Imprio. A evoluo pacfica de nossas relaes com os vizinhos sul-americanos ao longo do sculo xx em grande medida consequncia do trabalho de estadista levado a cabo por rio branco de 1893, quando assumiu a defesa da posio brasileira na questo de Palmas com a argentina, a 1909, ano em que o brasil assinou tratado de limites com o Uruguai.

    a vida e a obra do baro do rio branco foram tratadas em livros que podem ser considerados definitivos, entre os quais cabe mencionar, a ttulo exemplificativo, os seguintes: (i) Rio Branco e as fronteiras do Brasil (uma introduo s Obras do Baro do Rio Branco), de a. G. de Arajo Jorge, escrito na dcada de 1940, como introduo publicao por parte do ministrio das relaes Exteriores das obras completas do baro (as chamadas Memrias sobre as questes de Palmas, do amap e da Guiana inglesa, documentos diplomticos diversos, discursos, artigos de imprensa, textos e notas esparsas sobre a histria do brasil); (ii) Rio Branco (biografia), de lvaro Lins, igualmente da dcada de 1940; (iii) A vida do Baro do Rio Branco, de luiz Viana filho (1959); e (iv) Jos Maria da Silva Paranhos, Baro do Rio Branco (uma biografia fotogrfica), com texto de Rubens Ricupero, e organizao, iconografia e legendas de Joo Hermes Pereira de arajo (1995).

    Para que o leitor possa melhor apreciar o sentido e o alcance das Efemrides brasileiras, torna-se til fazer um registro dos traos essenciais da vida e da obra de rio branco. lvaro lins selecionou, como epgrafe de seu livro, uma citao de Joaquim Nabuco que sintetiza as qualidades do baro:

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    Esto a os traos caractersticos do segundo rio branco: genuno patriotismo, culto amoroso ao pai, organizao conservadora, entusiasmo militar, afastamento da poltica, paixo da glria do povo, e, para satisfaz-la, vocao de historiador; por ltimo, inclinao pessoal para a representao nacional no exterior. Todos esses sentimentos so de ordem desinteressada, todos, incluindo mesmo essa admirao filial, so impulsos do mesmo motor, o amor do Pas.

    Bem ao estilo apologtico da poca, refletem-se nessa curta passagem todas as qualidades pessoais e profissionais que iriam fazer de rio branco uma das mais bem-sucedidas e populares personalidades da histria brasileira.

    Rio Branco era filho de Jos Maria da Silva Paranhos, visconde do Rio Branco. Guindado vida pblica ainda jovem, pela mo poderosa e experiente de Honrio Hermeto Carneiro leo, o marqus do Paran, que o levou como secretrio para sua misso no Prata de 1851 a 1852, e visconde do Rio Branco revelou-se uma das mais importantes figuras do segundo reinado. O primeiro rio branco foi presidente do Conselho de ministros de 1871 a 1875, o mais longo gabinete do imprio. Promoveu a aprovao da lei do Ventre livre, em 1871, que de certa forma antecipou o fim da escravatura. Foi ministro dos Negcios Estrangeiros e tambm de outras pastas. Esteve em cinco misses diplomticas no Prata, de 1851 a 1871.

    O segundo rio branco nasceu em 20 de abril de 1845. Viveria em relativa obscuridade praticamente at completar 50 anos. Nada nos seus primeiros anos teria permitido prever os de grandeza e de realizaes que marcariam o perodo final de sua existncia. Aps os estudos de Direito em So Paulo e no Recife, passou por uma fase de indefinies profissionais. foi professor de Histria no Colgio Pedro ii no rio de Janeiro, promotor pblico, jornalista, chegou a exercer dois mandatos de deputado federal, de 1869 a 1875, e assessorou o pai em diferentes momentos, como na misso diplomtica ao Prata nos anos de 1870 e 1871.

    desde a faculdade em so Paulo, o baro dedicou-se aos estudos de histria do brasil, em especial em seus aspectos militares e diplomticos. Essa foi a paixo de toda a sua vida. Tornou-se um especialista nessas matrias, sobre as quais chegou a escrever vrios textos esparsos. infelizmente, contudo, no chegou a realizar seu sonho de escrever uma histria militar e diplomtica do brasil.

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    Dos contatos com o pai que tanto admirava, filtrou a vocao para a diplomacia. No demonstrou interesse em seguir a carreira poltica. Por isso mas tambm por motivos familiares , postulou e obteve, em 1876, sua nomeao para o cargo de cnsul-geral em liverpool.

    rio branco iniciaria, ento, longa permanncia no exterior, de mais de 25 anos. Voltaria ao rio de Janeiro apenas em 1902, para assumir o cargo de ministro das Relaes Exteriores, no qual ficaria at sua morte, em 10 de fevereiro de 1912. aproveitou intensamente esse afastamento para aprofundar seus conhecimentos de histria brasileira. Com esprito meticuloso, fez amplas pesquisas em fontes primrias, a exemplo dos arquivos histricos das potncias coloniais, que viriam a ser fundamentais para explicar seu xito posterior nas negociaes para a definio das fronteiras nacionais.

    Proclamada a repblica em 1889, o governo provisrio empenhou-se desde cedo em procurar superar as desconfianas que por tanto tempo haviam mantido afastados o imprio brasileiro e as vizinhas repblicas sul-americanas. A fixao definitiva das fronteiras tornou-se prioritria. Como registra lvaro lins:

    S com dois pases o Paraguai (1872) e a Venezuela (1859) o Imprio fixara as fronteiras de modo definitivo. Tratados de limites foram assinados tambm com o Peru (1851) e com a bolvia (1867), mas as questes voltariam a se impor anos depois, exigindo novos tratados na repblica. ao Uruguai ofereceramos espontaneamente uma retificao dos diplomas assinados em 1851 e 1852. A herana recebida pela repblica [...] era, pois, a de uma nao quase sem fronteiras fixadas; em compensao, seria uma figura formada no Imprio o estadista que, servindo Repblica, daria estabilidade e segurana ao mapa poltico do Brasil.

    a primeira das questes territoriais a ser encaminhada envolvia o territrio de Palmas, no oeste do atual estado de santa Catarina, de pouco mais de 30 mil km. O governo provisrio, ansioso por dar prova de fraternidade americana, assinou em 25 de janeiro de 1890, em montevidu, tratado que dividia essa rea entre o brasil e a argentina. seguiu-se, contudo, intensa mobilizao popular e das elites dirigentes brasileiras contra o que se percebia como uma cesso territorial indevida. Em 10 de agosto de 1891, o Congresso Nacional terminou por rejeitar o Tratado de montevidu. recorreu-se ento ao arbitramento do

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    presidente dos Estados Unidos Grover Cleveland.Em 5 de abril de 1893, rio branco foi indicado para defender a

    posio brasileira em Washington, em substituio ao recm-falecido baro de aguiar de andrada. Trs dias aps, dirigiu carta a a. f. de Paula e sousa, ento ministro das relaes Exteriores, da qual vale a pena reproduzir trecho pelo que contm de revelador sobre sua personalidade:

    desde 1875 tenho levado uma vida de retraimento que a que melhor quadra com as disposies de meu esprito e me permite consagrar boa parte de meu tempo aos estudos e trabalhos de minha predileo. muito voluntariamente, quando ainda era moo e podia ter ambies, pois contava com amigos e protetores influentes, renunciei a tudo para levar a vida obscura que tenho vivido e a que desejo prontamente voltar. agora, acudindo ao apelo do senhor marechal presidente e de vossa excelncia, vou sair por alguns meses de meu retiro, voltar, por assim dizer, ao mundo [...] Trata-se da defesa de um territrio brasileiro de que os nossos vizinhos nos querem esbulhar, de uma questo de histria e geografia que suponho conhecer, e, portanto, de uma misso em que acredito poder ser de algum prstimo [...] Eu no tenho, portanto, o direito de escusar-me no caso presente, alegando motivos de comodidade pessoal ou de ordem privada quando o sacrifcio que fao, ao romper com meus hbitos, apenas temporrio e levo a esperana de poder estar de volta dentro de poucos meses.

    Em outras cartas do mesmo perodo, repete que preferiria ficar sossegado no meu canto. Afirma que terminada a misso voltarei para o meu canto e para os meus livros e papis velhos, porque no quero saber de eminncias e grandezas [...]

    rio branco teve pouco tempo para preparar sua defesa da posio brasileira, entregue ao rbitro em 10 de fevereiro de 1894. O laudo do presidente Cleveland foi dado ao conhecimento das partes a 5 de fevereiro de 1895 e reconhecia em toda a sua plenitude o direito do brasil. rio branco tornou-se imediatamente um heri nacional. Joaquim Nabuco incitou-o a deixar de ser politicamente indolente e a retornar ao brasil. Por temperamento e por desejo de no ofender as sensibilidades da argentina com comemoraes populares no rio de Janeiro, optou no entanto por voltar diretamente dos Estados Unidos para liverpool.

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    Em julho de 1895, rio branco deixou o consulado-geral e passou a preparar, em Paris, a defesa da posio brasileira na questo de limites com a Guiana francesa, sobre a qual o brasil e a frana viriam a assinar um compromisso arbitral em 10 de abril de 1897. a questo envolvia cerca de 260 mil km. O governo suo foi indicado como rbitro. O laudo, dado ao conhecimento das partes no dia 1o de dezembro de 1900, atendia plenamente s posies nacionais. Praticamente todo o territrio em litgio ficou com o Brasil, a fronteira foi fixada no curso de gua que identificvamos como sendo o Oiapoque, e vedou-se Frana o acesso margem esquerda do rio Amazonas.

    rio branco seria ainda o primeiro responsvel pela redao da Memria brasileira na questo de limites da Guiana inglesa, submetida ao arbitramento do rei da itlia por tratado assinado em 6 de novembro de 1901. Arajo Jorge refere-se s quatro Memrias redigidas por rio branco Palmas, Guiana francesa (duas) e Guiana inglesa como modelos de erudio histrica, jurdica e geogrfica, em que sobressaam a clareza e a ordem do texto, bem como a pureza, a elegncia e a preciso da lngua. O laudo do rei da itlia, divulgado em 1904, foi mais favorvel aos interesses ingleses do que aos direitos brasileiros, adjudicando ao brasil 13.750 km de uma rea em disputa de 33.200 km. Nesse meio tempo, rio branco tornara-se ministro das relaes Exteriores, e a defesa brasileira na questo da Guiana inglesa ficara a cargo de Joaquim Nabuco, a quem coube o estabelecimento da memria definitiva.

    durante sua curta permanncia como ministro plenipotencirio em berlim (1901-1902), rio branco foi convidado por rodrigues alves a assumir o ministrio das relaes Exteriores. Evidenciou-se nessa ocasio sua falta de ambies polticas. aceitou o cargo somente aps muito relutar. Em vrias cartas a rodrigues alves, a Campos salles e a amigos influentes, alegou razes de ordem funcional, pessoal, de sade, financeiras, de famlia e de falta de gosto pela poltica. Chegou mesmo a sugerir o nome de seu amigo Joaquim Nabuco. Em uma das cartas, observou que depois de to longa vida de retraimento, fechado com os meus livros, mapas e papis velhos, receio mostrar-me desajeitado na vida inteiramente diversa que deveria ter na posio de ministro de Estado. No dia 29 de agosto de 1902, contudo, recebeu de rodrigues alves o seguinte telegrama: Valiosas ponderaes cartas no me

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    convenceram. Nome vossa excelncia ser muito bem recebido no podendo negar pas sacrifcio pedido.

    rio branco serviria a quatro presidentes: rodrigues alves, at 1906; afonso Pena e Nilo Peanha, de 1906 a 1910; e Hermes da fonseca, at a sua morte, em 1912. Curiosamente, esse monarquista convicto talvez menos por razes ideolgicas e mais pela profunda admirao que devotava a dom Pedro ii e a seu pai viria a ter na repblica o seu maior momento de projeo pessoal.

    logo ao assumir o cargo, rio branco defrontou-se com a necessidade de uma soluo urgente para a questo explosiva do acre. Em berlim, dera-se conta do risco da internacionalizao da questo, havendo gestionado audaciosamente para impedir que bancos alemes se associassem ao Bolivian Syndicate. Em nossa histria diplomtica, poucos assuntos tiveram tanta repercusso interna e tanta carga emotiva. Havia um risco iminente de conflitos armados entre os cerca de 60 mil colonos brasileiros estabelecidos em territrio boliviano, no acre, e o governo de la Paz. No se tratava, nesse caso, diferentemente das questes anteriores, de esgrimir argumentos histricos e geogrficos para defender a soberania brasileira sobre determinado territrio, mas sim de procurar uma soluo poltica e diplomtica para um problema de fato criado pela presena em territrio boliviano de uma populao brasileira que no aceitava submisso La Paz. Nessas condies, Rio branco entendeu que no era aconselhvel a via do arbitramento, e empenhou-se em promover entendimentos diretos com a bolvia.

    O baro definiu como objetivo a aquisio do territrio, o que se concretizou com a assinatura do Tratado de Petrpolis, a 17 de novembro de 1903. mediante uma indenizao de dois milhes de libras esterlinas, compensaes territoriais de cerca de 3.200 km em outros pontos da fronteira comum e outros benefcios concedidos Bolvia, atribuiu-se ao brasil a soberania sobre um territrio de cerca de 191 mil km. de todos os entendimentos promovidos por rio branco, esse foi o nico em que houve uma expanso territorial, pois em todos os outros o brasil empenhara-se apenas pelo reconhecimento de direitos legtimos, decorrentes de motivos histricos e jurdicos. Essa foi, tambm, a nica aquisio territorial do brasil como nao independente.

    arajo Jorge fez o seguinte comentrio sobre o tratado com a bolvia:

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    Poltica externa menos escrupulosa teria adotado para o caso acriano um expediente de que no seria difcil rastrear precedentes em outros pases: fomentar a revolta, reconhecer a independncia dos acrianos, de conformidade com os seus desejos, proceder incorporao do Acre ao Brasil, deixando Bolvia o recurso extremo de uma guerra desigual.

    Houve no brasil muitas crticas ao tratado, entre as quais as de Rui Barbosa, por conter alegadamente concesses excessivas Bolvia. argumentava-se, entre outros pontos, que os Estados Unidos haviam pago Espanha apenas quatro milhes de libras esterlinas pelas filipinas, territrio com superfcie e populao muito maiores que as do acre. Como quer que seja, a prpria existncia dessas crticas pode ser vista como uma comprovao do esprito de equidade e de equilbrio com que rio branco conduziu as negociaes.

    Outra importante questo solucionada por rio branco foi a dos limites com o Peru. a rea em litgio era de 442 mil km, na qual se incluam os 191 mil km incorporados ao brasil pelo Tratado de Petrpolis. aps cinco anos de negociaes, foi assinado, a 8 de setembro de 1909, o tratado de limites que atribuiu ao brasil 403 mil km e, ao Peru cerca de 39 mil km (ficando o Acre, assim, reduzido a 152 mil km).

    Na gesto de rio branco, foram ainda assinados tratados de limites com a Holanda (Guiana Holandesa) em 1906, com a Colmbia em 1907 (o qual reafirmou a soberania brasileira sobre uma rea de 127 mil km) e com o Uruguai em 1909. Esse ltimo acordo um dos mais marcantes exemplos do esprito de equidade de rio branco. Para reparar o excesso de rigor cometido contra os uruguaios pelo Tratado de 1851, que lhes tinha negado o direito de navegao na lagoa mirim e no rio Jaguaro, rio branco concedeu-lhes pelo Tratado de 30 de outubro de 1909 mais do que haviam demandado: no s a livre-navegao, mas tambm o condomnio da lagoa mirim e do Jaguaro e a propriedade de algumas ilhas. Em mensagem ao Congresso, o presidente e o chanceler do Uruguai registraram que a chancelaria brasileira concedeu ao Uruguai muito mais do que a nossa diplomacia pediu em todos os tempos, e aceitou muito menos do que essa mesma diplomacia ofereceu, como compensao, em suas primeiras gestes.

    O tratado com o Uruguai foi o ltimo dos grandes entendimentos

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    de limites promovido pelo baro do rio branco. de 1895, quando foi divulgado o laudo do presidente Cleveland sobre a regio de Palmas, a 1909, Rio Branco esteve frente de negociaes que levaram ao reconhecimento definitivo da soberania brasileira sobre territrios de cerca de 900 mil km (ou seja, mais de 1/10 da rea atual do brasil). Encerrada essa etapa de seu trabalho, rio branco comentaria j ter construdo o mapa do brasil, e que agora o meu programa de contribuir para a unio e a amizade entre os pases sul-americanos.

    at certo ponto, portanto, o nome de rio branco est associado a um tipo de diplomacia a de fixao de fronteiras e da posse de territrios que parte do passado. a ele atribui-se a expressiva afirmao de que territrio poder. Mas, na verdade, sua obra foi muito alm da definio de nossos limites. Na sua gesto frente do ministrio das relaes Exteriores, o baro lanou as bases de duas diretrizes de poltica externa que se mantiveram ao longo do sculo xx: a importncia de uma relao prxima com os Estados Unidos, que emergiam ento como a nova potncia mundial, e o imperativo da cooperao e da aproximao com os vizinhos sul-americanos.

    No encaminhamento da questo de limites com a Guiana francesa, rio branco pode avaliar em toda a sua extenso a relevncia da doutrina monroe e do conceito de pan-americanismo para moderar as pretenses coloniais da frana. Em 1905, as respectivas misses diplomticas do brasil e dos Estados Unidos em Washington e no rio de Janeiro foram elevadas condio de embaixada. poca, s havia sete embaixadas em Washington, sendo o mxico o nico pas latino-americano com esse status.

    Em 1909, rio branco redigiu pessoalmente um projeto de Tratado de Cordial inteligncia Poltica e de arbitramento entre brasil, argentina e Chile. Essa sua primeira tentativa de formao de uma espcie de entente cordiale entre as trs maiores naes do Cone sul viria mais tarde, aps sua morte, a resultar na criao do chamado Pacto do abC, em 1915.

    rio branco morreu em 10 de fevereiro de 1912. seu nome permaneceu como um dos mitos mais enraizados na conscincia popular brasileira. as razes desse fenmeno no devem ser buscadas apenas na sua obra diplomtica, mas tambm e talvez especialmente em seu carisma pessoal e nos traos mais marcantes de sua personalidade. ao

  • lUiz fEliPE dE sEixas COrra

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    relutar em aceitar a indicao para o ministrio em 1902, o baro dera mostras de seu desapego pelo poder. Cogitado para uma candidatura presidncia da repblica em 1910, manteve-se irredutvel na deciso de no se envolver na vida poltica. lvaro lins comentaria que no houve talvez ningum to desinteressado do poder quanto o ministro do Exterior mais poderoso do brasil.

    rio branco dizia ter deixado a poltica por considerar que s deve ser homem poltico quem tem alguma renda e no precisa de empregos pblicos. No era esse o seu caso: filho de um dos maiores estadistas do imprio, e ele prprio ministro de Estado por quase 10 anos, morreu sem deixar patrimnio pessoal. No herdou, nem acumulou fortuna. As preocupaes financeiras com o sustento da famlia foram uma constante em sua vida.

    Era um homem profundamente conservador. fora de suas funes oficiais, levava vida asctica (acostumei-me a viver com muito pouco porque meu pai no tinha fortuna). destacava-se pela sobriedade e pela autoconteno. ao mesmo tempo, tinha perfeita noo da importncia simblica da pompa em cerimnias pblicas. austero e de carter reservado, considerava no haver nada mais ridculo e inconveniente do que andar um diplomata a apregoar vitrias. Em um pas de bacharis, tinha averso retrica. De temperamento pragmtico, herdou de seu pai o culto pela preciso das ideias e dos conceitos. Era avesso a elucubraes abstratas. A histria e a geografia foram sempre os seus grandes interesses intelectuais.

    sua dedicao ao trabalho era lendria. O gosto pessoal pelas coisas brasileiras era reflexo de seu genuno patriotismo. Serviu ao pas com esprito de desprendimento. Para rio branco, em suma, a vida pblica foi o desempenho de uma misso, e no instrumento para atingir fins pessoais ou trampolim para metas polticas.

    Representa, portanto, um servio inestimvel memria histrica do pas e de um de seus maiores homens pblicos a promoo desta reedio das Efemrides brasileiras. aos 20 anos, rio branco escrevera o seguinte comentrio em seu Esboo biogrfico do general Jos de Abreu, baro de Cerro Largo:

    Nem o passado, nem o futuro do pas atrai entre ns a ateno pblica, que descuidosa se deixa absorver na contemplao dos sucessos e dos homens do presente. Para os acontecimentos do passado desse

  • aPrEsENTaO

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    passado ainda to recente, mas to til em grandes exemplos e lies proveitosas s h esquecimento e indiferena da parte de quase todos, e at escrnio e ridculo da parte de muitos.

    ao promover a reedio das Efemrides, a comisso organizadora das celebraes do primeiro centenrio da morte do baro revela-se fiel sua memria e contribui para atenuar seu ceticismo em relao importncia que o pas atribui ao conhecimento do passado.

    diz-se que os povos que no conhecem a sua histria esto condenados a repeti-la. Para este brasil, que nas ltimas dcadas foi capaz de consolidar a democracia e de promover o desenvolvimento econmico com incluso social, as Efemrides do baro surgem como uma recordao poderosa do esforo que puseram os fundadores de nossa nacionalidade na construo deste imenso patrimnio, o qual as geraes atuais tm a responsabilidade de preservar. Para que possamos enfrentar os desafios do presente e perseverar no caminho da soluo dos problemas que ainda nos angustiam, sempre inspirador o exemplo dos personagens e dos eventos do passado.

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    Explicao

    Em 1891, fundava o conselheiro rodolfo dantas, no rio de Janeiro, o Jornal do Brasil. Para redatores e colaboradores da folha, tratou de reunir eminentes prceres do jornalismo e das letras nacionais, de maioria simpatizante com o regime poltico recentemente abolido, assim como o conselheiro. Joaquim Nabuco, sancho de barros Pimentel, Ulisses Viana e Pedro leo Veloso filho foram dos primeiros convocados, seguindo-se Constncio alves, Jos Verssimo, m. said ali e outros.

    O Baro do Rio Branco, ento residente em Paris, figurou entre os colaboradores da primeira hora. Em carta sem data, mas evidentemente dos princpios daquele ano, o baro escrevia ao visconde de Ourm, em londres, para desculpar-se do atraso em que se achava na correspondncia entre ambos:

    [...] Tenho estado muito atarefado, porque o conselheiro rodolfo dantas fundou no rio uma grande folha, e pediu-me muito que lhe desse um pequeno artigo dirio, comemorando ou indicando os nossos principais acontecimentos histricos, isto , uma espcie de Efemrides. foi preciso adiantar matria, mandando-lhe logo com antecipao o trabalho de um ms, e gastar muito tempo em coordenar material para no reproduzir as complicaes anteriores. Com esse hors doeuvre, ou acrscimo de trabalho, faltou-me tempo para tudo, at para dar andamento aos meus negcios particulares (arquivo do instituto Histrico, lata 147. doc. 3.410).

  • Obras dO barO dO riO braNCO

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    O Jornal do Brasil publicou o seu primeiro nmero em 9 de abril de 1891, e nele comeou a estampar as Efemrides brasileiras, relativas ao primeiro do ms, precedidas destas palavras da redao:

    as efemrides ptrias, que comeamos a publicar, so escritas pelo senhor baro do rio branco, cuja competncia em coisas da histria nacional tem sido posta a prova em trabalhos da especialidade. desde longos anos dedica-se com af aquele nosso compatriota a investigaes desta natureza, no correr das quais se lhe tm deparado, nas relaes dos autores, erros a corrigir, lacunas a preencher e reivindicaes a sustentar para lustre e honra da ptria. As notas postas pelo incansvel pesquisador valiosa Histria da Guerra da Trplice aliana por schneider bastariam a grangear para o senhor baro do rio branco o merecido renome que goza pela sua aturada aplicao a esta esfera de estudos, em que, alis, temos a fortuna de contar outros cultores esmerados.O senhor baro do rio branco mandar-nos-, alm das efemrides, narraes de feitos militares do Brasil. Aquelas e estas poro a nota s qualidades do eminente historigrafo que, neste ramo, ser colaborador assduo desta folha. Em breve teremos adiantado a publicao, de maneira que possa referir-se aos sucessos memorveis do dia em que for feita. E temos que os nossos leitores apreciaro no devido grau de estima este interessante trabalho, que representa sumo esforo, longa pacincia e critrio apurado.

    das Efemrides brasileiras deu o Jornal do Brasil um primeiro volume, sem segundo, contendo as de 1o de abril a 30 de setembro1. as restantes, de outubro a dezembro, saram na folha at o ltimo dia do ano de 1891. do primeiro trimestre, nenhuma efemride foi publicada; no entanto, o autor as redigira, e foram achadas em seus manuscritos, com as falhas adiante assinaladas.

    Em meados de 1916, o doutor lauro mller, ento ministro das relaes Exteriores, ofereceu ao instituto Histrico, por intermdio de seu grande presidente, o conde de afonso Celso, os manuscritos das Efemrides brasileiras, encontrados entre os papis que formavam o arquivo do baro do rio branco, adquirido pelo governo do brasil. O instituto, de posse desse precioso material que veio acompanhado

    1 VillENEUVE, H. de. Tipografia do Jornal do Brasil. rio de Janeiro: biblioteca do Jornal do brasil, 1892. p. 8. 378 pp.

  • EfEmridEs brasilEiras

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    de cpia datilografada, teve pressa em recolh-lo s pginas de sua notvel revista; contudo, desde logo verificou a comisso encarregada do servio da impresso que aos originais e cpia faltavam as efemrides referentes a 1o, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, e 29 de fevereiro 19 dias e as de todo o ms de maro. se melhor examinasse, havia de verificar que faltava tambm a do dia 10 de dezembro, o que lhe passou despercebido ou sem referncia, quando a publicao saltou de 9 para 11 daquele ms.

    a comisso do instituto tomou a si o encargo de completar a obra de rio branco, enchendo as lacunas dos meses de fevereiro e maro supraindicadas. Fez trabalho prprio, sem recorrer obra suplementar do baro, como era de bom conselho. rio branco foi certamente o mais objetivo dos escritores brasileiros. afeito a trabalhos de erudio no campo da Histria da Geografia, as relaes de tempo e de espao constituram preocupao dominante de seus trabalhos; eram como coordenadas de que no prescindia para situar os fatos que expunha, para dar-lhes expresso mais clara e mais conveniente. alis, esse pendor lhe vem de seus primeiros escritos, das biografias militares, que escreveu quando ainda era estudante em so Paulo, acentuado mais tarde nas anotaes a schneider e em toda a sua obra histrica posterior. Naquelas anotaes, por exemplo, tratando da rendio dos paraguaios em Uruguaiana, compendiou as principais capitulaes que se deram em territrio nacional ou em suas vizinhanas: a lista contm 19 efemrides desse gnero, a comear pela de 2 de novembro de 1615, dos franceses no maranho, e a terminar pela de 9 de maio de 1827, do regimento argentino do coronel Incio Oribe s tropas do tenente-coronel Calderon, depois general, em Cerro largo2.

    alm dessas efemrides, apresentadas no estilo prprio, as anotaes contm nmero sem conta de outras notcias que, muitas vezes quase sem alterao, ou modificadas apenas para manter aquele feitio, facilmente se reduzem a legtimas efemrides. Nesse sentido, pode-se dizer toda a obra de rio branco dispersa, avultada, sem par na bibliografia nacional a Esquisse de lHistoire du Brsil, as duas sries de memrias sobre as questes de fronteiras do amap e das misses, o livro Dom Pedro II, por b. moss, provadamente de sua

    2 sCHNEidEr, l. Histria da Guerra da Trplice Aliana, anotada por J. M. da Silva Paranhos. rio de Janeiro, 1875. pp. 229-231.

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    autoria, no qual h um resumo magistral da guerra com o Paraguai etc.Em tais condies, extrair desse material adequado e propcio o

    que faltava para completar o livro truncado era, parece, o recurso que se apresentava naturalmente, sobretudo quando a prata de casa a ser usada era do mais alto teor. Teria esse processo a vantagem, da maior importncia, de integrar o livro de rio branco, com elementos que de pleno direito lhe pertenciam, o que era razo bastante para sua adoo, sem qualquer outra contribuio, embora valiosa.

    Nessa conformidade, foi excluda das Efemrides toda colaborao estranha, substituda por matria prpria, recolhida pela maneira indicada. Com relao s efemrides de 10 de dezembro, omitidas na publicao, como se disse, foram restitudas ao texto, em cpia do Jornal do Brasil de 16 daquele ms de 1891.

    de rigorosa colao do texto impresso com os originais manuscritos, sob a guarda do instituto Histrico, apurou-se que alguns trechos dos manuscritos, mesmo vrias efemrides, deixaram de figurar na publicao; como no havia razo para os cortes, evidentemente mero descaso do copista, foram restitudos ao texto nos lugares que lhes competiam. Desse exame, resultaram muitas retificaes de datas, de nomes, de postos militares, entre outras. Por ltimo, procedeu-se a uma reviso geral do livro, de modo a apresent-lo quanto possvel isento de falhas e defeitos.

    No passe sem especial meno o proveitoso adminculo que para seu trabalho teve o revisor com a consulta das Efemrides nacionais, de Teixeira de melo, no exemplar que pertenceu a rio branco, todo ele referto de notas, correes e aditamentos, escritos por sua letra. Foi essa uma contribuio magnfica e um precioso guia que muitssimo lhe facilitou a tarefa, com a indicao de fontes e o esclarecimento de dvidas, que apareciam tanto nos originais quanto no texto impresso.

    Assim, revistas e aumentadas saem agora luz as Efemrides brasileiras, o livro mais popular e mais versado do baro do rio branco, em boa hora includo na reedio de suas obras.

    rodolfo Garcia

  • eFeMrides brasileiras

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    1O DE jAnEiRO

    1502 descobrimento da baa do rio de Janeiro pela esquadrilha portuguesa de andr Gonalves, na qual o clebre cosmgrafo florentino Amrico Vespcio tinha o comando de um navio. Os descobridores no exploraram a baa e, por isso, acreditaram estar diante da foz de um rio, dando-lhe aquele nome. Os Tamoio chamavam-na de Igua-mbar (da a Guanabara, de Jean de lry), de igua, enseada do rio, e mbar, o mesmo que par, mar, e Nytery (origem do nome Niteri), de y-i-teri, gua que se esconde, dando-se naturalmente o metaplasmo da y-i em ny, donde Nyteroy, diz batista Caetano.

    1590 Cristvo de barros repele, na vrzea do Potiipeba (ou Vasa barris), uma sortida do cacique mbaepeva, e, penetrando na cerca que este defendia, derrota completamente os ndios. destes, ficaram mortos 1.600, e cativos 4.000. barros funda logo depois o forte e a cidade de so Cristvo do rio de sergipe, na margem esquerda e perto da foz do Cotinguiba (ento sergipe). Em 1595 ou 1596, mudou-se a cidade para um outeiro junto foz do Puxim, e mais tarde para outra colina no Piramopama, afluente do Vasa barris.

    1646 Terminadas as obras da fortaleza do arraial Novo do bom Jesus, ela inaugurada neste dia com uma salva de artilharia e festejos. Ficava entre a atual estrada do Caxang e o Jiqui, a leste e pequena distncia do engenho de bierboom (Thuys van Bierboom inde Partido), como se v na Perfecte caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco Mauritz stat ende tReciffo, desenhada por Cornelis Gojijath e gravada por Visscher, em 1648. O almirante lichthardt, em carta de 28 de fevereiro de 1646, escreveu: O inimigo construiu um forte perto do engenho de Willem bierboom, obra de uma lgua (cerca de 6,6 km) do recife. Calado1* ( p. 269) diz: [...] Na Vrzea, em um lugar superior outra terra junta ao

    * CaladO, frei manuel. O Valeroso Lucideno e o triunfo da liberdade na restaurao de Pernambuco, publicado originalmente em lisboa, na Oficina de Paul Crasbeeck, em 1648. (N.E)

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    engenho do brido, quase uma lgua em distncia do arrecife. E rafael de Jesus ( p. 389)*2: [...] uma eminncia pegada ao engenho que se dizia do Brido, uma lgua do Arrecife. Em Nieuhoff ( p. 154)**3 l-se: Eles estavam ocupados em levantar, entre o engenho de bierbrom e a Casa de sobrado, uma fortaleza com paiol e quatro pequenos basties, em cada um dos quais seriam montadas trs pegas de artilharia.

    1678 morre no rio de Janeiro o jesuta antonio de s, clebre orador sagrado, nascido na mesma cidade a 26 de junho de 1620.

    1680 Em outro trabalho deste gnero, publicado em 1875, dissemos, com os nossos cronistas, que nesta data fora fundada a Colnia do sacramento. foi no dia 22 de janeiro (ver esta data) que dom manuel Lobo chegou enseada de So Gabriel e deu comeo a fundao desse estabelecimento portugus no rio da Prata.

    1688 morre em lisboa o general salvador Correia de s e benevides, nascido em 1594 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Martim de s e neto de salvador Correia de s. Em 1625, com os reforos que levava do rio de Janeiro, concorreu para a defesa da vila do Esprito santo contra o ataque do almirante Piet Heyn; depois, esteve no assdio da bahia, at a capitulao dos holandeses. Nomeado por filipe iii almirante da costa do mar do sul e general das tropas destinadas a combater os Calchaqui em Tucum, obteve vrias vitrias, recebendo em uma delas 12 flechadas. aprisionou o cacique Pedro Chuma (1634), submeteu a povoao de singuil e ganhou a batalha de Paclingasta (no Palingarta) em 1635. Esses feitos do ilustre guerreiro fluminense so citados confusamente por Moreri e constam de vrios documentos da famlia s, alguns dos quais publicados (baltasar lisboa, ii, 21), mas no aparecem nas resumidas e incompletas Crnicas de Tucum, impressas at hoje. Trs vezes salvador Correia governou a capitania do rio de Janeiro (de 19 de setembro de 1637 a 1643; de 16 de janeiro a 12 de maio de 1648; e de 4 de outubro de 1659 a 29 de

    * JEsUs, rafael de. O Castrioto Lusitano ou histria da guerra entre o Brasil e a Holanda durante os anos de 1624 a 1654, terminada pela gloriosa restaurao de Pernambuco e das capitanias confinantes. Nova edio segundo a de 1672, impressa em lisboa por Crasbeeck. (N.E.)

    ** NiEUHOff, Johan. Memorvel viagem martima e terrestre ao Brasil. (s/d). (N.E.)

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    abril de 1662). Nos intervalos desses governos, comandou as esquadras que navegaram entre o rio de Janeiro e lisboa e, em 1648, dirigiu a expedio fluminense, que expulsou de Angola os holandeses (ver 12 de maio, 15 e 17 de agosto de 1648).

    De 1659 a 1662, ficaram sujeitas sua jurisdio as capitanias do Sul, e, estando em so Paulo, formou-se na cidade do rio de Janeiro um governo revolucionrio (ver 8 de novembro de 1661), o qual conseguiu vencer no dia 10 de abril de 1662. Chamado a lisboa no ano seguinte, no tornou mais ao brasil. foi sepultado no convento dos Carmelitas descalos de lisboa, onde seus ossos jazem ao lado dos de alexandre de Gusmo, outro brasileiro ilustre.

    1763 Tomada da trincheira espanhola do arroio de santa brbara (rio Grande do sul) pelo capito francisco Pinto Bandeira, frente de 230 drages do Rio Grande e de aventureiros paulistas. O principal heri do dia foi o capito miguel Pedroso leite, comandante da infantaria de so Paulo. a trincheira tinha sete peas, que foram transportadas para o forte do rio Pardo, e era defendida por 500 milicianos correntinos e muitos ndios, sob o comando do tenente-coronel antonio Catani.

    morre na cidade do rio de Janeiro o general conde de bobadela, Gomes freire de andrada, um dos mais ilustres governadores da poca colonial, amigo e protetor de Jos baslio da Gama. Nasceu em Jurumenha em 1688. Estava no terceiro ano de direito em Coimbra, quando deixou os estudos, para fazer as campanhas da Guerra da sucesso. desde 1733, exercia o governo do rio de Janeiro, a que foram reunidos posteriormente os das capitanias do Centro e do sul (ver 26 de julho de 1733).

    1793 morre em ambaca (angola) o poeta incio Jos de alvarenga Peixoto, nascido no rio de Janeiro em 1748 (fevereiro), uma das vtimas da conspirao de 1789, em minas, para a independncia do brasil.

    1802 Tomada do fortim de bela Vista, na margem esquerda do apa (Paraguai), pelo capito francisco rodrigues do Prado,

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    comandante militar do distrito de miranda (mato Grosso).

    1821 Adeso do Par revoluo do Porto para o estabelecimento do governo constitucional.

    1827 O tenente-general marqus de barbacena assume, em santana do livramento, o comando do Exrcito brasileiro em operaes contra o governo de buenos aires.

    1828 O corsrio Federal Argentino (comandante fischer), fugindo de alguns navios brasileiros, bate em um casco perto da Ensenada e incendiado pela sua guarnio.

    1852 Toma posse da presidncia da provncia do amazonas o primeiro presidente nomeado para esse cargo, Joo batista de figueiredo Tenreiro aranha.

    1865 Prossegue o ataque de Paissandu pelos generais mena barreto (Joo Propcio) e flores. as nossas tropas continuaram a ganhar terreno, conquistando novos quarteires de casas (ver 31 de dezembro de 1864 e 2 de janeiro de 1865).

    1869 Ocupao da cidade de assuno pela brigada de infantaria do coronel Hermes da fonseca. a cidade estava deserta (ver 5 de janeiro).

    1874 inaugurao do telgrafo submarino entre rio de Janeiro, bahia, Pernambuco e Par (ver 22 de junho de 1874).

    1880 desordem na cidade do rio de Janeiro, opondo-se o povo ao pagamento do imposto de 20 ris sobre o preo das passagens nos bondes. A agitao e os conflitos duraram quatro dias.

    2 DE jAnEiRO

    1608 dom francisco de sousa, nomeado em novembro do ano anterior governador-geral do sul do brasil, obtm nesta data os privilgios

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    que haviam sido concedidos a Gabriel soares de sousa, para a explorao de minas. faleceu em so Paulo pouco depois (11 de junho de 1611).

    1802 Nascimento de antnio Correia seara (ver 23 de maio de 1858).

    1826 O governo da repblica das Provncias Unidas do rio da Prata (depois Confederao argentina e, ultimamente*, repblica argentina) autoriza o corso contra os navios brasileiros. muitos dos corsrios argentinos foram armados nos Estados Unidos, outros em buenos aires, em salado e na Patagnia. Eram tripulados e comandados por estrangeiros, como quase todos os navios de guerra argentinos. Eis a relao desses corsrios, com a indicao dos que foram tomados ou destrudos : Sin Par, General Mancilla (queimado pela escuna Rio, a 30 de dezembro de 1827), Vengadora Argentina, depois chamado Rayo Argentino, e finalmente Cazador (soobrou a 1o de maro de 1828, quando perseguido pelo brigue Caboclo), Presidente Bolvar, depois Vencedor de Ituzaingo, e Libertador Bolvar, General Brown (metido a pique pelo seu comandante, que se passou com a guarnio para uma presa; os tripulantes desta revoltaram-se e levaram o navio Bahia), Bonairense, Estrella del Sur (tomado pela canhoneira Grenfell, a 20 de agosto de 1827), Esperanza (tomado pela corveta Maria Isabel, a 29 de novembro de 1827), Triunfo Argentino (perseguido, naufragou na banda Oriental, em julho de 1828), Profeta Bandarra (perseguido, deu costa em Maldonado, em setembro de 1826), Rpido (capturado pela Paula, a 10 de setembro de 1827), Constante (perdeu-se na Patagnia (?), San-Martn, Oriental Argentino (prisioneiros brasileiros a bordo levantaram-se e ficaram senhores do navio, a 21 de novembro de 1827), La Presidente, Florida (foi a pique, em 9 de outubro de 1827), General Brandzen (tomado e queimado pelo chefe brasileiro Norton, a 17 de junho de 1828), Pampero (tomado pela Isabel, a 15 de maro de 1827), Bela Flor, Lavalleja (encalhou e perdeu-se, em julho de 1826), Niger (tomado pelo Caboclo, a 23 de maro de 1828, foi incorporado esquadra imperial), Feliz (tomado pelo Niger, a 24 de maio

    * a partir de 1862. (N.E.)

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    de 1828), Margarida (incendiou-se, a 28 de maro de 1827, em santa Catarina), Federal, Peruano (tomado pelo Maria Isabel, a 4 de julho de 1828), Cacique, Hijo de Julio (tomado pela Isabel, a 9 de junho de 1827), Hijo de Mayo, Unin Argentina, depois Bravo Coronel Olavarria e, finalmente, Federal Argentino (queimado pela guarnio aproximao dos brasileiros, em 1o de janeiro de 1828), corveta Gobernador Dorrego (tomada pela Bertioga, a 24 de agosto de 1828), Colombiana, Empresa, Flor de Mayo, corveta Gaviota e alguns lanches. Os seguintes navios de guerra tambm andaram a corso pelas costas do brasil: corvetas Chacabuco e Ituzaingo, brigues Congreso (tomado e incendiado pelo chefe Norton, a 7 de dezembro de 1827), Patagones (tomado pelo Imperial Pedro, a 23 de setembro de 1827) e General Rondeau, brigue-escuna Ocho de Febrero (tomado a 29 de maio, pela Bela-Maria, Grenfell e uma pequena canhoneira), escunas Sarand, Unin (tomada a 10 de abril de 1827, pelo Maranho), e Argentina.

    1838 decreto do regente arajo lima, declarando bloqueado o porto da bahia.

    1839 raimundo Gomes entra na vila do brejo (maranho). Adeso de Manuel Francisco Ferreira Balaio revolta. nomeado general em chefe das foras bem-te-vis. Primeiras atrocidades praticadas pelos insurgentes.

    1843 aureliano de sousa e Oliveira Coutinho (depois visconde de sepetiba) toma assento no senado.

    1865 Tomada de Paissandu pelas tropas brasileiras e orientais dos generais mena barreto (Joo Propcio) e Venncio flores, auxiliadas pela esquadra brasileira do almirante Tamandar. O ataque, comeado na manh de 31 de dezembro, terminou s 8h20 de 2 de janeiro, rendendo-se ento o general leandro Gmez, com os 700 homens que lhe restavam (97 oficiais). Da guarnio, ficaram mortos ou feridos cerca de 400 homens, entrando no nmero dos primeiros os coronis lucas Pires e Tristo azambuja. a artilharia e vrias bandeiras, tomadas pelas nossas tropas, foram entregues ao general flores, menos uma bandeira,

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    que, trazida para o rio de Janeiro, foi anos depois, a pedido do ministro andrs lamas, restituda ao governo Oriental. foi esta a nossa perda nos combates de Paissandu, at a tomada da praa: Exrcito: mortos, 93 homens (5 oficiais); feridos, 382 homens (15 oficiais). Marinha: mortos, 14 homens (1 oficial); feridos, 29 homens (1 oficial); prisioneiros, 1 tambor, que foi degolado, sendo a sua cabea exposta na trincheira. Total: 519 brasileiros fora de combate. O exrcito de flores teve uns 150 mortos e feridos. O general leandro Gmez entregou-se ao coronel brasileiro Oliveira belo; no entanto, tendo sido reclamado por um oficial do exrcito de Flores (o comandante beln), declarou que preferia ir com os seus compatriotas. Pouco depois, era fuzilado, assim como outros prisioneiros, por ordem do coronel Gregrio (Goyo) surez. Em despacho de 22 desse mesmo ms, dizia o ministro dos Negcios Estrangeiros ao plenipotencirio brasileiro: O governo imperial julga conveniente que vossa excelncia solicite do general flores a punio de Goyo surez e dos outros subordinados do mesmo general, que concorreram para ser levado a efeito semelhante atentado, que tanto deslustra a vitria que obtivemos em Paissandu.

    Evacuao de Corumb pelo coronel Carlos augusto de Oliveira. Esse ponto no estava fortificado, e com 500 homens apenas no podia aquele comandante esperar o ataque de barrios, que dispunha de seis mil homens e de uma esquadra.

    1870 Tomada da trincheira do rio Verde pelo coronel Joo Nunes da Silva Tavares (depois baro de Itaqui). O rio Verde afluente do aguara, tributrio do Jeju, no Paraguai.

    1886 falece no rio de Janeiro o tenente-general Emlio lus mallet, baro de itapevi (ver 10 de junho de 1801).

    3 DE jAnEiRO

    1631 francisco monteiro bezerra e outros capites destroam duas companhias de holandeses na ilha de santo antnio (recife).

    1642 Chegam ao maranho o coronel bento rodrigues de

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    Oliveira e os capites Pedro da Costa favela e aires de sousa Chichorro, conduzindo reforos do Par para a guerra contra os holandeses.

    1774 O capito rafael Pinto bandeira, comandando um destacamento de 120 rio-grandenses e paulistas, derrota no butucara 600 correntinos, santafecinos, portenhos e guaranis, dirigidos pelo capito antonio Gmez. ao rio Pardo conduziu Pinto bandeira 119 prisioneiros, entre os quais o comandante inimigo. O terror dos fugitivos foi tal, que, encontrando-se dias depois com 440 homens sob o comando de bruno de Zabala, os fizeram debandar quase todos, persuadindo-os de que um numeroso exrcito marchava naquela direo. Esta vitria valeu a Pinto bandeira o louvor do marqus de Pombal.

    1817 O tenente-coronel Jos de abreu (depois general e baro do Cerro Largo), frente de 640 homens de tropas de So Paulo e do rio Grande do sul, ataca e toma o acampamento de Jos artigas no Potrero de arape, dispersando-se completamente os 800 homens com que este general pretendia reforar no dia seguinte o exrcito, que expedira contra o general Curado. Na noite desse mesmo dia, depois de incendiar as bagagens do inimigo, abreu incorporava-se ao exrcito acampado em Cataln (ver o dia seguinte).

    O general bernardo da silveira Pinto repele na Calera de santa-luca as tropas orientais de frutuoso rivera, que pretenderam disputar-lhe o passo. Entre os oficiais elogiados em ordem do dia, figuravam o capito Gaspar Pinto bandeira, morto no ano seguinte (ver 1o de julho de 1818), e o alferes domingos Crescncio, um dos caudilhos da revoluo rio-grandense de 1835. a coluna do general silveira compunha-se de tropas de Portugal, do rio Grande e do rio de Janeiro.

    1820 a colnia sua de Nova friburgo, fundada por dom Joo Vi na real fazenda do morro Queimado, recebe o predicamento de vila.

    1870 Tomada do reduto de Cambacegu (Paraguai) pelo general Cmara (depois visconde de Pelotas). O ataque foi feito pelo 14o de infantaria, do comandante Joaquim Jos de magalhes. ficou prisioneiro o capito Terencio Nez, que comandava a guarnio paraguaia.

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    1558 Por uma carta do padre blasques, sabe-se que mem de s, terceiro governador-geral do brasil, chegou nesta data (oitava dos inocentes) Bahia. Governou durante mais de 14 anos, at falecer, a 2 de maro de 1572, naquela cidade. Em 1560 e em 1567, venceu na baa do rio de Janeiro os franceses e o Tamoios.

    1817 Batalha de Cataln ( o nome de um arroio, afluente da margem esquerda do Quara, territrio da repblica Oriental). O Exrcito brasileiro do Quara, acampado nesse lugar, era comandado pelo tenente-general Curado; no entanto, achando-se presente o marqus de alegrete, capito-general da capitania de so Pedro do rio Grande, que fora inspecionar essas tropas, coube a este o comando supremo. Estavam a o 1o e 2o de infantaria da legio de so Paulo (majores Jos Joaquim da rocha e antnio Jos do rosrio), sob o comando do brigadeiro Oliveira lvares (o segundo comandante era o tenente-coronel Galvo de moura lacerda), 11 peas de artilharia (tenente-coronel incio da fonseca) e dois esquadres de cavalaria da mesma legio (capites silva brando e simplcio silva), o regimento de drages do rio Grande (major sebastio barreto) e o de milcias do rio Pardo (brigadeiro Joo de deus mena barreto), alguns esquadres de milcias de Porto alegre (coronel bento Correia da Cmara) e do distrito ento chamado Entre rios, depois alegrete (tenente-coronel Jos de abreu), e quatro partidas de guerrilhas, ao todo 2.500 homens (1.200 paulistas das trs armas, e 1.300 rio-grandenses de cavalaria). Essa fora foi atacada por 3.400 orientais, entrerrianos e correntinos, que, sob o comando do coronel andrs latorre, formavam o principal exrcito do ditador Jos Artigas. Depois de porfiado combate, foram repelidos e destroados, perdendo 1.200 mortos e prisioneiros (27 oficiais), os dois canhes que traziam, uma bandeira, sete caixas de guerra, muitas armas de mo, seis mil cavalos e 600 bois. Tivemos 79 mortos (cinco oficiais) e 164 feridos (13 oficiais; entre os primeiros o comandante rosrio, da infantaria paulista), os capites Vitoriano Centeno, Jos de Paula Prestes e almeida Corte real (francisco de borja), e o tenente santos Pereira (da cavalaria rio-grandense); entre os segundos, o coronel Correia da Cmara e o comandante rocha (paulista).

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    1828 O almirante argentino brown, que sara de buenos aires com 11 escunas e canhoneiras, captura pela manh a nossa baleeira corsria Mosquito, guarnecida de 10 homens, sob o comando de antnio Joaquim da silva, e represa uma balandra. a bandeira do pobre e insignificante corsrio foi recolhida com grande aparato pelo almirante e levada a buenos aires como trofu. Pouco depois, apareceu a diviso brasileira do chefe Oliveira botas, e travou-se um pequeno combate, durante o qual a esquadrilha argentina perdeu as duas presas, voltando a buenos aires pelo banco das Palmas.

    alguns lanches corsrios argentinos, dirigidos por Gernimo soriano (Chentop), tomam na lagoa mirim o iate canhoneira 19 de Outubro; sua guarnio, composta de 24 homens, resistiu por algum tempo e teve cinco mortos e vrios feridos. Este pequeno navio foi retomado em abril.

    1837 bento manuel ribeiro ataca pela madrugada em Pedras altas os insurgentes, comandados por Neto. Estes retiraram-se para o Candiota, ativamente perseguidos, e perderam durante a retirada cinco canhes e muitos mortos e disperses. Neto atravessa a fronteira, passando-se com a sua gente para o Estado Oriental. depois, regressou ao territrio brasileiro, pela fronteira do Pira.

    1839 Nascimento de Casimiro de abreu, na vila da barra de so Joo.

    1840 Os anarquistas do maranho, que sitiavam, desde 18 de dezembro, no Estanhado, o major antnio de sousa mendes, so completamente derrotados pelo tenente-coronel roberto Vieira Passos, chegado de Piracuruca.

    1849 Os insurgentes de Pernambuco, comandados por Antnio Correia Pessoa de Melo, tornam povoao de Bezerros, defendida por alguns paisanos armados, sob o comando do capito Cndido Jos da silveira.

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    1869 inaugurao dos trabalhos de construo da estrada de ferro de Valena.

    1880 Terminam as desordens comeadas no dia 1o na cidade do rio de Janeiro, sendo tomada pelo coronel Eneias Galvo (depois general e baro do rio apa) uma barricada na rua Uruguaiana. Houve quatro mortos e muitos feridos.

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    1637 O capito de emboscadas manuel Viegas, despachado com cinco homens pelo general bagnuoli para descobrir os movimentos do inimigo, ferido e aprisionado perto de Serinham. Conduzidos presena do chefe holands Schkoppe, foi, por ordem deste, fuzilado.

    1648 Henrique dias comea, durante a noite, o ataque do forte holands na ilha da lagoa Guararas (ver 6 de janeiro).

    1711 falecimento do poeta manuel botelho de Oliveira, na bahia, onde nasceu, em 1636.

    1774 O general Vertiz, governador de buenos aires, invadira o territrio portugus do rio Grande do sul, e marchava sobre rio Pardo, com 1.914 homens e quatro peas. Neste dia, avistou no Pequiri 21 homens, comandados pelo capito miguel Pedroso leite. depois de uma descarga, retirou-se este destacamento para a guarda do Tabatinga. Tivemos um cavalo ferido; os espanhis, um oficial ferido. Vertiz deu a este encontro o nome de vitria del Pequir. funes menciona-o como um importante feito de armas.

    1785 alvar proibindo no brasil as manufaturas de algodo, seda, linho e l, os bordados de ouro e prata, excetuados somente os tecidos grosseiros de algodo. segundo o alvar, desde alguns anos havia no brasil grande nmero de fbricas e manufaturas. Esta proibio foi revogada por decreto de 1o de abril de 1808.

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    1811 Carta rgia autorizando a fundao de uma tipografia na cidade da bahia, como propusera o governador conde dos arcos. foi esta a primeira imprensa que teve a bahia, fundada e dirigida por manuel antnio da silva serva. No mesmo ano, comeou a publicar o peridico Idade douro do Brasil (1811-1823).

    1826 O coronel Pita, saindo do serro, perto de montevidu com a cavalaria brasileira, ataca no saladero de durn a cavalaria inimiga, que bloqueava a praa, e persegue-a por muitas lguas.

    1828 a canhoneira Catal, comandante sousa Junqueira, repele um ataque da 19 de Outubro e de vrios lanches argentinos, comandados por Gernimo soriano (Chentop). O inimigo consegue, porm, apresar dois iates mercantes, que aquela canhoneira protegia.

    1849 Tomada de uma trincheira do engenho Utinga (Pernambuco) pelo major Joo Guilherme bruce (depois general).

    1863 Grande agitao na cidade do rio de Janeiro com a notcia de terem sido apresados cinco navios mercantes brasileiros pela esquadra inglesa. tarde, tendo ouvido o seu Conselho de Estado, o imperador dom Pedro II dirigiu-se cidade e foi acompanhado at o pao por uma multido imensa, que o aclamava. Este conflito diplomtico teve soluo muito honrosa para o brasil (ver 30 de dezembro de 1862 e 18 de junho de 1863).

    1868 falecimento de antnio Peregrino maciel monteiro, baro de itamarac, poeta, orador parlamentar e diplomata. faleceu em lisboa, onde exercia o cargo de enviado extraordinrio e ministro plenipotencirio do brasil. Nasceu no recife, a 30 de abril de 1804.

    1869 Entrada do marechal Caxias e do exrcito aliado na cidade de assuno (ver 1o de janeiro).

    1878 Volta ao poder o Partido liberal com o ministrio presidido pelo conselheiro sinimbu. O partido conservador estava no governo desde 16 de julho de 1868 (gabinete itabora).

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    1502 descobrimento de angra dos reis por andr Gonalves e amrico Vespcio.

    1636 O general rojas, deixando em santa luzia do Norte (alagoas) o conde de bagnuoli com 700 homens, marcha com 1.700 ao encontro dos holandeses, dirigindo-se a Porto Calvo (ver 18 de janeiro).

    1643 Os sitiantes de so lus do maranho, dirigidos por antnio muniz barreiros, comeam a fazer fogo sobre a praa, arvorando neste dia a bandeira portuguesa, trazida pelos voluntrios do Par.

    1648 Tomada do forte holands na ilha da lagoa Guararas (rio Grande do Norte) por Henrique dias (ver 5 de janeiro).

    1736 Chega praa da Colnia do Sacramento, atacada pelos espanhis, o primeiro socorro de tropas e de vveres do rio de Janeiro. at ento, 4.874 balas e 520 bombas tinham cado dentro dos muros da praa. No dia seguinte, o inimigo evacua as ilhas de so Gabriel, abandonando trs peas; no dia 2 de fevereiro, larga as trincheiras de ataque, limitando-se a bloquear a praa por meio de destacamentos postados grande distncia dela.

    1761 Nascimento de baltasar da silva lisboa, na bahia (ver 14 de agosto de 1840).

    1763 ataque da praa da Colnia do sacramento, ento em poder do general espanhol Ceballos, pelas fragatas inglesas Lord Clive, de 64 canhes (John macnamara) e Ambuscade, de 40 (William roberts), e pela portuguesa Glria, de 38. Esses navios e alguns transportes conduziam vveres e tropas de desembarque sob o comando do tenente-coronel Vasco alpoim, amigo de Jos baslio da Gama. Tinham partido do rio de Janeiro a 20 de novembro, quando ainda se ignorava a capitulao da praa. O combate comeou meia hora depois do meio-dia. s 16h j era muito frouxo o fogo da artilharia espanhola, quando a Lord Clive comeou a arder rapidamente, ficando de todo

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    destruda. dos 340 homens que havia a bordo, apenas 78 se salvaram. macnamara morreu afogado, sendo um dos ltimos a deixar o navio. as outras fragatas retiraram-se ento, e com grandes avarias. a Ambuscade tinha 40 balas no costado e fazia muita gua. a bordo deste navio foi ferido o poeta Thomas Penrose, ento tenente. Entre as suas poesias, encontram-se duas escritas antes e depois do combate, e dedicadas a sua noiva.

    1820 Os capites de guerrilhas bento Gonalves da silva e diogo felix feij surpreendem e dispersam, no Passo de Pereira do rio Olimar Grande, 300 orientais, das foras de artigas, que ali estavam acampados sob o comando do coronel Gregrio aguiar. ficaram mortos ou prisioneiros 61 oficiais e soldados do inimigo.

    1838 Combate entre as tropas legalistas e os insurgentes, nos arredores da bahia. O coronel antnio Correia seara (ferido nesta ocasio) repele os insurgentes e apodera-se da posio de Campina. Nos dias 7 e 8, prosseguiu o fogo entre as duas linhas.

    1865 a canhoneira Anhamba (34 homens, dois rodzios) capturada perto do morro de Caracar, no so loureno (mato Grosso), pelos vapores paraguaios Ipor (quatro canhes, comandante Herreros) e Rio Apa (trs canhes). a Anhamba, perseguida pelos navios inimigos, limitou-se a fazer o fogo que era possvel em retirada (disse o capito de fragata f. C. de Castro meneses); mas o nico rodzio, que algum dano fazia ao inimigo, ao dcimo terceiro tiro desmontou-se, e assim, sendo abordado por um dos vapores que de mais perto o seguiam (o Ipor), em uma volta das mais estreitas do rio, e tambm impelido pela correnteza das guas, foi sobre a barranca, e nessa ocasio saltou em terra quase toda a guarnio, sendo a maior parte de menores do corpo de imperiais. ficaram prisioneiros sete homens, entre os quais o piloto Jos israel alves Guimares, que comandava o navio. a bordo do Ipor foi morto um oficial.

    1867 O vapor brasileiro Eponina, que servia de hospital de sangue em Curuzu, consumido por um incndio, perecendo muitos doentes que estavam na coberta.

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    1549 Carta rgia de dom Joo iii, criando no brasil um governo com jurisdio sobre todas as capitanias e mandando fundar uma fortaleza e uma povoao na bahia de Todos os santos, para da se dar favor e ajuda s outras povoaes. Tom de Sousa, primeiro governador-geral, partiu de lisboa no dia 1o de fevereiro e chegou bahia a 29 de maro, fundando ento a cidade do salvador, depois so salvador da bahia, capital do brasil at 1762.

    1619 a guarnio do forte de santo Cristo (depois Castelo), na nova cidade de belm do Par, repele um assalto dos Tupinamb, comandados por Guaimiaba, que morto neste combate. dirigiu a defesa o capito baltasar rodrigues de melo.

    1648 Os holandeses, que ocupavam a casa forte do engenho Cunha (rio Grande do Norte), rendem-se a Henrique dias.

    1736 Os espanhis evacuam as ilhas de so Gabriel, no porto da Colnia do sacramento, abandonando trs canhes.

    1809 O comandante ingls James lucas Yeo e o major Joaquim Manuel Pinto desembarcam, s 3h, na entrada do Mahuri, sobre a costa oriental da ilha de Caiena. O primeiro, frente de 80 ingleses e 80 brasileiros, apodera-se da bateria do Diamant (trs peas), cujo comandante, capito Chevreuil, morto; o segundo, com 140 brasileiros, toma a bateria de Degras-des-Cannes (duas peas). desembarcam ento mais 350 brasileiros, com o tenente-coronel manuel marques dElvas, e comea o ataque da bateria Trio (duas peas), em que tomam parte o cter Vingana, a chalupa Leo, a escuna Invencvel Meneses e as barcas nmeros 1 e 2. s 18h, os nossos infantes ficam senhores dessa bateria, na entrada da Crique-fouille, e de outra do canal Torcy (duas peas). s 19h, o tenente-coronel Marques dElvas repele, em Degras-des-Cannes, um ataque dirigido pelo governador Victor Hughes (ver 8 de janeiro).

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    1823 Combate de itaparica (Guerra da independncia). Uma esquadrilha portuguesa, sob o comando do capito de fragata Joaquim Jos da Cunha, tenta operar desembarques na ilha, para tomar o forte de so loureno e as trincheiras prximas. Todas as tentativas foram repelidas. O fogo comeado s 9h terminou s 18h. Uma diviso travou combate com as trincheiras de Ponta das amoreiras, praia das amoreiras, amoreiras Pequenas, isidoro, so Pedro e forte de so loureno; outra diviso, com este forte (comandante major lus Correia de morais), com as canhoneiras Pedro I (segundo-tenente Oliveira botas) e Dona Leopoldina (sargento andr avelino Pereira) e com as trincheiras de Quitanda, alambique do lima, fonte da bica e Engenho da boa Vista, entre o referido forte e o mocambo. O major antnio de sousa lima (depois brigadeiro) era o comandante-geral das foras brasileiras na ilha e percorreu todos os pontos ameaados. O capito francisco xavier de Barros Galvo, a quem estava confiada a defesa pelo lado das Amoreiras, teve a mo esquerda partida por uma bala de artilharia. a perda dos portugueses, segundo os nossos cronistas, foi grande, distinguindo-se entre todos o guarda-marinha Joo maria ferreira do amaral, que perdeu um brao. foi tambm ferido o primeiro-tenente dom Pedro de lencastre. Tomaram parte no combate os brigues Audaz e Prontido, e vrias canhoneiras, entre as quais as barcas Constituio e Conceio, que protegiam 41 lanches e lanchas, conduzindo marinheiros armados e tropas de desembarque. A parte oficial do capito de fragata Cunha comea assim: Com a maior mgoa participo a vossa excelncia que trs vezes tentei assaltar a ilha de itaparica. O general labatut, comandante em chefe do Exrcito brasileiro, promoveu aos postos imediatos o major lima, os capites Galvo e manuel rodrigues de sousa, os tenentes Cludio Jos ramos amazonas e francisco manuel dos santos barreto, os cirurgies-tenentes francisco sabino lvares da Rocha e Bernardino Ferreira Nbrega e os seguintes oficiais das duas canhoneiras: segundo-tenente botas, guarda-marinha Jos antnio Gonalves, alferes francisco alvelos spnola e o sargento andr avelino Pereira.

    1835 insurreio na cidade de belm do Par. Os insurgentes assassinaram o presidente da provncia, bernardo lobo de sousa, o comandante das armas, coronel Joaquim Jos da silva santiago, e o chefe

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    da estao naval, capito de fragata James inglis. foram aclamados: presidente, flix antonio Clemente malcher; e comandante das armas, francisco Pedro Vinagre. Comeou assim a Guerra Civil chamada dos Cabanos. A insurreio s ficou de todo vencida em fins de 1836, excetuada a comarca do rio Negro, depois provncia do amazonas, onde os Cabanos s depuseram as armas em princpios de 1840. O coronel santiago distinguira-se durante a Guerra da independncia, na bahia; e, como comandante das armas de Pernambuco, de 9 de maro de 1332 a 16 de novembro do ano seguinte, dirigira as foras em operaes contra os Cabanos. O capito de fragata James inglis, pardo da Jamaica, servia na nossa marinha desde 28 de julho de 1823. Era, talvez, o melhor marinheiro que ento tnhamos e foi dos mais intrpidos comandantes durante a guerra de 1826 a 1828, distinguindo-se em muitos combates e tomando os corsrios argentinos Niger e Feliz. O almirante baro do rio da Prata, em ofcio no 336, escreveu o seguinte sobre inglis: O Caboclo (brigue comandado por inglis) foi, no tempo de Grenfell, aoite dos inimigos, no bloqueio, e no tem sido menos no tempo do atual comandante, em todo o sentido perfeitssimo oficial. sempre o primeiro e quem tira os melhores resultados; e tal a opinio geral, que nem os seus camaradas se declaram mulos. so tantas as ocasies em que este homem se tem distinguido que me obrigaram a despach-lo capito de fragata; embora fosse capito-tenente h pouco, ele tem-no ganhado em guerra ativa e sem deixar nunca duvidosa a sua honra, valor e inteligncia.

    falecimento do padre Jos Custdio dias, senador por minas Gerais. foi um dos oradores liberais mais assduos na tribuna da Cmara dos deputados, desde 1826. Em 18 de setembro de 1835, tomara assento no senado.

    O major Pedro Paulo de morais rego derrota os insurgentes do maranho na feitoria de so martinho.

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    1809 O comandante Yeo, frente de 80 marinheiros ingleses e de cem soldados brasileiros, desaloja os franceses da

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    posio que haviam ocupado durante a noite junto ao canal Torcy (Guiana francesa) e apodera-se de duas peas de campanha. No dia seguinte, os aliados marcham para legrand beau-regard e mandam um parlamentrio ao governador francs (ver 12 de janeiro).

    1824 manuel de Carvalho Pais de andrade, eleito, a 13 de dezembro anterior, presidente da junta de governo de Pernambuco, nesta data confirmado, em outra eleio. A assembleia eleitoral resolve ao mesmo tempo no escolher outros deputados para a nova Constituinte, porque, tendo [...] j eleito os que deveriam fazer firmar o pacto social, era contrrio dignidade e ao decoro da provncia nomear novos. Comeou assim a revoluo pernambucana, que produziu, meses depois, a efmera Confederao do Equador.

    1867 O vice-almirante Joaquim Jos incio (depois visconde de inhama), a bordo da canhoneira Mag, faz um reconhecimento sobre as baterias de Curupaiti. Por ordem sua, os encouraados Bahia, Tamandar, Barroso e Colombo, que formavam a diviso do capito de mar e guerra rodrigues da Costa, postaram-se pequena distncia das baterias paraguaias e abriram sobre elas um vigoroso bombardeamento. O almirante, com a Mag, o encouraado Brasil, a bombardeira Pedro Afonso e duas chatas, apoiou o fogo daquela diviso. O 48o batalho de voluntrios, emboscado na margem direita do Paraguai, muito incomodou os artilheiros inimigos. Na mesma ocasio, e pela primeira vez, penetraram na lagoa Piris navios da nossa esquadra: as canhoneiras Araguari e Iguatemi, a bombardeira Forte de Coimbra, a chata Mercedes e a lancha a vapor Joo das Botas. Essa pequena diviso, comandada pelo capito-tenente mamede simes, e a bateria Potrero, do Exrcito brasileiro de Tuiuti, bombardearam as posies inimigas de sauce.

    1872 morre na cidade do rio de Janeiro o senador visconde de itabora (Joaquim Jos rodrigues Torres), um dos chefes do partido conservador. Vrias vezes ministro de Estado, desde os dias da Regncia, adquiriu grande renome na administrao das finanas do

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    imprio e foi presidente do Conselho de ministros de 11 de maio de 1852 a 6 de setembro do ano seguinte, e de 16 de julho de 1868 a 29 de setembro de 1870.

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    1571 morre em beauvais o ilustre guerreiro Nicolas durand de Villegaignon (ver 10 de novembro de 1555).

    1639 bandeirantes paulistas dirigidos por antnio bicudo travam combate, em Cap-min, entre o iju e o Paratini, com espanhis e guaranis, comandados pelo governador do Paraguai, doutor Pedro lugo.

    O padre alfaro, que acompanhava os ltimos, foi morto na jornada. ambos os lados se declararam vencedores.

    1640 algumas canoas, dirigidas por Joo Pereira de Cceres, comandante do forte de Gurup, abordam e tomam um patacho holands armado em guerra.

    1822 O prncipe regente dom Pedro (depois imperador dom Pedro I), atendendo s representaes dos fluminenses, paulistas e mineiros, resolve ficar no Brasil, desobedecendo assim s Cortes Constituintes da nao portuguesa, que o chamavam Europa.

    1823 Carta imperial, dando cidade do Rio de Janeiro o ttulo de muito leal e heroica, acrescentamento do ttulo de muito leal concedido pela carta rgia de 6 de junho de 1647, de dom Joo iV.

    1824 a Cmara municipal e o povo de Quixeramobim, em consequncia da dissoluo da Constituinte, declaram excludo do trono o imperador dom Pedro i e sua dinastia, e resolvem convidar Pereira filgueiras a organizar, na provncia do Cear, o governo republicano e a assumir o comando-geral das tropas locais. No dia 18, a Cmara de ic adere ao pronunciamento de Quixeramobim, por influncia de Alencar Araripe, que ali estava frente de alguma fora.

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    1825 decreto assinado por Estvo ribeiro de rezende, ministro do imprio, criando na corte e na cidade do rio de Janeiro um curso jurdico com todas as cadeiras e igualmente com os privilgios das universidades. Esse decreto deixou de ter execuo.

    1829 O brigue brasileiro Duquesa de Gois, comandado pelo primeiro-tenente Carlos Watson, ataca diante de Cabinda um brigue-escuna, pirata, armado com 14 peas. O combate comeou s 19h50 e terminou s 23h45, fugindo ento o pirata, favorecido pela escurido e por um forte aguaceiro. Pelo mesmo tempo, foi atacado e tornado nesses mares por um navio de guerra ingls, o corsrio argentino Presidente, que se tornara pirata.

    1839 bento Gonalves anuncia a transferncia da capital da repblica rio-Grandense de Piratini para Caapava.

    1851 Parte de southampton o paquete ingls Teviot, que inaugurou as viagens da primeira linha de paquetes a vapor entre a Europa e o brasil.

    1852 falecimento do senador Jos saturnino da Costa Pereira (ver 22 de novembro de 1773).

    1853 Naufrgio do vapor de guerra Dom Afonso na praia da maaranduba, a oeste de Cabo frio. Nesse navio, tinha o almirante brasileiro Grenfell o seu pavilho, no combate de Tonelero (ver 17 de dezembro de 1851).

    1857 inaugurao do liceu de artes e Ofcios da cidade do rio de Janeiro (ver 23 de novembro de 1856).

    1866 fuzilamento do general paraguaio Wenceslau robles, por ordem do marechal solano lpez, ditador do Paraguai.

    1869 falece em assuno, na madrugada deste dia, segundo o Dirio do Exrcito, o brigadeiro honorrio Jos Joaquim de andrade Neves, baro do Triunfo, um dos mais ilustres guerreiros da guarda nacional brasileira. Nasceu no rio

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    Pardo, a 22 de janeiro de 1807, e comeara a servir, combatendo durante os 10 anos da Guerra Civil do rio Grande do sul (1835-1845), em defesa da unidade do brasil. alferes em 1836, quatro anos depois j era tenente-coronel. desde 1838, sendo major, comandava um corpo de cavalaria. Na batalha de Taquari (3 de maio de 1840), recebeu dois ferimentos. fez as campanhas de 1851 a 1852 (era coronel) e de 1864 a 1865 (brigadeiro honorrio) no Estado Oriental, comandando uma brigada de cavalaria de guardas nacionais, e cobriu-se de glria na Guerra do Paraguai, merecendo de Caxias o ttulo de bravo dos bravos do Exrcito brasileiro. durante esta ltima guerra, teve sempre sob as suas ordens uma ou mais divises de cavalaria, e, por vezes tropas das trs armas. Comandou as foras brasileiras nos combates do arroio Hondo (3 de agosto de 1867), Pilar (20 de setembro), Tebicuari (28 de agosto de 1868) e surubi (23 de setembro de 1868), e teve parte muito importante nos combates de Par Cu (3 de outubro de 1867), Tatajib (21 de outubro), na tomada de Cierva (19 de fevereiro de 1868), em que recebeu uma contuso, na batalha do ava (11 de dezembro) e no ataque de lomas Valentinas (21 de dezembro de 1868). Nesta ltima jornada, foi ferido, falecendo 19 dias depois, na cidade de assuno. Em 1872, foram os seus restos mortais trasladados para Porto alegre.

    1881 lei estabelecendo no brasil a eleio direta. Essa reforma, proposta ao parlamento em 1878 pelo gabinete liberal do conselheiro sinimbu, foi rejeitada no senado, e depois aceita, estando no governo o gabinete do conselheiro saraiva. O baro de Cotegipe e muitos conservadores defenderam ento o projeto saraiva, porque dispensava a reforma constitucional, proposta pelo gabinete sinimbu.

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    1633 a caravela que conduzia da madeira para o brasil o capito francisco de bittencourt de s bate-se contra um navio holands mais forte e, ainda que sofrendo grandes avarias, consegue chegar dois dias depois ao porto do francs, em alagoas. a bordo desse navio foram mortos e feridos 25 homens.

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    1639 Os holandeses do recife avistam a esquadra do conde da Torre, que vinha de Portugal para a bahia (ver 20 e 23 de janeiro).

    1681 falecimento de Joo fernandes Vieira, principal chefe da insurreio pernambucana de 1645 contra o domnio holands e um dos heris da guerra recomeada ento e terminada em 1654. O verdadeiro nome deste guerreiro, nascido no funchal (madeira) em 1613, era Francisco dOrnellas Moniz, como ficou demonstrado em 1873 pelo acadmico portugus lima felner. filho de francisco dOrnellas Moniz, fidalgo madeirense, fugiu da casa paterna, tendo apenas 10 anos de idade, e, com o nome de Joo fernandes Vieira, que sempre conservou, foi a princpio caixeiro no recife, conseguindo depois enriquecer no comrcio e na lavoura, durante a ocupao holandesa. moreau, cronista contemporneo, que durante alguns anos viveu no recife, diz que Vieira, a quem no conheceu pessoalmente, era pardo liberto Joo fernandes Vieira, pardo, escravo liberto . Tornou-se homem muito influente em Pernambuco, vivendo na privana das autoridades holandesas. Em 1644, casou com uma filha de Francisco berenger de andrade. Vidal de Negreiros, despertando em Vieira a ambio de glria, convidou-o (1642), em nome do rei dom Joo iV, a promover a empresa da restaurao de Pernambuco. O prprio Vieira disse-o, anos depois: a majestade que est em glria, por secretos avisos, me mandou que fizesse a guerra aos holandeses [...] A insurreio pernambucana, ajustada no compromisso de 23 de maio de 1645, rompeu no dia 13 de junho. a 3 de agosto, Vieira vencia a batalha de Tabocas; a 17 do mesmo ms, alcanava, com Vidal de Negreiros, a vitria de Casa forte. Esses dois chefes exerceram conjuntamente, at 16 de abril de 1648, o comando em chefe das tropas pernambucanas e baianas em operaes. da em diante, comandou em chefe o general Barreto de Meneses. Vieira, frente do tero ou regimento que dirigia, cobriu-se de glria em muitos combates, sobretudo nas duas batalhas de Guararapes e no ataque dos fortes exteriores do recife. Terminada a guerra, recebeu a alcaidaria-mor de Pinhel e duas comendas na Ordem de Cristo; foi governador da Paraba (de 12 de fevereiro de 1655 a agosto de 1657), capito-general de angola (de 18 de abril de 1658 a 10 de maio de 1661) e conselheiro de guerra. faleceu em Olinda. O seu retrato encontra-se no Castrioto Lusitano, de frei rafael de Jesus.

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    Por essa estampa, v-se que o escudo de armas que usava, partido em faixa, tinha no primeiro as dos Ornelas e no segundo as dos monizes. foi isso o que levou lima felner a proceder a investigaes sobre a sua ascendncia, tendo afinal conseguido descobrir vrios documentos no arquivo do Conselho Ultramarino e algumas informaes de genealogistas da madeira.

    1817 Quatro navios portugueses, expedidos de maldonado pelo conde de Viana, sob o comando do capito de mar e guerra silva Pacheco, comeam o bloqueio de montevidu, onde governava, em nome do general artigas, o delegado miguel barreiro. No dia 17, rene-se ao bloqueio, com os outros navios da esquadra, o conde de Viana (ver 17 e 20 de janeiro).

    1820 Conde da figueira, capito-general do rio Grande do sul, rene-se no passo da lagoa (rio santa maria) aos generais abreu e Cmara. No dia seguinte, pela madrugada, marcham em busca do exrcito do general artigas.

    1835 decreto da regncia, criando o montepio da Economia dos servidores do Estado. Era ministro da fazenda o conselheiro Castro e silva.

    1849 Um corpo de revolucionrios de Pernambuco, dirigido por Peixoto de brito, apodera-se da povoao de barreiros, retirando-se o destacamento que a defendia, sob o comando do tenente manuel Cavalcanti de albuquerque lins Valcasser, depois de esgotadas as munies.

    1850 morre na fazenda de santa Cruz o prncipe dom Pedro Afonso, segundo filho do imperador dom Pedro II.

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    1603 O rei dom filipe ii, de Portugal, iii de Espanha, promulga as Ordenaes do reino, tambm chamadas Ordenaes filipinas.

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    1608 assassinato do jesuta francisco Pinto pelos selvagens do Cear, os quais ele procurava catequizar.

    1699 Carta rgia criando na bahia uma Escola de artilharia e de arquitetura militar.

    1787 Nasce na capitania de so Pedro do rio Grande antero Jos ferreira de brito, depois general baro de Tramanda (ver 5 de fevereiro de 1856).

    1801 Nascimento de Honrio Hermeto Carneiro leo (depois marqus de Paran). Nasceu em Jacu, minas Gerais (ver 3 de setembro de 1856).

    1822 as tropas portuguesas da guarnio do rio de Janeiro, sob o comando do general Jorge de avilez, ocupam o morro do Castelo e outras posies, pretendendo coagir o prncipe regente dom Pedro a obedecer ao decreto das cortes de Lisboa, que o chamavam Europa. A tropa brasileira, os milicianos e cidados armados comeam a reunir-se no campo de santana (ver o dia seguinte).

    1828 ao de Cabalada, perto da Colnia do sacramento. Um destacamento de 230 homens de cavalaria e infantaria, que, sob o comando do coronel Vasco antunes maciel, sara da praa da Colnia, repele naquele lugar um ataque da cavalaria Oriental.

    1843 O general Caxias atravessa o so Gonalo, e marcha para So Loureno, dando assim comeo s suas operaes contra os separatistas do rio Grande do sul.

    1849 O tenente-coronel francisco alves Cavalcanti Camboim atacado em Camorim por um corpo numeroso de revolucionrios pernambucanos e obrigado a retirar-se desse ponto.

    1870 Combate de lomarugu (ao norte do Jeju), em que o general Cmara destroca o coronel paraguaio Incio Genes, ficando em nosso poder muito armamento, uma bandeira, outros trofus e

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    154 prisioneiros, entre os quais o citado coronel. Este foi o penltimo combate da Guerra do Paraguai (ver 1o de maro).

    1880 falece em frankfurt-sobre-o-meno (alemanha) Eduardo Laemmert, fundador da firma E. & H. Laemmert, pri