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ENEM LITERATURA Questão 01 Observe a imagem: http://umdiaumfinal.blogspot.com.br/2010/07/diferenca-entre-amor-e-paixao.html Leia: Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades! Quando lerdes Num breve livro casos tão diversos, Verdades puras são e não defeitos... E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos. (Luís Vaz de Camões) Considerando-se tanto a imagem quanto o fragmento do poema, assinale a opção que afirma algo condizente ao que pode ser observado: a) Ao se transpor um obstáculo por um verdadeiro sentimento, encontram-se verdades registradas em curto texto. b) Quem passa pelo sentimento amoroso vai entender que estará sujeito às vontades da divindade Amor. c) Existem verdades absolutas sobre o amor, único caminho para entender a felicidade que o sentimento traz. d) Não há defeitos quando se ama, tudo é justificável desde que sejam verdades presentes em breve livro de sabedoria. e) Os malefícios impostos a quem ama incluem uma ação imediata a partir da leitura de livro breve e verdadeiro. Questão 02: Observe os fragmentos dos poemas que seguem e analise as afirmações: Texto 1 Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém:

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ENEM LITERATURA

Questão 01 Observe a imagem:

http://umdiaumfinal.blogspot.com.br/2010/07/diferenca-entre-amor-e-paixao.html

Leia: Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades! Quando lerdes Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são e não defeitos... E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos. (Luís Vaz de Camões)

Considerando-se tanto a imagem quanto o fragmento do poema, assinale a opção que afirma algo condizente ao que pode ser observado: a) Ao se transpor um obstáculo por um verdadeiro sentimento, encontram-se verdades registradas em curto texto. b) Quem passa pelo sentimento amoroso vai entender que estará sujeito às vontades da divindade Amor. c) Existem verdades absolutas sobre o amor, único caminho para entender a felicidade que o sentimento traz. d) Não há defeitos quando se ama, tudo é justificável desde que sejam verdades presentes em breve livro de sabedoria. e) Os malefícios impostos a quem ama incluem uma ação imediata a partir da leitura de livro breve e verdadeiro.

Questão 02: Observe os fragmentos dos poemas que seguem e analise as afirmações: Texto 1 Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém: fundo sem fundo. (Ferreira Gullar, Traduzir-se)

Texto 2 Onde nasci, morri. Onde morri, existo. E das peles que visto muitas há que não vi. (Carlos Drummond de Andrade, Sonetilho do falso Fernando Pessoa)

I. Ambos os autores abordam aspectos paradoxais ou contradições do eu lírico.

II. Nas reflexões existenciais, em ambos os textos existe a anulação do eu, que desiste de encontrar sua verdadeira identidade. III. O texto 1 afirma que o eu abrange todos e ninguém. IV. O texto 2 traz um eu que se desconhece nas muitas identidades. Está correto o que se afirma em: a) I, II, III e IV. b) I, II e III. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) III e IV

Questão 03 “Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha uns dos outros; sorriam e desconversavam. (...) Rubião via-os fardados; ordenava um reconhecimento, um ataque, e não era necessário que eles saíssem a obedecer; o cérebro do anfitrião cumpria tudo. Quando Rubião deixava o campo de batalha para tornar à mesa, esta era outra. Já sem prataria, quase sem porcelanas nem cristais, ainda assim aparecia aos olhos de Rubião regiamente esplêndida. Pobres galinhas magras eram graduadas em faisões, assados de má morte traziam o sabor das mais finas iguarias da Terra. (...) Toda a mais casa, gasta, pelo tempo e pela incúria, tapetes desbotados, mobílias truncadas e descompostas, cortinas enxovalhadas, nada tinha o seu atual aspecto, mas outro, lustroso e magnífico. (Machado de Assis. Quincas Borba. São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 317- 9. fragmento).

A uns, a ironia no tratamento da cor local e de tudo que seja imediato pareceu uma desconsideração. Faltaria a Machado o amor de nossas coisas. Outros saudaram nele o nosso primeiro escritor com preocupações universais. Uma contra, outra a favor, as duas convicções registram a posição diminuída que acompanha a notação local no romance de Machado, e concluem daí para a pouca importância dela. Uma terceira corrente vê Machado sob o signo da dialética do local e do universal. Em Quincas Borba, o leitor a todo o momento encontra, lado a lado e bem distintos, o local e o universal. A Machado não interessava a sua síntese, mas a sua disparidade, a qual lhe parecia característica. (Roberto Schwarz. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 167-70. com adaptações).

De acordo com o texto de Roberto Schwarz, acerca da recepção crítica da obra de Machado de Assis, assinale a opção que interpreta corretamente o trecho de Quincas Borba, referente ao delírio do protagonista Rubião. a) O aspecto “lustroso e magnífico” que Rubião dava às “cortinas enxovalhadas” acentua a disparidade crítica da obra machadiana, que, pela tensão entre local e universal, descortina a vida nacional. b) A divisão da crítica quanto à recepção da obra de Machado de Assis é um falso problema, pois, como se vê em Quincas Borba, o pitoresco e o exotismo românticos continuam presentes no texto machadiano. c) Rubião, incapaz de enxergar a realidade como ela de fato era, confirma, com seu delírio, a tendência crítica que vê, na obra de Machado de Assis, uma atitude de desconsideração para com a realidade nacional. d) A identificação de Rubião com o imperador francês corresponde à da obra de Machado de Assis com os modelos literários universais, o que reafirma a recepção crítica que saudava a universalidade da obra do escritor. e) A ironia machadiana presente na obra Quincas Borba, evidenciada na imagem de as “galinhas magras” se transformarem em “faisões”, confirma as opiniões críticas que concebem a obra de Machado como negação do aspecto nacional e valorização do universal.

Leia o texto abaixo:Acrobata da Dor Gargalha, ri, num riso de tormenta, como um palhaço, que desengonçado, nervoso, ri, num riso absurdo, inflado de uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,

agita os guizos, e convulsionado salta, gavroche¹, salta clown, varado pelo estertor² dessa agonia lenta ...

Pedem-se bis e um bis não se despreza! Vamos! retesa os músculos, retesa nessas macabras piruetas d’aço...

E embora caias sobre o chão, fremente³, afogado em teu sangue estuoso4 e quente, ri! Coração, tristíssimo palhaço. (Cruz e Sousa) ¹gavroche: garotos de Paris, figuradamente artista. ²estertor: respiração anormal própria de moribundos. ³fremente: vibrante, agitado, violento. 4 estuoso: que ferve, ardente, febril.

Questão 04: Fazendo uma análise mais detalhada do soneto, assinale a afirmação correta: a) ao longo do texto, constata-se que o acrobata da dor, desempenhando o papel de um triste e sofrido palhaço, é metáfora do próprio coração. b) o acrobata é um trabalhador, por isso precisa acolher a manifestação da audiência e seguir desempenhando seu papel, mesmo que o leve à morte. c) essa espécie de clown, que vive de agradar às multidões, paga um preço alto: a de não ser reconhecido por seus esforços no mundo capitalista. d) cena grotesca, o bis é a sedução do consumo que acaba conduzindo o acrobata para a tragédia. e) a plateia pedindo bis corresponde à elite política que exige do cidadão, em sua luta diária, as maiores acrobacias.

Questão 05: Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espalhados. Ah que medo de começar e ainda nem sequer sei o nome da moça. Sem falar que a história me desespera por ser simples demais. O que me proponho contar parece fácil e à mão de todos. Mas a sua elaboração é muito difícil. Pois tenho que tornar nítido o que está quase apagado e que mal vejo. Com mãos de dedos duros enlameados apalpar o invisível na própria lama. (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 25.) No trecho do romance A hora da Estrela, de Clarice Lispector, apresenta-se uma concepção do fazer literário, segundo a qual a literatura é a) uma forma de resolver os problemas sociais abordados pelo escritor ao escrever suas histórias. b) uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que não está claramente disponível na realidade. c) um dom do escritor, que, de forma espontânea e fácil, alcança o indizível e o mistério graças a sua genialidade. d) o resultado do trabalho árduo do escritor, que transforma histórias complexas em textos simples e interessantes. e) um modo mágico de expressão, por meio do qual se de abandona a realidade histórica em favor da pura beleza estética graças à sensibilidade do escritor.

Questão 06: Canção Nunca eu tivera querido Dizer palavra tão louca: bateu-me o vento na boca, e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra, Deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado

no rosto com que te miro,

neste perdido suspiro que te segue alucinado, no meu sorriso suspenso como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste. Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem... Só se aquele mesmo vento fechou teus olhos, também. (Cecília Meireles. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, p. 118.)

Com base no poema acima, assinale a opção correta no que diz respeito à especificidade da linguagem literária. a) Embora o texto seja um poema, sua linguagem não revela transfiguração artística nem opacidade. b) Da linguagem denotativa do texto depreende-se que o poema é uma declaração de amor à pessoa amada. c) A palavra, de acordo com o poema, não revela toda a força do sentimento que habita o eu lírico. d) Sem os versos de sete sílabas e as rimas, a literariedade estaria ausente do poema. e) Versos como “neste perdido suspiro que te segue alucinado” revelam a dimensão literal das palavras no contexto do poema.

Questão 07: A partir da leitura do poema de Patativa do Assaré e da afirmação de José Luiz Fiorin, reflita a respeito do fenômeno da variação linguística e assinale a alternativa correta. Eu e o sertão (Patativa do Assaré) Sertão, arguém te cantô, Eu sempre tenho cantado E ainda cantando tô, Pruquê, meu torrão amado, Munto te prezo, te quero E vejo qui os teus mistéro Ninguém sabe decifrá. A tua beleza é tanta,Qui o poeta canta, canta, E inda fica o qui cantá. Cante lá que eu canto Cá. (9 ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.)

“Os preconceitos aparecem quando se considera uma especificidade como toda a realidade ou como um elemento superior a todos os outros. Neste caso, tudo o que é diferente é visto seja como inexistente,seja como inferior, feio, errado. A raiz do preconceito está na rejeição da alteridade ou na consideração das diferenças como patologia, erro, vício, etc.” (FIORIN, José Luiz. Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico. In: SILVA, Fábio Lopes; MOURA, Heronides Maurílio de Melo. O direito à fala: a questão do preconceito linguístico. Florianópolis: Editora Insular, 2000. p. 23-37.) a) A escrita, em qualquer gênero discursivo, deve ser pautada pela norma-padrão, preceituada pelas gramáticas normativas. b) No Brasil, a língua portuguesa apresenta homogeneidade linguística em seu território, isto é, todos os falantes utilizam a mesma variedade linguística. c) Variedades linguísticas distintas da norma-padrão apresentam menor grau de expressividade. d) A língua constitui-se pelo conjunto de suas variedades linguísticas, as quais apresentam diferenças construídas social e historicamente. e) Os falantes brasileiros que dominam outras variantes diferentes da norma-padrão têm dificuldade em comunicar-se.

Questão 08: Leia atentamente o poema a seguir, do poeta paranaense Paulo Leminski, e assinale a alternativa correta:

“não creio que fosse maior a dor de dante que a dor que este dente e agora em diante sente

não creio quejoyce visse mais numa palavra mais do que fosse que nesta pasárgada ora foi-se

tampouco creio quemallarmé visse mais que esse olho nesse espelho agora nunca me vê.” a) A presença da intertextualidade no poema aponta a possibilidade de sua leitura como representante da poesia clássica; b) Esse poema, da década de 80, é um legítimo representante da poesia concreta, à qual Leminski esteve vinculado a partir de seu livro Poema-Piada; c) A repetição dos fonemas /d/ e /n/ na primeira estrofe são recursos utilizados pelo poeta para dar ritmo ao poema; d) Ao fazer referência a Dante, poeta italiano do século XIII, autor de A Divina Comédia, Leminski utiliza o humor, como forma de resgate da obra desse poeta; e) Leminski foi um grande representante do haicai, forma poética de origem japonesa, que no Brasil teve vários adeptos. Esse poema é um exemplo de haicai na obra leminskiana.

Os textos abaixo, respectivamente de Manuel Bandeira (1886/1968) e de Alcides Vilaça (1946/) referem-se à questão 09

Questão 09. a) Sobre o poema Irene no céu, de Manuel Bandeira, é correto afirmar que a relação afetiva entre o sujeito lírico e Irene faz com que a descrição dela seja permeada pela visão preconceituosa dele.b) O poema Irene no céu é um mero disfarce da desigualdade entre brancos e negros.

c) Dada a explícita relação intertextual entre Bach no céu e Irene no céu, é correto afirmar que no poema de Alcides Vilaça Bach no céu, por ser um poema dedicado a um grande compositor, se opõe frontalmente ao primeiro poema, dedicado a uma mulher simples. d) A linguagem, no poema de Villaça, é formal porque ele retrata um grande compositor. e) Bach no céu homenageia, ao mesmo tempo, Johann Sebastian Bach e Manuel Bandeira.

Questão 10: “Para estudar a história literária brasileira, em vez de um critério político, deve-se adotar uma filosofia estética compreendendo-a como um valor literário. Para tal, a periodização correspondente é de natureza estilística, isto é, em lugar da divisão em períodos cronológicos ou políticos, a ordenação por estilos.” (COUTINHO, A. (Org.) Literatura brasileira: (introdução). In: . A literatura no Brasil: introdução geral. 6. ed. São Paulo: Global, 2003, v.1, p. 132.)

Nas sequências, está destacado um trecho da obra História Concisa da Literatura Brasileira, de Alfredo Bosi. Avalie se tanto o autor quanto o estilo literário indicados correspondem ao que Bosi trata no respectivo trecho. I. “Não se trata, aqui, de fechar os olhos aos evidentes defeitos de fatura que mancham a prosa do romancista: repetições abusivas, incerteza na concepção de protagonistas, uso convencional da linguagem...; trata-se de compreender o nexo de intenção e forma que os seus romances lograram estabelecer quando atingiram o social médio pelo psicológico médio (...)” Érico Veríssimo. Pré-Modernismo. II. “Sempre se salva, no foro íntimo, a dignidade última dos protagonistas, e se redimem as transações vis repondo de pé herói e heroína. Daí os enredos valerem como documento apenas indireto de um estado de coisas, no caso, o tomar corpo de uma estética burguesa e ‘realista’ das conveniências durante o Segundo Império” José de Alencar. Romantismo. III. “Teve mão de artista bastante leve para não se perder nos determinismos de raça ou de sangue que presidiriam aos enredos e estofariam as digressões dos naturalistas de estreita observância [...]” Adolfo Caminha. Naturalismo. IV. “O seu equilíbrio não era o gotheano – dos fortes e dos felizes, destinados a compor hinos de glória à natureza e ao tempo; mas o dos homens que, sensíveis à mesquinhez humana e à sorte precária do indivíduo, aceitam por fim uma e outra como herança inalienável, e fazem delas alimento de sua reflexão cotidiana” Machado de Assis. Realismo. Comentado 22 São corretas apenas as correspondências feitas em: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV

ARTESQuestão 01: Observe as imagens abaixo:

Imagem I: O presidente Getúlio Vargas visita um orfanato. Petrópolis (RJ), fev. 1941.(CPDOC/FGV). Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/ AEraVargas2/artigos/AlemDaVida/MitoVargas. Acesso em 01/08/2016.

Imagem II: Getúlio Vargas saudando a multidão em carro aberto na concentração trabalhista de 1º de maio, no estádio do Pacaembu, 1944. São Paulo (SP). (CPDOC/ AMF). Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/ FatosImagens/PrimeiroMaio. Acesso em 01/08/2016.

Imagem III: Getúlio Vargas desfila em carro aberto no Estádio de São Januário, em 1º de maio de 1941. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/fotogalerias/1-demaio-getulio-jk-riocentro-12397422. Acesso em 01/08/2016.

A elaboração e divulgação de imagens do presidente Getúlio Vargas foi um importante instrumento utilizado para associá-lo a determinados valores e ideias. Com base nas imagens acima e nos conhecimentos sobre a atuação de Vargas em seus dois mandatos (1930-1945 e 1951-1954), e sua utilização de veículos de comunicação, identifique a alternativa correta: a) As imagens (fotográficas ou cinematográficas) naquela época expressavam a realidade tal como ela era. O recurso a técnicas na produção de imagens só passou a ser possível com a informatização; b) As imagens exerceram, entre outras, a função de informar à população acontecimentos relevantes do cenário político e social do período, não sendo manipuladas por regimes políticos, dada a efetiva participação da imprensa que fazia críticas aos regimes; c) Nas imagens I, II e III, é possível associar a figura de Getúlio Vargas a características de superioridade, força e arrogância, respectivamente; d) Os sorrisos mútuos de Vargas e dos expectadores denotam que o fotógrafo e os editores que trabalhavam para o governo, escolheram as fotos para expressar uma relação de proximidade entre eles, criando uma sensação de informalidade; e) A posição de Vargas nas imagens – ocasionalmente - o coloca como alguém que se dirige ao povo, aumentando, assim, o efeito de falta de intimidade entre eles.

Questão 02: A sigla “MPB” apareceu na língua portuguesa em algum momento dos anos 1960, como uma abreviação de “música popular brasileira”. Mas o que se entendia então, e o que se entende hoje, por “música popular brasileira” é relativo, já que a popularidade da música é algo de difícil definição. Marque a alternativa correta sobre a história da Música Popular Brasileira:a) Vinícius de Moraes, Rogério Duprat e Júlio Medaglia, entre outros músicos/poetas/compositores do século 20, consideraram que o povo brasileiro (a população rural, dentro da concepção vigente) não tinha sido capaz de criar expressões musicais próprias, por isso incorporaram elementos europeus à MPB.b) Com a popularização do rádio nas décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época, destacam-se os seguintes cantores: Noel Rosa, Pixinguinha, Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto.

c) Podemos dizer que – mesmo sem ter essa denominação - a MPB surge no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários estilos: as cantigas populares, os sons de origem africana, músicas religiosas e músicas eruditas europeias, cantos e sons tribais indígenas.d) Até a libertação dos escravos, estes não eram legalmente considerados como parte do “povo”. Suas formas de expressão sonora não eram consideradas “música popular”, no entanto, logo no início do século XX o registro do primeiro samba (Pelo Telefone – 1917, por Donga) tornou o ritmo aceito por todas as classes sociais e consolidou a MPB entre nóse) Os anos 50 ficaram conhecidos como Era dos Festivais. Na TV, artistas como Caetano Veloso, Sérgio Ricardo, Roberto Carlos, Vanderléia, Golden Boys, Gilberto Gil e Erasmo Carlos, entre outros, agitavam platéias e embalavam gerações.

Questão 03: A arte primitiva foi também chamada de Arte Naif, no início do século XX, quando valorizada pelos artistas eruditos que a acolheram como manifestação de valor próprio. Heitor dos Prazeres é um dos representantes mais conhecidos desse tipo de arte que se caracteriza:

Sem titulo, 1965, Óleo sobre tela a) por uma pintura de intenso colorido, uso de princípios artesanais de composição, temas que se referem à cultura popular. b) por representar em suas pinturas as sensações provocadas pela luz solar, buscando mais sugerir do que descrever ações, daí a sua representação colorida. c) pelo emprego da perspectiva científica, misturas de pigmentos, pinceladas rápidas e grandes zonas de claro e escuro. d) pela distorção das figuras humanas, forte intensidade dramática e sensação de movimento e o uso de pinceladas fortes na tela. e) pela despreocupação com o realismo tanto nas formas como nas cores, inspirando-se em figuras geométricas.

Questão 04: A peça Fonte foi criada pelo francês Marcel Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917.

(Fonte – obra de Marcel Duchamp, fotografada por Alfred Stieglitz.)A transformação de um urinol em obra de arte representou, entre outras coisas,a) a alteração do sentido de um objeto do cotidiano e uma crítica às convenções artísticas então vigentes, o que ficou conhecido como “ready made”.b) a crítica à vulgarização da arte e a ironia diante das vanguardas artísticas do final do século XIX, que não conseguiam explicar as contradições de uma sociedade em transformação.c) o esforço de tirar a arte dos espaços públicos e a insistência de que ela só podia existir na intimidade, já que chocava o bom gosto então vigente.d) a vontade de afastar os visitantes dos museus, associando a arte a situações constrangedoras como temas íntimos (urinol) e bizarros.e) o fim da verdadeira arte, do conceito de beleza e importância social da produção artística, já que não tinha mais função pedagógica estabelecida.

Questão 05: O grafite/mural “Etnias” de Eduardo Kobra, que fica no Boulevard Olímpico da Praça Mauá, possui 15 metros de altura e 170 metros de comprimento e retrata cinco rostos indígenas de cinco continentes diferentes: os Huli da Nova Guiné (Oceania); os Mursi da Etiópia (África); os Kayin da Tailândia (Ásia); os Supi da Europa e os Tapajós das Américas. Esse mural teve como objetivo representar a paz e a união entre os povos.

Pode-se dizer que essa obra é arte pública por ser a) um panorama e estar ligada a uma totalidade da representação indígena sobre a terra. b) fisicamente acessível e modificar a paisagem circundante de modo permanente ou temporário. c) uma tendência da arte contemporânea em que o artista, sem elaboração formal, promove um debate cívico. d) cabível em locais abertos ou fechados de modo a propiciar que o espectador seja parte integrante da obra.e) ter sido financiada com recursos públicos.

Questão 06: Na trajetória da História da Arte, houve época em que a mulher não era considerada artista mesmo tendo uma produção que a qualificasse como tal. No Brasil, essa condição não foi diferente. Veja, a seguir, imagens de obras de artistas brasileiras e as correlacione com os fragmentos dos textos críticos.

(1) Caixa de baratas.

(2) A ventania.

(3) Azulejos.

(4) In Absentia M.D.

(5) VerãoFonte: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2016. Imagens disponíveis:http://enciclopedia.itaucultural.org.br . Acesso em 14 /10/ 2016

( ) "Georgina de Albuquerque é uma das principais mulheres brasileiras a conseguir firmar-se como artista no começo do século XX. Em suas pinturas, a artista tem como parâmetro o impressionismo e suas derivações. Elas apresentam uma paleta de cores luminosas, empregada com sensibilidade."

( ) Anita Malfati: "No Brasil, em 1917, a artista associa essa liberdade de compor com formas à crítica nacionalista aos modelos importados de representação. (...) A artista não nega o modernismo, mas evita o que ele tem de ruptura. Ao voltar para o Brasil, em 1928, interessa-se por temas regionalistas e se volta às formas tradicionais, como a pintura renascentista e a arte naïf." ( ) Lygia Pape: "Para o crítico inglês Guy Brett, a semente da criatividade desabrocha nos trabalhos da artista com sensibilidade e humor. Eles não foram criados para serem consumidos apressadamente, (...). A artista não se prende aos mesmos suportes ou procedimentos, seu trabalho é sempre inovador e enfrenta inúmeras questões". ( ) "Para o crítico Tadeu Chiarelli, a poética de Regina Silveira parece ter sido determinada pelo contato com a obra de Iberê Camargo (...). Outra referência importante para seu trabalho é a obra de Marcel Duchamp (1887-1968), que lhe permite, de forma irônica, reinventar esses códigos a fim de retirar deles novas possibilidades de significação. ( ) Adriana Varejão: "Em sua produção, evoca repertório de imagens associadas à história do período colonial brasileiro, (...). Em obras que se situam entre a pintura e o relevo, emprega frequentemente cortes e suturas em telas e outros suportes que permitem entrever materiais internos que imitam o aspecto de carne.A sequência correta das artistas elencadas de cima para baixo é a) 2, 3, 4, 1 e 5 b) 5, 2, 3, 1 e 4 c) 5, 2, 1, 4 e 3 d) 2, 5, 4, 1 e 3e) 2, 1, 3, 4, 5

Questão 07: A arte muralista foi de suma importância para toda a América Latina. Com uma técnica monumental, artistas como Siqueiros, Orozco e Rivera tornaram acessível a arte ao povo através de um movimento estético único. Apresentam-se, a seguir, obras desses três artistas e afirmativas que se relacionam a elas.

I – O vigor expressionista e as largas pinceladas de Orozco contrastam com a obra de Rivera que mostra uma superfície sem ressaltos, na qual faz desenrolar uma pintura intricada e cheia de figuras. II – A grande influência dos afrescos renascentistas faz essas obras se distanciarem da arte popular mexicana. III – Essas obras se desvinculam do academicismo tradicional e estabelecem relações com as correntes modernas europeias da época. IV – A obra de Siqueiros reflete uma concepção grandiosa e dramática: a luta dos instintos vitais do povo contra um poder repressor. V– A orientação ideológica que embasa a obra de Rivera se confunde com a cultura dos povos incas. As afirmativas corretas são a) II e III. b) IV e V.

c) I, III e IV. d) II, III e V.e) I, III, IV e V

Questão 08: Hélio Oiticica (1937-1980) foi um artista fundamental na arte brasileira da segunda metade do século XX. Sua produção, que denominava de ‘work in progress’, foi gradualmente se inserindo no mundo fenomênico, não como representação, mas como presença material no mundo. Suas experimentações estavam na vanguarda da produção de arte mundial. Em um mapeamento de algumas de suas invenções, observamos as seguintes produções:

Imagens disponíveis em http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa48/helio-oiticica Acesso em 25/10/2016

Identifique corretamente suas invenções 1 2 3 4 a) Bólides - Metaesquemas - Parangolés - Relevos Espaciais b) Bilaterais - Bólides - Parangolés - Penetráveis c) Penetráveis - Núcleos - Parangolés - Bólides d) Bólides - Metaesquemas - Parangolés - Penetráveise) Parangolés – Metaesquemas – Penetráveis - Relevos Espaciais

Questão 09: A inserção da cultura Africana e Indígena no currículo da Educação Básica garantida pela Lei n o 11645/08 em relação a Artes Visuais traz diversas problemáticas. No Brasil, diversas obras transitam entre o legado africano e a herança europeia, entre a tradição e a modernidade. Em livros como Arte Afro-brasileira, escrito por Roberto Conduru (2007), e A mão-afro brasileira, organizado por Emanoel Araújo (2010), são apresentados trabalhos de artistas que enveredam por esses domínios e nos ajudam a entender a dinâmica da produção de tais artistas. Apresentamos a seguir o trabalho de alguns artistas que trilham caminhos da arte afrobrasileira.

Pela análise das obras e tendo em vista as características de seus autores, assinale a alternativa correta. a) Todas as imagens apresentadas referem-se a questões pertinentes à geometria, presente nas manifestações religiosas de origem afro-brasileira. b) A artista Rosana Paulino foca seu trabalho na dimensão política e coletiva do feminismo, por isso apresenta imagens de mulheres negras exemplares na história do país. c) Os artistas Emanuel Araújo e Jorge dos Anjos seguem a trilha apontada por Rubem Valentim, na escolha de signos geométricos que se reportam às religiões de origem africana. d) Há nas obras um caráter expressionista evidente, que se conecta com as manifestações atávicas das esculturas e máscaras africanas ancestrais.e) A arte afro-brasileira apresenta um forte caráter naïf, já que é realizada por pessoas que não tiveram a oportunidade de cursar Belas Artes, por isso são considerados artistas primitivos/ingênuos.

Questão 10: Observe a obra abaixo de 1533 conhecido como “Os Embaixadores” de Hans Holbein, o Jovem (1497-1543). Hans Holbein, o Jovem (1497-1543) nasceu e foi educado em Augsburgo, um centro de comércio internacional no sul da Alemanha, especialmente receptivo às ideias do Renascimento. Aos dezoito anos fixou-se na Suíça onde se destacou como desenhista e retratista. Sobre o quadro, o autor e sua época, assinale a alternativa correta:

Analise o quadro e assinale a afirmativa que caracteriza corretamente a relação entre o contexto histórico e os objetos do quadro.a) O globo celeste e o quadrante que estão sobre a mesa, utilizados para orientar as navegações, constituem uma referência à circunavegação do globo e à descoberta de novos continentes tema importante naquele momento histórico.b) Na parte superior da pintura, à esquerda, em uma dobradura da pesada cortina pode-se ver a metade de um crucifixo lembrando que os embaixadores são protestantes, daí sua repulsa ao cristianismo ou a qualquer forma de religião, característica do antropocentrismo renascentista.c) O quadro é Barroco, pois expõe um retrato, o que é muito comum na pintura barroca espanhola. São embaixadores católicos enviados pelo rei Felipe IV para estabelecer o comércio de açúcar do nordeste da colônia sul-americana com a Holanda.d) O alaúde, símbolo de harmonia, tem uma corda arrebentada, uma maneira de representar uma crescente aproximação entre católicos e protestantes, terminando com séculos de conflitos, algo que possibilitou o desenvolvimento cultural conhecido como Renascimento.e) Na parte inferior do quadro há uma mancha (o nome disso é anamorfose + não forma) feita propositalmente para simbolizar a harmonia entre a fé católica e a fé protestante após o Concílio de Trento, já que todos eram cristãos.