· Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso...

45
Páginas 12-13 ORALIDADE 1.1. • Um só lanço. • Linhas retas. • Sem corrimão. • Encostada a uma parede. • Subir a escada representa a tentativa de concretização dos sonhos, a saída da zona de conforto e o risco. • Escada como símbolo de progressão em direção ao saber, ao conhecimento e à transformação. • Descoberta do mundo, do Outro e do Eu (conhecimento interior). • A descida representa a queda, o regresso à realidade. • Cada degrau que se sobe é um passo em direção ao objetivo, é uma nova esperança / cada degrau que se desce é a sensação de frustração e de desalento. • Necessidade constante de recomeçar a subir, de ter forças para alcançar o que se deseja. EDUCAÇÃO LITERÁRIA 1. (C) 2. Os versos remetem para o percurso do ser humano, traduzem a ideia das voltas da vida, que nunca é linear e que, por não ter corrimão, se apresenta cheia de perigos, sem apoios nem proteção. 2.1. Metáfora. 3. A segunda estrofe remete para o fim do ciclo da vida do ser humano, a velhice. “Os degraus”, as diferentes etapas da vida, vão ficando mais danificados, fruto do desgaste do tempo que passa. E, quantas vezes, o ser humano não aprende nem com os erros, nem com os medos, nem com as inquietações. 4.1. Os que têm medo não ousam subir a escada sem corrimão, não arriscam, uma vez que não aproveitam as oportunidades que a vida lhes dá. Os que sonham pensam que não vale a pena subir essa escada, uma vez que idealizam a sua vida, acabando por viver apenas a vida sonhada e não a realidade. 5.1. A crítica está relacionada com o facto de se viver demasiado depressa, sem consciência, muitas vezes, dos riscos desnecessários que se correm. Páginas 14-15 GRAMÁTICA 1.1.1. (A) 1.1.2. (D) 1.1.3. (C) 1.1.4. (B) 2.1. “[…] o entusiasmo não abunda” – oração coordenada; “e alguns reagem mesmo com manifestações de tédio ou protestos vários” – oração coordenada copulativa.

Transcript of  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso...

Page 1:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Páginas 12-13ORALIDADE1.1.• Um só lanço.• Linhas retas.• Sem corrimão.• Encostada a uma parede.• Subir a escada representa a tentativa de concretização dos sonhos, a saída da zona de conforto e o risco.• Escada como símbolo de progressão em direção ao saber, ao conhecimento e à transformação.• Descoberta do mundo, do Outro e do Eu (conhecimento interior).• A descida representa a queda, o regresso à realidade.• Cada degrau que se sobe é um passo em direção ao objetivo, é uma nova esperança / cada degrau que se desce é a sensação de frustração e de desalento.• Necessidade constante de recomeçar a subir, de ter forças para alcançar o que se deseja.EDUCAÇÃO LITERÁRIA1. (C)2. Os versos remetem para o percurso do ser humano, traduzem a ideia das voltas da vida, que nunca é linear e que, por não ter corrimão, se apresenta cheia de perigos, sem apoios nem proteção.2.1. Metáfora.3. A segunda estrofe remete para o fim do ciclo da vida do ser humano, a velhice. “Os degraus”, as diferentes etapas da vida, vão ficando mais danificados, fruto do desgaste do tempo que passa. E, quantas vezes, o ser humano não aprende nem com os erros, nem com os medos, nem com as inquietações.4.1. Os que têm medo não ousam subir a escada sem corrimão, não arriscam, uma vez que não aproveitam as oportunidades que a vida lhes dá. Os que sonham pensam que não vale a pena subir essa escada, uma vez que idealizam a sua vida, acabando por viver apenas a vida sonhada e não a realidade.5.1. A crítica está relacionada com o facto de se viver demasiado depressa, sem consciência, muitas vezes, dos riscos desnecessários que se correm.

Páginas 14-15GRAMÁTICA1.1.1. (A)1.1.2. (D)1.1.3. (C)1.1.4. (B)2.1. “[…] o entusiasmo não abunda” – oração coordenada; “e alguns reagem mesmo com manifestações de tédio ou protestos vários” – oração coordenada copulativa.2.2. “É verdade” – oração subordinante; “que sempre custou deixar o divertimento e a ausência de horários rígidos do verão” – oração subordinada substantiva completiva.3.1. “que o regresso às aulas possa trazer de volta o entusiasmo.”ESCRITA1.1.I. Introdução• Em que mundo vivemos! / Em que mundo vivemos?• Atitude de estupefação e de inquietação em relação ao mundo atual.II. Desenvolvimento• Mundo atual:– Época de grandes avanços e sucessos tecnológicos e científicos.– Época de grande desenvolvimento dos meios de informação e de comunicação.

Page 2:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

– Globalização.– Acesso à educação e à saúde.– Crise de valores.– Violência.– Guerra.– Desigualdades sociais.– Consumismo.– Problemas ambientais.– Desemprego.– …III. Conclusão• Assunção da responsabilidade individual e compromisso para mudar o mundo.• Contributo individual para a construção da consciência coletiva: reflexão sobre a realidade que nos rodeia, nos choca, nos revolta, mas que também, tantas vezes, nos maravilha.

Páginas 30-31EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. Resposta pessoal.Sugestão:– missionação entre os ameríndios e os escravos;– fama como pregador excecional;– prisão, carteira diplomática, etc.

Páginas 32-33EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Sugestão de síntese oral:A partir da leitura dos textos apresentados, é possível compreender que o barroco é um período que acentua as grandes contradições da vida humana e que pode ser resumido na expressão “teatro do mundo”.Segundo Vítor Manuel de Aguiar e Silva, o barroco europeu é um período heterogéneo, quer a nível cronológico, quer a nível geográfico, embora seja possível situá-lo no século XVII. O barroco vê a arte como um espetáculo que tem o objetivo de fascinar, transmitindo uma ideia de sumptuosidade e magnificência que, na verdade, ocultava uma realidade bem distinta: uma sociedade marcada por diversas crises.O autor dos textos considera que na literatura é evidente uma recusa de tudo o que é fácil, despretensioso e claro, valorizando-se a exuberância, o exagero, o jogo engenhoso, pois era esse o ideal de belo artístico.Este movimento é visível nas diferentes manifestações artísticas através de jogos com os sentidos, com as palavras, com os efeitos de luz e de sombra, com as linhas ondeantes, de modo a seduzir e a criar uma atmosfera de grandiosidade e esplendor.

Páginas 34-35O QUE SEI1.1. V1.2. F – Em Portugal, o Barroco vigorou em todo o século XVII e na primeira metade do século seguinte.1.3. F – O equilíbrio racional e a proporção exata dos quinhentistas deram lugar à exuberância e ao dinamismo das formas da arte barroca.1.4. V1.5. F – Os ornamentos não são supérfluos, pelo contrário, são elementos criadores de beleza, condição essencial do Barroco.

Page 3:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

CAMINHOS PARA O TEXTO2. Apresentação de Padre António Vieira: religioso da Companhia de Jesus, teólogo e pregador régio em Coimbra, no ano de 1663, nascido em Lisboa a 6 de fevereiro de 1608; viajou com a família para o Brasil em 1614; estudou no Colégio da Companhia de Jesus, onde foi noviço e onde foi ordenado sacerdote. Papel da Inquisição: perseguido pelo Santo Ofício (que não lhe perdoa a ousadia das suas palavras e o facto de lutar contra os privilégios instalados).Relação com os indígenas: desejo de comunicar com os índios, de aprender a sua “fala” (tupi), condição que considera fundamental para a sua evangelização e para melhor os defender da escravidão.Compromissos assumidos: assume o seu papel de missionário; compreende a importância das Missões; promete obediência ao Sumo Pontífice, mas também se compromete a dedicar a sua vida ao serviço dos índios e negros.EDUCAÇÃO LITERÁRIA1. (1) docere; (2) movere; (3) ensinar; (4) mover ou influenciar o comportamento do ouvinte; (5) sensibilidade; (6) prazer; (7) gozo intelectual; (8) terror e piedade; (9) engenhosidade do Pregador; (10) malabarismos conceptuais e verbais

Páginas 38-39EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. (1) os Pregadores; (2) os ouvintes; (3) a doutrina, a palavra de Deus2.2. “Vós sois o sal da terra” é o conceito predicável, ou seja, a frase bíblica que o Orador explicita no primeiro parágrafo e que se desenvolve ao longo do Sermão. Assim, podemos constatar que os Pregadores têm a função do sal, os ouvintes são a terra e o sal são as palavras dos Pregadores, isto é, a palavra de Deus.2.3. O efeito do sal é “impedir a corrupção”, evitar a podridão, tal como os Pregadores devem, com as suas palavras, impedir que os seres humanos sejam corruptos; devem impedir que o Mal se espalhe pela terra.2.4. Padre António Vieira verifica que, apesar de haver muitos Pregadores, a terra está corrupta.2.5. Na perspetiva do Orador, a causa desta situação pode assentar no facto de o sal não salgar, ou seja, os Pregadores não estarem a cumprir bem a sua função, ou a terra não se deixar salgar, isto é, os humanos não se quererem emendar.2.6. Em relação aos Pregadores, Padre António Vieira considera que estes não pregam a verdadeira doutrina, ou dizem uma coisa e fazem outra, ou ainda se pregam a si e não a Cristo. Em relação aos ouvintes, o Orador refere que, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber; antes querem imitar o que fazem os Pregadores que fazer o que eles dizem, ou também os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem os seus prazeres.3.1. O segundo e terceiro parágrafos iniciam-se com interrogações retóricas e o seu uso ajuda a estruturar o capítulo, uma vez que o Orador vai responder nestes dois parágrafos ao que se deve fazer ao sal/Pregadores e à terra/ ouvintes que não cumprem as suas funções.3.2. Quando a culpa é do sal que não salga, há que deitá-lo fora, ou seja, há que desprezar os Pregadores que não cumprem a sua função. Se a terra não se deixar salgar, isto é, se os ouvintes não forem recetivos à palavra divina, a solução é seguir o exemplo de Santo António: mudar de púlpito e escolher outros ouvintes. Santo António, no momento em que viu que os humanos não o ouviam, dirigiu-se aos peixes.4.1. Padre António Vieira vai seguir o exemplo de Santo António: “é melhor pregar como eles, que pregar deles”(ll. 46-47); “que é força segui-la em tudo” (l. 49); “Isto suposto, quero hoje, à imitação de S. António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes” (ll. 54-55).4.2. Padre António Vieira invoca Nossa Senhora – “Senhora do Mar”–, com o objetivo de lhe pedir apoio, tal como é habitual, para escrever o Sermão.

Page 4:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

5.1. “Isto suposto, quero hoje, à imitação de S. António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes. O mar está tão perto que bem me ouvirão” (ll. 54-56).

Páginas 40-41EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. Alegoria.2.2. Neste primeiro parágrafo, o Orador dirige-se aos peixes, mas querendo atingir os seres humanos e, de forma especial, os habitantes do Maranhão que não se deixavam converter.

Páginas 42-433. (1) Conservar o são. (2) Preservá-lo para que não se corrompa. (3) Louvar o bem para o conservar. (4) Repreender o mal para o preservar dele.4.1. O Sermão terá dois momentos: o louvor das virtudes dos peixes e a repreensão dos seus vícios: “Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios” (ll. 13-15).5.1. Os peixes ouvem e não falam; são as primeiras criaturas criadas por Deus; são mais numerosos e maiores do que todos os outros animais; são obedientes, atentos, tranquilos e devotos.5.2. Ao salientar as virtudes dos peixes, Padre António Vieira critica os humanos, na medida em que realça que essas virtudes estão neles ausentes.6. Nesta parte final, Padre António Vieira refere o facto de os peixes não se deixarem domesticar pelos humanos, o que revela a sua prudência. Por analogia, pode afirmar-se que também os índios deveriam manter-se afastados dos humanos do “mundo civilizado”.6.1. Anáfora. Com a repetição do advérbio, o Orador enfatiza o afastamento dos peixes e valoriza o seu espaço/ambiente natural, local onde vivem em harmonia.6.2. Ela serve os objetivos do Sermão, na medida em que o Orador pretende captar a atenção dos seus ouvintes para os aspetos que deseja ver corrigidos, apelando à moralização dos costumes dos colonos do Maranhão através da analogia peixe/ser humano.EDUCAÇÃO LITERÁRIA1.1. Sugestão:– Educado por jesuítas, com eles aprendeu a arte da persuasão e através dela tornou-se um homem interventivo, politicamente falando, sem descurar, contudo, a sua ação missionária.– Orador exímio, Vieira manifestou-se um homem da oposição e, nos seus sermões, criticou a ineficácia dos pregadores e o alheamento humano perante a palavra de Deus e também as suas atitudes reprováveis e hostis. Bateu-se a favor da causa dos indígenas do Brasil, tão fortemente explorados pelos colonos.– Mobilizador de afetos, na sua prática do púlpito, a moralização dos costumes e a preocupação didática estiveram sempre presentes. Serviu-se sobretudo da alegoria e do recurso ao exemplo de Santo António para atingir os seus fins.

Páginas 44-45EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. (1) Pequena em tamanho, mas grande na força e no poder. (2) Prende-se ao leme das naus, travando-lhes a navegação perigosa. (3) Tal como a rémora trava/segura as naus, também Santo António, com a sua língua (palavra), doma as fúrias das paixões humanas. (4) Tem dois olhos que lhe permitem ver para cima e dois que lhe possibilitam ver para baixo, o que lhe confere uma maior proteção. (5) Ensina que há Céu (salvação) e Inferno (condenação). (6) Embora sem ter a certeza se este peixe aprendeu com Santo António, o Orador salienta que ele sabe que deve estar atento e olhar para cima e para baixo, fazendo referência à existência do Céu e do Inferno, do bem e do mal.

Page 5:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

3. O Orador aprendeu com o Quatro-olhos a virtude de olhar para cima e para baixo, virtude esta importante para os humanos que devem também olhar para cima, pensando no Céu (salvação), e olhar para baixo, considerando que há Inferno (condenação).4. Antítese. A oposição “cima”/”baixo” e “Céu”/”Inferno” faz sobressair dois mundos antagónicos. Cabe ao ser humano escolher aquele que lhe proporcionará a “salvação”.

Páginas 48-49GRAMÁTICA2.1. (C); 2.2. (A); 2.3. (D)3. 1 ➝ B; 2 ➝ C; 3 ➝ D; 4 ➝ A4.1. “Os responsáveis religiosos”; coesão referencial5. Sugestões, entre outras igualmente válidas:5.1. embora; 5.2. Para; 5.3. porque; 5.4. Como; para; 5.5. Mas; 5.6. se; 5.7. Se; e; para; 5.8. ou; 5.9. apesar; 5.10. quando6.1. a) As aplicações móveis têm muitas potencialidades, por isso as igrejas usam-nas para chegar aos seus membros. b) O vínculo à religião está a desvanecer-se nos países desenvolvidos, mas em África, entre 1910 e 2001, a população cristã aumentou quase 60 vezes. c) Apesar de algumas reservas em relação à segurança e privacidade dos fiéis, esta ideia tem muitos defensores. d) As aplicações móveis ao serviço da igreja são um sucesso em África, porque permitem uma maior proximidade com os fiéis. e) A religião está recetiva ao uso das novas tecnologias, embora alguns ainda resistam às inovações.

Páginas 50-51ESCRITAIntrodução– Padre António Vieira foi um homem de ação. Nos seus sermões apelou à moralização dos costumes, denunciou práticas abusivas sobre os indígenas brasileiros e a escravatura a que eram sujeitos, como se pode ler no excerto transcrito.– A escravatura nos moldes em que é descrita já não existe, contudo a escravatura é um problema do século XXI: existem, hoje, mais pessoas sujeitas à escravatura do que em qualquer outra época da História da Humanidade e os números sobre a chamada “escravatura moderna” são assustadores.– Constata-se uma regressão no plano dos Direitos Humanos (abalo na realização da dignidade humana).Desenvolvimento– Formas de que se reveste a “escravatura” atual:• exploração sexual – tráfico de seres humanos, nomeadamente de jovens e crianças;• exploração laboral com abuso sobre grupos de emigrantes que procuram melhores condições de vida e acabam escravizados”;• exploração humana para a obtenção de órgãos, sobretudo junto de pessoas que vivem em situação de pobreza extrema.– Causas que estão na origem das novas formas de escravatura:• modelo de desenvolvimento económico• crises financeiras e económicas que provocam o desemprego maciço;• instabilidades políticas e sociais que geram problemas geopolíticos (guerras, deslocação de população) um pouco por todo o mundo;• alterações climáticas;• escassez de recursos naturais (sobretudo água);• urbanização descontrolada.– Medidas a empreender:• maior preocupação na dinamização de programas internacionais de cooperação;• urgência de uma ação concertada à escala global.Conclusão

Page 6:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

– Consciência de que só uma ação conjunta poderá ajudar a resolver o problema da escravatura do século XXI.– Desafio de levar a educação e o desenvolvimento(muito concretamente no domínio da saúde) a zonas menos favorecidas do planeta.– Importância da mobilização internacional e da partilha de responsabilidades:• solidariedade à escala global;• compromisso para a criação de um mundo sustentável e implementação do valor da dignidade humana à escala planetária.

Páginas 52-53LEITURA2. Sugestão de resposta:O texto, possivelmente uma apreciação crítica, deve ter em conta um filme cuja ação se passa no passado (“Nascido em Nova Iorque, em 1808”). A fotografia remete para a centralidade de um negro, num ambiente requintado (“a escravatura não ser aqui praticada sobre nativos de África, mas sobre alguém com quem o espectador pode empatizar sem esforço, um homem livre com a vida normal de cada homem livre”). O título do texto pode indicar que o assunto deste filme é tratado de forma mais séria do que o habitual (“Mas nunca, como aqui, nos conseguiu meter na pele do seu protagonista – e partilhar com ele um tormentoso destino”).3. No primeiro parágrafo é apresentado o assunto do filme (uma pequena sinopse), com um fundo verídico, pois foi baseado num livro com caráter autobiográfico. Nos parágrafos seguintes, o autor comenta a forma como o realizador tratou as personagens, bem como o tema da escravatura e o desempenho dos atores.4. O tema do texto centra-se no tema do filme – a escravatura. Subtemas associados: a conjuntura económica do sul dos Estados Unidos, a guerra civil e a abolição da escravatura.5. A opinião do crítico sobre o filme é favorável, pois refere que este aborda a escravatura de uma forma inovadora, uma vez que a personagem sujeita à escravidão é um homem livre. A perspetiva economicista da sociedade e a densidade psicológica das personagens/ atores são mais-valias do filme.6. A escravatura, tal como a vemos no filme, insere-se no contexto de uma “sociedade escravocrata” – a sociedade sulista dos Estados Unidos do séc. XIX. Decorrente desta situação, os Estados Unidos viverão uma guerra civil (1861-1865), culminando esta com a abolição da escravatura.7. Depois da leitura do texto, a imagem adquire um sentido mais explícito, uma vez que acentua a situação de Solomon Northup ser um homem livre e com um bom lugar na sociedade.8. A estrutura (descrição do objeto acompanhada de comentário crítico) e as marcas de subjetividade evidenciadas pela utilização do adjetivo. Por exemplo: “de uma forma copiosa e evidente, o enorme ator que é”.

Páginas 54-55EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. A primeira repreensão feita pelo Orador tem a ver com o facto de os peixes se comerem uns aos outros, sendo que os maiores comem os mais pequenos.3.1. O Orador recorre ao uso do imperativo (“Olhai”) e do vocativo (“peixes”), ao advérbio de negação (“não”), utilizado repetidamente a interrogação retórica, para além de criar imagens muito fortes que conduzem os ouvintes a um intenso visualismo.4.1. “Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo, mostrou- lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o Sertão? Para cá, para cá; para a Cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros? Muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças…” O

Page 7:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

recurso a verbos e/ou expressões do campo lexical de visão tornam mais fácil o confronto dos ouvintes como a realidade que o Orador pretende retratar, uma vez que o quadro se apresenta mais vivo.5.1. “Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros?” – sentido literal, uma vez que os Tapuias são uma tribo antropofágica; “Muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos” – nesta ocorrência, o verbo “comer” é utilizado no sentido de explorar, sentido conotativo(antropofagia social).6.1. A enumeração está ao serviço da exemplificação que sustenta a argumentação do Orador e imprime um ritmo gradativo ao discurso, tornando- o mais expressivo.GRAMÁTICA1.1. Texto A: Padre António Vieira foi um homem que cultivou a arte oratória nos seus sermões, seguindo a escola jesuíta. A sua arte oratória alcançou grande popularidade com os sermões. Padre António Vieira foi um orador muito popular.Texto B: Quão popular foi Padre António Vieira! Qual a causa da popularidade dos jesuítas? A grande popularidade dos jesuítas deveu-se, sobretudo, às suas atividades de assistência junto dos índios brasileiros, junto das missões, onde surgiram casas, escolas, hospitais.2. A incoerência no texto A advém da não progressão e da não relevância da apresentação da informação, para além da presença da contradição (cf. as duas últimas frases). No texto B, a incoerência deve-se à ausência de pontuação.

Páginas 56-572. (a) Malala Yousafzai (b) Exmo. Sr. secretário-geral da ONU, Sr. Ban Ki-moon; Presidente da Assembleia Gera l , Vuc Jeremic; enviado das Nações Unidas para a educação global, Sr. Gordon Brown; todos os presentes/ interlocutores (c) ONU – deduzível pela identificação do destinatário no início do discurso (Secretário-Geral da ONU; Nova Iorque, 12 de julho de 2013 (referência no final do discurso)2.1. “Sinto que é uma honra enorme estar hoje aqui a falar novamente”.3. A educação é um direito humano que deve ser defendido intransigentemente, quer pelos líderes mundiais, quer pelas pessoas individualmente consideradas.4. A educação é uma arma, tem o poder de mudar o mundo (“percebemos a importância das canetas e dos livros quando vimos as armas. O ditado “A caneta é mais poderosa que a espada» era verdadeiro”); A importância da “voz” que não se cala em defesa do direito à educação (“Nós percebemos a importância da nossa voz quando somos silenciados”).5. O agradecimento emotivo, a humildade (“o Dia Malala não é o meu dia. Hoje é o dia de todas as mulheres, de todos os rapazes e de todas as raparigas que levantam a voz em defesa dos seus direitos”), o exemplo da vida pessoal (“os talibãs balearam o lado esquerdo da minha testa”) e o legado de nomes internacionalmente respeitados como exemplos de vida em prol da humanidade: Martin Luther King, Nelson Mandela, Mohammed Ali Jinnah, Gandhi, Bacha Khan e Madre Teresa.6. O princípio da não violência (recusa da vingança); a tolerância; o direito à igualdade, à paz e à educação.7. Ao dirigir-se repetidamente aos “Caros irmãos e irmãs”, a oradora pretende criar uma maior proximidade afetiva e cumplicidade com os seus interlocutores, de modo a provocar a adesão às suas palavras. Responsabiliza-os, implica-os, também, na defesa da educação para todos, socorrendo-se da primeira pessoa do plural (nós): “nós percebemos a importância da luz”, “vamos travar uma luta gloriosa”.8.1. Metonímia. A substituição de “caneta” por educação e de “espada” por guerra é sugestiva porque representa de uma forma mais imagética estas duas realidades.Nota: Também pode ser considerada uma comparação.8.2. Enumeração. O seu emprego permite uma intensificação do ritmo do discurso e orienta o sentido para uma gradação – a ignorância parece ser o pior dos males.

Páginas 62-63

Page 8:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.Introdução – “Descendo ao particular, direi agora, peixes, o que tenho contra alguns de vós” (l. 1).Desenvolvimento – desde “E começando aqui pela nossa costa” (ll. 1-2) até “E sabei também que para haver tudo isto em cada um de nós, bastava antigamente ser Português, não era necessário ser Santo” (ll. 219-221).Conclusão – último parágrafo.3. (1) Peixe pequeno, mas que emite um som muito forte (ronca). (2) Simboliza o orgulho e a arrogância. (3) Santo António tinha muito saber e poder, mas não se vangloriava disso. (4) Peixe pequeno que se agarra a outro maior e com ele vive e morre. (5) Simboliza o parasitismo e o oportunismo. (6) Santo António “pegou- se” a Cristo, seguindo as suas palavras, a sua doutrina. (7) Peixe com grandes barbatanas que salta para fora da água e plana (parece ter asas). (8) Simboliza a ambição e a presunção. (9) Santo António tinha sabedoria, mas não a ostentava. Era humilde e modesto, nunca se vangloriando de nada. (10) Molusco de corpo mole com uma espécie de braços cobertos de tentáculos e que pode camuflar- se, mudando de cor. Parece um “Monge” (apresenta um “capelo” ou uma “Estrela”). (11) Simboliza a traição e a falsidade. (12) Santo António é naturalmente cândido, verdadeiro e sincero.4.1. Apóstrofe: “Peixe aleivoso e vil” (ll. 202- 203); “Peixes” (l. 212).Enumeração: “… seu capelo…“ (l. 178); “seus raios estendidos” (ll. 179-180); “… limos… areia… lodo… pedra…” (ll. 191-193)Anáfora: “Se está nos limos, faz-se verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo: e se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, faz-se da cor da mesma pedra.” (ll. 191-194)Antítese: “traçou a traição às escuras, mas executou- a muito às claras.” (ll. 200-201)5.1. Gradação. Com este recurso o Orador mostra a agudeza do seu estilo, intensificando/ reforçando a mensagem que quer transmitir, no sentido de melhor persuadir os seus ouvintes.

Páginas 66-67EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. “Com esta última advertência vos despido, ou me despido de vós, meus Peixes” (l. 1).2.2. Padre António Vieira critica aqueles que chegam diante de Deus em pecado mortal, fazendo, em seguida, uma autocrítica: comparando-se aos peixes, o Orador diz não ser digno de celebrar a Eucaristia (“tomar a Deus nas mãos” – l. 19), uma vez que ofende a Deus com as suas palavras, com as suas lembranças, com a sua inteligência. 3.1. Apóstrofe: “Ah, Peixes” (l. 18); Anáfora: “Louvai a Deus… Louvai a Deus…; louvai a Deus… (ll. 27-33); Interrogação retórica: “E quem duvida que esta exclusão tão universal era digna de grande desconsolação e sentimento para todos os habitadores de um elemento tão nobre, que mereceu dar a matéria ao primeiro Sacramento?” (ll. 6-8); Frases exclamativas: “Oh quantas almas chegam àquele altar mortas, porque chegam e não têm horror de chegar, estando em pecado mortal! (ll. 12-13) […] Ah peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade!” (l. 18) A invocação do destinatário (apóstrofe), as repetições (anáfora) e as frases exclamativas, bem como as interrogações, expressam a emotividade do Orador e, simultaneamente, sensibilizam os seus ouvintes que ficarão, assim, mais recetivos às palavras ouvidas.4. (1) “Vos estis sal terrae” (Vós sois o sal da terra) (2) pregadores (3) terra (4) não salga (5) não se deixa salgar (6) obedientes (7) criação (8) respeitadores (9) os humanos (10) Rémora (11) faz tremer a cana e não se deixa pescar (12) Quatro-olhos (13) Comem-se uns aos outros (14) ignorantes (15) dependentes e oportunistas (16) traidor e dissimulado (17) Exposição (18) Peroração

Páginas 68-69ESCRITA

Page 9:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Introdução– Capa e contracapa adequadas ao conteúdo do livro: livro sobre a História do Brasil (Brasil: uma História – A Incrível Saga de um País, de Eduardo Bueno).– Iconografia ajustada ao assunto do livro e visualmente agradável.Desenvolvimento– Imagens que evidenciam a História do Brasil: a chegada dos portugueses, a ocupação e a exploração do território, a conquista da selva, o exotismo, a escravatura, a supremacia dos mais fortes, a luta pela liberdade…– Apelo à viagem pela história do Brasil.– Diferenças e contradições do Brasil que concorrem para a sua identidade.– Cores que remetem para um ambiente tropical banhado pelo mar.– Ligação aos conteúdos estudados:• Animais e vegetação que transportam o leitor para a floresta amazónica, o que é reforçado pelas figuras dos indígenas/índios com a sua cultura;• Força da religião: presença da evangelização (imagem bem evidente da igreja);• Senhores e escravos;• Exploração;• Guerra.Conclusão– Comentário crítico: manifestação valorativa apreciativa ou depreciativa sobre o objeto da crítica.ORALIDADE2. (1) Baixo (2) Lento (3) Poucas inflexões, pouco variada3.1. (A)3.2. (A)4. A, F, G, C, E, B, D

Páginas 70-715.– Ligação afetiva ao povo moçambicano, que muito tem sofrido.– Constrangimentos dos moçambicanos.– Luta pela independência de Moçambique.– Situação dos povos que partilham a língua portuguesa.– Construção de um melhor futuro.6. a) e f)7.1. (1) Metáfora; (2) Antítese; (3) Comparação; (4) Dupla adjetivação; (5) Enumeração;(6) Repetição.8. Abertura: Sua Excelência, o Presidente de Portugal; Sua Excelência, a Presidente do Brasil;Excelentíssima Presidente do Júri do Prémio Camões; Ilustres membros do Governo português; Senhor Embaixador de Moçambique e Embaixadores dos países da CPLP; Meus senhores e minhas senhoras. Encerramento: Muito obrigado a todos.9. Eloquência, a dimensão ética e social, o caráter argumentativo e persuasivo.PÕE-TE À PROVA!1. V; 2. Vieira não cessa de denunciar os desmandos, malefícios e corrupção dos colonos e administradores do Brasil. 3. V; 4. V, 5. V; 6. V; 7. V; 8. V; 9. V; 10. Vieira invoca Maria para lhe pedir inspiração para o assunto que vai desenvolver no seu sermão. 11. V; 12. Vieira divide o Sermão em duas partes, partindo das propriedades do sal: as virtudes e os vícios dos peixes. 13. O Sermão de Santo António evidencia a crítica social, pois, através da alegoria, os humanos são criticados. As virtudes reconhecidas nos peixes estão ausentes nos humanos. 14. O Orador crítica o facto de os peixes se comerem uns aos outros e, por inerência, a exploração humana (antropofagia social). 15. V; 16. V; 17. O capítulo VI corresponde, na estrutura do Sermão, à peroração. 18. V

Page 10:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Páginas 72-73GRUPO IAAs respostas podem contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.1. O Anjo S. Rafael alertou Tobias para as virtudes do Peixe. Disse-lhe que o fel curava a “cegueira” e o coração expulsava os “demónios”. Assim, alegoricamente, as entranhas deste peixe faziam com que as pessoas passassem a reconhecer o bem, convertendo-as, e, consequentemente, tornava-as melhores, porque expulsava o mal que as habitava.2. Segundo o Orador, só havia uma diferença. O peixe, quando abria a boca, parecia querer atacar as pessoas que se queriam “lavar”, isto é, purificar. Santo António, pelo contrário, dirigia as suas palavras (“abria a sua”) a todos aqueles que recusavam transformarem-se e converterem-se ao bem, pois, alegoricamente, não se queriam “lavar”.3. Interrogação retórica. Com este recurso, o Orador não só implica o auditório no seu discurso, mantendo-o atento, como também lhe permite estabelecer a analogia entre os hereges e Tobias, de modo a reforçar a sua argumentação.

Páginas 74-75B4. Padre António Vieira, pregador da Capela Real e diplomata, foi sobretudo um humanista defensor dos índios e de um mundo mais justo. Através da palavra, combateu pela liberdade e dignidade humana. É um homem de ação sem paralelo.No Sermão de Santo António está presente a corajosa defesa das suas ideias e causas. No Maranhão, perante um auditório que reconhece ser seu opositor, Vieira dirige-se alegoricamente aos peixes, apontando-lhes os seus defeitos. Depois de os acusar de se “comerem uns aos outros”, no capítulo V, na exposição/confirmação, os voadores representam os defeitos humanos da vaidade e da ambição desmedida – eram peixes, mas queriam voar como as aves. O Orador, com uma intenção claramente persuasiva e moralizadora, alertava os seus ouvintes para as consequências deste comportamento – a morte dos peixes significa a condenação inevitável da Humanidade.Este exemplo é ilustrativo da coragem acusatória de Vieira. Hoje como ontem, a ganância e os abusos repetem-se, parecendo que a Humanidade não aprende com as lições da História.GRUPO II1.1. (B); 1.2. (C); 1.3. (C); 1.4. (B); 1.5. (D); 1.6. (A); 1.7. (B)2.1. Complemento agente da passiva2.2. Oração adjetiva relativa restritiva2.3. entrever, conjeturar, ver indistintamenteGRUPO III1.Introdução: povos indígenas – grupos culturalmente diferenciados que mantêm um vínculo ancestral com as terras onde vivem.Desenvolvimento: os diferentes povos/tribos; os modos de vida; o direito dos povos indígenas (a proteção, o bem-estar, o respeito…); a importância do “índio” na preservação da natureza; o mundo espiritual.Conclusão: os desafios atuais e as ameaças – preservação; o reconhecimento do direito da posse de terra.

Páginas 78-79EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Page 11:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

2. (1) Desde os finais do século XVIII até meados do século XIX. (2) Alemanha. (3) Reação ao culto da razão no Iluminismo. (4) “sentimento”, “fantasia”, “vivência” e “nostalgia”. (5) Valorização dos sentimentos em detrimento da razão; culto do eu; referência a florestas misteriosas e à natureza selvagem e enevoada; nostalgia pela natureza; e mística natural.3.1. Sugestão, entre outros: Schubert, Mendelssohn, Schumann, Berlioz, Chopin.4.1.Texto AO Romantismo caracteriza- se por:• preconizar o direito de multiplicar os modelos segundo o clima e a época;• promover o típico, o folclore, o pitoresco;• fomentar o culto do diferente que se associa à literatura confessional, e à singularidade dos sentimentos e da imaginação;• defender o nacionalismo estético, valorizando a cultura regional, tradicional e popular;• evocar a Idade Média;• desenvolver o gosto pelo exótico.Texto B• valorizar da liberdade (de pensamento e de expressão);• estar ligado aos princípios da Revolução Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade;• promover o individualismo e o idealismo;• defender /reafirmar o nacionalismo.

Páginas 82-835.1. Invasões francesas: partida da família para os Açores, antes que as tropas de Soult entrassem no Porto; movimento liberal: adesão às ideias liberais, exílio, participação na revolução de 1820, desembarque na praia da Memória, elaboração de trabalhos políticos que fixaram as bases de doutrinação liberal e colaboração na elaboração legislativa, bem como a posse de cargos políticos.5.2. Sugestão:• data de nascimento e da morte 1799 (Porto) – 1854;• adolescência na ilha Terceira; primeiras incursões literárias; frequência da Universidade de Coimbra; contacto com o Romantismo e ideias liberais;• participação nas lutas entre liberais e absolutistas;• experiência dos exílios – as dificuldades, o amadurecimento enquanto homem, escritor e político;• publicação de Camões e de D. Branca (1825 e 1826);• participação na vida política e cultural do país;• oposição ao governo cabralista e consequente afastamento da vida pública;• publicação de Frei Luís de Sousa (1844);• publicação das Viagens na Minha Terra (1845).O QUE SEI1.1. V; 1.2. Almeida Garrett e Alexandre Herculano pugnaram pelos ideais liberais. 1.3. V; 1.4. V; 1.5. O contributo do Eu para o conhecimento foi valorizado pelos românticos em detrimento do uso exclusivo da razão. 1.6. V; 1.7. Traduz a preferência por cenários agrestes, sombrios, selvagens, traduzindo a cor local e, frequentemente, o seu estado de alma. 1.8. As palavras que traduzem a vivência romântica são sentimento, sonho e fantasia.

Páginas 84-852.1. F – O Ato Primeiro da obra Frei Luís de Sousa decorre no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada, espaço luxuoso e elegante. 2.2. F – Ao longo do Ato Primeiro são várias as alusões ao tempo histórico – final do século XVI, princípio do século XVII. 2.3. V; 2.4. V; 2.5. V; 2.6. V 2.7. F – Madalena está aterrorizada, porque aquela sexta-feira é um dia carregado de sentidos que ela considera premonitórios. 2.8. V; 2.9. F – Madalena, que sempre esteve espera de uma “grande desgraça”, não

Page 12:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

associa a chegada da Romeiro ao seu drama pessoal. 2.10. V, 2.11. V; 2.12. V; 2.13. F – No Ato Terceiro, Telmo vive um profundo conflito interior, pois vê-se dividido afetivamente entre o seu amor a D. João de Portugal, que regressa vinte e um anos depois do seu desaparecimento, e a Maria. 2.14. V; 2.15. F – No final do Ato terceiro, Maria, desesperada e doente, morre, mostrando-se incapaz de suportar a desgraça que cai sobre a sua família.

Páginas 94-95EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. A didascália inicial dá informações sobre a época e caracteriza socialmente o espaço: as referências à luz, às janelas rasgadas para o exterior, transmitem uma ideia de lar, reforçada pelas “tapeçarias meias feitas” e “com flores”.3.1. Monólogo é o discurso que o locutor dirige a si próprio. Proporciona a reflexão, traduzindo, muitas vezes, preocupações do locutor.4. D. Madalena mostra ser uma mulher culta (está a ler). Evidencia alguma instabilidade emocional, preocupação, angústia e mesmo medo, fazendo notar o seu sofrimento íntimo por não conseguir viver plenamente a felicidade.4.1. Sobreposição dos sentimentos à razão; completo domínio das emoções; sentimento de culpa e de medo que a impedem de viver plenamente a sua felicidade; o conflito interior que se vislumbra das suas palavras; a angústia pressentida que marca a sua vivência quotidiana; a grande paixão pelo atual marido; a sensibilidade e a cultura que deixa transparecer.5.1. Trata-se de um episódio lírico de Os Lusíadas – o episódio de Inês de Castro – que relata os amores de D. Pedro e D. Inês, amores que acabaram tragicamente. Poder-se-á dizer que D. Madalena faz uma analogia com a sua própria vida, sendo, por isso, como que um indício trágico.6.1. Há mudança de cena sempre que se verifica a entrada e saída de personagens. É o que acontece: Telmo entra em cena.7.1. D. Madalena, viúva de D. João de Portugal, é atualmente casada com Manuel de Sousa Coutinho, de quem tem uma filha – Maria. Manuel de Sousa Coutinho é um nobre culto, cavaleiro honrado da Ordem de Malta, bom português (patriota). Maria é filha de D. Madalena e de Manuel de Sousa. É uma jovem curiosa, frágil, “um anjo”. Telmo é o fiel escudeiro, anterior aio de D. João de Portugal, por quem nutre uma enorme admiração. Considera-o exemplar pelas qualidades que sempre demonstrou e não aceita a sua morte. Está ligado à família, servindo-a com respeito e lealdade, orienta a educação de Maria e tem-lhe um grande afeto. Telmo está ligado a D. Madalena por um passado que ele não quer esquecer.8. A referência à leitura está ao serviço da caracterização das personagens que aparecem aos olhos dos leitores/expectadores como cultas, letradas, para além de serem representativas da cultura e da moral da sociedade da época.9.1. Desaparecimento de D. João de Portugal na batalha de Alcácer Quibir; o segundo casamento de D. Madalena, a carta de D. João… Os exemplos apontam para o regresso de D. João de Portugal e a consequente destruição da família de Manuel Coutinho e D. Madalena.10.1. Aparte é um elemento constitutivo do texto dramático que permite exprimir um pensamento, uma reflexão, um comentário ou mesmo uma crítica, dirigindo-se apenas ao público. Tem como função introduzir informações adicionais que, neste caso, contribuem para adensar o clima de tensão e mistério.

Páginas 96-97GRAMÁTICA1.1. ator, elenco, didascália, adereço, figurino, bastidores, espectador, palmas…1.2. ato (conduta); ato (ação); ato (cerimónia); ato público; ato solene; ato falhado; ato reflexo; ato contínuo; ato de fé; ato de contrição…2. Dedicou a sua vida ao palco. (palco = teatro, espetáculo); Lisboa, no século XVII, foi palco de grandes acontecimentos políticos. (palco = local onde se desenrolam acontecimentos importantes).

Page 13:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

LEITURA2. Partindo da obra Frei Luís de Sousa, de Garrett, o Grupo Ensemble concebeu um espetáculo dirigido ao público jovem e em idade escolar. Para conseguir aproximar-se desse público, o encenador criou uma atmosfera gore, em que a música (rock e noise) desempenha um papel de capital importância.3. “Telmo, hábil marionetista de fantasmas e augúrios”; “Madalena celebra e interroga a designada obra-prima do teatro português: Frei Luís de Sousa”; “é Madalena, o sistema nervoso central desta revisitação de Frei Luís de Sousa, que tira amplo partido da sombria imponência do claustro do Mosteiro de S. Bento da Vitória”; “o destino trágico de uma cultura obcecada com a culpa e o passado”.4.1. O título aparece no final da página, salientado pelo uso da cor e do tamanho dos carateres. O leitor é rapidamente atraído por esse elemento paratextual que, de imediato, o conduz ao objeto da crítica.5. A existência de elementos paratextuais diversos e a descrição do objeto acompanhada de comentário crítico.6.1. O texto A remete-nos para o universo da sociedade portuguesa que vive permanentemente o sentimento de culpa, de pecado, marcas que são herança de uma educação em que a religião católica está muito presente: “o destino trágico de uma cultura da obsessão da culpa e da expiação”; “há um difícil jogo entre culpa e responsabilidade, que convém à consciência resolver.”6.2. O tema é a importância da música no espetáculo Madalena.

Páginas 100-1012.1. O tema da conversa é o possível regresso de D. Sebastião.2.2.1. Maria defende o regresso de D. Sebastião, no qual acredita convictamente e fundamenta a sua posição com a crença do povo. É, sem dúvida, uma perspetiva sebastianista. Já D. Madalena mostra a sua descrença, apoiando-se em elementos mais concretos, isto é, em relatos de Frei Jorge e de Lopo de Sousa, e defende que as crenças do povo são ilusões. 3. Quando fala de D. Sebastião, Maria mostra ver nele um herói e usa expressões como “o nosso bravo rei”, “o nosso santo rei D. Sebastião”, “meu querido rei D. Sebastião” e “pobre do rei”. Todas estas expressões são reveladoras da admiração que a jovem nutre pelo monarca.4.1. Maria é caracterizada como visionária e muito sensível (“não quero sonhar, que me faz ver coisas lindas às vezes, mas tão extraordinárias e confusas…”); lê muito, é alegre, mas simultaneamente invadida por uma tristeza (“uma tristeza muito grande que eu tenho?”). É uma jovem de saúde débil (“Que febre que ela tem hoje, meu Deus! queimam-lhe as mãos… e aquelas rosetas nas faces…”). A fragilidade da jovem, bem como o facto de ouvir bem (“Pois oiço eu muito claro”); e fazem prever a doença de que será vítima. Das suas intervenções depreende-se tratar-se de uma jovem corajosa, de personalidade forte, destemida e idealista (“Tomara eu ver seja o que for que se pareça com uma batalha!“).

Páginas 102-103ESCRITAIntrodução• Descrição sucinta do objeto: imagem de Madalena, personagem central do espetáculo produzido por Ensemble– Sociedade de Atores, de Maria e de Manuel de Sousa Coutinho.Desenvolvimento• Caracterização forte de acordo com a atmosfera criada pelo encenador:– roupas, adereços, materiais;– fisionomia severa , grave, com uma certa dureza e sofrimento revelado pelas faces;– personagem em primeiro plano – título do espetáculo.• Realidade para que remete: recriação da obra de Almeida Garrett.• Dimensão cromática: tons escuros, em que o preto predomina e é apenas suavizado pela presença do branco das roupas de Maria, a mulher-anjo.

Page 14:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Conclusão• Adesão ou recusa.

Páginas 104-105ORALIDADE2.1. O tema deste texto é a importância do rio Tejo e a evolução dos seus transportes típicos, nos séculos XIX e XX. 2.2. V; 2.3. Neste texto é possível detetar uma introdução, na qual se faz a apresentação do tema, o desenvolvimento, no qual são dadas informações relevantes sobre o tema, e uma conclusão, na qual se sintetiza a ideia da evolução das embarcações que navegam no Tejo. 2.4. V; 2.5. De acordo com o texto, a canção Que linda falua é bastante violenta, pois fala da separação forçada da mãe e dos filhos. 2.6. O tragamalho era a taxa municipal determinada em 1802, obrigatória para cada barco que arribava a Lisboa, vindo de fora. 2.7. V; 2.8. Até ao final do século XIX, o Tejo era considerado a “grande autoestrada portuguesa”. 2.9. Os barcos que vinham para Lisboa traziam madeira, azeite, trigo, vinho e cereais. 2.10. V; 2.11. V3. (1) Criação do tragamalho; (2) 1877; (3) Até finais do século XIX; (4) Instalação definitiva nas margens do Tejo de muitas famílias de pescadores oriundos da costa; (5) Construção dos últimos varinos, fragatas e faluas.4. (1) pescadores; (2) Aveiro; (3) Ovar; (4) Tejo; (5) temporada; (6) sável; (7) margens; (8) varinos; (9) lezírias; (10) faluas; (11) fragatas5. b); c); d); e); g).Páginas 108-1092. Com a chegada de Manuel de Sousa Coutinho, confirma-se a vinda dos governadores e o seu desejo de ocupar o palácio da família. Manuel de Sousa traçou um plano que põe em marcha: abandonar a sua casa e mudar-se para a de D. Madalena e de D. João de Portugal. Esta decisão suscita diferentes reações: Maria entusiasmou- se e apoiou completamente o pai, mostrando defender as mesmas ideias; D. Madalena ficou aterrada e quis opor-se. Frei Jorge tenta acalmar o irmão e aconselha- o a ser prudente.3. Esta personagem mostra ser defensor de grandes valores e princípios morais; é racional a analisar a situação e a apresentar os argumentos para defender a sua posição. Demonstra enorme patriotismo e um caráter inflexível. Recusa deixar-se vencer pelos “tiranos”.4. D. Madalena apresenta argumentos do foro emocional para demover o marido: ela pressente que não vai ser feliz e que irá encontrar a sombra despeitosa de D. João de Portugal.5. “D. Madalena de Vilhena” – Manuel de Sousa Coutinho pretende mostrar severidade para chamar a sua mulher à razão e aos seus deveres de membro da nobreza. “Minha querida” – manifestação de ternura e compaixão pelo sofrimento da mulher.

Páginas 110-1111.1. e 1.2.Dêixis pessoal: preciso; quero; deixai-me; fiquei; me; vós; vós; achei; eu; precisava; me; eu; tenho; tenho-vos.Dêixis temporal: preciso; quero; agora; deixai; Depois; fiquei; depois; deixou; achei; precisava; Ficastes; tenho sido; tenho.Dêixis espacial: daquela.2.1. (1) disse; mandei; (2) Façam; Já; apaguem; encostem; estás; é (tarde); são (horas conventuais; vinde; (3) irei; dizer2.2. (1) aqui; cá; (2) aí2.3. (1) eu; ti; contigo; (2) minha; nosso; (3) disse; mandei; estás; preciso; sei; (4) já; (5) disse; mandei; irei; (6) aí; aqui; cá.

Páginas 112-113EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Page 15:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

2.1. Uso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.3.1. A referência à morte de seu pai, as dúvidas manifestadas por D. Manuel e as próprias chamas são elementos que intensificam o clima trágico.3.2. Só nesta cena se compreende a total dimensão do plano de Manuel de Sousa Coutinho e, por conseguinte, a necessidade do rápido abandono da casa.4.1. D. Madalena está descontrolada emocionalmente, aterrorizada, e isso é visível através da presença das frases curtas, interrogativas e exclamativas, das invocações a Deus e do uso da interjeição “ai”. Manuel de Sousa Coutinho está tranquilo, pois está convicto da sua decisão. É irónico e sarcástico quando se refere aos governadores.5. O quadro é destruído pelo fogo, que tudo devora. Esta destruição simboliza a morte da personagem e anuncia o fim trágico da peça.GRAMÁTICA1.1. (1) meus; vos; convosco; (2) está; quero; (3) estas; aqui

Páginas 116-117EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. O “salão antigo” do palácio tem uma decoração sombria onde se impõem três quadros de corpo inteiro, o de Camões, o de D. Sebastião e o do dono da casa – D. João de Portugal. O ambiente pesado e severo é sugerido, também, pelos reposteiros decorados com as armas da família que cobrem as portas, dando uma impressão de enclausuramento, pois não se via o exterior, como que a impedir a fuga das personagens ao seu destino. A acentuar este ambiente está o reposteiro do fundo que cobre as portadas da tribuna de acesso à capela da Senhora da Piedade, na igreja de São Paulo dos Domínicos de Almada, onde se irá passar o Ato Terceiro, funcionando, portanto, como um indício trágico.3.1. Maria considerou o episódio “um espetáculo” digno de se ver e recorda-o com excitação entusiástica. Pelo contrário, a sua mãe, segundo Maria, ficou aterrada. A destruição da casa e do retrato de Manuel de Sousa parecem-lhe anunciar a destruição da sua família.4.1. Madalena associa a destruição do retrato do seu marido ao aparecimento do retrato de D. João de Portugal. A luz da tocha, colocada para iluminar a sala, dá visibilidade a este último retrato, colocando-o no centro das atenções, o que permite a Madalena pressagiar a sua chegada e as consequências devastadoras para a sua família (“a perda do retrato é prognóstico fatal de outra perda maior que está perto”). Maria, por sua vez, interpreta, também, estes “sinais” como avisos de Deus. Pressente que “uma grande desgraça” se abaterá sobre a sua família.5. Com a réplica “Pois tinha, oh se tinha…”, Telmo refere-se ao imenso amor que D. João de Portugal dedicava a Madalena.6. O caráter histórico, a exaltação dos valores patrióticos e da identidade nacional (crença no Sebastianismo, alusão a Camões, luta pela liberdade), a presença dos “agouros”/ superstições e a dimensão apaziguadora da fé cristã são aspetos que permitem inserir este texto no drama romântico.EDUCAÇÃO LITERÁRIA | ESCRITA1.1. O filme Quem és tu? (2001) de João Botelho foi baseado na obra de Frei Luís de Sousa de AlmeidaGarrett. A operacionalização da cena do incêndio, bem como a do trajeto noturno foi resolvida eficazmente por Garrett. Através das informações dadas nas didascálias, o dramaturgo permite uma encenação realista, plena de movimento (“Arrebata duas tochas”) e de ruído (“sinos a rebate”). É através de Maria (Ato Segundo) que se fica a saber dos pormenores não encenados, como, por exemplo, a chegada ao palácio e o choque de D. Madalena ao avistar o retrato do seu primeiro marido iluminado, pressagiando o seu regresso.O filme de João Botelho acentua a verosimilhança com a visualização do percurso feito entre os dois palácios. No entanto, a recriação do incêndio, o estatismo percetível na forma como as personagens reagem e a ausência de sons (gritos e sinos) aproxima a recriação do cineasta à técnica teatral. Em ambas as obras, a economia de meios e de pormenores contribuem para o adensamento trágico.

Page 16:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Páginas 118-119GRAMÁTICA2. “Menina e moça me levaram de casa de meu pai”.3.1. V; 3.2. Os referentes dos pronomes são, respetivamente, “O arcebispo, o conde de Sabugal e os outros” e “tudo sossegado”. 3.3. Asseguram a coesão interfrásica e referencial. 3.4. Pronome pessoal e conjunção subordinativa completiva. 3.5. V.

Páginas 120-121GRAMÁTICA1.1. (A); 1.2. (C); 1.3. (C)2. D. Madalena disse:– Telmo, Maria é uma criança muito frágil, não podes falar de assuntos relacionados com a batalha de Alcácer Quibir.D. Madalena ordenou a Telmo:– Não converses destes assuntos tão desadequados à idade da minha filha. A partir de hoje, nunca mais fales do rei D. Sebastião.Ela perguntou-lhe:– Velho amigo, cumprirás o meu pedido?3. Sugestão:1. Pedir; 2. Retorquir; 3. Conformar-se; 4. Ripostar; 5. Ameaçar; 6. Informar; 7. Ordenar; 8. Perguntar; 9. Reconhecer; 10. Afirmar.

Páginas 124-125EDUCAÇÃO LITERÁRIA1.1. A última didascália da cena I refere a aproximação de um homem sem os dois se darem conta e, nesta cena, este começa a falar sem que Maria se aperceba, inicialmente, da sua presença. 1.2. O tratamento por “você” surge como uma carinhosa repreensão, pois Maria questionou Telmo insistentemente para saber de quem era o retrato, colocando-o até numa posição desconfortável, para, logo em seguida, confessar que já sabia de quem era o retrato.1.3. Manuel de Sousa é bom pai, atento (“esta testa”… Escalda!”) e preocupado com a família. Mostra ser franco e honesto, pois não esconde a identidade do retrato D. João de Portugal, falando dele abertamente. É culto, como o reconhece Maria, e revela uma profunda fé.2. Mais uma vez, Manuel de Sousa revela a sua franqueza. Maria existe porque D. João de Portugal não está vivo. Estas suas palavras reenviam para a incerteza do desaparecimento que, a verificar-se, destruirá esta família. Maria expressa a sua angústia quase premonitória.3. Frei Jorge entra em cena e, por um lado, traz uma boa nova – os governadores já não perseguem Manuel de Sousa – por outro, anuncia-lhe que terá de o acompanhar a Lisboa. Esta ausência será fulcral no desenvolvimento da ação.GRAMÁTICA1.1. Unção, convento, frades, escapulário, correia, cilício, cela, burel, irmão, padres, igreja, capela, templo, Deus… 1.2.1. Compreensão.1.2.2. Travou-se de razões com a polícia e acabou multado; Muitas vezes, a razão opõe-se ao coração; O vento soprou à razão de 70 km/h.1.3. Manuel reconheceu que ficara e perguntou à Maria se ela tinha muita pena. Maria retorquiu que tinha. Manuel ripostou que se ele vivesse… ela não existia naquele momento, não a tinha ele ali nos seus braços.1.4.1. Oração subordinada adverbial causal.1.4.2. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

Page 17:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

1.4.3. Oração coordenada copulativa.

Páginas 128-129EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Esta cena repõe aparentemente a ordem e a tranquilidade na família. Como Manuel de Sousa já não precisa de se esconder, D. Madalena sente-se “curada” e Frei Jorge incentiva a família a usufruir a felicidade como uma dádiva divina. No entanto, a alusão a sexta-feira, um dia especialmente temido por D. Madalena, a ausência da família e de Telmo indiciam a vulnerabilidade da personagem, que ficará confirmada com a chegada do Romeiro.3. D. Madalena tenta demover o marido, mostrando o seu receio, uma vez que é sexta-feira, data por ela temida. No entanto, o seu medo agrava-se, quando vê que Maria também o acompanhará e, por isso, apela, angustiadamente, à sua piedade (“E tua mãe, filha, deixa-la aqui só, a morrer de tristeza […] de medo?”). Nas cenas VII e VIII, as suas reações são subjugadas pelo sentimento de terror. Reconhece a sua quase irracionalidade e despede-se, quer da filha, quer do marido como se fosse a última vez.4. Ao pedido de seu tio Jorge, Maria reconhece para si que não pode deixar de pensar e de se preocupar, por isso, a sua cabeça nunca será “fria”, racional. Tal só acontecerá quando estiver “oca”, isto é, sem vida.5. D. Madalena não encontra justificação para a separação dos Condes de Vimioso e declara que não seria capaz de chegar a tal perfeição.6. Nas didascálias são dadas informações sobre a personagens (“Correndo a abraçar”), expressões ou posturas que evidenciam os seus sentimentos (“fazendo- se por alegrar”), gestos (“abraçada com a filha”), as falas à parte, os adereços (“uma grande bolsa de damasco”) e as pausas.GRAMÁTICA1.1. Predicativo do sujeito. 1.2. Complemento oblíquo. 1.3. Complemento direto. 1.4. Vocativo. 1.5. Modificador apositivo do nome. 1.6. Modificador. 1.7. Complemento direto. 1.8. Sujeito. 1.9. Modificador do nome. 1.10. Complemento do adjetivo.2. (1) me; (2) (tu) estarás; (3) aqui; (4) Logo hoje; Este dia; Esta noite; (5) Amanhã

Páginas 134-135EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. A primeira parte é constituída pelas cenas IX a XII. As personagens mostram a sua vulnerabilidade psicológica, mas aceitam receber pessoalmente o Romeiro sem fazer, no entanto, qualquer ligação ao motivo que as aflige. As cenas XIII e XIV correspondem à segunda parte. Há um diálogo cheio de tensão dramática e a notícia de que D. João de Portugal está vivo. Finalmente, a cena XV é a última parte. Nela dá-se o reconhecimento – o Romeiro é D. João de Portugal.3. Monólogo. A personagem comunica os seus pensamentos mais íntimos, reafirmando, angustiadamente, o pressentimento de uma iminente tragédia, que quer esconder a todo o custo da sua família. Em relação aos leitores/espectadores este monólogo é como uma preparação, um indício trágico da desgraça futura.4. Na verdade, os tempos são revoltos, pois Portugal, com a morte do rei D. Sebastião em Alcácer Quibir, estava sujeito ao “domínio filipino”. Perante a perda da independência e da soberania, o país empobrecido e desalentado vivia um clima de contestação, popularmente alicerçado na crença sebastianista, a qual preconizava o regresso do rei e, com ele, a nova glória do reino.5.1. O Romeiro refere “as paixões mundanas, e as lembranças” dos que se chamavam seus “segundo a carne”, aludindo, portanto, indiretamente, à saudade e ao amor que sentia por D. Madalena, sentimentos que se sobrepuseram sempre à sua fé.6.1. Sugestão: “A minha família… Já não tenho família”; “Não há ofensa verdadeira […] que não vos faltará de quê”; “Agora acabo: sofrei, que ele também sofreu muito”.

Páginas 136-137

Page 18:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

7.1. As falas de D. Madalena, inicialmente, não são acompanhadas de informações cénicas. Mas, à medida que a tensão aumenta, informam sobre o seu estado de espírito (“Aterrada”, “Na maior ansiedade”, “Espavorida”). Após a constatação inevitável que D. João está vivo, as informações são descritivas, mostrando, quer as reações e entoação (“Com um grito espantoso”), quer o movimento (“Foge espavorida e neste gritar”) da personagem.7.2. a) “Minha filha, minha filha, minha filha!”; b) “perdidas, desonradas… infames”; c) “Jesus!”, “Oh!”; d) “que me não sepultam já aqui?…”; e) “…minha filha!”; f) “cativo da batalha de…”; g) “Cativo?…”; h) “Não façais juízos temerários”; i) “Que não se abre a terra debaixo dos meus pés?”8. As informações sobre a sua vida e família dadas no início do diálogo são coincidentes com o que se sabe da personagem“ (“A minha família… Já não tenho família” e “Amigos tenho um; com esse conto”). A insistência no dia de “hoje” e o facto de ter vivido “lá vinte anos” consolidam a perceção de que o Romeiro é D. João de Portugal, garantida, no final, com a resposta “Como a mim mesmo”.9. A desonra pela sua condição de filha ilegítima.10. D. João de Portugal vê que ao fim de vinte e um anos a sua vida, tal como ele a concebia, deixou de existir. A sua casa está ocupada, ele não é reconhecido por aquela que ama e que o fez sobreviver e que, no presente, se encontra casada com Manuel de Sousa Coutinho.ORALIDADE1.2. Sugestão:– No passado: a aventura marítima.– No presente: o mundo global:• A diáspora portuguesa– as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo: o talento nas áreas da cultura, da ciência, etc.;• O que leva as pessoas a partir e o que as faz regressar.– A interculturalidade – uma sociedade mais tolerante, integradora.

Páginas 138-139LEITURA2.1. (B); 2.2. (D); 2.3. (C); 2.4. (B); 2.5. (A)

Páginas 140-141ESCRITA2. Sugestão:IntroduçãoOs jovens têm realmente conhecimento das novas tecnologias e mobilizam com facilidade as suas potencialidades na busca de conhecimento? (O acesso ao saber é diversificado – livros impressos e livros ou jornais em formato digital, da leitura em suportes eletrónicos…)E ao fazê-lo, fazem-no da melhor forma?Desenvolvimento– A oferta de informação é muito diversificada e é difícil selecionar a mais correta e pertinente (dar exemplos de informação superficial e, por vezes, pouco fidedigna);– a dificuldade de focar a atenção no conteúdo/ objetivo pretendido (exemplos de dispersão por sites com hiperligações);– a cópia e a falta de rigor na indicação das fontes– plágio (exemplos na elaboração de certos trabalhos escolares, partilha de imagens, música e filmes).ConclusãoEspírito crítico perante a sedução das novas tecnologias. O acesso ao saber via Internet é um recurso interessante, muitas vezes extremamente importante, mas não deve substituir a investigação, a pesquisa em várias fontes e a leitura em suportes impressos.

Page 19:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Páginas 146-147EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. O espaço prenuncia o fim das inquietações terrestres e a entrega à espiritualidade. Os bens e os valores mundanos são abandonados. Trata-se de um espaço despojado, um ambiente tumular, adequado ao desenrolar dos acontecimentos do Ato Terceiro, uma vez que D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho vão professar como forma de expiar a sua culpa. O facto de a ação decorrer de madrugada, bem ao gosto do Romantismo, contribui para adensar a atmosfera funesta.3.1. Manuel de Sousa Coutinho é, naquele momento, um homem desesperado pela situação da sua filha, que está muito doente e abalada pelos últimos acontecimentos que se abateram sobre a família.Ele considera-se infeliz e culpado da infelicidade dos outros e, por isso, dilacerado e desanimado. Nos dois primeiros atos, Manuel de Sousa Coutinho agiu sempre como um homem sensato, racional, determinado, pragmático e corajoso. Agora, perante a chegada do Romeiro e o agravamento da doença da filha, ele vive momentos dramáticos.O seu sofrimento é tão intenso que ele chega a mostrar sentimentos contraditórios, pois ora lamenta a morte iminente da filha e se revolta com essa situação, ora entende que deveria aceitar essa morte como a vontade de Deus.3.2. Tal como um anjo não pertence ao mundo terreno, físico, ao considerar a sua filha um anjo, Manuel de Sousa Coutinho prenuncia a sua morte, o seu abandono do mundo terreno.3.3. Frei Jorge tenta manter-se tranquilo e sensato, sem se deixar dominar pelos acontecimentos. Ele aceita os acontecimentos como resultado da vontade divina que não pode ser contestada.Acalma e conforta-o o irmão, mas chama-o à razão de forma inflexível, impedindo-o de se considerar o mais infeliz de todos os homens e de se deixar cegar pelo seu sofrimento. Prático, prepara a entrada de Manuel de Sousa Coutinho e de D. Madalena no convento, que ele considera a única solução possível para o casal.GRAMÁTICA1.1. a) Frei Jorge ordenou aTelmo que entrasse. b) Telmo respondeu que Maria estava melhor, muito melhor, que parecia outra.

Páginas 152-153EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. Telmo vive um conflito interior lancinante: o amor a Maria e o amor a D. João de Portugal. O velho aio sempre desejara o regresso do seu amo, que, para ele, era como um filho, mas o seu amor a Maria parece, agora, sobrepor- se a esse sentimento e ele não sabe o que deseja. Confuso e dividido entre o seu amor do passado e o do presente, Telmo pensa em Maria como um anjo que não merecia tanto sofrimento.2.2. Nesta cena há um uso recorrente de reticências, o que traduz a dificuldade de Telmo em concluir os seus pensamentos, que se cruzam e se precipitam; os pontos de exclamação contribuem para espelhar a sua emoção e os pontos de interrogação servem para expressar as suas dúvidas.A utilização de adjetivos de carga negativa, como “aterrado” (l. 13), “confuso” (l. 13), “terrível” (l. 23), e as expressões “Virou-se-me a alma toda” (l. 10), e “Perdoe-me, Deus, se é pecado. Mas que pecado há de haver com aquele anjo? Se me ela viverá, se escapará desta crise terrível! Meu Deus, meu Deus!” (ll. 21-23) exprimem a dor dilacerante de Telmo.2.3. O nome “inocentinho” está no diminutivo e tem um valor afetivo, traduz o carinho de Telmopor Maria e também mostra a fragilidade dela.3.1. Neste aparte, Telmo confessa o seu verdadeiro amor. Na verdade, reconhece, para si próprio, que o amor a D. Maria se sobrepôs ao amor a D. João de Portugal, preferindo evitar o sofrimento dela e rezando por ela.3.2. D. João de Portugal mostra ter um caráter digno e mostra que se preocupa com o sofrimento que a família está a viver, tentando impedir a desgraça iminente.

Page 20:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

5.1. Primeiro, o Romeiro sente felicidade, pois pensa que D. Madalena chama por ele. Em seguida, quando percebe que ela se refere a Manuel de Sousa Coutinho, sofre uma grande desilusão. O Romeiro é uma personagem profundamente solitária e essa solidão e frustração estão bem evidentes nas suas palavras: “Ah! E eu tão cego que já tomava para mim!… Céu e Inferno! Abra-se esta porta…” (ll. 135-136). O Romeiro, após uma ausência de 21 anos, regressa a sua casa, onde encontra uma família reconstruída a partir da presunção da sua morte.Páginas 156-157EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. D. Madalena, que não chegara a identificar o Romeiro como sendo D. João de Portugal (ou não o quisera perceber), agarra-se à ideia de que o velho peregrino era um impostor, e não quer aceitar a resolução de entrar no convento. Ela só acaba por aceder quando vê que a decisão de Manuel de Sousa Coutinho é irreversível. Manuel de Sousa Coutinho mais racional, sabe que o Romeiro é D. João de Portugal e vê a ida para o convento como a única solução digna. Ele critica mesmo D. Madalena e, num tom ríspido e determinado, despede-se dela.3. Na cena VII D. Madalena está desesperada, dominada pelos sentimentos, sem controlo sobre as suas emoções, como se pode ver na didascália “(Entrando desgrenhada e fora de si, procurando, com os olhos, todos os recantos da casa)”. A mudança de atitude só se verifica no final da cena IX quando segue Manuel de Sousa Coutinho “(Enxugando as lágrimas e com resolução)”.As didascálias (Caindo em si e gravemente), (Tomando os hábitos de cima do banco.), … (Vai para a abraçar e recua), (Foge precipitadamente pela porta da esquerda) traduzem perfeitamente o ponto de vista de Manuel de Sousa Coutinho que, racionalmente, pega nos hábitos que vão usar, recusa abraçar D. Madalena e sai rapidamente para evitar mais sofrimento.

Páginas 158-159EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. O Prior, ao utilizar esta expressão, pretende mostrar que Manuel de Sousa Coutinho, ao professar, vai renunciar ao mundo, como se morresse. Manuel de Sousa Coutinho inicia um novo ciclo, uma nova vida, que passa também pela adoção de um novo nome.3.1. Maria interrompe a cerimónia na qual os pais vão tomar o hábito e as suas palavras traduzem a raiva e a revolta contra a sociedade e a religião, perante a tragédia que se abateu sobre a sua família. Maria recusa-se a aceitar a realidade e questiona a justiça divina. Acusa as pessoas de a julgarem e de a impedirem de ser feliz por causa da ilegitimidade do seu nascimento. Acusa o Romeiro, a quem chama “o outro”, por ter desfeito a sua família. Faz referência aos seus pressentimentos acerca da desgraça iminente. Afirma que morre de vergonha devido à desonra de que foi vítima.3.2. As indicações cénicas sublinham a dor e o desespero de Maria, pois mostram os movimentos e os gestos que faz para se juntar aos pais, procurando um refúgio: ela agarra-os, abraça-os, protege-se no hábito do pai e no rosto da mãe, dirige-se aos presentes, aponta para o Romeiro, em sinal de reconhecimento, acabando por cair no chão, morta.3.3. Características românticas:• a exacerbação dos sentimentos;• o domínio da emoção e da sensibilidade;• o tema da morte – a morte como solução para os problemas;• a intenção pedagógica: a problemática dos filhos ilegítimos.Características de tragédia:• sofrimento (Pathos);• catástrofe (morte para o mundo de D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho e morte física de Maria).4. Ao logo do Ato Terceiro, a solidão do Romeiro adensa-se de forma evidente. Logo na cena I, FreiJorge mostra a Manuel de Sousa Coutinho que o Romeiro é um homem em sofrimento e sem família. Depois de uma longa ausência, dirige-se a sua casa e aí encontra uma nova família construída a partir de

Page 21:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

presunção da sua morte. Não é reconhecido por D. Madalena e, mesmo o seu fiel amigo, Telmo Pais, tem dificuldade em reconhecê-lo, parecendo até lamentar a sua chegada, que virá trazer tanta desgraça. Depois, por momentos, deixa-se iludir, quando ouve Madalena a chamar “Esposo, esposo”, mas depressa compreende que ela se refere a Manuel Coutinho. A ele nada lhe resta: não só perdeu tudo o que tinha, como ainda é visto como o causador de toda a desgraça, sem que ninguém sinta qualquer misericórdia por ele. A nobreza do seu caráter manifesta-se quando, percebendo a infelicidade que a sua chegada está a provocar na família, manda Telmo dizer que é um impostor. “Agora é preciso remediar o mal feito. Fui imprudente, fui injusto, fui duro e cruel. E para quê? D. João de Portugal morreu no dia em que sua mulher disse que ele morrera. Sua mulher honrada e virtuosa, sua mulher que ele amava” (cena V do Ato Terceiro). A figura do Romeiro é indissociável da ideia de solidão e de vazio já visíveis, de forma comovente, no final do Ato Segundo ao identificar-se como “Ninguém”.

Páginas 160-161EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Sugestão:Um mito é uma narrativa de caráter simbólico que procura explicar o significado das coisas. No caso do Sebastianismo, surge na sequência da morte de D. Sebastião e na posterior perda da independência de Portugal. Assim, o mito sebástico consiste na crença da vinda de um salvador. O povo não aceitou a morte do rei e, desanimado, criou a ideia de que o rei haveria de regressar, libertando Portugal do domínio castelhano. O mito de D. Sebastião funcionou sempre como uma forma de tentar ultrapassar situações difíceis, mas também favoreceu o aparecimento de impostores que diziam ser o monarca desaparecido. Ao longo dos séculos, vários escritores apregoaram este mito e divulgaram-no nos seus textos. Na obra Frei Luís de Sousa, Telmo e Maria acreditam que o rei há de voltar para salvar Portugal e essa crença assusta D. Madalena que associa essa vinda ao possível regresso de D. João de Portugal. Nesse sentido, essa hipótese seria uma fatalidade.PÕE-TE À PROVA!1. V; 2. V; 3. V; 4. V; 5. V; 6. Maria morre na última cena da obra., 7. V; 8. D. João de Portugal demonstra arrependimento perante a tragédia que se abate sobre D. Madalena e sua nova família. 9. V; 10. V; 11. V; 12. Frei Luís de Sousa organiza- se em três atos, pois a ação desenrola-se em três locais diferentes. 13. V; 14. V.

Páginas 162-163GRUPO IA1. A figura de D. Sebastião e o seu hipotético regresso.Assuntos relacionados:– o romance sobre D. Sebastião prometido por Telmo e Maria;– as atitudes (aparentemente) contraditórias do pai de Maria face aos castelhanos e ao eventual regresso de D. Sebastião;– as inquietações de D. Madalena (e do marido) por causa dos interesses precoces de Maria;– …2. Maria defende a crença popular no regresso de D. Sebastião: o rei não morreu e encontra-se numa ilha “encoberta”, de onde surgirá, numa manhã de nevoeiro, para salvar Portugal. D. Madalena contrapõe a esta crença dois tipos de argumento:– os repetidos testemunhos dos tios de Maria sobre como “aquilo foi”, numa implícita alusão à morte do rei em Alcácer Quibir;– o sofrimento (causado pelo domínio filipino) como a raiz da crença popular no regresso de D. Sebastião (“O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar na desgraça”).2.1.– Carinho por Telmo;

Page 22:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

– entusiasmo apaixonado pela figura de D. Sebastião;– inquietação;– patriotismo;– …3. As expressões transcritas constroem uma gradação.Assim: – a primeira referência a D. Sebastião define-o como um herói nacional (“o nosso”, “bravo”, “santo”;– a segunda exprime uma intensa afetividade, mas apenas individual (“meu querido rei”);– a terceira expressa a mágoa de Maria por sentir “o pobre do rei” indesejado, ou mesmo temido, nomeadamente pelo pai, que ela respeita e admira (“parece que o vinha afrontar, se voltasse”). Através da gradação, sinaliza-se a progressiva alteração do estado de espírito de Maria ao longo desta fala: da euforia, assente em convicções apaixonadas, ao desalento e à inquietação causados pelas atitudes do pai, que ela não compreende.Assim:– de início, Maria comporta-se como se esperasse ser elucidada pela mãe, mas, contraditoriamente, não aceita a argumentação desta sobre a morte de D. Sebastião;– no fim, Maria mostra uma grande aflição ao ver a mãe chorar e, na tentativa de a tranquilizar, multiplica as atitudes carinhosas, evidenciando uma consciência quase adulta da vulnerabilidade e fragilidade psíquicas de D. Madalena, proibindo-se a si própria e a Telmo de voltarem a falar daqueles assuntos que a perturbam.B4. Para Maria, as duas figuras simbolizam a grandeza de Portugal e, por conseguinte, a recusa de um presente de submissão, na medida em que: D. Sebastião simboliza a esperança, pois é o rei, querido e admirado, cujo regresso haveria de conduzir Portugal à grandeza perdida; Camões simboliza o herói aventureiro, representante do ideal de poeta e guerreiro.

Páginas 164-165GRUPO II1.1. (A); 1.2. (B); 1.3. (B); 1.4. (D); 1.5. (D); 1.6. (A)2. sujeito3. ”o nosso grande escritor”.GRUPO IIIPlanoIntrodução– Determinação e coragem são características importantes dos jovens de hoje, como o são, igualmente, a solidariedade e o empenho que muitos manifestam.– Esperança na construção de um mundo melhor?Desenvolvimento– Atuação dos jovens como sinal de esperança num mundo que parece não aprender com o passado.– Determinação dos jovens:• ativistas de causas (contra a intolerância, a ganância, o poder, a exploração…);• questionamento da legitimidade da guerra, da fome, das atitudes extremistas;• luta contra o medo, a opressão.– Coragem dos jovens que se fazem ouvir.Conclusão– Ao longo da História, e muito particularmente nos últimos anos, são vários os exemplos de jovens que mostram com convicção que acreditam que a Humanidade pode mudar, mudando assim o mundo.

Páginas 172-173EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Page 23:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

2. O narrador diz que seguirá o exemplo literário de Xavier de Maistre. No entanto, pretende ir mais longe, pois considera ter uma ambição maior e, dadas as condições climáticas portuguesas, não precisa de se limitar, como Xavier de Maistre, ao seu quarto. É certo que a viagem do narrador terá a circularidade do seu modelo, mas terá maior abrangência.3. A viagem a Santarém tem motivações afetivas e políticas: responder a um convite do amigo Passos Manuel, o desejo de conhecer o Ribatejo, saudar Santarém e cumprir um desígnio político.4. A viagem não tem apenas a finalidade de visitar o amigo Passos Manuel. Esta viagem é um pretexto para Garrett falar do país. Ele afirma a sua intenção de denunciar e comentar os aspetos negativos da sociedade, fazendo essa crítica a vários níveis. A obra ganha, assim, um estatuto de intervenção social, política, etc.5. A localização temporal e espacial confere veracidade àquilo que vai ser narrado. Deste modo, o narrador remete para a viagem real e estabelece o limite temporal e geográfico inicial. (Ao lermos o último capítulo, verificamos que a viagem durou seis dias e que o ponto de chegada é, de novo, Lisboa.)6. Personificação e a ironia. A atribuição de características humanas ao barco, que era velho, sem condições, com um aspeto sério e triste, uma embarcação que não ganharia nenhum prémio se participasse numa corrida, evidencia o tom irónico de que o narrador se serve para retratar o primeiro meio de transporte utilizado na viagem.7.1. Crítica social: “Da Fundição para baixo tudo é prosaico e burguês, chato, vulgar e sensabor com um período da Dedução Cronológica, aqui e ali assoprado numa tentativa ao grandioso do mau gosto como alguma oitava menos rasteira do Oriente“ (ll. 38-40). Crítica política: “– «A questão não era de restaurar nem de não restaurar, mas de se livrar a gente de um governo de patuscos, que é o mais odioso e engulhoso dos governos possíveis»” (ll. 53-54).8. A atenção dada ao povo é uma marca do Romantismo, que valorizava o popular, o típico e o pitoresco. O narrador-viajante, através deste confronto entre Ílhavos e Campinos que rivalizam na sua superioridade da força, ora por enfrentarem o mar, ora por enfrentarem o touro, exalta o que é nacional e folclórico.9. A definição de um itinerário, referência a lugares: “Já saudámos Alhandra, a toireira; Vila Franca, a que foi de Xira, e depois da Restauração, e depois outra vez de Xira, quando a tal restauração caiu, como a todas as restaurações sempre sucede e há de suceder, em ódio e execração tal que nem uma pobre vila a quis para sobrenome” (ll. 49-52). Narração de descobertas e de impressões: “Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pitoresco anfiteatro de Lisboa oriental, que é, vista de fora, a mais bela e grandiosa parte da cidade, a mais característica, e onde, aqui e ali, algumas raras feições se percebem, ou mais exatamente se adivinham, da nossa velha e boa Lisboa das crónicas” (ll. 35-38).ORALIDADE2. Sugestão:Introdução– A importância da arte para o ser humano.– A arte como forma de expressão das emoções humanas (relação com o que vê, com o que o rodeia), as suas histórias e a sua cultura.– Diferentes manifestações artísticas: música, escultura, pintura, cinema, teatro, dança…Desenvolvimento– A arte como meio de afirmação da identidade cultural de um povo.– A arte como produto de uma cultura, como conhecimento de uma época e da escala de valores que a caracteriza.– A arte como contributo para a globalização e partilha.– A arte ao serviço da interculturalidade e da cidadania.– A arte como forma de transfiguração e recriação da realidade.– A arte como reflexo do conhecimento, do espírito crítico, da liberdade.– O papel do artista na sociedade.

Page 24:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Conclusão– Um povo sem arte e sem cultura é um povo sem identidade.– A arte é um processo contínuo de construção no tempo e no espaço, permite a preservação das raízes culturais, da memória coletiva e favorece a criação/recriação de valores. A arte pode ser um instrumento de manutenção dos valores ou pode ser um instrumento de transgressão e de superação de valores.

Páginas 176-177EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. Ver: descreve o vale de Santarém e a janela. Ouvir: vai ouvir para contar a “história da menina dos rouxinóis como ela se contou”. Pensar: medita sobre “quem terá […] a fortuna de morar ali”, sobre o homem e mulher apaixonados e sobre a receção da sua “odisseia”, isto é, da novela que se propõe contar. Sentir: aprecia o vale como “um destes lugares privilegiados pela natureza”.3.1.(1) ”a saúde”; (2) ”o sossego do espírito”; (3) ”o repouso do coração”; (4) ”as paixões más”; (5) ”os pensamentos mesquinhos”; (6) ”os pesares”; (7) ”as vilezas da vida”; (8) “reinado de amor e benevolência”; (9) “não podem senão fugir para longe.”4. “À esquerda do vale.”4.1. “maciço de verdura”, “faia”, “freixo”, “álamo”, “ramos”, “madressilva”, “mosqueta”, “congossa”, “fetos” e “malva-rosa”.5.1. O mistério, pois o narrador não a vê totalmente (“vê-se por entre um claro das árvores”; meio aberta”); a sua antiguidade, que decorre das marcas que o tempo aí tem deixado (“carregada na cor pelo tempo e pelos vendavais do sul”), portanto, cheia de histórias; e, finalmente, o canto dos rouxinóis.6. O narrador, numa atitude sonhadora e imaginativa, idealizou a existência de um vulto feminino, vestido de branco, numa atitude meditativa e com olhos pretos. O companheiro de viagem, no entanto, esclarece que os olhos eram verdes “como duas esmeraldas”. Reforça que outrora existiu uma figura feminina, um anjo, conhecida como sendo a menina dos rouxinóis.7.1. “belas e amáveis leitoras.” (l. 90)7.2. O narrador considera que, ao contrário de um romance, a história que vai contar tem uma ação simples, portanto, sem “aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes raros”. A sua narração será também simples, sem grande trabalho formal, no entanto, “sinceramente contada”.7.3.1. Metonímia. O narrador, por analogia com a epopeia de Homero, sugere a aventura da escrita, mas também todos os obstáculos que poderão ocorrer durante esse processo.8. Este capítulo é muito importante, pois a dimensão da viagem, com a descrição do vale de Santarém, vai permitir o encaixe da “história da menina dos rouxinóis”, isto é, da novela.

Páginas 180-1812.1. Os frades têm valor artístico: nas cidades são figuras com grande dignidade por oposição a uma população descaracterizada e burguesa; no campo amenizam a dureza do quotidiano, da vida comum. Outro dos argumentos apresentados é o papel dinamizador do convento na comunidade em que se insere; por exemplo, protegendo a natureza e “enchiam a terra de poesia”(ll. 10-23).3.1. “família asinina”, “burra de Balaão”, “urso”, “zebrado de riscas”, “puro-sangue”, “escoiceou-nos”, “daninho bicho” e “roedor”.3.2. O narrador tem uma intenção crítica evidente. O barão representa um novo grupo social que tem um caráter tacanho, limitado, “sordidamente” revolucionário. O seu apego a bens materiais impedem- no de equacionar uma vida assente em ideais humanistas. Contudo, a sua “irracionalidade” não o impede de ser um “puro-sangue”, pois utiliza, habilmente, os seus dotes para benefício próprio. Este comportamento, em termos sociais, é devastador. Destrói tudo o que se lhe opõe e, segundo o narrador, vai corroendo os novos valores de uma sociedade que deveria ser mais justa e livre.4.1. O frade era o D. Quixote da sociedade velha, isto é, da sociedade monárquica que o liberalismo pretendia destruir. A associação a D. Quixote, que lutava por nobres causas, pelos seus ideais, embora

Page 25:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

irrealisticamente, permite ao narrador sugerir que o passado, apesar dos seus erros e defeitos, era mais idealista. Pelo contrário, o presente liberal, mas já deturpado, está associado a Sancho Pança, pois esta personagem, tendo uma visão muito concreta mas limitada da vida, pode ser associada à ignorância e ao materialismo que o barão representa.5. A sociedade portuguesa, mesmo a nível das instituições com mais credibilidade cultural, revela falta de produtividade criativa e incapacidade de intervenção cívica. As universidades limitam-se a “dar o seu grauzito de bacharel” e as instituições políticas não mobilizam a opinião pública (“Onde está a força da tribuna?”). Assim, impera o materialismo social, onde tudo se compra e tudo se vende, com consequências nefastas para o desenvolvimento do país.6. Com este recurso, o narrador denuncia a crise social e cultural em que o país está mergulhado. A longa enumeração das interrogações retóricas evidencia, também, que os setores afetados são em número muito elevado, interferindo no progresso desejável para o país.7.1. A ➝ 2; B ➝ 3; C ➝ 4; D ➝ 1; E ➝ 6; F ➝ 5

Páginas 188-189EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Primeira parte: do início até “à menina do seu nome” (l. 25) – Joaninha dorme em contacto com a natureza, criando um quadro idílico. Segunda parte: de “Com o aproximar dos soldados” (l. 26) até “há dois anos?” (l. 87) – Descrição/ caracterização de Carlos, personagem introduzida neste capítulo.Terceira parte: de “Dizendo isto” (l. 88) até “Agora vamos, Carlos” (ll. 135-136) – Encontro e conversa entre Carlos e Joaninha. Quarta parte: de “E falando assim” (l. 137) até ao fim do texto. As personagens tomam a direção do vale.3.1. Fisicamente, Carlos era jovem, embora apresentasse um rosto marcado pela vida e pelas preocupações, bem constituído, de estatura média. Estava vestido com uma farda militar. Tinha olhos pardos, não muito grandes, mas eloquentes. A boca era pequena, mas expressiva. Psicologicamente,Carlos é apresentado como uma pessoa de caráter franco, leal, generoso, arrebatado e impulsivo.3.2. Carlos é descrito como um herói romântico, na medida em que é apresentado como um jovem que vive pelo sentimento, impulsivo, arrebatado, lutador de causas. É apresentado como um ser incompreendido e com características de uma certa genialidade.4. Com este comentário, o narrador sugere que a felicidade absoluta e perfeita das duas personagens não pode continuar, porque na terra tudo é efémero. Se assim não fosse, “os anjos” trocariam o céu pelo paraíso que seria a terra.5. São introduzidas duas novas personagens, Frei Dinis e a avó, esta última cega. Joaninha e Carlos são primos. A cegueira da personagem teve um motivo triste, embora não explicitado. Carlos desconhece “coisas” que Joaninha se dispõe a contar mais tarde.. quer Joaninha, quer a avó pensavam que Carlos poderia ter morrido.6.1. Digressão: “Uniforme tão militar, tão nacional, tão caro a nossas recordações – que essas gentes, prostituidoras de quanto havia nobre, popular e respeitado nesta terra, proscreveram do exército… por muito português de mais talvez! deram-lhe baixa para os beleguins da alfândega, reformaram-no em uniforme da bicha!” (ll. 47-50).Coloquialidade: “Não pude resistir a esta reflexão: as amáveis leitoras me perdoem por interromper com ela o meu retrato” (ll. 51-52).7. a) metáfora; b) comparação; c) enumeração.A utilização dos três primeiros recursos está ao serviço da caracterização/descrição da personagem central deste capítulo, acentuando e valorizando aspetos importantes.

Páginas 190-191ESCRITA

Page 26:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Introdução– Juventude – momento da vida em que:• se questiona tudo e todos;• se vive com enorme intensidade e se hiperbolizam atitudes e sentimentos.Desenvolvimento– Juventude: momento determinante na formação do ser humano.– Juventude:• despertar para os primeiros relacionamentos amorosos;• vivências extremadas e conflitos geracionais;• opções de vida (escolha de caminhos de estudo, de ocupações…).– Embora tendo sofrido algumas alterações ao longo do tempo, o questionamento entre gerações continua a existir, como continuam o questionamento religioso e o político.Conclusão– Síntese das ideias defendidas.– Adesão ou recusa.

Páginas 192-193EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. A primeira parte deste capítulo vai até “cônscio da minha estada ali” (l. 46). Nesta parte, é referido que Carlos se tornou barão; Joaninha enlouqueceu e morreu; Georgina se converteu ao catolicismo, fundou um convento e é abadessa; a avó, depois de todo o sofrimento por que passou, aguarda a morte; e Fr. Dinis toma conta de D. Francisca e espera morrer logo após a morte dela.A segunda parte vai até “e não achei senão notas… papéis!” (l. 59). O narrador afasta-se da Casa do Vale, pois ali só pressente a morte, e vai encontrar-se com os seus companheiros de viagem. Nessa noite, Fr. Dinis, a avó e os barões preenchem os seus sonhos.Na terceira parte, os últimos seis parágrafos, o narrador fala do seu regresso de barco a Lisboa, anunciando o fim da viagem e do livro. Abrindo a perspetiva de realizar outras viagens pela sua terra, o narrador aproveita ainda para tecer críticas ao Portugal dos barões.3. Fr. Dinis revela ao narrador que Carlos se tornou barão, símbolo do materialismo nefasto para Portugal. O frade, símbolo do espiritualismo, critica o percurso materialista de Carlos, comum ao dos políticos da época. O frade e o narrador, embora se encontrem politicamente em polos opostos, mostram partilhar a mesma posição face aos barões, que ambos consideram sucedâneos dos frades, mas com mais defeitos e mais perniciosos para a sociedade. Ambos parecem desiludidos com o rumo de Portugal, arruinado pela ambição, e condenam o materialismo que invadia o país. Desencantados, assumem que quer os liberais quer os frades erraram nos caminhos escolhidos. Já no capítulo XIII, o narrador criticara os frades por estarem ligados aos ideais do Absolutismo, mas também arrasara os barões por serem interesseiros e usurpadores.4.1. O narrador termina o capítulo e a obra tecendo um comentário irónico ao Portugal dos barões, afirmando que estes não se preocupam com os problemas do país, pois vivem ofuscados pelo materialismo, provocando o descalabro social. Os projetos dos barões são fúteis e não contribuirão para o progresso da sociedade. Paralelamente a esta denúncia dos políticos, o narrador enaltece o país, “nossa boa terra” (l. 73), a gente genuína que não se deixará contaminar pelo materialismo e pelos vícios dos barões.5. As críticas concretas e particulares tecidas no âmbito desta viagem alargam-se e dirigem-se à realidade de todo o país, possuindo, portanto, uma dimensão mais geral.GRAMÁTICA1.1. (C); 1.2. (B); 1.3. (D); 1.4. (B); 1.5. (B); 1.6. (D)2. “Eram boas cinco da tarde” – oração subordinante; “quando desembarcámos no Terreiro do Paço” – oração subordinada adverbial temporal.

Page 27:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

3. Fr. Dinis informou-me que Joaninha enlouquecera e morrera e que Georgina era abadessa de um convento em Inglaterra.

Páginas 194-195ORALIDADESugestão:• Para além da viagem de Lisboa a Santarém, passando por Vila Franca de Xira, Azambuja e Cartaxo, que durou seis dias, o narrador fez outras viagens, as suas reflexões.• O narrador socorre-se de um estilo digressivo e faz divagações de vária ordem: literárias, históricas, políticas, cultural, ideológicas…• O narrador tece comentários ou faz reflexões, muitas vezes, de forma irónica.• A viagem é também no tempo: ao passado, através dos monumentos que vai vendo, e ao presente, pela crítica à sociedade, em jeito de reportagem.• As viagens são uma descoberta da sua terra em diferentes vertentes.• Neste sentido, a obra ganha uma dimensão autobiográfica, pois o que é referido resulta da sua experiência pessoal.ESCRITAIntrodução– Imagem caricatura de Almeida Garrett: vestido a rigor e à época, empunhando uma espada que termina com um bico de uma pena/caneta. Parece estar em cena, num palco, e determinado na ação. Pano de fundo: páginas escritas.Desenvolvimento– O cartoon remete para as diferentes atividades desenvolvidas por Garrett ao longo da sua vida: para além de escritor (poeta, dramaturgo, romancista), foi soldado-militante da causa liberal, político e orador, deputado da Assembleia, homem do palco, criador do teatro Nacional (cf. dados biográficos).– Almeida Garrett: figura incontornável da cultura portuguesa – a ele se deve:• um olhar sobre o Portugal do século XIX;• a inovação da língua portuguesa.Conclusão– Garrett: homem de causas (a liberdade, o reforço da identidade portuguesa, a modernização do país, a democratização da cultura…)– expressão visível no cartoon.– Almeida Garrett: mito da cultura portuguesa?

Páginas 196-197LEITURA2.1. (A); 2.2. (D); 2.3. (D); 2.4. (C); 2.5. (A); 2.6. (B)

Páginas 198-199PÕE-TE À PROVA!1. V; 2. V; 3. Os espaços naturais permitem a contemplação, a elevação e a ligação à realidade quotidiana, em oposição à sociedade, espaço associado à corrupção. 4. V; 5. As dialéticas D. Quixote/Sancho Pança e frade/barão são formas de o narrador fazer o confronto Idealismo/Materialismo. 6. O narrador, durante a sua viagem por Portugal, tece vários comentários, faz digressões sobre questões sociais, políticas e ideológicas, e narra ainda uma história amorosa, bem ao gosto do Romantismo. 7. V; 8. V; 9. V; 10. V; 11. V; 12. No tempo de Garrett a coloquialidade não fazia parte dos cânones literários. Garrett usou-a, tornando a sua escrita moderna.

Páginas 200-201GRUPO I

Page 28:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

A1. O excerto insere-se no plano estrutural da viagem.2. 1.ª parte (dois primeiros parágrafos): localização espácio-temporal; 2.ª parte (do terceiro parágrafo até ao penúltimo): dimensão reflexiva – evocação de paisagens representativas, quer da estética clássica, quer da romântica; 3.ª parte (último parágrafo): o regresso à charneca.3. Encantamento perante as paisagens evocadas e exaltação da paisagem circundante: “[…] são ambos esses quadros de uma poesia tão graciosa e cheia de mimo, que nunca a dei por bem traduzida nos melhores versos de Teócrito ou de Virgílio […]” (ll. 11-13) e “diz-me coisas da terra e do céu que nenhum outro espetáculo me diz na natureza” (ll. 20-21).4. Narrador autodiegético.5. Enumeração. Com este recurso, o narrador mostra o quanto é difícil encontrar traços que definam este quadro natural. Assim, enumera alguns na tentativa de sugerir a sua idealidade que, por natureza, é quase indefinível por palavras.B1. A dimensão irónica está presente na crítica que faz face à realidade com que se depara: espanto e deceção perante o aspeto do pinhal de Azambuja; crítica, também, relativamente à literatura – “Saberás pois, ó leitor, como nós outros fazemos o que te fazemos ler” (l. 16) (atente-se no uso repetido do verbo fazer) – “receita” para escrever uma novela.2. Diálogo com o leitor: “Sim, leitor benévolo, e por esta ocasião te vou explicar como nós hoje em dia fazemos a nossa literatura” (ll. 14-15); “Saberás pois, ó leitor, como nós outros fazemos o que te fazemos ler” (l. 16); “Eu lhe explico“ (l. 22). Frases representativas da oralidade: frases exclamativas e interrogativas, frases curtas, linguagem mais familiar, coexistindo com uma linguagem mais ao gosto literário.

Páginas 202-203GRUPO II1.1. (B); 1.2. (A); 1.3. (A); 1.4. (D), 1.5. (A)2.1. Oração subordinada substantiva completiva.2.2. “Sempre o fez” – oração coordenada; “e continuará a fazê-lo” – oração coordenada copulativa.2.3. Complemento direto.GRUPO IIIPlanoIntrodução– Ligação natural ao local de origem:• identidade/pertença;• memória/raízes.Desenvolvimento– Consciência do papel da origem no processo de construção da identidade:• influência do meio (espaço – “flores”, “solo”);• influência das relações construídas/ligações sentimentais (“gente”);• referentes que constroem a identidade do eu.– “Terra”: conforto, segurança, proteção; identificação/ reconhecimento (“no solo existe algo que também é teu”);– Partir pode ser importante para:• descobrir, conhecer, dar e receber;• promover o autoconhecimento.Conclusão– Partir, mas sempre regressar: “que mesmo quando não estás presente continua a esperar por ti”.– Necessidade de se saber de um lugar.– Importância da noção de que o regresso é possível.

Page 29:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Páginas 210-211EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. A Introdução começa com uma referência à vida do autor, que estava preso na Cadeia da Relação do Porto e aí acede a documentos que mencionam a prisão e condenação ao degredo do tio Simão Botelho, irmão do seu pai. Este facto vai dar origem à história que o autor vai narrar na obra e que tem como personagem principal Simão Botelho. A intriga assenta, então, em factos reais: Simão Botelho existiu e foi preso, embora não pelos motivos apontados na obra, e foi condenado ao degredo na Índia, mas não morreu na viagem. (Há personagens e factos reais, outros adulterados e outros ainda fruto da imaginação do autor).No entanto, neste texto também já é visível a presença de Simão, personagem da obra, que se apaixona perdidamente por Teresa, por amor comete um crime, é condenado ao degredo e morre na sequência do seu sofrimento amoroso.3. O narrador dirige-se diretamente ao leitor e, mais especificamente, às leitoras, pois considera que a história que vai contar, provocará compaixão, choro e indignação em relação à hipocrisia e crueldade da sociedade.Ao falar diretamente com o leitor/leitoras, o narrador pretende apelar, de modo mais direto, às suas emoções, convencendo-os da veracidade e sinceridade das suas palavras. Pretende também estimular a sua curiosidade.Está também aqui patente a ideia de que a mulher seria mais sensível ao sofrimento de Simão, um jovem sonhador que se perdeu por amor e que acabou condenado ao degredo.4. A juventude e o amor de Simão. O narrador tenta que o leitor empatize com Simão, personagem que irá acompanhar ao longo da obra. A escolha do vocabulário, a pontuação, a repetição dos argumentos são processos para condicionar o leitor.5. Por um lado, está presente a voz do narrador-autor que refere pessoas e fala de acontecimentos reais com neutralidade e objetividade. Por outro lado, é possível detetar o narrador heterodiegético, aquele que será responsável pela dimensão ficcional. No entanto, este narrador não participante manifesta-se através dos seus comentários, reflexões e juízos avaliativos, assumindo uma posição subjetiva (ll. 13-19). O narrador faz um comentário emocional e, assim, sensibiliza o leitor.

Páginas 214-215EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. Teresa é orgulhosa, de um orgulho fortalecido pelo amor, corajosa, perspicaz, determinada e desenvolta.3.1. Relação amorosa proibida pelas famílias de ambos e que, por isso, levava à vivência de situações provocadoras de crise. As personagens lutam por esse amor, mas trata-se de um amor mais sentido do que vivido.4. Simão aparece marcado pelo inconformismo, não aceitando as regras das duas famílias, é corajoso e lutador, arrogante e, de certa forma, marcado pelo desejo de vingança que, no entanto, consegue reprimir. Controla-se no momento da crise.4.1. O monólogo torna a personagem mais viva perante o leitor, dando-lhe a conhecer o estado de espírito da personagem, a sua luta interior e os seus pensamentos.5. A crítica está presente no conflito evidente entre Teresa e o seu pai, na atitude repressiva deste em relação à filha, no casamento arranjado com o primo Baltasar Coutinho, nos preconceitos que se depreendem relativamente à relação entre Teresa e Simão.6.1. É um diálogo de confrontação entre pai e filha em que se tornam evidentes algumas das características da personagem Teresa (coragem, orgulho, determinação), para além de serem transmitidas informações importantes para o desenvolvimento da intriga.

Páginas 216-217

Page 30:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

ORALIDADESugestão:– Identificação do par amoroso.– Localização na época e no espaço.– Caracterização do relacionamento com referências concretas.– Relação com a obra em estudo.– Justificação da escolha.

Páginas 218-219ESCRITA2. Sugestão:IntroduçãoO mundo resulta, em grande parte, do encontro e desencontro entre várias gerações.DesenvolvimentoTemas fraturantes: novas tecnologias, ecologia, família, amor, moda, diversão, igualdade de género, migrações, morte assistida, religião, etc.ConclusãoO convívio harmonioso entre gerações é possível/desejável ou é uma utopia?GRAMÁTICA1. a) Complemento direto; predicativo do complemento direto; b) Complemento do nome; c) Complemento oblíquo; d) Predicativo do complemento direto; e) Complemento direto; f) Predicativo do complemento direto; g) Modificador apositivo do nome; h) Predicativo do sujeito; i) Modificador restritivo do nome; j) Complemento do adjetivo; k) Complemento direto; complemento indireto; l) Complemento indireto; m) Complemento do nome; n) Complemento do nome; o) Complemento do nome.2. a) Complemento do adjetivo: “de tudo”; b) Predicativo do complemento direto: “uma péssima pessoa”; c) Complemento do nome: “de Teresa”.3. c)4. a) Tadeu Albuquerque não considerava Simão capaz de uma atitude assim;c) Simão estava certo do caminho escolhido.5. “A toada da música alvoroçava-o” – oração subordinante; “que vinha das salas remotas” – oração subordinada adjetiva relativa explicativa; “porque a festa em casa de Tadeu de Albuquerque o surpreendera.” – oração subordinada adverbial causal.

Páginas 228-229EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. Mariana aparece como elo de ligação entre Simão e Teresa, mas a sua lealdade é para com Simão, porque o ama. Daí a recusa altiva da oferta do anel feita por Teresa. A sua paixão leva-a a pressentir o desfecho trágico e o sofrimento.2.2. O narrador (omnisciente e interventivo) mostra compaixão perante o conflito emocional da personagem como se ele próprio já o tivesse vivenciado.3. Ambos vivem uma relação profunda de amor-paixão. Teresa, através de Mariana, reafirma a sua fidelidade e o seu amor a Simão. O sofrimento e a clausura no convento não a demovem da relação, mas encara-os com resignação e esperança no futuro. Simão, por seu lado, sente uma paixão avassaladora e, atormentado pelo ciúme, está disposto a perder-se e a perdê-la.3.1. A escrita ao anoitecer, o caráter solitário, o abandono, a incompreensão de todos, a invocação da morte, a perspetiva de uma vida desgraçada e o amor infeliz.4.1. A sequência de acontecimentos é muito rápida, fazendo lembrar a tragédia clássica. Após a ida ao convento, Mariana despede-se com “pressa” e faz uma “veloz” caminhada até casa. Em seguida, as notações temporais são frequentes: “Ao anoitecer” Simão escreve a carta a Teresa e à “ceia” Mariana” vaticina que não verá mais Simão em sua casa. A partir deste momento, nada detém Simão. As

Page 31:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

indicações precisas “onze da noite”, “uma hora” e “quatro horas e meia” preparam a peripécia – deixa de haver esperança para as personagens e o desenlace fatal é inevitável.5. Metáfora. O emprego do verbo “ondear” remete para o movimento das “partículas de luz”, criando um forte visualismo acentuado pelo dinamismo que contrasta com a imobilidade das “montanhas”.6. A linguagem é popular, marcada pela naturalidade e expressividade. A personagem utiliza provérbios ou máximas – “De hora a hora Deus melhora”, “às duas por três” –, interjeições populares – “trinta milhões de diabos” – e vocabulário também popular – “a fidalguinha engrampa-o”.7. A visão caricatural do clero fica patente no diálogo travado entre o padre capelão e Mariana, mas também pela atitude “ciumosa da prioresa”. A dissolução dos costumes é referida com ironia, por exemplo, quando o narrador afirma que o vinho do Pinhão servia para “tonizar o estômago da prelada”. O sistema judicial é, também, fortemente criticado, pois Simão, após a morte de Baltasar, é convidado a fugir, por ser filho do corregedor, pelo meirinho-geral.

Páginas 230-231GRAMÁTICA1.1. (C); 1.2. (A); 1.3. (D); 1.4. (B); 1.5. (D)2.1. F – “Corregedor” – campo lexical de justiça. 2.2. V; 2.3. F – subordinada adverbial concessiva. 2.4. V; 3. “Se perguntarem por vossa excelência” – oração subordinada adverbial condicional; ”digo-lhe” – oração subordinante; “que a menina está no mirante” – oração subordinada substantiva completiva.4. Complemento direto; predicativo do complemento direto; vocativo.

Páginas 234-235EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Esta missiva é muito importante na economia da narrativa, pois sendo a última carta escrita por Teresa, antecipa a sua morte iminente. A jovem faz referência à crença no amor eterno e culpa Simão, embora o negue, do seu fim prematuro, ao ter preferido o degredo à prisão. Teresa recorda os projetos que ambos tinham delineado cheios de esperança, de felicidade e diz que o aguarda no Céu.3. Mariana demonstra amor-paixão (“– Se eu morrer, que tenciona fazer, Mariana? / – Morrerei, senhor Simão”), solidariedade, humildade e submissão (“– Se não o incomodo, deixe-me aqui estar, senhor Simão”), abnegação, determinação na luta pelo seu amor e crença no amor eterno (“Viram-na, um momento, bracejar, não para resistir à morte, mas para abraçar-se ao cadáver de Simão, que uma onda lhe atirou aos braços”).4. Simão vê Mariana como uma amiga, como uma irmã, enquanto Mariana o ama profundamente. Mariana sofre por saber do amor de Simão por Teresa, mas, mesmo assim, não o abandona nos momentos difíceis. Simão sabe da pureza e consistência dos sentimentos da jovem e do seu espírito de sacrifício procurando nela o amparo de que necessita.4.1. Através dos diálogos, as duas personagens comunicam decisões (Mariana diz que morrerá seSimão morrer), expressam sentimentos, emoções e preocupações. Os diálogos servem também para informar e esclarecer (destino das cartas).4.2. O espaço referido logo nos primeiros parágrafos é o camarote/beliche. Trata-se de um espaço físico muito limitado, que oprime a personagem, levando-a a confessar ao comandante que aí sofre mais do que no convés. O espaço não é descrito e, desta forma, a atenção do leitor fica apenas concentrada nas personagens, nos seus sentimentos e emoções. A redução do espaço, à medida que a ação avança, contribui para adensar a atmosfera dramática.5.1. Estas expressões traduzem a ideia romântica de que Simão foi vítima de um destino (representado popularmente pela “estrela”) que lhe causou a infelicidade. A morte surgiu, portanto, como alívio, como “ventura” ou transcendência.

Page 32:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

6. Utilização de uma linguagem poética na carta (“Estrelava-se o céu, e a lua abrilhantava a água”), recurso a uma construção frásica com pouca subordinação, utilização do pretérito perfeito e do pretérito imperfeito que permite um relato mais rápido e conciso (“Ergueu-se o degredado, olhou em redor […]”).7.1. Essas informações funcionam como uma nota biográfica e conferem veracidade ao texto.

Páginas 236-237EDUCAÇÃO LITERÁRIA1.1. Teresa é uma jovem de quinze anos, muito bonita. É determinada e corajosa, vítima da prepotência e tirania do pai. Oriunda de uma família aristocrática e preconceituosa, enfrenta o pai por amor a Simão. Mariana é uma jovem do povo, de vinte e quatro anos, também muito bonita. Ambas amam Simão, embora vivam essa situação de forma diferente. Teresa é correspondida nos seus sentimentos e isso dá-lhe força para enfrentar as adversidades. É esse amor que a ajuda a tomar a decisão de recusar o casamento com Baltasar, preferindo ser enclausurada num convento, indiferente aos olhares críticos da sociedade. Quando perde a esperança de ser feliz, mostra que acredita no amor eterno. Mariana não é correspondida no amor, sofrendo de forma silenciosa e resignada. É também uma mulher firme, indiferente ao que os outros pensam. Mantém-se sempre ao lado de Simão, acompanhando-o em todos momentos até à morte. Tal como Teresa, acredita no amor para além da morte e, por isso, quando Simão morre e é atirado ao mar, ela também se atira à água, abraçando-o. É na morte que eles ficam unidos. Assim, tem o mesmo fim de Teresa: a morte provocada pelo amor.LEITURA2.1. F – O tema deste artigo é a complexidade da adolescência. 2.2. V; 2.3. V; 2.4. F – A autora defende que a adolescência é um processo complexo e problemático. 2.5. V; 2.6. F – Este texto é um artigo de opinião, pois o objetivo da autora é explicitar o seu ponto de vista com clareza, servindo-se de argumentos pertinentes.

Páginas 238-239ORALIDADEResposta pessoal.PÕE-TE À PROVA!1. Amor de Perdição retrata a história de amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque, que se depara com a oposição feroz das famílias de ambos, conduzindo a um desfecho trágico: o homicídio de Baltasar Coutinho e a morte dos amantes. 2. Amor de Perdição apresenta uma introdução, à qual se seguem 20 capítulos, terminando com uma conclusão. Na introdução, o narrador sintetiza a história de Simão Botelho na frase: “Amou, perdeu-se e morreu amando”. 3. V; 4. V; 5. V; 6. V; 7. Simão e Teresa vivem uma relação de amor-paixão, que não se demove pelo afastamento físico provocado pela clausura de Teresa no convento. 8. V; 9. V; 10. V; 11. O momento em que Simão escreve a Teresa, no capítulo X, confirma a conceção de Simão como herói romântico, pois fica patente a perspetiva de uma vida desgraçada, um amor infeliz e a morte como destino. 12. O narrador identifica-se como autor na Introdução e em mais três momentos: no cap. XII, ao introduzir a carta da sua tia Rita; no cap. XIII, quando refere a sua estada na prisão e escrita da novela; na Conclusão, ao identificar Manuel Botelho como seu pai. 13. V; 14. V; 15. V; 16. V.

Páginas 240-241GRUPO IA1. O texto divide-se em três partes. Na primeira parte, correspondente aos dois primeiros parágrafos, está transcrita a carta de Teresa que é comentada pelo narrador. A segunda parte corresponde à carta de Simão, na qual ele explica porque não aceita a prisão. Por fim, a terceira parte é constituída pela resposta de Teresa, que se despede de Simão, certa de que não resistirá ao afastamento do seu amado.

Page 33:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

2. O narrador assume uma posição subjetiva. Intervém na história, dando a sua opinião acerca da personagem. Manifesta compaixão pela jovem, considerando- a ingénua, e antecipa a sua morte.3. Neste excerto, Simão critica a sociedade preconceituosa e hipócrita, mais preocupada com o poder patriarcal, com a defesa de valores retrógrados e com aspetos materiais do que com a dimensão humana. (“Abomino a pátria, abomino a minha família […]”).BEm Amor de Perdição, o amor é impetuoso e profundo. Os jovens amantes lutam pelos seus sentimentos, resistindo a todos os obstáculos. Por amor, Simão transfigura-se e ganha uma nova dimensão. De jovem rebelde passa a amante apaixonado e a irrequietude dá lugar a um amor-paixão capaz de derrubar barreiras. O amor-paixão de Teresa dá-lhe forças para enfrentar o poder prepotente do pai e os olhares críticos da sociedade. Mariana ama e não é correspondida. De forma abnegada, mantém-se firme ao lado do seu amor, optando por morrer no momento em que Simão também morre. Nesta obra, o conceito de amor-paixão, sinónimo de sofrimento e de infelicidade, surge associado ao destino, que domina a vida das personagens principais. A morte é encarada como salvação e é indissociável da ideia de amor. Assim, podemos afirmar que as personagens lutam pelo seu amor, mas concretizam-no na eternidade.

Páginas 242-243GRUPO II1.1. (B); 1.2. (C), 1.3. (C); 1.4. (D); 1.5. (B); 1.6. (A); 1.7. (B).2. complemento oblíquo.3. valor de finalidade.4. subordinada adjetiva relativa restritiva.GRUPO IIIPlanoIntrodução– Crise na dinâmica da leitura?– Temática que passou de moda?Desenvolvimento– Constatação do fenómeno: Camilo não é dos autores mais lidos da literatura portuguesa.– Narrativa que parece ter passado de moda:• temática romântica desajustada aos dias de hoje?– Opinião vulgar de que a produção deste escritor é muito sentimental, de um “sentimentalismo piegas”:• As obras marcadas pelo excesso, pela culpa e sua expiação não encontram eco nas gerações deste século?– No entanto, Camilo denuncia a incapacidade de agir contra uma sociedade em crise, tema bem atual para o leitor do século XXI.– Camilo faz acutilantes críticas à sociedade do seu tempo.– A influência de Camilo em escritores da atualidade é evidente: Agustina Bessa-Luís, Carlos de Oliveira, José Cardoso Pires, Fernanda Botelho, José Saramago, Mário Cláudio…Conclusão– Crise na leitura: lê-se pouco, hoje.– Escritor bem atual e representativo das marcas do sentir português.

Páginas 246-247EDUCAÇÃO LITERÁRIA2.1. José Maria de Eça de Queirós nasceu em 1845, na Póvoa de Varzim. 2.2. Eça de Queirós viveu com os avós paternos em Verdemilho até 1855. 2.3. V; 2.4. Eça não participa ativamente, “foi um mero espectador”. 2.5. V; 2.6. V; 2.7. V; 2.8. V; 2.9. A Ilustre Casa de Ramires foi publicada postumamente. 2.10. V; 2.11. Carlos Reis defende que o Romantismo continua presente na escrita de Eça: “mas também pela componente romântica que em Eça nunca se dissolveu por completo”. 2.12. V.

Page 34:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

Páginas 248-249EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Aspetos a considerar:– localização temporal da Questão Coimbrã;– contexto literário que proporciona o surgimento desta polémica;– principais personalidades literárias envolvidas e posições assumidas;– objetivos que norteiam a nova geração;– abrangência sociopolítica desta polémica;– impacto na sociedade das Conferências Democráticas do Casino;– papel de Antero de Quental;– significado de “Os Vencidos da Vida”;– (…)

Páginas 250-251EDUCAÇÃO LITERÁRIA2. Realismo é um movimento que:– surge em oposição ao Romantismo: ao sentimento exacerbado opõe a análise do caráter humano;– nega a arte pela arte;– preconiza uma nova moral social (crítica de costumes, de temperamento, de ações);– visa a regeneração dos costumes.Uma verdadeira obra realista deve ser bela, justa, verdadeira.Naturalismo é um movimento que:– está muito ligado ao Realismo;– se inspira no positivismo e no determinismo;– defende que a arte deve representar objetivamente a realidade;– explica, através da análise experimental, a decadência social;– vê o ser humano como fruto da hereditariedade, do meio ambiente e da educação;– explica doenças e misérias que contrariavam o desenvolvimento social e civilizacional decorrente da Revolução Industrial.O QUE SEI1.1. V; 1.2. V; 1.3. As intenções das Conferências Democráticas do Casino eram a transformação social, moral e política de Portugal, unindo o país ao movimento moderno que vigorava, então, na Europa; 1.4. V; 1.5. V; 1.6. O Realismo é um movimento literário profundamente ligado às ideias socialistas preconizadas por Proudhon; 1.7. V; 1.8. V; 1.9. Os romances naturalistas partem da observação objetiva e minuciosa da realidade; 1.10. V.

Páginas 252-253EDUCAÇÃO LITERÁRIA1.1. No outono de 1875, os Maias instalaram-se em Lisboa, na casa do Ramalhete. 1.2. V; 1.3. Caetano da Maia era absolutista e apenas Afonso esteve exilado. 1.4. Maria Eduarda Runa educa o seu filho Pedro de acordo com o modelo tradicional português. 1.5. V; 1.6. V; 1.7. V; 1.8. Carlos, depois de uma viagem pela Europa, abandona rapidamente os seus projetos e torna-se um diletante. 1.9. V; 1.10. No jantar no Hotel Central, organizado por Ega em homenagem aCohen, marido da sua amante, discute-se emotiva e exaltadamente literatura e finanças. 1.11. V; 1.12. V; 1.13. V; 1.14. Os Castro Gomes e Dâmaso tinham partido na véspera para Mafra. 1.15. A deslocação foi ao Hotel Central, onde a família Castro Gomes estava hospedada, e quem precisou de cuidados médicos foi Rosa. 1.16. V; 1.17. O ambiente das corridas foi marcado pelo desinteresse do público, cujo comportamento desajustado fez sobressair o provincianismo da cidade. 1.18. V; 1.19. V

Page 35:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

1.20. A viagem não se efetuou, porque o marido decidiu, à última hora, acompanhar a condessa ao Porto. 1.21. V.

Páginas 254-255EDUCAÇÃO LITERÁRIA1.22. V; 1.23. O nome escolhido é Toca. 1.24. V; 1.25. V; 1.26. V; 1.27. V; 1.28. A Corneta do Diabo, propriedade de Palma Cavalão, publicou o artigo a pedido de Dâmaso. 1.29. O Sarau do Teatro da Trindade traça um retrato de uma sociedade pouco habituada a espetáculos culturais, apresentando, por isso, comportamentos desadequados. 1.30. V; 1.31. Depois de tomar conhecimento dos factos, Carlos conta ao avô que a vê-la e pratica o incesto conscientemente, provocando um enorme desgosto a Afonso, que não resiste. Após o funeral, Carlos parte para Santa Olávia. 1.32. V; 1.33. No último capítulo de Os Maias, Carlos e Ega percorrem alguns espaços de Lisboa, cidade que aparece aos olhos dos leitores como uma cidade estagnada a vários níveis, sem marcas de progresso e onde as pessoas apresentam, igualmente, uma postura que denota essa estagnação. 1.34. V.EDUCAÇÃO LITERÁRIASugestão:– Os excertos selecionados no trailer são atrativos, a sua sequência é dinâmica e sugerem um filme com situações bem-humoradas, mas onde se pode ver também o romance, a paixão e o sofrimento. A música de ópera (La Traviatta) adequa-se bem. Se, por um lado, traduz a representação do mundo teatral do “parecer” social, por outro, reproduz o espaço, ponto de encontro e desencontro das personagens.Os excertos do trailer parecem mostrar que o filme é fiel à obra.– As personagens mais relevantes estão presentes nos excertos selecionados: Carlos da Maia e João da Ega são apresentados com grande destaque – no primeiro sobressai a sua intenção de assumir a sua profissão (não levada a sério por Ega) e o segundo, vestido de Mefistófeles, é apresentado como ateu e provocador. Os condes de Gouvarinho, Alencar, Dâmaso, Maria Eduarda e Afonso da Maia são outras das personagens destacadas, inseridas em momentos marcantes.Na crónica de costumes, estão representados alguns episódios:Jantar do Hotel Central, por exemplo, com a tensão espoletada por Ega defendendo a invasão espanhola. A intriga principal é visível na paixão de Carlos e de Maria Eduarda, o despeito de Dâmaso (ponto de vista de Ega), o incesto e o encontro fatal de Carlos com o avô que ditará a sua morte.– Os espaços exteriores (ruas de Lisboa) foram recriados em estúdio, com recursos a telas gigantes, pintadas por João Queirós. Este artifício, deliberadamente escolhido, é muito belo (Corridas do Hipódromo), mas pode ser também controverso devido à sua artificialidade.– As cenas finais no encerramento do trailer reforçam o caráter teatral. As palmas tanto podem indiciar o ambiente de festa da ação, que se conjuga com o da tragédia, como também o futuro sucesso do filme.

Páginas 256-257LEITURA2.1. (A)2.2. (B)2.3. (D)2.4. (C)2.5. (B)3. Descrição do objeto aolongo do texto (momentosiniciais do primeiro parágrafo,por exemplo):– comentários que acompanhama descrição dofilme (“num tom onde afina caricatura está semprepatente”, o últimoperíodo do texto, etc.);– informações paratextuais

Page 36:  · Web viewUso de frases curtas, presença de frases interrogativas e exclamativas, bem como o uso das reticências. Tudo isto contribui para mostrar a tensão emotiva da personagem.

(estrelas, classificaçãodo género e indicaçãoda idade mínimado público alvo).