Vila Brac 2 - VisionvoxQuando Maverick tinha sugerido estes dois homens para trabalhar com Priest,...
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Segredos Silenciosos Vila Brac 2
Priest Mosley mudou-se para a Vila Brac para começar de novo. Ele
queria um lugar tranquilo para se estabelecer e começar o seu próprio negócio.
O que ele não esperava era Randy. Priest não tinha certeza sobre os avanços
do pequeno homem, mas o que chama a sua atenção são as contusões que ele
vê no corpo do homem.
Randy Pomell estava trabalhando no emprego dos seus sonhos na
floricultura local. Mas o pesadelo não ia embora. O abuso do seu tio era
crescente, e Randy não tem para onde ir. Quando o tio de Fred vai longe
demais e Randy acaba no hospital, ele sabe que não pode continuar a viver
desta forma.
Randy pode encontrar uma maneira de quebrar o silêncio, ou Fred irá
longe demais?
Priest decide ajudar Randy apenas para descobrir quem é seu
agressor, mas o que ele encontra o deixa sem palavras e questionando sua
sanidade.
Capítulo Um
Priest Mosley gritou chamando Leigh para olhar a grelha.
Os pedidos foram se acumulando, e os clientes começaram a
reclamar enquanto eles estavam esperando serem servidos. Ele sonhou em
abrir a sua própria churrascaria durante anos, mas agora que o seu sonho se
transformou em realidade, ele estava começando a ver um lado totalmente
diferente do negócio.
Por um lado, Priest precisava contratar alguém para cuidar dos livros.
Com o negócio crescendo, ele não tinha tempo para se sentar e
organizar nada. A pilha de recibos e documentos sobre a mesa no seu
escritório estava cada vez mais alta. Seu pesadelo secreto era que a papelada
iria ficar tão alta que ele não seria capaz de entrar no seu escritório.
Outro lado do negócio que ele não tinha previsto era o custo para
manter o maldito lugar. Ele tinha apenas dois funcionários agora, mas ele
sabia que ia precisar contratar mais pessoas.
― Posso substituir os acompanhamentos? ― Parker pediu quando
Priest passou pelo balcão aonde o homem estava recebendo pedidos.
Ele estava falando sério? Quando Maverick tinha sugerido estes dois
homens para trabalhar com Priest, ele não tinha ideia de que ia ter que treiná-
los a partir do zero. O que Maverick estava pensando? ― Sim ― disse ele,
irritado quando ele empurrou a porta do lado e olhou em volta procurando
Leigh.
Onde diabos estava o garoto? Ele deveria estar colocando mais carne
na grelha, mas o cara não estava à vista.
Resmungando em frustração, Priest caminhou até a grande
churrasqueira e começou a virar as costelas e verificar o lombo de porco. Ele
teria que fazer tudo sozinho? A única razão pela qual ele não demitia o cara
era porque Maverick tinha dado o empréstimo em primeiro lugar. Seu crédito
tinha acabado depois do seu casamento fracassado, e nenhuma outra pessoa
sequer tinha dinheiro para emprestar.
Mas o prefeito havia feito um anúncio de que ele queria que a Vila
Brac prosperasse e estava emprestando a pessoas sérias que queriam iniciar o
seu próprio negócio.
Priest aproveitou a oferta.
Agora que ele estava pronto para saltar sobre Leigh por desaparecer
quando Priest precisava dele para cuidar da comida. Ele não havia considerado
contratar um empregado preguiçoso quando pensou em abrir o seu próprio
negócio. ― Leigh!
― Estou aqui. ― Ele se aproximou vindo de fora, com um sorriso
bobo no rosto. ― Eu sinto muito. Eu estava ajudando Parker.
Priest poderia jurar que era uma mentira. ― Vá terminar de assar a
carne e colocar mais.
Leigh balançou a cabeça. ― Vou fazer, capitão.
Ele teve que parar a vontade de revirar os olhos e lembrou-se que
Parker e Leigh eram jovens. Ambos tinham dezoito anos e eram recém-saído
do ensino médio. Embora seria bom, mais ele não esperava que eles tivesse a
maturidade da idade de Priest.
― Só cuide para não queimar nada. ― Não havia nada pior do que a
carne dura.
― Eu vou cuidar ― Leigh disse com um sorriso quando ele deu as
costas para Priest e começou a virar a carne na chapa.
Ele com certeza esperava que o homem cuidasse. A carne estava
cara. Ele não podia se dar ao luxo de substituir o que o cara queimasse. Ainda
não, pelo menos. Priest estava apenas começando a contar centavo.
Vendo que Leigh estava cuidando da churrasqueira, ele entrou.
Agora, onde diabos estava Parker? Priest podia ver os clientes em pé na fila,
mas o caixa estava longe de ser encontrado.
Isso estava ficando chato. Agora ele sabia que precisava contratar
mais ajuda. Ele só não tinha certeza se isso estava no seu orçamento. Claro
que, se ele conseguisse alguém para olhar os seus livros, em seguida, ele iria
saber de imediato se ele podia contratar mais ajuda.
Parecia que seus problemas só estavam crescendo. Ele ia ter que
ficar até mais tarde e ver se ele não poderia começar organizar a papelada.
Se ele não fizesse, seus problemas só iriam acumular. Isso era um
desastre esperando para acontecer e Priest teria que tentar evitar uma colisão.
Caminhando até o balcão, ele começou a receber os pedidos,
colocando a comida o mais rápido que pôde. Priest terminou, ficando apenas
um cliente para servir. Estava apenas na hora do almoço e ele já estava
exausto.
― Oi ― o homem no fim da fila disse quando ele sorriu para Priest.
― O que eu posso fazer por você? ― Priest ficou esperando o cliente
fazer o pedido, mas tudo o que ele fazia era ficar parado e sorrindo como um
louco. Priest bateu o polegar em cima do balcão, segurando a sua impaciência.
O estranho não estava nem olhando para o menu que estava sobre o balcão.
Ele estava olhando diretamente para ele. ― Você vai fazer o pedido?
Um rubor coloriu o rosto do homem. O tom era tão vermelho que ele
parecia um tomate. Que diabos havia de errado com o homem? Mesmo que ele
fosse o único cliente na fila, Priest desejou que ele se apressasse. Ele tinha
outras coisas para cuidar.
O homem pôs as mãos sobre o balcão, entrelaçando os dedos juntos,
quando ele olhou para Priest e depois de volta no balcão. ― Eu... eu sou
Randy.
Priest passou os olhos sobre Randy, perguntando por que ele ficava
apenas ali como se estivesse à espera de uma conversa. Sua sobrancelha
esquerda subiu uma fração, enquanto olhava para o homem pequeno e magro.
― Que bom. Agora, o que você vai pedir?
O homem pequeno inclinou a cabeça para o lado e ele bateu os cílios
para Priest? Isso estava ficando um pouco estranho para ele. Primeiro de tudo,
ele tinha pelo menos dez anos a mais do que o jovem homem.
E, segundo, o que havia de errado com Randy? Fazia muito tempo
que um cara tinha flertado com ele. Ele não tinha certeza de como lidar com
esse flerte. Randy era pequeno demais para sequer considerar sair com ele e
tinha um machucado estampado no rosto. O que na terra...
― Demore o necessário. ― Não sabendo como lidar com a situação,
ele se virou e entrou na cozinha, empurrando Randy e seus grandes olhos
tristes para fora da sua mente. Ele encontrou Parker preparando uma nova
remessa de salada de batata. Não era por causa de toda a coisa gay. Priest
tinha passado por uma fase na faculdade. Muitos caras fizeram. Ele até tinha
um amigo gay naquela época. Mas Randy estava olhando para ele com amor
nos olhos. O homem nem sabia quem ele era.
― Ei, patrão.
― Você não deveria estar no caixa?
O sorriso de Parker vacilou quando ele olhou para a porta da cozinha
e, em seguida, de volta para Priest. ― Eu me esqueci.
Agarrando a travessa das mãos dele, Priest acenou em direção à
porta. ― Há um cliente no balcão. Vai fazer o que você está sendo pago para
fazer.
Parker decolou.
Priest soltou um longo suspiro. Era assim que as coisas iam ser,
então ele não tinha certeza se montar o seu próprio negócio tinha sido uma
medida acertada.
Nada parecia estar indo como planejado. Ele precisava deixar esse
lugar funcionando perfeitamente.
― Ei, o cliente aqui quer falar com você ― disse Parker enfiando a
cabeça na cozinha. ― Ele está muito inflexível sobre isso.
Franzindo a testa, Priest empurrou a salada de batata na geladeira e
saiu para a sala de jantar. Olhando ao redor, ele não podia ver outros clientes,
apenas Randy. Qual era o problema do cara? ― Sim?
― Oi ― Randy disse novamente. Se Priest não estava enganado,
Randy não só parecia obcecado, mas tinha um parafuso solto ao mesmo
tempo. Talvez se ele flertasse de volta, o homem assustado iria embora e
deixaria Priest sozinho.
Debruçando-se sobre o balcão, ele bateu os olhos da mesma maneira
que Randy tinha feito. ― Olá, amiguinho. O que pode o grande Priest fazer por
você? ― Ele fez com que o seu tom de voz saísse de forma profunda, sedutor,
apenas no tom certo.
Aparentemente funcionou porque Randy olhou como se fosse
desmaiar em segundos. Talvez ele tivesse sido um pouco demais. Priest não
queria que o homem desmaiasse.
Mais uma vez, o rubor coloriu o rosto dele. ― Eu... eu só queria dizer
oi.
Priest lambeu os lábios, dando um sorriso malicioso e sensual.
― Entendo. Você não é o tipo que quer comer? Que tal você vir ao
meu escritório e nós podemos conhecer um ao outro um pouco melhor? ―
Então ele era um merda. Ele também estava com medo que Randy dissesse
sim. E se ele quiser? O que Priest iria fazer então?
Ele não tinha a menor ideia.
― Eu... eu tenho que voltar ao trabalho. ― A mão de Randy estava
tremendo quando ele passou a mão sobre os seus cabelos desgrenhado
castanho claro. Priest se sentiu mal em chocalhar o cara. Não era sua intenção.
Mas ele tinha que fazer Randy ver que a sua paixão era bobagem.
Se aproximando do balcão, ele colocou um dedo musculoso sobre o
pequeno queixo de Randy, inclinando-se para que ele pudesse ver nos olhos do
rapaz.
― Quando você decidir o que você realmente quer, volte para me
ver.
A cabeça de Randy começou a inclinar para cima e para baixo, com
um sorriso tímido nos cantos da sua boca. No que ele tinha se metido? Não era
para o tiro sair pela culatra. Mas ele não podia deixar o pequeno homem ver
dúvida em seus olhos então Priest se manteve firme, ainda sorrindo
sedutoramente.
― Eu vou fazer isso ― disse Randy com um tom mais de confiança.
Ele não parecia tão tímido por mais tempo. Ele olhava com firmeza, como se
ele pudesse enfrentar o mundo.
Priest estava tão ferrado. Ele não tinha a intenção de incentivar o
homem.
A única coisa que ele queria fazer era desencorajá-lo. Este era mais
um problema que ele ia ter que adicionar à sua lista de coisas que precisava
ser consertadas.
Só que ele tinha a sensação de que este não poderia ser resolvido
com uma calculadora e um lápis.
Randy ia estar de volta.
Priest observou Randy sair pulado do seu restaurante, um sorriso feliz
no rosto. Priest se sentiu como merda. Ele realmente se sentiu.
Incentivar o homem não tinha sido a sua intenção.
Agora, o que ele ia fazer?
Coçando o queixo, ele se virou, gritando para Parker atender no
caixa. Priest tinha outras coisas para pesquisar sobre um pequeno homem que
estava obcecado por ele.
Randy era um maluco de merda. Priest não tinha nada para se
preocupar. Ele tinha certeza de que ele poderia dizer boo e o cara iria correr
para o outro lado.
O que está feito, está feito. Ele tinha outras coisas para se preocupar,
como colocar os seus malditos recibos em ordem.
Randy correu para a loja de flores, pulando com alegria. Ele tinha
encontrado o seu companheiro! Este era o dia mais feliz da sua vida. E ele
tinha convidado Randy para voltar. Que emocionante era isso?
― Onde estão os nossos almoços? ― Blair perguntou, as
sobrancelhas escuras erguidas. ― Será que você se perdeu de novo?
― Não, não, não ― disse Randy com exuberância mal contida. ― Eu
encontrei o meu companheiro!
Ele odiava que Blair enfatizasse o fato de que ele se perdia facilmente
na Vila Brac. Não era uma cidade tão grande, apenas alguns quarteirões. Mas,
por alguma estranha razão, quando Randy se aventurava ir muito longe, ele
não conseguia encontrar o seu caminho de volta. O que já era ruim para um
lobisomem. Ele deveria ter um senso melhor de direção.
Mas ele não o tinha.
Deus tinha esquecido de lhe dar um faro quando ele nasceu.
― Então, me fale sobre ele ― disse Blair quando ele se inclinou
sobre o balcão, com o queixo apoiado nas mãos. ― Como ele é?
Tanta coisa veio à mente que Randy teve dificuldade em colocar seus
pensamentos em ordem. ― Ele é grande, e forte, e bonito, e...
― Respire antes de desmaiar ― disse Blair quando ele sorriu. ―
Quem é ele, ou você esqueceu de perguntar o nome dele?
― Priest ― ele exclamou feliz, a sensação borbulhante o enchendo
quando Randy disse o nome do homem pela primeira vez.
― É um nome estranho.
― Não, não é ― ele defendeu o seu companheiro com veemência. ―
É um nome muito bonito. ― Ele gostava disso. Era diferente, não era comum.
Assim como o seu companheiro. ― Ele trabalha no Pit.
― Oh ― disse Blair quando ele estreitou os olhos para Randy. ―
Agora eu sei por que você não trouxe os nossos almoços.
― Eu esqueci ― disse ele timidamente. ― Ele me sacudiu.
Blair lhe deu um olhar compreensivo. ― Companheiros pode fazer
isso. Toda vez que Kota entra numa sala, eu quase gozo na minha calça.
Randy enrugou o nariz com a imagem gráfica que Blair tinha acabado
de lhe dar. Ele não queria imaginar o seu colega gozando.
Blair era bom, mesmo bonito, mas ele não era nada em comparação
com o companheiro de Randy. ― Devo voltar e pegar os nossos almoços?
― Se você conseguir pegá-los neste momento ― Blair disse
provocando. ― Talvez eu devesse ligar e fazer o pedido. Dessa forma, sua
mente não vai entrar em parafuso quando você vê-lo novamente.
― Talvez você devesse ― disse ele. Ele sabia de fato o cérebro
morreria com ele, tão logo ele colocasse os olhos sobre Priest. O homem tinha
tudo e um saco de batatas fritas!
Randy não tinha certeza do que isso significava, mas ele tinha ouvido
falar essa frase em algum lugar antes. Ele achava que se encaixa nessa
situação, certo?
Blair sacudiu a cabeça enquanto ele caminhava em direção do
telefone. Randy se sentou atrás do balcão, dando um suspiro sonhador com as
imagens do homem enchendo a sua cabeça. O destino tinha sido bom para ele.
O homem grande, corpulento era tão quente! Ele só esperava que Priest fosse
um bom homem. Randy já teve o suficiente de homens maus para durar uma
vida.
― Eu fiz os nossos pedidos ― Blair anunciou quando ele desligou o
telefone.
― Eu também paguei extra para a comida poder ser entregue. Eu
não preciso que você esqueça o nosso almoço novamente. ― Blair esfregou o
seu estômago plano. ― Estou faminto.
Randy se sentiu desapontado. Ele queria ver Priest novamente. Não
havia nenhuma maneira que o grande homem fosse o entregador. Talvez eles
pudessem almoçar no Pit pelo resto da semana para que ele pudesse olhar
para o homem. Ele tinha que encontrar alguma maneira de ver Priest
novamente sem parecer como um perseguidor.
Priest era humano. Ele não saberia que eles eram companheiros.
Randy não tinha certeza de como proceder para dizer ele. Ele nunca
teve que contar a ninguém que ele era um lobo antes.
― Estou indo para a parte de trás para fazer o inventário ― Blair
anunciou. ― Chame-me quando a comida chegar.
Randy concordou com a cabeça, meio ouvindo o cara enquanto ele
pensava sobre o seu companheiro. Tinha que haver uma maneira de quebrar o
gelo. Ter relações sexuais no escritório do homem não era uma boa ideia de
Randy conhecer o seu companheiro. Embora ele não era contra ter relações
sexuais com Priest, ele não achava que seria uma coisa boa começar dessa
forma.
Ouvindo o pequeno carrilhão, Randy olhou para cima para ver o seu
tio entrando na loja. Fred olhou ao redor, seus dedos tocando uma flor aqui e
ali, o seu rosto cheio de desaprovação, como sempre. ― Tem certeza que este
era o único lugar que estava contratando?
Randy ficou tenso, mas era onde ele era bom. Ele ainda podia sentir
dor quando o seu tio se aproximou dele. Ele segurou um recuou que explodiu
instantaneamente. ― Eu gosto daqui, Tio Fred.
― Parece um lugar de maricas para um cara trabalhar ― disse o tio
Fred com o seu lábio enrolado no arranjo colorido que Randy estava
trabalhando antes. ― Quando eu pedi permissão para que pudessemos morar
na Vila Brac , eu não tinha ideia de que você teria um emprego em um lugar
como este.
Randy queria desesperadamente mudar de assunto. Ele tinha ouvido
isso ao longo da semana passada do seu tio e ele estava com medo de que
Fred diria a ele para encontrar trabalho em noutro local e Randy gostava de
trabalhar aqui. Ele não só usava o seu lado artístico, mas ele amava a
fragrância das flores. Seu trabalho era encomendas especiais, e Randy ficava
animado cada vez que ele era autorizado a criar um novo arranjo.
― Ninguém mais estava contratando ― disse ele, mais uma vez
tentando convencer o seu tio em deixar o seu trabalho em paz.
Ele ainda estava aprendendo sobre os diferentes tipos de flores e
plantas e que era necessário para cuidar delas, mas Randy estava gostando de
suas aulas, como um peixe na água. Ele estava atualmente colocando juntos
um pote de snapdragons1 amarelos. As flores eram bonitas e cheiravam tão
bem.
― Porque você não pode trabalhar no bar ou nos correios? ― Fred
acenou com a mão em torno da loja. ― Por que você tem que trabalhar com
flores amor perfeito?
1
Randy se afastou um pouco, o peito apertado de medo quando Fred
deu um tapa em suas snapdragons. ― Se o seu pai pudesse vê-lo, ele iria rolar
em seu túmulo. ― Os olhos castanho-escuros de Fred estavam fixos em
Randy. ― E por que você não foi cortar esse cabelo ainda? Você está tentando
se encaixar aqui com todas essas flores?
Seu cabelo estava muito bem. Randy gostava do comprimento mais
longo. Se fosse pelo o seu tio Fred, seu cabelo seria raspado rente ao seu
couro cabeludo. ― Eu não tive tempo ― ele mentiu. Ele estava tentando adiar
por tanto tempo quanto podia, esperando que Fred fosse esquecer.
― Pare na barbearia quando estiver indo para casa. ― O tom estava
duro, dizia para Randy que o seu tio deveria ser obedecido imediatamente,
sem discutir o assunto.
E quem vai pagar pelo corte do cabelo? Seu tio estava sempre
fazendo exigências com ele, comprando mantimentos, apoiando o seu hábito
desagradável de fumar, pagando as contas, cortando o cabelo, mas o homem
nunca dava á Randy algum dinheiro para conseguir essas coisas. Fred estava
sem trabalho, de modo que parecia o seu passatempo ia ser mandar na vida
de Randy.
Se você perguntasse a ele, Fred estava ficando um pouco confortável
com Randy pagando todas as contas. ― Você não encontrou nenhum trabalho
ainda?
Randy sabia que ele não deveria ter perguntado. Seu tio ficava
chateado só de ser lembrado, ele estava desempregado. Ele simplesmente não
conseguia segurar as palavras presas atrás dos seus lábios.
Fred bateu mais no arranjo que Randy estava trabalhando, fazendo
com que Randy desse um salto de onde ele estava, temendo que o homem
fosse fazer algo pior. ― Cuide da sua maldita vida.
Ele temia o homem, puro e simples. Randy podia pagar para
conseguir um lugar em seu próprio país, mas ele sabia que Fred iria segui-lo.
O homem não podia cuidar financeiramente de si mesmo, e ele estava se
tornando um fardo que Randy desejava que ele pudesse se livrar. Mas Fred
tinha um jeito de fazer Randy fazer o que ele quisesse.
Principalmente usando os punhos.
Fred girou e saiu em direção à porta da frente, deixando Randy lá
com um pulso acelerado e uma bagunça para limpar. Algumas flores estavam
arruinadas. Ele ia ter que começar tudo de novo.
Quando o sino soou poucos minutos depois, o intestino de Randy
estava ao ponto de dor, pensando que Fred tinha retornado. Ele precisava
encontrar um trabalho em vez de fazer o inferno da vida de Randy.
Respirando fundo, Randy olhou para a porta. Seu coração começou a
bater mais rápido quando viu Priest caminhando na loja, uma sacola de
plástico na mão e o cheiro de churrasco flutuando em torno dele.
Mas Randy não estava com disposição para tentar ter uma conversa
com Priest. Seus nervos ainda estavam abalados com a visita do seu tio. Tudo
o que ele queria fazer era ir á parte de trás da loja e esquecer o quanto sua
vida era miserável.
― Você é a pessoa que pediu a comida? ― Priest perguntou, suas
sobrancelhas ligeiramente levantadas deixando claro para Randy o que seu
companheiro estava chocado ao vê-lo novamente.
― Não ― ele disse enquanto sacudia a cabeça. ― Blair fez o pedido.
― Como o homem saberia quem era Blair. Priest ainda era mais recente na
cidade do que Randy era.
O homem não parecia convencido quando ele andou para á frente,
pronto para colocar a sacola sobre o balcão, quando viu a terra espalhadas por
todo o lugar. Mesmo que Randy estivesse com um humor azedo, seu estômago
deu um salto quando seus dedos tocaram os dedos de Priest. Ele pegou a
sacola e colocou sobre um banquinho atrás de si.
― Quanto devo a você? ― Randy tinha prazer em pagar pela comida
para que ele pudesse almoçar com Blair. Era algo que ele não podia fazer
muitas vezes, mas fazia se sentir como se ele fosse uma parte real desta loja,
dividir um almoço com o seu colega de trabalho.
― Quinze dólares.
Droga. O Pit era caro. Tanto quanto Randy adoraria almoçar lá o
tempo todo só para que ele pudesse ver o seu companheiro, sua carteira não
lhe permitiria fazer isso. Ele só tinha o suficiente para cobrir a metade da
conta. ― Espere aqui enquanto eu pego o dinheiro de Blair.
Priest balançou a cabeça, olhando ao redor para as flores na loja
quando Randy se dirigiu para a parte de trás. ― Ei, Blair, o nosso almoço
chegou. Sua metade é sete e cinquenta. ― Randy pegou a sua carteira do
bolso de trás e contou a mesma quantidade de dinheiro, o que o deixou com
menos de vinte dólares até o dia de pagamento. Seu tio, portanto, não vai
gostar disso.
Randy pegou o dinheiro que Blair estendeu a ele e acrescentou com
o seu, voltando para o salão da loja. Sua respiração ficou presa na garganta
quando ele mais uma vez deu uma boa olhada no seu companheiro. Existia
alguém mais perfeito?
Randy ficou parado o olhando. Ele teria tentado fazer a sua língua
funcionar, mas custaria mais concentração do que ele tinha no momento,
considerando que cada gota de sangue no seu corpo tinha se juntado na sua
virilha. Ele provavelmente poderia gozar só de olhar para Priest.
― Será que é o meu dinheiro? ― Priest perguntou, apontando para o
dinheiro na mão de Randy.
― Ah. ― Randy sentiu o seu rosto esquentar. ― Com certeza. Aqui
― Ele passou o dinheiro para Priest, mais uma vez deixando os olhos passear
sobre os músculos bronzeados do homem. Oh homem, ele tinha muitos. Randy
queria lamber cada um.
Lentamente.
― Você me deu muito.
― Fique com o troco ― disse Randy de forma sonhadora. Talvez isso
faria Priest voltar. Seu tio poderia lidar com um maço de cigarros a menos.
― Você tenha um bom dia.
Randy descansou o cotovelo no balcão e colocou o queixo na palma
da sua mão enquanto observava Priest se afastar á pé, o que era uma visão
deliciosa. Droga.
Seu dia tinha acabado ficando muito melhor.
Capítulo Dois
Randy puxou a manga da sua camisa longa para baixo tanto quanto
podia em seu braço quando ele abriu a porta da loja fragrâncias florais e
entrou. Blair já estava atrás do balcão, cortando as pontas das flores. O cara
tinha um olhar entediado. Randy só esperava que o homem não estivesse
chateado com ele por chegar tarde.
Ele fez uma careta quando Blair olhou para ele. Seu colega de
trabalho não parecia bravo, mas o que ele sabia? Se ele tivesse a capacidade
de ver quando as pessoas estavam bravas, ele poderia ter a capacidade de
ficar fora do seu caminho.
Por uma questão de fato, Randy parecia ter um talento especial para
irritar as pessoas, ou mais especificamente, seu tio. Parecia que não importava
o que ele dissesse ou fizesse, nunca era bom o suficiente. Seu tio ficava bravo
independentemente de qualquer coisa que ele fazia.
― Desculpe o atraso, ― Randy disse depressa. ― Eu tive um pouco
de dificuldade para chegar ao trabalho. ― Seu tio lhe dando um sermão por
cerca de 30 minutos sobre o seu cabelo comprido que precisava de um corte.
Ele não tinha certeza do por que o homem estava obcecado com o seu cabelo.
O cara precisava estar mais focado em encontrar um maldito trabalho e ajudar
com as contas.
Seu aluguel estava três dias atrasado. O senhorio ia vir pegar em
breve, e Randy não tinha certeza o que ele ia dizer para o cara. Ele estava
oscilando em seu trabalho também. Se o seu tio continuasse a fazê-lo chegar
tarde, ele estava indo para estar desempregado e viver debaixo de uma ponte
em algum lugar e dormir numa caixa de papelão.
Isso iria apenas fazer o tio Fred mijar fora.
Blair colocou a tesoura para baixo e apontou um dedo para ele. ―
Vamos apenas não fazer disso um hábito, e vamos esquecer a coisa toda.
Randy soltou um profundo suspiro de alívio. ― Obrigado, Blair. Eu
juro que não vou mais me atrasar de novo. ― Mesmo que isso significasse
fazer o estúpido corte de cabelo que o seu tio queria que ele fizesse. Randy
gostava do seu cabelo longo como estava. Ele mantinha seus ouvidos quentes
e deu-lhe algo para se esconder atrás quando ele queria ver as pessoas, mas
não querendo que elas soubessem que ele estava olhando-as. Ele gostava do
jeito que ficava com o cabelo grande, também.
Randy ajeitou a mochila no seu ombro. ― Deixe-me colocar minhas
coisas na parte de trás e eu vou direto para o trabalho.
Blair assentiu com a cabeça e voltou a cortar as flores. Randy correu
para o quarto dos fundos, colocando a sua mochila no canto. Ele rapidamente
pegou o seu avental e puxou-o por cima da cabeça, amarrando os laços nas
costas. Randy puxou as mangas da camisa para baixo novamente, em seguida,
correu para a área de compras.
Ele olhou ao redor da loja. O local estava impecável. ― Ok, o que
você quer que eu faça primeiro?
Blair apontou com a cabeça para a parte de trás da loja. ― Nós
temos um carregamento de cravos chegando antes do meio dia. Eu preciso da
segunda prateleira da geladeira limpa assim nós teremos um lugar para
colocá-los.
Randy estava contente de ter algum trabalho para fazer. Havia dias
em que ele entrava e ficava sem fazer nada. Ele precisava da distração.
Algumas pessoas usavam poesia ou cerâmica, hobby ou terapia. A maneira de
relaxar de Randy era trabalhar com flores.
Ele amava o jeito que elas cheiravam e a maneira que ele poderia
organizá-las numa variedade de cores e padrões diferentes. Ele também
gostava de sentir a terra sob os seus pés.
― Não é um problema. ― Randy caminhou para o grande frigorífico
que abrigava todas as flores que iam ser usadas em arranjos. Não estava frio
aqui, mas Randy não gostaria de ser trancado aqui dentro por muito tempo.
Poderia esfriar muito rapidamente.
Ele começou sua tarefa, terminou de limpar a geladeira na hora em
que o carregamento chegou. E passou a hora seguinte ajudando Blair a
descompactar os cravos e levá-los para a geladeira, e então realmente colocá-
los na câmara fria.
Randy não se importava no que o seu tio pensava dele trabalhando
numa loja de flores. Ele simplesmente adorava trabalhar lá. Ele queria ter um
quintal para plantar flores. Era um passatempo que ele realmente gostava.
Havia apenas uma coisa sobre as plantas e flores que faziam Randy pensar nas
matas e no seu lobo. Ultimamente, ele não tinha tido a chance de correr em
qualquer lugar, só para o trabalho e para casa.
Ele sentia falta de sentir o vento na sua pele e o sol no seu rosto.
Até o momento em que eles terminaram, Randy estava suado, e pela
forma como Blair estava olhando para ele, ele sabia. Claro, o suor escorrendo
do seu cabelo contou a história. Sua camisa de mangas compridas estava
colada nele, e Randy estava morrendo de vontade de tirá-la.
― Eu tenho uma camiseta sobressalente se você quiser pegá-la
emprestada.
Randy queria puxar as mangas só para estar seguro. ― Não, eu
estou bem, obrigado. ― Se ao menos ele tivesse tempo esta manhã para
mudar e curar, mas Fred já tinha chego. Ele ia ter que manter as marcas
escondidas até que ele pudesse chegar em casa e mudar para sua forma de
lobo.
Ele só tinha que ter certeza de que ele estava em seu quarto, porque
mudar em torno do seu tio só enfurecia o cara. Randy não tinha certeza do por
quê. Talvez Fred visse isso como um desafio, mas Randy tinha aprendido há
muito tempo a nunca mudar em sua forma de lobo quando aquele idiota
estava por perto.
― Você tem certeza?
― Sim. ― Disse Randy, Blair enviou-lhe um pequeno sorriso. Ele não
queria Blair insistindo para ele mudar de roupa. Não havia nenhuma maneira
de que Randy pudesse explicar as suas contusões.
― Bem, é hora do almoço. ― Um sorriso curvou os cantos da boca
de Blair, e então ele balançou as sobrancelhas de brincadeira. ― Eu suponho
que você não gostaria de ir até o The Pit e pegar o almoço para nós, não é?
Randy animou-se imediatamente com a ideia de ver Priest
novamente até que ele se lembrou que o seu almoço estava no saco de papel
na mochila. Seu tio tinha tomado seus últimos vinte dólares, e Randy teve que
trazer almoço de casa. ― Eu... uh... trouxe um almoço, mas eu ficaria feliz em
ir buscar o seu para você.
Ver Priest iria iluminar o seu dia sombrio, mesmo que ele não
pudesse comer os alimentos saborosos do homem. Apenas o pensamento de
colocar os olhos sobre o seu companheiro faziam borboletas baterem as asas
na sua barriga. Ele ainda não tinha certeza de como dizer ao alto, e musculoso
homem, devastadoramente bonito que eram almas gêmeas. Randy estava
pensando em diferentes maneiras de abordar Priest desde que ele colocou os
olhos nele.
― Eu poderia comprar-nos o almoço, ― Blair corou. ― Além disso,
eu tenho que admitir, o homem tem o melhor churrasco que eu já provei. Só
não diga a George eu disse isso. ― E quem diabos era George.
― Não, realmente, está tudo bem. Eu trouxe as sobras do jantar da
noite passada. Eu não quero que vá para o lixo assim eu o trouxe para o
almoço, ― Randy disse depressa. Ele disse a si mesmo que ele não estava
realmente mentindo para Blair. Ele havia trazido as sobras da noite anterior.
Era muito fácil fazer isso quando ele teve sanduíche manteiga de amendoim e
geleia para o jantar.
Blair se virou e caminhou para a porta. ― Bem, eu não trouxe um
almoço, então eu estou indo até a lanchonete. Você pode cuidar da loja por
uma hora?
Uma hora? Seus almoços eram apenas de meia hora. Randy inclinou
a cabeça acenando com a cabeça e Blair saiu pela porta. ― Claro ― ele disse
para a loja vazia.
Ele não tinha certeza de que ele deveria levar uma hora inteira para
almoçar, então Randy levou apenas 30 minutos, embora apenas, cinco para
comer o seu sanduíche. Ele limpou a loja e se livrou do material que veio
embalando os cravos, quando terminou, Randy foi para trás do balcão e
começou a limpar lá também. Blair voltou, com um sorriso feliz no rosto.
― Uau, este lugar parece ótimo! ― Randy sorriu, apreciando a
limpeza da loja. Ele não dava elogios muitas vezes. Não era nada de mais, mas
a aprovação era muito bem vinda hoje.
Blair mostrou-lhe um copo com canudo. ― Um dos famosos milk-
shakes do Keata. Lutei contra os ferozes moradores empunhando forcados,
caminhei um quilômetro através de dez metros de neve com um guaxinim
raivoso agarrado à minha perna para trazer este presente para você. Tenha a
certeza de gostar.
Randy revirou os olhos para o teatro de Blair. O cara era demais. Mas
Randy gostava dele. Blair parecia sempre fazê-lo sorrir. Randy estendeu a mão
para o milk-shake e percebeu o seu erro tarde demais.
O sorriso de Blair deslizou para baixo numa careta quando os seus
olhos viram o pulso de Randy. Ele colocou o milk-shake no balcão e agarrou o
braço de Randy. Randy tentou puxar o seu braço livre, mas Blair era
surpreendentemente forte.
― Que diabos é isso?
Randy sentiu o seu coração batendo rápido. Sua mente correu para
pensar numa desculpa plausível. ― Eu bati numa porta. ― A sobrancelha
esquerda de Blair subiu uma fração enquanto ele olhava para mim, e Randy
poderia dizer que o cara não estava convencido.
― Sim, porque a porta tem dedos.
― O que?
Blair virou o pulso de Randy e mostrou. ― Essas são as impressões
digitais de machucados em seu braço, Randy. Alguém agarrou você com força
suficiente para deixar a marca dos seus dedos para trás.
Randy puxou novamente, e desta vez Blair o soltou. Mas o cara não
estava olhando para ele. Randy olhou para onde Blair estava olhando e viu
Priest de pé na porta da loja. E ele estava olhando diretamente para o pulso de
Randy.
Era demais. Randy não podia lidar com isso. Ele correu para trás do
balcão, correndo em direção à quarto dos fundos. Ele puxou a manga da
camiseta e enxugou os olhos. Ele não poderia sequer começar a descrever
como se sentia humilhado. A única coisa que poderia ser pior seria se um
desses homens o seguisse, Blair apareceu na porta. Deus, ele não precisa
disso. Randy só queria esquecer o incidente e voltar a rir com Blair.
― Eu vou dizer isso só uma vez e depois eu vou deixá-lo sozinho. ―
Blair entrou no quarto e fechou a porta atrás dele. O cara encostou-se na
porta, colocou as mãos para trás, e Randy olhou diretamente em seus olhos.
― Meu pai era um verdadeiro babaca, um monstro. Ele abusou de mim desde
que eu tinha cinco anos. Não só fisicamente, mas ele me molestou também.
Uma vez que fui expulso de casa, porque eu era muito velho para ele, ele
voltou as suas atenções para o meu irmãozinho. Você não está sozinho,
Randy. Se você decidir que é suficiente me avise, deixe-me saber. E eu vou te
tirar daqui.
Randy olhou para Blair surpreso, mas não disse nada.
― A única razão pela qual eu não estou empurrando ajuda pela sua
garganta é porque você ia correr. Eu aprendi vivendo nas ruas que as pessoas
só permitem ser ajudados quando eles estão prontos para se ajudarem. Mas se
eu ver outro machucado em você, eu tenho um amigo muito grande e um
irmão que vai levar o lixo para fora para você.
Randy ingeriu ar surpreso. Ele ainda não disse uma palavra. Se ele
falasse, ele iria admitir o que estava acontecendo com ele. Ele era um homem
crescido, um shifter lobo. Ele deveria ser capaz de cuidar de si mesmo. O que
as pessoas pensariam se soubessem que o seu tio batia nele? Mas há muito
mais do que isso. Randy estava aterrorizado pelo que o seu tio faria se alguém
descobrisse. O homem estava deixando-o fraco e medroso. Ele não sabia o que
fazer.
Blair pode estar oferecendo ajuda, mas o homem não ia estar lá
quando Randy tivesse que enfrentar Fred. Nem estar sempre lá quando o seu
tio ficava furioso. Ele tinha que lidar com isso por conta própria. ― Onde está
Priest?
Blair estudou Randy com seus olhos castanho-dourados, e então ele
deu um leve encolher de ombros. ― Ele saiu depois que eu o convenci que
você se machucou no trabalho. Eu não gosto de mentir, mas eu queria falar
com você primeiro.
Randy empurrou Blair quando o homem se afastou da porta, sentindo
o embaraço dentro dele. ― Eu estou bem.
Ele não ia discutir isso mais. Não quando havia trabalho que
precisava ser feito.
Priest não comprou a história de Blair. Se machucou no trabalho,
minha bunda. Essa era uma marca de mão no pulso de Randy. Ele não sabia
por que ele se importava. Ele nem conhecia direito o cara. Mas algo o estava
incomodando ferozmente. Podia ser o fato de que Randy era tão maldito
pequeno e magro. Priest odiava ver alguém ser machucado, especialmente
aqueles que não podiam se defender.
Ele não podia tirar a expressão assustada no rosto de Randy fora da
sua mente. O homem parecia que ia ficar doente, quando o seu colega de
trabalho foi interrogá-lo. E isso era outra coisa. Ele ouviu Randy dizer que ele
ficou com o braço preso numa porta. Duas histórias diferentes.
Priest conhecia um abuso quando ele via. Ele teve um amigo na
faculdade que foi abusado pelo seu namorado. Priest tentou ajudar. Mas no
final, Jason tinha perdido a sua vida para a violência sem sentido. Ele não
podia simplesmente ir embora. Não em sã consciência. Tinha que haver uma
maneira de ajudar.
― Ei, chefe, ― Parker disse quando Priest voltou da rua. Ele tinha
ido à loja de flores para...
Priest não tinha certeza, apenas algo dentro dele continuava
puxando-o para Randy desde que os seus olhos viram o cara ontem. O inferno
se ele poderia descobrir que sentimento era esse. Ele estava correndo do
homem e para o homem, ao mesmo tempo, Priest estava atraído por Randy.
Nunca antes ele tinha experimentado nada como isso. O sentimento era
estranho como o inferno. Mas ele sabia que não ia sentar-se enquanto alguém
batia no rapaz magro.
Ele só tinha que encontrar uma razão para dar a Randy sobre o
porquê ele iria com mais frequência à loja de flores. Ele sabia que Randy
gostava dele, e embora ele não quisesse dar ao homem a ideia errada, Priest
estava determinado a descobrir quem estava abusando de Randy.
Priest bateu o polegar na coxa enquanto ele trabalhava o problema
na sua mente. ― Estou voltando para fazer algumas tarefas. ― Ele viu Parker
encostado ao balcão, como se em transe. ― Tente não me falir.
O lado da boca de Parker se contraiu com um sorriso. ― Sem
promessas.
Por que Priest achava que o homem não estava brincando? Ele não
tinha certeza se ele deveria deixar o seu negócio nas mãos de Parker e Leigh
ou não. Ele pode voltar e ter um inferno e dois funcionários crocantes. Leigh
tinha a atenção de um mosquito.
Cruzando os dedos ele não ia precisar matá-los, Priest andou dois
quarteirões até a lanchonete. O local mais provável para obter as fofocas da
cidade era, ou na lanchonete local ou na barbearia. Desde que ele não precisa
de um corte de cabelo, Priest decidiu que a sua primeira escolha era melhor.
Ele entrou no interior da lanchonete e viu alguns clientes sentados
em várias cabines. Ele ouviu o tilintar dos talheres nas mesas e fome o
assaltou. Ele cheirava a carne grelhada, e o doce aroma de cebola frita.
Indo para o balcão, Priest decidiu sentar-se ali mesmo. Ele tinha visto
Keata algumas vezes desde que chegou à cidade. O cara era bom, embora ele
o tivesse confundido como uma menina à primeira vista.
― Priest! ― Keata exclamou feliz, e bateu a cafeteira e correu de
volta para o balcão, um rosnar pode ser ouvido antes que o homem andrógino
caminhasse até onde Priest estava. ― Você veio comer tudo na cozinha? ―
Keata sempre brincou com Priest sobre seu apetite maior do que a vida.
Embora sendo dono do seu próprio restaurante, havia alguns dias,
quando Priest queria algo diferente de churrasco. Hoje ele estava com fome de
informação.
Ele não tinha certeza se ele estava lidando com isso da maneira
certa, mas ele tinha que começar por algum lado. Ele não conhecia muitas
pessoas na cidade, no entanto. Se a conversa com Keata não desse certo,
então talvez ele fosse falar com Johnny no café.
― O que você quer? ― Keata perguntou inclinando o quadril para o
lado do balcão e com o lápis sobre um bloco de pedidos.
― Apenas uma xícara de café ― ele disse, e descansou as mãos
sobre o balcão brilhante. Priest sentou-se ali e esperou até Keata colocar o seu
café, antes de fazer a sua primeira pergunta. ― Diga-me, Keata. Você conhece
os funcionários da loja de flores?
Keata assentiu enquanto colocava a garrafa no lugar. ― Blair trabalha
lá. Mas se você está interessado em sair com ele, você pode querer pedir
permissão ao seu namorado.
Priest fez uma careta para Keata. ― Eu não quero chamar Blair para
sair. ― Além disso, mesmo que Blair fosse um homem de boa aparência, ele
não era quem ele estava interessado e ele conheceu Kota. Tão grande quanto
Priest era, o homem de cabelos loiros era um pouco intimidante.
Isso não estava acontecendo como ele planejou. Priest estava
tentando não ser tão óbvio, mas parecia que com Keata as perguntas
precisariam ser mais verdadeiras. ― Eu estou falando sobre Randy.
― Oh, ― Keata disse, balançando a cabeça, e Priest estava contente
que ele estava prestes a descobrir mais sobre o homem magro. ― Não o
conheço. ― Droga. ― Mas eu sei que ele se mudou para cá a cerca de seis
semanas atrás, com o seu tio. Eles vivem nos apartamentos perto da delegacia
de polícia. Randy trabalha na loja de flores, mas até agora o seu tio não
encontrou nenhum trabalho. Eles vieram do Oeste. Parece que não havia
nenhum trabalho lá também.
Priest não estava esperando que Keata lhe dissesse a cor favorita de
Randy ou o seu signo. Para alguém que não conhecia Randy, ele sabia muita
coisa.
― Qual é o seu aniversário? ― Priest brincou dispondo da sua boa
índole. Ele gostava de Keata. O homem era um doce, engraçado e sempre
parecia feliz em ver Priest.
― 15de Março; ― Ok, agora era muito estranho. Keata riu quando
ele empurrou o seu cabelo preto no seu ombro. ― Eu estou apenas brincando.
Eu não faço ideia.
Ouvindo o rapaz estranho atrás do balcão, Priest aprendeu algumas
coisas sobre Randy que ele não sabia antes. Mas ele ainda não tinha chegado
mais perto de descobrir quem estava abusando dele. Ele estava esperando por
Keata lhe dizer algo que pudesse apontá-lo na direção certa, mas o pequeno
cara apenas continuou sorrindo para ele.
Foda-se. Priest pediu o almoço. Ele tinha uma sensação de que
ninguém sabia o que estava acontecendo com Randy. A única coisa que podia
fazer era começar a sair com o cara, e talvez Randy fosse confiar nele mais
cedo ou mais tarde.
Ele foi dissimulado, mas ele sabia a partir da sua experiência com
Jason que o medo fazia uma pessoa fazer coisas que normalmente não faria...
como, proteger seus agressores. Isso nunca fez qualquer sentido para Priest,
mas, novamente, ele não nunca tinha sido abusado.
― Hey, Keata, ― Priest chamou o homem enquanto ele tomava um
gole de café. Keata caminhou de volta para ele.
― Sim?
― Você conhece algum contador que eu pudesse contratar?
Mais uma vez Keata acenou com a cabeça de uma maneira positiva.
Desta vez Priest não estava tão confiante na resposta do homem. ― Nero, mas
você terá que lutar com Maverick para contratá-lo.
Por que o pequeno homem continuava oferecendo a Priest pessoas
que já foram tomadas? ― Eu estava procurando por alguém que precisasse de
um emprego, Keata. Não alguém que já tivesse um.
― Oh ― disse Keata. ― Então, a resposta seria não. Eu poderia
perguntar por aí, no entanto.
― Obrigado. ― Priest sentou lá e comeu o almoço, uma vez que
terminou de comer, sua mente voltou para o hematoma no braço de Randy.
Mesmo que fosse a última coisa que ele fizesse, Priest ia descobrir quem o
colocou lá e depois ensinaria ao idiota uma lição.
Blair entrou na Toca, Com Randy na sua mente. Desde que ele tinha
visto aquela contusão tudo o que ele conseguia pensar era no seu pai. Fazia
anos desde que ele tinha dado a aquele idiota qualquer pensamento, mas
agora ele não conseguia não pensar em seus anos mais jovens.
Alguém estava macucando Randy, e Blair sabia que não poderia
apenas sentar e não fazer nada. Talvez ele pudesse encontrar Taylor e ter uma
conversa com ele. Ao longo dos anos, Taylor tinha ajudado mais pessoas do
que Blair poderia contar.
Taylor definitivamente encontrou o seu lugar. Blair tinha a loja de
flores apenas para sair da rotina. Mas ele teve que admitir a si mesmo, que ele
gostava de trabalhar lá. Maverick o tinha colocado no cargo, mas disse que
tinha outros planos para ele, tanto quanto a posse. Isso foi bom para ele. Blair
estava contente em trabalhar lá. ― Quer ir para uma partida de basquetebol?
Blair viu o seu irmão vindo pelo corredor, com uma bola de basquete
debaixo do braço. Ele soube naquele momento que Taylor podia esperar.
Passar um tempo com Oliver era o que ele precisava no momento para limpar
esse sentimento feio que se lembrar do seu pai sempre trazia.
Ele e Oliver não só compartilhavam um vínculo comum como família,
mas os dois tinham sofrido o mesmo pesadelo nas mãos do seu pai. Se alguém
entendia Blair quando ele se sentia oprimido, era Oliver.
― Claro ― ele disse enquanto pegava as chaves do SUV de Kota e
levou ele e o seu irmão ao centro de recreação.
― Você está muito quieto ― disse Oliver quando ele se sentou no
carro, colocou a bola a seus pés. ― Então, o que esta acontecendo com você?
Os dois normalmente não se envolviam em conversas sobre
sentimentos ou qualquer coisa dessa natureza, mas eles conheciam o humor
um do outro e sabiam quando deixar as coisas sozinhas.
Lançando o seu cabelo fora do seu ombro, Blair se concentrou na
estrada, enquanto refletia sobre Randy. ― Eu trabalho com um cara que está
sendo abusado.
Oliver ficou em silêncio por um momento muito longo. Blair sabia que
o homem estava numa profunda reflexão, lembrando as coisas que ambos
preferiam esquecer.
Mesmo com o aconselhamento que ambos fizeram pelo que tinham
sofrido, Blair e o seu irmão preferiam esquecer. Seu pai tinha sido um monstro
e a sua vida em casa era sombria e escura. Se Blair nunca se lembrasse do
seu passado antes de vir para a Vila Brac melhor.
― Você sabe quem está machucando ele? ― Oliver perguntou
enquanto olhava para fora da sua janela. Blair conhecia esse olhar distante.
Seu irmão mais novo mergulhou de volta no seu passado também. Como essas
palavras ele lembrou como a vida de Blair tinha sido, ele iria suportá-las
novamente apenas para tirar as memórias torturadas de Oliver.
Não tanto em palavras, mas em ação, Blair fez com que Oliver
soubesse que ele estava muito orgulhoso do homem que o seu irmão caçula
havia se transformado. Ele queria chegar e confortar Oliver, mas Blair sabia
que Oliver bateria a sua ternura para baixo e brincaria dizendo já ser um
homem e não precisava ser mimado. Ele balançou a cabeça. ― Não, e ele não
está dizendo.
Seu irmão puxou o piercing que ele tinha em seu lábio inferior, o
braço esquerdo pendurado sobre a cintura. ― Fale com Taylor. Deixe-o saber o
que está acontecendo com o seu amigo. ― Oliver olhou para Blair, e ele pode
ver a mistura de tristeza e determinação gravadas em seus olhos. ― Se ele
precisar de ajuda de outra natureza, me avise. ― Deus, Blair adorava o inferno
fora de Oliver. O homem tinha uma coluna de aço.
Mesmo que as memórias estavam provavelmente rasgando o homem
por dentro, ele ainda estava pensando em outra pessoa. ― Eu já disse a ele
que, quando já fosse o bastante, gostaríamos de entrar em cena.
Blair deu um aceno solene, Oliver sentou-se quando alcançaram o
centro de Recreação. Seu irmão driblou a bola na calçada do estacionamento
e, em seguida, atirou-a para Blair. Blair pegou a bola, seu coração se sentindo
mais leve, quando Oliver sorriu. O cara sempre seria seu irmão mais novo, e
Blair nunca deixaria de amá-lo, pelo o homem que ele havia se transformado.
― Pronto para ter o seu traseiro chutado? ― Oliver perguntou
subindo os degraus em direção ao centro de Recreação.
― Em que planeta você vive? ― Blair brincou. ― Não comece
falando merda, porque eu estou prestes a correr em círculos ao redor de você.
― As correntes das calças de Oliver balançaram, quando ele decolou em
direção ao ginásio. Blair sacudiu a cabeça e sorriu enquanto seguia atrás do
seu irmão.
Capítulo Três
― Gostaria de sair comigo? ― Priest viu a cabeça com os cabelos
castanho-escuros desgrenhados de Randy girar tão rápido que ele ficou
surpreso pelo homem não ter uma lesão. O cara só ficou lá, os lábios
entreabertos, um olhar vazio no seu rosto.
Priest acenou com a mão na frente do rosto de Randy, enquanto
olhava nos olhos cor de chocolate. ― Olá?
O cara olhou atrás de si e então de volta para Priest. ― Você está
falando comigo? ― Ele apontou para o peito magro.
Priest queria rir. Randy parecia confuso como o inferno. Mesmo que
ele só estivesse levando Randy ao cinema apenas para afastá-lo do seu
agressor, ele estava apenas antecipando o dia em que iria sair com o carinha
bonito.
Priest inclinou a cabeça em direção ao balcão. ― Não, eu estou
falando para as rosas que você está podando.
Randy olhou para as flores na mão, como se ele realmente
acreditasse que Priest estava falando para as malditas coisas. Ele podia ver
que agora teria que ser muito específico quando falasse com o cara. Era como
falar com Keata. ― Sim, eu estou falando com você, Randy.
Levando Randy ao cinema era inofensivo. O cara não deve ter se
importado muito sobre o convite. Eram apenas dois amigos indo ver um filme.
Havia um filme de terror que despertou o interesse de Priest.
― Quando? ― Randy perguntou, colocando os podadores no balcão.
Ele estava olhando para Priest como se ele estivesse esperando o
final da piada. Não haveria um. Priest realmente queria levá-lo para sair.
Priest olhou em volta e viu como o negócio estava lento. Isso deve
ajudar Randy a sair do trabalho no horário. ― Que tal, esta tarde, quando você
sair do trabalho?
― Inferno, ele pode ir agora, ― disse Blair enquanto andava de
costas, telefone celular colado à orelha. ― O negócio está lento hoje de
qualquer maneira.
― Ótimo, ― disse ele, sorrindo para Randy. Priest não tinha certeza
do por que, de repente, estava de bom humor. Tinha muito tempo desde que
ele tinha ido ao cinema, e mais tempo ainda que ele teve alguém para
desfrutar dos filmes com ele.
Ele quase se sentiu um pouco tonto.
― Ok. ― Randy guardou os instrumentos que ele estava trabalhando
e saiu de trás do balcão. ― Deixe-me ir pegar a minha mochila.
Assim que Randy saiu do lugar, Blair se virou para ele. ― Eu sei o
que você está fazendo.
Priest imediatamente entrou no modo de defesa. ― São apenas dois
caras saindo.
― Não é isso. ― Blair acenou com a mão para Priest. ― Você irá
tentar descobrir quem o está machucando, não é?
Priest deu um aceno lento, sem saber se ele devia estar dizendo a
Blair o seu plano. Ele realmente não conhecia o cara. Se Blair dissesse sobre
suas intenções para Randy, Randy poderia se afastar de Priest antes que ele
descobrisse o que estava acontecendo na vida de Randy.
Blair olhou por cima do ombro e, em seguida, virou-se para Priest. ―
Bem. Eu estou determinado a descobrir. Eu me sinto melhor sabendo que
alguém está cuidando dele. Se precisar de ajuda, ligue para mim.
Priest não esperava que Blair concordasse com o seu plano. Ele deu
um aceno sutil com a cabeça, assim que Randy retornou.
― Estou pronto.
― Não faça nada que eu não faria, ― disse Blair, enquanto
caminhavam em direção à porta. ― Não, espere, eu faria tudo. Deixa para lá.
Priest sacudiu a cabeça para Blair quando ele saiu pela porta e
desceu a rua com Randy. À medida que caminhavam para o cinema, Priest
tentava o seu melhor para chegar a algum tipo de conversa. Ele nunca foi bom
em conversa fiada. Por uma questão de fato, ele era péssimo em qualquer tipo
de conversa.
Quando ele tinha vindo com o seu oh-tão-brilhante plano de sair com
Randy, Priest não tinha pensado antes na conversa que teriam.
Ele sabia que tinha que conversar com o cara para que eles
pudessem se tornar amigos e Priest poderia descobrir quem estava
machucando Randy. Ele estava tendo um tempo difícil para começar o papo
que quebraria o gelo inicial.
― Então, de onde você é Randy? ― Esse era um assunto seguro
para conversar. Quem não gosta de falar sobre a sua cidade natal?
― Amarillo.
― Texas?
Randy assentiu enquanto ele afastou o cabelo castanho-escuro dos
seus olhos.
Ok, isso foi uma conversa de curta duração. Ele tentou de novo,
falando sobre um assunto que a maioria dos rapazes gostava. ― Você gosta de
esportes?
― Odeio.
Isso estava indo tão bem.
Talvez ele devesse mudar de tática e deixar Randy chegar a um tema
que ele queria falar. ― O que você gosta?
Randy deu um sorriso simples, mas, por algum motivo, as entranhas
de Priest se retorceram. Seu objetivo era fazer amizade com Randy, a fim de
descobrir quem era o seu agressor, não ter interesse na forma como o homem
continuou afastando o seu lindo cabelo ou a forma que ele continuou dando a
Priest sorrisos fáceis. Quanto mais tempo ele olhou para Randy, mais Priest
percebia o quão bonito era o homem.
― Eu gosto de onde eu trabalho.
Priest não sabia nada sobre flores exceto sobre as ervas daninhas em
seu quintal. Ele estava ficando sem assunto. Priest queria falar sobre algo
apenas para que ele não continuasse a ficar fascinado com o jeito que Randy
parecia, cheirava, falava ou andava.
Ele precisava de uma distração.
― De onde você é? ― Randy perguntou, retomando a conversa de
onde Priest parou.
― Como você sabe que eu não sou daqui?
― Você é? ― Perguntou Randy. Ele poderia dizer que o cara sabia
que ele não era.
Ele não tinha certeza de como Randy sabia, mas isso não importava.
Esta noite era sobre Randy e tentando se aproximar para que ele pudesse
descobrir quem estava o machucando. E admitindo, Priest já estava tendo um
bom tempo.
― Não, eu sou de Massachusetts.
― Sério? ― Isso pareceu despertar Randy. Ele começou a fazer mil
perguntas diferentes sobre como era viver lá. Priest estava feliz que ele tinha
um tema de conversa que era familiarizado. No momento em que chegaram ao
cinema, Randy parecia um pouco corado de falar sem parar.
Priest não tinha se importado em tudo.
Ele estava achando que ele gostava de Randy como pessoa. O cara
era engraçado, espirituoso, e tímido como o inferno. É refrescante,
considerando os tipos com quem ele normalmente fazia amizade. Priest
sempre saia com homens como ele, grande, musculoso e áspero.
Ter um amigo como Randy era agradável. Priest não sentia que ele
tinha que provar a si mesmo, e ele também se sentiu grande e alto, com a
necessidade de proteger o homem menor. Sentia-se necessário, que era algo
que ele não tinha sentido em um tempo muito longo.
Desde o seu divórcio há cinco anos, e mesmo antes disso, Priest
perguntou qual era o seu propósito na vida. Ele tinha ouvido falar de pessoas
que gostavam de se sentir necessários, e era verdade. Talvez ter Randy como
um amigo não seria uma coisa ruim.
Assim que ele descobrisse quem estava machucando Randy, talvez
eles ainda pudessem sair, serem amigos próximos.
Se ele pudesse fazer Randy perder o seu medo. O cara ainda estava
olhando para Priest com grandes olhos de corça, embora não o incomodava
tanto. Ele tinha começado a ver que era apenas a personalidade de Randy. Ele
o fez lembrar-se de Keata. Doce e inocente.
Antes ele não sabia que gostava desse tipo, não que ele gostasse de
Keata desse modo, mas fez maravilhas para o seu ego. Priest não tinha que
aturar alguém pretencioso, e ele gostava disso.
Priest decidiu que estava apenas fazendo um novo amigo quando
olhava para Randy com interesse. Ele estava apenas começando a conhecer o
homem, isso era tudo.
― O que vamos assistir? ― Randy perguntou quando eles entraram
no saguão do cinema, o cheiro de pipoca com manteiga quente atingiu Priest
instantaneamente.
Priest apontou para o cartaz quando eles se aproximaram da
bilheteria.
― Um filme de terror? ― Randy perguntou enquanto olhava o filme
que Priest apontou. ― Você me trouxe aqui para assistir a um filme de terror?
Priest franziu as sobrancelhas quando percebeu que Randy parecia
um pouco pálido. Ele não tinha pensado sobre o fato de que o homem poderia
não gostar de filmes de terror. Que cara não gosta de assistir filmes de terror?
― Sim, ― disse ele lentamente, à espera de Randy para dizer que ele não
queria que ele não poderia ficar sentado durante a uma hora e 45 minutos do
filme.
― Ok, ― Randy disse finalmente depois que os seus olhos
encararam o título mais algumas vezes. ― Mas só para você saber, não é algo
que eu normalmente assisto.
Priest parecia que não iria acertar uma com Randy hoje.
Pegaram seus lanches e bebidas e, em seguida, dirigiram-se para a
sala, encontrar alguns assentos vazios. Priest estava contente de ver que
Randy gostava de sentar no fundo da sala, ele gostava de sentar na parte de
trás também. Ele odiava sentir alguém sentado atrás dele.
Era o seu complexo pessoal.
Priest colocou sua bebida no pequeno suporte fornecido no braço da
cadeira. Ele queria colocar o seu braço sobre o encosto da cadeira. Priest só
não queria que as coisas se tornassem um pouco estranhas. Mas ele era
grande demais para sentar-se ali com os braços juntos ao seu corpo.
Ele tinha uma escolha a fazer. Ele não queria dar uma má impressão
para Randy, mas... então, foda-se. Priest levantou o braço e descansou na
cadeira de Randy quando ele cruzou os tornozelos e se acomodou para assistir
os trailers.
Randy mordia o interior da bochecha quando ele se sentou lá. Ele não
tinha certeza do que fazer. Priest estavam tentando se aconchegar com ele?
Ele deveria inclinar-se para o grandalhão? Ele ainda estava se recuperando do
cara pedindo-lhe para sair em um encontro. Randy pensou que ia ter de
praticamente dobrar o braço do homem apenas para levá-lo para a loja.
Ele não sabia ao certo que milagre estava acontecendo, mas ele
queria aproveitar isso. Seu lobo estava sentado, lamentando-se, querendo se
aconchegar perto do seu companheiro. Infelizmente Randy não era muito bom
em ler sinais sutis. E se o homem estava apenas descansando o braço, nada
mais?
Ele não estava tentando levar um soco. Ele tinha tido o suficiente.
Em vez de se preocupar com as intenções de Priest, Randy relaxou
em sua cadeira e assistiu os trailers. Tinha sido uma eternidade desde que ele
tinha ido ao cinema. Ele se perguntou se Priest gostaria de esticar o encontro.
Ele desejava isso.
As luzes diminuíram ainda mais, e Randy questionou se ele estava
realmente indo sentar-se para assistir isso. Havia uma razão para que Randy
não assistisse a esse tipo de filme.
Ele era um grande covarde. Randy ainda estava tentando descobrir
por que ele concordou, oh, deus, o filme tinha começado assustador! Havia
esse homem, sim, esse seria definitivamente sanguinolento.
Chegando um pouco mais perto de Priest, Randy tentou o seu melhor
para não gritar.
Por que não poderiam ter visto um filme de ação onde as coisas
explodiam ou uma comédia? Ele teria até mesmo assistido uma história de
amor, embora ele duvidasse que Priest escolhesse um desse tipo.
O cara parecia muito viril para esse tipo de filme.
Maldição, mas de terror?
Randy saltou, cobrindo o rosto quando a entidade do mal apareceu
na frente da mulher que ele sabia que ia morrer e, de uma forma sangrenta e
medonha. Que era a maneira que sempre acontecia em filmes de terror.
Pena que ele não poderia cobrir seus ouvidos também.
― O que está acontecendo? ― Priest sussurrou perto do ouvido de
Randy.
Quando Randy abriu os dedos e olhou para cima, ele podia ver um
sorriso maroto no rosto do homem. Não era engraçado. Randy estava se
cagando de medo. Ele ia ter pesadelos esta noite sobre este filme e o
fantasma. Ele definitivamente iria dormindo com as luzes acesas... e talvez até
mesmo com uma lanterna de reserva.
Quando a próxima cena assustadora aconteceu, sem pensar, Randy
escondeu o rosto na lateral de Priest. Deus, ele não queria assistir isso, mas
ele não queria arruinar o seu encontro também. Se Priest gostava de filmes de
terror, Randy iria se acostumar a eles... assim esperava. Agora mesmo ele não
tinha tanta certeza.
O que o chocou mais do que as cenas era o fato de que Priest não o
tinha empurrado.
Além dos seus dedos levemente se encostarem ontem, quando Priest
havia lhe entregou a sacola com os seus almoços, Randy não tinha tocado o
homem. Mas ele estava tocando agora. Bem, o rosto e os braços estavam.
Não da maneira que ele queria, mas perto o suficiente.
Randy deve ter morrido e ido para o céu, porque sentir todos os
músculos trabalhados sob os seus braços o fez se sentir fantástico! Ele queria
esquecer o filme, se sentar nas pernas do cara e lamber cada músculo
delicioso que pudesse encontrar.
E havia muito para encontrar. Priest parecia um deus bronzeado
sentado lá assistindo o filme. O homem não sabe o quão tentador ele era?
Sendo tão sutil quanto pôde, Randy respirou profundamente,
inalando o perfume masculino de Priest. O cara não estava usando nenhuma
colônia. O que Randy cheirou era natural. Em sua opinião, era o melhor cheiro
do mundo.
Ele provavelmente poderia gozar apenas por esse cheiro. Seu pênis
estava ficando duro por causa do aroma.
― Olha essa cena, ― Priest sussurrou quando ele bateu no ombro do
Randy. ― Você vai perder.
Randy queria perder. Apenas a partir dos gritos horripilantes que ele
podia ouvir o filme só estava ficando mais assustador. Ele não precisa de mais
nada para visitá-lo em seus sonhos esta noite.
Cedendo, ele virou a cabeça e imediatamente se arrependeu. Até
mesmo Priest se assustou com a cena. Randy quase urinou em suas calças. Ele
se aproximou mais do lado do seu encontro, desejando como o inferno que o
filme já tivesse acabado.
Quando ele olhou para baixo e viu Priest meio duro, Randy realmente
não sabia o que pensar. Ele estava eufórico, imaginando o que significava.
Seria uma vergonha se o homem tivesse ficado com tesão pela emoção do
filme e não pela proximidade de Randy.
Bem, só havia uma maneira de descobrir. Mas ele era corajoso o
suficiente para testar? O destino não iria ter dado a ele um homem hétero.
Pelo menos Randy orou para que o destino não tivesse esse senso de humor
torcido. Sua sorte na vida não tinha sido estelar até o momento.
Virando a cabeça para ver o filme, Randy deixou o braço deslizar para
baixo na cintura de Priest de uma forma muito sutil. Quando o homem não
disse nada, ele deslizou um pouco mais. Santo Deus. Se o cara era grande
desse jeito estando só meio duro... Randy engoliu em seco e, em seguida,
apertou a virilha do homem a com sua mão.
O pau de Priest começou a engrossar ainda mais.
Randy se sentiu drogado pelo cheiro limpo e viril de Priest, e ele era
impotente para parar a sua mão de pressionar mais a agora totalmente dura
ereção de Priest. Ele queria olhar para cima, para ver se o seu companheiro
estava olhando para ele ou para a tela, mas Randy estava com muito medo de
que o pequeno feitiço que o cercava se quebraria se ele olhasse.
Seu coração começou a bater mais rápido e a sua boca ficou seca,
mas Randy continuou massageando o pau duro de Priest com os dedos. Ele
podia ouvir o ritmo desigual da respiração do homem e sabia que Priest era
afetado pelo toque de Randy, mas ele não tinha certeza se o seu companheiro
o deixaria ir até o fim. Eles não podiam fazer muita coisa, uma vez que
estavam em um lugar público, mas estava escuro e usando a mão ou a boca
poderia passar despercebido.
Tirando sua mão do pênis inchado de Priest, Randy desabotoou a
calça de brim do homem. Ele estava apavorado de que Priest iria impedi-lo, e
ficou animado quando o homem não fez. Ele abaixou o zíper, esperando que o
som não fosse amplificado pela sala quase vazia. Isso seria tudo que ele
precisava as pessoas virar a cabeça e olhar em sua direção.
Deus, ele realmente iria fazer isso? Em público? Ele fez uma oração
para Priest não detê-lo e que ninguém lhes desse atenção. Ele estava feliz
como o inferno por que se sentaram na parte de trás.
Randy chegou à cueca de Priest, massageando com os dedos a
cabeça bulbosa do pênis do seu companheiro, espalhando o pré-sêmen ao
mesmo tempo. O polegar pressionando a pequena fenda no topo da cabeça e
ele ouviu um gemido baixo vindo de Priest.
A excitação do seu companheiro, juntamente com o líquido claro que
escorria do seu pênis, encheram os pulmões de Randy, enchendo a sua boca
de água por apenas um gosto.
Se Priest não fosse seu companheiro, não havia nenhuma maneira no
inferno de que Randy estaria fazendo isso no primeiro encontro.
Mas Priest era seu companheiro e caramba, se o cara não tinha um
cheiro delicioso. Randy teve que lutar contra o alongamento dos seus caninos.
Seu lobo quis uivar pela sua pequena vitória. Seu lobo quis rolar no cheiro de
Priest e marcar o homem como seu.
Abaixando a cabeça antes que perdesse a coragem, Randy passou os
lábios ao redor da cabeça do pau do seu companheiro. Ele ouviu uma rápida
respiração e, em seguida, Priest se arrepiou. Randy começou a chupar, sua
língua traçando as veias, as bochechas escavando enquanto ele engolia ainda
mais a grossa ereção de Priest.
Foda-se, o homem era enorme. Randy seriamente duvidou que ele
pudesse engolir tudo. Por uma questão de fato, ele sabia que não conseguiria.
Mas ele iria trabalhar com o que ele já tinha na sua boca.
Os dedos de Priest deslizaram pelo cabelo comprido de Randy,
massageando o couro cabeludo enquanto Randy chupou e lambeu, lambendo o
pré-sêmen e engolindo-o. Usando a sua língua, Randy lavou a depressão sob a
coroa inchada e, em seguida, a língua fodeu a pequena fenda, lambendo o
gosto salgado do desejo de Priest.
Outro gemido retumbou através de Priest.
Os quadris do seu companheiro se ergueram, dirigindo o seu pênis
profundamente dentro da boca de Randy, fazendo o corpo de Randy gritar de
prazer, com uma sobrecarga de sensações que fizeram Randy gemer em torno
do pau duro. Ele também estava lutando contra o reflexo de vomito. Ele só
tinha metade do pênis de Priest na boca, mas porra, isso era mais do que
suficiente.
O corpo do Priest estava tão duro, tão quente contra Randy que
quase o queimou. Ele desejou que estivessem em um lugar privado que ele
pudesse rasgar a roupa do seu companheiro e explorar cada centímetro do seu
corpo musculoso e bem construído.
Os dedos do seu companheiro apertaram o cabelo de Randy, seus
quadris bombeando mais rápido. A quantidade de pré-sêmen que vazava tinha
aumentado e Randy sabia que o homem estava perto. Os gemidos de Priest
foram se tornando mais frequentes, seu corpo estava tremendo.
Randy empurrou sua cabeça para baixo, engolindo o pênis de Priest,
tanto quanto ele podia. Assim quando uma mulher na tela gritou Priest
também gritou. Seu quente sêmen jorrou na garganta de Randy.
Quando Priest caiu para trás em sua cadeira, infelizmente, Randy
recuou. Ele deixou o pau amolecido deslizar da sua boca e, em seguida,
endireitou-se, como se nada tivesse acontecido. Randy queria abraçar, mas ele
não tinha certeza se deveria. Ele tinha acabado de dar um boquete em um
cinema, mas isso não queria dizer nada, Priest colocou a sua mão grande e
robusta na parte de trás do pescoço de Randy e o puxou para perto.
― Isso foi maravilhoso, ― ele sussurrou no ouvido de Randy.
Randy estava sorrindo como um mergulhão, um feliz Priest estava
dando sua aprovação.
Priest fechou sua calça e Randy passou o resto do filme aconchegado
no peito de Priest, escondendo o seu rosto e apreciando o seu perfume
maravilhoso.
Priest caminhou com Randy até em casa. Ele não sabia o que dizer
depois do alucinante sexo oral que acabara de receber. Ele tinha fugido da
paquera de Randy, inseguro sobre o pequeno homem, mas depois do que tinha
acontecido, Priest estava começando a desejar estar perto do cara.
Não foi apenas o boquete, apesar de que tinha sido fantástico e bem-
vindo. Mas ele realmente gostava de Randy. Ele gostava de sentir o homem
aconchegado a ele. Gostou de proteger Randy quando o filme assustou o
rapaz. Priest iria sugerir que fossem embora quando viu quão aterrorizado
Randy estava pelo filme, mas, em seguida Randy começou a tocá-lo e Priest
perdeu todo o pensamento razoável.
A única coisa que ele não tinha certeza era sobre como retribuir o que
Randy lhe dera. Priest nunca tinha chupado um pênis na sua vida. Ele não
tinha certeza de como abordar o assunto. Ele queria retribuir, mas se ele ia
colocar um pau na boca pela primeira vez, com certeza não ia ser em um lugar
público.
Mesmo quando ele experimentou na faculdade, Priest nunca tinha
chupado um pau. Ele tinha fodido o cara, o cara tinha chupado o seu pau, mas
isso foi o tão longe que ele tinha ido. Priest estava começando a imaginar
muito mais com Randy. Ele não tinha certeza do por que.
― Eu tive um bom tempo, ― Randy disse, enquanto caminhava ao
lado do Priest, seu rosto ainda vermelho. ― Obrigado por me convidar para
sair.
Ele deveria agradecer a Randy por chupar o pau dele? ― Eu me
diverti também. ― Ele não podia fazer isso. Ele não podia dizer obrigado por
me chupar. Soou malditamente grosseiro em sua cabeça. Em voz alta,
provavelmente pareceria dez vezes pior.
― Se-será que vamos sair de novo? ― Randy colocou ajeitando a
alça da sua mochila no seu ombro. Ao fazer isso, sua contusão era um pouco
mais visível. Priest podia sentir a raiva subindo para a superfície, mas ele
empurrou-a para baixo. Os dois tiveram uma maravilhosa noite, e Priest não
queria estragar isso.
Mesmo que o seu objetivo fosse descobrir quem estava machucando
Randy, Priest estava gostando do bom humor e da leveza dele agora. Além
disso, ele duvidava que Randy fosse confessar tudo depois de um único
encontro.
― Sim. ― Embora ele ainda quisesse descobrir quem estava
machucando Randy. Ele também queria passar mais tempo com o cara. ―
Onde você quer ir na próxima vez?
― Você gosta de piquenique? ― Randy perguntou enquanto ele
olhava para Priest através da sua franja.
― Eu não sei. Nunca estive em um, ― Priest admitiu honestamente.
― Nem eu, ― Randy disse quando finalmente inclinou a cabeça para
trás e afastou o cabelo dos olhos, olhando diretamente para Priest. Ele podia
ver a timidez nos olhos castanhos do homem, mas podia ver uma excitação
também. ― Eu acho que nós podemos ter o nosso primeiro piquenique um
com o outro.
― Então eu vou trazer a comida. Que tal amanhã, no mirante?
Deuses, Priest se sentiu como um Adolescente excitado. Ele estava
realmente sentindo a antecipação dentro dele para passar mais tempo com
Randy. Não era algo que ele esperava que acontecesse, mas Priest não tinha
certeza de que queria lutar contra este sentimento. Ele gostou da maneira que
Randy o fazia se sentir. Foi a muito tempo, se é que alguma vez, Priest se
sentiu tão jovem, tão entusiasmado.
E então ele pensou sobre o piquenique. Os itens que ele queria levar
já estavam começando a se formar na sua cabeça, talvez alimentos que
poderiam ser comidos com as mãos, para que pudessem alimentar um ao
outro. A excitação corria por ele como nada que ele já havia sentido antes, e
Priest não podia negar que gostava de se sentir assim.
― O que você quer que eu leve? ― Perguntou Randy.
Priest não era bobo. Ele sabia que por um maldito fato Randy vivia
em um orçamento apertado. Ele poderia dizer pela forma como o homem se
vestia e a mochila surrada que ele carregava. Isso não incomodou Priest. Ele
nunca julgou ninguém pelos seus bens materiais. Ele julgava as pessoas por
suas ações e o seu caráter. ― Você mesmo.
Randy baixou a cabeça. ― Eu posso fazer isso. ― Seu rubor se
aprofundou. ― Eu posso levar algumas flores também, se você quiser.
Priest deu uma risada baixa. Ninguém jamais lhe deu flores.
― Então é um encontro. ― Priest parou na entrada do prédio,
perguntando se ele deveria beijar Randy quando um cara bastante grande saiu
do edifício. Ele tinha quase a mesma altura que Priest, mas era um pouco
menos musculoso do que ele era.
― Tio Fred, ― Randy disse rapidamente quando ele se afastou de
Priest.
Fred virou-se e deu a Priest um sorriso acolhedor e simpático, e
estendeu a mão. ― Oi, eu sou o tio de Randy. Você é?
Priest apertou a mão do homem, se sentindo nervoso pra caramba.
Ele não esperava ser apresentado a família tão rapidamente. ― Priest Mosley.
O tio de Randy ficou lá encarando Priest. ― Você me parece familiar,
― Fred disse finalmente. ― Onde eu já o vi antes?
― No Pit ― respondeu Priest. Ele não tinha reconhecido Fred, então
dar o nome do negócio de Priest era uma escolha óbvia.
― Oh, sim, agora me lembro. Será que vocês tiveram um bom
tempo? ― Fred parecia ser um cara muito legal. Priest tinha visto como a
família de Jason deserdou-o por ser gay. Fred nem sequer piscou um olho que
um cara tinha levado o seu sobrinho para casa.
― Só assistimos a um filme. ― Priest respondeu honestamente. É
claro que ele ia deixar de fora a parte sobre o sexo oral.
― O novo filme de terror? ― Fred perguntou com interesse divertido.
Priest concordou.
― Estou chocado que Randy concordou em ver. Ele tende a fugir
desse tipo de filme. Como foi?
Priest ficou ali pelos próximos 20 minutos conversando bobagens com
o tio de Randy. Até o momento em que ele se despediu de Randy, Priest tinha
um sorriso enorme no rosto. Talvez namorar o cara não seria tão ruim.
E, tanto quanto a sua busca para descobrir quem estava machucando
Randy, Priest sabia que ele poderia tirar Fred dessa lista. O cara era muito
bom para machucar o seu sobrinho.
Capítulo Quatro
― Você está falando sério? ― Fred gritou quando ele envolveu sua
mão ao redor da garganta de Randy e o empurrou na parede. Os lábios do
homem estavam contraídos, e os seus olhos tinham um brilho selvagem sem
foco neles. ― Indo para um encontro com um cara? Eu sabia que trabalhar na
floricultura iria transformá-lo em uma porra de um marica! ― Sua mão apertou
com mais força e, em seguida, de repente, Fred se soltou.
― Pelo menos eu tenho um emprego! ― Randy gritou, recusando-se
a deixar o seu tio repreendê-lo. Ele também tinha um desejo de esfregar o
pescoço dolorido, mas ele não daria a Fred esse prazer. ― Você está apenas se
sentando na sua bunda preguiçosa...
Randy voou pela sala de estar quando o seu tio lhe deu um soco no
queixo. Ele se chocou contra a parede, vendo estrelas. Ele estava com medo
de que Fred tinha obtido alguns dentes soltos.
― Te cresceu algumas bolas com você andando com aquele grande
bicha maricas? ― Fred gritou enquanto ele avançava em Randy. ― Então
vamos ver o quão grande as suas bolas realmente são. ― Ele pegou Randy
pela frente da camisa e jogou-o na estante.
Randy sentiu algo nas suas costas quebrar.
― Você nunca questione a minha masculinidade ― disse Fred
quando ele puxou a perna para trás e a deixou balançar, chutando Randy nas
costelas.
Algo se rompeu.
― Só porque eu não consigo encontrar trabalho não quer dizer que
eu não sou um homem. ― Fred chutou novamente. Desta vez, a maldita dor
deixou Randy perto de desmaiar.
Ele rolou, sentindo-se como se fosse vomitar.
A única coisa que ele orou por agora era que Fred parasse.
Randy sabia que não podia ser melhor que o seu tio. O homem era
três vezes o tamanho de Randy. Ele fez a única coisa que podia para proteger
a si mesmo, que era ficar quieto e esperar Fred terminar com ele. Tanto
quanto ele queria se transformar, Randy sabia melhor. Quando Fred estava
com uma raiva assim, se transformar apenas provocaria o homem. Ele veria a
mudança de Randy como um desafio, mesmo que Randy só estivesse mudando
para se curar.
Ele já estava sofrendo além da crença. Não havia nenhuma maneira
de Randy tornar a situação dez vezes pior. Ele não queria que as coisas se
transformassem em uma total pancadaria.
Fred apontou um dedo para Randy, com o rosto manchado de raiva.
― Se eu te ver com Priest novamente, eu vou matar você. ― Seu tio foi
embora, indo para a cozinha.
Randy não tinha certeza do que estava fazendo, mas ele sabia que
tinha que ir embora. Empurrando-se em uma postura em pé, ele foi direto
para a porta, ignorando a dor no seu corpo enquanto corria escada abaixo e ia
para fora. Ele precisava encontrar um lugar seguro para que ele pudesse
mudar e curar.
Ele cambaleou uma quadra, sua visão indo e vindo, enquanto seu
corpo parecia que estava tentando desligar sozinho. Randy conteve as
lágrimas de agonia, recusando-se a chorar e dar a vitória ao seu tio. A única
coisa pior do que mudar na frente do seu tio era derramar lágrimas. Fred
odiava quando Randy chorava e o fazia pagar por isso cada vez que ele não
conseguia parar as lágrimas de cair.
Então, ele tinha aprendido a sofrer em silêncio.
Quando ele finalmente olhou para cima, viu-se de volta no cinema.
Este não era um bom lugar para se transformar, mas a mente de
Randy estava se tornando confusa. Ele precisava se deitar. Quando ele chegou
à porta, a cabeça de Randy nadou e ele cambaleou para trás, caindo no chão.
Seu corpo explodiu em dor e Randy não podia deixar de uivar.
― Oh, Deus ― um homem disse quando ele saiu do cinema e, em
seguida, correu para Randy. A próxima coisa que Randy sabia era que o cara
estava gritando para que alguém chamasse uma ambulância.
Tanta coisa para mudar e curar. Havia uma pequena multidão
reunida em torno do estranho que estava ajoelhado ao lado dele. Agora que os
residentes humanos tinham visto ele, ele ia ter que ficar em sua forma
humana e sofrer com a dor.
Não foi fácil. Tudo o que Randy queria era se transformar. Ele teve
que lutar contra a mudança com unhas e dentes. Não havia nenhuma maneira
de que ele poderia permitir que o seu lobo saísse quando tantos seres
humanos estavam ao redor.
― Vai dar tudo certo ― o homem estava dizendo quando Randy
ouviu o som de uma ambulância se aproximando ao fundo, seu som
lamentando pela cidade e chamando a atenção tão indesejada para a sua
situação.
― Não, fique deitado, ― o homem disse quando ele empurrou o
ombro de Randy quando ele tentou se levantar e ir embora. ― Você não sabe
o que está ferido.
Tudo.
Randy estava envergonhado e agradecido quando a ambulância
parou e os paramédicos começaram a examinar ele. Ele só queria que a dor
fosse embora... e as pessoas. Isto não era como ele pretendia conhecer os
moradores.
Os paramédicos gentilmente levantaram Randy na maca e o
carregaram na parte de trás da ambulância. Ele estava grato como o inferno
quando eles finalmente fecharam as portas. Isso o impediu de ver todos os
curiosos sussurrando uns com os outros.
O tempo de viagem não foi longo, e, em seguida, Randy se encontrou
no hospital e sendo radiografado.
― Olá! ― Um médico entrou e fechou a porta atrás de Randy que foi
colocado em um quarto de hospital. ― Eu sou o Dr. Grainne.
Randy deu um vacilante sorriso, desejando que ele estivesse em
qualquer lugar, mas não ali, e em seguida, as perguntas começaram.
O médico olhou por cima do gráfico e perguntou ― Você se lembra do
que aconteceu?
Sim, meu tio bateu no seu traseiro. ― Eu... ― Randy queria
finalmente dizer a alguém o que estava acontecendo, dar voz aos seus
segredos. Eles estavam comendo-o vivo e Randy só queria que o seu tio fosse
embora, que o deixasse sozinho para o resto da vida. Ninguém deveria ter que
viver do jeito que ele vivia. Mas antes que ele pudesse dizer uma palavra, seu
tio entrou na sala, à indignação estragando o seu rosto.
Deixe a ação começar.
― Bom Deus ― seu tio exclamou com falsa preocupação. ― Uma
testemunha me disse que você foi assaltado, mas eu não tinha ideia de que
era tão ruim.
E assim a história foi colocada para fora para o médico, Randy apenas
balançando a cabeça e sentindo-se como se estivesse definhando no interior,
quando o seu tio fabricou um conto em que o medico acreditou. E nesse
momento, Randy sabia que ele temia Fred mais do que ele queria que a
verdade fosse conhecida.
Ter um homem três vezes maior do que ele dizendo que ele iria
terminar o trabalho, se Randy alguma vez falasse uma palavra do que estava
acontecendo, bem, Randy nunca disse uma palavra.
E o abuso continuou.
Por mais que ele quisesse confiar no médico, Randy sabia que as
suas mãos estavam atadas. Fred iria fazê-lo pagar por contar, e o seu maior
medo era que, se Fred ficasse furioso o suficiente sobre alguém saber o que
estava fazendo, o homem mataria Randy.
― Descanse um pouco enquanto eu vou olhar para os seus raios-X
― o médico disse quando ele bateu na perna de Randy.
Ele queria pedir que o homem levasse Fred com ele. Randy não
queria ser deixado sozinho com o seu tio. Ele era o último homem que Randy
queria ver.
Quando a porta se fechou, seu tio virou para ele. O monitor de
frequência cardíaca começou a apitar furiosamente, dizendo o quanto ele
estava com medo deste homem. ― É melhor não dizer nada. ― E então seu tio
saiu da sala, com um olhar preocupado no seu rosto, como se ele estivesse
realmente preocupado com Randy.
A enfermeira colocou a cabeça dentro do quarto. ― Está tudo bem?
Randy apenas acenou com a cabeça. Isso era tudo o que ele pode
fazer. Apenas acenar com a cabeça. Mas por dentro, ele estava gritando para
alguém, qualquer um para salvá-lo. Ele estava implorando em silêncio para
que as pessoas vissem o verdadeiro monstro que o seu tio era.
Mas a enfermeira apenas sorriu e saiu o deixando sozinho. E isso era
o que ele era, sozinho. Ele não tinha outra família. Ele não tinha ninguém com
quem pudesse confiar o seu feio segredo. Tudo o que ele tinha era Fred, o
homem que estava transformando o mundo de Randy em nada além de um
hematoma no momento.
Ele ficou ali olhando para o teto, pensando em como ele poderia sair
dessa bagunça. Tinha que haver uma maneira de ficar longe do seu tio sem
Fred vir atrás dele. O homem não ia deixar Randy ir tão facilmente. Não
quando Randy cuidava tão bem do seu tio.
Não quando Randy trabalhava duro para manter o bastardo
preguiçoso.
Ele tentou obter o seu próprio lugar algumas vezes antes, entrar em
greve por conta própria, mas o seu tio sempre o encontrou e fez Randy pagar
por tentar abandonar o canalha. Desespero o encheu sabendo que ele nunca
iria escapar de Fred e seu abuso.
Quando a porta se abriu de novo, Randy ficou tenso, pensando que
Fred estivesse voltando. Ele ficou chocado e perdeu sua cor e quando Priest
entrou. Como no inferno que o cara sabia, por que ele estava aqui?
Priest era seu companheiro, mas Randy não tinha tanta certeza sobre
se dizer ao homem o que estava acontecendo seria uma boa coisa. Ele não era
tolo o suficiente para acreditar que Priest fosse montar em um cavalo branco e
salvar o dia.
Diabos, ontem, o homem agiu como se estivesse irritado com Randy
e seus flertes. Por que o cara iria ajudá-lo com um problema tão pessoal?
Não, Randy não conseguiria dizer uma palavra. Mas ele estava
contente de ver o homem, mesmo que Randy não quisesse que Priest o visse
desta forma.
Ele abriu a boca para perguntar como Priest sabia que Randy estava
no hospital, mas então o seu tio voltou para o quarto. Parecia que Fred estava
mantendo um olhar atento sobre ele, observando, certificando-se de que
Randy estaria preso à mentira.
― Será que você o conhece? ― Perguntou Priest. Alguém,
obviamente, disse a Priest a história fabricada de ele tinha sido assaltado.
Sua mão formigava com a vontade de apontar para o seu tio e gritar
que ele era o único que tinha feito tudo isso para Randy. Em vez disso, ele
abaixou a cabeça de vergonha. ― Não.
Seu agressor estava bem ali no quarto com ele.
Embora Priest fosse um homem grande, Fred também era. E Fred era
um shifter.
Priest não era. Randy não poderia ter seu companheiro envolvido
nisso. Fred mataria Priest. Ele não poderia viver com esse conhecimento.
Ele viu o brilho de raiva nos olhos de Fred, uma promessa que
ninguém mais viu. Priest estava aqui. Fred não queria um sobrinho gay. Mas
Randy sabia que era mais do que isso. Se ele namorasse Priest, porque não
havia maneira de Randy dizer ao seu tio que o humano era seu companheiro,
então havia uma possibilidade real de que Randy fosse levantar e sair.
Seu tio estava protegendo o seu pequeno investimento. Se Randy
saísse, isso significaria que Fred tinha que encontrar um emprego de verdade,
e não apenas fingir que ele estava procurando.
Priest pegou uma das cadeiras de plástico e se moveu mais perto da
cama, tomando um assento. Essa ação disse a Fred que Priest não ia a lugar
nenhum tão cedo. Mas o que Fred poderia dizer? Se ele protestasse, ele só
poderia se fazer parecer que conhecia homem que realmente estava lá dentro.
Fred nunca deixaria ninguém, além de Randy ver aquele monstro
escuro e feio.
A enfermeira entrou, sorrindo para todos. ― O médico o limpou para
uma medicação para a dor.
Randy queria lhe dizer que aquilo não lhe faria nenhum bem. Ele era
um shifter. Os medicamentos iriam queimar em seu sistema rapidamente. Mas
ele não podia dizer isso a ela.
Ele apenas acenou com a cabeça.
Ele sempre acenava com a cabeça.
― Você vai se sentir melhor em um minuto, ― Priest o tranquilizou.
Randy poderia dizer que a preocupação de Priest era genuína. Não
era falsa como a do seu tio.
Dr. Grainne andou de volta, com um papel na mão. ― Eu tenho os
resultados. ― Ele olhou para Fred e Priest.
― Você pode falar na frente deles. ― Randy queria gritar para o seu
tio dar o fora do seu quarto, mas ele sabia que a única maneira de manter
Priest ao seu lado era permitir que o seu tio ficasse também.
― Talvez o seu amigo deveria esperar do lado de fora. ― Fred deu
um sorriso premiado, que disse que gostava de Priest, mas este era um
negócio de família. Se Priest apenas soubesse o quão falso o homem
realmente era.
― Ele está bem ― disse Randy uniformemente, tentando o seu
melhor para manter as suas emoções sob controle e não fazer o monitor
cardíaco deixar o seu medo aparecer.
Ele não queria ir contra o seu tio, mas Priest parecia como a tábua de
salvação de Randy. Ele não queria que o homem partisse.
― Os raios-X mostraram duas costelas quebradas e alguns leves
hematomas no seu baço.
O que mais preocupava Randy era o médico fazer um exame de
sangue. Se ele pedisse, o cara do laboratório iria encontrar a anormalia em seu
sangue.
Randy só não tinha certeza do que fazer sobre isso. Ele estava em
uma cidade cheia de shifters. Tinha que haver algumas precauções que eles
tomassem.
A porta se abriu novamente. Seu quarto estava se transformando em
um circo.
Outro médico entrou ― Dr. Grainne.
O homem acenou com a cabeça. ― Dr. Sheehan, ― Dr. Grainne
respondeu.
― Desculpe, você ter que tomar o meu caso. Eu estava atrasado.
Dr. Grainne parecia confuso. ― Mas você não estava nem mesmo
escalado...
Randy observou Dr. Sheehan girar algumas palavras mágicas em
torno do outro médico, até que Dr. Grainne estar caminhando para fora da
sala, deixando o gráfico com o Dr. Sheehan.
Apenas quem era esse cara?
― Eu preciso falar com o meu paciente, sozinho ― Dr. Sheehan
olhou para Fred e Priest.
Priest se levantou e caminhou em direção à porta. ― Eu vou estar lá
fora.
Tio Fred olhou para Randy, quando ninguém estava olhando e deu-
lhe um olhar de advertência. ― O mesmo aqui ― disse ele agradavelmente
quando ele deu a perna de Randy um toque suave.
Randy não tinha certeza do que o médico queria, mas ele estava
perto de implorar para Priest ficar. Ele não queria que o seu tio dissesse nada a
ao seu companheiro no corredor que faria Priest se afastar.
― Ok, eu parei o trabalho de laboratório e eu puxei todos os seus
raios-X.
Randy piscou para o médico.
― Eu trabalho com criaturas paranormais. Na verdade, estou
acasalado a um lobo cinzento. A próxima vez que você se achar no hospital, o
que eu espero não ser a qualquer momento em futuro próximo, basta
perguntar por mim ou Dr. Carmichael.
― Ok. ― Isso foi muito estranho.
― Infelizmente, muitas pessoas te viram ferido. Você não pode
mudar e curar agora. ― O médico puxou uma seringa do bolso e o monitor
cardíaco começou a apitar descontroladamente. ― Calma, este é um sedativo
projetado explicitamente para não humanos. Ele vai funcionar melhor do que o
que a enfermeira lhe deu, e ele não vai queimar fora do seu sistema tão
rapidamente.
― Obrigado ― disse Randy entorpecido. Tudo o que ele queria fazer
era sair daqui e mudar para que ele pudesse se curar. Ele não precisava de
toda essa atenção indesejada. Ele com certeza não queria que Fred voltasse
ali.
― É o grandalhão é seu companheiro? ― Dr. Sheehan perguntou
quando ele tampou a seringa e a empurrou de volta no bolso. Ele começou a
escrever no quadro, mas Randy poderia dizer que ele estava à espera de uma
resposta.
― Sim ― ele admitiu. Era bom dizer a verdade em um mar de
mentiras. Dr. Sheehan de alguma forma o deixou à vontade. Randy queria lhe
contar tudo. Sentia-se seguro ao redor do médico. Mas ele sabia melhor.
Sentindo-se seguro não era realmente estar seguro. ― Mas eu não
disse ao meu tio.
― Mãe é a palavra2. ― Dr. Sheehan sorriu. ― Mas eu vou liberá-lo
para que o seu tio possa...
― Não posso ficar com Priest? ― Randy cortou.
― Disseram-me que o seu companheiro é humano. Como você será
capaz de mudar e curar com ele por aí? Já lhe disse que você é um lobo?
Não, ele não tinha falado. Mas Priest era seguro. Fred não era. ―
Sim. ― Ele se sentia muito mal por ter mentido para o bom médico, mas ele
não podia deixar o homem liberá-lo para o cara que o tinha colocado aqui em
primeiro lugar.
Fred iria ficar puto.
O monitor cardíaco começou a apitar mais rápido.
― O medicamento deve estar acelerando ele ― Dr. Sheehan
confundiu a ansiedade de Randy com os remédios. ― Às vezes, faz com que o
coração dispare antes de entrar em vigor. ― O médico brilhou uma luz nos
olhos de Randy e em seguida, tirou a pequena caneta lanterna fora. ― Como
você se sente?
Desesperado.
― Bem!
2 Essa frase significa segredo, manter segredo.
― Você vai ter que ficar aqui durante a noite para manter a farsa,
mas vou tê-lo liberado para o seu companheiro na primeira hora da manhã.
Randy concordou, imaginando como Fred iria levar a notícia de que
ele estava indo para casa com Priest.
Ele também quis saber como Priest estava indo para lidar com a
notícia de que ele estava levando Randy para casa.
Ele se virou em sua cama, fechando os olhos e desejando que ele
tivesse uma vida diferente.
Priest estava no corredor, ouvindo o discurso do tio de Randy com os
policiais. Ele não podia entender como Randy poderia ter sido agredido quando
Priest tinha acabado deixar o cara. Não fazia qualquer sentido para ele. Blair o
havia chamado, falando para Priest que Randy tinha sido levado às pressas
para o hospital.
Ele não disse o porquê.
Caminhando para o quarto e vendo o pequeno homem machucado e
surrado fez Priest ferver por dentro de raiva. Ele não acreditava na história de
que Randy foi atacado. Priest sabia no seu intestino quem era o agressor,
quem tinha feito isso. Ele estava mais determinado a descobrir quem era o
desgraçado.
Priest se virou quando o médico saiu do quarto. ― Como ele está?
Priest podia ver o tio virando seus olhos no seu caminho, mas os
policiais ainda estavam conversando com o cara. Ele tinha que preencher o tio
de Randy quando ele tivesse terminado.
― Seu companheiro está descansando confortavelmente. Eu dei a
ele uma dose de remédios que devem ajudar.
Seu o quê?
― Como ele não pode mudar agora, ele tem que ficar durante a
noite. Mas vem de manhã, eu vou liberá-lo aos seus cuidados. Apenas o leve
para casa e o deixe mudar. Eu não sei o quanto Randy explicou a você sobre
lobos, mas ele precisa de pelo menos doze horas seguidas de descanso em sua
forma de lobo.
Priest apenas piscou para o homem. Ele não estava realmente certo
do que fazer com a conversa. O homem não parecia insano. Parecia um bom
médico. Mas ele estava aqui falando com Priest sobre lobos. O que diabos um
lobo tinha a ver com Randy?
Talvez o médico batesse com a cabeça na sala.
Priest balançou a cabeça lentamente para trás e para frente. ― Sinto
muito, o que você acabou de dizer?
Dr. Sheehan encarou Priest, e depois parecia que toda a cor tinha
sumido do rosto do cara. ― Merda, ele não disse a você, não é?
― Disse o que? ― Perguntou Priest.
Dr. Sheehan agarrou Priest pelo cotovelo enquanto olhava ao redor.
― Venha aqui ― Normalmente, Priest teria ficado chateado com
alguém o manuseando desta forma, mas ele o seguiu, quando o Dr. Sheehan
quase o empurrou para o quarto de Randy.
― Você mentiu ― Dr. Sheehan afirmou furiosamente para Randy.
Quando Priest olhou para a cama, ele viu que Randy estava
dormindo. O médico deve ter percebido isso após a sua declaração, pois seus
lábios se apertaram. ― No que ele mentiu?
― Isso não faz parte do meu trabalho ― o médico disse quando ele
colocou o gráfico para baixo. ― Porra. Por que ele mentiria para mim sobre
algo tão sério?
― Você vai me dizer sobre o que ele mentiu? ― Priest perguntou
impaciente.
Ele queria voltar para a coisa toda de lobo. O que exatamente o
médico queria dizer sobre Randy mudar?
― Randy é um shifter lobo e você é o seu companheiro. Eu
realmente odeio que você tenha de descobrir isso deste jeito.
Priest olhou para a cama, e então para o médico. ― Ok, isso é um
daqueles shows estranhos onde todos vão rir em um minuto? ― Por que o
médico não estava rindo? Onde estavam às câmeras escondidas? Priest
começou a olhar ao redor da sala. Ele até olhou no pequeno banheiro, mas não
havia um cinegrafista ali.
― Por favor, não me diga que você acha que a merda que você está
dizendo é verdade ― Priest disse quando viu o médico observá-lo, com uma
expressão sombria no rosto. ― Porque se você acredita que o meu amigo é um
homem que pode se transformar em um lobo, talvez deveria ser você que tem
de estar deitado na cama.
― Quando ele ficar melhor, vou estrangulá-lo ― Dr. Sheehan
murmurou enquanto caminhava até a cama. ― Primeiro de tudo, ele é seu
companheiro. Eu tenho a maldita certeza de que você pode descobrir o que
isso significa.
Mas Priest não queria descobrir isso. Ele queria saber quem deixou o
médico maluco praticar medicina.
― Ele está inconsciente, o que significa que os seus reflexos são
instintivos. Veja.
Priest se aproximou da cama, certificando-se de que o cara não
machucasse Randy. Dr. Sheehan levantou o braço de Randy, segurando-o pelo
pulso e puxou as unhas do homem, com força.
― Que diabos você está fazendo? ― Perguntou Priest com um
rosnado. ― Você não acha que ele já se machucou o suficiente?
Assim quando o médico puxou de novo, ainda mais forte, Priest
assistiu longas unhas pretas crescerem no lugar das suas unhas regulares. Ele
saltou para trás, derrubando o pequeno carrinho de mesa no chão. ― Que
porra?!
― É exatamente por que isso não faz parte do meu trabalho. Ele
pode se transformar, Priest. Supere isso. Ele precisa de você para levá-lo para
casa, onde ele pode se transformar em sua forma de lobo e se curar.
O médico queria que ele fizesse o que?
Sua cabeça se levantou quando a porta foi aberta. Era Blair. O cara
olhou a mão de Randy na de Priest. ― Ah, merda.
― Exatamente ― disse Sheehan. ― Você pode terminar de contar a
ele sobre Randy ― O médico saiu, ainda parecendo chateado.
― Então ― Blair disse quando ele enfiou as mãos atrás das costas e
olhou em todos os lugares, menos em Priest. ― Acho que você já sabe.
― Você...
― Não, eu sou humano, como você. Mas eu estou acasalado a um
lobo madeira.
Priest engoliu duro quando ele olhou de Blair para Randy. O cara
parecia tão indefeso, quando ele dormia. Ele parecia tão fodidamente humano.
Talvez fosse Priest que tinha batido a cabeça e estava alucinando a
coisa toda.
Os policiais entraram na sala, olhando para Priest. ― Eu preciso de
você para sair da sala, senhor.
Priest tinha um sentimento muito ruim sobre isso. ― Por que?
― Por favor, senhor, saia da sala.
― O que ele fez? ― Perguntou Blair.
― Isso não lhe diz respeito ― disse um dos policiais quando ele
olhou para Blair e, em seguida, de volta para Priest.
Sabendo que ele estava cometendo um grande erro, Priest saiu, e foi
imediatamente agarrado e suas mão algemadas. ― O que diabos esta
acontecendo, aqui?!
― Você está preso por assalto e agressão.
― Você acha que eu fiz isso? ― Priest gritou enquanto tentava se
libertar, mas os policiais já haviam algemado ele. Não havia muito o que ele
pudesse fazer.
Blair estava de pé do lado de fora da sala, seus olhos se estreitaram.
― Priest não machucou Randy.
― De acordo com uma testemunha, foi ele quem agrediu o Sr.
Pomell ― O policial puxou Priest mais perto. ― Visitando sua vítima para se
certificar de que ele não reconheça você?
― Testemunho? ― Priest grunhiu. ― Diga a ele para me acusar na
minha cara! ― Ele não podia acreditar que ele estava sendo preso por isso.
Inferno, ele era o único a tentar descobrir quem estava abusando de Randy.
Isto foi uma armação.
― Não se preocupe ― Blair gritou enquanto os policiais o arrastaram
pelo corredor. ― Eu vou te tirar de lá.
Priest não ia segurar a respiração. Blair era um cara legal, mas ele
duvidava que o homem tinha dinheiro para tirá-lo de lá. Ele também precisava
de um bom advogado. Ele estava sendo preso. Priest tinha testemunhas que
poderiam dizer aos policiais onde estava no momento em que Randy tinha sido
assaltado. Seus dois funcionários estavam com ele no Pit.
Ele simplesmente não conseguia entender por que alguém iria acusá-
lo do crime. Alguém tinha que sair por ele, um dia Priest ia descobrir quem
essa pessoa realmente era.
― Você acha que porque você é grande você pode bater em quem
quiser, não é? ― o policial perguntou quando ele puxou Priest do hospital e
para o corredor de espera.
― Eu não bati em ninguém.
Priest olhou para cima quando o som de uma motocicleta rugiu
através do ar. O seu design elegante e artesanato poderosamente construído
rolou para o estacionamento, uma figura alta, vestida de couro a montando.
Espere, Priest conhecia esse cara. Embora o estranho estivesse
usando um capacete, não havia nenhuma dúvida de que não era ninguém,
além de Maverick Brac.
― Merda, o que ele está fazendo aqui? ― um dos policiais
murmurou. ― Minha cabeça dói a cada vez que ele vem por aí.
Que coisa estranha de se dizer.
Maverick estacionou a sua moto em frente do carro da polícia e
desligou o motor, tirando o capacete. ― Eu estava justamente vindo para vê-lo
― disse ele, olhando diretamente para Priest.
― Ele está sendo preso por agredir o Sr. Pomell ― disse o policial
que parecia não gostar de Maverick.
― Eu posso ver isso ― respondeu Maverick. ― A pergunta é por
quê?
Priest não tinha certeza do que estava acontecendo, mas ele com
certeza esperava que Maverick saísse fora dali.
Blair veio andando para fora do hospital, parando ao lado de
Maverick.
― Eles estão prendendo Priest, dizendo que ele foi o único que
machucou Randy.
Maverick era a ajuda de Blair? Sério? Talvez ele tivesse uma chance
depois de tudo.
― Nós temos uma declaração de uma testemunha ― o policial disse
quando ele tentou empurrar Priest na parte de trás do carro. Ele estava indo.
Foda-se, ele não tinha feito nada de errado. A única coisa de que iriam acusá-
lo era de resistir à prisão.
― Tire as algemas dele, ― Maverick mandou.
― O que? ― perguntou o policial. ― Você esta falando sério?
― Solte-o em meus cuidados.
O policial balançou a cabeça. ― Eu tenho que fichar ele primeiro.
Priest sentiu a boca seca quando Maverick saiu da sua moto e ficou
na sua altura máxima. O cara era ameaçador como o inferno. Suas
sobrancelhas foram puxadas para baixo em uma careta ameaçadora quando
um lado da sua boca se curvou para cima. ― Eu disse, para libertá-lo.
― Você não pode interferir assim, ― o policial argumentou. ― Você
pode ser o prefeito, mas desde quando você age como um?
Ouch. Priest tinha certeza de que Maverick estava indo para bater no
cara.
Em vez disso, ele parecia um pouco culpado. Merda! Ele não deveria
parecer culpado. O homem devia tirar Priest dessa bagunça.
― Tudo bem, o leve para a delegacia. Vou tirá-lo de lá.
Sabendo que Maverick estava do seu lado, Priest deixou os policiais
colocá-lo no banco de trás. Ele só esperava como o inferno que o prefeito
realmente pudesse tirá-lo dessa bagunça. Caso contrário, ele estava ferrado.
Capítulo Cinco
Priest sentou-se em uma cadeira de couro, em frente a mesa de
Maverick, tentando o seu melhor para absorver que o prefeito Maverick tinha
chamado a si mesmo como alfa.
― Olha, eu gosto de Randy. Ele é um cara muito legal, mas você
está sentado ai me dizendo que ele é o meu destino? ― ele disse.
Não só Maverick tinha libertado Priest, mas ele tinha tirado as
acusações também. Priest seria eternamente grato ao cara. Mas ele ainda não
tinha descoberto quem o havia acusado de ferir Randy.
― Seu destino, companheiro, outra metade, o que você quiser
chamá-lo ― Maverick disse quando ele se sentou de volta, chutando suas
botas para cima da mesa. O cara com certeza não estava agindo como
qualquer prefeito que Priest já tinha encontrado antes.
― Então, o destino escolheu-o para mim?
Maverick assentiu.
Priest olhou para Blair, que estava sentado em um sofá de couro. O
cara parecia um pouco relaxado. Priest olhou de volta. ― Vocês foderam
nozes?
― Você está negando o seu companheiro? ― Perguntou Maverick.
A pergunta foi feita com calma, mas Priest podia ver a borda letal nos
olhos cinza-claro do homem. ― Bem, não, mas...
― Então qual é o problema?
Priest caiu para trás na sua cadeira, esfregando as mãos para cima e
para baixo no seu rosto ― Olha, eu vim aqui para começar de novo. Tudo o
que eu queria fazer era abrir meu próprio negócio e viver uma vida tranquila.
― Rapaz, você escolheu o lugar errado ― resmungou Blair.
― Você quer iniciar o seu próprio negócio, ― Maverick disse quando
ele puxou a caneta sobre o lábio. ― E você quer começar de novo.
― Sim, mas...
― Eu ainda não vejo o problema ― disse Maverick. ― Randy é o seu
companheiro. Você disse que você não está negando-lhe, então qual é o
problema?
― Você está sentado ai dizendo que vocês são lobos. E você acha
que eu estou suposto a aceitar isso?
Maverick assentiu.
Maldição, o homem realmente acreditou que Priest apenas iria aceita
isso. Ele pensou em Randy, no seu sorriso, no jeito que ele corou tão
facilmente, e a maneira como ele tropeçava em suas palavras. Ele
simplesmente não conseguia ver o cara como um predador feroz.
― Tudo bem, ele é um lobo. Posso ir agora? ― Priest perguntou de
onde ele estava.
― Dr. Sheehan quer liberar Randy aos seus cuidados ― Maverick
disse, ainda sentado em sua pose relaxada. ― Você vai levá-lo para casa?
Ele ia? Ele realmente não conhecia direito o cara. Eles tinham um
maldito encontro. Ele nem sabia o sobrenome de Randy até que a polícia disse.
Isso tudo estava acontecendo tão rápido. Ele tinha a intenção de
encontrar o abusador de Randy, e agora ele estava sendo nomeado o guardião
do cara. ― Claro.
Priest parou de dar um passo para trás quando Maverick levantou-se
devagar, apertando os punhos na madeira de mogno da mesa.
― Foda com ele e você não vai gostar dos resultados.
― Você está torcendo o meu braço para levá-lo para casa ―
argumentou Priest, cansado de toda essa besteira. ― Como eu disse, Randy é
um cara legal
― Depois de conhecê-lo ― Maverick disse com um pequeno
grunhido. ― Mas é melhor você cuidar bem dele. Alguém o está machucando.
Randy esta na minha cidade, sob os meus cuidados como um shifter. Eu não
gosto de ver qualquer um dos membros da minha matilha sendo prejudicados.
Eu vou descobrir quem o está machucando, mas eu estou pedindo a você para
mantê-lo seguro.
Quando ele dizia assim... ― Ok.
Realmente não era uma dificuldade cuidar de Randy, mas Priest não
gostou de ser intimidado a fazer qualquer coisa. Se Maverick apenas pedisse,
em vez de lhe dizer, eles nem sequer estavam tendo esta conversa.
Bem, exceto para a coisa toda de lobo.
E a coisa de companheiro.
― Eu vou estar no hospital pela manhã, ― Priest disse enquanto
caminhava do gabinete de Maverick. Blair rapidamente o acompanhou.
― É tão ruim ter Randy como um companheiro?
― Não ― ele respondeu com sinceridade. ― Eu só não gosto de ser
forçado a nada.
― O destino que o escolheu.
― Não é isso. Quero dizer Maverick me disse que eu vou cuidar de
Randy. Eu teria feito isso de bom grado, mas ele poderia ter, pelo menos, me
pedido.
Blair começou a rir. Priest não achou engraçado.
― Cara, se você está esperando um convite por escrito, você estará
esperando um longo tempo ― Blair bateu o braço em Priest, impedindo-o de
andar. ― Mas como você pode ver, ele cuida dos seus. Ele agora o considera
um de nós, já que você é o companheiro de Randy. Não estrague tudo.
Todo mundo estava advertindo Priest para não estragar tudo, mas
ninguém parou para pensar como ele se sentia em tudo isso? Priest ia tomar
hoje à noite para pensar sobre as coisas.
E se ele chegasse à conclusão de que ele não poderia lidar com o que
estava acontecendo, não só ele estava indo para ignorar o hospital, mas o alfa,
bem... E fazer o seu caminho para fora da cidade.
― O que quer dizer que você tomou conta do problema? ― Randy
perguntou ao seu tio, com medo de que Fred tinha de alguma forma
machucado Priest ou o matado. Seu coração estava no seu estômago,
enquanto olhava para o homem, horrorizado.
Todos os tipos de cenários de pesadelo estavam acontecendo em sua
cabeça.
― Seu namorado foi preso por machucá-lo. Se você contradiz a
minha história, eu vou ter certeza de que não é no hospital que você repousará
― Fred disse suas palavras cobertas de gelo.
― Por quê? ― Randy perguntou, antes que ele pegasse a palavra.
Ele já sabia o porquê. Fred era mau, até o seu núcleo. O homem queria viver
as custas de Randy e estava indo para tirar qualquer um que ele pensava que
iria arruinar a sua vida de mortandade e preguiça. Priest era uma ameaça
direta à sobrevivência do preguiçoso Fred. Mas para ter o homem preso por
algo que ele não fez era demais para Randy. Ele tinha que encontrar uma
maneira de obter Priest fora disso. Fred poderia matá-lo ainda, mas Randy não
estava indo para se sentar e assistir o seu companheiro ser culpado por algo
que ele era inocente.
― Porque eu não vou ter um gay como parente. ― Seu tio falou as
palavras sem rodeios, não importa o quão insensível parecia. A desculpa era
besteira e Randy sabia. Fred poderia se importar menos com quem Randy
dormiu. O cara estava mais preocupado sobre o seu bolso... ou o bolso de
Randy para ser mais exato.
― Mas ― Randy começou, perguntando se ele deveria mesmo
empurrar o seu tio.
Ele estava chamando o blefe do cara, o que nunca foi uma coisa boa.
― Esta pequena cidade está cheia de homens gays. ― E essa era uma das
razões que Randy tinha caído apaixonado com a Vila Brac. Ele não tinha que se
preocupar em ser ridicularizado por segurar a mão de um homem em público,
e não como se o tivesse de volta para casa.
― Eu não dou a mínima se cada maldito homem nesta cidade
irrompe em coro cantando ‘Está chovendo homens’. Você não vai ser uma
parte disso. Eu fui claro?
Demais. Randy soube naquele momento que ele ia fazer o que fosse
preciso para ficar longe do seu tio. Só que desta vez, o homem não estava
indo encontrá-lo.
A porta se abriu e o doutor entrou, Randy estava grato pela intrusão.
Ele queria dizer ao médico para fazer o seu tio sair, mas ele não era tão
corajoso ou estúpido. Ele podia odiar o homem com cada respiração que ele
tomava, mas Fred ainda era três vezes o seu tamanho e já tinha provado que
ele podia e faria mal a Randy.
― Eu vou assinar os formulários de liberação ― o Dr. Sheehan
afirmou quando ele terminou de verificar Randy.
― Então eu posso levá-lo para casa? ― Fred perguntou, dando a
Randy um olhar que disse que se ele argumentasse, não haveria inferno para
pagar. Ele tinha a sensação de que ele já ia pagar por acabar em um hospital.
Ele deixava Fred nervoso quando outros viram a sua obra.
O médico parou verificando Randy e se virou para Fred. ― Eu sinto
muito. Ninguém o informou?
As entranhas de Randy enrolaram apertadas enquanto o seu corpo
começou a suar frio. Tão mal como ele não queria que o seu tio descobrisse
que Priest era seu companheiro, era melhor do que ir para a casa com o seu
agressor. Ele só queria saber se o homem estava indo para atuar como um
idiota no hospital. Seu tio normalmente não se comportava de qualquer outra
forma que não íntegro quando em público. Mas o médico estava prestes a
dizer a Fred sobre Priest.
― Informou-me de quê? ― Fred perguntou.
Tecnicamente, Fred nem sequer tinha que estar lá. Randy tinha vinte
e um anos de idade, um adulto. Mas ele não tinha protestado, e o que o
médico não achava nada de bom com Fred recebendo todas as informações de
Randy.
― Ele está sendo liberado aos cuidados de Priest Mosley.
Randy estava esperando que o seu tio explodisse e começasse a
gritar como ele normalmente fazia quando estava chateado. Mas o seu tio
colocou o seu sorriso encantador. Na verdade, Fred era um homem
extremamente bonito, mas a sua personalidade não combinava com o seu
look. O homem era tão feio por dentro como um monstro. ― Mas ele é da
minha família. A única família que eu tenho. Nós nem sequer conhecemos esse
cara Priest muito bem. Porque Randy seria liberado aos cuidados de um
estranho?
Randy olhou para o médico.
― Ordens do Alfa. Fale com ele.
Randy mentalmente ergueu o braço no ar. O médico havia
mencionado um homem que o seu tio Fred não se metia. Ele tinha pavor de
Maverick. Randy também estava grato que o Dr. Sheehan não tinha dito ao
seu tio que Priest era seu companheiro.
Fred saiu da sala sem dizer uma palavra.
― Obrigado, ― Randy disse uma vez que eles estavam sozinhos.
― Estou muito chateado com você agora ― disse o médico. ― Você
colocou minha bunda em apuros ontem. Seu companheiro não tinha ideia
sobre o mundo paranormal. E a partir da expressão no seu rosto, ele não tinha
ideia de que vocês dois eram companheiros. Por que você mentiu para mim?
O coração de Randy afundou. ― Você disse a ele?
― Eu estava dando a ele instruções sobre como cuidar de você.
Como eu deveria saber para não mencionar o fato de que você pode se
transformar em um peludo? Você me disse que ele sabia, Randy ― As palavras
do médico foram concisa. Ele estava muito, muito bravo.
Randy decidiu sobre a metade da verdade. ― Porque eu não
conseguia descobrir uma maneira de dizer a ele, mas eu queria estar com ele.
Eu não queria mentir.
Dr. Sheehan soltou um longo suspiro. ― Da próxima vez, seja
honesto comigo, e não me use como a pessoa que diz ao seu companheiro o
que você já deveria ter dito a ele.
― Eu não vou ― disse Randy. Ele olhou para o relógio, vendo que
era 20 minutos para o meio dia. ― Que horas vou sair?
― Meio-dia ― o Dr. Sheehan disse e então franziu as sobrancelhas,
como se estivesse pegando por que Randy estava perguntando. Eles deveriam
ter chegado aqui horas atrás!
Randy ficou com medo de que o seu companheiro tinha mudado de
ideia. E se Priest tinha pensado que ele seria acasalado a um lobo e ele não
podia lidar com isso? E se descobrir sobre o mundo de Randy assustou o
homem e ele já havia deixado a cidade? ― Será que você tentou chamá-lo?
Dr. Sheehan assentiu. ― Três vezes. Não houve resposta e seus
funcionários disseram que ele não estava no trabalho hoje.
Este era um sinal muito mau. Randy estava parado, olhando para a
porta, como se ele pudesse pela vontade fazer Priest atravessá-la. A última
coisa que ele queria fazer era ir para casa com o seu tio. Mas se Priest não se
mostrasse, essa seria apenas a escolha de Randy. Foi um mal sinal, ele
pensou, e Randy estava a cinco segundos de se vestir e se esgueirar caso o
seu companheiro não aparecesse. Perambulando pelas ruas parecia ser uma
opção melhor do que Fred.
Ele olhou para o relógio. Era 11:55. Parecia que Priest tinha
abandonado Randy. Ele quase gritou quando a porta se abriu e Priest entrou
no quarto. O homem parecia incerto, mas ele estava lá.
Priest enfiou as mãos nos bolsos da frente, olhando ao redor da sala.
O homem parecia nervoso. ― Ouvi dizer que eu vou te levar para casa.
E espero que me reivindicar também, mas ele iria se contentar com
um passeio agora. Contanto que eles saíssem daqui antes que Fred voltasse.
― Você se importa?
Priest chegou mais perto, olhando para trás antes de voltar para
Randy. Ele baixou a voz para um sussurro conspiratório. ― Da próxima vez,
deixe-me saber o que diabos está acontecendo aqui.
Randy concordou com a cabeça, sentindo-se um pouco assustado
com o tom baixo que Priest estava usando. Seu tio fez isso algumas vezes
antes que ele explodisse.
Mas Priest não explodiu. Ele puxou uma cadeira ao lado da cama e
sentou-se. ― Eu acho que vamos esperar até que o médico diga que podemos
ir.
Randy relaxou quando Priest se sentou. Ele realmente não conhecia o
seu companheiro e ele rezou para que ele não estivesse saltando da frigideira
para o fogo. Priest era um homem muito grande. Somente olhando para os
bíceps do seu companheiro, Randy sabia que o cara conseguiria suspender um
carro.
A enfermeira entrou com os documentos de liberação, olhando para
Randy desconfiada. Randy a ignorou. Homem ele estava indo para casa com o
seu companheiro, não o seu tio. Esse foi o dia mais feliz da sua vida. Ele sabia
que ela estava olhando para ele, porque ele só tinha estado no hospital um dia
e agora ele estava saindo. Qualquer pessoa que não era um shifter estaria
perguntando como Randy conseguiu sair de ficar no hospital por pelo menos
uma semana.
Randy deixaria a explicação para o médico.
Priest havia chegado. Isso era tudo o que importava para ele.
Ele só queria sair daqui antes que o seu tio reaparecesse.
Randy não queria um confronto agora, ou nunca. Ele podia sentir o
seu coração batendo mais forte, seus olhos continuamente correndo para a
porta, e ele ainda estava suando.
Ele queria ir.
Saindo da cama, Randy pegou as suas roupas do pequeno armário.
Ele agradeceu a enfermeira e acenou para ela sair antes que ele tirasse o seu
vestido, enquanto sentia uma dor como um filho da puta. Como no inferno que
os seres humanos faziam isso?
Uma garganta se limpou, chamando a atenção de Randy. Priest,
estava sentado ali, olhando para a cama, com os olhos desviados. ― Você quer
alguma ajuda?
Qual era a do homem? Oh, se vestir. Randy sentiu todo o seu corpo
quente quando ele percebeu que tinha deixado cair o vestido na frente do cara.
Ele rapidamente, e dolorosamente, pegou a cueca adiante, cobrindo as suas
joias. ― Ok.
Priest levantou-se e agarrou as calças de Randy, ajudando-o a entrar
nelas. Até o momento em que ele estava completamente vestido, Randy
estava ofegante de dor.
Priest estava ofegante também. Randy só não tinha certeza do por
que.
― Pronto?
Randy concordou. Ele agarrou o braço de Priest para a estabilidade
quando eles saíram do quarto. Randy estava feliz que ele foi para o seu
companheiro, porque ele quase caiu quando viu o seu tio descendo o corredor.
O homem parecia calmo, o que era uma besteira, porque Randy podia ver a
pequena labareda de raiva nos olhos de Fred. O homem não esperava que
Priest fosse aparecer. Era pura raiva que o seu tio estava usando em seu
interior. O cara pensou que ele iria chegar antes de Priest aqui e levar Randy
para casa.
Graças a Deus o seu companheiro tinha aparecido.
― Obrigada por ajudá-lo ― disse Fred, enquanto tentava pegar o
braço de Randy. ― Eu posso levá-lo a partir daqui.
O que ele estava fazendo? Randy tentou arrancar o braço, mas o seu
tio teve um controle apertado. Um aperto muito doloroso.
Priest olhou para Randy, olhando tão confuso quanto Randy se sentia.
― Mas eu estou indo para casa com...
― Comigo ― seu tio terminou.
Randy aumentou seu aperto no seu companheiro, tentando o seu
melhor para ficar longe do aperto cheio de dor de Fred. Ele não estava indo
para casa com o imbecil. Não havia nenhuma maneira. Se Priest cedesse,
Randy estava indo para encontrar a energia para correr fora do hospital.
Qualquer coisa era melhor do que Fred.
― Ele está indo para casa comigo ― Priest declarou com firmeza.
Randy estava com medo de que Fred desencadearia a raiva no humano. Foi
por isso que ele não queria dizer a Priest o que estava acontecendo. Por um
lado, ele não queria arrastar mais ninguém na sua vida sórdida.
Priest era humano. Ele não tinha chance. Esta foi também a razão
que ele não tinha contado a Blair. Eram pelos mesmos dois motivos. Blair era
humano. Fred iria esmagar o homem sob o seu punho.
Ninguém estava a salvo do lobo mau.
― Olhe aqui ― disse Fred, com um pouco do seu controle
escorregando. Sua voz era firme, e havia linhas firmes em torno de sua boca.
― Ele é meu sobrinho. Ele deve ser cuidado pela família. Embora eu não tenha
ideia do por que Maverick exigiu que você cuidasse de um estranho, mas não
há necessidade.
Randy sentiu a tensão de Priest. Ele não estava certo se era pelo tom
de Fred, ou o que ele estava dizendo, ou ambos. Ele esperava que Priest não
fodesse com Fred e ele orou para que Priest não revidasse ao mesmo tempo.
Seu companheiro puxou Randy para fora do alcance dos dedos
ásperos de Fred. ― Fale isso com Maverick.
Randy olhou para o chão, evitando os olhos do seu tio enquanto ele
caminhava pelo corredor com Priest. Fred não ia deixar isso passar. Randy
apenas sabia. Seu tio não estava indo desistir do seu ticket refeição tão
facilmente.
― Ele é sempre tão... Intenso? ― Priest perguntou quando eles
saíram para o estacionamento.
O homem não tinha pista do quão intenso Fred poderia se tornar. Ele
apenas deu de ombros, não querendo tecer a teia de mentiras para o seu tio,
mas com muito medo de contar a verdade.
Ambos permaneceram em silêncio no caminho para a casa de Priest.
Randy não conseguia parar de olhar para o espelho lateral, esperando ver o
caminhão de Fred vindo atrás dele. Mas ele não viu ninguém os seguindo.
Priest entrou na garagem de uma casa e desligou o motor.
― Eu vou ajudá-lo a sair.
Randy esperou até que o seu companheiro estava abrindo a porta
antes de voltar a escorregar do caminhão. A mão de Priest estava nele,
ajudando Randy a caminhar até a porta. Randy poderia fazê-lo sozinho, mas
ele gostava de se pendurar no seu companheiro.
Não foi até que eles estavam dentro da casa do seu companheiro que
Randy finalmente relaxou... Um pouco. Ele ainda estava esperando Fred para
mostrar-se, e ele também estava nervoso sobre finalmente estar a sós com
Priest. Ele ficou na porta da frente, imaginando o que ele deveria fazer.
― Eu sou um... Disseram-me que você precisa mudar para curar, ―
Priest disse quando ele olhou para Randy e, em seguida, no corredor do
primeiro andar. ― Eu tenho o quarto de hóspedes pronto.
Randy sentiu a rejeição apunhalar dentro dele. Pela conversa no
hospital, Randy acreditou que Maverick tinha ordenado a Priest para cuidar
dele. Ele tinha pensado nisso no passeio até aqui. Seu companheiro estava
fazendo isso como uma obrigação, não porque ele realmente queria. Doeu
saber que Priest realmente não o queria ali.
― Eu vou tentar não ser um incômodo. ― Priest mostrou-lhe o
quarto de hóspedes e, em seguida, deixou Randy aos seus próprios cuidados.
Tentando dizer a si mesmo que Priest estava assustado sobre a saber sobre
shifters. Randy tentou convencer-se de que o seu companheiro não estava
fazendo isso pessoal. Mas enquanto ele estava lá em um quarto estranho,
sozinho, ele não podia evitar, mas ele se sentiu tão malditamente sozinho.
Devagar e com cuidado, Randy despiu-se e, em seguida, subiu em
cima da cama se sentando e finalmente deixando o seu lobo livre.
Capítulo Seis
Priest se sentia um lixo. Ele estava do lado de fora da porta do quarto
de hóspedes, respirando profundamente. Passando a mão sobre o rosto, Priest
sabia que deveria ajudar Randy. Ele sabia disso. Mas quando chegou a hora de
pagar ou de ajudar, ele fugiu.
Levara toda a noite para processar as coisas na sua mente. Sua voz
interior dizia que ele poderia fazer isso. Que ele poderia lidar com o que estava
acontecendo com Randy. Basta ajudá-lo, sua mente gritava.
Randy era pequeno, assustado, um cara que não conseguia defender-
se contra alguém o machucando, mesmo sendo um shifter. Isso significava
para Priest que a pessoa que estava atacando Randy era mais poderosa do que
o pequeno lobo. Com esse pensamento Priest saiu correndo para o hospital.
Maverick disse a Priest que Randy era seu companheiro. Que o
destino decidiu que os dois deveriam passar o resto das suas vidas juntos,
embora Priest acreditasse que o sentimento é mais profundo do que isso.
Mesmo assim, ele pensou nessa situação buscando a resposta dentro de si, da
sua alma. Ele pensou mais e mais durante toda a noite, e concluiu que
Maverick estava certo.
Portanto ele veio aqui para começar de novo. Quem disse que Randy
não era exatamente o que ele precisava? Quem disse que ele não teria uma
grande vida com o pequeno homem? Só porque ele nunca teve um
relacionamento com um cara antes não significava que eles não dariam certo.
Mas aqui estava ele, com muito medo de ver Randy mudar em seu lobo.
O quanto ele era covarde? Era assustador como o inferno, mas Priest
sabia que Randy precisava dele. Ele só tinha que superar o seu medo e fazer o
que precisava ser feito.
Respirando fundo Priest afastou-se da parede e abriu a porta. Se ele
ia fazer isso, então ele precisava aceitar Randy em todas as suas formas, e
não apenas… Priest congelou na entrada do quarto.
Quando ele deixou Randy no quarto, o homem era humano. Agora…
agora… havia um lobo deitado na cama, um pequeno lobo, mas um lobo, no
entanto. Priest esperava ver essa criatura com grandes dentes afiados e,
pronto para atacar. Por isso a sua hesitação.
Ele nunca encontrou com um shifter lobo, a imaginação de Priest
conjurou todos os tipos de imagens grandes e assustadoras. Mas, enquanto
olhava para a cama, ele percebeu que Randy não era nenhuma dessas coisas.
Randy parecia um cão de grandes dimensões.
Aproximando-se da cama, Priest bebeu com os olhos o seu
companheiro. O lobo tinha uma pele cinza com marrom-escuro. Seu peito
subia e descia rapidamente. O cara parecia que estava sufocando em seu
sono. Isso era normal? Então, novamente, nada disso era normal. Ele teria
argumentado que os homens não podiam se transformar em lobos, mas vendo
Randy na cama, Priest estava extremamente errado.
Os olhos de Priest deslizaram sobre o seu companheiro. Ele parecia
tão suave que Priest chegou mais perto antes que ele pensasse melhor. Tinha
um impulso irresistível de tocar, de sentir, de saber como a pele macia parecia
sob os seus dedos.
Sua mão acariciou o lobo dormindo e o seu pelo era suave como as
nuvens. Deus, a pele era realmente tão suave como parecia. Ele já podia
imaginar-se acariciando Randy por horas em qualquer forma que estivesse.
Provavelmente o carinho era calmante para o lobo. Apesar de ser estranho
dessa forma Priest sentia-se calmo, o ato trazia uma sensação de paz interior.
Passando os dedos pela pele macia era um ato íntimo para Priest. Era apenas
os dois, sozinho, em seu pequeno mundo agora.
Enquanto observava o sono de Randy, Priest percebia o quanto seu
companheiro era vulnerável a ataques. Foda-se, ele era pequeno. Parecia que
até Johnny que trabalhava no café poderia chutar o traseiro de Randy. E isso
só fez a necessidade de proteger o seu… Priest ingeriu… companheiro muito
bem e o enrolar em uma faixa apertada para protegê-lo de todo mal.
Randy precisava de alguém que cuidasse dele. E desde que todos
disseram que Priest era companheiro de Randy então ele era o homem para
esse trabalho. Foda-se. Merda… muitas coisas estranhas em sua vida tinham
acontecido com ele. Por que não ser acasalado a um lobo?
Ele sorriu com esse pensamento. Sim, ele poderia fazer isso. Por que
não? Priest sentou-se ao lado da cama, querendo falar com Randy, mas
lembrou do conselho do médico. Seu companheiro precisava de pelo menos
doze horas de sono. E passou apenas cinco minutos até agora.
Além disso, Priest duvidava que Randy falasse em sua forma de lobo.
Ele pensou brevemente em perguntar a Maverick se poderia enviar alguém
para ficar de olho em Randy para que ele pudesse trabalhar e assim passar o
tempo, mas Priest rapidamente descartou a ideia. Se Randy acordar ele queria
ser o único que o seu companheiro visse primeiro, não um estranho.
Além de que o cara estaria, provavelmente, com fome depois de
muitas horas de sono, por isso Priest decidiu cozinhar. Isso sempre o ajudou a
colocar a sua mente para analisar as coisas. Ele não tinha tanta certeza do
quanto isso iria funcionar neste momento, mas Priest com certeza não ficaria
aqui sentado pelas próximas 12 horas velando o sono de Randy.
Porque mesmo aceitando a mudança em sua própria mente, era
assustador como o inferno. Levantando-se Priest se dirigiu para a cozinha. Ele
queria fazer algo saudável que sustentaria Randy e o colocasse para cima. O
homem precisava adquirir um pouco de peso.
Ensopado… é a melhor comida para encher o estômago de Randy.
Então Priest começou a pegar as coisas que precisava, perdendo-se no
trabalho, mas a sua mente continuava voltando para o lobo dormindo no
corredor.
Priest tinha sido casado por cinco anos e nunca pensou nos afazeres
domésticos que os casais realizavam juntos. Apesar de namorar antes do seu
casamento essa foi uma qualidade que ficou fora também. Sua mente começou
a vagar pensando… ele em pé ao lado de Randy ajudando-o a preparar o
jantar, ou ambos aconchegados no sofá assistindo um filme. Esses eram
pensamentos que nunca estiveram na sua mente antes.
Randy estava fazendo Priest pensar num monte de coisas que nunca
contemplou, mas que agora achava divertido.
Qual a diferença entre ter um companheiro, ou ter um cônjuge,
trocando que o primeiro era por um rapaz? Priest não encontrou nada para
lamentar das coisas que ele estava pensado ou sentindo com Randy.
Priest tinha acabado de cochilar na pequena cadeira que trouxe para
o quarto quando ouviu movimento. Abrindo os olhos Randy, em sua forma
humana, sentando e olhando para ele com os intensos olhos cor de chocolate.
― Como você se sente? ― Priest perguntou enquanto esticava as
longas pernas.
― Muito melhor. ― Randy disse colocando o lençol em torno da sua
cintura fina. O homem estava simplesmente adorável. Seu cabelo castanho
desgrenhado estava em todo o lugar, e o rosto com um olhar suave quando
olhou para ele.
O corpo de Priest reagiu à maneira inocente que Randy estava
olhando para ele. Ele tornou-se duro e a sua virilha latejava devido aos muitos
pensamentos que se formavam na sua mente.
Uma força invisível puxou Priest do seu assento e ele se moveu para
perto da cama. Estava olhando para o seu companheiro quando Randy inclinou
a cabeça para trás e olhou para ele.
― Você ainda está com raiva de mim?
― Não. ― Priest respondeu honestamente. ― Mas, por favor, não
mantenha nenhum segredo de mim, ou eu vou ser um homem muito infeliz
com você.
Randy concordou. O cara parecia fazer muito isso. Os olhos de Priest
piscaram até os lábios de Randy.
Cada vez que o seu companheiro os lambia tornava o pau de Priest
mais duro do que já estava. Lembrou-se como se sentia ao ter esses lábios ao
redor do seu pênis.
Ele também notou que Randy estava nu, seu peito estava à mostra
para os olhos de Priest. Ele não tinha uma resposta para a sua pergunta, mas
Priest descobriu que ele gostava do peito sólido e liso de Randy. Ele não queria
ninguém que não fosse o seu companheiro.
Seu companheiro fugiu quando Priest chegou mais perto. Subindo na
cama, deslizou os dedos no cabelo de Randy puxando a cabeça do homem
para trás, capturando os seus lábios molhados.
Randy gemeu e Priest sentiu que o fogo corria por ele por causa do
som. Ele queria o cara. Ele queria transar com Randy e o fazer dele. Era um
pensamento selvagem e louco que impulsionou Priest a se mover para frente
enquanto rolava suavemente Randy debaixo do seu grande corpo.
Ele olhou para aqueles doces olhos castanhos enquanto seus dedos
continuavam a massagear o couro cabeludo do homem.
― Então, eu sou seu companheiro?
Randy concordou.
― Eu não quero que você balance a cabeça, Randy. Eu quero ouvir a
resposta.
― Sim. ― Randy respondeu rapidamente.
― Quando você pretendia me dizer? ― Priest perguntou conforme
beijava Randy ao longo da sua mandíbula e no seu pescoço, lambendo o gosto
salgado e sentindo o seu pênis endurecer mais ainda.
― Quando… Quando eu conseguisse pensar em uma maneira de
dizer sem que você entrasse em pânico.
― Acho que o pânico era inevitável. ― Priest riu.
― Você está bravo?
Essa era a segunda vez que Randy perguntava se Priest estava bravo
com ele. Ele sabia que o cara foi abusado, então esse medo já fazia parte dele.
Isso era algo que eles iriam trabalhar. ― Não. ― Priest passou a mão pelo
peito liso de Randy. ― Tem certeza que você está curado?
― Sim.
― Bom.
Priest deitou de costas e puxou a forma nua de Randy em cima dele.
O cobertor deslizou para o lado e o seu companheiro ficou exposto com o pau
duro sobressaindo de um ninho de cachos escuros. Droga, talvez ele devesse
ter retirado suas calças antes de deitar na cama. Levantando um pouco seu
companheiro Priest empurrou as calças para baixo da sua cintura chutando-as
para fora. Agora ele estava tão nu quanto Randy e o contato pele a pele…
uau… incrível.
Priest puxou Randy para baixo, traçando os suaves lábios do seu
companheiro com a sua língua. Seus lábios tocaram o do seu companheiro
persuadindo o homem a se abrir para ele e aceitar a exploração da sua língua.
Um gemido ansioso saiu dos lábios de Randy fazendo com que o pau
de Priest pulsasse ao som. Deus, ele nunca teve um amante que se sentisse
tão bem em seus braços. Ele tinha sido casado por cinco anos, e nunca sentiu
esse nível de querer ou de precisar.
Seu corpo estava doendo por Randy. Conforme beijava o seu
companheiro Priest acariciava as costas de Randy, sentindo o fogo suave
crescendo entre eles. Cresceu até que sentiu as chamas do desejo atravessar o
seu corpo, colocando-o em chamas.
Lubrificante.
Ele precisava de lubrificante. Ele precisava de muita lubrificação
porque Priest planejava deslizar o seu pênis profundamente na bunda de
Randy.
Priest tentou ser sutil sobre isso enquanto procurava na sua mesa de
cabeceira, mas ele acabou derrubando tudo e a sutileza acabou.
Randy olhou para ele com um sorriso no rosto bonito.
― O que você está fazendo?
O brilho nos olhos castanhos de Randy era de tirar o fôlego. Priest
deu um sorriso tímido enquanto respondia.
― Tentando pegar o lubrificante da gaveta.
― Oh. ― Randy parecia um pouco confuso, mas depois acendeu uma
luz de entendimento nos olhos de Randy porque ele inclinou-se e abriu a
gaveta, remexendo dentro até que mostrou a garrafa de lubrificante na sua
mão.
Priest pegou dele, molhou os dedos com o gel e, em seguida, jogou
no buraco do seu companheiro. Randy tornou-se massa nos braços de Priest
que ele deitou sobre o seu peito, moendo o seu pênis no estômago de Priest.
Seu companheiro não tinha nenhum problema em deixar Randy saber do que
ele gostava. Os pequenos gemidos encheram o quarto, e ele ainda não tinha
colocado o dedo no buraco ainda. Nunca antes alguém reagiu tão
intensamente ao toque do Priest.
Ele adorou.
Seu dedo tocou o pequeno botão e, em seguida, Priest pressionou o
seu dedo médio através do músculo resistente até que o seu dedo estava
profundamente dentro de Randy. Era tão… foda… apertado que Priest podia
imaginar o seu pau enterrado dentro do corpo do seu companheiro.
Começando a mover em um ritmo constante, massageou a próstata
de Randy sempre que podia. Randy gemeu sua aprovação, então Priest
deslizou um segundo dedo dentro do corpo apertado do homem.
― Foda meus dedos, bebê. Monte como se eles fossem o meu pau
na sua bunda.
Randy começou a empurrar para trás, espetando a bunda nos dedos
de Priest. Ele rapidamente empurrou um terceiro dedo esticando Randy o
máximo que podia para não machucá-lo, Priest não tinha certeza se
conseguiria se segurar por mais tempo.
Randy estava se transformando em uma… porra… fantasia em
realidade. Priest só podia olhar para o homem, fascinado pelo seu companheiro
conforme Randy saltava para cima e para baixo, com os olhos fechados,
enquanto lambia os lábios.
Que porra de vista.
― Eu preciso… você… foder. ― disse Priest parando Randy
brandamente. Ele tirou os dedos, revestiu o seu pênis de lubrificante,
agarrando a base, Priest assistiu o seu companheiro descendo lentamente para
baixo em seu comprimento. Seu pau estava sendo engolido pela bunda de
Randy, e Priest teve de cerrar os dentes para lutar por controle.
Fechou os olhos momentaneamente saboreando a sensação do
homem sentado no seu pau. Seus dedos agarraram os quadris de Randy
enquanto ele plantava os pés na cama. Quando Randy se inclinou para frente,
Priest prendeu um dos mamilos do homem na sua boca, provocando o botão
com os dentes.
― Morda-me. ― Randy pediu descaradamente, pressionando seu
peito mais duro contra a boca de Priest.
Priest sabia que o homem não estava implorando para ter dor. Ele
queria o prazer que vinha ao provocar o mamilo do homem. Ele chupou,
mordeu… mordeu, lambeu se perdendo na doce exploração do corpo de Randy.
A espera o estava matando, mas Priest não ia se mover até que
Randy começasse a montar o pau de Priest mesmo que perdesse a cabeça.
― Monte-me duro, bebê. ― Priest ordenou Randy com sua voz
escura e áspera.
Randy começou a se mover mais rápido enquanto Priest empurrava
para cima. Priest deveria estar assustado com a sua necessidade por Randy,
uma necessidade tão profunda quanto avassaladora. Mas ele não estava. Pela
primeira vez em sua vida, Priest não sentia que ele estava com alguém só por
estar com alguém.
Ele queria estar com Randy. Inferno, Randy era o vício dele igual uma
droga. Gemendo áspero e selvagem no quarto enquanto ele começava a bater
na bunda de Randy com profundos impulsos que tinha o seu companheiro
gritando, implorando pela liberação.
Priest estava respirando com dificuldade, sua pele sensível. A
sensação de Randy deslizando para cima e para baixo no seu corpo,
acariciando-o, o estava enlouquecendo. A cabeça de Randy estava enterrada
no pescoço de Priest, sua própria respiração ofegante parecendo que o seu
companheiro lutava para respirar.
A sensação dos lábios de Randy sobre a pele sensível do pescoço de
Priest estava fazendo com que ele se esforçasse para encontrar controle aonde
parecia haver nenhum.
E então Randy mordeu o seu pescoço.
Priest gritou enquanto ele gozava na bunda de Randy, encharcando o
tecido deliciosamente, acariciando-o com um milhão de raios de eletricidade
que chiava através do seu corpo. Priest sentiu-se em queda livre, afogando
dentro do seu companheiro enquanto Randy deu um pequeno grunhido, seu
buraco pulsando em torno do pau de Priest.
Quando ele passou a mão entre eles, sentiu a bagunça pegajosa e
sabia que o seu companheiro havia gozado também. A cabeça de Priest caiu no
travesseiro enquanto ele respirava fundo. Randy estava lambendo o seu
pescoço e pequenos gemidos saíram dele.
― Tudo bem? ― Priest disse enquanto corria as mãos pela coluna de
Randy.
― Isso foi fantástico! ― Randy disse inclinando para trás, sorrindo
para ele.
Priest riu, puxando o seu companheiro em seus braços. Ele gostava
de ver o sorriso de Randy. O homem era bonito, mas ficava impressionante
quando estava feliz.
― Sim, querido… foi. ― Priest segurou a bunda de Randy.
― Nada mal para a minha primeira vez. ― Randy mexeu a sua
bunda.
Priest gemeu. Ele imaginou. Ele podia ver que eles teriam que
trabalhar se Randy iria continuar dizendo-lhe coisas quando mais importava. E
com certeza ele não ia sentar aqui e dar uma palestra para o cara, pelo menos
não após o alucinante sexo que tinham acabado de ter.
Secretamente, foi ótimo para o seu ego saber que ele foi o primeiro
de Randy e com certeza ele seria o ultimo cara na cama do seu companheiro
até porque Priest não estava deixando o homem ir embora. Ele deu um
tapinha na bunda de Randy.
― Eu fiz algo para você comer. Temos que tomar banho e nos vestir.
Sentar à mesa da cozinha estando nus não é uma coisa sábia.
Priest puxou o seu pau amolecido de Randy escorregando do corpo
do seu companheiro. Ambos gemeram. Ele podia ver que o sexo com Randy ia
ser muitas vezes. Priest amava a forma como o seu companheiro respondia a
ele, dos bonitos barulhos que Randy fazia enquanto Priest transava com ele,
bem… se ele não parar de pensar nisso… eles não iriam sair da cama.
― Chuveiro. ― disse Priest a Randy que o obedeceu. Ele observou o
seu companheiro ir até o banheiro pensando no quanto ele amava a pequena
bunda que balançava para trás e para frente. Deus, ele estava indo para viver
dentro da bunda de Randy.
O pequeno homem tinha acabado de lhe mostrar o céu e agora Priest
estava viciado.
Ele esperou até que Randy concluiu antes dele tomar um banho
rápido. Uma vez que ambos estavam completamente vestidos, Priest deu ao
seu companheiro um tour pela casa. Não era muito grande, mas era a casa
dele, um santuário que ele amava morar, chamar de lar.
E agora era um refúgio para Randy também. Ele tinha comprado a
casa de um cara chamado Remi. Ele havia dito a Priest que ela estava
desabitada por anos, e o homem ainda cobrou um ótimo preço de Priest.
Agora que ele olhava em volta, Priest poderia imaginar Randy
vivendo aqui. Ele gostou da ideia. Imagens dele acordando ao lado do homem,
todas as manhãs e sentando na sala de estar enquanto eles assistiam TV
juntos começaram a encher a cabeça de Priest. ― Randy?
Seu companheiro se virou, olhando para ele com olhos tão inocentes.
― Sim?
Priest abriu a boca para perguntar a Randy se queria morar com ele,
quando bateram na porta da frente.
― Espere. ― Priest estava irritado por ter sido interrompido. Ele
arrancou a porta da frente aberta, pronto para mandar se foder quem quer
que fosse quando viu o tio de Randy em pé na sua varanda.
Como no inferno o cara sabe aonde ele morava?
Maverick olhou a papelada sobre a sua mesa que Nero tinha deixado
para ele. Ele tinha muito mais propostas do que ele havia previsto. Ele estava
doido quando decidiu virar a cidade de cabeça para baixo e torná-la normal.
Com os pedidos na sua frente ele teria sua cidade florescendo em
algum momento. Agarrando o telefone na sua mesa, ele discou para Roman
Lakeland.
― Lakeland Construção.
― É Maverick.
― O que posso fazer por você, Maverick? ― perguntou Roman.
Maverick podia ouvir o barulho no fundo e soube que a equipe de
construção estava ampliando o bar que precisava de reparo por anos.
Um novo proprietário o tinha comprado e Maverick estava feliz com a
escolha. O antigo dono do bar era uma pessoa de idade que foi preso por
permitir menores beber lá dentro. O que significava que era um idiota.
― Eu tenho um grande projeto do qual preciso discutir com você.
Precisamos de uma Câmara Municipal.
Roman fez um baixo ruído de assobio.
― Agora isso é um grande projeto. Eu terei que contratar mais
homens. Você tem algo em mente, ou estamos desenhando a partir do zero?
Maverick já sabia o que ele queria para o lugar que todos
conseguissem localizar e se sentir bem vindo. Vila Brac tinha um toque
pitoresco, antigo que ele queria manter assim. Ele não queria um aspecto
moderno. Essa era uma das cláusulas presente nos contratos que entregava a
novos donos de empresas.
Eles não estavam autorizados a fazer com que a Vila Brac se tornasse
um local estéril, a sua vila tinha que ser uma pequena cidade acolhedora, do
jeito que era. Com a Câmara Municipal não seria diferente.
― Eu tenho algo em mente, mas você terá que desenhá-la para
mim.
― Eu posso estar ai esta noite depois que eu pegar Steven no
trabalho. Parece bom?
― Parece perfeito.
Assim que ele desligou o telefone, Johnny entrou no escritório e
Maverick sorriu.
Ele tinha tido rodadas de discussão com Hawk sobre deixar Johnny
trabalhar. Claro, Maverick teve que morder a língua e permitir que os
companheiros deixassem a Toca.
Ele sabia que mantê-los em casa os tinha colocados nas pontas dos
pés por anos.
Agora, apenas um punhado de guerreiros guardava a casa. A maioria
estava em patrulha na Vila Brac mantendo um olho em seus companheiros
enquanto eles trabalhavam. Maverick não queria que os seus Sentinelas
conseguisse um emprego. Sua única função era proteger os companheiros da
Toca. Ele não se importava quando eles ajudavam os outros, mas se algum
deles falhar em manter os companheiros seguros…
― O que posso fazer por você, Johnny? ― Maverick sentou
corretamente, dando ao companheiro sua expressão mais séria.
― Como são as faltas no trabalho em dias de doença? ― Maverick
demorou um segundo para entender o que Johnny estava perguntando.
― Você quer faltar ao trabalho?
― Hawk quer me levar às compras. Eu iria esperar até o fim de
semana, mas eu tenho que trabalhar nos próximos seis dias. ― Johnny corou
mordendo o lábio inferior e, em seguida, fechou a porta do escritório. ― Isso
me faz uma pessoa má, porque eu quero passar o dia com o meu
companheiro?
Maverick pousou a mão sobre a boca, escondendo o sorriso.
― Não. Você vai ficar bem.
Mal sabia Johnny que Maverick comprou o Café há um ano. Ele era
tecnicamente o chefe de Johnny, porém ele nunca disse a ninguém o que tinha
feito. Apenas Nero sabia que Maverick o comprou.
― Mas eu não faria um hábito faltar ao trabalho.
― Eu não vou. Eu juro. ― Johnny prometeu saltando no lugar com
seus cachos loiros caindo sobre os ombros.
Maverick acenou na mão para o homem.
― Então vá se divertir com Hawk. Vou ligar para o Café e deixá-los
saber que você não irá hoje.
― Você faria isso por mim?
― Claro.
Johnny deixou o escritório de Maverick com um grande sorriso no
rosto. Uma vez que o homem foi embora, Maverick soltou uma risada. O cara
era muito fácil de agradar.
Capítulo Sete
Randy estava entre a sala e a cozinha, olhando para o seu pesadelo
pessoal. Como é que Fred o encontrou? Será que ele cheirou Randy ate
encontra-lo?
― O que você esta fazendo aqui? ― Priest perguntou, segurando a
porta, impedindo a entrada de Fred. Randy apertou a sua mão na parede,
ouvindo, esperando para ver o que o seu tio ia fazer. Seu coração estava
batendo fora de controle e o seu corpo estava tremendo ligeiramente. Sempre
que ele estava perto de Fred essas reações se apoderavam dele. Ele odiava se
sentir nervoso, como se esperando para o drama e abuso começar a qualquer
momento. Era uma maneira fodida para viver e ele viveu assim durante anos.
― Eu vim para ver como Randy esta ― disse Fred com uma voz que
disse que não estava verdadeiramente em causa. Randy estava cansado de
fingir que era verdade. Ele queria gritar para o seu tio que estava cheio dessa
merda. Mas Randy estava com medo de que o seu tio iria machucar Priest.
Então ele ficou quieto.
E ele odiava a si mesmo por manter o silêncio.
― Eu sinto muito, mas esse não é um bom momento. Chame da
próxima vez ― Priest começou a fechar a porta, mas Fred enfiou o pé,
impedindo a porta de fechar.
― Eu só quero ver como ele está ― disse Fred mais firmemente com
as mãos plantadas na porta.
Priest olhou para Randy, Randy queria gritar não. Mas ele deu de
ombros. Priest suspirou e abriu a grande porta.
― Aqui está ele! Ele está bem.
Fred empurrou Priest, olhando ao redor da casa. Randy podia ver o
desdém do seu tio no seu rosto. ― Caseiro ― ele demorou a entrar, não
escondendo o fato de que ele desaprovava.
Seu tio estava testando Priest.
Merda!
― Eu estou bem ― disse Randy rapidamente quando ele se
adiantou, seu coração apertou com força na sua garganta. ― Eu estou curado.
Fred passou com os seus olhos em Randy, e ele conhecia aquele
olhar. Fred estava avisando-o. Não só para lhe dizer sem palavras para manter
a boca fechada, mas que era melhor ele voltar para casa.
― Vejo você em poucos dias ― Fred disse antes de se virar e sair
pela porta da frente. A aparição de Fred apenas reafirmou que o homem
poderia encontrá-lo em qualquer lugar. A visita foi breve, mas impactante.
Randy teve o ponto alto e claro.
Priest fechou a porta e virou-se para Randy.
― O que foi aquilo?
― Estou com fome ― disse Randy, rezando para que a mudança de
assunto fosse aceita. Priest não disse uma palavra quando entrou na cozinha.
Randy o seguido. O cheiro do guisado bateu duro. Sua boca começou a salivar
quando Priest pegou uma colher de pau e começou a mexer o conteúdo da
panela. ― Cheira tão bem.
Priest deu um sorriso cheio de orgulho. ― É minha própria receita.
Como Randy teve tanta sorte? O seu companheiro não era só quente
como o inferno o homem também podia cozinhar. Ele pensou se poderia
combinar os dois. Como talvez ele pudesse ter Priest deitado e Randy poderia
lamber o ensopado direto da musculatura do homem.
Ele começou a ficar duro novamente.
― Eu não posso esperar para experimentá-lo.
Priest pegou duas tigelas do armário e as encheu.
Randy lambeu os lábios quando uma das tigelas foi estabelecida na
sua frente. Depois Priest pôs um pedaço de pão num prato e entregou para
Randy.
― É caseiro.
Deus, o cara iria estraga-lo. Randy não se importava nem um pouco.
Ele empurrou o ensopado na boca, o gosto explodindo na sua língua. ― Isso é
muito bom ― disse ele depois de engolir.
― Puxa, obrigado, ― Priest disse sorrindo. Randy não podia acreditar
como o seu companheiro era lindo. E quando ele sorria... wow.
Quando Randy pegou o pão do prato, ele passou o olhar para cima e
viu o seu tio espreitando pela janela da cozinha.
Foda, foda, foda-se. Por que homem simplesmente não ia embora?
Ele tentou olhar para baixo na sua comida e não dar bandeira, mas devia estar
escrito no seu rosto, porque Priest se virou e olhou. Mas Fred não estava mais
na janela.
Talvez Randy estivesse vendo coisas. Talvez ele estivesse com tanto
medo do seu tio estragar tudo para ele que ele estava vendo coisas que não
estavam realmente lá.
Era possível.
― Viu algo lá fora? ― Perguntou Priest.
Um homem cruel.
Randy sacudiu a cabeça e começou a comer novamente. Uma vez
que o seu prato foi lambido limpo, porque o ensopado estava malditamente
bom, Priest puxou-o para a sala de estar e pôs um DVD, Randy não sabia o
que pensar quando o seu companheiro se sentou ao lado dele e o puxou para
perto.
Eles estavam indo realmente ficar abraçados enquanto assistiam a
um filme? Oh homem, ele realmente era o companheiro perfeito.
― Ok, então eu descobri que você não gosta de filmes de terror ―
disse Priest e depois deu uma risada profunda. ― A menos que eles se
transformam em você.
Randy corou ao lembrar-se da dor de cabeça que ele tinha dado a
Priest no cinema. ― Não, eu não gosto deles.
― Então, eu vou pegar leve com você e nós vamos assistir a algo
menos assustador.
Randy sorriu, e deu um tapa no peito do Priest. ― Sem tirar sarro de
mim.
Quando o filme começou, os dedos de Priest começaram a acariciar
gentilmente o braço de Randy. Ele não tinha certeza se o cara sabia que
estava fazendo isso, mas algo dentro de Randy se acalmou. Esta era a paz que
ele estava procurando, o que ele estava precisando. Ele tinha quase certeza de
que não precisava se preocupar com seu companheiro explodindo em uma
raiva violenta.
O homem não estava procurando a menor coisa para queixar-se e em
seguida, bater em Randy como uma boneca de pano.
Não, Priest era atencioso, carinhoso, e fez Randy se sentir como se
nada no mundo pudesse machucá-lo. Não era um sentimento que Randy
estava acostumado, mas poderia rapidamente tornar-se viciado.
― Você gostaria de se mudar?
Randy estava tão fundo nos seus pensamentos que ele tinha que
lembrar sobre o que Priest perguntou. Movendo-se Randy queria gritar sim,
mas uma pequena voz no fundo da sua mente lembrou-o do seu tio. Fred iria
causar tantos problemas para Priest se Randy decidisse e se mudasse. Ele teria
essa chance? Será que ele finalmente encontraria o seu final feliz sem pagar
um preço mortal?
― Sim ― Randy respondeu antes de perder a coragem. Ele iria lidar
com as repercussões em seu caminho. Já estava na hora dele começar a viver
sua vida livre do abuso. Era tempo para ele derrubar o seu tio e abraçar o que
o destino tinha dado a ele. Reconhecidamente, Randy estava apavorado, mas
ele tinha que parar de deixar Fred governar a sua vida. Ele tinha que parar de
se encolher com medo do cara e desfrutar da paz e felicidade que encontrou
com o seu companheiro.
Uma pequena parte dele orou para que Fred o deixasse ser feliz ao
menos uma vez, mas a maior parte dele, a parte do seu cérebro que sabia a
verdade, disse-lhe que Fred nunca iria deixá-lo ir.
Randy interiormente estremeceu com o pensamento.
Priest virou-se e deu um beijo suave em Randy antes de voltar ao
redor para assistir ao filme. ― Bom, vamos pegar suas coisas amanhã.
E um peso de chumbo se estabeleceu no estômago de Randy.
Priest e Randy entraram na loja de flores na manhã seguinte. Ele
sorriu para Blair, que estava no telefone. O homem estava sempre ao telefone.
Blair acenou de volta para Priest antes de continuar a conversa.
― Olha novamente, Cecil. Eu juro, como você conseguiu antes de eu
aparecer? Basta vir aqui e sair comigo hoje.
― Eu vou estar a uma quadra se você precisar de alguma coisa, ―
Priest disse a Randy quando ele escovou o cabelo grosso do seu companheiro
caído em seus olhos. Ele não tinha certeza de como, mas Priest rapidamente
havia se apaixonado. Apenas alguns dias atrás, ele estava lutando contra si
mesmo sobre o que fazer com o pequeno homem que parecia encantado com
ele.
E agora ele estava acasalado com o cara e iria com ele depois do
trabalho para pegar suas coisas. Nossa. Medo soprou na mente de Priest, mas
ao mesmo tempo sabia que Randy era a pessoa que ele estava procurando por
toda a sua vida.
O homem era tudo para ele agora.
Randy ficou na ponta dos pés e beijou Priest. ― Ficarei bem. Eu
tenho um monte de trabalho a fazer hoje.
― Blair, ― Priest chamou ― Você vai sair da loja a qualquer hora
hoje?
Blair puxou o telefone longe do seu ouvido.
― Nah, eu tenho o meu melhor amigo vido para sair. Randy não vai
ser deixado sozinho.
Isso fez Priest se sentir mil vezes melhor. Ele não queria que o seu
companheiro fosse atacado novamente. Randy ainda não tinha lhe dito quem
tinha feito isso.
Priest estava determinado a descobrir, mas ele não estava indo
intimidar o homem para obter a informação.
Quando Randy estivesse pronto, ele diria a Priest. Mas até então,
Priest iria tomar todas as precauções que podia para manter o seu
companheiro seguro.
― Eu vou ficar bem, ― Randy disse e deu a Priest um daqueles
sorrisos apaixonados e tímido. ― Você vem para o almoço?
― Sim ― respondeu Priest. ― Eu vou lhe trazer algo para comer.
― Você sabe que está me mimando, não é?
― Sim, ― Priest sabia, e ele não poderia pará-lo. Randy tinha dado a
Priest algo que ele estava extremamente carente. O homem tinha enchido um
vazio na sua vida, e Priest planejava mostrar a Randy apenas o quanto isso
significava para ele.
― Acostume-se com isso.
Priest deu ao seu companheiro um último beijo antes de ir para fora.
Ele examinou as ruas enquanto caminhava, procurando por qualquer pessoa
suspeita. Ele não viu ninguém fora do comum.
Caminhando para o seu negócio, Priest gemeu. A grade não estava
fumando, e ele não viu Parker em qualquer lugar. Leigh, por outro lado, estava
encostado em uma parede, conversando no telefone.
Ele tinha cinco segundos de distância de demitir ambos.
― Confortável? ― ele perguntou quando ele se aproximou de Leigh.
Leigh saltou e bateu o telefone na base da parede.
― Desculpe! ― O cara correu para fora e dentro de dez minutos
Priest podia sentir o cheiro da queima de nogueira.
Agora, onde diabos Parker esta?
― Desculpe o atraso, ― Parker gritou enquanto corria pela porta,
com as roupas desalinhadas. ― Meu maldito despertador não tocou.
― É só arrastar o seu traseiro para a parte de trás e começar as
coisas prontas ― Priest latiu para ele.
― Por isso.
Ele realmente iria demiti-los. O problema era, tanto quanto de uma
dor de cabeça como os dois eram, Priest meio que gostava deles. Ele precisava
ter a sua cabeça examinada.
Eles trabalharam durante toda a manhã, e por volta das onze, Priest
estava montando o seu almoço e do seu companheiro. Ele ainda jogou algo em
uma bandeja para levar para Blair e o amigo que estava vindo para visitar.
Tudo dentro de um saco, Priest ameaçou Parker e Leigh antes dele
sair para ir almoçar com o seu companheiro. A floricultura não era tão longe,
então ele andou. Era um bom dia, e Priest sorriu para si mesmo, excitação
correndo dentro dele para ver Randy.
Deus, ele era um bobão. Ele estava apaixonado pela primeira vez em
sua vida. Ele tinha sido casado antes, mas Priest havia se casado com a sua
ex-mulher por causa da pressão dos seus pais para ele sossegar e ter filhos.
Ele nunca tinha realmente a amado. Ele era jovem e burro no momento,
ouvindo seus pais, dando-lhes o que eles queriam, tanto quanto o casamento.
Não era o que ele queria. Ele havia tentado fazê-lo funcionar, mas ele
e a sua ex-esposa se afastaram, mais e mais distantes. Quando ela se
apaixonou por outro homem, Priest teve prazer em sair de cena.
Enquanto caminhava, Priest viu alguns trabalhadores da construção
civil, no carteiro que entrega o correio, e o tio de Randy. Priest observou o
homem por um momento, mas Fred estava andando em direção aos
apartamentos da delegacia.
Ele sabia que o homem se preocupava com o seu sobrinho, mas
Priest estava começando a não gostar do cara. Ele estava se tornando um
estorvo. Priest ainda queria saber como Fred descobriu aonde ele morava.
Enquanto caminhava para a floricultura, algo parecia erado. Não
havia ninguém na frente. Pondo o saco no balcão, Priest se moveu em direção
a parte de trás. Ele reconheceu Cecil dos seus encontros com Maverick. O cara
estava no telefone falando rapidamente, do lado de fora do refrigerador aonde
as flores eram mantidas.
Priest passou por Cecil e viu Blair em seus joelhos e... porra!
― O que diabos aconteceu? ― Priest gritou quando viu Randy no
chão coberto de sangue.
― Eu não sei ― Blair gritou por cima do ombro. ― Cecil e eu
estávamos lá na frente, apenas conversando quando Randy veio aqui atrás
para fazer o inventário. É assim que eu o encontrei. Eu não vi ou ouvi nada,
nem teria vindo para cá.
Priest ficou ao lado de Blair e tirou Randy do chão.
― Chama uma ambulância.
― Você tem que convencê-lo a mudar, ― Blair disse
desesperadamente. ― Ele não quer mudar. Eu tentei.
Escovando a mão trêmula pelo cabelo castanho desgrenhado de
Randy, Priest se aproximou. Chegando mais, ficando cara a cara.
― Eu preciso que você mude, para que você possa curar.
Destruiu Priest saber que ele falhou com o seu companheiro. Randy
era para estar seguro aqui. Ele não deveria se machucar. Priest queria matar
quem tinha feito isso. Como eles tinham chegado a Randy sem que Blair e
Cecil vissem o culpado?
Randy virou lentamente a cabeça e Priest ficou chocado ao ver o lado
esquerdo do seu rosto arranhado e sangrando. Seu coração saltou no seu peito
com a visão. Nunca em sua vida ele queria ver o pequeno homem desta forma
novamente. Randy olhou para ele e Priest viu que o seu olho esquerdo estava
inchado e fechado. Raiva em brasa o encheu.
― Tio!
Priest não tinha certeza do que Randy estava tentando dizer. ― Você
quer que eu o chame? . Ele tinha acabado de ver o cara. Não deveria ser muito
difícil alcançá-lo. Priest sentiu uma espécie de dor que Randy não estava
chamando por ele, mas ele empurrou esse pensamento egoísta de lado. Era
Randy que importava agora, e não o seu orgulho ferido.
Randy engoliu em seco quando uma lágrima solitária escorreu pelo
lado do seu rosto. ― Não, ele me machuca.
Por um momento no tempo Priest ficou atordoado demais para dizer.
Ele havia encontrado com o homem fora do seu edifício. O cara parecia
genuinamente preocupado com o seu sobrinho. Então ele pensou no hospital,
quando Fred teve certeza de que ele estava no quarto quando ninguém estava
lá. Como Fred tinha falado com a polícia... filho da puta.
Fred disse a polícia que Priest havia ferido Randy. Fred tinha
aparecido em sua casa à procura do seu sobrinho.
Priest se sentia como um cego e tolo. Ele queria a cabeça de Fred em
um prato, mas agora Priest precisava cuidar do seu companheiro.
Randy vinha primeiro.
Randy sempre vinha em primeiro lugar.
― Eu preciso que você mude, bebe, ― Priest falou suavemente com
Randy. Ele iria falar com o seu companheiro mais tarde sobre por que ele não
tinha dito a Priest sobre o seu tio. Foda-se, o médico tinha quase liberado
Randy aos cuidados de Fred.
Ele sentiu vontade de vomitar.
Randy olhou para Priest com o seu olho bom, e Priest viu as lágrimas
fluindo mais rápido antes de Randy finalmente mudar.
― Seu maldito tio, ― Priest disse. ― É o seu tio, que está
machucando-o.
Os olhos de Blair arregalaram e os lábios se afastaram ligeiramente.
― Por que eu não coloquei dois e dois juntos? ― ele perguntou, olhando como
se isso fosse tudo culpa dele, como se ele soubesse o tempo todo. Ninguém
poderia ter imaginado. Fred era um ator muito bom. Ele tinha enganado todos
com a sua preocupação e um sorriso descontraído.
― Nenhum de nós fez, ― Priest respondeu com raiva, sua mandíbula
apertando a ponto dos dentes terem quebrado na boca. ― O homem saiu
como o membro da família carinhosa. Ele fez todos nós de tolos.
A cabeça de Priest sacudiu quando todo o batente da porta da loja
ficou cheio com uma presença ameaçadora. Maverick ficou lá, cada pedacinho
do homem letal que Priest sabia que ele era.
― Você disse que o seu tio fez isso? ― Maverick perguntou em um
tom que faria qualquer homem sensato molhar as calças. Priest nunca tinha
visto Maverick assim... demoníaco.
― O mesmo tio que pode se mover pela a minha vila em paz?
A raiva de Priest cancelou o medo do homem em pé na frente dele.
― Isso é o que Randy disse. Foi o seu tio este tempo todo batendo a
merda fora dele.
Priest queria Fred morto. O homem não merecia qualquer tipo de
clemência. Ele planejava bater em Fred tão mal como ele havia batido em
Randy. A raiva que Priest sentia não poderia sequer ser descrita no momento.
Raiva não chegou nem perto também.
Maverick virou-se e foi quando Priest notou um homem com cabelos
loiros até os ombros de pé atrás do alfa.
― Encontre Fred Pomell.
O cara acenou com a cabeça, antes de se afastar.
― Esse era o meu companheiro ― disse Blair em um tom baixo. ―
Ele vai encontrar o tio de Randy.
― O que você pode fazer por mim? ― Priest perguntou quando ele
olhou para trás, para baixo, para Randy. Olhando o seu companheiro não tinha
sido tão assustador quanto Priest pensou que seria. Estranho, mas no mínimo
um pouco assustador.
― Ele vai ser banido daqui, ― Maverick respondeu, seus olhos cinza-
claro escurecendo a cada segundo.
Priest ingerido, sem saber como a política entre shifters funcionava.
Ele temia que Maverick iria banir o seu companheiro, mas também
porque ele era sobrinho de Fred. Se fosse esse o caso, Priest iria desistir do
seu negócio. Não havia nenhuma maneira de que ele iria permitir que o seu
companheiro fosse expulso da cidade e não se juntar a ele.
― E Randy?
― Ele é o seu companheiro, ― Maverick respondeu com firmeza. ―
Ele é uma parte desta cidade, assim como você. Estão ambos sob a minha
proteção. Fred violou minhas leis por ferir Randy ― Maverick se moveu para
mais perto, e parecia que todo o oxigênio na sala desapareceu em um só
fôlego. ― Eu porra estou cheio de ódio. O único motivo para que eu não o
matar é porque Randy vai curar. Mas ele não será mais permitido na minha
cidade.
Isso era bom o suficiente para Priest. Embora ele realmente gostasse
de ensinar uma lição a Fred pelo que ele fez a Randy. Pelo menos Randy não
teria que se preocupar com o babaca. Mas se Fred fosse tolo o suficiente para
voltar, Priest iria matar o bastardo. ― Eu quero levá-lo para casa, mas eu não
quero deixar Parker e Leigh no trabalho sozinhos.
Maverick deu um pequeno sorriso. ― Eles vêm por aí. Você apenas
tem que ser paciente ― disse ele. ― Mas eu vou mandar um dos meus homens
para manter um olho sobre eles.
― Obrigado ― disse Priest quando ele puxou delicadamente o
pequeno lobo em seus braços.
― Hummm...
― Eu vou te dar uma carona ― disse Blair enquanto se apressava
passado por Priest e se dirigiu para a porta. ― É o mínimo que eu posso fazer.
― Eu vou também ― disse Cecil.
― Não em sua vida ― respondeu Maverick. ― Você e Blair juntos
não é nada além de problemas.
Priest não perguntou. Tudo o que ele queria fazer era obter o seu
companheiro em casa. Ele também queria caçar Fred e bater a merda fora
dele, mas ele precisava se concentrar em Randy agora.
Quando Priest pisou fora da loja, viu alguns homens grandes
esperando lá fora.
― Esses são os meus homens, ― Maverick disse. ― Eles vão segui-lo
para casa e verificar se o local está seguro.
― Obrigado. ― Priest subiu na parte de trás do SUV de Blair
embalando o lobo no seu colo enquanto Blair se afastou.
― Eu sinto muito ― disse Blair quando ele olhou para Priest no
espelho retrovisor. ― Eu juro para vocês que eu não ouvi nada.
Priest não conseguia descobrir como Randy foi tão espancado e
ninguém ouviu um som. Talvez o cara tivesse fechado a porta do refrigerador
quando ele atacou o seu sobrinho.
― Se Randy concorda ― disse Blair enquanto dirigia ― há um centro
de aconselhamento na cidade. Taylor é muito bom no que faz. Não há como
dizer quanto tempo ele foi abusado. Falar com Taylor não poderia ajudar.
― Vou deixá-lo saber, ― Priest falou. Ele concordou com Blair. Priest
não foi treinado para lidar com alguém que sofreu com o abuso em longo
prazo de um membro da família. Ele nem estava certo sobre o que dizer ao
seu companheiro quando Randy voltasse à forma humana.
Ele sentiu-se desamparado e perdido.
― Taylor poderia ajudá-lo também, Priest. Eu não quero dizer nada
com isso, mas as pessoas que estão mais próximas do abusado, por vezes,
precisam de ajuda também.
Se ele não sabia de nada, Priest pensaria que Blair estava falando por
experiência própria.
Priest se acomodou, sentindo a sua cabeça girando. Ele desejou que
ele houvesse conhecido Randy antes. Deus, por que Randy não tinha dito
alguma coisa? Priest teria lidado com Fred desde o início.
Blair puxou para a entrada e em seguida, abriu a porta traseira para
Priest sair. Ele foi puxado para trás, e sem dizer uma palavra, os homens
estavam dentro de casa de Priest, certificando-se de que Fred não estava lá
esperando por eles.
Priest se sentiu como se estivesse andando em um nevoeiro. Ele
nunca tinha lidado com algo assim antes, não tão perto e pessoal. Mas ele
sabia que iria proteger o seu pequeno lobo com a sua vida. Fred não estava
chegando perto de Randy novamente.
Ele teria a maldita certeza disso. Ele entrou pela porta da frente, e
colocou o seu companheiro no sofá.
― Tudo limpo ― um dos homens de Maverick disse. ― Sou Micah. ―
O cara esticou a mão e apertou a de Priest.
― Priest Mosley.
― Não se preocupe, Priest. Vamos ficar de olho no lugar. Se o seu
tio vier em qualquer lugar perto dele, nós saberemos.
Priest estava aliviado que ele tinha ajuda para manter Randy seguro.
Ele estaria muito ocupado cuidando do seu companheiro. Ele não queria sua
atenção dividida. ― Obrigado.
Micah saiu da casa, mas Priest de alguma forma sabia que o homem
não estava indo longe demais. Agarrando o cobertor da parte de trás do sofá,
Priest colocou sobre o lobo, tentando o seu melhor para deixar Randy
confortável.
Entrando na cozinha, ele fez um pote de café, repreendendo-se por
não ver os sinais quando eles estavam bem na frente dele.
Ele achou estranho como possessivo Fred agiu com Randy, mas
nunca colocou as pistas juntas. O irritou que ele sabia dos sinais. Jason tinha
passado pela mesma coisa na faculdade.
O namorado de Jason agiu da mesma maneira que Fred, doce e
encantador com todos os outros, um monstro total com Jason. Deus, ele era
um idiota. Priest sabia que alguém estava machucando Randy. Ele deveria ter
olhado para a família em primeiro lugar. Logo após a reunião com Fred pela
primeira vez, Priest tinha estupidamente deixado o homem. Ele não tinha
estado envolvido quando Jason o afastava sobre o assunto do abuso. Priest
tinha deixado Jason guiá-lo longe do que realmente estava acontecendo e, em
seguida, Fred tinha feito a mesma coisa.
Sentia-se culpado como o inferno, porque ele deveria ter reconhecido
os sinais.
Priest estava irritado como o inferno por deixar o bastardo enganá-lo.
― Ele não vai desistir.
Priest virou-se para ver Randy de pé na porta, o cobertor em volta do
seu pequeno corpo.
― O que você está fazendo? ― Priest perguntou enquanto
caminhava em direção ao seu companheiro, envolvendo Randy em seus
braços. ― Você deveria estar descansando, querido.
― Eu devia avisá-lo ― disse Randy quando Priest passou as mãos
pelo cabelo macio do seu companheiro. ― Eu estava com muito medo de dizer,
porque eu não queria puxá-lo em algo que me envergonha. Eu também não
queria dizer-lhe porque Fred é um Shifter. Você não é. Ele é forte, Priest.
― Então você guardou esse segredo só para que ele não me
machucasse? ― Priest queria discutir com o seu companheiro sobre a sua
decisão de lidar com isso por conta própria, mas Randy já tinha sofrido o
suficiente.
Seu companheiro assentiu.
Priest colocou um dedo sob o queixo de Randy, levantando a cabeça
do homem até Randy estar olhando ele nos olhos. Deus, ele era tão lindo.
― Deixe que eu me preocupe comigo. Nunca esconda nada de mim
novamente, querido. Eu posso me defender.
― Mas...
― Nada de mas ― Priest disse com firmeza. ― Somos uma equipe
agora. Não há mais segredos.
― E se ele vem atrás de mim depois? ― Perguntou Randy. ― Ele não
vai deixar o meu salário.
― O seu salário? ― Priest perguntou, confuso como o inferno. ― O
que você quer dizer com isso, Randy?
Randy puxou o cobertor apertado em torno dos seus ombros, e Priest
podia ver o cansaço no rosto do homem. Ele precisava ir deitar-se e ter um
pouco mais de descanso. ― Meu tio finge procurar trabalho, mas sou sempre
eu que termino pagando por tudo. Ele é um vagabundo.
Priest sentiu sua raiva atingir o telhado. A sua vida inteira, ele
sempre cuidou de si mesmo, nunca dependendo de ninguém. Houve
momentos em que ele não tinha aonde cair morto, mas ele nunca pediu nada a
ninguém.
Não até Maverick dar-lhe um empréstimo para o negócio. Essa foi a
primeira vez que ele aceitou a ajuda, e não era esmola. Priest tinha que fazer
Maverick seu parceiro silencioso. Ele não podia imaginar um homem adulto se
aproveitando de alguém, especialmente da Família, para sobreviver.
― Isso para agora ― disse Priest. ― Ele não vai ser um incomodo de
novo.
Pegando o seu companheiro em seus braços, Priest o levou de volta
para o sofá. Em vez de colocar Randy para baixo, Priest sentou-se e segurou o
homem em seus braços. ― Agora eu quero que você descanse um pouco.
Randy se enterrou no peito de Priest e soltou um suspiro de
satisfação.
Priest se perguntou se Randy tinha ouvido ou visto a conversa de
antes. Como ele poderia viver com Fred? Ele estava contente que Maverick
estava chutando o homem para fora da cidade.
Agora, talvez Randy pudesse finalmente se sentir seguro. Ele puxou o
pequeno homem perto, pressionando o seu rosto no cabelo macio de Randy.
Priest ia fazer de tudo para que Randy soubesse que ele era amado e
protegido.
Capítulo Oito
Randy riu enquanto Priest colocava o pano xadrez para baixo na
grama. — Eu não posso acreditar que estamos realmente indo para um
piquenique.
— Eu disse que faria, — Priest disse quando ele pegou a cesta do seu
caminhão e trouxe-a para a área do mirante. — Eu nunca cheguei a fazer
coisas como esta antes.
Aw. Randy não sabia o dizer. Priest não tinha sido nada além do que
atento e um cavalheiro. O cara abria as portas para ele, ele se levantava
quando Randy sentava em uma mesa, e ele havia prometido levar Randy ao
boliche, tão logo o lugar estivesse instalado e funcionando.
Ele estava muito feliz de estar aqui desfrutando de algo tão pequeno
como um piquenique. Seu companheiro não precisava impressioná-lo. Randy já
estava impressionado.
— O que você trouxe? — ele perguntou animadamente. Priest tinha
alimentos embalados do seu restaurante e estava esperando por Randy assim
que ele tinha saído do trabalho.
— Acalme-se, bebê. Vou te mostrar em apenas um minuto. — Priest
inclinou-se e beijou Randy sobre o seu cabelo. — Deixe-me ir buscar os pratos.
Randy assistiu Priest caminhar de volta para o caminhão e, em
seguida, rapidamente olhou para dentro da cesta. Seu coração quase parou de
bater quando ele viu uma rosa vermelha deitada em cima da comida. Agora,
ele desejou que ele não tivesse olhado. Ele tinha estragado a surpresa.
Droga!
Priest voltou com os pratos, talheres e copos. Ele tinha mesmo levado
uma garrafa de vinho. O homem estava fazendo de tudo para este pequeno
piquenique deles. Randy colocou suas pernas em sua bunda e sentou-se ali,
sorrindo como uma grande brincadeira.
Nunca em sua vida se ele tinha sido mais feliz do que ele estava com
Priest.
Priest sentou-se em frente de Randy e começou a tirar a comida.
Randy percebeu que o seu companheiro não mostrou a rosa. A antecipação
estava se elevando, mas ele iria esperar. Ele não devia saber sobre isso de
qualquer maneira.
— É apenas uma refeição simples — Priest disse quando ele colocou
alguns ppedaços de frango frito em cada um dos seus pratos. Ele também
falou um pouco sobre a salada de repolho também. Randy estava com fome.
Ele tinha pulado o almoço, porque os pedidos tinham sido entregues.
Como de costume, Blair estava ocupado com Cecil, então Randy tinha
colocado tudo por conta própria. Ele não se importava. Ele realmente amava
trabalhar na floricultura.
— Aqui. — Priest desarrolhou a garrafa e derramou o pálido,
borbulhante líquido, enchendo ambos os copos.
— Você age como se estivéssemos comemorando alguma coisa —
Randy disse quando ele tomou um gole. Ele nunca tomou álcool antes, então
ele tomou goles pequenos e devagar
— Eu estou esperando que nós estejamos.
Randy estava um pouco perdido. Eles tinham acasalado, passaram a
morar juntos, e vida parecia estar indo bem. Ele não ficou sem dinheiro.
Depois que ele e Priest dividiram as contas, Randy havia guardado o montante
restante das suas economias aonde deveria ter estado anos atrás. Parecia
malditamente bom saber que ele tinha dinheiro para o futuro.
Podia não ser muito agora, mas ele estava trabalhando nisso.
Randy sentiu o seu coração pular uma batida quando Priest puxou a
rosa do cesto. Ele estava deitado ao seu lado, sorrindo para Randy enquanto
ele cheirava as bonitas pétalas vermelhas. — Eu apenas queria que você
soubesse o quão sortudo eu sinto por ter você na minha vida — disse Priest. —
Eu não sabia nem mesmo como solitário eu estava até que você veio.
Ok, isso foi um elogio? Randy ia tomá-lo como um.
Ele havia aprendido que às vezes Priest achava difícil se expressar.
Não havia nenhuma maneira no inferno que ele estava
interrompendo.
— Hoje, eu comprei isto para você ― Priest entregou a Randy a rosa.
Randy sorriu de orelha a orelha quando ele se inclinou e deu a Priest
um beijo. A grande droga estava indo fazê-lo chorar. Levantando a rosa, Randy
inalou a fragrância, pensando em si mesmo como sortudo Priest ia ficar, assim
que chegassem em casa.
E então ele sentiu algo bater no queixo.
Puxando a flor de volta, Randy congelou quando viu dois anéis de
casamento enfiado entre as pétalas. Com a mão trêmula, ele cutucou e puxou-
os para fora, olhando para eles por um longo momento antes de olhar para
Priest.
— Eles são de ouro branco. Eu não tinha certeza sobre a prata, então
eu apostei… — Randy pulou nos braços de Priest, salpicando beijos por todo o
seu rosto enquanto Priest rolava para as suas costas, rindo. — Eu sei que
estamos acasalados, e é o mesmo que estar casado — Ele segurou o rosto de
Randy. — Eu só queria que todo mundo soubesse que você é meu. — Priest
arrancou os anéis da mão de Randy. Ele sentiu as lágrimas se reunindo em
seus olhos enquanto Priest colocou o anel no seu dedo.
Ele se encaixava perfeitamente.
Houve uma única tira na parte da frente do anel que tinha três
diamantes brancos. Randy rapidamente pegou o anel da mão de Priest antes
que o seu companheiro pudesse colocá-lo. — Esse é o meu trabalho — disse
Randy enquanto lágrimas continuavam a rolar pelo seu rosto. Limpou-as e
então deslizou o anel de Priest no lugar.
— Então é oficial — disse Priest.
Randy enxugou os olhos novamente. As merdas não iriam parar de
vazar. Ele começou a chorar ainda mais duro quando Priest puxou Randy em
seus braços e disse — Eu te amo, Randy.
Porra, se o homem não sabia como fazer um piquenique. — Eu te
amo também, Priest. Você me fez o homem mais feliz do mundo. — Randy se
aconchegou nos braços de Priest, admirando o seu anel e como ele ficava em
sua mão. Deus, ele estava acasalado, casado, o que quer que seja que alguém
quisesse chamá-lo. O fato era, Priest era dele.
Ele riu quando Priest começou a mordiscar de brincadeira a sua
orelha. — Preciso cortar o cabelo.
— Não se atreva — Priest disse quando ele beijou a mão do anel —
Eu gosto do seu cabelo do jeito que ele é. — Agora ele sabia que Priest era seu
destino.
Seu companheiro não se importava que o cabelo de Randy era muito
longo, ou que ele trabalhava em uma loja de flores, ou até mesmo que ele era
gay, e não ser gay teria sido um problema.
— Eu quero te levar pra casa... — Priest traçou com os lábios a nuca
e o pescoço de Randy — e fazer amor com você — ele beliscou Randy no
ombro — e então eu vou mostrar-lhe um tempo muito bom. — Randy estava
em tudo isso. Eles rapidamente arrumaram as suas coisas e armazenando-as
no caminhão. Priest levou-os para casa. Randy ainda não tinha terminando de
cruzar o limiar antes de Priest estar em cima dele, levando-o pela porta da
frente e deitando Randy no sofá.
— Impaciente? — Randy riu.
— Muito — Priest respondeu quando ele chutou as botas, desabotoou
o cinto, e, em seguida, deslizou o seu jeans do seu corpo.
Tudo que Randy podia fazer era babar. O homem era um deus
bronzeado.
Randy queria lamber cada centímetro do corpo do homem.
Quando Priest levantou os braços para tirar a camisa, Randy inclinou-
se para a frente, colocou as mãos sobre as coxas bem esculpidas, e tomou o
pênis de Priest na sua boca.
— Bastardo... — Priest gritou, suas coxas tremendo.
Randy trabalhava no pau grosso, lambendo e cantarolando até que
ele sentiu as duas mãos grandes, musculosas acariciando o seu cabelo
enquanto ele lambia o pré-sêmen derramando na sua língua.
— É isso aí, bebê. Chupa o meu pau. Leve tudo dentro — Priest
cantava enquanto seus dedos continuaram a percorrer o cabelo de Randy. —
Você vai chegar lá bebê. Basta relaxar a sua garganta. — Randy parou de
querer vomitar e, em seguida, fez o que Priest pediu.
Embora esta não fosse a primeira vez dele chupar o seu
companheiro, Randy ainda achava o eixo do homem assustador. Não só Priest
era grosso como o inferno, o homem tinha que ter pelo menos 23 centímetros
de comprimento.
— Devagar, bebê — Priest assobiou quando Randy levou mais um
centímetro. Ele podia sentir a cabeça deslizando mais para baixo na sua
garganta. Seus lábios estavam esticados, mas Randy estava determinado a
tomar todo o endurecido pênis.
— Oh, Deus — disse Priest enquanto suas pernas tremiam mais. — É
isso ai bebê... isso é... isso. — Tomando uma respiração profunda através do
seu nariz, Randy empurrou para frente, sentindo a ereção de Priest ir todo o
caminho até que os pelos na virilha de Priest fizeram cócegas no seu nariz.
— Puta Merda! ― As mãos de Priest seguraram o cabelo de Randy
enquanto seus quadris se moviam para trás e depois para a frente. Foi um
processo lento, fodidamente sensual. O pau do homem ia na garganta de
Randy, e, em seguida, puxava para trás.
Ele não precisava fazer uma sucção apertada. O pau de Priest encheu
a sua boca até o ponto máximo de estender.
— Oh, bebê — Priest disse com um silvo. — Deus, isso parece tão
bom.
E então Priest puxou para trás, deixando Randy sugar a cabeça com
divertimento. Ele também deu-lhe um momento para recuperar o fôlego. Ele
envolveu a sua mão ao redor da base, retraindo vários centímetros, tornando-
se mais fácil para ele tomar o seu companheiro de volta na sua boca.
Ele ia ter que trabalhar nisso. Esperemos que, ao longo do tempo,
Randy seria capaz de tomar o eixo de aço de Priest na sua garganta com
facilidade.
Priest passou os dedos sob o queixo de Randy. Quando Randy olhou
para cima, os olhos azul-acinzentados de Priest estavam observando-o de
perto, cheios de amor e desejo. Não havia nenhuma maneira de que ele
poderia confundir o olhar com qualquer coisa.
Priest o amava.
Seu companheiro puxou de volta. O pau tinha sido retirado da sua
boca. Randy levantou uma sobrancelha, perguntando sem palavras o que
Priest estava fazendo.
— Deus, olhe para você — disse Priest quando ele se inclinou na
cintura e capturou os lábios de Randy. — Você parece tão bom quando você
está me chupando na sua boca. ― O homem sabia falar sujo.
Randy adorou.
— Isso foi bom, muito bom, bebê. Mas eu quero um pouco dessa
bunda. — Priest pegou uma nádega em cada mão, dando a carne um leve
aperto. O aperto sensual e as palavras sujas fez o buraco de Randy pulsar com
a necessidade.
— Então me fode — disse ele, sentindo o rosto esquentar com o que
ele apenas disse. Ele podia sentir o peito do Priest retumbar quando o homem
riu no pescoço de Randy.
— Você está aprendendo.
— Para quê, falar palavrão? — Randy perguntou inocentemente.
— Meu pequeno companheiro doce. Você era virgem quando eu
reivindiquei você. Eu não espero que você saiba... — Randy agarrou os ombros
de Priest, tocando o nariz do seu companheiro.
— Eu quero que você enfie o seu pau grosso na minha bunda e foda-
me até que eu esteja uivando para a lua!
Priest engoliu em seco. — Ok.— Randy teria rido, mas ele estava com
muito tesão para fazer qualquer coisa além de correr até o seu quarto, pegar o
lubrificante e depois correr de volta para baixo. Ele derrapou até parar quando
viu o seu companheiro estabelecido no sofá, seu pênis na mão, dando grandes
golpes lentos na ereção.
O homem não disse uma palavra. Ele só entortou um dedo, e Randy
quase tropeçou em seus próprios pés para chegar a Priest. Seu companheiro
arrancou o lubrificante da mão de Randy e, em seguida, bateu na coxa. — Vem
sentar-se em mim.
Randy montou as coxas do homem. Priest pressionando para a frente
até que Randy estava peito a peito com o seu companheiro.
E então ele sentiu os dedos de Priest jogar com o seu buraco
tremendo.
— Eu não posso esperar para sentir o meu pau aqui. — Na última
palavra, Priest espetou dois dedos na bunda de Randy. Ele se ergueu, seu
próprio pênis esfregando no estômago de Priest enquanto ele agarrava os
ombros do seu companheiro mais apertado.
Randy gemeu quando os dedos longos e grossos que pareciam
enchê-lo de modo perfeitamente roçavam a sua próstata com cada movimento
das mãos de Priest. Randy arquejou quando sentiu os dedos de Priest
empurrar profundamente, e em seguida, puxar de volta. Ele apertou sua
bunda nas estocadas, sentindo suas bolas ficarem apertadas.
— Não, bebê — Priest disse quando ele beijou o queixo de Randy. —
Você não vai gozar assim.
— P-por quê? — Randy disse em desespero. Ele tinha estado tão
malditamente perto. Sua bunda tentou perseguir os dedos do seu companheiro
quando Priest puxou para fora.
— Porque você vai gozar, quando eu estiver te fodendo. — Priest
ajustou o seu pênis para cima, a cabeça sem corte tocando o buraco de Randy.
— Agora lentamente desça a sua bunda no meu pau, bebê.
Randy colocou o queixo no ombro de Priest, com um suspiro de
prazer quando sentiu o pênis do seu companheiro passar pela entrada
apertada e preencher ele completamente.
— Tão bom, bebê... tão bom. — Priest deslizou as mãos para baixo
nos lados de Randy e, em seguida, agarrou a sua pele. — Agora me monte,
bebê. — Isso parecia ser a posição favorita de Priest. Randy encontrou-se em
cima do seu companheiro mais do que ele estava sob ele. Mas ele gostava. Ele
era capaz de beijar o homem com facilidade quando Priest estava tão perto.
E foi exatamente isso que ele fez. Suas línguas duelaram enquanto
Priest enfiava o seu pênis profundamente no corpo de Randy. Mas depois de
cinco minutos, Priest se soltou.
— Fique em suas mãos e joelhos. — Randy rapidamente virou e
apresentou a sua bunda. Priest não perdeu tempo. Seu pênis estava enfiado
em Randy. Ele podia sentir as bolas batendo nele enquanto o homem jorrou
nele. Ele começou implorando a Priest para transar com ele mais. Ele foi
atendido pelo seu companheiro de corpo rígido, seus quadris mergulhando, e a
necessidade de gozar ficando maior. Cada impulso pregava sua glândula, e
Randy gemeu, ondulando enquanto se moviam juntos.
Priest estava se movendo poderosamente atrás de Randy, deixando-o
saber que ele estava sendo fodido por nada, além de músculo cru. Priest pegou
Randy pelos quadris e empurrou para cima, encontrando cada empurrão contra
Randy.
— Você é tão bom — Priest sussurrou quando sua mão foi para o pau
inchado de Randy e acariciou-o ao ritmo da sua foda. Randy sentiu o seu
coração correr ainda mais rápido quando Priest beijou uma trilha no seu
ombro.
— Goze para mim, bebê. — Randy queria nada mais do que
obedecer a ordem de Priest. Randy gritou, seu corpo apertado, gozando
desesperado. Os olhos de Randy rolaram para trás, com a cabeça enevoada, e
ele gritou o nome do Priest, Priest puxou para cima, passou os braços ao redor
do peito do Randy, e, em seguida, bombeou nele até que o homem estava
rugindo a sua libertação.
Foda-se, Randy estava exausto.
Priest caiu para trás, rindo enquanto ele levava Randy com ele. —
Agora eu vou lhe mostrar um bom tempo. — Isso não era um bom momento?
Randy não tinha certeza se ele poderia lidar com mais de um bom tempo. Isso
só poderia matá-lo.
— Vai tomar uma ducha e esteja aqui em dez minutos. — Com um
gemido protestando, Randy se afastou e fez o que o seu companheiro mandou.
Como diabos Priest tinha esperado que ele andasse depois ser fodido assim?
Mas ele o fez, e estava lá embaixo em dez minutos, Priest já estava na porta.
O cabelo do homem estava úmido, então Randy sabia que o seu
companheiro tomou banho no quarto de hóspedes. Que pena. Isso poderia ter
sido muito divertido com Priest e um pouco de sabão.
— Seu traseirinho vai me matar — brincou Priest quando ele pegou
Randy olhando para a virilha do seu companheiro. — Vai entrar no caminhão.
— Ele não tinha certeza de onde eles estavam indo. Priest não lhe tinha dito.
Quando chegaram ao centro de recreação, Randy estava mais uma
vez confuso.
— Por que estamos aqui?
— Você vai ver — disse Priest quando ele saiu. Randy abriu a porta,
hesitante, mas depois seguiu o seu companheiro. Priest não foi para dentro do
centro.
Não, ele andou em volta. Onde ele estava indo as dez horas da noite?
Randy, não tinha certeza se isso era uma boa ideia.
Quando ele virou a esquina, ele viu Priest posicionado atrás do
balanço da área de recreação.
— O que está acontecendo? — Priest deu um tapinha no balanço.
— Vamos ter um assento.
Randy deu de ombros. Ele não tinha certeza do que o seu
companheiro estava fazendo, mas ele iria sentar-se no balanço e ver o que
estava acontecendo.
Ele rapidamente pegou as correntes quando Priest sentou no balanço.
Randy voou alto, e depois voltou para baixo. — Esta é a sua ideia de
um bom tempo?
Priest estava sorrindo amplamente. — Sim.
Randy estava começando a descobrir que Priest era apenas uma
criança grande. O homem gostava de fazer as coisas mais estranhas. Randy
não tinha estado em um parque desde que ele tinha doze anos. Mas ele deixou
a apreensão ir e perdeu-se no momento enquanto Priest continuou a empurrá-
lo.
— Eu queria falar com você sobre algo. — Inclinando a cabeça para
trás, Randy fechou os olhos e contou com a sensação do ar correndo por ele.
— Ok.
Quando Priest não falou, Randy abriu os olhos. Seu companheiro
estava sentado no balanço ao lado dele. Ele parecia estranho sentado lá. Priest
não era um homem pequeno. O assento pequeno parecia que estava se
arrebentando nas coxas de Priest.
Mas foi a expressão de Priest que fez Randy enfiar o pé no chão e
parar o balanço.
— O que?
Esfregando a parte de trás do seu pescoço, Priest começou. — Eu
tinha um amigo na faculdade. O nome dele era Jason. Estávamos bem e tudo.
Ele estava namorando esse cara por um tempo. Eu comecei a notar
hematomas nele, mas Jason não dizia de onde vinham. — Randy estava
começando a se sentir desconfortável. Ele estava tendo o melhor dia da sua
vida. Ele não queria que ele arruinasse falando sobre esse cara, Jason, ou
Fred.
— Eu ignorei os sinais e estupidamente deixei Jason me despistar do
indivíduo. Uma noite, enquanto eu estava estudando, eu recebi um telefonema
do reitor. Os policiais encontraram Jason morto. Seu namorado era um
suspeito, e com razão. Ele foi o único a abusar de Jason. — Priest passou a
mão em seu rosto. — Eu me culpei por não ter exigindo de Jason que me
dissesse o que estava acontecendo. Uma pequena parte de mim ainda se sente
como se fosse minha culpa.
— Sinto muito — disse Randy. Ele não tinha certeza se ele estava se
desculpando pela perda de Priest, ou porque ele não tinha contado ao seu
companheiro o que estava acontecendo com o seu Tio Fred. Ficou ali sentado
desejando que Priest mudasse de assunto, Randy nunca quis pensar sobre o
seu tio de novo. Nunca
— Eu te disse isso porque eu acho que nós dois poderíamos usar
alguém para conversar sobre isso. — disse Priest.
Randy franziu as sobrancelhas.
— Como um conselheiro?
Priest concordou. — Sim.
— Mas por que você precisa falar com alguém? — Randy não tinha
certeza de onde Priest estava indo com isso. Por que o seu companheiro
precisava ver um profissional? Randy não queria ver um. Ele não queria falar
sobre nada disso. Ele só queria que fosse embora.
— Porque eu preciso aprender que não fooi minha culpa que você foi
ferido, Randy. Eu também preciso aprender a lidar com você quando você
chora em seu sono. — Randy estava mortificado. Ele não tinha ideia de que ele
chorava em seu sono. Ele pulou do balanço, correndo pelo playground,
tentando superar a sua humilhação.
— Randy! — Priest gritou. Randy ignorou-o enquanto ele mudava e
disparava tão rápido quanto ele poderia correr. Por que diabos Priest iria achar
que era culpa dele? Randy não entendia isso. Ele não entendia nada do
presente.
Ele ficou perplexo que Priest o amasse tanto. Ele foi ferido porque ele
não era bom o suficiente para o seu tio amar. Randy estava aguardando o
outro sapato cair, destruindo o que ele tinha com o seu companheiro.
— Droga, Randy, pare! — Randy diminuiu e, em seguida, caiu no
concreto. Ele simplesmente queria que as lembranças fossem embora. Já era
ruim o suficiente que Fred bateu o inferno fora dele uma e outra vez, mas
deixar um conselheiro saber os detalhes era um pouco mais do que Randy
poderia lidar agora. Ele odiava que ele chorava durante o sono e ele odiava que
Priest sabia sobre isso.
Priest surgiu ao lado dele e pegou Randy do chão, levantando-o nos
braços fortes. — Você não pode continuar fugindo, bebê. Você tem que encarar
o que aconteceu com você. — Randy voltou á forma humana nos braços de
Priest, e envolveu-se em torno do seu companheiro. Ele nunca, nunca queria
perder Priest.
— Eu vou. Eu prometo.
Porque Priest estava certo.
Randy não poderia continuar correndo.
Seu companheiro caminhou de volta para o caminhão e colocou
Randy no banco do passageiro. Ele fechou a porta e se inclinou, segurando o
rosto de Randy. — Eu vou estar lá com você. Você não está sozinho, bebê.
Você nunca vai estar sozinho de novo.
Randy concordou, enxugando os olhos.
Ele viu o anel no seu dedo e Randy olhou para ele toda a volta para
casa.
Priest era dele.
Seu companheiro o amava.
Se o cara estava disposto a obter ajuda, então Randy iria também.
Capítulo Nove
— O Pit — disse Priest, quando ele atendeu o telefone no trabalho.
— Eu só queria que você soubesse que Fred foi cuidado. Eu mesmo o
escoltei para fora da cidade.
— Obrigado, Maverick. Te devo uma — Priest estava aliviado como o
inferno. Ele sabia que Fred tinha ido embora, mas ao ouvir Maverick confirmá-
lo, o deixou aliviado.
— Consiga para Randy a ajuda que ele precisa e nós estamos quites.
— Eu já falei com ele. Ele vai ver Taylor depois do trabalho.
— Taylor é um bom homem. Ele vai ajudar Randy a passar por isso —
O prefeito desligou. Se havia uma coisa que Priest poderia dizer sobre
Maverick, o cara desprezava despedidas. E assim o fez Priest.
Ele embalou o telefone e se encostou na parede, agradecendo a sua
sorte por Fred não ter matado Randy.
— Você está bem, chefe? — Parker perguntou quando ele estava
junto a registradora. — sabe que nós não nos conhecemos tão bem, mas, você
sabe, se houver qualquer coisa que você precisar, é o seu. — Priest sabia que
havia uma razão pela qual ele manteve Parker. É certo como inferno que não
era por suas habilidades de trabalho. O cara era um bom garoto. Apesar dele
ter que perseguir o homem pela metade do tempo para entrar no trabalho,
quando ele estava lá, Parker era bom com os clientes. Notou que as mesmas
pessoas voltavam, todos com um sorriso amigável e conversando com Parker
como se fosse da família. O cara tinha o dom da palavra.
— Obrigado, mas eu estou bem.
Ele também havia encontrado alguém para cuidar da contabilidade.
Priest estava aliviado sobre isso... Por mais que ele tentou manter as coisas
equilibradas, foi acumulando. Ele ainda precisava pedir estoque, mas ele não
tinha certeza do que ele já tinha.
Gestão de uma empresa é difícil e demorado.
— Oh, há uma entrega para o almoço — disse Parker. — Eu sei que
nós não fazemos entregas, ainda, mas é para o corpo de bombeiros local. Eu
não acho que você se importa.
— Não, é só pegar tudo e eu vou levá-lo. — Talvez ele tivesse
necessidade de começar a entregar. Mais e mais pessoas estavam chamando e
pedindo por isso. Isso significaria a contratação de um motorista de entrega.
Havia tanto na gestão de uma empresa, mais do que Priest tinha pensado. Mas
ele estava indo fazer isto funcionar. Era um sonho dele, e ele estava indo se
certificar de que ele conseguiria.
Assim que Parker tinha as ordens juntas, Priest caminhou para fora.
Ele se dirigiu para a porta do motorista e amaldiçoou. Agora não era um bom
momento para conseguir um pneu furado. Ele ia ter que mudar o maldito
pneu, mas não tinha tempo agora.
Priest emprestou as chaves de Parker e usou o carro pequeno do cara
para fazer a entrega. Priest sentiu como se estivesse dirigindo em uma lata de
atum. Ele simplesmente esperava como o inferno que ele pudesse sair do
carro. Ele não tinha certeza de como ele havia entrado. Felizmente, ele
conseguiu sair do carro quando chegou ao corpo de bombeiros.
Ele entrou no corpo de bombeiros, olhando ao redor. Ele nunca tinha
estado aqui antes. A área de recepção tinha um tapete cinza com corredores
azuis e algumas cadeiras vermelhas que estavam de um lado. Havia algumas
plantas decorando o lugar e um quadro na parede. Era agradável e limpo.
— Posso ajudá-lo? — Um cara perguntou da mesa em frente a porta.
— Eu tenho uma entrega do Pit. — Priest colocou o saco sobre o
balcão.
— Deixe-me ir pegar algum dinheiro. Eu já volto. — Ele observou o
homem sair. Priest ficou ali, olhando ao redor. Não era assim ele imaginou que
que um quartel parecia. Ele não estava esperando algo tão bonito e brilhante
na área de recepção.
Ele não estava esperando uma área de recepção em tudo. Ele gostou
disso.
— Aqui está — o rapaz disse quando ele voltou.
— Priest Mosley — Priest disse quando ele estendeu a mão. Se ele
fosse viver na vila Brac, ele precisava conhecer os moradores. — Dono do Pit.
O homem deu-lhe um sorriso largo. — Chefe dos Bombeiros Bear
Callahan — A cara apertou a mão de Priest. — Bear para os amigos
—O seu primeiro nome realmente é Bear? — Perguntou Priest.
O homem riu. — É o seu primeiro nome realmente Priest3? Priest deu
ao homem a Nota. — Você me pegou.
Bear pagou pela comida e acenou para Priest quando ele saiu pela
porta dianteira. Sentia-se bem. Muito bem. Ele havia conhecido o chefe dos
bombeiros. Conhecer os moradores da cidade o fez se sentir como se ele
pertencesse aqui. Na cidade, Priest tinha sido apenas mais um rosto entre
muitos.
3 - Aqui fazem um trocadilho com os nomes PRIEST (Padre) e BEAR (Urso), como não traduzimos nomes pessoais, eles geralmente ficam no original.
Aqui nesta pequena cidade, ele sentiu como se ele fosse parte da
comunidade.
Ele gostava disso. Priest olhou para o carro de Parker e gemeu. Ele
não estava ansioso para se apertar de volta na lata de atum. Era por isso que
ele possuía um caminhão.
Assim que ele estava de volta ao trabalho, Priest começou a mudar o
pneu. Ele ia levar o pneu estourado na Garagem do Mark e descobrir o que
aconteceu. Poderia ter sido um prego ou algo parecido, mas ele fez questão de
comprar os pneus novos. Tinha sido garantido a ele que pregos não podiam
penetrar neles. Se algum teve, Priest iria ter uma palavra com o homem que
os vendeu.
— Ei, Randy ligou — Leigh disse quando Priest veio para lavar as
mãos — Ele disse que tem que trabalhar até tarde e queria saber se você iria
passar por aqui quando terminasse.
— Você pode segurar o forte sozinho? — Ele sabia que alguém ia vir
ver o trabalho de contador, mas o companheiro de Priest vinha primeiro. Ele
também odiava sair e deixar esses dois no comando.
— Segurando-o — disse Leigh.
Priest revirou os olhos para o céu quando ele saiu. Em vez de pegar o
seu caminhão, ele caminhou. O sol da tarde se sentia bem em seu rosto
quando ele se dirigiu para a loja de flores. Como de costume e de hábito,
Priest vasculhava as ruas.
Ele não viu ninguém que parecia sombrio, então ele entrou na loja de
flores. Seu coração tornou-se mais claro quando viu Randy de pé atrás do
balcão, conversando com um cliente. Ele também se sentia orgulhoso como o
inferno quando ele viu o anel de casamento de Randy. Essa pequena faixa de
ouro branco disse a todos que Randy estava fora dos limites.
Ele podia ser um pouco possessivo, mas Priest amava que Randy
pertencia a ele. Ele navegou ao redor da loja até que Randy terminou com o
seu cliente antes de Priest ir em direção ao balcão.
— Você poderia ter vindo — Randy disse quando ele inclinou a
cabeça trás para olhar para Priest. — Eu não escondo o fato de que eu sou gay.
— Não foi isso — Priest disse quando ele deu ao seu companheiro um
beijo. — Você estava ocupado com um cliente. Eu não interfiro. Essa pessoa
merece a sua atenção. Eu sou apenas um cara passando para ganhar um beijo
do homem que eu amo.
Randy beijou Priest novamente. — Um dia desses eu vou acordar e
perceber que foi apenas um sonho.
Priest pigarreou, sem saber como responder a isso. — Por você tem
que trabalhar horas extras? — Randy colocou a papelada que já estava na
frente dele e, em seguida, sorriu para Priest.
— Eu tenho uma ordem grande de casamento que eu tenho que
deixar pronta. Mesmo com a ajuda de Blair, vai ter um monte do meu tempo.
— Priest tinha a sensação que Randy estava tentando evitar ir ver Taylor. Isso
não funcionaria. Priest sabia que o seu companheiro precisava de
aconselhamento.
O homem ainda estava chorando em seu sono, e ele começou a
empurrar quando era abraçado. Ele ia ter que falar com Taylor para ver como
ele poderia levar Randy sem ter que forçar o homem.
— Compreensível — Realmente não era, mas o que Priest podia
fazer? Randy já tinha sido intimidado o suficiente, e Priest não era o tipo de
fazer alguém fazer algo que não queria fazer. Ele não estava deixando o seu
companheiro fora do gancho facilmente. — A que horas você acha que vai ter
terminado hoje à noite?
Randy passou a mão na frente da sua camisa e Priest podia vê-lo
tremendo. Droga. Ele nunca quis que o seu companheiro sentisse medo
novamente em sua vida.
Priest puxou o homem em seus braços, fazendo a única coisa que
podia pensar. Ele queria que Randy se sentisse seguro.
— Você sabe que eu te amo, né? — Ele podia ouvir o suspiro trêmulo
que o seu companheiro soltou quando ele balançou a cabeça.
— Eu sei.
Priest não tinha certeza do que mais ele poderia fazer. — E se eu
passar por aqui quando eu fechar o Pit e ver se eu posso ajudá-lo?
— Eu não sei como você poderia, mas tudo bem.
Três horas depois, Priest estava de volta. Ele entrou na loja e o seu
queixo caiu. Ele nunca tinha visto tantos lilás e creme antes.
O lugar parecia que tinha explodido com as malditas cores. Isso e
também eram colares de pérolas falsas em todos os lugares. Sentiu-se um
pouco tonto. O que ele sabia sobre flores? Elas cheiravam bem e elas eram
bonitas. Isso era tudo o que ele sabia. Ele deu um passo além das flores e
fitas, se perguntando o que na terra Randy queria que ele fizesse.
— Aí está você, — Randy disse, como se aliviado que Priest tinha
finalmente aparecido. — Você pode me dar o colar de pérolas atrás de você? —
Priest virou em um círculo, não vendo as contas que Randy estava se
referindo. Havia muito em cima do balcão. Por que não poderia usar estas?
Talvez ele devesse ter ficado no trabalho. Este material floral era
confuso.
Randy viu como seu companheiro parecia confuso, então ele deu ao
homem um tempo e se ele levasse as caixas de volta ao seu lugar. Ele
realmente não tinha que se apressar nesta ordem, mas Randy estava se
cagando de medo de ir falar com Taylor.
Quanto mais próximo chegou a hora de falar com o conselheiro, mais
nervoso ele tinha se tornado. Ele até teve um pesadelo na noite passada que
Fred estava no quarto com eles quando Randy contou tudo sobre o seu tio.
Ele simplesmente não podia fazê-lo. Randy não poderia reviver o
horror que ele tinha vivido. Uma vez foi suficiente. Que bem poderia vir de
falar sobre isso?
— Todas as caixas foram abertas e esvaziadas — disse Priest quando
ele caminhou de volta para a loja principal. Randy olhou para o seu
companheiro. Ele realmente não queria decepcionar o cara. Ele não tinha a sua
coragem, não era algo que Randy poderia fazer.
Ele só não sabia como dizer a Priest.
Randy olhou para cima quando alguém entrou na loja. Ele ficou
aliviado pela distração. Ele parou Priest de interrogá-lo sobre ir ao Taylor... pelo
momento.
— Por favor, desculpe a bagunça — Randy disse. — Tome seu tempo e
olhe ao redor.
— Na verdade, estou aqui para te ver — o homem disse quando ele
moveu-se para o contador, enfiando a mão. — Eu sou Taylor Tate.
— Precisamos de café — disse Blair quando ele agarrou Priest pelo
braço e puxou-o em direção à porta. — Lotes e lotes de café.
Randy olhou para os dois, eles pularam do barco. Ele estava indo
estrangulá-los.
— Você precisa de alguma ajuda? — Taylor perguntou quando ele
acenou com a cabeça em direção a bagunça no balcão.
— Não — disse Randy um pouco bruscamente. Ele não estava
tentando ser um idiota, mas ele estava chateado que Taylor tinha aparecido.
— Isso não vai desaparecer, Randy. Você pode enterrá-lo tão
profundo como você quiser, mas a dor do que aconteceu com você se manterá
reaparecendo.
Randy não estava olhando para Taylor, mas ele ouviu o cara. Foda-se
se Taylor não estava dizendo a verdade. Randy tentou da forma mais difícil
enterrar o que tinha acontecido com ele, mas estava ressurgindo em seus
sonhos. Ele não tinha tido uma noite decente de sono em um tempo muito
longo. Ele estava cansado de estar cansado. Randy estava cansado de tudo
isso. Ele só queria esquecer.
— Seu guardião te machucou, Randy. Sua família. Seu tio. Você tem
que enfrentar isso.
Randy entrou por trás do balcão, apertando seus punhos em suas
laterais. Ele podia sentir a raiva do que Fred fez a ele ferver por dentro dele.
Seu tio havia traído a sua confiança e Randy queria machucar alguém. — Eu
não tenho que enfrentar uma maldita coisa — disse ele entre os dentes afiados
ameaçadores. — Deixe-me em paz.
— Você guardou esse segredo por muito tempo. Não acha que já é
tempo…
— Não. — Randy gritou. — Não quero falar sobre isso. Eu não quero
pensar sobre isso. — Randy amaldiçoou quando sentiu as lágrimas brotando
em seu olhos. — Eu não quero me lembrar, Taylor. Deixe isso comigo!
— E fazer o quê, Randy? — Taylor perguntou calmamente, apesar de
Randy gritar como louco. — Você não dorme muito bem. Posso dizer pelos
círculos sob os seus olhos. Seu companheiro está preocupado com você. Você
não pode manter isso engarrafado. Mais cedo ou mais tarde, isso vai afetar o
seu relacionamento com Priest.
Randy deu um passo para trás, pensando no seu companheiro. — Eu
não quero isso. Que arruíne o meu relacionamento. — Priest foi a melhor coisa
que já aconteceu para Randy. O homem era como a sua rede de segurança, a
sua fortaleza. Se ele o perdesse…
Taylor deu um passo mais perto, apoiando os dedos no ombro de
Randy com o mais leve dos toques. — Então deixe-me ajudá-lo. O maior erro
que você pode fazer é ignorar o que aconteceu com você. — Randy passou os
braços ao redor da sua cintura, sentindo-se como se estivesse se afogando
enquanto ele assentiu. Ele não podia perder Priest e ele não poderia permitir
que o que lhe aconteceu afetasse o seu relacionamento. Lentamente, ele
ergueu a cabeça para olhar nos olhos de Taylor. — Onde é que nós
começamos!
— Pare de ficar tão preocupado — disse Blair, enquanto caminhavam
para o Café. — Taylor vai cuidar muito bem dele.
— Eu não gosto de deixá-lo com um estranho — Priest admitiu.
Blair fez um som pffst. — Taylor é metade demônio. Se alguém vem
na floricultura à procura de problemas, eles vão ser atendidos com uma
surpresa desagradável. — Priest parou de andar e ficou boquiaberto com Blair.
― Ele é o que? ― Maverick lhe falou sobre shifters. O homem não
tinha dito nada sobre Demônios. Não eram demônios ruins? Ele girou nos
calcanhares, voltando para a loja. Como poderia Blair ter deixado Randy com
um demônio?
— Espere um pouco. — Blair agarrou o braço de Priest.
— Você deixou o meu companheiro com um demônio porra, Blair.
Como você pôde...
Sua cabeça estava sofrendo com a percepção de que os demônios
realmente existiam, mas a sua necessidade de proteger Randy estava
substituindo o seu medo.
— Taylor nunca machucaria Randy. Ele é um conselheiro, Priest. O
que, você acha que é um ardil para que ele possa atrair vítimas inocentes em
sua teia? — Priest puxou a mão de Blair, correndo de volta para a loja de
flores.
— Essa visão não ajuda.
— Pare com isso — disse Blair quando ele pulou na frente de Priest
para parar ele. — Eu nunca deixaria Randy nas mãos de alguém que o
machucaria.
Priest foi tentado a derrubar Blair fora do seu caminho, mas ele
conheceu o companheiro do cara. Não seria uma coisa sensata a fazer. — Eu
gostaria que você tivesse me dito que ele era um demônio depois que ele
conversou com Randy.
— Tudo bem — disse Blair. — Então esqueça o que eu disse.
Priest estreitou os olhos para o homem. — Tarde demais.
— Vamos tomar um café. Dê a Randy algum tempo com Taylor e
depois vamos ver como eles estão. — Priest não tinha certeza se poderia
sentar por meia hora, enquanto o seu companheiro conversava com um
demônio. Que tipo de cidade que ele se mudou? Ele tinha chegado a um
acordo com o seu companheiro ser um shifter lobo. E agora isso? — O que
mais eu preciso saber?
— Nada —disse Blair rapidamente quando ele empurrou Priest para
se mover. — Nada que você precisa saber agora.
Priest não tinha certeza se ele queria que Blair lhe respondesse ou
deixasse as coisas como estavam. Ele decidiu que descobrir que os demônios
existiam era o suficiente por um dia. Entrando com Blair no café, ele decidiu
conseguir para o seu companheiro algo para beber. Ele só não tinha certeza do
que Randy gostava.
Ele decidiu pegar para o seu companheiro um chá quente. Isso devia
ajudá-lo depois de uma sessão de aconselhamento. Priest também estava
preocupado com o seu companheiro vasculhando o passado. Ele sabia que ia
ser doloroso como o inferno.
— Ele está bem — disse Blair, à medida que se aproximou do balcão
— Eu passei por algo semelhante. Confie em mim. Aconselhamento ajuda.
Priest estava ali olhando para Blair em toda uma nova luz. O homem
tinha sido abusado? Ele pensaria que Kota mataria qualquer um que ainda
pensou em ferir o rapaz.
— Posso ajudá-lo? — Blair riu. — Ei, Johnny. Este é Priest — Blair
acenou com a mão em sua direção. — Ele é o dono do Pit.
Priest olhou para o homem magro. Ele havia conhecido Johnny antes.
Esta não era a primeira vez de Priest no café. — Nos já nos conhecemos.
— Você quer o seu habitual, Priest? — Perguntou Johnny, deixando
para ir fazer o seu café com leite, antes que ele mesmo respondesse ao rapaz.
Bem, se ele não queria o seu de costume, ele estava recebendo mesmo assim.
O cara era um pouco peculiar, mas Priest gostava dele.
Uma vez que Johnny lhe deu o seu café com leite, Priest ordenou o
chá de Randy. Ele tinha a sensação de que isto ia ser uma noite longa.
— Você é Priest Mosley? — Priest virou-se para ver um homem loiro
de cabelos em pé logo atrás dele.
Ele estava piscando rapidamente, como se tivesse algo preso em seu
olho.
— Quem quer saber?
— Eu sou o homem que deveria se encontrar com você sobre o
trabalho de contabilidade. — Ele estendeu a mão. — Spencer Dillinger.
Priest apertou a mão do cara. — Nero o mandou?
Spencer balançou a cabeça. — Foi Maverick que me enviou. Ele disse
que você precisava de alguém para desenterrar o seu escritório.
O alfa não parava, Priest se surpreendeu. O homem era tão letal
como nunca. Ele tinha um ar sobre ele que fez qualquer homem são pensar
duas vezes. Mas ele também era alguém que sempre veio através da sua
palavra, como Maverick sequer sabia que ele precisava de um contador.
— Você, é uh...
— Ele é um metamorfo — disse Blair em um tom baixo e, em
seguida, olhou para Spencer. — Que tipo?
Que tipo? Oh! Primeiro Priest descobre que existem lobos, e, em
seguida, Demônios Agora, ele estava achando que havia diferentes raças de
shifters. Ele realmente não queria saber de mais nada.
— Impala — Spencer afirmou orgulhosamente.
Priest apanhou a risada antes que escapasse dos seus lábios. Um
impala? Sério? Não era um impala um daqueles pequeno veados bonitinhos
com chifres? Ou não? Quando ele olhou para Spencer, Priest tinha que admitir
que o cara era bonito. Ele era baixo, magro, e impressionantemente vestido.
Ele não tinha certeza se a última coisa que tinha a ver com ser um impala,
mas o homem gostava de suas roupas de grife.
Não que Priest soubesse como diabos roupas de grife se parecia, mas
ele sabia que era da ultima moda quando ele via.
— Ria e eu vou ter certeza que os seus livros fiquem tão ferrados
que você nunca vai entendê-los — disse Spencer com um beicinho. — Eu posso
ser pequeno, mas eu não sou ninguém para mexer. — Priest ergueu as mãos,
conseguindo segurar o sorriso de volta.
— Eu não estou aqui para te chatear. Confie em mim. Eu preciso de
você no meu escritório mais do que eu nunca pude... — Ele não tinha certeza
de como terminar a frase sem parecer sensacionalista ou um espertinho. —
Você pode começar amanhã?
— Eu estarei lá bem cedo. — Spencer passou por eles e ordenou a
sua bebida.
Priest tinha a sensação de que só porque Spencer era pequeno, isso
não quer dizer que ele não era um desbocado. Ele ia ter que aprender a
manter a sua boca fechada ou ter o homem o enterrando ainda mais em
papéis do ele já estava.
Isso não era um pensamento agradável. Então, ele apenas pegou
suas bebidas e caminhou até o sofá vermelho em um canto e sentou-se, se
perguntando quanto tempo ele precisava dar a Randy e Taylor.
Capítulo Dez
— Ei, bebê — Priest disse quando ele entrou na loja, entregando a
Randy uma xícara de chá quente. Era exatamente o que ele precisava. —
Como você se sente?
Randy se sentia um pouco trêmulo depois da sua conversa com
Taylor. Ele ouviu as coisas que o homem havia lhe falando que fez Randy se
sentir como se ele estivesse ficando doente. Mas ele tinha feito isso por meio
da sua primeira sessão.
Era um começo.
Ele havia prometido a Taylor que ele não iria tentar esquivar-se do
homem mais. Ele sabia que precisava disso.
Randy tomou um gole de chá, dando a Priest um aceno de cabeça,
sentindo-se com as mãos tremendo.
— Melhor.
— Eu estou indo até a loja de motos — disse Taylor. — Eu tenho que
ver o meu companheiro. Vejo você na sexta? — Randy deu a Taylor um sorriso.
— Eu estarei lá. — E desta vez ele quis dizer isso. Foi doloroso reviver
o que ele tinha passado, mas Randy estava determinado a curar e para se
certificar de que o seu relacionamento com o seu companheiro não sofresse.
Ele franziu as sobrancelhas e olhou para Priest.
— Onde está Blair?
— Seu companheiro o pegou no café. É só você e eu.
Isso soou perfeito para Randy. — E o que você quer fazer já que é só
você e eu?
— Eu estava pensando que poderia ter outra selvagem e aventureira
noite.
— Mais aventureiro do que os balanços? Eu não sei se eu posso
cancelar.
— Que? Você é muito selvagem para mim — , Randy brincou
enquanto se perguntava o que o seu companheiro estava pensando em fazer.
O cara era refrescante em uma maneira que Randy nunca esperava. Ele
gostava das pequenas coisas da vida, e Randy amava o seu companheiro por
isso.
Priest cruzou os braços sobre o peito largo e deu a Randy um sorriso
de satisfação. — Eu estava pensando em ir com tudo neste momento.
— O que, o trepa-trepa?
— Sabe-tudo — disse o Priest. — Tranque tudo, para que possamos
sair daqui. Eu estava pensando em levá-lo para a floresta e ver como você
corre em sua forma de lobo.
Maldição. Fazia muito tempo desde que Randy teve a chance de
correr livre. Ele pegou as chaves fora do balcão e seguiu o seu companheiro
para a porta. Ele congelou quando Fred entrou na loja e fechou a porta,
trancando-a. Isso não poderia estar acontecendo. Maverick tinha proibido ele.
Como diabos ele conseguiu voltar para a cidade, sem que ninguém o
visse? Randy queria gritar para o seu tio dar o fora.
Ele já estava se sentindo cru e exposto a partir da sua sessão com
Taylor. Vendo o seu pesadelo fez o seu coração acelerar e todo o seu corpo
transpirar.
— Você acha que eu iria te deixar tão facilmente? — Fred perguntou
quando ele virou em direção a eles. — Você acha que eu ia deixá-lo — Fred
acenou com a mão para Priest — não é?
Priest empurrou Randy atrás dele. Randy tentou contornar o seu
companheiro, mas Priest não estava se mexendo. — Você precisa sair, Fred.
— Ou o que? — Fred perguntou desafiadoramente. — Você é um
humano. O que você poderia fazer para mim?
— Eu não quero descobrir.
Ele agarrou o braço de Priest, tentando puxar o seu companheiro de
volta. Eles poderiam fugir pela parte de trás. — Priest? Por favor —implorou
Randy enquanto puxava mais.
— Você vai dizer ao alfa que você estava mentindo — Fred disse a
Randy. — Você está indo dizer-lhe que foi Priest que machucou você ou eu Juro
por Deus que eu vou te matar.
— Por quê? — Perguntou Priest. — Por que você abusava do seu
próprio sobrinho?
Os olhos de Fred lentamente cintilaram sobre Priest, um olhar de
desgosto na sua cara. — Ele é fraco. Ele mereceu tudo o que eu lhe dei. O
fraco deve ser morto. Somos uma raça forte, orgulhosa. Randy foi um erro em
nosso DNA. — Um soluço rasgou a garganta de Randy. Ele cobriu a boca,
tentando o seu melhor para não chorar. Ele não ia dar isso a Fred. Mas o que o
seu tio estava dizendo cortou-o profundamente.
— Você é um idiota — disse Priest. — Covarde, você está
prejudicando aqueles menores que você. Um homem forte protege aqueles que
precisam de proteção.
— Meu coração está sangrando — disse Fred drasticamente antes de
mudar seu tom mortal. — E assim estará o seu — Randy assistiu com horror
quando Fred mudou, seu lobo enorme. Seu tio circulou Priest e Randy, um
rosnado baixo no peito. Isto não podia estar acontecendo. Randy não ia deixar
que Fred machucasse Priest.
Fred bateu suas mandíbulas, arreganhando os dentes para Priest.
— Não! — Randy não ia deixar Fred prejudicar o seu companheiro.
Randy deixou o lobo fora, seu corpo mudando instantaneamente. Ele não era
tão grande quanto Fred, mas ele estava cansado do seu tio o amedrontar. Ferir
Randy era uma coisa. Mas não havia nenhuma maneira no inferno que ele ia
deixar Fred machucar Priest.
Randy tentou empurrar Priest, mas o seu companheiro atirou seu
corpo para a frente, agarrando Fred em torno da sua garganta e levantando-o
dos seus pés. Ele jogou o lobo do outro lado da loja, Fred colidindo com a
parede e batendo no chão.
Randy piscou com incredulidade.
Fred levantou-se e veio atrás de Priest novamente. Seu companheiro
pegou um grande vaso do chão e atingiu-o... duro. Ele bateu na cabeça de
Fred, derrubando o tio de volta pelo menos dez pés.
Randy piscou com incredulidade novamente.
Fred uivou e Randy sabia que o homem estava além de chateado. Ele
conhecia o som. Ele sentiu a mão de raiva quando Fred tinha ficado louco
assim antes. Mas Priest não estava recuando. Quando Fred pulou, Priest saltou
para o lado. Fred voou pelo ar e pousou contra uma das prateleiras, batendo
as telas no chão.
— Desista! — Priest gritou para Fred. — Eu não dou a mínima se eu
sou humano. Eu estou indo limpar a porra do chão com a sua bunda. — Randy
mudou de volta para a sua forma humana, ali atordoado com o seu
companheiro. Fred e Priest começaram a brigar. Randy correu em torno deles e
rapidamente pegou o telefone, chamando Maverick e dizendo-lhe que Fred
estava na loja e lutando com Priest.
— Depressa.
Ele jogou o telefone para baixo e pegou um pequeno podador de fora
do balcão quando Fred virou-se para ir atrás de Priest novamente, Randy bateu
o podador para baixo na sua cabeça. Seu tio virou-se, mostrando os dentes
para Randy.
Com toda a sua força, Randy enrolou a perna para trás e, em
seguida, bateu com ele no rosto de Fred. Seu tio olhou atordoado por um
momento antes de vir atrás de Randy.
Randy não correu. Ele estava cansado de correr. Seu tio poderia
atacar, mas Randy não ia se esconder por mais tempo!
— Não, você não vai! — Priest agarrou Fred pelo pescoço, puxando-o
de volta e jogando na janela da frente.
Ela quebrou.
Randy correu atrás do seu tio, pronto para lutar até a morte, a fim de
proteger o seu companheiro quando viu caminhões chegando a um ponto
insuportável fora da loja. Homens muito grandes saíram e puxaram Fred do
chão do lado de fora. O som de uma motocicleta rugiu através da noite e, em
seguida, Maverick parou.
Havia uma grande confusão na loja, mas Randy não se importava. Ele
estava muito ocupado olhando para o seu companheiro.
— Você o venceu.
Priest limpou sua camisa, parecendo um pouco abalado. — Eu disse a
você para deixar de se preocupe comigo.
— Você o venceu. — Randy pulou nos braços de Priest, envolvendo
suas pernas em volta da cintura de Priest, beijando-o uma e outra vez. —
Você... Realmente... chutou a sua bunda!
As sobrancelhas de Priest dispararam. — Você está olhando para mim
como na primeira vez que nos encontramos.
Randy estava um pouco confuso. — Como é isso?
— Enamorado.
— Meu herói — Randy disse com um suspiro. Nunca ele teria
acreditado que um humano poderia vencer Fred, mas o seu companheiro tinha
provado que ele estava errado. E Randy não poderia estar mais feliz.
Priest riu. — Você não fez muito ruim também, meu pequeno
podador. Tenho a sensação de que, se Fred tivesse ficado para trás, você ia
fazer algumas das suas próprias podagens.
Randy amava quando Priest soava orgulhoso. Ele havia estado
aterrorizado, mas a sua necessidade de parar Fred havia diluído o seu medo.
Priest era dele e Randy faria o que fosse preciso para proteger o humano.
Mesmo enfrentando o seu pior medo. Tinha sido um momento terrível
quando Randy quebrou o vaso sobre a cabeça de Fred, mas ele também se
sentia libertado, como se ele estivesse purgando o homem da sua própria
alma.
Maverick entrou na loja, olhando para a bagunça. Seus olhos subiram
para olhar para Randy, e se Randy não estava enganado, o alfa parecia pedir
desculpas com os olhos.
Não. Não havia nenhuma maneira de Maverick estar olhando dessa
forma.
— Ele teve o seu aviso, — Maverick disse enquanto suas narinas
tremularam com fúria. — Desta vez, o seu castigo... ele não vai estar
incomodando você de novo.
— Como assim? — Priest perguntou quando ele apertou os braços
em torno de Randy.
— Eu estou indo lidar com isto no estilo shifter.
Randy tinha a sensação de que ele sabia o que isso significava, e ele
não ia questionar o alfa. Maverick estava certo. Fred teve o seu alerta: Ele
deveria ter ficado longe. Ambos estavam lá e observaram quando um dos
grandes homens empurrava Fred para a parte de trás do caminhão e, em
seguida, se foram.
Blair apareceu na porta, com os olhos observando a bagunça. —
Bem, parece que você não precisa do meu companheiro e irmão para cuidar
das coisas.
— Não — Randy disse enquanto sorria com orgulho para o seu
companheiro. — Meu companheiro e eu cuidamos do problema juntos. —
Randy sentiu como se ele e Priest fossem um time. Nunca havia se sentido tão
bem depois de lidar com Fred.
— Eles vão matá-lo? — Priest perguntou quando ele olhou trás de
Blair. O que o cara pensava? Que eles iriam matar Fred lá na frente da loja de
flores?
— Essa seria a minha aposta — Randy respondeu quando ele olhou
para o seu companheiro de lindos olhos azul-acinzentados. — Leve-me para
casa, meu cavaleiro de armadura brilhante.
Randy puxou as cobertas sobre a cabeça, escorregando para baixo
junto da forma do seu companheiro adormecido. — Bem, Olá — disse ele ao
pênis meio-duro aninhado em cachos escuros. — Engraçado ver você sempre
aqui...
Alcançando, Randy tirou o pênis de Priest em direção a sua boca e
deu uma pequena lambida. — Mmm — ele gemeu. Ele se mexeu em torno um
pouco mais, tentando o seu melhor para não acordar Priest.
Ele agora estava posicionado entre as coxas musculosas do homem.
Lambendo o pau meio duro de novo, Randy sabia que este seria a
sua única chance de levar pau de Priest na sua boca sem engasgar. Assim ele
fez. Ele sugou o pau na sua boca e todo o caminho para o fundo da sua
garganta.
As coxas de Priest se moveram um pouco semelhante a ele estar
inquieto e então seu companheiro se acomodou para baixo. Randy esperou
com o pênis de seu companheiro na boca, na esperança de obter um pouco
mais de prática antes que ele acordasse.
Quando Priest não se mexeu de novo, Randy rodou na cabeça e
chupou o eixo para baixo na sua garganta novamente.
O pau de Priest começou a crescer... rapidamente. — Eu realmente
espero que você não ache que eu vou dormir assim.
Randy tinha, pelo menos parcialmente. Tanto para praticar enquanto
Priest dormia. O homem estava totalmente acordado agora, olhando debaixo
das cobertas. Seus olhos azul-acinzentados estavam assistindo Randy. — Vá
em frente, termina o que começou!
Abrindo totalmente, Randy levou o pau de volta na sua boca. Desta
vez ele teve que lutar. O que ele não esperava era que Priest o agarrasse e
girasse em torno dele. Chupando o pau era muito mais divertido quando Randy
estava recebendo o seu também.
Ele massageava o saco delicado enquanto ele passava a língua ao
longo da fenda do pênis de Priest e foi recompensado com o aperto do seu
companheiro. Priest gemia em torno do pau de Randy, as vibrações fazendo
suas bolas formigar.
Randy gemeu e balançou ao redor, tentando chupar o pau de Priest
enquanto ele fodeu a boca do seu companheiro. A coordenação não estava
indo tão bem. Ele estava tentando. Ele realmente estava. Mas a única coisa
que ele estava fazendo na ereção do seu companheiro era uma bagunça
babando. Ele estava muito ocupado tentando empurrar o seu pau na garganta
de Priest.
Ele não era um multifacetário na cama.
Randy quase teve um ataque quando Priest se afastou. — Por que
você parou?
O homem deu uma risada profunda quando ele puxou Randy fora
dele e então sob o seu grande quadro. — Porque eu quero transar com meu
doce e pequeno marido.
— Oh. Bem, nesse caso…
Randy ficou de joelhos e foi para o lubrificante. Assim que ele chegou
a gaveta, Priest começou a lamber a sua bunda. Os olhos de Randy cruzaram.
— Santo Deus!
O profundo estrondo da risadas foi sentido na sua parte traseira. O
homem sabia como enlouquecer Randy. Ele lambeu um longo caminho em
torno da entrada de Randy, provocando-o, e Randy foi incapaz de se mover.
Um eletrizante tremor reverberou através dele quando Priest enfiou
um dedo dentro da sua bunda. Os ombros de Randy abaixaram na cama com
uma longa ladainha de gritos, gemidos e barulhos que saíam da sua garganta.
Seu corpo inteiro tremeu quando o seu companheiro lambeu e
esticou-o.
Parecia impossível amar Priest, tanto quanto ele amava. Amava-o
tanto que ele podia sentir uma dor no peito. Priest era o seu mundo, seu tudo,
e Randy sentia-se seguro dentro do abraço do seu companheiro.
Ele jogou para trás o lubrificante enquanto ele ainda tinha um pingo
de coerência.
Priest estava fazendo um trabalho muito bom roubando-lhe todo o
pensamento.
— Você está pronto para mim, bebê? — Priest perguntou quando
seus dedos deslizaram para fora da bunda de Randy, fazendo os malditos pés
de Randy enrolar.
— Deus... sim.— Se ele estivesse mais pronto, ele gozaria na cama.
Priest se ajoelhou atrás de Randy e enfiou o seu pênis na bunda de
Randy. Ele estremeceu novamente, seus dedos agarrando o cobertor quando
ele mordeu o lábio. Era tão bom. Seu companheiro cobria Randy por trás e, em
seguida, enrolou sua mão ao redor dos dedos de Randy. — Eu adoro a forma
como nossos anéis de casamento parecem juntos.
Olhando para baixo, Randy viu o que Priest queria dizer. A mão do
seu companheiro estava em cima da dele, os dedos do homem muito maiores,
mas a forma dos anéis brilhou para o fato de que Priest era dele e que o
homem não ia a lugar nenhum.
— Eu te amo tanto — disse Randy enquanto a garganta apertava. —
Eu nunca pensei que eu seria tão feliz. — Priest deu um beijo suave no ombro
de Randy e, em seguida, moveu os lábios perto da sua orelha.
— Eu também, bebê. — Seu companheiro começou a se mover, e
Randy sentiu como se uma tempestade elétrica estivesse se encaixando em
seu sangue. Seus caninos alongaram enquanto ele empurrou de volta para o
pênis do seu companheiro. Ele não conseguia se fartar de Priest.
— Você quer me morder, não é?— Priest brincou. — Você quer
afundar as presas no meu ombro?
Randy choramingou. — Sim. — Era um desejo que tinha os dentes
doendo. Seu lobo queria reivindicar Priest, para mais uma vez marcar o
homem como seu.
Randy virou a cabeça para trás e uivou enquanto Priest pistoneava o
seu traseiro.
— Então eu preciso virá-lo — Priest puxou para fora, e Randy
amaldiçoou o homem apenas por tirar o seu prazer. Mas Priest foi rápido. Ele
teve Randy virado e abrangendo os seus quadris, seu pênis mergulhando de
volta profundamente na sua bunda. — Vá em frente e me morda.
Randy afundou os seus caninos no ombro de Priest, sentindo seus
olhos mudando para lobo. Priest gritou, seus dedos segurando os quadris de
Randy duro enquanto ele jorrou dentro dele, seu sêmen quente enchendo
Randy enquanto o homem gozava.
Chegando entre eles, Priest agarrou o pênis de Randy, sibilando
enquanto Randy mordeu com mais força, seu lobo desafiando Priest a separá-
los. Mas, o homem não ia separá-los. Ele acariciou o pau de Randy com
rápidos movimentos, fazendo com que Randy soltasse Priest enquanto ele
jogava a cabeça para trás e gritava o seu orgasmo.
— É isso aí, bebê. Diga-me o quão bem eu faço você se sentir. —
Randy estremeceu e contorceu-se nos braços do seu companheiro, e Priest
deitou sobre ele, certificando-se de que Randy não caísse para trás. — Deus,
você é bonito quando você goza.
— O-Obrigado — Randy disse ofegante e, em seguida, virou a
cabeça para a porta. — Alguém está aqui.
Priest saiu de Randy e rapidamente puxou a sua calça jeans. Randy
fez o mesmo. Ninguém deveria estar aqui. Não qualquer um que Randy sabia.
Ele pegou a sua camisa e limpou o sêmen da sua barriga, e depois
jogou a camisa para Priest para obter a pegajosa bagunça fora da sua mão.
Randy espiou para fora da janela para ver Blair sair do SUV. Cecil estava com
ele.
— O que?
— É Blair e Cecil — Randy disse a Priest antes de abrir a porta
dianteira quando Blair subiu para a varanda, com os olhos observando o nu
peito de Randy
— Cheguei em um momento ruim? — Cecil riu.
Randy corou. — O que houve?
— Estávamos indo entrar em alguns problemas — disse Blair em um
tom baixo para que Priest não pudesse ouvi-los. — Você está dentro?
Randy olhou para o seu companheiro, que estava os observando, mas
ele podia ver o ligeiro aumento dos lábios. Randy nunca teve ninguém para
sair com ele antes e aprontar. Ele estava sempre com medo de que Fred iria
constranger ele.
Voltando-se, Randy sorriu.
— Estou dentro.
FIM