VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O...

14
A INTEGRAL DOS QUARTETOS DE CORDA VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 VILLA-LOBOS E O IDEAL DA ARTE NACIONALISTA: O ENCONTRO ENTRE O ERUDITO E O POPULAR PROFESSORES DANILO TOMIC Arte (Música) RAFAEL LEPORACE História

Transcript of VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O...

Page 1: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

A INTEGRAL DOS QUARTETOS DE CORDAVILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05

VILLA-LOBOS E O IDEAL DA ARTE

NACIONALISTA: O ENCONTRO

ENTRE O ERUDITO E O POPULAR

PROFESSORESDANILO TOMIC Arte (Música)

RAFAEL LEPORACE História

Page 2: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

APRESENTAÇÃOO documentário Villa-Lobos é uma excelente oportunidade para os professores de Música e História desenvolverem seus conteúdos em conjunto e de forma inovadora. O professor de Música poderá trabalhar o quarteto de cordas em sua composição e mudanças de sua estru-tura ao longo dos anos. Por sua vez, a História poderá interpretar o contexto cultural do Brasil na década de 1920 como agente de interferência para o desenvolvimento da Primeira República.

SINOPSE DO PROGRAMAConhecer e apreciar a obra do brilhante Heitor Villa-Lobos - essa é a proposta de A Integral dos Quartetos de Cordas. A série apresenta algumas KHZ�JVTWVZPs�LZ�KV�THLZ[YV� MLP[HZ�LZWLJPÄJH-mente para quartetos, uma formação tradicional que exige enorme conhecimento musical para que seus poucos instrumentos deem conta da melodia e da harmonia. Os professores convi-KHKVZ�KV�WYVNYHTH�¸:HSH�KL�7YVMLZZVY¹�ÄaLYHT�uma proposta de História e Música que traça as relações entre o desenvolvimento brasileiro no início do século XX e as transformações artísti-

cas provocadas pelo Modernismo.

Page 3: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSOR VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 3

Nossa sugestão para abordar e trabalhar esse vídeo na área de Música poderá ser dividida em duas sequências didáticas. Na primeira, propo-mos o estudo do quarteto de cordas como grupo instrumental dentro da tradição da música erudita europeia, suas particularidades e sua história. Na ZLN\UKH��Z\NLYPTVZ�X\L�ZLQH�HIVYKHKV�LZWLJPÄJH-

UM OLHAR PARA O DOCUMENTÁRIO A PARTIR DA MÚSICA

mente o Quarteto nº 5 de Villa-Lobos (o “Quarteto popular”), procurando fazer com que os alunos entendam a estrutura da composição, além da PKLU[PÄJHsqV�KVZ�TH[LYPHPZ�T\ZPJHPZ�X\L�V�JHYHJ-terizam como “brasileiro”. A seguir, descreveremos de forma detalhada cada sequência didática.

1. O QUARTETO DE CORDAS

O quarteto de cordas é um grupo musical composto por quatro músicos que tocam dois ]PVSPUVZ��\TH�]PVSH�L�\T�]PVSVUJLSV��:\YNP\�UV�ÄUHS�do século XVIII e tornou-se um formato especial-TLU[L�KLZHÄHKVY�WHYH�VZ�JVTWVZP[VYLZ��WVPZ� H�partir deste poderiam representar um ambiente sonoro de essencialidade criativa. Essa formação foi estabelecida por Joseph Haydn (1732-1809), que chegou a compor 68 quartetos com essa JVUÄN\YHsqV��+LWVPZ�KL�/H`KU��ZL\Z�ZLN\PKVYLZ�- no chamado “período clássico” - Mozart, Bee-thoven e Schubert - escreveram inúmeras peças do gênero, as estabelecendo como prática para a criação musical clássica, ao lado das sinfonias e das sonatas para piano e outros instrumentos.

O sucesso da formação do quarteto de cordas se estabeleceu como um dos principais exercícios composicionais, fazendo parte da lista de trabalhos de qualquer aspirante a compositor erudito. Fato X\L�PUÅ\LUJPV\�]mYPVZ�JVTWVZP[VYLZ�H�LZJYL]LYLT�ao menos um quarteto de cordas ao longo de sua vida musical, pois por meio dessa formação pode-riam demonstrar suas habilidades composicionais e estéticas musicais.

Para ilustrar a importância do quarteto de cordas, listaremos alguns compositores e o número de quartetos de corda que criaram:

Haydn ......................... 68Mozart ........................ 23Beethoven .................. 16Schubert ..................... 15Schumann .................... 3 Brahms ......................... 3 Dvorak ........................ 14Ravel ............................ 1 Debussy ....................... 1 Bartok ........................... 6 Schostakovich ............ 15

Até na música popular contemporânea há a pre-sença dessa formação, como na canção “Eleonor Rigby”, dos Beatles.

Para aprofundar o assunto, propomos que o pro-fessor divida a classe em grupos e desenvolva a atividade descrita a seguir. Em um primeiro mo-mento cada grupo será responsável por uma WHY[L�KH�WLZX\PZH��6�VIQL[P]V�ÄUHS� ZLYm� MVYTHY�uma exposição com os trabalhos, que cons-tituirão um painel sobre o tema. Sugerimos a divisão das pesquisas entre os grupos:

Page 4: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSORVILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 054

Produção de quatro desenhos coloridos dos instrumentos em tamanho real;

Seleção de gravações para cada instru-mento isolado e também o quarteto reuni-do. Nessa seleção devem ser pesquisados trechos que possibilitem ouvir cada um dos instrumentos e o conjunto;

2. O QUARTETO DE CORDAS N° 5, DE VILLA LOBOS

Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

tendam a natureza diversa dessas duas formas de expressão musical. Em certo momento da história da Música essas formas acabaram por se aproximar nas obras dos compositores ditos “nacionalistas”. No Brasil, apesar de não ter sido o primeiro a utilizar elementos rítmicos, melódicos e temáticos em suas composições eruditas, Villa-Lo-bos destacou-se por utilizar de forma recorrente elementos musicais retirados do manancial po-pular e folclórico. Essas composições ganhavam YV\WHNLT�ZVÄZ[PJHKH��KL�T�ZPJH�KL�JVUJLY[V��X\L�posteriormente foram disseminadas pelo mundo.

Villa-Lobos nasceu em 1887, no Rio de Janeiro, e cresceu no berço da jovem República, que HUZPH]H�WVY�ZL�HÄYTHY�HVZ�WV\JVZ�JVTV�UHsqV�de homens livres, mas carentes de novos nomes na Literatura, Música e nas Artes Visuais. Com o passar do tempo essa carência foi suprida por ÄN\YHZ� X\L� HVZ� WV\JVZ� KLZWVU[HYHT� LT� Z\HZ�

Instrumentos que compõem o quarteto de cordas: violino, viola e violoncelo (da esquerda para a direita).

Pesquisa sobre a história da formação dos quartetos de corda, sendo um grupo res-ponsável pelo período clássico e outro pe-los períodos posteriores;

Pesquisa sobre a forma do quarteto e sua es-trutura original em quatro movimentos com as posteriores mudanças da estrutura original;

Pesquisa sobre a forma sonata e sua es-truturação com 2 temas (“masculino” e “fe-minino”). Os alunos desse grupo precisa-YqV�WYVK\aPY�NYmÄJVZ�ZVIYL�H�MVYTH�ZVUH[H�usando algum quarteto, como o de Ravel;

Pesquisa sobre o Minueto, típico do 3º mo-vimento do quarteto, e sua estrutura em duas partes que se somam ao Trio, com mais duas partes;

Pesquisa sobre a forma Rondó (A-B-A-C-A), típica do 4º movimento do quarteto.

Para os três últimos temas, o professor precisará PUZ[Y\PY� VZ� HS\UVZ� ZVIYL�V� ZPNUPÄJHKV�KL� MVYTH�para a música, e como o compositor estrutura os materiais musicais no tempo, fazendo as mu-danças e as repetições.

A segunda etapa do trabalho desenvolverá o quarteto de cordas de Heitor Villa-Lobos, mais LZWLJPÄJHTLU[L�V�KL�U¢����V�X\HY[L[V�WVW\SHY��6�professor precisará discorrer sobre as diferenças entre popular e erudito para que os alunos en-

Alan Arrais
colocar o nome abaixo de cada instrumento
Page 5: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSOR VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 5

mYLHZ��,�MVP�UH�:LTHUH�KL�� ���X\L��HÄUHS��]mYPVZ�desses artistas, se reuniram na discussão sobre as raízes e fontes de inspiração da arte brasileira.

José Miguel Wisnik, em seu artigo “Entre o erudito e o popular”, conta características e opi-niões de alguns Modernistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922, dentre esses, Villa-Lobos.

“[...]

Comecemos por Heitor Villa-Lobos, o mais

importante músico erudito brasileiro deste

século. Filho de um funcionário da Biblioteca

Municipal, professor e instrumentista amador

que o formou no estudo do violoncelo e na

admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a

janela, durante os anos dez, para ir ao encon-

tro dos chorões e sambistas cariocas, músi-

cos populares da noite, entre os quais era co-

nhecido pelo apelido de ‘Violão Clássico’. Há

muito de simulação na versão de vida e obra

criada para si pelo próprio compositor (incluin-

do a famosa viagem que teria feito pelo Brasil

inteiro recolhendo música popular e indígena,

até os mais recônditos rincões do Amazonas),

mas a verdade é que essa fuga para a boemia

carioca, assim como traços de suas viagens

musicais pelo Brasil, estão estampados em

sua obra, do Noneto (1923) aos Choros (anos

20) e às Bachianas brasileiras (anos 30). Na

década de vinte, quando se tornou conhecido

em Paris impressionando pela força algo bár-

bara de suas sonoridades, declarou à impren-

sa francesa (mentindo como Macunaíma) que

suas melodias, autenticamente indígenas, ti-

nham sido anotadas por ele em plena selva

amazônica, na iminência de ser devorado por

canibais que cantavam e dançavam.”

“[...]

(� ÄN\YH� KL� =PSSH�3VIVZ� KVTPUH� SHYNHTLU-

te o panorama da música erudita brasileira

neste século, estando sua personalidade

indissociavelmente ligada ao arco produti-

vo do modernismo. Compondo, na década

de dez, obras inicialmente marcadas por um

romantismo tardio e muitas vezes descriti-

vista, chega à Semana de Arte Moderna, de

� ���� JVTV� ÄN\YH� KL� KLZ[HX\L�� JVT� WL-

ças onde se ouve certa liberação da disso-

nância, a relativização dos encadeamentos

harmônicos e a utilização de novas com-

binações instrumentais, como no Quarteto

ZPTI}SPJV��� �����WHYH�ÅH\[H��ZH_VMVUL��JL-

lesta e harpa, com coro oculto de vozes fe-

mininas. Ao mesmo tempo, ensaia algumas

peças características inovadoras, como as

Três danças africanas (1914-1916), onde

combina ritmos sincopadamente brasileiros

com a escala debussysta de tons inteiros.

Mesmo com esses procedimentos ainda

timidamente modernos (mesmo que apre-

sentados com sua conhecida desenvoltura),

que remetem a linhas da música france-

ZH�KV�ÄT�KV�ZtJ\SV��=PSSH�3VIVZ�WYV]VJV\�escândalo e muita reação no meio musical

brasileiro, ainda marcado por um gosto pre-

dominantemente novecentista.

Imediatamente após a Semana de 22, no en-

tanto, que terá funcionado como um aguilhão

WYV]VJHKVY��V�JVTWVZP[VY�L_WHUKL�V�HYJV�KHZ�sonoridades, das pesquisas instrumentais,

KHZ� HNYLNHs�LZ� WVSP[VUHPZ�� KH� JVTWSL_PKH-

KL�KHZ�[L_[\YHZ�Yx[TPJHZ��L�WHZZH�H�MHaLY�\T�amplo uso de referências às músicas popu-

lares brasileiras, montadas em agregados de

células muitas vezes simultâneas e descon-

tínuas. É, portanto, no movimento pelo qual

KLZ�YLWYPTL�V�SHZ[YV�KL�Z\H�L_WLYPvUJPH�JVT�H�música popular, posto em contato com o re-

pertório da vanguarda europeia, que Villa-Lo-

bos desencadeia, nos anos vinte, o impulso

gerador de sua obra, que se confunde com

uma espécie de visão sonora do Brasil.

Nesse sentido, a trajetória de Villa-Lobos

PKLU[PÄJH�ZL� L_LTWSHYTLU[L� JVT� V� HYJV�do grande ciclo [...], que vai da Semana

de Arte Moderna a Brasília, às vésperas de

cuja inauguração o compositor faleceu, em

1959. Algumas características gerais desse

período vital, brilhante e fecundo da cultura

brasileira podem ajudar a situar as próprias

obras. Ele marca o momento em que a cul-

tura letrada de um país escravocrata tardio

LU_LYNV\� UH� SPILYHsqV� KL� Z\HZ� WV[LUJPHSP-dades mais obscuras e recalcadas, ligadas

secularmente à mestiçagem e à mistura

cultural, entremeadas de desejo, violência,

abundância e miséria, a possibilidade de

HÄYTHY�ZL\�KLZ[PUV�L�KL� YL]LSHY�ZL�H[YH]tZ�da união do erudito com o popular”.

Page 6: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSORVILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 056

ETAPAS

As origens do quarteto de cordas;

0KLU[PÄJHsqV�KHZ�KPMLYLUsHZ�LU[YL�X\HY[L[V�KL�cordas clássico e posterior;

Desenvolvimento dos conceitos de forma musi-cal e forma sonata;

*VUZ[Y\sqV�KL�LZX\LTHZ�NYmÄJVZ�KL�TV]PTLU-tos de forma sonata;

A vida de Heitor Villa-Lobos e sua relação com a Semana de Arte Moderna, de 1922;

0KLU[PÄJHsqV�L�KLZLU]VS]PTLU[V�KVZ�JVUJLP[VZ�erudito e popular;

Seleção dos trechos populares no 1º movimento do quarteto nº 5, de Villa-Lobos, os diferencian-do dos outros trechos;

*YPHsqV�KL�LZX\LTH�NYmÄJV�ZVIYL�V��¢�TV]P-mento do quarteto nº 5, a partir do registro e cálculo dos tempos de cada trecho.

VEJA MAIS

Forma musical. Disponível em: <http://pt.wikipe-

dia.org/wiki/Forma_musical>.

A forma sonata. Disponível em: <http://pt.wikipe-

dia.org/wiki/Forma_sonata.>

Programa iAnalise mostrando a estrutura da forma sonata em tempo real. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=rAvVLVJF-

g_4&feature=fvwrel>.

MATERIAL

Cartolinas;

Tesouras;

*HUL[HZ�OPKYVNYmÄJHZ�NYVZZHZ�L�ÄUHZ�KL�JVYLZ�variadas;

Réguas de 30 cm.

O artigo de Wisnik possibilita maior entendimento sobre a estética da música de Villa-Lobos, nos permitindo observar a importância da junção do erudito com o popular na obra do compositor. O MH[V�ZL�YLÅL[L�]P]HTLU[L�UV�X\HY[L[V�KL�JVYKHZ�U¢�5, cujo subtítulo evidencia a junção de contrastes do “quarteto popular”, na tentativa de fazer um gênero puramente clássico (o quarteto de cordas) soar com elementos da música popular.

Para aprofundar essa etapa, propomos que o pro-fessor realize uma atividade que terá como ponto de partida a discussão sobre o popular e o erudito, posteriormente analisando a estrutura do primei-ro movimento do Quarteto nº.5. O próprio texto do vídeo nos dá subsídios para essa análise (em 1h36min e 50s).

O objetivo principal da atividade objetiva criar com os alunos painéis com esquemas de visualiza-ção da forma do quarteto nº 5. Executando uma escuta guiada, o professor poderá montar um es-X\LTH�NYmÄJV�UH�SV\ZH��[LU[HUKV�[VYUHY�HUmSVNHZ�as grandezas de tempo e de espaço (vide esquema animado no programa).

Vale mencionar que o desenvolvimento dos es-X\LTHZ� NYmÄJVZ� WVKL� JVU[HY� JVT� V� H\_xSPV� KH�Matemática (Geometria), no estabelecimento das proporções dos vários trechos musicais. Outra parceria possível e interessante se dá com as Artes Visuais, na construção de um grande painel com cenas relativas aos diferentes trechos musicais. De posse desse painel, os alunos podem ser conduzi-dos pelo professor de Teatro ou Dança (se houver) WHYH� H�TVU[HNLT� KL� \TH� JVYLVNYHÄH� LTIHSHKH�pela música de Villa-Lobos.

Page 7: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSOR VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 7

UM OLHAR PARA O DOCUMENTÁRIO A PARTIR DA HISTÓRIA

A ampliação dos setores urbanos proporcionou o fortalecimento da classe média e do operariado IYHZPSLPYV�� KP]LYZPÄJHUKV� VZ� PU[LYLZZLZ� KHZ� LSP[LZ�econômicas do país. Diante desse novo cenário, o Brasil do “Café-com-Leite” e da “Política dos Governadores” começava a dar sinais de esgota-mento. O ano de 1922 é simbólico nesse sentido por alguns fatores:

Tensão na eleição de 1922 com Arthur Bernar-des x Nilo Peçanha;

Irrupção do Tenentismo (que teve seu início em 1922, no movimento conhecido como os “Dezoito do Forte de Copacabana”);

Criação do Partido Comunista;

A Semana de Arte Moderna, de 1922.

O trabalho da relação entre a crise oligárquica e o Modernismo brasileiro, ou sua manifestação durante a Semana de 1922, traz ao professor a oportunidade de tornar sua aula de História mais interessante. O docente se aproxima de uma pers-pectiva histórica mais dinâmica e mais sintonizada JVT�VZ� ¸UV]VZ¹� WHYHKPNTHZ� OPZ[VYPVNYmÄJVZ�X\L�

Abordar a obra do compositor Heitor Villa-Lobos LT�\TH�H\SH�KL�/PZ[}YPH�t� [HYLMH�KLZHÄHKVYH�LT�]mYPVZ�HZWLJ[VZ��;HS]La�H�WYPUJPWHS�KPÄJ\SKHKL�ZLQH�a pouca utilização da música como fonte de aná-lise dos estudos da chamada “história cultural”. Curiosa esta situação, visto que nós, professores de História, estamos acostumados a explorar, vez ou outra, obras “clássicas” das Artes Visuais e da Literatura, com o propósito de ilustrar momentos OPZ[}YPJVZ�LZWLJxÄJVZ��(ZZPT��ZHILTVZ�X\L�H�VIYH�de arte se relaciona ao momento histórico em que é produzida, e sabemos que podemos utilizá-la como objeto de análise para nossos estudos. ;VKH]PH��H�T�ZPJH�WHYLJL�[LY�ÄJHKV�KL�MVYH�KLZ[L�conceito de “arte”, e quando nos deparamos com uma obra musical, tratamos de desprezá-la, rele-gando-a a outra disciplina que não a nossa.

Infelizmente, este aspecto também se faz presente no mundo acadêmico, e praticamente não temos fontes para o estudo da relação Música X História. Propomos ao professor o trabalho com o vídeo “Villa-Lobos” em sala de aula, analisando o desenvolvimento do Mo-dernismo brasileiro na década de 1920.

Heitor Villa-Lobos foi compositor de vasta obra que se desenvolveu a partir do prisma Modernista brasi-leiro, e teve importante participação na Semana de Arte Moderna, de 1922. Dessa forma, o professor de História poderá utilizar o documentário para de-senvolver conteúdos que contemplem: a Primeira República (ou “República Velha”) de 1920, o Te-nentismo e a Semana de Arte Moderna de 1922.

A década que antecedeu a Revolução de 1930 é considerada por muitos historiadores fundamental para explicá-la, já que nos anos 1920 ganham fô-lego os choques travados entre a estrutura política VSPNmYX\PJH�L_JS\KLU[L��]PNLU[L�KLZKL�ÄUZ�KV�ZtJ\-lo XIX, e a sociedade em profunda transformação sedenta por mudanças.

O maestro Heitor Villa-Lobos e orquestra após concerto em Tel Aviv, 1952.

Page 8: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSORVILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 058

ÁREA URBANIZADA 1915-1929

o século XX nos apresentou, saindo um pouco do viés exclusivamente econômico e político.

Propomos ao professor iniciar sua explicação partindo de um breve panorama das transformações urbanas que aconteceram em alguns centros do país entre a proclamação da República e a década em questão. 4HPZ� LZWLJPÄJHTLU[L�� YLJVTLUKHTVZ� H� HUmSPZL� KV�caso da cidade de São Paulo, já que ela serviu de cenário à Semana de Arte Moderna, de 1922.

Comece mostrando aos alunos que esta cidade, tendo recebido diversos investimentos prove-nientes da rentável economia cafeeira do oeste WH\SPZ[H�LT�ZL[VYLZ�KP]LYZPÄJHKVZ�JVTV�PUK�Z[YPH��

JVTtYJPV�L�mYLH�ÄUHUJLPYH��[VYUV\�ZL�H�TL[Y}WVSL�JVT�THPVY� JYLZJPTLU[V� KLTVNYmÄJV� KV� WHxZ� UV�período em questão.

Como nos lembra o historiador Nicolau Sevcenko, “[...] atraídos por essa fabulosa acumulação de

recursos, de oportunidades na indústria e no

comércio ou vislumbrando a possibilidade de

enriquecimento, multidões de famílias e indiví-

duos correram para São Paulo, vindos de todas

as partes do Brasil, dos países platinos e dos

quatro cantos do mundo” (SEVCENKO, 2009).

(WYLZLU[L� V�THWH� L� V� NYmÄJV� Z\IZLX\LU[L�WHYH�ilustrar o crescimento de São Paulo.

Fonte: Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano - Mapa de Expansão da Área Urbanizada da Região Metro-politana de São Paulo, 2002/2003.

Page 9: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSOR VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 9

CURVAS DE CRESCIMENTO DA POPU-LAÇÃO DO BRASIL, DO ESTADO DE SÃO

PAULO E DA CAPITAL PAULISTA (1872-1950)

Data: dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.

Local: Teatro Municipal de São Paulo.

Artistas (somente alguns nomes): Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes, etc.

Importância: é considerada o símbolo do Mo-dernismo brasileiro, apesar de ainda não colo-car o problema “nacional” em primeiro plano. O que importava mais, na época da Semana de 22, era mostrar como as artes no Brasil, e em especial em São Paulo, estavam dialogan-do com as vanguardas europeias.

Para o segundo momento, há a exposição do Modernismo brasileiro, explorando de maneira pa-norâmica suas características mais gerais. Ao fazer isso, o professor abrirá sua aula para um rico diálogo com outras disciplinas como Artes Visuais, Literatu-ra e Música, fato que consequentemente auxiliará os alunos na compreensão da obra de Villa-Lobos.

O professor poderá partir da ideia de que o Moder-nismo brasileiro se propunha a pensar em um novo Brasil, onde a mera cópia de modelos intelectuais e culturais dos centros europeus cederia espaço a uma arte “autenticamente” brasileira; arte marcada pelo encontro da cultura “nacional” com as van-guardas artísticas da Europa.

Além disso, seria interessante mostrar outras ques-tões levantadas e defendidas pelos intelectuais/artistas desse movimento, como por exemplo:

A valorização das tradições culturais e folcló-ricas do país, pois os modernistas entendiam X\L�ZLT�LSHZ�ZLYPH�PTWVZZx]LS�HV�)YHZPS�HÄYTHY�sua autonomia perante outras nações do globo. Logo, o artista brasileiro teria que buscar suas fontes de inspiração em elementos “nacionais”.

A valorização da ideia de que ser “moderno” é ser “nacional”, com o universo “popular” como fonte para esse caráter nacional. Daí o porquê de o Modernismo brasileiro não romper com o passado, tal como outros movimentos moder-UPZ[HZ�KL�V\[YVZ�WHxZLZ�V�ÄaLYHT��WVY�L_LT-plo, o Futurismo italiano).

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

CAPITAL

ESTADO

BRASIL

1.000

100

0

1872

1890

1900

1920

1940

1950

Fonte: IBGE e Censo Brasileiro. Extraído de SEVCENKO, 5PJVSH\��¸(�JPKHKL�TL[mZ[HZPZ�L�V�\YIHUPZTV�PUÅHJPVUm-rio: incursões na entropia paulista”. In: Rev. USP [online]. 2004, n.63, pp. 16-35. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pi-

K$:����� � ������������� ZJYPW[$ZJPFHY[[L_[X�>.

Paralelamente a essa questão, discorra sobre o fato de a Belle Époque, tão forte na virada do sé-culo XIX para o XX, encontrar-se em profunda crise NYHsHZ� n� LJSVZqV� KH� �¡� .\LYYH�4\UKPHS�� ÄJHUKV�relegada a um passado que não mais interessava, que já tinha se perdido.

Feita essa introdução, o professor poderá explicar aos alunos que no campo cultural essas trans-formações também repercutiram, e a Semana de 1922, foi um bom exemplo para essa situação.

A Semana de 22 poderá ser abordada pelo pro-fessor em dois momentos distintos. No primeiro momento sugerimos que sejam apresentadas aos alunos as suas características básicas, enrique-cendo a exposição com imagens.

Page 10: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSORVILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 0510

A negação das estéticas parnasiana, român-tica e realista, já que os modernistas enten-diam que as linguagens artísticas deveriam se adequar à nova realidade vigente. Logo, eles defendiam novas estéticas que dialogassem com os ingredientes da vida moderna existen-tes no Brasil dos anos 20.

A ambição universalista do movimento, isto é, o desejo dos modernistas pelo reconhecimen-to internacional.

É importante o professor salientar que o pensamento modernista brasileiro não foi único e nem homogê-neo, ou seja, ele apresentava em seu bojo diferentes propostas e perspectivas. Porém, essas ideias gerais serviram de denominador comum para as mais va-riadas vertentes ao longo de seu desenvolvimento.

Após a apresentação das ideias gerais dos moder-nistas, é adequado ilustrar com exemplos a arte moderna brasileira. Este é o momento propício para exibição do documentário “Villa-Lobos”.

Inicie exibindo imagens de algumas obras consa-gradas dos modernistas brasileiros, estabelecendo uma relação entre elas e as características gerais do movimento acima mencionadas. Sugerimos a exibição das obras:

ARTES PLÁSTICAS

“Abaporu”, de Tarsila do Amaral, 1928.

“Operários”, de Tarsila do Amaral, 1933.

“O Homem Amarelo”, de Anita Malfati, 1915-16.

“Samba”, de Di Cavalcanti,1925.

Page 11: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSOR VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 11

LITERATURA

“Manifesto antropófago” e “Manifesto da poe-

sia pau-brasil”, ambos de Oswald de Andrade;

“Macunaíma”, de Mario de Andrade.

Depois, apresente um trecho do vídeo sobre Villa-Lobos, ressaltando a questão de o compositor ter se preocupado em fazer menção às cirandas e outras formas musicais populares do Brasil em sua obra. Após a exibição das imagens e do vídeo, o professor deverá solicitar que os alunos respon-dam a seguinte questão:

O que a Semana de 22 e o Modernismo

brasileiro têm a ver com a crise da Primeira

República dos anos 1920?

Como resposta sugerida, o professor poderá dis-correr sobre a importância deste momento das HY[LZ�UV�)YHZPS��UH�YLÅL_qV�KV�KLZLQV�KL�PUZLYsqV�do país à ordem urbana/industrial de seu tempo.

,ZZH�WVKL�[HTItT�[LY�ZPKV�H�Q\Z[PÄJH[P]H�WHYH�:qV�Paulo servir de cenário para a Semana de Arte Mo-derna, já que na época representava o símbolo do progresso e modernidade por oferecer às pessoas um modo de vida tipicamente urbano e cosmo-polita, com arranha-céus, automóveis, indústrias, teatros e modernos traçados urbanísticos.

Encerrada a atividade, lembre-se que poderá abor-dar a questão do Modernismo brasileiro durante suas aulas referentes à Era Vargas, visto que diver-sos artistas modernistas dos anos 1920 se tornarão agentes políticos do governo varguista, imbuídos da missão de desenvolverem e propagarem uma cultura que era pensada como “nacional”.

Como forma de avaliação da atividade proposta, o professor poderá cobrar em exames mensais ou bimestrais (testes, provas, exercícios, etc.) ques-tões que permitam que os alunos expliquem as características de obras do Modernismo brasileiro, L�X\L�HV�TLZTV�[LTWV�VZ�SL]LT�n�YLÅL_qV�ZVIYL�a relação da Semana de 22 com o conturbado contexto nacional dos anos 1920.

ETAPAS

Explicar a Semana de Arte Moderna, de 1922;

Explicar o Movimento Modernista Brasileiro, ilus-trando-o com imagens de algumas de suas obras;

Apresentar o vídeo “Villa-Lobos” aos alunos;

Relacionar o Modernismo brasileiro com a crise da Primeira República.

MATERIAL

Computador;

DVD player.

Page 12: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSORVILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 0512

SUGESTÕES DE LEITURA E OUTROS RECURSOS

BRITO, Mário da Silva. História do Modernismo Brasileiro: Antecedentes da Semana de Arte Moderna. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1971.

ESTRELLA, Arnaldo. Os quartetos de cordas de Villa-Lobos. Rio de Janeiro: MEC/DAC, 1978.

FERREIRA, Marieta de Moraes; PINTO, Surama Conde Sá. A Crise dos anos 20 e a Revolução de Trinta. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/1593.pdf>.

GRIFFITHS, Paul. The String Quartet: A History. New York: Thames and Hudson, 1983.

HORTA, Luis Paulo. Villa-Lobos, uma introdução. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1987.

KIEFER, Bruno. Villa-Lobos e o modernismo na música brasileira. Porto Alegre: Editora Movimento; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1986.

LORENZO, H. C.; COSTA, W. P. (Org.). A década de 1920 e as origens do Brasil moderno. São Paulo: Ed. Unesp, 1997.

MARIZ, Vasco. Heitor Villa-Lobos – compositor brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983.

MICELI, Sergio. Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MICELI, Sergio. Nacional estrangeiro: história social e cultural do modernismo artístico em São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

MORAES, Eduardo Jardim de. Modernismo revisitado. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 1, no. 2: 220-238, 1988. Disponível em: <O[[W!��IPISPV[LJHKPNP[HS�MN]�IY�VQZ�PUKL_�WOW�YLO�HY[PJSL�]PL^(Y[PJSL�����>

MOTTA, Marly Silva da. 1922: em busca da cabeça do Brasil moderno. Rio de Janeiro, CPDOC, 1994. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/1153.pdf >.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. A questão nacional na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1990. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/6802>

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1994.

ROSEN, Charles Rosen (1971). The Classical Style: Haydn, Mozart, Beethoven. London: Faber & Faber, 1971.

SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

VELLOSO, Mônica P. 1993. A brasilidade verde-amarela: nacionalismo e regionalismo paulista. In: Estudos Históri-cos, 6 (11): 89 - 112. Disponível em: <O[[W!��IPISPV[LJHKPNP[HS�MN]�IY�VQZ�PUKL_�WOW�YLO�HY[PJSL�]PL^�� ��>.

WISNIK, José Miguel. Entre o erudito e o popular. In: Revista de História, nº 157, São Paulo: USP, dez. 2007, versão impressa: ISSN 0034-8309. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pi-

K$:�������� ������������� ZJYPW[$ZJPFHY[[L_[>.

WISNIK, José Miguel. O Coro dos Contrários: a música em torno da semana de 22. São Paulo: Duas Cidades/Secre-taria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1977.

LIVROS E REVISTAS

Page 13: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

SALA DE PROFESSOR VILLA-LOBOS, QUARTETO NÚMERO 05 13

SUGESTÕES DE LEITURA E OUTROS RECURSOS

SITES E OUTROS RECURSOS

Os 90 anos da Semana de Arte Moderna. Disponível em: <O[[W!��VNSVIV�NSVIV�JVT�PUMVNYHÄJVZ�ZLTHUHFHY[LFTVKLYUH�>.

80 anos da Revolução de 30. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/revolucao1930>.

Semana de Arte Moderna – Itaú Cultural. Disponível em: <O[[W!��^^ �̂P[H\J\S[\YHS�VYN�IY�HWSPJL_[LYUHZ�LUJPJSVWLKPHFPJ�PUKL_�JMT&M\ZLHJ[PVU$THYJVZF[L_[V JKF]LYIL[L$����>

Modernismo brasileiro – MAC USP. Disponível em: <O[[W!��^^ �̂THJ�\ZW�IY�THJ�[LTWSH[LZ�WYVQL[VZ�ZLJ\SV__�TVK\-

SV��TVKLYUPZTV�ZLTHUH�PUKL_�O[T>

Semana de Arte Moderna. Disponível em: <O[[W!��WVY[HSKVWYVMLZZVY�TLJ�NV]�IY�ÄJOH;LJUPJH(\SH�O[TS&H\SH$��� >.

Primeira fase do Modernismo: renovação e divulgação de obras e ideias modernistas e os manifestos. Disponível em: <O[[W!��WVY[HSKVWYVMLZZVY�TLJ�NV]�IY�ÄJOH;LJUPJH(\SH�O[TS&H\SH$������>

Semana de 1922: o início do modernismo brasileiro. Disponível em: <O[[W!��WVY[HSKVWYVMLZZVY�TLJ�NV]�IY�ÄJOH;LJUPJH-

Aula.html?aula=25444>.

Manifesto Antropofágico e a teoria modernista do Brasil. Disponível em: <O[[W!��WVY[HSKVWYVMLZZVY�TLJ�NV]�IY�ÄJOH;LJ-

nicaAula.html?aula=36889>.

Page 14: VILL A -L OBOS E O IDEAL DA ARTE N A CION A LIST A : O ...cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/... · admiração por Bach, o jovem Heitor saltava a janela,

Um documentário da TV Escola. Um ponto de partida para grandes trabalhos com os alunos. Assim é o Sala de Pofessor. O progra-ma incentiva os professores de Ensino Médio a desenvolverem projetos que mudem a roti-na em sala de aula. Em cada programa, dois professores convidados criam um projeto a partir de documentários exibidos na TV Es-cola. São sempre propostas e experimentos inovadores, que podem ser reaplicados em qualquer escola do país.

Os trabalhos apresentados são detalhados LT�KPJHZ�WLKHN}NPJHZ�JVTV�LZZH�L�ÄJHT�disponíveis no site da TV Escola. Os profes-sores também podem usar as artes criadas para o programa: são animações, tabelas, THWHZ�L� PUMVNYmÄJVZ�X\L�[VYUHT�VZ�JVU-teúdos mais visuais e interativos. As dicas WLKHN}NPJHZ�L�HZ�JVTW\[Hs�LZ�NYmÄJHZ�MV-ram transformadas em fascículos interativos para tablets. E o professor também pode navegar pelo material extra do programa no blog do Sala. Para ter acesso a esses pro-dutos, acesse o site tvescola.mec.gov.br ou curta a fan page da TV Escola no Facebook.

FOTO

FOTO