Villela relata experiência ufológicas na Antártida

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Villela relata experiências ufológicas na Antártida Novembro de 1961. Pela segunda vez o meteorologista e cientista brasileiro Rubens Junqueira Villela visitou a Antártida. Chegou de avião à base norte-americana de McMurdo, na Ilha de Ross, e dali seguiu com o restante da equipe em um avião Hércules, com destino a base Amundsen Scott, quase no Pólo Sul geográfico. O convite para a expedição veio da própria Marinha dos Estados Unidos, para a qual o então jovem pesquisador havia enviado um relatório científico sobre a Antártida, logo após sua formatura pela Universidade Estadual da Florida. Sob uma temperatura de 39 graus negativos e a uma altitude de quase 3.000 m, qualquer esforço se torna uma penosa experiência. Todos entraram na base e, após uma visita às instalações, encaminharam-se novamente para fora, a fim de percorrerem a pé poucos metros até o mastro que assinala o ponto exato do Pólo Sul. Era um grupo de 15 pessoas, que se somaram as pouco mais de 600 que já haviam estado naquele local, até então. Villela foi o primeiro brasileiro a pôr os pés no extremo sul do planeta. Esta é apenas uma amostra do que nosso entrevistado já contribuiu para a ciência em nosso país. Professor aposentado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), já esteve 12 vezes no continente gelado e auxiliou desde o começo o Programa Antártico Brasileiro, além de ajudar no planejamento das viagens de Amir Klink. Em seu esforço, Villela aprendeu até a voar com planadores, a fim de ter um contato mais próximo com a atmosfera. Ele esteve presente quando, em 06 de fevereiro de 1984, foi hasteada pela primeira vez a bandeira brasileira na inauguração de nossa estação antártica, que descreve como um dos momentos mais emocionantes de sua vida.

A Estação Comandante Ferraz, na Baía do Almirantado. Neste cenário deslumbrante, o entrevistado teve um avistamento ufológico inesquecível

Segundo o entrevistado a Ufologia poderia estar muito mais adiantada se mais cientistas agissem como o doutor Paul R. Hill, pioneiro na pesquisa aeroespacial que estudou o funcionamento dos discos voadores

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Outro destes momentos marcantes, sem dúvida, foi sua primeira expedição à Antártida, em 16 de março de 1961, quando, junto de outros membros da tripulação, testemunhou um UFO que cruzou o céu, fato narrado com riqueza de detalhes em seu artigo Discos Voadores na Antártida [Veja UFO 58]. A observação ocorreu no exato lugar onde hoje estacionam os navios brasileiros, que servem à Estação Antártica Comandante Ferraz. Villela chegou a apresentar seu testemunho na comissão ufológica oficial do governo francês, anos mais tarde. Ao lado de outros ufólogos, ele fez parte da extinta Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), junto a pioneiros como Max Berezovski e Flávio Pereira. Em suas pesquisas de campo, esteve em contato com fenômenos e aparições extraordinários, que o marcaram profundamente e o fizeram contribuir decisivamente nos rumos da Ufologia Brasileira. Nascido em 02 de abril de 1930, Villela começou a trabalhar aos 18 anos como radiotelegrafista de agências de notícias. Tal conhecimento, bem como os de jornalismo, muito o ajudou em suas primeiras expedições, além de o impelirem para a meteorologia. Entre outros feitos, estagiou na NASA, onde participou do lançamento de foguetes de sondagem. Cientista respeitado em prestigiadas instituições de pesquisa, chegou inclusive a trabalhar como meteorologista sênior no The Weather Channel, nos Estados Unidos.

Villela é freqüente colaborador de publicações, entre as quais a Scientific American Brasil. Vale destacar, entre seus textos, um que descreve seu avistamento ufológico na Antártida, publicado na edição número 01 da revista Superinteressante, de janeiro de 1988. Pela primeira e única vez em sua história, a edição trouxe a imagem de um disco voador na capa e uma grande matéria a respeito, com destaque para o histórico avistamento de Villela. Bons tempos, aqueles. Outro trabalho marcante do entrevistado foi o artigo Há Outras Formas de Voar, que publicou na edição 64 da revista Aero Magazine. Nele, Villela descreve a obra de Paul R. Hill, cientista da NASA que realizou um estudo técnico sobre os discos voadores, publicando suas conclusões a respeito do funcionamento de tais naves no livro Unconventional Flying Objects: A Scientifi c Analysis [Hampton Roads, 1995]. Da forma concisa e clara que costuma apresentar, Villela descreve a teoria de Hill, de que os UFOs se locomovem por meio de campos de força sobrepostos, explicando como superama velocidade do som sem o chamado estrondo sônico, e como percorrem as imensas distâncias entre as estrelas. Villela também publicou seu avistamento ufológico recentemente na edição 44 da revista inglesa Polar Record, especializada em assuntos antárticos e lida por cientistas da área. Rubens Junqueira Villela é daqueles raros cientistas que não têm qualquer dúvida de que estamos sendo visitados por outras civilizações, e é da opinião de que já passa da hora de os homens de ciência e jornalistas acordarem para a realidade do Fenômeno UFO. Considera que a atual diplomacia terrena não é nada, se comparada à diplomacia estelar ou galáctica, que teremos que exercer em um futuro talvez bem próximo. E, para tanto, os conhecimentos de uma pessoa de tal calibre, como ele mesmo, serão fundamentais.

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Como foi seu avistamento ufológico, ocorrido em 16 de março de 1961, que o senhor detalhou em seu artigo Discos Voadores na Antártida, publicado na UFO 058? Eu estava embarcado no navio quebra-gelo Glacier da Marinha dos EUA. Desviando de icebergs no meio do nevoeiro, ingressamos na Baía do Almirantado, costa sul da ilha Rei George, e entramos na enseada Martel, hoje bem conhecida dos brasileiros, pois ali fica nossa base permanente, a Estação Antártica Comandante Ferraz. Acabáramos de fundear e eu estava na flying bridge, ou tijupá [Plataforma elevada, a 15 m acima da linha d´água], observando o novo panorama junto com outros marinheiros. De repente, tivemos nossa atenção atraída por um objeto luminoso que cruzava o céu a baixa altura no sentido noroeste para sudeste. Gritos partiram dos tripulantes no convés, uma meia dúzia de pessoas ao todo, tomadas de espanto. O objeto era oval e multicolorido, deslocava-se lentamente e, para mim, o mais estranho foi que deixava um rastro na forma de um tubo ou cilindro oco de cor alaranjada, bastante longo. De sua parte frontal estendiam-se para trás, em V, raios curtos ou varas luminosas, lembrando as antenas do primeiro Sputnik russo.

Deve ter sido uma experiência espantosa ver algo assim justamente naquela parte do mundo. Sim. De repente, o objeto se dividiu em duas partes ovais iguais, em linha, brilhou mais intensamente e se extinguiu subitamente. Não emitia ruído, mas o ronco dos motores do navio poderia ter abafado algum som baixo. Estimei o tamanho do UFO em cerca de 6 m e a velocidade, uns 80 km/h. Tive dificuldade para descrever o objeto no meu diário de bordo, e usei a expressão “luz corporificada”, que melhor descreve do que ele seria feito. As outras testemunhas tinham opiniões divergentes, tais como meteorito, ogiva de foguete reentrando na atmosfera etc. Havia a possibilidade de ser um sinal de pedido de socorro, que é um foguete luminoso, e o comandante do navio mandou desembarcarmos em terra, onde havia um edifício da base inglesa G, que fora abandonada um mês antes. Fiz parte do grupo de desembarque, mas não encontramos ninguém nem nada que explicasse o fenômeno. Naquele mesmo local, 23 anos depois, o destino me reservaria outra surpresa. Em 06 de fevereiro de 1984, ali assisti, emocionado, ao levantamento da bandeira brasileira, inaugurando a nossa primeira base na Antártida, construída próxima à antiga Base G. E ali voltei várias vezes, até o ano 2000, como pesquisador e meteorologista do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). O local continua sendo palco de fenômenos estranhos, apresentando componentes físicos e parapsicológicos, às vezes comentados pelo pessoal em conversas reservadas.

O senhor tem mais informações a respeito destes avistamentos inexplicáveis que ainda estariam ocorrendo na região onde se localiza a Estação Comandante Ferraz? Recebe notícias freqüentes dos pesquisadores que visitam a base? Sim, há muita camaradagem e solidariedade entre os participantes no Proantar, tanto civis como militares, e a gente acaba conversando sobre tudo. Um colega viu o que eu chamaria de nave mãe, do tamanho de um navio, sobre as águas, todo iluminado, que logo desapareceu. Uma equipe de pesquisadores num bote inflável arrastado à deriva foi salva depois que inexplicáveis pancadas nas paredes de um módulo despertaram a atenção de um ocupante, que ouviu

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gritos à distância e providenciou o socorro. Há outras histórias e experiências pessoais, como, por exemplo, a de quatro ingleses que estão ali sepultados. Mas, quanto aos fatos ufológicos que não testemunhei diretamente, prefiro não comentar. Acho que não devo envolver outras pessoas, além do que já fiz.

O senhor se tornou o primeiro brasileiro a pisar no Pólo Sul geográfico. Fale -nos a respeito dessa experiência. Foi na viagem seguinte, embora no mesmo ano de 1961. Naquela vez, fui de avião, igualmente a convite da Marinha e da Fundação Nacional de Ciência dos EUA. Como na viagem do Glacier, parti também da Nova Zelândia, a bordo de um quadrimotor Constellation, que após 11 horas de vôo pousou sobre o gelo na base de McMurdo. Dali, voei em um Hércules C-130 equipado com esquis até as bases de Byrd e Amundsen-Scott, situadas no grande interior da Antártida, sobre o planalto polar. Estive quatro horas em Amundsen-Scott, no dia 17 de novembro de 61, ocasião em que de fato tornei-me o primeiro brasileiro a pisar o Pólo Sul geográfico. A sensação de pousar e caminhar na neve enrijecida do pólo é de ingressar num outro mundo, de estar noutro planeta. Apesar do Sol acima do horizonte as 24 horas do dia, a temperatura era de 40 graus abaixo de zero, que, combinada a altitude de quase 3.000 m e vento de 20 km/h, criava uma alarmante sensação de ameaça à sobrevivência, pelo frio, pela secura do ar, e pela dificuldade respiratória. O avião tinha apenas 20 minutos para ficar no solo e desembarcar passageiros e carregamentos, com os motores funcionando. A 40 graus negativos, se agravam toda sorte de problemas mecânicos, os metais tornam-se quebradiços, o isolamento dos fios elétricos se parte etc. A amostra que provamos do clima do planalto polar fez aumentar enormemente nossa admiração e respeito pelos desbravadores da era heróica e pioneira exploração, com Roald Amundsen, Robert Scott, e Ernest Shackleton, que ali chegaram a pé ou em trenós, entre 1908 e 1912. Hoje, a base do Pólo Sul conta com inovadoras edificações que permitem a realização de pesquisas científicas avançadas, as mais interessantes talvez no campo da geofísica e da astronomia, como um observatório solar. Na época da minha visita, o peso da neve arrastada pelo vento havia coberto e quase esmagado os edifícios ocupados durante o Ano Geofísico Internacional (1957-58), estando os tetos escorados por vigas e tambores de óleo diesel.

O senhor soube se foi realizada alguma busca posterior para localizar o UFO observado em 16 de março de 1961? Uma busca em terra foi tentada no mesmo dia, mas as tempestades nos apanharam e só no dia seguinte conseguimos desembarcar. Entramos no edifício principal da Base G, mas nada nem ninguém foi encontrado que pudesse se relacionar com o possível foguete de sinalização, uma das hipóteses para o fenômeno luminoso avistado.

O que os seus colegas de expedição falavam sobre aquele objeto que vocês viram? Tive contatos com alguns deles, mas não comentavam nada. Ao final da expedição, um dia antes do nosso primeiro porto de escala, Montevidéu, desde a partida da Nova Zelândia, fiz uma entrevista com o comandante do navio, o Glacier, Philip Porter. Ela foi publicada na última

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parte de uma série de reportagens que produzi para a Folha de São Paulo, em 11 de junho de 1961. Aproveitei para perguntar-lhe se havia chegado à alguma conclusão sobre o fenômeno luminoso avistado na Baía do Almirantado. O capitão Porter respondeu apenas que aquilo fora registrado no diário de bordo como “meteorito ou outro tipo de fenômeno natural luminoso”.

O senhor se graduou em meteorologia pela Florida State University em 1957. Antes deste fato, como foi sua instrução aqui no Brasil? Terminei o ensino médio no Colégio São Luiz, em São Paulo, e me mudei em 1950 para os EUA, a fim de seguir curso de engenharia. Como gostava de radiocomunicação, comecei fazendo curso de engenharia elétrica, mas apaixonei-me por meteorologia ao fazer uma matéria optativa desta disciplina. Mudei-me para a Florida State University para completar o bacharelado em meteorologia. Meu primeiro emprego, aos 18 anos, foi de radiotelegrafista de agências de notícias. O conhecimento do código Morse foi de grande utilidade para meu aprendizado de meteorologia, pois me possibilitava obter diretamente dados emitidos via rádio, isto antes da existência da internet.

Villela fazendo leitura do psicrômetro, instrumento meteorológico que mede temperatura e umidade do ar

Como sua função de radiotelegrafista auxiliou em sua carreira e de que forma o senhor acabou adotando a pesquisa antártica? Como radioamador, fiz muitos conhecimentos nos Estados Unidos e Inglaterra, aprendendo bem o idioma inglês pela correspondência que mantinha com os hobbistas. Revistas do ramo naqueles países publicavam minhas contribuições, e tornei-me bastante conhecido pela qualidade delas. Depois de ser reprovado em um vestibular para a Poli, minha família achou que eu estava perdendo

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tempo no Brasil e devia ir estudar nos EUA, e concordei. A escuta em radiotelegrafia me permitia acompanhar o vôo de aviões, como os do Correio Aéreo Nacional, no Brasil, ou da Aeroflot, ainda na antiga URSS. Mas o que mais me emocionava eram as expedições antárticas norte-americanas, como a do Almirante Byrd em 1946 e 1947, entre outras. Meu sonho era um dia me engajar numa expedição daquelas, e sentia que a meteorologia me abriria o caminho, dada a sua importância neste tipo de atividade, o que se confirmou plenamente. Gostava ao mesmo tempo da aviação, me tornaria piloto de planador em 1964, o que também foi de enorme proveito para a meteorologia.

A meteorologia também o auxiliou a desmistificar alguns casos de supostos UFOs? Sabemos que vários fenômenos pouco conhecidos podem ocasionar confusão, como relâmpagos globulares e nuvens lenticulares. Sim, e os mais flagrantes são os enganos causados a muitos incautos pelas nuvens lenticulares. Estas eu identifico facilmente, não só como meteorologista, mas também como piloto. As lenticulares denunciam a ocorrência de uma onda atmosférica, denominada onda de montanha ou onda de sotavento, cujas correntes ascendentes, que formam as nuvens, permitem aos planadores alcançar incríveis altitudes – mais de 14 km – e percorrerem grandes distâncias – de até 3.000 km – paralelamente aos Andes. O vôo de onda é a forma mais espetacular de vôo a vela. Por outro lado, descarto totalmente a explicação de que os célebres discos avistados pelo piloto Kenneth Arnold, em 1947, perto do Monte Rainier, fossem nuvens lenticulares, como já se disse. Note-se que o maciço do Jaraguá às vezes forma nuvens lenticulares sobre São Paulo, quando sopra forte o vento noroeste.

O senhor é um cientista com elevadas qualificações em sua área, e por isso um depoimento seu a respeito de objetos voadores não identificados tem um peso e uma credibilidade extraordinárias. Já tratou desse assunto com seus colegas? Qual é o posicionamento deles quanto aos UFOs? Quando estagiei no Goddard Space Flight Center, da NASA, entre 1962 e 1963, um colega cientista me pediu que relatasse minha observação na Antártida, e que preenchesse um formulário do National Investigations Committee on Aerial Phenomena [Comitê Nacional de Investigações de Fenômenos Aéreos, NICAP] , que publicou meu depoimento no seu anuário. Na França, participei de reuniões reservadas de cientistas que discutiam UFOs e questões relacionadas, como velocidades superluminais etc, e até propuseram explicações físicas para aspectos do objeto que vi na Antártida – a de que seria luz truncada por campo magnético altamente canalizado.

E no Brasil, o senhor tratou de UFOs com seus colegas? Na USP, apenas uma vez, colegas da área de astronomia mostraram algum interesse pelos meus relatórios, que leram, mas não fizeram qualquer comentário posterior. Mais recentemente, melhor informado do assunto, parei de tentar convencer meus colegas cientistas da realidade e importância do Fenômeno UFO. Agora sei que grandes nomes da ciência sabem perfeitamente o que está acontecendo neste campo, pois alguns até trabalham diretamente com nossos visitantes extraterrestres em projetos conjuntos acordados por seus governos. Então, para que

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perder tempo e convencer quem não tem sequer um mínimo de curiosidade científica para se informar do assunto?

A que o senhor atribui este comportamento de seus colegas cientistas, de extrema reserva quanto aos UFOs? Acho que grande número de colegas padece do pecado capital dos cientistas, a soberba. Perante o significado profundo do que representam as visitas alienígenas, como a descoberta da natureza da vida no universo, nós, terrestres, somos todos modestamente – e também democraticamente – iguais. Uma suposta superioridade de alguns pouco significa numa escala astronômica que se usasse para medir o conhecimento. Em Ufologia, precisamos respeitar a contribuição do mais humilde terráqueo na escala social. Ele ou ela, como testemunha ou protagonista dos fatos, pode nos dar a chave do enigma. Como já nos relatou o excelente repórter Hiram Firmino, existem caboclos ou trabalhadores rurais no norte de Minas Gerais que vêem naves e conversam com seus tripulantes e, portanto, sabem mais sobre a vida no universo do que muitos cientistas.

Então, para o senhor, a presença de alienígenas aqui na Terra, trabalhando lado a lado com cientistas norte-americanos, é uma realidade? Sim, e aí começamos a entrar na parte mais pesada e obscura da questão ufológica, sobre o que não posso falar para não comprometer pessoas, já bastante perseguidas e ameaçadas. Apenas um detalhe para dar uma idéia: certa pesquisa conjunta deste tipo sofreu seis meses de atraso porque os ETs, propositalmente, haviam trocado um sinal nas equações.

Insistindo um pouco nesta questão, sem que o senhor precise comprometer alguém, acredita que tais esforços conjuntos entre terrestres e aliens ocorrem também no Brasil, já que temos um caso de queda de uma nave em Varginha? No Brasil, não creio. Pelo menos, não em caráter oficial. Em casos de quedas de naves, como em Varginha e outras, tudo vai imediatamente para os Estados Unidos.

O senhor, então, crê que possa haver um fundo de verdade nas alegações de John Leir e Robert Lazar, a respeito de supostos acordos entre aliens e governos terrestres, e engenharia reversa sendo efetuada em naves acidentadas na Área 51? Acho quesim, e há muitas outras evidências sobre isso. E quais evidências seriam estas, que comprovariam os projetos conjuntos entre cientistas e militares da Terra e ETs? A primeira a me chamar à atenção para tais projetos – de que eu duvidava – me foi enviada pela professora Irene Granchi. Trata-se de um manifesto de John Lear, feita pela então primitiva internet, datado de 29 de dezembro de 1987. Lear é um conhecido aviador norte-americano, filho do projetista dos jatos executivos Lear Jet. A história começaria pela criação do grupo secreto MJ-12 ou Majestic 12, em 1947. O acordo era para troca de tecnologia entre o governo norte-americano e um grupo de seres alienígenas, que teria começado a funcionar em 1971. Desde então, sob administração da CIA, segundo Lear, foram construídos inúmeros laboratórios subterrâneos secretos, entre

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eles o de Groom Lake, no estado de Nevada, de Sunspot, Datil, Roswell e Pine Town, no Novo México [Veja DVD Revelando Segredos da Área 51, código DVD-012]. No seu último livro, Need to Know: UFOs, the Military and Intelligence [Sidgwick & Jackson, 2006] , o autor Timothy Good apresenta evidências para a existência deste tipo de instalação conjunta, para desenvolvimento de um supercomputador utilizando princípios da inteligência artificial segundo tecnologia alienígena, na área dos Montes Manzano, no Novo México. Mais diretamente, conheci por acaso um cientista que trabalhou num destes laboratórios e conseguiu se livrar de uma situação extremamente opressiva, mas até hoje sofre ameaças. Entretanto, como tudo em Ufologia, sua história é complicada e parte dela não tem se confirmado. Por exemplo, que ele teria um Ph.D. pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), como alega, e que pertenceu à equipe de Von Braun etc. Não é de se espantar, pois parece que até o conhecido Bob Lazar teve seus registros acadêmicos apagados. A respeito da negativa de muitos cientistas em tratar do assunto UFO, o senhor acredita que essas pessoas têm aquele tipo de posicionamento, de que nada resta a ser descoberto, visto em muitos momentos da história? Não sei dizer. Mas certamente a Ufologia poderia estar muito mais adiantada se mais cientistas agissem como o doutor Paul R. Hill, especialista da NASA e pioneiro na pesquisa aeroespacial, que, após se aposentar, iniciou seus estudos sobre o funcionamento dos discos voadores, que acabou gerando o livro Unconventional Flying Objects: A Scientifi c Analysis [Hampton Roads, 1995] , publicado cinco anos após sua morte, em 1990. Mas também não podemos culpá-los de tudo, pois em muitos casos a pesquisa de UFOs pode levar apenas a uma grande perda de tempo, já que a ciência dos ETs parece ter pouco em comum com a nossa, terrestre, e fica difícil o diálogo. Fale-nos mais a respeito de suas experiências de campo, trabalhando ao lado de outros pioneiros da Ufologia Brasileira, como Flávio Pereira e Max Berezovski. O professor Flávio e o doutor Max são dois grandes pioneiros que merecem ser lembrados para sempre na história da Ufologia. Tive minha iniciação nela graças ao I Colóquio Sigiloso Sobre OANIs, organizado por Flávio em 1958. Eu havia recém regressado dos EUA, e mesmo um tanto cético, participei no evento, como membro da antiga Sociedade Interplanetária Brasileira (SBI). Cheguei a gravar a palestra do doutor Olavo Fontes! Mais de 10 anos depois, regressando de nova temporada no exterior, vim a conhecer e trabalhar com o doutor Max, como participante da Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), em São Paulo. Foi uma escola, o Max é um exemplo de investigador sério, médico de amplos conhecimentos, incluindo na área de parapsicologia e hipnose – e difícil de ser convencido. Minha principal experiência de campo decorreu de uma sessão de hipnose conduzida por ele, em 1978. O rapaz hipnotizado era o Eromar Gomes, de Governador Valadares (MG), que se dizia perseguido por trigêmeos que o teriam levado ao que parecia ser um disco voador, coisa de que ele não entendia e para a qual queria um esclarecimento ou ajuda. A hipnose tomou um rumo inesperado, quando um tipo de entidade começou a falar através do Eromar. E o que a tal entidade disse? Que o “contato”, como chamava o Eromar, não estava sob hipnose terrestre, mas “num estado de catalepsia induzida por nós”. Nós quem?, perguntamos. “Nós, extraterrestres, como denominam vocês”. Eles também alegavam ser

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de um tal planeta Borus. Pedimos provas e ouvimos “vocês as terão”. Pedimos que apagassem as luzes do bairro, como demonstração, mas eles se recusaram. De fato, coisas estranhas começaram a acontecer, por grupos de participantes. Visivelmente, a entidade lia nossas mentes, pois as respostas as indagações chegavam mesmo antes de formuladas as perguntas verbalmente. Pareciam saber das minhas atividades na NASA e na Antártida, deram-me detalhes específi cos de vôos da Apollo à Lua, de como obter água na calota de gelo antártica, por meio de poços artesianos, como eu havia visto na Base Byrd etc. Que outros fatos se sucederam durante a pesquisa do Caso Eromar? Houve uma série de acontecimentos complexos e estranhos, até que combinamos com a entidade, através de Eromar, um encontro com outro contatado, em Limeira (SP). Fomos em dois carros, sendo que um terceiro – que devia ter ido direto de São Roque (SP), onde o dono anteriormente havia hospedado Eromar – se desviou inexplicavelmente do caminho e se interpôs entre nós perto do primeiro pedágio da Rodovia dos Bandeirantes. Continuando o percurso, fomos sobrevoados por um “avião” a baixa altura, depois quase abalroados por um “caminhão” que cruzou o canteiro central, sendo que não existe cruzamento naquela rodovia. Eromar olhava o céu estrelado pela janela do meu Fiat e começou a ficaragitado, pedindo que parasse, porque eram “eles”. Eu disse que eram só estrelas, mas o rapaz insistiu e eu tive que parar no acostamento. Eram 20h30 de 18 de novembro de 1978 e estávamos na altura do km 82 da Bandeirantes. Uma “estrela” amarelada, realmente estranha, começou a se aproximar. Observei com binóculo, enquanto o Eromar fechava os olhos, levantava o braço esquerdo depois o direito e falava: “À esquerda está a nave patrulha e, à direita, a sonda”. O senhor chegou a ver o outro objeto descrito por ele? Sim, só então vi este outro objeto, à direita, com o binóculo. E me arrepiei. Era um lindo artefato prismático, com todas as cores, girando ao redor do próprio eixo. A “nave patrulha”, como a definiu o Eromar, tinha o perfil clássico de um disco voador, com cúpula iluminada em cima e outra menor em baixo. Olhamos boquiabertos. “Não fi quem aí parados, temos uma programação a cumprir”, vem a fala da entidade através do Eromar. Tocamos para frente, escoltados pelos dois objetos que se elevaram a cerca de 1.500 m de altura. E o que ocorreu a seguir? Em Limeira, nós ficamos em frente à casa do segundo contatado, esperando. Às tantas horas, já meio cansados de esperar, observamos um estranho vento frio em rajadas, acompanhado de nuvens. Eromar, no costumeiro transe hipnótico, falou: “Nossa alta rotação está causando efeitos atmosféricos. Como não queremos chamar atenção, vamos nos afastar por alguns momentos, mas vocês devem continuar aí esperando” . Dito e feito, os objetos – agora eram três, pois mais uma sonda havia se juntado ao grupo – sumiram dos céus de Limeira. Mimetizavam perfeitamente as estrelas! Só passada a meia-noite o homem que procurávamos – vou chamá-lo de Hugo – apareceu. De chapéu de palha, pele muito branca e óculos escuros, veio dirigindo um Chevette dourado e novo, sendo que diziam os que o conheciam na cidade que ele nunca era abastecido.

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O Hugo também tinha contatos, e com os mesmos seres que contatavam o Eromar? Hugo tinha fama de fazer curas espíritas na cidade e vendia plantas ornamentais na feira. A entidade de Eromar nos disse que a origem de Hugo era “incrível, que ele tinha um pedaço do nosso mundo”. Realmente, o homem era um bruxo, como fi cou patente no encontro dentro da sua casa, numa saleta iluminada por uma única lâmpada azul. No interrogatório que fez a Eromar, Hugo parecia ter um mapa de Vitória (ES), onde Eromar começou a ser perseguido pelos tais trigêmeos, em sua cabeça. “Este rapaz pensa que tem tido contatos com discos voadores, mas não tem. Todos os comandantes de naves nesta área falam espanhol, e ele não fala”. Ocorre que o Eromar estava falando espanhol, coisa estranha para uma pessoa de baixo nível de instrução. Hugo, então, se recusou a ir ao campo de encontro para realizar a experiência de contato, “porque estava fechado por um campo de força até às 05h00, e naves de uma origem não podem entrar na área de naves de outra origem”. Mas tanto insistimos que Hugo resolveu nos levar ao ponto de encontro. O contato com alguma nova entidade ou navealienígena ocorreu no ponto marcado? Sim. Partimos formando um comboio, agora de quatro carros, e paramos num canavial próximo. Nisso, vi dois faróis, como de um Fusca, se aproximando pela estrada, e sugeri a todos encostarmos nossos veículos de lado para que aquele “carro” pudesse passar. Mas que carro, que nada! Aquele “Fusca” fez uma curva de 90 graus à direita, onde não tem estrada. Eromar havia se adiantado, caminhando com Hugo. Nisto, partiu daquilo, que já sabíamos ser uma nave, um fi no raio de luz, logo seguido por um segundo, que atingiram Eromar no peito. Ele caiu de bruços no chão e corremos para ajudálo. Hugo, no seu estilo gozador, disse: “Esse rapaz não está acostumado a andar no mato e tropeçou numas pedrinhas, mas vou dar uns passes nele e ele vai ficar bom”. Colocamos Eromar no meu Fiat, ele voltou a si. Daí a entidade começou novamente a falar por ele: “O contato recebeu uma descarga de energia e vai pôr sangue pela boca durante 24 horas, mas vai fi car bom. E vocês devem sair daí o mais depressa possível”. Quando repassei a mensagem para o Eromar, ele levou a mão à boca e olhou horrorizado a mancha de sangue. Hugo queria que deixássemos Eromar com ele para uma cura espiritual, mas inventamos uma desculpa e fomos embora para São Paulo – ainda escoltados pelos dois objetos no céu, um de cada lado. No próximo “diálogo” com Eromar, feito na minha casa e não na APEX, procuramos uma explicação da entidade para tudo aquilo que acontecera na ida a Limeira. E que explicação a tal entidade deu para tudo aquilo que ocorreu no canavial? Ela nos disse que era uma lição para vermos que este tipo de pesquisa envolve riscos , “tanto para vocês como para nós”. E que não devíamos acreditar na palavra de falsos profetas e saltimbancos do espaço. O “caminhão” que nos tentara abalroar na Rodovia dos Bandeirantes tinha sido um ataque deles, os ETs amigos do Hugo, que gostam de fazer este tipo de brincadeira. E se não fosse a proteção dos ETs amigos do Eromar no canavial, teríamos sido todos dizimados. Curiosamente, a nave patrulha postou-se numa atitude inclinada quando estava sobre o canavial, ao invés de fi car na horizontal, como nas ocasiões anteriores. Este diálogo com Eromar foi a sua despedida, pois considerava sua missão cumprida. Disse que nos tinha dado a chave do enigma e que, com os conhecimentos que nos foram dados, poderíamos “mudar a história do mundo”. Enfim, este é apenas um resumo, pois, como diz o Max, casos ufológicos são muito complexos e

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temo estar omitindo detalhes importantes, como a participação de um pesquisador cego, mas que via pela mente e dava ao grupo a descrição de pessoas e locais que devíamos encontrar para a pesquisa. A parte mais confusa dos contatos via Eromar era a relativa a conceitos científi cos – espaço, tempo, cálculos geométricos simples etc. A distância de origem dos seres que o teriam contatado – “milhões de corpos e uma só mente”, segundo eles – seria de “472 milhões de anos-luz até o posto de troca de naves”. Eromar saiu de cena, e minhas experiências de campo posteriores se deram em Itanhandu (MG), em parte resultado de pesquisa iniciada pelo ufólogo Arismaris Baraldi Dias, além de contato com um cientista que trabalhou em um laboratório subterrâneo num deserto da costa oeste dos Estados Unidos. O senhor teve mais algum contato com o Eromar? E com o Hugo? Por sua descrição, podemos até elucubrar que fosse um alienígena infiltrado... Perdemos contato com Eromar após 1980. Em 1982, tivemos notícias dele através de uma jornalista do Diário Popular, que o encontrou morando na periferia de São Paulo e publicou sobre ele uma série de reportagens, em março daquele ano. Quanto ao Hugo, descrito pelos ETs amigos de Eromar como tendo “um pedaço do nosso mundo”, nada mais soubemos. Interpretamos esta afirmação como uma referência ao DNA, como se Hugo fosse um híbrido entre ET e terrestre. A entidade também nos disse que ele era um ex-contato deles que havia “se corrompido, adquirindo gosto pelas coisas terrenas”. Por que o Caso Eromar não é mais conhecido pela Comunidade Ufológica Brasileira, se foi tão significativo? Não há menção sobre ele em lugar algum... Não sei, mas apresentei o caso no I Congresso Internacional de Ufologia, em Brasília, em 1979. E saiu um resumo capcioso do episódio no Correio Brasiliense da época, e depois uma versão completa na revista Disco Voador, que era editada pela ufóloga gaúcha Neythe Abreu [A publicação foi a segunda a surgir no país, após a OVNI Documento, editada por Irene Granchi, alcançando a 8ª edição e se extinguindo em 1982. Em 1985 surgiu a Ufologia Nacional & Internacional, que, anos mais tarde, foi transformada na Revista UFO] . Houve uma reportagem sobre o Caso Eromar também na revista Caos. O ufólogo mineiro Alberto Francisco do Carmo divulgou o episódio na internet, mas parece que poucos no Brasil tomaram conhecimento dele, assim como de minhas contribuições a outro livro de Timothy Good, Unearthly Disclosure [Random House 2000]. Eu considero o Good [Consultor da Revista UFO] uma das fontes indispensáveis de informação na área. A presidente de honra do Conselho Editorial da Revista UFO, professora Irene Granchi, teve participação no Caso Eromar? Sim, nos primeiros interrogatórios que fi zemos na APEX, em outubro de 1978, ele declarou que os ETs que o contatavam diziam que ele deveria procurar três pessoas: Max Berezovski, nome que ele mal conseguia pronunciar, Irene Granchi, e um tal de Cido, que resultou ser Cida, uma vidente que nos viria a proporcionar sensacionais detalhes das bases e instalações daqueles seres na Terra e de suas cidades no planeta Borus. Dona Irene era a representante da APEX no Rio de Janeiro, e de fato foi visitada por Eromar, acompanhado de alguns colegas pesquisadores de São Paulo, em novembro do mesmo ano. Numa das reuniões estavam presentes também o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchoa e outros ufólogos do Rio. Tenho a transcrição

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de um das fitas gravadas nas reuniões pela dona Irene, em 1978. Nossa querida matriarca e pioneira absoluta, como a chamou o editor A. J. Gevaerd, ficou muito impressionada com o caso. Algumas questões abordadas tinham ligações com o Caso Bianca e Hermínio Reis. Na reunião ainda se discutiu o caso de uma base extraterrestre subterrânea em Minas Gerais, que precisou ser abandonada e substituída por outra. E coube a mim participar de um levantamento para a instalação de uma nova base em Governador Valadares, para aonde fui em dezembro de 1978, vivendo outra experiência de campo. Em retrospecto, acho hoje difícil acreditar que, recebido um telefonema de Eromar de Governador Valadares, dizendo que minha presença lá era necessária, eu fiz uma reserva de avião e no dia seguinte estava chegando lá, me sentido meio perdido – o famoso “o que é que eu estou fazendo aqui?” Mas, felizmente, sendo muito bem acolhido. E quais foram as teorias que surgiram sobre o Caso Eromar? Várias, e entre elas uma que veio à tona nas reuniões com dona Irene e o general Uchôa, e que até hesito em acrescentar aqui, por não ter comprovação objetiva. Foi a de que o Eromar Gomes seria o fi lho de Antônio Villas Boas, que sabemos ser um dos primeiros abduzidos do país, levado para bordo de uma nave em 15 de outubro de 1957, em São Francisco de Salles (MG), e forçado a ter relações com uma alienígena. Sua data de nascimento teria sido alterada de 1957 para 1954 para despistar quem fosse investigar sua origem. Pelo que apuramos na APEX, ele era fi lho ilegítimo de um grande fazendeiro de Governador Valadares. Impressionante, mas o senhor acredita que a suspeita tenha fundamento? Realmente, é bizarro, mas creio que sim. Dona Irene e o general Uchôa me falaram nisso, e está tudo registrado. A própria entidade, falando através de Eromar em transe, disse que ele era híbrido, como o Hugo, mas que não era para contarmos para ele sobre isso. A entidade dizia que seu grupo tinha “modifi cado a freqüência” dos neurônios de Eromar, para possibilitar o tipo de comunicação que mantinha conosco. Por outro lado, notamos uma contradição na idade: Eromar dizia que a primeira abordagem pelos tais trigêmeos – que na verdade seriam ETs – ocorrera em Vitória, em 1976, quando ele tinha entre 19 e 20 anos, mas isso não bate com a data declarada de nascimento dele, 1954. Então, ele teria realmente nascido em 1957, ano da abdução de Villas Boas. E quanto ao veículo de Hugo, o carro Chevette dourado, que, segundo seus conhecidos em Limeira, nunca era abastecido? Seria um veículo alienígena disfarçado? Esta suposição lembra os famosos helicópteros negros, que alguns teorizam serem máquinas alienígenas camufladas. Bem, parecia normal em tudo, mas talvez a força motriz fosse de origem extraterrestre. Aliás, passei um susto na estrada com ele, porque era época de racionamento de combustível e na volta de Limeira a São Paulo, tinha certeza que meu Fiat 147 ia fi ar sem gasolina e não teria onde abastecer. Emprestei dois litros de um companheiro do grupo, mas mesmo assim achei que não ia dar para chegar. Mas cheguei, e para meu espanto, com grande sobra, o que não parecia possível. Segundo Eromar, foi com a ajuda “deles”, que, como relatei, vieram nos escoltando dos ares. Experiência semelhante teve outra contatada que acompanhei a Itanhandu (MG), em abril de 1996, que dizia ter rodado uns 180 km sem gastar um litro de gasolina.

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Retornando ao tema da relação entre cientistas e UFOs, Carl Sagan, pioneiro no estudo de vida extraterrestre, afirmava em sua obra prima Cosmos [Francisco Alves Editora, 1995] que, mesmo a velocidades inferiores a da luz, uma civilização avançada e distante cerca de 200 anos-luz, e que florescesse desde 200 ou 500 anos atrás, já poderia estar chegando a Terra. O que o senhor pensa disso? Acho que um autor como Zecharia Sitchin, que fez pesquisa original, tem mais conhecimento sobre visitas extraterrestres no passado do que Sagan. Sinceramente, não aprecio muito o que ele fala em relação à Ufologia. Ele era engajado na defesa de seus projetos oficiais e de suas verbas, e o fazia denegrindo ou menosprezando os ufólogos e as testemunhas de experiências ufológicas. Por exemplo, Sagan tratou muito mal o astronauta James McDivitt em debates públicos, procurando humilhá-lo. Segundo ele, astronautas não são observadores competentes, porque até as bolhas de urina fl utuando dentro das cápsulas atrapalhariam sua visão. E quanto às visitas extraterrestres no momento atual, qual é sua fonte de referência? Várias, mas quando trato de viagens interestelares, prefiro as teorias do já citado Paul R. Hill, que criou o conceito de velocidade efetiva, o que simplifica os cálculos relativísticos e demonstra que a velocidade da luz e as distâncias cósmicas não são barreiras reais às viagens na escala galáctica, para veículos que possam acelerar a 100 Gs ou mais [G é a força da gravidade]. Por exemplo, Hill calcula que, a uma velocidade de 99,99% da luz, com duas etapas de 2,5 semanas de aceleração e desaceleração a 100 Gs, se poderia alcançar em 7,2 meses a estrela Zeta 1 da Constelação do Retículo, a 37 anos-luz do Sol, enquanto na Terra se passariam 37 anos. Hill observou um UFO acelerando a 102 Gs nos Estados Unidos. Ainda sobre Carl Sagan, recentemente publiquei na UFO 130 um artigo a respeito de sua vida e obra, e na pesquisa para o mesmo descobri que outros cientistas o consideravam “mole” com os ufólogos. Consta que Sagan tinha um excelente relacionamento com o pioneiro J. Allen Hynek. Quem sabe o autor de Cosmos estivesse aguardando uma evidência mais concreta produzida pela Ufologia? Achava bastante estranha sua atitude agressiva quanto ao tema, procurando desacreditar testemunhas e ufólogos sérios, como o próprio doutor Hynek. A informação mais reveladora sobre isto está no livro Beyond Earth: Man’s Contact with UFOs [Phillips Publishing, 1974], de Ralph e Judy Blum, que transcreve os diálogos do programa da TV Dick Cavett Show, em que houve um entrevero entre Sagan e o astronauta McDivitt, ainda com a participação de Hynek, do piloto militar de helicóptero Lawrence Coyne e do abduzido Charlie Hickson. Seria Sagan um membro do chamado “establishment”, que impunha o segredo à questão ufológica? Quanto às motivações dele para ter tal comportamento, só Deus sabe. Tanto poderia ser proposital como a mando do tal “establishment”. Também poderia estar agindo em causa própria, visando abater a concorrência que a Ufologia representava aos seus projetos de detecção de vida extraterrestre, que perderiam importância ou urgência, caso o contato com ETs já estivesse confirmado. Interessante. Professor Villela, os aliens, para chegarem aqui, com certeza devem possuir uma tecnologia imensamente mais avançada do que a nossa. Segundo o recentemente

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falecido Arthur C. Clarke, seria uma tecnologia indistinguível da magia. Por meio das pesquisas que o senhor mencionou, acredita que em breve possamos chegar a desvendar os segredos de tal tecnologia? Não todos os segredos, mas alguns, e por etapas. Os ETs amigos do Eromar disseram que um laboratório nos Estados Unidos estava próximo da solução para construir naves e viajar como eles pelo cosmos, mas que o próprio planeta correria sério risco de ser destruído caso esta tecnologia não fosse bem dominada – era algo relacionado a uma barreira de hidrogênio, que envolveria a Terra e que, se não fosse rompida adequadamente, geraria uma espécie de onda de choque que racharia o planeta ao meio. Outra fonte científica indica que tecnologia antigravidade já está sendo empregada na aviação militar, para reduzir os efeitos fisiológicos de grandes acelerações sobre os pilotos. As teorias de Paul R. Hill, que o senhor mencionou, poderiam auxiliar na pesquisa desta tecnologia alienígena, se fossem mais aceitas? Hill dizia que os UFOs não desafiam, mas obedecem às leis da física conhecidas. Qualquer cientista reconheceria a validade de suas análises, baseadas em princípios básicos e relativamente simples da física. E ele dá um show de didática ao expô-las, através de um estilo de clareza que deveria servir de modelo para todos os livros de texto das ciências exatas. Suas observações sobre Hill lembram outro personagem que realizou estudos técnicos sobre os UFOs, o francês Jean Plantier. O senhor conhece o trabalho dele? Fico-lhe muito grato por esta citação. Eu tinha na lembrança que a teoria de Plantier se referia ao aproveitamento do campo magnético terrestre apenas, mas fui verifi car no livro The Truth About Flying Saucers [Pyramid Books, 1957], de Aimé Michel, e vi como estava enganado. Visivelmente, as teorias de Plantier, publicadas em 1953, na revista da Força Aérea Francesa, coincidem com as idéias básicas de Hill, embora este último as tenha desenvolvido de forma mais completa e matematicamente. A premissa básica de Plantier é precisamente a propulsão por campo de força. Entretanto, acho um tanto desconcertante que Hill não cite Plantier em seu livro, embora faça referência ao de Michel. Vivendo e aprendendo... O senhor está acompanhando a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), através da Revista UFO? Considera que estamos certos ao cobrar a liberação de documentos sigilosos, que podem proporcionar um notável avanço no conhecimento das visitas? “A verdade vos libertará”, disse Jesus. Acredito sempre na transparência, mas reconheço as dificuldades práticas para os governantes se livrarem do problema em que se meteram, optando pelo sigilo desde o início. Como irão reconhecer que não têm domínio sobre seu território e espaço aéreo? Que suas decisões em quase tudo que se refere aos UFOs estão subordinadas aos poderes escondidos por trás do poder aparente de outros países? A situação dos militares é particularmente incômoda neste sentido. Meu amigo Timothy Good, já citado, escreve que a princípio era favorável à total e imediata liberação das informações ofi ciais sigilosas, como havia proposto, entre outros, o ex-ministro da Defesa do Canadá, Paul Hellyer, ao parlamento daquele país. Mas, em seu livro mais recente, Good diz ter concluído que ainda não é chegada a hora de total abertura e que o melhor para a humanidade seria uma revelação gradual, uma agenda planejada, para evitar uma desagregação social sem precedentes. Isto me lembra uma cena do futuro mostrada a Eromar dentro da nave

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extraterrestre. Era de homens reunidos num grande recinto rodeado de bandeiras, que interpretamos, nas sessões de hipnose na APEX, como sendo a Assembléia Geral das Nações Unidas. Alguém começa a ler um relatório e, de repente, a audiência irrompe em gritos, tumulto e debandada geral. O relatório seria uma espécie de Blue Book informando a realidade dos UFOs e o perigo imediato que a Terra corria de sofrer uma catástrofe cósmica – evitável com a cooperação alienígena, segundo outros contatados. Entretanto, ainda segundo Good, qualquer que seja a ameaça alienígena à humanidade, temos mais a temer da nossa própria espécie. A liberação das informações oficiais talvez contribua para um debate mais objetivo, e com o engajamento dos cientistas. Em seu artigo Discos Voadores na Antártida, publicado na UFO 058, o senhor aludiu ao fato de nossa diplomacia internacional ser um jogo infantil, se comparada a diplomacia sideral, que o senhor supõe que em breve existirá e teremos que usar. Pode comentar mais a respeito? Já ingressamos neste “clube interestelar”. Mas se já é difícil conciliar nossos interesses terrestres, como os conflitos no Oriente Médio, por exemplo, imagine em escala universal?! A Ufologia mostra que temos uma enorme variedade de civilizações nos visitando – 32, segundo os ETs amigos do Eromar –, sobre as quais ignoramos praticamente tudo, sua história, sua cultura, seus interesses. Imagine negociar acordos com “diplomatas ETs” que lêem a sua mente ou podem influenciar a sua vontade?! Segundo aprendi nos contatos que pesquisei, existem entre nossos visitantes os bons e os ruins, que também são chamados iníquos. Os bons seriam do “sistema construtivo”, que respondem a uma espécie de “conselho de mundos” ou “federação de planetas”. Existiriam leis universais, como a que determina que os mais fortes devam ajudar os mais fracos, ou aquela de que todos os povos têm o direito à sobrevivência etc. Nestes casos, o comportamento agressivo seria tolerado desde que não ameaçasse a sobrevivência das espécies, e a aparente agressividade pode advir da defasagem de evolução entre duas civilizações. A Ufologia teria a acrescentar nos esforços dessa diplomacia sideral? Claro, a Ufologia é essencial para o estudo e conhecimento dos visitantes cósmicos com quem já estamos nos relacionando. Fica evidente que não precisamos esperar milhares de anos pela resposta a um sinal de rádio, como desejam os cientistas! O senhor relatou seu avistamento na Antártida ao Grupo de Estudos de Fenômenos Aeroespaciais (GEPA), entidade ufológica oficial da França, fundada pelo general Lionel Chassin. Ele, quando esteve à frente da OTAN, teve sua frota sobrevoada por UFOs, que desativaram seus armamentos. Isso poderia ter sido algum tipo de demonstração por parte dos alienígenas? Sim, foi uma demonstração ostensiva e clara da existência e dos poderes dos UFOs. O general Chassin, da Força Aérea Francesa, ficou tão impressionado que, quando se aposentou, criou o GEPA para estudar o assunto. Será que os ETs desejam comprovar sua existência a nós, a fim de que deixemos nossas disputas tribais e tentemos evoluir um pouco? Talvez, mas parece que o tipo preferido de estratégia deles é a infi ltração das massas, isto é, de baixo para cima, a partir de pequenos grupos de contatados que disseminam a realidade da presença alienígena para a população em geral. Porém, parece também que este tipo de tática está criando uma grande confusão

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entre nós, pois muitos dos contatados e dos pesquisadores querem ser os donos da verdade e não aceitam trocar experiências em benefício da evolução de conhecimentos, como existe, em geral, na ciência ortodoxa. Muitas vezes nossos visitantes parecem ser motivados por uma lei de não interferência, tal qual a Primeira Diretriz da série Jornada nas Estrelas. Mas sua mera presença aqui já constitui uma interferência. O que pensa a respeito? O fato de não estarmos sós no universo implica necessariamente que temos ligação com a vida que há nele, pelas mesmas leis que a regem, em todas as partes. Assisti a uma conferência do cosmólogo Fred Hoyle na Royal Society de Londres, em 1968, em que ele terminou dizendo que o que acontece num ponto do universo está relacionado com todo o resto dele. Isto é, não existem sistemas isolados, como convenciona a física, para simplifi car os cálculos. Do mesmo modo, acho que estamos conectados à vida no resto do universo, talvez através de um tipo de “teia de informação”, como propõe o astronauta Ed Mitchell. Portanto, não somos tão independentes e isentos de intervenção. O senhor considera que a ficção científica consegue mostrar e até mesmo antecipar o que pretendem os extraterrestres? A ficção científica tem coisas extraordinárias em termos de percepção, como na série Jornada nas Estrelas, que você citou. Entretanto, não devemos confundir a ficção com a realidade, pois esta supera aquela, de longe, como podemos ver através da Ufologia. Não me esqueço da minha primeira “guerra nas estrelas” real, quando testemunhei, em Itanhandu (MG), uma nave de observação ser abatida por outra nave rival, a título de demonstração para os pesquisadores. O objeto expandiu e despencou como numa explosão silenciosa. Tudo simples, sem efeitos especiais. Também a nave patrulha dos seres do Eromar era uma coisa relativamente tosca, sem aquela decoração feérica do cinema, com música de fundo, como em Contatos Imediatos do Terceiro Grau [1977], de Steven Spielberg. Professor Villela, finalmente, gostaria de abrir espaço para o senhor fazer suas considerações, opiniões e sugestões finais. Acho que, com minha ousadia, mais própria talvez do explorador que do cientista, avancei um pouco além das fronteiras convencionais do conhecimento, saindo do gabinete e indo ao campo, mas continuo com muitas dúvidas e sei que descobri apenas parte da verdade – tem gente, ufólogos incluídos, que conhece muito mais do que eu. Advirto que quem ultrapassa fronteiras pode não gostar muito do que descobre do outro lado, como os aspectos obscuros e o lado irracional, da Ufologia por exemplo. Além de ter que pagar um preço que pode ser alto demais. Então a gente acaba como o marinheiro, que roda o mundo, contempla paisagens novas, belezas indescritíveis e presencia prodígios da natureza, mas que também enfrenta a solidão e a fúria dos mares, o desconforto e o duro trabalho de bordo, assim como a incompreensão dos “terrícolas”, ainda que amenizada pelos amores em cada porto, e volta para casa muito humilde, temente a Deus.

Fonte: http://www.ufo.com.br/index.php?arquivo=notComp.php&id=3844