Vinhos e Uvas Enoteca Cursino

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Principais Uvas Tintas e Brancas Segundo estudiosos há 24.000 nomes para as mais de 3.000 variedades de uvas viníferas. Destas 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas. Enquanto a França é o berçário das cepas mais conhecidas, como cabernet sauvignon, pinot noir e chardonnay, a Itália e Portugal se diferenciam pelas chamadas uvas autóctones que praticamente só são cultivas nestes países. A lista abaixo apresenta as cepas mais conhecidas e aquelas encontrados em vinhos brancos e tintos produzidos e importados para o Brasil. A Uva Malbec Malbec é uma das uvas mais famosas da atualidade, mas já existe há muito tempo e tem uma história interessante. Esta cepa tem sua origem no sudoeste da França, numa região conhecida como Cahors e era chamada de "Cot" ou "Auxerrois". Após sua enorme fama na Argentina, os franceses passaram a chamá-la de Malbec. Fala-se que o nome Malbec teve origem a partir de um produtor húngaro chamado Malbeck, que levava as uvas e plantas desta cepa para vendê-las em Bordeaux. Nessa época o vinho originado da uva Malbec era chamado de "Vinho preto de Cahors", isso graças a cor intensa que a uva dá aos seus vinhos. Fatos históricos dizem, que durante o reinado de Napoléon, Pedro o Grande curou-se de uma úlcera de estômago bebendo o tal "Vinho preto de Cahors". Muito

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informativo sobre vinhos e Uvas de Enoteca Cursino São JOsé do Rio Preto

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Principais Uvas Tintas e Brancas

Segundo estudiosos há 24.000 nomes para as mais de 3.000 variedades de uvas viníferas. Destas 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas. Enquanto a França é o berçário das cepas mais conhecidas, como cabernet sauvignon, pinot noir e chardonnay, a Itália e Portugal se diferenciam pelas chamadas uvas autóctones que praticamente só são cultivas nestes países. A lista abaixo apresenta as cepas mais conhecidas e aquelas encontrados em vinhos brancos e tintos produzidos e importados para o Brasil.

A Uva Malbec

Malbec é uma das uvas mais famosas da atualidade, mas já existe há muito tempo e tem uma história interessante.

Esta cepa tem sua origem no sudoeste da França, numa região conhecida como Cahors e era chamada de "Cot" ou "Auxerrois". Após sua enorme fama na Argentina, os franceses passaram a chamá-la de Malbec.

Fala-se que o nome Malbec teve origem a partir de um produtor húngaro chamado Malbeck, que levava as uvas e plantas desta cepa para vendê-las em Bordeaux.

Nessa época o vinho originado da uva Malbec era chamado de "Vinho preto de Cahors", isso graças a cor intensa que a uva dá aos seus vinhos. Fatos históricos dizem, que durante o reinado de Napoléon, Pedro o Grande curou-se de uma úlcera de estômago bebendo o tal "Vinho preto de Cahors". Muito

contente com isso, ele ordenou que essa uva fosse levada e plantada na península de Crimea, junto com outras variedades como Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc. Essa é uma das inúmeras histórias relacionadas a essa cepa.

Como as características dessa uva mudam bastante dependendo do clima e do solo em que é plantada, a Malbec adaptou-se melhor na Argentina (tornou-se a uva emblemática do país) e a sua produção vem aumentando, principalmente na região de Mendoza. Na Argentina, que produz vinhos de bastante personalidade, são produzidos um dos melhores vinhos do mundo, o Malbec argentino – vinhos de uma textura aveludada, duradoura e agradável sabor. Normalmente a Malbec origina um tinto mais delicioso quando feito na Argentina do que na sua terra de origem, Cahors.

Sua coloração é intensa, seu aroma é de amora, ameixas e mel, e possui grande habilidade para amadurecer com perfeição. Quando os vinhos são envelhecidos em barris de carvalho, a fragrância de baunilha e o suave tanino são perfeitos acompanhantes para uma bela carne vermelha.

A Malbec também está presente: no Chile, na África do Sul, na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos, na Itália, na Espanha, no Marrocos e na Suíça.

A Uva Cabernet Sauvignon A Cabernet Sauvignon é a casta vinífera de maior prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras e degustada por todos. Muitas pessoas se referem a ela como sendo a "rainha das uvas tintas". Sua origem está associada à região de Bordeaux (Médoc) e é resultado do cruzamento entre as castas: Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Seu nome já aparece em registros do final do século XVIII. Qualquer região ou produtor que esteja começando a colocar seus produtos no mercado escolhe essa casta para mostrar ao mundo do que é capaz. Podemos dizer que, hoje em dia, a Cabernet Sauvignon é a casta internacional para se avaliar vinhos, produtores ou regiões. Ela se infiltrou por todas as regiões, do Chile a Austrália, da Califórnia a Grécia. Todo esse sucesso se deve, em parte, pela capacidade que essa casta tem de manter suas características, aromas e sabores independentemente da região

onde é cultivada. Isso mostrou ser um forte apelo aos novos consumidores que logo elegeram a Cabernet Sauvignon como padrão de vinho tinto.

A Cabernet Sauvignon é de fácil cultivo, se adaptando muito bem aos mais diferentes solos e climas, a exceção dos extremos (quente e frio) que não são bem vindos a nenhuma casta. Apresenta bagos escuros e pequenos (preto e violeta profundo), com pele muito grossa e pouca poupa. Tem maturação tardia o que ajuda na concentração de aromas e é resistente à podridão pelo excesso de chuvas. Podemos dizer que os aromas e sabores da Cabernet Sauvignon são marcantes, diretos e fáceis de reconhecer. Os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (cereja, cassis, amora, morango), frutas pretas (groselha preta, ameixa, mirtilo), especiarias (pimentas em pó, cravo), amadeirados resinosos (cedro, lápis e caixa de charuto), amadeirados queimados (tostado, defumado, café, torrefação), herbáceos (menta, hortelã). Dependendo do estilo e da região, ainda podemos encontrar: alcaçuz, anis e pimentão.

Na Boca, podemos dizer que ela tem uma "pegada" mais masculina, forte. Os bons vinhos apresentam acidez levemente destacada com o álcool bem integrado, taninos potentes que ainda podem estar jovens, mas são sempre elegantes. A textura é envolvente e potente, com corpo médio para maior. Os aromas de boca dependem muito da idade do vinho, mas podemos encontrar: frutas vermelhas, especiarias, sumo de carne, couro, caramelo e baunilha. Quando o vinho ainda é jovem, a acidez e os taninos estão destacados, com o tempo, o vinho se mostra mais redondo, ganhando em complexidade.

A Uva Merlot A Merlot é uma das castas viníferas mais cultivadas no mundo e detêm enorme prestígio. Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo era conhecida apenas como "a outra tinta de Bordeaux"; a Cabernet Sauvignon

reinava absoluta. Essa percepção mudou a partir de 1980 quando começaram a surgir os vinhos do Novo Mundo. Originária da região de Bordeaux, a Merlot é descendente da Cabernet Franc e meia irmã da Carmenère e da Cabernet Sauvignon. Essa extrema semelhança com a Carmenère foi responsável pela confusão entorno dos vinhedos chilenos nos anos 1980. A Merlot é uma uva misteriosa, os primeiros registros oficiais são muito recentes, apenas de 1784 em Bordeaux (Cotes de Libournais). Na Itália (Vêneto) ela é mencionada apenas em 1855 com o nome de "Bordò". Segundo alguns estudiosos, seu nome "Merlot" ou "Merlau" provem de uma pássaro chamado "Merle" que costumava se deliciar com seus doces cachos. A Merlot é a uva mais cultivada em Bordeaux (56%) e a terceira na França (atrás da Carignan e da Grenache). Na margem direita de Bordeaux (St. Émilion e Pomerol) ela domina amplamente, enquanto na margem oposta, ela corresponde no máximo a 25%, com maior destaque na sub-região de St-Estephe.

A Merlot é uma uva com cor azul-negra-violácea menos intensa, resultando num vinho rubi-violáceo quando jovem, evoluindo para um rubi-atijolado. Seus bagos possuem pele mais fina com menos pigmento, tanino e menor acidez. Em contrapartida, apresenta mais açucares consequentemente, mais álcool. É também mais suave, carnuda e aromática. É uma casta de maturação rápida. Em Bordeaux, por exemplo, amadurece em média 02 semanas antes das Cabernets. Isso lhe garante fama de "colheita segura", escapando das perigosas chuvas durante o período de colheita. Ela se adapta bem a climas mais frios (em comparação com a Cabernet Sauvignon) com solos mais rochosos, áridos, argilosos e ferrosos. Os aromas primários mais encontrados são: frutas pretas (ameixa, jabuticaba e groselha negra), herbáceos (chá, orégano, alecrim, azeitonas e húmus), especiarias (canela, cravo e noz-moscada), outros (tabaco, cogumelos e couro). Quando o vinho estagia em madeira, surgem novos aromas: caramelo, baunilha, coco, bala toffe, chocolate, café, torrefação, tostado, cedro, esfumaçado, nozes e figo seco. Na boca, a principal característica é a textura macia, sedosa e aveludada; com acidez e álcool equilibrados em corpo médio; e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são os de frutas pretas, herbáceos e algum sumo de carne. O uso de madeira pode ser benéfico. Porém muitos produtores não utilizam carvalho novo para não perder ("matar") a elegância da uva.

A Uva Pinot Noir

Para muitos, a casta mais sublime e elegante que existe. A Pinot Noir é uma casta tinta, originária da França. Não existe mistério quanto a sua origem, sua terra natal é a espetacular Borgonha há mais de 02 mil anos. Os primeiros registros de seu cultivo remetem aos Gauleses em torno de 150AC. Sua importância e reconhecimento são antigos. Em 1395, o então Duque da Borgonha, Felipe, proíbe o plantio e cultivo da casta Gamay na Côte D’Or por considerá-la de qualidade inferior, privilegiando a Pinot Noir. Por ser tão antiga, a Pinot Noir originou toda uma família de uvas: Pinot Gris e Pinot Blanc. Além disso, segundo recentes estudos de DNA, 16 castas distintas têm a Pinot Noir na sua origem, dentre elas: Chardonnay, Gamay, Melon de Bourgogne (Muscadet) e Auxerrois (Malbec). O cultivo em outras partes do mundo só começou na década de 1990 (Nova Zelândia, Califórnia, Oregon, Austrália). No século XV, a Pinot Noir começa a ser plantada na região que hoje conhecemos como Champagne, mais precisamente na sub-região de Epernay. Segundo a lenda, Dom Pérignon utilizava apenas Pinot Noir, alegando que as uvas brancas tinham uma tendência latente à re-fermentação. Acontece que mesmo assim o vinho produzido possuía uma instabilidade enorme, tendendo a interromper a fermentação com o início do frio (Outono) e voltando a fermentar no calor (Primavera). Dom Pérignon acreditava que guardar os vinhos em barris de carvalho fazia com que eles perdessem os aromas, portanto, ele os guardava já nas garrafas. Quando a segunda fermentação ocorria, o gás (dióxido de carbono) ficava retido na garrafa. E assim, segundo a lenda, nascia o Champagne. Champagne feito somente de Pinot Noir. Voltando para a Borgonha... Foi a partir de 1631, com a venda do La Romanée em Vosne pela abadia de St.Vivant, que os burgueses de Dijon começaram a investir na região. Rapidamente, o reconhecimento surgiu e os vinhos de Vosne, Chambertin, Clos de Bèze, Fixin, Volnay ocuparam lugar de destaque para os franceses. A primeira classificação oficial data de 1861 e deve-se ao Dr. Jules Lavalle, do Comitê d’Agriculture de Beaune, que a elaborou para a Exposição Universal do ano seguinte. Como podemos explicar que uma região tão pequena, produza vinhos tão diferentes? Como podemos entender a diferença entre um Volnay e um Pommard, ou ainda, entre um Chambertin e um Nuits? A explicação mais sábia é o que os franceses chamam de Terroir, ou seja, o conjunto complexo de solo,

clima, situação e ambiente da videira. "É o terroir que explica a Pinot Noir, ou a Pinot Noir que explica o terroir: de qualquer forma, intimamente ligados, os dois constituem a chave da variedade da Côte d’Or." (Hugh Johnson).

A Pinot Noir não se adapta em qualquer região. É uma casta muito difícil de cultivar, quase temperamental. Apresenta cachos pequenos e de cor violeta profunda, os seus bagos também são pequenos, redondos, delicados e de casta fina. Necessita de clima fresco bem equilibrado. Floresce e amadurece mais cedo. O excesso de frio produz vinhos pálidos e de sabores pobres. O excesso de calor sobre amadurece a Pinot Noir, provocando sabores e aromas excessivamente tostados e de geléias, afastando a elegância marcante. Os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (cereja, framboesa, morango, ameixa), florais (violeta, rosas), especiarias (alcaçuz, açafrão, canela, orégano, chá verde) outros (vegetação rasteira, terra molhada, chão de terra, almíscar, azeitona preta). Com o tempo de guarda, os melhores vinhos podem apresentar: amadeirados (sândalo, incenso, cedrinho, caixa de charutos), animal (couro velho, suor), outros (ervas, especiarias, funghi, trufa).

Na boca, a Pinot Noir é ainda mais fascinante. Alguns especialistas alegam que ela remete às boas coisas/lembranças da infância. Morangos, sumos de carne, temperos e uma deliciosa sensação sedosa. Normalmente a acidez se destaca com taninos e álcool bem equilibrados e discretos. Possui boa estrutura, intensidade, complexidade e apresenta-se marcante, apesar de seu corpo ser médio (na maioria das vezes). A passagem por madeira é bem vinda desde que não destrua sua delicadeza. A Pinot Noir é uma casta para ser apresentada sozinha (varietal). Poucas experiências de corte (assemblage) deram certo. Champagne é uma delas, onde se pode cortar com a Pinot Meunier e a Chardonnay. Ela pode originar alguns vinhos prontos para o consumo logo que são engarrafados. Mas os melhores precisam de alguns anos para evoluir. Os vinhos jovens devem ser consumidos até 05 anos. Os vinhos de guarda seguem a seguinte linha: de 05 a 12 anos (EUA e Nova Zelândia), de 05 a 20 anos (Côte D’Or).

A Uva Syrah

A origem desta uva tinta majestosa, capaz de produzir vinhos longevos e de grande qualidade, é bastante controversa. Alguns acreditavam que sua origem era siciliana, tendo emprestado seu nome da cidade de Siracusa. Mais recentemente duas hipóteses disputam a maioria de seus adeptos. Há os que acreditam que esta cepa tenha sido trazida por cavaleiros cruzados da antiga Pérsia (hoje Irã) para o sul da França, seu nome se originando da cidade de Shiraz, termo utilizado hoje pelos australianos para designar a uva. A hipótese que vem ganhando maior corpo é a de que se trata de uma uva autóctone do Ródano, descendente da vitis allobrogica, produzindo vinhos finos na região desde os tempos da dominação romana, como menciona o próprio Plínio em suas obras. Uva tinta majestosa, que envelhece até por meio século, ela reina absoluta na região mais setentrional do Rhône. Os crus mais reputados elaborados com ela são o Côte-Rotie, Saint-Joseph, Hermitage, Crozes-Hermitage, Cornas e Saint-Péray. Ela entra também na elaboração dos vinhos do sul do Rhône, mas cortada com a Grenache (principal tinta da região), a Mourvèdre, a Marsanne e a Cinsault. Portanto, presente nos Châteauneuf-du-Pape e Gigondas, dentre outras denominações regionais. Muito bem adaptada aos climas quentes, como o mencionado sul da França, teve uma excelente adaptação em terras australianas, para onde foi levada em 1832 por James Busby . Ali foi usada durante muito tempo para cortes triviais, mas houve um sensível aumento na produção de vinhos de alta qualidade, especialmente de antigas vinhas em Barossa Valley. Hoje com ela se produz os mais notáveis vinhos da Austrália, como o legendário Grange (ex Hermitage), da Penfolds. É curioso que esta uva só tenha ganhado o resto do mundo após 1970, sendo notável também seu aumento de plantio fora da região do Rhône, na própria

França, notadamente no Languedoc-Roussillon, e também em outras regiões da Austrália, como Hunter Valley (New South Wales), Padthaway e Victoria. Outros países têm cedido espaço para o plantio desta uva excepcional com ótimos resultados, como a Itália, África do Sul (onde é denominada Shiraz) e Argentina. Nos Estados Unidos, a Syrah está vivendo um acréscimo de qualidade, o que lhe confere o apelo dos primeiros tempos da Pinot Noir, da Zinfandel e da Merlot, podendo também se mostrar mais fácil de ser cultivada e vinificada do que as outras tintas, à exceção da Cabernet Sauvignon. Crescendo bem em inúmeras áreas, produz vinhos complexos e distintos, escuros, alcoólicos e com aromas e sabores de especiarias. Apesar da boa presença de taninos o que lhe dá boa capacidade de envelhecimento. São vinhos que podem ser bebidos com grande prazer desde a juventude graças a doçura dos seus taninos. Aromas e sabores mais presentes: especiarias (pimenta-do-reino preta), frutas escuras maduras (framboesa negra, groselha negra, amora), alcaçuz, couro, caça e alcatrão, além dos "empireumáticos" (tostado e defumado). Além desses, são mencionados aromas de gengibre e chocolate, notas florais (violeta) e, em algumas regiões da Austrália, um toque discreto de hortelã. Apesar de idênticas no aspecto vitivinícola, resultam diferentes no sabor devido às diferenças de terroirs e vinificação. A australiana é mais doce e madura, sugerindo chocolate; a francesa dá um vinho mais sabendo a pimenta e especiarias.

A Uva Tempranillo A Tempranillo é uma casta de origem espanhola que vem chamando muita atenção nos últimos anos. Devido a sua incrível adaptabilidade aos climas continentais, ela passou a ser cultivada em regiões distantes como Austrália, Argentina, África do Sul e Estados Unidos. Os resultados são tão animadores que já se fala em a Tempranillo tornar-se uma opção mais acessível que a Cabernet Sauvignon e Merlot para os mercados internacionais. Originária da região de Rioja (Espanha), a Tempranillo é

cultivada em quase todas as sub-regiões continentais espanholas. Seu nome (temprano = cedo) se deve ao fato de apresentar um brotamento precoce, amadurecer rápido e, por conseqüência, ter um ciclo de crescimento curto. É a casta símbolo da Espanha. Nenhuma outra casta em nenhum outro país possui tanta influência e domínio. Dependendo da região, a Tempranillo pode ser identificada com outros nomes: Ull de Llebre (Penedès), Tinto Fino (Ribera del Duero), Tinta del País (Ribera del Duero), Tinta de Toro (Toro) e Cencibel (Valdepeñas). Em Portugal ela também é muito importante, conhecida como Tinta Roriz (Douro) ou Aragonês (Alentejo).

A Tempranillo é uma uva fácil de cultivar. Apresenta cachos compactos de tamanho médio, seus bagos possuem casca grossa, com coloração negra brilhante, de formato cilíndrico. Prefere clima fresco com grande insolação, necessita de água em quantidades reduzidas e o cultivo em altas altitudes é bem vindo. Normalmente se apresenta com baixa acidez e açúcar, mas com bons taninos e aromas. Seus vinhos tendem a ser mais redondos, macios e com uma textura deliciosa. Os aromas da Tempranillo se encontram no meio do caminho entre os aromas da Cabernet Sauvignon e da Pinot Noir. Os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (morango, amora, e as berrys), frutas pretas (geléia de ameixa), herbáceos (louro e orégano), especiarias (noz-moscada), outros (terra molhada, estrada de terra e piso de madeira). Quando o vinho estagia em madeira, surgem novos aromas: caramelo, baunilha, tabaco, tostado, couro velho, manteiga e frutas secas. Na boca, a principal característica é a textura envolvente, macia, sedosa e aveludada; com acidez e álcool equilibrados em corpo médio; e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são morango, herbáceos, terrosos e algum couro velho. Assim como a maioria das uvas tintas, a Tempranillo pode ser apresentada sozinha (varietal) ou em corte (assemblage). Em ambos os casos, ela dá origem a vinhos mais redondos, macios, aveludados e estruturados. Diferentemente do que muita gente acredita, normalmente seus vinhos não são tão encorpados e potentes. O tempo de guarda pode ser bem vindo para essa uva nos casos dos grandes vinhos. Mas para a grande maioria, devem ser degustados jovens (até 07 anos).

A Uva Cabernet Franc

Casta originária da França, mais precisamente da região de Bordeaux. Esta casta foi levada para o Loire no século XVII pelo famoso Cardeal Richelieu, que a plantou na abadia de St. Nicolas de Bourgueil. Pouca gente sabe, mas a Cabernet Franc é a cabernet original. A famosa Cabernet Sauvignon surgiu depois, através de um clone entre a Cab. Franc e a Sauvignon Blanc. Hoje em dia, a Cabernet Franc é vista como uma uva secundária que entra no corte bordalês e que se presta apenas para dar volume, cor e alguns aromas mais escuros e velhos. Isso é irreal e injusto. Ela não possui a potência e a agressividade da Cabernet Sauvignon, nem a elegância da Merlot, mas ela é deliciosamente redonda e suave com aromas defumados, terrosos e de frutas como framboesa e groselha preta.

A Cabernet Franc se adapta em quase todas as regiões. É uma casta fácil de cultivar. Pode ser cultivada tanto em regiões quentes como frias. Amadurece cedo. Em Bordeaux, particularmente no Mèdoc, ela é conhecida como a casta da segurança, da salvação. Isso porque, nos anos onde a safra de Cabernet Sauvignon não se mostra boa, potente, a Cabernet Franc entra em maior quantidade para “salvar” o ano, a safra. Pode ser vinificada sozinha como no Loire, ou em corte, como em Bordeaux. As castas mais comuns para o corte são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo, Sangiovese e Ugni Blanc. Curiosamente, essa casta é responsável por excelentes vinhos roses do novo mundo. Os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (cassis, framboesa), frutas pretas (ameixa, groselha), florais (violeta), especiarias (orégano, chá verde) outros (folhas secas, terra, chão de terra, funghi seco, tabacco, madeira velha). Com o tempo de guarda, os melhores vinhos podem

apresentar: amadeirados (cedrinho, caixa de charutos), animal (couro velho, suor), outros (frutas passadas, ervas, especiarias). Na boca, a Cabernet Franc é menos ácida e tânica do que a Cabernet Sauvignon. Seus vinhos são mais redondos, menos gordos, quase lembrando um Merlot. Possui boa estrutura, intensidade, complexidade mediana e apresenta-se marcante, apesar de seu corpo ser médio (na maioria das vezes). A passagem por madeira é bem vinda desde que não destrua sua delicadeza, como uma Pinot Noir. Ela pode originar alguns vinhos prontos para o consumo logo que são engarrafados. Mas os melhores precisam de alguns anos para evoluir. Os vinhos jovens devem ser consumidos até 05 anos. Os vinhos de guarda seguem a seguinte linha: de 05 a 10 anos (Loire e Itália), de 07 a 20 anos (Bordeaux).

A Uva Tannat

Uva originaria do sudoeste da França, produz vinhos com muita estrutura e seus taninos são destacados, necessitando de muito tempo para que amadureçam. Geram excelentes vinhos de guarda, os produzidos a partir desta cepa. Embora seja a principal uva da região do Madiran(França) é no Uruguai que esta cepa se destacou e é a responsável pela alta qualidade dos vinhos uruguaios. Seu nome vem justamente da sua alta concentração de taninos.

O responsável pela introdução da variedade no Uruguai foi Don Pascual Harriague, em 1870, e com seu sobrenome a uva foi chamada até a década de 80, quando foi reconhecida como a Tannat francesa, cujo nome faz referência a seu alto conteúdo de taninos.

Um tinto da uva Tannat tem como características a concentração: de cores, sabores, corpo e do tanino (daí o nome), aquele elemento importantíssimo da uva que dá cor e uma sensação de adstringência na boca (pois tem a capacidade de coagular a saliva) que pode ser muito intensa ou bem trabalhada. Aí entram a qualidade do produtor e das uvas. Esta é a virtude, e o pecado, da Tannat. É uma variedade difícil, um desafio até mesmo para os

enólogos que tem que domar a sua potência. Mas quando domado, amaciado e bem elaborado, esta característica marcante da uva ressalta suas qualidades e torna este estilo de vinho uma boa alternativa para as carnes. Mutações naturais sofridas em terras uruguaias tornaram a Tannat menos agressiva que a original francesa. Ainda assim, os produtores costumam amaciá-la com lote de outras cepas tintas, como Merlot, Cabernet Sauvignon ou Cabernet Franc. O repouso em barricas de carvalho também ajuda a acalmá-la. De modo geral, os tintos feitos com essa uva costumam apresentar cor intensa e são potentes. Os aromas são rústicos, frutas negras, ameixa, amora, framboesa, frutas maduras e em compota. Couro, especiarias picante, alcaçuz, alcatrão, café, cacau, almíscar, notas defumadas, temperado, corpulento, intenso, tânico, acidez.

Possui grande capacidade de guarda, sugerindo abrir a garrafa 2 horas antes de tomar.

Curiosidade: Pesquisa da PUC/RS afirma que Tannat apresenta o maior índice de resveratrol, antioxidadente que é responsável por combater os radicais livres e evitar doenças cardiovasculares, além evitar doenças ligadas ao envelhecimento, como Parkinson e Alzheimer.

Outras Uvas Tintas

AGIORGITIKO - representativa uva da Grécia, um pouco condimentada e com uma percepção de cereja. País: Grécia

AGLIANICO - apresenta grande concentração de taninos e acidez, própria para envelhecimento. Encontrada no Sul da Itália, principalmente em rótulos de Campanha e Basilicata. País: Itália.

ALICANTE BOUSCHET (garnacha tintorera) - fruto do cruzamento da grenache com petit Bouschet realizado pelo francês Luis Bouschet de Bernard e seu filho Henri em 1866, esta variedade é mais indicada quando misturada a outras uvas. Em Portugal, na região do Alentejo, é uma importante uva na composição de certos vinhos, onde dá um dá aromas de menta e eucalipto.

Confere longevidade e cor ao vinho. Países: França, Portugal (Alentejo) e Espanha

ARAGONÊS - como é conhecido o tempranillo no Alentejo. País: Portugal (Alentejo)

BAGA - é a principal uva da região portuguesa da Bairrada e produz vinhos bastante adstringentes. Mas bons produtores, como Luis Pato, vinificam exemplares refinados e ricos de aroma e sabor. País: Portugal (Bairrada)

BASTARDO - uva de tintos da Bairrada e do Dão. País: Portugal (Bairrada e Dão)

BARBERA - A mais popular da uvas do Piemonte, norte da Itália é ao lado da sangiovese a variedade mais cultivada do país. Dá tantos vinhos leves do dia-a-dia como exemplares escuros e frutados, com alta acidez e concentração e boa capacidade de envelhecimento. Países: Itália (Piemonte), Estados Unidos (Califórnia) e Argentina.

BONARDA - outra variedade típica do Piemonte, na Itália. Seu nome completo é Bonarda Piemontese. Produz vinhos leves, frutados, melhor quando bebidos jovens. Também foi muito utilizada na Argentina para produção de vinhos do dia-a-dia para consumo interno. Países: Itália e Argentina

CARIGNAN (cariñena, mazuelo) - originária do norte da Espanha é das espécies mais cultivadas na França, particularmente na região de Languedoc-Roussillon. Normalmente é misturada com a grenache e a cinsault, e resulta em vinhos mais comuns, de mesa, de cor escura e forte teor de álcool. Países: França (Languedoc-Roussillon), Espanha, Estados Unidos (Califórnia)

CARMENÈRE - originária de Bordeaux, hoje é uma uva praticamente só cultivada no Chile, onde não se adaptou melhor do que na França. Até a década de 90 era confundida com a merlot - um exame de DNA esclareceu a confusão. É usada tanto para vinhos de corte como em varietais chilenos. É mais escura que a merlot e de taninos macios. País: Chile

CINSAULT (espagne, hermitage, malaga) - cepa encontrada principalmente na região de Languedoc-Roussilon, na França. Ali é associada à grenache e à carignan, e produz bebidas leves e pouco aromáticas. Na região do Rhone, a mesma uva com melhores cuidados produz vinhos mais concentrados e aromáticos. No Líbano, é responsável pelo emblemático Château Musar. Países: França, Espanha, África do Sul e Líbano

CORVINA - traz sabores concentrados e aromas de cereja ao tintos de Valpolicella, com destaque para os Amarone e Recioto. País: Itália

COT - como é conhecida a Malbec em Bordeaux, em Cahors, onde também recebe o nome de AUXERROIS

DOLCETTO - uva italiana que apesar do nome não é doce. Vinificadas resultam em rótulos suaves do Piemonte, próprio para o dia-a-dia, com alta acidez e que devem ser bebidos ainda jovens. Na região do Piemonte, melhor tratada, a uva é envelhecida em barris de carvalho e resulta em líquidos mais ricos e complexos. País: Itália, Argentina e Austrália

GAMAY - É a uva usada na produção do Beaujolais, um vinho mais leve, produzido nesta região da Borgonha, para ser bebido bem jovem. Os rótulos mais conhecidos são de Beaujolais Noveau, que são lançados todo mês novembro. Mas há rótulos de maior qualidade, com capacidade de envelhecimento, os chamados Cru Beaujolais. Os aromas de morango, cereja e banana são característicos do vinho produzido com a uva gammay. País: França (Borgonha)

GRACIOANO - de sabor delicado e ligeiramente condimentado é usada cortes da Rioja País: Espanha (Rioja)

GRENACHE (GARNACHA) - Apesar de ser uma uva muito cultivada no mundo é pouco vista em rótulos de garrafas pois é usualmente misturada. É presença fundamental do renomado Châteauneuf-du-Pape e na maioria dos vinhos do Rhône. Países: França (Rhône), Espanha, Austrália, Itália e Estados Unidos.

LAMBRUSCO - Uva tinta cultivada em toda a Itália, em especial na região da Emilia-Romana. Há mais de sessenta subvariedades conhecidas. Apesar de também produzir bons vinhos de denominação de origem, é mais conhecida no Brasil pelos vinhos frisantes, semi-doces e baixo teor alcoólico e que devem ser bebidos jovens. País: Itália

MAZUELO - usada para complementar cortes riojanos, na França é chamada de CARIGNAN. Países: Espanha (Rioja) e França (Rhône, Languedoc-Roussillon)

MONTEPULCIANO - Variedade cultivada por toda Itália, com maior destaque na região central. Produz vinhos mais rústicos e é muito usada junto à sangiovese. Não deve ser confundida com a cidade da região da Toscana de mesmo nome, que produz o famoso Vino Nobil di Montepulciano, que aliás é

feito a partir da uva sangiovese. País: Itália MOURVÈDRE (monastrell e mataro) - Uva típica do Sul da França, mas também muito cultivada na Espanha. É um pouco tânica e tem um toque animal. Geralmente é misturada a outras uvas, como shyrah, grenache e cinsault. Ajuda a dar cor e estrutura ao vinho. Bastante utilizada na Provence, na França, e na Rioja e Penedès, na Espanha. Países: França, Espanha e Austrália NEBBIOLO - Nebbia em italiano significa névoa, uma característica do clima da região onde esta variedade é cultivada, nos montes de Alba e Monforte. Resulta no nome da uva que produz os melhores e mais valorizados tintos italianos: Barolo e o Barbaresco. São bebidas intensas, frutadas, bastante tânicas, de aromas complexos (florais, frutas, trufas e até piche!) e com alta acidez, o que torna obrigatório o envelhecimento em barris de carvalho para aparar as arestas. Melhora com os anos e acompanhado de um prato de comida mais forte. País: Itália (Piemonte) NERO D'AVOLA - Cepa típica da região de Sícilia, no Sul da Itália. Produz vinhos de qualidade, escuros, densos e com potencial de envelhecimento. País: Itália

PERIQUITA (castelão português, castelão francês) - plantada no sul de Portugal, dá vinhos de boa estrutura, que envelhecem bem; é também a marca do popular tinto lusitano mais exportado para o Brasil. País: Portugal

PETIT SYRAH - produz vinhos tânicos, escuros e com presença de especiarias Países: França, EUA

PETIT VERDOT - Variedade típica da região de Bordeaux, na França. Dá sabor, cor e taninos ao corte bordalês. País: França (Bordeaux)

PINOT NOIR (PINOT NERO) - Uva típica da Borgonha, produz os vinhos mais admirados pelos enólogos e enófilos do mundo. Sua qualidade está ligada diretamente ao terroir onde está plantada. É uma uva de difícil de cultivar e vinificar e pode gerar tanto tintos inexpressivos como muito complexos. São vinhos de coloração clara para média com relativo baixo tanino e acidez. Os grandes pinot noirs têm aroma intenso, complexo e sensual, e evoluem muito bem na garrafa. Os exemplos mais clássicos são os renomados (e caros) vinhos de Romanée-Conti, Volnay, Clos de Vougeat e outros tantos da Borgonha. Menos feliz em outras regiões do mundo, tem apresentado algum sucesso no Chile com preços bem mais acessíveis. A pinot noir também faz parte da receita que compõem os vinhos da Champagne. Países: França (Borgonha, Champagne), Chile, Itália, África do Sul.

PINOTAGE - uva criada da África do Sul, surgida em 1920, do cruzamento entre a pinot noir e a cinsaut realiazada pelo professor Perald. Pode resultar num vinho muito frutado (banana, frutas vermelhas) e capaz de envelhecer bem em barris de carvalho. Os exemplares mais simples lembram borracha queimada e são muito rústicos. País: África do Sul

PRIMITIVO - uvas frutada e de alto teor alcoólico. Esta uva é cultivada tradicionalmente na Itália, em especial na região sul, na Puglia (“salto da bota”). A verdadeira origem desta uva acredita-se que esteja na Croácia, com a variedade Crljenak Kaštelanski. O nome Primitivo é oriundo da palavra italiana Primo (primeiro) e deve-se ao seu ciclo curto de maturação. A relação desta variedade com a Zinfandel deve-se a descoberta por um geneticista americano, em 1993, através de análise de DNA. Concluiu-se que ambas são clones da mesma variedade, ou seja, vinhos bastante semelhantes. País: Itália

RONDINELLA - utilizada no corte dos tintos italianos Amarone, Valpolicella e Bardolino - País: Itália.

SANGIOVESE - trata-se da variedade mais plantada na Itália, é a base dos grandes vinhos da Toscana - Chianti, Brunello di Montalcino (onde recebe o nome de sangiovese grosso) e Vino Nobilo de Montpulciano. O nome significa o sangue de Júpiter. É uma cepa de amadurecimento tardio, bem ácida, tânica e frutada. Países: Itália, Estados Unidos e Argentina

SYRAH/SHIRAZ - Uva do Rhone, na França, que resulta vinhos de coloração intensa, bem encorpados e aromáticos e na boca evocam frutas vermelhas (amoras). Na Austrália, com o nome de Shiraz, dá exemplares tânicos, apimentado e de boa maturação. É responsável pelos grandes rótulos deste país Países: França (Rhône), Austrália, África do Sul e Argentina

TERODEGO - encontrada na região setentrional italiana, resulta em tintos com bastante estrutura e sabor de groselha preta. No Brasil são encontradas algumas experiências interessantes com esta uva País: Itália (Trentino Alto Adige), Brasil

TINTA BARROCA - cepa usada na mistura do Porto e em tintos do Douro País: Portugal (Douro)

TINTO CÃO - uva de alta qualidade das regiões portuguesas do Dão e do Douro é reconhecido pelo seu caráter apimentado. No Douro é muito usada na composição do vinho do Porto. País: Portugal (Douro e Dão)

TOURIGA FRANCESA - mais leve que a touriga nacional, também é parte da receita do vinho do Porto. Usado ainda em tintos secos de mesa da região do Douro. País: Portugal (Douro)

TOURIGA NACIONAL - uva autóctone superior, presente em vinhos portugueses; encorpado, de cor forte, sabor intenso e muito tânico é típico da região do Douro. Usada na receita do vinho do Porto, também é uma uva que produz varietais com muita tipicidade. Países: Portugal (Douro) e Austrália

TRINCADEIRA - outra cepa original portuguesa, com toques apimentados e condimentados País: Portugal (Alentejo)

ZINFANDEL (PRIMITIVO) - Produz tintos secos com muito colorido e frutado, com notas de pimenta e sabor que lembra groselha preta. Uva característica dos vinhos da Califórnia, apesar de ser originária do sul da Itália, onde tem o nome de primitivo. Países: Estados Unidos (Califórnia), Itália

Principais Uvas Brancas

A Uva Chardonnay A Chardonnay é a casta vinífera branca de maior prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras, degustada por todos. Muitas pessoas se preferem a ela como a “rainha das uvas brancas”. Devido a sua popularidade, já foi chamada maldosamente de “a Coca-Cola do mundo dos vinhos”. Sua origem está associada à região francesa da Borgonha e, para alguns, ela é resultado do cruzamento entre as castas Pinot Noir e Gouais Blanc. Fácil de cultivar pode ser encontrada em praticamente todas as regiões produtoras. É uma uva versátil, produz desde vinhos brancos secos, passando

pelos espumantes e até alguns vinhos de sobremesa. Dependendo da vontade do produtor, pode ser vinificada sozinha (varietal) ou em corte. Pode também estagiar em madeira ou não. Origina vinhos leves e frescos ou encorpados, quentes, quase doces. Devido a toda essa versatilidade, vários críticos acusam a Chardonnay de não possuir personalidade, de ser uma uva que expressa exatamente o desejo do vinicultor. Verdade ou não, o fato é que o mundo assistiu ao seu apogeu nas décadas de 80 e 90. Tornou-se sinônimo de vinho branco do novo mundo.

Originalmente, ela é pouco aromática. Mas nenhuma outra casta pode absorver tantas características do solo e do processo de vinificação, como ela. Talvez isso explique o paradigma dessa casta que amada por muitos e desprezada por outros tantos.

Os aromas e sabores da Chardonnay são muitos, dependendo da região e do produtor. Em linhas gerais, os aromas primários mais encontrados são: frutas cítricas (maçã verde, pêra, limão, lima, tangerina), frutas tropicais (abacaxi, maracujá, pêssego, damasco, banana, manga), florais (acácia, flor de laranjeira), amanteigados (manteiga, cera, mel, melaço, bala toffee, butterscotch, fermento), amadeirados (baunilha, coco, tostado, nozes). Dependendo da região, ainda podemos encontrar: minerais, pedra de isqueiro e esfumaçados. Na boca, a Chardonnay também pode se apresentar das mais variadas formas: espumante, seca ou doce. É a casta branca que mais se beneficia da fermentação em barrica e do estágio em madeira, além disso, a fermentação malolática normalmente é bem vinda. Seus vinhos podem variar em acidez e corpo, como em frescor e untuosidade. Em climas frios (Chablis e Margaret River) possui acidez e estrutura destacadas. Nas regiões mais quentes, apresenta-se com sabor mais intenso e acidez média. Os melhores vinhos apresentam acidez levemente destacada com o álcool bem integrado numa estrutura complexa e elegante. A textura é envolvente e, muitas vezes pode ser untuosa com corpo médio para maior. O fato de ser tão eclética nos permite degustá-la jovem ou não; tudo depende da região e do estilo do vinho que o produtor quis apresentar. Somente os melhores vinhos merecem ser guardados. Nessa linha temos: até 05 anos (vinhos mais simples), de 03 a 07 anos (chilenos, australianos, californianos), de 07 a 15 anos (Borgonha, Beaune), de 07 a 20 anos (Borgonha, Chablis);

A Uva Sauvignon Blanc

Com origem na região de Bordeaux, a Sauvignon Blanc é considerada uma das uvas finas mais nobres do mundo, ancestral da Cabernet Sauvignon. Tem colheita precoce, geralmente realizada logo no início do verão.

O vinho feito com a uva Sauvignon Blanc possui cor amarelo palha, têm acidez bem pronunciada, deixando-os com um paladar refrescante. Apesar da percepção inicial do aroma possa apontar um pouco de amônia, ela logo passa e revela aromas como limão e lima. Em algumas regiões mais quentes, é possível encontrar notas de pêssego e abricó. O vinho também apresenta notas vegetais, com toques de eucalipto, pimentão verde e um toque mineral. É um vinho leve e fresco. Têm acidez aguda, aspectos minerais e bastante frutados no Novo Mundo. Mantém a limpidez pois raramente fica impregnado de carvalho. Os bons aromas característicos são de cassis verde (o broto), limão, pedra de isqueiro, grapefruit, pêssego, damasco, erva cidreira, melão, azeitona, manteiga e baunilha.

A Sauvignon Blanc pode apresentar características diferentes de acordo com o local onde é cultivada. Confiram algumas delas:

- França: Em sua terra natal, Bordeaux, o vinho costuma apresentar corpo médio, aroma cítrico e mineral.

- Nova Zelândia: O cima frio das ilhas do sul produz ótimos exemplares. Em geral são agudos, animados e com notas agradáveis de ervas frescas e groselha.

- Chile: A principal característica é o aroma de pêssego maduro. As regiões frias como o Vale de Leyda e Casabanca originam os melhores exemplares.

- Califórnia: No Napa Valley a uva é rica, pungente, de caráter frutado com notas minerais.

A Uva Gewürztraminer

De origem franco-alemã, a Gewürztraminer tem seu berço na divisa da Alemanha com a França, na região da Alsácia. Esta variedade é um selecionado do Traminer aromático do Tirol do Sul. De cachos pequenos e cônicos e bagas de uma cor rosada realmente incrível.

As uvas aqui produzidas são de excelente qualidade, embora com média produtividade, sendo porém muito sensíveis a condições climáticas adversas.

O vinho Gewürztraminer, muito original e sedutor, com freqüência atinge a excelência. Seu olfato e paladar são extremamente aromáticos e com extraordinária riqueza, mesclando flores como rosa e jasmim com frutas como lichía. É suave ao olfato e seco ao paladar, o que lhe confere especial característica.

A Uva Riesling Itálico

Cepa originária da Europa Centro-oriental, selecionada do nordeste da Itália. Pode-se dizer categoricamente que entre as viníferas nobres foi a que melhor se adaptou no Brasil, sendo considerada a variedade branca emblemática da Serra Gaúcha.

O vinho Riesling Itálico normalmente é vinho delicado, sutil, seco, de coloração amarelo-esverdeada, com aromas de frutas cítricas e acidez pronunciada.

No Brasil são elaborados espumantes de excelente qualidade com esta variedade.

A Uva Moscato Branco

Sua origem provém da Bacia do Mediterrâneo, Magna Grécia. Cepa implantada no Brasil já há bastante tempo.

Seus cachos são generosos, bem compactos e densos, seus grãos são grandes e de cor amarelo-esverdeados. Sua maturação é tardia proporcionando vinhos bem aromáticos que podem ser utilizados em cortes.

Porém, sua principal utilização é para elaboração de vinho Moscatel Espumante, o qual tem apresentado qualidade destacada, pelo seu aroma fresco e frutado com notas florais e pelo paladar que combina a equilibrada ação dos açúcares com acidez.

Outras uvas brancas

ALVARINHO (ou Albariño, na Espanha) - responsável pela produção na região do Minho, em Portugal, do vinho verde, que tem este nome pois deve ser tomado ainda jovem, isto é "verde". É uma uva que confere boa acidez, aroma e certa efervescência ao vinho. Países: Portugal (vinho verde), Espanha

ARNEIS - encontrada no Piemonte, é encorpada e seca, com perfume de frutas brancas (melão e pêra) e amêndoas. Países: Itália (Pimonte)

ASSYRTICO - especialidade da ilha vulcânica de Santorini, no Mar Egeu, é a uva grega de brancos com boa acidez.

País: Grécia (Santorini) BUAL - usada na Ilha da Madeira para vinhos fortificados típicos da região. CHENIN BLANC (steen) - variedade do Loire central, na França, de aroma floral, dá vinhos secos ou doces - neste caso, quando são atacadas pela podridão nobre, que lhes confere maior teor de açúcar. Países: França (Loire), EUA, África do Sul (conhecida como steen), Austrália e Nova Zelândia.

CLAIRETTE (clairette blanc) - uva branca cultivada no sul da França. É uma das variedades autorizadas no vinho tinto Châteauneuf-du-pape e brancos Côtes-du-Rhone. Na Austrália é conhecida como blanquette. Países: França e Austrália

CORTESE - cepa autóctone italiana refrescante e com toques minerais. Países: Itália (Piemonte, Lombardi e Vêneto)

DURIF - também conhecida como PETIT SYRAH, mais encontrada na Califórnia País: França e EUA (Califórnia)

FIANO - uva nativa do Sul da Itália, para brancos ligeiros e frescos País: Itália (Campania)

FURMINT - os renomados grandes vinhos doces Tokay, da Hungria, são feitos desta variedade. Sua fina casca facilita a ação do fungo Botrytis cinerea, que aumenta o teor de açúcar à uva. Países: Hungria, Áustria, Eslováquia, Croácia e Romênia

GARGANEGA - principal uva do vinho tipo Soave. País: Itália (Vêneto)

MACABEO - também conhecida como VIURA, é uma das três uvas usadas no corte das cavas (espumante spanhol) e nos vinos brancos da Rioja. País: Espanha (Penedès e Rioja)

MALVASIA - das mais antigas uvas brancas que se conhece (cerca de 2.000 anos). Apesar de produzir vinhos secos no sul da Itália, se notabilizou pelo vinho fortificado que produz em Portugal (Madeira) Países: Portugal, Itália e Espanha.

MUSCADELLE - típica variedade de Bordeaux, na França, usada principalmente para vinhos doces produzidos em Barsac e Sauternes. Como é muito aromático, é usado em pequenas quantidades quando misturados a vinhos doces baseados das uvas sémillon e sauvignon blanc. País: França

MUSCAT (Moscato e Moscatel) - plantada no mundo todo é própria de vinhos doces perfumados. É a única uva vinífera que preserva os aromas de uva no vinho e talvez uma das espécies mais antigas ainda cultivadas. Usada para vinhos secos na Alsásia e para espumantes do tipo Asti Espumante e Moscato Bianco. Países: França (Alasácia), Portugal, Espanha e Itália

PALOMINO - principal uva do vinho fortificado do Sul da Espanha, xerez. Países: Espanha, Estados Unidos e Austrália

PEDRO XIMÉNEZ - outra variedade do sul da Espanha utilizada nos vinhos fortificados xerez, como o Olorosso. País: Espanha

PINOT BLANC (pinot bianco)- esta uva dá vinhos leves, secos, frutados, para beber jovem, principalmente aqueles produzidos na Itália. Original da Borgonha, na França sua base é a Alsácia. Países: França (Alsácia), Itália, Áustria e EUA

PINOT GRIS (tokay d'Alsace, pinot grigio) - da família pinot noir, resulta em vinhos brancos leves, jovens e secos na Itália e mais ricos e perfumados, na região francesa da Alsácia. Países: França (Alsácia), Itália, Alemanha, Hungria e Nova Zelândia

PROSECCO - encontrada na região de Vêneto, na Itália, é responsável pela produção de espumantes frescos, frutados, com pouco acidez e paladar. Não se trata, portanto, de uma região, como muita gente pensa, mas de uma uva, usada por este espumante que se difundiu por todo o mundo. Países: Itália, Brasil

ROUSSANE - traz elegância aos brancos do Rhone, também cultivada no Languedoc-Roussillon. País: França (Rhone, Languedoc-Rousiillon)

RIESLING - Junto com a Chardonnay é considerada a melhor uva branca do mundo. Produz vinhos com acidez elevada e teor alcoólico baixo (8ºC). Os melhores riesling são encontrados na Alemanha e produz vinhos de grande qualidade que é metido pelo seu teor de açúcar. Aromas delicados e florais. Países: Alemanha, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, França (Alsácia) e EUA.

SÉMILLON - Tanto vinhos brancos secos de Bourdeaux como vinhos doces da região de Sauternes, na França, usam esta variedade (como o Château D'Yquem, 4/5 de sémillon e 1/5 de sauvignon blanc). Varia sua característica de acordo com a região que é cultivada: aromas cítricos e adocicado em Bordeaux e amanteigado e com grande potencial de envelhecimento na Austrália Países: França (Bordeaux), Austrália Nova Zelândia, África do Sul, EUA

SERCIAL - usada para elaboração de Madeiras mais secos e leves. País: Portugal (Ilha da Madeira)

TOCAI (friulano) - variedade branca cultivada na região italiana de Friuli-Veneza, que produz vinhos encorpados e elegantes. Não há qualquer relação da uva Tocai com os renomados vinhos húngaros doces Tokay (produzidos com a cepa furmint. Ver verbete acima). País: Itália

TORRONTÉS - muito aromática, produz vinhos típicos argentinos. País: Argentina

TREBBIANO - Produz vinhos brancos mais comuns e sem personalidade na Itália. É plantada extensivamente em todo o país. Usada no corte com outras uvas para a composição de vinhos. Com o nome de UNI BLANC e saint-émilion é muito usada na produção de conhaque e armagnac, na França. Países: Itália, França, África do Sul e Austrália

VERDELHO - uva mais cultivada na Ilha da Madeira, para um estilo meio-seco. País: Portugal (Ilha da Madeira)

VERDICCHIO - uva branca típica da Itália Central, bastante seco e cítrico. País: Itália

VERMENTINO - cepa usada na elaboração de brancos secos e florais País: Itália

VIOGNIER - uva que produz vinhos brancos secos e com toques florais, bastante perfumado. De origem francesa, vem sendo redescoberta nos últimos anos. Produz vinhos muito ricos e refrescantes, para serem bebidos jovens. Países: França, Austrália, África do Sul e Argentina

VIOSINHO - usada no Porto branco e nos secos brancos do Douro País: Portugal (Douro)

XARELLO - outra variedade usada para elaboração das cavas, responsável por mais fruta à bebida País: Espanha (Penedés)

Eiswein, o vinho do gelo alemão

Por Armando Carlos Bisogni - Sommelier e Engenheiro Agrônomo

Saiba porque este vinho foi produzido por acaso.

O Eiswein é um vinho da Alemanha, elaborado com uvas colhidas e congeladas (Eis= gelo e Wein= vinho). Tem grande concentração de açúcar e acidez, porque quando as uvas congeladas são prensadas, os cristais de água ficam na prensa e o suco que escorre tem grande concentração por estar menos diluído em água.

Para que as uvas fiquem congeladas elas são deixadas nas parreiras até o final de novembro ou dezembro (colheita tardia) quando a temperatura do vinhedo chega a - 8º C. É claro que se corre o risco das uvas apodrecerem e tudo estaria perdido. A colheita é manual, as uvas são selecionadas uma a uma e isso caracteriza um produto final com preço alto.

Toda safra os produtores deixam parte de suas uvas amadurecerem bastante, arriscando a produção, na esperança de fazer o Eiswein.

Eiswein é uma denominação alemã sendo sua qualidade controlada e fiscalizada pelo governo daquele país.

Dizem que o Eiswein foi produzido por acaso, em um ano em que houve uma queda brusca de temperatura, congelando as uvas. A grande maioria dos produtores abandonaram o campo, mas alguns, mais inovadores colheram as uvas, prensaram e obtiveram um grande vinho!

O Eiswein é um vinho branco, doce, concentrado, com ótimo equilíbrio entre o açúcar e a acidez, portanto não é enjoativo. Apresenta boa parceria com biscoitos amanteigados, pêssegos, ameixas, sobremesa doce e frutas, etc.

http://bbel.uol.com.br/culinaria/post/eiswein-o-vinho-do-gelo-alemao.aspx

Vinho do Porto e sua harmonização

Por Armando Carlos Bisogni - Sommelier e Engenheiro Agrônomo

Vinhos a serem apreciados como obra de arte, adaptam-se a qualquer ocasião.

Ao contrário do que possa parecer, o vinho do porto não é utilizado somente como vinho para aperitivos ou após as refeições, mas nos permite estabelecer diversas harmonizações.

Vinho do Porto Vintage e sua harmonização

Vinho de qualidade excepcional proveniente de uma só colheita. O vinho e o queijo parecem ter sido feito uma para o outro.

Um bom exemplo é uma clássica e magnífica harmonização: queijo da Serra da Estrela (queijo feito com leite cru de ovelha, cremoso e com forte personalidade) com o Porto Vintage.

Vinho do Porto LBV (Late Bottled Vintage) e sua harmonização

Vinho de qualidade elevada proveniente de uma só colheita.

Um vinho fortificado com ótima estrutura, harmonia e equilíbrio, pode ser oferecido durante uma refeição, também é um vinho de qualidade elevada proveniente de uma só colheita. Uma ótima opção é experimentá-lo com outro prato, intercalado com outros vinhos.

Sugestão acompanhá-lo com fatias de fígado fresco de pato salteada na própria gordura e especiarias. Também combina muito bem com variados sortimentos de chocolates de texturas variadas.

Vinho do Porto Tawnies 10, 20, 30,40 anos e sua harmonização

Vinho de elevada qualidade obtido por mistura de diversos lotes de vinhos de colheitas de diversos anos.

Ótimos acompanhamentos são: arroz doce, rabanada, doces a base de ovos e amêndoas ou como digestivo após o café.

Vinho do Porto Tawnies, ruby reserva e datas de colheita

Todos vão muito bem com frutas secas (figos, nozes, avelãs, damasco, etc.), patês de presunto, com os queijos azuis (Roquefort, Stilton, Gorgonzola).

Vinho do Porto Branco e sua harmonização

São vinhos com envelhecimento mais ou menos prolongados, de diferentes graus de doçuras e vinhos menos ricos em álcool.

Ideais como aperitivo, servido fresco, combinam com canapés, carne frias, queijos frescos.

Outra opção é servi-lo como coktail, o excelente e refrescante "long drink" que é o Porto branco, água tônica (em iguais proporções), cubos de gelo e uma rodela de limão.

Não se trata apenas de vinhos que se adaptam a qualquer ocasião, mas de autênticas obras de arte para serem calmamente apreciadas.

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Vinhos orgânicos e biodinâmicos

Por Armando Carlos Bisogni - Sommelier e Engenheiro Agrônomo

Um novo conceito de vida em consumir produtos naturais....

A produção orgânica surgiu a partir de duas tendências: a primeira é o novo conceito de vida de consumo de produtos naturais, a segunda a consciência ecológica que está cada vez mais presente nos dias de hoje, combatendo os problemas oriundos da agricultura tradicional, degradação do solo, uso de defensivos químicos nas plantas e conseqüentemente o desequilíbrio do meio ambiente.

O processo de produção do vinho orgânico não é fácil, pois a introdução de novos conceitos aos produtores é uma missão difícil, além do aumento dos custos de produção, mas tudo em prol da redução aos danos do meio ambiente.

O conceito de planta orgânica baseia-se na biodiversidade, ou seja, na iluminação da monocultura e cultivo de várias espécies em um mesmo habitat.

Diferentes espécies de vegetação, como: gramas, flores entre outras, se misturam às parreiras, atraindo insetos benéficos, que se alimentam do seu pólem e combatendo os inimigos naturais.

O controle das ervas é feito além dos insetos por outros animais que convivem no meio da plantação.

Os cavalos são utilizados na aeração do terreno, as galinhas e os patos comendo os insetos além de toda harmonia entre a biodiversidade a principal condição de um vinhedo orgânico é o uso de produtos naturais e de origem biológica.

Do mesmo modo que na produção tradicional é permitido o uso de enzimas, leveduras, sulfitos, ácido ascórbico e cítrico, etc. na agricultura orgânica também, porém em doses baixas.

Os custos de produção do cultivo orgânico são em média 20% mais caros, que os tradicionais, porém recompensados a longo prazo, já que o solo não perde a fertilidade e não precisa de tratamento.

Lembrando que não só o vinho é orgânico, pois o material da etiqueta (rótulo) tipo de cortiça, caixa da embalagem (com papel reciclado), pois o conceito de orgânico é mais abrangente.

Fonte: Guia de Vinhos do Chile/ http://bbel.uol.com.br/culinaria/post/vinhos-organicos-e-biodinamicos.aspx

Terminologia da degustação

Por Armando Carlos Bisogni - Sommelier e Engenheiro Agrônomo

Vocês sabem quais são os termos de uma degustação?

São termos empregados durante a degustação, que visa o entendimento entre as pessoas envolvidas.

A

Acidez - formada pelos ácidos presentes nos vinhos, de origem fermentativa ou da própria uva. A acidez em proporções adequadas é importante para a

conservação do vinho.

Adstringente - Vinho com excesso de taninos ásperos, que amarra a boca, deixando a sensação de termos comido uma banana verde.

Agressivo - Vinho com excesso de acidez e adstringência.

Alcoólico - Vinho no qual o elevado teor alcoólico é percebido de maneira desarmônica, acima dos demais componetes.

Aveludado - Vinho macio, ao contrário do vinho áspero.

B

Bouquet - Conjunto de sensações olfativas adquiridas pelo vinho durante a fase de envelhecimento em garrafa.

Brut - Termos que designa tipo de espumante natural com o menor teor de açúcar residual.

C

Champagne - Espumante natural produzido na região de champanhe.

Chato - Vinho com carência de acidez.

Corpo - Vinho de constituição robusta, rico em cor, taninos, ácidos, sais minerais, etc...

Curto - Vinho com pouca persistência olfativa - gustativa.

D

Decantar - Ato de transferir o vinho da garrafa para outro recipiente (decanter), com o objetivo de separar os sedimentos originários do

envelhecimento ou arejar o vinho.

Demi-sec - Palavra e origem francesa, usada para definir o champagne ou espumante meio doce.

E

Elegante - Vinho equilibrado, fino, de classe.

Equilibrado - Vinho em que seus componentes apresentam proporções corretas, principalmente álcool e ácidos.

F

Fechado - Aquele que ainda não mostra suas qualidades, pois não liberou o aroma e o sabor.

Frutado - Diz-se de um vinho com aroma e gosto de frutas frescas. Característica dos vinhos jovens.

H

Harmônico - Vinho em que todos os seus componentes encontram-se em perfeito equilíbrio.

Herbáceo - Quando vinho apresenta levemente o aroma de ervas frescas. (Cabernet Franc, Sauvignon Blanc).

L

Leve ou ligeiro - Vinho que apresenta pouco corpo.

Límpido - Vinho que no exame visual, encontra-se isento de partículas em suspensão.

Longo - Deixa uma sensação duradoura na boca.

M

Macio - Redondo, com bom teor de glicerina, álcool correto e com pouca acidez e taninos discretos.

Maduro - Vinho com sabor de fruta madura, geralmente no auge de sua evolução.

N

Nervoso - Vinho com excesso de acidez.

O

Oxidado - Vinho alterado em suas características visuais, olfativas e gustativas pelo contato com o ar.

P

Persistência - Conjunto de sensações olfato-gustativas percebidas após a degustação do vinho.

Pesado - Vinhos com bastante corpo, geralmente carecem de fineza.

R

Retrogosto - Conjunto de sensações finas percebidas depois que o vinho foi deglutido.

Rolha - Defeito transmitido ao vinho pela rolha, é um defeito grave, chamado também de bouchonée.

S

Seco - Pela legislação brasileira, é um vinho que contém um máximo de 5g/l de açúcar residual.

Suave - Pela legislação brasileira, é um vinho que contém um mínimo de 20g/l de açúcar residual, designa também o vinho meio doce.

T

Tânico - Vinho rico em taninos, encontrados principalmente em tintos jovens.

U

Untoso - O mesmo que viscoso, oleoso, sensação encontrada em vinhos com bastante glicerina.

V

Vinoso - Característica típica dos vinhos jovens, que lembra o cheiro do mosto da uva.

Vivo - Vinho com ligeiro excesso de acidez, porém ainda agradável.

http://bbel.uol.com.br/culinaria/post/terminologia-da-degustacao.aspx

A influência da madeira no vinho

Por Armando Carlos Bisogni - Sommelier e Engenheiro Agrônomo

Transmite taninos e substâncias aromáticas.

O carvalho é a madeira que foi escolhida para o uso durante a produção, armazenamento e envelhecimento do vinho, pois é o carvalho que reúne as melhores propriedades: não dá mal gosto ao vinho, pelo contrário, transmite-lhe parte de seus taninos e das substâncias aromáticas que contém. As barricas de carvalho podem ser utilizadas tanto para a fermentação quanto para a maturação dos vinhos, que apresentem uma boa estrutura para tal, ou seja, os vinhos de qualidade superior.

Existem três procedências de carvalho (mais utilizada), o francês (o mais fino), o americano (o mais marcante) e o do leste europeu (Eslovênia).

O francês apresenta menos aromas e sabores de carvalho, o vinho estagia menos tempo na barrica (troca de oxigênio com vinho são mais lentas) e podem ser reutilizados por três vezes.

O carvalho americano transmite mais aromas de baunilha ao vinho, que permanece mais tempo na barrica e sempre são utilizadas barricas novas.

Quando os vinhos são amadurecidos em barril de carvalho, três eventos ocorrem: o álcool e a água evaporam através da madeira (concentrando o vinho); o oxigênio se mistura ao vinho, favorecendo a ocorrência de reações químicas, os quais dependem desse elemento; e substâncias da madeira são

extraídas para o vinho. Entre essas substâncias estão os componentes da cor, aromas e sabores, além dos taninos.

Nem todo vinho passa por estágios em barricas, somente os tintos a serem guardados, por longa data, feitos com a Cabernet Sauvignon, Syrah, Malbec, Merlot, etc. Alguns vinhos brancos com boa estrutura, geralmente os grandes vinhos elaborados com a uva Chardonnay, provenientes da Borgonha, da Califórnia, Austrália, Itália, Chile, Espanha, etc.

Após um período em barricas o vinho adquire, aromas características, que provém da madeira: baunilha, côco, aromas tostados e defumados, caramelo, etc.

Quando vemos um vinho á mesa, não temos noção dos caminhos que ele percorre até ser consumido.

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