Visão do Mercado Flores ES 2007

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PROJETO DE FORTALECIMENTO DO SETOR DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ACESSO A MERCADOS LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DAS EMPRESAS E DO MERCADO DE ATUAÇÃO VISÃO GERAL DO MERCADO Antonio Hélio Junqueira Engenheiro Agrônomo, especialista em desenvolvimento rural, abastecimento urbano e comercialização agrícola Marcia da Silva Peetz Economista, especialista em economia rural, abastecimento e comercialização agrícola Hórtica Consultoria e Treinamento (011) 3887 7396 / 99023375 www.hortica.com.br Vitória, Espírito Santo 31 de janeiro de 2007

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PROJETO DE FORTALECIMENTO DO SETOR DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ACESSO A MERCADOS

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DAS EMPRESAS E DO MERCADO DE ATUAÇÃO

VISÃO GERAL DO MERCADO

Antonio Hélio Junqueira

Engenheiro Agrônomo, especialista em desenvolvimento rural, abastecimento urbano e comercialização agrícola

Marcia da Silva Peetz

Economista, especialista em economia rural, abastecimento e comercialização agrícola

Hórtica Consultoria e Treinamento

(011) 3887 7396 / 99023375 www.hortica.com.br

Vitória, Espírito Santo

31 de janeiro de 2007

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PROJETO DE FORTALECIMENTO DO SETOR DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ACESSO A MERCADOS

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DAS EMPRESAS E DO MERCADO DE ATUAÇÃO

VISÃO GERAL DO MERCADO

Antonio Hélio Junqueira

Engenheiro Agrônomo, especialista em desenvolvimento rural, abastecimento urbano e comercialização agrícola

Marcia da Silva Peetz

Economista, especialista em economia rural, abastecimento e comercialização agrícola

Hórtica Consultoria e Treinamento

(011) 3887 7396 / 99023375 www.hortica.com.br

Índice Pg. Parte 1: Informações gerais do mercado Mercados interno e externo para as flores e plantas ornamentais do Brasil: principais características, estrutura e dimensões atuais

Introdução 6A floricultura brasileira: principais características estruturais 6Mercado interno de flores e plantas ornamentais: algumas dimensões quantitativas 8Principais formas de comercialização no mercado interno 10Consumo de flores e plantas ornamentais no mercado interno: características estruturais 14Mercado internacional: principais características, dimensões e inserção comercial das flores e plantas ornamentais do Brasil 16A Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Estado do Espírito Santo: informações gerais e preliminares 26 Parte 2: Tendências gerais do setor Consumo de flores e plantas ornamentais no mercado interno: perspectivas e tendências 30Perspectivas, oportunidades e desafios para a floricultura empresarial brasileira 35Potencial exportador da floricultura brasileira: principais pontos fortes e fracos e ameaças internas e externas 38

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Considerações finais 40 Parte 3: Principais oportunidades para a floricultura capixaba No âmbito do abastecimento estadual 41 No âmbito do abastecimento regional e macro-regional 42 No âmbito do mercado nacional 42 No âmbito do mercado internacional 42 Parte 4: Principais ameaças para os produtores de flores e plantas ornamentais do Estado do Espírito Santo Espécies e cultivares de flores e folhagens produzidas para corte 43 Espécies e cultivares de flores e folhagens produzidas em vasos 50 Espécies e cultivares de flores e plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem 51 Espécies e cultivares produzidas no setor de gramas 53

Bibliografias citada e consultada 59 Anexos 61 Índice das tabelas e quadros Parte 1: Informações gerais do mercado Mercados interno e externo para as flores e plantas ornamentais do Brasil: principais características, estrutura e dimensões atuais

Tabela 1. Formas de comercialização vigentes nos principais

mercados atacadistas de flores e plantas ornamentais do Estado de São Paulo. 12

Tabela 2. Faturamento anual das floriculturas on line no Brasil 13 Tabela 3. Principais flores e plantas ornamentais consumidas no

Brasil, em 2006 15

Algumas limitações e ameaças relevantes 54

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Tabela 4. Participação relativa dos pontos-de-venda nos mercados da Europa e EUA, em 2004 17

Tabela 5. Balança comercial brasileira das plantas vivas e produtos da

floricultura, em 2006 19 Tabela 6. Balança comercial brasileira das plantas vivas e produtos da

floricultura, por grupos de produtos, em valores US$ FOB, em 2006 22

Tabela 8. Participação relativa dos principais grupos de produtos

exportados pelo mercado mundial e pelo Brasil 23 Tabela 9. Ranking dos países importadores de flores e plantas

ornamentais do Brasil, no período de 2004 a 2006. 24 Tabela 10. Ranking dos estados exportadores de flores e plantas

ornamentais do Brasil, no período de 2004 a 2006. 25 Parte 2: Tendências gerais do setor Tabela 11. Principais características do consumo de flores e plantas

ornamentais, segundo estágio de desenvolvimento sócio-econômico dos diversos países no mercado mundial 30

Tabela 12. Consumo per capita anual de flores de corte em países

selecionados, em 2005 31 Tabela 13. Consumo per capita anual de flores em vasos em países

selecionados, em 2005 32 Quadro 1. Principais desafios para a floricultura empresarial do Brasil,

em 2007 36 Quadro 2. Ações recomendadas para a obtenção de resultados

comerciais satisfatórios pela floricultura empresarial do Brasil, em 2007 37

Quadro 3. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e

perspectivas no segmento de flores temperadas de corte. 44 Quadro 4. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e

perspectivas no segmento de flores tropicais e subtropicais de corte. 48

Tabela 7. Valores e participação, por grupo de produtos, na pauta de exportações de flores e plantas ornamentais do Brasil, no período de 2004 a 2006. 22

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Quadro 5. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e perspectivas no segmento de folhagens de corte. 49

Quadro 6. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e

perspectivas no segmento de flores e plantas envasadas. 50 Quadro 7. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e

perspectivas no segmento de flores e plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem. 53

Anexos Tabela 14. Exportações brasileiras de produtos da floricultura, em

valor US$ FOB, no período de 2001 a 2006. 62 Tabela 15. Exportações brasileiras de produtos da floricultura, por

grupo de produtos e Estado de origem, em valor US$ FOB, em 2006. 63

Tabela 16. Destino das exportações brasileiras de mudas de

orquídeas, por país, em valor US$ FOB, no período de 2001 a 2006. 64

Tabela 17. Estados de origem das exportações brasileiras de mudas

de orquídeas, por país, em valor US$ FOB, no período de 2001 a 2006. 65

Tabela 18. Destino das exportações brasileiras de mudas de outras

plantas, por país, em valor US$ FOB, no período de 2001 a 2006. 66

Tabela 19. Estados de origem das exportações brasileiras de mudas

de outras plantas, por país, em valor US$ FOB, no período de 2001 a 2006. 67

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Introdução

Ao longo dos últimos anos, a floricultura empresarial brasileira vem adquirindo notável desenvolvimento e se caracteriza já como um dos mais promissores segmentos da horticultura intensiva no campo dos agronegócios nacionais. É nesse contexto, que se visualizam as importantes mudanças estruturais apontadas ao longo deste estudo e que sinalizam para o fato de que o Brasil caminha, decisivamente, para a implantação de um modelo de qualidade internacional de gestão e de governança de sua Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais. Nesse novo panorama estão sendo geradas inúmeras novas oportunidades de negócios e de inserção comercial competitiva e sustentável para os pólos emergentes de produção distribuídos por todo o País, com destaque para o Estado do Espírito Santo. Neste contexto, vem se observando, no País, um movimento marcado por fortes índices de crescimento da base produtiva e inclusão de novos pólos geográficos regionais na produção de flores e plantas ornamentais. Esses fenômenos foram bastante bem-vindos nos primeiros anos de estabilidade econômica decorrente dos planos governamentais focados no controle da inflação, especialmente no final dos anos oitentas e início dos noventas. Porém, com a acomodação na dinâmica econômica interna nos anos mais recentes, o desafio de manter esses desejáveis índices de crescimento e, ao mesmo tempo, assegurar o escoamento das mercadorias, tornou-se dramaticamente prioritário na cadeia produtiva da floricultura. A sustentação essencial desse mercado é garantida pelo vigor do mercado interno, visto que as exportações, ainda que desempenhando um expressivo crescimento anual, não chegam a ultrapassar U$ 30 milhões em vendas, ou o equivalente a 3% do valor total da produção, mesmo com o recorde obtido em 2006 nos embarques para a Holanda, EUA, Japão, Espanha, França e mais outros cerca de 30 diferentes destinos em todo o mundo. Portanto, é o consumo interno que, efetivamente, sinaliza para as reais potencialidades de sucesso econômico e empresarial futuro da atividade. Neste sentido, o conhecimento sobre o poder de influenciar, estimular e orientar práticas que redundem no aumento de consumo se reveste de importância fundamental na cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais contemporânea, como única maneira eficiente e eficaz de encontrar vazão para a crescente produção interna. A floricultura brasileira: principais características estruturais Até muito recentemente a floricultura comercial praticada no Brasil concentrava-se, quase que exclusivamente no Estado de São Paulo, particularmente nas regiões geográficas do entorno dos pólos municipais de Atibaia e Holambra. A partir dessas regiões organizaram-se, especialmente ao longo das duas últimas décadas, fluxos de abastecimento de curta, média e

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longas distâncias, que lograram fazer chegar as flores paulistas pelo menos até as capitais e principais pólos de consumo de todo o País. Como uma importante decorrência histórica dessa concentração verificada no Brasil - na qual poucos pólos de produção sustentam os fluxos de abastecimento de amplas faixas territoriais - assistiu-se, ao longo das últimas décadas, a uma notável homogeneização dos hábitos de consumo, onde as flores e plantas regionais acabaram perdendo a importância e a preferência dos seus antigos consumidores, frente à qualidade, padrão, ofertas abundantes e regulares dos produtos originados da floricultura mais profissional e competitiva das Regiões Sul e Sudeste do Brasil, mas especialmente do Estado de São Paulo e, mais particularmente ainda, daquelas produzidas pelos produtores associados e integrados à Cooperativa Veiling Holambra. Assim, a despeito da enorme riqueza da flora e da cultura do País, o consumo de flores e plantas ornamentais passou a concentrar-se numa reduzidíssima pauta de produtos, praticamente indistinta desde o Sul até o Norte do Brasil. Apenas nos últimos anos, esse fenômeno passou a sofrer uma redução de intensidade, permitindo observar um notável crescimento e consolidação de importantes pólos florícolas no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal e na maioria dos estados das Regiões Norte e do Nordeste. Podem ser apontadas muitas razões que propiciaram o surgimento dessa nova realidade no campo do abastecimento das flores e plantas ornamentais em todo o território brasileiro. Entre estes, cabem destacar:

1. a necessidade de buscar novas alternativas produtivas e comerciais, notadamente para as pequenas e médias propriedades rurais, frente ao padrão das mudanças geográficas que aconteceram no âmbito da produção brasileira dos principais grãos, oleaginosas e café, além da pecuária e da agricultura mais extensiva, de um modo geral. Assim, propriedades que tinham anteriormente uma destinação fixa voltada à exploração de lavouras mais tradicionais, passaram a verem-se obrigadas a buscar novas alternativas, frente ao surgimento de uma nova realidade de cultivos agrícolas extensivos e altamente mecanizados, sobretudo aqueles deslocados para as regiões dos cerrados da região Centro-Oeste do Brasil;

2. os incentivos crescentes dados por Governos Estaduais e entidades de

apoio e fomento para o fortalecimento de novas iniciativas produtivas, especialmente no caso daquelas que, como a floricultura, se viabilizam em espaços exíguos de terra, gerando boas rentabilidades e relevantes quantidades de empregos tanto rurais quanto urbanos;

3. a necessidade de ajuste permanente dos preços finais aos

consumidores a um mercado restritivo e relativamente inflexível ao repasse de novos aumentos de custos, fazendo com que a otimização logística na distribuição se torne um objetivo primordial em toda a cadeia produtiva;

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4. o crescente nível de exigência dos consumidores pela qualidade, durabilidade e frescor dos produtos, fazendo com que as produções mais proximamente localizadas passassem a adquirir uma maior valorização final nos mercados;

Frente à velocidade e intensidade com que passou a se delinear esse novo quadro produtivo, as estatísticas sobre o número de produtores e área cultivada na floricultura em todo o País tornaram-se rapidamente obsoletas e desatualizadas. As últimas estatísticas produzidas para o setor mostravam que a atividade já contabilizava, em 2003, números extremamente significativos. Eram mais de 4 mil produtores, cultivando uma área de cerca de 5,2 mil hectares anualmente, em 304 municípios brasileiros (GRAZIANO, 2002). Hoje, números que representem até o dobro dessas quantidades são perfeitamente cogitáveis, enquanto aguarda-se que sejam, em breve, coletados e disponibilizados para o mercado e para os analistas pelas entidades setoriais representativas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), em termos globais, estima-se que a atividade responda pela geração de mais de 120 mil empregos, dos quais 58 mil (48,3%) estão localizados na produção; 4 mil (3,3%) na distribuição; 51 mil (42,5%) no comércio varejistas e 7 mil (5,9%) em outras funções, principalmente nos segmentos de apoio. A floricultura gera, na média nacional, 3,8 empregos diretos/ha, que vêm a equivaler a 14,2 empregos numa propriedade dedicada à floricultura. Ressalte-se, ainda, que 94,4% desses empregos são preenchidos com mão-de-obra permanente, essencialmente contratada (81,3%), enquanto que o trabalho familiar responde por 18,7% do total empregado, caracterizando-se, assim, o seu inquestionável papel e importância sócio-econômica. (GRAZIANO, 2002). A produção é desenvolvida em pequenas propriedades, cuja média nacional de área cultivada é de 3,5 hectares. Existem diferenças regionais importantes. Assim, o estado de Goiás, por exemplo, possui uma área média de cultivo - a maior nacional - de 6,3 hectares, o que se explica pelo fato da sua vocação para a produção de mudas de plantas ornamentais, exigentes em maiores dimensões físicas de área. No Brasil, a distribuição da área cultivada com flores e plantas é de 50,4% para mudas; 13,2% para flores envasadas; 28,8% para flores de corte; 3,1% para folhagens em vasos; 2,6% para folhagens de corte e 1,9% para outros produtos da floricultura.

Mercado interno de flores e plantas ornamentais: algumas dimensões quantitativas As estimativas atuais apontam que a floricultura brasileira movimenta, anualmente, no seu mercado interno, um valor global em torno de US$ 1,1 bilhão. O consumo doméstico gira em torno de US$ 6 per capita, acreditando-se que o potencial de vendas seja, pelo menos, equivalente ao dobro do atual, desde que superadas as restrições geradas por aspectos econômicos e culturais de amplas parcelas da população, além da superação de entraves logísticos importantes ao longo da cadeia produtiva.

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Entre esses gargalos, destaca-se que o consumo brasileiro de flores e plantas continua, ainda, essencialmente concentrado em um número limitado de datas especiais como o Dia dos Namorados, Dia das Mães, Finados, Natal e Ano Novo, entre poucas outras, ainda que se constate que, nos últimos anos, o mercado venha apresentando uma ligeira dilatação nas datas incluídas como oportunidades de vendas, abrangendo também o Dia Internacional da Mulher, Dia da Secretária, Dia dos Pais e entrada da primavera. Além disso, constata-se um baixo índice de penetração em segmentos importantes da sociedade de consumo, especialmente junto aos públicos masculino e juvenil. Tais características, por sua vez, geram grandes movimentos sazonais de produção e de vendas e um elevado nível de risco econômico e financeiro na atividade, pois torna esse comércio alta e criticamente suscetível aos eventos que podem ocorrer simultaneamente a essas datas comemorativas, como coincidência com períodos de feriados, eleições etc. Outras decorrências negativas deste processo são: a) aumentos exagerados e especulativos de preços aos varejistas e consumidores finais nos períodos de maior potencial de vendas, gerando queda no consumo e geralmente também da qualidade média dos produtos; inadequação da oferta (faltas ou perdas de mercadorias); inibição da produção planejada, programada e distribuída ao longo do ano, além de transtornos nos fluxos de caixa, defasando, no tempo, o retorno sobre os capitais de investimentos e de custeio da atividade. O entendimento da importância desse problema, bem como da necessidade de planejar e implementar políticas de marketing, promoção comercial e educação do consumidor que resultem em alteração no padrão sazonal e temporalmente limitado do consumo das flores e plantas ornamentais no Brasil têm sido relatados com alguma freqüência nos documentos e propostas de políticas setoriais formulados e, eventualmente, executados pelas lideranças setoriais. Entre essas, destacam-se especialmente aqueles profissionais e técnicos congregados pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), pelas Coordenações de Programas Estaduais do Sebrae e por muitos Comitês Estaduais de Floricultura constituídos junto a Secretarias de Agricultura e Abastecimento . Acredita-se que o sucesso nas definições e execuções de políticas capazes de aumentar o consumo de flores e plantas ornamentais no Brasil revista-se de enorme importância sócio-econômica, pois o setor da floricultura é consensualmente apontado como um dos segmentos mais relevantes do ponto-de-vista social. Isto se deve à sua comprovada capacidade de gerar emprego e renda ainda que em exíguas propriedades de terra, viabilizando a sustentabilidade econômica de importantes parcelas da pequena produção e da produção familiar, além de contribuir para a fixação de populações no meio rural. Os principais mercados atacadistas estão concentrados no Estado de São Paulo, envolvendo cerca de 800 agentes e movimentando, anualmente, mais de R$ 600 milhões. Ressalte-se que alguns desses mercados incorporam as mais modernas técnicas de comercialização, tais como o sistema de leilões próprios do modelo Veiling holandês e a comercialização eletrônica de mercadorias, destacando-se de todo o restante da horticultura comercial no Brasil.

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Em termos de faturamento, as flores em vaso representam 50% da movimentação na cadeia produtiva, as flores de corte, 40% e as plantas verdes, 10%, não incluindo aí as gramas, palmeiras, árvores e arbustos para paisagismo e jardinagem, para as quais não existem, infelizmente, quaisquer estatísticas disponíveis. Principais formas de comercialização no mercado interno

• Setor atacadista No Brasil, com exceção apenas do pólo produtor de Holambra, onde o senso de organização da comercialização é um hábito cultural herdado dos imigrantes holandeses, nos demais centros de produção similares, milhares de produtores procuram estabelecer-se isoladamente no processo de comercialização. O centro de referência e principal mercado são, nesses casos, representados pelas Ceasas existentes nas capitais dos Estados e nas principais cidades e regiões metropolitanas de todo o País. A desorganização na base produtiva impede uma evolução maior do setor, uma vez que não existe uma governança e coordenação empresarial dessas cadeias de produção e escoamento, o que leva a indesejáveis conseqüências tais como: falta de padrões de classificação e qualidade; ausência de transparência na formação de preços; falta de confiabilidade; elevado índice de inadimplência e surgimento de estruturas intermediárias, que fazem o papel de conduzir esse mercado (BONGERS, 2002). Uma comercialização eficiente exige técnicas logísticas adequadas de transporte, estocagem, comunicação com os clientes e compradores e a transferência de posse das mercadorias. Na cadeia de suprimento nacional, predominam importantes estrangulamentos, especialmente no que se refere a transporte e acondicionamento de flores e plantas ornamentais sem o uso de câmaras frias, o uso de caminhões sem isolamento térmico, além de refrigeração e depósitos inadequados. Ressalta-se, finalmente, a falta de mão-de-obra especializada e de conhecimentos sobre as necessidades e exigências no trato pós-colheita adequado desses produtos de natureza delicada. Não existe uma única e melhor forma de comercialização. Cada país, de acordo com sua cultura e seu mercado, adota um modelo. A Holanda, como maior centro produtor e exportador do mundo, comercializa mais de 80 % de sua produção através de leilões diários, tornando-se assim o principal centro formador de preços do mercado europeu. Já nos EUA, que importam cerca de 40 % do que consomem, a comercialização é direta destes importadores para os pontos-de-venda e, quase sempre, redes de supermercados fecham contratos com grandes produtores. A seguir, são destacados os principais formatos hoje vigentes no Brasil: a) Leilão

O sistema de vendas via leilões, largamente difundido na Holanda, no Brasil somente ocorre na Cooperativa Veiling Holambra, responsável por cerca de 25 % do comércio atacadista nacional. É um sistema que permite a justa

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formação de preços e a venda de grandes quantidades de produtos em um curto espaço de tempo, com manutenção da qualidade dos produtos. Totalmente informatizado, possibilita transparência nas transações comerciais. É referência de preços para todo mercado nacional. O Veiling Holambra atingiu vendas de 128 milhões de unidades de vasos e buquês em 2004, contra 106 milhões vendidos em 2003. Atacadistas que revendem os produtos para floriculturas e feiras respondem por 49% dos negócios do Veiling, enquanto centrais de abastecimento como a Ceagesp, empatam com os supermercados, ficando com 23% cada uma. O restante é dividido entre garden centers, decoradores e importadores.

b) Intermediação

É um sistema onde produtores e distribuidores fecham contratos de curto, médio ou longo prazos. Os preços, características do produto e prazos de entrega são acertados no fechamento dos contratos. Funciona como uma espécie de garantia, pois o produtor pode programar melhor sua produção, enquanto o cliente pode antecipadamente fixar seus preços para o varejo, principalmente em períodos que antecedem as principais datas de venda do setor, como Dia das Mães, Dia dos Namorados, Finados e Natal.

c) Comercialização virtual

Funciona basicamente como um banco de dados informatizado sobre os produtos disponíveis. O sistema é alimentado por produtores, que disponibilizam informações sobre quantidade, qualidade, preço e prazo de entrega. Os clientes, por sua vez, consultam estas informações através da Internet ou então via terminais fixos, ficando informados sobre várias ofertas e podendo fechar negócios. Sistema atualmente operando na Cooperativa Veiling Holambra e na Cooperflora.

d) Centrais de Abastecimento S/A (Ceasas)

É o sistema de comercialização mais antigo e tradicional, onde os produtores ficam um ao lado do outro, oferecendo sua produção aos clientes. Este sistema é conhecido como venda “na pedra”. São espaços de 20 a 50 m² cada, onde os produtos ficam expostos sob condições precárias. Operam entre uma a duas vezes por semana “na pedra” e outras uma ou duas vezes ao “ar livre”, ou sobre caminhões, atendendo tanto clientes atacadistas e varejistas, como consumidores finais. Os maiores centros atacadistas deste segmento são constituídos pela Ceagesp (Entreposto Terminal de São Paulo, SP) e Ceasa Campinas (Campinas, SP). A CEAGESP fechou o ano de 2004 com vendas de 30 mil toneladas, volume 12% maior do que o comercializado em 2003, quando esse mercado rendeu R$ 51,6 milhões aos produtores, atacadistas e distribuidores da empresa no Entreposto Terminal de São Paulo. As campeãs de vendas foram as rosas (30,6% do volume), crisântemos (13,5%) e azaléias (12,3%). Entre as espécies que vêm conquistando o mercado, estão as orquídeas.

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Tabela 1. Formas de comercialização vigentes nos principais mercados atacadistas de flores e plantas ornamentais do Estado de São Paulo.

Fonte: Câmara Setorial de Floricultura do Estado de São Paulo.

• Setor varejista

a) Varejo tradicional Representado principalmente pelas floriculturas, presentes em praticamente todas as cidades do País e pelos garden centers, que hoje estão em franco processo de expansão pelas capitais e grandes cidades, buscando agregar maior comodidade e mix de oferta de produtos aos seus clientes. A distribuição varejista de flores e plantas ornamentais em todo o Brasil conta com cerca de 20 mil pontos-de-venda. O Estado de São Paulo representa perto de 40% de todo o consumo nacional, enquanto que apenas a cidade de São Paulo absorve algo em torno de 25% de toda a demanda nacional por essas mercadorias. Completam o rol desses canais as feiras-livres, que são particularmente importantes no município de São Paulo e o comércio ambulante, que, na maioria dos casos, opera apenas sazonalmente por ocasião das datas especiais.

b) Varejo supermercadista As principais redes de supermercados já oferecem flores em suas lojas, nas principais cidades do País. Segundo o Veiling Holambra, os supermercados já responderam, em 2004, por 23% das vendas de buquês e flores em vasos, sendo que no período de até dois anos antes, tais vendas podiam ser consideradas insignificantes. Acredita-se que não houve substituição do canal de compra, mas sim uma verdadeira expansão da clientela. Até o final de 2004, o crescimento estimado foi de 10% a 20%. Os preços praticados nos supermercados são considerados altamente competitivos e a exposição de flores e plantas logo na entrada das lojas favorece as compras por impulso.

Formas de comercialização

Mercado

Leilão

Intermediação

Venda virtual

Venda na

pedra Cooperativa Holambra X X X Cooperflora X X Ceasa Campinas X X Ceagesp São Paulo X X SP Flores - Arujá X X

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c) Varejo on line

A concentração do varejo on line na sua totalidade é grande, pois apenas 25 empresas detêm cerca de 70% do mercado e, para competir, é preciso ter diferenciais significativos. De um modo geral, considera-se que a criação de um negócio virtual dissociado do negócio real é difícil para o pequeno empresário. Atualmente estima-se que existam 15 empresas de varejo na internet e que 600 mil domínios já foram registrados no País. Na outra ponta, 4 milhões de internautas fazem compras pela rede. O varejo on line, no geral, movimenta perto de R$ 2,3 bilhões por ano no Brasil. Desse total, em 2005, o setor de floriculturas participou com vendas de quase R$ 40 milhões. Em 2001, a compra e venda de flores pela rede tiveram faturamento de R$ 1,4 milhão, o equivalente a apenas 0,3% do total do varejo on line do País. Atualmente, esse percentual elevou-se para próximo de 2,0%. (BRANCHER, 2005). Entre os fatores de sucesso recente dessa atividade, devem-se relacionar os investimentos na profissionalização e na conquista da confiança do consumidor, através da pontualidade da entrega, conveniência, sigilo das informações bancárias e facilidades de pagamento. Os aspectos tecnológicos ligados à operacionalização e facilidade de navegação nos sites de compra também podem ser apontados como aspectos decisivos para o crescimento da importância setorial. Apesar disso, o setor do varejo on line de flores no Brasil ainda é muito concentrado: cerca de dez floriculturas concentram aproximadamente 90% de todo o mercado.

Tabela 2. Faturamento anual das floriculturas on line no Brasil

Ano

Faturamento anual (em R$, milhões)

2001 1,4 2004 30,0 2005 39,0 Fonte: BRANCHER (2005).

A venda de flores pela Internet segue o calendário do varejo tradicional e é centrada em datas de pico, como Dia das Mães e Namorados. No Natal de 2004, as flores apareceram em quinto lugar entre os produtos mais comercializados pela rede, com 1% do total, atrás apenas de CDs, DVDs e vídeos (29%), eletrônicos (15%), livros, revistas e jornais (13%) e itens de saúde e beleza (6%). Atualmente, os negócios on line representam uma das mais fortes tendências para o crescimento dos negócios no ramo da floricultura e para a conquista de novos clientes.

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Homogeneidade nos padrões de consumo internos

O cultivo comercial de plantas ornamentais no País, assim como praticamente toda a sua floricultura, teve início na década de 50, impulsionado, principalmente, pela atividade e cultura de imigrantes: japoneses, em São Paulo; poloneses, alemães e suíços, no Sul e, também na região serrana do Rio de Janeiro. Gradativamente, ao lado das mais conhecidas espécies de plantas ornamentais mundialmente conhecidas e utilizadas em projetos de ajardinamento urbano e na decoração das casas, o brasileiro foi aprendendo a conhecer e valorizar a sua flora nativa. Assim, as palmeiras típicas do Brasil, as suas bromélias, orquídeas, árvores e arbustos das mais diversas áreas geográficas e ecológicas passaram a ser cultivados, ganhando, com o passar do tempo, escala e importância comerciais crescentes, especialmente a partir dos trabalhos pioneiros e fundamentais de Burle Marx (1909-1994). Apesar disso, o consumo brasileiro ainda se apresenta concentrado sobre um pequeno número de espécies. No caso das plantas cultivadas em vasos para ambientes interiores, a tendência – contrária ao que se verifica na Europa – ainda é o de centralização da produção em uma única região, no caso Holambra, em São Paulo, e distribuição de longa distância por todo o País, agregando altos custos logísticos e operacionais, principalmente por se tratarem de produtos volumosos e de baixo rendimento econômico no transporte. As principais espécies do grupo são ficus, schefflera, singônio, samambaia e tuia. Já, no segmento de paisagismo e jardinagem, constata-se um fluxo comercial mais importante dessas plantas, o qual integra economicamente a produção e o consumo entre diversas regiões do País. Alguns pólos de excelência já estão constituídos, como o de Santa Catarina, referência nacional no segmento, além dos demais Estados da Região Sul. Outros estão surgindo e, brevemente, estarão funcionando com toda a intensidade como é o caso da produção de bromélias e palmeiras no litoral da região Sudeste e, também, no Centro-Oeste, especialmente em Goiás. Para este mercado, as principais espécies produzidas e comercializadas são atualmente: palmeiras (Phoenix roebelenii, Raphis excelsa, Dypsis Lutescens, entre outras), cicas (Cycas revoluta), ixoras (Ixora coccínea), buxinhos (Buxus sempervirens), agaves (Agave sp), jasmins (Jasminum sp), bromélias (Neoregelia sp; Vriesea sp y otras) e pingos-de-ouro (Durantha sp), entre outros. Além dessas, destacam-se diversos tipos de forrações com destaque para os tagetes (Tagetes sp), sálvia (Salvia splendens), celosia (Celosia sp), impatiens (Impatiens sp) e clorofitos (Chlorophytum sp). Ressalta-se que as possibilidades produtivas e comerciais neste mercado são infinitas e sabe-se que a flora nativa do Brasil apresenta potencial ainda praticamente inexplorado para a produção de plantas ornamentais tanto para o consumo interno, quanto para as exportações, representando uma das melhores oportunidades para a horticultura empresarial na próxima década.

Consumo de flores e plantas ornamentais no mercado interno: características estruturais

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Tabela 3. Principais flores e plantas ornamentais consumidas no Brasil, em

2006

Flores em vasos

Plantas verdes em vasos

Flores de corte

Crisântemo (Dendranthema grandiflorum)

Ficus (Ficus benjamina e outros)

Rosa (Rosa sp)

Violeta (Saintpaulia ionantha)

Schefflera (Schefflera arboricola)

Crisântemo (Dendranthema grandiflorum)

Calanchoe (Kalanchoe

blossfeldiana)

Singônio (Syngonium angustatum )

Lírio (Lilium sp)

Begônia (Begonia spp)

Samambaia (Nephrolepsis sp e outras)

Gérbera (Gerbera jamesonii)

Azaléia (Rododendro sp)

Tuia (Chamaecyparis sp)

Tango (Solidago sp)

Orquídea (Cattleya sp;

Dendrobium sp; Phalaenopsis sp y otros)

Jibóia (Epipremnum pinnatum)

Gladíolo (Gladiolus hortulanus)

Bromélia (Vriesea sp; Neoregelia

sp e outras)

Filodendro (Philodendron)

Áster (Aster sp)

Lírio (Lilium sp)

Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia sp)

Gipsofila (Gypsophila sp)

Fonte: Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo e empresas do mercado.

Como uma importante decorrência histórica da concentração verificada no Brasil, na qual poucos pólos de produção vêm sustentando os fluxos de abastecimento de amplas faixas territoriais, assistiu-se, ao longo das últimas décadas, a uma notável homogeneização dos hábitos de consumo. Neste contexto, as flores e plantas regionais acabaram perdendo a importância e a preferência dos seus antigos consumidores, frente à qualidade, padrão, ofertas abundantes e regulares dos produtos originados da floricultura mais profissional e competitiva das Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Observando-se o que já ocorreu em mercados mais maduros e desenvolvidos como o de vários países europeus, por exemplo, não é difícil prognosticar que a situação acima apontada deverá sofrer rápidas e importantes alterações, com a volta da participação e importância relativas de muitos dos produtos produzidos local e regionalmente nos novos pólos emergentes da floricultura brasileira. Entre os principais fatores responsáveis por esse fenômeno podem ser citados:

a). a conquista de mercados locais e regionais pelos novos produtores ingressantes, capazes de adquirirem especialização em mercadorias para as quais estejam mais aptos a produzirem e a colocarem comercialmente em seus mercados, com o suporte de campanhas de

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promoção e marketing especialmente focado na valorização da regionalidade e da maior qualidade, frescor e durabilidade do produto; de proximidade da produção; da valorização do emprego e da renda local e regional e dos aspectos ecológicos associados;

b). as necessidades prementes de redução dos custos logísticos e

operacionais, para adequação dos preços a um mercado restritivo, favorecendo especialmente a substituição das plantas envasadas e ornamentais de maior porte, dadas as desfavorabilidades na relação custo x benefício nos transportes de longa distância.

Mercado internacional: principais características, dimensões e inserção comercial das flores e plantas ornamentais do Brasil O mercado internacional O fluxo no comércio internacional é avaliado como da ordem de US$ 9,0 bilhões anuais, hoje francamente dominado por países como a Holanda, Colômbia, Itália, Dinamarca, Bélgica, Quênia, Zimbábue, Costa Rica, Equador, Austrália, Malásia, Tailândia, Israel, EUA (Havaí) e outros. Trata-se de um mercado altamente concentrado, com a Holanda representando, isoladamente, pouco mais de 48% de toda a movimentação internacional. O segundo colocado, a Colômbia, já fica com apenas pouco mais de 6% de participação. O restante do mercado é disputado entre aproximadamente outros 100 países que participam do fluxo internacional de flores e plantas ornamentais. Segundo o Flower Council of Holland (VLIET, 2005), entre as principais tendências que marcarão este setor nos próximos anos, relacionam-se as seguintes:

a). crescimento do consumo de flores de corte em 14% nos próximos cinco anos;

b). aumento de consumo concentrado no Leste Europeu, USA e Ásia;

c). a Holanda continuará sendo o centro logístico, distribuidor, comercial

e formador de tendências mundiais;

d). aumento da participação do auto-serviço no abastecimento global dos mercados.

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Tabela 4. Participação relativa dos pontos-de-venda nos mercados da Europa e dos EUA, em 2004

Países / Regiões Equipamentos

tradicionais (%)

Varejo de Auto-serviços

(%) Holanda 44 24 Alemanha 54 15 Reino Unido 27 58 França 67 13 Suíça 28 51 Itália 73 4 Europa (Média) 55 21 EUA 56 23 Fonte: Flower Council of Holland. Apud VLIET (2005)

As exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais O Brasil fechou o ano de 2006 acumulando US$ 29,63 milhões em exportações de flores e plantas ornamentais, com um crescimento de 15,06% em relação ao ano anterior, confirmando plenamente os prognósticos realizados ao longo dos últimos meses. Tais projeções foram calcadas no potencial de exportações no mês de dezembro - e que efetivamente se concretizaram – considerado historicamente um período sempre muito favorável para a venda destas mercadorias no mercado internacional. Assim, as exportações de flores e plantas ornamentais, em dezembro de 2006, somaram US$ 2,2 milhões, que representaram valores 7,03% maiores que no mesmo mês de 2005 e permitiram a conquista de um novo recorde nacional nas vendas externas dos produtos da floricultura. Esses dados mostram que o Brasil tem conseguido manter um crescimento sustentado das suas exportações de flores e plantas ornamentais, à despeito de todos os percalços logísticos e das políticas econômicas e cambiais internas, mantendo taxas reais de aumento de vendas, em dólar, de, pelo menos, 10% a 15% ao ano. Embora ainda seja muito cedo para se arriscarem previsões para o próximo ano - já que se trata de um setor de mercadorias altamente perecíveis, no qual podem ocorrer rapidamente fenômenos e reviravoltas importantes - é possível prospectar algumas tendências no cenário mundial futuro. Assim, entre os fatores que poderão alterar favoravelmente as exportações brasileiras destacam-se: a) uma revisão da política cambial, com desvalorização do real frente ao dólar; b) a consolidação da retomada do crescimento econômico na região do euro, e c) a continuidade do aumento do consumo na Região do Leste Europeu, na Ásia e no Oriente Médio. Por outro lado, poderão atuar negativamente sobre os resultados da balança comercial futura da floricultura brasileira: a) a continuidade da atual política cambial, que além de diminuir a competitividade brasileira no cenário internacional, desestimula os produtores; b) o aprofundamento da crise logística nos aeroportos brasileiros, que já inibe o despacho aduaneiro, compromete a imagem do País e sinaliza a perda de clientes e contratos importantes a curto e médio prazos; c) o crescimento da participação chinesa

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no mercado mundial, especialmente nos segmentos de produção de materiais propagativos, como bulbos e mudas, e d) o desempenho futuro das exportações colombianas de flores frescas ao mercado norte-americano, sob o amparo do tratado de livre-comércio em fase de aprovação final, que atualiza e revigora a política dos EUA de fornecer mecanismos de apoio ao combate ao narcotráfico e ao terrorismo na região andina1. A participação nacional ainda é muito modesta, representando apenas 0,22% no fluxo internacional de flores e plantas ornamentais. Contudo, o potencial brasileiro permite um crescimento para cerca de 1,5%, nos próximos anos. A Balança Comercial da Floricultura Brasileira, no período de janeiro a dezembro de 2006, acumulou saldo de US$ 21,09 milhões, mantendo a performance de importação na faixa de equivalência correspondente a aproximadamente 29% sobre os valores exportados, o que se deve à aquisição internacional de materiais de propagação, como bulbos e mudas, necessários para a manutenção e desenvolvimento da atividade no País. Esse indicador aponta, portanto, para a continuidade do movimento de estabilidade da produção de flores e plantas ornamentais do Brasil, pelo menos a curto prazo. No acumulado no ano, as importações brasileiras desses insumos se concentraram principalmente na aquisição de bulbos, tubérculos, rizomas e similares (32,40%), mudas de plantas ornamentais (22,75%), mudas de orquídeas (12,40%), mudas de outras plantas ornamentais (8,20%) e estacas não enraizadas e enxertos (0,04%). Com importância secundária, ocorreram, para consumo direto, importações de flores e botões frescos de corte (16,02%); bulbos e tubérculos em vegetação ou florescimento (7,56%), musgos e liquens (0,25%), outras plantas vivas (0,17%), flores e botões secos de corte (0,12%) e folhagens e ramos secos de corte (0,10%). Na análise por segmentos, o grupo de produtos que mais se destacou em 2006 foi o de Mudas de Plantas Ornamentais2, tradicional esteio das exportações brasileiras e que respondeu, na média dos últimos três anos, por 48,02% do total vendido no exterior e por 45,48% no período de janeiro a dezembro de 2006. O setor somou exportações de US$ 13,476 milhões, que representaram um crescimento de 12,58% sobre o período de janeiro a dezembro de 2005. Os maiores importadores foram a Holanda (42,65%), seguida de Estados Unidos da América (18,85%), Itália (17,52%), Japão (7,94%), Bélgica (5,19%) e Espanha (3,30%), além de outros 15 países de destino. Os produtos principais seguiram sendo representados pelas estacas de crisântemos, segmento no qual o Brasil é considerado o principal parque industrial produtivo fora da Holanda. Cabe notar que a presença brasileira tem se ampliado gradativa e consistentemente no mercado da América do Norte, consolidando um crescimento de 104,18% nas exportações para o Canadá, 71,53% para os EUA e 59,82% para o México. Também os países da região do Cone Sul começam a se tornar consumidores cada vez mais interessantes

1 A maioria dos produtos colombianos já tem livre acesso ao mercado norte-americano desde 1991, amparada pelo programa destinado a apoiar países da região andina no combate à produção de cocaína. Esse programa estava prestes a ter sua data de validade vencida, mas deve ser revigorado pelo atual tratado em vias de ser aprovado pelo governo dos EUA. 2 Código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) 06029029 – Mudas de Outras Plantas Ornamentais

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para as mudas de plantas ornamentais brasileiras, com crescimento de 139,48 % das vendas para o Chile e de 18,27% para a Argentina. Tabela 5. Balança comercial brasileira de plantas vivas e produtos da

floricultura, em 2006. (Valores em US$ FOB)

Corrente mês Exportação Importação Saldo de

Comércio

janeiro 2.241.586 915.208 1.326.378 3.156.794 fevereiro 2.134.174 818.278 1.315.896 2.952.452 março 1.906.327 929.552 976.775 2.835.879 abril 1.871.557 491.892 1.379.665 2.363.449 maio 2.157.982 1.354.985 802.997 3.512.967 junho 4.779.164 755.378 4.023.786 5.534.542 julho 3.729.285 252.068 3.477.217 3.981.353 agosto 3.164.893 502.557 2.662.336 3.667.450 setembro 2.233.085 603.206 1.629.879 2.836.291 outubro 1.538.744 527.443 1.011.301 2.066.187 novembro 1.674.481 366.211 1.308.270 2.040.692 dezembro 2.198.230 1.027.066 1.171.164 3.225.296

Total 29.629.508 8.543.844 21.085.664 38.173.352 Fonte: Hórtica Consultoria e Treinamento, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE.(1) não inclui árvores, arbustos, silvados de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar; de café e de videira e micélios de cogumelos.

Na região do euro, os crescimentos mais importantes se verificaram para França (60,80%), Espanha (26,86%) e Bélgica (11,90%). Nota-se, a cada ano, que o Brasil consegue ampliar sua carteira de clientes setoriais, atestando a imagem de alta qualidade já conquistada pelo País, especialmente neste segmento de mudas de plantas ornamentais. Os principais estados de origem na exportação de mudas de plantas ornamentais foram: São Paulo, com US$ 11,156 milhões (82,78%), seguido pelo Rio Grande do Sul (15,58%), Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. O segmento dos Bulbos, Tubérculos, Rizomas e Similares3, por sua vez, continuou na segunda posição do ranking, no qual acumulou 24,38% nos últimos três anos e 34,32% em 2006. Suas vendas internacionais atingiram US$ 10,169 milhões com o notável índice de crescimento de 50,89% sobre o ano anterior. As exportações foram concentradas para a Holanda (79,33%), seguida de Estados Unidos da América (15,32%), além de México, Canadá, Uruguai, Chile, Japão e Reino Unido. Da mesma maneira que no caso das mudas de plantas ornamentais, os exportadores setoriais vêm conseguindo ampliar e diversificar gradativamente a sua clientela, com importantes aumentos de vendas comparativos ao mesmo período do ano passado para o

3 Código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul): 06011000 – Bulbos, Tubérculos, Rizomas etc., em Repouso Vegetativo.

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Canadá (223,82%) e México (111,74%). Os principais produtos exportados são os bulbos de gladíolos, lírios e amarílis (principalmente para o mercado Holandês) e de Caladium, que seguem prioritariamente para o varejo norte-americano. As exportações brasileiras de bulbos foram originárias dos Estados de São Paulo (77,95%) e Ceará (22,05%). As Flores e Botões Frescos de Corte para Buquês e Ornamentações4 - terceiro grupo em importância na pauta de exportações, com participação de 17,91% na média dos últimos três anos e de 10,43% no período de janeiro a dezembro de 2006 – somou vendas internacionais de US$ 3,092 milhões, mas teve um desempenho negativo comparado com os resultados do mesmo período do ano anterior. Os maiores volumes embarcados saíram para os EUA (79,44%), seguidos de Suíça (4,93%), Portugal (4,28%), Canadá (2,97%), Holanda (2,34%) e Argentina (1,69%) além de outros 10 países de destino. Neste grupo, destacaram-se as flores de climas temperado e subtropical, como as rosas que foram exportadas para a Holanda, EUA e Portugal entre outros, seguidas por lisianthus, gérberas, lírios e crisântemos, principalmente para o mercado norte-americano. O principal Estado exportador foi São Paulo, que concentrou 89,24% das operações comerciais neste segmento, em 2006. Seguiram-lhe os Estados de Minas Gerais (5,41%), que vem recuperando gradativamente a importância da região de Barbacena, especialmente nas exportações de rosas para Portugal, e do Ceará (2,72%) com vendas de rosas e outras flores para Holanda, Dinamarca, França, Suriname, Estados Unidos e Alemanha. As flores e folhagens tropicais como helicônias, alpínias, bastão-do-imperador, ananás ornamental, dracenas, cordilines, entre outras, seguiram para a Europa, especialmente Itália, Alemanha, Holanda e Polônia, além de serem exportadas na forma de buquês prontos para a exposição e comercialização direta nos pontos-de-venda, especialmente para Suíça, Portugal e França. Tiveram como origem principal os Estados de Pernambuco, Alagoas e Ceará. No segmento de folhagens e ramos cortados, as estatísticas oficiais recém divulgadas pelo MDIC devem ser analisadas com muito cuidado em relação aos subgrupos das Folhagens e Ramos Cortados Frescos5 e o dos seus correspondes secos. Nesse sentido, os dados para 2006 acabaram apontando para um crescimento extremamente acentuado das exportações das folhagens e ramos cortados frescos, cujo valor de vendas somou US$ 1,682 milhão, com crescimento de 328,11% sobre os resultados de 2005. Note-se que esse setor, apesar de ser apontado como um dos mais promissores na pauta das exportações setoriais do País - dada a peculiar riqueza natural da flora brasileira em espécies aptas para o fornecimento de materiais desse grupo - vem, até então, apresentando desempenho bem mais modesto. Nas exportações totais de 2005, por exemplo, o valor global das vendas de folhagens e ramos cortados frescos foi de US$ 392.878,00, resultado que já representou, na época, um crescimento de praticamente 5 vezes o de 2004. 4 Código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul): 06031000 - Flores e Seus Botões, Frescos, Cortados para Buquês, etc. 5 Código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul): 06049-100 – Folhagem, Folhas, Ramos de Plantas, Frescos, P/Buquês, etc.

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Essas exportações de folhagens e ramos cortados frescos exportados pelo Brasil, no período de janeiro a dezembro de 2006, foram apontadas como originárias dos Estados de Minas Gerais (88,22%), Santa Catarina (8,85%), Alagoas (2,47%), Pernambuco (0,41%) e Ceará (0,04%). Por outro lado, verificando-se o comportamento histórico do comércio exterior do Estado de Minas Gerais nesses dois segmentos, observou-se que, surpreendentemente, a tradição mineira de participar no mercado de Folhagens e Ramos Cortados Secos6, não apareceu contemplada nas estatísticas do mesmo período, tendo, aliás, contabilizado queda de 71,14% em comparação com 2005. Note-se que o Estado de Minas Gerais é o único a explorar o extrativismo e as vendas internacionais das populares e muito apreciadas sempre-vivas nativas da região de Diamantina7. Uma busca mais avançada nos dados disponibilizados pelo MIDC mostrou, ainda, que tais exportações foram escoadas prioritariamente por via marítima, através do Porto de Sepetiba, no Estado do Rio de Janeiro, modalidade, portanto, imprópria para a exportação de produtos frescos cortados para buquês e outras ornamentações. Os principais clientes externos para as folhagens e ramos frescos cortados do Brasil, apontados pelas estatísticas oficiais do MDIC para 2006, foram coincidentes com os do produto seco correspondente para os períodos históricos anteriores: Holanda (29,35%), EUA (23,07%), Itália (19,44%) e Alemanha (9,08%), além de outros 14 países de destino. Portanto, apesar do sucesso permanentemente projetado para o futuro das exportações das folhagens de corte frescas brasileiras - capazes de compor arranjos e decorações em todo o mundo com diferenciais inimitáveis de qualidade, beleza e durabilidade - acredita-se que os dados presentemente divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estejam equivocados, devendo referir-se, na verdade, à continuidade dos processos das já tradicionais exportações mineiras de folhagens e ramos secos. Um dos aspectos extremamente favoráveis observados na evolução do desempenho exportador da floricultura brasileira tem sido o da distribuição dos seus resultados e benefícios por uma ampla gama de produtores e empresas, dispersos pelos principais pólos de produção de flores e plantas ornamentais de todo o País. Embora o Estado de São Paulo ainda concentre parcela extremamente relevante dos resultados da balança comercial da floricultura (73,91%), seguindo pelo Rio Grande do Sul (9,13%), Ceará (7,99%), Minas Gerais (5,59%), Pará, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso, observa-se, a cada ano que passa, um notável crescimento das exportações regionais. Comparativamente a 2005, os Estados que mais se destacaram no crescimento dos valores exportados de flores e plantas ornamentais foram: Alagoas (+88,36%), Santa Catarina (+ 65,14%), Ceará (+40,93%), Rio Grande

6 Código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul): 06049900 – Folhagem, Folhas, Ramos de Plantas, Secos, etc., p/ Buquês, etc. 7 Apesar da existência de um subgrupo específico para as flores e botões cortados secos nas estatísticas de exportações (Código NCM 06039000), os valores estatísticos divulgados fazem crer que essas flores sejam contabilizadas, na sua quase totalidade, junto ao subgrupo das folhagens, ramos e plantas secas (Código NCM 06049900).

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do Sul (+25,11%), Pará (+19,77%), Pernambuco (+17,04%), Minas Gerais (+12,99%) e São Paulo (+11,17%). Tabela 6. Balança comercial brasileira de plantas vivas e produtos da

floricultura, por grupos de produtos, em 2006. (Valores em US$ FOB)

Corrente

Grupo de Produto Exportação Importação Saldo deComércio

0601.10.00 BULBOS,TUBÉRCULOS,RIZOMAS,ETC. EM REPOUSO VEGETATIVO 10.169.392 2.767.970 7.401.422 12.937.362 0601.20.00 BULBOS,TUBÉRCULOS,EM VEGET. EM FLOR, MUDA DE CHICÓRIA - 645.723 (645.723) 645.723 0602.10.00 ESTACAS NÃO ENRAIZADAS E ENXERTOS - 3.653 (3.653) 3.653 0602.90.21 MUDAS DE ORQUÍDEAS 157.955 1.059.351 (901.396) 1.217.306 0602.90.29 MUDAS DE OUTRAS PLANTAS ORNAMENTAIS 13.476.482 700.619 12.775.863 14.177.101 0602.90.89 MUDAS DE OUTRAS PLANTAS 614.970 1.943.408 (1.328.438) 2.558.378 0602.90.90 OUTRAS PLANTAS VIVAS 47.675 14.477 33.198 62.152 0603.10.00 FLORES E SEUS BOTÕES,FRESCOS,CORTADOS P/BUQUES,ETC. 3.091.523 1.368.856 1.722.667 4.460.379 0603.90.00 FLORES E SEUS BOTÕES,SECOS,ETC.CORTADOS P/BUQUES,ETC. 10.300 9.906 394 20.206 0604.10.00 MUSGOS E LÍQUENS, P/BUQUES OU ORNAMENTAÇÃO - 21.739 (21.739) 21.739 0604.91.00 FOLHAGEM,FOLHAS,RAMOS DE PLANTAS,FRESCOS, P/BUQUES,ETC. 1.681.951 - 1.681.951 1.681.951 0604.99.00 FOLHAGEM,FOLHAS,RAMOS DE PLANTAS,SECOS,ETC. P/BUQUES,ETC. 374.658 8.142 366.516 382.800 0602.30.00 RODODENDROS E AZALEIAS, ENXERTADOS OU NÃO 4.602 - 4.602 4.602 0602.40.00 ROSEIRAS, ENXERTADAS OU NÃO - - - -

TOTAL 29.629.508 8.543.844 21.085.664 38.173.352 Fonte: Hórtica Consultoria e Treinamento, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE.(1) não inclui árvores, arbustos e silvados, de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar; de café e de videira e micélios de cogumelos.

Código NMC

Tabela 7. Valores e participação, por grupo de produtos, na pauta de

exportações de flores e plantas ornamentais do Brasil, no período de 2004 a 2006.

Grupo de ProdutoUS$ FOB % US$ FOB % US$ FOB %

Mudas de Outras Plantas Ornamentais 9.649.809 49,67 11.387.045 48,46 13.476.482 45,48 Bulbos, Tubérculos, Rizomas etc, em repouso vegetativo 4.642.027 23,89 5.424.520 23,08 10.169.392 34,32 Flores e seus botões, frescos, cortados para buquês, etc 2.604.968 13,41 4.877.165 20,75 3.091.523 10,43 Folhagem, Folhas, Ramos de Plantas, frescos, para buquês, etc 274.018 1,41 79.600 0,34 1.681.951 5,68 Mudas de Outras Plantas 302.054 1,55 96.100 0,41 614.970 2,08 Folhagem, Folhas, Ramos de Plantas, secos,etc, para buquês, etc 1.584.297 8,15 1.502.857 6,40 374.658 1,26 Mudas de Orquídeas 79.081 0,41 122.919 0,52 157.955 0,53 Outras Plantas Vivas 16.082 0,08 - - 47.675 0,16 Flores e seus botões, secos,etc, cortados para buquês, etc 3.043 0,02 - - 10.300 0,03 Rododendros e Azaléias, enxertados ou não - - - - 4.602 0,02 Estacas não enraizadas e Enxertos - - 7.279 0,03 - - Roseiras, Enxertadas ou não - - 2.586 0,01 - - Musgos e Líquens, para buquês ou ornamentação 272.332 1,40 - - - - Bulbos, Tubérculos etc, em veget. em flor, Muda de chicória - - - - - -

Total 19.427.711 100,00 23.500.071 100,00 29.629.508 100,00 Fonte: Hórtica Consultoria e Treinamento, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE.(1) não inclui árvores, arbustos e silvados, de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar, de café e de videira e micélios de cogumelos.

20062004 2005

A Holanda, principal cliente internacional da floricultura brasileira, concentra suas aquisições nos seguintes grupos de produtos: mudas de outras plantas ornamentais, principalmente estacas de crisântemos (44,29%); bulbos em repouso vegetativo (40,09%), flores frescas (12,42%) e folhagens secas (3,20%). Para os EUA, a preferência de importações fica com as flores frescas, principalmente rosas, com 56,82% das aquisições. Mudas de outras plantas ornamentais ficam com 22,44%, folhagens secas, com 10,51%, bulbos (9,64%) e mudas de orquídeas (0,58%). A Itália, terceiro maior comprador em importância econômica, concentra suas compras também em mudas de outras plantas ornamentais, com 84,57%

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de sua pauta. Seguem-lhe as folhagens secas (9,92%) e as folhagens frescas (2,52%). Tabela 8. Participação relativa dos principais grupos de produtos exportados

pelo mercado mundial e pelo Brasil.

Principais produtos

exportados

No mercado mundial

(%)

Pelo Brasil

(%) Flores 42,8 13,4 Plantas Verdes 39,8 53,1 Bulbos 8,8 23,9 Folhagens 8,6 9,6 Total 100,0 100,0 Fonte: Elaborada pelos autores, a partir de SECEX (2004) e PATHFAST (2004). Atualmente, os mercados prioritários para o crescimento das exportações do Brasil são: Alemanha, Holanda, Estados Unidos da América, Itália, França, Inglaterra, Japão e Argentina. Também é evidente o crescente interesse dos mercados dos países ibéricos (Portugal e Espanha) pelos produtos brasileiros, notadamente para flores e folhagens tropicais. Como mercados opcionais, em fase de prospecção, encontram-se a Rússia e os Emirados Árabes. Neste sentido, levando-se em consideração o estímulo exportador, e as potencialidades produtivas do País, que lhe conferem possibilidades de inserção competitiva no mercado mundial, estima-se que as exportações evoluirão de forma expressiva, a partir do patamar atual, alcançando cerca de US$ 80 milhões/ano em 2.007. Todo esse esforço exportador deverá elevar a área de produção destinada à de exportação, para cerca de 1.500 ha, contribuindo com a geração de 15.000 novos postos de trabalho, com mão-de-obra qualificada e capacitados para o desempenho efetivo de suas atividades.

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Tabela 9. Ranking dos países importadores de flores e plantas ornamentais do Brasil, no período de 2004 a 2006.

PaísUS$ FOB % US$ FOB % US$ FOB %

Holanda ( Países Baixos ) 11.683.791 49,72 11.970.347 46,48 14.546.272 49,09 Estados Unidos 5.137.431 21,86 6.526.956 25,35 7.233.404 24,41 Itália 2.194.152 9,34 2.509.946 9,75 2.722.377 9,19 Japão 1.179.884 5,02 1.141.213 4,43 1.117.340 3,77 Uruguai 231.707 0,99 279.947 1,09 767.483 2,59 Bélgica 429.069 1,83 668.021 2,59 702.034 2,37 Canadá 171.865 0,73 278.497 1,08 564.892 1,91 Espanha 200.935 0,86 392.515 1,52 470.431 1,59 Alemanha 484.896 2,06 410.998 1,60 308.115 1,04 México 119.473 0,51 132.726 0,52 280.042 0,95 Suíça 16.599 0,07 49.113 0,19 190.748 0,64 Portugal 284.980 1,21 274.732 1,07 146.804 0,50 Argentina 149.790 0,64 174.445 0,68 141.270 0,48 Polônia - - 97.967 0,38 92.769 0,31 Hungria - - 14.505 0,06 66.158 0,22 Chile 72.495 0,31 70.286 0,27 60.327 0,20 China 14.393 0,06 33.635 0,13 45.484 0,15 Dinamarca 391.050 1,66 288.320 1,12 43.528 0,15 Reino Unido 524.590 2,23 257.939 1,00 37.169 0,13 Angola 17.919 0,08 9.479 0,04 27.410 0,09 França 28.957 0,12 48.344 0,19 18.682 0,06 Tcheca, República 420 0,00 3.235 0,01 11.838 0,04 Hong Kong 23.925 0,10 12.791 0,05 9.040 0,03 Peru - - - - 5.000 0,02 África do Sul - - - - 3.273 0,01 Suriname - - 680 0,00 2.358 0,01 Nova Caledônia - - - - 1.729 0,01 Rússia, Federação da 1.625 0,01 10.028 0,04 1.300 0,00 Tailândia 641 0,00 1.100 0,00 700 0,00 Bolívia 475 0,00 22.000 0,09 495 0,00 Taiwan (Formosa) 4.593 0,02 33.360 0,13 450 0,00 Costa Rica - - 13.320 0,05 286 0,00 Venezuela 13.286 0,06 16.692 0,06 - - Coréia, República da (Sul) 19.519 0,08 6.796 0,03 - - Colômbia 1.725 0,01 - - - - Cabo Verde - - 673 0,00 - - Emirados Árabes Unidos 35.842 0,15 - - - - Estônia 483 0,00 - - - - Guatemala - - 500 0,00 - - Guiana 836 0,00 - - - - Israel 11.910 0,05 - - Cayman, Ilhas - 1.215 - - Equador 1.468 0,01 - - 10.300 Índia 12.000 0,05 - - - Jordânia 97 0,00 - - - Paraguai 37.250 0,16 - -

Total 23.500.071 100,00 25.752.321 100,00 29.629.508 100,00

(1) não inclui árvores, arbustos e silvados, de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar, de café e de videira e micélios de cogumelos.

Fonte: Hórtica Consultoria e Treinamento, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE.

20062004 2005

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Tabela 10. Ranking dos estados exportadores de flores e plantas ornamentais do Brasil, no período de 2004 a 2006.

EstadoUS$ FOB % US$ FOB % US$ FOB %

1º São Paulo 18.183.577 77,38 19.698.963 76,49 21.899.202 73,91 2º Rio Grande do Sul 1.739.454 7,40 2.162.260 8,40 2.705.262 9,13 3º Ceará 1.329.446 5,66 1.679.578 6,52 2.366.972 7,99 4º Minas Gerais 1.435.015 6,11 1.464.648 5,69 1.654.843 5,59 5º Pará 239.733 1,02 268.199 1,04 321.230 1,08 6º Santa Catarina 302.063 1,29 174.331 0,68 287.892 0,97 7º Alagoas 53.560 0,23 110.915 0,43 208.915 0,71 8º Mato Grosso do Sul 61.737 0,26 91.504 0,36 86.380 0,29 9º Pernambuco 76.052 0,32 49.612 0,19 58.067 0,20 10º Espírito Santo - - 17.000 0,07 16.031 0,05 11º Paraná 52.691 0,22 8.957 0,03 8.692 0,03 12º Rio de Janeiro 6.751 0,03 15.550 0,06 6.587 0,02 13º Mato Grosso - - - - 6.400 0,02 14º Sem Identificação 17.619 0,07 8.479 0,03 3.035 0,01

Goiás 2.073 0,01 1.325 0,01 - - Bahia 300 0,00 1.000 0,00 - -

Total 23.500.071 100,00 25.752.321 100,00 29.629.508 100,00

Ran

king

Fonte: Hórtica Consultoria e Treinamento, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE.

(1) não inclui árvores, arbustos e silvados, de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar, de café e de videira e micélios de cogumelos.

20062004 2005

Participação do Estado do Espírito Santo no mercado internacional de flores e plantas ornamentais

O Estado do Espírito Santo, praticamente ainda não participa do mercado internacional de flores e plantas ornamentais. Sua penetração neste comércio é bastante esporádica, como as que se verificaram para mudas de outras plantas (US$ 17.000,00 em 2005) e para mudas de orquídeas (US$ 16.031,00, para o mercado norte-americano, em 2006). Vide Anexo, Tabelas 16 a 19. Atualmente, o desenvolvimento da sua floricultura caminha mais no sentido de melhorar as condições de seu auto-abastecimento, oferecendo melhor qualidade, diversidade e preços aos seus próprios consumidores e diminuindo a evasão de divisas internas com as volumosas importações anuais. A floricultura capixaba tem potencial e conhecimento acumulado suficiente para vir a ingressar competitivamente no mercado exportador no crescente segmento internacional de orquídeas de corte e envasadas, bem como de mudas, disputadas por exigentes e remuneradores mercados de colecionadores como os do Japão, EUA, Hong Kong, Taiwan, entre outros.

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A Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Estado do Espírito Santo: informações gerais e preliminares Antecedentes (2003-2006) O conhecimento produzido e acumulado sobre a estrutura, dimensões e funcionamento da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Estado do Espírito Santo, se resumiu, até o momento, basicamente nos estudos realizados e divulgados no âmbito do Plano Estratégico da Agricultura Capixaba (PEDEAG), pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca – SEAG, do Governo do Estado do Espírito Santo. O documento resultante deste trabalho foi o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Floricultura do Estado do Espírito Santo (PEDEAG-FLORICULTURA), publicado em maio de 2003, do qual foram extraídos as informações básicas resumidas neste tópico. Segundo o documento referido, a floricultura capixaba iniciou-se, nos anos 50, a partir da atividade dos colecionadores de orquídeas, setor no qual a região chegava a se destacar como referência nacional. O Espírito Santo possuía, à época, 500 aficcionados orquidófilos, os quais configuravam um grande potencial para ingresso comercial no mercado internacional de flores e plantas ornamentais. Também compunham a pauta de produção da floricultura estadual, o cultivo de copos-de-leite (Zanthedeschia aetiopica), junco e tango (Solidago sp) exportados regularmente para o mercado de São Paulo, além de bulbos diversos e rizomas de helicônias, enviados para o mercado paranaense. Para o mercado local, destacavam-se os crescimentos verificados nos plantios comerciais de gérberas, crisântemos, lisiantus, amarílis, entre outras espécies. Segundo o PEDEAG-FLORICULTURA, no mercado estadual, foram consumidas, em 2003, 300 mil dúzias de rosas, 100 mil dúzias de crisântemos, 10 mil dúzias de antúrios, 46 mil maços de gypsofila, e 150 mil vasos de crisântemos, kalanchoe, gérberas, entre outras. Parte dessas flores e plantas foi proveniente da região serrana do Estado, mas os distribuidores importaram, para o completo abastecimento do mercado, grande parte das mercadorias de outros pólos nacionais de produção. Assim, estimava-se que eram, anualmente, importadas 250 mil dúzias de flores de corte, 150 mil unidades de flores envasadas, 60 mil caixas de flores e plantas para forração e 300 mil unidades de plantas ornamentais arbustivas, perfazendo cerca de 10 caminhões truck, por semana. O Estado gastava, com essas importações, R$ 15,2 milhões anualmente, segundo dados da SEAG. Ainda de acordo com a mesma fonte, o Espírito Santo possuía, na época, cerca de 200 pontos-de-venda de flores e plantas ornamentais, sendo 80% deles concentrados na Grande Vitória (Vitória, Vila Velha, Cariacica, Viana, Serra, Fundão e Guarapari, onde se concentravam perto de 1,5 milhão de habitantes). Os 20% restantes estavam localizados nos municípios do interior, principalmente Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares.

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Incluíam-se entre estes pontos-de-venda, os supermercados, os shopping centers, várias firmas de jardinagem, decoração, arquitetura e paisagismo, que também utilizavam plantas ornamentais em seus projetos. Cada um dos pontos-de-venda tinha capacidade para vender, em média, até 1.000 unidades de flores e plantas ornamentais por semana. As formas de vendas mais comuns apontadas foram as seguintes: buquês de flores cortadas e arranjos, 46%; flores cortadas naturais, 10%; flores em vasos, 9%; plantas em vasos, 10%; flores secas, 10%; e outros tipos de flores de plantas complementares aos arranjos, 15%. As vendas de plantas ornamentais, de forramento e arbustivas eram numerosas e variavam com a intensidade dos projetos de jardinagem e paisagísticos. A maior parte dos pontos-de-venda de flores e plantas ornamentais possuía menos de 10 funcionários. Em geral, cada um deles funcionava com um gerente, um florista e um entregador. As vendas (75%) eram feitas via telefone e apenas 25% realizadas através dos balcões. Atuavam no mercado empresas de micro porte (95%), sendo que o nível instrucional da mão-de-obra ia até o 2º grau. No Espírito Santo existiam, à época do levantamento, dez distribuidoras de flores, plantas ornamentais, gramas em placas e materiais diversos para floriculturas e viveiros. A maior parte estava situada na Grande Vitória. O abastecimento geral dessa rede era garantido, essencialmente, pelo fornecimento de flores e plantas ornamentais pela Cooperativa Veiling Holambra. Cerca de 55 floriculturas capixabas eram, então, cadastradas nesta distribuidora e a maioria delas comprava diretamente da fonte. Oitenta por cento (80%) das flores e plantas ornamentais comercializadas foram apontadas como procedentes do Estado de São Paulo. Os cinco caminhões trucados de flores e plantas ornamentais que eram importados semanalmente, e que perfaziam 50 toneladas de flores e plantas ornamentais, eram provenientes da CEAGESP, São Paulo (SP) e do Vieling Holambra – Holambra (SP). Os preços de flores e plantas ornamentais comercializados no Espírito Santo eram considerados altos. Isto ocorria em função da grande distância da fonte da produção, o que encarecia o preço do transporte. Um outro problema decorrente desta importação eram os acentuados volumes de perdas, que em média atingiam 20%, ou seja, cerca de 600 toneladas de flores e plantas ornamentais, o equivalente a mais de 120 caminhões trucados, perdidos anualmente. Tais perdas deviam-se, grande parte, às incertezas na programação de vendas pelos distribuidores, embora a atividade pudesse ser programada, em sua fase produtiva, para atender os períodos de maior consumo. Estes dois fatores foram favoravelmente apontados como facilitadores do desenvolvimento da produção das flores e plantas no território capixaba, porque permitiriam produzir e ofertar flores e plantas ornamentais mais próximos do mercado, frescas e com possibilidades de aumentar o período de vida útil delas para os distribuidores e floriculturas do próprio Estado. Isto contribuiria para promover reduções consideráveis nos custos de aquisição destes produtos pelos consumidores do Espírito Santo. No estudo realizado, a construção civil aparecia como o segmento que apresentava grande demanda por plantas ornamentais (plantas arbustivas, plantas para forramentos de canteiros e gramas em placas). Segundo a SEAG, amparados por legislação federal, todos municípios deveriam conter em seus

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PDU’s - “Planos Diretores Urbanos”, uma referência à porcentagem da área das construções, que será destinada à infiltração da água pluvial, chamada de “Área Permeável”. Na área permeável seriam implantados os jardins e os gramados. No PDU de Vitória, por exemplo, o seu valor variava de 10 a 15%, sendo, este último valor, destinado às construções em regiões onde há necessidade de maior preservação: encostas, margens de canais marinhos, ilhas, etc. Esta porcentagem poderia ser ainda maior, dependendo das condições ambientais da região e das condições físicas do solo. Com uma média de construção, em três anos, da ordem de 3300/unidades de construção por ano, (Dados do CREA – ES, em maio 2003), com área média, em torno de 100 m² por unidade de construção, o Espírito Santo necessitava anualmente, portanto, de muitos projetos paisagísticos, para atender condomínios residenciais, comerciais e outros. Nestes projetos deveriam ser utilizadas quantidades expressivas de flores e plantas ornamentais. Cerca de 30 empresas atuavam no mercado capixaba, realizando em média, mais de 2.000 projetos por ano. Isso representava, aproximadamente, em área contígua, em torno de 33 ha para ornamentação paisagística todos os anos. Esta área deveria se ampliar muito quando a ela se acrescentassem os grandes projetos com área acima de 400 m² e os macro-projetos, que atenderiam a entornos das rodovias, ruas, praças públicas, bem como, as áreas industriais, que também absorveriam grandes quantidades de flores e plantas ornamentais, para serem re-vegetadas paisagisticamente. Considerando que a manutenção desses jardins requer projetos de reformas a cada dois anos, o projeto concluía que grande volume de plantas seria requerido, o que ampliaria ainda mais a demanda de plantas para esse segmento.

Regiões produtores do Estado O Espírito Santo não possui forte tradição no cultivo de flores e plantas ornamentais, exceto no caso das orquídeas silvestres. O maior pólo de produção dessas orquídeas está situado em Alto Caxixe, Venda Nova do Imigrante, que congrega e coordena a atividade de cerca de 500 orquidófilos, através da Sociedade Espírito Santense de Orquidofilia (Seso). Um outro grupo de produtores de orquídeas, que não fazia parte da Seso, aproveitando a característica exótica destas espécies, dedicava-se a produzir mudas híbridas, com o objetivo de massificar o seu consumo. No grupo havia apenas um grande produtor iniciando o processo de produção em Venda Nova do Imigrante e os demais participantes eram revendedores de mudas híbridas importadas do Estado de São Paulo, principalmente. Considerando juntos os dois grupos de produção, o Estado dispunha de aproximadamente 96.000 mudas de orquídeas em fase comercial, a cada ano. O valor estimado desta produção foi à época do levantamento, estimado em de R$ 1 milhão. A produção total de flores do Espírito Santo foi estimada, pelo levantamento de 2003, em 138 hectares, dos quais 30 hectares eram cultivados com flores (sendo 13 hectares de estufas); 20 hectares com plantas ornamentais arbustivas; 8 hectares com plantas ornamentais para forração de canteiros e cerca de 80 hectares cultivados com gramas. O valor total da produção da floricultura capixaba foi estimado em R$ 3,8 milhões. Eram

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gerados cerca de 600 empregos diretos na produção. A atividade abrangia 171 propriedades, distribuídas por 18 municípios. As principais espécies produzidas eram: copos-de-leite (8,53 hectares), rosas (5,32 hectares), antúrios (6,38 hectares), crisântemos (1,34 hectare); gérberas (1,24 hectare) e gypsophila (0,45 hectare). Os principais municípios produtores do Estado eram: Santa Teresa, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante e Guaçuí. Outros municípios também produtores, porém de menor expressão à época eram: Laranja da Terra, Conceição do Castelo, Iúna, Ibitirama, Castelo, Linhares, Fundão, Santa Leopoldina, Marechal Floriano e Cachoeiro do Itapemirim.

Programas e Projetos de Fomento e Apoio em andamento Para reduzir a sua dependência externa e aproveitar as potencialidades da floricultura no estado, vem sendo implantado no Espírito Santo o Projeto de Fortalecimento do Setor de Flores e Plantas Ornamentais do Espírito Santo, uma iniciativa do Sebrae no Espírito Santo com o governo estadual, associações de produtores e organizações não-governamentais capixabas. O projeto, monitorado pelo programa Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor), prevê investimentos de R$ 500 mil em três anos. A meta é elevar o volume de vendas de flores e plantas ornamentais em 40% até o final de dezembro de 2007. Participam, desde o início do projeto, 80 produtores, distribuídos nos municípios de Santa Tereza, Santa Maria de Jetibá, Marechal Floriano, Domingos Martins e Brejetuba. Esses produtores, além de receberem assistência técnica e orientação sobre métodos de comercialização, participam de feiras e eventos direcionados à indústria da floricultura. Com essas ações, o Sebrae/ES vem procurando mudar o perfil do produtor capixaba, transformando-o num empreendedor do ramo de flores. A capacitação dos produtores, tanto na área de produção quanto no setor de comercialização, tem sido uma preocupação constante e prioritária. Isso porque os floricultores capixabas ainda não detêm uma cultura empreendedora e nem possuem uma visão abrangente do mercado. Catálogo de flores A par da capacitação dos produtores, o Sebrae/ES deu também um outro importante passo para estimular as vendas das flores e plantas ornamentais produzidas no Estado: a elaborado, publicação e divulgação do primeiro Catálogo de Flores e Plantas Ornamentais do Espírito Santo, composto pelas espécies mais cultivadas e mais procuradas, como orquídeas, antúrios, helicônias, copos-de-leite, abacaxi ornamental e folhagens diversas. O catálogo objetiva promover e divulgar a floricultura capixaba. Um dos maiores destaques do catálogo são as orquídeas regionais. São mais de 650 espécies naturais, encontradas em vários municípios do estado. Segundo o Sebrae/ ES, essas espécies deverão ser registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), para que venham a ser reconhecidas no mercado

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como orquídeas do Espírito Santo, o que contribuirá não apenas para valorizar a comercialização como também pra estimular estudos, pesquisas e cultivo em escala comercial. A implantação de um laboratório, para a micropropagação de mudas de orquídeas e de outras espécies, também está sendo proposta.

PARTE 2: TENDÊNCIAS GERAIS DO SETOR Consumo de flores e plantas ornamentais no mercado interno: perspectivas e tendências

Benchmarking: o mercado internacional e suas características mais relevantes

• Consumo

O mercado mundial de flores e plantas ornamentais é avaliado em € 75 bilhões anuais, sendo que, deste total, € 60 bilhões advêm do setor de flores e plantas, €14 bilhões do mercado de mudas e o restante da produção e circulação de bulbos. Devido às mais diversas condicionantes sócio-econômicas, culturais, geoclimáticas e ecológicas, o índice do consumo per capita de flores e plantas ornamentais é extremamente diferenciado entre os países, como mostram as Tabelas 11 e 12 subseqüentes. A discussão das principais características e dos diferentes potenciais de crescimento do consumo de flores e plantas ornamentais no mercado externo deve estar calcada, inicialmente, numa importante segmentação, baseada especialmente nas diferenças quanto às condições sócio-econômicas dos diversos países e continentes. O quadro resumo apresentado a seguir contempla três importantes segmentos do mercado mundial: Tabela 11. Principais características do consumo de flores e plantas

ornamentais, segundo estágio do desenvolvimento sócio-econômico dos diversos países no mercado mundial.

Grupo de países Principais características do consumo Países emergentes

Baixo índice de consumo per capita; Pequeno número relativo de compradores; Oferta centrada em produtos tradicionais; Consumo centrado em ocasiões especiais (Dia das Mães, Dia dos Namorados, Finados, outros).

(continua...)

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Grupo de países Principais características do consumo Países em franco crescimento

Forte crescimento nos índices de consumo per capita; Crescimento do número relativo de compradores; Consumidores procuram mais do que os produtos tradicionais; Mais oportunidades e ocasiões de consumo para presentear (Aniversários, visitas, fins-de-semana, Natal e outros); Aumento do consumo pessoal.

Países com mercados saturados

Crescimento mínimo, saturação e até decréscimo de consumo; Flores para todo mundo, todos os dias; Fortes interesses em inovações e novidades; Todas as novas tendências no uso de flores e plantas são relevantes (decoração de interiores, estilo de vida e outras).

Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de VLIET (2005).

Internacionalmente, os maiores índices per capita verificados no consumo de flores e plantas em vasos ocorrem na Alemanha, Suíça, Holanda e França. Tabela 12. Consumo per capita anual de flores de corte em países

selecionados, em 2005. (em € )

País Consumo per capita Suíça 94 Holanda 60 Noruega 58 Áustria 44 Bélgica 44 Reino Unido 40 Alemanha 38 Suécia 34 Itália 33 França 33 Irlanda 31 EUA 26 Espanha 19 México 10 Polônia 7 Brasil 5 Rússia 3 China <0,25 Fonte: Flower Council of Holland. Apud VLIET (2005), exceto para o Brasil (dados estimados pelos autores).

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Tabela 13. Consumo per capita de flores em vasos em países selecionados, em 2005.

(em € ) País Consumo per capita Alemanha

46

Suíça 42 Holanda 33 França 20 Reino Unido 12 Itália 10 Espanha 10 Polônia 3 Rússia <1

Fonte: Flower Council of Holland. Apud VLIET (2005). No âmbito do mercado mundial, segundo avaliações do Flower Council of Holland (VLIET, 2005), as principais tendências hoje delineadas quanto ao futuro da produção e da distribuição são as seguintes:

a). maior diferenciação nos produtos, embalagens, processos e apresentação, na busca da inovação como fator primordial de crescimento, conquista e manutenção das posições comerciais no mercado (market share);

b). forte pressão nos mercados tradicionais para a permanente redução

dos preços, aumento da qualidade e das facilidades e constância do suprimento;

c). produção em deslocamento crescente para países de menores

custos de produção; d). consumo centrado no Hemisfério Norte; e). produção centrada no Hemisfério Sul; f). crescimento nos tamanhos e portes econômicos das empresas de

produção e distribuição. Flores e plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem No Brasil, hoje, como em muitos países, a crescente valorização do bem-estar e da melhor qualidade de vida consolida um importante mercado para as plantas ornamentais, tanto no segmento voltado para o paisagismo e jardinagem profissional, quanto no de plantas em vasos para ambientes interiores.

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Diversas pesquisas recentemente conduzidas nos EUA e na Europa comprovam que as plantas ornamentais representam um dos melhores aliados na melhoria da produtividade do trabalho, na redução do stress, na valorização dos imóveis e, acima de tudo, no aumento da sensação individual de estar-de-bem com a vida. Desta forma, publicaram-se números e indicadores relevantes para o setor, entre os quais destacamos alguns, a seguir:

• um projeto paisagístico pode aumentar em até 14% o valor de revenda de um imóvel e acelerar sua venda em até 6 semanas, frente a um outro imóvel similar, sem jardins (Associated Landscape Contractors of América);

• projetos paisagísticos bem desenvolvidos podem reduzir os gastos

domésticos com energia em aquecimento ou refrigeração entre 15% e 25% (U.S. Department of Energy, 1995 e Arizona Public Service Company, 1999);

• a produtividade do trabalho pode ser acrescida em até 12% quando o

ambiente interior é provido de plantas. Além disso, os efeitos anti-stress desses elementos são facilmente comprováveis (Washington State University,1996);

• as folhas das plantas cultivadas em ambientes interiores podem

remover compostos orgânicos voláteis, como o monóxido de carbono e formaldeídos, enquanto suas raízes e microorganismos associados podem, ainda, remover altas concentrações de numerosos compostos químicos tóxicos (NASA – National Aeronautics and Space Administration);

• as árvores e as plantas em geral desempenham importantes

contribuições ambientais, desde o combate à erosão dos solos, até a filtragem de poluentes do ar, da água e do solo, aumento da capacidade da infiltração das águas no solo e redução dos riscos de enchentes, redução da poluição sonora e melhoria das condições e do conforto climático urbano.

O mercado do paisagismo no Brasil

A valorização crescente do paisagismo como elemento componente fundamental das obras e construções públicas e privadas, residenciais, empresariais e institucionais, é um fato inquestionável da realidade brasileira atual e sinaliza não apenas para a sua continuidade, mas para um maior fortalecimento ainda nos próximos anos. Contribuem decisivamente para isso:

a. a valorização do bem estar, da qualidade de vida, do retorno ao contato com a natureza e da melhoria dos ambientes tanto doméstico quanto de convívio e socialização;

b. redução no tamanho médio das áreas úteis dos imóveis

contemporâneos, acompanhada, simultaneamente pela incorporação

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de áreas comuns maiores e dotadas de projetos bem planejados e executados de paisagismo ligados ao lazer, ao esporte e ao convívio social;

c. ação propulsora e facilitadora das vendas dos imóveis ajardinados,

com áreas verdes, ou projetos paisagísticos profissionais frente aos seus equivalentes, que não possuem essas vantagens;

d. aumento dos índices de violência e insegurança urbanas, obrigando

os cidadãos à maior reclusão social e confinamento nas áreas comuns de suas próprias residências, ou de outras de acesso restrito e controlado;

As conseqüências dessas novas condicionantes são de importância fundamental para o desenvolvimento e o futuro da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais de todo o País. Em primeiro lugar, devido ao óbvio aumento da demanda por flores e plantas ornamentais, gramados, insumos e ferramentas (adubos, substratos, defensivos), seguida pelo aumento da procura por serviços técnicos especializados e por mão-de-obra, além dos acessórios correlatos aos projetos paisagísticos como mobiliário externo, pedras ornamentais, cercas, gazebos e uma infinidade de outros elementos decorativos. Porém, o resultado estimulante não se resume a esse crescimento imediato de vendas de produtos e serviços. Observam-se, ainda:

a. um importante movimento de melhoria da qualidade das flores e plantas ornamentais, desde a produção e por toda a cadeia de suprimento, como decorrência do crescimento das exigências dos consumidores finais, da qualidade dos empreendimentos e da crescente profissionalização dos profissionais da área;

b. necessidade crescente da entrega de jardins e projetos já prontos ao

mercado, sem tempo para aguardar pelo amadurecimento das obras, como exigências fundamentais do mercado imobiliário contemporâneo, o que condiciona a oferta de produtos bem formados e desenvolvidos, de alta qualidade, sem problemas condicionantes de uma eventual substituição futura;

c. estímulo permanente ao consumo de flores e plantas sobre todas as

demais formas. Note-se que pesquisas têm revelado que o consumidor que vive em cidades ou áreas onde existam áreas verdes e jardins bem cuidados e executados, tendem, naturalmente, a optar pela compra e consumo de flores em diversas outras ocasiões ao longo do ano.

Como confirmadores dessas tendências, vale observar que, a partir de 2006, o setor imobiliário passou a mostrar um importante revigoramento econômico, rompendo um ciclo anterior de estagnação já sentido desde o final da década de 80. A Rede Imobiliária Brasileira (RIB), presente em 33 das principais cidades do País, constatou um aumento médio, em 2005, de 30% no

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volume nacional de negócios e projeta uma alta de mais 40% para 2006, prevendo, ainda, uma longa fase de crescimento para o setor. Além disso, segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi /SP), no Estado de São Paulo já existem 40 mil condomínios residenciais e prediais, dos quais 27 mil estão concentrados apenas na Capital. Todo esse conjunto imobiliário movimenta mais de R$ 5 bilhões anuais em compras de mercadorias e serviços, gerando 240 mil empregos diretos. Perspectivas, oportunidades e desafios para a floricultura empresarial brasileira O floricultor profissional sabe que terá que ajustar seus projetos e empreendimentos à realidade de uma nova conjuntura econômica e social, que, tanto no Brasil, quanto no resto do mundo, apresenta, a todos, novas e inexoráveis exigências. É importante estar consciente de que os mercados consumidores mudaram e não mostram qualquer tendência de reversão neste quadro. Dessa forma, os produtores e fornecedores terão que se adaptar a um mercado de pressão contínua para a persistente baixa de preços e de aumento geral da qualidade, dos padrões de apresentação, de logística de distribuição e de agregação de valores ao produto final, além da diversificação e incorporação de novos itens na prestação de serviços, na qualidade de atendimento e no relacionamento com a clientela. No âmbito dessas preocupações, a vida associativa, institucional e corporativa poderá representar um dos mais importantes diferencias na carreira daqueles que tenderão a buscar efetivas soluções para os seus problemas, tanto nos campos econômico, quanto técnico, político e social. O fortalecimento dos órgãos e entidades de representação setorial, como o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) e Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais, será de fundamental importância na gestão e encaminhamento de buscas de soluções concretas para problemas comuns. Parte importante das dificuldades que aparecerão para os profissionais, conforme aparecem listadas no Quadro 1, vão necessitar de agregação de forças, de governança corporativa, de ações cooperativas e de esforços convergentes. Um aspecto particularmente relevante, nesse novo processo, será o fato de que os floricultores brasileiros passarão a conviver, de forma definitiva, com uma nova realidade na Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais no País: o surgimento e a consolidação de novos pólos regionais de produção, comércio, distribuição e consumo. Esse fenômeno – benéfico na redistribuição dos benefícios do crescimento e fortalecimento da economia da floricultura - resultará numa maior diversificação do consumo, com introdução de espécies e cultivares mais adaptadas aos gostos e às culturas regionais; na diminuição do papel centralizado hoje ocupado pelos pólos produtivos paulistas, especialmente de Holambra e Campinas - que continuarão, no entanto, exercendo total liderança setorial, tanto nos aspectos estritamente comerciais, quanto institucional e político - e, também, na otimização dos custos logísticos de transporte e movimentação de mercadorias, condicionando maior

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diversificação e incorporação das produções regionais, especialmente no caso das plantas envasadas, mais volumosas, de alta cubagem e baixa relação custo x benefício nas operações comerciais de larga distância, entre outros. Desafios como esses e outros apontados no Quadro 2, compõem o novo cenário para os empresários da floricultura brasileira e deverão fazer parte da agenda de trabalho e das discussões de todos que estão preocupados com o crescimento e o desenvolvimento futuro da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil.

Quadro 1. Principais desafios para a floricultura empresarial no Brasil, em 2007

Consumo:.o crescimento real de consumo de flores e plantas ornamentais não deverá superar 6 % em valor e cerca de 10 % em volume sobre os montantes de 2006. Rearranjos produtivos: a base produtiva, apoiada por governos e órgãos de fomento e promoção, seguirá a tendência de regionalização e fortalecimento em novos pólos produtivos por todo o País, levando a alterações extremamente significativas em termos de fluxos de abastecimento, tipificação de consumo, especializações de mercados, surgimento de novos agentes e eliminação de produtores menos adaptados dos pólos tradicionais. Acesso a mercados: como decorrência das alterações da base produtiva e do aumento da concorrência entre regiões, países e canais de distribuição, serão intensificados os processos de alteração nas rotas e fluxos tradicionais de abastecimento, levando à necessidade premente de criação, conquista e consolidação de novos mercados e das suas formas de acesso. Inovação: nas relações comerciais contemporâneas, qualidade e padronização já não são diferenciais, mas, sim, itens obrigatórios. A permanência e o sucesso na atividade passam agora a serem ditadas mais pela capacidade de inovação em tecnologias, produtos e serviços ao mercado consumidor. Fortalecimento do varejo de auto-serviços: no Brasil, as vendas de flores pelos canais super e hipermercadistas já atingiram 23% do abastecimento, valor, esse, equivalente ao do mercado norte-americano (23%) e da média da União Européia (21%). O fenômeno é particularmente importante porque acarreta profundas alterações nas relações de poder de barganha entre produtores e distribuidores, na governança da Cadeia Produtiva e na sobrevivência de um grande número de lojas do pequeno varejo tradicional. Exportações: a sobrevalorização permanente do real frente ao dólar vem reduzindo a competitividade do produto brasileiro no exterior, com quedas na produção e no número de empregos. A persistir a atual política cambial, o nível das exportações deverá perder impulso, não mais conseguindo reproduzir condições e resultados tão favoráveis, como os verificados no período de 2000 a 2004. Royalties: prevê-se um aumento considerável das pressões e demandas judiciais no combate à pirataria, visando à regularização, legalização e pagamentos devidos pelo uso de espécies e cultivares amparadas pela Lei de Proteção de Cultivares. Ações institucionais de apoio e fomento: 2007 é o primeiro ano do período pós-eleitoral. Portanto, as expectativas são de que os órgãos e empresas ligadas ao setor governamental e outros setores de fomento empenhem-se mais na conclusão de projetos e programas de resultados imediatos ou já em andamento, do que no lançamento de novas propostas de trabalho de médio e longo prazos.

(continua...)

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Quadro 2 Ações recomendadas para a obtenção de resultados comerciais

satisfatórios em 2007

Concorrência mundial: Aumentarão as pressões mundiais pela oferta de produtos e serviços, num mundo de relações cada vez mais globalizadas. Não há mais espaço para a falta de qualidade e profissionalismo. Mercado do paisagismo: Deverá se consolidar definitivamente como o setor de maior crescimento, vigor e autonomia de toda a Cadeia Produtiva da atualidade, fortalecendo novos agentes, canais, fluxos e processos de produção, distribuição e consumo de mercadorias, bens e serviços afins.

Orientação da produção para o mercado: a segmentação, especialização e regionalização dos mercados consumidores serão fenômenos que tenderão a se acentuar rapidamente. Os produtores deverão analisar cuidadosamente a sua inserção atual e avaliar as suas metas futuras com muito critério, discernimento e objetividade, redefinindo focos, prioridades e novas parcerias, conforme os mercados que pretende atingir e os canais com os quais pretende atuar. Qualidade e padronização de produtos / Agregação de valor: deixaram de ser opcionais, passando a ser uma obrigação de todos os produtores. Os grandes focos deverão ser buscados agora na inovação permanente de produtos, tecnologias, processos, embalagens e formas de apresentação dos produtos aos mercados, agregando valor para o consumidor final. Profissionalização na distribuição: os produtores deverão apoiar e trabalhar pró - ativamente no fortalecimento, profissionalização e especialização dos canais de distribuição de atacado e varejo, buscando o favorecimento das ações cooperativas e/ou consorciadas, a conquista e preservação do seu poder de barganha nas negociações e a sua crescente participação no fluxo de troca de informações com a clientela final. Revisão e adequação de custos: os preços finais serão, cada vez mais, ditados pelo cliente no mercado. Esse será o teto a partir do qual o produtor terá que refazer, ao revés, os caminhos dos seus processos produtivos e comerciais, revendo, cortando e adequando custos e margens econômicas e financeiras. A presença permanente no mercado, o estudo criterioso do comportamento e das alterações nos hábitos e preferências dos consumidores e o uso de ferramentas de suporte como softwares de controle de custos, adquirem importância capital no mercado da floricultura profissional. Fortalecimento das ações associativistas: a complexidade e abrangênda das ações necessárias fazem com que o produtor tenha, cada vez menos, capacidade de atuar isoladamente no mercado e encontrar a adequada solução para os seus problemas. O fortalecimento das associações, cooperativas, órgãos e entidades de apoio institucional, de promoção e defesa dos interesses da categoria passam a ser, nesse sentido, fundamentais e decisivas. Atenção total ao cliente: o diferencial entre o sucesso e o fracasso dos empreendimentos produtivos e comercias será, cada vez mais, definido pela satisfação, atendimento e encantamento dos clientes finais. A capacidade de prever e superar as expectativas do consumidor no mercado deixa de ser uma responsabilidade apenas das áreas de comercialização e marketing e passa a integrar o universo de preocupações também do produtor, desde o momento da escolha das variedades, espécies e embalagens, até nos tratamentos e tecnologias de pós-colheita, visto que a durabilidade das flores e plantas ornamentais é, hoje, um dos mais influentes fatores de decisão na escolha e compra das mercadorias.

(continua...)

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Potencial exportador da floricultura brasileira: principais pontos fortes e fracos e ameaças internas e externas. A Apex-Brasil, em convênio com o Ibraflor (Programa Setorial Integrado de Promoção de Exportações de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil – FloraBrasilis) apoiou a realização e a publicação do estudo “Análise Qualitativa sobre o Potencial Exportador da Floricultura do Brasil”, realizado a partir de pesquisas que envolveram a participação direta de mais de 150 lideranças de todos os pólos de produção e exportação de flores e plantas ornamentais do País. Os principais resultados deste trabalho são comentados a seguir: Principais pontos fortes:

• Diversidades, contrastes, miscigenação racial e cultural, incentivando a criatividade e o encontro/adaptação de soluções inovadoras, de baixo custo, sustentáveis e que superam deficiências estruturais crônicas do ambiente institucional de apoio à atividade no País;

• Diversidade ecológica, permitindo cultivos simultâneos da floricultura temperada, subtropical e tropical, bem como soluções poupadoras de insumos e energia, além de reguladoras da oferta ao longo de todo o ano;

• Sustentabilidade no mercado interno, de grandes dimensões gerais, ainda que com baixos índices de consumo per capita;

• Existência de pólos de excelência na exportação (segmentos de mudas e bulbos), que apóiam e servem de benchmarking para os novos setores de expansão da floricultura do Brasil.

Fonte: Junqueira & Peetz, 2004. Pesquisa Qualitativa sobre o Potencial Exportador de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil. Principais pontos fracos:

• Individualismo empresarial elevado, que impede a adoção de atividades comuns, associativas, consorciadas ou cooperativadas de planejamento, produção e comercialização;

• Vaidade, que dificulta a análise e adoção desapaixonadas de recomendações técnicas adequadas ao bom desempenho produtivo e comercial da atividade, acima da vontade e interesse pessoal;

Promoção e marketing: todos os esforços deverão ser empreendidos no sentido de promover e aumentar o consumo per capita de flores e plantas ornamentais no Brasil, com a colaboração de entidades de classe, governamentais e instituições de apoio e fomento, como a única maneira eficiente e eficaz de encontrar vazão para a crescente produção interna.

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• Baixa auto-estima e falta de autoconfiança no relacionamento comercial

com empresas e clientes do exterior; • Medo de exportar, incluindo memórias negativas anteriores, receio de

não recebimentos dos valores exportados e dificuldades no trato e relacionamento com culturas e línguas estrangeiras;

• Falta de confiança no Governo e instituições; • Dispersão, falta de foco e não-especialização produtiva e comercial; • Ilusionismo com o sucesso e enriquecimento instantâneo na atividade; • Imagem negativa no mercado internacional, vinculada principalmente a

más práticas anteriores de importação de material genético sem recolhimento formal de royalties, em parte decorrentes da própria inadequação do aparato jurídico-institucional do País.

Fonte: Junqueira & Peetz, 2004. Pesquisa Qualitativa sobre o Potencial Exportador de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil.

Principais ameaças internas:

• Baixa escala de produção e de regularidade na oferta, dificultando a penetração no mercado internacional;

• Falta de especialização e profissionalismo; • Falta de coordenação na cadeia produtiva agro-exportadora; • Falta de padronização de produtos, embalagens e processos; • Falta de segurança nas operações; • Limitações associativistas; • Baixo potencial de investimento; • Insuficiência de crédito; • Excesso de burocracia nas operações; • Complexidade das exigências fitossanitárias; • Deficiências e limitações logísticas e operacionais; • Altos custos dos fretes aéreos; • Ausência de uma cultura exportadora. Fonte: Junqueira & Peetz, 2004. Pesquisa Qualitativa sobre o Potencial Exportador de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil.

Principais ameaças externas:

• Crescimento e fortalecimento da concorrência, especialmente de outros países produtores e exportadores das Américas Central e do Sul, da África e da China;

• Elevado grau de dependência tecnológica, especialmente no que se refere ao desenvolvimento de novos materiais genéticos básicos de propagação (sementes, bulbos, rizomas e matrizes);

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• Políticas internacionais de exceção, que privilegiam importantes

concorrentes apoiados sob os auspícios do controle do narcotráfico, através da isenção de tarifas e cotas preferenciais de comércio.

Fonte: Junqueira & Peetz, 2004. Pesquisa Qualitativa sobre o Potencial Exportador de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil.

Considerações finais O mercado interno de flores e plantas ornamentais no Brasil deve ser entendido no contexto dos padrões de consumo dos países em desenvolvimento, nos quais predominam as seguintes características principais que compartilhamos com outras nações da América Latina, Ásia e África: a) baixo índice de consumo per capita; b) – mercado com pequeno número relativo de compradores freqüentes; c) – compras centradas em produtos bastante tradicionais e d) – forte concentração sazonal da demanda em datas especiais e comemorativas, como Dia das Mães, Finados, Namorados, entre poucas outras. Entre as tendências mais marcantes para o mercado interno da floricultura brasileira na próxima década, citam-se as seguintes previsões: a) – descentralização produtiva, com a consolidação e fortalecimento de pólos regionais; b) – maior diversificação do consumo, com introdução de espécies e cultivares mais adaptadas aos gostos e às culturas regionais; d) – diminuição do papel centralizado hoje ocupado pelos pólos produtivos paulistas, especialmente de Holambra e Campinas, que continuarão, no entanto, exercendo total liderança setorial, tanto nos aspectos estritamente comerciais, quanto institucional e político; e) – maior otimização dos custos logísticos de transporte e movimentação de mercadorias, condicionando maior diversificação e incorporação das produções regionais, especialmente no caso das plantas envasadas, mais volumosas, de alta cubagem e baixa relação custo x benefício nas operações comerciais de larga distância; f) – crescimento das vendas no canal supermercadista e pelo varejo on line. (JUNQUEIRA & PEETZ, 2005). O fortalecimento do comércio tanto no âmbito do mercado interno quanto para o exterior dos produtos da floricultura brasileira, sob todos os aspectos, é uma ação absolutamente vital para a garantia de um grande número de empregos, tanto no meio rural, quanto nas cidades e, mesmo, para a sobrevivência de inúmeras propriedades e empresas agrícolas. Constitui-se, desta forma, no meio mais eficiente e eficaz para o desenvolvimento econômico e social, nos âmbitos nacional e macro-regionais, bem como para o enfrentamento do êxodo rural, evitando a caótica migração para as metrópoles e o crescimento do desemprego, da fome e da violência urbana.

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PARTE 3: PRINCIPAIS OPORTUNIDADES PARA A FLORICULTURA CAPIXABA O mercado de flores e plantas ornamentais, do ponto de vista do produtor do Espírito Santo, oferece grandes e importantes oportunidades quer no âmbito do abastecimento local, quer no das exportações para fora dos limites geográficos do Estado, levando mercadorias e gerando fluxos de abastecimento de curta, longa e médias distâncias para outros estados e, até mesmo, para o exterior. Assim, devem ser levadas em consideração as seguintes perspectivas produtivas e comerciais: a) no âmbito do abastecimento estadual: O Estado do Espírito Santo vem apresentando notáveis índices de crescimento econômico, que redundam em notáveis reflexos positivos sobre o potencial de consumo das famílias capixabas. Sob essas condições, o cenário aponta-se como promissor ao aumento do consumo de flores e plantas ornamentais, quer no âmbito doméstico, quer no dos cerimoniais, recepções e toda sorte de oportunidades de encontros e convívios sociais. Devido às suas condições climáticas diversificadas e ecológicas bastante diversificadas, o Espírito Santo pode explorar, com sucesso, tanto a floricultura tropical e subtropical, quanto aquela de características marcadamente temperadas. No campo dessa última categoria, recaem as flores preferidas, mais consumidas e conhecidas em todo o mundo e também no território capixaba. Assim, mostram especiais potenciais de crescimento, as ofertas locais de flores de corte como rosas, gérberas, crisântemos, lisianthus, bocas-de-leão, hortências, copos-de-leite, amarílis, gladíolos e lírios. A produção das flores envasadas também deverá mostrar crescimento promissor e favorecer e entrada mais agressiva do próprio Estado. Entre essas, as que mais apresentam potencial imediato para o floricultor local são: begônias, ciclamens e gérberas, especialmente porque alguns produtores locais já incorporaram informações tecnológicas e experiências práticas na condução dessas culturas. Na área desse segmento específico de mercadorias, cabem destacar duas situações particularmente importantes: a) a praticamente ausência de iniciativas comerciais de produção de muitas flores envasadas que hoje já se tornaram moda e são abundantemente consumidas em alguns pólos importantes de consumo, como, por exemplo: lírios, impatiens (maria-sem-vergonha, ou beijinho), celosias (cristas-de-galo), cravinas, etc; b) as limitações do crescimento impostas pelo mercado sobre algumas espécies, e que deve exigir do produtor muito critério e ponderação por parte dos produtores interessados, entre as quais se destacam especialmente os crisântemos em vasos e as orquídeas. Da mesma maneira, o setor mais especificamente voltado ao paisagismo e à jardinagem, tanto amadora, quanto profissional, mostra forte potencial de expansão local e regional, impulsionado especialmente pela pujança do desenvolvimento da indústria da construção civil capixaba.

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b) no âmbito do abastecimento regional e macro-regional: O Estado do Espírito Santo possui uma localização geográfica estratégica e algumas facilidades logísticas que podem eficiente e rapidamente serem transformadas em excelentes oportunidades de negócios para a sua floricultura. Desta forma, os crescentes custos operacionais e logísticos das grandes operadoras e distribuidoras de produtos paulistas, especialmente da região de Holambra, deverão perder gradativamente terreno e competitividade para produtos oriundos de pólos regionais específicos, Estes, por sua vez, terão a oportunidade de poderem se especializar no fornecimento de produtos de maior durabilidade e qualidade e menores custos de distribuição, que, sem dúvida, redundarão em mercadorias mais baratas e acessíveis ao consumidor final. No caso da produção capixaba, o seu raio de atuação poderá ser expandido para um largo círculo de influência, que poderá abranger as regiões do Sul da Bahia, parte de Minas Gerais e o Estado do Rio de Janeiro. Podem integrar o rol de produtos dessa linha de abastecimento as flores de corte como rosas, lisianthus, gérberas, copos-de-leite, hortências, antúrios, helicônias, bocas-de-leão, entre outras, quanto flores envasadas (crisântemos, ciclamens, begônias e outras); folhagens de corte, como avencão, junco e papiros, entre outras e plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem, com especial ênfase em bromélias, clúsias e outras espécies. c) no âmbito do mercado nacional: A produção capixaba de flores e plantas ornamentais já sinaliza para a ocupação de um importante espaço no abastecimento nacional, ocupando fluxos importantes de mercadorias em direção aos principais pólos de comercialização, como Holambra, Campinas e São Paulo. Atualmente, a sua importância já é conhecida em relação a algumas folhagens de corte como junco, papiros e outras e, também, em relação ao copo-de-leite, no grupo das flores de corte. Porém, há uma importante sinalização para o potencial fornecedor de maiores quantidades dessas mercadorias, mas também para a inclusão de novos materiais e espécies como o avencão (como folhagem de corte), antúrios ( como folhagem de corte, flores envasadas e de corte), bromélias e clúsias (plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem) e orquídeas (especialmente para o mercado de colecionadores de híbridos de espécies nativas), entre outras. d) no âmbito do mercado internacional: Como ficou bem demonstrado ao longo deste estudo, o Estado do Espírito Santo não possui, pelo menos até o momento, tradição de participação no mercado internacional de flores e plantas ornamentais em geral. Suas maiores potencialidades são sinalizadas, nas condições atuais, para o mercado de mudas de espécies nativas ou seus híbridos, onde podem ser direcionadas, com exclusividade, ao mercado de colecionadores.

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Não existe produção atual no Estado nem de mudas, nem de plantas prontas para vaso ou para corte no segmento industrial, onde atuam grandes empresas comerciais no mercado mundial e para onde se dirigem os interesses da maioria dos consumidores comuns. As espécies híbridas industriais que pertencem, na verdade, a esse segmento são: Phalaenopsis, Dendrobium, Vanda, entre outras. PARTE 4: PRINCIPAIS AMEAÇAS PARA OS PRODUTORES DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Espécies e cultivares de flores e folhagens produzidas para corte A floricultura profissional do Estado do Espírito Santo apresenta-se concentrada na exploração econômica de um número razoavelmente restrito de espécies e cultivares de flores e folhagens para corte, quer de natureza temperada, quer tropical ou subtropical. Contribuem para isso, os seguintes fatores principais:

• alto grau de dependência de outras regiões produtoras para o abastecimento de mudas e matrizes de novas cultivares que sirvam e se adaptem para o abastecimento do mercado local;

• falta de conhecimento, pesquisa e tecnologia próprias para a

exploração de espécies e cultivares nativas ou exóticas de interesse econômico nas condições geo-ecológicas da região;

• falta de experiência anterior dos produtores na área, os quais, na

maior parte dos casos, são originários de outros ramos da agricultura, comércio ou serviços, o que inibe uma rápida diversificação, pois torna-se necessário ir acumulando informações e experiências prévias, muitas vezes obtidas da experimentação própria e da observação das iniciativas de outros produtores vizinhos.

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Quadro 3. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e perspectivas no segmento de flores temperadas de corte.

Oportunidades identificadas

Ameaças atuais Desafios e perspectivas

Flores de clima temperado Rosas

Cultivo concentrado em espécies que não são mais as preferidas do mercado; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas; Restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, baixo envolvimento e pouca atratividade para as empresas fornecedoras de material genético de primeira linha; Limitações, desconfiança e baixa credibilidade na realização de negócios com os atacadistas e consumidores intermediários no mercado local.

Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor; Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos. Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Crisântemos

Baixo suprimento e penetração das novidades mais recentes e novos lançamentos do mercado de híbridos, em termos de cores, formatos e formas de condução das plantas; Dificuldades e restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, incluindo insuficiências logísticas e de comunicação com fornecedores, perdas elevadas e altos custos;

Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor; Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades

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Limitações, desconfiança e baixa credibilidade na realização de negócios com os atacadistas e consumidores intermediários no mercado local.

e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos. Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Gérberas

Baixo suprimento e penetração das novidades mais recentes e novos lançamentos do mercado de híbridos, especialmente em termos de cores; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas; Dificuldades e restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, incluindo insuficiências logísticas e de comunicação com fornecedores, perdas elevadas e altos custos; Limitações, desconfiança e baixa credibilidade na realização de negócios com os atacadistas e consumidores intermediários no mercado local.

Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor; Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos. Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Lisianthus

Oferta ainda muito aquém do necessário e desconhecida do público comprador local; Falta de tecnologias de produção, de

Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor;

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manuseio pós-colheita e embalagens adequadas; Dificuldades e restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, incluindo insuficiências logísticas e de comunicação com fornecedores, perdas elevadas e altos custos.

Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos. Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Bocas-de-leão

Oferta ainda muito aquém do necessário e desconhecida do público comprador local; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas; Dificuldades e restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, incluindo insuficiências logísticas e de comunicação com fornecedores, perdas elevadas e altos custos.

Aumento da oferta e divulgação ao mercado da existência de produção regional de qualidade e em quantidades adequadas; Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor; Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos.

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Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Lírios

Cultivo muito caro para os padrões locais; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas; Dificuldades e restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, incluindo insuficiências logísticas e de comunicação com fornecedores, perdas elevadas e altos custos.

Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor; Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos; Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Hortências

Oferta ainda muito aquém do necessário e desconhecida do público comprador local; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas;

Aumento da oferta e divulgação ao mercado da existência de produção regional de qualidade e em quantidades adequadas; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos.

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Quadro 4. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e perspectivas no segmento de flores tropicais e subtropicais de corte.

Oportunidades identificadas

Ameaças atuais Desafios e perspectivas

Flores de clima tropical e subtropical Antúrios

Cultivo concentrado em espécies que não são mais as preferidas do mercado; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas; Restrições importantes no suprimento de mudas e matrizes, baixo envolvimento e pouca atratividade para as empresas fornecedoras de material genético de primeira linha; Limitações, desconfiança e baixa credibilidade na realização de negócios com os atacadistas e consumidores intermediários no mercado local.

Obtenção de mudas e matrizes das espécies, cultivares e colorações preferidas pelo mercado consumidor; Ingresso no mercado comprador de material genético de primeira linha, incluindo o pagamento de royalties e busca permanente de novidades e lançamentos de tendências nos mercados internacional, doméstico e regional; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos; Desenvolvimento de parceiras estáveis, confiáveis e duradouras com clientes atacadistas e varejistas nos mercados local e regional.

Helicônias e outras tropicais

Desconhecimento do público consumidor, com utilização restrita a poucas oportunidades e eventos sociais; Pequena diversificação quanto às espécies e formas de apresentação e embalagem dos produtos colocados no mercado.

Diversificação e aumento quali-quantitativo da oferta regional; Divulgação da qualidade, formas de uso e potencialidades das flores tropicais junto ao público consumidor.

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Orquídeas

Concentração da produção em espécies que não são as preferidas do público consumidor.

Diversificação e aumento quali-quantitativo da oferta regional; Divulgação da qualidade, formas de uso e potencialidades das flores tropicais junto ao público consumidor.

Strelítzias

Oferta ainda muito aquém do necessário e desconhecida do público comprador local; Falta de tecnologias de produção, de manuseio pós-colheita e embalagens adequadas;

Aumento da oferta e divulgação ao mercado da existência de produção regional de qualidade e em quantidades adequadas; Busca de treinamento, capacitação e tecnologias adequadas de produção, pós-colheita, embalagem e conservação dos produtos.

Quadro 5. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e

perspectivas no segmento de folhagens de corte. Oportunidades identificadas

Ameaças atuais Desafios e perspectivas

Avencão

Insuficiência da oferta e desconhecimento da produção local, por parte da clientela potencial;

Aumentar qualitativa e quantitativamente a oferta; Divulgar a existência do produto na pauta regional de produção.

Junco

Falta de escoamento da produção local, especialmente devido ao excesso de subordinação a atacadistas (atravessadores) que atuam no abastecimento de outros estados.

Criação de novos canais de escoamento comercial.

Outras

Insuficiência da oferta e desconhecimento da produção local, por parte da clientela potencial;

Aumentar qualitativa e quantitativamente a oferta; Divulgar a existência do produto na pauta regional de produção.

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Espécies de flores e folhagens produzidas em vasos Existe grande carência na oferta de itens deste grupo que sejam produzidos regionalmente. Em realidade, trata-se de um dos segmentos menos tradicionais da floricultura capixaba. Persiste, portanto, um elevado grau de dependência externa no seu fornecimento, mesmo para espécies de fácil cultivo e adaptação às condições climáticas e ecológicas locais, como as samambaias, scheffleras, jibóias, antúrios envasados e bromélias, entre outras. Por outro lado, há que se ressaltar que a baixa durabilidade local de plantas fartamente consumidas em outras praças consumidoras do País, como as gloxínias, por exemplo, podem vir a agir no sentido de estimular a procura por outras espécies que possam cumprir um papel de substitutos, porém mais adaptados às condições de produção e cultivos na região. O consumo de orquídeas merece ser analisado com muito critério e discernimento, pois pode induzir a decisões errôneas por parte dos produtores regionais. Embora sua demanda seja evidentemente crescente e que venha gradativamente se popularizando há que se ressalvar as espécies que vêm, efetivamente, se beneficiando desse comportamento de consumo. Estas, são especialmente constituídas por: Phalaenopsis, Dendrobium, Vanda e outros híbridos industriais. Neste campo, a produção local pode ser considerada restrita sob os aspectos quantitativos e qualitativos, pois limita-se à exploração de espécies nativas e seus híbridos, que, com a rara exceção das Catléias, não disputam a preferência do mercado consumidor contemporâneo. Na verdade, para boa parte do público capixaba, quando sujeitas a um comparativo de preços relativamente similares, as próprias Catléias perdem na escolha entre as híbridas industriais. A maior parte do suprimento regular dos mercados e de volumes excepcionais para o atendimento dos muitos eventos locais durante todo o ano deverá, portanto, continuar sendo garantido com produtos provenientes de outros Estados, especialmente de São Paulo.

Quadro 6. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e perspectivas no segmento de flores e plantas envasadas.

Oportunidades identificadas

Ameaças atuais Desafios e perspectivas

Begônias

Insuficiência da oferta e desconhecimento da produção local, por parte da clientela potencial;

Aumentar qualitativa e quantitativamente a oferta; Divulgar a existência do produto na pauta regional de produção.

Crisântemos

Consumo concentrado apenas na data de Finados, coincidindo com chegada de grandes quantidades de mercadorias vindas de São Paulo para o abastecimento do mercado regional; Limitações, desconfiança e baixa credibilidade na realização de

Diversificação da pauta produtiva; Desenvolvimento de novas parcerias, mais estáveis, cooperativas e duradouras com agentes atacadistas e consumidores intermediários do mercado.

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negócios com os atacadistas e consumidores intermediários no mercado local.

Ciclamens

Insuficiência da oferta e desconhecimento da produção local, por parte da clientela potencial;

Divulgação do potencial produtivo e da qualidade do produto do Estado.

Orquídeas

Concentração de cultivo nas espécies que não são mais as preferidas e desejadas pelos consumidores.

Diversificação qualitativa e quantitativa da produção estadual, buscando agregar espécies de interesse do consumidor local. Realização de campanhas e ações voltadas a criar hábitos de consumo favoráveis aos produtos típicos da produção regional (apelo local, ecológico e social etc.)

Antúrios

Insuficiência da oferta e desconhecimento da produção local, por parte da clientela potencial;

Divulgação do potencial produtivo e da qualidade do produto do Estado.

Lírios

Falta de tecnologia e de conhecimento para a condução e manejo da cultura.

Busca de tecnologia, treinamento e capacitação na condução e manejo da cultura.

Pimentas Ornamentais

Falta de tecnologia e de conhecimento para a condução e manejo da cultura.

Busca de tecnologia, treinamento e capacitação na condução e manejo da cultura.

Outras

Falta de tecnologia e de conhecimento para a condução e manejo da cultura.

Busca de tecnologia, treinamento e capacitação na condução e manejo da cultura.

Espécies de flores e plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem

O setor de jardinagem e paisagismo do Espírito Santo, especialmente na Grande Vitória, encontra-se num momento de grande dinamismo e desenvolvimento, tanto no consumo profissional e institucional, quanto doméstico. Porém, da mesma maneira que nos casos anteriores, predomina

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ainda uma forte relação de dependência da importação de espécies e cultivares de outras regiões produtoras do País, especialmente os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Entre as tendências que se captam sobre esse segmento produtivo na pauta local, destacam-se:

• no segmento de caixaria, a produção local ainda se concentra na exploração de poucas espécies mais tradicionais e já bastante conhecidas, como as mini-ixoras, por exemplo, com poucas iniciativas nas áreas de flores anuais e folhagens de maior valor unitário, para as quais o abastecimento concentra-se em fontes exteriores;

• os setores mais dinâmicos e competitivos estão na área de

palmeiras, além de algumas espécies ornamentais nativas. Ainda assim, a dependência externa é muito acentuada em relação às espécies e cultivares mais procuradas pelos consumidores, como Raphis, Cicas, buxinhos e outras;

• para os segmentos de arbustos e plantas ornamentais de médio e

grande portes, a experiência local de produção ainda é pequena e não acompanha, com poucas exceções, os padrões de qualidade e competitividade de preços em relação às áreas produtoras mais tradicionais como os Estados do Sul e Minas Gerais. Destacam-se, neste momento, algumas iniciativas relevantes de introdução do cultivo comercial de clúsias, dracenas, entre outras espécies.

Perspectivas e tendências

Cabe especialmente destacar a necessidade de desenvolvimento de uma cultura ligada à produção, circulação e consumo das plantas ornamentais de forração, principalmente frente a um potencial impulso das áreas da construção civil e do revigoramento do setor de parques e jardins na Região da Grande Vitória. Ressaltam-se que espécies floríferas como tagetes, celosia, impatiens (beijinho ou maria-sem-vergonha), e outras cultivadas apenas pela atratividade das folhas como brilhantina peperômia, clorofitos e muitas outras, são ainda praticamente ausentes da pauta local de produção, apesar da sua facilidade relativa de cultivo. O ideal é incentivar que tanto a produção, quanto a demanda evoluam no sentido da incorporação do uso de plantas em bandejas, plugs ou caixas de 15 unidades de saquinhos de mudas para forrações e canteiros em jardins e projetos paisagísticos. Outra área de interesse potencial é a da produção de flores e plantas ornamentais pendentes em vasos para uso em varandas e ambientes internos. A presença e disponibilidade desses itens na região ainda são muito limitadas e quase sempre concentradas em poucas espécies de samambaias. Há grande potencial identificado em relação a petúnias, begônias e peperômias, entre outras. Finalmente, há que se destacar o potencial de uso de plantas trepadeiras tutoradas em vasos, especialmente jibóias em cultivares de diversas colorações, filodendros e antúrios.

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Identificou-se como altamente estratégico para o desenvolvimento do trabalho futuro, a construção de um elenco de plantas recomendáveis para a criação de novos bancos de referência e acesso para os produtores interessados. Destacam-se nestes grupos de plantas:

• Calatheas e marantas; • Orquídeas (especialmente híbridos adaptados ao cultivo em jardins) • Bromélias (especialmente das espécies e variedades de sol pleno e

de grande tamanho); • Cactus e suculentas; • Aráceas, especialmente as de grande porte para jardins e projetos

paisagísticos de grandes áreas; • Plantas esculturais de grande porte, especialmente pândanus,

palmeiras e agaves (agave-polvo, agave-cinza ou dragão), filodendros e outras.

• Palmeiras;

Quadro 7. Oportunidades identificadas, ameaças atuais, desafios e perspectivas no segmento de flores e plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem.

Oportunidades identificadas

Ameaças atuais Desafios e perspectivas

Bromélias

Produto carregado de preconceitos dadas as campanhas de saúde pública voltadas ao controle e erradicação da dengue (Aedes aegypti)

Divulgação de boas práticas de cultivo e manutenção das plantas do ponto de vista da saúde pública; Divulgação do potencial produtivo e da qualidade do produto do Estado.

Clúsias

Desconhecimento quanto à oferta do produto originário do Estado.

Divulgação do potencial produtivo e da qualidade do produto do Estado.

Outras

Desconhecimento quanto à oferta do produto originário do Estado.

Divulgação do potencial produtivo e da qualidade do produto do Estado.

Espécies e cultivares produzidas no setor de gramas

A produção de gramas é concentrada no cultivo de grama esmeralda (Zoysia japonica) considerada bastante adequada às condições edafo-climáticas da região. Sua produção possui bom nível tecnológico, alta qualidade e larga escala.

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Algumas limitações e ameaças relevantes

Em relação à assistência técnica A assistência técnica à floricultura capixaba ainda é insuficiente frente às carências e demandas setoriais. Dentre os órgãos apontados como parcialmente supridores da carência são normalmente citados: Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca do Governo do Estado do Espírito Santo e o Sebrae /ES. Cabe ressaltar que os floricultores regionais consideram que mesmo nesses órgãos locais de assistência técnica, os profissionais não são bem preparados tecnicamente para atender às reais demandas e necessidades da floricultura. Consideram que a formação e bagagem técnica desses profissionais são vocacionadas e focadas no atendimento de outras culturas ou setores do agronegócio, dos quais a floricultura pode se beneficiar apenas por similaridades e extensões de conhecimentos. Acredita-se, ainda, que no futuro, serviços profissionais poderão vir a ser contratados e disponibilizados pela comunidade de produtores, através de iniciativas e custeios por parte das suas próprias associações e cooperativa. Recentemente, tem aumentado a participação dos produtores nos eventos de natureza técnica fora do Estado, cabendo destacar a presença coletiva em feiras profissionais em Holambra / SP (Hortitec) e São Paulo (Fiaflora), além de missões e visitas técnicas. Tratam-se de importantes momentos e oportunidades de conhecimento e estreitamento de contatos com as mais modernas avançadas tecnologias para a floricultura e incentivo ao intercâmbio de informações técnicas com outros produtores, comerciantes, profissionais da agricultura e mercados atacadistas e varejistas de todo o País e do exterior. As visitas e participação organizada desses produtores nestes eventos, muitas vezes com stands institucionais para demonstração e vendas das suas flores e plantas, tem ocorrido sob os auspícios principalmente do Sebrae / ES e Sebrae Nacional, entre outros parceiros institucionais. Em relação a instituições de ensino e pesquisa O setor florícola do Estado do Espírito Santo é considerado uma atividade muito recente e de importância secundária na economia dos agronegócios local e regional. Suas práticas agrícolas adotadas advêm de experiências adquiridas quase sempre da olericultura à qual a maior parte dos floricultores locais se dedicou anteriormente. Por tudo isso, a atividade só muito recentemente vem logrando despertar interesse relevante por parte das instituições de ensino e pesquisa de âmbitos local e regional. Em relação à obtenção de Informações e orientações de mercado Praticamente inexiste um fluxo e um canal formal de informações de mercado para a floricultura da região. Não existem órgãos ou instituições que captem ou divulguem qualquer forma de estatística periódica que reflita as realidades e tendências da comercialização, quer seja em termos de

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quantidades e origens dos produtos ofertados, quer em termos de preços, sazonalidade da oferta e condições e ou previsões para o abastecimento. Os produtores obtêm informações diretamente junto aos clientes e aos equipamentos e profissionais de vendas varejistas e de prestação de serviços. Resumo dos principais pontos identificados no segmento produtivo de flores e plantas ornamentais do Estado do Espírito Santo Pontos Fortes Características Aspectos e implicações positivas Altos índices atuais e potenciais de consumo local e regional, fortemente dependente da importação de produtos de mercados distantes, de elevados custos e sujeitos à constante desabastecimento e rápida perda de qualidade.

Geração de oportunidades de mercado para a produção de itens de melhor qualidade e conservação final, diminuindo a dependência de mercados externos, reduzindo riscos de desabastecimento e reduzindo os preços finais ao mercado consumidor.

Vantagens competitivas na produção de itens específicos da flora local, regional ou exótica plenamente adaptada, com potencial de suprimento de mercados locais e outros nos âmbitos nacional e internacional.

Diferenciação e especialização produtivas, com potencial de agregação de valor e de imposição de condições próprias no mercado; Criação de referenciais de origem, de qualidade e de especialidade para a produção da floricultura local e regional, projetando o Estado do Espírito Santo no cenário nacional.

Condições geo-climáticas favoráveis com estabilidade de clima, poucas oscilações e baixo índice de ocorrência de fenômenos naturais desfavoráveis como geadas, granizos, enchentes e outros.

Potencial de produção estável e regular durante todo o ano, agregando grande número de espécies, podendo, inclusive, adquirir especialização no fornecimento sazonal de produtos para outros mercados.

Pontos Fracos Características Aspectos e implicações negativas Falta de especialização na Cadeia Produtiva, desenvolvendo ações superpostas e competitivas com atacadistas distribuidores e varejistas na disputa pela mesma clientela.

Geração de atritos e insolvências de relacionamentos, fechamento de possibilidades comerciais, dispersão dos esforços produtivos e comerciais, perda de foco empresarial, queda na eficiência e atraso na profissionalização e especialização na área econômica principal (produção).

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Envolvimento e desenvolvimento ainda incipiente de ações associativas e cooperativas.

Perda da capacidade e de oportunidades de conquistar melhor posicionamento no mercado, através da negociação agregada de melhores condições de compra e venda de insumos, produtos e mercadorias; Atrasos e ineficiências na negociação de itens e demandas específicas da categoria junto às instituições públicas e privadas afins, tanto nos aspectos financeiros, creditícios, fiscais e tributários, quanto normativos, legais, imobiliários e outros.

Ameaças Internas Características Aspectos e Implicações negativas Baixo índice de formação e capacitação da mão-de-obra empregada.

Perda de qualidade, eficiência e competitividade, com atraso no processo de profissionalização e especialização na atividade.

Baixo potencial de investimento.

Redução da capacidade de ampliação da base produtiva local e regional, bem como da sua profissionalização em termos de atualização tecnológica e de infra-estrutura na produção, pós-colheita e comercialização.

Ameaças Externas Características Aspectos e implicações negativas Fortalecimento da produção de outros pólos produtivos, com crescentes ganhos de competitividade e eficiência.

Aumento da dificuldade de conquistar maiores fatias de participação no mercado.

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Pontos de Estrangulamento Características Aspectos e implicações negativas Dificuldades de acesso e preços altos dos insumos, devido à baixa escala e pulverização das compras, desunião de produtores e reduzido número de compradores locais.

Dificuldades de obtenção de insumos, riscos permanentes de desabastecimento e custos elevados, aumentando os custos gerais da produção, diminuindo a competitividade e eficiência e contribuindo para baixar a qualidade das mercadorias produzidas.

Falta de tecnologia apropriada e assistência técnica adequada às condições da floricultura da região.

Experimentação inadequada (tipo tentativa e erro), com baixos índices de resultados, altos custos e elevado níveis de risco para a saúde de produtores, trabalhadores, produtos, meio ambiente e consumidores. Baixo índice de profissionalização e redução na competitividade e eficiência produtiva e comercial.

Altos custos e elevados investimentos para instalação e ampliação da base produtiva.

Baixo potencial de expansão da atividade local, retardando ou inviabilizando a consolidação do pólo de floricultura regional.

Dificuldade na oferta e obtenção de linhas de crédito, financiamento, investimento e seguros.

Desamparo geral da atividade sob o ponto de vista econômico e financeiro, diminuindo o potencial de investimento no crescimento e profissionalização da atividade e aumento considerável no risco individual quanto a investimentos e manutenção de capitais próprios e privados.

Baixo índice de especialização gerencial e de uso de instrumentos eficientes de controle de custos de produção e comercialização.

Aumento da dificuldade de apuração de resultados e avaliação de desempenho, prejudicando a qualidade na tomada de decisões e posicionamento estratégico no mercado.

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Oportunidades Características Aspectos e implicações positivas Possibilidade da existência de estrutura física e operacional de mercado para a comercialização dos produtos locais, sob administração direta dos floricultores.

Capacidade de decidir e influenciar de forma direta o direcionamento e a concretização do potencial efetivo da produção e do comércio das flores e plantas produzidas localmente, com apropriação de melhores parcelas do valor final das mercadorias pelos produtores.

Altos custos na logística da distribuição enfrentados pela concorrência, obrigada a transportar produtos a longas distâncias, com altos custos operacionais, especialmente serviços, fretes e manutenção de frotas.

Aumento da competitividade da produção local, capaz de fornecer produtos de melhor ou igual qualidade, com menores ônus da logística da distribuição.

Limitadas condições de crédito e prazos de pagamento oferecidas pela concorrência.

Aumento da competitividade da produção local, capaz de fornecer melhores condições de crédito e prazos de pagamento.

Desafios Características Aspectos e implicações positivas Ampliação e diversificação do mix de produtos oferecidos ao mercado.

Atrair e fidelizar a clientela, aumentando o potencial de vendas e a opção por um único local de compras garantindo a oferta do mix global de produtos desejados pelo comprador.

Reestruturação e redefinição da missão, foco comercial e vocação das associações e cooperativa, de modo a consolidar suas presenças junto aos mercados abastecedores local e regional.

Agregar novos parceiros, produtores locais ou atacadistas exclusivamente de mercadorias complementares e diferenciadas da produção regional, de modo a viabilizar atendimento e satisfação global ao cliente do público-alvo.

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Anexos

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Page 63: Visão do Mercado Flores ES 2007

Tab

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15

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Page 64: Visão do Mercado Flores ES 2007

Tab

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