Visigodos Ricardo Raposo Turma E VersãO Ppt 2003

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VISIGODOS Ricardo Raposo _ Turma E SOCIEDADE E TÉCNICAS ANCESTRAIS

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VISIGODOS

Ricardo Raposo _ Turma E

SOCIEDADE E TÉCNICAS ANCESTRAIS

VISIGODOS _ SOCIEDADE E TÉCNICAS ANCESTRAIS

Os Visigodos, eram um povo originalmente pertencente aos Godos, cuja proveniência se supõe ser da ilha Gotland na península escandinava, situada na actual Suécia. Aquando da invasão dos Hunos, provenientes da Ásia, os Godos, viram-se obrigados a dirigir-se para Sul, tendo invadido e derrotado o Império Romano, cujas características tiveram grandes influências na conduta do povo godo.Posteriormente dividiram-se em dois ramos : os Visigodos e os Ostrogodos, Godos do Ocidente e Godos do Leste respectivamente.

Chegaram à Península Ibérica como federados em nome do imperador romano, de ascendência goda, no ano de 416, numa altura em que o próprio Império se decompunha, tendo alcançado o domínio total da mesma em 624.O seu reino apenas durou 3 séculos, derivado sobretudo de grandes discórdias entre as várias famílias poderosas sobre a escolha do próximo rei, provocando instabilidade na monarquia, que perante a invasão dos Berberes em 711, se viu incapacitada de reunir um exército coeso que os confrontasse, o que levou à sua queda.

A SOCIEDADE VISIGODA

Apesar de os Visigodos serem os mais romanizados dos povos germânicos, as suas tribos mantiveram o seu carácter e a estrutura guerreira, que era constituída por um corpo de homens armados do séquito do chefe, a quem juravam fidelidade pessoal. A autoridade máxima era no entanto representada pelo rei, a quem os chefes juravam igualmente fidelidade.

Nestas tribos, todos estavam ao mesmo nível, existindo a noção da importância que cada um desempenhava nesta sociedade, tendo levado a que por exemplo, os agricultores fossem mesmo protegidos pelos senhorios, pois tudo o que era produzido pela terra era essencial para a sobrevivência, podendo os primeiros ainda decidir sobre a parte que guardariam do seu trabalho, para garantir o bem-estar das suas famílias.

A tendência para o auto-consumo era prática frequente, pois nas comunidades, basicamente produziam quase tudo o que consumiam, verificando-se poucas trocas de géneros e de objectos fabricados, com excepção dos sinais de prestígio como o eram as jóias, os tecidos de luxo, as armas e os cavalos, muito cobiçados pelos guerreiros e que no entanto, também poderiam ser produzidos no âmbito das terras do senhor, pelos ourives e ferreiros ou ainda adquiridos por pilhagem.

A SOCIEDADE VISIGODA

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A ruralização da sociedade dá-se em grande escala devido ao facto de muitas terras serem oferecidas por benfeitores tanto a monges, em virtude do aumento do poder fundiário da Igreja, como a chefes guerreiros, constituindo-se comunidades numerosas que poderiam chegar até aos milhares de camponeses, que trabalhavam os campos com as próprias mãos, recorrendo ainda a animais para realizarem as tarefas que requeriam maior esforço.

Apesar de não existirem vestígios, tudo indica que as comunidades cultivassem autonomamente as suas próprias terras, organizando-se para o cultivo comum de campos de cereais e para a guarda dos rebanhos. Possuiriam ainda instrumentos de produção como a eira, o moinho, o lagar e o forno.

Estas comunidades procuravam não só fixar-se nos solos mais férteis, como também próximo de fontes de água, recorrendo por vezes à construção de poços.

A alimentação consistia em carne, que provinha de animais criados por eles e da caça, peixe, legumes, frutas, leite, queijo, cereais, azeite, leite, cidra, cerveja de cevada, seiva fermentada, hidromel e vinho, que era bebido sem qualquer adição de água.

A SOCIEDADE VISIGODA

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Inicialmente, o povo godo viveria de uma agricultura muito rudimentar, não dominando as técnicas agrícolas essenciais para a produção de alimentos, pois eram um povo semi-nómada.Aquando da separação das tribos, e a fixação dos agora denominados Visigodos na Península Ibérica em pleno século V, e na qual permaneceram durante 3 séculos, o contacto com as tribos indo-europeias originárias e mesmo a sua miscigenação, ter-lhes-á permitido adquirir conhecimentos do domínio agrícola.A produção de vinho e de azeite, são um exemplo de técnicas que terão sido aprendidas pelos Visigodos, pois já vinham sendo praticadas pelas tribos originárias nos séculos precedentes, tendo herdado as mesmas dos gregos, que cultivavam com grande eficácia vinhas e oliveiras.

A SOCIEDADE VISIGODA

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A ocupação das cidades existentes na Península Ibérica pelos Visigodos, gerou a alteração da sua fisionomia, tendo-se observado além das novas construções, que se diferenciavam das construções de tradição romana, a ocupação de inúmeras casas abandonadas pelos antigos proprietários.A construção de muralhas para questões de defesa militar, não era uma prática corrente, pois embora este sistema fosse imprescindível, não seria suficiente para evitar a penetração dos inimigos no interior dos aglomerados urbanos. Em Mérida, existe mesmo uma inscrição lapidar visigótica que celebra a reconstrução da cerca defensiva e da ponte, datada do ano de 484.

As comunidades rurais tinham uma implantação aureolar, constituídas normalmente por um núcleo central com casas ou cabanas, para facilitar a defesa contra possíveis ameaças, a solidariedade entre os membros, o funcionamento das assembleias e o recurso à água. Exteriormente estariam as terras cultivadas e as zonas de monte e bosque.

ARQUITECTURA E URBANISMO

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Planta de Igreja e povoado de Bobalar (Serós, Lérida)

Ruínas do povoado de Recópolis

Com a cristianização do povo Visigodo, os templos pagãos da época romana foram abandonados ou transformados em igrejas cristãs e as basílicas aproveitadas como catedrais. Há ainda registos de fixação de basílicas que se constituíam como pólos de bairros periféricos fora das muralhas.

Em Portugal, mais precisamente em Alcoutim, ainda persistem os restos dos alicerces de uma igreja cruciforme construída pelos visigodos, onde se denota o uso de alvenaria de xisto com mortarium de areia e cal, o que por si revela que recorriam basicamente aos materiais existentes no local.

Os edifícios públicos que restaram do domínio romano, foram assistindo ao seu abandono progressivo, tais como os mercados e armazéns de mercadorias, as termas e os banhos públicos, os circos e os teatros. Tanto as igrejas novas como os edifícios novos, habitualmente mais pobres e mais pequenos, aproveitaram muitas vezes os materiais das ruínas e escombros antigos para a sua construção.

ARQUITECTURA E URBANISMO

Imagem e planta cruciforme da Igreja de São Frutuoso em Braga

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Os materiais usados para a construção de habitações, eram normalmente a pedra, quando existente nos locais em que se fixavam, sendo retirada do solo ou das ruínas romanas, e ainda a madeira. Quando não existia pedra, a madeira e o barro sendo matérias primas de fácil acesso, eram bastante usadas. O tecto seria composto por galhos de árvores e palha e o piso seria revestido igualmente com palha. O uso destes materiais demonstra claramente como este tipo de construções seria bastante rudimentar.

ARQUITECTURA E URBANISMO

Exemplos de casas construídas para habitação

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A escultura produzida pelos Visigodos, reduz-se à decoração de frisos e de outros elementos ornamentais, pelo que se pode concluir que tenham havido algumas oficinas escultóricas, dada a perfeição técnica de muitos dos que foram encontrados.Nas igrejas, onde eram muitas vezes reutilizados materiais das ruínas romanas, com especial relevância para a pedra, a presença da escultura faz-se através do alto e baixo-relevo, usado como principal técnica decorativa.

As técnicas do talhe em bisel e em madeira foram sendo progressivamente desenvolvidas, sendo aplicadas tanto em pilastras e capitéis como nos tectos de igrejas com caixotões.

A decoração que reveste os vários módulos arquitectónicos recai basicamente sobre temas geométricos, vegetalistas, representação de símbolos cristãos e animais.

ESCULTURA

Pilastra da época visigótica

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OurivesariaAs artes mais apreciadas pelos Visigodos eram a metalurgia decorativa e em particular a ourivesaria, em que usavam ouro, prata e pedras preciosas e semi-preciosas.Em Portugal existem poucos vestígios deste tipo de objectos, com excepção de objectos de uso litúrgico e quotidiano, nomeadamente cruzes, vasos, fivelas, fechos de cinturão, broches, freios e armas, as denominadas “artes do metal”, que este povo tão bem dominava.Em Espanha, ricas alfaias litúrgicas assim como a esplêndida coroa de ouro de Recesvinto, são exemplo da capacidade de um número restrito de artífices que trabalhava para uma reduzida elite aristocrática da altura.

Fivela de cinto visigótica Coroa de Recesvinto

ARTES MENORES

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Conta de brinco visigótica

MoedasOriginalmente, quase metade das oficinas monetárias de domínio visigodo situava-se na Galécia, que actualmente engloba a Galiza e o norte de Portugal, havendo ainda registos da existência deste tipo de oficinas no norte da Lusitânia, o que muito provavelmente se devia à exploração de ouro nesses locais, que era usado para a cunhagem das moedas.Foram também feitas moedas em cobre, que em virtude do seu baixo valor, eram reservadas para transacções de baixo valor, sendo as de ouro usadas para transacções de grande importância.

ARTES MENORES

Moedas visigóticas de ouro

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Moedas visigóticas de cobre

MosaicosOs Visigodos, por influências romanas, chegaram a aplicar mosaicos nos pavimentos, recorrendo à utilização de vidro mármore, cerâmica ou conchas. A representação de símbolos cristãos era bastante usual, em detrimento da representação figurativa inicialmente aplicada, que progressivamente foi sendo abandonada.

CerâmicaVasos, cantis, jarros e ânforas de barro eram produzidos para armazenamento de alimentos e de bebida, demonstrando o quão dominavam as técnicas de cozedura para produção deste tipo de objectos, com recurso a grandes fornos, cujo lume deveria ser bem controlado.

ARTES MENORES

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Mosaico visigótico da Basílica paleocristã de Mértola

Cantil

PinturaA pintura era aplicada em elementos arquitectónicos, com especial relevância para a decoração dos caixotões de madeira das igrejas. A pintura também marcou presença em manuscritos, na sua maioria de couro, através de pequenas iluminuras que retratavam acontecimentos e personagens da altura.Eram usadas tintas, cujos pigmentos eram extraídos de minerais que extraíam do solo e plantas.

MadeiraÉ atribuída aos bárbaros, a invenção do barril de madeira ainda no decorrer do século III d. C., para armazenamento de vinho que tanto adoravam, pela sua maior resistência em comparação com os objectos cerâmicos, partindo-se do princípio que o povo visigodo quando chegou à Península Ibérica, já dominaria semelhante técnica.

ARTES MENORES

Iluminura de um códice da colecção de cânones da Hispana.

Reis visigodos

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As roupas eram feitas em casa pelas famílias e os materiais provinham da cultura do linho e de produção de animais, da qual retiravam o couro.Sendo detentores de grandes rebanhos, pelos quais a comunidade se organizava para a sua criação, a lã era então um material também bastante acessível, sendo igualmente usado no vestuário.

O couro era obtido através da sua curtição, um longo processo que naqueles dias, ainda seria bem mais longo do que actualmente, envolvendo longas cozeduras, para retirada da matéria gorda da pele e devido tratamento.A secagem das peles apenas seria feita durante os períodos da Primavera e do Verão. A coloração da roupa, seria obtida através da sua cozedura em grandes panelas de barro, à qual adicionariam água e pigmentos extraídos de matérias primas locais.

VESTUÁRIO

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A descoberta do sabão é atribuída aos antigos povos germânicos, pelo que será muito provável que os Visigodos o tenham usado durante o seu domínio na Península Ibérica.

O sabão era feito de sebo e de cinzas, sendo usado não só para a higiene pessoal como também para a lavagem da roupa.

CURIOSIDADE

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Ricardo Raposo _Turma: E