VISION 79 OUTUBRO 2015 - BNP Paribas · dedicada às estratégias de diversificação em...

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A lei é dura, mas é a lei. Assim se falava na Roma antiga na hora de enfrentar desafios grandes e tomar medidas di- fíceis. O que tem que ser feito tem que ser feito. O que deve acontecer, acontece. O rebaixamento da nota do Brasil pela agên- cia americana Standard & Poor’s foi uma no- tícia dura, porque oficializa, formaliza e di- mensiona as dificuldades atuais da economia brasileira. Observamos movimentos oportunísticos de investido- res que, com foco no longo prazo, no tamanho e na ro- bustez da economia brasileira, não deixam de aprovei- tar o momento. Mas se o futuro continua promissor, no presente as empresas estão voltadas para a gestão da eficiência, controlando e reduzindo os custos para enfrentar um cenário de demanda fraca e atividade incerta. Observamos também movimentos do Brasil para fora, investidores e empresas reforçando posições em outros emergentes ou na Europa. O fato é que o Brasil continua sendo uma eco- nomia pouco aberta, tendo 27% de trade to GDP , ou seja, importações mais importações repre- sentam 27% da economia total, quando são 65% no México e 55% na França, por exemplo. Esse gap representa uma oportunidade de crescimento e de modernização. O País tem como se acertar e se adaptar às mudan- ças do cenário mundial. A recuperação vai demorar mas a confiança pode voltar mais rapidamente. Temos que enfrentar a crise como uma oportunidade de cor- rigir e avançar. E, também, reafirmar as parcerias para emergirmos mais unidos e mais sólidos. A lei é dura mas a lei é sabia. Dura lex, sed lex SANDRINE FERDANE | PRESIDENTE DO BANCO BNP PARIBAS BRASIL Nesta edição: Seminário sobre cenário econômico e investimentos 2 Análise: O curto e o longo prazo 2 Grupo italiano investe em gestão 4 O banco para um mundo em mudança NEWSLETTER DO BANCO BNP PARIBAS BRASIL VISION 79 OUTUBRO 2015

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A lei é dura, mas é a lei. Assim se falava na Roma antiga na hora de enfrentar desafios grandes e tomar medidas di-fíceis. O que tem que ser feito tem que

ser feito. O que deve acontecer, acontece.O rebaixamento da nota do Brasil pela agên-

cia americana Standard & Poor’s foi uma no-tícia dura, porque oficializa, formaliza e di-mensiona as dificuldades atuais da economia brasileira. Observamos movimentos oportunísticos de investido-res que, com foco no longo prazo, no tamanho e na ro-bustez da economia brasileira, não deixam de aprovei-tar o momento.

Mas se o futuro continua promissor, no presente as empresas estão voltadas para a gestão da eficiência, controlando e reduzindo os custos para enfrentar um cenário de demanda fraca e atividade incerta.

Observamos também movimentos do Brasil para fora, investidores e empresas reforçando posições em outros emergentes ou na Europa. O fato é que o Brasil continua sendo uma eco-nomia pouco aberta, tendo 27% de trade to GDP, ou seja, importações mais importações repre-sentam 27% da economia total, quando são 65% no México e 55% na França, por exemplo. Esse

gap representa uma oportunidade de crescimento e de modernização.

O País tem como se acertar e se adaptar às mudan-ças do cenário mundial. A recuperação vai demorar mas a confiança pode voltar mais rapidamente. Temos que enfrentar a crise como uma oportunidade de cor-rigir e avançar. E, também, reafirmar as parcerias para emergirmos mais unidos e mais sólidos.

A lei é dura mas a lei é sabia.

Dura lex, sed lexSANDRINE FERDANE | PRESIDENTE DO BANCO BNP PARIBAS BRASIL

Nesta edição: Seminário sobre cenário econômico e investimentos 2

Análise: O curto e o longo prazo 2Grupo italiano investe em gestão 4

O banco para um mundo em mudança

NEWSLETTER DO BANCO BNP PARIBAS BRASILVISION 79 OUTUBRO 2015

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Em tempos de crise há quem dirija seu foco apenas para as ameaças, mas há também quem busque enxergar as oportunidades que se apresentam. Pa-ra isso é importante entender o cená-

rio em profundidade e ter uma boa orientação para encontrar os caminhos mais adequados à ocasião. Contar com um gestor capacita-do, que tenha experiência comprovada, posi-cionamento global e presença local de longo prazo, é fundamental.

Com credenciais que vão além dos 38 bi-lhões de reais sob gestão no Brasil, fazendo parte de uma holding com mais de 500 bilhões de euros sob gestão em todo mundo, a BNP Paribas Asset Management Brasil promoveu, no dia 25 de agosto, seu seminário anual para debater o cenário econômico e estratégias de investimento, e contou com a participação de mais de 250 pessoas.

Eduardo Yuki, economista-chefe da área, apresentou sua análise ma-croeconômica e impactos dos principais acontecimentos da atualidade. Foram feitas também apresentações sobre investimentos em Renda Fixa e Renda Variável, pelos responsáveis por essas áreas, Gilberto Kfouri Jr. e Frederico Tralli, respectivamente. O seminário teve também uma sessão dedicada às estratégias de diversificação em investimentos no exterior

e investimentos alternativos, com convidados especiais para cada te-ma: Mark Te Riele, Head de Marketing BNP Paribas Investment Partners APAC & Emerging Markets, compartilhou sua experiência em diversifi-cação internacional, e Ernesto Lozardo, da FGV e do BNDES, abordou a questão dos investimentos em infraestrutura.

A BNP Paribas Asset Management está atualmente entre os 10 maiores gestores de fundos de pensão e fundos offshore da indústria brasileira, apresentando a 6ª maior captação líquida da indústria, re-sultados alcançados também com significativa participação dos seg-mentos Corporate e Wealth Management do BNP Paribas, além de par-cerias estratégicas com distribuidores externos.

ASSET MANAGEMENT

Cenário econômico e investimentos foram tema de seminário anual

Um grande público prestigiou o evento

FIQUE POR DENTRO

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O cenário de curto prazo é sem dúvida desafiador. A economia brasileira está em recessão, refletindo uma tríade de fato-

res: 1) ventos globais desfavoráveis, com desaceleração da economia chi-nesa e preços de commodities em queda; 2) correção doméstica de po-líticas econômicas equivocadas de anos anteriores; 3) repercussões econômicas e políti-cas das investigações da Operação Lava Jato.

Entretanto, não se pode perder de vista as perpec-tivas de longo prazo. Crises geram também oportuni-dades, e o Brasil continua atraente para investidores internacionais em busca de oportunidades de longo prazo. Além disso, ajustes de curto prazo muitas vezes pavimentam a possibilidade de perspectivas melhores no longo prazo. Assim é nas investigações anti-corrup-ção, por exemplo, que não só atestam a solidez e in-dependência das instituições brasileiras, mas também certamente contribuíram para uma enorme melhora na governança corporativa das empresas brasileiras bem como para um ambiente de negócios definitiva-mente mais saudável. Em suma, o Brasil passa hoje por um importante e doloroso ajuste de curto prazo, mas não podemos perder de vista as oportunidades e perspectivas de longo prazo.

O curto e o longo prazoMarcelo Carvalho, Economista-Chefe

A filial de Curitiba do BNP Paribas foi inaugurada em 2001 para abri-gar a equipe de Wealth Management. Ao longo dos anos, porém, outras áreas do Banco passaram a utilizar a filial como base de

atendimento a clientes corporativos e institucionais da capital e inte-rior do estado. Ao longo do tempo, o BNP Paribas foi aumentando sua área de influência e identificando um número crescente de clientes potenciais nos demais estados do Sul, que respondem por uma parcela significativa do PIB brasileiro. O modelo de atendimento baseado em suas equipes centrais, sediadas em São Paulo, principalmente nos ca-sos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foi aos poucos sendo subs-tituído por um atendimento local, envolvendo outras áreas de atuação do BNP Paribas além do atendimento a family-offices. Hoje há uma in-serção local bem mais profunda, com profissionais multi-disciplinares dotados de grande conhecimento da realidade regional.

Para reforçar essa posição, foi contratado em junho um profissional para comandar a filial, com o perfil adequado ao dinamismo das famí-lias e dos negócios da região. Trata-se do gaúcho Paulo Schiavon, um

executivo com mais de 20 anos de atuação em bancos de primeira linha na Região Sul, respon-sável, além da operação do BNP Paribas Wealth Management, pelo suporte às demais equipes do Banco no desenvolvimento de negócios corpora-tivos.

Com a experiência de Paulo Schiavon, o aces-so aos principais decision makers potencializará o desenvolvimento dos serviços do BNP Paribas e integrará ainda mais as equipes de Wealth Management, Corporate Coverage e Investment Banking, proporcionando aos clientes um aten-dimento ainda mais próximo e completo.

Maior cobertura na região SulWEALTH MANAGEMENT

Paulo Schiavon: maior integração dos serviços

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EM UM MUNDO EM MUDANÇA,

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VISION Outubro / 2015 | 3

ACONTECE

n Em 31 de julho, foi estabelecida e publicada a Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco BNP Paribas Brasil, que formaliza o tratamento das questões sociais e ambientais nas operações com clientes e nas atividades próprias, no marco da legislação brasileira e dentro das diretrizes e compromissos do Grupo BNP Paribas. Além do trabalho de um grupo dedicado, assessorado por advogados especializados, sua elaboração incluiu a consulta de partes interessadas, como colaboradores, ONGs, acadêmicos e outras instituições financeiras, todos presentes ao lançamento feito no restaurante Les Terrasses, na sede do BNP Paribas.

Política de responsabilidade socioambiental

Informação de qualidade em tempos de incertezasn No dia 13 de agosto, no Grand Mercure Hotel, em São Paulo, o BNP Paribas Wealth Management promoveu um café da manhã para convidados exclusivos com a presença de Murillo de Aragão

( foto), advogado e cientista político, presidente de uma das principais empresas de análise política da América Latina, com sede em Brasília. O analista explicou o momento político que o país atravessa, expôs sua visão do que esperar do Brasil para os próximos anos e deu indicações sobre como atravessar a crise com a maior redução de risco possível.

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Onde muitos veem crise, o Grupo Azimut, uma gestora indepen-dente e global, enxerga oportunidade com o atual cenário brasi-leiro. A Italiana Azimut, que já comprou participações relevantes de quatro empresas brasileiras, está crescendo de forma rápida e tem planos ambiciosos para se tornar uma das mais importan-

tes gestoras independentes de investimentos no País. “Acreditamos no País e entendemos que existe uma carência profunda entre os brasileiros por um serviço de investimento customizado, transparente e com exce-lência”, disse Giuseppe Perrucci, presidente da Azimut Brasil.

“Mais de 90% de todos os investimentos e poupança estão concentra-dos nas mãos de poucas instituições financeiras do País. Portanto, acre-ditamos que cada vez mais os brasileiros transferirão seu dinheiro para especialistas em investimentos ao longo das próximas duas décadas, à procura de uma maior eficiência e serviço personalizado. Este processo está começando no Brasil, e temos visto a mesma tendência ocorrer em todo o mundo, em países como os EUA e Itália, e no Reino Unido”, acres-

centou. Estabelecida em 2013 no Brasil, a Azimut Brasil, liderada junto com Co-CEO Davide Barenghi, já possui mais de R$ 3,6 bilhões de ativos sob ges-tão, atendendo investidores institucionais, fundos de pensão, indivíduos de alta renda e clientes de wealth management.

A Azimut Brasil já estabeleceu quatro joint-ven-tures com gestoras de fundos Quest Investimentos, Legan Asset, consultoria financeira FuturaInvest e a wealth manager LFI Investimentos. As empresas fazem parte de uma rede global de gestoras e consultorias em 13 países com mais de R$ 150 bilhões em ativos administrados e mais de 1.600 consultores financei-ros. No Brasil, a Azimut conta com mais de 100 profissionais e contratou mais de 30 assessores financeiros entre 2014 e 2015. A companhia tem escritórios em São Paulo, Campinas, Salvador, Recife e Porto Alegre. O BNP Paribas é custodiante de todos os fundos da Azimut em Luxemburgo.

GRUPO ITALIANO INVESTE NOS SERVIÇOS DE INVESTIMENTO CUSTOMIZADO

Azimut acelera no Brasil

GIUSEPPE PERRUCCI Presidente da Azimut tem carreira internacional, com mais de 15 anos de experiência em gestão de ativos

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BANCO BNP PARIBAS BRASIL n SÃO PAULO SP: Tel. (11) 3841-3100 / Fax (11) 3841-3200 | Wealth Management: Tel. (11) 3841-3143 | Asset Management: Tel. (11) 3049-2820 | Securities Services: Tel. (11) 3841-3055 | Corporate Coverage: Tel. (11) 3841-3070 n BELO HORIZONTE MG: Tel. (31) 3254-1250 / Fax (31) 3254-1260 n CURITIBA PR: Tel. (41) 3099-7250 / Fax (41) 3099-7260 n RIO DE JANEIRO RJ: Tel. (21) 3049-8200 / Fax (21) 3213-8230.SUA OPINIÃO: O e-mail [email protected] é um espaço dedicado à opinião dos nossos clientes sobre os produtos, serviços e atendimento do Banco BNP Paribas. Aguardamos o seu contato. Ouvidoria BNP Paribas: Tel. 0800-771-5999 / [email protected]. | VISION é uma publicação do Banco BNP Paribas Brasil dirigida aos clientes. Coordenação: Claudia Melo | Jornalista-responsável: Marcelo Girard (MTb 28837) | Projeto e editoração: Marcelo Girard / IMG3 Com. Gráf. & Editorial | Fotografia: Imagem Produções

FIQUE POR DENTRO

R ecentes tendências do mercado e mu-danças na regulamentação estão tor-nando os fundos internacionais mais acessíveis aos investidores locais. Co-mo os gestores de ativos podem ca-

pitalizar essas novas condições e quais as perspectivas para uma abertura ainda maior para este enorme mercado global é a discus-são que tiveram José Carlos H. Doherty, CEO da ANBIMA (Associação Brasileira das Entida-des dos Mercados Financeiro e de Capitais), Carlos Massaru Takahashi, CEO da BB DTVM, e Andrea Cattaneo, Head da BNP Paribas Secu-rities Services Brasil, no painel moderado por Jefferson L. Matias Oliveira, da PwC, e apre-sentado durante a última conferência ALFI de Distribuição Global realizada em Luxemburgo nos dias 15 e 16 de setembro de 2015.

O Brasil passa por uma etapa delicada, com alta volatilidade do mercado, e isso mudou a percepção dos investidores institucionais e de varejo locais, que agora olham para os mer-cados internacionais com novo interesse. Se-gundo dados do Banco Central, o investimento brasileiro no exterior responde por mais de 67 bilhões de dólares – o montante mais eleva-do desde 2005, e mostra com uma aceleração

de 32% nos últimos dois anos. Analisando em detalhe a composição dessas carteiras, so-bretudo de caixa e depósitos no exterior, con-firma-se uma nova tendência de internacio-nalização por investidores brasileiros. Só no segundo trimestre deste ano, estas aplicações aumentaram em quase US$ 5 bilhões.

Acompanhando o movimento, a CVM (Comis-são de Valores Mobiliários) fez alterações sig-nificativas no regulamento de fundos domés-ticos, com a introdução das instruções ICVM 555 e ICVM 554, que redefinem as categorias de varejo, de investidores qualificados e pro-

fissionais, e elevam os limites para o investimentos no exte-rior. As novas regras, mais fle-xíveis, estabelecem que, para os fundos de “varejo”, os investi-mentos em ativos localizados fo-ra do Brasil podem corresponder a até 20% do seu patrimônio lí-quido, contra o limite anterior de 10%. Os fundos destinados a in-vestidores profissionais, atendi-dos os critérios de classificação e cumpridas as exigências para “Renda Fixa-Bonds Estrangeiros”

e “Renda Fixa-Dívida Externa”, podem investir até 100% do seu patrimônio líquido. Os novos regulamentos de fundos publicados em 2014 entraram em vigor no último 1° de outubro e devem ser adotados pelo mercado até 30 de junho de 2016.

O consenso é de que o processo de interna-cionalização do mercado brasileiro é um fato. Resta analisar como agentes do mercado vão adaptar as suas estratégias para esta nova tendência e como a infraestrutura do mercado financeiro brasileiro vai se adaptar à nova de-manda de ativos internacionais.

Fundos internacionais ficam mais acessíveis

Da esq. para a dir.: Doherty, Takahashi, Cattaneo e Oliveira