VISITA AO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA · semana e feriados tem a oportunidade de mergulhar na...
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1. Acesse: http://www.50emais.com.br/2010/10/fernando-pes-
soa-plural-como-o-universo/ – e leia o texto de Ana Maria
Cavalcanti, sobre a exposição “Fernando Pessoa, plural como o
universo”
2. Assista, no youtube, aos vídeos:
“Bethania – Poema do Menino Jesus – Fernando Pessoa”
“Cartas de Amor – Fernando Pessoa” e ”Mensagem – Maria
Bethânia”
3. Leve sua família e amigos para conhecer o Museu da Língua
Portuguesa. Existem visitas monitoradas com roteiros diferen-
tes, além das novas exposições.
“Quem visita o Museu da Língua Portuguesa durante os finais de
semana e feriados tem a oportunidade de mergulhar na história do im-
portante prédio da Estação da Luz.
As visitas monitoradas têm em média 50 minutos de duração e
percorrem pontos históricos e arquitetônicos da Estação, contando um
pouco da história do prédio, da ferrovia Santos-Jundiaí e de seu impacto
para a economia e sociedade brasileiras, principalmente no final do Sécu-
lo XIX e na primeira metade do Século XX.
Todos os sábados, domingos e feriados são oferecidas duas visitas
gratuitas, às 12h e 14h, partindo da entrada de visitantes do Museu”.
FONTE: http://www.estacaodaluz.org.br/noticias_interna.php?id_noticia=36
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Atividades préviasAcesse o site:http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/
Pesquise e registre:
1. Quando o Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado? Com que objetivos? Em que espaço foi construído?
2. Existem outros museus da Língua Portuguesa no mundo? Há projetos para criação de outros museus como esse?
3. Após uma pequena pesquisa explique o conceito de patrimônio histórico e explique por que se aplica ao espaço onde está instalado o Museu da Língua Portuguesa.
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4. Por que o Museu foi criado em São Paulo, na Estação da Luz?
5. Vá à biblioteca do colégio, consulte o material sobre Fernando Pessoa e registre, de forma sucinta, as informações que obteve a respeito da vida e da obra do poeta português.
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6. Leia o texto “O que se revela quando se diz...” de Eduardo Calbucci (ANEXO1) e responda as questões seguintes.
a) Considerando o contexto em que foram utilizadas, pesquise e registre o significado das seguintes palavras:
Dicotomia:
Aforismo:
Vocativo:
Purista:
“SABER UMA LÍNGUA É SEPARAR O CERTO DO ERRADO? A LÍNGUA É UM ORGANISMO VIVO QUE VARIA CONFORME O CONTEXTO E VAI MUITO ALÉM DE UMA COLEÇÃO DE REGRAS E NORMAS DE COMO FALAR E ESCREVER.” (Ataliba T. Castilho – USP, CNPq)
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Normativista:
Detrimento
Acrescente outras palavras cujos significados você desconheça.
b) Pesquise a diferença entre os termos “de encontro a” e “ao encontro de”. Registre essa diferença para exemplifi-cá-la e elabore frases.
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c) Qual a opinião defendida pelo autor a respeito do hábito de classificarmos como “certo” ou “errado” os usos variados da Língua Portuguesa?
d) Explique a afirmação de que a língua é um sistema.
e) Qual a diferença entre tornar as variedades linguísticas um objeto de estudo e um pretexto para a normatização.
f) É possível deduzir por que a perspectiva da normatização é a mais comumente adotada para “observar” as variedades da língua? Crie uma hipótese e explique.
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g) Segundo o autor, uma ocorrência bastante comum é o uso do pronome “mim” como sujeito. Comente essa ocorrência na composição “Asa branca” de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. (Se os compositores utilizassem a norma padrão e trocassem “mim” por “eu” haveria alguma perda na canção? Explique.)
h) Segundo o autor, o poeta Manuel Bandeira foi um defensor do uso de “mim” na função de sujeito da oração. Que fato ele utiliza para exemplificar a afirmação?
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i) Por que, segundo o autor, Manuel Bandeira defendia o que chama de espontaneidade no uso da língua?
j) Explique a frase de Wittgenstein: “os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”
k) Retomando o parágrafo conclusivo, explique o título do texto.
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7. Leia o texto: “O novo acordo ortográfico”, Almanaque Abril 2010 (Veja anexo 2) e responda as questões: 1) Estudo do vocabulário:
a) Consulte no dicionário os significados de “retificar” e “ratificar” e diferencie os vocábulos.
b) Pesquise o significado de outras palavras que você desconheça e registre abaixo.
2) O que são os “sete Estados lusófonos” mencionados no texto? Identifique-os.
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3) Identifique e enumere as ações que denotaram resistência à implantação do acordo ortográfico em Portugal.
4) Segundo Vasco Graça e Moura, por que o acordo não deveria ser adotado?
5) Escreva um contra-argumento que invalide o protesto de Vasco Graça e Moura.
6) Posicione-se: em sua opinião, o acordo tem validade? Justifique.
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8. Estudo do texto (Veja anexo 3).
Texto: “Português é a sexta língua materna mais falada no mundo, revela UNESCO”. Atividades com o texto a serem feitas nas aulas de Geografia.
• Levantamento das línguas mais faladas do mundo. • Distribuição das línguas pelo globo. • Potencial de crescimento do português.
9. Atividade no CEI
Pesquise no site www.cplp.org.
1) O que é a CPLP? Quando foi formada?
2) Quais seus objetivos?
3) Quais são os estados-membros?
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4) Existe outra forma de participação na comunidade?
5) Represente no mapa-múndi “Países de Língua Portuguesa”, com uma legenda os estados-membros e outros partici- pantes da CPLP.
10. Tabela com países da CPLP Pesquisa de indicadores demográficos de países de língua portuguesa.
DUrANtE A viSitA....
1. Observe a exposição “FERNANDO PESSOA, PLURAL COMO O UNIVERSO”
– Tome nota dos elementos visuais, do que mais o (a) impressio-nou naquilo que viu e do que foi falado pelos monitores.
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2. Na instalação Palavras Cruzadas (totens dedicados às influên- ciasdasLínguasedospovosquecontribuíramparaformar oPortuguêsfalado no Brasil) selecione e registre em sua ficha 5 vocábulos de origens diferentes que foram incorporados à Língua Portuguesa falada no Brasil. (Anote a palavra, o significado e sua origem)
a) Observe com especial atenção o “toten” dedicado às influências da Língua inglesa e registre abaixo neologismos e estrangeirismos que você utiliza em seu cotidiano.
NEOLOGiSMOS EStrANGEiriSMOS
1- 1-
2- 2-
3- 3-
4- 4-
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3. Na instalação Beco das Palavras (sala com jogo etimológico interativo que permite ao visitante brincar com a criação de palavras, conhecendo suas origens e significados), observe e registre a origem e o significado de duas palavras diferentes:
4. Consulte no Mapa dos Falares (grande mapa do Brasil onde há depoimentos de pessoas de diversas regiões do país) as regiões próximas à sua cidade e os falares de outras regiões do Brasil. Escreva sua conclusão a respeito das diferenças que pôde verificar.
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5. Registre, a partir do estudo da Linha do Tempo (uma linha com recursos interativos onde o visitante poderá conhecer melhor a história da Língua Portuguesa), o aspecto da história da Língua Portuguesa que você tenha considerado mais significativo.
6. Após as apresentações da Praça da língua (Espécie de “plane- tário da Língua”, composto por imagens projetadas e áudio. Uma antologia da literatura criada em Língua Portuguesa, com curadoria de José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski), registre otítulo e o autor do texto que mais lhe chamou a atenção.
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APóS A viSitA:
1. Etapa na biblioteca (Individual) Pesquise o texto que você escolheu no último item da visita e registre-o integralmente em seu caderno de Português. Ele servirá para inspirá-lo na realização das próximas etapas do projeto.
2. Etapa no CEI (individual) Escolha um dos temas abaixo, pesquise-o mais detalhada- mente e relacione-o à visita ao Museu da Língua Portuguesa. Digite o resultado de suas pesquisas e imprima.
temas:
1) A pluralidade de Fernando Pessoa
2) O mais brasileiro dos poetas portugueses
3) As origens do português falado no Brasil
4) Variedades da Língua Portuguesa
5) Influências linguísticas e culturais no Brasil
6) A Língua Portuguesa no mundo contemporâneo
7) Neologismo
8) Os estrangeirismos e a Língua Portuguesa
3. Em sala de aula (individual) Escreva um texto poético relacionado ao tema escolhido. (A proposta será apresentada durante as aulas de Português).
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CrONOGrAMA
4. Etapa no CEI (em grupo) A exemplo do que você viu na Praça da Língua, elabore uma apresentação para seu texto, que contenha:
NARRAÇÃO (a gravação do texto que você escreveu)
IMAGENS (que tenham relação com seu texto)
TEXTO (que você escreveu).
Datas Atividade11/2 Saída das turmas B e E
15/2 Saída das turmas C e F
16/2 Saída das turmas D e A
PARA 21 e 22/2Pesquisa na biblioteca sobre autores
(para casa/individual)
21 e 22/2 Pesquisa no CEI sobre os temas (individual)
25/21ª realização da versão do texto (individual) –
trazer as pesquisas
18/3 Devolutiva e correção dos textos
INÍCIO DE ABRILGravação do áudio e elaboração da
apresentação no CEI
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O que se revela quando se diz...
Eduardo Calbucci
A língua, na maioria das vezes, oferece-nos várias possibili-
dades para dizer praticamente as mesmas coisas. Escolher a forma
mais adequada para cada situação, cotejar usos, comparar regis-
tros, sempre tendo em mente a riqueza dos processos de variação
linguística, é (ou deveria ser) preocupação de todos os falantes,
sob o risco de a intercompreensão e a eficiência de comunicação
se perderem.
O “ultrapassado” – ao menos em grande parte do universo
acadêmico – discurso do certo x errado, fundamentado numa di-
cotomia tão rígida quanto equivocada, desconsidera que a língua,
como sistema que é, merece ser tomada mais como um objeto de
estudo do que como um pretexto para normatizações frágeis e,
muitas vezes, preconceituosas.
Por exemplo: quando, no começo dos anos 50, Luiz Gonza-
ga e Humberto Teixeira compuseram um dos maiores sucessos da
música popular brasileira de todos os tempos, o baião Asa bran-
ca, alguns puristas podem ter ficado incomodados com o final da
quarta estrofe da canção: “Espero a chuva cair de novo / Pra mim
voltá pro meu sertão” [grifo nosso]. Afinal, o uso do pronome oblí-
quo “mim” na posição de sujeito vai de encontro às prescrições
dos normativistas, que apregoam o emprego do pronome reto (eu)
ANExO 1
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numa construção como essa.
As explicações sintáticas para essa prescrição vão das mais
finas (os pronomes pessoais em português mantêm resquícios da
flexão de caso do latim e, por isso, são grafados diferentemente de
acordo com sua função sintática) às mais insólitas (todos já ouvi-
mos o descabido “mim não faz nada” ou o politicamente incorreto
e descabido “mim é índio”). O fato é que, por mais que haja quem
condene o “mim” como sujeito, esse uso não se deixou abalar e
continua afirmando sua existência nas ruas.
Manuel Bandeira chegou mesmo a dizer que não havia nada
mais “gostoso” do que usar o mim como sujeito de verbo no in-
finitivo. Para ele, a expressão “pra mim brincar” deveria ser usada
por todos os brasileiros. Em que pese sua filiação modernista, que
o levava a prestigiar as variantes populares da língua, até mesmo
como reação aos beletrismos de parte da literatura brasileira da
virada do século XIX para o século XX, é de elogiar sua percepção
aguçada de fenômenos de língua, que o faz privilegiar a esponta-
neidade em detrimento da “correção”.
A tese de Bandeira é plenamente adequada para explicar o
uso dos pronomes em Asa branca. Na canção, o emprego de “eu”
no lugar de “mim” tornaria o texto incoerente. O narrador de Asa
branca é um retirante que foge da seca. Assim, para aumentar o
efeito de “verdade” do texto, optou-se por uma variedade linguís-
tica compatível com o universo social desse narrador.
Linguistas de todas as épocas reconhecem que, quando fa-
lamos ou escrevemos, dizemos mais do que imaginamos. Na ver-
dade, revelamos de onde somos, em que época vivemos, qual o
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nosso universo social, como queremos nos relacionar com nossos
interlocutores. Isso se dá porque a língua não é neutra; ela encerra
valores, crenças, ideologias. É por esse motivo que uma simples
escolha lexical pode ter mais peso do que supúnhamos.
Veja-se o caso dos vocativos. Ao referirmo-nos aos nossos
interlocutores, interpelando-os diretamente, podemos empregar
as mais variadas formas de tratamento: doutor, senhor, moço, ami-
go, companheiro, camarada, rapaz, parceiro, mano, gajo, meu ir-
mão, guri, quase todas com suas respectivas flexões femininas. Os
exemplos são infindáveis. Acontece que cada forma de tratamento
revela muito mais do que se imagina: um “doutor” numa conversa
cotidiana pode ser irônico; um “gajo” numa aula de literatura, uma
homenagem a Portugal; um “mano” no Rio de Janeiro, uma brin-
cadeira com o falar de São Paulo; um “camarada” num encontro
partidário, uma filiação ideológica. Nada é neutro.
Daí, o aforismo do filósofo austríaco Wittgenstein: “Os limi-
tes da minha linguagem são os limites do meu mundo”. Quanto
maior é a consciência dos falantes sobre essas questões, maior é
sua capacidade de controlar, ainda que parcialmente, o que se re-
vela quando se diz...
Eduardo Calbucci é mestre e doutor em Linguística pela USP. É professor da USP e consultor do Núcleo Educativo da TV Cultura. Autor de Saramago: um roteiro para os romances. Foi curador da exposição “Menas – o certo do errado,
o errado do certo” do Museu da Língua Portuguesa.
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ANExO 2
CULtUrA / PANOrAMA
O NOvO ACOrDO OrtOGráFiCO
Em 1º de janeiro de 2009, passou a vigorar no Brasil o novo
acordo ortográfico para unificar nossa escrita e a das demais nações
de língua portuguesa, tornando o país o primeiro e único a adotar, na
prática, as mudanças previstas. Até o fim do ano, o acordo não havia
entrado em vigor em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-
que, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Todas as ex-colônias portuguesas parecem estar esperando a
evolução da mudança em Portugal. Lá, o acordo foi ratificado pelo
Parlamento em 16 de maio de 2008, passou a vigorar também em
janeiro de 2009, mas prevê uma transição de seis anos até valer ple-
namente. Todo o primeiro ano foi de conversações, pois houve muita
polêmica e um movimento de resistência. A maioria dos jornais por-
tugueses resolveu não adotar as novas regras de escrita. Houve exce-
ções, como o Diário da Republica (órgão oficial), o jornal esportivo
Record, a Folha Universal, publicação da Igreja Universal do Reino de
Deus, e Despertar, um dos mais antigos jornais de Coimbra. O jornal
português Correio da Manhã anunciou, em março de 2009, que limi-
taria seu uso às crônicas. Nas escolas, está previsto o ensino da nova
ortografia a partir do ano letivo, que começará em setembro de 2010.
O movimento de questionamento da mudança resultou em
uma petição, assinada por 113.206 pessoas, encaminhada e discutida
em maio na Comissão de Ética e Sociedade da Assembleia Nacional,
Língua Portuguesa
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sem que tenham chegado a uma conclusão. Segundo um de seus sig-
natários, o escritor e ex-deputado do Parlamento europeu Vasco Graça
Moura, a reforma não unifica de fato a língua, é inconstitucional e só
cria problemas para as crianças, professores e idosos, sem oferecer
ganhos reais às pessoas. No Brasil, a adoção do Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa foi estabelecida pelo Decreto nº 6583, publicada
em 29 de setembro de 2008. A adoção ocorrerá em etapas, com previ-
são de término em 2012. Nesse período, as duas normas ortográficas
poderão ser usadas e aceitas como corretas nos exames vestibulares,
concursos públicos e demais meios escritos. De acordo com o Ministé-
rio da Educação, os alunos de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental re-
cebem os livros didáticos e literários dentro da nova norma em 2010,
as turmas de 6º a 9º ano em 2011 e as de Ensino Médio em 2012.
1911 Portugal faz sua primeira reforma ortográfica, sem a adesão do Brasil
1931 Sai o primeiro acordo ortográfico luso-brasileiro, mas ele não é efetivado na prática
1945 A Convenção Ortográfica Luso-Brasileira é adotada em Portu-gal, mas não no Brasil
1971 O Brasil realiza sua reforma ortográfica 1973 Portugal realiza sua reforma ortográfica 1975 Portugal e Brasil elaboram um projeto de acordo que não é
aprovado oficialmente 1986 Os sete países de língua portuguesa consolidam as Bases
Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de
O HISTÓRICO DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA
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1945, que não chegam a ser implementadas 1990 Os sete Estados lusófonos assinam acordo ortográfico, com
data oficial para sua entrada em vigor em 1°/1 /1994 1996 É criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) para ampliar as relações culturais, políticas e econô-micas entre os países lusófonos. A CPLP é responsável pelas negociações a respeito do acordo ortográfico
1998 É assinado Protocolo Modificativo ao Acordo, que retira a data para a entrada em vigor do acordo e mantém a exigência de ratificação por todos os países
2004 O Timor-Leste adere ao acordo. É assinado um segundo Pro-tocolo Modificativo ao Acordo, que retira a exigência de rati-ficação por todos os membros e estabelece como suficiente a ratificação por três membros. O Brasil ratifica o segundo Protocolo Modificativo
2005 Cabo Verde ratifica o segundo Protocolo Modificativo 2006 São Tomé e Príncipe ratifica o segundo Protocolo Modificati-
vo. Chega-se ao mínimo de três países 2008 Portugal ratifica o segundo Protocolo Modificativo.
AS OriGENS DA rEFOrMA É antiga a intenção de unificar a língua portuguesa entre os
países em que ela é o idioma oficial (veja quadro acima).
Mas foi só em 1990 que os sete países lusófonos – Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e
Príncipe (o Timor-Leste se tornaria independente apenas em 2002) – se
comprometeram com a unificação da grafia da língua segundo pro-
posta apresentada pela Academia de Ciências de Lisboa e pela Acade-
mia Brasileira de Letras (ABL). Mas o acordo ainda demoraria a entrar
em vigor. Apenas em 2006, quando São Tomé e Príncipe se somou ao
Brasil e a Cabo Verde e ratificou o acordo ortográfico, foram alcança-
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das as três adesões necessárias para que passasse a vigorar. Entretan-
to, a relutância de Portugal em unir-se ao grupo levou os países a adiar
sua aplicação. Finalmente, em maio de 2008 o Parlamento português
ratificou o acordo para unificar a ortografia em todas as nações de
língua portuguesa.
AS rAZÕES PArA O ACOrDO Com o passar dos séculos, criaram-se importantes diferenças
nas formas práticas do idioma. Hoje isso dificulta a integração e uma
parte dos negócios, principalmente a criação de um mercado comum
imediato para a venda de revistas, livros, de discos musicais e seus
encartes e eventualmente DVDs de filmes legendados, que não po-
dem ser comercializados com grafias diferentes. Contudo, apesar de o
acordo proporcionar uma uniformidade de 98% entre o português do
UMA LÍNGUA COMUM Crianças de São Tomé e Príncipe agitam bandeiras de Brasil, Portugal e Angola, saudando uma das conferências do acordo da língua, realizada em seu país
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Brasil e o de Portugal, ele ainda não será capaz de unificar plenamen-
te o idioma. “Os estranhamentos que ocorrem entre a língua escrita
e a falada no Brasil e em Portugal têm mais a ver com o vocabulário
e com questões morfológicas e sintáticas do que com a ortografia”,
diz Eduardo Antonio Lopes, professor do curso pré-vestibular Anglo e
autor de livros didáticos.
Como cada país tem o próprio léxico, existe uma série de pala-
vras utilizadas aqui que não encontra correspondente lá, e vice-versa.
Se no Brasil os homens vestem terno, em Portugal eles usam fato; os
brasileiros andam de ônibus e os portugueses, de autocarro — e isso
não vai mudar. Além das palavras, também há diferenças na sintaxe
adotada em cada um dos países. Por exemplo, a expressão portuguesa
“estamos a trabalhar para isso” é pouco usal no Brasil, em que é mais
comum usar o gerúndio e dizer “estamos trabalhando para isso”.
PONtOS POLÊMiCOS De modo geral, a ortografia comum adotada não trará muitas
alterações aos brasileiros. Apesar de o acordo incorporar característi-
cas da ortografia utilizada em Portugal e no Brasil, estudos linguísticos
nos quais se baseou o acordo indicam que nossos dicionários terão de
mexer em apenas 0,43% das palavras, enquanto a mudança será bem
maior para os portugueses e atingirá 1,42%.
Portugal reclama da perda das consoantes mudas, aquelas que
não são pronunciadas, como “acção” e “baptizar”, que viram “ação” e
“batizar”, como no Brasil. Já entre os brasileiros, a mudança mais radi-
cal diz respeito às regras de acentuação. Com o novo acordo, caem os
acentos das paroxítonas com ditongos abertos “ei” e “oi”, por exem-
plo, em ideia e joia.
O ponto mais polêmico da reforma no Brasil é a regra para o
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emprego do hífen, porque é subjetiva. O conceito utilizado foi de que
é desnecessário usar o hífen quando a noção da composição inicial da
palavra se perdeu, pois é para isso que ele servia. É o que já ocorre-
ra, por exemplo, com a palavra girassol. Assim, serão grafados agora
mandachuva e paraquedista. A questão é: quem decide quando essa
noção se perdeu? Para balizar essa regra e as demais, a Academia Bra-
sileira de Letras publicou o novo Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa (Volp) em 2009. Em Portugal, opositores do acordo orto-
gráfico consideraram o lançamento desse volume primeiro no Brasil
uma nova afronta, e a Academia das Ciências de Lisboa já anunciou a
intenção de preparar e publicar o seu próprio Vocabulário da Língua
Portuguesa.
Veja a seguir as novas regras do idioma. Os portugueses recla-
mam bastante da eliminação das letras “c” e “p” não pronunciadas e
da consagração das duplas grafias de palavras.
Entre nós, há muitas críticas com relação ao hífen, cuja utiliza-
ção ainda continua dando margem a dúvidas, pois existem situações
não previstas no acordo.
ALFABEtO As letras “k”, “w” e “y” são incorporadas oficialmen-
te ao alfabeto da língua portuguesa para a designação de topônimos
(nomes de lugares) e antropônimos (nomes de pessoas) originários de
outras línguas e seus derivados. O alfabeto passa a ter 26 letras.
trEMA – Acaba o trema das palavras em português. Assim,
lingüiça, freqüência, cinqüenta e seqüência passam a ser linguiça, fre-
O QUE MUDA NA NOSSA LÍNGUA
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quência, cinquenta e sequência. Exceção: nomes próprios estrangeiros
e suas derivações, como Müller e mülleriano.
DUPLA GrAFiA
a) É consagrada a dupla grafia para palavras escritas e pro-
nunciadas de maneira diferente em Portugal e no Brasil.
Exemplos: aspeto e aspecto; caracter e caráter; facto e fato;
ceptro e cetro; amnistia e anistia; indemnizar e indenizar;
dição e dicção; corruto e corrupto.
b) É aceita a dupla acentuação em palavras que têm acento
circunflexo no Brasil e agudo em Portugal. Exemplos: bebê
e bebé; crochê e croché; matinê e matiné; tênis e ténis;
cômodo e cómodo; anatômico e anatómico; Antônio e
António.
ACENtO AGUDO
a) Cai o acento agudo nos ditongos abertos “ei” ou “oi” das
palavras paroxítonas: assembléia, idéia, boléia, andróide e
tiróide passam a ser assembleia, ideia, boleia, androide e
tiroide.
b) Cai o acento agudo nas vogais tônicas “i” e “u” nas pala-
vras paroxítonas quando precedidas de ditongo. Exemplos:
baiuca e feiura.
ACENtO DiFErENCiAL
Acaba o acento diferencial em palavras homófonas (com o
mesmo som). Exemplos: “pára” do verbo parar e “para” preposição;
“pêlo” substantivo e “pelo” preposição.
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ExCEÇÕES
a) Permanece o acento diferencial nas palavras pôde 3ª pes-
soa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo
poder) e pôr (verbo).
b) Permanecem os acentos que marcam o singular e o plural
nos verbos ter e vir: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.
c) É facultativo o acento em dêmos (1ª pessoa do plural do
presente do subjuntivo do verbo dar) e no substantivo
fôrma.
d) São aceitas duas grafias para certas formas flexionadas
dos verbos aguar, apaziguar, averiguar, enxaguar e afins.
Se o “u”for tônico, ele deixa de ser acentuado, como em
averigue, enxague, argui e apazigue. Se o “a” e o “i”
forem tônicos (uma vez que alguns desses verbos admitem
duas pronúncias), eles devem ser acentuados, como em
averígue, enxágue, apazíque,
ACENtO CirCUNFLExO
a) Cai o circunflexo no hiato “OO”. Exemplos: abençôo, enjôo
e vôo passam a abençoo, enjoo e voo.
b) Cai o circunflexo no hiato “ee” dos verbos crer, dar, ler,
ver e seus derivados, como em creem, deem, leem, veem,
releem.
HÍFEN
a) Usa-se o hífen quando o segundo elemento se inicia por
“h” como anti-higiênico, pré-história, anti-herói (tal como
já se usa no Brasil) e sub-hepático. Exceções: desumano,
subumano, desumidificar, inábil (formas também já em uso).
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b) Usa-se o hífen quando o segundo elemento se inicia pela
mesma última vogal do prefixo, como contra-almirante,
pré-escolar, anti-imperialismo, micro-ondas.
c) Usa-se o hífen após prefixos terminados em “r” se o se-
gundo elemento iniciar por “r” como hiper-realista, super-
rancoroso, inter-regional (como já se faz no Brasil).
d) Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa com “r” ou “s” – nesses casos, a
consoante é duplicada. Exemplos: antissemita, antirreligio-
so, microrradiografia, extrarregulamentar, cosseno.
e) Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exem-
plos: autoestrada, extraescolar.
f) Não se usa hífen em palavras compostas que perderam a
noção de composição, como girassol, madressilva, man-
dachuva, pontapé, paraquedas e paraquedista. Como essa
interpretação é bastante subjetiva, as palavras que devem
ser grafadas com e sem hífen são definidas no Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa, lançado em 2009.
O QUE MUDA Só EM POrtUGAL
Letras mudas Desaparecem da língua escrita, em Portugal, o
“c” e o “p” nas palavras nas quais não são pronunciados, como em
acção, acto, actor, actual, baptismo, óptimo, Egipto. Permanecem em
palavras como secção, compacto, convicto, egípcio, rapto, óptica,
pois, nesses casos, são pronunciados oralmente. O “h”também é reti-
rado de palavras como herva e húmido.
SAIBA MAIS SOBRE O ACORDO www.portaldalinguaportuguesa.org
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ANExO 3
“Português é a sexta língua materna mais falada no mundo”, revela Unesco
O português é a sexta língua materna mais falada no mundo, indicam estatísticas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que revela a existência de 6,7 mil línguas vivas no mundo.
Segundo a instituição, o português está atrás do mandarim, hindi, espanhol, inglês e bengali.
De acordo com o documento “Língua Portuguesa: Perspectivas para o Século XXI”,elaborado pelo Instituto Camões (IC), a língua portuguesa tem ganhado falantes de forma contínua, desde o início do século XX. Em 2000, a Unesco estimou em mais de 176 milhões o número de falantes de português no mundo.
O mandarim é, e será, a língua materna mais falada no mundo, com 874 milhões de falantes, seguido pelo hindi (366 milhões), espanhol (358 milhões), inglês (341 milhões), bengali (289 milhões).
Além da língua portuguesa, completam a lista dos dez idiomas mais falados no mundo o russo (167 milhões), japonês (100 milhões) e wu (China, 77 milhões).
As estatísticas sobre as línguas vivas, segundo o documento, apresentam números diferentes, mas apontam, em geral, para um valor superior a 6 mil, embora os últimos dados da Unesco, datados de 2000, apontem para 6,7 mil.
A distribuição das línguas vivas por área geográfica revela que a Ásia é o continente com maior número de idiomas (2,165 mil) e que a Europa é o com menor (225). No meio está a África (2,01 mil), Pacífico (1,3 mil) e a América (mil).
Essa distribuição permite, por outro lado, constatar que a maioria das línguas se concentra em países em desenvolvimento
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pertencentes aos continentes asiático (32%) e africano (30%).Segundo os demógrafos Jean-Claude Chasteland e
Jean-Claude Chesnais, do Ined (Instituto Nacional de Estudos Demográficos) francês, o português era falado em 1992 por 160 milhões de pessoas.
O estudo destaca que, a partir do cruzamento dos dados fornecidos pelas organizações de caráter regional em que o português assume a função de uma das duas línguas oficiais com as projeções demográficas da ONU (Organização das Nações Unidas) até 2050, o português é tido como o que tem maiores potenciais de crescimento como língua de comunicação internacional na África Austral e na América do Sul.
Só nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), indicam as projeções das Nações Unidas, a população crescerá para 58 milhões em 2025 e para 83 milhões em 2050, com perspectiva de idêntica taxa de crescimento na África Austral, onde a SADC (Comunidade de Desenvolvimento local) vai desempenhar o mesmo papel impulsionador que o Mercosul na América Latina (Brasil).
A expansão da língua portuguesa seguirá também para o Oriente, sobretudo devido a Timor Leste e Macau, prevendo-se que tal estimule o interesse pelo português no Japão, China, Coreia do Sul, Índia (Goa, Damão e Diu) e Malásia (Malaca), regiões onde alguns segmentos da população falam português ou crioulos de base lexicalusa.
Texto retirado do site:http://www.abec.ch/Portugues/subsidioseducadores/artigos/categorias/
artigosfamilia/Portugues_e_a_sexta_lingua_materna_mais_falada_no_mundo.pdf