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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Pró-Reitoria de Planejamento e de Desenvolvimento Diretoria de Projetos Especiais Projeto A Vez do Mestre VISITA UMA FERRAMENTA PARA APRIMORAR A QUALIDADE DO CRÉDITO AUTOR: Eduardo Almeida de Souza ORIENTADOR: Profº Marco Antonio Chaves Rio de Janeiro, RJ, abril/2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Pró-Reitoria de Planejamento e de Desenvolvimento

Diretoria de Projetos Especiais

Projeto A Vez do Mestre

VISITA UMA FERRAMENTA PARA APRIMORAR A

QUALIDADE DO CRÉDITO

AUTOR:

Eduardo Almeida de Souza

ORIENTADOR:

Profº Marco Antonio Chaves

Rio de Janeiro, RJ, abril/2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Pró-Reitoria de Planejamento e de Desenvolvimento

Diretoria de Projetos Especiais

Projeto A Vez do Mestre

VISITA UMA FERRAMENTA PARA APRIMORAR A

QUALIDADE DO CRÉDITO

AUTOR:

Eduardo Almeida de Souza

Trabalho Monográfico apresentado

como requisito parcial para obtenção

de Grau de Especialista em “Finanças

e Gestão Corporativa” da

Universidade Candido Mendes.

Rio de janeiro, RJ, abril/2002

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Agradecimentos

De um modo especial agradeço ao Srº Marco Antônio Chaves, mestre e orientador deste

trabalho; aos mestres que transmitiram todo o conhecimento previsto no conteúdo

programático deste curso; a Universidade Candido Mendes e à Coordenação do Projeto

A Vez do Mestre pelo apoio dado. Agradeço especialmente aos meus familiares,

principalmente à minha esposa e filha; a todas as pessoas que direta e indiretamente

contribuíram para a conclusão deste curso.

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Dedicatória

Dedico a meus pais Maria Cândida e Nelson, por me terem proporcionado a

oportunidade de viver esta vida.

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Epígrafe

“A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é

possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não

fizer hoje o que pode ser feito e tentar fazer hoje o que não pode ser feito, dificilmente

eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer.”

Paulo Freire

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LISTA DE SIGLAS

C

CCF: Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos.

CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

CPF: Cadastro de Pessoas Físicas.

F

FEBRABAN: Federação Brasileira dos Bancos

I

IR: Imposto de Renda.

P

PL: Patrimônio Líquido.

S

SPC: Serviço de Proteção ao Crédito.

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SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS......................................................................................................5

SUMÁRIO....................................................................................................................6

RESUMO.....................................................................................................................8

I- INTRODUÇÃO........................................................................................................9

II - AVALIAÇÃO DE CRÉDITO................................................................................11

2.1 - Conceitos.........................................................................................................11

2.1.1 - Crédito......................................................................................................11

2.1.2. - Risco............................................................................................................16

2.1.3 - Gestão de Risco............................................................................................18

2.1.4 - Política de Crédito........................................................................................19

2.2 - A preparação do gerente para a análise de crédito.............................................20

2.3 - Dificuldades para análise de crédito de micro e pequenas empresas..................24

III - A VISITA COMO FERRAMENTA PARA DECISÃO DE CRÉDITO .................26

3.1 - A Importância da visita como estratégia para avaliação de crédito e prospecção

de novos negócios........................................................................................................27

3.2 - Tipos de Visita ....................................................................................................28

3.2.1 - Visita de Prospecção ....................................................................................28

3.2.2 - Visita de Empréstimo...................................................................................28

3.2.3 - Visita de acompanhamento de empréstimos ................................................29

3.3 - Planejamento da visita.........................................................................................29

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3.4 - Procedimentos a serem adotados na realização da visita. ...................................31

3.4.1 - Principais levantamentos a serem feitos durante a visita .............................32

3.4.2 - Dados a serem levantados de alguns setores específicos .............................35

3.5 - Elaboração do relatório de visita.........................................................................43

IV - METODOLOGIA DA PESQUISA .........................................................................46

V - PROPOSTA:.........................................................................................................48

5.1 - Dicas para realização de visitas........................................................................49

5.2 - Roteiro de observação.....................................................................................50

5.3 - Roteiro para acompanhamento de crédito.........................................................59

5.4 - Roteiro sobre garantias....................................................................................61

VI - CONCLUSÃO .........................................................................................................64

GLOSSÁRIO...............................................................................................................66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................67 ..

ANEXOS....................................................................................................................68

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RESUMO

Este trabalho propõe uma metodologia a ser utilizada pelos gerentes de negócios

na realização de visitas, através da criação de roteiros que os orientem na obtenção do

maior volume possível de informações confiáveis sobre os clientes.

Tais informações, por estarem sistematizadas e organizadas, contribuirão para a

melhoria da qualidade da decisão de crédito e possibilitarão a identificação de novas

oportunidades de negócios, pelo aumento do contato e da parceria entre o Banco e seus

clientes.

Demonstrou-se inicialmente a importância da realização de visitas de forma

estruturada a clientes como fator para a melhoria na decisão e qualidade do crédito.

Dessa forma são descritos os recursos que podem ser utilizados na sua preparação, os

procedimentos adequados para uma abordagem inicial, as habilidades pessoais e

profissionais de um bom gerente e os principais pontos a serem observados no

acompanhamento do crédito.

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I - INTRODUÇÃO

Até a implantação do plano real, em junho de 1994, a maior parte da rentabilidade

do sistema financeiro nacional advinha dos ganhos proporcionados pelo “ Floating”.

Devido à queda dos níveis inflacionários, essa fonte de receita reduziu-se

drasticamente forçando, assim, os bancos a retomarem as suas funções básicas de

intermediadores e prestadores de serviços financeiros como condição essencial à sua

sobrevivência.

Outro impacto proporcionado pela queda da inflação foi o aquecimento da

demanda por bens e serviços que durante vários anos foi reprimido por políticas

monetárias restritivas gerando, assim, um forte crescimento da procura por crédito.

Nesse cenário as instituições financeiras tiveram uma alavancagem muito grande

nas suas operações de crédito.

Hoje os bancos estão despertando novamente para o problema da análise de

crédito. O objetivo é estar bem afiado para quando as restrições ao crédito forem

levantadas pelo governo e os empréstimos voltarem a crescer.

No presente trabalho demonstra-se inicialmente a importância da realização de

visitas de forma estruturada a clientes, como fator para a melhoria na decisão e

qualidade do crédito. Dessa forma são descritos os recursos que podem ser utilizados na

sua preparação, os procedimentos adequados para uma abordagem inicial, as

habilidades pessoais e profissionais de um bom gerente e os principais pontos a serem

observados no acompanhamento do crédito.

Ao final, são propostos roteiros para orientarem os gerentes de negócios na

realização das visitas, de forma a preservar e aumentar a confiabilidade das

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informações obtidas, visando, assim, subsidiar as decisões de crédito e melhorar a

qualidade das operações.

Metodologicamente, o trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica

e pesquisa documental.

Sua principal contribuição é a melhoria da qualidade das visitas, aprimorando-as

como ferramenta para decisões de crédito mais confiáveis e prospecção de novos

negócios.

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II - AVALIAÇÃO DE CRÉDITO

Visando embasar o leitor e facilitar a compreensão do trabalho são explicados

conceitos relativos a crédito, identificadas as principais habilidades pessoais e

profissionais necessárias ao gerentes de negócios e as dificuldades para análise e

concessão de crédito às Micro e Pequena Empresas.

2.1 - Conceitos

2.1.1 - Crédito

Em finanças o vocábulo crédito define um instrumento de política financeira a ser

utilizado por uma empresa, industrial ou comercial, na venda a prazo ou por um banco

comercial na concessão de um empréstimo, de um financiamento ou de uma fiança, por

exemplo. Para as empresas em geral, conceder crédito significa vender seus produtos,

transferindo a posse dos mesmos e diante uma promessa de pagamento futuro.

Para um Banco comercial, as operações de crédito constituem seu próprio

negócio. As instituições financeiras emprestam dinheiro ou financiam bens a seus

clientes, funcionando como uma espécie de intermediários financeiros, pois, os recursos

que aplicam são captados no mercado através dos depósitos efetuados por milhares de

correntistas.

Tendo por base a confiança, a concessão de crédito é orientada por dois elementos

fundamentais:

a) - a vontade do devedor de liquidar suas obrigações dentro das normas

contratuais estabelecidas e

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b) - a habilidade do devedor de assim o fazer.

Nesse sentido utiliza-se como terminologia para esclarecimento os “5Cs” do

crédito.

Caráter, capacidade, capital, condições e colateral (garantia). Ter em mente cada

um desses Cs ajudam o Gerente a certificar-se de que nenhum fator importante foi

ignorado ao avaliar a credibilidade de um cliente.

Caráter: É a vontade e a determinação do cliente de cumprir a obrigação

referente ao empréstimo. Provavelmente, o caráter é o componente individual mais

importante para avaliação do cliente. Caráter é uma qualidade interior, demonstrada

através de qualidades como integridade e honestidade.

Normalmente, há necessidade de mais de uma entrevista para que se possa fazer

um julgamento acurado do caráter do cliente. Entrevistas de acompanhamento ajudam,

assim como as fichas cadastrais com relação à sua reputação e ações no passado.

Para Ramos et Alii (1990), esse “C” consiste na avaliação histórica do potencial

do devedor quanto à sua idoneidade em saldar os compromissos assumidos.

Para essa avaliação devem ser abordados, entre outros fatores, os abaixo

relacionados:

1 - Pessoa Jurídica: A pesquisa deve abranger a pessoa jurídica, seus sócios e

seus administradores, sendo importante considerar os seguintes itens:

- Atrasos nas operações já realizadas com o banco;

- Protestos;

- Execuções;

- Concordatas requeridas/deferidas;

- Falências requeridas/deferidas.

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2 - Pessoa Física: A pesquisa deve abranger o proponente e os avalistas/fiadores.

Capacidade: A habilidade da equipe de gerenciamento da empresa de gerar caixa

suficiente para satisfazer todas as obrigações é o que se chama de capacidade. É mais

fácil avaliar a capacidade de uma empresa já estabelecida, cujo desempenho financeiro

no passado e reputação no mercado são indicadores válidos de um bom gerenciamento

empresarial, do que a de um empreendimento novo.

Ramos et Alii (1990) apontam como fatores que podem ser observados, para sua

mensuração:

1 - Pessoa Jurídica:

- Tradição da atuação da empresa no mercado;

- Tradição dos sócios/administradores no mercado;

- Experiência e formação dos sócios em relação à sua atividade;

- Capacidade de produção nominal/efetiva e utilizada;

- Recursos humanos, mão-de-obra especializada e não especializada;

- Grau de tecnologia empregada;

- Projetos de expansão/modernização da produção;

- Fontes de matérias-primas no mercado interno e externo;

- Instalações do parque fabril, áreas de depósitos de matérias-primas, produtos em

elaboração e produtos acabados;

- Instalações de depósitos de distribuição;

- Frota de veículos para distribuição;

- Instalações e escritórios de administração e representação;

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2 - Pessoa Física:

- Formação e experiência na atividade que exerce;

- Tempo no emprego;

- Empresa em que trabalha: porte e tradição.

Capital: O capital refere-se aos fundos disponíveis para operar uma empresa.

A esse respeito existem duas considerações fundamentais a fazer:

a) - O montante de capital patrimonial que os proprietários investiram na empresa

e o grau de eficiência com que o total do capital é nela empregado. Geralmente, é um

mau sinal quando a participação de capital dos proprietários é consideravelmente menor

que a participação de capital dos credores. Existem exceções, mas os gerentes, de modo

geral, devem se mostrar cautelosos em relação a uma empresa que conta quase

exclusivamente com fundos emprestados para manter suas operações.

b) - Possuir suficiente capital patrimonial é particularmente importante para

empresas novas, de capital fechado, que freqüentemente fracassam quando o valor total

do capital é muito pequeno para financiar as operações da empresa. O valor de reservas

de capital que os proprietários podem injetar num novo negócio, se necessário, é um

importante fator a ser considerado pelos credores.

Segundo Ramos et Alii (1990) Capital é a situação patrimonial do proponente,

levando em conta as suas decisões de usos de recursos e obtenção de fontes de recursos

para as suas atividades. Se a administração tomar decisões acertadas, os resultados

favoráveis fortalecerão e consolidarão a situação patrimonial da empresa como um todo.

No caso de pessoa física a avaliação dar-se-á através da obtenção de dados como:

- Renda mensal;

- Relação de bens e endividamentos;

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Condições: As condições dizem respeito ao micro e macrocenário em que o

tomador de empréstimos está inserido. No caso de empresas, tal cenário são o ramo de

atividade e a economia como um todo. Vale dizer, é muito importante avaliar o

momento do empréstimo “timing”. A política de empréstimos de um banco, em certos

casos, também pode exigir que uma empresa apresente padrões muito elevados de

credibilidade.

Ramos et Alii (1990) colocam que a avaliação das condições da Pessoa Jurídica e

da Pessoa Física refere-se a fatores externos que possam afetar as suas atividades.

1 - Pessoas Jurídicas: No âmbito macroeconômico a empresa se depara com uma

série de variáveis que não domina e das quais é obrigada a se proteger para não

sucumbir (interferências governamentais, comportamentos e necessidades do

consumidor, etc).

2 - Pessoas Físicas: São afetadas por fatores macroeconômicos de forma direta ou

indireta e esses podem afetar a sua capacidade de geração de recursos.

Colateral: A colateral (garantia) é uma parte importante dos “5 Cs”, porque pode

ser oferecida por um tomador como meio de compensar as fraquezas com relação aos

outros Cs. Deve-se ter sempre em mente que a garantia, em si, não efetiva o pagamento

de empréstimos, portanto, não deve, por si só, justificar a concessão de um empréstimo.

É a avaliação da capacidade acessória do proponente em oferecer garantias

adicionais à operação proposta ou ao risco global que assumiu.

Em suma, é um ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder,

temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que essa

parcela volte à sua posse integralmente, após decorrido um prazo estipulado.

Pelo fato de essa cessão patrimonial envolver expectativas quanto ao recebimento

de volta da parte cedida, é imperativo reconhecer que a qualquer crédito está associada

a noção de risco.

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2.1.2. - Risco

Para Schrickel (1994), o risco sempre estará presente em qualquer empréstimo.

Não há empréstimos sem risco. O negócio de um banco implica em assumir riscos de

banqueiro e jamais riscos de empresários. Consoante sua vocação e função, um banco

comercial almeja financiar o empresário e não necessariamente tornar-se seu sócio,

ainda mais sem receber ações e quotas pela “associação”, isto é, sem participar no

capital da empresa.

Sem dúvida, o maior risco numa operação de crédito é o total desconhecimento

sobre quem seja o tomador ou sobre o que é a operação que se deseja efetuar.

Os riscos podem ser classificados de diversas formas, segundo as necessidades e

objetivos pretendidos.

Silva (1988) classifica os riscos em internos ou externos à empresa:

a - Riscos Internos

1 - Ligados à produção e ao produto: São aqueles decorrentes de alterações em

seu ciclo de produção, vinculados à falta de matéria-prima ou mesmo à necessidade de

manutenção de elevados estoques.

Quanto ao produto em si, há o risco de se tornar obsoleto e de não ter capacidade

de competir com novos e modernos lançamentos.

2 - Ligados á administração da empresa: Muitas empresas que cresceram com a

direção de seu proprietário e que se mantém graças à visão e eficiência da sua

administração, apresentando dependência exclusiva de sua mão, podem com a sua

ausência ter a continuidade ameaçada.

Dessa forma, existe o risco de concedermos crédito baseados no dono da empresa

e, na sua ausência, a organização não possuir estrutura suficiente para se manter.

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3 - Ligados ao nível de atividade: Empresas com grande capacidade de produção e

elevados custos fixos poderão encontrar sérias dificuldades, principalmente quando

crescer com forte dependência de capital de terceiros.

Essas empresas, cujo ponto de equilíbrio está num nível elevado de vendas, são

altamente sensíveis em épocas de recessão, pois, além de custos fixos, cresceram sem

um nível adequado de participação de recursos próprios, tendo seu prejuízo aumentado

pelos altos custos financeiros. Esse mal atinge muitas empresas brasileiras.

4 - Ligados à estrutura de capitais: Empresas com forte dependência de capital de

terceiros, mesmo com lucro operacional, poderão ter seus resultados corroídos pelos

encargos financeiros. Uma alavancagem financeira negativa pode ser altamente

arriscada.

Se a empresa estiver numa situação em que sua dependência de capital de

terceiros aumenta ao longo do tempo (à medida que se expandem suas atividades), uma

recessão poderá ocasionar a quebra da empresa.

b - Riscos externos à empresa:

1 - Ligados a medidas e políticas econômicas: Em face de suas próprias

características a atividade política assume extrema relevância, pois suas decisões têm

influência direta na vida econômica do país, refletindo no poder de compra da

população, no preço de venda dos produtos, na estrutura de custos, no lucro, nas taxas

de juros, na variação cambial, nos preços das matérias-primas, nos salários, nos

impostos e em outros fatores que refletem na oferta, na demanda e nos preços em geral.

2 - Ligados aos fenômenos naturais e adventos imprevisíveis: aspectos ligados a

variações climáticas (chuvas, secas por exemplo) refletirão nas safras agrícolas e isso

influi diretamente no preço de algumas matérias-primas utilizadas por diversos tipos de

indústrias.

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3 - Ligados ao tipo de atividade: Existem algumas atividades cujo ciclo de vida

são bastante curtos (principalmente lazer de época), o que as torna altamente arriscadas.

É interessante que essas atividades apresentem um “pay-back” bastante reduzido.

4 - Ligados ao mercado: o mercado pode não absorver a produção prevista, bem

como os concorrentes poderão lançar produtos mais competitivos, acordos

internacionais podem ser firmados facilitando a entrada de produtos e/ou serviços,

resultando em potenciais problemas para a empresa.

5 - Ligados ao tipo de operação: o prazo de uma operação (ciclo produtivo) tem

peso significativo no risco de crédito, pois a medida em que o aumentamos, o futuro se

torna mais incerto e novos eventos poderão ocorrer e mudar o rumo da empresa e/ou do

país.

Os bancos estão tratando de aperfeiçoar os seus instrumentos de análise e as

fontes de informações utilizadas para mensurar a capacidade de endividamento dos seus

clientes.

Concluindo, dentro de um cenário incerto com eventos futuros, expectativas de

profundas mudanças, é fundamental conhecer muito bem o cliente tomador e a operação

de crédito que irá ser concretizada. Para tal, é preciso estar de posse das informações

mínimas e adequadas. Dessa forma, fazer boas perguntas ao cliente nas visitas e

entrevistas, definir riscos e como atenuá-los, o que em geral envolve reforço colateral

para a operação, ou seja, as garantias, são procedimentos indispensáveis à boa

concessão de crédito e gestão de risco.

2.1.3 - Gestão de Risco

O processo de gestão de risco é uma das atividades mais críticas na gestão

bancária, uma vez que responde pela integridade dos ativos da instituição.

A gestão tradicional normalmente atua em três pontos básicos:

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1 - A análise de crédito, que se baseia mais no desempenho passado das empresas

ou no muito em sua situação atual, ao invés de suas possibilidades futuras;

2 - Ênfase mais destacada à análise dos riscos de inadimplência, desconhecendo

vários outros aspectos envolvidos no processo de gestão de operações bancárias (ex:

responsabilidade social do Banco, influência do cliente na comunidade, etc.);

3 - Uma eventual sujeição das atividades de gestão de risco às necessidades de

geração de operações adotando-se, por exemplo, uma política de gestão de risco mais

flexível para a realização de um maior número de operações.

Em uma abordagem mais ampla é interessante que as instituições financeiras, para

enfrentar o possível problema de sub-avaliação das funções de risco, tenham uma área

de crédito adequadamente posicionada na estrutura hierárquica do banco e desenvolvam

instrumentos de análise de risco que captem as tendências para o setor e para a empresa.

2.1.4 - Política de Crédito

Políticas, em administração de empresas, são instrumentos que determinam

padrões de decisões para resolução de situações de problemas semelhantes.

A política de crédito é também chamada por alguns autores de padrões de crédito,

sendo seu objetivo básico a orientação nas decisões de crédito, face aos objetivos

desejados e estabelecidos. Podemos dizer que a política de crédito é:

a) - um guia para a decisão de crédito, porém não é a decisão;

b) - rege a concessão de crédito, porém não concede o crédito;

c) - orienta a concessão de crédito para o objetivo desejado, mas não é o objetivo

em si.

Os bancos, em geral, tendem a ser mais criteriosos que as instituições comerciais

e industriais na concessão de crédito, principalmente por dois motivos:

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1º - Trabalham como regra altamente alavancados com recursos de terceiros;

2º - Trabalham com “spreads” baixos nas operações, porém em grande volume.

Dessa forma uma operação não liquidada normalmente necessita de um volume

aproximado de até 20 vezes maior para compensar o prejuízo.

Cabe, ainda, enfatizar que a política de crédito de um banco comercial

compreende o estabelecimento de taxas de juros, prazos, garantias e nível de riscos

relacionados a cada tipo de operação. Outro fator relevante na política de crédito de um

banco comercial é a política econômica do governo que, através do Banco Central do

Brasil, implementa suas diretrizes que vão desde o controle dos meios de pagamento até

a fixação de linhas de crédito subsidiadas (como por exemplo a agricultura).

Em termos de política de crédito, quanto mais rigorosos sejam os seus critérios

para seleção de clientes, maior será a sua eficiência na função de minimizar os riscos.

Por outro lado, à medida que os seus concorrentes forem mais flexíveis, esses poderão

ganhar uma fatia de mercado que seria da instituição. Considerando a premissa de que o

objetivo da administração financeira clássica é a maximização do lucro, respeitados os

demais objetivos sociais deve a política de crédito ser orientada nesse sentido.

A política de crédito de uma empresa fornece os parâmetros para determinar se

deve ser concedido crédito a um cliente e qual a importância. O banco deve preocupar-

se não só com o estabelecimento de padrões de crédito, mas também com a aplicação

correta desses padrões à tomada de decisões de crédito. É preciso desenvolver fontes

adequadas de informações sobre crédito e métodos de análise de crédito.

2.2 - A preparação do gerente para a análise de crédito

Os gerentes de negócios são o principal elo entre o cliente e a instituição

financeira. Esses profissionais, de acordo com as suas habilidades pessoais e

profissionais, são os responsáveis por atraírem e reterem as pessoas físicas e jurídicas

no banco.

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Essa função era exercida no passado por profissionais que podiam tomar suas

decisões de concessão de crédito apenas com base no conhecimento e relacionamento

pessoal com o cliente. Nessa época o que valia era o “fio de bigode”, ou seja, a palavra

do tomador.

Com o crescimento das cidades e mercados, essa forma de relacionamento cada

vez tornou-se mais difícil de se realizar, até mesmo impossível.

Hoje em dia, para ser um bom profissional, o gerente necessita de algumas

habilidades pessoais e profissionais próprias à sua atividade, como forma de garantir a

rentabilidade e segurança das operações que realiza.

Dentre essas habilidades, destacam-se:

a) - Habilidades Profissionais

1 - Conhecimento de Mercado Financeiro: É necessário que o gerente conheça as

normas bancárias e a maior parte dos assuntos legais relativos à regulamentação que

afetem os processos de crédito.

Também é de suma importância conhecer os tipos de produtos e serviços

oferecidos pelo banco bem como dos concorrentes, para estar mais capacitado a

desenvolver melhores negócios.

2 - Conhecimento Básico de economia: O gerente deve conseguir entender quais

serão os impactos causados por mudanças na política econômica do governo, alterações

na legislação, desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, entre outros, para os

seus clientes. Em um mundo cada vez mais globalizado, a atuação dos gerentes deve

estar focada também para os principais acontecimentos mundiais.

3 - Conhecimento geral de Negócios: O bom gerente deve ter um conhecimento,

mesmo que básico, sobre o negócio e o setor que seus clientes atuam podendo, dessa

forma, avaliar comparativamente se a sua estrutura operacional é compatível com o

setor ou se o tipo de financiamento proposto é adequado ao seu negócio, por exemplo.

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4 - Formação em Relações Humanas: O gerente deve ter a capacidade de se

relacionar, a nível pessoal, com os diversos níveis de clientes (Interno e principalmente

Externo) com que trabalha. Saber delegar responsabilidades a pessoas adequadas

também faz parte dessa habilidade.

b) - Habilidades Pessoais:

1) - Atenção: Essa qualidade é especialmente importante em certas fases, tais

como análise da documentação e desembolso do empréstimo, quando a menor distração

pode resultar num contrato de empréstimo passível de ser legalmente inválido;

2) - Poder de Observação: Detalhes que aparentemente nada significam, para um

gerente observador podem indicar informações relevantes sobre a empresa;

3) - Habilidade de comunicação: O gerente deve ter a capacidade de comunicar-se

em todos os níveis. Essa comunicação é um processo de mão dupla que exige a

compreensão do ponto de vista para o cliente. Essa Habilidade abrange inclusive a

comunicação escrita.

4) - Saber ouvir: O gerente deve saber ouvir com atenção. As reuniões que

fornecem mais informações são aquelas em que o cliente é quem fala e o gerente, na

maior parte do tempo, ouve;

5) - Capacidade de decisão: O gerente pode tomar centenas de decisões no

decorrer de um só dia. O gerente não deve ter medo de tomar uma decisão e nem de

defendê-la caso encontre oposição;

6) - Auto-motivação: A natureza da área bancária exige um alto grau de

motivação;

7) - Diplomacia: Os gerentes defrontam-se, ocasionalmente, com clientes

abalados por varias razões. Nesses casos exige-se diplomacia. A atitude natural diante

da grosseria ou da hostilidade é responder à altura, mas, raramente, o resultado revela-se

como satisfatório, sendo uma prática considerada má em negócios;

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8) - Empatia: O gerente deve se colocar no lugar de seu cliente e agir da mesma

forma como desejaria ser tratado. Uma demonstração genuína de preocupação pessoal

com o bem-estar de um cliente paga dividendos na profissão de emprestar dinheiro;

9) - Eficiência: Os gerentes devem ser eficientes. Aqueles que o são conseguirão

fazer mais empréstimos em termo aceitáveis para todas as partes envolvidas e com

maiores possibilidades de pagamento dentro do prazo estabelecido;

10) - Inteligência: Um bom gerente deve ser capaz de ler e compreender

demonstrativos de resultado e balanços. Deve possuir suficiente habilidade matemática

para fazer os cálculos necessários, por exemplo, a análise de um índice financeiro. É

necessário que esteja a par de problemas econômicos (locais, nacionais e mundiais);

11) - Saber negociar: As pessoas bem sucedidas na área de negociação sabem

quando devem ser rígidas e quando devem ser flexíveis e ceder. O gerente deve saber

negociar seja com um cliente ou com um comitê de crédito;

12) - Estabilidade emocional: A habilidade de se adaptar a situações mutáveis é

um pré-requisito para se tornar um bom gerente. Cabeça fria e confiança inabalável são

condições indispensáveis para tratar de casos difíceis;

13) - Integridade: O gerente deve ser, acima de tudo, uma pessoa íntegra. Os

gerentes também devem ser completamente honestos, tanto em relação a si mesmo

como em relação aos outros, pois exige-se confidencialidade, em todos os aspectos;

14) - Profissionalismo: essa talvez seja uma das mais importantes, pois o gerente

representa a instituição em que trabalha perante os clientes. A ele não é permitido erros

amadorísticos e também lhe cabe zelar pelos interesses e reputação do banco.

c) - Formação Escolar:

No exercício da função de gerente de negócios, é necessário uma formação

escolar compatível com os relacionamentos e responsabilidades do cargo. Muitos dos

profissionais atuantes nas áreas de negócios ou de crédito passaram por cursos, em

cujos currículos constam as disciplinas de Contabillidade, de Análise Financeira e de

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Matemática Financeira. Espera-se das pessoas atuantes em banco, especialmente em

crédito e negócios, um conhecimento mínimo dessas disciplinas.

Através da leitura das habilidades pessoais e profissionais, tem-se a impressão

que um bom gerente deve ser quase um “super-homem”. Uma parte significativa dos

gerentes já possui algumas dessas habilidades, devendo, contudo, potencializá-las.

Ressalta-se que não é de responsabilidade exclusiva do funcionário procurar

desenvolver e/ou adquirir essas habilidades. Cabe às instituições também a atribuição de

proporcionar os meios necessários (treinamento e subsídios educacionais, entre outros)

para o aprimoramento contínuo dos seus funcionários, pois esses investimentos

certamente resultarão em maior qualidade das decisões de crédito e redução do nível de

inadimplência.

2.3 - Dificuldades para análise de crédito de micro e pequenas empresas

Na análise de crédito de empresas do segmento Micro e Pequena empresas, são

utilizados basicamente os seguintes instrumentos: Balanço; Balancete; Ficha Cadastral e

Relatório de Visitas (que não são obrigatórios).

Algumas empresas desse segmento possuem a prerrogativa de fazerem a

declaração do Imposto de Renda - IR através de modelo próprio da Receita Federal,

anexos II ou III do IR, o que as dispensam da confecção dos demonstrativos contábeis.

O balanço e balancete, para as empresas que o apresentam, geralmente não

correspondem à sua total realidade principalmente por dois motivos:

• Devido à tentativa de maquiar os demonstrativos, aparentando assim maior

saúde financeira, principalmente para bancos e fornecedores. A não

obrigatoriedade da auditoria externa facilita esse procedimento;

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• A sonegação fiscal é uma prática bastante comum nesse segmento,

apresentando distorções significativas entre o declarado como faturado e o

efetivamente realizado.

Aliado a esses fatores pode-se relacionar também a forma sintética como são

confeccionados, o que proporciona pouca visualização e mensuração da capacidade de

endividamento e pagamento das empresas.

Os anexos II e III do IR apresentam os mesmos problemas dos demonstrativos

contábeis normais.

Em relação aos relatórios de visitas, os maiores problemas são: não contemplam

todas as informações necessárias, não existe um padrão de elaboração e normalmente

não é utilizada pala área de crédito. A qualidade do relatório depende das habilidades

pessoais e profissionais já apontadas, sendo o treinamento um dos fatores fundamentais

para desenvolver e aprimorar tais habilidades no corpo gerencial do banco.

De todos os instrumentos relacionados, o que possui maior efetividade para esse

segmento é o relatório de visita. A visita deve ser previamente preparada pelo gerente e

ter seu foco centralizado basicamente na obtenção de informações relevantes para a

decisão de crédito.

Portanto, é presumível que a visita certamente contribuirá para maior

racionalização das decisões de crédito, aumento da confiabilidade das informações.

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III - A VISITA COMO FERRAMENTA PARA DECISÃO DE

CRÉDITO1

Neste capítulo procura-se mostrar a importância da visita a clientes como

ferramenta para decisão de crédito e prospecção de novos negócios. Para tanto são

demonstrados os procedimentos a serem adotados na preparação, planejamento, as

informações a serem levantadas durante a sua realização e os principais itens que devem

compor um relatório de visita.

Embora a atividade de empréstimo à pessoa jurídica exercida pelas Instituições

Financeiras, teoricamente, seja de benefício mútuo, na prática isso não ocorre. Os

bancos não lucram com empréstimos que não são pagos. Para fazer uma seleção dos

empréstimos solicitados, os bancos utilizam processos de investigação que normalmente

têm início com uma entrevista entre o gerente e o tomador em potencial. Após o

encontro inicial poderá haver uma investigação de crédito, visita “in loco”, análise dos

demonstrativos contábeis, avaliação das garantias e da documentação, negociações

entre o cliente e o gerente.

Aparentemente, o processo de crédito pode parecer longo e desnecessariamente

complexo, mas a alternativa de perdas com execuções judiciais (devido ao não

pagamento) é, sem dúvida, menos atraente, tanto para o credor como para o cliente.

3.1 - A Importância da visita como estratégia para avaliação de crédito e prospecção

de novos negócios.

Os demonstrativos contábeis não retratam plenamente a história de uma empresa e

seu risco. A entrevista de crédito e em especial a visita “in loco” constituem pontos

1 - As idéias desenvolvidas neste capitulo baseiam-se principalmente em Ruth(1991) e Ávila (1992)

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importantíssimos do processo decisório para empréstimos, pois permitem verificar fatos

que os números “frios” não relatam. Se as decisões de crédito fossem tomadas apenas

com base em cálculos referentes aos dados financeiros dos clientes, os bancos poderiam

delegar a tarefa de emprestar a computadores, tendo inclusive a certeza que todos

seriam liquidados.

A visita poderá revelar, por exemplo, que o investimento que está sendo realizado

para a compra de máquinas e equipamentos não atende a todas as necessidades da

empresa, devido à idade avançada dos atuais. Isso pode ser visto sob pelo menos duas

óticas:

1ª - Como oportunidade de novos negócios, pois a empresa deverá renovar seu

parque industrial;

2ª - Como risco para financiamento, pois a empresa poderá deixar de pagar o

empréstimo se tiver problemas com um ou mais equipamentos.

O grau de risco nesse caso será determinado pela verificação que o gerente fará às

instalações, juntamente com a projeção de fluxo de caixa.

Uma valiosa fonte de informação de crédito é constituída pelas empresas

fornecedoras do cliente em questão. Consultando essas empresas, o gerente pode

verificar a pontualidade do cliente e se este devolve mercadorias sem causa justificada.

Esta é uma oportunidade de prospecção de novos negócios, pois o gerente tem a chance

de contatar outras empresas e tentar transformá-las em clientes potenciais.

A melhor decisão quanto à concessão de crédito ou não, de um empréstimo,

começa com a condução correta de uma visita. Portanto, os objetivos da visita,

independente de sua finalidade ou característica, podem ser vistos como: o de depurar

as solicitações de empréstimos e reunir informações financeiras para uma posterior

análise e verificar se existe a possibilidade de o cliente realizar novos negócios com o

banco.

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3.2 - Tipos de Visita

As visitas podem ser classificadas de acordo com sua finalidade. Desse modo

temos:

3.2.1 - Visita de Prospecção

O “Floating” que era a principal fonte de renda dos bancos reduziu-se

drasticamente com a queda dos níveis inflacionários, deste modo os bancos tiveram que

retomar as suas funções básicas de intermediadores e prestadores de serviços

financeiros.

Nesse momento a principal fonte de renda das instituições financeiras provém de

empréstimos a pessoas jurídicas. Isso fez com que a concorrência nesse nicho de

mercado crescesse enormemente.

Visando a prospecção de novos clientes os gerentes realizam visitas. Essas são um

primeiro contato em que o gerente procura criar um clima favorável ao levantamento de

dados procurando conquistar a empresa, criando laços para possíveis negócios.

3.2.2 - Visita de Empréstimo

O gerente, nessa visita, concentra-se em obter informações básicas, fazendo

perguntas principalmente em cinco áreas de concentração:

• a empresa do cliente;

• a solicitação de empréstimo;

• a capacidade do cliente para efetuar o pagamento;

• a disponibilidade de garantia e

• os atuais relacionamentos bancários do cliente.

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Nessa visita deve-se decidir o procedimento em relação à solicitação de

empréstimo, ou seja, recusá-lo e sugerir outras fontes de financiamento ou levá-lo

adiante.

3.2.3 - Visita de acompanhamento de empréstimos

As visitas de acompanhamento conduzidas nas instalações da empresa,

geralmente, têm como enfoque suas operações e procedimentos. Uma inspeção da

fábrica, dos equipamentos e entrevistas com a alta cúpula da empresa podem fazer

emergir informações que, caso contrário, permaneceriam ocultas. Por exemplo, o

gerente pode comprovar pessoalmente alguns aspectos básicos, como as boas condições

de funcionamento dos equipamentos da empresa. Esse tipo de visita tem como objetivo

prevenir-se quanto ao não pagamento do empréstimo.

Cabe ressaltar que a visita, independente de sua finalidade, deve ser planejada

com antecedência, a fim de que a mesma obtenha os resultados esperados.

3.3 - Planejamento da visita

Os bancos exigem que os clientes em potencial apresentem dados financeiros

como suporte de suas solicitações de empréstimo. Quando uma visita é marcada com

antecedência o gerente tem uma idéia geral sobre os documentos que poderá solicitar ao

cliente.

A visita, como qualquer outra atividade, deve ser planejada e, inclusive por

escrito, evitando que se decida algo que não tenha sido objeto de planejamento anterior.

Desse modo, é importante que a visita seja cuidadosamente preparada. Uma lista ou um

esboço dos tópicos a serem cobertos freqüentemente é de grande utilidade na

estruturação de uma entrevista e ajuda a dar certeza de que nenhuma informação básica

passou despercebida.

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Visitas profissionais devem ser planejadas com objetivo definido e jamais devem

ser efetuadas apenas para dizer “Olá, como vai?”. Muitos gerentes fazem visitas sem

saber exatamente o que desejam e freqüentemente ficam desapontados quando as coisas

não saem como pretendem. Os principais pontos a serem planejados para uma visita

são:

a) - Marcar as visitas antecipadamente;

b) - Cuidar de visitar a pessoa certa;

c) - Verificar relatórios de visitas anteriores (caso existam);

d) - Levantar informações sobre o setor de atuação do cliente;

e) - Identificar os relatórios financeiros a serem solicitados ao cliente;

f) - Verificar a existência de restrições (SPC, SERASA, ÍNDEX DO BANCO,

CCF etc.);

g) - Verificar a situação do cliente no banco (utilização de produtos e/ou

serviços);

h) - Elaborar por escrito os principais pontos a serem abordados, como:

• Aspectos da administração da empresa;

• Esquemas formais e informais de avaliação da situação econômico-

financeira da empresa;

• Aspectos pertinentes à comercialização;

• Ligações societárias;

• Investimentos.

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3.4 - Procedimentos a serem adotados na realização da visita.

A responsabilidade pelos resultados da visita recai quase inteiramente sobre o

gerente, que faz as perguntas e dirige a linha de investigação. Ao iniciar a visita este

deve estar preparado e munido das perguntas que vai realizar. Se o gerente for desviado

de seus objetivos e se deixar arrastar, ao final da visita não terá obtido as informações

complementares necessárias sobre o futuro cliente.

O gerente deve se esforçar no sentido de criar uma atmosfera de tranqüilidade,

mas profissional. Um cliente tranqüilo, que tem confiança no gerente, provavelmente irá

se mostrar cooperativo durante a visita. Naturalmente, uma boa apresentação, um firme

aperto de mão, a troca de nomes e uma conversa leve antes do início da entrevista são

essenciais. Dirigir-se ao cliente utilizando termos irreverentes (gírias) talvez possa ser

uma atitude bem intencionada, mas, sem dúvida é uma atitude não profissional.

As informações devem ser solicitadas e não exigidas. Em suma, o gerente deve

tratar todos os clientes como gostaria de ser tratado, tendo sempre em mente que os

bancos são prestadores de serviços.

A coleta de informações produz melhores resultados quando o cliente fala e o

gerente escuta com atenção. Enquanto o cliente fala, deve-se registrar revelações

significativas, procurar comentários implícitos e considerar perguntas apropriadas de

acompanhamento. Qualquer comportamento fora do comum durante a visita deve ser

registrado e talvez acompanhado. A não ser que o gerente possua memória fotográfica,

é aconselhável fazer anotações. É importante que as anotações sejam feitas

discretamente e compatíveis com o fluxo de conversação.

No negócio de emprestar para pessoas jurídicas não há lugar para tendências ou

preferências pessoais. As solicitações de empréstimos devem ser aceitas ou rejeitadas

com base em credibilidade e não em outros fatos como personalidade.

Para que a visita ocorra de um modo profissional, o gerente ainda terá que

observar os seguintes cuidados:

• Pontualidade;

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• Reduzir a tensão criando um clima favorável de aceitação;

• Evitar confrontos diretos de pontos de vista;

• Nunca desmerecer os concorrentes;

• Nunca passar informações confidenciais;

• Cuidar da aparência pessoal;

• Fazer as perguntas certas;

• É importante agradecer a cortesia de ter sido recebido.

3.4.1 - Principais levantamentos a serem feitos durante a visita

A diferença entre uma resposta que não fornece informações e aquela informativa

pode ser atribuída à pergunta. Ao conduzir uma visita, o gerente deve fazer pleno uso

do seguinte:

Perguntas estruturadas: São perguntas concentradas num determinado enfoque

que fazem emergir respostas sucintas, geralmente “sim” ou “não”.

Perguntas não estruturadas: Esse tipo de pergunta encoraja o livre intercâmbio

de informações. As perguntas não estruturadas estimulam a conversação, portanto,

devem ser associadas às perguntas estruturadas, o que provoca respostas mais

específicas.

Técnicas de Sondagem: Trata-se de estratagemas simples para auxiliar o fluxo de

informações, estimulando respostas adicionais. São palavras ou interjeições, naturais e

discretas, que podem encorajar o cliente a continuar falando e, assim, fornecer

informações adicionais.

Os parágrafos seguintes apresentam algumas perguntas específicas a serem

efetuadas durante a visita:

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- Qual é o nome do cliente?

- A empresa é uma sociedade anônima, de propriedade individual ou geral?

- Onde está localizada a empresa?

- Há quanto tempo o cliente está envolvido em negócios?

- Há quanto tempo a empresa está operando?

- Quais são os produtos ou serviços da empresa?

- Quem são os principais proprietários e quantas ações possui cada um deles?

- O gerenciamento é independente dos proprietários?

- Se assim for, quem são os principais administradores?

- Qual é a experiência da administração?

- Qual é o número de empregados?

- Os proprietários são sindicalizados?

- Qual é a posição da empresa no segmento de mercado?

- A empresa é bem capitalizada?

- Os ativos pessoais vão ser dados em penhor como garantia do empréstimo?

- Quem são os fornecedores e clientes mais importantes e quais seus endereços?

- Estão envolvidos contratos ou franquias?

- Existem, atualmente, pontos de disputa ou litígio de qualquer natureza?

Perguntas referentes à solicitação de empréstimo

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- Qual o valor que o cliente deseja tomar como empréstimo? Esse valor está de

acordo com as suas reais necessidades?

- De que maneira se chegou ao valor do empréstimo?

- O cliente projetou acuradamente as necessidades de empréstimo?

- Quais os termos solicitados?

- Os termos são razoáveis, baseados na natureza do empréstimo - por exemplo,

dentro da vida útil e depreciação do ativo que está sendo financiado?

- Como se chegou a esses termos? Os termos são baseados na capacidade do

cliente para pagar ou num planejamento financeiro?

- Como será utilizado o dinheiro do empréstimo?

- A finalidade do empréstimo é compatível com a política do banco?

- Como vai repagar?

Perguntas referentes à garantia

- Quais os bens que podem ser dados em garantia?

- Onde está localizada a garantia?

- Qual é a liquidez da garantia?

- A garantia é controlável e pode ser revendida?

- Há necessidade de licenças especiais para tomar posse da garantia ou para

vendê-las?

- Como é avaliada a garantia? O valor da garantia flutua?

- A garantia é para uma finalidade especial?

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- A garantia é perecível?

Perguntas referentes ao relacionamento bancário do cliente.

- Quais os bancos que estão sendo utilizados?

- Outros bancos foram abordados com vistas à solicitação de empréstimo?

- Como se situa esse empréstimo no quadro total da empresa, em termos de

relacionamentos bancários e empréstimos?

- Por que o cliente procurou este banco?

- Quais as linhas de crédito utilizadas em outros bancos, valores, vencimentos e

respectivas utilizações?

3.4.2 - Dados a serem levantados de alguns setores específicos

Alguns setores ou ramos de atividade específicos devem receber uma atenção

adicional no momento da análise, em função de seus dados econômico-financeiros

(principalmente demonstrativos contábeis) não refletirem na totalidade suas operações.

Dentro desse enfoque, é importante obter dados cadastrais e informações

econômico-financeiras adicionais, colhidas através da visita, que facilitem a

interpretação e análise para subsídio às decisões.

Empresas Agrícolas

Das empresas agrícolas deve-se obter dados como:

- Safra por tipo de produto nos últimos três exercícios;

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- Custos operacionais (insumos/defensivos, mão-de-obra) por tipo de produto;

- Área total e plantada por tipo de produto nos últimos três períodos;

- Produção/produtividade por ha. plantado;

- Equipamentos próprios de preparo e colheita (marca/ano);

- Faturamento por tipo de produto e períodos de safra/colheita;

- Preços mínimos da política agrícola do governo e da safra para comercialização;

- Valor básico de custeio para as plantações;

- Relação de bens imóveis da empresa com identificação de área total e tipo de

plantação;

- Relação de bens imóveis dos sócios, área total e identificação das áreas

produtivas/improdutivas;

- Áreas arrendadas de terceiros - área total, tipo de plantio e nome do proprietário.

Com base nesses dados haverá condições de se avaliar o potencial de crédito para

custeio e comercialização da empresa, bem como presumir seu fluxo de caixa, dados os

períodos de safra e entresafra dos seus produtos.

Empresas de construção civil

Das empresas de Construção Civil Imobiliária deve-se obter:

- Característica operacional da empresa: empreiteira ou incorporadora;

- Se subcontrata os serviços de incorporação/empreitada;

- Se utiliza do sistema de preço fechado ou preço de custo;

- Qual o público alvo de seus empreendimentos;

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- Qual o plano de vendas dos empreendimentos: na planta, durante ou no final da

construção;

- Qual a empresa que utiliza para comercializar seus empreendimentos;

- Prazo médio de construção;

- Histórico: lançamentos já realizados, com detalhes sobre início de obra, tempo

de obra, prazo de vendas entre o lançamento e a venda das unidades finais,

agentes financeiros que financiaram os empreendimentos;

- Quadro atual de obras com detalhes: agente financeiro, prazo de entrega da obra,

esquema de comercialização (preço fechado, preço de custo), volumes a receber,

valores recebidos, etc.

Das empresas de Construção Pesada deve-se obter:

- Obras já realizadas com detalhes sobre: a obra, quantidade de metros quadrados

construídos, esquema de pagamento, prazos de pagamento, valores recebidos e a

receber;

- Quadro atual de obras com os mesmos detalhes;

- Concorrência das quais está participando;

- Relação de títulos a receber

- Representatividade por obra e por cliente;

- Esquema de comercialização - adiantamentos, recebimentos parciais por

medição, recebimentos fiscais, acordos de correção do contrato e dos valores a

receber;

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Das empresas que executam obras por incorporação deve-se obter o histórico das

incorporações realizadas com detalhes sobre:

- Empreendimento/localização;

- Características do empreendimento;

- Área das unidades e número de dormitórios;

- Início e término da obra;

- Regime de construção;

- Parceiros na incorporação;

- Agentes financeiros;

- Carteira atual de obras com os detalhes acima.

Cooperativas

- Dados históricos:

• data da constituição;

• objetivo social;

• quadro social - relação dos cooperados e respectivas participações;

• número de associados ativos nos últimos três períodos;

• caracterização dos associados (pequenos/médios/grandes produtores);

• relação de bens imóveis da Cooperativa;

• relação de seguros;

• relatório de atividades.

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- Administração:

• relação dos administradores;

• experiência e formação profissional dos administradores;

• tempo de participação na Cooperativa e na Diretoria;

• última eleição e validade do cargo;

• representatividade na comercialização;

• relação de bens imóveis com áreas plantadas, tipo de plantação, colheita nos

últimos períodos, etc.

- Capacidade:

• nível de utilização da capacidade efetiva nos últimos três períodos;

• tecnologia aplicada/em desenvolvimento/a desenvolver;

• principais insumos/principais fornecedores incluindo dados se forem

cooperados;

• prazos de pagamento aos fornecedores e relacionamento com os

cooperados.

- A nível geral:

• Equipamentos de uso comum dos cooperados - critérios de seleção de

utilização;

• assistência técnica ministrada aos cooperados - detalhar.

- Armazenagem:

• capacidade de armazenagem própria por produto X comparativo de

produção dos cooperados;

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• condições de armazenagem X especificidade do produto;

• espaços alugados, tipos de contratos e proprietários dos armazéns.

- Comercialização:

• composição do faturamento por tipo de produto nos últimos três períodos;

• principais clientes e percentual do faturamento por produto;

• atuação no mercado externo e qual a infra-estrutura para essa

comercialização;

• marcas comercializadas;

• adiantamentos a cooperados;

• valores a receber segregados - o que é de cooperados e de terceiros;

• fornecedores;

• investimentos - identificação de participação em cooperativas centrais ou

federações e detalhes do relacionamento com as mesmas;

• .custo dos produtos vendidos - por produto.

Empresas de Transporte

As empresa de transporte de cargas ou de passageiros devem ser passíveis de

visitas que atinjam a obtenção de dados complementares para efeitos de análise. Desta

forma, deve-se obter, a nível geral:

- Dados da frota:

• Quantidade por tipo, marca, modelo e ano de fabricação;

• Número de veículos em uso normal;

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• Número de veículos em conserto/reforma;

• Número de veículos em manutenção periódica;

• Número de veículos financiados;

• Número de veículos “Leasados”;

• Número de veículos livres;

• Valor atual da frota total e frota livre;

• Valor mensal da prestação dos financiamentos e do “Leasing”;

• Se a frota é terceirizada (carreteiros).

- Custos:

• relação percentual do custo de manutenção, custo de combustíveis e

lubrificantes e custos de pessoal (folha + encargos) sobre a receita

mensal/anual.

Empresas de transporte de cargas

• tradição da empresa/sócios/administradores do ramo;

• controles operacionais de carga e descarga (ponto a ponto);

• garagens próprias (área do terreno/localização/valor atualizado de mercado);

• garagens alugadas (nome do proprietário/local/área total e

construída/validade do contrato);

• bens patrimoniais dos sócios e valor atual de mercado;

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• valor do estoque de peças e de materiais de reposição.

Empresas de transporte urbano/rodoviário de passageiros.

• número de linhas que opera - validade e cedente da concessão;

• distâncias mínimas e máximas das linhas;

• regiões exploradas;

• quantidade média de passageiros por quilômetro rodado;

• quantidade de quilômetros rodados/dia;

• relação de custos de manutenção/custos de pessoal (folha + encargos), custo

de combustíveis e lubrificantes em confronto com o faturamento total

mensal e anual;

• relacionamento com a Prefeitura do Município (municipalização do

transporte/caixa único/pagamento por Km rodado);

• garagens próprias - área total e construída/ localização/valor atual de

mercado;

• garagens alugadas - área total e construída/localização/proprietário e

validade do contrato;

• relação de bens imóveis dos sócios e valor de mercado.

Com base na análise desses dados, além das informações cadastrais dos

sócios/administradores e análise econômico-financeiras, tem-se condições de subsidiar

a análise e decisão de créditos ao setor de transportes.

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3.5 - Elaboração do relatório de visita

Após a realização da visita o gerente deve reservar algum tempo para fazer a

revisão das anotações feitas sobre o cliente e redigir o relatório, fornecendo os detalhes

dos fatos de que tomou conhecimento durante a entrevista. De forma sintética o

relatório deve conter:

- Caracterização:

• a caracterização da empresa ou grupo econômico;

• se grupo econômico, a citação das principais empresas.

- Administração:

• administradores/cargo/mandato/das principais empresas;

• avaliação da administração.

- Produção:

• principais produtos/utilização;

• produção e utilização da capacidade nos últimos três exercícios;

• avaliação de: pessoal, máquinas, equipamentos, instalações, qualidade dos

produtos, tecnologia implantada, projetos em implantação e a implantar.

- Comercialização:

• participação de cada produto no faturamento total;

• participação das vendas no mercado interno e externo de cada produto;

• principais clientes no país e no exterior e participação no faturamento e

relacionamento;

• avaliação das políticas estratégicas de comercialização.

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- Mercado:

• avaliação do mercado e perspectivas;

• avaliação do comportamento da empresa em relação ao mercado histórico,

situação atual e perspectivas.

- Fornecedores:

• principais fornecedores;

• relacionamento com fornecedores.

- Investimentos:

• investimentos realizados nos últimos períodos;

• projetos de: desenvolvimento tecnológico, implantação e expansão;

• recursos orçados, fontes programadas.

- Grupo Econômico:

• principais acionistas e diagrama do grupo econômico;

• esquema de administração;

• interdependência econômico-financeira das empresas;

• avaliação da administração do grupo.

O relatório sobre os pontos abordados durante a visita deve ser parte integrante da

pasta de crédito do cliente. Quando a visita é imediatamente seguida de outro

compromisso, pode ser inviável redigir o relatório de imediato, mas o sumário deve ser

escrito com a maior polidez possível. Recordar as questões abordadas numa visita e

resumi-las por escrito também ajuda a fazer uma síntese.

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IV - METODOLOGIA DA PESQUISA

De acordo com Munhoz (1989), as pesquisas podem ser classificadas, conforme

os objetivos, segundo o conteúdo ou a amplitude.

Conteúdo

Segundo o conteúdo, a pesquisa realizada caracteriza-se como Aplicada, uma vez

que tende a permitir um retorno mais imediato, já que propõe a criação de instrumentos

que propiciem a melhoria da qualidade da decisão de crédito com conseqüente redução

dos níveis de inadimplência e prospecção de novos negócios.

“As pesquisas aplicadas podem compreender:

a) - utilização de desenvolvimentos teóricos para estudos empíricos sobre a

realidade observada; e

b) - análise de dados da realidade, em função de cujo comportamento seria

possível a formalização de modelos teóricos.

Amplitude

Munhoz (1989) utiliza, ainda, uma segunda forma de classificar a investigação

científica: a distinção das diferentes amplitudes dos estudos, que alguns autores

mencionam como ligadas aos propósitos procurados pelo investigador e outros apenas

citam como “... esquemas de investigação diferentes”.

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A pesquisa em questão, quanto à amplitude, caracteriza-se como Estudo

Descritivo, visto que permite a compreensão e determinação de algumas das razões da

má qualidade na concessão de crédito no banco e propõe uma possível solução.

Ainda, segundo o mesmo autor, “o indivíduo é impulsionado à pesquisa por

diferentes motivações: mera curiosidade científica, procura de respostas a novos

problemas; tentativa de alcançar novas respostas a problemas conhecidos; busca de

nova opções; de novas realizações”.

“Essas fontes de motivação tendem a originar pesquisas que podem ser

classificadas como de caráter “profissional” ou, então, de natureza espontânea. A

classificação profissional têm em vista, em verdade, apenas dizer que um grande

número de pesquisas está ligado ao exercício da profissão e têm, portanto, o caráter de

necessidade a ser atendido”

Sendo assim, a pesquisa será classificada como espontânea foi gerada por simples

curiosidade científica, mais propícias de meios acadêmicos, de se realizar uma pesquisa

que possa gerar resultados passíveis de serem utilizados.

Nesse caso propõe-se a implementação de medidas que visem melhorar a

qualidade de seus créditos efetuados a micro e pequena empresas.

Conforme Gil (1988) utilizou-se para a sua realização, como instrumentos:

a) - Pesquisa bibliográfica, através do qual procurou-se identificar a existência de

teorias relacionadas com o assunto, objeto do estudo, que subsidiassem o trabalho.

b) - Pesquisa documental, buscando identificar a existência de documentos que

são utilizados para orientar os gerentes, levantando as informações que estavam

presentes, sua aplicabilidade atual e a possibilidade de aperfeiçoá-los.

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V - PROPOSTA:

UMA METODOLOGIA DE VISITA

Com base nas análise anteriores, estamos apresentando uma proposta para

melhorar a qualidade das visitas dos gerentes de negöcios como subsídio para suas

decisões de crédito.

A proposta compreende:

5.1 - Dicas para a realização de visitas.

5.2 - Roteiro de observação - Principais pontos a serem observados em uma visita.

5.3 - Roteiro para acompanhamento do crédito, pontos que podem identificar

problemas de liquidez nas operações.

5.4 - Roteiro sobre garantias.

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5.1 - DICAS PARA A REALIZAÇÃO DE VISITAS

Preparação da visita. Durante a visita

Marcar as visitas antecipadamente Reduzir a tensão criando um clima favorável

de aceitação

Cuidar de visitar a pessoa certa Evitar confrontos diretos de pontos de vista

Verificar relatórios de visitas anteriores

(caso existam)

Não deixar a entrevista assumir um tom de

interrogatório, como também não

transformá-la num bate-papo sem sentido

Identificar a posição atual da empresa na

agência (caso seja cliente)

Nunca desmerecer os concorrentes

Levantar informações sobre o setor de

atuação do cliente

Não demonstrar tendências ou preferências

pessoais

Verificar quais documentos serão solicitados

ao cliente (balanço, balancete, contrato

social, etc.)

Anotar discretamente as respostas e

observações compatíveis com o fluxo da

conversação

Verificar a existência de restrições (SPC,

SERASA, Index do Banco, etc.)

Verificar a posição do cliente no banco

Não passar informações confidenciais

Administrar a agenda de modo a ser pontual É importante agradecer a cortesia de ter sido

recebido

Obs: Os melhores resultados em visitas são obtidos quando o cliente fala mais e o

gerente escuta com atenção.

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5.2 - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO:

PRINCIPAIS PONTOS A SEREM OBSERVADOS EM UMA VISITA

Roteiro

O quê ? Possíveis significados ou correlações:

O administrador é

quotista da

empresa?

• Determinar o percentual

de participação do

administrador na

empresa.

Geralmente, quanto maior a participação

do administrador, maior seu envolvimento

com a empresa.

Quanto menor sua participação, maiores

são suas possibilidades de desligamento.

Experiência do

administrador:

No Setor:

• Verificar se o

administrador possui

experiência no mesmo

setor em outra empresa

Quanto maior a experiência do

administrador, maiores são as

possibilidades de sucesso da empresa.

Na Empresa:

• Verificar qual a

experiência do

administrador na

empresa.

O conhecimento do administrador sobre a

empresa como um todo (clientes,

produtos, fornecedores, funcionários etc)

é um fator importantíssimo para o sucesso

da empresa.

Formação do

administrador.

• Determinar quais cursos

o administrador possui

(superior, técnico,

profissionalizante etc).

Se o administrador possui cursos voltados

para sua empresa ou área de atuação serão

maiores as possibilidades de sucesso da

empresa.

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Na ausência do

principal

administrador

existe alguém para

substituí-lo sem

causar grandes

impactos

negativos à

empresa?

• Identificar os prováveis

sucessores do atual

administrador e o que

poderia ocorrer na sua

ausência.

O afastamento do atual administrador

(morte, doença, desligamento etc) sem a

existência de um sucessor imediato pode

significar instabilidade na organização da

empresa.

Mercado

• Verificar junto ao

administrador em quais

mercados que a empresa

atua e quais perspectivas.

Permite verificar potencialidade de

mercado da empresa; Permite verificar se

suas atividades restringem-se a um único

mercado ou se há possibilidades de

explorar outros mercados.

Permite verificar se as tendências de

evolução ou involução de mercado estão

condizentes com as intenções de

investimento da empresa.

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Principais

produtos: (em

relação ao

faturamento)

• Verificar se existem poucos

produtos que representam

grande parte do

faturamento.

A concentração do faturamento em um ou

poucos produtos pode significar maior

risco, uma vez que a perda ou diminuição

de demanda ou dificuldades na fabricação

desses produtos repercutirão

sensivelmente no faturamento.

Existe

sazonalidade dos

produtos e/ou

serviços?

• Verificar se existem meses

ou épocas do ano

específicos que concentrem

a maior parte das vendas.

Por exemplo: dezembro

(natal) e outubro (dia das

crianças) venda de

brinquedos.

Permite identificar os meses de maior

necessidade de recursos e se o empresário

vai ter geração de caixa para pagar os seus

compromissos.

Quais ações estão

sendo tomadas

para minimizar o

impacto da

sazonalidade no

faturamento da

Empresa

• Verificar se a empresa

possui estratégia para

minimizar sazonalidade.

Por exemplo, formas

criativas de vender o

produto fora de época de

maior pico nas vendas; se a

empresa possui outros

produtos e/ou serviços para

manter o nível do

faturamento.

O administrador que se preocupa em

manter nível de vendas mais estáveis (sem

grandes oscilações negativas) mantém seu

faturamento ao longo do ano,

demonstrando maior capacidade

administrativa.

Principais clientes:

(em relação às

vendas)

• Verificar se existem poucos

clientes que compram

sistematicamente grandes

valores de mercadorias.

Permite verificar se a empresa está

concentrando suas vendas em poucos

clientes (dependência) o que significa

maiores riscos, pois a perda de um cliente

nessa situação causará grande impacto no

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faturamento da empresa.

Prazos de vendas: • Verificar em que prazo

normalmente os produtos

e/ou serviços são vendidos.

Se correlacionado com os prazos médios

de pagamentos de fornecedores permite

identificar a existência de furos de caixa

(descasamento entre recebimentos de

vendas e pagamentos de fornecedores).

Como está a

inadimplência em

relação às vendas?

• Verificar junto à empresa

como anda o nível de

inadimplência de seus

clientes.

Permite identificar comparando-se com o

mercado se as formas de financiamentos a

clientes são eficientes, sendo também

possível checar essa informação se

correlacioná-la com o percentual de

cheques devolvidos depositados na conta

da empresa e títulos de cobrança vencidos.

Permite verificar a qualidade dos clientes

da empresa, os riscos relativos aos seus

prazos de vendas e também o risco de

aceitação pelo banco de duplicatas como

garantias em operações.

Faturamento • Verificar junto ao

administrador o

faturamento da empresa

nos últimos seis meses.

Permite comparar o desempenho da

empresa em relação a outras do mesmo

setor.

Permite correlacionar se os compromissos

da empresa (aluguéis, financiamentos,

condomínios, salários) estão compatíveis

com seu fluxo de caixa.

Principais

fornecedores: (em

relação ao total de

compras)

• Verificar se existe

concentração de compras

em poucos fornecedores e a

Quanto tempo existe

relação comercial.

Permite identificar se existe dependência

de poucos fornecedores e avaliar o

impacto que causariam a(s) perda(s)

desse(s) fornecedor(es). Existe algum

fornecedor para substituí-lo?

O tempo de relacionamento entre empresa

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e fornecedor é uma via de mão dupla,

podendo indicar que a empresa vem

cumprindo suas obrigações e que o

fornecedor vem atendendo às suas

necessidades.

Obs: O tempo não é um indicador de

satisfação do comprador se esse não têm

condições de atuar com outro fornecedor

(Monopólios, baixo poder de barganha

etc.)

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Prazos Obtidos:

(junto aos

principais

fornecedores)

• Verificar em média quanto

tempo o empresário obtém

de prazo para pagar seus

principais fornecedores.

Ao correlacionar com os prazos de vendas

permite identificar a existência de furos de

caixa (descasamento entre recebimentos

de vendas e pagamentos de fornecedores).

Permite identificar se o comprador possui

crédito junto a seus principais

fornecedores.

Obs: Pode ser checado junto aos

fornecedores.

Instalações: • Verificar se são próprias ou

alugadas

• Verificar o seu estado de

conservação.

Permite verificar o impacto do aluguel no

faturamento.

O estado de conservação das instalações

via de regra refletem na qualidade dos

produtos e/ou serviços.

Numero de

funcionários

• Verificar junto à empresa o

nº de funcionários

Permite verificar se o número de

funcionários é compatível com o nível de

atividade da empresa.

A adequação do número de funcionários à

necessidade da empresa indica qualidade

da administração.

Especialização dos

funcionários.

• Verificar junto à empresa o

grau de especialização dos

funcionários.

Normalmente, quanto mais qualificada é a

mão-de-obra, melhor é a qualidade dos

produtos/serviços, proporcionando

maiores possibilidades de obtenção de

sucesso para a empresa.

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Máquinas e

equipamentos

• Verificar se são financiados

• Verificar o estado geral

• Verificar se existe

ociosidade

• Verificar se existem planos

de expansão e/ou

modernização

O ônus das parcelas de financiamentos

comprometem parte do faturamento da

empresa.

O estado geral de conservação reflete a

preocupação ou não do administradores

com manutenções adequadas, sendo um

indicador de maior ou menor propensão

de paralisação dessas máquinas e

equipamentos.

A ociosidade pode ter origem na

diminuição das vendas, imobilização de

capital inadequada ou mesmo na

dificuldade de obtenção/manutenção de

mão-de-obra.

Permite visualizar novas oportunidades de

negócios (FINAME, “ Leasing” etc).

Permite verificar se as intenções de

investimento estão com a tendência de

evolução ou involução do mercado.

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Estoques: • Verificar se são de fácil

comercialização.

• Verificar como são

armazenados.

• Verificar se são de cunho

especulativo.

• Verificar se as quantidades

são compatíveis com as

atividades da empresa.

• Verificar se estão

segurados

• Verificar como são

compostos os estoques de

matérias-primas.

A liquidez do estoque indica as

possibilidades de obtenção de receitas em

curto, médio e longo prazo.

As condições de estocagem indicam

possibilidades de perdas no estoque e

conseqüente perdas no faturamento.

O direcionamento de recursos para

estocagem de produtos de cunho

meramente especulativo representa

elevação de risco, onde recursos que

deveriam ser voltados para as atividades

da organização são desviados para uma

atividade que têm como uma de suas

características principais o risco

(especulação).

Estoques elevados (incompatíveis com a

capacidade de produção e/ou vendas)

podem significar, no caso de escassez de

recursos, falta de planejamento financeiro.

Principalmente no caso de estoques

elevados e com grandes propensões a

sinistros, o seguro diminui os riscos de

operações com a empresa.

Estoques elevados de matérias-primas

destinados à fabricação de produtos de

difícil comercialização podem indicar

dificuldades futuras no pagamento de

compromissos.

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Relacionamento • Verificar junto à empresa o

relacionamento com outras

instituições.

Permite analisar risco de acordo com o

grau de endividamento/concentração em

outras instituições financeiras.

Possibilita checar junto as instituições o

conceito e situação do cliente.

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5.3 - ROTEIRO PARA ACOMPANHAMENTO DO CRÉDITO

PONTOS QUE PODEM IDENTIFICAR PROBLEMAS DE LIQUIDEZ NAS

OPERAÇÕES

Pontos Por quê ?

Venda de Patrimônio • Verificar se a venda foi feita com o intuito de

substituição/inovação (o que é positivo) ou para suprir

necessidade de caixa (demonstra falta de liquidez).

• Obs: no caso de micro e pequena empresa alterações no

patrimônio dos sócios podem ter impacto sobre a empresa.

Mudanças do(s) sócio(s)

administrador(es)

• Verificar se sua(s) saída(s) compromete(m) a continuidade da

empresa.

• O novo administrador possui experiência no setor?

Alterações contratuais • Verificar se ocorreu alteração na(s) pessoa(s) que pode(m)

assinar pela empresa (pode comprometer a validade jurídica

dos instrumentos de créditos firmados posteriormente).

Queda no faturamento

Paralisação da empresa

(ex. Férias coletivas).

• Compromete a liquidez e capacidade de pagamento da

empresa.

• Verificar se ocorreu devido a problemas conjunturais (não é

bom, mas pode ser aceitável) ou por perda de mercado (é ruim,

pode indicar que a empresa está perdendo competitividade).

Perspectivas setoriais • As empresas de setores com perspectivas ruins devem ter um

maior acompanhamento dos seus créditos, pois seu risco de

insolvência é maior.

Boatos da praça • Verificar se as informações contidas nos boatos podem indicar

potenciais problemas no andamento da empresa e na sua

capacidade de pagamento.

Buscar comprová-los ou não através de visitas. FIQUE ALERTA.

Troca de posição de • Indica que a empresa está com problemas de caixa. a ausência

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cobrança para desconto.

Desconto do

faturamento do dia.

de giro pode comprometer a capacidade da empresa em saldar

as suas dívidas nas datas e montantes contratados.

Pagamento de duplicatas

descontadas pela

empresa que as

descontou

• pode indicar que as duplicatas descontadas eram FRIAS.

Cheques administrativos

para pagamento em

cartórios.

• CUIDADO, a empresa está atrasando o pagamento de seus

fornecedores.

Renovação de principal

+ encargos

• CUIDADO, a empresa pode não estar gerando recursos para

pagamento de suas dívidas.

Adiantamento a

depositantes e/ou saque

sobre bloqueio

constantes.

• A empresa pode estar com problemas de caixa, não

conseguindo gerar recursos suficientes para o seu giro diário.

Redução do pagamento

de tributos

• CUIDADO, a empresa pode não estar gerando recursos para

pagamento de suas dívidas.

Cliente não negocia

taxas de juros e/ou

prazos.

• Pode indicar má administração.

• CUIDADO, pode indicar grande necessidade de obtenção de

recursos e/ou dificuldade de obtenção de recursos em outros

bancos.

Recusa em oferecer boas

garantias

• CUIDADO, pode significar que o próprio empresário têm

dúvidas quanto ao repagamento.

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5.4 - ROTEIRO SOBRE GARANTIAS

Tipos de garantia Principais cuidados que devem ser observados

Duplicatas

• Observar a existência do nome e endereço do sacado, seu número de

CPF/CNPJ e o nome e CNPJ do cedente na duplicata.

• Verificar se as duplicatas são sacadas contra empresas ligadas ao

mesmo grupo econômico. Neste caso devem ser solicitadas novas

garantias pois o risco de serem "frias " é maior.

• Verificar se o prazo de vencimento da duplicata está compatível com o

prazo de vencimento da operação.

• Verificar se as duplicatas são sacadas contra os principais clientes da

proponente que se encontram relacionados na sua ficha cadastral.

• Solicitar sempre que possível o aceite do sacado, principalmente

protestos de duplicatas de curtíssimo prazo de vencimento, confirmar

junto ao sacado por telex, fax ou pessoalmente a veracidade da origem

da duplicata. Na dúvida, solicitar a substituição da mesma. Esse

procedimento deve ser usual também para empresas tradicionalmente

conhecidas no mercado, pois pode ocorrer o uso indevido do nome

dessas empresas (duplicatas frias)

• Verificar se o cliente endossou a duplicata, significando a transferência

de posse para o Banco.

• Conferir as assinaturas de emissão e endosso do cedente. A constatação

de alguma irregularidade poderá ser indício de emissão fraudulenta.

• Procurar obter do cliente sempre a maior diversificação de sacados

possível, para evitar a concentração, porém sempre considerando a

segurança de liquidez.

Aval • Verificar sempre os atos constitutivos da empresa, ou seja, Estatuto

Social ou Contrato Social e suas alterações observando se não existem

restrições ou condições especiais para a diretoria conceder aval em

obrigações contraídas pela empresa, bem como a validade do aval

quando se tratar de pessoa jurídica.

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• Observar a vigência do instrumento de procuração quando se tratar de

pessoa jurídica.

• O patrimônio dos sócios/avalistas deve estar livre de ônus e ter valor de

mercado atualizado, superior ao crédito concedido.

• Tentar sempre colher a assinatura do(a) cônjuge, para garantir que o

patrimônio do casal responda integralmente pela operação.

Alienação

Penhor

Hipoteca

• Verificar nos casos de hipotecas de bens móveis ou penhor pecuniário

se o contrato está devidamente registrado no respectivo cartório de

registro de imóveis e se já não foram dados em garantia para outras

operações.

• Verificar nos casos de penhor mercantil de mercadorias, alienação

fiduciária de máquinas/equipamentos e alienação de veículos se os

contratos encontram-se devidamente registrados nos respectivos

cartórios de títulos e documentos.

• No caso de penhor mercantil deve-se avaliar antecipadamente a

idoneidade creditícia do depositário.

• CUIDADO COM OPERAÇÕES GARANTIDAS POR PENHOR.

Fiança Deve-se atentar para as recomendações contidas na garantia aval e

observar ainda os seguintes itens:

• Se na fiança consta cláusula específica determinando que o fiador

responda solidariamente pelo crédito concedido e os encargos

decorridos em caso de inadimplência do devedor.

• Para fiador pessoa física casado é obrigatória a concordância e

assinatura do cônjuge, para que bens respondam integralmente. Caso

seja detectada alguma anormalidade em relação ao fiador, a agência

deve solicitar a sua substituição mesmo no decorrer da operação.

Cheques

• Observar a existência de restrições em nome do emitente .

• Verificar de cheques são de empresa coligadas, familiares, funcionários

e amigos.

• Verificar se os cheques são de seus principais clientes, relacionados na

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ficha cadastral.

• Procurar obter a maior pulverização e diversificação possível

• Verificar se o prazo e valores estão compatíveis com faturamento e

fluxo da empresa.

• Na dúvida, solicitar substituição dos mesmos.

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VI - CONCLUSÃO

Na atual conjuntura econômica vivida pelo país, a principal fonte de receitas das

instituições financeiras provém de empréstimos realizados a pessoas físicas e jurídicas

(intermediação financeira), que devem ser deferidos em bases sólidas e seguras a fim de

minimizar o risco das operações.

Um processo de decisão de crédito não deve envolver apenas fatores objetivos

(como por exemplo: análise financeira), pois existem inúmeros fatores subjetivos que

influenciam a vontade e capacidade do tomador em realizar repagamento dos

empréstimos.

Na análise e concessão de empréstimos a micro e pequena empresas, as

instituições financeiras, de maneira geral, têm valorizado mais os fatores subjetivos

(como por exemplo: a experiência dos administradores no ramo). Esses fatores são

normalmente mais facilmente obtidos pelos gerentes, que mantêm um contato direto

com o cliente, principalmente através da realização de visitas.

Entretanto, observa-se que existe uma dificuldade por parte dos gerentes de

negócios na obtenção de informações de forma confiável e sistematizada, devido

principalmente à falta de cultura de crédito.

Conclui-se que a sistematização de procedimentos de análise de crédito, mediante

a utilização da visita, poderá contribuir para que os gerentes atuem de forma mais

segura e eficaz, gerando assim créditos e negócios mais confiáveis, com conseqüente

redução do nível de inadimplência nas operações. Entende-se também que os relatórios

produzidos pelos gerentes são importantíssimos para subsidiar a análise do processo de

crédito .

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Outrossim, espera-se que com visitas mais profissionais, os gerentes consigam

vislumbrar mais facilmente novas oportunidades de negócios, bem como uma melhoria

no relacionamento com os clientes.

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GLOSSÁRIO

Factoring: É uma atividade de prestação de serviços, associada à compra de direitos de

um contrato de venda mercantil, desenvolvida por uma empresa de caráter comercial.

Floating: Ganho financeiro auferido pelos bancos referente ao dinheiro que ficou

parado na conta do cliente por um ou mais dias, sem qualquer remuneração.

In Loco: No local.

Index: É um sistema de cadastro de bancos, onde constam todos os clientes com

restrições por nome, CPF, tipo e quantidade de restrições.

Leasing: Arrendamento mercantil.

Leasados: Veículos/equipamentos financiados através de operações de “leasing”.

Pay-Back: Tempo de retorno de um investimento.

Serasa: Centralização de serviços dos bancos S/a. - centralizadora de serviços

administrada pelos bancos que contém informações cadastrais das pessoas físicas e

jurídicas tais como: protestos, cheques sem fundos, ações judiciais etc.

Spread: É a diferença entre a taxa de captação e aplicação de recursos, praticada por

uma instituição financeira.

Timing: Senso de oportunidade relativo à escolha do momento e do tempo de duração

de alguma ação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Instituto Brasileiro de Ciência Bancária, IBCB, 1992.

BARALDI, Maria Regina (et allii). Manual de Política e Processo Decisório de Crédito.

São Paulo: Instituto Brasileiro de Ciência Bancária, IBCB, 1990

COELHO JÚNIOR, Carlos Pessoas. Competência em Negociação, apostila da Condex -

Consultoria e Desenvolvimento.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1988.

MUNHOZ, Dércio Garcia. Economia aplicada: Técnicas de pesquisa e análise

econômica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1989.

PARKINSON, Robert. Como Conseguir dos Outros Aquilo que Você Quer. Apostila -

Programas Livros Sumarizados. Tema Executivos

PEREIRA DA SILVA, José. Gestão e Análise de Risco de Crédito. São Pulo: Editora

Atlas, 1998

RUTH, George G. Empréstimos Para Pessoas Jurídicas. São Paulo: Instituto Brasileiro

de Ciência Bancária, IBCB, 1991.

SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Análise de Crédito: Concessão e Gerência de

Empréstimos. São Paulo: Atlas, 1994.

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ANEXOS