Reportagem Especial2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2014

MMMAAAUUU TTTEEEMMMPPPOOO

CCChhhuuuvvvaaa rrreeecccooorrrdddeeeTemporal que atingiu a Grande Vitória alagouruas, interditou BR e fechou o aeroporto. Nemambulâncias conseguiram chegar a hospitais

C E N ASLÍGIA TEDESCHI

O AEROPORTO de Vitória ficou lotado no fim da tarde, com filas para remarcaçãode voos. A água da chuva saiu da pista de voo e chegou a entrar no saguão.

KADIDJA FERNANDES/AT

O CENTRO de Vitória, no Parque Mos-coso, também estava difícil de passar.

GUTO NETTO

EM JARDIMCamburi, Vitória,moradores pula-

vam nas costasum do outro pa-ra evitar colocaros pés no chão,

na água. O medoeram doenças,que podem virna enchente.

MATHEUS PAOLINI

A ENTRADA do Instituto Federal do Estado (Ifes), na avenida Vitória, já estava ala-gada no início da noite. Carros passavam com dificuldade pela via.

NA AVENIDAAmérico Buaiz, em

frente à Assem-bleia Legislativa, arua também esta-va cheia de água.Os ônibus passa-vam e molhavam

os pedestres, quetentavam se pro-

t e g e r.

RODRIGO GAVINI/AT

O temporal que castigou aGrande Vitória ontem ba-teu recorde de níveis de

chuvas no ano em alguns locais,deixando estragos, aeroporto fe-chado, pessoas ilhadas, além dotrânsito na BR-101 e em várias viascompletamente parado por horas.

Em Jardim Camburi, Vitória, fo-ram registrados 108 milímetros emtrês horas. Isso quer dizer que cada

milímetro de chuva equivale a umlitro de água por metro quadrado.

Em algumas ruas, moradores emotoristas relataram que a águachegou ao vidro dos carros. Mui-tos veículos também foram aban-donados nas vias, deixando o trân-sito ainda mais complicado.

Já na Serra, o bairro Serra Dou-rada II registrou 160mm no mes-mo intervalo de tempo. Em Novo

Horizonte, moradores foram sur-preendidos com mais de 302mmem cinco horas de chuva, segundoo Incaper. Em Vila Velha, o institu-to registrou 39mm até as 19 horas.

A média de chuva prevista paratodo o mês de outubro na GrandeVitória era de 120mm, de acordocom o Incaper.

O aeroporto de Vitória foi fecha-do por volta das 17 horas devido aomau tempo e até o fechamento daedição não havia sido normalizado.A maior parte dos voos foi cancela-da pelas companhias aéreas. Doisvoos tiveram de arremeter.

No km 266 da BR-101, em Laran-jeiras, houve interdição total dapista. Em Vitória, os principaispontos de alagamentos foram aavenida César Hilal e as ruas Ro-sendo Serapião, na Mata da Praia eas do bairro Jardim Camburi.

Os alagamentos provocaramlentidão no trânsito em toda a re-gião metropolitana. Em Vila Velha,os maiores problemas foram naavenida Carioca, Carlos Linden-berg e em Itapoã e Boa Vista.

Hospitais da Grande Vitóriatambém ficaram prejudicados. Opronto socorro do Vila Velha Hos-

pital foi fechado às 19h30. Na Ser-ra, ambulâncias do Hospital Me-tropolitano não conseguiram levaros pacientes até o hospital.

No Vitória Apart Hospital, médi-cos do período noturno não conse-guiram chegar. Profissionais queestavam no hospital continuaramno local para não comprometer oa t e n d i m e n t o.

O caos também se instalou emoutros municípios. No km 188 daBR-101, em Aracruz, o trânsito pa-ra carros de passeio foi proibidopor causa da grande quantidade deágua que se acumulou na rodovia.

AVENIDA MARUÍPE ficoualagada e bueiro chegou atransbordar com tanta água

Reportagem Especial

VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2014 ATRIBUNA 3

MAU TEMPO

D e s e s p e ronas ruasMais de cinco horas no trân-

sito em carros e dentro deônibus, veículos quebra-

dos, crianças e professores presosem escolas, casas e ruas alagadas efuncionários ilhados no trabalho.

A chuva recorde, que começouna tarde de ontem na Grande Vitó-ria e em outros municípios do Es-tado causou estragos, deixou desa-brigados e levou desespero a quemnão conseguiu chegar em casa.

No Sesi de Laranjeiras, na Serra,cerca de 200 alunos, além de pais eprofessores, ficaram ilhados ao fimdo turno da tarde. Vários pais nãoconseguiram chegar à escola parabuscar os filhos e alguns que che-garam não tiveram como sair.

Segundo a professora DéboraCosta, 33 anos, mãe de dois alunosdo Sesi, a água invadiu a escola, al-

go que nunca tinha acontecido. “Aágua foi subindo e nós tivemos queabandonar o primeiro andar e virpara o segundo”, contou.

As crianças, muitas pequenas, jáestavam inquietas com a chuva ecom a demora dos pais, quando fal-tou energia. Débora disse aindaque vizinhos do colégio foram aosportões avisar que ladrões estariamguinchando os carros que estavamdo lado de fora da escola. A polícianão confirmou a ação de bandidos.

Na avenida Cesar Hilal, em Vitó-ria, a água chegava aos joelhos dospedestres e pessoas se arriscavamna água para pegar os ônibus.

O funcionário público RenatoCosta, 40 anos, saiu por volta das18h30 do trabalho em Jacaraípe,na Serra, mas até às 23 horas aindaestava na região de Carapina. Com

FÁBIO NUNES/AT

PASSAG E I R O S se arriscam para subir em ônibus na avenida Cesar Hilal, em Vitória, com a água até os joelhos

C E N ASTHIAGO COUTINHO/AT

NA AVENIDA Anísio Fernandes Coelho, conhecida como Ruada Lama, em Vitória, os carros passavam com dificuldade,pois a via estava cheia de água.

LARYSSA JEANINE

NA RUA Carlos Martins, em JardimCamburi, na capital, a água chegou acobrir as placas dos veículos que esta-vam no local.

o trânsito parado na BR-101 e boa-tos de assaltos a motoristas que es-tavam na região, ele precisou pararno estacionamento de uma loja dematerial de construção.

“O estacionamento ficou lotado.

A loja, que fechava às 20 horas, fi-cou aberta já que nem os funcioná-rios conseguiam sair.”

A estudante Isabela Grazziotti, 18anos, levou cinco horas para chegarem casa do estágio. “Saí de Cariaci-

ca por volta das 17 horas. Demoreihoras para chegar ao Terminal deCarapina, mas lá também não tinhaônibus. O terminal estava lotado etinha muita confusão porque nin-guém conseguir ir para casa.”

LEO NUNES

AS ÁGUAS da forte chuva invadiram o restaurante CoronelPicanha, em Jardim Camburi, Vitória, na noite de ontem. Olocal ficou impossibilitado de receber clientes.

NA RETA da Pe-nha, em Vitória,três carros para-ram de funcionarno meio da via.Motoristas tenta-vam levar os veí-culos para o can-teiro, para mini-mizar os prejuí-zos causados pe-la chuva. Muitosesperaram a águab a i x a r.

A RUA Juiz Ale-xandre Martinsde Castro Filho,em Santa Lúcia,

Vitória, ficouc o m p l e ta m e n t e

a l a ga d a .Na altura da Fa-

culdade de Direi-to de Vitória

(FDV), um carrocinza ficou ilha-

do.Pedestres nãoconseguiram dei-

xar o local.

GUTO NETTO

HOUVE GRANDEE N G A R R A FA -M E N TO na Ter-ceira Ponte coma Grande Vitóriadebaixo d'água.Moradores fica-ram mais de trêshoras para con-seguir chegar aVila Velha.Quem seguia pe-la Beira-Martambém ficouprejudicado.

FÁBIO NUNES/AT

NA AVENIDA Ce -sar Hilal, em Vi-tória, pedestressubiram no mu-

ro e se agarra-ram às grades

da Secretaria deEstado da Edu-

cação (Sedu)para escapar da

enchente.A via foi comple-tamente tomada

pela água.

Fu n c i o n á r i o snão voltam paracasa e dormemno trabalho

Sem conseguir chegar em casapor causa da forte chuva que atin-giu a Grande Vitória ontem, algunsfuncionários optaram por dormirnos locais em que trabalham.

A universitária Renata SiqueiraQuintão, 20 anos, tentou deixar oestágio em um escritório de arqui-tetura na avenida Leitão da Silva,mas optou por dormir no trabalhodeixou de saber que a passagemestava difícil.

“Falaram que a Reta da Penhaestava alagada, assim como aES-010. Na frente da minha casa,em Chácara Parreiral, na Serra,também estava cheio de água, porisso não daria para chegar lá. Atéroupa eu tive de pegar emprestadacom uma das minhas chefes”, con-tou Renata.

A doméstica Marinalva dos San-tos, 43 anos, saiu do trabalho emJardim Camburi, Vitória, às 18h40.Até as 22 horas, ela ficou no pontode ônibus, na tentativa de chegarem casa, no bairro Oriente, em Ca-riacica, mas não conseguiu.

“Estávamos em oito pessoas noponto, mas o ônibus não passou.Mesmo preocupada com meusdois filhos, de 5 e 15 anos, que estãoem casa sozinhos, decidi voltar pa-ra a casa onde trabalho, pois nãosei como chegaria na minha. Estátudo debaixo d'água. Estou deses-perada e com dor de cabeça. Mi-nhas coisas estão molhando, poisentra água pelo telhado.”

“Decidi voltarpara a casa onde

trabalho, pois não seicomo chegaria na minha.Estou desesperada!”Marinalva dos Santos, doméstica

Reportagem Especial

4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2014

MAU TEMPO

Serra fica debaixo d'águaO município foi o maisatingido pelo temporale somente no bairroNovo Horizonte choveu302mm em 5 horas,segundo o Incaper

EM FRENTEao Terminal deLaranjeiras, naSerra, a águainundou asduas pistas daavenida EldesScherrer deSouza e poucosmotoristas sea r r i s c a ra mO município da Serra foi o

mais atingido pelo tempo-ral que caiu ontem na Gran-

de Vitória. O bairro Novo Hori-zonte registrou 302mm em cincohoras, segundo o Instituto Capixa-ba de Pesquisa, Assistência Técni-ca e Extensão Rural (Incaper). Amédia prevista para o mês naGrande Vitória era de 120mm.

O valor é considerado um recor-de pela prefeitura do município,

em comparação com as chuvasque devastaram o Estado no finaldo ano passado. Segundo o prefei-to da Serra, Audifax Barcelos, aquantidade pegou os moradoresde surpresa.

“Estamos convivendo com a for-te chuva desde o último domingo,mas hoje (ontem) foi algo inespe-rado. Não era possível imaginarque a quantidade que atingiu osbairros hoje (ontem) pudesse sermaior do que as chuvas do anopassado na Serra”, disse.

De acordo com Audifax, os bair-ros que foram mais atingidos comos alagamentos também são osque enfrentam problemas de dre-nagem pluvial, e por isso os estra-gos podem ter sido maiores.

“Temos problemas quanto agrande quantidade de entulhos e

lixo descartados incorretamentenessas regiões, mas a quantidadeda chuva foi um fator decisivo paraos grandes alagamentos”, disse.

Para evitar maiores estragos pe-las chuvas, um projeto de drena-gem do rio de Jacaraípe está sendorealizado pelo município paraconter possíveis indundações, se-gundo o prefeito.

Além disso, Audifax ressaltouque uma equipe da prefeitura for-mada por agentes da Defesa Civil eassistência social do município es-tá mobilizada para atender a po-pulação em casos como os de on-tem.

“Temos uma equipe preparadapara atender a população que forprejudicada. É importante que aspessoas entrem em contato ao me-nor sinal de perigo”, explicou.

A prefeitura informou ainda quenenhuma família ficou desabriga-da ou desalojada durante as chu-vas de ontem.

Em Laranjeiras, as avenidas El-des Scherrer de Souza e Central fi-caram debaixo d'água. Moradoresinformaram que lojas foram inun-

dadas. Além disso, carros ficaramcom água até o nível das placas.

No bairro Jardim Tropical, ummuro e a parede de uma casa desa-baram. Em Nova Carapina I, umabarreira deslizou e provocou o de-sabamento da parede de uma casa.Ninguém ficou ferido.

C E N AS

NA AVENIDA Central, em Laranjeiras, na Serra, poucos carros se aventuraram apassar. Uma caminhonete já estava com água no capô, no fim da tarde.

ANTONIO COSME/AT

A ÁREA de esta-cionamento doBanestes dobairro Jardim Li-moeiro, na Ser-ra, foi completa-mente tomadapela água dachuva. A regiãofoi uma dasmais castigadaspelo temporalque atingiu aGrande Vitóriano final da tardede ontem.

NATIELLY ALMEIDA

NO BAIRRO Barcelona, na Serra, ninguém passava na região. No fim da tarde, aágua da chuva já estava subindo o canteiro central das vias.

EM BARCELONA, na Serra, veículo fi-cou parcialmente submerso.

A AVENIDA LOURIVAL NUNES, em Jardim Limoeiro, ficou inundada e carro não conseguiu passar. Na rua Castelo, no mesmo bairro, pedestres com água na cintura tentavam chegar em casa

ANTONIO COSME/AT ANTONIO COSME/AT

TATIANA TRANCOSO MARTINS

PATRICIA FERNANDES PIRES

CARRO que searriscou na águaacabou quebran-do. Ônibus e ca-minhão não en-frentaram alaga-mento na Serra.Neste trecho naavenida NorteSul, em JardimLimoeiro, pedes-tres tentavampassar pela água,que estava na al-tura dos joelhos.

ANTONIO COSME/AT

Reportagem Especial

VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2014 ATRIBUNA 5

MAU TEMPO

Mulher soterradaem VitóriaSomente com uma mão para

fora da terra, uma moradorade Caratoíra, em Vitória, lu-

tou para não morrer na noite deontem. Ela foi soterrada por voltadas 20h30 e até a meia-noite nãohavia sido resgatada.

Até mesmo uma retroescavadei-ra foi utilizada na remoção da mo-radora, identificada como Simone,de aproximadamente 35 anos.Equipes do Corpo de Bombeiros,Defesa Civil e Guarda Municipalfaziam de tudo para retirar a mu-lher dos escombros.

Algumas pessoas que estavamem uma igreja que fica ao ladotambém tentaram ajudar.

Mas a cada momento o resgatetornava-se mais delicado. Com opassar do tempo e a chuva sem dartrégua, a moradora, apesar deconsciente, apresentou um quadrode hipotermia (quando a tempera-tura do corpo cai), o que dificulta-va ainda mais o socorro.

Foram várias tentativas para res-gatá-la da lama, mas um ferimentoque sangrava na região da cintura aimpediu de ser resgatada.

Dentro da casa que caiu estavamtambém o marido de Simone, iden-tificado como Rômulo, e seus doisfilhos – Felipe, 8 anos e Débora, 12.

Com ferimentos leves, Rômulofoi levado para o Hospital São Lu-cas. As crianças foram encaminha-das para o Hospital Infantil de Vi-tória e estão estáveis.

A professora Silvia Soares, vizi-nha de Simone, contou que viuquando o deslizamento atingiu acasa da família. “Estava tirando omeu carro da garagem quando ou-vi o barulho. Olhei para a casa daSimone e vi a terra descendo. Gri-tei desesperada para eles saíremde casa. Minha filha e eu estamosem estado de choque”, contou,emocionada.

Ela disse ainda que a Defesa Ci-vil esteve no bairro no último do-mingo, após as chuvas que caíramdurante a tarde. “Por que não pro-videnciaram a limpeza do terreno?Tem muito lixo aqui”, questionou.

Ainda no domingo, a família foipara a casa da professora, onde sehospedou por alguns dias, mas de-pois retornou.

O prefeito de Vitória LucianoRezende, que estava no local acom-panhando o resgate, informou queresidência onde Simone moravahavia sido condenada no últimodomingo. “A população precisarespeitar a Defesa Civil, essa casaestava condenada”, declarou.

Outro deslizamento ocorreu emJardim Tropical, na Serra. Um mu-ro e a parede de uma casa desaba-ram. Em Nova Carapina I, umabarreira deslizou e provocou o de-sabamento da parede de uma casa.

FOTOS: RODRIGO GAVINI/AT

BOMBEIROS e moradores tentam resgatar mulher soterrada em Caratoíra

A CENA

BOMBEIROS t e n ta mresgatar vítima de so-terramento em Cara-toíra, Vitória. Um tra-tor e uma serra elétri-

ca foram utilizadospara ajudar a quebrar

o portão e retirar oentulho.

LU C I A N O R ezende esteve no local

“Estava tirandoo meu carro da

garagem quando ouvi obarulho. Olhei e vi aterra descendo”Silvia Soares, vizinha

Reportagem Especial

6 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2014

A executarExecutadoEm execuçãoAbertura de tampospara limpeza

LEGENDA

Co m ofuncionaEstação pode seresvaziada em 45minutos

Bombas no canal de GuaranhunsPREFEITURA DE VILA VELHA

Água dos reservatórios vaiser drenada para o mar

A água disponível nas estaçõesde bombeamento de Vitória vão serdrenadas para o mar por meio docanal da avenida Leitão da Silva.

De acordo com a CompanhiaEspírito Santense de Saneamento(Cesan), a água das chuvas que forrecolhida nos reservatórios daprefeitura não poderão ser capta-das, tratadas e distribuídas nova-mente para a população da GrandeVi t ó r i a .

Para que a empresa pudesse uti-lizar essa água, seria necessárioconstruir uma adutora de água daestação de tratamento até o localdos reservatórios.

Segundo a Cesan informou pormeio de nota, tal investimento,além de ser muito alto, não se jus-tifica pelo pouco volume de águadisponível nos reservatórios da ca-pital.

LEONE IGLESIAS – 27/10/2014

ESTAÇÃO bombeia água da chuva

AV. MARUÍPE

TANTO A ÁGUA que cai nas calhasdas casas quanto a das galerias daavenida Maruípe vão escoar pormeio de uma escada até a estação.

MAU TEMPO

Nova estação contra alagamentosPrefeitura estudaconstruir reservatóriopara represar águada chuva e diminuiralagamentos em SantaLúcia e Praia do Canto

Giordany Bossato

A construção de uma es-tação nas proximida-des do cruzamento das

avenidas Leitão da Silva coma Rio Branco vai diminuir os

alagamentos nos bairros Santa Lú-cia e Praia do Canto, em Vitória.

Esta será a terceira estação re-servatória do município. Outrasduas já foram construídas em Ita-raré e no Horto de Maruípe, que fi-cará totalmente pronta em dezem-b ro.

De acordo com a assessoria deimprensa da Secretaria Municipalde Obras, a construção do reserva-tório nas proximidades do bairroSanta Lúcia estava prevista no pla-no de macrodrenagem da capital.

Agora, o projeto está em fase deestudo de viabilidade e a respostasobre a construção deve ser oficia-

lizada no segundo semestre do anoque vem.

Ainda segundo a assessoria daSecretaria de Obras, caso a cons-trução seja aprovada, uma daspossibilidades é realizá-la sob aEscola Estadual DesembargadorCarlos Xavier Paes Barreto, quepassaria a funcionar em outra lo-calidade ainda não definida.

O B R ASO secretário de Obras de Vitória,

Zacarias Carraretto, afirmou queestas são apenas algumas dasobras realizadas para diminuir oprejuízo causado pelas chuvas.

“Estamos atualizando o PlanoDiretor de Drenagem Urbana e oPlano Municipal de Redução deRisco, com o objetivo de estabele-cer ações a curto, médio e longoprazos para diminuir os proble-mas com as chuvas”, informou os e c re t á r i o.

Carraretto explicou que foramfeitas obras de contenção em 39encostas que ofereciam risco eobras em outras 51 encostas estãoem fase de projeto.

Também segundo o secretário,cada um dos 22 mil bueiros do mu-nicípio recebe limpeza, em média,três vezes por ano.

E N T R A DADA ÁGUA

A estação irá acumulara água que escoa pelasgalerias da avenida Ma-ruípe – sentido avenidaLeitão da Silva. Logodepois da rua Areobal-do Bandeira, a água en-tra no local.

EXC E D E N T EAlém do reservatório,

um “p u l m ã o” dentro do Horto eas galerias das ruas Doutor Ar-lindo Sodré e Das Palmeiras po-dem represar até cinco milhõesde litros de água. De lá, a águasegue para o mar pelo canal daavenida Leitão da Silva.

RUA AREOBALDOBANDEIRA

RUA DR. ARLINDO SODRÉ

RUA DAS PALMEIRAS

B O M B AS

CANOS DE LIGAÇÃOÁREA DO HORTODE MARUÍPE

Em Vila Velha, a principal alter-nativa para reduzir os alagamen-tos são as bombas que vão ser ins-taladas no canal de Guaranhuns.Três delas já estão em funciona-mento e outros quatro equipa-mentos vão ser instalados no localaté o dia 15 de dezembro.

De acordo com o subsecretáriode Governo de Vila Velha, AlbertoPêgo, a ação vai beneficiar mora-dores de 16 bairros, entre eles San-ta Mônica Popular, Nova Itaparica,Parque das Gaivotas e Araçás.

“As três bombas já foram utiliza-das no último domingo e evitaramque diversas ruas ficassem alaga-das”, explicou.

As bombas diminuem as inun-dações já que facilitam a passagemda água do canal de Guaranhunspara o rio Jucu e, consequente-mente, sua saída para o mar.

“Para que todo o sistema funcio-ne, é preciso que a população evite

jogar lixo no canal e em ruas quedesaguem no canal. No último do-mingo, uma das bombas começoua falhar justamente pelo excessode lixo que ela sugou”, afirmou os u b s e c re t á r i o.

Quando as sete bombas estive-

rem instaladas, terão capacidadepara drenar o equivalente a um ca-minhão-pipa por segundo.

Além disso, uma comporta auto-mática vai evitar que a água daschuvas volte para os bairros, cau-sando alagamentos.

FUNCIONÁRIOS da prefeitura instalam bombas no canal de Guaranhuns

R E S E RVAT Ó R I OEstá localizado exatamente

abaixo do Horto de Maruípe. A cons-trução possui quase cinco mil metrosquadrados e é capaz de armazenar 20milhões de litros de água.

ENTRADA DEÁG UA

AV LEITÃO DA SILVA

PREFEITURA DE VITÓRIA

R ES E RVATÓ R I O do Hortode Maruípe, que ficarátotalmente pronto em

d e z e m b ro

MARUÍPE

2 4

1

BO M BASO reservatório represa a água

até que as galerias das ruas DoutorArlindo Sodré e Das Palmeiras pos-sam receber o fluxo. Três bombasvão ser capazes de esvaziar a esta-ção em até 45 minutos.

3

Reportagem Especial

VITÓRIA, ES, SEXTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2014 ATRIBUNA 7

MAU TEMPO

Previsão de mais chuva hojeA chuva que atinge o Estado

desde o último domingo ecausou transtornos ontem

na Grande Vitória, continua hoje,segundo meteorologistas.

Entretanto, é esperado umachuva de intensidade moderadaem forma de pancadas, segundo ometeorologista Marcelo Pinheiro.A temperatura mínima previstapara hoje é de 21 graus e a máxima,de 29.

“Amanhã (hoje) deve haver pan-cadas de chuva na Grande Vitóriae em todo o litoral do Estado. Masas chuvas não virão fortes como asdos últimos dias”, disse.

Já a partir de amanhã, o sol apa-rece forte e não deve chover até opróximo dia 7 na Grande Vitória,segundo Pinheiro.

“A partir de sábado, os dias vão fi-car mais secos e não vai chover. Atendência é que o tempo continuefirme e que as máximas para este fi-nal de semana sejam de 30 graus.”

A previsão de ontem não se cum-priu. A informação era de que iriachover 15mm. Já a previsão da quan-tidade de chuva para a Grande Vitó-ria hoje é de 12mm, segundo o Cli-matempo. Cada milímetro de chuvaequivale a um litro de água por me-tro quadrado.

MUNICÍPIOSEm Caratoíra, onde houve um

deslizamento, o prefeito de Vitó-ria, Luciano Rezende, falou sobre

as ações que estão sendo feitas porequipes da prefeitura.

“A prefeitura está trabalhandopara monitorar as áreas de riscos ereduzir os pontos de alagamentos.Porém, as chuvas que têm caídotêm sido em um volume muitogrande e em pouco tempo. Com is-so, os alagamentos são inevitáveis.”

Já na Serra, o prefeito AudifaxBarcelos instaurou, na noite de on-

tem, o Gabinete Estratégico e oGabinete Operacional para acio-namento do plano de contingênciamunicipal contra as chuvas nomunicípio, com alerta de nível 3.

“Isso significa que cada secreta-ria terá de adotar, a partir de ago-ra, as respectivas ações de cadaárea pré-determinada no plano dec o nt i n g ê nc i a ”, explicou o prefei-t o.

Sob gerência dos secretários, osservidores terão de se apresentarpara atuação nas suas respectivasfunções. “A prefeitura está traba-lhando com todos os carros na rua.Tiramos moradores de suas resi-dências em Hélio Ferraz, LagoaPau Brasil, José de Anchieta II,Central Carapina, Taquara e Gua-raciaba. Eles foram levados paraescolas do município.”

FÁBIO NUNES/AT

A AVENIDA CÉSAR HILAL foi tomada pela água, assim como vários outros pontos da Grande Vitória

O P I N I Õ ES

“A prefeitura estátrabalhando para

monitorar as áreas de riscoe reduzir os pontos dealagamentos ”Luciano Rezende, prefeito de Vitória

FÁBIO NUNES - 22/07/2014

“O município tevemuitos problemas

em vários bairros,principalmente na regiãocentral da cidade”Audifax Barcelos, prefeito da Serra

LEONARDO BICALHO - 21/02/2013

PARTICIPARAM DESTAREPORTAGEM: Eliane Proscholdt,

Francine Spinassé, GiordanyBossato, Kelly Kalle, Keyla Cezini,

Laís Queiroz e Luiza Wernersbach