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Viver IFRS Revista da Pró-Reitoria de Extensão do IFRS Ano 3 | Nº 03 Junho 2015 A internacionalização no IFRS Alunos do IFRS no Ciência Sem Fronteiras, como Alan, Bruno, Gustavo e Priscila, contam suas experiências no Exterior Desbravando o mundo

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Viver IFRS

Revista da Pró-Reitoria de Extensão do IFRS

Ano 3 | Nº 03Junho 2015

A internacionalização no IFRS

Alunos do IFRS no Ciência Sem Fronteiras, como Alan, Bruno, Gustavo e Priscila, contam suas experiências no Exterior

Desbravando o mundo

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Viver IFRSAno 3 | Nº 3 | Junho 2015

Viver IFRSAno 3 | Nº 3 | Junho 2015

ExpedienteINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL | IFRS

ReitoraCláudia Schiedeck Soares de Souza

Pró-Reitora de ExtensãoViviane Silva Ramos

Revista Viver IFRSPró-Reitoria de Extensão do IFRSRua General Osório, 348 | Bairro CentroCEP 95700-000 | Bento Gonçalves/RS(54) [email protected]

Comissão EditorialAndreza CunhaCibele SchwankeGetulio Jorge Stefanello JúniorJosiane Roberta KrebsSílvia SchiedeckViviane Silva Ramos

ApoioCaroline Cataneo

EditoraçãoAndreza Cunha

ArteCaroline Reimundi

Fotos de capaArquivo pessoal: Alan Serafini Betto, Bruno Fontenele Scheltzke, Gustavo Henrique Ceni e Priscila Nunes dos Santos

ContracapaComunicação - Reitoria

RevisãoCarine Simas da SilvaFabiana Carvalho DonidaMelina Leite

ColaboradoresAlessandra Aragon NevadoAndréia PruinelliCarine Simas da SilvaCátia SandriCristine ThomasDeise DagneseFernanda CadavalFernando LeãoGabriela MorelJoana PaloschiLisiane SchusterMelina LeiteNatasha Malicheski

ImpressãoCorag

Tiragem2.300 exemplares

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Paula Porto Pedone CRB10/1825

Viver IFRS / Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Pró-Reitoria de Extensão. - V. 3, n. 3 (jan./jun. 2014) – Bento Gonçalves: IFRS, 2013-.

Semestral.

Disponível: no site http://revistaviver.ifrs.edu.br

ISSN 2318-9665

1. Extensão universitária - periódicos. I. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Pró-Reitoria de Extensão.

Editorial

APró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) apresenta aos extensionistas, educadores, pesquisadores e à sociedade em geral mais um número da sua revista “Viver IFRS”. A alegria e satisfação de entregar esta terceira publicação

é diretamente proporcional ao trabalho desafiador e abnegado de todos os envolvidos na sua produção, pois é fruto do comprometimento e dedicação da Comissão Editorial, porém não seria possível sem a contribuição valorosa dos servidores e estudantes que aceitaram o convite para abastecê-la com um vasto e rico material informativo e reflexivo.

É importante reforçar que a revista tem como objetivo principal divulgar as ações de exten-são desenvolvidas pelo IFRS nas suas comunidades de abrangência, através de artigos reco-mendados pelas Comissões de Gerenciamento das Ações de Extensão (CGAEs) dos câmpus e de relatos de experiências dos extensionistas, além de artigos de convidados, reportagem e o registro de eventos que ocorreram na instituição em 2014.

Neste número, nossa motivação para a definição do tema “A internacionalização no IFRS” está relacionada à reportagem feita pelas jornalistas Carine Simas e Melina Leite sobre alguns de nossos estudantes que são privilegiados com a fantástica experiência acadêmica e cultural fora do Brasil, além do artigo da nossa Reitora, professora Cláudia Schiedeck Soares de Souza, que coordena a Câmara de Relações Internacionais do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), às quais agradecemos pela colaboração. Entendemos que a temática da internacionalização institucional, reconhe-cida no recente processo de recredenciamento com nota máxima e em crescente expansão, merece destaque porque está em perfeita consonância com uma das mais inovadoras e impor-tantes políticas públicas de formação científica e profissional, que é o Programa Ciência sem Fronteiras.

Os artigos e relatos de experiência evidenciam o que há de mais significativo no fazer ex-tensionista: o encontro de saberes diferentes, que serve de mola propulsora para a interação dialógica e que é capaz de inverter a lógica tradicional de formação em prol da interdiscipli-naridade e interprofissionalidade. Com certeza, a troca de conhecimentos potencializa uma extensão estreitamente articulada com o ensino e a pesquisa, que impacta significativamente na formação cidadã dos estudantes e, consequentemente, promove a transformação social.

Desta forma, através da Revista “Viver IFRS”, caminhamos rumo à consolidação e à am-pliação da divulgação das experiências produzidas na extensão da instituição. Acreditamos que, com esse belo repertório de ações realizadas, ampliaremos o debate e o reconhecimento do seu alcance, da sua capilaridade e pertinência nos processos formativos acadêmicos e no diálogo com a sociedade. Neste sentido, o IFRS ao alavancar tais iniciativas, está cumprindo com seu papel na construção de um mundo mais criativo, crítico e autônomo.

Por fim, aos servidores, estudantes e demais colaboradores, que não medem esforços para que este projeto seja uma feliz realidade, nosso reconhecimento com um agradecimento espe-cial: muito obrigado!

Prezado leitor, que sua leitura seja agradável e prazerosa!

Viviane Silva RamosPró-reitora de Extensão

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SumárioARTIGOPerspectivas da Internacionalização na Rede Federal

de Educação Profissional e Tecnológica 6

REPORTAGEMDesafios e aprendizados na bagagem 9

PROJETOSAproximação do IFRS e Comunidades Indígenas 15

Reaproveitamento dos Resíduos Eletrônicos do

IFRS Câmpus Porto Alegre 19

Do trivial ao sofisticado: trajetos de (re)escrita de textos

dissertativos no Projeto Redação para Enem e Vestibular 24

Educação para a Sustentabilidade:

uma abordagem interdisciplinar 27

Educação Financeira: um despertar para o uso consciente do

dinheiro com estudantes do Ensino Fundamental de Sertão 30

(Re)Aprendendo alguns conceitos básicos de matemática 33

RELATOS DE EXPERIÊNCIAProjeto oficinas permanentes de cultura: um lugar para a

formação integral na educação profissional 35

Extensão e trabalho: desafios e conquistas 39

Ressignificando o Planejamento: Estrutura e Elaboração do

Projeto Político-Pedagógico 41

O LogiC e a participação em olimpíadas da

área de informática 44

Linguagem de programação LOGO como inclusão digital

no ensino de geometria plana com alunos surdos do Proeja 48

Leitura crítica e interdisciplinar: como está avançando

o Projeto IFSOFIA 51

“Agitando” comunidades em situação de

vulnerabilidade socioambiental 54

Panificação Inclusiva 58

Projeto de Extensão “Educação e Tradição:

Lado a Lado pelo Rio Grande” 61

Trabalho em conjunto com uma visão multidisciplinar:

prevenção de incêndio em eventos 64

EVENTOSEvento de capacitação dos Napnes e dos Neabis 67

A integração e o desenvolvimento social

através das competições esportivas 68

Participação em feiras: relação do IFRS com os

setores produtivos e o mundo do trabalho 70

Ações de Extensão nos câmpus do IFRS 71

NORMASComo colaborar para a revista Viver IFRS 75

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Cláudia Schiedeck Soares de Souza

O desafio de escrever sobre a internacio-nalização dos Institutos Federais não se resume apenas a expor vivências

e experiências que nós tivemos nos últimos anos, mas também passa por colocar em poucas palavras todos os obstáculos, desafios e perspectivas da Rede Federal de Educação Profissional.

Até 2007, as poucas referências da rede em termos de relações e cooperações interna-cionais eram bilaterais e interinstitucionais, sem fontes de financiamento e fruto de esfor-ços pessoais dos nossos servidores e alunos. Pouco se sabia sobre o que uma ou outra ins-tituição realizava no âmbito de seus projetos de cooperação.

Em 2009, a partir da criação dos Institu-tos Federais pela Lei 11.892/2008, a qual colocava nossas instituições no mesmo pata-mar das universidades, começamos a estabe-lecer outra realidade para a Rede Federal de Educação Profissional.

Os primeiros passos foram dados quando a Secretaria de Educação Profissional e Tec-nológica, sob o comando do professor Eliezer Pacheco, criou uma Assessoria Internacional vinculada à Setec. Com técnicos formados na área de Relações Internacionais, as primeiras reuniões ocorreram em Brasília. Desse movi-mento nasceu o Fórum de Relações Interna-cionais do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), cujos encon-tros se davam duas vezes por ano e renderam o primeiro documento formal sobre esse tema – “Política de Relações Internacionais dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia”. Esse documento elenca os pon-tos essenciais e comuns à Rede Federal e que até hoje têm balizado as ações do Conif e dos IFs por todo o país, entre eles: a internaciona-

Perspectivas da Internacionalização na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica

gicos e burocráticos novos.O Conif, ao perceber que havia necessi-

dade de aprimorar os canais de ligação entre as instituições e a Setec/MEC, criou a Câma-ra de Relações Internacionais, composta por quatro reitores e coordenada pela Reitoria do IFRS. Com esse pequeno movimento, fomos capazes de encontrar espaços antes impossí-veis de interlocução. Alguns exemplos: passa-mos a fazer parte de missões de prospecção da Capes, CNPQ, Ministério das Relações Exteriores; há a publicação de editais de cha-madas específicas para a Rede Federal de Educação Profissional; qualificação de docen-tes da Rede Federal com fomento específico; participação no Inglês sem Fronteiras; capa-citação internacional para a inovação tecno-lógica, entre outras tantas ações.

A partir disso, os Institutos Federais pas-saram a profissionalizar suas iniciativas ações com a criação de Assessorias Internacionais, Centros de Línguas, cursos de capacitação, seminários de sensibilização para ações in-ternacionais e aplicação de testes de pro-ficiência. São tantos movimentos que é im-possível relacionar todos. Nossos servidores passaram a contar com normatizações e re-gulamentações específicas para essas inicia-tivas, nossos alunos foram beneficiados com programas institucionais próprios de mobi-lidade internacional e, naturalmente, com essa exposição, passamos de coadjuvantes a protagonistas no cenário internacional. Con-tamos atualmente com uma rede mundial que reconhece nos Institutos Federais uma força potencial enorme de fortalecimento da Educação Profissional. O Conif tem assento no Conselho Executivo da Federação Mundial

de Educação Profissional (WFCP) e vai sediar a próxima edição do Congresso Internacional, em 2016, em Vitória/ES.

Apesar de todo o sucesso das ações de internacionalização propostas pelos IFs, o tra-jeto ainda é longo e repleto de desafios. Pelas especificidades da Rede Federal, precisamos de atividades contínuas de comunicação que nos apontem como instituições de ensino superiores, tanto quanto de ensino técnico; faz-se necessário abrir caminhos com países similares ao Brasil (China, Índia, Rússia e África) em termos de patamar de desenvol-vimento, mas que são culturalmente muito diferentes e cujas barreiras linguísticas/cultu-rais precisam ser superadas; é fundamental aumentar nossa representatividade junto aos órgãos de fomento, para que a compreen-são do trabalho realizado pela Rede Federal possa ser incorporada de forma definitiva em futuros programas e editais; temos que trabalhar internamente em nossos campos de atuação para superarmos os problemas da burocratização e do reconhecimento dos conhecimentos vistos por nossos docentes e alunos no exterior; precisamos nos abrir para as diferentes realidades e deixar os pré-con-ceitos de lado para podermos absorver todas as possibilidades de desenvolvimento para a Educação Profissional brasileira.

Apenas um pequeno exemplo: em missão internacional realizada em outubro de 2014, quando pude visitar Cingapura, vi de perto um grupo de 27 estudantes de cursos técnicos do IFES realizando intercâmbio para estágio de um ano numa empresa do ramo de estaleiros. Esses alunos saíram de seu estado natal, es-tudaram em uma Universidade de Cingapura,

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lização como intercâmbio de conhecimentos e aprimoramento de estudantes, professores e técnico-administrativos; como estratégia de desenvolvimento; como promoção de solida-riedade entre os países; e como difusão das atividades dos Institutos Federais.

Logo em seguida, a partir de 2011, o governo Dilma Rousseff criou o Programa Ciência sem Fronteiras, estabelecendo como meta o envio de 100 mil alunos ao estran-geiro, numa estratégia ousada de acelerar o processo de internacionalização do país nas mais diferentes áreas de conhecimento – mas principalmente com o objetivo de in-centivar e melhorar o acesso e o desenvolvi-mento de novas tecnologias para fomentar o crescimento do país. O programa, celebrado por todas as instituições de ensino do Brasil país, trouxe também novos desafios. Se, por um lado, já estávamos em movimento para melhorar nossas relações com outros países, fomos forçados a encarar nossas fragilida-des de nação em desenvolvimento: ausên-cia de políticas para a formação em língua estrangeira, para a disseminação de novas culturas, para ir além de nosso narcisismo pedagógico. Com a chegada do Ciência sem Fronteiras, tornou-se crucial acelerar as ações de médio e longo prazos, bem como internalizar rapidamente conceitos pedagó-

Visita à Estação Experimental da área de Viticultura e Enologia, Canadá, 2013, com representação de diversos países

Visita dos representantes dos Colleges Canadenses ao RS, no Câmpus Porto Alegre, em 2013 76

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estagiaram ao mesmo tempo e retornaram para o Brasil em fevereiro de 2015 com a certeza de contrato assinado com a empre-sa. As instituições envolvidas são o IFES, a Universidade Politécnica Ngee Ann e o Esta-leiro Jurong Aracruz. Com isso, ganha a em-presa, ganha o país em técnicos qualificados e ganha o IFES como referência educacional brasileira. Modelos como esse devem e po-dem ser internalizados em todos os estados da federação. Ao mesmo tempo, em visita à Universidade de Chongquing, pude estar em contato com seis alunos brasileiros que reali-zam seus estudos nessa universidade, através de bolsa do Instituto Confúcio. Poderia citar outros tantos exemplos, parcerias com os Ins-titutos Politécnicos Portugueses, com os Col-leges Canadenses (que receberam alunos e docentes dos IFs), com Colleges dos Estados Unidos, da Inglaterra, com as Fraunhofer na Alemanha.

Enfim, as possibilidades foram abertas para a Rede Federal de Educação Profissio-nal. Cabe a nós, nesse momento, consolidar as parcerias internacionais para ampliar o ce-nário de reconhecimento que se apresentou muito positivamente nesses últimos quatro anos. Certamente, a visão estratégica do go-verno federal que possibilitou a expansão de programas de mobilidade internacional terá um forte reflexo em nossas instituições num futuro próximo. Esse viés deve ser mantido pelos próximos quatro anos e temos que atu-ar fortemente para ele se consolidar interna

e externamente às nossas instituições. Isso significa que a Rede Federal deve continu-ar seus esforços institucionais, concursando servidores, ampliando recursos financeiros, constituindo laboratórios e centros de lín-guas, enfim, um conjunto de medidas para fortalecer o caminho aberto até aqui.

Sem dúvidas, avançamos muito no rumo da internacionalização de nossas instituições. Somos como aquela criança que descobre o mundo, com toda a sua diferença, bele-za, dinamicidade e todos os matizes. Assim como as crianças, precisamos ser capazes de vencer nossos medos e ousar caminhar por onde nunca antes andamos. O conhecimento e o olhar para outras culturas só nos farão melhores e maiores em todas as dimensões, bem como permitirão que o Brasil alie sua tão reconhecida receptividade e afetividade a novas tecnologias e a um desenvolvimento mais sustentável e autônomo.

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Claudia Schiedeck Soares de Souza é reitora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e coorde-nadora da Câmara Temática de Relações Internacionais do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

Visita à Universidade Politécnica Ngee Ann, em Cingapura, com o grupo de alunos do IFES, em 2014

IFRS, IFES, IFFluminense e IFCE com Denise Amyott, presidente da World Federation of Colleges and Polytechnics, em Congresso Mundial de EPT

Carine SimasMelina Leite

Aproveitar a oportunidade de estudar fora e adquirir o máximo de conhecimento possível. Esse pensamento é unânime

entre os estudantes do IFRS que participam ou já participaram do Ciência Sem Fronteiras (CSF) e do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI). Os destinos do CSF são muitos: Austrália, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Itália e Noruega. Os alunos do PLI foram todos para Portugal, mas engana-se quem pensa que, por se tratar de um país de fala portuguesa, os desafios são menores. Estar longe da família, de amigos, da cultura em que se está acostumado não é fácil. E apesar da familiaridade, a língua “prega algumas peças”, como descobriram rapidamente os estudantes do Câmpus Bento Gonçalves

que desembarcaram no país lusitano em setembro de 2013.

“SAIA juSTA” COM AS gíRIAS

Após chegar ao aeroporto, o grupo de sete estudantes precisou tomar um metrô e um trem até a cidade destino: Aveiro. No caminho, de uma hora e 30 minutos, nada mais natu-ral do que irem conversando. “Durante todo o trajeto, usamos expressões normais para nós como ‘fazer um bico’ ou ‘pagar 50 pilas’. Os portugueses nos olhavam de maneira diferen-te. Achamos que fosse pela grande quantidade de malas. Mais tarde, já em Aveiro, descobri-mos que aquelas expressões inocentes para nós têm um significado malicioso para os por-tugueses”, lembra a acadêmica de matemáti-ca Priscila Nunes dos Santos, de 20 anos. “Há também as palavras iguais com sentidos dife-rentes ou nomes distintos para a mesma coi-sa, que normalmente resultam em situações

Ciência Sem Fronteiras e convênios abrem oportunidades no exterior para estudantes do IFRS

Desafios e aprendizados na bagagem

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engraçadas”, completa Thaís Schulz, também aluna da matemática, de 20 anos.

E mesmo essas pequenas situações se transformam em aprendizados, que com-plementarão a bagagem, dessa vez cultural, dos alunos, como acrescenta a estudante de Física Bárbara Panizzi, de 19 anos, compa-nheira de viagem de Priscila e Thaís: “Os estudos têm ritmo intenso. As aulas são du-rante o dia e a maioria das disciplinas de-manda muito estudo extraclasse. Mas além do conhecimento teórico, a bagagem cultu-ral é de um valor inestimável, assim como as novas amizades tanto brasileiras quanto lusitanas”. Dos sete estudantes que viaja-ram a Portugal, seis permanecem no país, até setembro de 2015.

NOVaS PORTaS aBERTaS

Como bom gaúcho, Gustavo Henrique Ceni, de 22 anos, não dispensa o chimarrão, mesmo estando na Austrália desde fevereiro de 2014. Natural de Erechim, o aluno de Engenharia Mecânica estuda disciplinas de seu curso e algumas unidades de Engenha-ria Aeronáutica na Universidade de Sidney. Entusiasmado, Gustavo revela que parti-cipar de um programa de intercâmbio no exterior sempre esteve entre seus objetivos. “Até pouco tempo, antes do CSF ser criado, essa era uma perspectiva um tanto distante, tendo em vista o alto custo de se estudar em outro país.” O cenário mudou. “Muitas portas se abriram para aqueles que, como eu, não tinham recursos financeiros para re-alizar essa meta. A perspectiva de aprender em uma cultura diferente, observar outras abordagens para a solução de problemas de Engenharia, poder ter contato com pessoas de todos os continentes e, ao mesmo tempo, representar, mesmo modestamente, nosso país é fantástico”, diz.

trabalho, meio acadêmico e sociedade. Aqui percebo uma grande determinação em fazer as coisas da maneira correta, em deixar um legado para as gerações futuras e, acima de tudo, em tornar a vida das pessoas melhor.”

AuTOCOnhECIMEnTO E SuPERAçãO

Superar dificuldades significa tornar-se mais flexível e amadurecer. Por isso, Alan Se-rafini Betto, de 20 anos, cita a autoconfian-ça entre os melhores legados da experiência, juntamente com “as amizades, o conheci-mento de vida e o aprendizado acadêmico”. Natural da pequena cidade gaúcha de Vila Maria (com 4,3 mil habitantes), o estudan-te de Agronomia do Câmpus Sertão teve a oportunidade de, pelo CSF, morar por um ano na italiana Bolonha (com mais de 400 mil moradores), retornando em agosto de 2014. Alan conta que, como estratégia para facilitar a adaptação à cultura e à língua, procurou se integrar à comunidade local.

Bruno Fontenele Scheltzke, de 18 anos, acrescenta entre os aprendizados da experiên-cia em Vancouver, no Canadá, “ter a mente mais aberta”. “Vancouver é uma cidade multi-cultural, ou seja, pessoas de muitos lugares do mundo moram aqui: China, Japão, Índia entre outros. Para se adaptar à cidade, é necessá-rio se adaptar a todas as diferentes culturas presentes nela”, diz o acadêmico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Câmpus Restinga, que viajou em março de 2014 para ficar um ano e seis meses fora. Além disso, é claro, cita o aprendizado da língua inglesa. “Ao entrar em contato contínuo com a língua, seu uso se tornou mais fácil e natural pra mim”, conta Bruno, já prevendo um futuro mais pro-missor: “Os melhores empregos serão dispu-

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tados pelos melhores. Tendo experiência de estudo e estágio no exterior, com certeza será um grande diferencial a meu favor.”

DE Lá PARA Cá

As histórias e os sentimentos de quem vem para o Brasil são bem semelhantes. O IFRS atrai alunos estrangeiros interessados em aprender a língua portuguesa, conhecer de perto o formato de ensino e trabalho, fazer estágios. Em 2014, recebeu o primeiro estu-dante para dupla diplomação. O italiano Gian-luca De Bom, de 24 anos, esteve em Bento Gonçalves de abril a dezembro de 2014, cur-sando disciplinas no curso de Tecnologia em Viticultura e Enologia. Ele se formará enólogo pela Universidade de Udine e pelo Instituto. “Quando ouvi falar da oportunidade de vir ao Brasil para estudar, não quis deixar escapar. Também tinha o desejo de viver uma nova experiência e me desafiar”, conta o acadêmi-co que, quando criança, costumava passar os verões no Rio de Janeiro e por isso “já tinha um pedaço do Brasil no coração”.

No tempo como aluno no país, esse “pe-daço” aumentou. Gianluca cita as novas amizades entre as melhores recordações da viagem “Quero agradecer a todos pela ajuda e amizade, que me fizeram sentir em casa, e elogiar vários colegas, pessoas muito prepa-radas.” A saudade da família, dos amigos e da namorada foram inevitáveis, mas segundo ele, os estudos ocuparam bastante o tempo e as novas tecnologias ajudaram a encurtar as distâncias.

Sobre o futuro, ele planeja: “Agora tenho um único objetivo: me formar. Depois vamos ver o que acontece. Com certeza haverá um retorno ao Brasil. Em qual circunstância, ain-

Sobre o PLI

O IFRS foi o primeiro Instituto a ter um projeto aprovado no Programa de Licenciaturas Inter-nacionais (PLI) pela Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Nível Superior (Ca-pes). O programa consiste na oportunidade de alunos brasileiros cursarem até dois anos de disciplinas na Universidade de Aveiro, em Por-tugal, e dessa forma obter dupla diplomação: pelo IFRS e pela universidade portuguesa. Os estudantes do IFRS são bolsistas do projeto A Iniciação à docência em Física e Matemática e o Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI): uma cooperação luso-brasileira para a qualificação da formação de professores.

O erechinense que sente falta do chur-rasco de domingo com a família e os amigos considera a vivência transformadora. “Além das experiências maravilhosas, levarei para o Brasil um engrandecimento técnico e a gana de querer contribuir para que o nosso país possa, futuramente, estar em um patamar semelhante aos melhores do mundo.” Gus-tavo conta ainda que mudou como aluno e como pessoa. “Saí completamente da zona de conforto ao vir pra cá, sem ajuda dos pais e amigos, sem grupo na universidade, e tive de me adaptar para ser o mais independente possível.”

O estudante demonstra maturidade ao discorrer sobre o futuro: “Antes de vir, pen-sava em voltar sendo um futuro engenheiro melhor. Agora, penso em ser alguém deter-minado a contribuir para o nosso país dar um passo a frente no cenário internacional. Temos toda a capacidade para sermos com-petitivos, inovar, criar riqueza para evoluir-mos socialmente. E podemos realizar isso com simples ações no nosso ambiente de

O programa Ciência sem Fronteiras busca pro-mover a consolidação, expansão e internacio-nalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. É uma iniciativa conjunta dos Ministérios da Ci-ência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Edu-cação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. Prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover

intercâmbio, de forma que alunos de gradua-ção e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sis-temas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de em-presas recebam treinamento especializado no exterior. Mais informações: www.cienciasemfronteiras.gov.br

Rodrigo Zanette, aluno do Câmpus Bento Gonçalves, fez intercâmbio em Roma e participou de encontro com o Papa

Sobre o Ciência Sem Fronteiras

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Ciência Sem FronteirasDe 2011 a 2014, 52 estudantes foram contemplados com Bolsa Sanduíche (SWG) para cursar graduação no exterior.

Números do IFRS

Programa de Licenciaturas InternacionaisSete estudantes receberam bolsa da Capes para cursar graduação em Portugal, pelo período máximo de dois anos, entre 2013 a 2015.

Outros convêniosn Universidade de Udine, Itália: um estudante visitante cursou graduação no Câmpus Bento Gonçalves por um ano (2014); 5 estudantes foram matriculados em estágio curricular na Udine para o período de agosto a novembro de 2014.n Universidade de Bragança, Portugal: um estudante visitante em 2013, para estágio curricular no Câmpus Sertão.n Cegep Sherbrooke, Canadá: quatro estudantes visitantes em 2011, para estágio no Câmpus Porto Alegre; e dois estudantes visitantes em 2012, para estágio no Câmpus Bento Gonçalves.

Para saber maisO IFRS possui uma Assessoria de Assuntos Internacionais. Mais informações podem ser obtidas no site www.ifrs.edu.br, abas Extensão/Relações Internacionais, ou pelo e-mail [email protected]. No site, há um Manual do Ciência Sem Fronteira no IFRS, com um passo a passo para os interessados, no link “Ciência Sem Fronteiras – Inscrições e Procedimentos”.

da é cedo para saber, mas a minha ideia de que se pode construir um futuro neste país continua forte”.

ENCONTRO COm O PaPa E BOSSa NOVa EM ROMA

Ficar frente a frente e conversar com o papa Francisco é uma experiência que ficará marcada na memória do estudante do IFRS Rodrigo Zanette. Em Roma para um inter-câmbio pelo Ciências sem Fronteiras, o aluno de Licenciatura em Matemática do Câmpus Bento Gonçalves participou da celebração das Primeiras Vésperas com a presença do Papa. Ele carregava o ícone de Maria Sedes Sapientiae, que durante um ano esteve em peregrinação pelo Brasil e seria passado a um grupo de estudantes franceses para mais doze meses de peregrinação. O Papa Francisco viu Rodrigo e chamou-o para um cumprimento. O acadêmico frequentou o curso Laurea Ma-

temática na Università degli Studi Roma Tre de agosto de 2013 a julho de 2014.

Outra ação emocionante no CSF com a participação de estudante do IFRS ocorreu em 28 de maio deste ano. Alunos brasilei-ros colocaram os italianos para dançar aos ritmos de bossa nova, samba e MPB no con-certo Música sem Fronteiras, realizado no Palazzo del Bo, em Pádua. O grupo musical “Feijão com Arroz” foi formado por sete bra-sileiros – entre eles a estudante de Licencia-tura em Ciências da Natureza do Câmpus Porto Alegre do IFRS Carolina Borba da Silva –, um ítalo-brasileiro e um venezuelano.

“Foi um privilégio participar do evento, principalmente por entender o que ele repre-sentou: pela primeira vez as portas do Pala-zzo del Bo foram abertas para um concerto de música brasileira, e feito por estudantes”, declarou. O Palazzo del Bo é um prédio his-tórico, sede da Universidade de Pádua, que teve professores como Galileu Galilei.

Carine Simas e Melina Leite são jornalistas do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS).

Para incentivar os colegas do IFRS que pensam em buscar uma oportunidade para estudar em outro país, nada melhor do que

ouvir dicas e mensagens de quem passa ou já passou pela experiência. Com a palavra, os intercambistas:

Eles dão as dicas

“É preciso ter curiosidade e paciência para pesquisar a respeito do país onde se pre-tende viver antes de dar início ao processo. Saber de antemão detalhes como costu-mes, história e outras particularidades a respeito do povo norueguês me permitiu ter certeza da decisão que estava toman-do, bem como viajar mais preparado para o

que iria encontrar por lá. Da mesma forma, estar disposto a se adaptar a um novo rit-mo de vida é fundamental. Por fim, investir tempo no estudo de uma língua estrangeira como o inglês é altamente recomendável.”Fábio Goulart andrade, NoruegaTecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas no Câmpus Bento Gonçalves

“Recomendo que sempre tenham orgulho deste país maravilhoso que é o Brasil. Lu-tem para construir uma nação melhor e não percam tempo, aproveitem o que a vida lhes oferece.”alan Serafini Betto, ItáliaAgronomia no Câmpus Sertão

“Esforce-se por você mesmo e estude por você mesmo. Se você quer algo, corra atrás disso. Se você quer aprender algo, planeje seus estudos e aprenda. Durante a inscrição para o CsF percebi que teria que fazer um teste de inglês e que uma certa pontuação seria exigida para passar pra próxima fase. Não tinha dinheiro para pagar um curso de inglês e também não queria pedir aos meus pais. Decidi estudar por mim mesmo. Fui atrás de livros, filmes online, séries ameri-canas, tudo que pudesse me colocar num ambiente em que eu de fato aprendesse o mínimo da língua. Estudava todos os dias no ônibus, ou no intervalo entre aulas. Como resultado, consegui pontuação suficiente no teste e a bolsa pra estudar no Canadá.”Bruno Fontenele Scheltzke, CanadáAnálise e Desenvolvimento de Sistemas no Câmpus Restinga

“Sugiro que façam um intercâmbio. A opor-tunidade de crescimento é imensa, em todos os campos (profissional, estudantil e pesso-al). Adquirimos outra visão sobre o mundo e sobre as coisas que nos rodeiam.”Thaís Schulz, PortugalLicenciatura em Matemática no Câmpus Ben-to Gonçalves

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ALIMENTOS

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA - BIOLOGIA/QUÍMICA

HORTICULTURA

GESTÃO AMBIENTAL

ZOOTECNIA

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

AGRONOMIA

ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

SISTEMAS PARA INTERNET

ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

ENGENHARIA MECÂNICA

VITICULTURA E ENOLOGIA

Nº BOLSISTAS POR CURSO

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GEM “Quando surgir uma oportunidade de passar

um tempo fora do país, não deixem passar. Não é fácil, a saudade bate forte, o curso no exterior geralmente é mais difícil, a gen-te precisa se adaptar. Porém, a recompensa é muito maior, o conhecimento adquirido numa experiência desse tipo é imenso. Difi-cilmente alguém consegue viver isso e conti-nuar sendo a mesma pessoa. A gente passa a enxergar as coisas, as pessoas, as atitudes de outra maneira. Conhecemos pessoas de

todos os tipos e nos tornarmos mais flexíveis e tolerantes. Aprendemos a valorizar o nosso país, mesmo com tantos defeitos, e também a entender esses defeitos pensando até em como seria possível melhorá-los. Foi a opor-tunidade da minha vida. Talvez, ainda exis-tirão outras, mas a primeira será sempre a mais especial.”Priscila Nunes dos Santos, PortugalLicenciatura em Matemática no Câmpus Ben-to Gonçalves

“Nunca desistam dos seus objetivos e não tenham medo das mudanças. Acredito que o segredo para uma vida de realizações, se-jam pessoais ou profissionais, é aproveitar cada oportunidade e cada momento tendo a consciência de que a vida não é fácil e nem justa, mas acreditando que todo o sacrifício será, sim, recompensado!”Bárbara Panizzi, PortugalFísica no Câmpus Bento Gonçalves

“Eu digo para os colegas aproveitarem ao máximo o IFRS e, principalmente, frequen-tar as aulas como um aliado do professor, tentando criar um ambiente construtivo, em que o conteúdo abordado seja aproveitado ao máximo. E caso se sinta seguro com a ideia de participar do programa Ciência sem Fronteiras (que oferece oportunidades es-pecíficas para nossa rede de Institutos Fe-derais), que se empenhe ao máximo para conseguir. Todo esse conjunto nos preparará muito para o mercado de trabalho.”Gustavo Henrique Ceni, AustráliaEngenharia Mecânica no Câmpus Erechim

Rubilar Tomasi jonas josé Seminotti

InTRODuçãO

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Câmpus Sertão desenvolveu o Projeto Pro-docência, vinculado à Capes, no segundo semestre de 2012 e no primeiro semestre de 2013. O projeto teve como objetivo re-alizar atividades que aproximassem os alu-nos e professores dos cursos de licenciatura e as comunidades indígenas existentes nas proximidades do IFRS – Câmpus Sertão, para conhecer sua cultura, seus problemas, a situação social e os desafios existentes, criando uma visão mais crítica, um melhor entendimento da realidade dessas comunida-des, romper com preconceitos e disponibili-zar oportunidades, o que é uma necessidade diante da grande diversidade existente na atualidade (ARANHA; MARTINS, 2009).

Para atingir tal objetivo, tendo presente as questões estéticas para o desenvolvimento da educação, a metodologia usada foi a re-alização de várias visitas com professores e

Aproximação do IFRS e Comunidades Indígenas

alunos, nas quais foram feitas reuniões com as lideranças das comunidades, direções de escolas e Funai; atividades de teatro, dança, música, esporte e brincadeiras com os alu-nos; instalação de equipamentos e a entrega de produtos que facilitaram e melhoraram as ações das escolas no processo de ensino; di-vulgação dos cursos existentes no IFRS; e a organização de visitas das pessoas destas co-munidades, principalmente alunos, ao IFRS.

1 DESCRIÇÃO DaS aTIVIDaDES

1.1 PRODuÇõES DIDáTICO-PEDAgógICAS

Para estabelecer um primeiro contato com as comunidades indígenas foram agendadas, com a autorização dos caciques, encontros com as lideranças das comunidades. Inicial-mente, ocorreu uma reunião com a liderança da Terra Indígena localizada na cidade de Ca-cique Doble/RS, a direção da escola, represen-tante da Funai e professores, técnicos e alu-nos do IFRS. Naquele momento, discutiu-se sobre os problemas enfrentados pela aldeia em todas as suas dimensões. Foram levanta-das questões como alcoolismo, desmotivação

Apresentações artísticas na Escola Indígena de Cacique Doble 1514

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para o estudo e problemas familiares. Ficou definido que haveria, futuramente, uma visita de professores e estudantes do IFRS à escola, quando seriam realizadas atividades de mú-sica, teatro, dança e palestra com os alunos para motivar sobre a importância do estudo e a necessidade de buscar o afastamento dos problemas acima citados.

Em outros momentos, realizaram-se reu-niões com a direção da escola da Terra In-dígena localizada na cidade de Charrua/RS, juntamente com membros do Instituto para mapear os principais problemas existentes. O alcoolismo e a desmotivação para o estudo foram amplamente discutidos e foram ma-peadas algumas ações possíveis. Destacou--se a importância de atividades artísticas e palestras para enfrentar ou amenizar esses problemas. A partir disso, foram realizadas algumas atividades com os alunos e várias reuniões com a direção da escola. Outro pon-to que merece destaque é o fato de a escola não possuir comunicação via telefone, o que dificultava o desenvolvimento do projeto e a atuação da escola no processo de ensino. Isso foi solucionado com a aquisição de um aparelho celular e uma antena externa.

Da mesma forma, foi organizada uma reunião com a liderança da Terra Indígena de Mato Preto, de Erebango/RS, onde foi perce-bida a grande miséria vivida na comunidade. Uma das principais reivindicações levantadas foi o direito à terra, já que estavam viven-do provisoriamente e sem infraestrutura nas margens de uma linha de trem. Em torno desse tema, existia uma grande tensão entre indígenas e agricultores das proximidades, pois estava tramitando um processo de desa-propriação de terras para serem concedidas aos indígenas.

Nessa mesma Terra Indígena, que certa-mente possuía a situação econômica mais grave em comparação às demais, foram orga-nizadas duas campanhas de agasalho, uma delas em conjunto com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), tendo um grande envolvimento de professores, téc-nicos e alunos do Instituto. A atividade apro-ximou muito a comunidade indígena com a comunidade acadêmica, despertou o espírito de solidariedade e ajudou no enfrentamento das baixas temperaturas existentes durante o inverno na região. Ao se aproximar o Natal, também foram adquiridos alguns gêneros ali-mentícios básicos e um grupo de professores, técnicos e alunos realizou a entrega desses alimentos.

Visitou-se também a escola da Terra Indí-gena do município de Água Santa/RS, onde ficou destacada a importância de se incenti-

alcoolismo.Na Terra Indígena de Ventara, ocorreram

encontros entre alunos e professores do Insti-tuto juntamente com alunos e professores da comunidade. Houve apresentações de música e dança pelos dois grupos, várias brincadei-ras infantis e entrega de doces e presentes. A integração, as apresentações artísticas e as trocas das experiências socioculturais foram os principais benefícios para todos.

Também na Terra Indígena de Mato Preto e de Charrua, as visitas de professores, técni-cos e alunos foram marcadas por apresenta-ções de músicas e danças da cultura Guarani e Caingangue, respectivamente, assim como apresentações de músicas por parte dos alu-nos do Instituto. No momento, começaram a ser feitos os primeiros contatos para a apre-sentação desse grupo no II Seminário sobre Educação no Instituto.

Em alguns momentos também foram rea-lizadas integrações esportivas, principalmen-te com a Terra Indígena de Mato Preto e a de Charrua, quando aconteceram jogos de fu-tebol. Cabe destacar que, através do Projeto Prodocência, foi possível a aquisição de uma grande quantidade de materiais esportivos, principalmente bolas.

2 DIFICuLDaDES E CONTRIBuIÇõES PARA AS LICEnCIATuRAS DO IFRS

A principal dificuldade enfrentada no iní-cio do projeto foi motivar os alunos das li-cenciaturas para participarem, principalmen-te devido à existência, em alguns casos, de

preconceitos, agravados pela tensão existente entre indígenas e agricultores na disputa por terras. Além disso, outro grande desafio foi o estabelecimento de um primeiro contato com essas comunidades indígenas, a explicação e o entendimento dos objetivos do projeto e a implementação deste sem desrespeitar a cul-tura indígena. Enfrentando as dificuldades, as atividades do Projeto Prodocência atingiram grande parte da comunidade acadêmica do IFRS, alguns participando diretamente, ou-tros através do relato de experiência de alu-nos, técnicos e professores participantes.

Para os alunos das licenciaturas, os resul-tados foram muito positivos. Percebeu-se as grandes dificuldades existentes em algumas realidades escolares, a necessidade de mais investimentos na educação nessas comuni-dades e a importância da educação para a superação de muitos problemas existentes. Muitas barreiras criadas pelo preconceito contra esses povos foram rompidas, resultan-do no entendimento do significado de diver-sidade cultural. Esses resultados alcançados estão em consonância com a ideia de que a educação está em constante transformação e deve se adaptar aos novos tempos, acompa-nhar e auxiliar o desenvolvimento tecnológico e científico, aperfeiçoar sua metodologia di-dática e promover o desenvolvimento huma-no de forma integral (DEMO, 1993).

3 CONSIDERaÇõES FINaIS A aproximação das atividades acadêmi-

cas à realidade prática é de essencial im-

var a educação e melhorar o ambiente esco-lar, principalmente com relação à aparência, além da falta de equipamentos para o pre-paro da merenda. Através do Projeto Prodo-cência, foram realizadas reuniões, adquiridos equipamentos para a cozinha e ferramentas de jardinagem para a horta.

Também foram feitas discussões entre a direção e funcionários da cozinha da escola Indígena de Ventara, do município de Getu-lio Vargas/RS; estudantes e professores do Instituto para tornar a merenda escolar mais saudável e atrativa, tendo em vista que, em muitos casos, ela é a principal refeição dos alunos. Além disso, foram adquiridos pratos e talheres pelo Prodocência devido à existência de uma quantidade muito pequena desses utensílios.

Ao se aproximar o período de inscrição para o processo seletivo de ingresso de alu-nos no IFRS, alguns professores e estudan-tes das licenciaturas foram às comunidades indígenas onde era desenvolvido o projeto Prodocência para fazer a divulgação dos cur-sos existentes. Além disso, foram viabilizadas visitas ao IFRS de alunos, professores e lide-ranças das comunidades indígenas. A divul-gação foi avaliada positivamente, pois todas as atividades desenvolvidas visavam sem-pre o incentivo à educação, no entanto, era necessário apresentar os cursos existentes, principalmente após a criação das cotas para índios, negros e pardos, o que facilitaria o in-gresso. Uma grande quantidade de indígenas se inscreveu e alguns passaram a frequentar os cursos.

A organização do II Seminário Regional de Direitos e Políticas para a Educação Básica, realizado nos dias 22 e 23 de novembro de 2012, juntamente com outro grupo de pro-fessores do IFRS, foi um momento muito importante do projeto. Com a presença de vários palestrantes, foi debatido sobre os problemas e desafios da educação na região do Alto Uruguai, com destaque para a signi-ficativa presença de professores e alunos das comunidades indígenas que contribuíram nos debates, nas apresentações artísticas e na ex-posição de artesanato.

1.2 PRODuÇõES aRTíSTICaS, ESPORTIVAS E CuLTuRAIS

Na escola da Terra Indígena do município de Cacique Doble foram realizados eventos com apresentações de teatro, dança e músi-ca que tinham por objetivo a integração entre os alunos, professores e técnicos do Instituto e a comunidade escolar, procurando mostrar a importância da educação e os perigos do

Reunião realizada na Escola Indígena de Cacique Doble

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Rubilar Tomasi é doutorando em Educação, mestre em Ética Social e Desenvolvimento Humano e gradu-ado em Filosofia. Professor de Filosofia do Câmpus Sertão do IFRS. jonas josé Seminotti é doutor em Sociologia, mestre em História e graduado em Filosofia. Professor de Filosofia do Câmpus Sertão do IFRS.

nOTAO Projeto Prodocência é financiado pela Capes. O programa tem como finalidade “...o fomento à inovação e à elevação da qualidade dos cursos de formação para o magistério da Educação Básica”. http://www.capes.gov.br/educacao-basica/prodocencia. Acessado em 29/08/14.

portância para a formação de uma visão crítica e uma das condições para o afasta-mento de teorias “vazias”. Nesse sentido, o Projeto Prodocência aproximou os alunos e professores da realidade educacional exis-tente nas comunidades indígenas formando novos conceitos. Além disso, possibilitou o entendimento do significado de uma cultura e sua diversidade, a importância de se res-peitar quem é diferente e entender que ser diferente é normal. Os membros da comuni-dade acadêmica que participaram do projeto

tiveram a possibilidade de vislumbrar esta dimensão cultural e, certamente, o seu atuar profissional será influenciado por esta expe-riência vivida.

REFERÊnCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena pires. Temas de filosofia. 3ª Ed. São Paulo: Moderna, 2009.DEMO, Pedro. Desafios modernos da educa-ção. Petrópolis: Vozes, 1993.

Reaproveitamento dos Resíduos Eletrônicos do IFRS Câmpus Porto AlegreAlex Dias gonsales Caroline da Silva Tolfo Eduarda Goulart Buchmann

InTRODuçãO

A cada dia que passa aumenta a quantidade de re-síduos de equipa-mentos eletrônicos gerados no planeta. Estudos indicam que anualmente são ge-

radas em torno de 50 milhões de toneladas por ano. Observa-se também que em muitas empresas e instituições os equipamentos eletrônicos tornam-se obsoletos em poucos anos, acarretando uma enorme geração des-ses resíduos. Essa realidade também é veri-ficada no Câmpus Porto Alegre do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS - Câmpus Porto Alegre), o qual encontra-se em posse de uma quantidade razoável de equipamentos eletrô-nicos obsoletos fora de uso.

Sabe-se que diversos elementos quími-cos estão presentes nos componentes desses equipamentos, tais como: ferro, cobre, alu-mínio, chumbo, cádmio, mercúrio, paládio, irídio, neodímio, ouro, platina, entre outros. Apesar de muitos desses elementos serem tóxicos, esses componentes não oferecem risco enquanto estiverem integrados aos seus equipamentos de forma intacta e adequa-damente acondicionados. No entanto, esse material não pode ser descartado no meio ambiente nem mesmo incinerado, visto que isso acarretaria a contaminação dos solos, água e ar (FERREIRA, 2008). Por outro lado, se considerarmos exclusivamente a questão econômica imediata, percebe-se que muitos componentes eletrônicos são construídos a partir de materiais raros ou preciosos, logo, a recuperação e reciclagem desses materiais pode representar a diminuição nos custos de produção desses componentes além de evitar a extração minérios da natureza, contribuindo para a preservação dos recursos naturais (HO-CQUARD, 2011). Percebe-se portanto, que a

reciclagem desse material é uma alternativa importante. Entretanto, segundo o princípio dos 3Rs - REDUZIR, REAPROVEITAR e RE-CICLAR - deve se dar prioridade para os dois primeiros Rs (REDUZIR e REAPROVEITAR). A partir dessa constatação surge em 2012 o projeto de extensão “Reaproveitamento dos Resíduos Eletrônicos do IFRS - Câmpus Porto Alegre”, vinculado ao programa de extensão “Incubadora Tecno-Social de Economia Soli-dária do IFRS - Câmpus Porto Alegre”, tendo como principais objetivos estudar o tema e propor algumas ações para REDUZIR a ge-ração desses resíduos e REAPROVEITAR os que porventura sejam gerados, ficando a RE-CICLAGEM como última opção, quando não se tenha conseguido contemplar as duas pri-meiras.

A seguir, será feito um relato do andamen-to do projeto, as principais atividades execu-tadas e resultados obtidos bem como as pers-pectivas de continuidade desse trabalho.

DESEnVOLVIMEnTO E RESuLTADOS

No início deste trabalho, no ano de 2012, por contar com apenas uma bolsista, do cur-so Técnico em Informática, decidiu-se por iniciar as atividades nessa área (informática). Logo, foram separados alguns computadores e efetuados testes para verificar sua funcio-nalidade. Verificou-se que boa parte desses equipamentos ainda estavam funcionais e, mesmo sendo antigos, poderiam ser utiliza-dos para funções que não exigissem um alto poder computacional. Dessa forma, foram recuperadas algumas máquinas e iniciou-se a busca por sistemas operacionais de uso geral que fossem “leves” para serem execu-tados nas mesmas. Optou-se pela utilização de software livre e chegou-se às distribuições Linux Xubuntu, Linux Lubuntu e Browser Li-nux, tendo se optado pela utilização do Linux Xubuntu. Foram disponibilizadas seis máqui-nas para dois laboratórios de hardware que não possuíam computadores. Também foi montado um laboratório de hardware com 18 máquinas (entre funcionais e não funcionais) para o curso de Montagem e Manutenção de Hardware modalidade PRONATEC. 1918

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No ano de 2013, contando com estudan-tes dos cursos de Informática, Meio Ambiente e Gestão Ambiental, foi possível iniciar outras frentes de trabalho, relacionadas ao estudo da legislação pertinente aos resíduos eletrô-nicos, a composição química desses resíduos e sua reciclagem bem como a possibilidade de utilização das máquinas recuperadas em ambiente educacional.

Com relação ao uso educacional, iniciou--se a busca por uma distribuição Linux es-pecífica para esse ambiente. Chegou-se às distribuições Linux Educacional, Edubuntu e Pandorga. Foi escolhido o Linux Pandorga devido às suas características específicas para educação infantil bem como sua ade-quada execução em máquinas com poucos recursos. Esse sistema está dividido em três ambientes (educação infantil, séries iniciais e séries finais) e é composto por um conjun-to de mais de 150 atividades pedagógicas e jogos educativos. Neste ano (2014) foram montadas três máquinas no Laboratório de Aprendizagem ao Longo da Vida (LAALVI) existente no câmpus. O laboratório é um am-biente de estudos, reflexão e pesquisa que tem por finalidade a implementação de ações que propiciem processos de aprendizagem. Pretende-se avaliar a viabilidade de utilização dessas máquinas no ambiente proposto bem como os resultados da interação de crianças e adultos com o sistema.

Após a recuperação e aproveitamento das máquinas citadas, restam os equipamentos danificados ou obsoletos demais para serem utilizados. No entanto, estes ainda possuem peças e componentes (motores, ventoinhas, relés, ímãs, capacitores, transistores, etc...) que, em geral, estão em perfeitas condições e podem ser reaproveitados. Nessa etapa, está sendo feita a desmontagem desses equi-pamentos e retirada desses componentes, os quais poderão ser utilizados em projetos de eletrônica ou robótica para a construção de circuitos, peças móveis, braços, esteiras, ventiladores, etc. Com isso, pode-se diminuir o custo para a implementação de projetos dessa natureza, podendo beneficiar escolas públicas que em geral possuem poucos recur-sos financeiros para a execução desses tipos de trabalhos.

Após essa etapa, resta o material conside-rado sucata, mas que ainda pode ser reapro-veitado para a criação de peças decorativas, utensílios e artesanatos. Para demonstrar essas ideias, foram produzidos alguns protó-tipos desses objetos (fig. 1). Também foram efetuados alguns encontros com grupos de artesãs(ões) da Economia Solidária, para os quais foram distribuídos alguns materiais (fig.

2) oriundos dos resíduos eletrônicos (plásti-cos e metais), todos limpos e higienizados. Foi solicitado que os artesãos verificassem a viabilidade de fabricação de objetos e sua possível comercialização. Ainda não se obte-ve um retorno desses grupos. Nessa mesma abordagem, em contato com uma cooperativa de reciclagem, esta demonstrou interesse em montar um ateliê em suas dependências para iniciar o desenvolvimento de alguns objetos e peças decorativas com esses materiais.

Além disso, esse material (sucata) tam-bém pode ser utilizado de forma lúdica ou di-dática para a criação de brinquedos ou jogos educativos. Foram produzidos um chocalho com teclado, um jogo de letras com teclado e um quebra-cabeça com mouse. Em parceria com o curso Técnico em Instrumento Musical foi construída uma bateria eletrônica com um teclado.

Após essas atividades, resta o material não aproveitado, constituído principalmente por tubos CRTs, placas de circuito impresso, suca-tas de metal e plástico que precisam ser des-cartados corretamente. Buscou-se por coope-rativas ou associações que recebam esse tipo de material, chegando-se na cooperativa Coo-perfeitoria, localizada em São Leopoldo, e na Cooperativa de Trabalho Socioambiental Paulo Freire, localizada em Porto Alegre. Acredita-se que a busca por esse tipo de entidade tenha uma relevância social, além de contribuir para uma melhor distribuição de renda.

Em uma abordagem com caracter de in-tegração extensão-pesquisa, foi iniciado um trabalho para investigar a relação e cons-cientização da comunidade do IFRS Câmpus Porto Alegre perante o consumo de produtos eletrônicos e respectiva geração de resídu-os. Foi elaborado um questionário com 34 perguntas, o qual foi aplicado no Câmpus Porto Alegre no período de 23/10/2013 a 21/11/2013, totalizando 160 responden-tes. O questionário está em fase de análise e pretende-se divulgar os resultados no final deste ano.

Com intuito de divulgar as ações do pro-jeto, foram efetuadas diversas exposições do material em eventos promovidos pelo IFRS - câmpus Porto Alegre. Também foi desenvol-vido um blog (http://residuoseletronicos.poa.ifrs.edu.br) contendo informações e resulta-dos das atividades executadas. Outro resul-tado importante a ser mencionado é que o projeto serviu de espaço para atividades de estágio curricular obrigatório de um aluno do curso Técnico em Meio Ambiente deste câm-pus e de uma aluna do Curso Técnico em In-formática de outra instituição de ensino.

Os resultados deste trabalho também se-

Figura 1

Porta-retrato Porta-objetos

Mural magnético com teclas Chaveiros

Material didático Porta-objetos

rão disponibilizados para a Comissão Perma-nente de Gestão de Resíduos (CPGR) deste câmpus, para que possa servir como subsídio nas decisões e estratégias para o gerencia-mento desses resíduos do IFRS - Câmpus Porto Alegre.

CONCLuSõES E PERSPECTIVaS

Percebe-se do exposto até aqui, que a re-cuperação de equipamentos eletrônicos ob-soletos ou danificados, bem como o reapro-veitamento de suas peças, representa uma sobrevida aos mesmos, aumentando sua vida

útil, evitando seu descarte e contribuindo para que menos recursos e energia sejam utiliza-dos para a fabricação de outro equipamen-to ou componente semelhante. Acredita-se, portanto, que trabalhos que visem o reapro-veitamento desses resíduos têm importância fundamental, nos diversos contextos que se queira analisar, seja ambiental, econômico, social ou educacional. Além disso, verifica--se nesse material, um enorme espaço para trabalhos de educação, extensão ou pesquisa nas mais diversas áreas, tais como: informá-tica, meio ambiente, química, segurança do trabalho, administração, vendas, sociologia, 2120

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pedagogia entre outras. No entanto, é ne-cessário se fazer pelos menos duas reflexões muito importantes sobre outras questões re-lativas às propostas e resultados aqui apre-sentados. A primeira delas diz respeito ao ciclo de vida dos produtos gerados pela me-todologia apresentada: após não terem mais serventia, esses produtos não poderão ser descartados no lixo comum, pois dessa forma ainda estaríamos gerando todos os problemas

relativos a essa prática. A segunda reflexão é que, se a sociedade atual tivesse feito uma profunda discussão sobre seus modelos de desenvolvimento, se tivesse escolhido outro caminho, talvez não tivéssemos a necessida-de de propor trabalhos desta natureza. Isso nos leva, portanto, a uma profunda reflexão sobre nossos padrões de produção e consu-mo tecnológicos. Talvez essa seja realmente a questão mais importante. Nesse sentido,

devemos avançar em direção aos princípios dos 5 Rs (REPENSAR, RECUSAR, REDUZIR, REAPROVEITAR, RECICLAR), sendo as pers-pectivas de continuidade deste trabalho a busca por um debate mais amplo em relação ao RECUSAR e ao REPENSAR.

AgRADECIMEnTOS

Aos estudantes: Alexsandro dos Santos Cardozo, Cleber Ramires Machado, Diego Mousquer Luz da Silva, Gabriela Macedo Le-mos, Guilherme Bica, Luiza Madeira, Tatiele Wiedemann. Aos professores: Andréa Ribeiro Gonçalves Leal, Cassiano Pamplona Lisboa, Duilio Castro Miles, Elisabeth Ibi Frimm Krie-ger, Evandro Manara Miletto, Fabrícia Py Tor-telli Noronha, Helen Scorsatto Ortiz, Luciana Sauer Fontana, Magali da Silva Rodrigues,

Márcia Amaral Corrêa de Moraes, Maria Cláudia Kirsch Bíssigo, Sabrina LetÍcia Couto da Silva, Simone Caterina Kapusta. Aos téc-nicos administrativos: Ademir Dorneles de Dorneles, Leonardo Afonso de Farias, Liliane Gonzalez e Suzana Prestes de Oliveira.

REFERÊnCIAS

FERREIRA, Juliana Martins de Bessa; FER-REIRA, Antônio Claudio. A Sociedade da In-formação e o Desafio da Sucata Eletrônica. Revista de Ciências Exatas e Tecnologia. v.3, n.3, 2008. p. 157-170.HOCQUARD, Christian. Matérias-primas como importante questão estratégica: o caso das terras-raras. I Seminário Brasileiro de Ter-ras Raras. 7 de Dezembro de 2011. CETEM - Centro de Tecnologia Mineral - RJ.

Alex Dias gonsales é mestre em Ciência da Computação (UFRGS) e professor do Câmpus Porto Alegre do IFRS.Caroline da Silva Tolfo é estudante do curso Técnico em Informática do Câmpus Porto Alegre do IFRS.Eduarda Goulart Buchmann é estudante do curso Tecnologia em Gestão Ambiental do Câmpus Porto Alegre do IFRS.

Carcaça de mouse

Lâminas plásticas de teclado Espaçadores de silicone

Disquetes Discos, imãs e motores

Teclas

Figura 2

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Paula Biegelmeier Leão

InTRODuçãO

Escrever bem indubitavelmente causa um impacto positivo em diversos momentos da vida profissional, acadêmica e social de qualquer cidadão. Um bom desempenho, por exemplo, na prova de Redação de um pro-cesso seletivo é crucial para a aprovação de um candidato que deseje ingressar no Ensino Superior. Entretanto, nas escolas regulares de Ensino Fundamental e Médio, seja pela res-trição de tempo, seja pela vastidão de conte-údos a serem estudados, a prática de escrita de textos dissertativos, por vezes, é relegada a segundo plano ou executada de forma des-contextualizada, com foco no texto enquanto produto e não como processo.

Com vistas a contribuir para preencher tal lacuna, foi criado o Projeto Redação para Enem e Vestibular1. Nesse projeto, proporcio-na-se a alunos dos municípios de Feliz-RS e região a oportunidade de experienciar a prá-tica de leitura e redação de textos disserta-tivos-argumentativos, com o objetivo de que se tornem autores mais críticos e conscientes das próprias produções a ponto de elevá-las a um nível de consistência argumentativa mais sofisticado. O Projeto teve 35 alunos inscritos e suas aulas ocorrem quinzenalmente, com duração de duas horas cada.

METODOLOgIA

O desenvolvimento de todas as etapas do projeto é baseado em um enfoque processu-al. Isso quer dizer que, no lugar de se focar somente no objeto-texto, desenvolve-se toda a reflexão necessária para que os alunos se apercebam dos fatores que interferem nesse objeto: para quem ele é escrito; qual a finali-dade desse texto; quais as intenções do autor

e como elas aparecem na materialidade tex-tual; com base em quais critérios a redação será avaliada; quais elementos devem estar nela presentes; o que torna um texto um bom texto, entre outros aspectos. Os processos que compõem o método do projeto são:

a) Análise e discussão, em sala de aula, dos critérios de avaliação de redações, bem como de estratégias de organização do pen-samento e do tempo;

b) Produção, em sala de aula, de textos dissertativos-argumentativos;

c) Correção colaborativa da primeira ver-são dos textos, feita via drive virtual pela equipe corretora, com atribuição de notas e produção de documentos com sugestões para reescrita de cada redação;

d) Projeção, em sala de aula, dos textos digitalizados, para que os alunos-autores co-nheçam as produções uns dos outros, opi-nem sobre elas e acompanhem como foi feita a avaliação da equipe;

e) Reescrita dos textos, em sala de aula; f) Nova atribuição de notas às redações,

realizada no drive virtual por parte da equi-pe corretora, bem como elaboração de novos documentos com sugestões de reformulação, quando pertinentes.

Um dos diferenciais do projeto é a eta-pa “c”, correção colaborativa das redações, a qual é realizada por uma equipe formada por três professoras de Língua Portuguesa, duas alunas bolsistas e um aluno voluntário. Essa correção ocorre por meio de um drive virtual, a saber, o Google Drive; nele, é possível ve-rificar em tempo real quais sugestões estão sendo feitas e por quem. Para as professoras, trata-se de uma oportunidade de trabalhar com estilos de correção complementares aos próprios, assim como aperfeiçoar suas corre-ções; e para os alunos colaboradores, trata--se de uma chance ímpar de aprender sobre como se dá o processo de correção, conferir

Do trivial ao sofisticado: trajetos de (re)escrita de textos dissertativos noProjeto Redação para Enem e Vestibular

qualidade cada vez maior às próprias suges-tões e contribuir com suas intervenções às produções textuais analisadas.

RESuLTADOS PRELIMInARES

Os alunos-autores do projeto foram ins-truídos a, quando recebessem as propostas de redação, esquematizar no rascunho de suas produções, sob a forma de tópicos, a linha argumentativa que pretenderiam seguir no desenvolvimento dos temas, delimitando tese, argumentos e estratégias argumentati-vas (exemplos, dados estatísticos, pesquisas, citações, etc.). Em relação ao tempo, foi-lhes explicado que a aula tinha duração de duas horas propositalmente, para que pudessem distribuir esse tempo entre leitura e reflexão sobre o tema (cerca de cinco minutos), es-quematização (também por volta de cinco minutos), escrita do rascunho (aproximada-mente uma hora e quinze minutos), revisão (de quinze a vinte minutos) e transcrição para a folha de redação (cerca de trinta minutos). Esclareceu-se que tal alocação de tempo para cada passo é somente uma sugestão na qual eles podem se basear e a qual devem adaptar para a distribuição que lhes for mais produ-tiva.

Antes de se partir para a produção textual de fato, realizaram-se, ainda, as análises dos critérios de avaliação de redações de acordo com os moldes preconizados pelo Enem e pelo Concurso Vestibular da Ufrgs, que se-guem esquematizados nos quadros 1 e 2.

Os alunos-autores consideraram claros os critérios de correção de redações propostos pelo Enem, se observados de forma geral. Entretanto, a atribuição de escores diferen-tes dentro de um mesmo critério nem sempre lhes parecia muito nítida, uma vez que há sutilezas na avaliação diferencial do que pode ser considerado “domínio bom” e “domínio

mediano”, ou “poucas inadequações” e “ina-dequações”, por exemplo. Mais informações sobre a especificação dos critérios podem ser obtidas no site do Inep, que se encontra cita-do nas referências deste estudo.

Em relação aos critérios de avaliação das redações no Concurso Vestibular da Ufrgs, os alunos relataram mais dificuldades em compreender, em especial, a parte relativa à expressão (a saber, morfossintaxe e sintaxe) e, no tocante à estrutura e ao conteúdo, o critério organicidade.

Após as sugestões sobre organização do tempo e das ideias, bem como o estudo dos critérios, partiu-se para a etapa seguinte: a produção textual de fato. Até o presente mo-mento, cada aluno do projeto produziu seis textos dissertativos-argumentativos. Foram apresentadas três propostas de redação, as quais geraram escritas (as primeiras versões do texto) e reescritas (as segundas versões). A primeira proposta versou sobre “O desa-fio de se conviver com a diferença” (Enem - 2007). A segunda proposta foi “A violência na sociedade brasileira: como mudar as re-gras desse jogo?” (Enem - 2003). E a terceira proposta questionava “Basta ter talento para conquistar um lugar no mundo?” (Concurso Vestibular da Ufrgs - 2006).

Para verificar em que medida alcançou-se o objetivo de proporcionar aos alunos-autores a habilidade de aperfeiçoar suas produções dissertativas-argumentativas, foi feita a ta-bulação e a análise comparativa de todas as notas atribuídas pelos corretores a cada es-crita e reescrita. Os resultados preliminares são animadores: as notas da reescrita da pri-meira produção (padrão Enem) aumentaram em 85,7% dos casos em relação à nota da primeira versão do texto. E na reescrita da segunda produção (padrão Enem), a porcen-tagem de alunos que obtiveram aumento da nota foi ainda mais significativa: 93,3%. Por

NÚMERO DA COMPETÊNCIA

DESCRIÇÃO DA COMPETÊNCIA

1 Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.2 Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do

conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

3 Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

4 Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

5 Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Quadro 1 – Competências avaliadas pelo Enem na Redação (Inep, 2014) 2524

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TIPO DE AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO DA AVALIAÇÃOHOLÍSTICA Vale até 50% da nota final. Feita a partir de

uma leitura geral, com vistas a constatar se estão ou não presentes na redação os aspectos fundamentais constitutivos de um texto dissertativo de qualidade (aspectos esses que são detalhados, por outro avaliador, na avaliação analítica).

ANALÍTICA – ESTRUTURA E CONTEÚDO Há dez aspectos avaliados: caráter dissertativo, estrutura do parágrafo, organicidade, abordagem do tema, clareza do ponto de vista, consistência argumentativa, coesão textual, autonomia, criticidade e qualidade estilística. Vale até 30% da nota final.

ANALÍTICA – EXPRESSÃO Verifica-se a adequação a convenções ortográficas, morfossintaxe, pontuação, sintaxe e semântica. Vale até 20% da nota final.

fim, em relação à reescrita do primeiro tema das redações no padrão Ufrgs, 100% dos alunos aumentaram seus escores na avalia-ção do tipo holística. Em relação à avaliação do tipo analítica, ainda não há resultados, pois o projeto se encontra, no momento, em fase de finalização da correção analítica das reescritas.

CONSIDERaÇõES FINaIS

O processo que vem sendo desenvolvido ao longo deste projeto – envolvendo desde o estudo dos critérios de avaliação utilizados pelas bancas corretoras do Enem e do Vesti-bular da Ufrgs até a prática de escrita e rees-crita de textos dissertativos-argumentativos, bem como o retorno da equipe em termos de avaliação e a reflexão sobre os resultados obtidos – tem auxiliado os alunos-autores a desenvolverem uma compreensão mais apro-fundada do que é esperado deles em suas

produções textuais. Com base nessa compre-ensão, eles têm progressivamente gerado tex-tos mais críticos e conscientes de tais expec-tativas, o que, de acordo com os resultados preliminares apresentados, vem contribuindo para que obtenham um melhor desempenho. A expectativa é que esse resultado gere efei-tos positivos futuros em diversos contextos como processos seletivos, concursos vestibu-lares e no Exame Nacional do Ensino Médio.

REFERÊnCIAS

BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pes-quisas Educacionais Anísio Teixeira. Edital Enem 2014. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basi-ca/enem/edital/2014/edital_enem_2014.pdf. Acesso em 20 set 2014. Provas de redação do Enem. Disponíveis em: http://www.provasdevestibular.com.br/enem. Acesso em 20 set. 2104.

Quadro 2 – Critérios de avaliação das redações do Concurso Vestibular Ufrgs

Paula Biegelmeier Leão é professora EBTT do Câmpus Feliz do IFRS, mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

nOTAProjeto Redação para Enem e Vestibular. Editais Proex/IFRS nºs 277 e 278/2013.

Bárbara Dariva Stéfany Dacol Machado Nilo Barcelos alves

A educação para a sustentabi-lidade, entre

outros aspectos, re-quer uma aborda-gem interdisciplinar e tem a propriedade de ocorrer em dife-

rentes espaços de aprendizagem. Além disso, tem sua origem baseada em uma revisão dos valores inerentes ao paradigma social do con-sumo desenfreado, da acumulação ilimitada e da competição extenuante que marcam a so-ciedade moderna.

Tendo iniciado em junho de 2013, o pro-jeto de extensão “Educação para a Susten-tabilidade: uma abordagem interdisciplinar” visa criar espaços de aprendizagem comple-mentares à sala de aula que proporcionem diferentes visões das relações entre os seres humanos e a natureza. Discutindo a proble-mática ambiental a partir de diversos pris-mas, o projeto leva em consideração os ato-res, seus papéis e o contexto socioeconômico dos participantes.

O projeto é constituído por oficinas mi-nistradas por professores, pesquisadores e

profissionais de diferentes áreas de atuação, como filosofia, sociologia, administração, bio-logia, química, matemática, geografia e artes, sempre destacando a sustentabilidade como temática central.

Em 2013, foram realizadas três oficinas, e são elas:

1. Educação necessária pra um futuro sustentável:

A palestra de abertura do projeto, que ocorreu no dia 8 de junho de 2013, discutiu qual a “educação necessária” para enfrentar os desafios econômicos, sociais e ambientais do século XXI. O palestrante foi o professor Claudio Senna Venzke, mestre, coordenador de curso na Unisinos e doutorando no PPGA da Ufrgs. Assistiram à palestra, realizada em duas sessões, aproximadamente 120 alunos do Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio do IFRS Câmpus Osório. O pro-fessor Senna fez considerações sobre o que é preciso saber, como e o que aprender para tornar o mundo mais sustentável, destacando o papel dos jovens que hoje estão no Ensino Médio e futuramente estarão à frente das or-ganizações.

2. Segurança alimentar:Esta oficina foi precedida pela exibição

do documentário “O mundo global visto do

Educação para a Sustentabilidade: uma abordagem interdisciplinar

Oficina “Árvore Nativa”

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lado de cá”, do geógrafo e intelectual Milton Santos, em 3 de julho de 2013. O documen-tário foi exibido a título de sensibilização para o tema da oficina, e cerca de 60 estudan-tes participaram. Em 26 de agosto de 2013, a oficina foi realizada nas dependências do Câmpus Osório. Nela, foi abordado de forma interdisciplinar o tema segurança alimentar, com professores da Engenharia de Alimentos, Biologia e Geografia, na qual cada profissio-nal expressava sua visão sobre o tema.

3. Consumo consciente:Já a terceira oficina foi realizada nos dias

24 e 25 de outubro e discutiu o “consumo consciente” a partir da realização de uma Fei-ra de Escambo. Esta oficina contou com a co-laboração da doutoranda do PPGA da Ufrgs Marilia Bonzanini Bossle e contabilizou mais de trezentas trocas. O material remanescente - roupas, livros, acessórios e brinquedos - foi doado para uma instituição de caridade de Osório.

Além das oficinas, foi realizada uma ativi-dade paralela relativa ao projeto. Essa ativi-dade ocorreu com a participação na VI Olim-píada de Filosofia na cidade de Osório, com a produção e apresentação de um vídeo sobre o risco da ingestão de alimentos transgêni-cos. Nesse vídeo, foram apresentados dados sobre a utilização de sementes transgênicas e de defensivos agrícolas que contém perigosas substâncias químicas em sua composição. O alerta do projeto focou na restrição ao acesso às pesquisas realizadas acerca dos proble-mas causados por sua ingestão, bem como na atual monopolização do mercado dessas sementes.

As repercussões superaram as expectati-vas, pois as discussões decorrentes das ativi-dades ultrapassaram o ambiente acadêmico e esclareceram a estrita relação que existia entre os temas tratados e a realidade dos participantes. Como resultado das ativida-des de 2013, o projeto foi inscrito e aceito em eventos como a III Mostra de Extensão e Pesquisa do IFRS Câmpus Osório (Moexp); a III Mostra Científica da Restinga; o Salão

tantas vantagens, é objetivo deste projeto plantar árvores no câmpus, a fim de desen-volver uma melhora na qualidade do ambien-te e também servir como material para ativi-dades de educação ambiental e conservação de recursos naturais. Diante disso, no dia 28 de agosto, foram plantadas aproximadamen-te 25 mudas de árvores, entre araçá verme-lho, araçá amarelo, pitangueiras, araucárias e outras espécies. As mudas foram doadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maquiné, com a colaboração do membro da diretoria do sindicado Paulo Fialho, que é alu-no do IFRS Câmpus Osório.

Também será construída uma horta de produtos orgânicos, na tentativa de favorecer a segurança alimentar e nutricional dos alu-nos e da comunidade, com uma alimentação livre de contaminantes que causam risco à saúde. O objetivo é que os alunos sejam mul-

tiplicadores do conhecimento, possibilitando a produção de alimentos orgânicos junto com seus familiares. A produção de alimentos orgânicos utiliza métodos culturais e biológi-cos tradicionais, visando à sustentabilidade econômica e ecológica, além da proteção do meio ambiente.

A criação e disseminação de conheci-mento sobre sustentabilidade, sobretudo entre os jovens, é um dos objetivos do proje-to. Para alcançá-lo, adotou-se a abordagem interdisciplinar e participativa, em espaços que extrapolam a sala de aula e conferem oportunidades de maior envolvimento dos participantes. O projeto está no segundo ano e não tem data para terminar. A cada oficina vamos construindo sobre as bases criadas nas oficinas anteriores. Sabemos que esta obra não pode parar, e estamos preparados para isso.

Feira de Escambo no IFRS – Câmpus Osório

Jovem da Ufrgs e o I Seminário de Extensão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul em Bento Gonçalves (Semex), no qual ganhou o destaque de melhor trabalho na área entre os 12 câmpus do IFRS.

Em 2014, o projeto amadureceu e foi além, ultrapassando os muros do câmpus e promovendo intercâmbios com outras organi-zações que atuam na região do Litoral Norte.

No dia 9 de abril de 2014, os estudantes do IFRS – Câmpus Osório foram até a Esco-la Ildefonso Simões Lopes - Escola Técnica Rural de Osório - participar do “Seminário Conversa sobre as águas”. Esse foi o primeiro passo de uma série de atividades integradas entre o IFRS e a Escola Rural previstas para este ano. O seminário tratou de informações relativas ao monitoramento da qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí e reuniu, em Osório, representantes de dife-rentes entidades envolvidas em pesquisa e monitoramento dos recursos hídricos, como Corsan, Semana, Anama, entre outras.

Além disso, o projeto promoveu o lança-mento do Atlas da Bacia do Rio Tramandaí, elaborado pela organização não governamen-tal Ação Nascente Maquiné (Anama). O even-to contou com a participação de professores e alunos da Ufrgs – Câmpus Litoral Norte, da Uergs câmpus Osório, da Faculdade Cene-cista de Osório e da Escola Rural de Osório, além do representante da Pró-Reitoria de Ex-tensão do IFRS, professor Getulio Jorge Ste-fanello Júnior.

O projeto está crescendo e cada vez mais ganhando adeptos. Nesta etapa, um projeto de reflorestamento está sendo implementado no Câmpus Osório. A capacidade de remo-ção de CO2 da atmosfera pelas plantas é de amplo conhecimento, mas essas possuem outras funções que tornam sua manutenção importante, como a redução da temperatura atmosférica, diminuindo a utilização de ares--condicionados. Servem ainda como barrei-ras visuais e de proteção ao vento, além de proporcionarem sensação de conforto físico e emocional aos habitantes. Por apresentarem

Bolsistas e coordenador na VI Olimpíada de Filosofia

Bárbara Dariva é aluna do Ensino Médio integrado, curso de Administração, do Câmpus Osório do IFRS, bolsista do projeto de extensão Educação para a Sustentabilidade.

Stéfany Dacol Machado é aluna do Ensino Médio integrado, curso de Administração, do Câmpus Osório do IFRS, bolsista do projeto de extensão Educação para a Sustentabilidade.

Nilo Barcelos alves é professor de Administração do Câmpus Osório do IFRS, mestre em Inovação, Tec-nologia e Sustentabilidade.

nOTAFonte de Financiamento: Fomento Interno – Edital n° 278/2013 Proex/IFRS.

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Denise de OliveiraElisane Roseli ulrich ZanelatoDébora Juliana Gatti

InTRODuçãO

As atividades financeiras estão presentes nas ações cotidianas dos indivíduos das so-ciedades contemporâneas. De uma forma ou de outra, todas as pessoas (crianças, jovens e adultos) lidam com o dinheiro, uma vez que fazem escolhas e aquisições em razão do con-sumo de uma série de produtos diariamente. Por conta disso, a educação financeira está intimamente vinculada ao bem-estar indivi-dual e, quanto mais cedo for abordada, mais chances se têm de contribuir na formação de cidadãos mais conscientes e preparados para a tomada de decisões em seus negócios fi-nanceiros pessoais e profissionais.

Entretanto, a educação financeira ainda não se configura como uma prática estimu-lada e desenvolvida pela maioria da popula-ção brasileira. Cabe salientar também que, apesar de o tema estar sendo apontado como elemento de grande importância para o de-senvolvimento dos países e de seus habitan-tes, em diferentes abordagens econômicas e sociais (KASSARDJIAN, 2013), há uma la-cuna nas reflexões sobre educação financeira na sociedade organizada (BCB, 2013). Nas escolas, pouco ou quase nada se fala sobre o assunto. As empresas, por não perceberem a importância de ter colaboradores mais pla-nejados financeiramente, também não esti-mulam tal formação. E, no ambiente familiar, as reflexões e discussões sobre o orçamento familiar entre os membros ainda se configu-ram como abordagens distantes das práticas regulares (BCB, 2013).

Os princípios da educação financeira fun-damentam-se no auxílio ao desenvolvimento de atitudes e de escolhas pessoais que pos-

Educação Financeira: um despertar para o uso consciente do dinheiro com estudantes do Ensino Fundamental de Sertão

um despertar para o uso consciente do di-nheiro com estudantes do Ensino Fundamen-tal de Sertão (RS)” apresenta como objetivo geral proporcionar a crianças e jovens a pos-sibilidade de refletir sobre o uso consciente do dinheiro, por meio do planejamento e do controle dos recursos financeiros disponíveis, enfatizando a importância do hábito de utili-zar o dinheiro de forma consciente para me-lhorar a qualidade de vida.

EDuCAçãO FInAnCEIRA

A educação financeira é o processo pelo qual os indivíduos e as sociedades melho-ram sua compreensão dos conceitos e pro-dutos financeiros. Por meio de informação e orientações precisas, as pessoas adquirem conhecimento e habilidades necessárias para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos a elas associados e, então, possam tomar decisões fundamentadas que melho-rem o seu bem-estar (BACEN, 2012b).

A ênfase da abordagem consiste no de-senvolvimento de atitudes e de escolhas in-dividuais que contribuem para melhor pla-nejamento e uso do dinheiro, possibilitando mais segurança e tranquilidade nas decisões em relação aos rendimentos dos recursos fi-nanceiros.

As ações da educação financeira infan-til devem contemplar estímulos para que as crianças possam perceber as escolhas e as consequências dessas escolhas, abrangendo a convicção de que o ganho e o uso do di-nheiro devem ser conduzidos pela mais abso-luta ética (D’AQUINO, 2008). Além disso, as estratégias de ensino-aprendizagem devem ser realizadas nos ambientes cotidianos das crianças, ou seja, na família, na escola, na comunidade e pelos meios de comunicação (MANFREDINI, 2007).

Nesse contexto, a educação financeira infantil cumpre um importante papel de de-senvolver a compreensão da gestão financeira para que as crianças, quando adultas, pos-sam ter uma relação equilibrada e responsá-vel com o dinheiro (CERBASI, 2012).

COnTExTuALIZAnDO O PROjETO EDuCaÇÃO FINaNCEIRa: um DESPERTAR PARA O uSO COnSCIEnTE DO DInhEIRO COM ESTuDAnTES DO EnSInO FunDAMEnTAL DE SERTãO (RS)

As ações do projeto contemplam diver-sas atividades lúdicas (por meio de teatros, de brincadeiras e de discussões) abrangendo os seguintes temas: história do dinheiro no Brasil e no mundo; noções básicas de banco,

sam contribuir para melhor planejamento e uso do dinheiro, possibilitando mais seguran-ça e tranquilidade nas decisões em relação aos rendimentos dos recursos financeiros. A motivação para a abordagem enfatiza os be-nefícios que o conhecimento sobre o plane-jamento e as formas de gestão dos recursos pessoais possibilita aos indivíduos, sobretu-do quanto à obtenção de qualidade de vida (D’AQUINO, 2008).

Outro aspecto importante a ser destaca-do incide no fato de que o desenvolvimento e a conscientização da educação financeira devem ser abordados ainda na infância. En-tre as principais vantagens dos indivíduos que aprendem a gerir seus recursos financei-ros desde criança, ressaltam-se fatores como maior confiança nos processos de tomada de decisão e a melhoria da situação financeira. Esses elementos proporcionam maior acesso ao sistema financeiro, à renda de aposenta-doria e à redução do risco de endividamen-to, contribuindo também no desenvolvimen-to de pequenos e médios empreendimentos (OCDE, 2006).

Considerando a educação financeira como um elemento potencial para o desen-volvimento do planejamento e da gestão dos recursos pessoais, o projeto de extensão do IFRS – Câmpus Sertão “Educação Financeira:

cheque, cartão e investimentos; concepção de mesada (querer e precisar); planejamen-to e orçamento dos recursos. O desenvolvi-mento e a aplicação das ações ocorrem por meio de encontros quinzenais com discentes do 4º ano, em duas escolas do município de Sertão-RS. Na Escola Estadual de Ensi-no Fundamental Bandeirantes, envolve uma turma com 28 crianças; e na Escola Munici-pal de Ensino Fundamental João Antônio de Col, abrange três turmas, contemplando 30 crianças, totalizando 58 alunos beneficiados no projeto.

As abordagens dos temas são desenvol-vidas por personagens caracterizados por al-guns animais da fauna brasileira que figuram em algumas cédulas do dinheiro do Brasil. Os personagens contam histórias relaciona-das aos temas de cada atividade, interagindo com exemplos do cotidiano dos participantes, de forma lúdica, com o intuito de difundir a educação financeira na comunidade escolar. O processo de ensino através da ludicidade e de atividades interativas como a contação de histórias estimula a imaginação das crianças, assim como educa e faz com que elas sin-tam-se instigadas a desenvolver e construir seus conhecimentos sobre suas experiências.

ExPERIÊnCIAS REALIZADAS

Em todos os encontros realizados, pode--se observar que as ações desenvolvidas no projeto despertam nas crianças curiosidade e, cada vez mais, interesse pelo tema abordado. Isso pode ser percebido através da participa-ção nas atividades e no encanto das crianças com os personagens. Enquanto a narrativa é exposta pelos personagens, as crianças per-manecem em silêncio, absortas pela história (Figuras 1 e 2).

Nessas atividades, as crianças questio-nam e são questionadas pelos personagens e respondem sempre a tudo de forma impul-sionada e natural. Em outras ações elas ou-vem, falam, interagem e se encantam. Além

Abordagem da concepção de mesada: querer e precisar na EEEFB

Abordagem da história do dinheiro no Brasil e no mundo na EMEFJAC

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de teatros, outras atividades também impul-sionam e despertam o interesse das crianças como: brincadeiras de como era realizado o escambo no mundo; manipulação do mapa--múndi, conhecimento de moedas e cédulas estrangeiras; atividade referente às taxas de câmbio; abordagem de como gerir, gastar e poupar a renda infantil, como a mesada ou a semanada; e noções de sustentabilidade e consumo responsável.

As ações desenvolvidas têm mostrado re-sultados positivos e satisfatórios que podem ser observados através da espera ansiosa dos alunos pelas próximas atividades e também pelo carinho demonstrado aos personagens lúdicos (chamando-os pelos nomes dos ani-mais representados). Outro resultado afirma-tivo observado é o relato de pais e professores e o apoio que estes têm dado no desenvolvi-mento do projeto.

CONSIDERaÇõES FINaIS

Conforme os resultados observados até esta etapa do projeto, que contemplam a participação ativa das crianças e os relatos positivos e motivadores dos pais e dos profes-sores dos alunos, percebe-se que a metodolo-gia está atingindo os objetivos propostos para o projeto, especialmente no que se refere aos interesses das crianças em relação ao tema abordado. Para o desenvolvimento das pró-ximas etapas do projeto, serão disponibiliza-dos cadernos de anotações para as crianças com a logomarca do projeto, contendo sua denominação e seus personagens animados. O material será usado para registrar tópicos importantes durante as discussões e também servirá para desenvolver atividades práticas individuais e/ou com a participação da famí-lia. Neste caderno também deverão ser ano-tadas as entradas e saídas de dinheiro, ou seja, a renda das crianças, para que desde cedo desenvolvam a prática de controlar e planejar suas atividades financeiras e esten-dam este aprendizado para suas famílias.

Diante disto, verifica-se que a educação financeira, iniciada na infância, constitui-se em um elemento potencial para desenvolver as habilidades de gestão dos recursos pesso-ais e contribui na formação de cidadãos mais

conscientes e preparados para a tomada de decisões em seus negócios financeiros pesso-ais e profissionais.

REFERÊnCIAS

Bacen. BANCO CENTRAL DO BRASIL. 2012b. Trabalhos para Discussão nº280, Jun 2012. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/td280.pdf. Acesso em 20 de fev. 2014.BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira - Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em 22 de setembro de 2014.CERBASI, G. Educação financeira nas esco-las. Revista Época. Publicado em 23/09/12. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Vida-util/gustavo-cerbasi/noticia/2012/09/educacaofinanceira--nas-escolas.htm. Acesso em 03 de jan. 2014.D’AQUINO, C. Educação Financeira: como educar seus filhos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Recommen-dationonPrinciplesandGoodPractices for Fi-nancial EducationandAwareness. Disponível em: <http://www.oecd.org/daf/fin/financial--education/35108560.pdf>. Acesso em 10 de março de 2014.KASSARDJIAN, A. C. C. Educação Financeira Infantil. Dissertação apresentada à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, São Paulo, 2013.MANFREDINI, A. M. N. Pais e Filhos: um estudo da educação financeira em famílias em fase de aquisição. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2007 (148). Disser-tação de Mestrado em Psicologia Clínica, São Paulo, 2007.OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Recommen-dationonPrinciplesandGoodPractices for Fi-nancial EducationandAwareness. Disponível em: <http://www.oecd.org/daf/fin/financial--education/35108560.pdf>. Acesso em 10 de março de 2014.

Denise de Oliveira é técnica-administrativa do Câmpus Sertão do IFRS, graduação em Administração Pública, mestrado em Administração.Elisane Roseli ulrich Zanelato é professora do Câmpus Sertão do IFRS, graduação em Ciências Contábeis, mestrado em Educação. Débora Juliana Gatti é acadêmica do Curso de Formação Pedagógica de Docentes para a Educação Básica e Profissional do Câmpus Sertão do IFRS, bolsista do projeto de extensão Educação Financeira: um desper-tar para o uso consciente do dinheiro com estudantes do Ensino Fundamental de Sertão/RS.

aline Silva De Bona

O programa de extensão “(Re)Aprenden-do alguns conceitos básicos de ma-temática” teve início em 2013 como

um curso voltado aos estudantes de ensino médio e integrado da comunidade, incluindo, em especial, os estudantes que se identifi-cam com dificuldades em matemática básica e também os que observam que não apren-deram no ensino fundamental algum conceito fundamental, como porcentagem ou a leitura de um gráfico.

Na primeira versão do curso, em 2013, foi oferecida apenas uma turma com 30 vagas. Em menos de 20 dias, foram recebidas 120 solicitações de inscrições, sendo dois terços de estudantes externos ao câmpus. Dessa forma, as vagas foram ampliadas para 40.

Em 2014, o curso tornou-se um progra-ma, agora com três módulos, sendo o primei-ro destinado aos estudantes concluintes do ensino fundamental ou que estão cursando o primeiro ano do ensino médio e integrado; o segundo destinado aos estudantes do segundo e terceiro anos do ensino médio e integrado, também estudantes do subsequente e superior e demais interessados; e o terceiro uma revi-são integrada ou uma compilação dos princi-pais conceitos de matemática solicitados em vestibulares, concursos e processos seletivos diversos de níveis médio e técnico.

Os conceitos de matemática explorados no curso estão divididos entre as três áreas dessa ciência: aritmética, álgebra e geome-tria, além de abordar a lógica matemática de forma compartilhada. Assim, cada módulo tem três etapas, a primeira trata de números e operações, depois proporção e equações, e por fim funções e gráficos, de tal forma que a geometria é um cenário de contextualização e interdisciplinaridade muito interessante aos problemas.

A dinâmica do curso é a resolução de problemas, na sua maioria, que exige inter-pretação, leitura detalhada, delineamento de estratégias de resolução, a resolução e a ve-rificação do possível resultado no cenário do problema.

Nas aulas, os estudantes são organizados em grupos de três ou quatro e, em um primei-ro momento, resolvem os problemas valen-do-se de suas ideias e saberes. No segundo momento, cada grupo socializa as suas reso-luções e dificuldades com os colegas, tendo assim a interferência da professora sempre com questões e perguntas a cada passagem matemática.

O processo de aprendizagem inicialmente valoriza os saberes dos estudantes, no decor-rer, a professora vai explorando, agregando e construindo novos conceitos de matemática através da necessidade dos estudantes em resolver os problemas, ou seja, um processo de aprender a aprender cooperativo, segundo Bona (2013).

A avaliação do curso em 2013 foi ótima e houve uma solicitação enorme para mais vagas e turmas. Em 2014, a avaliação dos módulos um e dois, que já ocorreram, foi muito satisfatória. Cada módulo tinha 30 estudantes e finalizaram 53. Foram apenas sete desistências por motivos pessoais como: estava desempregado e arrumou emprego. Fi-cou uma solicitação desses estudantes de se ter um módulo especial para geometria plana e outro espacial, além de uma nova edição do curso de extensão sobre a matemática e suas embalagens, proposto em 2010 e 2011 pela professora Aline e pela técnica administrativa Michelen.

Alguns pontos que os estudantes desta-cam acerca da qualidade dos cursos são, em especial, a dinâmica de sala de aula como muito interessante por tudo ser coletivo; a forma de propor os novos conceitos atra-vés da resolução de problemas; o número adequado de estudantes tendo o professor a possibilidade de atender cada dificulda-de nos pequenos grupos. A troca de ideias entre os colegas que possibilita uma forma diferente de ver a solução do problema tam-bém foi salientada; assim como as diferen-tes resoluções matemáticas para um mesmo problema em que todos encontram a mesma resposta ou solução; a dificuldade gradual dos problemas ao longo do curso; a contex-tualização dos problemas que inicialmente parecem fáceis e que precisam apenas de

(Re)Aprendendo alguns conceitos básicos de matemática

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lógica, mas na resolução se identifica a ne-cessidade de muitos conceitos de matemá-tica. E, por fim, mas não menos importante, foi citada a ideia explorada de os estudantes explicarem com suas palavras o que enten-dem e como conseguiram fazer o problema, mesmo que em algumas situações essas re-soluções não sejam completas.

Enfim, a ideia desse relato simples de ex-tensão explorada em Osório tem a finalidade de divulgar e disponibilizar a ideia para os

câmpus, caso tenham a intenção de imple-mentar algum curso nestes moldes. Ficamos à disposição para também compartilhar ma-teriais didáticos.

REFERÊnCIA

BONA, Aline Silva De. Espaço de Aprendi-zagem Digital da Matemática: o aprender a aprender por cooperação. Alemanha: NEA, 2013.

RELATO

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Projeto oficinas permanentes de cultura: um lugar para a formação integral na educação profissional

Integrantes das oficinas de Música do Câmpus Canoas montaram uma banda

Romir de Oliveira Rodrigues

Com a implantação dos Institutos Fe-derais, a Educação Profissional e Tec-nológica (EPT) passa por um intenso

processo de reestruturação, redefinindo sua abrangência e finalidades. Dentro desse movimento, a percepção sobre a formação profissional se alarga, incorporando novas dimensões que, muitas vezes, estavam dele-gadas a um segundo plano, quando não ex-cluídas dos processos formativos.

Essa ampliação na concepção de forma-ção para o trabalho está vinculada a uma proposta de educação integrada, unitária e emancipatória e, ao mesmo tempo, estabele-ce um efetivo diálogo com as atuais mudanças no mundo do trabalho, como a incorporação massiva da ciência aos processos produtivos. Nesse sentido, um novo perfil profissional passa a ser demandado que, além de sólidos

conhecimentos técnicos, requer qualificações em áreas como comunicação e trabalho em equipe.

Esse artigo tem o objetivo de apresentar o projeto de extensão Oficinas Permanen-tes de Cultura que, em sua quarta edição, consolida-se como um importante vetor para a articulação entre as novas demandas da Educação Profissional e os cursos em desen-volvimento no Câmpus Canoas do Instituto Federal do Rio Grande do Sul. O projeto se caracteriza pela oferta de oficinas em diver-sas áreas culturais e artísticas para a comu-nidade acadêmica.

A AMPLIAçãO DA FORMAçãO PROFISSIONaL: O LuGaR Da CuLTuRa nOS InSTITuTOS FEDERAIS

A formação profissional e tecnológica que fundamenta a implantação dos Institutos Fe-derais incorpora novos elementos em suas

aline Silva De Bona é professora de Matemática do Câmpus Osório do IFRS.

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bases, integrando e articulando “ciência, tec-nologia, cultura e conhecimentos específicos” (MEC, 2010), na perspectiva de uma edu-cação voltada ao desenvolvimento das mais diversas potencialidades dos sujeitos.

No projeto, compreendemos que a cultura representa as manifestações éticas e estéti-cas construídas pela humanidade através do tempo, sendo um fenômeno universal, pre-sente na história de todos os povos e civi-lizações do planeta e que, desde o período dos povos ágrafos, faz parte do dia a dia das comunidades. É por meio das manifestações culturais que os seres humanos se configu-ram como criaturas sociáveis, relacionando seus diferentes arranjos formativos na produ-ção de saberes e experiências fundamentais para a existência da espécie.

Característica ontológica do ser humano, a educação, compreendida em suas várias formas, é a responsável pela transmissão dos conhecimentos acumulados pela huma-nidade para as novas gerações enquanto, dialeticamente, possibilita o surgimento de novos saberes demandados por realidades históricas em permanente mudança. Portan-to, a educação e a cultura, apesar de suas peculiaridades, consolidam-se em processos inseparáveis no cotidiano de uma instituição de ensino. Analisando esta relação presente nos objetivos dos Institutos Federais, PACHE-CO afirma que

Nosso objetivo central não é formar um profissional para o mercado, mas sim um cidadão para o mundo do tra-balho, o qual poderia ser tanto técni-co, como um filósofo, um escritor ou tudo isto. Significa superar o precon-ceito de classe de que um trabalha-dor não pode ser um intelectual, um artista. A música, tão cultivada em muitas de nossas escolas, deve ser incentivada e fazer parte da formação de nossos alunos, assim como as ar-tes plásticas, o teatro e a literatura. (PACHECO, 2008, p. 07).

Nesse sentido, o projeto Oficinas Perma-nentes de Cultura compreende as várias ma-nifestações culturais e artísticas como vetores para o desenvolvimento de saberes necessá-rios para a formação dos educandos do Câm-pus Canoas, visando intervenções e inserções propositivas no mundo do trabalho.

Outra vertente do projeto está assentada no reconhecimento das características cul-turais e sociais dos participantes e de suas comunidades, numa perspectiva de valoriza-ção e reconhecimento de seus saberes. Dessa

forma, pretende-se efetuar o resgate da auto-estima, especialmente dos estudantes, como fator significativo para o desenvolvimento de suas aprendizagens.

Analisando a questão do desenvolvimento de uma pedagogia que estimule e respeite a autoestima dos estudantes, Noro e Noro afir-mam que ela se sustenta no reconhecimento dos alunos como ser formado por valores in-ternos e externos, que têm direito de pensar, opinar e refletir e, portanto, “quando se de-senvolve a autoestima do aluno, ele começa a perceber que a participação dele é essencial e que ele é importante para os colegas e para a turma da qual ele faz parte”. Para isso, segundo os autores, é:

(...) muito importante que a escola esti-mule os trabalhos em grupo, como grêmios estudantis, ações culturais, atividades es-portivas, entre outros. Desta forma, a escola passa a ter movimento, inserindo-se efetiva-mente na comunidade (NORO; NORO, 2002, p. 117).

Pretende-se, com o projeto, portanto, pro-piciar que os educandos constituam um auto-conceito positivo e, dessa forma, sentindo-se motivados e aptos para aprender, melhorem seu desempenho acadêmico. Esses elemen-tos do projeto apontam para a organização de espaços/tempos para o desenvolvimento de atividades coletivas, que façam “valer uma concepção de educação profissional e tecno-lógica em sintonia com os valores universais do homem, daí a importância de assegurar, nos Institutos Federais, o lugar da arte e da cultura” (MEC, 2010). Para tanto, torna-se premente conhecer a realidade na qual a ins-tituição está inserida, aproximando as comu-nidades interna e externa, tornando o câm-pus um espaço próprio para a constituição da identidade dos diferentes sujeitos envolvidos nos processos educativos.

aS OFICINaS Em aÇÃO: um TEmPO Da CuLTuRA nO CâMPuS CAnOAS

Nessa quarta edição, estão em funciona-mento as oficinas de Música, de Histórias em Quadrinhos, de Roteiro de Audiovisual, de

Fotografia Digital, de Desenho e de Teatro, representando o aumento da oferta de novas áreas culturais e artísticas para os estudantes.

A oficina de Música busca contribuir para a socialização e o aprendizado das diversas formas culturais que se expressam através da linguagem musical, pois integra o cotidiano dos sujeitos, independentemente de sua clas-se socioeconômica. Soma-se a isso o fato de que a vivência musical possibilita o trabalho das emoções, o desenvolvimento da sensibili-dade, a percepção auditiva e a sociabilidade.

A oficina de Histórias em Quadrinhos pre-tende ser um espaço/tempo para o exercício da criatividade e de técnicas de escrita e de-senho, através do trabalho coletivo, propor-cionando o desenvolvimento da organização e do planejamento. Além disso, propõe ser um vetor para a elevação da autoestima dos educandos, com a divulgação dos trabalhos produzidos e a socialização de experiências com profissionais da área.

A oficina de Desenho procura criar um espaço de experimentação de materiais e técnicas articulado à apreciação da produção de artistas clássicos, modernos e contempo-râneos. Visa estimular o aluno a arriscar-se em expressar sua criatividade e desenvolver noções de composição figurativa e abstrata, contribuindo para a ampliação do conceito de desenho e rompendo com o estigma do dese-nho figurativo realista.

A oficina de Roteiro de Audiovisual pro-põe o desenvolvimento dos conceitos básicos da escrita de roteiros para cinema e vídeo, com enfoque no desenvolvimento de tramas e histórias articuladas a uma estrutura dramá-tica. O objetivo é construir roteiros de curtas--metragens sem, em um primeiro momento, preocupar-se com a sua realização efetiva enquanto obra fílmica. Portanto, a intenção principal é desenvolver a criatividade, a ha-bilidade da comunicação escrita e o trabalho em equipe, tendo como plano de fundo o de-senvolvimento da linguagem cinematográfica.

A oficina de Fotografia tem por objetivo central o desenvolvimento dos conceitos bá-sicos da arte fotográfica, quer na perspectiva artística, quer nos conhecimentos técnicos e no uso dos equipamentos. Focada na pers-pectiva da fotografia digital, o oficina dialoga com os saberes próprios da área da informá-tica, como a utilização de softwares de trata-mento de imagem.

A oficina de Teatro busca proporcionar aos educandos espaços de criação, através do desenvolvimento de conceitos básicos em torno do tema, assim como possibilidades de comunicação através da expressão corporal, promovendo espaços de cooperação, diálogo

e construção de coletividades.Cada oficina apresenta uma metodologia

de trabalho específica, relacionada à forma de trabalho do professor responsável, às dinâmi-cas próprias de cada área e às características de cada grupo, porém alguns elementos me-todológicos comuns podem ser destacados: (i) são espaços/tempos de construção coletiva de conhecimentos, de troca de experiências, aperfeiçoamento de técnicas e despertar de talentos; (ii) são realizados encontros sema-nais nos quais são articulados aspectos te-óricos e práticos; e (iii) são promovidos, ao longo do ano, atividades de divulgação da produção realizada nas oficinas para a comu-nidade acadêmica.

Com o intuito de ampliar o debate em tor-no desse projeto, foi criado um site que ob-jetiva divulgar os trabalhos produzidos pelos participantes e socializar materiais diversos, especialmente focalizados na sua relação com os processos educativos.

a TRaJETóRIa DaS OFICINaS: RESuLTADOS ALCAnçADOS E DESAFIOS à FREnTE

Na avaliação do projeto Oficinas Perma-nentes de Cultura podemos destacar a evo-lução no número de participantes (Gráfico 2), que aponta para um aumento constante, representando, atualmente, 48,5% dos estu-

dantes matriculados nos cursos integrados do câmpus, público prioritário do projeto.

Além disso, o projeto tem se mostrado uma importante ferramenta para a divulga-ção institucional do câmpus e das políticas de Extensão do IFRS de duas formas distin-tas: (i) na participação em eventos acadêmi-cos e culturais, tendo recebido premiações em alguns; (ii) e na efetiva geração de pro-dutos culturais, consolidados na edição da revista de “Non Sequitur”, com a produção das oficinas de HQ e na realização do do-cumentário em curta-metragem “Proeja em Primeira Pessoa”, pelos integrantes da oficina de Roteiro, e pela aquisição de instrumentos e montagem da banda do câmpus, com os 3736

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integrantes das oficinas de Música.Qualitativamente, os participantes das

oficinas aprimoraram seus talentos, desen-volveram sua autoestima, construíram com-petências profissionais, como criatividade, solução de problemas e trabalho em equipe. Apesar dos avanços identificados, alguns de-safios precisam ser superados, destacando--se: (i) insuficiência de tempo e acúmulo de atividades dos professores que fazem parte do projeto; e (ii) problemas de infraestrutu-ra, como dificuldade de aquisição de mate-riais e falta de local específico para o de-senvolvimento das oficinas, em especial a de Música, o que dificulta os ensaios da banda do câmpus e a preservação dos equipamen-tos adquiridos.

Nessa perspectiva, está sendo avaliada a transformação do projeto em um programa, ampliando a atuação das oficinas e expandin-do-o, de forma mais efetiva, para além dos limites do câmpus, com o desenvolvimento de cursos nas escolas públicas do entorno, tanto para educandos como para profes-sores, em diálogo com a produção cultural do município. Vislumbrando alcançar novas perspectivas, o projeto Oficinas Permanentes de Cultura é uma força viva no cotidiano do IFRS – Câmpus Canoas, convertendo-se em

um espaço no qual imperam a alegria, a con-vivência e a comunhão. Caracteriza-se como o espaço do reconhecimento de talentos, da expansão do universo simbólico dos estudan-tes e da formação da cidadania. É, acima de tudo, a compreensão de que nos tempos contemporâneos, a formação profissional e tecnológica de qualidade social não pode prescindir da cultura (se é que um dia pode), devido ao risco de não explicar o presente e, muito menos, preparar o futuro.

BIBLIOGRaFIa:

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Profissional e Tecnológica. Um novo modelo em Educação Profissional e Tec-nológica: concepções e diretrizes. PNE. Bra-sília: a Secretaria, 2010.

NORO, Ellis Maria Souza; NORO, Luiz Rober-to Augusto. A Auto-estima como Facilitado-ra do processo de Ensino-aprendizagem. In. Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 17, n. 2, p. 113-119, ago./dez. 2002.

PACHECO, Eliezer. Os institutos federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. 2008.

Romir de Oliveira Rodrigues é professor do Câmpus Canoas do IFRS e mestre em Educação pela UFRGS.

nOTAFonte de Financiamento: Fomento Interno – Edital n° 278/2013 Proex/IFRS.

gilberto joão Pavani

ExTEnSãO

No trabalho com eletricidade, a principal medida para continuar a viver é a prevenção de acidentes através do conhecimento dos riscos presentes em instalações elétricas, além do uso correto dos equipamentos de proteção individual, por exemplo.

As atividades de extensão são ações de uma instituição de ensino superior junto à comunidade, disponibilizando o conhecimen-to oriundo do ensino e da pesquisa para que esses saberes auxiliem na transformação da realidade social.

A função social do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Gran-de do Sul é indissociável ao ensino e à pes-quisa, pois sua meta é o desenvolvimento regional através da garantia do acesso à edu-cação daqueles que nela convivem.

A extensão leva o Câmpus Farroupilha para além de seus muros através de ativida-des multidisciplinares ofertadas à região, pois os cursos são concebidos para atender às ne-cessidades da comunidade, inclusive em áre-as relativas à qualificação profissional.

Assim, o Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade é di-recionado aos trabalhadores que interagem com instalações e serviços com eletricidade, conforme a Norma Regulamentadora no 10 do Ministério do Trabalho e Emprego.

O curso foi ofertado em 2013 para 30

Extensão e trabalho: desafios e conquistas

pessoas, na sede do câmpus, com carga total de 40 horas aula, em dez encontros presen-ciais teórico-práticos. Os participantes foram avaliados durante as atividades realizadas em sala de aula.

A divulgação do curso se deu com o apoio da Prefeitura Municipal de Farroupilha, atra-vés do Balcão do Trabalhador, com a fixação de cartazes com a Figura 1.

TRaBaLHO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) estabelece que a educação deve vincular-se ao mundo do trabalho, inclu-sive a educação básica, o que pode ser exem-plificado pelo curso de NR-10, cujo conteúdo programático é apresentado a seguir:

1. Introdução à segurança com eletricidade;2. Riscos em instalações e serviços com ele-tricidade;3. Técnicas de análise de risco;4. Medidas de controle do risco elétrico;5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e outras;6. Regulamentações do Ministério do Traba-lho e Emprego (MTE);7. Equipamentos de proteção coletiva (EPC);8. Equipamentos de proteção individual (EPI);9. Rotinas de trabalho – procedimentos;10. Documentação de instalações elétricas;11. Riscos adicionais;12. Proteção e combate a incêndios;13. Acidentes de origem elétrica;14. Primeiros socorros;15. Responsabilidades.

A apostila distribuída aos estudantes também foi disponibilizada pelo Moodle, uma plataforma de aprendizagem livre que permite o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem colaborativos e personaliza-dos. O Moodle pode ser acessado à distância, permitindo que o aluno acompanhe o curso mesmo em caso de faltas, geralmente, devido a compromissos profissionais, pois emergên-cias elétricas ocorrem sem prévio aviso.

A oferta do conteúdo online, enquanto su-porte às aulas presenciais, também permite socializar o conhecimento, pois o aluno tem a possibilidade de mostrar o que está sendo Figura 1 – Imagem do cartaz de divulgação 3938

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estudado aos seus amigos e colegas, desta-cando a importância dos tópicos abordados, bem como complementar seus saberes com os relatos de novas experiências profissionais.

Apesar do extenso conteúdo programáti-co, as aulas foram dinâmicas e com a intensa participação dos alunos através de questiona-mentos e troca de experiências profissionais na área de eletricidade, cujo trabalho em al-ta-tensão é extremamente perigoso, exigindo treinamento específico e experiência.

CONSIDERaÇõES FINaIS

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem anualmente 270 milhões de acidentes de trabalho em todo o mundo e aproximadamente 2,2 milhões de-les resultam em mortes. No Brasil, o Ministé-rio do Trabalho e Emprego (MTE) informa que em 2011 foram registrados 730.585 aciden-tes, com 2.884 óbitos.

A legislação brasileira referente à preven-ção de acidentes do trabalho é uma ferra-menta à disposição dos trabalhadores para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável, em especial quando se trata de ele-tricidade.

A eletricidade é um fenômeno natural que escapa aos sentidos humanos, sendo perce-bida apenas por suas manifestações exterio-res. Esta “invisibilidade” expõe o trabalhador a situações de risco que são, muitas vezes, ignoradas ou subestimadas.

A Norma Regulamentadora nº 10 - Segu-rança em Instalações e Serviços em Eletrici-

dade estabelece os requisitos e as condições mínimas, objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamen-te, interajam em instalações elétricas e ser-viços com eletricidade. Foi instituída através da portaria nº 598, de 08 de dezembro de 2004 do MTE.

O Curso Básico de Segurança em Insta-lações e Serviços com Eletricidade é uma exigência legal definida pela Norma Regula-mentadora nº 10, sendo indispensável para o exercício profissional no setor elétrico.

O objetivo deste curso é permitir que a pessoa tenha o conhecimento básico dos riscos a que se expõe quando trabalha com instalações ou equipamentos elétricos, in-centivando o desenvolvimento de um espírito crítico que lhe permita conscientizar-se dos riscos envolvidos em suas atividades laborais diárias.

No curso ofertado pelo Câmpus Farroupi-lha constatou-se, através dos relatos dos par-ticipantes, que os objetivos propostos foram plenamente alcançados, inclusive com solici-tação de uma nova edição, que será realizada ainda este ano.

A ação de ensino durante o curso propor-cionou o conhecimento técnico necessário para a qualificação dos profissionais da re-gião, cumprindo sua função social ao atender os trabalhadores que estavam à margem do mercado de trabalho por falta da qualificação requerida, bem como colaborando para a re-dução de acidentes no setor elétrico.

gilberto joão Pavani é professor do Câmpus Farroupilha do IFRS e engenheiro de segurança do trabalho.

Helen Rodrigues Cardoso

PaRa INíCIO DE CONVERSa...

Planejar é uma ação que faz parte do coti-diano de todas as pessoas, nas mínimas coi-sas. No ambiente escolar, o planejamento ga-nha ares de formalidade e, não raro, há uma distância considerável entre as intenções re-gistradas nos planos e a prática efetiva. No entanto, o planejamento educacional é muito mais do que o simples preenchimento de for-mulários em prazos e rituais vazios de senti-do, meramente burocráticos.

Ao se encarar a educação como proces-so humano de desenvolvimento, em que as ações propostas têm o objetivo de provocar mudanças, o processo do planejamento é es-sencial.

Dessa maneira, é imprescindível que ins-tituições de educação superior, como o IFRS, possam promover formações para os profis-sionais da educação básica em que o proces-

Ressignificando o Planejamento:Estrutura e Elaboração doProjeto Político-Pedagógico

so de planejamento seja (re)significado. Esta é a proposta deste curso de aperfeiçoamen-to: resgatar o significado, a necessidade e as possibilidades do processo de planejamento.

(RE)PEnSAnDO O PLAnEjAMEnTO EDuCaCIONaL...

O fazer pedagógico do professor pode ser comparado a um barco que, para chegar ao seu destino em segurança, requer muitos cui-dados. Antes mesmo de começar a viagem, é preciso projetar a rota, examinar mapas e instrumentos, condições do tempo, condições do mar...

Da mesma forma, para que o professor atinja os objetivos a que se propõe, é preci-so planejamento, reflexão e organização da prática pedagógica - sob o risco de “não se chegar a lugar algum”.

O processo de planejamento educacional deve ser encarado “como uma oportunida-de de repensar todo o fazer da escola, como um caminho de formação dos educadores

Divulgação do curso incentivou a participação de representantes de todas as escolas 4140

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e educandos, bem como de humanização, de desalienação e de libertação” (VASCON-CELLOS, 2012, p. 92).

Celso Vasconcellos (2012) considera que, na educação, temos diferentes níveis de pla-nejamento, conforme a abrangência e o olhar dos envolvidos. O mais amplo é o nível que planeja as políticas educacionais, que norteia todos os outros níveis. Trata-se do planeja-mento do sistema da educação, “planeja-mento que é feito em nível nacional, estadual ou municipal. Incorpora e reflete as grandes políticas educacionais, enfrenta os problemas de atendimento à demanda, alocação e ge-renciamento de recursos, etc.” (p. 95).

Envolvendo tanto a dimensão pedagógica, quanto a comunitária e administrativa da es-cola, o planejamento, nesse nível, pode ser denominado de projeto político-pedagógico. Trata-se do plano global da instituição, com-posto por marco referencial, diagnóstico e programação. “Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um pro-cesso de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educa-tiva que se quer realizar” (VASCONCELLOS, 2012, p. 169).

(Re)Significar o processo de planejamen-to, encarando o projeto político-pedagógico como um instrumento de apoio às ações pedagógicas e escolares, é um dos desafios desta formação continuada, realizada tendo como público-alvo os professores das esco-las municipais de Farroupilha/RS. Trata-se de promover um espaço acadêmico de estudo, discussão, reflexão e (re)estruturação dos projetos políticos-pedagógicos das escolas municipais de Farroupilha.

(RE)PEnSAnDO O PROjETO POLíTICO-PEDAgógICO DAS ESCOLAS MunICIPAIS DE FaRROuPILHa...

Esta ação de extensão foi organizada a partir do contato com a Secretaria Munici-pal de Educação de Farroupilha, em que foi explicitada a necessidade da reflexão sobre o planejamento educacional e de ações que qualificassem a construção do projeto políti-co-pedagógico das escolas municipais.

Dessa maneira, organizou-se um curso com a previsão de doze encontros presenciais de três horas, ao longo do ano letivo de 2014, ofertado para os professores municipais que se interessassem pelo tema. Além desses momentos, cada professor deveria organizar em sua escola momentos de reflexão, debate e estruturação do projeto político-pedagógico, tornando-se, assim, multiplicador das dis-

cussões realizadas nos encontros. Para cada encontro presencial, deveria acontecer, pelo menos, um encontro com seus pares, na es-cola.

Inicialmente, foram disponibilizadas cin-quenta vagas. A divulgação do curso incenti-vou a participação de representantes de todas as escolas. Mais de sessenta professores se inscreveram e estão frequentando os encon-tros. Todas as escolas estão representadas e, a partir do trabalho desenvolvido no curso, estão revisitando seus projetos políticos-pe-dagógicos.

A partir das contribuições teóricas de Cel-so Vasconcellos (2012) sobre a constituição do projeto político-pedagógico, os cursistas foram provocados a (i) refletir sobre a im-portância do planejamento no dia-a-dia das escolas, a (ii) reconhecer o planejamento educacional como ferramenta de qualificação da ação docente e a (iii) perceber o projeto político-pedagógico como o elemento estru-turante da identidade da instituição.

Ao incentivar a criação de espaço nas escolas para a (re)estruturação do projeto político-pedagógico, o curso subsidiou cada uma das etapas da construção (ou revisão) do mesmo:

a) Sensibilização para a importância do pla-nejamento: primeiro momento do trabalho. Os cursistas foram divididos conforme suas escolas e, depois de um encontro em que a importância do planejamento educacional foi ressaltada, planejaram e realizaram um mo-mento de motivação para a revisão do projeto político-pedagógico. Todas as escolas aceita-ram o desafio de (re)estruturar seus projetos.

b) (Re)visitando o projeto político-pedagógi-co em vigor: o segundo momento do trabalho incentivou os cursistas a (re)apresentarem a seus pares o projeto político-pedagógico que, atualmente, rege a escola. Os pontos positi-vos e os aspectos a melhorar foram aponta-dos.

c) Comprometendo-se com o processo: ao familiarizar-se com o projeto político-pedagó-gico, a escola foi incentivada – através dos cursistas – a comprometer-se com a sua revi-são. A proposta é que, ao final do curso, em dezembro de 2014, todas as escolas tenham seus projetos atualizados.

d) Estudando a estruturação do projeto político-pedagógico: Segundo Vasconcellos (2012), o projeto político-pedagógico é estru-turado em três dimensões básicas – o marco referencial, o diagnóstico e a programação.

Assim, tomando o marco referencial como o momento de posicionamento do grupo em relação à escola que se quer concretizar, os cursistas foram desafiados a incentivar seus pares a explicitar as características que pre-tendem imprimir em sua instituição.

e) Examinando a realidade: Após a planifica-ção da visão da escola, os cursistas tiveram um desafio ainda maior. Para o diagnóstico, todos foram incentivados a realizar uma pe-quena pesquisa socioantropológica na comu-nidade em que a escola está inserida. Os pro-fissionais da escola, sob a coordenação dos cursistas, coletaram dados sobre a realidade dos alunos e de suas famílias em visitas do-miciliares. Foi uma oportunidade de ouvir a comunidade, conhecer de perto suas vivên-cias, seus interesses e suas perspectivas do trabalho pedagógico.

f) Pensando em ações: Ao analisar os dados coletados, a escola terá subsídios para ree-xaminar seu marco referencial – a visão de escola que possui e, a partir disso, programar suas ações.

RESSIGNIFICaR O PLaNEJamENTO: CONquISTaS E DESaFIOS...

Propor esta ação de extensão como um

espaço de busca de sentido do planejamento educacional para as escolas municipais de Farroupilha/RS permitiu consolidar o IFRS como promotor de formação pedagógica con-tinuada de qualidade. Ao aproximar a escola e seu cotidiano dinâmico dos estudos acadê-micos e teóricos, o IFRS cumpre sua função de promover o diálogo entre teoria e prática.

Discutir o planejamento educacional, pro-pondo a (re)escrita do projeto político-peda-gógico das escolas municipais de Farroupilha/RS nesse espaço já, por si só, representa uma conquista. A cada encontro, a cada reflexão proposta, a cada discussão feita, está sendo possível perceber o engajamento dos profes-sores, a preocupação em qualificar as suas ações pedagógicas. Conquistas que também representam desafios: o desafio de perceber a perspectiva do outro, do aluno – também sujeito da ação educativa; do outro/familiar – sujeito nem tão sujeito assim - geralmen-te, apenas espectador da ação educativa. O desafio de propor a ação pedagógica levando em consideração as necessidades, os interes-ses, as preocupações da comunidade escolar – professores, alunos, famílias... O desafio de pensar a escola que queremos, contrastando com a escola que temos e, principalmente, o desafio de propor estratégias para minimizar a distância entre elas...

REFERÊNCIaS BIBLIOGRáFICaS

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

BRASIL. Lei n. 10.172/01 – Plano Nacional de Educação.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Plane-jamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. 22ª ed. São Pau-lo: Libertad Editora, 2012.

Escolas prepararam-se para rever seu planejamento

Helen Rodrigues Cardoso é professora, doutora em Educação, coordenadora do Curso de Formação de Professores para os Componentes Curriculares da Educação Profissional do Câmpus Farroupilha do IFRS.

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É constante a veiculação de dados em jornais, revistas e outras mídias que enfatizam a falta de profissionais qua-

lificados para o mercado de tecnologia da in-formação (TI) e é baixa a procura por cursos na área de informática. O projeto de extensão LogiC – o ensinar e o aprender de lógica de programação e sua implementação em lin-guagem C surgiu do interesse dos professores de informática do Câmpus Canoas em apre-sentar a área de TI aos alunos da rede de ensino municipal de Canoas, motivando-os a ingressar nos cursos da área, e em incentivar os alunos já matriculados nos cursos do câm-pus a participar de campeonatos.

O projeto busca incentivar alunos da rede pública de oitavos e nonos anos a estudarem lógica de programação e a desenvolverem seus primeiros sistemas em Linguagem C. Acrescenta-se, também, a pretensão de moti-var os estudantes do ensino médio de cursos técnicos da rede federal a resolverem proble-mas complexos em Linguagem C, ambos com vistas à participação em campeonatos como a Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) e a Maratona de Programação. Com isso, é apresentada uma realidade diferente, com estímulo à competitividade e ao trabalho em equipe. Além disso, atividades que busquem o desenvolvimento do raciocínio lógico tam-bém são desenvolvidas.

Dentre as várias reportagens veiculadas, que embasam o sentimento dos professores da área, podemos citar a de 12 de outubro de 2013, publicada pelo ClicRBS e escrita por Vagner Benites, com o título “Com 3 mil vagas abertas no Rio Grande do Sul, área de Tecnologia da Informação exige capacitação dos interessados - Uso dos serviços de TI por empresas privadas e pelo poder público fez demanda por mão de obra especializada no setor saltar”. Destacamos, principalmen-te, nesta reportagem, que “segundo estudo da consultoria IDC, o Brasil tem uma carên-cia de 39,9 mil profissionais de tecnologia,

O LogiC e a participação em olimpíadas da área de informática

número que deve crescer para 117 mil até 2015”. O repórter também menciona que o cenário assusta os empresários, uma vez que, a cada dia, eles possuem mais dificuldades em contratar, mas identifica, igualmente, que estamos diante de uma excelente oportunida-de para quem quer investir na carreira.

Outra reportagem que chamou a atenção foi a de 04 de julho de 2013, veiculada no site da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro - RS), com o título: “TI tem muitas vagas para pou-cos profissionais”, na qual menciona-se que as universidades não conseguem suprir a de-manda da área de TI e a falta de colaborado-res dificulta o crescimento do setor. Relata, também, que um estudo recente, divulgado pelo Instituto de Política Econômica Aplica-da (Ipea) aponta que, entre as carreiras de ensino superior, a TI tem o maior número de vagas.

Em 30 de outubro de 2013, Flavia D’Angelo publica a notícia no ITForum 365 com o título: “Para driblar apagão, empresas buscam qualificar profissionais”. Um desta-que interessante da reportagem é: “Proje-ções da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) dão conta de que o segmento pode ampliar sua participação no PIB em 6,5% até 2020”. Segundo o diretor de edu-cação e RH da entidade, Sérgio Sgobbi, o crescimento para 2013 deve ser maior que os 10% observados no ano passado. No en-tanto, ele faz um alerta: o Brasil ainda não prepara seus talentos para preencher essas vagas. “A nossa formação é insuficiente e, por consequência, a disponibilidade de profissio-nais formados não atende à demanda”.

Confirmamos, então, a necessidade de profissionais capacitados para atuarem na área de TI e acreditamos que uma das causas seja a falta de conhecimento dos ingressan-tes dos cursos da área, ainda nos dias atuais, sobre a atuação profissional. Com isso, temos a possibilidade de ganhos e de inserção no mundo do trabalho de jovens em situação de vulnerabilidade ou não. Para isso, o mu-nicípio de Canoas (no qual está inserido um dos câmpus do Instituto Federal de Educa-

ção, Ciência e Tecnologia do RS), fundado em 1939 e que possui o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, é o foco de atuação deste projeto. Canoas é o município mais populoso da Região Metropolitana, com 329.174 habitantes, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, em 2005). Sendo assim e contando com a segunda maior rede de ensino do Esta-do, Canoas necessita de projetos que envol-vam seus jovens e que os direcionem a um futuro promissor.

Acreditamos que o envolvimento dos jo-vens não pode ser feito, simplesmente, com a oferta de cursos ou com a chamada para palestras. Os jovens devem se sentir parte do processo. Devem estar envolvidos em algo no qual acreditam, com um objetivo maior. Para isso, a competição desempenha um pa-pel importante, uma vez que os jovens são instigados a buscar algo a mais e a superar seus limites. Para o mundo do trabalho, a participação em competições demonstra que o indivíduo possui atitude e busca transpor desafios.

OLImPíaDa BRaSILEIRa DE InFORMáTICA

A Olimpíada Brasileira de Informática (OBI ) é organizada pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e é uma competição planejada como outras olimpíadas científicas brasileiras, a exemplo da matemática, física e astronomia. Seu objetivo é despertar nos alu-nos o interesse pela ciência da computação, por meio de atividades que envolvam desa-fios, engenhosidade e competição. É organi-zada em duas modalidades: Iniciação (nível 1 - para alunos até o sexto ano do ensino fundamental; e nível 2 - para alunos até o

nono ano do ensino fundamental); Programa-ção (nível júnior - para alunos do ensino fun-damental; nível 1 - para alunos até o segundo ano do ensino médio; e nível 2 - para alunos até o terceiro ano do ensino médio ou que tenham cursado o ensino médio até dezem-bro do ano anterior). Nessa olimpíada, pre-tendemos competir nas duas modalidades, sendo possível com a participação dos alunos do ensino fundamental da rede municipal de Canoas e com dos alunos do nosso câmpus. Esses são os objetivos da OBI:

n Estimular o interesse pela computação e pela ciência em geral;n Promover a introdução de disciplinas de técnicas de programação de computadores nas escolas de ensino médio e fundamental;n Proporcionar novos desafios aos estudan-tes;n Aproximar a universidade dos ensinos mé-dio e fundamental;n Identificar os grandes talentos e vocações em ciência da computação de forma a melhor instruí-los e encaminhá-los para as carreiras acadêmica, científica e tecnológica.

Durante o ano de 2014, fomos sede das duas modalidades, em diferentes fases da olimpíada: em abril, sediamos a primeira fase da OBI na modalidade Programação, nos níveis 1 e 2, com alunos classificados para a segunda fase, sediada no câmpus no mês de agosto. Os alunos do curso técnico em in-formática integrado ao ensino médio Andrés Vidal (3º Ano) e Filipe Oliveira (2º Ano) foram os classificados. Para a modalidade Iniciação, sediamos a segunda fase da olimpíada e rece-bemos participantes do Instituto de Educação Ivoti e do Centro de Ensino Médio Sinodal. Na Figura 1 temos a realização das diferentes

Fig. 1 – Alunos do Câmpus Canoas participando da modalidade de programação, fases 1 e 2 - níveis 1 e 2, e alunos do Instituto de Educação Ivoti e do Centro de Ensino Médio Sinodal da modalidade de Iniciação, fase 2, níveis 1 e 2 4544

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fases e os alunos participantes.

A MARATOnA DE PROgRAMAçãO A Maratona de Programação também é

um evento da Sociedade Brasileira de Com-putação (SBC) que existe desde o ano de 1996 e, desde o ano de 2006, é realizada em parceria com a Fundação Carlos Chagas. A maratona nasceu das competições regio-nais classificatórias para as finais mundiais do concurso de programação da ACM (As-sociation for Computing Machinery). O ACM International Collegiate Programming Contest (ICPC) é uma competição anual de progra-mação entre universidades do mundo todo. A maratona é parte da regional sul-americana do concurso e destina-se a alunos de cur-sos de graduação e início de pós-graduação na área de computação e afins (ciência da computação, engenharia de computação, sistemas de informação, matemática, etc). A competição promove nos alunos a criativida-de, a capacidade de trabalho em equipe, a busca de novas soluções de software e a ha-bilidade de resolver problemas sob pressão.

A primeira participação do Câmpus Ca-noas na maratona ocorreu em 2014, com os alunos: Kael Fraga, Felipe Dias e Ricardo Silveira, do curso superior de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Na Figura 2, temos os representantes do câm-pus, acompanhados pelo professor Ígor Lo-renzato Almeida, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

CuRSOS DE LógICA DE PROgRAMAçãO E DE LInguAgEM DE PROgRAMA C

Como forma de motivar novos alunos a in-

gressarem na área de informática e atingir a comunidade externa, organizou-se o módulo inicial do curso de Lógica de Programação, sendo este estruturado pelo bolsista de ex-tensão Gabriel Leal. O bolsista se responsabi-lizou pela elaboração do material do curso e pela sua condução, além de participar da se-leção dos alunos que serão convidados para os próximos módulos, a serem realizados em 2015.

O primeiro módulo envolve o ensinar de Lógica de Programação, com exercícios de raciocínio lógico, como o uso da Torre de Ha-nói e do Tangran que, além de serem edu-cativos, trazem momentos de entretenimento ao grupo. O software VisualG, para ensinar Lógica de Programação, também é utilizado, uma vez que objetivamos motivar a partici-pação dos alunos nas Olimpíadas de Progra-mação e, para isso, eles devem estar aptos a desenvolver programas computadorizados. Utilizamos o VisualG para o desenvolvimen-to dos primeiros programas, ainda em por-tuguês estruturado, mas com a possibilida-de de execução, de forma a permitir que o aluno tenha acesso aos resultados gerados. Com isso, aproximamos os alunos a um am-

ígor Lorenzato Almeida é professor de ensino básico, técnico e tecnológico do Câmpus Canoas do IFRS e mestre em ciência da computação.

Patrícia Nogueira Hübler é professora de ensino básico, técnico e tecnológico no Câmpus Canoas do IFRS e doutora em ciência da computação.

Silvia de Castro Bertagnolli é professora de ensino básico, técnico e tecnológico do Câmpus Canoas do IFRS e doutora em ciência da computação.

nOTAProjeto LogiC – O ensinar e o aprender de lógica de programação e sua implementação em Linguagem C com financiamento do CNPq, edital MEC/SETEC/CNPq N º 94/2013; edital PROEX/IFRS nº 277/2013 - Fluxo contínuo 2014; edital PROEX/IFRS nº 278/2013 - Bolsas de Extensão 2014.

Fig. 2 – Alunos do Câmpus Canoas participam da Maratona de Programação em Santa Cruz do Sul

Fig. 3 – Alunos da rede municipal de ensino de Canoas participando das atividades do curso de Lógica de Programação (ministrado pelo bolsista de extensão Gabriel Leal)

biente de programação, o que facilitará a aprendizagem da linguagem de programação C nos próximos módulos do curso. Além da utilização do software para execução dos pri-meiros programas dos alunos em português estruturado, também trabalhamos com pro-blemas de lógica tradicional, obtidos a partir de edições anteriores da Olimpíada Brasileira de Informática, disponibilizados na web, dos níveis de Iniciação. O primeiro módulo do curso, já realizado, possui um total de 10 en-contros, com uma carga horária de 20 horas. Na Figura 3, apresentamos alguns momentos do curso.

Neste contexto, o LogiC, com suas diver-sas atividades, motiva, integra, atrai alunos

do câmpus e da rede municipal de Canoas. Acreditamos que este seja apenas o início de um trabalho que visa atrair profissionais para a área de Informática e incentivar os que já estão nela, a continuarem seus estudos.

AgRADECIMEnTOS

Agradecemos ao CNPq pelo financiamen-to dos notebooks utilizados pelo projeto, prin-cipalmente para o estudo e participação nas olimpíadas, e pela bolsa concedida à coor-denadora do projeto, professora Patrícia No-gueira Hübler. Agradecemos, igualmente, ao IFRS, pelo financiamento da bolsa do aluno Gabriel Leal.

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1. INTRODuÇÃO

O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Bási-ca na Modalidade de Jovens e Adultos (Proe-ja) foi instituído pelo Decreto 5.840, de julho de 2006, pelo governo federal, com o objeti-vo de resgatar jovens e adultos a partir de 18 anos que estão há muito tempo sem estudar devido a vários fatores, entre eles o social. Oportuniza a reincorporação desses brasilei-ros ao sistema educacional de ensino formal, buscando um país mais justo e uma socie-dade mais igualitária de formação integrada dos jovens e adultos ao ensino técnico e na educação básica.

No ano de 2010, no IFRS - Câmpus Rio Grande, surgiu um novo diferencial, a inclu-são de alunos surdos na turma do Proeja. Para nós, professores, foi uma realidade total-mente diferente, acarretando uma adaptação de forma lenta e contínua a esses alunos com deficiência auditiva e aos poucos aprendendo novas formas de interação.

Aplicamos técnicas de memorização, ape-nas por verbalizações sobre o objeto a ser aprendido, de forma mecânica e descontex-tualizada e aos poucos, com o maior contato com alunos surdos, vamos sentindo a neces-sidade de mudar esta realidade com ações pedagógicas que auxiliem no desenvolvimen-to cognitivo desses alunos.

Uma das alternativas foi o uso da inclusão digital. Dentro dessa perspectiva, foi utiliza-da a linguagem de programação LOGO como parte de um projeto de extensão intitulado “Inclusão Digital de Alunos Surdos Usando Software Livre”.

A linguagem de programação LOGO implementa em certos aspectos a filosofia construcionista, segundo a interpretação de

Linguagem de programação LOgO como inclusão digital no ensino de geometria plana com alunos surdos do Proeja

Seymour Papert, cocriador da linguagem junto com Wally Feurzeig. Seymour Papert, matemático, cofundador do Media Lab no Massachusetts Institute of Technology (MIT), trabalhou com Piaget, daí a ideia da filosofia construtivista. É um acordo entre uma língua de programação sequencial com estruturas de bloco e uma língua de programação fun-cional, também conhecida como uma lingua-gem acadêmica.

2. FuNDamENTaÇÃO TEóRICa

O software livre, sem dúvida, foi difundido no mundo todo através da Internet, onde mi-lhares de programadores tiveram acesso ao código fonte destes softwares, em especial ao um sistema operacional livre chamado de Linux, idealizado em 1992 pelo finlandês Li-nus Torvald. Mas antes disto já existiam ferra-mentas educacionais gratuitas e livres, entre elas a linguagem de programação LOGO, ide-alizada na década de 60. Foi criada em 1967 no Bolt, Beranek e Newmanem (BBN) Boston EUA, e desenvolvida no Massachusetts Insti-tute of Technology (MIT), Boston E.U.A., por Wally Feurzeig e por Seymour Papert. O ter-mo LOGO foi escolhido como referência a sua significação grega: pensamento, raciocínio e discurso. Suas raízes estão na inteligência artificial, na lógica matemática e no psicoló-gico.

Papert propôs o LOGO como uma lin-guagem de programação fundamentada no construtivismo de Piaget, com quem traba-lhou por muitos anos. Durante alguns anos, se apresentou como uma das poucas ferra-mentas computacionais, se não a única, que tinha como concepção pedagógica que “só se aprende fazendo, experimentando, inves-tigando”. No geral os programas disponíveis eram do tipo “instrução assistida por com-putador”. Nos dias de hoje almeja-se uma mudança de paradigma para a educação é

então necessário ser crítico e cuidadoso nes-te processo de uso da informática, pois, por si só, não garante mudança e muitas vezes pode ser enganado pelo visual atrativo dos re-cursos tecnológicos que são oferecidos, mas os quais simplesmente reforçam as mesmas características do modelo de escola que privi-legia a transmissão do conhecimento.

Alguns autores, como Valente (1992), di-zem que computador como ferramenta edu-cacional constitui uma das maiores fontes de mudança do ensino e do processo de mani-pular informação, enquanto que as aborda-gens de instruções auxiliadas por computador podem ser caracterizadas como uma tenta-tiva de computadorizar o ensino tradicional. Em contrapartida, Brandão (1994) diz que a presença maciça de computadores na so-ciedade representa uma realidade e, em mui-tos casos, parece se justificar nas enormes promessas de mudanças que tais instrumen-tos propõem à sociedade. No entanto, não devemos esquecer que a informática não é, se não, um recurso instrumental à nossa dis-posição e, como tal, para podermos usufruir plenamente de suas capacidades inovadoras devemos conhecer suas potencialidades, as-sim como os seus limites.

Para Valente (1998), do ponto de vista te-órico, o professor deve conhecer os diferentes aspectos das teorias que enfatizam a constru-ção do conhecimento, como Piaget, Papert, Vygotsky e Freire.

Segundo Freire (1997), “educador e edu-candos (lideranças e massas), cointenciona-dos a realidade, se encontram numa tarefa em que ambos são sujeitos no ato, não só de desvendá-los, e assim criticamente conhecê--la, mas também no de recriar este conheci-mento”.

3. mETODOLOGIa E aVaLIaÇÃO

O trabalho foi desenvolvido em base bi-bliográfica, selecionando da literatura as con-tribuições das tecnologias, com um embasa-mento teórico das teorias de ensino e suas tendências com o uso da informatização.

Foi utilizada a Linguagem de Programação LOGO, aplicáveis no ensino da matemática, em especial na parte de geometria plana, no laboratório de informática do Instituto Fede-ral de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Câmpus Rio Grande, com cinco alunos Surdos do Proeja, sendo um aluno por computador e um intérprete de Libras para fazer a tradução da linguagem de sinais.

Neste pequeno minicurso de oito horas fo-ram dadas as seguintes atividades:

n Revisão de conteúdos básicos como:n Noções de ângulos; e n Noções de figuras geométricas planas, logo após foram desenvolvidas as seguintes ativi-dades usando a linguagem de programação LOGO.

Algumas das aplicações do LOGO realizadas.a) Desenhe um quadrado de lado 400; aprenda quadradoPf 400 pd 90 Pf 400 pd 90 Pf 400 pd 90 Pf 400 fim

b) Desenhe um retângulo de lados 150 e 300;aprenda retângulo mudeel [5 5] mudecl 5

pf 150 pd 90 pf 300 pd 90 pf 150 pd 90 pf 300 fim

c) Desenhe um triângulo equilátero de lado 300 (triângulos que possuem os 3 lados iguais);aprenda equiláteromudeel [3 3] pd 30 pf 300 pd 120 pf 300 pd

120 pf 300 dt fim

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Comentários: Para desenhar o quadra-do, a tartaruga precisa girar o ângulo de 90 graus. Mas, a tartaruga executou exatamente o que foi digitado pelo sujeito. Diante do re-sultado na tela, o sujeito pode rever e refletir na sua descrição (ação pensamento) e, segui-damente, modificá-la em busca do resultado desejado. Neste processo de ensinar a tar-taruga a desenhar uma determinada figura, como no exemplo a figura de um quadrado, o sujeito acaba descrevendo, por tentativa, intuitivamente ou não, as propriedades da fi-gura geométrica.

O mais importante é que o sujeito vai construindo esta descrição no processo de fa-zer. Neste processo, o sujeito coloca em ação suas hipóteses acerca de um determinado conhecimento e, por meio do feedback do computador, pode constatar, refletir e modifi-car seu pensamento - ação realizando o ciclo descrição - execução - reflexão - depuração – descrição. Nesta situação de aprendizagem, o sujeito explora vários conceitos, tais como: noções espaciais, sequência, números em relação a distância e ao giro, estimativa, re-versibilidade, operações aritméticas (adição e subtração) e geometria.

3.1 aVaLIaÇÃO DOS RESuLTaDOS

Os resultados com este curso foram: pro-porcionar uma pequena inclusão social e digi-tal usando a linguagem de programação LOGO para alunos surdos, bem como promover e fomentar discussões na comunidade sobre a realidade dos surdos brasileiros e os desafios para seu acesso aos atuais recursos tecnológi-cos, fazendo isso de forma consciente e crítica em relação às dificuldades que os deficientes, de uma maneira geral, têm em relação às bar-reiras encontradas, tanto pelas práticas educa-cionais vigentes, como pela própria discrimi-nação que sofrem de um modo geral.

4. CONCLuSÃO

Um ambiente de aprendizagem que uti-liza a Linguagem LOGO é um ambiente de colaboração em que o professor aprende en-quanto ensina e dá oportunidades para que o aluno descubra enquanto aprende. O LOGO proporciona a oportunidade de aprender fa-zendo, resolvendo problemas, identificando o “erro” e corrigindo.

A linguagem LOGO, para mim, representa alegria de descobrir o novo, novas possibili-dades de tornar as aulas menos monótonas e mais interessantes, o que parece ser simples e banal, na realidade se torna uma ferramen-ta muito interessante em que o aluno tem que usar vários pré requesitos para realizar uma atividade. Como exemplo que foi dado aos alunos surdos, no caso do triângulo equiláte-ro, o aluno deve saber o que é um triângulo equilátero, ter noções de ângulos, o que leva a várias tentativas até completar a atividade, descrevendo o ciclo descrição - execução - re-flexão - depuração – descrição.

Como considerações finais sobre a expe-riência de trabalhar com alunos surdos, é possível dizer que é muito gratificante, pois é mundo diferente, e que deve ser dado as mesmas oportunidades para que haja, de fato, uma inclusão social e digital destes ci-dadãos brasileiros que, no passado, foram es-quecidos por governos ou familiares e agora estão tendo oportunidades iguais aos outros cidadãos Brasileiros.

5. REFERÊNCIaS BIBLIOGRáFICaS

BRANDÃO, Edemilson J. R. Informática e Educação: uma difícil aliança. Passo Fundo: Faculdade de Educação, 1994.PAPERT, Seymour. ‘A máquina das Crianças - Repensando a Escola na Era da Informática’. Porto Alegre. Editora Artes Médicas, 1994.VALENTE, J. A. ‘Computadores e Conheci-mento: repensando a educação. Campinas: UNICAMP, 1993.

Bolivar urruth é professor do Câmpus Rio Grande do IFRS, licenciatura plena em Matemática FURG-RS e mestre em Ciência da Computação pela UFSC.

nOTAFonte de financiamento: PROEXT 2011, como parte do programa “Desenvolvimento e Aplicação de Tec-nologia Social e Assistiva com o Uso da Informática e do Geoprocessamento”.

Ramesses augusto Serra munhoz Aline Cardoso de Oliveira Macedo Rossana Dutra Tasso

COMO InCEnTIVAR O gOSTO PELA LEITuRA?

O IFSOFIA foi inspirado pelo IFSOPHIA--PR, criado pelo professor Alan Rodrigo Pa-dilha, que cedeu o nome ao nosso projeto de Extensão de Filosofia, o qual se formou, como iniciativa do Prof. Onorato Fagherazzi (que passou a estar lotado, desde julho de 2014, no IFRS – Câmpus Bento Gonçalves), a partir de debates entre professores e alunos sobre haver um espaço adicional de estudos e de reflexões filosóficas, pois notávamos difi-culdades na inclusão de leituras de clássicos da Filosofia e da Literatura dentro do “con-densado” programa dessas disciplinas, que têm uma carga horária menor frente a outras de cunho técnico, nos cursos da modalidade Integrado.

Desde 2013, o IFSOFIA está ativo no IFRS. Trata-se de um projeto de Extensão desenvolvido no Câmpus Rio Grande. Vem ganhando espaço a cada dia, à medida que

Leitura crítica e interdisciplinar: como está avançando o Projeto IFSOFIA

os estudantes têm interesse no objetivo prin-cipal do projeto, a saber: criar novos leitores capazes de absorver o conteúdo de livros que vão além dos best-sellers e, além disso, aptos a questionar e refletir. Para absorver conheci-mento dos livros, existem métodos e técnicas, a fim de que seja retirado do texto não só o que está explicitamente posto, mas também o contexto histórico, os aspectos concernen-tes ao processo de escrita empreendido pelo autor e, principalmente, as verdades que não estão contidas unicamente em uma ou outra disciplina. Para cada pessoa há um objetivo diferente quanto ao ato de ler, bem como uma estratégia que seja mais apropriada para cada finalidade. Logo, a escolha a respeito do modo como realizar a leitura é uma decisão íntima do leitor - e, para decidir, é preciso simplesmente...ler! Porém, não apenas a lei-tura vai trazer ao sujeito que lê todo o co-nhecimento que busca; é necessário, então, questionar o que foi lido e sobre ele refletir. Por isso é que John Locke diz: “ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que lemos” (2014). E o papel do Projeto IFSOFIA é justamente o de fomentar essa leitura crítica, leitura que promova a mudança.

Palestra com Paula Henning e Arisson Vinícius Gonçalves sobre os 30 anos da morte de Michel Foucault

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Toda a perspectiva de mudança da so-ciedade vem da leitura e do senso crítico - desenvolvido a partir de debates que só são possíveis através do conhecimento obtido a partir dos livros - e da aplicação prática e conjunta de ambos. Com o IFSOFIA, o ato de ler é, certamente, potencializado dentro do Câmpus Rio Grande. E é por causa da de-dicação de cada participante - desde o nosso grupo, responsável pelo projeto, até os ins-critos que não pertencem ao IFRS - ao ler, debater e divulgar a iniciativa do projeto é que este tem crescido e, hoje, conta com 140 membros vinculados a ele.

Todos os participantes demonstram ter plena consciência da importância da leitura crítico-compreensiva. E isso leva o grupo a aprimorar continuamente o IFSOFIA, para que aqueles que acompanham ativamente o projeto mantenham-se sempre evoluindo literariamente. Assim, a cada ano são trazi-dos quatro palestrantes para falar aos leitores sobre Filosofia, Literatura, Matemática e Ci-ência. Nossa equipe do IFSOFIA busca textos que levem à reflexão e procura palestrantes que se disponham a tentar estabelecer uma relação interdisciplinar entre uma obra ou um escritor e entre temas relevantes, tanto no passado quanto na atualidade. Os textos es-colhidos são disponibilizados via e-mail para os participantes inscritos, com antecedência, para que estes realizem a leitura e preparem--se para fazer perguntas e comentários du-rante a palestra. Além disso, é preciso que eles produzam um pequeno resumo sobre o material lido e entreguem-no à nossa equipe no decorrer de cada evento.

No ano de 2014, duas palestras já ocor-reram. A primeira teve como tema principal os 30 anos da morte de Michel Foucault. O encontro começou com uma apresentação musical do aluno Ramesses Munhoz, do Cur-so Técnico Integrado de Informática para In-ternet, e da ex-aluna Ana Clara Lamonaca, em que ambos tocaram violão e cantaram. As explanações ficaram a cargo da Drª. Paula Henning e do Me. Arisson Vinícius Gonçal-ves, que fizeram o público entender o modo de pensar único e genial de Foucault. O de-

bate depois das falas foi longo, evidenciando o interesse de todos os participantes - nessa ocasião, pouco mais de 80 - acerca do tema.

A segunda palestra foi proferida pelo PhD. Mauro Nicola Póvoas e teve como base o li-vro “Noite”, de Erico Verissimo. A abertura do evento coube à violonista Suzielli Mendonça, que trouxe temas gaúchos e argentinos para fazer relação com o autor homenageado pelo encontro. Após, o professor Dr. Stefan Bonow - do próprio IFRS - Câmpus Rio Grande - pro-feriu um pequeno testemunho acerca de sua experiência como leitor de Verissimo, ressal-tando a importância da obra “Incidente em Antares” na construção de sua própria histó-ria de vida. Em seguida, a biografia e as prin-cipais obras de Verissimo foram apresentadas ao público por meio de slides e, depois, o professor Mauro pôde trazer aos ouvintes al-gumas possibilidades de compreensão acerca da narrativa “Noite”, além de mostrar a re-lação desse livro tão curioso com as demais obras do autor. Em seguida, instauraram-se as discussões, e os ouvintes também pas-saram a contribuir, expondo o que puderam absorver da obra e a percepção que tiveram dos personagens, do contexto e dos eventos descritos no livro. Nessa ocasião, cerca de 40 pessoas estiveram presentes.

A partir dos dados obtidos com relação ao número de pessoas inscritas e sua partici-pação nos eventos, constatamos que, desde 2013, o projeto tem crescido e ganhado es-paço dentro do Câmpus Rio Grande. Exem-plo disso foi a mudança do local onde eram realizados os encontros, do Miniauditório para o Anfiteatro Earle Barros, para que pu-déssemos comportar confortavelmente mais participantes. Além disso, o projeto conta, atualmente, com 100 inscritos vinculados ao IFRS - Câmpus Rio Grande e 40 pertencentes à comunidade externa - entre os quais há, in-clusive, pessoas que não são do município do Rio Grande. Na edição de 2014, serão pre-miados os melhores resumos entregues pelos participantes. A premiação consta de uma camiseta alusiva ao projeto e de um exemplar do livro sobre Filosofia da Ciência, organizado pela equipe do IFSOFIA em 2013.

Palestra com Mauro Nicola Póvoas e Stefan Bono

Participantes do IFSOFIA 2014

ALINE MACEDO

ALINE MACEDO

Dessa forma, esperamos que o IFSOFIA continue se desenvolvendo e ganhando ainda mais espaço dentro e fora do IFRS - Câmpus Rio Grande, a fim de incentivar a leitura e a busca de conhecimento, proporcionando au-tocrescimento a todos os envolvidos.

REFERÊnCIAS

LOCKE, John. Frases. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/NTA4NA>. Aces-so em: 31 de agosto de 2014.

Ramesses augusto Serra munhoz é estudante do curso Técnico em Informática para Internet do Câmpus Rio Grande do IFRS, bolsista de Extensão.

Aline Cardoso de Oliveira Macedo é docente do Câmpus Rio Grande do IFRS, doutoranda do PPGEC--FURG e mestre em Engenharia Oceânica (FURG).

Rossana Dutra Tasso é docente do Câmpus Rio Grande do IFRS, mestre em Estudos da Linguagem (UFRGS).

nOTAEdital PROEX/IFRS nº 277/2013 - Fluxo Contínuo 2014.

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“aGITamOS” PORquE...

Estamos diante de uma situação delicada no que se refere ao ambiente, à sociedade e às diversas culturas do nosso planeta. Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgo-tamento dos recursos e uma massiva extin-ção de espécies.

“Agitando” comunidades em situação de vulnerabilidade socioambiental

As causas primárias de problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e ambiental e da violência podem ser identi-ficadas no modelo de civilização dominante, que se baseia em superprodução e supercon-sumo para uns e em subconsumo e falta de condições para produzir por parte da grande maioria. Assim, a solidariedade é substituída pelo interesse pessoal e a cultura por bens capitais.

Consequentemente, aumentam a injusti-ça, a pobreza, os conflitos violentos, causas de grande sofrimento e que tornam nosso planeta cada vez mais desigual. Desigualda-

Imagens das comunidades situadas no entorno do Arroio Cavalhada, no Bairro Cristal de Porto Alegre

de, esta, sustentada a partir das diferenças de gênero e de raça, de uma sociedade não inclusiva, da má distribuição de renda – com todas as consequências resultantes – e da exploração e má inter-relação com o meio ambiente.

QuEM “AgITA”

Diante do cenário exposto, este trabalho relata as experiências vivenciadas no desen-volvimento do Programa Agita – Ações em Gênero, Inclusão, Território e Ambiente, que tem por objetivo desenvolver ações socioe-ducativas com o intuito de colaborar para a redução das desigualdades sociais, mediante o desenvolvimento da pesquisa-ação parti-cipante no campo ambiental e utilizando a Educação Ambienta (EA) crítica, transforma-dora e emancipatória como instrumento de reflexão e empoderamento.

O Programa Agita conta com financiamen-to contemplado por meio do Edital Proext 2014 MEC/SESu e é desenvolvido pelo Grupo PET/Conexões – Gestão Ambiental do Câm-pus Porto Alegre do IFRS,em parceria com o Programa Integrado SocioAmbiental (Pisa), da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

O Grupo PET, como Programa de Educa-ção Tutorial (MEC/SESu, Secadi), é desenvol-vido no âmbito do Câmpus Porto Alegre do IFRS, através de um grupo formado por até 12 alunos bolsistas dos cursos superiores de Tecnologia em Gestão Ambiental e Licencia-tura em Ciências da Natureza, tutorado pelo princípio da indissociabilidade ensino, pes-quisa e extensão. A modalidade PET-Cone-xões prevê a inserção dos bolsistas em ações voltadas as comunidades em situação de vulnerabilidade social. Deste modo, o grupo vem aumentando sua expertise em projetos de educação socioambiental em comunida-des com situação de vulnerabilidade social e em escolas do município.

O Pisa, por sua vez, trabalha com o re-assentamento de aproximadamente 1680 famílias que residem nas margens do Arroio Cavalhada na zona sul de Porto Alegre, me-diante financiamento do Banco Interamerica-no de Desenvolvimento (BID). A remoção de famílias e atividades econômicas existentes abrange sete comunidades que vivem em situação de informalidade de ocupação, e é necessária para realização das obras de obras de drenagem e revitalização do Arroio Cava-lhada. Em decorrência do trabalho social de acompanhamento das famílias alvo deste programa habitacional, a equipe de trabalho busca a realização de atividades em quatro frentes específicas: acompanhamento do pro-

cesso de remoção, mobilização e organização da comunidade, desenvolvimento socioeco-nômico e educação ambiental.

Assim, somando as forças entre petianos, parceria com o Pisa e, ainda, os bolsistas do próprio programa, o Agita vem desenvolven-do ações de Educação Ambiental por meio de três frentes:

n EA formal: desenvolvida na Escola Estadu-al de Ensino Fundamental Rafael Pinto Ban-deira, localizada no Bairro Cristal de Porto Alegre;n EA não-formal: desenvolvida com as comu -nidades em situação de vulnerabilidade so-cioambiental localizadas no entorno do Arroio Cavalhada, Bairro Cristal, na Zona Sul de Porto Alegre;n EA inclusiva: desenvolvimento de ações educativas em acessibilidade na Unidade de Conservação Parque Natural Morro do Osso, localizada no Bairro Ipanema, na Zona Sul de Porto Alegre.

Além disso, com a implantação do Progra-ma Mulheres Mil do Ministério da Educação no Câmpus Porto Alegre, o Agita prevê a inte-gração com o programa através da oferta de 25% das vagas do câmpus para atendimento às mulheres das comunidades no Bairro Cris-tal. Com isto, espera-se promover a inclusão social das mulheres da comunidade, median-te uma formação focada na autonomia e na criação de alternativas para a inserção no mundo do trabalho, além de contribuir para a superação das desigualdades de gênero.

QuEM “AgITAMOS”

O Programa Agita, tendo em vista a parce-ria com o Pisa, atua diretamente nas comu-nidades em situação de vulnerabilidade so-cioambiental localizadas no entorno do Arroio Cavalhada, no Bairro Cristal, bairro da Zona Sul de Porto Alegre, distribuídas da seguinte forma: Vila Icaraí I (355 famílias),Vila Nos-sa Senhora das Graças (544 famílias),Vila Hípica (121 famílias),Vila Ângelo Corso (86 famílias),Vila Barbosa Neto (44 famílias) e Vila Campos Velho (12 famílias).

Deste universo, a população que habita as margens do arroio, notadamente ao longo do traçado viário projetado, entre as avenidas Diário de Notícias e Cavalhada, possui um extremo grau de carência, apresentando con-dições precárias de moradia (tanto no que se refere ao local de risco, quanto às condições de habitabilidade) e de vida. O Arroio Cava-lhada atravessa o Bairro Cristal e nas suas margens estão assentadas inúmeras vilas e 5554

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núcleos irregulares que apresentam elevado grau de risco.

Localizada no Bairro Cristal, a comunida-de da Escola Estadual de Ensino Fundamen-tal Rafael Pinto Bandeira também faz parte do público atendido pelo Agita. Com cerca de 1100 alunos em três turnos, oferece os cursos de Educação Infantil, Ensino Funda-mental e EJA de Ensino Fundamental, sendo que um bom número de alunos é oriundo das comunidades descritas anteriormente.

Por fim, por meio de ações de acessibili-dade realizadas na Unidade de Conservação Parque Natural Morro do Osso, o programa inclui em seu público pessoas com defici-ência, mediante o desenvolvimento de uma proposta de acessibilidade, atendendo indi-retamente também os moradores da comuni-dade do Bairro Cristal, devido à proximidade do parque.

COMO “AgITAMOS”

Em uma primeira etapa do programa, foram realizadas reuniões periódicas com a equipe do Pisa, lideranças comunitárias, dire-tores e professores das escolas localizadas no

bairro – e principalmente da E.E.E.F. Rafael Pinto Bandeira – e gestores do Parque Natu-ral Morro do Osso.

Partindo-se das discussões realizadas nestas reuniões e ouvindo os diferentes ato-res sociais envolvidos no programa, além das informações obtidas mediante a aplicação de um diagnóstico socioambiental, foram pla-nejadas uma série de ações extensionistas visando o atendimento dos objetivos do pro-grama, descritas a seguir.

n Clube do Meio Ambiente: Projeto (40h) com o objetivo de desenvolver EA na EEEF Rafael Pinto Bandeira, atuando diretamente com 35 alunos do 3º e 5º anos da escola.n Curso de Formação de Educadores em Educação Ambiental: Curso (12h) com ob-jetivo de auxiliar educadores da instituição Casa de Nazaré – Centro de Apoio ao Menor no desenvolvimento de atividades relaciona-das à EA.n Memória e História: Projeto (40h) cujo objetivo é recuperar a memória e história das comunidades atendidas pelo programa, resul-tando na organização de uma exposição local.n Georreferenciamento de transferências:

Ações de EA desenvolvidas na EEEF Rafael Pinto Bandeira

um acompanhamento de comunidades do Bairro Cristal: Projeto (60h) de acompanha-mento da transferência dos moradores do Bairro Cristal contemplado pelo PISA, através de um mapeamento.n Introdução ao Cooperativismo:Curso (16h) com intuito de proporcionar conheci-mento e motivação necessários para a cria-ção de empreendimentos como forma de geração de renda, orientar os moradores das comunidades do Bairro Cristal e promover o desenvolvimento socioeducativo.n Arte Sustentável: Curso (28h) visando conscientizar o público, por meio de oficinas de materiais reutilizáveis, sobre a importân-cia de se reaproveitar resíduos sólidos.n Composteira Doméstica: Projeto cujo objetivo é alcançar uma produtividade de compostos orgânicos, fazendo uso desta pro-dução em hortas comunitárias. Além disso, os moradores envolvidos na produção podem usá-la como renda familiar.n Horta Comunitária: Projeto para constru-ção, juntamente com aos moradores das comu-nidades do Cristal, de uma horta comunitária.n Revitalização da Praça: Desenvolvimento de ações voltadas à utilização da praça exis-tente no Bairro Cristal enquanto espaço co-munitário.n Lar + Natural: economia, ecologia, sus-tentabilidade e sustentabilidade dentro do nosso lar: Projeto visando o compartilhamen-to de boas práticas de economia doméstica, as quais, além de diminuir gastos, ajudam a conservar e proteger o meio ambiente por meio do consumo consciente e de atitudes

sustentáveis.n Programa Mulheres Mil: Parceria com o Programa Mulheres Mil no Câmpus Porto Alegre, por meio da qual matriculou-se 46 mulheres nos curso de Cuidador de Idoso e Cuidador Infantil, todas oriundas das comuni-dades do Bairro Cristal de Porto Alegre.

E a “aGITaÇÃO” CONTINua...

Uma proposta de continuidade do Agita foi submetida ao Edital Proext 2015 MEC/SESu, tendo sido contemplada e, inclusive, com excelente posição. Dessa forma, o pro-grama demonstra sua sustentabilidade e as ações de Educação Ambiental continuarão sendo desenvolvidas até o final de 2016, com enfoque direcionado aos jovens em situ-ação de vulnerabilidade socioambiental.

quEm SE BENEFICIa...

Atualmente com 16 bolsistas envolvidos e três professores diretamente dedicados ao programa (Cibele Schwanke, Maria Cristina Caminha de Castilhos França e Simone Ka-pusta), considera-se que o desenvolvimento das ações do Agita oportunizam benefícios mútuos à comunidade do IFRS e à socie-dade, através da troca de saberes, reflexão constante de práticas pedagógicas, apren-dizagem autônoma, cidadã, significativa e interdisciplinar aos discentes, auxílio na implementação de políticas públicas e aten-dimento a demandas socioambientais emer-gentes.

Ivan Francisco Diehl é graduando do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza e bolsista PET/Conexões (MEC/SESu; SECADi).

Betina ahlert é mestre em Serviço Social e estatutária da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Cibele Schwanke é professora doutora no Câmpus Porto Alegre do IFRS, Tutora PET (MEC/SESu, SECADi), Coordenadora do Programa AGITA (PROEXT 2014 – MEC/SESu).

nOTAPrograma de Extensão AGITA- Ações em Gênero, Inclusão, Território e Ambiente, financiado pelo Edital PROEXT 2014 – MEC/SESu.

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A alimentação é essencial na vida do ser humano. Por este motivo surgiu o Pro-jeto de Panificação Inclusiva, o qual

busca mostrar que ter uma alimentação sau-dável traz benefícios à saúde. O pão é apre-ciado pela maioria das pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, no entanto, parte da população vem evitando seu consu-mo e de outros produtos de panificação, ricos em açúcar e gordura, como os bolos e biscoi-tos, pelo risco de causarem problemas para a saúde dos consumidores, aumentando as taxas de colesterol e triglicerídeos no sangue.

Os produtos de panificação, pelas carac-terísticas de sua composição, não podem ser designados como de baixo valor calórico. De modo geral, são ricos em carboidratos (o ami-do presente na farinha de trigo, outras féculas ou amidos, açúcares – sacarose, mel, xaro-pe de glucose), em lipídios (óleos, gorduras, ovos, leite integral) e em proteínas (glúten da farinha, proteínas do leite, queijos e ovos), apresentando, com exceção dos produtos integrais, pequena quantidade de fibras (BE-NASSI; WATANABE; LOBO, 2001).

Diante disso, a busca por uma alimenta-ção saudável vem crescendo continuamente e a venda de produtos saudáveis, como ali-mentos diet, light, sem glúten ou lactose e produtos orgânicos cresceu 82% nos últimos cinco anos (FURLANETTO, 2013).

Dessa forma, esta ação extensionista foi desenvolvida com o apoio do Núcleo de Aten-dimento a Pessoas com Necessidades Espe-cíficas (NAPNE), o qual tem como objetivo a inclusão social de pessoas com necessidades educacionais especiais (PNEEs), através da tecnologia, educação e profissionalização.

O objeto de trabalho relacionado a esta ação é propiciar a conscientização quanto à importância de uma boa alimentação em prol da saúde, através da integração da comuni-dade do Câmpus Osório com a comunidade externa. Este trabalho tem por finalidade re-fletir sobre a inclusão e a capacidade de acei-tação da alimentação saudável na vida das pessoas. Assim sendo, este projeto tem como

Panificação Inclusivaobjetivo a realização de oficinas que estimu-lem o interesse das pessoas em elaborarem seus próprios alimentos de uma maneira mais saudável.

As oficinas que o projeto vem realizan-do são feitas junto a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Osório. A Apae trabalha com pessoas que possuem deficiência intelectual, múltipla ou síndromes associadas, constituindo-se no maior movi-mento de caráter filantrópico do país o qual atua na defesa de direitos e prestação de ser-viços com a finalidade de proporcionar quali-dade de vida, promoção e inclusão social da pessoa com deficiência. Além do atendimen-to educacional que objetiva o progresso glo-bal do aluno nas áreas do conhecimento e do desenvolvimento, a Apae também é assistida com o serviço de assistência social, e uma equipe multiprofissional composta por neu-rologista, pediatra, dentista, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga e fisiotera-peuta, os quais são preparados para atender as necessidades específicas das pessoas com deficiência (APAE, 2009).

Essa ação de extensão é baseada em ofi-cinas para a troca de saberes dos alunos bol-sistas e voluntários do Câmpus Osório com os alunos da Apae. As receitas são apresentadas de acordo com o público atendido, podendo ser apenas descritas ou em forma de dese-nhos.

Através das oficinas acima citadas, pro-cura-se procurou-se promover o comparti-lhamento de saberes, fazeres e atividades com os alunos da turma “Preparação para o trabalho” da Apae - Osório. As atividades e formulações propostas nas oficinas vêm de uma pesquisa baseada nas necessidades ex-pressadas pelos próprios alunos. As ações da panificação inclusiva são desenvolvidas uma vez ao mês na Apae-Osório e no IFRS - Câm-pus Osório do IFRS. Essas oficinas são o elo de integração dos alunos do câmpus Osório com alunos portadores de necessidades edu-cacionais específicas da Apae.

O projeto procura transformar as ideias sobre produção de alimentos trazidos pelos alunos bem como seus interesses expressos através da comunicação oral em alimentos mais saudáveis e que eles próprios possam produzir. Ao grupo cabe a tarefa de substi-tuir os ingredientes mais nocivos à saúde por similares com maior valor nutricional. Por exemplo, as receitas trabalhadas pelo grupo Figura 1 - Receita do bolo de cenoura

procuram substituir o açúcar cristal pelo açú-car mascavo, pois o cristal passa por mais processamentos para que o mesmo possua o aspecto branco. Outro exemplo são as fari-nhas branca e integral, onde a farinha bran-ca segue a linha do açúcar cristal, passando por um número maior de processos. Dessa forma, a farinha branca perde propriedades como a fibra, por exemplo. Segundo a pesqui-sa IBGE 2008/2009, 68% da população não ingere a quantidade ideal de fibras e, uma vez que a farinha branca possui 6% de fibras alimentares e a farinha integral contém 24% delas, podemos concluir que a farinha inte-gral deveria ser mais utilizada que a branca.

Depois que as formulações propostas são reformuladas conforme a necessidade apre-sentada, são pesquisadas imagens repre-sentativas de cada insumo e sua quantidade para ajudar a simbolizar os insumos utiliza-dos para os alunos citados, juntamente com a mesma formulação escrita e seu custo de produção (Figura 1). Essa ferramenta gráfica é utilizada, pois a maior parte da turma não está alfabetizada.

O custo de produção foi uma proposta feita pelos próprios alunos da Apae, que pe-diram para que existisse esse cálculo e que fosse introduzido no projeto, uma vez que ti-nham a intenção de produzir as formulações propostas para a venda pessoal e com a tur-ma. As atividades citadas acima são conduzi-das pelos alunos do projeto e supervisionadas pela professora da turma e pela orientadora do projeto (Figura 2). Na produção, os alu-nos desenvolvem suas habilidades motoras, tanto a ampla quanto a fina, como a produ-ção dos alimentos que necessitam de mo-deração da força e/ ou coordenação motora que envolva os pequenos músculos do corpo. Em determinadas formulações, é necessário

Figura 2 - Oficinas desenvolvidas na APAE

enrolar bolinhas na palma da mão, abrir a massa com rolo de cozinha, bater ovos, sovar a massa e isso estimula a motricidade e con-centração. Ressalta-se que entre os alunos da Apae participantes desse projeto há diversas necessidades específicas, como por exemplo, Síndrome de Down, atrasos cognitivos e pa-ralisia cerebral. Embora os alunos tenham di-ficuldades, todos são capazes de desenvolver diferentes aprendizados acerca do objetivo do projeto.

Através das oficinas da Apae (Figura 2) foi possível vivenciar diversos progressos dos alunos. Um deles trouxe para a orientadora do projeto uma receita de bolo, de forma se-melhante como as receitas são passadas aos mesmos. Pode-se então, inferir que o pro-cesso de aprendizagem está sendo atingido. Além disso, eles sugerem e discutem receitas com o grupo trocando vivências e saberes.

O projeto é uma parceria entre pesquisa, ensino e extensão que ajuda os estudantes a expandirem e adquirirem novos conhecimen-tos na área de alimentação e inclusão. Com os alunos da Apae, os resultados se apresen-tam de forma diferente: segundo a professo-ra, eles estão mais atentos, mais focados e com melhor desempenho em sala de aula. Nas oficinas, eles aumentaram a receptivida-de, a curiosidade, e principalmente o com-prometimento com o projeto. Nota-se que, embora haja uma diferença de aprendizado entre os alunos da Apae, os mesmos traba-lham de forma coletiva e que, conforme o andamento do projeto, isso vem melhorando gradativamente.

Com as atividades ainda em andamento, o projeto tende a se expandir cada vez mais. Um exercício proposto para o final do proje-to é a finalização de um caderno de receitas montado pelos próprios alunos da Apae a cada oficina, contendo seus relatos de experi-ência, juntamente com as formulações rece-bidas e sua customização pessoal.

Segundo Werneck (1999) apud Dellani e Moraes (2012) somente com o acolhimento da diversidade nos diferentes tipos de ativida- 5958

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des e nas diversas redes de relacionamentos poderá “estrutura-se para atender às neces-sidades de cada cidadão, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos marginaliza-dos”. A partir do relato, pode-se verificar que a inclusão social é de grande importância na sociedade, pois somente a partir da inclusão é que poderemos acolher a diversidade em qualquer situação.

REFERÊnCIAS

APAE. O que é a apae e em que consiste seu trabalho? (2009). Disponível em: <http://www.cascavel.apaebrasil.org.br/noticia.phtml/24541>. Acesso em: 10 jul. 2014.BENASSI, V.T.; WATANABE, E.; LOBO, A.R.

Produtos de panificação com conteúdo calóri-co Reduzido. B.CEPPA, Curitiba, v. 19, n. 2, p. 225-242, jan./jun, 2001. Disponível em: <http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstre-am/doc/414062/1/2001032.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2014.DELLANI, M.P.; MORAES, D.N.M. Inclusão: caminhos, encontros e descobertas. Revista de educação ideal, v.7, n.15, Janeiro-Junho, 2012. Disponível em: <http://www.ideau.com.br/bage/upload/artigos/art_172.pdf>.Acesso em: 10 jul. 2014.FURLANETTO, R. O que são alimentos inte-grais? Super Interessante, n.185, fev. 2013. Disponível em: <http://super.abril.com.br/saude/sao-alimentos-integrais-443663.shtml>. Acesso em: 10 jul. 2014.

Flávia Santos Twardowski Pinto é Doutora em Engenharia de Produção, Câmpus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Coordenadora da Ação de Extensão.

ana Paula Wagner Steinmetz, Luiz Ricardo Calmon e Rafaela Silveira Carniel são estudantes do Curso Técnico Integrado em Administração do Câmpus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-nologia do Rio Grande do Sul.

Luiza de Souza Ferreira é estudante do Curso Técnico Integrado em Informática do Câmpus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.

Simone xavier é estudante do Curso Técnico Subsequente em Administração do Câmpus Osório do Insti-tuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.

nOTAAção desenvolvida com o auxílio do Edital PROEX/IFRS nº 278/2013.

Catia Santin ZanchettMonalise Marcante MeregalliCelso Antonio Dors

A educação está inserida no âmbito da cultura, não se restringindo à escola-rização. Nesse sentido, o tradiciona-

lismo como movimento cultural organizado possui dimensões educacionais perceptíveis nas suas representações. O projeto de ex-tensão “Educação e Tradição: Lado a Lado pelo Rio Grande”, coordenado pelo professor Celso Antonio Dors, surgiu a partir da paixão pelo tradicionalismo de muitos servidores do Câmpus Erechim, e tem como objetivo a pro-moção da cultura gaúcha através de ações que proporcionem um maior conhecimento sobre os costumes do povo gaúcho, tais como a dança, música, culinária e indumentária. O projeto tem como tema central valorizar a tradição gaúcha, buscando na instituição um espaço para preservá-la e vivenciá-la.

Projeto de Extensão “Educação e Tradição: Lado a Lado pelo Rio Grande”

Formatura do Curso de Danças

CuRSO DE DAnçAS gAúChAS

As danças gaúchas são uma das mais fortes características do nosso povo. É atra-vés da dança que o gaúcho se expressa e demonstra o amor por sua terra desde os tempos mais antigos, nos fandangos que atravessam séculos de história. Dentro des-se contexto, o projeto de extensão “Educa-ção e Tradição: Lado a Lado pelo Rio Gran-de” promoveu entre os dias 20 de julho e 06 de setembro de 2014 o Curso de Danças Gaúchas de Salão. O curso teve a participa-ção de 30 casais entre servidores, alunos e comunidade externa.

No dia 06 de setembro foi realizado o jan-tar baile de formatura dos casais que partici-param das aulas, ministradas pela servidora e integrante do projeto Monalise Marcante Meregalli e seu esposo Neomar Meregalli, onde abordaram os ritmos de danças gaú-chas: vaneira, vaneirão, chote, bugio, valsa, rancheira, chamamé e milonga.

JOSÉ MARTINS

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A formatura foi realizada no CTG Espora de Prata de Erechim/RS, contando com a par-ticipação de aproximadamente 450 pessoas. Durante o cerimonial de formatura, foi rea-lizada a entrega dos certificados aos casais concluintes do curso e o baile foi animado pelo conjunto Vento Negro.

RECAnTO DO IFRS – ACAMPAMEnTO FARROuPILhA DE EREChIM

Outra ação do Projeto “Educação e Tra-dição: Lado a Lado pelo Rio Grande” foi a participação da instituição no Acampamento Farroupilha de Erechim, através do “Recan-to do IFRS” – um galpão rústico, construído pelos próprios membros do projeto, para a re-alização de atividades relacionadas à cultura gaúcha no período de 12 a 21 de setembro de 2014.

O Acampamento Farroupilha de Erechim é o maior evento do tradicionalismo gaúcho no interior do Estado e reuniu, na edição de 2014, cerca de 100 mil pessoas de toda região. Estiveram presentes no Recanto do IFRS mais de 500 pessoas, entre alunos, ser-vidores, familiares e comunidade em geral, onde foram muito bem recebidas, como man-da a cultura na capital da amizade.

Ao longo de três tardes, alunas dos cur-sos de Operador de Computador e Artesão de Pintura em Tecido do Programa Nacional Mulheres Mil/Pronatec participaram de uma palestra que teve como temas a Revolução Farroupilha, a Origem do Gaúcho e o His-tórico da Indumentária Gaúcha, ministrada

pelos integrantes do projeto. As alunas au-mentaram seus conhecimentos sobre o tema, puderam tirar dúvidas e também comentar suas experiências Tradicionalistas. As tardes foram regadas de muita prosa e de um bom chimarrão.

Além das palestras, o galpão “Recanto do IFRS” foi um espaço para que a comunida-de pudesse conhecer um pouco mais sobre a instituição, pois durante todo o período do evento os servidores envolvidos no projeto estavam informando aos interessados sobre os cursos disponíveis no câmpus e as moda-lidades de ingresso. Além disso, durante todo o Acampamento Farroupilha, foram servidos jantares e almoços com pratos típicos da culi-nária gaúcha.

DESFILE FARROuPILhA

No dia 20 de setembro, data magna do Tradicionalismo Gaúcho, os membros do projeto e os alunos do 1º curso de danças gaúchas participaram do Desfile Farroupilha de Erechim, sob o tema “Eu Sou do Sul”. Ao longo das duas principais avenidas do muni-cípio, enquanto o IFRS desfilava, narrava-se o histórico do câmpus e as atividades já rea-lizadas pelo projeto de extensão.

MATEADA

No dia 25 de outubro, foi realizada uma mateada na área externa no bloco 04 do câmpus, onde ocorreu uma gincana cultural para os grupos de alunos que estavam pre-

Recanto do IFRS

sentes, apresentações artísticas de entidades tradicionalistas de Erechim e também uma mostra de talentos dos alunos. O evento foi aberto ao público, abrangendo alunos, servi-dores e comunidade externa.

PROJETO DE ExTENSÃO: LaDO a LaDO PELO RIO GRaNDE – PRóxImaS aÇõES

Como próximas ações do projeto estão a constituição de um DTG – Departamento de Tradições Gaúchas, filiado ao Movimen-to Tradicionalista Gaúcho, estabelecendo definitivamente o tradicionalismo em nosso câmpus. Também será construída a estrutura física para o DTG, que configurará como um espaço intermitente para a promoção da Cul-tura Gaúcha em nossa instituição.

Segundo Leandro Bloss, bolsista do pro-jeto e aluno do curso de Engenharia Me-cânica do Câmpus Erechim do IFRS: “Este projeto está sendo uma ferramenta de apro-ximação entre alunos, servidores e toda a comunidade. Como participante e colabo-rador, pude aprimorar meu conhecimento sobre a cultura gaúcha, fazer novas ami-zades e também aprender que, com mui-

ta força de vontade, conseguimos atingir nossos objetivos. Houve uma troca mui-to grande de aprendizados entre todos os membros do projeto, desde o coordenador até os voluntários, e acredito que também formamos grandes amizades, como emana o espírito gaúcho. Assim, posso dizer com muito orgulho e firmeza que o restante das atividades serão também realizadas com a mesma dedicação e empenho de sempre e de todos, repetindo o ótimo resultado que tivemos até agora, dando ainda mais visibi-lidade ao projeto tanto dentro da instituição como também em toda a comunidade.”

Desfile Farroupilha

CATIA SANTIN ZANCHETT

CATIA SANTIN ZANCHETT

Catia Santin Zanchett é assistente em administração do Câmpus Erechim do IFRS, mestre em Engenharia de Alimentos.

Monalise Marcante Meregalli é técnica em alimentos e laticínios do Câmpus Erechim do IFRS, pós--graduada em Gestão de Pessoas.

Celso Antonio Dors é professor do Câmpus Erechim do IFRS, mestre em Fitotecnia.

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Trabalho em conjunto com uma visão multidisciplinar: prevenção de incêndio em eventosAdriana Oliveira de Pinho

InTRODuçãO

Os cursos técnicos estão relacionados e descritos no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos do Ministério da Educação (2012) e são classificados em eixos tecnológicos. O curso técnico em Segurança do Trabalho per-tence ao eixo denominado “Segurança” que atua em ações prevencionistas nos processos de trabalho. O curso técnico em Secretariado está no eixo tecnológico “Gestão e Negócios” e atua no apoio à gestão empresarial através da organização de tarefas e documentação.

Basicamente as estruturas curriculares e os conteúdos abordados nestes cursos técni-cos são bastante diferentes e estão estanques

Mais de 130 pessoas participaram da palestra realizada no Câmpus Porto Alegre

nos seus eixos de atuação.O curso técnico em Secretariado do Câm-

pus Porto Alegre do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) vai além das possibili-dades de disciplinas apresentadas no catálo-go nacional dos cursos técnicos e possui um avanço na grade curricular com a disciplina de Gestão de eventos: cerimonial, protocolo e etiqueta. O curso técnico em Segurança do Trabalho possui a disciplina de Preven-ção e Combate a Incêndio com enfoque mais abrangente. Analisando-se inicialmente as disciplinas de ambos os cursos percebe-se que, a primeira vista, não há nenhuma rela-ção entre os saberes de áreas tão distintas.

Acreditando-se em uma visão multidisci-plinar e no trabalho em conjunto de áreas di-ferentes, onde os conhecimentos são impor-tantes e complementares, foi proposta uma

ação de extensão para ser realizada através da atuação integradora dos cursos técnicos em Segurança do Trabalho e de Secretaria-do, visando dotar os futuros técnicos de co-nhecimentos específicos não presentes nos conteúdos programáticos de sala de aula e também passar informações relevantes sobre prevenção de incêndio para o público em ge-ral interessado no assunto.

A ESCOLhA DO ASSunTO

A falta de conhecimento de prevenção de incêndio é a realidade tanto dos técni-cos como também da população em geral. Objetivando abordar um assunto de grande relevância, que perpassasse ambos os cur-sos técnicos e atingisse as necessidades da comunidade, e ainda, que fosse capaz de despertar uma visão prevencionista nos par-ticipantes, escolheu-se a prevenção de incên-dio em eventos. A ocorrência de incêndio tem consequências de extrema gravidade, afetan-do a vida das pessoas e os bens patrimoniais, causando danos muitas vezes irrecuperáveis e também perdas de vidas.

Houve incêndios importantes no Brasil e no exterior em locais de diversão que entra-ram para a história por causarem um grande número de vítimas.

Um incêndio ocorrido recentemente e com consequências devastadoras aconteceu em um evento na boate Kiss em Santa Maria em Janeiro de 2013, levando a morte centenas de jovens que estavam presentes e se diver-tiam em uma festa. Este caso como também outros incêndios ocorridos em casas noturnas causaram muitas vítimas e poderiam ser evi-tados a partir da adoção de medidas de pre-venção nos locais de realização dos eventos.

Para evitar um incêndio a melhor ferra-menta é a prevenção, mas para se fazer pre-venção precisa-se ter um conhecimento es-pecífico e visão, inicialmente reconhecendo o ambiente e os riscos e perigos presentes, e assim poder ter subsídios para planejar as ações a serem adotadas.

PLaNEJaNDO O TRaBaLHO

Os eventos são acontecimentos que tem a característica de atrair pessoas, podendo ser de diversos tipos e possuírem característi-cas diferentes, mas que causam impactos no ambiente onde ocorrem. Para que ocorra um evento é necessário um planejamento prévio de todas as etapas, desde o pré-evento até o pós-evento, e de forma que todas as etapas sejam feitas com segurança.

Para o evento de extensão planejado para

integrar os cursos, as tarefas foram divididas conforme a expertise de cada área e soma-das na fase de realização, onde todos os en-volvidos puderam vivenciar a experiência da montagem de um evento e ter conhecimentos básicos de prevenção de incêndio em even-tos, que foi o assunto abordado na palestra.

As tarefas de organização, preparação do local, recepção aos convidados, coffe-break, material a ser distribuído aos participantes fi-caram a cargo da turma de secretariado, e as tarefas de elaboração do conteúdo da pales-tra, divulgar oralmente o convite nas turmas, sinalizar e orientar os convidados dentro da instituição ficaram a cargo dos alunos de se-gurança do trabalho.

A divulgação foi realizada por email en-viado aos coordenadores de curso das insti-tuições convidadas, por cartazes que foram colocados nos diversos murais distribuídos pelo Câmpus e divulgado pela comunicação, no site do Câmpus Porto Alegre.

O PÚBLICO

O Público presente foi composto de alu-nos dos cursos Técnico em Segurança do Tra-balho, Técnico em Administração e Técnico em Secretariado do Câmpus Porto Alegre, do curso Técnico em Secretariado da Escola Ir-mão Pedro, do curso Técnico em Segurança do Trabalho da Escola Universitário, discen-tes do Proeja, membros do Corpo de Bombei-ros RS e da comunidade em geral.

No planejamento inicial da ação de ex-tensão previu-se atingir um público de 50 pessoas participantes e somente dos cursos técnicos em Secretariado e em Segurança do Trabalho, mas ao final da ação 130 pessoas haviam assinado a lista de presença de diver-sos cursos e de outras instituições. Compare-ceram também ao evento profissionais como técnicos em segurança do trabalho, enge-nheiro de segurança do trabalho e bombeiros.

A PALESTRA

A palestra foi realizada no dia 29 de maio de 2014 no auditório 1 do Câmpus Porto Alegre. Com o objetivo de integrar os cursos através de conhecimentos que completam a formação do aluno, elaborou-se uma palestra contendo saberes específicos sobre preven-ção de incêndio que poderiam ser aplicados em locais de eventos. Considerou-se que os alunos do curso técnico em Secretariado já teriam conhecimento prévio sobre eventos presentes na matéria de cerimonial e proto-colo onde os conceitos são trabalhados, e os alunos do curso técnico em segurança do tra-

ADRIANA OLIVEIRA DE PINHO

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balho teriam conhecimentos básicos prévios sobre prevenção de incêndio. Então se cons-truiu uma palestra com definições básicas de eventos direcionados ao público de seguran-ça do trabalho e conceituações de prevenção de incêndio para o público do secretariado. Ao final da palestra ilustrou-se a aplicação prática da prevenção de incêndio em eventos.

CONSIDERaÇõES FINaIS

Buscando-se saber a opinião dos partici-pantes sobre o evento, ao final da palestra foi solicitado aos presentes que respondessem um questionário avaliativo, desses 56 foram devolvidos respondidos. O objetivo era saber sobre os conhecimentos prévios e a relevân-cia do assunto tratado. Depois de analisadas as respostas concluiu-se que a grande maio-ria dos participantes considera que sabe pou-co sobre prevenção de incêndio e acha muito importante o assunto tratado.

Percebeu-se que a temática abordada provocou o interesse na comunidade sendo que o número de pessoas que participaram foi acima do esperado, atingindo além da co-munidade interna também a comunidade ex-terna ao IFRS, com a participação de alunos e profissionais atuantes na área de eventos

e de incêndio. Outro fator contributivo foi à gratuidade da ação que atraiu os estudantes de outras instituições.

Os alunos dos cursos técnicos em Segu-rança do Trabalho e Secretariado trocaram experiências e conhecimento nas suas áreas de estudo, tendo uma visão ampliada da apli-cação da prevenção de incêndio em eventos nas suas áreas de atuação. Com isso, acre-dito que conseguimos despertar nos alunos de secretariado um olhar prevencionista e as-sim sejam capazes no futuro de organizarem eventos seguros. Aos alunos de Segurança do Trabalho esperamos ter ampliado o olhar quanto ao campo de abrangência e a neces-sidade da prevenção de incêndio nas mais diversas áreas de atuação.

A perspectiva futura é de ampliar e repli-car esta ação fazendo-se de forma integrada entre o ensino e a extensão, e a participação com outras áreas ampliando a participação da comunidade externa.

REFERÊnCIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Catálogo Na-cional de Cursos Técnicos. Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/cnct/eixos_tec-nologicos. php.> Acesso em:28/08/14

Foram realizados no mês de agosto de 2014, nas dependências do Câmpus Bento Gonçalves, capacitações dos

Napnes e Neabis do IFRS. Nos dias 7 e 8 de agosto de 2014, sob o

tema “Por um currículo Inclusivo”, os Napnes participaram de sua capacitação. As temáticas tiveram como foco o currículo inclusivo, flexí-vel e dinâmico e o objetivo de contribuir para a formação dos participantes, que tiveram a oportunidade também de vivenciar algumas das dificuldades pelas quais pessoas/alunos com deficiência passam em seu dia a dia.

No primeiro dia, foram abordados os te-mas: Altas Habilidades, com a professora Sheila Thorma, presidente da Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Su-perdotação e Surdos Sinalizantes: acesso ao Currículo, com Gisele Rangel, professora do Câmpus Alvorada do IFRS.

O segundo dia contou com a oficina sobre adaptação curricular ministrada pelos pro-fessores Franclin Nascimento, presidente da Associação Nacional dos Educadores Inclusi-vos (Anei) e professor do IFBrasília, e Tere-sa Kikuchi do Vale, coordenadora de Ações Integradas de Inclusão e Diversidade do IF Tocantins.

A capacitação dos Neabis “Pela valori-zação étnico-racial” ocorreu nos dias 11 e

Evento de capacitação dos Napnes e dos Neabis

12 de agosto. No primeiro dia, a temática trazida para a discussão foi “A Extensão e o Desenvolvimento Comunitário no Âmbito das Relações Étnico-Raciais e das Diversidades: experiências do Cefet-MG”, com a professora Silvani Valentim, coordenadora de Inclusão e Diversidades do Cefet-MG.

O segundo dia contou com dois momen-tos: a apresentação das Ações Afirmativas na Ufrgs, com o foco nas ações para o ingresso e permanência dos estudantes, com Karen Bruck e Michele Doebber, da Coordenadoria de Acompanhamento das Ações Afirmativas da Ufrgs, além da fala de Josias Loureiro de Mello, aluno indígena da Universidade, com a temática: “Ufrgs: conquistas e desafios”. No segundo momento, as lideranças indíge-nas de Cacique Doble, Ventarra e Ligeiro/RS apresentaram uma fala sobre “O que o aluno indígena espera do IFRS”.

O foco na valorização étnico-racial teve por meta contribuir para a formação dos participantes, que tiveram a oportunidade de dialogar com os palestrantes, trazendo al-gumas questões relacionadas a sua vivência enquanto profissionais. Os eventos, abertos a toda a comunidade interna e externa da insti-tuição, foram promovidos pela Pró-reitoria de Extensão, por meio da Assessoria de Ações Inclusivas.

Adriana Oliveira de Pinho é coordenadora da ação de extensão, docente do curso técnico em segurança do trabalho do Câmpus Porto Alegre do IFRS, mestre em Engenharia de Produção, engenheira de Segu-rança do Trabalho e Engenheira Mecânica.

Participantes vivenciaram dificuldades pelas quais pessoas com deficiência passam em seu dia a dia 6766

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A integração e o desenvolvimento social através das competições esportivas

Com o intuito de proporcionar a integra-ção entre os estudantes dos câmpus do IFRS, incentivar a prática de ativida-

des esportivas e desenvolver hábitos de vida saudáveis, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), por meio da Pró-reitora de Extensão, promoveu em 2014 o 1º Jogos do IFRS. A competição esportiva possibilitou a seleção das equipes que representaram a instituição nas etapas regional e nacional dos Jogos dos Institutos Federais.

O 1º Jogos do IFRS ocorreu nos dias 29 e 30 de maio de 2014, na cidade de Bento Gonçalves, contando com a participação de 439 estudantes de 11 câmpus.

As equipes classificadas em cada uma das modalidades participaram dos Jogos Estudantis dos Institutos Federais da Região Sul, que ocorreram no período de 15 a 18 de

julho de 2014, em Santa Maria. A atividade reuniu mais de 600 atletas de 14 a 21 anos de cinco Institutos Federais da região Sul: Instituto Federal Farroupilha, Instituto Fede-ral do Rio Grande do Sul, Instituto Federal Sul-Rio-grandense, Instituto Federal do Paraná e Instituto Federal de Santa Catarina. O IFRS participou com um total de 110 estudantes e

dez servidores dos câmpus: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Erechim, Farroupilha, Feliz, Ibirubá, Osório, Rio Grande e Sertão, nas se-guintes modalidades: xadrez; tênis de mesa; voleibol; vôlei de praia; futsal; e handebol (masculino e feminino), além de futebol de campo masculino e algumas modalidades de atletismo.

Ao se classificar em primeiro lugar nos jo-gos da Região Sul, garantiram a vaga para a etapa nacional dos Jogos dos Institutos Fede-rais: a equipe de futsal feminino do Câmpus Bento Gonçalves e o atleta Arthur Schreiber, do Câmpus Feliz, que venceu o atletismo 5000 metros.

Os Jogos Nacionais reuniram mais de 1.000 atletas de diferentes estados do Bra-sil em Natal, Rio Grande do Norte, de 19 a 23 de setembro de 2014. A participação

no evento foi uma experiência enriquecedora para os estudantes, que além de participa-rem das atividades esportivas, representan-do a instituição, tiveram a oportunidade de conhecer outras culturas e voltar para o Rio Grande do Sul com uma nova visão da reali-dade social e cultural brasileira.

O incentivo ao desenvolvimento de ativi-dades esportivas é uma das dimensões da extensão, vista como primordial pelo IFRS. A prática esportiva é fundamental para o de-senvolvimento social dos estudantes e por isso deve ser priorizada nas instituições de ensino. Além de proporcionar o desenvolvi-mento de hábitos de vida saudável, estimula a busca pela conquista de metas e a discipli-na, incentiva o trabalho em equipe, o respeito pelo adversário e melhora a autoestima e a autoconfiança, contribuindo para a formação integral do estudante.

Estudantes representaram IFRS em eventos esportivos

Incentivo ao desenvolvimento de atividades esportivas é uma das dimensões da extensão

Atividades promovem a integração entre os alunos

Prática esportiva contribui para formação do estudante

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no ano de 2014, com o objetivo de di-vulgar a instituição, apresentar ações desenvolvidas por estudantes e servi-

dores e aproximar os discentes do mundo do trabalho e dos setores produtivos, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) participou de duas feiras:

Envase/Brasil alimenta: Os eventos foram realizados de 8 a 11 de abril de 2014, em Bento Gonçalves. O IFRS participou com es-tudantes e servidores, apresentando os cur-sos relacionados com as áreas de alimentos e bebidas. Nos eventos, foram apresentadas ações de ensino, pesquisa e extensão, pros-pectadas possibilidades de parcerias, está-gios e empregos para alunos e egressos.

Fiema Brasil 2014: O IFRS teve um es-tande institucional na Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema), que ocorreu de 22 a 25 de abril de 2014, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves. Foram

Participação em feiras: relação do IFRS com os setores produtivos e o mundo do trabalho

apresentados cursos, possibilidades de parce-ria em pesquisas, inovação e articulação de contatos com alunos e egressos para estágios e empregos. Aproximadamente 140 estudan-tes e servidores participaram dos congressos e seminários que ocorreram paralelamente, ten-do contato com debates sobre temas atuais e conhecendo novas tecnologias.

A participação nestas atividades permitiu também a prospecção de futuras parcerias com instituições públicas e privadas.

Estande do IFRS na Brasil Alimenta

Espaço institucional na Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema), em Bento Gonçalves

Ações de Extensão nos câmpus do IFRSAlgumas iniciativas de Extensão que os câmpus desenvolveram no primeiro semestre de 2014

Rio grandeRepresentado pela Diretora de Extensão

do Câmpus Rio Grande, Viviani Kwekco, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) integra o Conselho de Administração e a Diretoria da Associação do Arranjo Produ-tivo Local (APL) Polo Naval e Offshore do Rio Grande e Entorno. A Assembleia Geral de fundação do APL, realizada no Cidec--Sul da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) no dia 8 de agosto de 2014, ele-geu e formalizou a configuração da gestão composta por representações de governo, de empresas e de instituições da região, e aprovou o estatuto social da associação.

Nomeada diretora de Formação de Re-cursos Humanos do APL, Viviani explica que o Câmpus Rio Grande do IFRS é um dos protagonistas desta iniciativa de cons-trução e organização colaborativa do terri-tório regional para atender as necessidades

do arranjo produtivo. “Ocupar esse papel significa fazer cumprir integralmente a mis-são do IFRS. Cabe a nós, Instituto, pensar uma política de formação dos trabalhado-res de maneira que dialogue com a deman-da do APL”, considera a diretora.

O APL é reconhecida nacionalmente pela convergência bem-sucedida de políti-cas públicas. Tem por objetivos aumentar a eficiência das empresas localizadas no arranjo, promover o adensamento produ-tivo na região e mitigar as externalidades negativas do desenvolvimento econômico.

Para acolher os estudantes e despertar reflexões sobre a formação de professores, o ano letivo do Programa Especial de Forma-ção Pedagógica de Docentes para a Educa-ção Básica e Profissional, da especialização em Teorias e Metodologias da Educação e da licenciatura em Ciências Agrícolas são abertos com uma aula inaugural no Câm-pus Sertão. A atividade é uma oportunida-de para as turmas veteranas interagirem com os calouros por meio de dinâmicas e todos assistirem a uma apresentação sobre o IFRS e o câmpus, conhecendo o espaço acadêmico no qual estão inseridos, além de assistir à palestra de um convidado.

Os principais desafios da escola e da educação brasileira foram os temas cen-trais da aula inaugural no dia 7 de mar-

Sertão

ço de 2014, com a participação do reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul, Jaime Giolo. Ele abordou a relevância das políticas educacionais brasileiras, o que mudou e o que ainda precisa ser reestrutu-rado para a universalização do ensino e as políticas de ações afirmativas acontecerem no espaço escolar. Tratou também do papel do professor como educador engajado em transformações.

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No primeiro semestre de 2014, o Nú-cleo de Apoio às Pessoas com Necessida-des Educacionais Específicas (Napne) do Câmpus Feliz promoveu diversas ações que envolveram a comunidade. Uma de-las foi a palestra “Tdah: Mitos e Verda-des”, realizada no dia 20 de março, com a coordenadora brasileira da Liga Latino--americana para o Estudo do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Tdah), Elnora de Paiva Ayres, e o psi-cólogo e supervisor do Ambulatório de Neuropsicologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Sergio Duarte Junior.

Ainda no primeiro semestre, o Napne iniciou o Cine Itinerante, que tem como objetivo mostrar, a partir do filme exibido, que as pessoas com necessidades espe-ciais são agentes de sua própria história. A ação já passou pelos municípios de São Sebastião do Caí, Tupandi e Bom Princí-pio.

Ambas as iniciativas integram o Pro-grama de Ações Afirmativas 2014 do Napne Câmpus Feliz.

Por meio do programa de extensão chamado “Meu Lugar”, o Câmpus Farrou-pilha realiza um trabalho de divulgação do IFRS. Trata-se de uma campanha para au-mentar a inserção do nome IFRS Câmpus Farroupilha na comunidade, estimulando que as pessoas associem a denominação ao trabalho realizado pela Instituição. Fo-ram distribuídos cartazes em empresas, no comércio e em setores públicos, con-vidando os habitantes a visitar e se sentir parte do IFRS.

A coordenadora do projeto, Tânia Cra-co, conta que a iniciativa começou em 2013 e está dando retorno. “Hoje o Ins-tituto é conhecido em todas as escolas de Farroupilha, Garibaldi e Carlos Barbosa por seu nome, já desassociado da antiga denominação”, afirma ela, acrescentando que o envolvimento da comunidade exter-na na primeira Feira de Pequenos Negó-cios, realizada este ano juntamente com a Feira Tecnológica do câmpus, é outro fator positivo relacionado com o projeto.

ÁTHINA MARCkS

Entre as ações de extensão que o Câmpus Porto Alegre realizou no 1º se-mestre de 2014, destacam-se os eventos do “Ciclo Cinema, Cultura e Mundo do Trabalho – Intercâmbio Brasil/Canadá”, vinculado ao Programa Permanente de Ensino de Línguas e Literatura (Propel). Foram promovidas sessões de exibição de filmes seguidas de bate-papo com in-teração entre o público do câmpus e es-tudantes da Camosun College (Victoria/Canadá) por videoconferência, com obje-tivo de intercâmbio cultural.

Outra ação do Propel foi a quarta edição do curso “Inglês e Espanhol para Artesãos”, parceria com a Associação de Artesãos do RS (Associarte).

Além disso, Semanas Acadêmicas marcaram o mês de maio. De 20 a 22 de maio, a “III Semana da Área de Informá-tica” integrou docentes e discentes dos cursos de Tecnologia em Sistemas para Internet, Técnico em Informática e Técni-co em Redes, e incluiu palestras, oficinas e mesa-redonda.

CRISTINE THOMAS

O primeiro de muitos! Assim foi de-finido o 1º Festival Cultural do Câmpus Osório, realizado no dia 11 de agosto de 2014 para celebrar o Dia do Estudante. O evento foi muito além das expectativas da comunidade acadêmica, sendo suces-so de público da manhã à noite.

O 1º Festival Cultural ofereceu 15 oficinas pela manhã, em áreas como música, dança, artes plásticas, teatro e literatura. À tarde, a programação con-tou com apresentação do Coro Juvenil do Câmpus Osório e de bandas, entre as quais a Polisenso, formada por estu-dantes do câmpus. Houve também uma mesa-redonda sobre indústria cultural e show e Os Danadões. À noite, o Grupo Vocal do Câmpus Osório e o Coro Muni-cipal de Tramandaí fizeram apresentação. O evento terminou com a peça teatral “A farsa da esposa perfeita”.

Todos os momentos do Festival po-dem ser conferidos no hotsite do evento: festivalcultural.osorio.ifrs.edu.br.

Nos dias 30 e 31 de março e 1º de abril, o Câmpus Bento Gonçalves promo-veu o ciclo de palestras “1964-2014 – 50 Anos do Golpe”. O evento foi voltado para toda a comunidade escolar e acadêmica e teve como objetivo promover o debate e a reflexão sobre o golpe civil-militar de 1964 e os desdobramentos do mesmo na história brasileira.

Durante os três dias ocorreram pales-tras, debates e exibições de materiais au-diovisuais sobre o tema, com a participa-ção de professores convidados e da própria instituição. Também foi realizada uma ses-são aberta de cinema, com a projeção do vídeo “O dia que durou 21 anos” (Camilo

JOANA PALOSCHI

FarroupilhaFeliz

Bento GonçalvesTavares, 2013). O evento foi organizado pelos professores Letícia Schneider Ferrei-ra, Jaime Fogaça e Tiago Martins da Silva Goulart, contando com o apoio da Direção de Ensino e do Setor de Comunicação do Câmpus Bento Gonçalves.

Porto Alegre Osório

A integração dos cursos de Tecnologia em Design de Moda e Técnico em Vestu-ário do Câmpus Erechim com a Prefeitura Municipal e com a comunidade permite a divulgação de suas produções e proporcio-na a reflexão acerca de temas como a pre-servação ambiental. No primeiro semestre de 2014, dois desfiles de moda ilustram as ações de extensão do câmpus na cidade.

A terceira edição do Moda Sustentável ocorreu no dia 6 de junho e reuniu cerca de 200 pessoas na Sociedade Recreativa Paiol Grande. O evento anual é resultado de uma parceria dos cursos com a Prefeitura Munici-pal. Com o tema “Do Lixo ao Luxo”, apresen-tou peças produzidas a partir de materiais

DANIEL DALPIZZOLO

Erechim

recicláveis. O IFRS Fashion ocorreu no dia 25 de junho e contou com a presença de cerca de 600 pessoas no Clube do Comércio de Erechim. O evento, que acontece semes-tralmente, estimula as habilidades criativas e empreendedoras dos alunos e leva ao co-nhecimento da comunidade suas produções.

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Viver IFRSAno 3 | Nº 3 | Junho 2015

A Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecno-logia do Rio Grande do Sul, por meio

da revista Viver IFRS, tem como objetivo prin-cipal a divulgação das ações de extensão, re-alizadas no âmbito da instituição, e de suas comunidades de abrangência, em prol do de-senvolvimento social e cultural.

Esta revista publica trabalhos, de caráter teórico-prático, oriundos das atividades reali-zadas por servidores e estudantes em ações de extensão do IFRS.

NORmaS PaRa SuBmISSÃO:

1. A apresentação deve estar como relato de experiência.

2. Serão aceitos programas, projetos, cur-sos, eventos e prestação de serviços, devida-mente registrados no sistema de gerencia-mento, utilizado pelo IFRS, e recomendados pela Comissão de Gerenciamento das Ações de Extensão (CGAE) do câmpus/reitoria.

3. A submissão deve ser individual e ocor-rer nos prazos previstos, em conformidade com o processo de chamada de trabalhos.

4. Os relatos devem ser inéditos, com a seguinte formatação:

n fonte Times New Roman, tamanho 12; n título, tamanho 14, seguido de nota

indicativa da fonte do financiamento da ação e da ação de extensão da qual deriva;

n nome(s) do(s) autor(es) abaixo do tí-

tulo; n descrição de cargo e titulação, e-mail,

instituição/unidade, em nota de roda-pé linkada à autoria;

n no máximo 5 páginas, com espaça-mento entrelinhas 1,5 e margens 2,5 cm;

n até 3 referências bibliográficas, se houver;

n notas de rodapé de, no máximo, 30 palavras;

n não é necessária a escrita de resu-mos.

5. Os trabalhos podem ter até 3 figu-ras (fotografias/imagens – individuais e sem montagem, quadros, tabelas, gráficos ou ilustrações), com resolução mínima de 300 dpi, legenda e crédito do autor, e espaço(s) marcado(s) no texto. Devem ser enviadas em formato JPG, como arquivos anexos, identifi-cando a ordem de inserção, conforme marca-ção. A equipe de editoração terá liberdade de selecionar as figuras.

6. A responsabilidade pelo conteúdo dos relatos publicados caberá, exclusivamente, aos autores.

7. Os trabalhos encaminhados serão ava-liados pela Comissão Editorial.

8. Estas normas e demais informações so-bre o processo de chamada de trabalho estão publicadas em http://revistaviver.ifrs.edu.br/.

9. Para o próximo número da revista, os re-latos devem ser remetidos ao email [email protected]

Como colaborar para a revista Viver IFRS

Nos dias 2 e 3 de outubro de 2014, foi realizada a III Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão (Moepex). O evento teve o objeti-vo de oportunizar espaços para apresenta-ções, discussões e divulgação de trabalhos e projetos elaborados no Câmpus Ibirubá.

Nessa edição, foram submetidos em torno de 120 trabalhos desenvolvidos no ensino, na pesquisa e na extensão. Foram oferecidas 21 oficinas, ministradas por professores, alunos e técnicos, envolvendo diferentes áreas. O evento também contou com exposições de arte e de literatura, bem como experimentos de biologia e química. A programação incluiu visita de escolas da região para apresentação de cursos; o pro-jeto de extensão LeiturAção realizou a ação “Contação de histórias”; e como atividade de encerramento ocorreu a sessão do curta “Guerra das Sombras”, produzido por Fer-nando Leão, servidor do câmpus.

A meta para o próximo ano é oportu-nizar que a comunidade externa participe efetivamente com apresentação de traba-lhos.

JULIA BLANk

No primeiro semestre de 2014, o Câm-pus Canoas promoveu diversas atividades de cunho extensionista, propiciando a inte-ração dos estudantes com as comunidades interna e externa. O Programa Múltiplos Espaços de Leitura (Mel), coordenado pela professora Fabiana Fidelis, oportunizou aos alunos dos Cursos Integrados e Superiores a visita à 30ª edição da Feira do Livro de Canoas. A ideia era fazer com que os dis-centes conhecessem as obras de alguns escritores e participassem de debates so-bre seus livros. O projeto LogiC - O ensinar e o aprender de Lógica de Programação e sua Implementação em Linguagem C, sob a coordenação da professora Patricia Hü-bler, possibilitou a estudantes do câmpus a participação na Olimpíada Brasileira de Informática. Além dessa iniciativa, outra ação ofertou aos alunos da rede munici-pal de Canoas aulas que abordassem as temáticas da lógica e da programação. O curso, que contou com dez encontros, foi ministrado por um aluno do curso técnico em informática integrado ao ensino médio.

Com a implantação aprovada em março de 2014, o Câmpus Veranópolis do IFRS começou a preparar a oferta de cursos ain-da no primeiro semestre. Espanhol Básico, na modalidade Formação Inicial Continuada (FIC), foi o escolhido para dar início às ati-vidades do câmpus. Além de atender a uma demanda da comunidade local, a realização garante uma aproximação da instituição com os moradores e amplia a visibilidade, enquanto são planejados outros cursos.

A primeira turma começou em agosto, com 20 participantes e aulas à tarde. Como houve uma grande procura, foi aberta uma segunda turma, no turno da noite. As 20 va-

Veranópolis

Ibirubá Canoas

gas tiveram 55 inscritos. Os perfis dos estu-dantes são distintos. Na tarde, há alunos de ensino médio, que querem se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dar continuidade aos estudos; aposenta-dos planejando fazer viagens a países de língua espanhola e estudantes de Direito. À noite, são pessoas que trabalham e têm um objetivo profissional com o espanhol, de acrescentar um diferencial ao currículo.

A professora do curso, Alcione Maschio, conta que os estudantes estão pedindo uma continuidade e o câmpus estuda abrir uma turma de Espanhol Intermediário no turno da noite.

EVEN

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