vol10-n2-incontinencia

4
87 Medicina Interna Vol. 10, N. 2, 2003 CASOS CLÍNICOS Incontinência urinária secundária ao carvedilol Urinary incontinence secondary to carvedilol João Porto*, José Manuel Silva**, M. B. Ale- xandrino***, J.J.Alves Moura § Resumo Apresenta-se o caso clínico de uma doente de 59 anos, com hipertensão arterial essencial, que desenvolveu incontinência urinária de esforço devido à terapêutica com carvedilol. Este blo- queador-beta , muito usado na prática clínica, pode ter este efeito secundário, devido à acção antagonista dos receptores alfa-1 do tracto uri- nário, que causa relaxamento do esfincter ure- tral. Palavras chave: bloqueador-beta, carvedilol, incontinência urinária Abstract We present a clinical case-report of a 59-year- old woman, with essential hypertension, who had stress urinary incontinence after taking carvedilol. This beta-adrenergic antagonist, of- ten used in clinical practice, can cause this se- condary effect because of its antagonist action on alpha1-receptors of the urinary tract, whi- ch causes relaxation of the urethral sphincter. Key words: beta-blocker, carvedilol, urinary incontinence Introdução Os fármacos bloqueadores-beta são cada vez mais utili- zados na prática clínica, quer na terapêutica anti-hipertensi- va, quer no tratamento da insuficiência cardíaca. Apesar de antigos, o conhecimento sobre as suas características, e tam- bém sobre os seus efeitos secundários, tem evoluído bas- tante ao longo do tempo. Estes efeitos estão normalmente relacionados com a actuação daqueles fármacos a nível do sistema nervoso simpático, com a produção de respostas diferentes em função da forma como inibem ou estimulam receptores alfa ou beta. O caso clínico que se apresenta traduz de forma clara es- sas diferentes respostas, traduzidas pelo carvedilol, fármaco com acção antagonista dos receptores beta e alfa-1, e que acaba por ter repercussões importantes na prática clínica. Caso clínico Doente sexo feminino, nascida em 1942, raça caucasia- na, seguida na consulta externa do serviço de medicina II dos Hospitais da universidade de Coimbra desde 1995, por hipercolesterolemia familiar heterozigótica e hipertensão arterial (HTA). Em menopausa desde 1988, faz terapêutica hormonal de substituição (THS) com estrogénios conjuga- dos e medrogestona. Tinha como antecedentes ginecológi- cos menarca aos 12 anos e 4gesta/4 para. Desde 1995 medicada com atenolol (50 mg/dia), com valores tensionais bem controlados. Em 1996 inicia tera- pêutica hipolipemiante com simvastatina (10 mg/dia). Algum tempo depois, deixa de responder ao atenolol, re- gistando valores tensionais mais elevados, pelo que, em Abril de 1998, se muda a terapêutica para carvedilol (12,5 mg/ dia), mantendo-se a simvastatina e a THS. Em Dezembro de 1998, por deficiente controlo da tensão arterial, aumen- ta-se a dose de carvedilol para (25 mg/dia). Em Março de 1999 apresenta melhor controlo de tensão arterial (TA). Faz nessa altura um MAPA, que revela HTA vespertina (média de 160/100 mmHg) com boa descida noc- turna (média de 110/80 mmHg). Na consulta efectuada nessa data, refere início recente (4 a 5 meses) de ligeira incontinência urinária de esforço, agravada durante uma síndrome gripal. É observada em consulta de ginecologia urológica e faz ecografia vesical e ginecológica, não se detectando quaisquer alterações orgânicas. Não havia, aparentemente, indicação para es- tudo urodinâmico e avaliação do pavimento pélvico. Em face da situação, suspende o carvedilol e inicia bisoprolol (5 mg/dia), (insiste-se nos bloqueadores-beta face ao per- fil ansioso da doente, e no bisoprolol, por ser um dos blo- queadores- com maior lipossolubilidade, tendo assim me- lhores características farmacocinéticas para o perfil em causa). Vem à consulta em Julho de 1999, apresentando-se sem queixas e com valores de tensão arterial controlados, cons- tatando-se que a incontinência urinária desapareceu com a substituição do carvedilol pelo bisoprolol. Nessa altura, para melhor esclarecimento da situação, volta-se a introduzir o carvedilol, surgindo, cerca de um mês depois, o quadro de incontinência urinária. Passado um mês e em definitivo, institui-se o bisoprolol na terapêutica, que se mantém até hoje, estando os valores de TA bem controla- dos e não se registando queixas de incontinência. *Médico do Internato Complementar de Medicina Interna **Assistente Hospitalar de Medicina Interna ***Chefe de Serviço de Medicina Interna § Chefe de Serviço de Medicina Interna e Director do Serviço de Medicina II dos Hospitais da Universidade de Coimbra Serviço de Medicina II dos Hospitais da Universidade de Coim- bra Recebido para publicação a 30/09/2002

description

IU

Transcript of vol10-n2-incontinencia

  • 87Medicina InternaVol. 10, N. 2, 2003

    CASOS CLNICOS

    Incontinncia urinriasecundria ao carvedilol

    Urinary incontinence secondary to carvedilol

    Joo Porto*, Jos Manuel Silva**, M. B. Ale-xandrino***, J.J.Alves Moura

    ResumoApresenta-se o caso clnico de uma doente de

    59 anos, com hipertenso arterial essencial, quedesenvolveu incontinncia urinria de esforodevido teraputica com carvedilol. Este blo-queador-beta , muito usado na prtica clnica,pode ter este efeito secundrio, devido acoantagonista dos receptores alfa-1 do tracto uri-nrio, que causa relaxamento do esfincter ure-tral.

    Palavras chave: bloqueador-beta, carvedilol,incontinncia urinria

    AbstractWe present a clinical case-report of a 59-year-

    old woman, with essential hypertension, whohad stress urinary incontinence after takingcarvedilol. This beta-adrenergic antagonist, of-ten used in clinical practice, can cause this se-condary effect because of its antagonist actionon alpha1-receptors of the urinary tract, whi-ch causes relaxation of the urethral sphincter.

    Key words: beta-blocker, carvedilol, urinaryincontinence

    IntroduoOs frmacos bloqueadores-beta so cada vez mais utili-

    zados na prtica clnica, quer na teraputica anti-hipertensi-va, quer no tratamento da insuficincia cardaca. Apesar deantigos, o conhecimento sobre as suas caractersticas, e tam-bm sobre os seus efeitos secundrios, tem evoludo bas-tante ao longo do tempo. Estes efeitos esto normalmente

    relacionados com a actuao daqueles frmacos a nvel dosistema nervoso simptico, com a produo de respostasdiferentes em funo da forma como inibem ou estimulamreceptores alfa ou beta.

    O caso clnico que se apresenta traduz de forma clara es-sas diferentes respostas, traduzidas pelo carvedilol, frmacocom aco antagonista dos receptores beta e alfa-1, e queacaba por ter repercusses importantes na prtica clnica.

    Caso clnicoDoente sexo feminino, nascida em 1942, raa caucasia-

    na, seguida na consulta externa do servio de medicina IIdos Hospitais da universidade de Coimbra desde 1995, porhipercolesterolemia familiar heterozigtica e hipertensoarterial (HTA). Em menopausa desde 1988, faz teraputicahormonal de substituio (THS) com estrognios conjuga-dos e medrogestona. Tinha como antecedentes ginecolgi-cos menarca aos 12 anos e 4gesta/4 para.

    Desde 1995 medicada com atenolol (50 mg/dia), comvalores tensionais bem controlados. Em 1996 inicia tera-putica hipolipemiante com simvastatina (10 mg/dia).

    Algum tempo depois, deixa de responder ao atenolol, re-gistando valores tensionais mais elevados, pelo que, em Abrilde 1998, se muda a teraputica para carvedilol (12,5 mg/dia), mantendo-se a simvastatina e a THS. Em Dezembrode 1998, por deficiente controlo da tenso arterial, aumen-ta-se a dose de carvedilol para (25 mg/dia).

    Em Maro de 1999 apresenta melhor controlo de tensoarterial (TA). Faz nessa altura um MAPA, que revela HTAvespertina (mdia de 160/100 mmHg) com boa descida noc-turna (mdia de 110/80 mmHg).

    Na consulta efectuada nessa data, refere incio recente(4 a 5 meses) de ligeira incontinncia urinria de esforo,agravada durante uma sndrome gripal. observada emconsulta de ginecologia urolgica e faz ecografia vesicale ginecolgica, no se detectando quaisquer alteraesorgnicas. No havia, aparentemente, indicao para es-tudo urodinmico e avaliao do pavimento plvico. Emface da situao, suspende o carvedilol e inicia bisoprolol(5 mg/dia), (insiste-se nos bloqueadores-beta face ao per-fil ansioso da doente, e no bisoprolol, por ser um dos blo-queadores- com maior lipossolubilidade, tendo assim me-lhores caractersticas farmacocinticas para o perfil emcausa).

    Vem consulta em Julho de 1999, apresentando-se semqueixas e com valores de tenso arterial controlados, cons-tatando-se que a incontinncia urinria desapareceu com asubstituio do carvedilol pelo bisoprolol.

    Nessa altura, para melhor esclarecimento da situao,volta-se a introduzir o carvedilol, surgindo, cerca de um msdepois, o quadro de incontinncia urinria. Passado um mse em definitivo, institui-se o bisoprolol na teraputica, quese mantm at hoje, estando os valores de TA bem controla-dos e no se registando queixas de incontinncia.

    *Mdico do Internato Complementar de Medicina Interna**Assistente Hospitalar de Medicina Interna***Chefe de Servio de Medicina InternaChefe de Servio de Medicina Interna e Director do Serviode Medicina II dos Hospitais da Universidade de CoimbraServio de Medicina II dos Hospitais da Universidade de Coim-braRecebido para publicao a 30/09/2002

  • Medicina InternaVol. 10, N. 2, 200388

    CASOS CLNICOS

    DiscussoDesde muito cedo, no ensino pr-graduado, somos con-

    frontados com a existncia do sistema nervoso simptico eas suas caractersticas a nvel da regulao da homeostasiado organismo humano. A farmacologia ensina-nos, desdeh mais de 100 anos, as suas diferentes vias neurotransmis-soras e os seus receptores adrenrgicos alfa () e beta (),com os diferentes subtipos, e a diversidade de frmacos quea actuam, quer como agonistas quer como antagonistas.

    Os receptores dividem-se em vrios subtipos de recepto-res 1 e 21. A sua estimulao (por efedrina, fenilefri-na, clonidina, etc.) provoca caracteristicamente vasocons-trio (efeito em 1); por isso o seu uso como desconges-tionantes nasais, relaxamento intestinal (2), midrase (1), contraco uterina, pilo-ereco, diminuio da secre-o de insulina e noradrenalina (2), etc.. Os frmacosantagonistas (prazosina, fentolamina, fenoxibenzamina, porexemplo) destes receptores provocam, naturalmente, os efei-tos opostos.

    Em relao aos receptores adrenrgicos , existem segu-ramente 3 tipos 1, 2, e 3 e, possivelmente, umoutro tipo 4. A estimulao dos receptores 1 temefeitos cronotropo, dromotropo, batmotropo e inotropo po-sitivos a nvel dos receptores cardacos, efeito vasodilata-dor, a nvel perifrico, e estimula a secreo de renina. Aestimulao dos receptores 2 desencadeia broncodilata-o, vasodilatao2, relaxamento intestinal e uterino, secre-o de insulina e noradrenalina, bem como neoglicogneseheptica e glicogenlise heptica e muscular. A estimula-o 3 promove a liplise.

    H tambm substncias que se sabe actuarem em simul-tneo em receptores e : carvedilol, labetalol, anfetami-nas, cocana, antidepressvos tricclicos e inibidores daMAO.

    Os antagonistas dos receptores-, ou bloqueadores-, sofrmacos cujo interesse tem vindo a aumentar nos ltimosanos, medida que vai melhorando o seu conhecimento eque a Medicina baseada na evidncia nos mostra cada vezmais vantagens no seu uso, no s na teraputica da hiper-tenso arterial, mas tambm a nvel da insuficincia carda-ca, onde comprovadamente reduz os ndices de morbilida-de e mortalidade.2

    De maneira geral, pode afirmar-se que o seu principal efei-to a nvel dos receptores 1 cardacos: causam bradicar-dia (efeito cronotropo negativo) e reduo do dbito card-aco, diminuem o consumo de oxignio pelo miocrdio, di-minuem a frequncia de arritmias mortais, estimulam o en-chimento das coronrias durante a distole e o fluxo san-guneo para a regio subendocrdica,2 e tm, enfim, impor-tante efeito hipotensor. Outros efeitos devidos aco dosbloqueadores- so: broncoconstrio (2), diminuio daliplise (3), glicogenlise e secreo de renina, normali-zao da hiperagregao plaquetria, ligeira reduo dasHDL e diminuio do stress hemodinmico sobre a parede

    arterial.Os antagonistas dos receptores podem actuar exclusi-

    vamente sobre os 1 (so os crdio-selectivos: atenolol,metoprolol, bisoprolol, betaxolol e acebutolol), ou actua-rem tanto em receptores 1 como em 2 (os no crdio-selectivos: propranolol, nadolol, pembutolol, oxprenolol, so-talol e pindolol), ou ainda em receptores e . Est bem docu-mentada a aco simultnea antagonista 1 e agonista 2 (celiprolol, delivalol e nebivolol), e antagonista 1 e (carvedilol, labetalol e bevantolol). Note-se que no coraoh receptores 1 e 2. Em termos prticos, prefervelno diabtico e no asmtico o uso de bloqueadores crdio-selectivos.

    O carvedilol um bloqueador- no crdio-selectivo compropriedades vasodilatadoras, e que tambm actua comoantagonista a nvel dos receptores adrenrgicos 1, ondetem papel muito importante, potenciando o efeito anti-hi-pertensor.1 , por conseguinte, um antagonista neuro-hor-monal de aco mltipla, estando indicado essencialmentenas cardiopatias hipertensiva e isqumica e na insuficinciacardaca1. Esto relatados efeitos antioxidantes, antiprolife-rativos e antiaterognicos,3 antiarrtmicos, antiisqumicose anti-hipertrficos,4 conferindo a esta molcula um perfilmetablico favorvel.

    A nvel da hipertenso arterial, a sua aco teraputicajustifica-se quer pelo antagonismo dos receptores querpelo antagonismo dos receptores 1. O efeito anti-hiper-tensor deve-se contribuio dos dois antagonismos, ob-tendo-se uma vasodilatao mediada por 1 sem taqui-cardia reflexa (atenuada pelo bloqueio ), o que tambmtraz resultados benficos na teraputica da insuficincia car-daca, conferindo a este frmaco um perfil teraputico mui-to favorvel, mesmo comparado com frmacos mais cr-dio-selectivos.5

    Alm de todas as outras consequncias (hipotenso or-tosttica, congesto nasal, miose, vasodilatao, astenia,tonturas, sncope/lipotmia, etc.),5,6 a nvel do tracto urin-rio os frmacos com aco antagonista a nvel dos recepto-res 1, como o carvedilol, provocam relaxamento do es-fincter da uretra (por relaxamento das suas fibras muscula-res lisas) e diminuio das resistncias ao fluxo urinrio,pelo que a sua aco facilita o esvaziamento da bexiga emdoentes com reteno urinria e incontinncia por sobre-carga. Por essa razo, os antagonistas adrenrgicos 1 sousados extensivamente no tratamento da hipertrofia benig-na da prstata1, reduzindo o componente dinmico da obs-truo uretral pela prstata aumentada. bvio que paraeste fim se opta por bloqueadores 1 que sejam urosselec-tivos (por exemplo: alfuzosin, tamsulosin), de forma a limi-tar o aparecimento de efeitos secundrios relacionados coma manuteno do tnus vascular, havendo para aquela pato-logia em alternativa os inibidores da 5--reductase.

    Est at descrito na literatura que vrios frmacos anti-hipertensores afectam funcionalmente o tracto urinrio in-

  • 89Medicina InternaVol. 10, N. 2, 2003

    CASOS CLNICOS

    ferior e podem causar incontinncia urinria.7 O exemploclssico a prazosina,8 registando-se incidncia muito altade incontinncia de stress nas mulheres medicadas com estefrmaco.9 O carvedilol tambm pode assumir estas caracte-rsticas.

    Por outro lado, conhecido o papel dos agonistas -1 notratamento da incontinncia de stress,10 aumentando o t-nus do msculo liso da uretra.11,12

    Em relao ao caso clnico descrito, foi por ns posta ahiptese de a incontinncia urinria apresentada pela doen-te ter sido desencadeada pelo uso do carvedilol, devido spropriedades antagonistas 1 daquele frmaco, e visto queas queixas se iniciaram no primeiro ms de utilizao da-quele frmaco. E como se verificou que em relao ao biso-prolol, um bloqueador- crdio-selectivo, no se registouincontinncia urinria, a nossa hiptese ter, eventualmen-te, uma forte solidez.

    Trata-se de um caso que poder repetir-se com algumafrequncia na prtica clnica diria, principalmente com ouso cada vez mais frequente de bloqueadores-. Apesar dis-so, foi feita uma pesquisa exaustiva na MEDLINE, tendoos autores consultado mais de 800 artigos cientficos relati-vos ao carvedilol, no encontrando um nico caso seme-lhante descrito, apesar de os haver com outros anti-hiper-tensores8 e de haver no British National Formulary, deMaro de 2002, uma referncia a distrbios da mico cau-sados pelo carvedilol.

    Talvez por isso no se possa tirar nenhuma concluso,mas a medicina emprica ainda poder ter algum relevo hojeem dia, e podemos ter em conta casos como este quando,no futuro, prescrevermos um bloqueador-, nomeadamen-te quando se tratar de um doente com hipertrofia benignada prstata...

    Bibliografia 1. Hieble JP, Ruffolo RR Jr.. Recent advances in the identification of -1

    and -2 adrenoreceptor subtypes: therapeutic implications. Exp. Opin.Invest. Drugs 1997; 6 (4): 367-387.

    2. Cruickshank JM. Beta-blockers continue to surprise us. European He-art Journal 2000; 21: 354-364.

    3. Cheng J, Kamiya K, Kodama I. Carvedilol: molecular and cellular ba-sis for its multifaceted therapeutic potencial. Cardiovasc. Drug Rev2001; 19 (2): 152-171.

    4. Cleland JG. Progression from hipertension to heart failure: mechanis-ms management. Cardiology 1999; 92 (1): 10-19.

    5. Ruffolo RR, Hieble JP. The adrenoreceptors: historical perspectives,current status and future directions. Pharmacology communications1995 ; 6(1-3) : 1-7.

    6. Carruthers SG. Adverse effects of alpha-1-adrenergic blocking drugs.Drug Saf 1994; 11 (1): 12-20.

    7. Menefer AS, Chesson R, Wall LL. Stress urinary incontinence due toprescription medications: alpha-blockers and angiotensin convertingenzyme inhibitors. Obstet Gynecol 1998; 91 (2): 853-854.

    8. Dwyer PL, Teele JS. Prazosin: a neglected cause of genuine stressincontinence. Obstet Gynecol 1992 ; 79 (1): 117-121.

    9. Marshal HJ, Beevers DG. Alpha-adrenoreceptor blocking drugs andfemale urinary incontinence: prevalence and reversibility. Br J ClinPharmacol 1996; 42 (4): 507-509.

    10. Sullivan J, Abrams P. Pharmacological management of incontinence.Eur Urol 1999; 36 (1): 89-95.

    11. Ruffolo RR Jr, Hieble JP. Adrenoreceptor pharmacology: urogenitalapplications. Eur Urol 1999; 36 (1): 17-22.

    12. Hemaly AK, Mousa LA. Stress urinary incontinence, a new concept.Eur J Obstet Gynecol Reprod iol 1996 ; 68 (1-2): 129-135.

  • Medicina InternaVol. 10, N. 2, 200390

    ARTIGOS DE REVISO