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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL EVANDRO PEROTONI VOLANTE INERCIAL DE VARIAÇÃO CONSTANTE AUTOMATIZADO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

EVANDRO PEROTONI

VOLANTE INERCIAL DE VARIAÇÃO CONSTANTE AUTOMATIZADO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2015

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EVANDRO PEROTONI

VOLANTE INERCIAL DE VARIAÇÃO CONSTANTE AUTOMATIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização, apresentado ao Curso de Especialização em Automação Industrial, do Departamento Acadêmico de Eletrônica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof. Dr. Valmir de Oliveira.

Coorientador: Prof. Tit. Nome do Coorientador se Houver

CURITIBA 2015

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Dedico a monografia a todos que cooperaram ao desenvolvimento deste trabalho, que proporcionaram um melhor resultado e conhecimento sobre o tema. Tendo assim aberto um novo caminho de pesquisa para o controle de oscilações nas máquinas industriais, além da visibilidade para outras áreas tecnológicas. Obrigado família, amigos e professores.

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AGRADECIMENTO(S)

Agradeço aos meus pais, irmãos e colegas que me apoiaram na minha formação, fornecendo auxílio e animo para enfrentar as dificuldades no concilio do trabalho profissional e do estudo.

Agradeço aos professores do curso de Especialização em Automação Industrial, que me apresentaram um novo mundo de conhecimento e pesquisa, podendo assim descobrir um novo horizonte tecnológico, novos colegas e contatos profissionais, além da oportunidade de expor meus pontos de vista, ligados ao meu ramo de trabalho.

Agradeço ao meu orientador e amigo Professor Dr. Valmir de Oliveira pela sua atenção e paciência na realização deste trabalho, permitindo que eu pudesse aprender muito além do que imaginava durante o desenvolver desta monografia e pela sua compreensão no atendimento dos objetivos, tendo em vista a demandas de tempo vindas do emprego que exerço atualmente na industria automotiva. Acredito que muito do que desenvolvi possibilite abrir novos canais de pesquisa, podendo acrescentar um maior desenvolvimento e projeção dos ensinamentos trabalhados na UTFPR.

À todos meu muito obrigado!

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"Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o fato de encontrar de vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece completamente por descobrir à minha frente". (Isaac Newton)

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RESUMO

PEROTONI, Evandro. Volante Inercial de Variação Constante Automatizado. 2015. 38 f.Monografia - Curso de Especialização em Automação Industrial. Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2015. O volante inercial pode ser aplicado como uma solução mais eficiente que os investimentos em motores maiores e controladores sofisticados. O volante inercial de variação constante, conciliar as características de um volante convencional na absorção dos efeitos oscilatórios das máquinas, em função da resistência a mudança de rotação, com a possibilidade de modificar seu momento de inércia através de sua reconfiguração física, esta modificação ocorre com a implantação de um sistema automatizado de controle contínuo, com o objetivo de melhorar as respostas aos efeitos oscilatórios. Neste trabalho é apresentado o projeto de um volante inercial variável para máquinas industriais, como motobombas, turbinas e geradores, que sofrem os efeitos oscilatórios de carga. Os resultados obtidos pelos cálculos indicam redução no tempo de retorno da máquina a sua rotação nominal, onde podemos encontrar linhas de pesquisa para o aprimoramento do mecanismo do volante inercial variável e também na estratégia de controle. O projeto demonstra promissores ganhos de qualidade no processo, na redução dos custos com energia reativa e no aumento da durabilidade das máquinas, além da oportunidade de pesquisa sobre a influência do volante inercial variável no tratamento dos problemas de vibração nas máquinas. Palavras chave: Volante inercial variável. Controle de rotação. Momento angular. Oscilação.

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ABSTRACT

PEROTONI, Evandro. Volante Inercial de Variação Constante Automatizado. 2015. 38 f.Monografia - Curso de Especialização em Automação Industrial. Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2015. The inertial flywheel can be applied as a solution more efficient than investments in larger engines and sophisticated controllers. The constant variable inertial flywheel, combine the characteristics of a conventional flywheel in the absorption of oscillatory effects of machines, due to the resistance to change in rotation, with the possibility to modify its moment of inertia through its physical change, this change occurs with the implementation of an automated system of continuous control, in order to improve responses to oscillatory effects. This work presents a variable inertial flywheel design, for the industrial machinery, such as motor pumps, turbines and generators, that suffering the effects of oscillating load. The results obtained by calculations, indicate reduction in machine payback time its rated speed, where we can find research lines for the improvement of the variable inertial flywheel design and in the control strategy. The design demonstrates promising quality gains in the process, the reduction of reactive energy costs and increasing the durability of machines, besides the research of the influence of chance variable inertia flywheel in the treatment of vibration problems in machinery. Keywords: Variable inertial flywheel. Rotation control. Angular momentum. Oscillation.

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LISTA DE ILUSTRAÇÔES

Figura 1 - Colhedeira McCormick Daisy .................................................................... 16

Figura 2 - Flywheel KERS, VOLVO ........................................................................... 17

Figura 3 - Flywheel Storage ...................................................................................... 18

Figura 4 - Vista traseira do motor Maxxforce 9.3 P ................................................... 18

Figura 5 - Volante Leonardo da Vinci ........................................................................ 19

Figura 6 - Três tipos de VIV....................................................................................... 20

Figura 7 - Tabela, Alguns Momento de Inércia .......................................................... 22

Figura 8 - Anéis coletores ......................................................................................... 24

Figura 9 - Worm Gear ............................................................................................... 24

Figura 10 - Volante Inercial Variável em mínima inércia ........................................... 25

Figura 11 - Volante Inercial Variável em máxima inércia .......................................... 25

Figura 12 - Barra de sustentação .............................................................................. 26

Figura 13 - Eixo e bucha ........................................................................................... 26

Figura 14 - Motor e engrenagem ............................................................................... 27

Figura 15 - Engrenagem secundária ......................................................................... 27

Figura 16 - Massas de posição variável .................................................................... 28

Figura 17 - Simulação do controle da rotação ........................................................... 31

Figura 18 - Simulação da posição das massas no tempo ......................................... 31

Figura 19 - Comparativo entre sistemas ................................................................... 32

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LISTA DE SÍMBOLOS

a Largura do conjunto motor engrenagem.

b Altura do conjunto motor engrenagem

C Distância entre as massas variáveis.

I Momento de inércia.

�� Momento de inércia barra de sustentação.

�� Momento de inércia eixos e buchas.

�� Momento de inércia motor e engrenagem.

�� Momento de inércia engrenagens secundárias.

�� Momento de inércia estrutura invariável.

L Momento Angular

M Massa.

r Raio.

� Velocidade angular.

Aceleração angular.

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LISTA DE SIGLAS

FP Fator de Potência

KERS Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kinetic Energy Recovery System)

LMC Controlador por Modelo de Perdas

MIT Motor Indutivo Trifásico

SC Controlador de Busca

VIF Volante Inercial Fixo

VIV

CLP

Volante Inercial Variável

Controlador Lógico programável

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

1.1 TEMA ............................................................................................................ 11

1.2 DELIMITAÇÃO DE PESQUISA. ................................................................... 12

1.3 PROBLEMA .................................................................................................. 12

1.4 OBJETIVOS ................................................................................................. 13

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 13 1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 13 1.5 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 14

1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................... 14

1.7 EMBASAMENTO TEÓRICO ........................................................................ 15

1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 16

2.1 VOLANTE INERCIAL ................................................................................... 16

2.2 APLICAÇÃO DOS VOLANTES INERCIAIS ................................................. 16

2.3 MODELOS DE VOLANTES INERCIAIS VARIÁVEIS. .................................. 19

2.4 FUNDAMENTOS DO MOMENTO ANGULAR .............................................. 21

3 VOLANTE INERCIAL DE VARIAÇÃO CONSTANTE AUTOMATIZADO. ........ 23

3.1 DEFINIÇÃO DO MODELO DE VOLANTE INERCIAL VARIÁVEL A SER DESENVOLVIDO. ..................................................................................................... 23

3.2 DETERMINAÇÃO DA FÓRMULA DE CONTROLE ...................................... 25

3.3 AUTOMATIZAÇÃO DO VOLANTE. .............................................................. 29

4 SIMULAÇÃO DO SISTEMA. ............................................................................. 29

4.1 APRESENTAÇÃO DO CONTROLE E RESULTADOS. ............................... 30

4.2 ANÁLISE COMPARATIVA. .......................................................................... 32

5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

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1 INTRODUÇÃO

O capitulo apresenta o tema de pesquisa, citando as delimitações

trabalhadas, a descrição do problema e a definição dos objetivos com as suas

respectivas justificativas, tendo por fim a estrutura do trabalho a ser apresentado.

1.1 TEMA

A procura por formas de reduzir gastos com o consumo de energia e as

perdas em processos, vem se tornando pontos fundamentais nas estratégias de

competitividade das empresas, que por sua vez investem em melhorias

principalmente nas áreas ligadas ao processo produtivo. Com base nisso, podemos

identificar que os sistemas de controle são fundamentais para estas melhorias, como

também a aplicação de motores mais eficientes com capacidade de absorver as

oscilações dos processos, consumindo menos energia.

Segundo Oliveira (2010, p.1012), na industria a maior parte da energia

consumida está ligada aos motores elétricos, sendo em grande parte de motores

trifásicos indutivos (MIT), devido ao fato do baixo investimento para instalação,

manutenção e a elevada eficiência energética quando utilizado em carga nominal e

sem partidas frequentes. Em grande parte das aplicações, os motores trabalham

somente com 75% da carga nominal, fato ocasionado pelo sobredimensionamento

de motores para máquinas, que operam na condição de oscilação de carga ou de

ações de manutenção mal planejadas. Para se reduzir estas perdas de energia,

encontra-se técnicas de controle eletrônico, como o controlador de busca (SC) e o

controlador por modelo de perdas (LMC), assim como uma combinação das técnicas

(SCARMIM, 2011, p.18).

Tendo como base, a opção de não utilizar somente soluções eletrônicas

para a correção da eficiência energética dos motores e também para se evitar a

necessidade de sobredimensionamento (contribuição importante para redução do

fator de potência (FP) da instalação), o trabalhado em questão propõem utilizar-se

do conceito relacionado a segunda lei de Newton para a conservação do momento

de inércia, através de um volante inercial de variação constante automatizado,

possibilitando ao equipamento um correto dimensionado do seu motor, para um

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trabalho com um aproveitamento perto dos 100%, sem sofrer com os efeitos

oscilatórios.

1.2 DELIMITAÇÃO DE PESQUISA

O trabalho está contido no campo da aplicação industrial, relacionado a

máquinas acionadas por MITs, para a movimentação de bombas, turbinas e

geradores, sendo que estas estão sobre os efeitos oscilatórios de carga, que

causam prejuízo ao processo e aos equipamentos.

Tendo uma abordagem direcionada a uma motobomba em específico, a fim

de simular a condição de aplicação e caracterizando o estudo para outras aplicações

de motobombas, além de base para outras máquinas.

1.3 PROBLEMA

Em diversos sistemas de uma planta de fabricação, bombas e turbinas são

utilizadas para a movimentação de líquidos e sólidos, que podem estar sofrendo

efeitos turbulentos, golpes de aríete, pulsações, entre outros, promovendo

oscilações nas cargas dos rotores destas máquinas. Com isso, torna-se necessário

o sobredimensionamento dos motores indutivos das máquinas, afim de evitar

paradas e perdas no processo.

O sobredimensionamento tem como principal objetivo gerar uma melhor

partida do sistema e a robustez no processo contínuo, além dos caso gerados por

ações erradas durantes manobras de manutenção. O motor sobredimensionado

atua fora de sua faixa ideal de eficiência, consumindo assim mais energia do que

deveria, por operar parcialmente em vazio, fato também que contribui para o efeito

da energia reativa na rede elétrica (baixo fator de potência), gerando gastos com a

instalação de bancos de capacitores e riscos de possíveis multas para a empresa,

além é claro de interferir no funcionamento de outros equipamentos ligados a rede

elétrica.

Como forma de trabalho, se pesquisa a implantação do controle destas

oscilações através da energia armazenada no momento angular de um volante

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inercial, este por sua vez dará a possibilidade de se implantar motores

dimensionados corretamente, obtendo assim ganhos para a qualidade do processo

e a redução dos gastos da empresa. Deste modo, se buscará compreender qual a

real eficácia do volante na absorção destas oscilações e na possibilidade de atuar

em conjunto com inversores de frequência para uma maior agilidade na variação da

velocidade angular de uma dada máquina.

1.4 OBJETIVOS

Nesta seção são apresentados os objetivos geral e específicos do trabalho

relativos ao problema apresentado.

1.4.1 Objetivo Geral

Propor o desenvolvimento de um volante inercial de variação constante

automatizado, com a finalidade de reduzir os efeitos das oscilações de carga sobre

as máquinas rotativas do processo.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Identificar os sistemas que podem utilizar-se de volantes inerciais para

controle oscilatório.

• Projetar um sistema de volante inercial variável e estratégia de controle.

• Simular um sistema com o volante inercial variável automatizado e compara-

lo a um sistema sem volante inercial.

• Identificar o aporte dos ganhos do sistema proposto.

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1.5 JUSTIFICATIVA

A aplicação de um volante inercial torna melhor o controle da velocidade

angular em máquinas rotativas, devido ao fato da resistência a variação de rotação.

A quantidade de energia armazenada através do momento angular no volante, é

fonte de torque quando variada no tempo (HALLIDAY 2008, p.306).

Observa-se que um dado volante inercial possui a capacidade de se manter

em movimento, não sendo facilmente parado ou acelerado, mesmo com aumento da

carga externa, com isso, a utilização de motores maiores não é mais necessária. O

problema é que este volante torna difícil o iniciar da rotação, principalmente na

operação em ciclos de liga e desliga frequentes.

Devido a isso se propõem a aplicação de um volante com a capacidade de se

auto modificar inercialmente, a fim de facilitar o inicio de rotação da máquina e

aumentar a inércia de forma gradativa, garantindo maior estabilidade quando o

equipamento estiver em processo continuo e nos casos de mudanças de rotação,

auxilia para um ajuste mais rápido.

Atualmente os volantes inerciais estão ganhando espaço quando o assunto é

eficiência energética, caracterizado pela simples construção e vantajosa capacidade

de armazenar energia apresenta-se como objeto de pesquisa nas áreas

aeroespacial, de geração de energia, de veículos elétricos e híbridos e até mesmo

na Formula 1. Suas aplicações apresentam objetivos semelhantes aos motivos em

desenvolvimento neste trabalho, sendo coerente com os recentes avanços

tecnológicos.

1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa é de natureza aplicada, para a utilização em máquinas instaladas

em processos de necessidades específicas de controle, que estão sobre a condição

de carga oscilatória. Com a abordagem de âmbito qualitativo, sobre o estudo de um

sistema que simula uma motobomba, na forma experimental para base de projetos

ligados ao volante inercial.

O trabalho está estruturado nas etapas de pesquisa teórica a respeito do

momento angular, pesquisa e avaliação das idealizações já apresentadas por artigos

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e patentes relacionadas, como também a concepção de um projeto para o estudo e

desenvolvimento do método de controle, identificando aportes de ganho para a

industria com o propósito para trabalhos futuros.

1.7 EMBASAMENTO TEÓRICO

O tema está referenciado pelos trabalhos Yuan (2010), Braid (2014), Oliveira

(2010), Scarmin (2011), Cheng (2012). A questão teórica com base em Halliday

(2008).

1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é composto por capítulos que comportam as informações de

uma forma de fácil compreensão, desde a descrição do tema e problema a ser

abordado, a conceituação teórica para a solução, o desenvolvimento e os

resultados, tendo por fim a conclusão e a proposição para projetos futuros, além das

referencias bibliográficas.

A introdução é descrita neste capitulo, com a apresentação do tema, a

delimitação da pesquisa, a descrição do problema, dos objetivos e as justificativas.

Apresenta também o procedimento metodológico, com o embasamento teórico e a

estrutura geral.

O capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica do volante inercial, suas

aplicações nas máquinas, as novas tecnologias ligadas a seu funcionamento e as

propostas que visam resolver o problema semelhante ao deste trabalho, como

também a definição dos cálculos do momento angular para o projeto proposto.

No capitulo 3 encontra-se a proposta do mecanismo de volante inercial

variável, sua forma de automatização e os cálculos para o controle.

O capitulo 4 trata da simulação do sistema para capitalização dos resultados

e a identificação dos ganhos.

O capítulo 5 são apresentados as conclusões, com as resposta aos objetivos

definidos, seus resultados, como também as propostas para trabalhos futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem como objetivo apresentar a definição e aplicações do

volante inercial, os fundamentos do momento de angular e definir a forma de cálculo

a ser aplicada no projeto.

2.1 VOLANTE INERCIAL

O volante inercial é um elemento de armazenamento de momento angular,

que em sua maioria é caracterizado por um disco girante sobre seu eixo central e é

empregado para reduzir as flutuações de velocidade angular em máquinas.

2.2 APLICAÇÃO DOS VOLANTES INERCIAIS

Os volantes inerciais são a muito tempo utilizados na construção de

máquinas, devido ao fato de sua fácil construção e de sua capacidade de

armazenamento de energia a baixo custo.

Figura 1 - Colhedeira McCormick Daisy. Fonte: CASE IH (1892).

Podendo ser aplicada desde uma simples máquina agrícola, (lateral direita,

superior à roda tratora da Figura 1), até sistemas espaciais de ponta, o volante

inercial tem como característica, a resistência a alterações do movimento de rotação

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em que se encontra, tanto em aceleração quanto na desaceleração, sendo assim

sua aplicação é direcionada a estabilizar a rotação de máquinas, podendo também

servir como armazenador de energia. Mecanismos como KERS (Kinetic Energy

Recovery System), absorvem a energia cinética da desaceleração de um veículo no

momento da frenagem para fornecê-la novamente durante a retomada da

aceleração, conforme a Figura 2 o volante absorve a desaceleração através de um

sistema de engrenagens e transmissão continuamente variável (CVT) ligados ao

eixo do veículo, por onde também retornará a energia no momento da aceleração,

podendo o volante chegar até 60.000 rpm. Outra aplicação é o Flywheel Storage

(Figura 3), em que o volante inercial trabalha como uma bateria de armazenamento

de energia para aplicação em satélites e estações espaciais, recebendo energia dos

painéis solares e fornecendo energia quando o equipamento estiver sem o contato

com os raios solares.

Figura 2 - Volante KERS, VOLVO. Fonte: Adaptado de Car and Drive Blog (2011).

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Fonte: NASA (

Sua aplicação também ocorre em motores a combustão

pelo número 5, servindo como estabilizador de rotação e filtro para as

(Figura 4).

Figura 4 - Vista traseira do motor Maxxforce 9.3PFonte: MWM Internacional Motores

Figura 3 - Flywheel Storage.

Fonte: NASA (2004).

Sua aplicação também ocorre em motores a combustão

servindo como estabilizador de rotação e filtro para as

Vista traseira do motor Maxxforce 9.3P. e: MWM Internacional Motores (2011, p. 44).

18

Sua aplicação também ocorre em motores a combustão – Volante indicado

servindo como estabilizador de rotação e filtro para as vibrações

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Como se pode perceber a grande maioria das aplicações de volantes

inerciais são de forma fixa, onde sua aplicação tem se estendido para áreas ligadas

a eficiência energética.

2.3 MODELOS DE VOLANTES INERCIAIS VARIÁVEIS

Semelhante a solução proposta neste trabalho, um dos volantes variáveis

mais conhecidos é de Leonardo da Vinci (Figura 5), sendo neste caso variável em

função da aceleração centrifuga exercida sobre as esferas, mas não possui a ação

de variar para alterar sua própria rotação.

Figura 5 - Volante Leonardo da Vinci. Fonte: Italian Art (2015).

Segundo Yuan (2010, p.187) um sistema de volante inercial pode trabalhar

com dois tipos de armazenamento de energia, o volante inercial fixo (VIF) de simples

estrutura, mas de grande atraso no aumento de rotação da máquina e o volante

inercial variável (VIV) de estrutura e manutenção mais complexa.

Exemplos de volantes inerciais variáveis são dedicados a trabalhar na

condição de baixa inércia no inicio da rotação, aumentando sua capacidade de

inércia em função do aumento da rotação, para isso se faz o uso de molas ou

motores elétricos. Como exemplo da ideia de Yuan, onde foi desenvolvido para

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fornecer estabilidade de rotação a um gerador a diesel com grande efeito pulsante e

baixo torque em inicio de rotação, indica resultados com grande utilidade para a

aplicação neste tipo de controle oscilatório. Na Figura 6 encontra-se os três tipos de

mecanismo propostos por Yuan, sendo as (a) e (b) constituídas por massas e molas,

que em baixa rotação mantém as massas perto do centro do volante e a medida que

rotação aumenta a aceleração centrifuga faz com que as massas comprimam as

molas ampliando o momento de inércia dos volantes e o sistema (c) que assemelha-

se ao proposto neste trabalho com um motor elétrico, mas todos estão montados

para somente atuarem na partida do sistema sem um funcionamento variável

constante.

Figura 6 - Três tipos de VIV, Diagramas de estrutura. Fonte: Adaptado de Yuan (2010, p. 189)

Braid (2014, p. 1291) cita também a implementação de um volante inercial

variável através de massa liquida de 10% de ganho, como também pode-se

encontrar registros das patentes de Burwstall (2005) e Yamazaki (2005), que

indicam ideias de volantes inerciais variáveis com menor carga para a partida do

sistema.

O ponto em que não foram encontrados estudos, está ligado a possibilidade

de se trabalhar com esta variação de inércia para fornecer ou retirar torque do

sistema, afim de garantir a estabilidade e alteração de rotação. Um sistema que

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possa não somente facilitar a partida para posterior função de capacitor de inércia,

mas também atuar como regulador para o sistema.

2.4 FUNDAMENTOS DO MOMENTO ANGULAR

O momento angular de um corpo rígido a girar em torno de um eixo fixo,

segundo Halliday (2008, p.317), é dado pela equação (1), através da multiplicação

entre o momento de inércia � (kg.m²) do corpo em seu próprio eixo e a velocidade

angular � (rad . s��).

= � ∙ � (1)

E dada por (2) o torque resultante Ƭ (N.m) é igual a multiplicação do momento

de inércia � pela aceleração angular α (rad . s��).

Ƭ = � ∙ (2)

Sendo assim podemos substitui o momento de inércia na formula do torque

(3) para obter:

Ƭ = � ∙ (3)

E temos a equação (4), onde a variação do momento angular � no tempo é

igual ao torque resultante Ƭ (Segunda Lei de Newton para Rotações).

Ƭ = ��� (4)

Para o cálculo do projeto a ser desenvolvido poderá ser tomando como base

as fórmulas de momento de inércia (Figura 7), considerando as partes que formarão

o mecanismo.

Baseados nestes conceitos podemos aplicar para o projeto em questão os

cálculos do momento angular e do torque sobre as cargas da máquina, que está

dividida em duas partes, sendo a de estrutura girante com geometria fixa e a de

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estrutura variável, com massas que serão movimentadas para que possa trabalhar

com a energia armazenada no volante.

Figura 7 - Tabela, Alguns Momentos de InérciaFonte: Halliday (2008, p.272

com massas que serão movimentadas para que possa trabalhar

com a energia armazenada no volante.

Tabela, Alguns Momentos de Inércia 2008, p.272).

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com massas que serão movimentadas para que possa trabalhar

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Sendo assim será considerado um momento de inércia da parte fixa I�, formada pela somatória de todos seus componentes, mais o valor do momento de

inércia da parte variável, este que por sua vez será dado em função da distancia C,

entre a massa e o eixo de rotação da máquina.

Com ambos valores teremos uma curva de momento inercial que será

aplicada na determinação da curva do momento angular e consequentemente na

determinação do torque a ser aplicado no sistema.

3 VOLANTE INERCIAL DE VARIAÇÃO CONSTANTE AUTOMATIZADO

Neste capítulo está apresentado a proposta do volante, que receberá a

automatização com a estratégia de controle definida em cálculo.

3.1 DEFINIÇÃO DO MODELO DE VOLANTE INERCIAL VARIÁVEL A SER

DESENVOLVIDO

O projeto neste trabalho acrescenta ao volante a tecnologia da automação,

possibilitando a utilização da energia inercial armazenada para o fornecimento de

torque ao sistema.

O projeto do volante inercial de variação constante automatizado, ocorre

através da aplicação de um servo motor para a movimentação das massas

principais que atuaram na variação do momento de inércia e por consequência no

momento angular.

Seu controle e alimentação serão possíveis com a aplicação de anéis

coletores (Figura 8) e escovas, além dos sensores de rotação e posicionamento das

massas.

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Figura 8 -Fonte: RR Comercial

Para se evitar os efeitos da aceleração centrifuga e da cinética de

movimentação das massas sobre o posicionamento, o sistema deve possui um

acionamento com redutor de engrenagens de

Conforme Figura 1

que servirá de estrutura para as massas móveis, a mesma está construída sob um

haste de perfil retangular para sustentar dois conju

engrenagens e massas, reduzindo problemas de vibração por desequilíbrio e não

gerando complexidade na construção e manutenção. A proposta estabelece uma

- Anéis coletores. RR Comercial (2015).

Para se evitar os efeitos da aceleração centrifuga e da cinética de

movimentação das massas sobre o posicionamento, o sistema deve possui um

acionamento com redutor de engrenagens de modelo "sem fim" ( Figura 9

Figura 9 - Worm gear. Fonte: How Stuff Works (2015).

Conforme Figura 10, o mecanismo possuirá uma parte com geometria fixa

estrutura para as massas móveis, a mesma está construída sob um

gular para sustentar dois conjuntos de mecanismos de

e massas, reduzindo problemas de vibração por desequilíbrio e não

gerando complexidade na construção e manutenção. A proposta estabelece uma

24

Para se evitar os efeitos da aceleração centrifuga e da cinética de

movimentação das massas sobre o posicionamento, o sistema deve possui um

"sem fim" ( Figura 9).

o mecanismo possuirá uma parte com geometria fixa

estrutura para as massas móveis, a mesma está construída sob um

ntos de mecanismos de

e massas, reduzindo problemas de vibração por desequilíbrio e não

gerando complexidade na construção e manutenção. A proposta estabelece uma

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utilização por engrenagens para maior velocidade de movimentação sem a perda de

precisão, garantindo um maior efeito de torque do volante no sistema, com o

acionamento pelo servo motor conectado ao conjunto de engrenagens

Figura 10 - Volante Inercial Variável em mínima inércia Fonte: Autoria própria.

Conforme Figura 11 o volante pode chegar a um momento de inércia máximo,

posicionando as massas o mais longe possível do centro de rotação.

Figura 11 - Volante Inercial Variável em máxima inércia Fonte: Autoria própria.

3.2 DETERMINAÇÃO DA FÓRMULA DE CONTROLE

O controle será aplicado, tendo como entrada a alteração da rotação no

tempo, para assim calcular quanto torque será necessário fornecer para que o

sistema retorne a rotação pré estabelecida.

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O sistema atuará fornecendo ou retirando torque da moto bomba em rotação,

para isso será modificado o posicionamento das massas em relação ao eixo de

rotação, modificando o momento de inércia do volante e por consequência o

momento angular. A alteração do momento angular no tempo possibilitará o

fornecimento acelerado de torque para uma reatividade maior até a rotação nominal.

O mecanismo terá como característica a ser calculada, a inércia das partes

fixas do volante, ou que não apresentam variação considerável da massa, quando

em funcionamento e a parte que será controlada variando a posição da massa em

relação ao eixo de rotação.

Para a parte com a geometria fixa separaremos em partes, sendo as

equações obtidas da Figura 7, em que M representa a massa em kg, C as

distâncias em metros passando pelo eixo e I o momento de inércia em cada parte

em kg.m².

a) Barra de sustentação Figura 12 dada pela equação 5:

Figura 12 - Barra de sustentação. Fonte: Autoria própria.

�� = 112 " ∙ #� (5)

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b) Eixos e buchas das extremidades da Figura 13 pela equação 6, em que C

é a distância entre um conjunto eixo bucha e o outro:

Figura 13 - Eixo e bucha. Fonte: Autoria própria.

�� = " ∙ $#2% ² + " ∙ $#

2% ² (6)

c) Motor e engrenagem de acionamento primário na Figura 14 e equação 7

em que a e b são a altura e largura em metros do bloco motor:

Figura 14 - Motor e engrenagem. Fonte: Autoria própria.

�� = 112 " ∙ '(� + )�* (7)

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d) Engrenagens de acionamento secundário na Figura 15 e equação 8, onde r

é a distância em metros, entre o centro de massa da peça em relação ao eixo de

rotação da barra de sustentação:

Figura 15 - Engrenagem secundária. Fonte: Autoria própria.

�� = " ∙ +² (8)

Estes momentos de inércia serão somados (Equação 9) e mantidos como

valores constantes para o sistema.

�� = �� + �� + �� + ��

(9)

Para a parte variável teremos uma curva de momento inercial que somada ao

valor da parte de geometria fixa será aplicada na determinação da curva do

momento angular e consequentemente para a determinação do torque a ser

aplicado no sistema.

A parte variável da Figura 16 será expressa pela Equação 5:

� = " ∙ $#2% ² + " ∙ $#

2% ² (10)

em que, I - Momento de Inércia, kg.m²; M - Massa móvel, kg; C - Distância entre as massas passando pelo eixo, em metros.

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Figura 16 - Massas de posição variável. Fonte: Autoria própria.

Sendo duas massas M equidistantes do eixo de rotação, com a possibilidade

de aproximar e afastar-se, variando desta forma seu momento de inércia.

3.3 AUTOMATIZAÇÃO DO VOLANTE

A automatização torna possível o funcionamento do volante variável. Há duas

opções básicas para a automatização do volante variável: aplicando um controlador

lógico programável (CLP) ou um microcontrolador, que fará a leitura da rotação do

motor de indução trifásico (MIT) e acionará o servo motor do volante variável,

quando identificada variação na rotação. O CLP ou microcontrolador, terá como

função controlar a inicialização do MIT pelo seu inversor de frequência e a

movimentação das massas variáveis do volante em seu estado de mínimo momento

de inércia, viabilizando uma partida rápida. Acompanhando a aceleração do MIT, o

controle reposiciona as massas em uma região intermediária do momento de inércia.

A informação de posição para o controle definir a abertura ou o fechamento das

massas, quando ocorrerem as variações na rotação, será obtida através de

sensores de rotação ou no próprio servo motor. A comunicação entre o CLP ou

microcontrolador e o servo motor será feita pelos anéis coletores.

4 SIMULAÇÃO DO SISTEMA

A simulação apresenta a representação de uma moto bomba de motor

indutivo de 7 cv à rotação de 3500 rpm e tendo na bomba o consumo igual ao

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fornecido pelo motor mas com o agravante dos efeitos oscilatórios de 2 cv

aproximadamente, causando a redução de 25% da rotação em 5s, onde será

apresentado a estratégia de controle proposta pelo trabalho para o levantamento

das devidas conclusões.

4.1 APRESENTAÇÃO DO CONTROLE E RESULTADOS

O controle pode ser representado através de três etapas:

1 - Monitoramento da oscilação: a máquina ao sofrer o efeito oscilatório que

demanda mais torque do que o motor consegue fornecer, gera a queda da rotação

da máquina, nesta etapa o volante mantém-se inalterado e sua capacidade de

resistir a variação de rotação reduz a intensidade da queda de rotação, em paralelo

se monitora quanto a rotação variou durante este período.

2- Retorno à rotação nominal: a máquina ao deixar de sofrer o efeito

oscilatório, encontra-se fora de sua rotação nominal de trabalho, neste caso

podemos observar que se o volante mantivesse fixo em seu momento de inércia

também geraria resistência para o motor retornar a sua rotação nominal, logo o

volante variável apresenta a ação de reduzir sua resistência a alteração da rotação,

através da diminuição do seu momento de inércia, como também ao efetuar sua

redução de forma rápida gera a alteração do momento angular, que por

consequência fornece torque a máquina acelerando ainda mais a resposta de

retorno. Para tanto se faz a aquisição de quanto se reduziu na rotação e em quanto

tempo, afim de estimar o torque consumido e então definir pelos cálculos para qual

posição movimentar as massas no tempo mínimo possível e então identificar se a

máquina retornou a sua rotação de trabalho.

3- Retorno a posição inicial do volante: tendo a máquina retornado a rotação

nominal de trabalho, o controle deve iniciar o retorno do momento de inércia do

volante a posição inicial sendo utilizada para uma nova ação de controle de rotação.

Este retorno deve ser de baixo impacto para a rotação, logo o seu movimento será

muito mais lento para não consumir o torque do motor, detalhe importante a ser

observado está no fato de que quanto maior momento de inércia em movimento

mais sensível é o consumo de torque.

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No sistema simulado, quando ativado o controle do volante, faz com que o

sistema retorne rapidamente a rotação de regime de 3500 rpm, com a alteração do

momento angular em 1 s é fornecido uma grande quantia de torque tendo como

resposta um retorno rápido a rotação desejada. Na Figura 17 podemos analisar o

funcionamento do sistema.

Figura 17 - Simulação do controle da rotação. Fonte: Autoria própria.

Figura 18 - Simulação da posição das massas no tempo. Fonte: Autoria própria.

Ao analisar o comportamento do deslocamento das massas na Figura 18, é

possível identificar a velocidade do deslocamento para o ajuste rápido e logo em

seguida o de retorno a posição inicial.

-50.00

0.00

50.00

100.00

150.00

200.00

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00

Torque (N.m) /

Momento angular

(kg m2 rad s-1)

Ro

taçã

o (

rpm

)

tempo (s)

rotação

Torque

sistema

instantaneo

Momento

Angular

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00

Po

siçã

o (

m)

Tempo (s)

Posição das Massas

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4.2 ANÁLISE COMPARATIVA

Ao comparar os três cenários de não utilização de um volante inercial, da

utilização de um volante inercial fixo e do volante variável constante automatizado

(Figura 19), podemos identificar que o variável apresenta a robustez contra a

oscilação de um sistema com volante fixo, com a velocidade de retorno de um

sistema sem volantes, logo podemos ter um sistema trabalhando por mais tempo em

regime ótimo sem predas no processo.

Figura 19 - Comparativo entre sistemas. Fonte: Autoria própria.

2500

2700

2900

3100

3300

3500

3700

15.0 20.0 25.0 30.0

Ro

taçã

o (

rpm

)

Tempo (s)

Comparativo

Senário sem

volante

Senário com

volante fixo

Senário com

volante

variavel

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5 CONCLUSÃO

Conforme os resultados dos cálculos, é possível notar que o volante quando

acionado exerce uma grande quantidade de torque ao sistema, mas isso se deve a

quantidade de momento angular alterada no tempo, onde é mais notável nas

mudanças sob rotações mais altas.

O torque fornecido de forma instantânea permite um ajuste rápido a rotação

nominal, mas não é garantia nos casos do sistema estar sob efeitos oscilatórios

prolongados ou consecutivos rápidos. Outro fato observado é o retorno à posição

nominal do volante, em que se deve controlar a velocidade do movimento das

massas uma vez que ocorre o consumo de torque do sistema, sendo necessário

este retorno ocorrer de forma controlada.

A posição onde se encontra as massas em relação ao eixo de rotação

apresenta que, quanto mais afastadas maior seu momento angular e maior é sua

resistência a variação de rotação e a partir do instante que o controle reduz esta

distância, afim de fornecer torque para as retomadas de rotação nominal, ocorre a

redução desta capacidade de resistência deixando o sistema mais vulnerável a

novas oscilações, até que o controle retorne as massas a posição de nominal com

momento inercial maior.

A solução para problemas como esse pode ser dada através de um conjunto

de massas e posicionamento capazes de gerar um momento angular superior a

qualquer oscilação sofrida pelo sistema, ou aplicar um controle fracionado, que

forneça quantias gradativas de torque, tendo em paralelo um MIT com faixa de

rendimento maior.

Analisando o projeto do volante inercial variável podemos identificar

oportunidades de estudos para soluções de problemas ligados a distúrbios de

vibração sendo capaz de absorver ou alterar as frequências prejudiciais ao

funcionamento de máquinas, como também a aplicação em motores a combustão

com a finalidade de melhorar o desempenho nas aceleração e evitar perdas de

rendimento, quando em regime estável.

O projeto do volante inercial de variação constante automatizado apresenta-

se como boa opção de controle das oscilações, tendo observado que sua aplicação

reduz o tempo em que o sistema trabalha fora de sua rotação ótima, contribuindo

assim para um menor consumo de energia, como também evita a instalação de

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motores sobredimensionados ou controles por frequência mais robustos, podemos

notar que sua aplicação reduz os problemas com o fator de potência, mantendo a

qualidade do processo com menos riscos de danos as máquinas, pois controla

também a rotação para os casos de alívio repentino da carga.

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REFERÊNCIAS

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