Vouga, um (re)curso em ação_ Barragem Ribeiradio Ermida

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Vouga um (re)curso em ação Barragem Ribeiradio-Ermida Prémio Fundação Ilídio Pinho: “Ciência na Escola”

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Vouga um (re)curso em ação Barragem Ribeiradio-Ermida

Prémio Fundação Ilídio Pinho: “Ciência na Escola”

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Índice

Índice ............................................................................................................................................. 2

Índice de ilustrações ...................................................................................................................... 3

Introdução ..................................................................................................................................... 4

Rio Vouga – Bilhete de identificação ............................................................................................. 5

Principais características do rio Vouga.......................................................................................... 6

Rede hidrográfica do rio Vouga..................................................................................................... 8

Bacia hidrográfica do rio Vouga .................................................................................................... 9

Aproveitamento Hidroelétrico de Ribeiradio – Ermida .............................................................. 11

As inquietações…..................................................................................................................... 11

Os Projetos .............................................................................................................................. 16

A barragem de Ribeiradio ................................................................................................... 16

A barragem de Ermida ........................................................................................................ 18

Custos/Benefícios da barragem Ribeiradio – Ermida .................................................................. 20

Principais impactes negativos/custos ......................................................................................... 22

Colaborando… experimentando… ............................................................................................... 28

Calculando… ................................................................................................................................ 33

Os Futuros Futuríveis… ................................................................................................................ 37

Conclusão .................................................................................................................................... 39

Rio Vouga também encantou os escritores……. .......................................................................... 40

Bibliografia .................................................................................................................................. 42

Webgrafia .................................................................................................................................... 43

Agradecimentos .......................................................................................................................... 44

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Índice de ilustrações

FIGURA 1 - NASCENTE DO VOUGA, CHAFARIZ DA LAPA 6

FIGURA 2 - PERFIL DO RIO VOUGA 6

FIGURA 3 - VISTA AÉREA DO HAFF-DELTA DE AVEIRO/ “RIA DE AVEIRO 7

FIGURA 4 - REDE HIDROGRÁFICA 8

FIGURA 5 - BACIA HIDROGRÁFICA 9

FIGURA 6 - OS MATERIAIS QUE PODEMOS ENCONTRAR NA BACIA DO VOUGA 10

FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO EMPREENDIMENTO 13

FIGURA 8 - ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO PROJETO 14

FIGURA 9 - BARRAGEM E CENTRAL DE RIBEIRADIO – ASPETO GERAL 16

FIGURA 10 - BARRAGEM DE RIBEIRADIO 17

FIGURA 11 - BARRAGEM E CENTRAL DE ERMIDA: ASPETO GERAL 18

FIGURA 12 - BARRAGEM DE ERMIDA 19

FIGURA 13 - ESQUEMA GERAL DO APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DE

RIBEIRADIO-ERMIDA 19

FIGURA 14 - PONTE DO CUNHEDO 22

FIGURA 15 - PONTE LUÍS SÁ DA BANDEIRA 22

FIGURA 16 - DUAS DAS CASAS QUE SERÃO SUBMERSAS NO LUGAR DE PEDRE-

RIBEIRADIO PELA ALBUFEIRA DE RIBEIRADIO 25

FIGURA 17 - PRAIA DO VAU 26

FIGURA 18 - MONITORIZAÇÃO DOS ELEMENTOS BIOLÓGICOS 30

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Introdução Este projeto teve como núcleo, a discussão e o anseio da comunidade

educativa e das populações abrangidas pela construção do aproveitamento

hidroelétrico de Ribeiradio - Ermida que, ao longo das últimas três décadas foi

tema de discussão e de estudos técnicos. O interesse dos alunos foi

naturalmente acontecendo, logo que se iniciaram as obras na referida

barragem. A discussão à volta deste acontecimento e a preocupação sobre os

custos/ benefícios instalou-se.

É de referir também o facto dos avós e pais dos alunos testemunharem

que a referida barragem era um anseio das populações de Ribeiradio e Couto

de Esteves, bem como dos autarcas de Sever do Vouga, Couto de Esteves,

Oliveira de Frades e Ribeiradio.

O desafio promovido pela Fundação Ilídio Pinho através do concurso

"Ciência na Escola", foi mais uma motivação para que alunos e professores

desenvolvessem a temática proposta para este ano, valorizar os recursos

naturais e locais para a solução de problemas concretos. Foi neste sentido,

que a nossa escola - Agrupamento de Escolas de Sever do Vouga - participou

com o projeto "Vouga - um (Re) Curso em ação - Barragem de Ribeiradio/

Ermida", acolhido pelos docentes: Arlete Ribeiro, Ana Carla Dias, Ana Paula

Silva e Hernâni Soares envolvendo as turmas do 3.ºCiclo: 9.ºB, 9.ºE, 8.ºA,

8.ºB, 8.ºD, 8.ºE e 7.ºB.

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Rio Vouga – Bilhete de identificação Os rios, apesar de representarem apenas 0,0001% do volume de água

no planeta, têm uma enorme importância sobre as nossas vidas e o rio Vouga

não é exceção. Desde a nascente até à foz o rio Vouga serviu para aproximar

povoações (a figura do barqueiro é ainda hoje reconhecida na região de

Lafões), transporte de madeira- toros para a fábrica de celulose em Cacia/

Aveiro, para a rega na agricultura, turismo/lazer (bem patente nas termas de S.

Pedro do Sul, praia do Vau em Oliveira de. Frades e praia fluvial da Quinta do

barco em Sever do Vouga) e pesca…Agora vamos conhecer o rio Vouga…

Nome: O rio Vouga

Local de nascimento: nasce a 930 metros de altitude, na serra da

Lapa, mais concretamente no chamado Chafariz da Lapa, situado na freguesia

de Quintela, concelho de Sernancelhe, Distrito de Viseu. Nasce a 930 metros

de altitude.

Extensão (km): 147.9

Bacia hidrográfica (km2): cobre uma 3635 Km2, contando com as

pequenas bacias hidrográficas afluentes diretas da Ria de Aveiro.

Caudal médio (m3/s): 32.30

Declive (%): 0.60

Sentido do seu percurso: de leste para oeste.

Principais afluentes: o rio Águeda, rio Antuã, rio Boco, rio Caima, rio de

Mel, rio Frio, rio Gresso, rio Lordelo, rio Marnel, rio Mau, rio Pisão, rio Sul, rio

Teixeira, rio Troço, rio Varoso e o rio Zela.

Foz: Oceano Atlântico - Ria de Aveiro – Aveiro

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Principais características do rio Vouga

Da Nascente até à Foz

Perfis: longitudinal e transversal do Rio Vouga

O Vouga apresenta três secções distintas:

Figura 1 - Nascente do Vouga, Chafariz da Lapa

Figura 2 - Perfil do rio Vouga

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Na primeira secção, junto à nascente, é um rio de planalto,

desde a nascente até S. Pedro do Sul.

Na secção intermédia, é um rio de montanha. Atravessa as

zonas de relevo do maciço da Gralheira do Caramulo e da serra

das Talhadas.

Próximo do mar, torna-se um rio de planície.

O rio Vouga desagua na Ria de Aveiro, onde contribui para a formação

de um dos acidentes litorais mais originais, o chamado haff-delta de Aveiro/

“Ria de Aveiro” (Figura 3) é uma área lagunar deve-se à regressão das águas

marinhas e à acumulação de areias trazidas pelo mar e de sedimentos

transportados pelo rio Vouga, que desagua na laguna e forma um delta interior

ramificado em quatro braços principais- Ovar, Murtosa, Vagos e Mira, com uma

barra artificial- entrada estreita para o mar

Figura 3 - Vista aérea do haff-delta de Aveiro/ “Ria de Aveiro

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Rede hidrográfica do rio Vouga Sendo que a rede hidrográfica constitui o conjunto formado por um rio

principal e por todos os seus tributários, afluentes e subafluentes, o rio Vouga

tem como principais afluentes: os rios Caima, Mau e Sul, na margem direita, e

Águeda, na margem esquerda.

Figura 4 - Rede Hidrográfica

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Bacia hidrográfica do rio Vouga Independentemente da sua dimensão, as bacias hidrográficas vão

sofrendo alterações ao longo do tempo. Essas alterações devem-se à

influência de vários fatores, dos quais se destacam a erosão dos rios e ação

humana. É neste sentido que iremos estudar as características da sua bacia e

as transformações que nela se vão operar com a construção do

aproveitamento hidroelétrico da Barragem de Ribeiradio/Ermida.

A Bacia do Vouga está enquadrada a Norte pela Bacia do Douro, a Sul

pelo Mondego e a Oeste pela Bacia do Paiva.

Figura 5 - Bacia Hidrográfica

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a) Ocupação do solo na bacia hidrográfica:

A ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Vouga é a seguinte:

32.4% de áreas agrícolas, 4.8% de áreas artificiais,59.2% de florestas e

meios seminaturais, 3.6% de meios aquáticos e planos de água. (com

base no Corine Landcover = Série cartográfica de ocupação do solo, à

escala 1:100 000 com uma unidade mínima cartográfica de 25 ha.)

b) Constituição litológica da bacia:

A partir da Carta Litológica do Atlas do Ambiente podemos constatar que

a bacia do rio Vouga é constituída principalmente por areias,

cascalheiras e aluviões (37%,) xistos (28%), granitos (27%), ocorrendo

igualmente calcários e grés (4%).

c) Constituição litológica da bacia:

A partir da Carta Litológica do Atlas do Ambiente podemos constatar que

a bacia do rio Vouga é constituída principalmente por areias,

cascalheiras e aluviões (37%,) xistos (28%), granitos (27%), ocorrendo

igualmente calcários e grés (4%).

Figura 6 - Os materiais que podemos encontrar na bacia do Vouga

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Aproveitamento Hidroelétrico de Ribeiradio – Ermida

As inquietações…

(dos alunos, das famílias, da comunidade educativa)

Porquê a construção na freguesia de Ribeiradio?

As características do Rio Vouga, com linhas de água muito encaixadas e

inclinações muito significativas, não são favoráveis à criação de albufeiras com

capacidade de armazenamento importantes. Assim, o local de Ribeiradio foi

identificado como um dos mais favoráveis para a criação de uma albufeira com

capacidade de armazenamento significativo. Dado que, num troço de cerca de

4 km, o rio atravessa uma zona de relevo mais acentuado, correndo num vale

bastante encaixado, determinando consequentemente a maior favorabilidade

para o seu desenvolvimento.

Este aproveitamento hidroelétrico no Rio Vouga localiza-se numa zona

limite entre as regiões Norte e Centro do país a 85 Km da nascente do Rio

Vouga.

Quais as razões que presidiram à construção deste

empreendimento?

Foram vários os estudos que se fizeram sobretudo a partir de 1975, que

identificavam os seguintes problemas na bacia do Vouga, nomeadamente:

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Dificuldades de regularização dos caudais- dado que os caudais eram

frequentemente mal distribuídos a nível temporal dando origem a períodos de

escassez em períodos de estiagem e cheias significativas, em períodos de

forte precipitação, principalmente nas zonas baixas da bacia;

Falta da capacidade de armazenamento disponível na bacia;

Rega na zona inferior da bacia do Vouga;

Acrescenta-se a esta situação outras razões, entre as quais:

A produção de energia a partir de fontes renováveis tem

assumido uma importância crescente, seja pela forte dependência

nacional face aos combustíveis fósseis, seja pelas implicações

em termos de poluição e gases com efeito de estufa e

aquecimento global;

Regularizar o rio Vouga, pela criação de uma albufeira,

contribuindo simultaneamente para produzir eletricidade,

aproveitando uma queda significativa;

Assegurar reservas de água para usos urbanos, industriais (em

caso de necessidade);

Qual a localização geográfica da Barragem e Albufeira de

Ribeiradio – Ermida?

A barragem de Ribeiradio situa-se nos concelhos de Sever do Vouga, na

margem direita, e no concelho de Oliveira de Frades, na margem esquerda.

A bacia hidrográfica na secção de Ribeiradio situa-se entre as

coordenadas 40º 52’ e 40º 39’ N e 7º 27’ e 8º 21’ O e drena uma área de cerca

de 940 km2.

A barragem de Ermida situa-se, apenas, em Sever do Vouga, ainda que

a sua albufeira se estenda ao concelho de Oliveira de Frades.

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Figura 7 - Localização geográfica do empreendimento

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Figura 8 - Enquadramento geográfico do projeto

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Enquadramento territorial

NUTS* II NUTS III Concelhos Freguesias

RIBEIRADIO

NORTE Entre Douro e Vouga Vale de Cambra Arões

CENTRO

Baixo Vouga Sever do Vouga Couto de Esteves

Dão Lafões

Oliveira de Frades

Oliveira de Frades

Sejães

Arcozelo das Maias

Ribeiradio

S. João da Serra

São Pedro do Sul São Cristóvão de Lafões

Valadares

ERMIDA

CENTRO Baixo Vouga Sever do Vouga

Pessegueiro do Vouga

Sever do Vouga

Rocas do Vouga

Cedrim

Paradela

Dão Lafões Oliveira de Frades Ribeiradio

*NUT – Nomenclatura de Unidade Territorial

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Os Projetos

A barragem de Ribeiradio

Localizada em Ribeiradio e Couto Esteves, com a albufeira limitada a

montante pela Ponte do Cunhedo, que liga os concelhos de São Pedro do Sul

e Oliveira de Frades, nas freguesias de Valadares e Oliveira de Frades,

margens direita e esquerda, respetivamente; o limite de jusante corresponde à

própria barragem, junto à povoação de Vilarinhos, freguesia de Couto Esteves,

concelho de Sever do Vouga, na margem direita; e junto à povoação de Casal

Bom, freguesia de Ribeiradio, concelho de Oliveira de Frades, na sua margem

esquerda.

Figura 9 - Barragem e Central de Ribeiradio – Aspeto Geral

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Aproveitamento Hidroelétrico de Ribeiradio

Figura 10 - Barragem de Ribeiradio

Betão de gravidade com 76 metros de altura;

Cria uma albufeira de 136 hm3 úteis com NPA à cota 110;

3 comportas;

72 MW de potência, turbinando 125 m3

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A barragem de Ermida

A barragem de Ermida: limitada a montante pela barragem de

Ribeiradio; limitada a jusante pela povoação de Paredes, freguesia de

Pessegueiro do Vouga, concelho de Sever do Vouga, na sua margem direita; e

pela povoação de Cedrim, freguesia de Cedrim, concelho de Sever do Vouga,

na sua margem esquerda.

Os objetivos desta barragem prendem-se com os seguintes aspetos:

modular os caudais turbinados em Ribeiradio;

assegurar menor prejuízo ambiental;

produzir energia.

Figura 11 - Barragem e central de Ermida: aspeto geral

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Figura 12 - Barragem de Ermida

Betão de gravidade com 35 metros de altura;

Albufeira com 2 hm3 úteis com NPA à cota 44;

3,3 MW de potência

Figura 13 - Esquema geral do aproveitamento hidroelétrico de Ribeiradio-Ermida

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Custos/Benefícios da barragem Ribeiradio – Ermida

Este empreendimento iniciou a primeira fase de construção em 2009 e

tem como data prevista para a sua conclusão o ano de 2014. Como qualquer

empreendimento devem ser sempre ponderados os custos/benefícios sejam

eles de teor económico, social, político, cultural ecológico e ambiental.

Se em termos económicos os custos rondam cerca de 180 milhões de

euros, em termos sociais, ambientais destacam-se os seguintes

aspetos/benefícios:

A nova albufeira vai permitir, em caso de necessidade, o apoio ao

abastecimento público, à redução dos problemas de cheias que

afetam as zonas próximas do rio e em particular na foz, e ainda, o

apoio ao combate a incêndios, ou a despoluição do rio, se

necessário. Assim, para além de energia, ter-se-á uma reserva

estratégica de água nesta bacia, um dos grandes rios nacionais

ainda sem armazenamento relevante;

Para além destes benefícios principais, o extenso plano de água

criado pela nova albufeira poderá conduzir a uma valorização da

região sob o ponto de turístico;

Fiabilidade do abastecimento público;

Contributo para a redução da exploração de águas subterrâneas;

Redução do risco de salinização das águas subterrâneas no Baixo

Vouga e maior fiabilidade dos recursos hídricos superficiais;

Reabilitação do habitat do rio Vouga a jusante no SIC do rio

Vouga;

Valorizar o solo;

Apostar nas fontes de energia renováveis, gerando 134 GWh por

ano; criação da reserva de água na bacia do Vouga, a que se alia

o cumprimento dos objetivos nacionais e comunitários de redução

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de consumo e dependência face aos combustíveis fósseis, e

incremento da quota de energias renováveis, para além da

redução com gases com efeito de estufa e melhoria do mercado

do carbono;

Valorizar a região sob o ponto de vista turístico, sustentada em

novos atrativos turísticos;

Desenvolver social e economicamente as regiões envolventes

através da dinamização do tecido empresarial local;

Criar postos de trabalho, num total de 550 durante as fases de

construção, enchimento e exploração;

Criar uma nova ligação norte-sul no coroamento da barragem de

Ribeiradio para ligação das duas margens;

Diminuição das importações de combustíveis fósseis;

Barragens com bombagem permitem aproveitar as horas de baixo

consumo conjugando com a produção eólica;

Criação de albufeiras permitindo atividades de lazer como pesca,

desportos náuticos, praias fluviais;

Desenvolvimento da economia local: incentivo ao consumo de

produtos locais e contratação de empresas da região, criação de

emprego direto e indireto e desenvolvimento da hotelaria e

restauração;

Dinamização da região através de apoios a programas ligados à

cultura, natureza, desporto, solidariedade e serviços;

A Fundação EDP, no âmbito das suas atividades nas áreas da

solidariedade social, promove uma iniciativa anual – o Programa

“EDP SOLIDÁRIA BARRAGENS” – que visa apoiar

voluntariamente projetos que têm como objetivos a melhoria da

qualidade de vida, em particular de pessoas socialmente

desfavorecidas, e a integração de comunidades em risco de

exclusão social para os municípios de Sever do Vouga, Oliveira

de Frades, São Pedro do Sul, Vale de Cambra abrangidos pela

construção e reforços de potência dos aproveitamentos

hidroelétricos respetivamente de Ribeiradio e Ermida.

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Principais impactes negativos/custos

No que concerne aos custos da referida obra, consideramos aqueles

que se integram na fase de construção e enchimento. Assim consideramos

relevantes as seguintes situações:

Afetação do Património Cultural (considerável riqueza histórica,

comprovada em diversos sítios arqueológicos, elementos

arquitetónicos e estruturas de valor etnográfico – Azenhas Pontes

(Cunhedo e Luís Bandeira), alminhas, vestígios romanos);

Ocupação de solos com aptidão agrícola, cerca de 6,7 % RAN e

54% REN; onde dominam formações florestais e pequenas

propriedades onde se pratica agricultura de subsistência;

Submersão de habitats de valor ecológico (azevinho, carvalhais,

galeria ripícola do Vouga), em estado ecológico favorável;

Figura 14 - Ponte do Cunhedo Figura 15 - Ponte Luís Sá da Bandeira

A Ponte Luiz Bandeira, sobre o rio Vouga, em Sejães, concelho de Oliveira de

Frades, foi uma das primeiras de betão armado construídas em Portugal e é atualmente

a única ainda a uso.

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Se observarmos as fotografias acima apresentadas, podemos elencar as

seguintes espécies arbóreas dominantes e/ou mais relevantes existentes nas

albufeiras: Acácia, Eucalipto, Salgueiro, Azevinho, Sobreiro e Oliveira.

Contudo, reconhecemos que a acácia, apesar de ser originária da

Austrália, é uma espécie invasora entre nós cuja introdução na natureza e

detenção em espaço confinado estão proibidas e sujeitas a coima pelo DL

565/99. Em relação ao eucalipto, também originário da Austrália, também é

uma espécie invasora, mas que foi deixada de fora da legislação referida.

As restantes espécies são características da região e devem ser “acarinhadas”.

Quanto às espécies piscícolas dominantes e/ou mais relevantes que

habitam nesta secção do rio, destacam-se a enguia-europeia, o bordalo, a

perca-sol e a boga.

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A enguia-europeia (Anguilla anguilla), é nativa no país, e na região do

Vouga, assim como o bordalo (Squalius alburnoides) e as bogas

(Chondrostoma sp.). A perca-sol (Lepomis gibbosus), não é nativa, embora

povoe o rio.

Afetação de 12 habitações (6 de residência permanente) classificada

como muito importante;

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Figura 16 - Duas das casas que serão submersas no lugar de Pedre- Ribeiradio pela albufeira de Ribeiradio

Construção de uma barreira no percurso natural do rio Vouga.

Risco de degradação dos Recursos Hídricos armazenados (mas com

boas condições e arejamento a jusante);

Degradação da qualidade ecológica da água com alterações no regime

hidrológico natural do curso de água / efeito de barreira sobre o sistema natural

de drenagem;

Barreira Norte/Sul no concelho de Oliveira de Frades;

Grande variação de níveis na albufeira de Ermida;

Novo elemento na paisagem com descaracterização no caso de Ermida;

Afetação de Equipamentos (praias fluviais do Vau, Foz do rio Teixeira e

Sejães), classificada como importante;

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Figura 17 - Praia do Vau

Infraestruturas (troços de estrada e pontes, saneamento e energia)

unidades de apoio agrícola (2 aviários) e propriedades agrícolas e florestais;

Alteração dos hábitos migratórios e reprodutivos das espécies

piscícolas;

Retenção do material sólido transportado;

Elevação dos níveis freáticos;

Redução do nível de oxigénio na água;

EM 1270 e EM 1272 ligação entre

Virela e Fornelo e respetiva ponte

Trecho da EM 560 a realinhar (cerca

1,5 Km)

EM 333-3 ( S. João da Serra e

Ponte Luís Bandeira

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Área da albufeira leva a grandes expropriações e submersão de casas,

fauna e achados arqueológicos;

Durante a construção verifica-se a produção de resíduos, alteração da

paisagem para criação de estaleiro e produção de ruído, consequentemente

afetando as populações vizinhas do empreendimento.

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Colaborando… experimentando… Aulas de campo

Não se pode construir o saber científico sem recorrer à experimentação.

Não basta apenas sair para as aulas de campo: é necessário saber ver.

Assim, uma das estratégias mais valorizadas pelos alunos foram as sessões

práticas, em que os alunos tentaram compreender causas, os seus

mecanismos e descrever as suas consequências.

A primeira monitorização foi realizada no dia 22 de maio, em grupos de 8

alunos, que colaboraram numa ação de monotorização à qualidade da água

em vários pontos a montante e a jusante da barragem - monitorização dos

elementos físico-químicos e elementos hidromorfológicos da água do rio.

Pretendeu-se com estas sessões de trabalho:

a) obter uma caracterização detalhada do estado geral das linhas de água

estudadas, ao nível hidromorfológico e ecológico;

b) registar as principais fontes de perturbação antropogénica presentes na

linha de água, talude e margens, e, por outro, conhecer a

heterogeneidade de habitats presentes em troços de linhas de água;

c) Estudar o grau de artificialização do troço estudado e o seu potencial

para sustentar uma maior biodiversidade, que está diretamente

relacionada com a heterogeneidade do meio;

Analisar os parâmetros caudal e continuidade e condições morfológicas,

este último através da metodologia River Habitat Survey (RHS).

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Parâmetros físico químicos observados:

Oxigénio Dissolvido (mg/l)

Condutividade (µS/cm)

Alcalinidade (mg/l CaCO3)

Nitratos (mg/l NO3)

Oxigénio Dissolvido (% de saturação)

Temperatura (ºC)

Oxidabilidade (MnO4) (mg/l O2)

Sólidos Suspensos Totais (mg/l)

Fosfatos (mg/l P2O

5)

Amónio (mg/l NH4)

pH (escala de Sorensen)

Salinidade (g de NaCl/l)

Dureza Total (mg/l CaCO3)

Nitritos (mg/l NO2)

CQO (ml/l O2)

Azoto Total (mg/l N)

Nota: Os parâmetros assinalados a negrito foram recolhidos pelos alunos

No afluente do rio Vouga, no rio Teixeira os alunos apuraram os

seguintes valores:

Oxigénio dissolvido: 80%;

Temperatura: 14,2ºC;

Ph: 7,8

Salinidade:0

Condutividade: baixa

As monitorizações seguintes relacionaram-se com os elementos

biológicos, agendada ainda outra sessão para o próximo dia 1 de junho.

Os objetivos desta monitorização foram:

a) a classificação do “estado ecológico” do meio aquático, sendo efetuada

com recurso a indicadores de qualidade hidromorfológica, físico-química

e biológica; estas componentes constituem indicadores fiáveis da

caracterização do estado ecológico e o seu acompanhamento temporal

permite avaliar a evolução da qualidade ecológica da água de uma dada

massa de água.

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Esta operação consistiu na introdução de um transmissor no interior dos

peixes, de modo a verificar as áreas por onde circulam.

Figura 18 - Monitorização dos elementos biológicos

Procedimentos presentes nesta monitorização:

1º-Recorreu-se à pesca elétrica – método utilizado para a investigação das

espécies piscícolas existentes num curso de água;

2º- Os peixes são recolhidos num camaroeiro;

3º- Num balde, com um “anestesiante”, são introduzidos os peixes;

4º- É colocado um pequeno transmissor no interior dos peixes;

5º -Posteriormente vão para um balde onde vão fazer o “recobro”;

6º Depois são devolvidos ao rio e,…… sorriam, estão a ser observados!

Locais de Amostragem:

- 11 troços de 1000 metros de galeria ripícola (para amostragem foi utilizada a

metodologia River Habitat Survey (RHS).

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Vouga um (re)curso em ação

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<Macrófitos – (inclui organismos produtores primários, sendo considerado um elemento chave nas cadeias

tróficas dos ecossistemas aquáticos - plantas vasculares aquáticas, briófitas, microalgas ou cianobactérias. Do ponto de

vista da sua utilização como indicador biológico, consideram-se ótimos indicadores da qualidade da água, e

proporcionam um valor indicador a médio/longo prazo. São sensíveis a variações físico-químicas e hidromorfológicas

nas massas de água, como por exemplo, a variação de temperatura, eutrofização ou continuidade do rio).

Diatomáceas – (Pertencem a um grande grupo de algas designadas como heterocontófitas, que inclui espécies

autotróficas (como as laminárias) e heterotróficas (como os fungos aquáticos).

Macroinvertebrados – (Nos ecossistemas ribeirinhos, os macroinvertebrados são um exemplo de

organismos muito sensíveis aos fatores do meio como por exemplo, a velocidade da corrente da água, o tipo de fundo

do rio (areia, lama, gravilha), a temperatura da água, o tipo de vegetação, as formas de alimento existentes e o estado

da água. Por estas razões são muito úteis para avaliar a qualidade da água de um rio).

Ictiofauna - (Os peixes consideram-se úteis para a deteção das variáveis hidromorfológicas que produzam:

Alteração do habitat com mudanças na profundidade, largura do rio, velocidade da água, composição granolumétrica,

morfologia do leito e vegetação ripária. Continuidade do rio. A ictiofauna é também sensível às alterações físicas e

químicas que produzam: Contaminação da água, eutrofia e aparição de toxicidade por algas e desoxigenação da água)

Anfíbios – (rãs, sapos, salamandras e tritões. Por estarem subordinados a diferentes ambientes, por possuírem a

pele bastante permeável e sensível e por apresentarem outras características peculiares, os anfíbios são bastante

suscetíveis a variações no ambiente e, por isso, são considerados importantes bioindicadores de qualidade ambiental.

Reconhecidos como verdadeiros sensores ambientais, denunciando degradações ocorridas em determinadas áreas,

aparentam sofrer declínios populacionais ao redor do planeta).

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Vouga um (re)curso em ação

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- 10 transectos de extensão variável para amostragem da fauna terrestre

(Répteis, Anfíbios e Mamíferos);

- 4 pontos de amostragem para o Fitoplâncton (realização somente de uma

amostragem).

Através desta monitorização foi possível, desmistificar a questão

levantada pelos alunos, acerca de uma espécie muito apreciada na região, a

lampreia. Pensava-se que a lampreia seria afetada com a construção da

Barragem de Ribeiradio/Ermida e que poderia colocar em causa um dos

eventos anuais, marca na vila de Sever do Vouga, a semana gastronómica da

lampreia, realizada no mês Março. Pela investigação realizada verificamos que,

a lampreia, após a construção do açude da Grela na freguesia de Pessegueiro

do Vouga mandado construir nos anos trinta (do século XX), por Joaquim

Martins, para produção de energia hidroelétrica e moagem não transpunha esta

barragem circulando apenas a jusante da mesma. Sendo assim o

empreendimento não irá afetar negativamente este espécie migradora.

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Vouga um (re)curso em ação

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Calculando… Na disciplina de Matemática…

A. O volume da Albufeira de Ribeiradio é de: 135hm3 = 135000 000 m3.

Encheriam = vinte e sete mil milhões de garrafões

(27000 000 000)

B. E piscinas olímpicas com 2500 m3?

Encheriam = cinquenta e quatro mil piscinas olímpicas.

(54 mil)

Curiosidades realizadas com dados

fornecidos e pesquisados nas aulas

Matemática

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Vouga um (re)curso em ação

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C. Bacia hidrográfica de Ribeiradio, 945Km2 = 945 000 000 m2

Daria para construir um milhão cento e oitenta e um mil

duzentos e cinquenta campos de Futsal com 800m2

(1 181 250)

D. Área inundada pela barragem de Ribeiradio = 561 ha = 5610 000m2.

Daria para construir sete mil e doze campos de Futsal com 800m2

(7012)

Com os dados da barragem da Ermida …

E. O volume da albufeira de Ermida é de: 3,86hm3 = 386 0 000 m3.

Encheriam = setenta e sete milhões de garrafões

(772 000 000)

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Vouga um (re)curso em ação

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F. E piscinas olímpicas com 2500 m3?

Encheriam = mil quinhentas e quarenta e

quatro piscinas olímpicas.

(1544 mil)

G. Bacia hidrográfica de Ermida, 967Km2 = 967 000 000 m2

Daria para construir um milhão duzentos e oito mil e

setecentos e cinquenta campos de Futsal com 800m2

(1 208 750)

H. H- Área inundada pela barragem da Ermida = 43,5 ha = 435 000m2.

Daria para construir quinhentos e quarenta e quatro campos

de Futsal com 800m2

(544)

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Vouga um (re)curso em ação

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Estimativa da produção de energia e sua relação com o quantitativo

populacional

I - No conjunto, Ribeiradio e Ermida, estima-se que a sua produção anual seja

de 135 Gwh.

Capaz de satisfazer as necessidades

de

28.000 a 30.000 pessoas.

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Vouga um (re)curso em ação

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Os Futuros Futuríveis… Após a construção do empreendimento hidroelétrico, é possível e

desejável, idealizar vários cenários de desenvolvimento para as regiões

abrangidas. Neste sentido, os alunos privilegiaram projetos ambiciosos e

inovadores nas áreas respeitantes às energias renováveis, desporto e turismo.

Em termos prospetivos, consideramos que é possível, apostar em

empreendimentos/investimentos que criariam mais-valias em termos de bem-

estar das populações e da sustentabilidade ambiental. Assim, com as parcerias

que estabelecemos, trocamos informações, apresentamos propostas de forma

a torná-las reais. Com:

EDP (responsáveis pelo projeto hidroelétrico Ribeiradio/Ermida)-

Cedeu material de apoio, possibilitou visitas guiadas, promoveu

palestras/ sessões de esclarecimento, monitorizações e disponibilidade

pessoal. Às populações oferece a possibilidade de criar condições de

bem estar através do programa "EDP Solidária Barragens". Os

participantes no projeto agradecem a cooperação e apresentam

algumas soluções que consideram ter viabilidade económica e

ambiental, para a empresa os possa analisar e ponderar a sua

exequibilidade. Contribuímos também, para a desmistificação de alguns

preconceitos relativamente aos impactes ambientais da Barragem.

CMSV- disponibilização de transporte para as deslocações realizadas

durante a execução do projeto. Associado aos espaços da Câmara

Municipal, o Posto de Turismo local da Rota da Luz, disponibilizou algum

material informativo. Da nossa parte existe a intenção de facultarmos os

nossos trabalhos, de modo a serem utilizados e divulgados, quer nos

Boletins informativos camarários ou em outros meios, que considerem

pertinentes.

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Vouga um (re)curso em ação

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Jornais Locais- (Beira Vouga e Terras do Vouga) foram um dos

veículos privilegiados de divulgação do projeto. É intenção deste grupo

de trabalho fornecer material produzido para apresentação pública, quer

de forma faseada ou em caderno temático.

Universidade de Aveiro- Prof. Dr. Paulo Cardoso Silveira -

Informação/Catalogação de espécies que habitam na secção

intervencionada pela Barragem. No âmbito de trabalhos de investigação

universitária disponibilizamos informação recolhida que foi uma ajuda

para alguns alunos, de Sever do Vouga que frequentam o ensino

superior. Este tipo de colaboração terá continuidade, uma vez que

outros alunos, de outros Polos Universitários, também solicitaram

colaboração, dado que foi recolhido material diversificado, que não

consta nos produtos no âmbito deste projeto.

Empresas de Desporto Aventura na região (Turnauga e Desafios)-

recolhemos informações sobre a possibilidade de utilização do Rio

Vouga e da albufeira criada, para fins desportivos. Os alunos com base,

nas informações recolhidas propõem, outras utilizações sustentáveis,

tanto para a albufeira como para os locais adjacentes, nomeadamente:

pista de águas bravas, colocação de barcos de recreio/gaivotas, entre

outras.

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Vouga um (re)curso em ação

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Conclusão Na consecução deste projeto os desafios, o deslumbramento aquando

das visitas que fizemos ao empreendimento hidroelétrico de Ribeiradio –

Ermida, as vivências experimentais das monitorizações foram uma constante.

Construímos novos conhecimentos, reformulamos conhecimentos já existentes,

criamos laços de amizade e apuramos com postura científica os custos e

benefícios das barragens, desmistificando preconceitos e ideias.

Este projeto permitiu aos alunos, ainda, um contacto direto com toda a

envolvência do empreendimento hidroelétrico facultando-lhes a oportunidade

de aplicarem os seus conhecimentos teóricos. Os alunos desenvolveram

também competências nas áreas das novas tecnologias apresentando os

trabalhos finais em suporte digital nomeadamente através do programa PREZI

e ISSUU.

Fomos “atrevidos” em desafiarmos os nossos parceiros e colaboradores

a refletir sobre a exequibilidade das nossas propostas.

Este projeto constitui apenas uma peça de um puzzle onde novas

aprendizagens, novas vivências e experiências irão certamente acontecer.

Todo o material produzido ao longo deste projeto está disponível na página

do nosso agrupamento através do site- http://essvouga.prof2000.pt/joomla/

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Vouga um (re)curso em ação

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Rio Vouga também encantou os

escritores…….

Um poema de António Correia de Oliveira

Rios do meu País, línguas de prata,

Misteriosas bocas de verdura

Onde sorri a graça das estrelas:

Convosco falo eu que sei a língua

Dessa íntima saudade, que é a vossa,

Por ser a desta terra em que nascestes.

Mas só um, de entre vós, fala comigo:

Só um sabe o meu mal, e o vai chorando

Por entre as vivas fráguas que lho lembram.

Só um, vendo cair as minhas lágrimas,

As recolheu em si, piedosamente,

Para as dar a beber aos arvoredos.

E tardou seu andar, só para que elas

Estrangeiras paisagens amargosas

Não vissem, nem corressem pelos mares:

Mas bebidas, assim, pelas raízes

Florescessem na Terra dos Amores,

E fossem parte dela eternamente.

Rios do meu País, milagres de água,

Fundos olhos de moiras prisioneiras

Entre sombrias árvores, olhando,

Só um de vós viu já abrir meu peito:

E, de falar comigo, sabe a lágrimas,

Enrouqueceu a sua voz profunda,

És tu, Vouga sagrado!

És tu, ó rio Português de nascença, e até à morte,

Figura da nossa alma derradeira.

in Antologia

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Vouga um (re)curso em ação

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Raul Brandão

"Todas as águas do Vouga, do Águeda e dos veios que nestes sítios correm para o mar

encharcam as terras baixas, retidas pelas dunas de 40 quilómetros de comprido, formando

uma série de poços, de canais e de lagos de uma vasta bacia de água salgada."

Balasar Farreca

Nasce na serra da Lapa

Quero ser o que era

No meio do pedregulho

O Vouga das lindas paisagens

Os homens não te respeitam

Ver os namorados a beijar

Já foste o nosso orgulho

Sentados nas minhas margens.

Este é o meu grito

Na ponte do Cunhedo

De revolta e de tristeza

Vejo o Vouga a passar

Poluíram o meu Vouga

Sujo, doente e triste

Tiraram-lhe toda a beleza.

Lá se vai entregar.

Esquecido e desprezado

O Poeta cantou

Está quase moribundo

Que Lafões é um jardim

Salvar o nosso Vouga

O Vouga é um Amigo

É um sentimento profundo.

Que não pode viver assim.

No tempo de juventude

O Rio era a nossa banheira

De águas puras e límpidas

Hoje é uma autêntica lixeira.

Percorre montes e vales

Em constantes gritos de dor

Livrem-me da poluição

Tratem-me com muito Amor.

Eras bonito e belo

Que lindas recordações

Namorei nas tuas margens

Neste vale de Lafões.

in Jornal de Vouzela

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Vouga um (re)curso em ação

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Bibliografia

Ribeiro, Orlando, “Ponto de partida, lugar de encontro”, Lisboa, Biblioteca

Nacional de Portugal, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território e

Centro de Estudos Geográficos, 2011.

Ribeiro,Orlando, “O Ensino da Geografia”, Porto, Porto Editora, 2012

Estudo de Impacte Ambiental, Volume I e II – Resumo Não Técnico – EDP,

Martifer Renewables

Jornal de Vouzela, edição de 08/01/2009, página 21

Jornal Beira Vouga, edição da I quinzena de Abril, pagina 5

“Geografia 10 A” (Parte 2), Cláudia Lobato, Areal Editores

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Vouga um (re)curso em ação

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Webgrafia

http://www.cartapiscicola.org/#app=cfd0&cf8c-selectedIndex=0&32f0-selectedI

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Vouga

http://w3.ualg.pt/~rlanca/sebenta-hid-aplicada/ha-08-barragens.pdf

http://utilitarios.no.sapo.pt/barragens.htm

http://papadocs.dsi.uminho.pt:8080/retrieve/540/G11Impactesambientaisdasobr

asp%C3%BAblicas-vendanova2.doc

http://www.ehr.ufmg.br/docsehr/posgrad187.pdf

http://www.confagri.pt/NR/exeres/ADA3B1AF-AC32-46F3-A49F-

5C2DBE6B9119.htm

http://www.noticiasdevouzela.com/jornal/index.php?option=com_content&task=

view&id=1033&Itemid=48

www.ccdrc.pt/ambiente/folder.2006-03-31.5164733365/folder.2006-09-

26.6945782371/ficha-rio-vouga-0026.pdf

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Vouga um (re)curso em ação

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Agradecimentos Este trabalho não ficaria completo sem agradecer a todos os que nos

ajudaram e colaboraram na sua concretização. Em primeiro lugar, queremos

agradecer a oportunidade facultada pela Fundação Ilídio Pinho, através do

prémio “Ciência na Escola”. Agradecemos também, a preciosa ajuda de:

Engenheiro José Martins das Neves – EDP

Engenheiro João Guimarães Rodrigues – EDP

Engenheiro Fernando Pinto – EDP

Engenheiro João Nunes – EDP

Direção do Agrupamento de escolas de Sever do Vouga

Câmara Municipal de Sever do Vouga

Professor Doutor Paulo Cardoso da Silveira - Universidade de Aveiro

Professora Carla Anabela Albuquerque Faria – Professora de TIC

Acrescentamos ainda a colaboração de:

Adriana Rodrigues – Professora de TIC

Sheila Ribeiro – Professora de Matemática

António Filipe – Professor de Educação Tecnológica

Feliciano Angélico – Professor de Educação Visual e Tecnológica