Vox Dei - 146 Ano III

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Ramos da Paixão O Domingo de Ramos dá início à Grande Semana, e celebra a entrada de Jesus em Jerusalém, Sua aclamação como Rei manso e humilde, que entra na cidade santa montado num jumentinho, mas é reconhecido pelos que esperam a salvação, acolhido como a Esperança renovada, o Messias prometido pelos profetas. O Evangelho da Paixão, segundo Mateus, que lemos, nos faz percorrer um caminho de dor, as últimas horas de vida de Jesus de Nazaré, e nos leva à progressiva série de humilhações, escárnios e sofrimentos por que passou Jesus. Uma mensagem clara, límpida, brota dos textos lidos na santa missa: a salvação não nos vem através de caminhos gloriosos, de triunfos pessoais, mas pelos caminhos insondáveis do sofrimento e dor, da incompreensão, das lágrimas. Muitos chamam esse caminho de Via Dolorosa. Os peregrinos em Jerusalém o percorrem, saindo do lugar da condenação, hoje um pátio de uma escola, para o lugar da execução, o Gólgota, terminando a peregrinação no sepulcro, que fora fechado por uma pedra, vigiado por soldados, e parecia por termo à vida e à esperança. O sepulcro lacrado deixava nos discípulos do Senhor um imenso vazio e os submergia no desânimo e desalento. Todavia, desde a Ceia pascal, na noite da quinta-feira, quando o Senhor afirma ficar presente entre nós para sempre, na forma sacramental, passando pelo Getsemani, como o perfeito homem de oração, vivendo a experiência da maior solidão humana possível, até a crucificação, há uma grande lição a tirar: diante de Deus, ninguém, por mais que queira, fica indiferente _ a criação por inteiro se manifesta, com suas trevas e terremotos (é o cosmo se pronunciando ou gemendo as dores de um novo tempo); há também, perante o Crucificado, pessoas que blasfemam, maldizem e se revoltam contra Deus, acusando-o das coisas ruins que acontecem no mundo e com elas mesmas, como se Deus fosse o responsável pelas mazelas de todos; e há aqueles que, mesmo em meio à dor, se encontram com a fé e se reconciliam com Deus. A morte de Jesus não foi, portanto, inútil, como queriam os seus inimigos. Todos se manifestaram e sentiram os seus efeitos. Uns se negando a crer, recusando a salvação. Outros, encontrando a salvação, aceitando Jesus como o Redentor. Assim é o caminho do Calvário: oportunidade de regeneração, de salvação, de nova vida. No deserto, enquanto caminhavam para a terra prometida, picados por serpentes venenosas, os hebreus, sob a orientação de Moisés, que olhavam para uma serpente de bronze, levantada numa haste, eram curados. Era o sinal do que Cristo seria para nós, do que Ele é para nós, que O olhamos na cruz e somos curados dos nossos pecados. Da paixão do Senhor todos nós nascemos para uma vida nova. O ideal para esta Semana é que aproveitemos de todos os momentos sagrados para a renovação da fé e a volta àquela paz que o Senhor Jesus nos oferece, dando adeus ao desânimo e ao desalento, que, às vezes, nos tomam de assalto e nos jogam contra a confiança em Deus. A jornada foi iniciada, e devemos concluí-la. Edição: 146 - Ano III 16 e 17 de Abril de 2011.

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Edição dos dias 16 e 17 de abril de 2011, do jornal da Paróquia da Santíssima Trindade em Belém-Pará-Brasil. Matérias: "Ramos da Paixão", "Tríduo Pascal", "A Cruz que carregamos", Programação da Semana Santa 2011, Pastoral do Dízimo e Por dentro da Paróquia.

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Ramos da Paixão

O Domingo de Ramos dá início à Grande Semana, e celebra a entrada de Jesus em Jerusalém, Sua aclamação como Rei manso e humilde, que entra na cidade santa montado num jumentinho, mas é reconhecido pelos que esperam a salvação, acolhido como a Esperança renovada, o Messias prometido pelos profetas.

O Evangelho da Paixão, segundo Mateus, que lemos, nos faz percorrer um caminho de dor, as últimas horas de vida de Jesus de Nazaré, e nos leva à progressiva série de humilhações, escárnios e sofrimentos por que passou Jesus.

Uma mensagem clara, límpida, brota dos textos lidos na santa missa: a salvação não nos vem através de caminhos gloriosos, de triunfos pessoais, mas pelos caminhos insondáveis do s o f r i m e n t o e d o r , d a i n c o m p r e e n s ã o , d a s lágrimas. Muitos chamam e s s e c a m i n h o d e Vi a Dolorosa. Os peregrinos em Jerusalém o percorrem, s a i n d o d o l u g a r d a condenação, hoje um pátio de uma escola, para o lugar da execução, o Gólgota, terminando a peregrinação no sepulcro, que fora fechado por uma pedra, vigiado por soldados, e parecia por termo à vida e à esperança. O sepulcro lacrado deixava nos discípulos do Senhor um imenso vazio e os submergia no desânimo e desalento.

Todavia, desde a Ceia pascal, na noite da quinta-feira, quando o Senhor afirma ficar presente entre nós para sempre, na forma sacramental, passando pelo Getsemani, como o perfeito homem de oração, vivendo a experiência da maior solidão humana possível, até a crucificação, há uma grande lição a tirar:

diante de Deus, ninguém, por mais que queira, fica indiferente _ a criação por inteiro se manifesta, com suas trevas e terremotos (é o cosmo se pronunciando ou gemendo as dores de um novo tempo); há também, perante o Crucificado, pessoas que blasfemam, maldizem e se revoltam contra Deus, acusando-o das coisas

ruins que acontecem no mundo e com elas mesmas, como se Deus fosse o responsável pelas mazelas de todos; e há aqueles que, mesmo em meio à dor, se encontram com a fé e se reconciliam com Deus.

A morte de Jesus não foi, portanto, inútil, como queriam os seus inimigos. Todos se manifestaram e sentiram os seus efeitos. Uns se negando a crer, recusando a salvação. O u t r o s , e n c o n t r a n d o a salvação, aceitando Jesus como o Redentor. Assim é o c a m i n h o d o C a l v á r i o : oportunidade de regeneração, de salvação, de nova vida.

No deserto, enquanto caminhavam para a terra promet ida , p icados por

serpentes venenosas, os hebreus, sob a orientação de Moisés, que olhavam para uma serpente de bronze, levantada numa haste, eram curados. Era o sinal do que Cristo seria para nós, do que Ele é para nós, que O olhamos na cruz e somos curados dos nossos pecados. Da paixão do Senhor todos nós nascemos para uma vida nova.

O ideal para esta Semana é que aproveitemos de todos os momentos sagrados para a renovação da fé e a volta àquela paz que o Senhor Jesus nos oferece, dando adeus ao desânimo e ao desalento, que, às vezes, nos tomam de assalto e nos jogam contra a confiança em Deus. A jornada foi iniciada, e devemos concluí-la.

Edição: 146 - Ano III 16 e 17 de Abril de 2011.

O sacramento da Penitência foi instituído por Jesus Cristo, para que pudéssemos receber o perdão dos nossos pecados e a graça santificante. Também é chamado de sacramento da Reconciliação. São João nos explica assim: "Então (Jesus) soprou sobre eles (discípulos) e falou: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20, 22-23). A confissão é um direito nosso de batizados, por isso, no Tempo da Quaresma, todas as paróquias, capelas, colégios, hospitais e centros de evangelização, oferecem horários amplos para facilitar aos fiéis o acesso ao Sacramento da Reconciliação.

Programação Semana Santa 2011Programação Semana Santa 2011

A Semana Santa é a mais importante de todas as semanas do ano. Começa no Domingo de Ramos da Paixão e vai até o Domingo de Páscoa ou da Ressurreição do Senhor. Dentro dessa semana, três dias, chamados de Tríduo Pascal, formam-lhe o centro, o coração.O Tríduo Pascal começa com a Missa da Ceia do Senhor, à noite, e termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.O Núcleo desses três dias é a Vigília Pascal.

Este é o ápice do ano litúrgico, porque celebra a Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.

Nestes três dias, a santa comunhão só pode ser dada: a) na Quinta-feira santa, somente dentro da missa, não fora da missa; b) Na sexta-feira santa, somente dentro da Solene Ação Litúrgica da tarde; c) No Sábado santo, somente dentro da Vigília Pascal. Aos doentes que não podem participar das celebrações da quinta-feira e da sexta-feira santas, pode ser levada a santa comunhão. No sábado santo, não pode.

As famílias da nossa paróquia devem participar de todas as celebrações da Semana Santa, especialmente destas do Tríduo Pascal. Estas cerimônias devem estar na programação de todas as nossas famílias.

Na sexta-feira santa, as nossas duas Igrejas, a da Trindade e a do Rosário, estarão abertas desde cedo para a visita dos fiéis. Um pedido apenas: respeite o silêncio e não entre com alimentos na Igreja nem com chicletes ou bombom na boca.

No sábado santo, as duas Igrejas estarão fechadas para limpeza e arrumação para a celebração da noite, que começa pontualmente às 19:30 horas.

As pessoas mais idosas, que têm dificuldades de locomoção, podem ficar dentro da Igreja, enquanto se faz a cerimônia da bênção do fogo, fora do templo.

Boa semana a todos e abençoada Páscoa da Ressurreição do Senhor.

A Cruz Que CarregamosAdiene Cavalcante Brabo

Muitas vezes, quando estamos sobrecarregados de problemas, ousamos afirmar que o fardo que carregamos é a nossa cruz. A analogia é uma completa blasfêmia contra Jesus! Mesmo em sentido figurado, como poderemos comparar o sacrifício que Jesus fez por nós, com os nossos mundanos problemas? Qualquer que seja a dificuldade que enfrentamos, procuremos a fé em Jesus para ajudar a superar os nossos penares.

É possível acharmos que não precisamos nos converter. Quando ouvimos falar em conversão, imaginamos que esta seja para aqueles que vivem longe da igreja e que só precise ser buscada no momento da morte. Mas quando ela virá?

Por vezes nossa carga se nos afigura tão pesada que sequer vislumbramos uma solução, não achamos quem nos ajude e tudo parece não ter fim.

Não é difícil, então, voltarmo-nos para Deus e exigir respostas para tanto padecimento, mas, agindo dessa forma, ousamos nos colocar na mesma condição de sofrimento que Jesus enfrentou para a salvação de todos.

Por isso, há quem não entenda o porquê de sofrer tantos reveses, crendo que não praticou grandes pecados. Os pequenos e reiterados pecados, esses, que segundo nosso critério não prejudicaram ninguém, não deveriam ser considerados para efeitos de reprimenda, segundo o nosso errôneo julgamento. Muitos entendem que, porque não mataram ou não roubaram deveriam gozar as delícias do paraíso aqui mesmo, nesta vida.

Ao examinarmos mais detidamente a nossa consciência, verificaremos que nossas ações, omissões, pensamentos e palavras podem mesmo matar alguém em vida. Matam-se sonhos, esperanças, e desejos, ou se rouba a paz, a ternura, o amor. Por vezes, nossa omissão causa solidão, nossos pensamentos causam tormento próprio ou, ainda, nossas palavras podem produzir feridas que jamais cicatrizam.

Desta forma, nesse período que antecede a Semana Santa, é muito oportuno analisarmos nosso comportamento e prepararmo-nos adequadamente para a Páscoa da Ressurreição.

Este é o tempo que Jesus fez para nós, é uma oportunidade significativa para avaliarmos se o que nos pesa é, de fato, a cruz de Jesus, ou se são nossas próprias ofensas. Afinal, foram os nossos pecados que O fizeram morrer por nós, e, mesmo assim, com seu amor incondicional Ele nos oferece o benefício de seu perdão!

Segunda – 18/04 - Is 65,17-21 / Sl 29 (30) / Jo 4,43-54Terça – 19/04 - Ez 47,1-9.12 / Sl 45 (46) / Jo 5,1-16Quarta – 20/04 - Is 49,8-15 / Sl 144 (145) / Jo 5,17-30Quinta – 21/04 - Ex 32,7-14 / Sl 105 (106) / Jo 5,31-47Sexta – 22/04 - Sb 2,1a.12-22 / Sl 33 (34) / Jo 7,1-2.10.25-30Sábado – 23/04 - Jr 11,18-20 / Sl 7 (8) / Jo 7,40-53Domingo – 24/04 - Ez 37,12-14 / Sl 129 (130) / Rm 8,8-11 / Jo 11,1-45

Tríduo Pascal

Ser dizimista, na sua raiz mais profunda, significa construir comunidade. Ser dizimista é ter a posse da maior parte após a entrega do dízimo: a parte da gratidão. Dízimo não é imposição, não é obrigação; é uma forma fácil de sermos gratos a Deus. Dízimo é partilha, não esmola. Partilhar não é dar o que sobra; partilhar é dar o que o outro precisa. Reparto confiante de que nada do que ofereço me fará falta. Dízimo é amor. É por isso que, quanto mais partilhamos mais temos.

Lembretes para a Semana Santa

"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?" Salmo 21(22)

Amanhã, 18, segunda-feira santa, é o dia das confissões. Aproveite para ficar em paz com Deus. Veja e escolha o melhor horário para você. Não deixe para a última hora. Faça um bom exame de consciência, para poder se

confessar. Conte os pecados com simplicidade, abrindo o coração à misericórdia de Deus. Espere a absolvição do sacerdote e cumpra o que lhe for dado como penitência.

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Na sexta-feira santa, há a obrigação do jejum e da abstinência de carne. Isso não quer dizer que é obrigatório comer peixe. Se o peixe estiver caro, substitua-o por outra comida – massas, legumes, mariscos, verduras, sopas. Não compre

peixe acima do preço. Não aceite preços abusivos.

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A Vigília Pascal, no sábado santo, 24, é a nossa mais importante celebração. Ela é chamada, desde a antiguidade, de “Mãe de todas as vigílias”. Inicia com uma bela cerimônia da bênção do fogo, fora da igreja. Esteja com uma vela

nova para acender no fogo novo, que será abençoado, e água que também será abençoada.

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É importante que você faça a Ceia de Páscoa, como se faz sempre no Natal. Reúna sua família, depois da missa do sábado, em torno da mesa e celebre a ressurreição de Jesus, com alegria e entusiasmo. Faça uma Ceia bonita e agradável, sem bebida alcoólica. No domingo, é fundamental que toda a família esteja reunida para o almoço de

Páscoa, que se distribuam os presentes, os chocolates e doces. Faça desse dia um dia de festa.

Twitter da Paróquia: @paroqtrindade; e-mail: [email protected]; Twitter do Pároco: @padreronaldo; e-mail: [email protected];

Curso Sete Jovens do EvangelhoNos dias 29 e 30 de abril e 1º maio, no auditório do Centro Paroquial, haverá um curso sobre os Sete Jovens

do Evangelho, para todas as idades. Pregador: Antonio Carlos, Vice - Coordenador Nacional da Escola Santo

André. Inscrições pelo e-mail: ou pelo fone 3276-4390 (Carol). Taxa

R$ 25,00 incluindo 2 almoços e lanches.

[email protected]

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