Vpv Caderno de Resumos

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1 CADERNO DE RESUMOS RECIFE 2012

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    CADERNO DE RESUMOS

    RECIFE 2012

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    VIVA A PERNAMBUCANIDADE VIVA XII INOVAO E PERMANNCIA NA CULTURA PERNAMBUCANA

    Recife, 25 de setembro de 2012 Promoo do Curso de Letras da FAFIRE

    Comisso organizadora do evento Kleyton Ricardo Wanderley Pereira Liliane Maria Jamir e Silva Maria Lcia Ribeiro de Oliveira Nelma Menezes Soares de Azevdo Rosa Maria da Silva Pinto

    Realizao: Departamento de Letras da FAFIRE

    Parcerias: Ncleo de Estudos e Debates do Curso de Letras CENEDE Ncleo de Cultura da FAFIRE NUCFIRE Ncleo de Pesquisa e Iniciao Cientfica da FAFIRE NUPIC

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    APRESENTAO

    Com o tema INOVAO E PERMANNCIA NA CULTURA PERNAMBUCANA, o Curso de Letras da FAFIRE realizar mais uma edio do Viva a Pernambucanidade Viva, no dia 25 de setembro de 2012, nas dependncias da Instituio, evento que ser inserido no contexto do VI ENCONTRO FAFIRE.

    Em sintonia com o tema institucional deste ano Inovao com Justia Social , pretende-se consolidar mais um projeto pedaggico voltado para a misso FAFIRE, no sentido de integrar saberes cientficos e culturais, construdos a partir de princpios ticos para formao integral do indivduo, bem como proporcionar momentos de discusso e de reflexo em que os envolvidos interajam com sujeitos de outros segmentos da sociedade pernambucana.

    Pretende-se, ainda, demonstrar que os avanos e as transformaes da cultura, longe de significar a sua desvalorizao, constituem o cerne de sua vitalidade, posto que pela renovao que se garante a permanncia e a legitimidade do processo cultural.

    A realizao do evento tambm possibilitar uma significativa contribuio da FAFIRE ao cenrio educacional do Estado, dando visibilidade ao Curso e Instituio.

    Os interessados em apresentarem trabalhos nas sesses de comunicao devero fazer sua inscrio, gratuitamente, no perodo de 25 de agosto a 14 de setembro de 2012, atravs do preenchimento de formulrio disponibilizado no site da FAFIRE, e encaminhado ao e-mail [email protected]. A publicao posterior dos trabalhos apresentados, e aprovados pela comisso organizadora, dever estar de acordo com as normas tambm divulgadas no site institucional.

    O evento ser aberto ao pblico e a concesso de comprovante de participao, como ouvinte, ficar condicionada s normas estabelecidas para o VI ENCONTRO FAFIRE. Para as comunicaes apresentadas, sero expedidas declaraes de participao pela Coordenao do Curso de Letras.

    A programao das sesses de comunicao ser divulgada a partir do dia 19 de setembro de 2012 atravs do site www.fafire.br .

    Recife, 22 de agosto de 2012. A Comisso Organizadora

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    VIVA A PERNAMBUCANIDADE VIVA XII INOVAO E PERMANNCIA NA CULTURA PERNAMBUCANA

    Dia 25 de setembro de 2012

    PROGRAMAO

    1. APRESENTAO TEATRAL DO NUCFIRE: 18H30 S 19H, SALA A 116 UMA CERTA DORA: ADAPTAO DA PEA DOROTIA, DE NELSON RODRIGUES

    Texto/direo: Aderval Farias Elenco/personagens: Carla Miranda - DORA

    Sofia Kozmhinsky - MAURA Gessyka Pereira - CARMELITA Rafael Kozmhinsky - DONA FLVIA

    2. SESSES COORDENADAS DE COMUNICAO Horrio: 19h s 21h30 Local: salas de aula do Curso de Letras (1 andar)

    SESSO 1: CINEMA, ARTE E CULTURA PERNAMBUCANA - SALA A 113 Coordenao: Evandro Jos Mesquita (prof. FAFIRE)

    Andra Carla Melo Marinho (UFPE) Os festejos juninos nas msicas de Luiz Gonzaga

    Carlos Eduardo Dantas Cunha (UFPE) O mundo gira e a cantiga roda Gleidston Victor Oliveira Gomes (FAFIRE)

    Chico Science e Manguebeat: uma parablica cultural entre o caos e a lama

    Karina Carla da Silva (FAFIRE) Pernambucanidade viva: a identidade cultural de um povo marcado pela diversidade

    Raquel do Monte Silva (UFPE) O road movie no cinema pernambucano contemporneo: Viajo porque preciso, volto porque te amo

    SESSO 2: LITERATURA PERNAMBUCANA (1) - SALA A 115 Coordenao: Rosa Maria da Silva Pinto (prof FAFIRE)

    Januina Pereira Alves (FAFIRE)

    Liliane Maira Jamir e Silva (FAFIRE)

    Magdala Romana Ribeiro de Paula (FAFIRE)

    Roteiros poticos de Pernambuco: memria, histria e paisagem

    Luciana Barbosa da Silva (UNICAP) O beijo no asfalto: atitude e sensacionalismo Nelma Menezes Soares de Azevedo (FAFIRE)

    Cultura e patrimnio no universo narrativo de Andr Neves

    Srgio Roberto Rocha Sandes Amorim (FAFIRE)

    Nelson Rodrigues: uma metfora pornogrfica e reacionria da vida como ela

    SESSO 3: LITERATURA PERNAMBUCANA (2) - SALA A 117 Coordenao: ngela Maria Torres dos Santos (prof FAFIRE)

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    Karine da Rocha Oliveira (FAFIRE/UFPE)

    Luzil Gonalves e a arte de reconstruir vidas

    Raquel de Medeiros Fernandes (FAFIRE)

    A retomada histrica na obra A Gara Mal-Ferida de Luzil Gonalves Ferreira

    Vilani Maria de Pdua (FAFIRE) Joaquim Cardoso e a cultura popular Virgnia Celeste Carvalho da Silva Hermilo Borba Filho e a Cultura Viva de

    Pernambuco

    SESSO 4: LITERATURAS EM LNGUA PORTUGUESA - SALA A 118 Coordenao: Edilza de Moura (prof FAFIRE)

    Alberes dos Santos de Souza (UFPE) Memria, literatura e identidade na narrativa A varanda de Frangipani de Mia Couto

    Amanda Brando Arajo (UFPE) A rainha dos crceres de Grcia: os leitores no romance, o leitor pressuposto

    Daniel Carvalho Cisneiros Silva (UFPE)

    Os quatro sonetos a Afrodite Anadimena de Jorge de Sena: memria clssica e lrica contempornea

    Kleyton Ricardo Wanderley Pereira (FAFIRE/UFPE)

    Itinerafro de Pasrgada: Manuel Bandeira e a poesia africana de lngua portuguesa

    SESSO 5: LITERATURAS ESTRANGEIRAS E INTERSEMIOSE - SALA A120 Coordenao: Ana Luisa de Freitas Barbosa (prof FAFIRE)

    Anuska Karla Vaz da Silva (UFPE) Percurso simbolista: do sculo XIX modernidade

    Leonardo Ferreira da Silva (FAFIRE) Leitura intersemitica de Ccero Dias na poesia pernambucana

    Mahely Florena Barros (UFPE) A percepo da aura no objeto no-aurtico ou uma leitura benjaminiana de A inveno de Morel

    Vanessa Rayzza Loyo da Fonseca Marinho Vanderlei (UFPE)

    Um olhar relacional: Ismael Nery, movimento surrealista e Caterina Valente no dilogo intersemitico de Igncio de Loyola Brando

    SESSO 6: LINGUAGEM, ENSINO DE LNGUA E INOVAO - SALA A121 Coordenao: Dulce Porto Rodriges (prof FAFIRE)

    Jssica Cristina dos Santos Jardim (UFPE)

    Linguagem e ensino na EAD: o gnero videoaula distncia

    Joo Batista da Hora Filho (FAFIRE) Ensino de lngua materna, letramento sociolingstico interacional e incluso social

    Jonathan Gueiros Reinaux (CULTURA INGLESA)

    Variantes de ingls: um olhar na variedade ebonics ou ingls vernculo afro-americano: novas perspectivas no ensino de ingls como lngua estrangeira

    Regenilson Veras Santos, Kennedy Jeremias da Silva, Edjanilma dos Santos Quirino, Luciana Ferreira

    O ensino de Libras como instrumento de

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    Campos (FAFIRE) incluso de ouvintes na comunidade surda Severino Rodrigues da Silva (UFPE) Interatividade na EAD: anlise de

    webconferncias do curso de Letras da UFPE

    SESSO 7: LNGUA PORTUGUESA E LINGUSTICA - SALA A 122 Coordenao: Maria Lcia Ribeiro de Oliveira (prof FAFIRE)

    Anna Carolina de Souza Gomes (FAFIRE)

    O gnero crnica luz da lingustica textual sociointeracionista

    Diego Gillian Barbosa dos Santos e Fabiana de Almeida Nunes (FAFIRE)

    Afinal, que produtos so vendidos? Os servios do motel, ou as mulheres? Representaes sexuais em propagandas do Motel Lemon

    Mirella Silva Barbosa e Rebecca Paiva Alves da Silva (FAFIRE)

    Os gneros textuais e os anncios publicitrios: uma anlise sobre suas funes como gnero discursivo e suporte tecnolgico

    Elaine Pereira de Lucena Silva Mata e Vanessa Neto do Nascimento (FAFIRE)

    A influncia dos articuladores textuais na construo da identidade do texto

    Wanderley Elias Coelho de Lima (FAFIRE)

    O papel do lxico na construo da persuaso em anncios classificados de acompanhante

    RESUMOS DAS COMUNICAES ORAIS

    MEMRIA, LITERATURA E IDENTIDADE NA NARRATIVA DE A VARANDA DE FRANGIPANI DE MIA COUTO

    Alberes dos Santos de Souza UFPE

    [email protected]

    RESUMO: O presente trabalho versa sobre a conservao da memria e da tradio africana/ moambicana, bastante perceptvel, no discurso da narrativa de A varanda do frangipani de Mia Couto, a partir dos personagens ancios que moram isoladamente numa antiga fortificao portuguesa, transformada em asilo, onde h acontecimentos de natureza fantstica e do realismo maravilhoso. Para pensarmos a questo da memria, empregaremos os pressupostos tericos de Ricouer (2005) sobre a ars memories quanto ao no esquecimento do passado e Dhiel (2006), quando se remete funo daquela como formadora de saberes e tradies inseridas num contexto recupervel e passvel de atualizao. Assim, traaremos o seguinte percurso para o estudo da memria neste ensaio: inicialmente, faremos uma discusso sobre o tpico memria, lembrana e esquecimento; secundariamente, destacaremos a memria individual e coletiva e, por fim, comentaremos a relao da memria e identidade, sendo todos esses tpicos articulados construo literria da narrativa de Mia Couto.

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    A RAINHA DOS CRCERES DA GRCIA: OS LEITORES NO ROMANCE, O LEITOR PRESSUPOSTO

    Amanda Brando Arajo UFPE

    [email protected]

    As obras de Osman Lins, em geral, so conhecidas no meio acadmico por sua peculiaridade em relao literatura brasileira de sua poca e de outras com que dialoga. O constante uso de estruturas metalingusticas, a profundidade com que tratou os temas de que fala e seu elaborado processo criativo garantiram a presena desse escritor em vrios grupos de pesquisa universitrios. A rainha dos crceres da Grcia o ltimo livro do autor publicado em vida e traz, segundo ele mesmo, o resultado de tudo que aprendera at o dado momento da finalizao do livro. Sua estrutura particular reflete, entre diversas outras temticas, sobre a teoria da literatura e a crtica literria, abordando criticamente seus mais variados postulados. Neste trabalho nos interessa especialmente a reflexo do autor sobre o pblico leitor e sua relao com as obras lidas. Para guiar nosso estudo, balizamos nossos comentrios entre os pressupostos da esttica da recepo e do efeito. Percebemos na obra analisada uma categorizao bem definida de tipos de leitor, alm da configurao de um leitor ideal.

    OS FESTEJOS JUNINOS NAS MSICAS DE LUIZ GONZAGA

    Andra Carla Melo Marinho UFPE

    [email protected]

    Trata-se do estudo temtico das canes de Luiz Gonzaga que retratam o ciclo junino. A seleo musical foi feita a partir da obra de Jos Marcelo Leal Barbosa, que disponibiliza a letra de mais de 500 canes do artista. Para uma melhor compreenso da produo musical do Rei do Baio, a pesquisa traz um breve recorte de sua biografia, dando nfase s influncias musical e religiosa de sua formao na composio das canes de temtica junina. Como procedimento metodolgico, recorreu-se s tcnicas de anlise de assunto e de contedo, entendendo a natureza descritiva e exploratria do estudo. Foram selecionadas 33 msicas analisadas individualmente e distribudas em grupos de recorrncia, sob a perspectiva imagtico-discursiva da agricultura, do cenrio, da culinria, da devoo, da festividade, dos personagens e das relaes afetivas, com o objetivo de identificar os smbolos pertinentes e a frequncia com que so acionados, bem como a importncia dos mesmos na composio do imaginrio popular da festa em foco.

    O GNERO CRNICA LUZ DA LINGUSTICA TEXTUAL SOCIOINTERACIONISTA

    Anna Carolina de Souza Gomes FAFIRE

    [email protected]

    Objetivamos analisar o gnero crnica sob os postulados da Lingustica Textual de vertente sociointeracionista. Observamos como a intertextualidade, em seus diversos nveis, constitui um importante fator de interpretabilidade e contribui para a construo da coerncia e da aceitabilidade no processo de leitura desse gnero, abordando o texto como um processo que

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    decorre da interao social. Para isto, foi selecionada, inicialmente, a crnica Felizes para Sempre da jornalista Martha Medeiros como corpus de anlise. Procuramos identificar os intertextos presentes na crnica, para, ento, analisarmos em que nveis e de que maneiras tais intertextos apresentam-se, para observarmos os novos sentidos e posicionamentos estabelecidos pelo novo texto com os intertextos identificados. Embasamo-nos teoricamente em Marcuschi (2008), Koch (2009) e Bezerman (2006). A partir dos estudos realizados, conclumos que o fenmeno da intertextualidade no se encontra na superfcie lingustica, mas efetiva-se no processo da leitura, mediante a interao; e que a identificao dos diversos nveis de intertextualidade permite uma ampliao maior da interpretabilidade de um texto e, consequentemente, suas intenes, possibilitando uma leitura mais eficaz e crtica e demonstrando que a coerncia, a aceitabilidade e a intertextualidade interligam-se no processo textual.

    PERCURSO SIMBOLISTA: DO SCULO XIX MODERNIDADE

    Anuska Karla Vaz da Silva UFPE

    [email protected]

    O movimento simbolista um dos mais congregadores e, ao mesmo tempo, abrangentes da Histria da Literatura, por no definir seus preceitos diante de tantos por ele integrados, pertencentes s mais diversas reas do conhecimento. Dessa forma, esta comunicao tem por objetivo delinear um panorama da comunho artstica responsvel pelo que se tornou o Simbolismo: num primeiro momento, traar o plano esttico-histrico-filosfico do Sculo XIX, fundamental para entender no que o contexto favoreceu o seu desenvolvimento; apontar alguns dos precursores do movimento na literatura e os principais nomes do Simbolismo na Frana que viriam a influenciar toda a produo literria internacional posterior ; num segundo momento, trazer baila os cones da msica e da pintura que estabeleceram um dilogo intersemitico com a escola em voga e; num terceiro e ltimo momento, demonstrar que nenhuma esttica se fecha em si e numa determinada poca, traando desta forma os ecos do alcance simbolista na literatura do Sculo XX.

    O MUNDO GIRA E A CANTIGA RODA

    Carlos Eduardo Dantas Cunha UFPE/FAFIRE

    [email protected]

    A educao das crianas facilmente se associa utilizao de msicas e a contao de historinhas. Mas, ao tempo em que as historinhas infantis tm pouca ou nenhuma modificao ao longo de sua utilizao por diversas geraes, o universo musical sofre alteraes com muita rapidez, principalmente por causa dos avanos tecnolgicos que enriquecem e transformam nossa sociedade. Percebe-se que as crianas de hoje so criadas com um enorme e diverso arsenal de aparelhos tecnolgicos, vivendo em um mundo urbano cada vez menos buclico. Elas esto criando seus prprios repertrios com produtos considerados sem qualidade e inadequados ao mundo infantil. Levando-se em conta essa realidade mutante e a dialtica envolvida nos processos de diferenciao entre as geraes, esse trabalho procura levantar questionamentos sobre a sacralizao de antigas canes infantis por parte dos

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    adultos e elencar algumas razes para que as mudanas ocorram, sem buscar, entretanto, valorar os produtos musicais eleitos pela mdia massiva, pela sociedade, ou pela famlia.

    OS QUATRO SONETOS A AFRODITE ANADIMENA DE JORGE DE SENA: MEMRIA CLSSICA E LRICA CONTEMPORNEA

    Daniel Carvalho Cisneiros Silva UFPE

    [email protected]

    Ao longo dos sculos, a mitologia greco-romana tem servido de mote para a criao artstica em todas as linguagens poticas (verbais, visuais, sonoras...). O alegrico episdio do nascimento de Afrodite, por exemplo, surgida da confluncia entre o esperma de Zeus e a espuma do mar, fecundou a obra de uma srie de pintores renomados, dentre os quais se destaca Botticelli. Na literatura, famoso o poema no qual Rimbaud apresenta sua afoita verso de Afrodite: uma prostituta gorda e ensebada. Menos famosos, embora to memorveis quanto, so os Quatro Sonetos a Afrodite Anadimena do poeta portugus Jorge de Sena. Nesse trabalho, embasados nos estudos de Hugo Friedrich (1978), buscamos compreender o dilogo que os sonetos de Sena instauram entre a memria clssica e a lrica moderna, atravs da utilizao de tcnicas de escrita anfigricas (Isabel Souto e Melo, 2010), que instauram na prpria linguagem um interessante processo de desmitizao (Adalberto Lus Vicente, 1991) da memria clssica.

    AFINAL, QUE PRODUTOS SO VENDIDOS? OS SERVIOS DO MOTEL, OU AS MULHERES? REPRESENTAES SEXUAIS EM PROPAGANDAS DO MOTEL LEMON

    Diego Gillian Barbosa dos Santos FAFIRE

    [email protected] Fabiana de Almeida Nunes

    FAFIRE [email protected]

    Objetivamos analisar a construo discursivo-ideolgica das representaes de papeis sexuais masculinos e femininos na publicidade do Motel Lemon. Conforme Friedman (1974), uma das caractersticas do gnero publicitrio a criatividade expressa no uso de diferentes recursos semiticos que sugerem diferentes efeitos de sentido para o leitor, para que este seja levado a aderir o produto ofertado. Na publicidade de motis, especificamente, observamos que tal criatividade surge, no texto multimodal, por usar imagens que remetam a sexo. Tal fenmeno evidencia-se, em grande recorrncia, nas propagandas do Motel Lemon, na medida em que utilizam imagens de objetos que, no contexto da propaganda, de forma ambgua, sugerem imagens de partes ergenas, ora do corpo feminino, ora do masculino. Dessa forma, selecionamos dez propagandas do motel, como corpus, e analisamos de que forma tais recursos imagticos, como tambm, lingusticos corroboram para a construo de representaes ideolgicas acerca dos papeis sexuais exercidos pelo homem e pela mulher. Para isto, aportamo-nos, principalmente, na Concepo Dialgica da Linguagem de Mikail Bakhtin e nos contributos da ACD e Semitica Social, mais especificamente, as contribuies de Fairclough, Kress e Van Leeuwen. Conclumos que os vrios elementos semiticos analisados nas propagandas possibilitam uma perpetuao discursiva das desigualdades entre

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    homens e mulheres, no que diz respeito, s diferenas de autonomia sexual, na medida em que a mulher, nestas propagandas, representada enquanto objeto de prazer sexual disposio do homem, como se ela fosse o prprio produto a ser vendido e no os servios do motel. Palavras chave: Publicidade, Representao, Papis Sexuais, Dialogismo, Semitica Social.

    O ENSINO DE LIBRAS COMO INSTRUMENTO DE INCLUSO DE OUVINTES NA COMUNIDADE SURDA

    Edjanilma dos Santos Quirino FAFIRE

    [email protected] Kennedy Jeremias da Silva

    FAFIRE [email protected]

    Luciana Ferreira Campos FAFIRE

    [email protected] Regenilson Veras Santos

    FAFIRE [email protected]

    Partindo do pressuposto de que o ensino de Libras vem ganhando notoriedade nos ltimos tempos, especificamente no meio acadmico, procuramos apresentar uma fundamentao terica sobre esta lngua, com o objetivo de torn-la cada vez mais conhecida. As lnguas de sinais existem h um bom tempo e em diversos pases. Contudo, no Brasil, embora evidenciada mais fortemente a partir do sculo XIX, a Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi reconhecida como uma lngua oficial no pas, somente em 2002, com sano da Lei n 10.436. Ao longo do tempo, a educao dos surdos sofreu mudanas significativas e, em alguns casos, tais mudanas visavam melhoria da capacidade de adaptao socioeducacional do surdo, mas, em outros casos, tentava-se curar ou excluir os surdos dos ambientes sociais de hegemonia ouvinte. Como referencial terico, valemo-nos dos trabalhos de Gesser (2009), Goldfeld (1997), Mantoan (2003), Moura (2000), Perlim; Strobel (2006), Pereira (2008), Quadros; Karnopp (2004), Skliar (1998), cujos postulados subsidiaram a compreenso da lngua LIBRAS.

    A INFLUNCIA DOS ARTICULADORES TEXTUAIS NA CONSTRUO DA IDENTIDADE DO TEXTO

    Elaine Gomes da Mata [email protected]

    FAFIRE Vanessa Neto do Nascimento

    FAFIRE [email protected]

    O presente trabalho objetiva fazer uma reflexo acerca dos objetivos da lingustica de texto, de uma maneira geral, para o campo de ensino de lngua materna, procurando analisar a

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    influncia dos conectores na construo do sentido e da identidade do texto. Esses elementos so de grande funcionalidade porque do progresso ao texto. O trabalho objetiva, tambm, uma reflexo sobre o ensino de lngua materna e enfatiza o conceito de coeso e coerncia muito alm da estrutura superficial, priorizando o que por trs est de qualquer ato de comunicao aqui restrito ao verbal. Para isso, respaldamo-nos nos estudos de autores como Beaugrande & Dressler (1981) e Koch (2007), entre outros que sero citados no decorrer do texto. Para anlise, escolhemos o texto Felicidade, de Fernando Bastos de vila, e uma notcia de jornal publicada na Folha de S. Paulo. O resultado permitiu-nos concluir que os articuladores carregam fatores culturais, histricos e sociais, que so decisivos na construo do(s) sentido(s) do texto. Tambm conclumos que o no uso desses articuladores pode estabelecer sentido. Tudo depende de fatores extralingusticos.

    CHICO SCIENCE E MANGUEBEAT: UMA PARABLICA CULTURAL ENTRE O CAOS E A LAMA

    Gleidston Victor Oliveira Gomes FAFIRE

    [email protected]

    O presente estudo prope uma anlise crtica do movimento manguebeat numa perspectiva literria e cultural, destacando a relevncia de Chico Science e sua vivncia no Recife para a criao e fundamentao desse movimento esttico. pretendido, tambm, a partir de uma breve e sutil exposio histrica, frisar elementos que contriburam e serviram de base para a formao dessa literatura particularmente pernambucana e como eles se apresentam nos textos de Science e de outros artistas do manguebeat.

    LINGUAGEM E ENSINO NA EAD: O GNERO VIDEOAULA A DISTNCIA

    Jssica Cristina dos Santos Jardim UFPE

    [email protected]

    O presente trabalho o resultado da pesquisa PIBIC/UFPE Linguagem e Ensino na EAD: um estudo sobre interatividade em videoaulas de educao a distncia da UFRPE. Constatamos a formao de um novo domnio discursivo em meio virtual, nos ltimos anos, com a implementao de polticas pblicas incentivadoras da Educao a Distncia, o que possibilitou a emergncia de gneros textuais, em consonncia com outros j estabilizados e legitimados socialmente, mas ainda possuindo caractersticas distintivas que os tornam reconhecveis, de fato, como novos gneros do discurso, tal como as videoaulas. Uma dessas marcas diz respeito aos processos interativos, os quais se do, nestas, em contextos diferentes de impresso e expresso de seus participantes ratificados institucionalmente, ou seja, professores e alunos. A partir dessa demanda, este projeto teve como objetivo principal estudar como ocorrem tais processos interativos de cunho pedaggico em videoaulas de Educao a Distncia (EAD) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Palavras-chave: educao a distncia; videoaulas; sociolingustica interacional; gneros textuais.

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    ENSINO DE LNGUA MATERNA, LETRAMENTO SOCIOLINGUSTICO INTERACIONAL E INCLUSO SOCIAL

    Joo Batista da Hora Filho FAFIRE

    [email protected]

    Esta pesquisa aborda o ensino de lngua portuguesa na escola pblica, sua perspectiva gramaticista normativista, e a sua relao com o analfabetismo funcional. A existncia desta populao de semianalfabetos acarreta grandes problemas socioeconmicos para o Brasil. Estes, por no conseguirem se qualificar, nunca conseguem insero no mercado de trabalho, cada dia mais tecnolgico. Sendo assim, os analfabetos esto propensos a ficar margem da sociedade letrada, fato que cada vez mais torna crnica a assimetria da educao em nosso pas. Nosso objetivo analisar uma proposta de letramento capaz de abranger a esse pblico de excludos lingusticos. A metodologia utilizada a bibliogrfica, mais ainda, o relato de experincia de letramento, utilizando a proposta pedaggica da lingustica textual. Esta pesquisa visa, sobretudo, contribuir para que educadores de lngua materna como das demais disciplinas, venham a conhecer a proposta da lingustica textual, e reconhecer o quanto ela inclusiva, podendo vir a ser um instrumento eficiente de minimizao do analfabetismo funcional e da excluso social.

    ROTEIROS POTICOS DE PERNAMBUCO: HISTRIA, MEMRIA E PAISAGEM

    Januina Alves Pereira FAFIRE

    [email protected] Liliane Maira Jamir e Silva

    FAFIRE [email protected]

    Magdala Romana Ribeiro de Oliveira FAFIRE

    [email protected]

    Sabendo-se que nosso Estado conhecido como um celeiro de figuras histricas e culturais de grande notabilidade, torna-se relevante a realizao de projetos que visem ao conhecimento e divulgao desses cones, no sentido de projet-los poltica e ideologicamente tanto entre os filhos da terra como para alm de nossas fronteiras. Assim, propomos apresentar, de forma sucinta, o resultado de estudos realizados sobre autores representativos da cultura e da arte produzidas em Pernambuco. Trabalhamos, na medida do possvel, numa perspectiva multiartstica, observando, de forma comparativa, o dilogo entre diferentes linguagens artsticas sobre um mesmo foco/tema ou obras de autores distintos. Deste modo, o objetivo de divulgar manifestaes artstico-literrias da cultura pernambucana concretizou-se na socializao das pesquisas empreendidas no percurso dos Roteiros Poticos (entrevistas, mapeamentos, registros fotogrficos), comunicaes e publicaes, como esta agora pleiteada.

    VARIANTES DE INGLS UM OLHAR NA VARIEDADE EBONICS OU INGLS VERNCULO AFRO-AMERICANO: NOVAS PERSPECTIVAS NO ENSINO DE INGLS COMO LNGUA ESTRANGEIRA

    Jonathan Gueiros Reinaux

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    CULTURA INGLESA [email protected]

    A lngua inglesa , hoje em dia, meio vital de comunicao para milhes de pessoas mundo afora, sendo tambm considerada uma lngua mundial, uma lngua franca. No tocante ao ensino de ingls como lngua estrangeira, grande importncia deve ser dada a todos os aspectos desta lngua que est sendo aprendida a fim de contemplar suas caractersticas gramaticais, lingusticas, culturais e sociais, assim como suas variantes. Dentre as variedades da lngua inglesa, destaca-se aqui em especial Ebonics, tambm chamada AAVE (Ingls Vernculo Afroamericano), que tem sido descrita como uma variante no padro usada por milhares de afro-americanos nos Estados Unidos. Evidencia-se assim a importncia da exposio de tais variedades lingusticas a alunos de ingls como lngua estrangeira, num intuito de prover uma viso mais ampla e realista da lngua que esto estudando, tornando-os aprendizes mais humanos e completos. O estudo leva a reflexes e implicaes pedaggicas trazendo novas perspectivas da necessidade de se implementar elementos de ingls no padro no ensino do ingls como lngua estrangeira no Brasil.

    PERNAMBUCANIDADE VIVA: A IDENTIDADE CULTURAL DE UM POVO MARCADO PELA DIVERSIDADE

    Karina Carla da Silva FAFIRE

    [email protected]

    Pernambuco sem dvida um caldeiro cultural, nele esto presentes todos os ingredientes que garantem a esta receita singularidade, autenticidade e sucesso. O estado transpira arte e celeiro de grandes nomes nas mais variadas formas de expresso artstica; seja no teatro,dana, cinema, msica, pintura ou literatura, o estado tem representantes ,fazendo com que Pernambuco possua um dos cenrios culturais mais vivo e rico do pais. Este artigo tem por objetivo mostrar um pouco desse multiculturalismo, reverenciando alguns dos grandes artistas da terra j consagrados e tambm mostrar as novas faces que surgem nas mais variadas vertentes culturais.

    LUZIL GONALVES E A ARTE DE RECONSTRUIR VIDAS

    Karine da Rocha Oliveira FAFIRE / UFPE

    [email protected]

    O presente estudo faz uma anlise sobre a retomada histrica na obra A gara mal ferida, a histria de Anna Paes DAltro no Brasil holands, de Luzil Gonalves Ferreira, no sentido de compreender como a autora a realiza. A pesquisa passa pela investigao do momento histrico esttico da autora, considerando tambm aspectos estruturais do gnero romance, abordando, principalmente, as teorias de George Lukcs e Walter Scott; situa o leitor no momento histrico abordado na obra e de que forma a autora inseriu esse momento no romance.

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    ITINERAFRO DE PASRGADA: MANUEL BANDEIRA E A POESIA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

    Kleyton Ricardo Wanderley Pereira FAFIRE / UFPE

    [email protected]

    As literaturas africanas de lngua portuguesa so o produto de um longo processo transcultural de gnese e desenvolvimento que atravessou o sculo XX na busca de uma literatura que representasse, em cada pas, uma identidade e uma conscincia cultural de raiz nacionalista. Nesse sentido, a influncia do movimento modernista brasileiro e do regionalismo de 30 foi fundamental para contribuir com a constituio de um corpus textual crescente e significativo, vrio de gneros e discursos, paralelo a uma crtica especfica, afastando-se, definitivamente, dos modelos clssicos que s serviam para satisfazer o desejo pelo olhar extico do leitor europeu. Dentre os autores do movimento modernista brasileiro mais reverenciados pelos africanos destaca-se Manuel Bandeira. Neste trabalho, procuro analisar, luz do mtodo comparatista, como os autores africanos de lngua portuguesa, em especial angolanos e caboverdianos, dialogam com a potica bandeiriana, temtica e estruturalmente, revelando um modernismo de superao dos conflitos entre a herana literria do passado colonialista e a reivindicao de sua identidade cultural.

    LEITURA INTERSEMITICA DE CCERO DIAS NA POESIA PERNAMBUCANA

    Leonardo Ferreira da Silva FAFIRE

    [email protected]

    Empreendemos, neste trabalho, um breve comentrio sobre a biografia e o momento histrico que o pintor pernambucano vivenciou e a sua atuao no cenrio da arte brasileira e o que ele representou para o modernismo em seu pioneirismo, que no dizer de Graa Aranha com sua extraordinria qualidade pictrica, exprime em seu trabalho a poesia deliciosa de seu estranho e maravilhoso inconsciente. Trabalhamos uma leitura intersemitica entre os quadros e as imagens presentes nos versos de Carlos Pena Filho, Manuel Bandeira, Joo Cabral de Melo Neto e Mauro Mota. Sero expostos slides dos quadros do artista paralelamente aos poemas com os devidos comentrios de Gilberto Freire e outros tericos. A partir de uma pesquisa detalhada foi possvel observar traos semelhantes entre a imagstica no campo da pintura e nos versos produzidos por Carlos Pena Filho, Manuel Bandeira, Joo Cabral de Melo Neto e Mauro Mota. Gilberto Freyre foi um grande admirador de Ccero Dias e salientou em sua crtica que o pintor de Escada, usou o azul mais recifense o do mar, dos azulejos e dos olhos das sinhs descendentes de Wanderley e de Arnaud de Hollanda pelo mais pernambucano dos verdes o da cana-de-acar e o de folha de capim de beira do rio. Contrastando essa percepo das cores no poema: Olinda: do alto do mosteiro, um frade a v, o qual o poeta escreve sobre os verdes e azuis sensveis. Renato Carneiro Campos destacou brilhantemente o que houve de cromtico, de sensualidade plstica s cores na poesia de Carlos Pena Filho. Por potro lado, vemos em Bandeira esse saudosismo, esse amor ao Recife, a descrio pictrica de Joo Cabral em O Co sem plumas e o boi de barro telrico de Mauro Mota. Ccero Dias, assim com outros pernambucanos, mesmo tendo andado por mundos diferentes, carregou sempre consigo, sua cidade, seu estado, suas razes, sua gente.

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    O BEIJO NO ASFALTO: ATITUDE E SENSACIONALISMO

    Luciana Barbosa da Silva UNICAP

    [email protected]

    Este trabalho tem como foco a anlise da trama de O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, atravs do discurso latente e aes dos personagens expostos fora do papel do jornalismo sensacionalista que est em pauta nos dias atuais. No enredo, o jovem protagonista Arandir presencia o atropelamento de um homem e corre para acudi-lo. Ajoelha-se, compadecido, antes do ltimo suspiro do moribundo. O beijo se transforma em uma acusao escandalosa de homossexualidade, que evoluir para desconfiana dentro da sua prpria famlia e, por fim, seu assassinato. O Beijo no Asfalto se apresenta como uma tragdia carioca que nos lana a exposio da fora das manchetes jornalsticas - a falta de tica do jornalismo - a corrupo policial que exerce um falso papel de defensora do comportamento conservador da sociedade naquela poca (1961), que pressiona diretamente as aes dos personagens e, a falta de tica possveis nas redaes . Tudo isso aponta para uma sociedade entregue ao processo descontrolado da modernidade da dcada de 60, mas que a ela no se adapta. Os sinais de modernidade ficam evidentes: os jornais e seu poder sobre a opinio pblica, a alta velocidade com que se propagam os boatos e as verses sobre os fatos junto s pessoas que leem. As pessoas reagem ainda com preconceitos e valores conservadores, comportamento inadequado modernidade, o fortuito beijo s pode ser visto como crime pela opinio pblica e seus agentes construtores e formadores de opinio. O confronto crtico do papel dos jornais sensacionalistas, que mesmo nos dias atuais esto presentes, e sua influncia nas atitudes dos indivduos e dos personagens, ser ponto de vista do nosso estudo.

    A PERCEPO DA AURA NO OBJETO NO-AURTICO OU UMA LEITURA BENJAMINIANA DE A INVENO DE MOREL

    Mahely Florena Barros UFPE

    [email protected]

    A inveno de Morel, texto de Adolfo Bioy Casares e qualificado por Borges como uma perfeita obra-prima, traz luz aspectos da obra de arte na era da reproduo e da tcnica tema do famoso ensaio de Walter Benjamin. Neste clssico que apresenta elementos do romance policial, um fugitivo est preso numa ilha em que imagens produzidas por uma mquina superpem-se realidade de modo que o protagonista no percebe prontamente fazer parte de uma fico produzida pela tcnica. Apaixonando-se por uma das projees que vivem neste lugar fantstico, ele decide reproduzir a si mesmo a fim de adentrar neste sistema de signos. Mas assim que realiza tal faanha, sua alma passa para a imagem criada e sua existncia no ser mais possvel. Neste trabalho, teceremos relaes entre a perda da alma e da aura, a reproduo da obra de arte e a interveno do espectador que a atualiza em outros contextos espaciais e temporais, pela percepo. Assim, destacaremos o problema de uma nova natureza criada pela tcnica, ao mesmo tempo em que esta tcnica nos faz questionar a prpria essncia do objeto artstico.

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    OS GNEROS TEXTUAIS E OS ANNCIOS PUBLICITRIOS: UMA ANLISE SOBRE SUAS FUNES COMO GNEROS DISCURSIVO E SUPORTE TECNOLGICO

    Mirella Silva Barbosa FAFIRE

    [email protected] Rebecca Paiva Alves da Silva

    FAFIRE [email protected]

    Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa bibliogrfica cujo objetivo mostrar o funcionamento de uma lngua dentro da sociedade, a partir de seus recursos morfolgicos, sintticos e lexicais. Por isso, est centrado em duas etapas: a primeira, introduzindo o conceito de gneros do discurso e como eles so essenciais para as aes comunicativas; logo em seguida, apresentamos a distino entre tipos e gneros textuais e as suas funcionalidades no mundo contemporneo, mostrando conceitos e exemplos. A segunda parte desta pesquisa define e enfatiza o gnero anncio publicitrio, ocasio em que feita uma anlise das suas principais caractersticas, dos recursos utilizados para a sua formatao e, principalmente, evidenciamos o poder de persuaso que causa nos seres humanos atravs de sua linguagem rica em sentidos e em expressividade.

    CULTURA E PATRIMNIO NO UNIVERSO NARRATIVO DE ANDR NEVES

    Nelma Menezes Soares de Azevdo FAFIRE

    [email protected]

    Neste trabalho propomos analisar as obras infantis Maroca e Deolindo, O capito e a sereia e Mestre Vitalino do autor pernambucano Andr Neves que revelam os mltiplos aspectos do patrimnio cultural de natureza imaterial de nosso pas. As comemoraes fazem parte do universo dos personagens que vivenciam com naturalidade tradies e costumes. Sendo a literatura um veculo do patrimnio cultural da humanidade e que se caracteriza pela proposio de novos conceitos que provocam um novo olhar para o que est estabelecido, destacamos aspectos, sentidos e significados da cultura popular simbolizados no texto literrio, com o objetivo de refletir e colaborar para reconhecimento, valorizao e preservao de bens culturais imateriais que so referncias dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

    A RETOMADA HISTRICA NA OBRA A GARA MAL FERIDA DE LUZIL GONALVES FERREIRA

    Raquel de Medeiros Fernandes FAFIRE

    [email protected]

    O presente trabalho tem o intuito de fazer uma anlise sobre a retomada histrica na obra A gara mal ferida - a histria de Anna Paes DAltro no Brasil holands, de Luzil Gonalves Ferreira, no sentido de compreender como a autora o realiza. A pesquisa passa pela

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    investigao do momento histrico esttico da autora, considerando tambm aspectos estruturais do gnero romance, abordando, principalmente, as teorias de George Lukcs e Walter Scott; situa o leitor no momento histrico abordado na obra e de que forma a autora inseriu esse momento no romance.

    O ROAD MOVIE NO CINEMA PERNAMBUCANO CONTEMPORNEO: VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO

    Raquel do Monte Silva UFPE

    [email protected]

    A partir da anlise do Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009) refletimos como o espao no cinema pode ser percebido a partir do movimento. Neste sentido, alm de ancorarmo-nos nas discusses sobre a presena do road movie no cinema pernambucano contemporneo, propomos cruzar alguns apontamentos sobre espao, tempo e movimento trazidos por Gilles Deleuze. Pensar a viagem em obras cinematogrficas possibilita-nos perceber as impossibilidades de apreenso do objeto flmico dentro de uma epistemologia que evoca uma tradio cartesiana. Neste sentido, interessa-nos, ao observar filmes produzidos na ltima dcada em Pernambuco, captar os fluxos e os processos de desterritorializao vinculados articulao de uma linguagem e o dilogo desta com uma dinmica cultural. Partindo de filmes como o de Marcelo Gomes, vamos mapear de alguma maneira as reconfiguraes das cartografias afectivas desenhadas em algumas obras.

    NELSON RODRIGUES: UMA METFORA PORNOGRFICA E REACIONRIA DA VIDA COMO ELA

    Srgio Roberto Rocha Sandes Amorim FAFIRE

    [email protected]

    Com sua obra, suas controvrsias e a prpria biografia, Nelson Falco Rodrigues escreveu seu nome na histria da Literatura Brasileira, transformando-se no grande representante da literatura teatral do seu tempo, apesar de suas peas serem tachadas muitas vezes como obscenas e imorais. O Pornogrfico e reacionrio, assim chamado, se descreveu: Sou um menino que v o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura , realmente, a minha tica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornogrfico (desde menino). O presente trabalho traa uma linha do tempo em fotos, fatos, rtulos e matizes sobre o trabalho de visualizao humana singular, baseado na classe mdia brasileira, realizado pelo dramaturgo. O comportamento psicolgico, sexual e lingustico de seus personagens expressa uma verdade interior, sem sutilezas, sem censura, revelando a anatomia do carter humano por trs do verniz social. Momentos metafsicos, homofobia, racismo, machismo, adultrios, incestos e paixes delineiam a obra desse grande e polmico pernambucano que, apesar dos inmeros rtulos simplistas, soube lanar um olhar transcendental sobre a vida como ela . Campeo dos paradoxos, tanto incomodou como surpreendeu, mas nunca deixou seu leitor indiferente.

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    INTERATIVIDADE NA EAD: ANLISE DE WEBCONFERNCIAS DO CURSO LETRAS DA UFPE

    Severino Rodrigues da Silva UFPE

    [email protected]

    Este trabalho pertence ao projeto de pesquisa intitulado Linguagem e ensino na EAD: um estudo sobre interatividade em webconferncias e videoaulas, de carter interinstitucional entre a Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade Federal Rural de Pernambuco. O Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, ampliou o artigo 80 da Lei N 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo com mais profundidade as bases e as diretrizes do ensino a distncia (doravante EAD) no pas. Nesse sentido, estudos dessas transformaes discursivas e sociais so relevantes na medida em que podem contribuir para a compreenso das novas funcionalidades. Neste trabalho, objetivamos analisar o processo de interao entre professor e aluno, aluno e professor e aluno e aluno nas webconferncias do curso de Licenciatura em Lngua Portuguesa, da graduao em Letras a distncia, da Universidade Federal de Pernambuco. Nossa fundamentao terica embasada nos conceitos da Sociolingustica Interacional e da Anlise Dialgica do Discurso. Nosso objeto de estudo composto por cinco webconferncias escolhidas de forma aleatria e sem especificao de perodo. Nas nossas anlises, notamos uma mudana de alinhamento footing mais marcada na interveno dos professores e problemas tcnicos que dificultaram a interao, sobretudo, dos alunos. Palavras-chave: interatividade; ensino a distncia; webconferncia.

    UM OLHAR RELACIONAL: ISMAEL NERY, MOVIMENTO SURREALISTA E CATERINA VALENTE NO DILOGO INTERSEMITICO DE IGNCIO LOYOLA BRANDO

    Wanessa Rayzza Loyo da Fonseca Marinho Vanderlei UFPE

    [email protected]

    O interesse pela traduo, adaptao e dilogo interartstico crescem substancialmente na atualidade, provavelmente em funo do amplo espectro de suportes multimdia disponveis e de seu rpido desenvolvimento. A produo e a apreciao da arte, hoje, demandam um olhar diferenciado e plural, cada vez mais apto a apreender, simultaneamente, mltiplas linguagens. Apesar da inegvel especificidade dos cdigos semiticos, historicamente apontada pelos clssicos estudos de Gottbold Efraim Lessing, que discute os limites da pintura e da poesia, e de Yuri Lotman, que argumenta em favor da existncia de diferenas intransponveis entre as linguagens verbais e as linguagens icnicas; a relao entre as artes sempre existiu e talvez nunca tenha vivenciado um momento de to franca expanso como no cenrio cultural dos sculos XX e XXI. Compreendendo a importncia do dilogo entre os signos verbais e no-verbais, e compartilhando, com Wendy Stainer (1982, p. 13), a afirmao de que a pintura to semelhante vida quanto a poesia; ambas so cones da realidade, o presente trabalho visa a investigar um caso representativo do atual movimento de busca de expresso interartes atravs da obra Histrias de quadros e leitores, organizado por Marisa Lajolo, em especial, o conto Composio vista de um quadro, de Igncio de Loyola Brando que dialoga com a pintura de Ismael Nery, com a caracterstica onrica do movimento surrealista e com as msicas da cantora alem Caterina Valente. Para tanto, utilizaremos como subsdios tericos a concepo da criao em rede desenvolvido por Cecilia Almeida Sales; a noo de

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    dilogo intersemitico e de obra aberta de Julia Kristeva, Roland Barthes, Umberto Eco, Barbara Cassin e, por fim, utilizaremos G. E. Lessing e Yuri Lotman e Wendy Stainer para discutir a disputa entre as artes plsticas e a literatura.

    JOAQUIM CARDOZO E A CULTURA POPULAR

    Vilani Maria de Pdua FAFIRE

    [email protected]

    Este trabalho faz uma leitura da pea teatral O Coronel de Macambira bumba-meu-boi, do engenheiro-calculista Joaquim Cardozo. A colaborao desse poeta pernambucano na formao cultural brasileira fundamental e singular, e no pode nem deve ser esquecida. Seu fazer literrio foi uma tarefa parte, em sua vida profissional. Todavia, seu interesse pela cultura popular e pela literatura em geral, acabou por nos deixar um grande legado de poesias, peas teatrais e contos, alm dos ensaios sobre artes, engenharia e arquitetura. Ainda que o teatro de Cardozo no seja popular, tem inspirao nesse celeiro to rico, cuja herana cultural de fundamental importncia na construo da tradio literria brasileira e foi um dos pilares do Modernismo brasileiro, pois, segundo Mrio de Andrade, era necessrio criar uma cultura erudita inspirada na produzida pelo povo, que sempre foi ignorado e proibido de se expressar. Cardozo com seu jeito arredio e silencioso, somado sua origem simples e impregnada de bumbas, cocos, pastoris, caboclinhos e maracatus, pde criar uma obra literria de flego, com posicionamentos polticos importantes e crticas aos desmandos da sua poca, inclusive, construo de Braslia, da qual fez parte.

    HERMILO BORBA FILHO E A CULTURA VIVA DE PERNAMBUCO

    Virgnia Celeste Carvalho da Silva UFPE

    [email protected]

    A apresentao abordar a obra de Hermilo Borba Filho, teatrlogo e romancista pernambucano. O eixo norteador da leitura da obra hermiliana se d pela relao com a cultura de Pernambuco, to valorizada em suas peas, contos e romances. A pergunta que nos inquieta sobre esta obra como ela se constri a partir dessa memria cultural do povo pernambucano; nela que o escritor busca a essncia de sua potica. Para ilustrar nossa tese, tomaremos como material de pesquisa uma coletnea de contos, na qual encontramos textos que refletem to bem essa pernambucanidade, como Dez Histrias da Zona da Mata. Para delinear a diferena do olhar de Hermilo Borba Filho entre a capital e o interior pernambucanos, tambm apresentaremos uma apreciao dos romances Margens das Lembranas e A Porteira do Mundo. este espao, de memrias e personagens caricatos bem pernambucanos, que nos salta imaginao, quando nos propomos a ler Hermilo Borba Filho.

    O PAPEL DO LXICO NA CONSTRUO DA PERSUASO EM ANNCIOS CLASSIFICADOS DE ACOMPANHANTE

    Wanderley Elias Coelho de Lima FAFIRE

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    [email protected] O trabalho em tela objetiva investigar o papel desempenhado pelo lxico na edificao de um discurso sedutor e persuasivo em anncios classificados de acompanhante. Levando em considerao a conciso peculiar ao gnero, analisamos as escolhas lexicais que promovem enunciados mais persuasivos e ao mesmo tempo contribuem para uma economia lingustica. O corpus constitudo de 14 anncios classificados de acompanhante, tipo linha, coletados no caderno Classificados JC do Jornal do Commercio e no Classilder do Dirio de Pernambuco de domingo, dias 13 e 20 de maio de 2012. A escolha pela publicao dominical se deve ao fato de haver neste dia uma maior oferta de servios. Constatamos, atravs de nossa breve investigao, que predominam nesse subtipo de classificado a sequncia tipolgica descritiva com valor argumentativo, caracterizadas como: descrio objetiva, subjetiva e mista, havendo uma primazia pelos dois ltimos tipos citados. A partir desses dados, compreendemos que as descries exclusivamente subjetivas e mistas apresentam potencial persuasivo maior, uma vez que apelam para caracteres que apontam para um comportamento e/ou desempenho das prticas sexuais esperadas/pretendidas pelos leitores/consumidores, ou mesmo apelam para o fetiche. Alm disso, pudemos verificar que a escolha lexical, dentre os exemplares coletados, atendiam s seguintes estratgias argumentativas para garantir a persuaso e ao mesmo tempo promover uma economia lingustica nos anncios: conhecimento de mundo, valores sociais (status), adjetivao (fetichismo) e desempenho das prticas sexuais. Dessa forma, o lxico exerce papel relevante na construo da persuaso dos classificados de acompanhante, pois potencializa o teor argumentativo/persuasivo desses anncios, direciona o leitor a campos semnticos que remetem a seduo/fetichismo, bem como lhes confere conciso lingustica.