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Dagma Ferreira Alves

AMBIENTE E SAÚDE

PSICOLOGIA APLICADA À SAUDE

AutoraDagma Ferreira AlvesProfessora de Psicologia aplicada à Saúde, Ética na Saúde e Relações Humanas nos cursos de Saúde no CEP/ITESP. Psicóloga Clínica e pedagoga, professora há 23 anos na rede pública de Educação, atuou em diversos segmentos, sendo multiplicadora nas abordagens de humanização de educação e saúde. Pós-graduada em Psicossomática, com temáticas de saúde e consciência corporal, adequação e proa-tividade intra e interpessoal.

RevisãoGrupo NT

Projeto GráficoNT Editora

Editoração EletrônicaNT Editora e Figuramundo

IlustraçãoMárcio Rocha

CapaFiguramundo

NT Editora, uma empresa do Grupo NTSCS Q. 2 – Bl. D – Salas 307 e 308 – Ed. Oscar NiemeyerCEP 70316-900 – Brasília – DFFone: (61) [email protected]

Psicologia Aplicada à Saúde. / NT Editora.

-- Brasília: 2015. 144p. : il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN

1. Saúde; 2. Psicologia; 3. Qualidade de vida; 4. Psicossomática; 5. Autoconhecimento; 6. Atendimento multidisciplinar; 7. Inteligência emocional; 8. Ressignificação; 9. Proatividade; 10. Interpessoalida-de; 11. Intrapessoalidade; 12. Integralidade.

Copyright © 2015 por NT Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por

qualquer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros, sem autorização prévia e escrita da NT Editora.

LEGENDA

ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material didático. A presença desses ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-dado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba MaisEste ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

ImportanteO conteúdo indicado com este ícone tem bastante importância para seus es-tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

DicasEste ícone apresenta dicas de estudo.

Exercícios Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.

Bons estudos!

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Sumário

1. O CONCEItO DE SaúDE E PSICOlOgIa ................................................................71.1 O conceito de saúde e suas concepções culturais e históricas ......................................... 71.2 Psicologia do senso comum e Psicologia científica ............................................................191.3 Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise ..........................................................................................23

2. EStuDO Da PErSONalIDaDE E PSICOPatOlOgIa ..........................................332.1 O conceito de personalidade ......................................................................................................332.2 Comportamentos inatos e comportamentos adquiridos ................................................392.3 Normal x anormal ............................................................................................................................422.4 A influência do ambiente nos comportamentos humanos e a evolução do estresse ........492.5 Noções básicas de Psicopatologia ............................................................................................56

3. CONStItuIçãO E PrEvENçãO NO aMBIENtE EStrESSOr DO PrOfISSIONal DE SaúDE .......................................................................................653.1 A formação humanizadora do profissional de saúde ........................................................653.2 Relações intrapessoais e interpessoais do profissional de saúde ..................................723.3 Empatia e comunicabilidade na área de Saúde ...................................................................763.4 Comunicação interpessoal entre paciente e profissional de saúde .............................80

4. EMOçãO, MOtIvaçãO E INtElIgêNCIa EMOCIONal .....................................874.1 O conceito de emoção e como as emoções podem afetar a saúde .............................874.2 Aspectos motivacionais na constituição do ser biopsicossocial ....................................934.3 O que é Inteligência emocional e sua relação com a maturidade psíquica ...............974.4 A promoção de saúde, vida gratificante e correlação à emoção, motivação e inteligência emocional .............................................................................................101

5. PSICOSSOMátICa E DESENvOlvIMENtO huMaNO ..................................... 1085.1 O conceito de Psicossomática e saúde integral .................................................................1085.2 O desenvolvimento humano nas fases da vida ..................................................................1175.3 Envelhecimento saudável e Psicossomático .......................................................................1235.4 O vínculo do profissional de saúde e o enfrentamento à morte .................................1295.5 Humanização ..................................................................................................................................134

glOSSárIO ............................................................................................................. 140

BIBlIOgrafIa ........................................................................................................ 143

APRESENTAÇÃO

5Psicologia Aplicada à Saúde

Qual o seu conceito de saúde? Você acredita que a Psicologia seja uma im-portante aliada à promoção de saúde? Qual o papel de cada um de nós? Qual

o papel do profissional de saúde?

Vivemos em uma sociedade bastante célere onde temos a impressão de que todas as pessoas estão apressadas e extremamente atarefadas. Tão atarefadas que normalmente não dispensam tem-po em suas rotinas para cuidados bastante simples consigo mesmas. Poucas pessoas reservam mo-mentos em seu dia, por poucos instantes que seja para se distanciar da agitação, do tumulto exterior e entrar em contato com suas próprias emoções, com suas necessidades individuais de afeto, de com-preensão e autoconhecimento. Normalmente, a maioria dessas pessoas não encontra também, em meio ao tumulto, a escuta necessária para perceber fatores bastante evidentes que podem com o passar do tempo promover o desajuste emocional e em consequência o adoecimento.

É comum virmos até crianças expressarem, que se sentem agitadas ou até mesmo estressadas. É como se essas palavras já estivessem incutidas em nosso vocabulário e que viver seja mesmo assim: estar sempre bastante envolvido em inúmeras tarefas ao mesmo tempo e fatalmente suscetível aos males da modernidade que conhecemos como estresse, angústia vital, ansiedade, fadiga, agitação e até mesmo o estranho mais temido chamado depressão.

O profissional de saúde não é um sujeito que está imune ao adoecimento correlacionado às pressões, estresse e um conjunto de variáveis que constituem o seu ambiente de interação.

É justamente quando padecemos emocionalmente que pensamos que talvez a Psicologia pos-sa colaborar para a reabilitação de nossa saúde e raramente, fazemos essa associação a um sintoma que consideramos apenas físico e quando isso acontece, procuramos o hospital, uma prescrição me-dicamentosa e aguardamos que a nossa saúde seja restabelecida.

Infelizmente poucas pessoas que adoecem conseguem reconhecer que a forma como vivem pode sim estar colaborando para seu adoecimento ou para a somatização, onde o corpo acaba por recolher em si as impressões indevidas de uma vida desordenada e com poucos cuidados necessários à prevenção de doenças.

Vimos também, cada vez mais, a dificuldade dos sistemas públicos ou privados em atender a imensa demanda de pessoas que cada vez mais buscam a reabilitação, muitas delas, pouco conhece sobre prevenção como promoção de saúde e práticas saudáveis na qualidade de vida.

Célere: ligeiro, apresado, acele-rado.

Autoconheci-mento: conhe-cer a si mesmo.

Incutidas: relativo a incutir, provocar, esti-mular.

Suscetível: apto, capaz; que tem possibilidades.

Estresse: esgo-tamento físico e mental.

Angústia vital: sensação de desconforto e pânico perante a vida.

Imune: que não se contagia, não propenso, fortalecido.

Correlaciona-do: correlação, analogia, corres-pondente.

Variáveis: diversificado; que varia.

Reabilitação: tornar apto novamente, recuperação, reparação.

Somatização: sofrer no corpo as sensações psíquicas.

Prevenção: prevenir antes do acontecimen-to em si.

Demanda: gru-po de pessoas interessadas em algo, pleito, processo.

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A Psicologia, uma ciência recente, mas bastante antiga quanto aos seus postulados inerentes às concepções do comportamento humano é uma grande aliada à saúde e visa o autoconhecimento, a reflexão, a busca de qualidade nas interações humanas como prevenção e afirmação do ser humano como promovedor de auxílio aos seus próprios interesses e anseios.

O conceito de paciente não é mais um conceito simplificado de sujeito que apenas aguarda cuidados de um especialista de saúde, que normalmente é um médico, um enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem. O paciente hoje é aquele que reconhece que um programa multidisciplinar é o atendimento necessário não apenas para a cura de um mal físico, mas a reprogramação individual no sentido de conquistar conhecimento bastante para alcançar uma vida equilibrada em seus diversos setores: emocional, social, nutricional, espiritual, cultural e demais setores que reunidos representam os anseios e necessidades humanas.

O sujeito que cuida de si mesmo, que planeja sua alimentação, que busca informação, que reconhece que o seu pensamento e suas atitudes também são fatores associados à saúde psíquica e física, busca interagir com as pessoas e desenvolver atitudes proativas em todos os ambientes em que faz parte, assim como é capaz de superar muitas de suas limitações, conviver com a perspectiva de envelhecer e a finitude inerente a vida.

Postulado: teoria fundamen-tada em estudos científicos; prin-cípios.

Reflexão: pensar com profundida-de, subjetividade, argumento, observação.

Auxílio: ajuda, contribuição, colaboração.

Multidisciplinar: que tem o foco e a atenção de várias disciplinas, várias áreas do conhecimento.

Reprograma-ção: programar novamente, planejar.

Perspectiva: expectativa, dimensão, possi-bilidade.

Inerente: próprio de, característico, específico.

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Objetivos

Conceituar Psicologia e a importância de seus postulados na compreensão do comportamento humano e na busca de qualidade de vida.

Ao finalizar esta lição você deverá ser capaz de:

• Compreender o conceito e a importância da Psicologia na constituição humana.

• Compreender que a psicologia sempre fez parte da história e dos postulados filosóficos à cerca da busca do homem pelo autoconhecimento

• Diferenciar psicologia científica da psicologia do senso comum, desmitificando assim tabus à cerca dos instrumentos de estudos utilizados e a linguagem leiga e popular.

• Diferenciar a psicologia de psiquiatria e psicanálise confirmando o papel de cada uma na so-ciedade e para a saúde.

1.1 O conceito de saúde e suas concepções culturais e históricas

Saúde pra nossa sociedade, é uma palavra sagrada. É bastante comum entre nós, utilizar o ter-mo como forma de benção, de bom acontecimento ou de realização pessoal.

1. O cOnceitO de Saúde e PSicOlOgia

Tabus: receio, medo, precon-ceito, barreira psicológica.

Leiga: amado-ra, aprendiz; que não conhece algo com profundi-dade.

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Todos nós desejamos antes de tudo em nossa vida, termos saúde, porque representa para nós equilíbrio, paz, o ponto chave para que possamos realizar sonhos e metas.

Etimologicamente falando o termo deriva de “salus” no latim que significa intacto, íntegro, inteiro.

Por ser saúde algo tão precioso, tão maculado, sonhamos com a saúde perfeita, com um corpo perfeito, sem sinais ou sintomas que possam de alguma forma vir a roubar o nosso mais importante tesouro, a vida.

Mas o que é realmente saúde? O que nos rouba a saúde? Saú-de é realmente a ausência de

qualquer sintoma ou dor?

Falamos de saúde como se fosse um objeto que existe externo a nós e que precisamos alcan-çá-la a qualquer custo, como se ela não nos pertencesse e que é conquistada apenas às custas de inúmeros sacrifícios.

exercitando o conhecimento...

Antes de conceituarmos a palavra saúde, pense um pouco sobre sua saúde:

1. Como é sua saúde?

a) ótima c) regular

b) boa d) ruim

Comente:

Íntegro: intei-ro, verdadeiro, honrado.

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9Psicologia Aplicada à Saúde

2. Marque com um “x” o que você considera que faz parte dos seus hábitos:

a) ( ) Dormir cedo

b) ( ) Consultar o médico

c) ( ) Praticar esportes

d) ( ) Ter horários definidos para as refeições.

e) ( ) Ler bons livros

f ) ( ) Tirar momentos diários para relaxar.

g) ( ) Ter um hobby

3. Você considera que todos os itens acima caracterizam cuidados de saúde?

( ) sim ( ) não

Por quê?

Pois bem, a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que Saúde

Seja situação de perfeito bem-estar físico, mental e social” da pessoa.

Esse conceito tornou-se um pouco questionável por ser mais uma vez considerado bastante utópico e inatingível, assim, voltamos a um conceito como dissemos no início, maculado, algo que de tão precioso é como um tesouro e tesouros, a gente só vê falar nas histórias de contos de fadas ou ficção científica.

O conceito de saúde prevê que o ser humano esteja equilibrado em todos os aspectos de suas vivências e não dicotomiza corpo de mente ou de outros fatores associados a essas mesmas vivências.

Assim, nem inatingível ou utópico, ou algo externo a pessoa, saúde é qualidade de vida, é o equilíbrio entre o conhecimento e a percepção dos sintomas e a compreensão que o organismo faz parte de um sistema, de uma integralidade, onde existem polaridades. Enfim, o que chamamos de saúde, podemos também chamar de equilíbrio. Não ausência total de sintomas, mas o equilíbrio entre sintoma e bem estar, dor e prazer, incômodo e comodidade.

Esse trecho parece incom-pleto.

É citação? Tem aspas sobran-do...

Hobby: hábito por diversão ou entreteni-mento.

Utópico: imaginário, ilusório.

Inatingível: que não se pode atingir.

Percepção: forma de perceber algo, discriminar.

Organismo: constituição, corpo, estru-tura.

Integralida-de: plenitude, soma, totali-dade.

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Leia os trechos de uma música que fala bem sobre polaridades que existem na existência hu-mana e depois faça uma atividade de reflexão.

Certas coisasLulu Santos

Não existiria som

Se não houvesse o silêncio

Não haveria luz

Se não fosse a escuridão

A vida é mesmo assim

Dia e noite, não e sim

Eu te amo calado

Como quem ouve uma sinfonia

De silêncios e de luz

Nós somos medo e desejo

Somos feitos de silêncio e som

Tem certas coisas que eu não sei dizer

A vida é mesmo assim

Dia e noite, não e sim

exercitando o conhecimento...

Dia/noite, não/sim, luz/escuridão. Responda a pergunta e justifique sua resposta.

Saúde/doença, dor/prazer.

Você concorda que o ser integral deve estar sujeito às adversidades, pois elas estão pre-sentes todo o tempo em nossas vivências. O que diferencia cada um de nós é a forma como lidamos com todos os eventos.

( ) concordo ( ) discordo

Justifique abaixo:

No original está desse jeito, mas parece que tem alguma coisa fora da ordem. Conferir.

Adversidade: desventura, situação incomum e inesperada.

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Comentário: Nessa atividade proponho que você reflita sobre as polaridades presentes em nosso dia a dia. Nesse caso, uma reflexão para lidarmos com os eventos negativos como dor, doença como parte dos repertórios de nossas vivências.

Para ampliarmos melhor as nossas concepções de saúde, vale lembrar um momento muito es-pecial que reforça uma nova forma de se observar o ser humano integral e qualidade de vida. Estamos falando da primeira Conferência Internacional de Saúde que se realizou em Otawa, no Canadá no ano de 1986, essa conferência entre alguns países industrializados, discutia novas expectativas em relação ao papel de cada um na promoção de saúde, considerando que promoção de saúde é a capacidade de unir forças, deliberar autonomia e consciência a cada cidadão para que reconheça e atue de forma proativa na qualidade de sua própria vida. Esse momento foi muito importante porque ele trouxe uma nova reflexão sobre os paradigmas que já existiam e deixou bem claro que o maior interessado deve ser cada um, somente o autoconhecimento pode fazer com que as pessoas percebam como preservar sua saúde e ter uma vida saudável e prazerosa.

Cultura

Serviços de Saúde

SAÚDE RendaMeio Ambiente

Alimentação

Trabalho

Habitação

Lazer

Nesta ilustração percebemos que a saúde é o centro do equilíbrio entre diversos fatores.

Ao Estado confere todo o aparato necessário para que a população receba cuidados de especia-listas nas mais diversas áreas da medicina e áreas consideradas de saúde, porém, as políticas públicas não possibilitaram uma profunda discussão que possibilitasse às pessoas os conhecimentos neces-sários para o equilíbrio nos mais diversos setores das vivências humanas e que possibilitem também que as experiências sejam compartilhadas, que princípios humanitários sejam introduzidos para uma concepção consistente e fortalecida de qualidade de vida.

Ir ao hospital quando adoecemos, não é uma prática de saúde, é justamente uma tentativa de reabilitação da saúde. Vejam abaixo quais são os pré-requisitos para a saúde e para finalizarmos essa reflexão sobre o conceito de saúde que você pôde vislumbrar que é muito amplo, escreva um pará-grafo sobre cada um desses pré-requisitos e como você considera que eles devem estar presentes na vida de cada sujeito.

Conferência: apresentação, exposição de ideias.

Autonomia: capacidade de prover suas necessidades.

Paradigma: padrão, nor-ma, regra.

Concepção: compreen-são, criação, percepção.

Consistente: duro, sólido, rígido.

Pré-requisi-tos: condições mínimas necessárias para algo.

Vislumbrar: perceber, distinguir, compreender.

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Pré requisitos para a saúde:

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Platão

Reflexão!

Agora pense sobre o conceito de saúde, falando sobre os seus pré-requisitos. Não tenho dúvidas que já estamos começando essa unidade com um pensamento bastante promis-sor para todas as outras unidades desse módulo.

Vamos seguir adiante:

Agora que pudemos refletir sobre o conceito de saúde, vamos falar um pouquinho da relação da saúde com a Psicologia, mas para isso precisamos conhecer também, mais um pouquinho do con-ceito de Psicologia e os seus paradigmas.

O conceito de Psicologia e sua história

Ainda na era clássica, antes de Cristo, Platão, filósofo

grego, (428-347 a.C) já inda-gava sobre o dualismo entre

corpo e alma (psyche).

Onde fica a consciência do homem e onde ficava a razão?

Para Platão a psyche seria a principal responsável por fenôme-nos que hoje designamos à mente como o pensamento, a percep-ção, a emoção.

Platão considerava também que a Psyche abandona o corpo quando a gente morre e assim, continuaria existindo e que essa mesma alma possuía níveis hierárquicos que existia em função dos sentimentos nobres e dos sentimentos impuros.

Procedente a Platão, Aristóteles (384-328 a.C) tinha concep-ções que ele considerava bem mais realistas, ele não separava corpo de alma e para ele, a alma é o princípio de um corpo vivo, assim, tudo que tem vida também teria alma, embora nas plantas por exemplo,

a alma teria apenas um caráter nutritivo enquanto no homem esta mesma alma já teria passado por um processo de aperfeiçoamento.

Aristóteles conduziu os seus postulados para um direcionamento en-

Fenômeno: ocorrência incomum, improvável.

Promissor: favorável, próspero, vantajoso.

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Aristótelestrelaçado a Biologia, considerando que todos os viventes, devem ine-rentemente, nascer, crescer e reproduzir para preservar a espécie.

Podemos perceber nitidamente que na história da Psicolo-gia as crenças entre corpo e mente ou alma são carregadas de con-cepções também religiosas, até então a psicologia não era uma ciência propriamente dita e Platão e Aristóteles que citamos, não eram psicólogos, eles eram filósofos que tinham concepções a cer-ca do homem, assim como temos hoje. Eles tinham a preocupação de desvendar o comportamento humano e por isso podemos dizer que eles foram precussores da ciência do comportamento humano.

O homem sempre teve a necessidade de buscar a plenitude e assim, ele constituiu nessa busca inúmeras crenças que pudessem justificar essa ânsia ou necessidade, o que já podemos contemplar um homem que possui o que denominamos de angústia vital, a angústia ge-rada pela incapacidade humana de explicar a sua totalidade, a sua impotência perante a finitude e o envelhecimento, assim como a impotência do homem perante a loucura ou o adoecimento.

De onde vimos? Para onde vamos? Por-que envelhecemos? Porque morremos? O que é felicidade?

Todos nós já fizemos essas perguntas.

O homem sempre foi o seu maior objeto na busca pelo conhecimento e todas os questionamentos não res-pondidos sempre estiveram entrelaçados a condição hu-mana e a condição divina.

No início o homem cultivava a crença em vários deu-ses é o que chamamos de politeísmo.

Cada Deus seria responsável por uma manifestação, as-sim, a Deusa do amor era Afrodite, Zeus era o Deus dos Deuses, Apolo deus da beleza e da juventude. Enfim, podemos perce-ber que sentimentos emoções, assim como inúmeros fenô-menos inexplicados pelo homem eram justificados pelas crenças divinas.

Crença: fé, confiança, acreditar.

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15Psicologia Aplicada à Saúde

Reflexão!

Estamos falando de conceitos que existiram antes mesmo da nossa atual contagem do tempo, temos primórdios da Psicologia já antes de Cristo o que torna a Psicologia um postulado bastante antigo, mas a Psicologia somente foi considerada e oficilizada como ciência no século XIX. Por que a Psicologia demorou tanto a se tornar uma ciência?

O tempo passa e avançamos até a idade Média, nesse período, no Ocidente, transitamos para uma sociedade com características marcadamente monoteísta, com culto a um só Deus.

A igreja católica exerce grande poder em todas as áreas do pensamento humano e com consis-tente expressividade no pensamento filosófico, nas artes, nas ciências e na formação cultural e religiosa.

Muitos historiadores chegaram a citar esse período como o período das Trevas, por considera-rem ter existido poucos avanços nos campos científicos e tecnológicos em virtude do domínio exa-cerbado da igreja que puniam aqueles que não seguiam os seus dogmas. Aqueles que eram encami-nhados para uma espécie de Tribunal onde eram registrados os crimes contra a fé Cristã podiam ser condenados a prisão ou até mesmo a fogueira como hereges, ou seja, aquele que contraria a fé.

Assim sendo, o conhecimento era mantido a sete chaves pela igreja e qualquer novo postulado, experimento e observações comportamentais também deveriam ser autorizados pela igreja e não considerados uma crítica aos dogmas expressos na tradição religiosa.

O fato é que apenas no século XVI que Descarte (René Descarte, 1596-1650), considerou avan-ços mais significativos para o desenvolvimento da psicologia na tentativa de resolver o problema mente-corpo, considerando que mente e corpo se distinguiam sendo que a mente influenciava o corpo e que a influência do corpo sobre a mente era bastante significativa. Assim, abandonava nessa observação um conceito meramente teológico para um conceito mais cientifico da mente e dos pro-cessos mentais envolvidos.

exercitando o conhecimento...

Para falar de Psicologia ou de qualquer outra ciência é impossível desconsiderar fatos históricos e crenças culturais do povo. Ainda hoje, você acredita que as concepções do ser humano ainda são carregadas de crenças religiosas ou é possível separar nitidamente ciência de religião? Não se esqueça de justificar sua resposta.

Monoteísta: crença em um único deus.

Exacerbado: exagerado, exigente, demasiado.

Dogma: cren-ça, doutrina indiscutível.

Tradição: que acontece sempre.

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Comentário: O nosso conhecimento, ideias e opiniões são construídos ao longo de nossa vida e são carregados de crenças e valores, alguns desses valores, religiosos. Nessa atividade solicito que você reflita sobre isso. Até onde é possível separar a religiosidade da ciência? Isso é possível ou você acredita que os dois caminham juntos?

Obrigado por expressar suas ideias e opiniões, é as-sim que podemos interagir.

E quando finalmente a Psicologia se tonou Ciência?

Tudo o que relatamos até agora, foi o caminho percorrido para que a Psicologia se tornasse ciên-cia, porém, em toda a sua jornada, observamos que os seus postulados tinham um caráter mais subje-tivo, mais especulativo. Quando Descartes insere uma objetividade maior nessa observação e com o decorrer do tempo aumenta o interesse de conhecer os mecanismos fisiológicos relacionados aos fenô-menos mentais, assim, a Fisiologia ganha espaço para os estudos do comportamento humano.

Em 1879, Wilhelm Wundt (1832-1920), médico, filósofo e psicólogo alemão cria o primeiro la-boratório para estudos do comportamento humano na Universidade de Leipzig na Alemanha, confe-rindo assim, a Psicologia o título de Ciência, por atender perante aos estudiosos os critérios inerentes a uma metodologia científica.

Mas antes de deixarmos aqui o conceito de Psicologia, quero que após essa viagem na es-truturação dessa ciência você possa viajar tam-bém um pouco na concepção desse conceito e assim perceber que a Psicologia está muito

mais próxima de nós do que imaginamos.

Fisiológico: que estuda as funções mecâ-nicas do corpo, estrutura física.

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Nada melhor que um pouco de música para refletirmos sobre algo não é mesmo?

Acesse os links e escute com atenção as músicas e depois faça um exercício.

A primeira canção é de Roberto Carlos e se chama “Emoções”.http://www.youtube.com/watch?v=osUfKljevDQ

A segunda canção é de Milton Nascimento e se chama “Eu caçador de Mim”http://www.youtube.com/watch?v=Se9XYKHQi3Y

Te sugiro seguir o link e ouvir as canções para que depois você possa comentar, assim, mais que perceber você poderá sentir o que a letra e a melodia falam de Psicologia.

exercitando o conhecimento...

Quais aspectos nas duas canções podemos considerar que se relacionam ao conceito de Psicologia?

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Comentário: As duas canções falam de amor, de sentimentos, da busca do homem em co-nhecer e interpretar sua trajetória, a busca pelo autoconhecimento, pela felicidade.

Quem é esse sujeito caçador de mim? O que ele busca?

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Comentário: É o sujeito que busca o autoconhecimento, que busca interpretar seus pró-prios sentimentos.

Ao falar de emoções estamos falando de um sujeito que se reporta a sentimentos inusi-tados que lhe trouxeram apenas prazer ou em sua trajetória ele vivenciou momentos bons e momentos ruins? Justifique.

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Comentário: É um sujeito que experimentou tudo o que a vida proporciona. Ele vive o dua-lismo dor /prazer, alegria/sofrimento.

Você acredita que todos nós buscamos o autoconhecimento? Por quê?

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Comentário: O autoconhecimento mesmo quando não consciente é a maior busca do ser humano.

Doce ou atroz, manso ou feroz. Esse é o conceito de um ser humano único explicita-do na canção ou podemos considerar que todos nós como indivíduo somos providos de sentimentos por vezes contraditórios e por isso estamos sempre buscando maiores ex-plicações para o que somos como nos constituímos e o que realmente desejamos como plenitude? Justifique.

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Comentário: É fato que buscamos evoluir e a perfeição, mas somos constituídos por senti-mentos contraditórios.

Comentários:

As duas canções falam de sentimentos, de conquistas, de perdas, de alguém que reconhece que em toda sua trajetória ele esteve todo o tempo em busca de algo que ele não reconhecia. Um sujeito perdido em sua prolixidade.

Obrigado por suas colocações. Eu sei que para respondê-las você teve que refletir, buscar em sua subjetividade uma forma de se expressar e esse é um dos objetivos da psicologia, fazer com que as

pessoas reflitam sobre si mesmas, sobre seu ambien-te, sobre outras pessoas, sempre no intuito que as

pessoas possam viver melhor, que possam também interagir positivamente com quem está ao seu redor.

Atroz: cruel, desumano, sádico.

Contraditó-rio: conflitan-te, incoerente.

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19Psicologia Aplicada à Saúde

Saiba mais!

Sendo Psicologia a ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais como razão, pensamento, sentimentos e emoções. Proporciona ao indivíduo a busca do autoconhe-cimento e a percepção do outro em seu contexto no intuito de melhor condição existencial. Deriva-se das palavras gregas: “psique” que significa “alma” e logia que significa “estudo de”. 

1.2 Psicologia do senso comum e Psicologia científicaLeia os textos abaixo:

Texto 1

O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou vá-rias) doença(s).

Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desa-pontamento e outras adversidades. Cumpre lembrar que essa resposta tem valor adapta-tivo, do ponto de vista evolucionário, uma vez que, através do retraimento, poupa ener-gia e recursos para o futuro. Por outro lado, constitui-se em sinal de alerta, para os demais, de que a pessoa está precisando de companhia e ajuda. As reações de luto, que se es-tabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação da atividade simpática e inquietude. As reações de luto normal podem estender-se até por um ou dois anos, devendo ser diferenciadas dos quadros depressivos propriamente ditos. No luto normal a pessoa usualmente preserva certos interesses e reage positivamente ao ambiente, quando devidamente estimulada. Não se observa, no luto, a inibição psicomotora característica dos estados melancólicos. Os sentimentos de culpa, no luto, limitam-se a não ter feito todo o possível para auxiliar a pessoa que morreu; outras ideias de culpa estão geralmente ausentes.

Rev. Bras. Psiquiatr. vol.21 s.1 São Paulo May 1999

Texto 2

““... Eu tentava sair mais de casa, mas a maioria das atividades divertidas me deixava exis-tencialmente confusa ou frustrada com a minha incapacidade de aproveitá-las.

Meses foram se passando e eu lentamente comecei a aceitar que talvez nunca mais pu-desse me divertir. Mas eu não queria que ninguém soubesse. Eu ainda estava meio cons-trangida de ficar entediada ao lado das pessoas, e tinha esperanças de que as coisas fos-sem se resolver sozinhas. Se eu conseguisse não afastar os outros, tudo poderia ficar bem!

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Mas eu não conseguia mais me basear em emoções reais para controlar as minhas ex-pressões faciais e quando você tem de ficar manipulando conscientemente o seu rosto para ter uma conversa, as pessoas acabam se afastando.

É esquisito para as pessoas que ainda têm sentimentos conviver com pessoas deprimi-das. Elas tentam fazer você sentir as coisas para que tudo volte ao normal e é frustrante quando isso não acontece. Para elas, parece que tem de haver uma fonte escondida de felicidade em algum lugar dentro de você que você simplesmente perdeu.

“É que se você apenas pudesse ver como o mundo é bonito…”

Fonte: http://www.gluckproject.com.br/

Blog Gluck Project – Uma investigação sobre felicidade.

exercitando o conhecimento...

1. Posso afirmar que os dois textos falam sobre o mesmo tema?

a) concordo b) Discordo

2. Os dois textos apresentam o mesmo tipo de linguagem?

a) concordo b) Discordo

...

Comentário: Os dois textos falam de um mesmo tema: Depressão. Porém, utilizam lingua-gens diferentes porque temos contextos diferentes de comunicação. No primeiro texto, temos um contexto formal onde a linguagem é bastante precisa e objetiva, não pode deixar margem a uma interpretação errônea porque tem a função de informar pessoas e assim cumpre um papel científico e profissional. O segundo texto é um relato de uma pessoa que vivencia um quadro de depressão, ela utiliza vocabulário informal, não tem uma preocupação rigorosa em trazer infor-mações precisas e utiliza termos onde descreve subjetivamente as suas sensações e sentimentos.

O primeiro texto apresenta informações científicas e o segundo apresenta informações do senso comum. O conhecimento científico depende de comprovação rigorosa de fatos testados, observados e adequados a uma metodologia científica sob enfoque e aprovação de pesquisa-dores e cientistas que se dedicam a esses estudos. O senso comum trata de situações vividas, vivenciadas e adquiridas na observação do dia a dia, ou de conhecimentos transmitidos de pai para filhos, de geração a geração, o que chamamos também de conhecimento empírico, não se baseiam em estudos metodológicos ou de constatações científicas.

Podemos dizer que o conteúdo do primeiro texto é o um dos conteúdos tratados pela Psicolo-gia Científica e o segundo texto traz a vivência do senso comum, como todo conteúdo da subjeti-vidade é valorizado pela Psicologia, tratamos de chamá-lo de psicologia do senso comum.

Empírico: que foi vivido, experiência sem cunho científico baseada em experiências pessoais.

Subjetivida-de: relativo à introspecção, à intrapes-soalidade; psiquismo individual.

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Para saber mais:

Já conversamos anteriormente sobre a pouca idade da Psicologia como ciência. Muito do que sabemos de Psicologia aprendemos ou ouvimos em programas de televisão, nos filmes, nas experiências relatadas por outras pessoas e muito desse conhecimento realmente é válido para muitas pessoas. Porém, o que poucas pessoas acreditam é que o conhecimento que se expressa em Psicologia seja realmente um conhecimento com cunho científico e que como qualquer outro necessite validação. É muito comum ouvirmos pessoas dizerem que ele mesmo é seu pró-prio psicólogo, que o melhor psicólogo é Deus, que quem tem fé não precisa de nenhuma ajuda psicológica. Não quero de forma alguma desprezar ou intimidar as pessoas a ter fé ou a crenças que constituem um padrão de respostas válido para viverem melhor, o que é questionável é o fato de que em poucas ciências, é possível observar que o senso comum seja tão presente nas falas e no conhecimento empírico quanto nos conhecimentos de Psicologia.

Todo psicólogo tem com objeto de observação o comportamento, mas inúmeras são as abor-dagens que norteiam essa observação, isso faz com que se torne imensamente difícil ter uma vertente que clareiem a disciplina como ciência.

Fletcher (1984) citado por Pinto (1999), afirma que “o senso comum é um corpo de cren-ças e conhecimentos culturais partilhados por um grupo ou comunidade acerca do fun-cionamento das pessoas e do mundo que as rodeia” (PINTO, 1999).

Se por um lado o senso comum é objeto de investigação do comportamento, por outro o senso comum pode fazer com que as pessoas deixem de buscar informações mais objetivas que tragam contribuição para a resolução de problemas de comportamentos inadequados e dificuldades em lidar com situações à cerca da realidade. Se voltarmos aos dois textos citados, poderemos perceber que no texto em que um sujeito relata situações do senso comum, ele procura compreender com dificuldade o que está vivenciando e precisa de ajuda de especialistas para que possa ter mais informações, técni-cas e instrumentos para avaliar essa situação. Enfim, senso comum não é ciência.

exercitando o conhecimento...

Vamos testar um pouquinho sua percepção para o tema. Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas abaixo. Elas afirmam sobre Psicologia do senso comum e Psico-logia científica.

a) A Psicologia é uma ciência. Porém, ela não tem objeto de estudo.

b) Por ser uma ciência bastante recente, a Psicologia é uma ciência bastante confundida com o senso comum.

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c) Senso comum é também utilizado como instrumento para a observação do compor-tamento no campo científico.

d) Podemos diferenciar a Psicologia do senso comum da Psicologia científica pela lon-gevidade da informação. Informações que vêm sido transmitidas através de várias gera-ções e que tornam-se científicas por seu teor cultural.

e) Muitas pessoas por desconhecimento, utilizam o senso comum como fonte fidedigna e segura do conhecimento, isso pode prejudicar o acesso ao atendimento de um profis-sional especializado.

f ) Em relação a saúde, podemos dizer que a automedicação (consumo de medicamen-tos industriais ou caseiros com o objetivo de tratar, aliviar os sintomas ou doenças perce-bidos no intuito de promover a saúde, dispensando a orientação adequada de um profis-sional-LOYOLA FILHO, et al, 2002.) é uma postura do senso comum.

g) Fitoterapia-do grego – Tratamento (therapeia) Vegetal (Phyton), ou ainda “A terapêutica das doenças através das plantas”. Nesse caso, estamos falando de conhecimento científico.

h) Tem uma música que ouço sempre pela manhã que me acalma. Tenho diagnóstico de esquizofrenia. Não posso despertar sem ouvir essa canção que sinto ansiedade. Ela funcio-na para mim como uma terapia, assim posso dispensar a medicação que o psiquiatra me prescreveu como ansiolítico.

...

Comentários:

a) Falso. A Psicologia é uma ciência e seu objeto de estudo é o comportamento. Não existe ciência sem um objeto de estudo.

b) Verdadeiro. A Psicologia é uma ciência recente e os seus postulados por características abrangentes e complexas ainda são bastante confundidos com o senso comum. Até ouvimos frases do senso comum que dizem que de psicólogo e louco todo mundo tem um pouco. Você provavelmente já ouviu isso.

c) Verdadeiro. O senso comum é um instrumento bastante importante para a observação do comportamento, assim bastante importante para a Psicologia científica.

d) Falso. O que diferencia com precisão uma informação cientifica de uma informação do senso comum não é a longevidade no tempo com que uma informação se propaga, mas se essa informação foi objeto de estudo passando por rigorosas etapas de uma metodologia científica.

e) Verdadeiro. Quando desprezamos o conhecimento científico em função de conhecimen-tos do senso comum, considerando que o mesmo terá a mesma fidedignidade, deixamos de procurar especialistas e profissionais devidamente preparados para lidar com a situação, cor-rendo o risco de não estar sendo devidamente atendido em nossas necessidades.

f) Verdadeiro. A automedicação é uma prática bastante clássica do conhecimento do senso comum o que pode gerar graves danos a saúde física ou mental de quem comete esse erro.

g) Verdadeiro. Vimos uma linguagem científica tratando-se de um conhecimento com me-todologia científica nos rigores de suas características.

h) Falso. Vimos aí uma constatação bastante clássica também do senso comum, no caso na Psicologia do senso comum, onde utilizamos situações de vivência como terapêutica e fato científico.

Fidedignida-de: com auten-ticidade, rigor e precisão.

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1.3 Psicologia, Psiquiatria e PsicanáliseFalamos sobre o conceito de saúde, falamos sobre o conceito de Psicologia e falamos também

sobre o que é senso comum e o que é conhecimento científico e vimos que muitas informações que chegam as pessoas não possuem nenhum teor científico e jamais foram comprovadas cientificamen-te. São apenas concepções empíricas, passadas pelas pessoas em suas próprias vivências. Como sabe-mos que cada pessoa é única em sua constituição e subjetividade e que por mais que a minha situação seja parecida com a de outra pessoa, não podemos considerar que sejam iguais. O que pode ser bom para essa pessoa, pode não ser bom para mim.

Mas vou contar a você uma história, não vou dizer se ela é verídica ou não e ao final quero que você utilize os conhecimentos que você tem para ajudar essa pessoa. Então preste bastante atenção.

Quem eu procuro: Um psicólogo, um psicana-lista ou um psiquiatra?

A história de Jonas

Jonas acordou bastante tenso, dormira pouco, tinha frequentes pesadelos, em alguns momentos ouvia vozes, tinha calafrios e ao mesmo transpirava muito. O coração batia descompassadamente, sentia um perigo iminente, uma sensação de que algo muito ruim logo aconteceria, tinha vontade de correr e pedir socorro, mas algo o imobilizava, o que fazia com que o coração acelerasse mais.

No início essas sensações iam e vinham por alguns momentos, quando isso acontecia, bas-tava se isolar em algum lugar recluso e depois tudo ficava bem e voltava à normalidade.

Com o passar do tempo, a frequência dessas sensações foram aumentando e o isolamen-to já não era o bastante para que tudo voltasse ao normal. Um sentimento de menos valia passou a acompanhá-lo. Antes era uma pessoa agradável, comunicativo, tinha bons amigos e gostava de estar com eles. No trabalho tinha um bom relacionamento com os colegas, por vezes participava de eventos familiares deles ou os convidava para vir a sua casa quando acontecia algum tipo de comemoração. Convivia bem com a vizinhança e com os familiares, procurando telefonar de vez em quando, estar com a família nos almo-ços dominicais ou em outros momentos de reunião.

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Porém, agora se sentia outra pessoa, não gostava de conversar e nem tampouco de in-teragir com as pessoas. Os calafrios e a sensação de iminente perigo o acometiam cada vez mais. Acreditava que o perigo poderia estar em qualquer lugar, poderia ser no seu local de trabalho, poderia ser em sua própria casa e qualquer pessoa com quem convi-vesse poderia ser a responsável, enxergava cada pessoa como um provável inimigo que poderia a qualquer momento apunhalá-lo pelas costas. Tudo isso provocava um enorme sofrimento que já havia tirado a sua vontade de comer, de dormir, de se relacionar e até mesmo de conviver com seus filhos e com sua esposa. No início sua esposa considerou que ele não estivesse bem e que deveria procurar um médico, com o passar do tempo, ela também foi se afastando e começando a julgar que eram apenas esquisitices e que mui-tas pessoas ficam assim depois de certo tempo de convívio. Mas as esquisitices foram se tornando mais frequentes e sem perceber ele se tornara também agressivo e hostil, não somente com sua esposa, mas também com seus dois filhos. Logo o inevitável aconteceu, sua esposa pediu a separação.

Apesar do sentimento de tristeza e impotência, Jonas sentiu certo alivio, pois, teria menos o que justificar quanto à necessidade de isolamento e mais tempo em que ficaria sozinho.

As noites eram intermináveis e sempre considerava que em uma delas tudo acabaria, carregava no peito a certeza que não sobreviveria a uma nova noite, a uma nova tortura de pesadelos, calafrios, medo e extrema exaustão.

Quando naquela manhã, o telefone tocou logo cedo, Jonas atendeu. Era Sueli, sua chefa, questionou sua ausência do trabalho há dois dias, sem atender ao telefone e sem justifi-car. Você está bem? Posso te ajudar em alguma coisa?

Viu naquela pergunta a sua última chance. Seu sofrimento era tão forte que o desejo in-tenso de tirar a própria vida, já era constante. Pensou pedir ajuda algumas vezes, mas não conseguiu unir forças para isso. Pela primeira vez ao ouvir aquela pergunta, teve vontade de pedir socorro e com muita dificuldade, falou com uma voz entrecortada que Sueli ou-viu com dificuldade: – Eu preciso de ajuda Sueli! Por favor, me ajude!

exercitando o conhecimento...

O que você faria para ajudar essa pessoa, no caso ajudar ao Jonas?

1. Você o aconselharia a procurar:

a) A um psicólogo b) A um psiquiatra c) A psicanalista

Por favor, justifique sua resposta:

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Você sabe como atua cada profis-sional acima? Quais as semelhan-

ças e diferenças nas atuações?Caso não saiba vou te apresentar um profissional de cada uma des-sas áreas, assim vamos conhecer melhor as funções de cada um.

Conheça o Carlos, psicólogo.

Meu nome é Carlos, sou psicólogo, fiz um curso superior na área de Psicologia, é um curso com dez semestres ou cinco anos de duração. Nele estudamos o comportamento humano e disci-

plinas afins para que possamos lidar com pessoas que buscam autoconhecimento ou que estejam passando por dificuldades em se relacionarem com outras pessoas ou com seus próprios senti-

mentos e emoções, assim como estudamos disciplinas que trazem técnicas e conteúdos adequados para lidarmos com pessoas que tenham algum tipo de distúrbio ou transtorno e também pessoas

que queiram aprimorar algum aspecto emocional. Para atuar como profissionais, necessitamos ter registro no Conselho de Psicologia,

que é o órgão que normatiza e orienta os profissionais da área.

Podemos trabalhar em vários campos de atuação: Podemos trabalhar em hospitais e assim, denominamos psicólogo hospitalar, pode ser na educação, assim, psicólogo escolar, nos esportes, psicólogo do esporte ou na área clínica, psicólogo clínico e assim por diante. Os

psicólogos que atendem em um consultório e realizam psicoterapias são normalmente os psicólogos clínicos, dentro da área clínica, um psicólogo pode escolher entre inúmeras abordagens, que consiste em métodos de trabalho ou teorias de estudos. Pode ser compor-

tamental, cognitivista, sistêmica ou outra. A partir da abordagem o profissional pode prever e planejar o trabalho que necessita desen-volver com o paciente. Ah! Algo muito importante e relevante: Nós

psicólogos não podemos prescrever medicação, por isso sempre precisamos aliar o nosso trabalho ao trabalho de um psiquiatra que

tem formação para fazer a prescrição medicamentosa.

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Conheça a Débora, psiquiatra.

Meu nome é Débora sou psiquiatra, me formei em Medicina e fiz residência em Psiquiatria em uma instituição regulamentada pelo Conselho de Medicina.

A minha formação como Psiquiatra atende principalmente aos aspectos biológicos e fisiológicos do adoecimento, ou seja, se alguém apresenta um

transtorno de humor, por exemplo, provavelmente utilizarei uma prescrição de repositor químico que essa pessoa esteja apresentando em sua constitui-ção física. Avaliamos cuidadosamente como o paciente reage à medicação e

os sintomas descritos. Os diagnósticos são baseados em um documento, que é uma espécie de catálogo das doenças, distúrbios e transtornos mentais. DSM significa Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, ou o CID,

que significa Classificação Internacional de Doenças. Esses catálogos ou manu-ais por vezes são alterados, já estamos no DSM IV e no CID 10.

Normalmente, após o acompanhamento adequa-do ao paciente e quando percebermos que a me-dicação está fazendo o efeito esperado recomen-damos a esse paciente que procure um psicólogo. Este profissional é bastante importante para dar

continuidade ao nosso trabalho de psiquiatria, ali o paciente irá discutir e analisar as condições que o levaram ao adoecimento e repensar atitudes e comportamentos para mudanças de padrões de

comportamento e qualidade de vida.

Meu nome é Patrícia, sou psicanalista, eu cursei um curso superior e posteriormente ingressei num curso de formação de psicanalistas.

Um psicanalista, não precisa necessariamente ter se formado em Psicologia ou Psiquiatria, embora muitos psicólogos e psiquiatras busquem essa formação para ampliar sua área de conhecimentos

sobre a análise do pensamento humano, sobre autoconhecimento e trato com pessoas. Atuamos principalmente nos conflitos íntimos e situações intrapsíquicas, ou seja, questões do mundo interior das pessoas. Nosso método é baseado nas teorias Freudianas e os seus

seguidores como Melanie Klein, Jacques Lacan e outros.Os psicólogos têm uma formação mais ampla no que se refere aos

comportamentos e sentimentos e tem um repertório maior de informações para compreensão do ser humano.

Por ter em sua grade de formação um leque maior de conhecimentos em várias áreas do comportamento.

Essa frase parece ser continuação da de cima...

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Comentário:

Pudemos perceber que esses profissionais lidam com comportamentos humanos e para a saúde, dificilmente poderemos estabelecer qual a área mais importante porque a saúde é um conjunto de fatores que buscam um equilíbrio constante de bem estar e de qualidade de vida, a escolha do profissional é uma decisão que depende das necessidades de cada pessoa, envol-ve empatia uma análise pormenorizada da situação e do provável diagnóstico.

exercitando o conhecimento...

Complete as lacunas com a melhor designação da ocupação profissional de um psicólo-go, de um psiquiatra e um psicanalista:

a) Meu pai saiu da sala do profissional com um diagnóstico e um receituário na mão. Naquele dia, soubemos que as crises que o faziam perder a noção de realidade, e muitas vezes o levava até a automutilação, tinha nome: esquizofrenia.

( )

b) Descobri na terapia que eu ainda poderia ser muito feliz, embora carregasse comigo a dificuldade em me situar na vida, já havia abandonado vários empregos, iniciado vários cursos, havia criado uma resistência a conviver com pessoas. Agora, na terapia, eu preci-sava traçar metas para mim, eu precisava vencer meus próprios limites. Mas tudo deveria acontecer dentro do meu próprio ritmo. Eu estava vivenciando as técnicas de uma aborda-gem terapêutica chamada Comportamentalista.

( )

c) Eu estava num processo de análise há mais ou menos oito semanas. Descobri nesse processo, vários aspectos que ainda desconhecia de minha vida psíquica, busquei longe cenas que rememoravam minha relação paterna e materna, pude rever também a criança que eu fui e o jovem que me tornei. Os conceitos Freudianos me surgiam como autodes-coberta e tudo o que eu aprendia sobre mim mesmo me revelava uma nova forma de viver consciente e muito, muito mais significativa.

( )

Comentários:

a) O receituário já deixa claro que ele consultou um psiquiatra, pois, é o profissional de saú-de mental que tem habilitação para escrever.

b) A terapia comportamentalista é uma das abordagens da Psicologia Comportamental.

c) A análise através de conceitos Freudianos é uma perspectiva da Psicanálise.

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Resumindo...

Vimos que ciência não é apenas a ausência de sintomas, mas uma integração de fatores que estão relacionados ao bem estar e qualidade de vida. Na conferência de Otawa, em 1986, discutiu-se pela primeira vez o termo promoção de saúde e critérios foram caracterizados para a promoção de saúde em todo o mundo.

A psicologia entrelaça-se em seus fundamentos ao conceito de saúde, pois, envolve concep-ções na busca de bem e consequente promoção de saúde. A Psicologia é uma ciência com postulados bastante antigos, porém ainda embrionária como ciência, pois apenas no final do século XIX conse-guiu estabelecer-se como tal, após toda uma trajetória de questionamentos, dualismos teóricos sobre a existência, psiquismo, corpo, alma, mente e espírito.

Muitas concepções existentes da psicologia estão enraizadas em conceitos empíricos, vivencia-dos e passados de gerações a gerações são considerados psicologia do senso comum. Para que os fa-tos possam ser denominados científicos, precisam atender critérios da metodologia cientifica com ri-gor, precisão, clareza e objetividade, assim podemos considerar que são fatos da psicologia científica.

Com preponderância aos fatos da Psicologia Científica, profissionais se especializam para aten-der as demandas do psiquismo. Assim, psicólogos, psiquiatras e Psicanalistas, são os profissionais que se dedicam ao comportamento humano e estão preparados para promover melhorias na qualidade de vida das pessoas, com técnicas e abordagens adequadas para as especificidades do indivíduo.

Estamos chegando ao final dessa lição. Espero que você possa ter:

• Compreendido a complexidade do conceito de saúde, as questões culturais que envolvem essa compreensão, além dos aspectos de nossa vida que estão relacionados a promoção de saúde.

• O conceito de Psicologia, a sua história como ciência e a busca do homem pelo autoconheci-mento e o reconhecimento de sua própria natureza psíquica

• A diferença entre ciência e senso comum, o que os dois têm em comum e sua distinção no conhecimento humano.

• O papel do psicólogo, do psiquiatra e do psicanalista na promoção de saúde.

Antes de você fazer uma atividade demonstrando os seus conhecimentos, quero te presentear com um lindo texto de Carlos Drumond de Andrade que fala de sentimentos, de pessoas, de vida sau-

dável, de viver com significado:

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Recomeçar

Carlos Drummond de Andrade

Não importa onde você parou... Em que momento da vida você se cansou... O que impor-ta é que sempre é possível e necessário recomeçar.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...

É renovar as esperanças na vida e, o mais importante: acreditar em você novamente.

Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado...

Chorou muito? Foi limpeza da alma...

Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...

Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechou a porta até para os anjos...

Está se sentindo sozinho? Talvez você tenha afastado as pessoas no seu “período de isolamento”..

Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da sua melhora...

Pois bem, agora é hora de reiniciar, de pensar na luz... de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para se aproximar.

Que tal dar um jeito no visual, fazer um novo curso ou realizar aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa?

Observe quantos desafios a vida está a lhe oferecer!

Quanta coisa nova está esperando para ser descoberta!

Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis.

O mau humor vai minando nosso fígado, até a boca ficar amarga.

Se você está se sentindo assim, com a sensação de derrota, é hora de recomeçar...

E hoje é um bom dia para enfrentar novos desafios.

Defina aonde você quer chegar e dê o primeiro passo.

Comece por fazer uma faxina mental, jogando fora todos esses pensamentos e sentimen-tos pessimistas que se acumularam ao longo do tempo.

Atire para longe os ressentimentos, as mágoas, os melindres que impedem a felicidade de entrar.

Desfaça-se desse sentimento de inferioridade, de incapacidade, e valorize-se. Você é o que fizer de você.

Em seguida, faça uma faxina no seu quarto. Jogue fora todo aquele lixo que você acumu-la há tempos, só como recordação do passado.

Papéis velhos dos quais você nunca precisou. Disco e fitas que você não irá mais ouvir, ingressos de cinema, bilhetes de viagens, e tudo aquilo que só traz recordações tristes.

Abra seu guarda-roupa e retire tudo o que não usa mais. Doe para alguém que precisa. Doe os calçados que apertam seus pés ou que não servem porque seu número não é mais o mesmo.

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Parabéns,

você finalizou esta lição!

Agora responda às questões ao lado.

Para recomeçar é preciso abrir espaços mentais e físicos...

Depois que tomar essas providências, leia um bom livro, assista um bom filme, para ali-mentar sua mente com ideias positivas e otimistas.

Aproxime-se dos amigos, dos familiares, das pessoas alegres que ajudarão você a susten-tar o bom ânimo e a coragem.

Evite, enquanto se restabelece, a presença de pessoas pessimistas e desanimadas. Só as busque quando estiver forte o bastante puder ajudá-las.

Busque um lugar calmo e eleve a Deus uma prece.

Mas comece agradecendo pela vida, pelas oportunidades renovadas, pelos obstáculos e desafios que surgem no caminho. Eles nos fazem mais forte quando os superamos.

Lembre-se: o dia de hoje é uma página em branco que o Criador lhe oferece para que você escreva um novo capítulo da sua história.

Recomeçar é só uma questão de querer. Se você quer, Deus quer. É por isso que Ele acena sempre com essa nova chance chamada presente.

Pense nisso e não perca nem mais um minuto.

exercícios

Questão 01 – Numa visão sistêmica e integral, o que chamamos de saúde teria perfeita correlação com a palavra:

a) Medicação c) Equilíbrio

b) Internação d) Dissociação

Questão 02 – Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o conceito de saúde é “perfeito bem-estar físico, mental e social” da pessoa. Conceito questionável por ser con-siderado utópico e inatingível. Hoje em dia, considera-se que a saúde está relacionada ao mecanismo de polaridades, isso quer dizer que:

a) Saúde é ausência total de sintomas, para isso é necessário uma reeducação alimentar e preparação física.

b) Saúde não é ausência total de sintomas, saúde é a consciência de um organismo onde coexistem polaridades, como todo sistema existente. Assim como existe o sol e a lua, o fogo e água.

c) Saúde é um conjunto de procedimentos externos a nós, onde os especialistas de saúde são responsáveis por esse evento.

d) Saúde é o que buscamos apenas quando a máquina, o corpo humano, envelhece e apresenta sintomas, como desgaste natural.

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Questão 03 – A Conferência Internacional de Otawa que ocorreu em 1986 trouxe em discussão, pela primeira vez, o que seria promoção de saúde, assim convencionou-se que existem pré-requisitos para a saúde. Marque a alternativa em que todos os itens são consi-derados pré-requisitos para a promoção de saúde:

a) Justiça social, ecossistema estável e controle da natalidade.

b) Plano de saúde, educação e ecossistema estável.

c) Industrialização, alimentação e biodiversidade.

d) Recursos econômicos, abrigo e equidade.

Questão 04 – Marque a alternativa que apresenta informações falsas sobre a Psicologia:

a) A Psicologia é uma disciplina que apresenta postulados bastante antigos e que, ainda antes de Cristo, já apresentava grandes teorias e indagações que a fortaleceram e consoli-daram como ciência.

b) Alcançou sua condição de ciência, paulatinamente.

c) É uma ciência embrionária, embora suas teorias datem milênios.

d) É uma ciência que se apresentava, teoricamente, entrelaçada aos questionamentos humanos do dualismo corpo e mente e que encontrou na fisiologia um grande sustentá-culo para fortalecer a objetividade de observações metodológicas.

Questão 05 – Marque a alternativa que apresenta o nome do filósofo que na era clás-sica conduziu os seus postulados para um direcionamento entrelaçado à Biologia, consi-derando que todos os viventes devem, inerentemente, nascer, crescer e reproduzir para preservar a espécie.

a) Platão c) Sócrates

b) Aristóteles d) Descartes

Questão 06 – Marque a alternativa que apresenta o período da História, também conside-rado um período intermediário, para alguns historiadores, como pouco produtivo para as ci-ências, pelo fato de todo conhecimento ser necessariamente apreciado pelo crivo da igreja:

a) Idade antiga c) Idade contemporânea

b) Idade média d) Nenhuma das alternativas acima estão corretas.

Questão 07 – Marque a alternativa que contém informações sobre o marco histórico para a consolidação da Psicologia como ciência:

a) A primeira teoria do aparelho psíquico criada por Sigmund Freud.

b) A segunda teoria do aparelho psíquico criada por Sigmund Freud.

c) Criação do primeiro laboratório de Psicologia por Wilhelm Wundt, em 1879.

d) A transição da idade Média para o Renascimento, onde a ciência encontrou fortaleci-mento, assim como o método científico.

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32 NT Editora

Questão 08 – Marque a alternativa que contém o principal objeto de estudo da Psicologia:

a) O comportamento. c) O sentimento.

b) A emoção. d) O ego.

Questão 09 – Marque a alternativa que mostra uma afirmativa correta sobre a Psicolo-gia científica:

a) Psicologia cientifica e Psicologia do senso comum definem o mesmo conhecimento.

b) São conhecimentos empíricos passados de geração a geração e que se consolidam como ciência.

c) Não possui uma metodologia específica por tratar da subjetividade; de comporta-mentos não definidos.

d) Possui postulados observáveis em laboratório amparados pela metodologia cientifica, embora tratem da subjetividade e também utilizem o senso comum como objeto de estudo.

Questão 10 – Tanto o psicólogo quanto o psiquiatra e o psicanalista são profissionais que se especializam em comportamentos humanos. Nas afirmativas abaixo, marque aque-la que define corretamente a diferença de procedimento:

a) Apenas o psiquiatra pode incluir no tratamento prescrição medicamentosa.

b) Apenas o psicanalista pode incluir no tratamento prescrição medicamentosa.

c) Apenas o psicólogo pode incluir no tratamento prescrição medicamentosa.

d) Com autorização de seus respectivos Conselhos legais, tanto o psiquiatra quanto o psicanalista e o psicólogo podem incluir no tratamento prescrição medicamentosa.

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