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CIÊNCIA DOS MATERIAIS Os materiais foram, são e continuarão a ser fundamentais para o desenvolvimento da nossa civilização. Tanto é assim que vários estágios do progresso humano recebem os nomes de "Idade da Pedra", "Idade do Bronze", "Idade do Ferro" e assim por diante. Podemos definir material, de uma maneira geral, como qualquer substância que pode ser usada em aplicações práticas. A Ciência dos Materiais está intimamente ligada a vários campos tradicionais da engenharia e da ciência: física, metalurgia, química, eletricidade e mecânica. Na verdade, o engenheiro de materiais necessita de conhecimentos básicos em todas essas áreas. O que distingue a Ciência dos Materiais é o fato de que envolve a investigação de todos os parâmetros que determinam as propriedades de um dado material durante sua vida útil, isto é, nas fases de extração, fabricação, utilização, e, em muitos casos, reciclagem. Assim, a Ciência dos Materiais estuda as interrelações que existem entre a estrutura de um material e suas propriedades mecânicas, elétricas, magnéticas, químicas e outras. Um conceito básico para o estudo de qualquer material é o conceito de microestrutura, definida como o arranjo básico dos núcleos e elétrons do material e dos defeitos existentes em escala atômica. A microestrutura afeta profundamente as propriedades de um material e conseqüentemente sua aplicabilidade em situações práticas. O estudo da correlação entre a microestrutura e as propriedades macroscópicas dos materiais constitui o objetivo básico da Ciência dos Materiais. Os materiais usados em construções se destinam a diversos fins, tais como acabamentos, estruturas, de vedação, impermeabilizantes, etc., sendo que cada um deles exige características próprias para o fim a que se destinam. Ciência dos materiais, é o ramo da ciência que estuda os materiais, suas propriedades, estrutura, performance, formas de caracterização e processamento. Cada processamento modifica a estrutura do material, alterando suas propriedades, que por sua vez delimitam o seu desempenho. Os materiais sempre tiveram um papel fundamental na vida da humanidade. As civilizações antigas foram designadas de acordo com o domínio dos materiais, idade da pedra, idade do ferro, etc. No início o homem só tinha acesso aos materiais naturais, tais como pedras, madeira, ossos e peles. A noção inicial baseava-se na dureza. Após o domínio do fogo, tomou-se noção dos materiais inflamáveis e não-inflamáveis bem como outras transformações decorrentes da temperatura. Com o passar do tempo foi se descobrindo a possibilidade de

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CIÊNCIA DOS MATERIAIS

Os materiais foram, são e continuarão a ser fundamentais para o desenvolvimento da nossa civilização. Tanto é assim que vários estágios do progresso humano recebem os nomes de "Idade da Pedra", "Idade do Bronze", "Idade do Ferro" e assim por diante. Podemos definir material, de uma maneira geral, como qualquer substância que pode ser usada em aplicações práticas. A Ciência dos Materiais está intimamente ligada a vários campos tradicionais da engenharia e da ciência: física, metalurgia, química, eletricidade e mecânica. Na verdade, o engenheiro de materiais necessita de conhecimentos básicos em todas essas áreas. O que distingue a Ciência dos Materiais é o fato de que envolve a investigação de todos os parâmetros que determinam as propriedades de um dado material durante sua vida útil, isto é, nas fases de extração, fabricação, utilização, e, em muitos casos, reciclagem. Assim, a Ciência dos Materiais estuda as interrelações que existem entre a estrutura de um material e suas propriedades mecânicas, elétricas, magnéticas, químicas e outras. Um conceito básico para o estudo de qualquer material é o conceito de microestrutura, definida como o arranjo básico dos núcleos e elétrons do material e dos defeitos existentes em escala atômica. A microestrutura afeta profundamente as propriedades de um material e conseqüentemente sua aplicabilidade em situações práticas. O estudo da correlação entre a microestrutura e as propriedades macroscópicas dos materiais constitui o objetivo básico da Ciência dos Materiais.

Os materiais usados em construções se destinam a diversos fins, tais como acabamentos, estruturas, de vedação, impermeabilizantes, etc., sendo que cada um deles exige características próprias para o fim a que se destinam.

Ciência dos materiais, é o ramo da ciência que estuda os materiais, suas propriedades, estrutura, performance, formas de caracterização e processamento. Cada processamento modifica a estrutura do material, alterando suas propriedades, que por sua vez delimitam o seu desempenho.

Os materiais sempre tiveram um papel fundamental na vida da humanidade. As civilizações antigas foram designadas de acordo com o domínio dos materiais, idade da pedra, idade do ferro, etc. No início o homem só tinha acesso aos materiais naturais, tais como pedras, madeira, ossos e peles. A noção inicial baseava-se na dureza. Após o domínio do fogo, tomou-se noção dos materiais inflamáveis e não-inflamáveis bem como outras transformações decorrentes da temperatura. Com o passar do tempo foi se descobrindo a possibilidade de criação de novos materiais, como cerâmica e outros metais. Em seguida os tratamentos térmicos e outros processos tiveram grande importância.

O uso racional, adequado, tecnicamente aconselhável e economicamente viável, só é alcançado com o conhecimento tão perfeito quanto possível das propriedades dos materiais, suas vantagens e suas eventuais deficiências, de tal modo que seja permitido um cotejo

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entre várias soluções possíveis, escolhendo-se a melhor, tanto do ponto de vista técnico como econômico.

As propriedades básicas variam de material para material. Compete ao engenheiro projetista de uma determinada obra conhecer os materiais disponíveis, ter domínio de suas propriedades básicas, em outras palavras, ter ciência dos materiais, o que permitirá com o seu emprego obter uma obra de aparência agradável quanto à sua forma, cor e acabamento, apresentando solidez que garanta durabilidade e que tenha seu custo bastante econômico.

O PAPEL DA TECNOLOGIA NA ATUAL ENGENHARIA CIVILAtualmente, observa-se um avanço na concepção de projetos, graças aos conhecimentos extraídos de pesquisas de materiais e de protótipos estruturais, que têm levado os engenheiros estruturistas a projetar e dimensionar estruturas onde são exigidas altas tensões de trabalho para o concreto e aço, partindo do pressuposto que estas estruturas serão muito bem executadas.Os engenheiros construtores são também conduzidos a lançar mão de modernos e sofisticados equipamentos, visando prioritariamente à rapidez de execução.Para garantir a qualidade da execução, o engenheiro construtor deve exercer nas matérias primas e no concreto o Controle da produção.Fica a cargo dos engenheiros fiscalizadores a preocupação com a qualidade final do produto e exercem o Controle da aceitação.Os engenheiros projetistas devem elaborar bons projetos tecnológicos, que apresentem especificações estabelecendo índices de qualidade para os materiais, que estes materiais possam ser facilmente adquiridos ou produzidos e que possuam durabilidade. Associados aos projetos devem ser elaborados manuais para execução da obra e para sua manutenção após concluída.

NORMALIZAÇÃOÉ o processo de formular e aplicar normas visando: • acesso automático a atividades específicas;• otimização e economia;• funcionalidade;• segurança;• benefício e resguardo dos interesses, atendendo padrões nacionais e internacionais.

EVOLUÇÃO HISTÓRICAA normalização surgiu da necessidade dos seres humanos de trocar produtos e serviços. Era preciso avaliar uma grandeza de medida através da comparação com uma grandeza da mesma espécie. A primeira iniciativa foi a comparação com elementos da natureza, tais como: pé, palmo, braço, passo, vara e assim por diante.O sistema foi evoluindo gradativamente e em 29 de novembro de 1800 foi introduzida na França a regulamentação do sistema métrico. Consistindo de barras fundidas correspondentes ao padrão de medida estipulado e que era definido como sendo a décima milionésima parte do quadrante terrestre.

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A normalização metódica e sistemática desenvolveu-se a partir do século XVIII e XIX, com o descobrimento das ciências naturais e descobrimentos técnicos (Revolução Francesa) e da Revolução Industrial, que introduziu a fabricação em série, podendo serem listados os seguintes eventos principais: • 1839 – Sir Joseph Whitworth – padronizou uma rosca para parafuso;• 1873 – aparição das primeiras normas para chapas e fios;• 1876 – Mevil Dewey desenvolve a classificação bibliográfica decimal;• 1877 – editada norma para especificação e ensaio de cimento Portland;• 1883 – fabricantes alemães criam os formatos normalizados de papel;• 1898 – conferência internacional em Zurique adota a rosca SI;• 1907 – na Suécia cria-se a primeira norma eletrotécnica;• 1940 – fundação da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;• 1947 – fundação da ISO – International Standartization Organization;• 1973 – criação do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, no Brasil.

ENTIDADES NORMALIZADORASNo Brasil, a normalização cabe à ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, mas em setores específicos, outras entidades têm o mesmo objetivo. Como exemplo: ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland; IBRACON – Instituto Brasileiro do Concreto; IBP – Instituto Brasileiro do Pinho, que também estabelecem normas nos seus respectivos campos de atuação.Nos Estados Unidos, esta responsabilidade cabe à ASTM – American Society for Testing Materials e à ASA – American Standart Association e em setores específicos, como para as estradas existe a AASHO – American Association of State Highway Officials.Na Alemanha, a DIN – Deutsch Industrie Normen, na França, a AFNOR – Association Française de Normalisation, na Inglaterra, a BS – British Standarts Institution e na Noruega, a NSF – Norges Standardiserings-Forbund.Estas entidades são coordenadas pela ISO – International Standartization Organization e por Comitês Continentais, tais como o COPANT – Comissão Panamericana de Normas Técnicas.Entre as organizações estrangeiras em campo específico, podem ser citados o CEB – Comité Européen du Béton, o RILEM – Réunion Internationale des Laboratoires d’éssais et de Recherches sur Les Materiaux et les Structures, o PCA – Portland Cement Association e o ACI – American Concrete Institute.

TIPOS DE NORMASNORMAS – que dão as diretrizes para cálculo e métodos de execução de obras e serviços, assim como as condições mínimas de segurança;ESPECIFICAÇÕES - que estabelecem as prescrições para os materiais;MÉTODOS DE ENSAIOS – que estabelecem os processos para a formação e o exame de amostras;PADRONIZAÇÕES – que estabelecem as dimensões para os materiais e produtos;TERMINOLOGIAS – que regularizam a nomenclatura técnica; SIMBOLOGIA – para convenções de desenhos; CLASSIFICAÇÕES – para ordenar e dividir conjuntos de elementos.

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CERTIFICAÇÃOAs Entidades Normalizadoras concedem marcas de conformidade, ou seja, reconhecem publicamente os materiais que estão de acordo com suas especificações, desde que solicitado. Em alguns casos, essa conformidade pode ser indicada por um símbolo a ser afixado no material ou na embalagem, tal como o exemplo da figura seguinte.