A Hora eu não sabia… Sete ou Oito da manhã, eu diria, mas não importava. O dia já estava claro e logo, logo alguém apareceria para nos ajudar. Mas quem poderia ME ajudar? Se eu saísse daquela, eu sabia que eu não ia dormir de noite… Como aquela imagem tão assustadora iria sair da minha cabeça? Eu não sei… Só Deus sabe… Aliás, eu não acreditava muito em Deus, mas naquela hora, eu pedia pra ele, com todas as minhas forças para que eu acordasse e aquilo fosse só um sonho ruim. Mas Ele não atendeu meu pedido, porque aquilo era real.

     Parado bem à minha frente estava o meu mais sombrio pesadelo. Um garoto que foi vítima de alguma lavagem cerebral ou algo do tipo e que agora está no mundo do crime. Alguém que eu poderia facilmente ter acolhido junto comigo se eu não tivesse resolvido ficar de fora das investigações policiais e dos sonhos dele. Céus… Como isso podia estar acontecendo?

POKÉMON XY ADVENTURES

#X     — X? — pronunciei, ainda que gaguejando e com a cabeça girando. Esse era o “nome” dele. O nome de meu ex-namorado e que até então estava “desaparecido” por conta de seu trabalho nada comum: o de espião/detetive da Polícia Internacional.

     Ele apenas olhou pra mim por baixo de um óculos super tecnológico, com uma luz de lasers e deu uma risada maquiavélica, macabra.

     — GRENINJA! — Ele gritou o nome de seu pokémon, que logo tomou a frente e se colocou em posição de ataque… O sapo ninja rapidamente moveu um de seus braços, colocando-o em cima de uma marca estelar em sua coxa. Essa marca, que mais parecia uma “mancha” natural da pele do pokémon, começou a irradiar uma luz azul cintilante, liberando uma grande quantidade de água, que ia se prendendo à mão do Pokémon, mantendo o padrão estelar da marca.

     — WATER SHURIKEN! — X gritou mais uma vez e Greninja nada mais tinha a fazer a não ser lançar aquelas “lâminas” de água com formato estelar, um golpe genuinamente genuíno conhecido como Water Shuriken.

     Eu não pensava em mais nada naquela hora. Tudo o que vinha à minha cabeça era

“Como isso foi acontecer?”, “Por que o X está tão… Diferente?”, “Será que ele está

disfarçado?”, “Será que ele se infiltrou na Equipe Vilã como parte de seu trabalho?”…

Meus olhos lacrimejavam e minha garganta ardia. Eu não sabia o que falar, como agir.

Por um breve momento eu até me esqueci de como se respirava. Meu peito pulsava

como nunca. Meu coração parecia que ia sair pela boca, embora eu não tivesse feito

uma longa corrida. Minhas mãos tremiam e minhas pernas ameaçavam desabar. Aliás…

O que não estava desabando naquele momento? Por incrível que pareça, lá estava eu,

com os olhos úmidos, encharcando o rosto com lágrimas torrenciais.

     No Fundo… Eu estava mesmo era com medo de terem feito alguma coisa com X.

Talvez algum processo que tenha alterado sua personalidade, suas lembranças ou

mesmo… Algo que tenha mudado completamente os seus sentimentos.

     — AAAH! BRAIXEN!

     Quando dei-me por conta, Greninja já estava lançando suas lâminas de água em meu

Pokémon, Braixen, que levava todo o dano do golpe sem tentar se esquivar por livre

vontade. Percebi então que minha mente estava muito distante. Eu precisava me

aproximar mais e mais daquela batalha, ou quem iria sofrer era o Braixen coitado. Um

Pokémon não desvia-se a menos que seu treinador o guie por uma coisa chamada “Rota

de Fuga” e eu sabia que meus pensamentos estavam muito além daquela batalha, além

de um simples planejamento evasivo para guiar Braixen.

     — X, o que você está fazendo? — Matt aproximou-se de X, quando o garoto,

possuído pela Team Flare, empurrou-o bruscamente para trás, fazendo-o cair no

chão. — Sou eu, X! O Matthew! — Matt tentou fazê-lo se lembrar de um passado que

até mesmo eu havia me esquecido. Há tempos atrás eu e X viajávamos juntos e nossos

rivais eram outro casal — embora diferente do nosso: Zack e Matthew. E eles às vezes

nos guiavam pelas rotas e cidades desconhecidas, que ainda não conhecíamos. Eram

eles que nos ajudavam quando estávamos precisando de ajuda e eles que curavam

nossos pokémons, quando estes estavam feridos e o hospital era longe demais para dar

os primeiros socorros.

     — X! Lembra-se de mim? Sou eu… A SHAUNA! — Outra amiga minha, Shauna,

aproximou-se e levantou Matt, que estava todo sujo de terra. Ela olhou fixamente em X,

mas seus olhos estavam cobertos por uma lente estranha: um óculos muito avançado

tecnologicamente. Talvez servisse para visualizar alguma coisa que não conseguimos a

olho nú, talvez fosse um visor noturno ou mesmo um sensor de ondas de calor.

     Mas ele nem ligou. Não estava se importando com ninguém, apenas consigo mesmo.

Ele deu mais uma de suas risadas diabólicas e então fixou-se em Greninja, ordenando-o

mais um ataque.

    — EXTRASENSORY! — Ele gritou, e Greninja começou a brilhar em um tom de

cor-de-rosa cintilante, lançando uma rajada energética multicolorida, derivada daquele

tom de rosa. O Golpe quase atingiu Shauna e Matthew, se não fossem os dois derem um

pulo para desviarem.

     Nisso eu raparei o quão importantes eram meus amigos naquela luta. Olhei ao meu

redor e percebi que todos estavam lutando juntos contra os Flare’s. Cada um deles.

Matthew e sua Flabébé branca lançavam um “Magical Leaf” em um Darumaka

enquanto outro Pokémon do mesmo, Sylveon, ajudava com a batalha.

VS

O Inkay de Shauna desviava-se de um poderoso “Fire Punch” de Pansear, um dos

Pokémon dos Flare’s.

VS

O Clauncher bebê de Zack disparava um “Bubble Beam” poderosíssimo em

Talonflame, mas o Pokémon pássaro desviou-se facilmente do golpe.

VS

O Dedenne de Trevor ia de “Thunder Shock”, acertando o Slugma com tudo, e por

último, mas não menos importante, a Roserade de Tierno acertava um de seus chicotes

especiais — cheios de espinhos — em um Torkoal.

VS

    O “Campo de Batalhas” estava cada vez mais “povoado” e a luta era intensa

DEMAIS. Cada um de meus amigos — Matt, Zack, Shauna, Tierno e Trevor —

batalhavam intensamente, com todas as suas forças, exibindo movimentos

poderosíssimos.

     — Francamente, Y… — X faz com que minha atenção se volte totalmente para

ele. — Você não vai me Vencer!

     — X… — Senti minha garganta raspar, mas eu precisava continuar firme e forte,

afinal, eu precisava esclarecer e logo tudo o que estava acontecendo ali. — Por que você

tá fazendo isso comigo? — Perguntei.

     — Huh… — Ele deu um sorrisinho debochado e esticou o braço pra frente,

ordenando seu pokémon a atacar — GRENINJA, HYDRO PUMP!

     Greninja abriu bem a boca e disparou uma bomba de água contra Braixen, que teve

seu corpo inteiro atingido pelo ataque. Para um Pokémon tipo fogo, isso é o mesmo que,

para nós humanos, recebermos uma explosão na cara.

     — Braixen, aguente firme! — Gritei, e Braixen parecia forte naquele momento. Eu

sei, ele é durão. Uma pena que eu não seja assim também.

     — Ahahahahahahahah! — X deu mais uma de suas risadas esquisitas e que não

pareciam vir dele. Era como se o garoto dócil e gentil que eu conheci há algum tempo

atrás tivesse simplesmente deixado de existir e no corpo dele algum espírito zombeteiro

estivesse “dando uma festinha”. Ele sorriu pra mim e sua boca começou a murmurar

mais algumas palavras. — Você nunca conseguirá mudar tanta luta… Tantas guerras…

Tanta destruição sozinha, Y. NUNCA!

     Nisso, Braixen acerta um Psybeam nas fuças de Greninja, mas o golpe não tem tanto

efeito. O Sapo ninja então devolve com um Extrasensory pra nenhum tipo

Psíquico pôr defeito.

     — Sozinha? — Eu tive até que dar uma risadinha — Mas eu não estou sozinha!

MEUS AMIGOS ESTÃO AQUI COMIGO! Lutando DO MEU LADO!

     — Ah, mas eu também pensava assim e olha só no que deu…? Todos me

abandonaram. — X conversa normalmente comigo enquanto retira o chapéu

característico de quando ele viajava junto comigo e seu visor de “astronauta” e coloca

um óculos de sol recobrindo os olhos. — Quando eu parti atrás de meus sonhos, — ele

prosseguiu — apenas duas pessoas me estenderam a mão: DIANTHA, a atual campeã

da Liga Pokémon de Kalos e a Presidenta da Região e o MR. L, que me acolheu e me

adotou como se eu fosse seu filho. Durante o tempo em que estive fora, eu não recebi

UMA ligação sua, Y.

Enquanto X discutia seu aparente abandono comigo, meus amigos continuavam lutando

do meu lado. Zack utilizava seu Clauncher, que fora produzido recentemente via Day

Care contra o maldito Talonflame dos Flare’s, uma dos mais poderosos pokés já

utilizados pela equipe. Mas para o mal-humorado pokémon de água, aquele era só mais

um desafio.

     — Clauncher, use CRABHAMMER! — Gritou Zack.

    O Pokémon então energizou sua pinça gigante com uma energia tipo água,

delineando toda a garra com um brilho azul-cintilante que ia se estendendo e estendendo

até aumentar cerca de suas vezes o tamanho da pinça. Assim, tudo o que o Crustáceo fez

foi dar um salto e acertar um soco com a pinça energizado bem na área abaixo do bico

de Talonflame, próximo à garganta…

     — TALONFLAME, NÃO!

      Mas era tarde demais pro capanga da Team Flare se exclamar. O pássaro de fogo já

estava caído no chão, inconsciente, enquanto a Flabébé de Matthew acertava um último

Vine Whip no Darumaka, que também teve o mesmo destino…

     Ambos os pokémons do tipo fogo estavam caídos no chão, inconscientes e

impossibilitados de lutar. O “Tauros” — aquele Flare gigantão que usa um óculos

vermelho-”ostentação”, com uma careca reluzente e uniforme branco — então estendeu

a mão com as pokébolas respectivas, fazendo os pokémons retornarem.

     — Volte, Darumaka… Adiante… LITLEO & NUMEL!

     Mas Tauros não ficou parado. Em seguida o Flare disparou mais duas pokébolas,

contendo mais dois tipos fogo, prontos para a luta. O Primeiro era um filhote de leão,

com uma carinha sorridente escondendo poderosos dentes afiados e o segundo, uma

espécie de “camelo” com uma corcunda vulcânica nas costas, esperando para entrar em

erupção…

     Nisso, uma voz cansada de tanto correr vem se aproximando. É ela, Lucy, trazendo a

salvação (Ou não): Diretor Chevalier.

     — Puf, puf… Chegamos… Nós Chegamos tarde? — Ela perguntou, arfando até a

alma.

     — Não Perderam nada!… — Respondeu Shauna. — Chegaram bem a tempo de

minha tripla combinação! — A garota com múltiplos lacinhos de cabelo imediatamente

ordenou que seu pokémon, Inkay, utilizasse Dark Pulse.

     — Roserade, ENERGY BALL!

     — Dedenne, NUZZLE!

     Tierno e Trevor unem-se às forças de Shauna e seus pokémons combinam seus

movimentos com os de Inkay, fazendo uma grande mistura. Uma única e grande bola de

energia efervescente formou-se e foi impulsionada para o céu…

     …Não demorou muito e ela caiu de volta pra baixo na forma de um raio, atingindo

três Pokémons com uma cajadada só. Torkoal, Slugma e Pansear, ambos Pokémons da

Equipe Flare acabam por receber a combinação super poderosa, sendo derrotados na

hora.

     — OH YEAH! MY P*SSY É O PODER! — Shauna pulava de alegria,

comemorando a derrota dos Flare’s.

     Mas o Diretor Chevalier não estava nada contente com o que estava acontecendo ali.

Ele, muito zangado, disparou suas pokébolas para cima, revelando seus melhores

companheiros…

     — “FRUFI”, “ELIZABETH”, Atacar!

     Frufi, o Furfrou e Elizabeth, a Spritzee, mal saíram de suas pokébolas e já foram

bombardeados um Flamethrower Duplo, uma combinação de Litleo e Numel, os recém-

anunciados Pokémons do Tauros.

     — A Ajuda está a caminho! —Lucy anunciou, colocando-se na frente de Frufi e

Elizabeth, pra que mais nenhum golpe fosse lançado neles. — Swadloon, NATURE

POWER! — A garota então jogou o Pokémon que estava em seus braços para cima dos

oponentes como parte de sua grande tática.

    — Swa, swa, swa…

    O Inseto então, conectou sua energia espiritual com a natureza ao seu redor, a grama,

e o Nature Power modelou-se em um golpe de tipo homônimo: ENERGY BALL,

lançando-o com tudo em seus adversários.

    — SWAAAAAAAAAA!!

     Foi então que tudo parecia se tornar uma grande bacia de água. Algo, ou melhor,

alguém estava mandando água contra tudo e contra todos. Parece que o Greninja de X

estava bombeando um MEGA SURF contra todos ali por perto. Seus Adversários e seus

aliados, ambos atingidos pela intensidade do golpe tipo água.

    — ESTÃO DISPENSADOS, SEUS TROUXAS! DEIXEM TUDO COMIGO! — X

gritava, olhando para seus aliados Flare’s. — ANDA! VÃO EMBORA! EU NÃO

PRECISO QUE VOCÊS ME ESTORVEM!

    Os Flare’s então recolheram seus Pokémons e obedeceram a X…

    — Tudo bem, chefe… Se é assim que você quer…

    E os capangas logo retiraram-se da batalha, voltando para as entranhas da floresta. E

não deu outra: X logo correu e lançou mais e mais pokébolas para cima, contente em

poder fazer aquilo. Na verdade, tudo o que ele queria era ANIQUILAR. Aniquilar a

tudo e a todos.

     — Greninja, apresente seus colegas! — X Gritou, referindo-se aos “companheiros de

time” de Greninja, um Venusaur bobalhão, Um Combusken pronto pra luta, um Lucario

em posição de ataque, um Aegislash gigante flutuando sob sua cabeça e por último, mas

não menos importante, um Rhyperior com cara de malvado.

    — LUCARIO, AURA SPHERE! — X ordenou. Lucario, um pokémon com porte

canino com algumas protuberâncias pontudas em seu peito e mãos disparou uma esfera

contendo uma grande quantidade de aura azul. O golpe foi suficiente para tirar a

Flabébé de pétalas brancas de Matthew do caminho…

     E a chacina começou.

     — VENUSAUR, FRENZY PLANT! — O Gigante bobalhão disparou uma onda de

raízes assassinas contra Sylveon, que não resistiu à intensidade do golpe…

    — AEGISLASH! MIRROR SHOT, VAI! — A Espada flutuante disparou um jato de

luz, na verdade um flash metálico, contra a Spritzee Elizabeth. Coitadinha também foi

nocauteada…

     — COMBUSKEN, SKY UPPERCUT! — Tudo o que Combusken, o frango

flamejante, precisou para derrotar Swadloon foi dar um soco em vertical pra cima,

fazendo o pokémon voar até perder a velocidade e depois cair com toda a força no chão,

favorecido pela energia gravitacional.

     — RHYPERIOR, USE ROCK WRECKER! — Já o Pokémon de Pedras criou uma

grande rocha com formato arredondado, disparando-a contra o Clauncher-bebê e o

Furfrou. Nenhum dos dois sobrou pra contar história…

     E em poucos minutos tudo estava silenciado. Só sobrou a mim e a X na batalha…

     Revoltada com a situação, gritei pro Flare:

     — ESTÁ ME POUPANDO, X? — Era o que parecia, afinal. X estava atacando

propositalmente meus amigos pra que a minha afirmação de que eles estavam do meu

lado fosse inválida. — TÁ QUERENDO ME DEIXAR POR ÚLTIMO? — Perguntei

aos berros, à essas alturas do campeonato com a maquiagem toda borrada, de tanto

chorar.

     — MUAHAHAHAHAH! — Ele riu da minha cara, como se eu fosse uma palhaça.

Ele estava me fazendo de boba, estava tentando me humilhar na frente de meus amigos.

Foi naquele momento que eu descobri que o X que eu conhecia não existia mais…

Aquele era simplesmente o corpo dele, mas a alma estava completamente tomada pela

escuridão, completamente. — EU TE DEIXEI SIM POR ÚLTIMO… EU TE DEIXEI

POR ÚLTIMO POR QUE VOCÊ VAI SOFRER POR TODOS ELES! ESSES QUE

VOCÊ TEM CORAGEM DE CHAMAR DE “AMIGOS”!

     X apontou para Matthew, que estava caído no chão, ajoelhado ao redor de Sylveon e

Flabébé, brutalmente massacradas pelos pokémons de X. Ele tentava acalmar os

pokémons que estavam feridos até que ele pudesse lhes trazer a cura. Um Max Revive

ou Dois, no máximo. Era pouca coisa pra resolver esse problema, mas ele tinha saído de

noite do dormitório e não tinha trazido nada consigo. Talvez Zack tenha trazido alguma

coisa, mas onde estava a mochila? Tudo estava acontecendo tão rápido que eu percebi

que não era só eu que estava confusa. Todos estavam, exceto pro X, que estava no

controle total da situação.

     — ATAQUEM, AGORA! — Maldita hora em que eu fui prestar atenção em meus

companheiros. X berrou mais uma vez e seus pokémons — todos eles — voltaram seus

ataques para Braixen. Primeiro Combusken, que disparava um jato de fogo pela boca,

“FLAMETHROWER”, depois Lucario com seu “BONE RUSH”, Venusaur e o

“RAZOR LEAF”, Greninja e suas lâminas de “WATER SHURIKEN”, Aegislash e um

“SHADOW BALL” endemoniado, e por último, mas não menos importante, Rhyperior,

disparando um poderoso “FLASH CANNON”.

     Os seis golpes atingiram Braixen em cheio, não poupando uma parte sequer do corpo

do coitado pokémon…

     — BRAIXEN, NÃO! — Corri até o Pokémon e caí de joelhos ao seu lado. — X

PÁRA COM ISSO! — Mas ele não me ouviu, apenas ficou rindo feio um louco da

minha cara de preocupação com meu Pokémon. — FALA COMIGO, BRAIXEN!

FALA COMIGO!

     Braixen estava completamente imóvel no chão, soltando uma fumacinha dos pelos

queimados pela colisão dos ataques. Será que estava vivo? Ou ao menos inconsciente?

Mas o meu espírito de luta é forte e eu senti naquele momento que eu estava protegida.

Uma presença tão forte que quase fez com que eu me sentisse aliviada.

     — NÃO SE PREOCUPE, Y! EU TE PROTEJO! — Disse Calem, que estava de

volta, com todos os Pokémons recuperados. Olhei ao meu redor e vi Pancham,

Lampent, Meowstic, Gourgeist e Frogadier… Todos eles fazendo uma barreira ao redor

de mim e de Braixen.

     — Huh… Um Salvador da Pátria… — X começou a rir e ir. — Quem é você?

     — Este é Calem, meu novo namorado! — Falei. — E um namorado muito melhor do

que você! — Verdade ou não, eu só falei aquilo por causa de tanta pressão que eu estava

sentindo naquele momento.

     Enquanto isso, todos estavam cochichando lá atrás de mim. Meus amigos… Eu

estava ouvindo pouco, mas eu consegui perceber que não estavam traçando uma

estratégia. Estavam falando de Calem e X. O quão os dois eram parecidos. O estilo do

cabelo, o tom da pele, os traços, a altura e condição física… Tudo.

     Mas X não estava nem aí pra isso. Ele continuou com sua fúria incontrolável:

     — HA, DON JUAN! VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR PROTEGÊ-LA ATRÁS DAS

GRADES! KING’S SHIELD!

     Neste exato momento, Aegislash colocou-se na frente de Calem, virado de costas

para o garoto e começou a brilhar em um tom de cinza metálico, formando um grande e

poderoso escudo que “englobou” todos os pokés do garoto incluindo ele mesmo.

     — TIRE-ME DAQUI! — Calem gritou, mas X não deu atenção. Ele estava preso lá

dentro.

     Qualquer escudo criado por um pokémon, se tem alguma fraqueza, é do lado de fora.

O lado de dentro PRECISA ser mais resistente que o lado de fora. Imagina que um

pokémon recebe um golpe forte o suficiente pra fazê-lo voar pra longe com o impacto

(embora não faça contato com o poké em si, mas com o escudo) e é empurrado até cair

de costas no chão (ainda com o estudo ao seu redor). O lado de fora não vai “estourar”

por isso, mas o lado de dentro vai ser prensado pelas costas do pokémon e ele precisa

ser forte o suficiente para não arrebentar.

     Assim, Calem estava completamente preso dentro do King’s Shield, mas olhando

pelo lado bom… Aegislash também estava lá dentro, o que significa “menos um” na

linguagem dos treinadores.

     Nisso, Shauna deu um berro:

     — O COMBUSKEN TÁ USANDO O “PROTECT”! ESTAMOS PRESOS AQUI

TAMBÉM!

     — E NÓS! — Diz Zack. — LUCARIO ESTÁ FORMANDO UMA BARREIRA DE

AURA AO NOSSO REDOR! X… PRA QUE TUDO ISSO?

     X deu um olhar tirano para Zack e lhe respondeu:

     — ESSA LUTA… ESSA LUTA É ENTRE MIM E A Y! — Ele falou como se eu

fosse a culpada de tudo o que estava acontecendo. Aliás… Culpada de que? Foi ELE

quem se aliou aos vilões. Eu só estava me aventurando com meus colegas para

conseguir mais Pokémons e consequentemente mais Insígnias. — WATER

SHURIKEN! — E ele não parou. X ordenou Greninja, que lançou um jato de lâminas

estelares contra Braixen…

     — BRAI!

     “SPLASH!” “SPLASH!” — E em questão de segundos, as lâminas de Greninja

estavam desfeitas antes mesmo de tocar em Braixen. Todas elas. Olhei para meu

Pokémon, deitado no chão e percebi que seus olhos tinham um brilho azulado. Suas

vibrações psíquicas tinham formado uma barreira telecinética que bloqueou todas as

shurikens de água do sapo ninja.

     — BRAI… — Braixen apoiou-se no chão e vagarosamente levantou-se. Estava

consciente e pronto pra luta. A varinha de condão na ponta de sua cauda então começou

a flutuar e foi parar na palma de suas mãos. Braixen segurou a varinha com firmeza e a

apontou diretamente para Greninja, com um olhar de raiva, rivalidade e determinação.

Tudo misturado.

     Nesse exato momento, a varinha começou a vibrar, como se tivesse ganhado vida e

fosse pular da mão de Braixen, até que uma luz fortíssima começou a ser exalada por

ela. A varinha praticamente estava enviando uma rajada de energia branca pulsante pra

cima de Greninja, que logo foi atingido pelo raio.

     — GRENINJA, NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOO! — X Gritou, mas era tarde demais. Essa foi a

primeira vez que Braixen teve a chance de atingir Greninja com um golpe mais do que

efetivo. Aquele era aparentemente um novo e poderoso SOLAR BEAM, que

praticamente assou o couro de Greninja, garantindo a vitória do tipo fogo.

     — É Isso aí, Braixen! — Comemorei, enquanto Braixen continuava mantando sua

rajada de luz solar pra cima de Greninja. — DERROTAMOS ELE! — E o sapo-ninja

caiu duro no chão, completamente nocauteado. Pela primeira vez então eu tive uma

sensação de confiança crescendo dentro de mim. Já me sentia mais segura e as lágrimas

não escorriam mais pela minha face. Meu coração continuava pulando, mas agora era

uma emoção, uma sensação diferente. Era algo como alegria, ou algo como vitória.

Talvez fosse superação, talvez fosse por ter simplesmente derrotado Greninja, ou talvez

fosse pela surpresa de ter Braixen de volta à batalha, disparando um novo e super

efetivo golpe. Ou talvez fosse porque pela primeira vez desde que aquela luta tinha

iniciado que eu tive a sensação de que eu era capaz de vencer. Então não me aguentei e

juntei todas as minhas forças em minha voz e gritei, desafiando X com o máximo de

coragem e determinação o possível: — QUEM É O PRÓXIMO?

Continua…

ACOMPANHE O CAPÍTULO 16 – X EM UMA DIVERTIDA HISTÓRIA EM QUADRINHOS!!

ACESSE JÁ:

the-fake-dexter.deviantart.com

E DIVIRTA-SE!

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Pokémon XY Adventures || Forever and Always (Season 2) – Junho de 2014 – A cópia ou redistribuição desse material é totalmente proibida.

Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo.

Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos e nenhuma obtenção de lucro com a escrita dessa história. A fanfic foi projetada apenas como uma forma de diversão, de entretenimento e passatempo para outros fãs de Pokémon. ~