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SIMÃO REVISÃO 04 (CONTEMPORÂNEA). 1. (Ufu 2011) Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) encontrou um motivo de reflexão sobre a liberdade na obra de Dostoiévski Os irmãos Karamazov: “se Deus não existe, tudo é permitido”. A partir daí teceu considerações sobre esse tema e algumas consequências que dele podem ser derivadas. [...] tudo é permitido se Deus não existe e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. [...] Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz. SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9 (coleção “Os Pensadores”). Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e nas informações acima, assinale a alternativa correta. a) Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia não engajada, isto é, uma filosofia que não deve se importar com os acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. b) Para Sartre, a angústia decorre da falta de fé em Deus e não do fato de sermos absolutamente livres ou como ele afirma “o homem está condenado a ser livre”. c) As ações humanas são o reflexo do equilíbrio entre o livre-arbítrio e os planos que Deus estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira liberdade. d) Para Sartre, as ações das pessoas dependem somente das escolhas e dos projetos que cada um faz livremente durante a vida e não da suposição da existência e, portanto, das ordens de Deus. 2. (Ufsj 2011) No debate do problema acerca do significado de transcendência, é CORRETO afirmar que, para Sartre, ela: a) “é um elemento constitutivo do Homem que se dá no sentido de superação”. b) “ocorre no campo da estética e da faculdade do juízo”. c) “é compreendida no âmbito do sentido em que Deus é transcendente”. d) “permite aos homens se aproximarem dos aspectos teológicos e teologais inerentes à existência humana”. 3. (Ueap 2011) “A existência precede a essência.” O que melhor define esta frase do filósofo francês Sartre? a) Primeiro o homem existe, depois se define. b) O homem é o que ele concebe e não o que ele faz. c) O homem é “em si” e não “para si”. d) A vida de um homem está ligada a sua essência. e) A vida humana é totalmente determinada por Deus. Página 1 de 23

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SIMÃO

REVISÃO 04 (CONTEMPORÂNEA). 1. (Ufu 2011) Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) encontrou um motivo de reflexão sobre a liberdade na obra de Dostoiévski Os irmãos Karamazov: “se Deus não existe, tudo é permitido”. A partir daí teceu considerações sobre esse tema e algumas consequências que dele podem ser derivadas.

[...] tudo é permitido se Deus não existe e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. [...] Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9 (coleção “Os Pensadores”).

Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e nas informações acima, assinale a alternativa correta. a) Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia não engajada, isto é, uma

filosofia que não deve se importar com os acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. b) Para Sartre, a angústia decorre da falta de fé em Deus e não do fato de sermos

absolutamente livres ou como ele afirma “o homem está condenado a ser livre”. c) As ações humanas são o reflexo do equilíbrio entre o livre-arbítrio e os planos que Deus

estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira liberdade. d) Para Sartre, as ações das pessoas dependem somente das escolhas e dos projetos que

cada um faz livremente durante a vida e não da suposição da existência e, portanto, das ordens de Deus.

2. (Ufsj 2011) No debate do problema acerca do significado de transcendência, é CORRETO afirmar que, para Sartre, ela: a) “é um elemento constitutivo do Homem que se dá no sentido de superação”. b) “ocorre no campo da estética e da faculdade do juízo”. c) “é compreendida no âmbito do sentido em que Deus é transcendente”. d) “permite aos homens se aproximarem dos aspectos teológicos e teologais inerentes à

existência humana”. 3. (Ueap 2011) “A existência precede a essência.” O que melhor define esta frase do filósofo francês Sartre? a) Primeiro o homem existe, depois se define. b) O homem é o que ele concebe e não o que ele faz. c) O homem é “em si” e não “para si”. d) A vida de um homem está ligada a sua essência. e) A vida humana é totalmente determinada por Deus. 4. (Ifsp 2011) Ao defender as principais teses do Existencialismo, Jean-Paul Sartre afirma que o ser humano está condenado a ser livre, a fazer escolhas e, portanto, a construir seu próprio destino. O pressuposto básico que sustenta essa argumentação de Sartre é o seguinte: a) A suposição de que o homem possui uma natureza humana, o que significa que cada

homem é um exemplo particular de um conceito universal. b) A compreensão de que a vida humana é finita e de que o homem é, sobretudo, um ente que

está no mundo para a morte. c) A ideia de que a existência precede a essência e, por isso, o ser humano não está

predeterminado a nada. d) A convicção de que o homem está desamparado e é impotente para mudar o seu destino

individual. e) A ideia de que toda pessoa tem uma potencial a realizar, desde quando nasce, mas é livre

para transformar ou não essa possibilidade em realidade.

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5. (Uenp 2011) O existencialismo é uma corrente filosófica que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade. Ele acredita que a existência precede a essência, ou melhor, que não existe uma essência do humano pré-concebida e eterna, o humano é construído pelas escolhas individuais na história pessoal de cada um. De acordo com o pensamento de Sartre, assinale a alternativa incorreta: a) A consciência humana é um nada que se projeta para se tornar algo, de forma que

lançando-se no mundo e sofrendo com ele, se define. O homem será sempre o que fizer de si mesmo.

b) De acordo com Sartre, o homem é responsável por suas escolhas e não deve agir com má fé de consciência, que consistiria na simulação de não ser livre, imputando a responsabilidade da felicidade ou infelicidade a causas externas.

c) A existência pessoal de alguém é atestada pelo olhar do outro, e isso confirma a dialeticidade da existência humana, de “ser com o outro”.

d) A relação com o outro, no pensamento sartreano, é sempre pacífica, não gera crises ou angústias.

e) Os outros são todos aqueles que revelam voluntária ou involuntariamente o homem a ele mesmo.

6. (Ufpa 2011) “Adorno e Horkheimer (os primeiros, na década de 1940, a utilizar a expressão “indústria cultural” tal como hoje a entendemos) acreditam que esta indústria desempenha as mesmas funções de um estado fascista (...) na medida em que o individuo é levado a não meditar sobre si mesmo e sobre a totalidade do meio social circundante, transformando-se em mero joguete e em simples produto alimentador do sistema que o envolve.”

(COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural, São Paulo, Editora Brasiliense, 1987, p. 33. Texto adaptado)

Adorno e Horkeimer consideram que a indústria cultural e o Estado fascista têm funções similares, pois em ambos ocorre a) um processo de democratização da cultura ao colocá-la ao alcance das massas o que

possibilita sua conscientização. b) o desenvolvimento da capacidade do sujeito de julgar o valor das obras artísticas e bens

culturais, assim como de conviver em harmonia com seus semelhantes. c) o aprimoramento do gosto estético por meio da indústria do entretenimento, em detrimento

da capacidade de reflexão. d) um processo de alienação do homem, que leva o indivíduo a perder ou a não formar uma

imagem de si e da sociedade em que vive. e) o aprimoramento da formação cultural do individuo e a melhoria do seu convívio social pela

inculcação de valores, de atitudes conformistas e pela eliminação do debate, na medida em que este produz divergências no âmbito da sociedade.

7. (Ufu 2011) Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. Analisando estas diferenças as autoras concluem:

[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria, podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 2000, p. 241.

Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta. a) Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas

derivam da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode se libertar.

b) Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura.

c) Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por isso jamais pode modificá-la.

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d) A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o agir histórico que realiza os conteúdos da razão.

8. (Unicentro 2010) Qual dos argumentos abaixo caracteriza corretamente a relação conceitual entre existencialismo e liberdade, no pensamento de Jean-Paul Sartre (1905-1980)? a) O existencialismo de Sartre defende o individualismo, isto é, cada um deve preocupar-se

exclusivamente com a própria liberdade e ação. b) O existencialismo de Sartre afirma que se o homem é livre, consequentemente não é

responsável por aquilo que faz. c) O existencialismo de Sartre afirma que “disciplina é liberdade”. O homem livre é aquele que

recusa o individualismo para viver o conformismo e a respeitabilidade da tradição. d) Sartre afirma que o homem nada mais é do que “seu projeto”, não havendo essência ou

modelo para lhe orientar o caminho; está, portanto, irremediavelmente condenado a ser livre. e) Sartre afirma que a liberdade só possui significado no pensamento, na capacidade que o

homem tem de refletir acerca de sua existência, buscando definir a natureza e a essência humana.

9. (Ufsj 2010) Assinale a alternativa que apresenta a defesa de Sartre frente às críticas feitas pelos católicos ao seu existencialismo. a) O Homem é o responsável pelo que ele é, por essa razão, o primeiro passo do

existencialismo é o de inserir todo homem na posse do que ele é, e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.

b) Antigamente os filósofos só eram atacados por outros filósofos. O leigo não entendia nada e também não se importava com isso. Agora, a Filosofia é obrigada a descer em praça pública.

c) Trata-se de uma moral da liberdade, se não existir contradição alguma entre essa moral e a nossa Filosofia, nada mais pode existir.

d) O Homem se dá conta de que só pode ser alguma coisa (no sentido em que se diz que alguém é espirituoso, ou é mau ou é ciumento) se os outros o reconhecem como tal.

10. (Unicentro 2010) Qual dos argumentos abaixo não caracteriza a crítica feita pela Escola de Frankfurt à razão ocidental? a) A Escola de Frankfurt confronta-se com a questão da autodestruição da razão, examinando

o acasalar de razão e barbárie na história, comprometendo-se, assim, a pensar como é que a razão humana pôde entrar em um conflito tão radical consigo própria.

b) Para os filósofos da Escola de Frankfurt, principalmente para Adorno e Horkheimer, há uma implicação paradoxal da razão ocidental e do mito: o próprio mito já é razão e a razão volta a ser mitologia da modernidade burguesa, isto é, se o mito se baseia na imitação dos fenômenos naturais, a ciência moderna substitui a mimese pelo princípio de identidade.

c) Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna deve contrapor ao irracionalismo inerente a sua própria constituição, uma visão instrumental da razão, na tentativa de adequar meios e fins. Para esses filósofos, a razão deve observar e normatizar, calcular, classificar e dominar a natureza, controlando as incoerências, injustiças e os acasos da vida.

d) A racionalidade ocidental configura-se, na crítica feita pela Escola de Frankfurt, como razão de dominação e controle da natureza exterior e interior. Ao separar sujeito e objeto, corpo e alma, natureza e cultura, destitui o indivíduo de seu aspecto empírico e singular, transformando-o em um autômato.

e) Para a Escola de Frankfurt, a racionalidade moderna adota a mesma atitude com relação aos objetos que o ditador em relação aos homens: conhece-os para melhor os dominar. A crítica desses filósofos se dirigiu a um tipo de saber que quer ser sinônimo de poder, e que tem a técnica como sua essência.

11. (Uel 2010) Leia o texto de Adorno a seguir.

Se as duas esferas da música se movem na unidade da sua contradição recíproca, a linha de demarcação que as separa é variável. A produção musical avançada se independentizou do consumo. O resto da música séria é submetido à lei do consumo, pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se tal música séria como se consome uma mercadoria adquirida

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no mercado. Carecem totalmente de significado real as distinções entre a audição da música “clássica” oficial e da música ligeira.

(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: BENJAMIN, W. et all. Textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Adorno, é correto afirmar: a) A música séria e a música ligeira são essencialmente críticas à sociedade de consumo e à

indústria cultural. b) Ao se tornarem autônomas e independentes do consumo, a música séria e a música ligeira

passam a realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de troca. c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria autorreflexividade ao transformar a

música ligeira e a séria em mercadorias. d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram transformadas em mercadoria com o avanço da

produção industrial. e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas e nada possuem em comum. 12. (Uel 2010) Leia o seguinte texto de Adorno e Horkheimer:

O esclarecimento, porém, reconheceu as antigas potências no legado platônico e aristotélico da metafísica e instaurou um processo contra a pretensão de verdade dos universais, acusando-a de superstição. Na autoridade dos conceitos universais ele crê enxergar ainda o medo pelos demônios, cujas imagens eram o meio, de que se serviam os homens, no ritual mágico, para tentar influenciar a natureza. Doravante, a matéria deve ser dominada sem o recurso ilusório a forças soberanas ou imanentes, sem a ilusão de qualidades ocultas. O que não se submete ao critério da calculabilidade e da utilidade torna-se suspeito para o esclarecimento.

(ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 21.)

Com base no texto e no conceito de esclarecimento de Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: a) O esclarecimento representa, em oposição ao modelo matemático, a base do conhecimento

técnico-científico que sustenta o modo de produção capitalista na viabilização da emancipação social.

b) O esclarecimento demonstra o domínio substancial da razão sobre a natureza interna e externa e a realização da emancipação social levada adiante pelo capitalismo.

c) O esclarecimento compreende a realização romântica da racionalidade que acentuou, de forma intensa, a interação harmônica entre homem e natureza.

d) O esclarecimento abrange a racionalização das diversas formas e condições da vida humana com o objetivo de tornar o ser humano mais feliz, quando da realização de práticas rituais e religiosas.

e) O esclarecimento concebe o abandono gradual dos pressupostos metafísicos e a operacionalização do conhecimento por meio da calculabilidade e da utilidade, redundando num modelo próprio de razão instrumental.

13. (Uel 2010) Observe a fotografia e leia o texto a seguir:

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A névoa que recobre os primórdios da fotografia é menos espessa que a que obscurece as origens da imprensa; já se pressentia, no caso da fotografia, que a hora da sua invenção chegara, e vários pesquisadores, trabalhando independentemente, visavam o mesmo objetivo: fixar as imagens da câmera obscura, que eram conhecidas pelo menos desde Leonardo (Da Vinci).

(BENJAMIN, W. Obras Escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1996, p. 91.)

Com base na obra de Walter Benjamin, no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:

I. O domínio do processo técnico de fixação das imagens teve sua trajetória retardada devido às reações de natureza religiosa que fizeram com que a fotografia surgisse apenas na segunda metade do século XIX.

II. Em virtude da expectativa gerada pela descoberta da fotografia no século XIX, o seu caráter artístico, desde o início, torna-se evidente entre os pintores.

III. A presença do rosto humano nas fotos antigas representa um último traço da aura, isto é, aquilo que significa a existência única da obra de arte.

IV. O valor de exposição triunfa sobre o valor de culto à medida que a figura humana se torna ausente nas fotografias.

Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 14. (Ufu 2010) Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”.

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Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele reproduz suas condições de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência.

(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 241.)

A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. a) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a

natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. b) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a

natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência.

c) Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial.

d) Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza.

15. (Ueg 2010) Observe a tirinha a seguir e responda ao que se pede.

A crítica da tira é compatível com a ideia filosófica a) do “bom selvagem”, do romantismo de Rousseau. b) do “homem alienado pela propriedade”, do socialista Karl Marx. c) do “homem como lobo do homem”, do humanismo cristão de Hobbes. d) do homem “manchado pelo pecado original”, do escolástico Santo Agostinho. 16. (Pucpr 2010) Na sua obra Vigiar e punir, o filósofo francês Michel Foucault analisa as novas faces de exercício do poder disciplinar e afirma:

“Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. (...) O momento histórico das disciplinas e o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente ao aumento de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma "anatomia política", que é também igualmente uma "mecânica do poder", está nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas

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para que operem como se quer, com as técnicas, segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos "dóceis".

(Vigiar e Punir, p. 118).

Segundo essa passagem, seria correto afirmar que:

I. O texto mostra como, a partir dos séculos XVII e XVIII o corpo foi descoberto como objeto e alvo de um novo poder e de novas formas de controle, pelas quais são superadas antigas formas de domínio e instaurado um novo modelo com o fim de tornar os corpos mais dóceis.

II. O fim dessas práticas é tornar o corpo obediente e disciplinado através de um rigoroso exercício de controle sobre gestos e comportamentos. É assim que o corpo vira um novo objeto de poder.

III. Segundo o autor, essa é a primeira vez na história que o corpo se tornara objeto de poder, já que essas práticas eram comuns tanto nos regimes escravocratas quanto nos monásticos.

IV. Esses novos mecanismos de controle têm, segundo o autor, uma única motivação: o domínio do corpo para exploração econômica.

a) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. c) Apenas a assertiva IV é verdadeira. d) Todas as assertivas são verdadeiras. e) Apenas a assertiva I é verdadeira. 17. (Ufpa 2009) Em geral, para filósofos modernos a verdade é entendida como a correspondência entre a ideia e o ideado. De acordo com essa concepção, a verdade se conceitua como o(a) a) reflexo invertido das coisas sobre o intelecto. b) reprodução fiel do próprio objeto em questão. c) analogia entre a ideia e a coisa conhecida. d) adequação entre a ideia e estrutura do objeto conhecido (estudado). e) consenso permanentemente revisto, obtido por meio de um diálogo qualificado entre os

sujeitos cognoscentes. 18. (Uel 2009) Texto

“Se você é o que você come, e consome comida industrializada, você é milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comida industrializada nos EUA contenha milho de alguma forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão.O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e também porque os EUA produzem mais da metade do milho distribuído no mundo.

(Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível. Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento do capitalismo e a indústria cultural, considere as afirmativas.

I. O capitalismo contemporâneo tornou a globalização um fenômeno que intensificou a padronização e a homogeneização como formas de reprodução técnica criadas a partir da revolução industrial.

II. A abertura comercial dos portos das colônias americanas resultou no cercamento dos campos, facilitando o comércio pelo acúmulo de capitais e, em consequência, a revolução industrial.

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III. A crítica filosófica à instrumentalização cultural constata que o predomínio da racionalidade técnica permitiu o resgate do potencial emancipatório da razão sonhado pelo projeto iluminista.

IV. Com o avanço tecnológico, a racionalidade técnica penetra todos os aspectos da vida cotidiana, subjugando o homem a um processo de instrumentalização cultural e homogenização de comportamentos.

Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 19. (Pucpr 2009) Michel Foucault, em Vigiar e Punir, apresenta duas imagens de disciplina: a disciplina-bloco e a disciplina-mecanismo. Para mostrar como esses dois modelos se desenvolveram, o autor destaca dois casos: o medieval da peste e o moderno do panóptico. Assinale, portanto, a alternativa incorreta: a) A disciplina-bloco se estabeleceu com o esquema moderno do panóptico, uma vez que a

disciplina mecanismo, desenvolvida no período medieval para resolver o problema da peste, estava em falência.

b) A disciplina-bloco se refere à instituição fechada, totalmente voltada para funções negativas, proibitivas e impeditivas.

c) A disciplina-mecanismo é um dispositivo funcional que visa otimizar e tornar mais rápido o exercício do poder, mediante o modelo panóptico.

d) É possível dizer que houve um processo de mudança da disciplina-bloco para a disciplina mecanismo, passando pelas etapas de inversão funcional das disciplinas, ramificação dos mecanismos e estatização dos mecanismos disciplinares.

e) A disciplina-mecanismo tem como estratégia a vigilância múltipla, inter-relacionada e contínua, pela qual o indivíduo deve saber que é vigiado e, por consequência, o poder se exerce automaticamente.

20. (Ufu 2008) Considere o texto a seguir.

Dostoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas.

SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. De Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9.

Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. a) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é

sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato.

b) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade.

c) Defender que “tudo é permitido” significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais.

d) Para Sartre, a expressão “tudo é permitido” significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade.

21. (Uel 2008) Leia o texto a seguir.

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O saber que é poder não conhece nenhuma barreira, nem na escravização da criatura, nem na complacência em face dos senhores do mundo. Do mesmo modo que está a serviço de todos os fins da economia burguesa na fábrica e no campo de batalha, assim também está à disposição dos empresários, não importa sua origem.

(ADORNO, T. W. & HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1991. p. 20.)

Com base no texto e no conhecimento dos conceitos de esclarecimento e racionalidade instrumental em Adorno e Horkheimer sobre o referido saber, é correto afirmar: a) Seu conteúdo é racional por si mesmo e de natureza crítico-reflexiva. b) É principalmente técnico e carente de conteúdo racional por si mesmo. c) Tem uma dimensão reflexiva e seus objetivos são racionais por si mesmos. d) É caracterizado por forças sobrenaturais indomáveis que animam tudo. e) Estabelece limites para o domínio nas relações sócio-econômicas. 22. (Ufsj 2007) Segundo Lévinas (op.cit. p. 247s.), a justiça está relacionada com a) a função do Estado como responsável pelo bem-estar do cidadão. b) o amor ao próximo e o direito original de que o outro é único. c) o esquecimento da origem do direito e da unicidade de outrem. d) a preservação da propriedade privada. 23. (Uel 2007) “Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho. Graças a essa definição, é fácil identificar os fatores sociais específicos que condicionam o declínio atual da aura. Ele deriva de duas circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente difusão e intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas ‘ficarem mais próximas’ é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade”.

Fonte: BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo:

Brasiliense, 1985, p. 170.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, assinale a alternativa correta: a) Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de arte perdeu sua aura. b) Ao se tornarem autônomas, as obras de arte perderam sua qualidade aurática. c) O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a distância e a transcendência dos objetos

artísticos. d) O valor de culto de uma obra de arte suscita a reprodutibilidade técnica. e) O declínio da aura não tem relação com as transformações contemporâneas. 24. (Uema 2006) Nas últimas décadas, como respostas do capital à crise dos anos 70, ocorreram transformações no processo produtivo, proporcionadas pelo avanço da tecnologia, da constituição das formas de acumulação flexível e dos modelos alternativos ao binômio taylorismo/fordismo, no qual se destaca, para o capital, especialmente, o modelo “toyotista” ou modelo japonês. Assinale a alternativa que apresenta uma consequência importante dessas transformações no processo de produção e mudança no mundo do trabalho. a) Aumento do operário manual, fabril, típico do modelo fordista. b) Aumento expressivo do trabalho feminino no interior da classe trabalhadora. c) Aumento do trabalho permanente. d) Diminuição da expansão dos assalariados médios, especialmente no “setor de serviços”. e) Rejeição do trabalho terceirizado e subcontratado. 25. (Ufu 2005) “Gostaria de defender, aqui, o existencialismo de uma série de críticas que lhe foram feitas. Em primeiro lugar, acusaram-no de incitar as pessoas e permanecer no imobilismo do desespero; todos os caminhos estando vetados, seria necessário concluir que a ação é totalmente impossível neste mundo; tal consideração desembocaria, portanto, numa

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filosofia contemplativa.”

SARTE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Tradução de Rita C. Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores.

Tomando o texto acima como referência, assinale a alternativa correta. a) Sartre considera que classificar a sua filosofia como contemplativa é um equívoco grosseiro.

Ao contrário do que pensam os marxistas, Sartre tenta definir o seu existencialismo como uma filosofia da ação livre e subjetiva.

b) Sartre afirma que o existencialismo é uma filosofia contemplativa porque o homem é, de fato, um ser que vive constantemente tentando definir a essência de sua vida antes de determinar a sua existência.

c) A crítica mencionada acima é feita pelos pensadores de orientação cristã e, portanto, é uma crítica admitida por Sartre.

d) Sartre afirma que a ação é “totalmente impossível neste mundo” porque o homem, um ser angustiado por natureza, nunca consegue agir de forma livre e independente.

26. (Uel 2005) “A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho”.

(ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p.128.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre trabalho e lazer no capitalismo tardio, em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: a) Há um círculo vicioso que envolve o processo de trabalho e os momentos de lazer. Com o

objetivo de fugir do trabalho mecanizado e repor as forças, o indivíduo busca refúgio no lazer, porém o lazer se estrutura com base na mesma lógica mecanizada do trabalho.

b) Apesar de se apresentarem como duas dimensões de um mesmo processo, lazer e trabalho se diferenciam no capitalismo tardio, na medida em que o primeiro é o espaço do desenvolvimento das potencialidades individuais, a exemplo da reflexão.

c) Mesmo sendo produzidas de acordo com um esquema mercadológico que fabrica cópias em ritmo industrial, as mercadorias acessadas nos momentos de lazer proporcionam ao indivíduo plena diversão e cultura.

d) Tanto o trabalho quanto o lazer preservam a autonomia do indivíduo, mesmo nos processos de mecanização que caracterizam a fabricação de mercadorias no capitalismo tardio.

e) As atividades de lazer no capitalismo tardio, como o cinema e a televisão, são caminhos para a politização e aquisição de cultura pelas massas, aproximando-as das verdadeiras obras de arte.

27. (Ufma 2005) “A rua era das mais animadas da cidade; por todo o dia estivera cheia de gente. Mas agora, ao anoitecer, a multidão crescia de um minuto para outro; e quando se acenderam os lampiões de gás, duas densas, compactas correntes de transeuntes cruzavam diante do café. Jamais me sentira num estado de ânimo como o daquela tarde; e saboreei a nova emoção que de mim se apossara ante o oceano daquelas cabeças em movimento. Pouco a pouco perdi de vista o que acontecia no ambiente em que me encontrava e abandonei-me completamente à contemplação da cena externa.”

(Walter Benjamin – Sobre alguns temas em Baudelaire)

O texto nos leva a uma compreensão de estética como: a) uma concepção de que o belo não está em uma forma definida, mas na plasticidade do

cotidiano. b) um estudo do caos humano representado pela multidão e suas relações econômicas. c) estabelecimento de um padrão de beleza para a obra de arte. d) técnica de reprodução da obra de arte em massa.

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e) imitação do mundo sensível. 28. (Ufu 2004) O nada, impensado para Parmênides, encontrou em Sartre valor ontológico, pois o nada é o ponto de partida da existência humana, uma vez que não há nenhuma anterioridade à existência, nem mesmo uma essência. Esta tese apareceu no livro O Ser e o Nada. Tal afirmação encontra-se também em outro livro, O existencialismo é um humanismo, no qual está escrito:

“Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo homem na posse do que ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.”

SARTRE, J.P. O existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 6. Coleção “Os Pensadores”.

A responsabilidade para Sartre diz respeito a) ao indivíduo para consigo mesmo, já que o existencialismo é dominado pelo conceito de

subjetividade que restringe o sujeito da ação à sua esfera interior, circunscrita pelas suas representações arbitrárias, que exclui o outro; toda escolha humana é a escolha por si próprio.

b) ao vínculo entre o indivíduo e a humanidade, já que para o existencialista, cada um é responsável por todos os homens, pois, criando o homem que cada um quer ser, estaremos sempre escolhendo o bem e nada pode ser bom para um, que não possa ser para todos.

c) à imagem de homem que pré-existe e é anterior ao sujeito da ação. É uma imagem tal qual se julga que todos devam ser, de modo que o existencialismo, em virtude da sua origem protestante com Kierkegaard, renova a moral asceta do cristianismo, que exige a anulação do eu.

d) ao partido político que tem a primazia na condução do processo de edificação da nova imagem de homem comprometido com a revolução e que faz de cada um aquilo que deverá ser, tal como ficou célebre no mote existencialista: o que importa é o resultado daquilo que nos fizeram.

29. (Ufu 2001) Jean-Paul Sartre, (1905-1980), afirma que “estamos condenados à liberdade”. Sendo assim, afirma a) que a liberdade é o poder do todo para agir em conformidade consigo mesmo, instaurando

leis e normas necessárias para os indivíduos. b) que estamos sob o poder de forças externas mais poderosas que nossas vontades, que nos

obrigam a ser livres. c) que a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu

mundo. d) que a liberdade é resignar-se ou conformar-se às situações, que encontramos no mundo e

que nos determina. 30. (Ufu 1999) Sartre, um dos maiores expoentes da filosofia deste século, teorizou sobre um dos grandes valores da vida atual, a liberdade, definindo-a como

I. escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo.II. determinada por forças externas mais poderosas que nossa vontade.III. própria da humanidade, pois os homens estão condenados a ser livres, tanto para escolher

ter felicidade quanto para perder a felicidade.

Assinale a) se as afirmações I e III forem corretas. b) se apenas a afirmação II for correta. c) se as afirmações I e II forem corretas. d) se as afirmações II e III forem corretas.

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Gabarito:

Resposta da questão 1: [D]

Se o homem fosse um ser cheio, total e pleno, como uma essência definida, ele não poderia ter nem consciência por estar ser um espaço aberto a múltiplos conteúdos, nem liberdade uma vez que representa a possibilidade de escolha e por intermédio desta, o homem constrói a si mesmo e torna-se responsável pelo que faz, portanto, condenado a ser livre.Para Sartre, se o homem não expressasse esse “vazio de ser”, sua consciência já estaria pronta, acabada, definida e fechada e neste caso, jamais poderia expressar sua liberdade, pois estaria preso à realidade estática do ser pleno, do ser-em-si. Por isso, não podemos falar em Sartre de uma existência cuja natureza humana é previamente determinada, porque não criou a si mesmo (“Estamos sós, sem desculpas”), assim, um dos valores fundamentais da condição humana, é segundo o próprio Sartre, a liberdade e é exercendo-a em situações concretas que o homem se move e conhece a incerteza cuja produção dos sentidos o impulsiona a ultrapassar certos limites. Sartre nos diz: “A liberdade é o fundamento de todos os valores. O homem é aquilo que ele faz de si mesmo”.

Resposta da questão 2: [A]

A transcendência, para Sartre, não está relacionada ao divino. Ela corresponde ao movimento da consciência para fora de si, no sentido da superação do Homem. Sendo assim, somente a alternativa [A] está correta.

Resposta da questão 3: [A]

Jean-Paul Sartre, filósofo do século XX, é famoso pela sua frase “a existência precede a essência”. Nesta está presente a base do seu existencialismo, segundo o qual o homem se constitui antes da sua essência. Primeiro existe o homem, depois ele se define.

Resposta da questão 4: [C]

O existencialismo ateu de Sartre não admite a existência de Deus. Portanto, não há nada que defina o homem antes de sua existência, nada que o preceda. O homem primeiro existe, se descobre e apenas depois se define. Desse modo, fica evidente que Sartre recusa qualquer tipo de determinismo e, assim, afirma que o homem é livre e responsável por todas as suas escolhas. A alternativa C, logo, é a única correta.

Resposta da questão 5: [D]

É do Sartre a famosa frase “O inferno são os outros” contida no livro “Entre quatro paredes” onde o relato com da convivência com o outro torna a vida humana insegura porque os outros nos machucam e fazem com que ossos planos não deem certo, por exemplo, portanto, não há nada de tranquilo nas relações humanas quando é nelas que experimentamos a crise e o desassossego.

Resposta da questão 6: [D]

Adorno e Horkeimer eram filósofos da Escola de Frankfurt com ideias marxistas, por isso, é possível entender que o conceito de alienação esteja fundamentado nas ideias de Marx. A industrial cultural aliena o ser humano porque acaba perdendo sua consciência no sentido de não mais o pertencer. A pessoa não é mais o centro de si mesma e passa a ser “domesticada”, perde sua individualidade e sua consciência crítica.

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Resposta da questão 7: [A]

Materialismo, porque somos o que as condições materiais (as relações sociais de produção) nos determinam a ser e pensar. Histórico, porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos, nem nascem da ordem natural cujos interesses antagônicos serão conciliados pelo contrato social, mas dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo, garantindo assim, a legitimidade da ação revolucionária.A história não é um progresso linear e contínuo, uma sequência de causas e efeitos, mas um processo de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção (a forma da propriedade) e as forças produtivas (o trabalho, seus instrumentos, sua técnica). A luta de classes exprime tais contradições e é o motor da história. Por afirmar que o materialismo histórico é movido por contradições sociais, o materialismo histórico é dialético. O Estado não é uma imposição divina aos homens nem é o resultado de um pacto ou contrato social, mas é a maneira pela qual a classe dominante de uma época e de uma sociedade determinadas garante seus interesses e sua dominação sobre o todo social.

Resposta da questão 8: [D]

Segundo Sartre, a “existência precede a essência”, significando que o homem não possui qualquer pré-definição de como deverá agir. Desta maneira, a característica principal do ser humano é a sua inalienável liberdade e responsabilidade por suas escolhas.

Resposta da questão 9: [A]

Sartre defende-se dos católicos afirmando as bases do seu existencialismo. Segundo ele, o homem não é criado por um Deus. Na sua concepção, o homem primeiro existe, percebe-se e a partir de então se define. A isso está relacionada a responsabilidade que o homem possui por sua existência e por suas escolhas no mundo.

Resposta da questão 10: [C]

A alternativa [C] contraria todas as outras. A crítica à racionalidade ocidental é uma crítica ao caráter instrumental desta, que tem como objetivo o domínio sobre a natureza a partir de uma análise do tipo “meios e fins”.

Resposta da questão 11: [D]

A progressiva fragmentação e padronização da música, bem como a sua transformação em mercadoria que, uma vez associada aos grandes veículos de comunicação de massas, imprime em seus ouvintes, conteúdos estéticos formais pré-fabricados, os quais caracterizam as relações entre arte e sociedade em tempos de tecnicização da produção artística e decadência da apreciação estética. Uma vez enquadrados pela cultura de massa, os objetos de arte estarão perpetuamente condenados à cega obediência aos ditames de uma sistematização que, racionalmente, se organiza em função do poder do capital que, de forma subjacente e oculta, orienta o que se pode e se deve produzir, divulgar e vender. Entram em cena os veículos de comunicação de massa que, ostensivamente circulam imagens e sons; que sugerem adesão a determinados valores, comportamentos e atitudes.

Resposta da questão 12: [E]

Na Dialética, os autores ao invés de traçar uma sistematização geral, em seu desenvolvimento através de eras e períodos, buscam em alguns pontos-chave da história os elementos

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necessários para criar sua teoria dialética sobre o esclarecimento. A análise dos autores do esclarecimento se faz por meio de um olhar detalhado em obras literárias que funcionam como símbolos de diferentes instantes. Em seu primeiro excurso analisam a epopeia homérica, o surgimento do processo de luta do esclarecimento contra a mitologia; enquanto que no segundo excurso, o fazem com as “crônicas escandalosas”, as obras dos “escritores sombrios da burguesia”, como Sade e Nietzsche. 

Resposta da questão 13: [C]

Nas próprias palavras de Walter Benjamin é possível entendermos o que se pede na questão: “Depois de mergulharmos suficientemente fundo em imagens assim, percebemos que também aqui os extremos se tocam: a técnica mais exata pode dar às suas criações um valor mágico que um quadro nunca mais terá para nós. Apesar de toda a perícia do fotógrafo e de tudo que existe de planejado em seu comportamento, o observador sente a necessidade irresistível de procurar nessa imagem apequena centelha do acaso, do aqui e agora, com a qual a realidade chamuscou a imagem, de procurar o lugar imperceptível em que o futuro se aninha ainda hoje em momentos únicos, há muito extintos, e com tanta eloquência que podemos descobri-lo, olhando para trás. A natureza que fala à câmara não é a mesma que fala ao olhar; é outra, especialmente porque substitui a um espaço trabalhado conscientemente pelo homem, um espaço que ele percorre inconscientemente. Percebemos, em geral, o movimento de um homem que caminha, ainda que em grandes traços, mas nada percebemos de sua atitude na exata fração de segundo em que ele dá um passo. A fotografia nos mostra essa atitude, através dos seus recursos auxiliares: câmera lenta, ampliação. Só a fotografia revela esse inconsciente ótico, como só a psicanálise revela o inconsciente pulsional”. (BENJAMIN, Walter. “Pequena História da Fotografia”. In: Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios sobre literatura. Obras Escolhidas, Volume 1. 7ª. Ed. Trad.: Sérgio Paulo Rouanet. Pref.: Jeanne-Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense, 1994. P. 93s.)

Resposta da questão 14: [A]

As manifestações da superestrutura são determinadas pelas alterações da infraestrutura decorrentes da passagem econômica do sistema feudal para o capitalista, portanto, para estudar Marx a sociedade não se deve partir do os homens dizem, imaginam ou pensam, e sim da forma como produzem os bens materiais necessários à sua vida porque a partir do contato com a natureza transformam-na por meio do trabalho e as relações entre si se descobre como eles produzem sua vida e suas ideias.

Resposta da questão 15: [B]

Somente a alternativa B é correta. O conceito de alienação está intimamente ligado com a noção de desumanização. O homem que perde a relação com o fruto do seu trabalho torna-se alienado e incapaz de perceber as relações sociais que o circundam.

Resposta da questão 16: [B]

Michel Foucault foi um filósofo francês do século XX que muito contribuiu para o pensamento humanístico. Seu livro Vigiar e Punir sobre o processo de transição das técnicas de vigilância e punição na modernidade traz uma visão original sobre a temática do poder. Neste sentido, podemos dizer que somente as assertivas I e II são corretas. A assertiva III é, por si só, incoerente e a assertiva IV reduz o domínio do corpo somente aos interesses econômicos. Tal redução não é feita por Foucault, que considera o corpo em um ambiente político, que é mais complexo que o contexto econômico.

Resposta da questão 17: [D]

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Somente a alternativa D é correta. Esta concepção moderna considera a verdade como correspondência ou adequação. Como afirma Marilena Chauí:

“(...) o que os filósofos [antigos e modernos] afirmam é que a ideia conhece a estrutura da coisa, conhece as relações internas necessárias que constituem a essência da coisa e as reações e nexos necessários que ela mantém com outras. A ideia é um ato intelectual; o ideado, uma realidade externa conhecida pelo intelecto. A ideia verdadeira é o conhecimento das causas, qualidades, propriedades e relações da coisa conhecida, e da essência dela ou de seu ser íntimo e necessário”.

(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática. 9ª edição. 1997. p. 103)”

Resposta da questão 18: [B]

A respeito da relação entre capitalismo, racionalidade e indústria cultural, somente as afirmativas I e IV estão corretas. A afirmativa II é falsa e anacrônica. Já a afirmativa III é falsa porque a crítica à instrumentalização cultural é também uma crítica à racionalidade iluminista e à supremacia da razão.

Resposta da questão 19: [A]

A disciplina-bloco é apresentada por Foucault mediante o caso da peste, enquanto que a disciplina-mecanismo relaciona-se com o modelo panóptico. Ainda que o aluno não conheça a obra e a terminologia de Foucault, ele poderá compreender que a alternativa [A] está incorreta, dado que esta contraria todas as outras alternativas.

Resposta da questão 20: [A]

A famosa frase de Sartre de que “o homem está condenado a ser livre” expressa a íntima correlação entre a ideia de liberdade e responsabilidade do homem. Ao mesmo tempo em que existe, o homem deve encontrar, por si mesmo, o sentido de sua existência, não podendo outorgar a outra entidade (a Deus, por exemplo) a responsabilidade por suas escolhas. Assim sendo, podemos dizer que somente a alternativa [A] expressa tal pensamento.

Resposta da questão 21: [B]

O saber referido na questão corresponde a uma manifestação da racionalidade instrumental que se coloca a serviço da economia burguesa, não contribuindo, portanto, para o esclarecimento e a emancipação. Por isso que pode ser considerado como “carente de conteúdo racional por si mesmo”.

Resposta da questão 22:

Resposta da questão 23: [C]

O termo “aura” é utilizado por Benjamin pela primeira vez em seu ensaio Pequena História da Fotografia. Ele o utiliza para designar a distância do objeto artístico em relação ao observador. A perda da aura consequente da modernidade, da massificação e da inclusão das tecnologias corresponde à perda dessa distância, tornando os objetos artísticos mais acessíveis e também banais. Ao final, a crítica à perda da aura corresponde a uma crítica da modernidade.

Resposta da questão 24:

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[B]

Esta questão, mais de cunho sociológico, faz referência à interpretação marxista da realidade social. O desenvolvimento das forças produtivas altera a forma de relações sociais. Isso se manifesta, por exemplo, com a inclusão da mulher no interior da classe trabalhadora. Com isso, ela passa a fazer parte também da esfera pública da sociedade, o que termina por reconfigurar as relações familiares, as representações de gênero e as demandas políticas da sociedade moderna.

Resposta da questão 25: [A]

O existencialismo defende, sobretudo, a liberdade humana e individual. Considerar essa corrente filosófica como um imobilismo seria um erro conceitual grave, segundo Sartre. Sua filosofia não pode, de maneira alguma, ser confundida com uma forma de contemplação.

Resposta da questão 26: [A]

Somente a alternativa [A] é correta. Também o lazer encontra-se inserido na lógica mercadológica da sociedade de capitalismo tardio. Desta forma, o indivíduo não consegue escapar do trabalho mecanizado, que continua por coisificá-lo e extrair-lhe tudo o que é possível.

Resposta da questão 27: [A]

Walter Benjamin descreve a agitação da cidade e a emoção que sentia em contemplar essa cena. Nesta manifesta-se, portanto, uma noção de belo ressignificada, que agora aparece justamente na plasticidade do cotidiano.

Resposta da questão 28: [B]

Somente a alternativa [B] está correta. A responsabilidade do homem, segundo Sartre, diz respeito não somente à sua vida, mas também à de toda a humanidade. Vale ressaltar que o existencialismo de Sarte é também chamado de existencialismo ateu, por isso é que não pode ser relacionado ao existencialismo de Kierkegaard.

Resposta da questão 29: [C]

A liberdade está, segundo Sartre, intimamente relacionada à responsabilidade do homem, que deve escolher sobre o que faz do seu ser e do seu mundo. Essa responsabilidade não pode ser delegada a outra pessoa (ou a um deus), e é por isso que o homem está condenado à liberdade. Dessa maneira, podemos dizer que somente a alternativa [C] está correta.

Resposta da questão 30: [A]

A escolha, na concepção sartreana, se refere à vida e esta é a expressão de um projeto que se desdobra no tempo. Esse projeto não é algo próprio do qual se pode ter um conhecimento óbvio, sendo assim o projeto é uma interpretação possível e as escolhas específicas de um indivíduo são, portanto, temporais, derivações de um projeto original desenrolado temporalmente.Esse desenrolar é descrito pela ontologia de Sartre. Nesta, ele diz que o ser em-si e o ser para-si possuem características mutuamente exclusivas, todavia a vida do homem combina ambas. Aí se encontra a ambiguidade ontológica da nossa existência. O em-si é sólido, idêntico a si mesmo, passivo, inerte; já o para-si é fluido, diferente de si mesmo, ativo, dinâmico. O primeiro

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apenas é, o segundo é sua própria negação. De maneira mais concreta podemos dizer que um é "facticidade" e o outro é "transcendência". O dado da nossa situação como falantes de certa língua, ambientados em certo entorno, nossas escolhas prévias e nós mesmo enquanto em-si constituem nossa "facticidade". Como indivíduos conscientes "transcendemos" isso que é dado. Ou seja, somos situados, porém na direção da indeterminação. Somos sempre mais do que a situação na qual estamos e isto é o fundamento ontológico de nossa liberdade. Estamos, como Sartre diz, condenados a sermos livres.

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