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OS PRIMEIROS CINCO LIVROS DA BÍBLIA..................................2 O LIVRO DE GÊNESIS....................................................3 O LIVRO DO ÊXODO..................................................... 3 O LIVRO DO LEVÍTICO...................................................4 O LIVRO DOS NÚMEROS...................................................4 O LIVRO DE DEUTERONÓMIO................................................4 A COMPOSIÇÃO LITERÁRIA...............................................5 AUTOR E ORIGEM DO PENTATEUCO............................................5 TEORIA DOCUMENTAL CLÁSSICA..............................................5 É MELHOR FALAR DE 'TRADIÇÕES'...........................................5 EXEMPLOS DE REPETIÇÕES ÓBVIAS...........................................6 A TRADIÇÃO YAHWISTA..................................................6 A TRADIÇÃO ELOHISTA..................................................7 A TRADIÇÃO SACERDOTAL..................................................8 CAP 3 HISTÓRIA E TRADIÇÕES BÍBLICAS.................................13 AS HISTÓRIAS DAS ORIGENS..............................................13 A HISTÓRIA DOS PATRIARCAS.............................................13 A HISTÓRIA DO ÊXODO..................................................14 CRONOLOGIA PROVÁVEL DE EVENTOS.........................................14 UMA LEI SUBSTANCIALMENTE RELIGIOSA......................................15 EVOLUÇÃO E INFLUÊNCIAS................................................15 O DECÁLOGO..........................................................16 O CÓDIGO DA ALIANÇA..................................................16 O CÓDIGO DEUTERONÓMICO................................................16 CÓDIGOS LEVÍTICOS....................................................17 SENTIDO RELIGIOSO....................................................17 A revelação histórica de Deus................................................................................................... 17 A eleição e a promessa.............................................................................................................. 17 A aliança e a lei........................................................................................................................... 18 Tensão para o cumprimento..................................................................................................... 18 A LEITURA CRISTÃ DO PENTATEUCO.........................................18 TERMINOLOGIA........................................................19 A INTEIRA COLEÇÃO....................................................19 Leitura canônica do Pentateuco:.............................................................................................. 19 A. DIVISÃO EM CINCO LIVROS............................................19 1. As razões materiais................................................................................................................ 19 Único Rolo?................................................................................................................................. 20 2 Divisão em livros.................................................................................................................... 20 GÊNESIS............................................................ 20 Êxodo........................................................................................................................................... 21 Levítico......................................................................................................................................... 21 CONCLUSÃO...........................................................21 HISTÓRIA DO TEXTO BÍBLICO.............................................24 Bíblia hebraica............................................................................................................................ 25 A Bíblia Hebraica antes da destruição do Templo.................................................................. 25 O texto do Antigo Testamento hebraico................................................................................... 26 Testemunhas diretas.................................................................................................................. 26 1

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OS PRIMEIROS CINCO LIVROS DA BÍBLIA..............................................................................................2

O LIVRO DE GÊNESIS....................................................................................................................................3O LIVRO DO ÊXODO.....................................................................................................................................3O LIVRO DO LEVÍTICO..................................................................................................................................4O LIVRO DOS NÚMEROS...............................................................................................................................4O LIVRO DE DEUTERONÓMIO........................................................................................................................4

A COMPOSIÇÃO LITERÁRIA................................................................................................................. 5

AUTOR E ORIGEM DO PENTATEUCO................................................................................................................5TEORIA DOCUMENTAL CLÁSSICA.....................................................................................................................5É MELHOR FALAR DE 'TRADIÇÕES'...................................................................................................................5EXEMPLOS DE REPETIÇÕES ÓBVIAS..................................................................................................................6A TRADIÇÃO YAHWISTA.............................................................................................................................6A TRADIÇÃO ELOHISTA..............................................................................................................................7A TRADIÇÃO SACERDOTAL.............................................................................................................................8

CAP 3 HISTÓRIA E TRADIÇÕES BÍBLICAS.............................................................................................13

AS HISTÓRIAS DAS ORIGENS.........................................................................................................................13A HISTÓRIA DOS PATRIARCAS.......................................................................................................................13A HISTÓRIA DO ÊXODO...............................................................................................................................14CRONOLOGIA PROVÁVEL DE EVENTOS............................................................................................................14UMA LEI SUBSTANCIALMENTE RELIGIOSA........................................................................................................15EVOLUÇÃO E INFLUÊNCIAS..........................................................................................................................15O DECÁLOGO...........................................................................................................................................16O CÓDIGO DA ALIANÇA..............................................................................................................................16O CÓDIGO DEUTERONÓMICO.......................................................................................................................16CÓDIGOS LEVÍTICOS...................................................................................................................................17SENTIDO RELIGIOSO...................................................................................................................................17

A revelação histórica de Deus..........................................................................................................17A eleição e a promessa....................................................................................................................17A aliança e a lei................................................................................................................................18Tensão para o cumprimento............................................................................................................18

A LEITURA CRISTÃ DO PENTATEUCO..............................................................................................................18

TERMINOLOGIA................................................................................................................................ 19

A INTEIRA COLEÇÃO...................................................................................................................................19Leitura canônica do Pentateuco:.....................................................................................................19

A. DIVISÃO EM CINCO LIVROS......................................................................................................................191. As razões materiais......................................................................................................................19Único Rolo?......................................................................................................................................202 Divisão em livros..........................................................................................................................20

GÊNESIS..................................................................................................................................................20Êxodo...............................................................................................................................................21Levítico.............................................................................................................................................21

CONCLUSÃO.............................................................................................................................................21HISTÓRIA DO TEXTO BÍBLICO.......................................................................................................................24

Bíblia hebraica.................................................................................................................................25A Bíblia Hebraica antes da destruição do Templo............................................................................25O texto do Antigo Testamento hebraico..........................................................................................26Testemunhas diretas.......................................................................................................................26O TEXTO MASORETICO....................................................................................................................26O PENTATEUTO SAMARITANO.........................................................................................................27

OS ROLOS DO MAR MORTO.................................................................................................................27

O TEXTO DO A. T. E SUAS TESTEMUNHAS..........................................................................................28

AS VERSÕES ARAMAICAS OU TARGUMIM............................................................................................28

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TRADUÇÕES LATINAS E VULGATA........................................................................................................28Origem do texto hebraico................................................................................................................29

PENTATEUCO.................................................................................................................................... 30

VISÃO HISTÓRICA DE CONJUNTO...................................................................................................................30Blocos temáticos..............................................................................................................................30

TETRATEUCO, PENTATEUCO, EXATEUCO OU ENNEATEUCO?...............................................................31Exateuco..........................................................................................................................................31Tetrateuco.......................................................................................................................................31Enneateuco - A tese.........................................................................................................................32

ASPECTOS LITERÁRIOS DO PENTATEUCO.........................................................................................................32OS TEXTOS LEGISLATIVOS A.............................................................................................................33

PROBLEMAS LITERÁRIOS DO PENTATEUCO......................................................................................................33OS TEXTOS LEGISLATIVOS B.............................................................................................................34

AS LEIS RELATIVAS AOS ESCRAVOS 21A.........................................................................................................34a) O código da aliança (Ex 21.2-11)................................................................................................34b - O código deuteronômico (Dt 15,12-18).......................................................................................35c - A lei da santidade (Lv 25,39-55)..................................................................................................36

O DECÁLOGO.................................................................................................................................... 37

SEMELHANÇAS..........................................................................................................................................37Diferenças........................................................................................................................................38

TEXTOS NARRATIVOS...........................................................................................................................39a - Diversidade de tramas................................................................................................................39b - Diversidade da formulação teológica.........................................................................................40c - Conclusão....................................................................................................................................40

AS DUAS TEOFANIAS A DE JACÓ EM BETEL: GEN 28.10-22; 35,9-15................................................................41

DUPLAS DENTRO DO MESMO COMPLEXO NARRATIVO......................................................................42

A HISTÓRIA DO DILÚVIO (GN 6,5‐9,17) 33...................................................................................................42

CONCEPÇÕES E IMAGENS TEOLÓGICAS CONCORRENTES....................................................................44

OS PRIMEIROS CINCO LIVROS DA BÍBLIAOs cinco primeiros livros da Bíblia compõem um conjunto que os judeus chamam de 'Torah', muitas vezes traduzido por 'lei', mas que corretamente significa 'instrução' ou 'ensino'. O primeiro testemunho certo é encontrado no prefácio de Ecclesiasticus ou Bem Sirá; o nome era atual no começo de nossa era, assim no NT (Mt 5:17; Lc 24,44).A preocupação de ter cópias manejáveis desse grande conjunto fez com que seu texto fosse dividido em cinco rolos de tamanho quase igual. Daí vem o nome dado a ele nos círculos de fala grega: Pentateukos (biblos) 'o livro em cinco volumes', que foi transcrito para o latim Pentateuchus (liber), do qual vem o Pentateuco português. Os judeus que falavam hebraico o chamavam também de 'cinco quintos da lei'.Esta divisão em cinco livros e atestada antes da nossa era pela versão grega dos Setenta. Isso – e o seu uso se impôs na Igreja que chamava os volumes de acordo com seu conteúdo:- Gênesis (que começa com as origens do mundo),

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- Êxodo (a partir do Egito),- Levítico (que contém a lei dos sacerdotes levitas),- Números (devido às enumerações dos capítulos 1-4),- Deuteronómio (a 'segunda lei', de acordo com uma interpretação grega de Deuteronómio 17,18).Mas em hebraico, os judeus designam ainda cada livro com a palavra, ou com a primeira palavra importante, do seu texto:- = no começo;- = os nomes;- = E chamado;- = No deserto;- = As palavras.

O livro de Gênesis

O Gênesis é dividido em duas partes desiguais: a) cc. 1-11: história primitiva;b) cc. 12-50: história dos patriarcas.

a) A história primitiva (1-11) é como um pórtico que precede a história da salvação, que será contada por toda a Bíblia; ela remonta às origens do mundo e estende toda a perspectiva para toda a humanidade. Refere-se à criação do universo e do homem, o pecado original e suas consequências, a crescente perversidade que é punida pelo dilúvio. Começando de Noé, a terra é repovoada, mas as tabuas genealógicas cada vez mais restritas concentram finalmente o interesse em Abraão, pai do povo escolhido.

b) A história patriarcal (12-50) evoca a figura dos grandes antepassados:- Abraão e o homem de fé, cuja obediência é recompensada por Deus, que também lhe promete a posteridade e a terra santa para seus descendentes (12,1-25,18).- Isaac é uma figura muito pálida, cuja vida é narrada acima de tudo por causa do relacionamento que ele tem com seu pai ou com seu filho.- Jacó e o homem astuto, que substitui seu irmão Esaú, recebe a bênção de seu pai Isaac, superando habilmente seu tio Labão. Mas todas essas habilidades não serviriam para nada se Deus não o tivesse preferido a Esaú antes do nascimento e não houvesse renovado as promessas da aliança concedida a Abraão (25.19-36). Os doze filhos de Jacó são os ancestrais das doze tribos de Israel. A última parte do Gênesis é consagrada a um deles.- José e no centro dos capítulos 37-50 (menos 38 e 49), o homem sábio por excelência. Esta história, que difere das narrativas anteriores, ocorre sem intervenção visível de Deus e sem nova revelação, mas é inteiramente um ensinamento: a

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virtude da Providência sábia, recompensada e divina transforma as faltas dos homens em coisas boas.

Gênesis é um 'todo' completo: e a história dos antepassados. Os três livros seguintes formam um outro bloco no qual, no contexto da vida de Moisés, são relatadas a formação do povo escolhido e a origem da sua lei social e religiosa.

O livro do Êxodo

O Êxodo desenvolve três temas principais:- 1,1-15,21: libertação do Egito;- 15.22-18.27: o caminho no deserto;- 19.1-40.38: a aliança do Sinai.Moisés, que recebeu a revelação do nome de Javé na montanha de Deus, traz de volta os israelitas libertos da escravidão. Numa teofania impressionante, Deus faz um pacto com o povo e lhes dá suas leis. Apenas concluiu, o pacto é quebrado pela adoração do bezerro de ouro, mas Deus perdoa e renova o pacto. Uma série de regulamentos dirige o culto no deserto.

O livro do Levítico

O Levítico, de natureza quase puramente legislativa, interrompe a história dos acontecimentos. Ele contém:- 1-7: um ritual de sacrifícios;- 8-10: o ritual de investidura dos sacerdotes, aplicado a Arão e seus filhos - 11-15: as regras relativas ao puro e ao impuro, que concluem com o ritual do grande dia da expiação (16);- 17-26: a 'lei da santidade', que inclui um calendário litúrgico (23) e termina com bênçãos e maldições (26).Como apêndice, o c. 27 especifica as condições para o resgate de pessoas, animais e bens consagrados a Javé.

O livro dos Números

Os números retomam o tema da caminhada no deserto.A saída do Sinai é preparada com o recenciamento do povo (1-4) e as grandes ofertas feitas para a dedicação da tenda (7). Após a celebração da segunda Páscoa, a montanha sagrada é abandonada (9-10) e chega-se em etapas em Qadesh, onde há uma tentativa infeliz de penetrar em Canaã a partir do Sul (11-14).Após a estadia em Qadesh, partimos novamente e chegamos às estepes de Moabe, antes de Jericó (20-25). Os madianitas são derrotados e as tribos de Gad e Ruben estabelecem-se na Transjordânia (31-32). Uma lista resume as etapas do êxodo (33).4

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Em torno dessas histórias são agrupamentos que completam a legislação do Sinai ou preparam o estabelecimento em Canaã (5-6; 8; 15-19; 26-30; 34-36).

O livro de Deuteronómio

Deuteronómio tem uma estrutura particular: é um código de leis civis e religiosas (12-26,15) que está inserido em um grande discurso de Moisés (5-11 e 26.16-28).Esse mesmo conjunto é precedido por um primeiro discurso de Moisés (1-4) e seguido por um terceiro discurso (29-30), depois por passagens referentes ao fim de Moisés: a missão de Josué, cântico e bênçãos de Moisés, a sua morte (31-34).O código Deuteronómico ocupa parte das leis promulgadas no deserto. Os discursos recordam os grandes acontecimentos do êxodo, do Sinai e da incipiente conquista; Eles expressam seu significado religioso, enfatizam o escopo da lei e exortam a fidelidade.

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Capítulo 2

A COMPOSIÇÃO LITERÁRIA

Autor e origem do Pentateuco

A composição dessa vasta coleção foi atribuída a Moisés pelo menos desde o início de nossa era, e o Cristo e os apóstolos se conformaram a essa opinião (Jo 1,45; 5,45-47; Rm 10,5). Mas as tradições mais antigas nunca declararam explicitamente que Moisés era o editor de todo o Pentateuco. Quando o mesmo Pentateuco diz, muito raramente, que 'Moisés escreveu', aplica essa fórmula a um passo particular.De facto, o estudo moderno desses livros fez com que as diferenças de estilo, repetições e distúrbios nas histórias se destacassem, o que os impedia de ver todo um trabalho da mão de um único autor.

Teoria documental clássica

Após longas incertezas, uma teoria foi imposta aos críticos no final do século XIX, especialmente sob a influência das obras de Graf e Wellhausen: o Pentateuco seria a compilação de quatro documentos, diferentes de origem por idade e ambiente, mas todos muito mais posteriores Mose.Teria havido no início duas fontes narrativas:

1) a Yahwista (J), que usa o nome de Jahve, 'O Senhor' (com quem Deus se revelou a Moisés),

2) e a Elohista (E), que na história da criação designa Deus com o nome comum Elohim, 'Deus'; A Yahwista teria sido escrita no décimo século em Judá, a Eloísta um pouco mais tarde em Israel. Após a ruína do reino do norte (722 aC), os dois documentos foram fundidos em um (JE); Depois de Josias (falecido em 609 aC), Deuteronômio (D) teria sido acrescentado; Depois do exílio, o Código Sacerdotal (P), que continha acima de todas as leis com algumas narrativas, teria sido combinado com essa compilação, à qual serviu como armadura e estrutura (JEDP).

É melhor falar de 'tradições'

Essa teoria documental clássica, que entre outras coisas estava ligada a uma concepção evolucionista das ideias religiosas em Israel, sempre foi debatida; Ainda é rejeitada duma só vez por alguns; Outros aceitam apenas algumas modificações importantes; Não há

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dois autores que concordem inteiramente sobre a distribuição exata dos textos entre os diferentes 'Documentos'. Acima de tudo, concordamos bastante hoje em reconhecer que a mera crítica textual não é suficiente para explicar a composição do Pentateuco.Devemos acrescentar um estudo das formas e tradições literárias, orais e escritas, que precederam a escrita das fontes. Cada um deles, mesmo o mais recente (P), contém elementos muito antigos.A descoberta das literaturas mortas do Oriente e o progresso feito pela arqueologia e a história no conhecimento de civilizações próximas a Israel mostraram que muitas leis ou instituições do Pentateuco tinham paralelos extra-bíblicos muito antes das datas atribuídas a 'documentos' e que numerosas histórias supõem um ambiente diferente - e mais antigo - daquele em que esses documentos teriam sido escritos.Vários elementos tradicionais foram preservados em santuários ou foram transmitidos por contadores de histórias populares (canta histórias). Eles foram constituídos em ciclos, depois colocados por escrito sob a pressão de um ambiente ou da mão de uma personalidade eminente. Mas essas redações não representam um termo: elas foram revisadas, receberam complementos, foram finalmente combinadas para formar o Pentateuco que possuímos.As 'fontes' escritas do Pentateuco são momentos privilegiados de um longo desenvolvimento, pontos de cristalização em correntes de tradição que têm origens mais elevadas e que continuam a fluir.

Exemplos de repetições óbvias

A pluralidade dessas correntes de tradições é um facto evidenciado pelas duplicações, pelas repetições, pelos desacordos que atingem o leitor desde as primeiras páginas do Gênesis: duas histórias da criação (1-2.4a e 2.4b-3.24) ; Duas genealogias de Caim-Kenan (4,17s e 5,12-17); Dois contos combinados do dilúvio (6-8).Na história patriarcal, há duas apresentações da aliança com Abraão (Gênesis 15 e 17); Duas expulsões de ágar (16 e 21); Três histórias do infortúnio da esposa de um patriarca num país estrangeiro (12,10-20; 20; 26,1-11); Duas histórias combinadas de José e seus irmãos nos últimos capítulos do Gênesis.Há também duas histórias da vocação de Moisés (Ex 3,1-4,17 e 6,2-7,7); Dois milagres de água em Meriba (Ex 17.1-7 e Nm 20.1-13); Dois textos do Decálogo (Êx 20,1-17 e Deuteronômio 5,6-21); Quatro calendários litúrgicos (Ex 23.14-19; 34.18-23; Lv 23; Dt l.16-16).Muitos outros exemplos poderiam ser citados. Os textos são agrupados por afinidade de linguagem, de modos, de conceitos e determinam linhas paralelas de força que são seguidas pelo Pentateuco. Eles correspondem a quatro correntes de tradição.

A tradição YAHWISTA

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A nova situação criada com Davi e Salomão exige dos sábios uma síntese histórica e teológica: a nova monarquia precisa de uma epopeia que explique a origem da época gloriosa. Um ou mais sábios de Jerusalém colecionam muitas tradições antigas de Judá e outras tribos e as organizam de acordo com um esquema histórico para mostrar que as antigas promessas realizaram-se com Davi e somente com Davi as instancias dos vários grupos encontraram finalmente plena realização: agora de facto Israel é dono da terra e domina sobre os povos!O obra que resultou é chamada pelos estudiosos modernos de'Tradição YAHWISTA' (com a abreviação Y), porque geralmente chama a Deus com o nome próprio 'Yahweh' יהוה.O autor Y é um narrador habilidoso: apresenta cenas brilhantes e vívidas, escritas com tal precisão, que são facilmente fixadas na memória; Suas páginas são cheias de graça e facilidade, nunca pesam; Com sabedoria usa das suspensões e faz uso difundido de diálogos, destacando as personagens e seus sentimentos.É nesse trato psicológico que se pretende apresentar o 'homem': ele ilustra conflitos externos, erros em ação, desejos, afetos e confusões escondidas no coração; Ele ama personagens fortes, de estatura incomum e é um conhecedor atento da psicologia feminina.Apresenta-se também como um poeta vivo, brilhante e genial no uso de uma linguagem rica e clara, simples e pitoresca, fantasiosa e ao mesmo tempo concreta; Com predileção ele usa expressões realistas e de uso local, muitas vezes acrescentando etimologias populares; Ele fala de Deus empregando muitas imagens humanas (antropomorfismos) e o apresenta familiarmente como oleiro, jardineiro, cirurgião ou alfaiate, enquanto passeia na brisa noturna ou se entretém a almoçar na sombra dos carvalhos.Mas, além desses aspectos literários, que tornam sua obra valiosa, o autor Y é um teólogo profundo, que conta uma história para ensinar uma doutrina precisa: Deus guiou Israel de um estado de nomadismo e escravidão à liberdade e à posse da Terra, ele tirou seu povo do deserto e colocou-o em um jardim. Ele, portanto, compõe uma 'história de salvação' e coloca cada evento em uma visão global, na qual Deus é o organizador e o criador de tudo; Ele compõe uma 'história de bênção' que começa com Abraão como uma promessa e é cumprida com Davi. Além disso, como um prólogo da história dos antepassados de Israel, ele colocou um resumo da história da humanidade que começa com a criação do primeiro casal. O autor é um grande otimista e acredita que YHWH é o Deus-com-homem, que interveio com Abraão e seus descendentes para mudar a direção tomada pela história com Adão.A história Y está ligada à monarquia. O autor compartilha a mentalidade oriental antiga ligada à corte e é também um observador atento da realidade de Jerusalém: ele vê a fertilidade como um sinal de bênção e dá grande importância às mulheres na transmissão hereditária; Sublinha a esperança ligada ao nascimento de um descendente (teologia messiânica), mas também insiste na

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eleição de um herdeiro que não é o primogênito (Isaque, Jacó, Judá, como Salomão, não eram primogênitos, mas receberam a bênção por herança) .A história Y está ligada à monarquia, mas não necessariamente! O autor estima o rei, mas não o considera um deus; Antes, se manifesta é bastante crítico à arrogância da coorte do rei e da sabedoria presunçosa que corre o risco de impor-se. Provavelmente a obra também nasceu como um texto fundamental para a formação do rei, uma síntese histórico-teológica que oferece aos futuros reis uma visão correta de seu papel em uma história guiada por Deus.No conjunto de textos que lhe são atribuídos, delimita-se uma corrente paralela que é por vezes isolada, que tem a mesma origem, mas que reflete, por vezes, concepções mais arcaicas e por vezes diferentes; esta corrente é designado pela iniciais J '(primitiva Yahwista) ou L (fonte «Laica») ou N (fonte «Nomadica»). A distinção parece justificada, mas é difícil decidir se trata-se de uma Corrente independente ou de elementos que o Yahwista integrou respeitando sua individualidade.

A tradição ELOHISTA

No reino de Israel, numerosas tradições antigas são coletadas e processadas, mas, muito provavelmente, uma história orgânica como a do javista não foi composta. Como o termo usual pelo qual Deus é indicado nesses textos e o nome comum 'Elohim' (אֱלוֹהִים = Deus), os estudiosos modernos chamaram esse material de 'Elohista' (com abreviatura E).O ambiente onde esses textos foram redigidos é, sem dúvida, o profético: é uma questão de círculos proféticos guiados (por exemplo) por Eliseu, que, em oposição à degeneração dos costumes religiosos, lembra e ensina as antigas tradições mosaicas.O tema fundamental que está no coração desses 'reformadores proféticos' é o da aliança, o relacionamento privilegiado de Israel com Deus, que deve ser preservado com uma conduta digna da vida. É por isso que suas histórias são marcadas por um profundo senso de moralidade e visam a uma reforma dos costumes.Esses autores têm uma visão muito espiritual de Deus e falam disso sem antropomorfismos; Eles apresentam um Deus transcendente e inacessível que se revela através de sonhos ou maravilhosas teofanias. A verdadeira adoração e obediência a ser dada a Deus, através da escuta de seus profetas, que são considerados os únicos representantes de Deus.Os textos E são, com relação à tradição Y, menos nacionalistas, mas também menos dramáticos, menos vivos e menos concretos; O estilo é mais simples e mais solto, mas também mais monótono.As histórias das origens estão faltando nessa tradição, que começa apenas com Abraão.Alguns autores não aceitam a existência de uma tradição eloísta independente e consideram a hipótese de adições à obra Yahwista ou uma revisão deste trabalho como sendo suficiente. Para ֱא, além das 9

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peculiaridades de estilo e doutrina, a diferença dos ambientes de origem e continuidade dos paralelos, e também das divergências, com a tradição jahvista, desde a história de Abraão até as histórias da morte de Moisés, favorecem a teoria de uma tradição originariamente independente e de uma equipe editorial.Há um facto importante deve, portanto, ser evidenciado.Apesar das características que os distinguem, os contos jahvista e eloísta narram essencialmente a mesma história: essas duas tradições têm, portanto, uma origem comum.Os grupos do Sul e os do Norte compartilhavam a mesma tradição, que em certa medida reunia as memórias do povo em sua história: a sucessão dos três patriarcas, Abraão, Isaac e Jacó; o êxodo Do Egito ligado à ocupação da Transjordânia, última etapa antes da conquista da terra prometida.Esta tradição comum foi formada, de uma forma oral e talvez já em forma escrita, desde o tempo dos Juízes, isto é, quando Israel começou a existir como povo.As tradições javista e eloísta contêm muito poucos textos legislativos: o mais notável é o Código da Aliança, ao qual retornaremos.

A tradição Sacerdotal

As leis são a parte principal da tradição 'Sacerdotal', que dedica especial interesse à organização do santuário, aos sacrifícios e festas, à pessoa e às funções de Arão e seus descendentes.Além de textos legislativos ou institucionais, também contém partes narrativas, que são desenvolvidas especialmente quando servem para expressar o espírito legalista ou litúrgico que a anima.Durante o exílio na Babilônia, os sacerdotes, que em Jerusalém formaram um grupo sólido, bem organizado e de profunda piedade, são aqueles que sustentam a fé do povo e o guiam na interpretação de toda a epopeia de Israel.Com grande espírito criativo, eles dão novo valor a algumas práticas religiosas, para que se tornem sinais e instrumentos da fé popular: o sábado, para santificar o tempo, a circuncisão, para marcar a pertença ao povo, à sinagoga ou à assembleia na qual se medita sobre Palavra de Deus.Neste conteúdo nasce a Historia Sacerdotal (indicada pelos estudiosos modernos com a abreviatura P, do alemão «Priester» = Priest ou seja Sacerdotal): um compêndio de história, escrito de forma esquemática, que se tornou necessário pela nova situação histórica, completamente diferente daquela davídica de Y e daquela de Josué da revisão de Y. O problema colocado dramaticamente aos sacerdotes e da fidelidade de Deus às promessas: tudo, de fato, parece perdido. Essa história deve responder a uma pergunta angustiada: 'Toda a teologia do passado era apenas uma ilusão?'

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Em retrospectiva, a escola sacerdotal reconhece que a monarquia era a ruína de Israel; Portanto, afasta-se das visões monárquicas e concentra toda a atenção no culto e nas instituições sagradas. Opera portanto, uma distinção: os reis iludiram e desiludiram, e é verdade; Mas Deus permanece presente e continua a manter o pacto com o povo através do sacerdócio e da adoração.A experiência babilônica também abriu os horizontes do mundo e levantou drasticamente a questão da relação entre a divindade e a singularidade e a soberania universal de .יהוה Então essa história apresenta-se como a formulação da 'religião de Israel' no meio dos gentios e é elaborada como uma teologia simbólica, na função anti-babilônica.O esquema histórico sacerdotal conecta dois extremos: a criação do mundo e a habitação de Deus na tenda; Poderíamos dizer o macrocosmo e o microcosmo. O mundo inteiro e o templo de Deus e a Tenda e o sinal concreto da Presença de Deus no meio de seu povo a caminho da Terra.Quatro alianças marcam quatro fases históricas:

1) com o homem no princípio sob a insígnia do sábado שבת2) com Noe depois do dilúvio marcado pelo arco-íris da paz, 3) com Abraão através da circuncisão e 4) finalmente com Moisés e Arão caracterizados pelo culto

sacerdotal. Garantindo essa presença divina, apesar de tudo, a história sacerdotal é um grande trabalho de consolo e encorajamento.Do ponto de vista literário, por '), devemos reconhecer que os textos sacerdotais não são uma leitura agradável: o estilo é seco e prosaico, erudito e esquemático; Vocabulário, técnico e cultural; O todo é tão enfático e repetitivo.O escritor sacerdotal não é um narrador: ele ama figuras e números; Abunda em genealogias e em listas longas; Muitas vezes repete a mesma coisa duas vezes, primeiro como um comando, depois como execução. Tudo isso torna os textos P facilmente reconhecíveis dentro do texto composto atual.Dentro dessa tradição existem várias camadas editoriais. Além disso, é difícil decidir se esta tradição sacerdotal alguma vez teve uma existência independente como obra literária ou se, e mais provavelmente, um ou vários editores que representam essa tradição não ligaram seus elementos às tradições existentes e a uma obra de arte. Edição, não deu ao Pentateuco sua forma final.O fio das três tradições jahvista, eloísta e sacerdotal é facilmente seguido em Gênesis. Depois do Gênesis, a corrente sacerdotal é isolada sem dificuldade, especialmente no final do Êxodo, em todo o Levítico e em grandes seções dos Números; Mas é mais difícil dividir o resto entre as correntes yahwista e eloísta.Depois dos números e até os últimos capítulos de Deuteronômio, 31 e 34, essas três correntes desaparecem e são substituídas por uma tradição única, a de Deuteronômio.

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A tradição deuteronômicaA tradição deuteronómica (marcada com a abreviatura 'D') leva o nome do livro de Deuteronómio, do qual é a origem, mas não é simplesmente identificado com este livro; antes, corresponde a uma certa mentalidade, a um mundo cultural particular; e intimamente relacionado com Moisés remonta ao êxodo e à experiência das pessoas que estavam com Moisés no deserto do Sinai.Um grupo de pessoas, provavelmente ligadas ao ambiente levítico, a partir da experiência do Êxodo, tornou-se o guardião dessas antigas tradições mosaicas e as transmitiu ao longo dos séculos através da pregação. Esta obra de pregação foi realizada por 'círculos de peregrinos levitas', uma espécie de catequistas populares, irmandades religiosas que ensinavam as antigas tradições do povo e as adaptavam a novas necessidades históricas e sociais. Assim, na origem da tradição D encontramos 'círculos proféticos' e 'escolas sapienciais', onde a tradição antiga foi repensada, explicada e atualizada.O ambiente em que se desenvolveu e o reino do Norte, em contextos culturais muito semelhantes aos da tradição eloísta. O pensamento do profeta Oséias é muito próximo da linguagem dessa tradição levítica. Durante o século VIII, alguns representantes desse movimento recolheram o material homilético tradicional e as leis que geralmente eram ensinadas às pessoas: podemos supor que nasceram nesta época o 'Código Deuteronómico’ (veja Deuteronômio 12-26).No ano de 722, o reino de Samaria foi destruído pelos assírios; foi o fim das tribos do norte. O grupo de fiéis levitas, enquanto a situação histórica em Israel estava se degenerando, havia desenvolvido a convicção de que Jerusalém era de fato o lugar escolhido por Deus como o único centro de seu culto. No momento da virada decisiva, este grupo de fiéis reconheceu que o único caminho para a salvação era Jerusalém e se refugiou nela, trazendo consigo as tradições conservadas e documentos escritos.O encontro desses homens com as autoridades culturais de Judá, em primeiro lugar o profeta Isaías, levou à reforma religiosa promovida pelo rei Ezequias e à formulação das leis de centralização.Mas os sucessores de Ezequias, Manassés e Amon abandonaram todo o interesse religioso e a tradição do norte, com seus documentos, foi esquecida. A redescobriu Josias no ano de 622, com a descoberta de um pergaminho esquecido no templo de Jerusalém: com toda probabilidade, era o Código Deuteronómico, composto um século antes, contendo a pregação levítica dos preceitos mosaicos.

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A grande reforma cultural e religiosa que Josias empreendeu moveu-se precisamente a partir das ideias contidas nessa tradição e, nesses textos, formou-se um grupo de crentes educados que tentaram uma profunda transformação da mentalidade popular. Para atingir esse objetivo, os acadêmicos, convencionalmente chamados de 'deuteronomistas', começaram a escrever toda a história de Israel, colecionando antigas tradições e acrescentando reflexões teológicas para esclarecer o significado da história. Assim nasceu a história deuteronomista, que teve como grande prólogo um discurso de Moisés, que é a antiga coleção de sermões levíticos. Mas a tentativa de mudar os costumes falhou; também o reino de Judá sofreu a destruição pelos babilônios em 587 e uma grande parte da população foi deportada para a Babilônia. Um grupo de pessoas treinadas em textos deuteronomistas trabalhou intensamente entre os exilados: eles tentaram uma releitura integral da história de Israel à luz do desastre. Em seguida, nasceu a segunda edição da história deuteronomista, que envolveu uma extensão do prólogo com a adição de duas outras homilias: o atual livro chamado Deuteronômio foi estabelecido.A primeira intenção dessas obras literárias é preservar as tradições dos pais, a fim de produzir uma autêntica reforma da religião de Israel. O modo usual de proceder é o da reflexão histórica e o convite para repensar os eventos para encontrar seu profundo significado. Os textos D são tipicamente 'catequéticos', feitos para instruir e formar, para comunicar com insistência uma mentalidade religiosa precisa.Esses autores não são apenas teólogos e reformadores, mas acima de tudo consoladores do povo, guias espirituais que tentam de todas as maneiras despertar a lealdade ao Deus do Êxodo. Sua mentalidade marcou profundamente o modo de pensar judaico e depois o judeu; para a teologia do Antigo Testamento, de fato, esses deuteronomistas são muito mais decisivos do que o yahwista ou o sacerdotal; o pensamento de textos bíblicos pós-exílicos é típico do Dt.Do ponto de vista literário, essa tradição apresenta um estilo de oratória, homilética, exortativa, pomposa, repetitiva, amante de sinônimos.Algumas frases são características, que se repetem com particular insistência: 'Amar a Deus de todo o coração e de toda a sua alma'; 'Ouça a voz de Deus'; 'Estar unido a Deus' ou, ao contrário, 'servir, voltando-se para outros deuses'; 'Faça o que é certo aos olhos do Senhor', ou 'faça o que é mau aos olhos do Senhor'.O tema fundamental, subjacente a toda a tradição D, e o esquema da Aliança: Deus fez um pacto com seu povo e o povo e chamou a ser

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fiel; no caso positivo, herda a bênção, mas no caso negativo, herda a maldição. A teologia do Dt pode ser facilmente resumida no tema do pacto, isto é, no relacionamento de Deus com o povo. Da parte de Deus tem havido e continua a ter a eleição, a benevolência, o cuidado de Israel e o desejo de ler as pessoas à parte com leis, estatutos e normas; das pessoas, lealdade e amor são necessários:«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças; Observareis os seus preceitos, e os porás em prática; tu, teu filho e filho de teu filho depois de ti, serás feliz na terra em que vais entrar, terás longos dias e não verás o mal; eis que ponho diante de vós a bênção e a maldição, a vida e a morte, escolhem a vida! » Esta é a síntese ideal da tradição D.

Uma longa história de composiçãoA partir desses diferentes corpos tradicionais, o crescimento do Pentateuco ocorreu em vários estágios, mas é difícil especificar as datas.As tradições jahvista e eloísta foram combinadas em Judá no final da era monárquica, talvez sob o reinado de Ezequias, onde sabemos, da Pro 25,1, que as antigas obras literárias foram compiladas.Antes do fim do exílio, Deuteronômio, considerado como uma lei dada por Moisés em Moabe, foi inserido entre o fim dos Números e as histórias sobre a designação de Josué e a morte de Moisés, Deuteronômio 31 e 34.É possível que a adição da tradição sacerdotal ou, se preferir, a intervenção dos primeiros editores sacerdotais tenha ocorrido pouco depois. Contudo, a 'lei de Moisés', que Esdras (c. 400 aC) trouxe da Babilônia, parece representar todo o Pentateuco já próximo de sua forma final.As relações entre o Pentateuco e os livros bíblicos que se seguiram deram origem a hipóteses opostas.Por muito tempo, alguns autores (por exemplo: G. von Rad) falam sobre'Exateuco', de uma obra em seis livros, que teria incluído Josué e o início dos Juízes. De fato, encontramos a continuação das três fontes J, E, P do Pentateuco e destacamos: o tema da promessa, que retorna com tanta frequência nas histórias do Pentateuco, exige que essas histórias também narrem a realização, que é a conquista da terra prometida. O livro de Josué foi então separado desta coleção e se tornou o primeiro dos livros históricos.Autores mais recentes (por exemplo: M. Noth) falam em vez de um'Tetrateuco', de uma obra em quatro livros que não continha Deuteronômio. Isto serviria primeiro como uma introdução a uma

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grande 'história deuteronomista' que duraria até o fim dos Reis. Deuteronômio seria mais tarde separado quando se desejasse reunir em um e o mesmo grupo (nosso Pentateuco) o que concerne à pessoa e ao trabalho de Moisés.É esta segunda opinião que hoje geralmente é seguida por estudiosos. Mas reconhece-se que é apenas uma hipótese, como de fato é a opinião concorrente de um Exateuco.Vimos que a mesma incerteza dizia respeito a muitas questões levantadas pela composição do Pentateuco. Ela abrange pelo menos seis séculos e reflete mudanças na vida nacional e religiosa de Israel. No entanto, apesar dessas vicissitudes, o desenvolvimento parece substancialmente homogêneo.

A importância fundamental de MoisésNós dissemos que as tradições narrativas nasceram na época em que o povo de Israel foi formado. As mesmas observações podem ser feitas, para as partes legislativas: elas contêm um direito civil e religioso que evoluiu junto com a comunidade que ele dirigiu; mas a sua origem é confundida com a do povo.Esta continuidade tem um fundamento religioso: foi a fé em יהוה que cimentou a unidade do povo; a mesma fé unificou o desenvolvimento da tradição.Os primórdios do jahvismo são dominados pela personalidade de Moisés. Ele foi o iniciador religioso do povo e seu primeiro legislador. As tradições anteriores, que o consideram, e a memória dos eventos que ele dirigiu se tornaram motivos para a epopeia nacional; a religião de Moisés marcou para sempre a fé e as práticas do povo; a lei de Moisés permaneceu sua norma.As adaptações impostas pela mudança de tempos ocorreram de acordo com seu espírito e foram cobertas pela sua autoridade. Pouco importa que não possamos confiantemente atribuir-lhe a escrita de qualquer um dos textos do Pentateuco: ele é a figura central e a tradição judaica estava certa em chamar o Pentateuco de o livro da lei de Moisés.

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Cap 3 HISTÓRIA E TRADIÇÕES BÍBLICASPara essas tradições, que eram a herança viva de um povo, que lhes dava o sentimento de unidade e de apoio à fé, seria absurdo pedir o rigor que um historiador moderno usaria; mas seria igualmente ilegítimo negar-lhes toda a verdade porque lhes falta esse rigor.

As histórias das origens

Os primeiros onze capítulos do Gênesis devem ser considerados separadamente. Eles descrevem, de maneira popular, a origem da humanidade; expõem com um estilo simples e figurativo, que concordava com a mentalidade de um povo pouco evoluído, as verdades fundamentais pressupostas pela economia da salvação: a criação de Deus no início dos tempos, a intervenção especial de Deus que forma a homem e mulher, a unidade do género humano, a culpa de nossos antepassados, a decadência e as penalidades hereditárias que eram a sanção.Mas essas verdades, que dizem respeito ao dogma e são asseguradas pela autoridade da Escritura, são ao mesmo tempo factos e, se as verdades são certas, implicam factos que são reais, embora não possamos especificar os contornos deles sob a cobertura mítica que era deles. dado, de acordo com a mentalidade do tempo e do ambiente.

A história dos patriarcas

A história patriarcal é uma história familiar: reúne as memórias que foram preservadas dos antepassados, Abraão, Isaac, Jacob, Joseph.É uma história popular que se concentra em anedotas pessoais e traços pitorescos, sem qualquer preocupação em combinar essas histórias com a história geral.Finalmente, é uma história religiosa: todos os pontos de virada decisivos são marcados por uma intervenção divina e tudo aparece como providencial: uma verdadeira concepção teológica de um ponto de vista superior, mas que negligencia a ação das causas secundárias; além disso, os fatos são introduzidos, explicados e agrupados para demonstrar uma tese religiosa: existe um Deus que formou um povo e deu-lhe um país; este Deus é ,יהוה este povo é Israel, este país é a terra santa.Mas essas histórias são históricas no sentido de que narram eventos reais à sua maneira; eles dão uma imagem fiel da origem e migração dos antepassados de Israel, seus laços geográficos e étnicos, seu comportamento moral e religioso. As suspeitas que cercaram essas

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histórias devem render-se ao testemunho favorável que elas trazem para as recentes descobertas da história e da arqueologia orientais.

A história do êxodo

Depois de uma lacuna muito longa, o Êxodo e os Números, que têm um eco nos primeiros capítulos de Deuteronômio, contam os eventos que vão desde o nascimento até a morte de Moisés: a saída do Egito, a parada no Sinai, a subida a Qadesh , a viagem através da Transjordânia e a instalação nas estepes de Moab. Se alguém nega a realidade histórica desses factos e da pessoa de Moisés, o seguimento da história de Israel, sua fidelidade ao jahvismo, seu apego à Lei tornam-se inexplicáveis.No entanto, deve-se reconhecer que a importância dessas memórias para a vida das pessoas e o eco que encontraram nos ritos deram às histórias a cor de feitos heróicos (assim, a passagem do Mar Vermelho) e às vezes de uma liturgia (assim a Páscoa ).Israel, tendo se tornado um povo, entra na história geral e, embora nenhum documento o mencione ainda, exceto por uma obscura alusão ao padrão do faraó Merneptah, o que a Bíblia diz concorda, em linhas gerais, com o que os textos e A arqueologia nos ensina sobre a descida de grupos semitas no Egito, sobre a administração egípcia do Delta, sobre o estado político da Transjordânia.

Cronologia provável de eventos

A tarefa do historiador moderno é comparar esses dados da Bíblia com os factos da história geral. Com as reservas que impõem a insuficiência das indicações da Bíblia e a incerteza da cronologia extra-bíblica, podemos dizer que Abraão viveu em Canaã por volta de 1850 aC; que Joseph fez sua carreira no Egito e que outros 'filhos de Jacó' se juntaram a ele um pouco depois de 1700.Para a data do Êxodo, não podemos confiar nas indicações cronológicas de 1 Reis 6.1 e Juizes 11.26, que são secundárias e vêm de cálculos artificiais. Mas a Bíblia contém uma indicação precisa: de acordo com o texto antigo de Ex 1.11, os judeus trabalharam na construção das cidades de depósito de Pitom e Ramsés. O êxodo e, portanto, após o reinado de Ramsés II, que fundou a cidade de Ramsés. As grandes obras começaram lá desde o início do seu reinado e é provável que a saída do grupo de Moisés tenha ocorrido no primeiro semestre ou no meio deste longo reinado (1290-1224), dizemos cerca de 1250 aC ou apenas antes.

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Se levarmos em conta a tradição bíblica de viver no deserto durante uma geração, a instalação transjordaniana poderia ser colocada por volta de 1225 aC. Estas datas estão de acordo com as informações da história geral sobre residência dos faraós da décima nona dinastia no delta do Nilo, sobre o enfraquecimento do controle egípcio na Síria-Palestina no final do reinado de Ramsés II, sobre os distúrbios que abalaram todo o Oriente Próximo no final do século XIII. Eles concordam com as indicações da arqueologia sobre o início da Idade do Ferro, que coincide com a instalação dos israelitas em Canaã.

Cap 4 A LEGISLAÇÃONa Bíblia hebraica, o Pentateuco é chamado a lei, a Torá; de fato, reúne as prescrições que regem a vida moral, social e religiosa do povo.

Uma lei substancialmente religiosa

Para nós, modernos, a característica mais marcante dessa legislação é seu caráter religioso.Este aspecto também é encontrado em certos códigos do antigo Oriente, mas em nenhum lugar existe tal interpenetração do sagrado e do profano; em Israel, a lei e ditada por Deus regula os deveres para com Deus, suas prescrições são motivadas por considerações religiosas. Isso parece óbvio para as regras morais de Levítico; mas é muito mais significativo que, na mesma coleção, as leis civis e penais e os preceitos religiosos estejam misturados e que tudo seja apresentado como o cartão de convênio com .יהוה Consequentemente, é natural que a afirmação dessas leis esteja ligada às narrativas dos eventos do deserto, onde essa aliança foi concluída.

Evolução e influências

Como as leis são feitas para serem aplicadas, foi necessário adaptá-las às condições de mudança dos ambientes e tempos.Isso explica por que, nas coleções que estão prestes a serem examinadas, ao mesmo tempo, existem elementos e fórmulas ou disposições antigas que atestam novas preocupações.Por outro lado, nessa questão, Israel era necessariamente um afluente de seus vizinhos. Certas disposições do Código da Aliança ou do Deuteronómio são estranhamente semelhantes nos códigos da Mesopotâmia, na coleção das leis assírias ou no código hitita.

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Não havia dependência direta, mas esses contactos são explicados pela irradiação da legislação estrangeira ou por uma lei consuetudinária que se tornou, em parte, uma herança comum do antigo Oriente Próximo.Além disso, no dia seguinte ao êxodo, a influência cananéia foi fortemente sentida na expressão das leis e nas formas de adoração.

O Decálogo

O decálogo, as 'dez palavras' escritas nas tábuas do Sinai, promulga a lei moral e religiosa fundamental da aliança.É dado duas vezes (Êx 20,2-17 e Deuteronómio 5,6-18) com variações bastante consideráveis: esses dois textos datam de uma forma primitiva, mais curta, cuja origem mosaica não é contraditada por nenhum argumento válido.

O código da aliança

O (elohista) Código da aliança (Ex 20.22-23.33; mais de perto: Ex 20.24-23.9) foi inserido entre o Decálogo e a conclusão da aliança do Sinai, mas responde a uma situação depois da idade de Moisés.É o direito de uma sociedade de pastores e camponeses e o interesse que dedica às bestas arando, ao trabalho dos campos e da vinha, às casas, supõe que o sedentarismo já é um fato consumado. Só então Israel conheceu e praticou a lei comum à qual este código é inspirado e que explica seus paralelos com os códigos mesopotâmicos; mas o Código da Aliança é penetrado pelo Espírito do jahvismo, muitas vezes em reação contra a civilização de Canaã.Agrupa, sem um plano sistemático, coleções de preceitos, que se distinguem pelo seu objeto e sua formulação, agora 'Casuística' ou condicional e agora 'apodítica' ou imperativa.A coleção primeiro teve uma existência independente. É certamente anterior ao Deuteronómio que o usa; não contém nenhuma referência às instituições da monarquia e pode, portanto, voltar ao período dos juízes. Sua inserção nos contos do Sinai é anterior à composição de Deuteronómio.

O código deuteronómico

O Código Deuteronómico (Dt 12,1-26,15) forma a parte central do livro de Deuteronómio, do qual descrevemos as características e a história literária acima. Ela ocupa uma parte das leis do Código da Aliança, mas as adapta às mudanças na vida econômica e social

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(para o perdão da dívida e o estatuto dos escravos, compare Dt 15: 11-11 e Êx 23,10-11; Deuteronómio 15 , l2-l8 e Ex 21,2-11).Mas, a partir de seu primeiro preceito, ele se opõe ao Código da Aliança em um ponto importante: isso legitimou a multiplicidade de santuários (Ex 20,24), Deuteronómio impõe a lei da unidade do lugar de culto (Deuteronómio 12,2). -l2), e essa centralização envolve mudanças nas regras antigas sobre sacrifícios, dízimos e feriados.O Código Deuteronómico também contém disposições estranhas ao código da aliança e às vezes arcaicas, que vêm de fontes desconhecidas.O que resta para ele e que marca a mudança dos tempos e a preocupação com a proteção dos fracos, a lembrança constante dos direitos de Deus sobre sua terra e seu povo e o tom exortativo que penetra nessas prescrições legais.

Códigos levíticos

Embora o Levítico tenha recebido sua forma final somente após o exílio, ele contém elementos muito antigos, então proibições de alimentos (c 11) ou as regras de pureza (cc 13-15); o cerimonial tardio do grande dia da expiação (c 16) sobrepõe uma concepção muito elaborada do pecado a um antigo rito de purificação.Os capítulos 17-26 formam um todo que é chamado de lei da santidade e que existia primeiro separadamente do Pentateuco. Esta lei agrupa elementos diferentes, alguns dos quais podem ser rastreados até a era nômade (assim c 18); outros ainda são pré-exilados e outros mais recentes.Uma primeira coleção foi estabelecida em Jerusalém pouco antes do exílio e poderia ser conhecida por Ezequiel, que tem muitos contactos de linguagem e conteúdo com a Lei da santidade. Mas isso só foi publicado durante o exílio, antes de se unir ao Pentateuco pelos editores sacerdotais que o adaptaram ao resto do material que reuniram.

Sentido Religioso

A religião do AT, assim como a do NT, é uma religião histórica.

A revelação histórica de DeusBaseia-se na revelação feita por Deus, em homens precisos, em lugares precisos, em circunstâncias precisas, nas intervenções de Deus em momentos precisos da evolução humana.O Pentateuco, que traça a história dessas relações de Deus com o mundo, e a fundação da religião judaica, e se tornou seu livro canônico por excelência, sua lei.20

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O israelita encontrou a explicação do seu destino. No início de Gênesis, ele tinha não apenas a resposta para as perguntas que todo homem faz sobre o mundo e sobre a vida, o sofrimento e a morte, mas ele tinha a resposta para seu problema particular: por que, יהוה, o Uno e Deus de Israel? Por que Israel e seu povo entre todas as nações da terra? Porque Israel recebeu a promessa.

A eleição e a promessaO Pentateuco e o livro das promessas: para Adão e Eva, após o pecado deles, o anúncio da salvação distante, o Proto-Evangelho (Gn 3:15); a Noé após o dilúvio, a garantia de uma nova ordem mundial; Abraão acima de tudo. A promessa que ele recebeu é renovada para Isaque e Jacó e atinge todas as pessoas que saíram delas.Esta promessa diz respeito imediatamente à posse do país em que os patriarcas viveram, a terra prometida, mas implica mais coisas: significa que existem relações especiais e únicas entre Israel e o Deus dos pais.Porque, chamou Abraham e, nesta vocação, a eleição de Israel יהוה foi prefigurada. יהוה fez dele um povo e faz dele seu povo, com uma livre escolha, com um desígnio amoroso, concebido desde a criação e mantido através de todas as infidelidades dos homens.

A aliança e a leiEssa promessa e essa escolha são garantidas por uma aliança. O Pentateuco também é o livro de alianças.Já existe um, mas tácito, com Adam; é explícito com Noé, com Abraão, com todo o povo, finalmente, para o ministério de Moisés.Não é um pacto entre iguais, porque Deus não precisa disso; mas aquele que toma a iniciativa e se compromete com ela, e de certo modo se liga às promessas que faz. Exige 'como contrapartida à fidelidade de seu povo: a rejeição de Israel, seu pecado, pode romper o vínculo que o amor de Deus formou.As condições dessa fidelidade são reguladas pelo próprio Deus. Deus dá sua lei ao povo escolhido. Isso instrui-lo em seus deveres, regula sua conduta de acordo com a vontade divina e, mantendo o pacto, prepara o cumprimento das promessas.

Tensão para o cumprimentoEsses temas de promessa, eleição, pacto e lei são os fios de ouro que cruzam a trama do Pentateuco e continuam a cobrir todo o Antigo Testamento, pois o Pentateuco não é completo em si mesmo: o

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prometo, mas não cumprimento, e termina antes de entrar na terra santa.Tinha que permanecer aberta como uma esperança e uma obrigação: esperança nas promessas que a conquista de Canaã parecerá tomar (Js 23), mas que os pecados do povo se comprometerão e os exilados lembrarão a Babilônia; obrigação de uma lei sempre urgente que permaneceu em Israel como testemunha contra ele (Deuteronômio 31.26).Isto durou até Cristo, que é o termo para o qual esta história de salvação tendeu obscuramente e lhe dá o seu pleno significado. São Paulo expressa esse profundo significado, especialmente em Gal 3,1529. Cristo conclui a nova aliança, prefigurada pelos antigos convênios, e traz os cristãos, herdeiros de Abraão pela fé. Quanto à lei, foi dado para manter as promessas, como um pedagogo que leva a Cristo, no qual essas promessas são cumpridas.

A leitura cristã do Pentateuco

O cristão não está mais submetido ao pedagogo, vive libertado das observâncias da lei, mas não dos seus ensinamentos morais e religiosos. Visto que Cristo não veio anular, mas aperfeiçoar (Mt 5:17), o NT não se opõe ao AT, prolonga-o.Não só a Igreja o reconheceu, mas celebra os grandes eventos da era patriarcal e mosaica, as festas e ritos do deserto (sacrifício de Isaac, passagem do Mar Vermelho, Páscoa, etc.), as realidades da nova lei (sacrifício de Cristo , o batismo, a Páscoa cristã), mas a fé cristã exige a mesma atitude que as histórias e preceitos do Pentateuco mandou aos israelitas.Mais ainda: em sua jornada em direção a Deus, todo homem passa pelos mesmos estágios de desapego, de provação, de purificação pelos quais ele passou 'o povo escolhido, e encontra uma instrução nas lições que foram dadas àquele povo.Uma leitura cristã do Pentateuco deve respeitar a continuação das histórias:o Gênesis, depois de se ter oposto à bondade de Deus, criador das infidelidades do homem pecador, mostra nos patriarcas a recompensa concedida à fé;o Êxodo é o esboço de nossa redenção;os Números representam o tempo de julgamento em que Deus instrui e pune seus filhos, preparando a assembleia dos eleitos;O Levítico será lido com mais frutos em conexão com os últimos capítulos de Ezequiel ou depois dos livros de Esdras e Neemias; o único sacrifício de Cristo fez o cerimonial do antigo templo, mas as

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suas próprias exigências de pureza e santidade no serviço de Deus permanecem uma lição sempre válida;a leitura de Deuteronômio pode acompanhar a de Jeremias, o profeta que mais se aproxima dela para o tempo e o espírito.

Terminologia A inteira coleção

O nome hebraico mais antigo dos cinco primeiros livros da Bíblia é. Deriva da raiz yhr (jogar, desenhar uma flecha; o

particípio significa, portanto, \"sagitário\", \"aquele que lança flechas\"). Na forma Hifil, a raiz assume outros significados \"para fazer sinais com os dedos\"; \"Mostre com os dedos\"; \"Instruir\", \"ensinar\". O nome do artigo indica o \"ensino\" por excelência.

Leitura canônica do Pentateuco: A leitura deve ser feita na sincronia entre perspectiva canônica e olhar geral, a Torah aparece como uma mistura de narração e lei, ambas procedem juntas, formando uma unidade. A inclusão de leis em um enredo narrativo é o traço saliente desta seção do texto sagrado.

A. divisão em cinco livros

Então poderíamos nos perguntar: como e por que o Pentateuco foi dividido em cinco livros? Esta divisão é meramente material ou tem algum significado?

1. As razões materiais os cinco livros do Pentateuco têm um comprimento diferente. Aqui está uma prospeção estatística:

1.1 o livro de Gênesis é o mais longo: 50 capítulos; 1534 versos; 85 páginas em BHS.

1.2 O livro de Êxodo apresenta: 40 capítulos, 1209 versos e 16.713 palavras; 71 páginas da BHS.

1.3 Levítico é o mais curto: 25 capítulos: 859 versos; 11.950 palavras; 51 páginas em BHS.

1.4 O livro de números é: 36 capítulos; 1288 versos (mas muitos versos são muito curtos, ver Nm 1-2, 7.26.29.33); 16.413 palavras; 74 páginas em BHS.

1.5 Deuteronómio tem: 34 capítulos; 955 versos; 71 páginas em BHS, mas o aparelho crítico é mais volumoso que o outro books11. O Pentateuco inteiro é 5845 versos (353 páginas de BHS). Em uma edição sem notas os dados são como segue: 88 páginas por Gen; 73 páginas para Ex; 52 páginas para Lv; 73 páginas para Nm (como para es); 64 páginas por Dt.

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Único Rolo?Alguns estudiosos acreditam que foi materialmente difícil escrever todos os livros do Pentateuco em um único rolo. Estima-se que tal rolo deve ter medido cerca de 33 metros. Não era totalmente impossível, porque falamos de um pergaminho que continha todo o trabalho de Homero (Ilíada e Odisseia) e que mediu cerca de 50 metros. Um rolo longo, entretanto, não era muito prático para a sinagoga ou a leitura pessoal. Em Qumran, os rolos mais longos são o rolo do templo (8,75 m.) e o rolo 1QIs (7,35 m.). Em média, os cinco rolos do Pentateuco tiveram que medir entre 6 e 7 metros. A divisão entre os vários livros parece ser um pouco arbitrária e artificial. Por exemplo, a família de Jacó estabeleceu-se no Egito em Gen 46, mas o livro de Êxodo começa mais tarde. O perícope do Sinai começa em Ex 19 e termina em Nm 10,10. Abrange três livros, mas não corresponde a qualquer divisão em particular. Israel chega às estepes de Moabe em Nm 21,20 onde permanece até a morte de Moisés. Mas a divisão entre Nm e Dt não coincide com este momento.

2 Divisão em livros

Gênesis

O livro de Gênesis começa com a criação do mundo e a famosa expressão "no primeiro Deus criou..." ou "quando Deus começou a criar..." e termina com a notícia da morte de Jacó e José. Isto conclui a era patriarcal, a saber, a história da família dos antepassados de Israel. Depois disso, Israel não será mais uma família, mas um povo. Além disso, antes de sua morte, Joseph anuncia o retorno de seus descendentes à terra prometida a Abraão, Isaac e Jacó (GN 50, 24). A conclusão da Gen, portanto, se abre para o futuro e liga Gen com Ex-Dt. Do ponto de vista da arte narrativa Gen 50,24 contém um resumo prolelógico da próxima história. O livro de Gênesis começa com a criação do mundo e a famosa expressão "no primeiro Deus criou..." ou "quando Deus começou a criar..." e termina com a notícia da morte de Jacó e José. Isto conclui a era patriarcal, a saber, a história da família dos antepassados de Israel. Depois disso, Israel não será mais uma família, mas um povo. Além disso, antes de sua morte, Joseph anuncia o regresso de seus descendentes à terra prometida a Abraão, Isaac e Jacó (GN 50, 24).

Êxodo o livro do êxodo começa com um resumo da história de José que serve como uma articulação entre a história dos patriarcas ou "história dos antepassados de Israel" e a "história do povo de Israel" (Ex 1, 1-7). Ex 1, 8: "Então um rei que não conheceu Joseph surgiu", também sinaliza a passagem de um perigo para outro na história de Israel. A conclusão do livro de Êxodo (40:34-38) descreve o momento em que, depois de muitos acontecimentos, a "glória de JHWH" vem

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encher a habitação ou "tenda do encontro". Este momento é importante, porque JHWH agora vive entre seu povo (40.34-35) e pode acompanhá-lo e guiá-lo (40.36-38).

Levítico o início do livro de Levítico refere-se a este acontecimento: "e JHWH chamou Moisés e falou-lhe da tenda da reunião e disse..." A partir deste momento, JHWH volta-se para Moisés da tenda do encontro e não mais do topo do Monte Sinai (cf. Es 19,3). A conclusão original do livro de Levítico pode ser encontrada em LV 26, 46: "esses são os decretos, julgamentos e leis que JHWH estabeleceu entre ele e os israelitas, no Monte Sinai, nas mãos de Moisés." É sem dúvida um "Resumo conclusivo", que segue um capítulo de bênçãos e maldições (LV 26, 3.14). O capítulo 27 do Levítico é uma adição tardia. O último verso segue a conclusão de 26,46: "essas são as ordens que JHWH deu a Moisés aos israelitas no Monte Sinai" (27:34). Estas duas conclusões mencionam o Monte Sinai como o lugar da revelação. Para a tradição de Israel, as leis promulgadas pela JHWH no Monte Sinai e transmitidas por Moisés têm uma qualidade regulamentar única. Essas afirmações, portanto, têm grande importância, pois distinguem entre as leis que fazem parte do "Cânone mosaico" e as outras.Números o livro de números também tem sua própria introdução e sua própria conclusão. A introdução é similar àquela de Levítico (nm 1, 1; CF LV 1, 1): "JHWH falou a Moisés no deserto do Sinai na tenda do encontro no primeiro dia do segundo mês, o segundo ano após a sua saída da terra do Egito, dizendo...". Ainda estamos no deserto do Sinai, e JHWH continua a falar da tenda do encontro (cf. Es 40.34-35; LV 1,1). A conclusão do livro ecoa LV 26, 46 e 27,34: "essas são as ordens e julgamentos que JHWH deu às mãos de Moisés aos filhos de Israel nas estepes de Moabe, em frente ao Jericó Jordan" (nm 36,13). Entre a introdução e a conclusão, as pessoas mudaram-se do Sinai para as estepes de Moabe, onde se preparam para entrar na terra prometida. As leis promulgadas nas estepes de Moabe têm uma aliança adicional que JHWH conclui lá com Israel (além do Alliance concluído no Oreb). Estas afirmações igualam as leis de Moabe com as de Oreb/Sinai. -Deuteronômio Deuteronômio tem seu próprio quadro. Como o livro de números, começa com uma fórmula que indica o lugar e o lugar onde Moisés falou (DT 1, 1-3): "Estas são as palavras que Moisés proferiu diante de Israel além do Jordão, no deserto. No ano 40, o décimo primeiro mês, a primeira do mês. " Todos os discursos de Moisés serão falados naquele dia e, no mesmo dia, Moisés morre (DT 32, 48; 34, 5). Com a morte de Moisés termina o livro de Deuteronômio e todo o Pentateuco (DT 34, 1-12).

Conclusão

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os cinco livros do Pentateuco são claramente divididos por sinais linguísticos e estruturais. No entanto, há uma maior lacuna entre o primeiro livro (Gênesis) e os quatro seguintes (es-Dt). A primeira descreve as origens de Israel e outros a organização do povo a liderança de Moisés. Eles formam uma espécie de "vida de Moisés" ao serviço de JHWH e Israel14. Estruturalmente, o fim do DT corresponde ao final de Jan. A morte de Joseph termina o período dos patriarcas (GN 50:26) e a morte de Moisés termina outro período de permanência de Israel no deserto e a constituição do povo de Israel como o povo de JHWH. Bênçãos de Deus em DT 33. Introduções e conclusões dos livros de Levítico, números e a introdução do livro de o Deuteronômio destacam o caráter legislativo desses livros, a figura de Moisés, mediador entre JHWH e o povo, e a importância do Sinai e as estepes de Moabe

cap.4 A Visão geral sobre o Pentateuco. O Pentateuco geralmente contém várias vertentes de leitura.

a) pode ser lido primeiro como uma biografia de Moisés: do êxodo ao Deuteronômio Moisés é o personagem principal (es 2: nascimento; DT 34: morte); DT 34.10-12 é mesmo o seu epitaph16. Neste caso, Genesis acaba por ser a história de seus antepassados em um sentido amplo (cf. Es-25). De acordo com essa perspectiva, o Pentateuco também é chamado de "Moisés" T' r "ou" o livro de Moisés ' Tor ".

b) se considerarmos o plano narrativo, o Pentateuco pode ser lido como aquele caminho cheio de tensões feitas por Israel para a terra prometida feita pelos antepassados, que começa com a saída de Abrão do mundo do povo, e termina com uma "conclusão aberta" para o fronteiras da terra prometida (bem como com a tarefa de entrar nele). O Pentateuco narra esta jornada cheia de sofrimento e conflito como uma biografia dramática de Israel. Esquematicamente:

A terra prometida é a razão que engloba e que também se conecta entre eles, a nível textual, Abraão e Moisés, são os dois protagonistas deste itinerário:

Gen 12, 1-7 Dt 34,1-4

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Jhwh disse a Abraão «Saia da sua terra ... para a terra que eu lhe mostrarei …»Jhwh apareceu a Abraão e disse « Aos deus descendentes eu a darei. Eu te fiz ver com teus olhos ».

Moisés subiu a Nebo ... e Jhwh mostrou-lhe tudo quanto a terra ... Jhwh disse a ele\" esta é a terra que eu prometi a Abraão, Isaque e Jacó em juramento. \"A seus descendentes eu darei. Eu te fiz ver com teus olhos \".

A promessa da terra como um juramento aos Patriarcas é também o único tema que corre como um fio vermelho os cinco livros de Gênesis para Deuteronômio: Gen 12,7; 13, 15.17; 15, 7; 17, 8; 24, 7; 28, 4.13; 35, 12; 48, 4; 50,24. es 13.5.11; 32, 13; 33,1. lv 18,3; 19, 23; 20, 24; 23, 10; 25.2.38. Nm 11,12; 14, 16.23; 32,11. Dt 1.8.35; 6, 10.18.23; 7, 13; 8, 1; 10, 11; 11, 9.21; 19, 8; 26, 2.15; 28, 11; 30, 20; 31.7.20 s; 34,4. se olharmos para o complexo dos profetas anteriores GS – 2Re não há nenhuma referência explícita à terra que foi prometida pelo juramento aos Patriarcas. Isso também confirma a opinião de que o Pentateuco, em um nível composicional, constitui um todo autônomo.

c) Os cinco livros são organizados de acordo com uma ordem especular-quiastica ao redor do livro de Levítico como de um centro teológico. Gênesis e Deuteronômio constituem o quadro externoA) GÊNESIS a vida da humanidade é abençoada por Deus, mas condicionada pela aceitação do \"projeto shalom\" (cc. 1-2); os seres humanos escolhem o caminho da maldição - da morte, tornando impossível a vida na terra (cc. 3-11) que - tirada da humanidade (c. 3) - é prometida (juntamente com bênção e vida) aos patriarcas Judeus por seus descendentes (cc. 12-36); por enquanto os judeus vivem reconciliados e livres em \"terras estrangeiras\" (Egito; cc. 37-50); cc. 49-50 Jacob abençoa seus 12 filhos: morte do patriarca e sua sepulturaB) EXODO a) cc. 1-18 Escravos judeus e sua libertação = saída do Egito (cc. 1-15) com celebração da Páscoa antes de partir (c. 12) e jornada em direção ao Sinai (cc. 15-18) 7 etapas (12.37-39; 13.20; 14.1-4; 15.22a; 16.1; 17a; 19.2) com 5 rebeliões que negam o camino do êxodo (14.11-11-12; 15,24; 16,2-3; 16,20,27; 17,2-3,7) e 5 intervenções providenciais de Deus (14,15-31; 15,25; 16,11 - 15; 16,22 -24; 17,5-6); (a) berit = aliança proposta e aceitação (cc. 19-24); (b) ordem para construir o santuário (cc. 25-31); (a1) berit = aliança recusada e re-proposta (cc. 32 -34); (b1) construção do santuário (cc. 35-40).C) LEVITICO

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a. cc. 1-10 sacrifícios e sacerdotes b. cc. 11-16 enumeração de impurezas encerrada pelo rito anual que expia - perdoa a todos (c. 16 Dia da Expiação) a1. cc. 17-26 código de santidade + apêndice (c. 27)B1) NÚMEROS(b1) cc. 1-10 disposições de culto dadas ao Sinai, com a celebração da primeira Páscoa antes da partida (9,1-14); (a1) cc. 11-34 viagem do Sinai para a terra prometida 7 etapas (10,11-12; 12,16; 20,1; 20,22; 21,4; 21,10-13; 22,1) com 7 rebeliões que negam o caminho exodal (11.1-9; 12.1; 14.2-4; 16.3-4; 20.2-5; 21.4-5; 25.1-5) e 7 intervenções providenciais de Deus (11,10-35; 12,4-10; 14,6-9; 16,4-35; 20,6-11; 21,6-19; 25,6 - 9 ).A1) DEUTERONOMIODEUTERONOMIO \"testamento espiritual\" com o qual Moisés indica as condições para entrar na terra prometida, com bênçãos e maldições (cc. 27-28) ligadas à fidelidade ou não à aliança berit, experiência que pode tornar a vida \"feliz\" do povo judeu convidado a realizar o \"projeto shalom\"; cc. 33-34 Moisés abençoa as 12 tribos; morte do líder-legislador e seu enterro.

As correspondências entre Gênesis e Deuteronômio parecem evidentes com relação aos temas da terra (o homem é afastado em Gênesis 2-3; é prometida aos pais em Gênesis 12-50; em Dt, são ditadas as condições para entrar e viver aí felizes) e a maldição das bênçãos (Gn 3.14.17; 4.11; 8.21; 9.25-26; 12.2-3; etc .; Dt 27-29). Também entre Êxodo e Números existem correspondências em que é central a experiência do Sinai (de Es 19,1-2 a Nm 10,10), à qual chegamos (em sete etapas) depois da experiência de libertação (Êx 1-18) e da qual começamos novamente a chegar (após 7 etapas) à proximidade da terra (Nm 10,11-36,13). No centro, é colocado precisamente o livro de Levítico, que na primeira parte apresenta o que diz respeito aos sacrifícios e aos sacerdotes (cc. 1-10) e no último o que diz respeito a todo o povo (\"código de santidade\"; cc. 17-26), encaixando dessa maneira, as disposições sobre o puro (ou sagrado) e o impuro (ou profano) do cc. 11-16. sobre o \"rito anual de expiação\", \"que permite que o povo se reconcilie regularmente com Jhwh e, assim, supere as crises de sua história causadas por sua infidelidade\", constitui o cerne do livro e um certo sentido de todo o Pentateuco na sua forma actual.

História do Texto bíblico

Na sua Apologia ao judaísmo, composta no final do século I dC, o historiador Flavius Josephus fala assim das Escrituras do seu povo:«Conosco, não há miríades de livros conflitantes e contraditórios, mas apenas vinte e dois livros que contêm a história de todos os tempos, aos quais a fé é justamente emprestada. Destes, cinco são de Moisés, que entendem as leis e a tradição desde a criação do homem

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até sua morte; esse período dura cerca de três mil anos. Desde a morte de Moisés a Artaxerxes, rei dos persas depois de Xerxes, os profetas depois de Moisés escreveram os eventos de seu tempo em treze livros. Os quatro restantes incluem hinos a Deus e conselhos de vida para homens» (Contra Aptone, 1,39-40).O número total é vinte e dois, o que corresponde ao número de letras que compõem o alfabeto hebraico; portanto, evoca uma totalidade completa, à qual nada pode ser removido ou adicionado.Em vez disso, encontramos os títulos dos livros individuais em um bar do Talmud Barli, cujo objeto é o seder, o que não é inapropriado para traduzir o 'cânone' dos livros proféticos e daqueles cujo nome genérico é 'escritos' (Ketuvim). O cânone dos Profetas é: Josué, Juízes, Samuel, Rei, Jeremias, Ezequiel, Isaías, Doze. O cânone dos Escritos é: Rute, o livro dos Salmos, Jób, Provérbios, Qohelet, Cântico dos Cânticos, Lamentações, Daniel, o livro de Ester, Esdras, Crônicas (Baba batra, 14b).

Bíblia hebraicaO que chamamos agora de Bíblia Hebraica é, portanto, historicamente a Bíblia Farisaica. Após a destruição do Templo de Jerusalém, em 70 dC, após a revolta contra Roma, ele foi a instituição rabinada da Túnica que permaneceu em Israel, e os rabinos eram predominantemente farisaicos na orientação. Depois que o templo foi destruído, a sinagoga permaneceu, um local de oração e estudo. Uma das primeiras preocupações dos rabinos da Palestina, que haviam perdido todos os remanescentes da independência política, era salvar a sabedoria religiosa de Israel. Para esse propósito, nada era mais importante do que estabelecer exatamente o que eram os livros sagrados. Como os rabinos eram majoritariamente fariseus, a Bíblia de sua tradição se tornou a Bíblia de todo o Israel ao longo de uma ou duas gerações, sem a necessidade de um ato formali.

A Bíblia Hebraica antes da destruição do TemploO que sabemos sobre as escrituras de Israel no período anterior à destruição do templo? O Mishna declara que 'todos os livros tornam suas mãos impuras, exceto os livros do átrio’ (Kelim, XV, 6): significa Passeio Sagrado que cercava o Templo de Jerusalém, onde eram mantidos rolos de Escrituras Sagradas, que ao contrário de todos os outros, eles podiam ser tocados. Nas antiguidades judaicas, Flavio Giuseppe menciona uma 'Escritura' (111.38), um 'livro' (iv, 303), 'os escritos' (v, 6i) no Templo; e na Guerra Judaica (vii, 5 e 7), ele diz que entre os troféus que Tito exibiu em Roma em seu triunfo também incluíam 'a lei dos judeus', que não é necessariamente o único Pentateuco. Novamente, com a Mishna, aprendemos (ver Yoma, 1.6) que para manter acordado o sumo sacerdóte durante a noite, era costume ler as passagens de Jó, Esdras e as Crônicas (e ocasionalmente de Daniel). Essa série de dados nos leva a pensar

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que o cânone farisaico dos livros sagrados correspondia, mais como um livro a menos, ao geral do judaísmo do século IX aC.19. é inteiramente plausível que Judas Maccabeus, tendo assumido e reconsagrado o Templo, também reconstituísse a coleção de livros sagrados depositados ali. Como preservada no templo, esta coleção não poderia deixar de ter valor canônico para todo o judaísmo que se referia ao templo. No entanto, hesitaria em falar de uma canonização da Bíblia por Judas Maccabeus, ou talvez pelos soberanos hasmonianos, como Philip R. Davies acredita, por exemplo.No final do século II aC temos o testemunho do sobrinho de Sirach, que traduziu o trabalho de seu avô para o grego. Citamos seu prefácio:«Muitas grandes coisas nos foram dadas pela lei, pelos profetas e seus outros sucessores [...] meu avô Josué, que se dedicou acima de tudo à leitura da lei, aos profetas e aos outros livros dos pais [...]. As mesmas coisas não têm força igual no hebraico e traduzidas para outro idioma; não apenas este trabalho, mas também a própria lei, as profecias e outros livros têm não pouca superioridade em sua própria língua».O sobrinho pede desculpas antecipadamente pela imperfeição de sua tradução, mas ressalta que nenhuma tradução é igual à original, que ele afirma também ser verdadeira para 'a lei, as profecias e outros livros', o que, portanto, a Bíblia já havia sido traduzida para o grego. Aqui abrimos um parêntese e falamos dos saduceus, de quem é frequentemente afirmado que eles também tinham o único Pentateuco como seu livro sagrado. A fonte desta notícia é Orígenes, que escreve no entanto no século XII dC, quando os saduceus haviam desaparecido há muito tempo. É, no entanto, digno de nota que os argumentos dos Saduceus relatados nos textos rabínicos sempre se baseiam apenas nos livros de Moisés.

O texto do Antigo Testamento hebraico Não temos um original de nenhuma obra literária clássica, e o mesmo pode ser dito da Bíblia. O texto que lemos é o resultado do trabalho realizado com base nas cópias do texto no idioma original que chegaram até nós após um longo processo de cópia.Portanto, não temos o texto original da Bíblia, mas apenas 'testemunhas' do texto bíblico. A redação original do autor só pode ser reconstruída - conjecturalmente - com base na análise e comparação de todas as testemunhas do texto em estudo, sejam elas testemunhas diretas (entregando o texto no idioma original e por si só) ou indiretas ( por exemplo citações e traduções).

Testemunhas diretasO texto hebraico (e aramaico) do Antigo Testamento, que se tornou padrão nas edições impressas de 1488 até hoje (ver infra, PAR. 2.1.1), é o chamado 'texto massorético'. No entanto, não é a única testemunha textual do Antigo Testamento. A seguir, apresentaremos brevemente as várias famílias de testemunhas textuais.

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O TEXTO MASORETICOO texto massorético (doravante tm) refere-se a uma tradição manuscrita muito uniforme, caracterizada por reproduzir, juntamente com o texto hebraico do Antigo Testamento, também a masora, que é um aparato de listas, informações e notas para preservar a escrita tradicional e leitura do próprio texto.A MT não é, portanto, uma única testemunha textual, mas uma família de códigos ou, melhor, um conjunto de famílias de códigos. A tradição maçoretica é conhecida a partir de uma série de códigos medievais que transmitem com cuidado meticuloso um texto bíblico que tem suas raízes em uma tradição textual anterior.Para entender completamente esse desenvolvimento histórico, é importante saber que até o início da Idade Média, o texto hebraico do Antigo Testamento consistia apenas de caracteres consoantes, sem nenhuma anotação de pontos de vogal. Esse modo de escrever não é nada estranho, mas é possibilitado pela característica, típica das línguas semíticas, de ter raízes semânticas com base consoante. A partir do século VII dC então começamos a sentir a necessidade de consertar - além dos sinais consoantes - também a vocalização, que é a pronúncia, do texto consonante. Ao texto, até então transcrito apenas com caracteres consonânticos, foi adicionada uma série de sinais (pontos e linhas) que foram utilizados para fixar a pronúncia vocal. Para esse fim, vários sistemas de vocalização se desenvolveram ao longo do tempo: babilônicos, palestinos. Esse último sistema, o mais coerente e adequado ao objetivo, acabou substituindo os outros dois anteriores e se tornou o único aceite com autoridade. O texto hebraico chamado 'massorético' então transmitiu um texto consonantico já fixado nos primeiros séculos da era cristã, ao qual vários outros elementos foram adicionados durante o início da Idade Média, incluindo a vocalização. O componente consonantico da MT é, portanto, portador de uma tradição muito mais antiga que os manuscritos da MT. Quando o texto consonantico se tornou autoritário e aceite por toda a comunidade judaica, tornou-se estável e não foram mais permitidas alterações; isso não significa, contudo, que antes dessa data o texto dos vários livros bíblicos já fosse único e uniforme. Além disso, às vezes se pode apresentar pequenas divergências da componente consonantica, mesmo dentro da TM. Tais variações, internas à tradição judaica e principalmente devido ao processo de cópia, são muitas vezes preservadas no aparato de notas massoréticas.A família de Masoretes a quem foi atribuída a maior escrupulosidade e precisão é a de Aaron (filho de Moshè) ben Asher, o último de uma família de masoretes ativos em Tiberíades desde a segunda metade do século VIII até a primeira metade do século 10 dC. Tendo sido aceito como o texto bíblico oficial do judaísmo desde o século II dC, a TM é testemunhado por numerosos manuscritos medievais muito semelhantes. No entanto, o grande número de manuscritos conhecidos não ajuda no estudo crítico do texto, porque todos pertencem à mesma tradição.

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O PENTATEUTO SAMARITANOO Pentateuco samaritano contém o texto da Tôrãh e é considerado pela comunidade religiosa samaritana como o único corpus da Sagrada Escritura. Os estudiosos discutiram muito a data de criação deste Pentateuco; a hipótese que atualmente desfruta da preferência é colocar a gênese do Pentateuco samaritano durante o segundo século aC, enquanto anteriormente era discutido preferencialmente o quarto século aC, de acordo com o testemunho de Flavius Josephus.O Pentateuco samaritano é escrito em hebraico com caracteres arcaicos. Enquanto os manuscritos medievais não contêm vocalização, apenas recentemente, e principalmente por estudiosos modernos, foi a vocalização registrada.Manuscritos dessa tradição foram redescobertos por estudiosos europeus a partir de 1616, quando Pietro della Valle adquiriu um em Damasco. Todos os manuscritos samaritanos hoje conhecidos são medievais ou modernos. O fragmento mais antigo, segundo Alan D. Crown, remonta ao século IX, mas a grande maioria pode ser datada do século XII em diante.O Pentateuco samaritano contém muitas lições típicas da teologia samaritana (por exemplo, 'Garizim' em vez de 'Sião')

OS ROLOS DO MAR MORTO

De 1947 a 1956, aproximadamente 900 manuscritos bíblicos e extra-bíblicos foram descobertos em Qumran, em onze cavernas. A extraordinária importância da descoberta está acima de tudo no fato de que, pela primeira vez, fomos confrontados com testemunhas do texto bíblico cronologicamente antes da tradição massorética. Os manuscritos bíblicos descobertos em Qumran, às vezes muito fragmentários, pertencem a pouco mais de 200 manuscritos diferentes, aos quais devem ser adicionados cerca de 20 documentos descobertos em outros locais, sempre nas proximidades do Mar Morto. Fragmentos de todos os livros da Bíblia Hebraica foram descobertos, exceto Ester e Neemias (considerando Neemias separado de Esdras). Os manuscritos de Qumran podem ter sido escritos no próprio Qumran ou podem ter sido transportados de outros lugares; a maioria deles remonta ao século I aC, mas sua data varia do final do século V aC para o I.C.

O TEXTO DO A. T. E SUAS TESTEMUNHASAS VERSÕES ARAMAICAS OU TARGUMIM

A língua aramaica se espalhou na Palestina durante a era persa; Traduções aramaicas da Bíblia começaram a ser preparadas, mesmo para o uso da sinagoga. A principal característica dessas traduções, embora seja difícil de generalizar, era o caráter de paráfrase.

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A questão da origem do targumim ainda não está definida, mesmo para a diferença entre os vários targum individuais. De qualquer forma, alguns deles devem necessariamente transmitir tradições antigas, já que fragmentos de um targum foram encontrados em Job e no Leviticus em Qumran.De muitas fontes medievais, temos vários targumim. O mais importante é o targum Onqelos, no Pentateuco, o targum oficial da Babilônia, composto, segundo a tradição rabínica, pelo prosélito Onqelos (Áquila). Esse targum foi entregue de uma forma muito estável - tinha sua própria masora - e foi considerado particularmente autoritário.Os textos targumicos, algumas vezes contendo até paráfrases longas, seguem principalmente o texto hebraico da tradição massorética, embora em casos raros contenham lições que se desviam da MT. A dificuldade de usar essas traduções aramaicas para a reconstrução do texto bíblico reside principalmente no fato de que a intenção dos tradutores era também interpretar, explicar e tornar as Escrituras 'atuais'.

TRADUÇÕES LATINAS E VULGATA

Embora a língua cultural do cristianismo primitivo fosse grega, depois de meados do século II dC começaram as primeiras traduções do texto bíblico para o latim, principalmente no norte da África e no sul da Gália. As citações em latim de Tertuliano documentam uma variedade textual que não revela a existência de uma única tradução para o latim, enquanto autores posteriores, como Cipriano e Agostino, testemunham uma maior uniformidade de citação.O conjunto dessas primeiras traduções para o latim, às vezes diferentes entre si, foram chamadas com o título de Vetus Latina. O Latin Vetus foi remontado principalmente através de citações patrísticas e lições marginais dos manuscritos da Vulgata; portanto, é preciso pensar em uma única tradução completa e autorizada da Bíblia. O latim Vetus, embora para muitos livros se baseie principalmente em uma tradução anterior para o grego, é muito relevante para a história textual de Ester e MacabeusJerônimo, depois de revisar o Novo Testamento, entre 390 e 405 dC ele também preparou uma nova revisão do Antigo Testamento. Essa tradução foi chamada Vulgata32 por causa de sua difusão generalizada.Jerônimo, que tinha excelentes professores de hebraico em Belém, revisou a tradução anterior em latim do Antigo Testamento, guiada pelo princípio de prioridade do texto hebraico (hebraica veritas), mas sem um plano preciso. Nesta revisão valiosa dele, estão presentes influências e contaminações de três idiomas: latim (do Vetus Latina), grego (do Esapla), hebraico (de acordo com os códigos acessíveis a ele). Assim, na Vulgata, existem septuaginismos e judaísmos que tornam essa tradução apreciável também do ponto de vista crítico-textual. No entanto, a versão da Vulgata não substituiu completamente o Vetus Latina e o último ainda era usado até o

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século IX dC Dado este período de 'dupla circulação', haverá uma contaminação subsequente entre as duas traduções.

Origem do texto hebraicoAtravés do estudo e comparação de várias tradições textuais, os estudiosos levantaram a hipótese (de várias maneiras) do desenvolvimento histórico do texto hebraico da Bíblia. Obviamente, após as descobertas de Qumran, muitas teorias tiveram que sofrer modificações; até 1947, de fato, baseava-se principalmente em três tradições: a MT, a LXX e o Pentateuco samaritano; dessa maneira, três textos judaicos eram frequentemente identificados:

palestino (TM), alexandrino (XXX) e samaritano (também devido à influência das respectivas

comunidades religiosas judaicas, cristãs e samaritanas).A realidade dos textos de Qumran não apóia esta tripartição, mas testemunha a resistência de uma variedade de edições relacionadas a vários livros, todos de alguma forma relacionados à Palestina. Nesse ponto, devemos ter em mente que, falando de 'texto original' (cuja existência é aceita pela maioria dos estudiosos, mas não por todos), não queremos entrar na questão da gênese literária, às vezes secular, de livros individuais. Bíblico, nem pretende apoiar a resistência a uma única coleção de livros oficiais. O desenvolvimento literário dos vários livros terminou em datas diferentes, dependendo dos próprios livros. Esses textos primitivos foram transmitidos como eram dentro das comunidades individuais e tiveram que sofrer, presumivelmente, também as mudanças devido à atitude que os copistas emprestaram ao seu modelo (uma abordagem fiel ou livre). É possível que, em momentos diferentes, tenham sido realizadas revisões desses textos para substituir os textos conflitantes; algumas dessas revisões provavelmente ganharam autoridade. No entanto, essas novas edições, agora aceitas como autoritativas, falharam em erradicar todos os manuscritos anteriores, de modo que esses manuscritos anteriores foram novamente copiados e / ou traduzidos (lxx). Esse processo ocorreu em etapas e de maneiras diferentes para cada livro individual, com as complicações de erros ou alterações que o processo normal de cópia sempre traz consigo. Este é o estágio da transmissão textual documentada pelos textos de Qumran, onde circulavam textos de diferentes tradições. No entanto, lembre-se de que nem todos os livros da Bíblia apresentam a mesma variedade textual: para alguns, é mais acentuado, para outros, menos.Esse período de pluralidade textual terminou no final do século I dC ou o início do por razões principalmente religiosas e políticas. A tradição atestada pela MT foi aceita e fixada pelo rabbinismo, o único grupo religioso judeu que sobreviveu com suas antigas tradições ao domínio romano, enquanto a tradição atestada pela versão LXX foi aceita pelos cristãos e rejeitada pelos judeus.

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Pentateuco'O rabino Adda, filho do rabino Chanina, disse:' Se Israel não tivesse pecado, apenas o Pentateuco e o livro de Josué teriam sido dados a ele, porque relaciona a distribuição da Palestina [entre as tribos] '' (b. Ned 22b).Somente essa citação aguda e surpreendente do tratado Nedãrtm, da ordem Nãsím, do Talmud da Babilônia seria suficiente para sublinhar a importância absoluta - de fato, a necessidade - para Israel dos cinco primeiros livros de suas Escrituras *. Somente eles, de fato, constituem a Lei, a Torá, o 'estatuto' normativo e fundador de todas as pessoas da eleição. O maior de todos os profetas, Moisés (ver Dt 34: 10), de acordo com a antiga tradição judaica, foi o autor, bem como o protagonista supremo. Se em Gênesis, de fato, se fala da pré-história do mundo primeiro (cf. Gn in) e depois de Israel (veja Gn 12-50), do Êxodo ao Deuteronômio, passando por Levítico e Números, nada mais é descrito, mesmo com digressões significativas, que a história, os feitos e as palavras do próprio Moisés.Nesta perspectiva hermenêutica, o restante dos corpora dos quais as Escrituras de Israel são compostas - 'Profetas anteriores’ {Nebiîm rtsonìm: parte de nossos 'livros históricos' e 'Profetas posteriores' {Nebiìm ahãrôním: parte de nossos 'livros profético ') com os outros' Escritos '(Ketûbîm: parte de nossos' livros sapientiais ') 2 - eles não seriam nada além de digressões, contrapontos e diversões na centralidade de Tôrat Mõseh, da' Lei de Moisés '(ver GS 8,31.32 e 23.6; iRe 2.3; 2Re 14.6 e 23.25; 2Cr 23.18 e 30.16; Esd 3.2 e 7.6; Ne 8.1; Dn 9.11.11; Mal 3,22 ) 3.1 'Profetas', nesse sentido, acabariam denunciando e registrando, apesar de repetidas referências à fidelidade ao Tôrãb, o fracasso de Israel em cumprir a Lei Sagrada e, portanto, ao mesmo tempo, a progressiva remoção do homem. da aliança com Deus, pense, por exemplo, no desapego lento e inexorável de quase toda a casa reinante de Israel e de Judá, desde os preceitos e os mandamentos do Tôrãb, comprometendo tudo 'o que é mau aos olhos de Yhwh', ou os inúmeros apelos de conversão de muitos profetas, até o inevitável colapso com o exílio dos dois reinos. Os outros 'Escritos', por outro lado, também poderiam ser considerados como uma reflexão, uma releitura, uma repetição e uma interpretação, em uma chave frequentemente antropológica, da mesma 'Lei de Moisés'.

Visão histórica de conjunto

Na situação em que o Pentateuco aparece atualmente, podemos distinguir facilmente os seguintes blocos de conteúdo:

Blocos temáticosNa situação em que o Pentateuco aparece atualmente, podemos facilmente distinguir os seguintes blocos de conteúdo:- Gn 1-11 história primitiva

12-50 história patriarcal

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- Ex 1-18: escravidão de Israel no Egito, libertação, jornada até o Sinai

9-40 aliança com o Sinai: narração e sobretudo legislação (Decálogo, código da Aliança, prescrições rituais)- Lv 1-7 leis de sacrifício

8-10 investidura de sacerdotes11-16 lei sobre pureza17-26 código ou lei da santidade27 apêndice

- Nm 1-10 preparação para partida do Sinai; leis diferentes11-19 do Sinai a Qades: etapas no deserto; leis sobre sacrifícios

e sacerdotes 20-36 de Qades a Moab; outras provisões

- Dt 1,1-4,43 1º discurso de Moisés: lembrança dos estágios no deserto

4,44-28,69 2º discurso de Moisés: Decálogo (5,6-21), código deuteronômico (12,1-26,15)

29-30 3º discurso de Moisés: últimas recomendações31-34 últimos gestos e morte de Moisés.

TETRATEUCO, PENTATEUCO, EXATEUCO OU ENNEATEUCO?

ExateucoA antiga tradição que limita a cinco livros da lei foi re-questionada pelas obras sobre as origens do Pentateuco e da população.Portanto, fala-se em 'Exateuco' ('Seis rolos') e não mais em Pentateuco. Até o famoso exegeta G. von Rad fala de Exateucoii O problema da história das formas do Esateuco'. Para von Rad, o núcleo das tradições sobre as origens de Israel é encontrado no 'pequeno credo histórico' de Israel.Agora, esse 'credo' termina com a menção do dom da terra. Portanto, conclui von Rad, não devemos falar de Pentateuco, mas de Exateuco, já que a tradição sobre as origens de Israel teve que terminar com uma história da conquista que agora é encontrada no livro de Josué, o sexto livro da Bíblia Hebraica. Teria sido mais lógico que todo o trabalho tivesse terminado com a entrada em Canaã. Em outras palavras, o livro atual de Josué deveria ter sido parte do Pentateuco. E de fato havia quem quisesse falar sobre o 'Exateuco', incorporando precisamente o Josué no bloco do Pentateuco.

TetrateucoEssa posição é cada vez menos sustentada desde que Martin Noth revolucionou a abordagem do problema, desanexando o Dt do restante dos cinco livros, afirmando que, em vez de um Esatucho e 36

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até um Pentateuco, é preciso falar de um 'Tetrateuco' (Gn ; Ex ; Lv; Nm). A idéia de von Rad foi desafiada por um de seus alunos, Martin Noth, em sua famosa obra 'História das tradições do Pentateuco'.iii O trabalho de Noth toma o nome 'Tetrateuco' ('Quatro rolos’), porque exclui o Deuteronômio do Pentateuco. Sua tese é baseada em três observações:- Não há textos 'deuteronômicos' nos quatro primeiros livros da Bíblia, excepto algumas adições sem grande importância. Portanto, não existe um vínculo literário estrito entre Gn-Nm, por um lado, e Deuteronômio, por outro. - As fontes do Pentateuco não estão presentes no livro de Josué. Em outras palavras, as histórias iniciadas em Gn-Nm não continuam no livro de Josué. Por esse motivo, é difícil falar sobre o Esateuco.- Deuteronômio é o prefácio da 'história deuteronomista' (GS - 2 Reis). O 'código deuteronômico' é precedido por um breve resumo da história de Israel (Deut. 1-3), que repete coisas já conhecidas pelo leitor do livro de Números. Essa repetição é entendida apenas se Deuteronômio foi concebido como o início de uma nova obra que continua nos livros históricos, isto é, GS - 2 Reis. Dt 1-3 não faria sentido se Deuteronômio fosse de fato a conjectura. conclusão de uma obra que incluía o livro de Números.A história deuteronomista deve ser lida 'à luz do Deuteronomio'. Por exemplo, Josué pode conquistar a terra porque ele é fingido com a 'lei de Moisés' (Gn 1,7-8; 23,6). As pessoas infiéis são punidas pelo seu Senhor pela perda da terra (2 Reis 17,7-23; especificações 17,13.19). A 'história deuteronomista' é, em grande parte, a história da fidelidade ou infidelidade de Israel à lei de Moisés contida em Deuteronômio.Para Noth, o Pentateuco nasceu quando os dois blocos Gn - Nm de um lado e Dt com a história do deuteronômio do outro, foram reunidos em uma grande obra. Nesse momento, o Dt se tornou a conclusão do Pentateuco e, portanto, foi necessário destacá-lo do livro de Gs e do resto da história deuteronomista.Mas Noth nunca afirmou que houve um 'tetrateuco' porque, segundo ele, as fontes antigas, como os livros atuais Gn - Nm, exigem uma continuação, que é uma história da conquista.

Enneateuco - A teseAlguns exegetas pensam que o conjunto Gn-2 Reis deve ser entendido como uma grande unidade literária que começa com a criação do mundo e termina com o exílio babilônico. O tema principal desta história seria a terra. No começo, JHWH promete aos patriarcas; em Es-Nm, Israel caminha em sua direção no deserto; Josué o concurso; os juízes a defendem; sob Davi e Salomão, torna-se um reino, primeiro unido, depois dividido entre o norte e o sul; finalmente, Israel perde esta terra na época do exílio na Babilônia.De acordo com D.N. Freedman. essa longa história seria a 'História Principal' ou a 'primeira história' de Israel (História Primária). É

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necessário distinguir esta «história principal» da «história do cronista», que consiste em 1-2 Cr e Esdras-Neemias.A segunda história do cronista resume de maneira drástica a narração das origens, desde a criação até o reinado de Davi, para se concentrar sobretudo no reinado deste último, seu filho Salomão e seus sucessores. Os livros de Esdras e Neemias descrevem a reconstituição da comunidade de Israel após o exílio.A 'história principal' termina com a destruição do templo e do esilio; a 'História do cronista' culmina na reconstrução do templo e da comunidade pós-exílica.iv

Aspectos literários do Pentateuco

Se, à primeira vista, o Pentateuco dá a impressão de um complexo bastante unitário, uma investigação um pouco mais precisa e aprofundada revela mudanças repentinas de estilo, vocabulário, mentalidade, colisões e contradições de conteúdo, duplicação e numerosas repetições. Diante dessas observações e observações que fizemos, parece: com algumas evidências de que o Pentateuco pode não ter sido obra de uma única mão. Nesse caso, haveria vários autores que contribuíram e diferentes épocas nas quais ele trabalhou em sua composição. Também existem pontos de vista diferentes, situações concretas e várias necessidades que surgiram dos diferentes blocos que atualmente exigem o Pentateuco.A pesquisa sobre o Pentateuco opera usando o método da crítica literária, que verificaa unidade e coerência literária de um texto. Lá onde observa tensões ou contradiçõesconteúdo e terminologia, repetições e duplicações, transgressões e concepções sintáticasem concorrência entre si, conclui por uma origem diferente das partes do texto em questão.Para prosseguir com mais clareza, distinguimos os problemas literários dos textos legislativos daqueles intervenções narrativas e editoriais

OS TEXTOS LEGISLATIVOS AO Pentateuco é caracterizado pela presença de numerosos textos legislativos. Muitos destes, são parecidos, e, por outro lado, contêm diferenças óbvias. Eles são os famosos duplicatas do Pentateuco. A explicação mais simples é dizer que esses textos foram escritos por vários autores em vários períodos.Os textos legislativos gozam de uma posição privilegiada em particular porque são todos apresentados como 'palavra' de Jhwh, revelada a Moisés e transmitida deste para o povo de Israel (cf.Ex 20.18-21; Dt 5,23-31).Embora todos os textos legislativos tenham a mesma autoridade, existem diferenças óbvias

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entre as várias leis, especialmente entre os três principais códigos, a saber, A) o 'código da aliança' de Ex 20,22-23,33, B) o 'código deuteronômico' de Dt 12,1-26,15 C) e a 'Lei da santidade' de Lv 17-26.A análise mostra que algumas leis foram escritas com referência a outras para corrigi-las. Asleis sobre escravos, empréstimos, amor ao inimigo e decálogo são entre os exemplosclaros deste fenómeno. Analisaremos a lei dos escravos e o Decálogo.As leis relativas aos escravos21a - O código da aliança (Ex 21.2-11)A lei sobre os escravos no código da aliança distingue o caso do escravo daquele daescrava: A lei de Es 21.2-11 lida com pessoas que são entregues ou compradas para pagardívidas, não 'escravos permanentes', como prisioneiros de guerra.Um dos pontos fortes deste texto legislativo é: a lei destaca os direitos e deveres dosPatrões em relação a servos e servas. Seu primeiro objetivo é proteger os direitos dasfamílias. Portanto, antes de tudo, regula os problemas do Dimensão diacrônicaA história da pesquisa exegética sobre o Pentateuco mostrou que o texto não é o resultado de uma processo de treinamento exclusivo, muito menos um trabalho realizado com lógica e consistência do início ao fim. Antes de apresentar um resumo da história da pesquisa, examinamos algumas razões que levaram muitos exegetas a afirmar, contra a tradição consolidada, a não unidade do texto do Pentateuco.

Problemas literários do Pentateuco

A pesquisa sobre o Pentateuco opera usando o método da crítica literária, que verifica a unidade e coerência literária de um texto. Lá onde observa tensões ou contradições conteúdo e terminologia, repetições e duplicações, transgressões e concepções sintáticasem concorrência entre si, conclui por uma origem diferente das partes do texto em questão. Para prosseguir com mais clareza, distinguimos os problemas literários dos textos legislativos daqueles intervenções narrativas e editoriais.18

OS TEXTOS LEGISLATIVOS BO Pentateuco é caracterizado pela presença de numerosos textos legislativos. Muitos destes, de um separados, eles se parecem e, por

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outro lado, contêm diferenças óbvias. Eles são as famosos duplicatas do Pentateuco. A explicação mais simples é dizer que esses textos foram escritos por vários autores em vários períodos.Os textos legislativos gozam de uma posição privilegiada em particular porque são todos apresentados como 'palavra' de Jhwh, revelada a Moisés e transmitida deste para o povo de Israel (cf. Ex 20.18-21; Dt 5,23-31) 19.Embora todos os textos legislativos tenham a mesma autoridade, existem diferenças óbvias entre as várias leis, especialmente entre os três principais códigos, a saber, o a) 'código da aliança' de Ex 20,22-23,33, b) o 'código deuteronômico' de Dt 12,1-26,15 e c) a 'Lei da santidade' de Lv 17- 26. A análise mostra que algumas leis foram escritas com referência a outras para corrigi-las. As leis sobre escravos, empréstimos, amor ao inimigo e decálogo estão entre os exemplos claros deste fenómenos. Analisaremos a lei sobre os escravos e o Decálogo.

As leis relativas aos escravos 21a

a) O código da aliança (Ex 21.2-11) A lei sobre os escravos no código da aliança distingue o caso do escravo daquele da escrava: 2«Filho de homem, volta a tua face para sul; dirige a tua palavra à região meridional e profetiza contra a floresta, que se encontra na região do Négueb. 3Assim falarás à floresta do Négueb: Ouve a palavra do Senhor. Assim fala o Senhor Deus: ‘Eis que Eu acendo o fogo em ti, para devorar todas as árvores verdes e todas as árvores secas; as chamas violentas não se apagarão e tudo será devorado, desde o Négueb até ao Norte.’ 4E todos verão que Eu, o Senhor, é que provoquei o incêndio e ele não se extinguirá.» 5Então, eu disse: «Ah! Senhor Deus, eles dizem de mim: ‘Não fala ele sempre em parábolas? 6Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: 7«Filho de homem, volta a tua face para Jerusalém e prega contra o seu santuário! Profetiza contra a terra de Israel, 8e diz à terra de Israel: Assim fala o Senhor: ‘Eis-me contra ti. Vou arrancar a minha espada da bainha e exterminarei do teu seio o justo e o pecador. 9Porque Eu quero exterminar do meio de ti o justo e o pecador; por isso vai sair da bainha a minha espada contra todos, desde o Négueb até ao Norte.’ 10Então, todos reconhecerão que Eu, o Senhor, tirei a espada da bainha e não volto a embainhá-la.» 11Tu, porém, filho de homem, solta gemidos. Geme com os rins despedaçados e com tristeza. 12Então, se eles te perguntarem: ‘Porque gemes?’, dirás: ‘Por causa da notícia que acaba de chegar, com a qual todos os corações ficarão desfeitos e todas as mãos paralisadas, os espíritos enfraquecidos e os joelhos dobrados. Eis que ela já chegou e vai cumprir-se’» – oráculo do Senhor Deus».A lei de Es 21.2-11 lida com pessoas que são entregues ou compradas para pagar dívidas, não 'escravos permanentes', como

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prisioneiros de guerra. Um dos pontos fortes deste texto legislativo é: a lei destaca os direitos e deveres dos mestres em relação a servos e servos. Seu primeiro objetivo é proteger os direitos dos famílias. Portanto, antes de tudo, regula os problemas do casamento.

b - O código deuteronômico (Dt 15,12-18)A lei de Dt 15,12-18 é semelhante à do código da aliança em alguns pontos; em outros, em vez disso, diverge substancialmente. A tradução mostra as etapas comuns em itálico duas leis:12«Quando um dos teus irmãos hebreus, homem ou mulher, te for vendido, servir-te-á seis anos; mas no sétimo ano terás de o deixar sair da tua casa, restituindo-lhe a liberdade. 13E quando libertares do serviço esse escravo, não o despedirás de mãos vazias, 14mas dar-lhe-ás um presente do teu gado miúdo, do teu celeiro e do teu lagar; dar-lhe-ás uma parte dos bens com que o SENHOR te houver favorecido. 15Recorda-te que foste escravo no país do Egipto e que o SENHOR, teu Deus, te libertou. Por isso, eu hoje te prescrevo este mandamento.16Pode, porém, acontecer que o escravo te diga: ‘Não te quero deixar’, porque, sentindo-se feliz em tua casa, ele se apegou a ti e à tua família. 17Então, tomarás um furador, furar-lhe-ás a orelha contra a porta, e será teu servo para sempre. E procederás da mesma forma para com a vossa serva. 18Não fiques contrariado ao dar-lhe a liberdade, pois ele ganhou duas vezes o salário de um mercenário, servindo-te durante seis anos. E o SENHOR, teu Deus, te abençoará em todas as tuas empresas.»A comparação mostra semelhanças e diferenças.- SemelhançasExistem três convergências importantes: as duas leis lidam com o escravo judeu (aibrî); a duraçãon a escravidão é de seis anos e o escravo é libertado no sétimo ano; se o servo quiser permanecendo com seu mestre, a mesma operação é realizada: perfurando a orelha do servo com um furador contra a porta.- DiferençasA primeira e mais importante é a maneira como os servos são tratados. O código da aliança lida com servidores e os serve da maneira oposta, já que a serva não pode ser libertada após seis anos ('ela não sairá quando os servos saírem 'Ex 21: 7). No código deuteronômico, no entanto, a lei se aplica ao servidor quanto ao servo: 'Se seu irmão judeu ou sua irmã judia se render a você ...'.Ambos servirão seis anos e o sétimo será lançado (Dt 15,12). O mesmo se aplica ao caso do servo que deseja permanecer com seu senhor e tem um furador na orelha: 'Você fará o mesmo pela sua escrava' (Dt 15,17). O servo e o servo terminam seu tempo de serviço, a lei deuteronômica introduz o direito a 'boa saída'. De acordo com esse direito, o escravo e a escrava podem ter alguns bens para sobreviver imediatamente após o serviço. Durante seis anos, eles trabalharam para um mestre e, portanto, têm muito pouco. Se não são ajudados, estão quase certamente condenado à pobreza.

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O 'ritual da porta' no Dt envolve uma novidade: não ocorre mais 'dar a Deus' (Êx 21.6) muito provavelmente em um santuário local, mas na porta da casa do mestre (Deut 15.16), porque no Dt só pode haver um santuário central (Dt 12)- Omissões na lei deuteronômicaA lei deuteronômica é mais simples que a do código da aliança: é apenas da duração do serviço e das condições da liberação, excluindo todas as cláusulas relevante para o casamento do escravo e do escravo, que ocupa muito espaço na leide Ex 21,2-11.- Acréscimos na lei deuteronômicaA lei deuteronômica é mais teológica do que a lei da aliança. Por exemplo, Dt 15 menciona Jhwh três vezes (15.14.15.18). Por duas vezes ele fala da bênção (15.14.18). Além disso, reconecta a lei dos escravos à experiência do êxodo, ou seja, à história da salvação(15,15). Visto que Israel era escravo no Egito e foi libertado de Jhwh, seu Deus, ele deve agora liberte seus escravos e não os mande embora de mãos vazias.conclusãoO principal problema da lei do Dt é o da libertação de servos e servas. o Dt insiste muito mais do que a lei do código da aliança sobre os direitos dos servidores e servidores.

c - A lei da santidade (Lv 25,39-55) Esta lei não tem vínculos estreitos com Es 21.2-11 ou Deut 15.12-12. No entanto, as relações entre a lei de Levítico e os outros são inegáveis. A primeira parte da lei (Lv 25,39-43) trata de escravos judeus e contém alguns elementos semelhantes às leis anteriores. Na tradução a seguir, as palavras em itálico são comuns à lei de Lv e à da Dt: 39«Se o teu irmão empobrecer, junto de ti, e se se vender a ti, não exigirás dele um trabalho de escravo. 40Estará contigo como um jornaleiro, como um inquilino; servirá em tua casa até ao ano do Jubileu. 41Então, sairá da tua casa, assim como os seus filhos; voltará para a sua família e recobrará os bens dos seus pais. 42Porque são meus servos, que fiz sair da terra do Egipto, não devem ser vendidos como se vende um escravo. 43Não o domines com dureza para temeres o teu Deus.Esta lei fala novamente do irmão, como Dt 15,12, mas não menciona o servo. Além disso, no contexto de Lv 25, irmão significa acima de tudo judeu, não estrangeiro (cf. 25.44). O A lei do Lv trata, como a lei do Dt, das pessoas que devem ser entregues para pagar dívidas e sua liberação. Há uma diferença maior com as leis anteriores: a lei da LV realmente abole a escravidão dentro do povo de Israel. Quem deve pagar dívidas ele é contratado como assalariado ou residente, não como escravo (db, [, aebed), como ele diz expressamente Lv 26,39-40. A libertação, no entanto, ocorre apenas a cada cinquenta anos, durante o ano do jubileu (Lv

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26,40b). No momento, o assalariado encontra seu clã e, mais importante, seu próprio herança. Como em Dt 15,15, a lei invoca a experiência do êxodo para justificar as regras: todos os membros do povo de Israel são servos de Deus, não podem ser servos de umoutros (25.42; cf. 25.55). Diante do Deus do êxodo, todos os membros do povo de Israel são igual.As outras leis do Lv 25 contemplam o caso do servo estrangeiro e o do judeu que se torna servo de um estrangeiro. Essas situações não existem no código da aliança e aquela deuteronômica ou, pelo menos, não causa nenhum problema legal.44O escravo ou a escrava que pretendais adquirir devem sair dos povos estrangeiros que vos rodeiam; poder-lhes-eis comprar escravos e escravas. 45Podê-los-eis, também, comprar entre os filhos dos estrangeiros que residam no meio de vós, entre as suas famílias que vivem convosco e entre os filhos que lhes nascerem no vosso país, e serão propriedade vossa. 46Podeis deixá-los em herança aos vossos filhos, a fim de que os possuam depois de vós, tratando-os perpetuamente como escravos; quanto aos vossos irmãos, os filhos de Israel, que ninguém domine o seu irmão com durezaLv 25.39-43 e 25.44-46 distinguem claramente o caso do judeu que pode se tornar um assalariado, mas não escravo, e o estrangeiro que será escravo permanente. Lv 25.47-55 prevê o caso de um israelita que se torna escravo de um estrangeiro e as modalidades de seu resgate. Como as leis do Dt, o Lv procura acima de tudo proteger os israelitas contra o consequências da dívida. Portanto, ele insiste mais nos direitos dos pobres israelitas do que em os dos mestres.conclusãoAs semelhanças e diferenças entre essas leis são irrefutáveis. Esse fato coloca um um problema jurídico bastante sério: que lei se aplica à servidão? Por exemplo, é necessário libertar o escravo após seis anos (Es e Dt) ou quando se celebra o ano do jubileu (Lv)? Após seis anos, só é necessário libertar o escravo (Es) ou mesmo o escravo (Dt)? É legítimo comprar um escravo judeu (Es, Dt) ou não é (Lv)?Essas leis contraditórias são encontradas no mesmo Pentateuco e gozam da mesma autoridade divino e mosaico, uma vez que todos foram transmitidos de Jhwh a Moisés no Sinai. Essas leis Eles foram escritos pelo mesmo autor, ao mesmo tempo? Nesse caso, a legislação de Israel seria confuso e inaplicável.

O DecálogoO Decálogo é o texto fundamental de toda a lei do Antigo Testamento. É o único texto que Jhwh transmite diretamente ao povo, sem a mediação de Moisés (Êx 20,1; acima de tudo Dt 5.4). Além disso, de acordo com várias declarações, o próprio Deus escreveu em duas tábuas de pedra (Ex 24.12, 31.18; 32.15; Dt 5.22). Esse decálogo ético existe de duas formas no Pentateuco: em Êx 20.1-17 e em Deuteronômio 5.6-21. Como em ambos os casos, o próprio Jhwh proclama o mesmo decálogo ao mesmo tempo no mesmo monte Sinai em frente ao mesmo povo de Israel, seria normal

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encontrar dois vezes o mesmo texto. Em vez disso, não é assim. Os exegetas listaram cerca de vinte diferenças entre as versões de Es 20 e Dt 5. O texto do Dt contém uma série de 'acréscimos' em relação ao texto do Ex 20; em sete casos, é apenas a partícula de coordenação nós ('e'). Vamos ver o semelhanças e diferenças

Semelhanças.

Ex 20,1-11 abre com uma premissa teológica: 'Eu sou seu Senhor Deus. ' Jhwh é apresentado como um Deus ciumento que ama, pune e motiva o mandamento do sábado através do recurso à criação. No Dt 5 temos um texto muito semelhante ao do êxodo: o que é encontrado em Dt 5.1-5 reflete o Ex 20.18ss. No texto do Êxodo, há o medo do povo: o Senhor fala, mas os israelitas eles têm medo porque não ouvem sua voz; eles apenas sentem trovões enquanto eles vêem o raio e o fogo. Somente Moisés percebe a voz. É por isso que as pessoas dizem em Êx 20,19: 'Você fala e nós ouvimos, mas Deus não fala conosco, senão morreremos'. O o decálogo de Dt 5.4-15 retoma de alguma forma o que foi dito em Êxodo - 'Você teve medo desse fogo ... '- conotando, no entanto, o texto com novas teorias ressalta.

Diferenças. Pelo menos três podem ser as principais diferenças entre Êxodo e Deuteronômio. a) sábado. Enquanto em Êxodo, a observância do sabá é motivada pelo descanso de Deus no sétimo dia da criação, em Deuteronômio refere-se a libertação da escravidão egípcia. b) A estrutura do decálogo. O decálogo de Ex 20.1-17 distingue uma série de mandamentos que começam com um 'não' (lo 'á): não mate, não roube, não desejar a mulher dos outros, etc. Esses mandamentos são chamados de 'vetitivos' como eles proíbem um certo comportamento. O Decálogo de Deuteronômio, por outro lado, não apresenta essa série de proibições (elas parecem alguns apenas em vv. 17-21), oferecendo uma ampla introdução aos mandamentos juntamente com uma formulação diferente do mesmo com no centro o mandamento no sábado (ao qual são dedicados quatro versículos: Dt 5,12-15). Podemos assumir que os editores desta lei (de acordo com a escola que chamamos de deuteronômio) que eles querem reiterar - no exílio e pós-exílio - a centralidade do sábado, já que, como não há mais templo, a observância de Esse mandamento, juntamente com a Palavra, possibilita rastrear as elementos da identidade do povo de Israel. Essa centralidade também é reafirmada da estrutura concêntrica que pode ser rastreada na composição de Decálogo, que mostra que essa centralidade permite a união de mandamentos teológicos com sociais: A Dt 5.6-11: mandamentos vinculados a YHWH B Deut 5.12-15: sábado A 'Deut 5.16-21: mandamentos ligados ao povo. 44

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Os deuteronomistas organizam a unidade e a natureza orgânica do sábado por volta do sábado legislação, tornando-o o princípio arquitetônico: o sábado deve ser observado, portanto, por motivo de motivação teológica - Deus libertou o povo - que traz consigo as consequências sociais. As principais diferenças entre as duas versões do decálogo aparecem acima de tudo na segunda parte. O texto de Ex 20,13-17 contém cinco mandamentos social descoordenado e sem ordem aparente; em Dt 5,17-21, em vez disso, os seis mandamentos são coordenados e formam duas séries sucessivas que sim jogo. c) atenção aos destinatários. Deuteronômio cria um reflexo mais aprofundado sobre os mandamentos do que em Êxodo, testemunhando um maior consideração pelos destinatários e elaboração de podemos chamá-lo de 'recomposição histórica e jurídica' 23 em relação ao livro do Pacto de Êxodo: explica, ou seja, a razão pela qual se deve se comportam de uma certa maneira enquanto expressam as condições que eles baseiam as regras de tal conduta. O Decálogo de Deuteronômio tem, portanto, um caracterização mais pedagógica. A legislação da Es 20 não é, portanto, idêntica à de Dt 5: estamos, portanto, na presença de pelo menos dois decálogos em versões similares e, ao mesmo tempo, diferentes, às quais se deve adicione um terceiro texto, o de Es 34 (a lei após o episódio do bezerro de ouro). Com Blenkinsopp, portanto, podemos considerar que 'parece, no entanto, errado concluir que o A Lei Deuteronômica foi composta com a intenção de suplantar o Código da Aliança; nós são casos em que uma regra mais antiga é modificada ou cancelada por uma provisão subsequente, sem necessariamente exigir a supressão do anterior [ver Dt 12 sobre a lei no santuário]. Podemos imaginar que o (s) editor (es) das leis de Deuteronômio, assumiu / poderia ter assumido a tarefa de reformular e expandir o Legislação do Horeb que a atualiza na situação social mais evoluída da época em que éEle escreveu '24.Conclusão.Essas repetições, tensões e contradições entre os 'discursos divinos' representam um sério problema à crítica. Do ponto de vista literário, é difícil atribuir todos esses textos à mesma mão. Um autor teria evitado essas dificuldades. É mais fácil pensar que os textos foram escritos em vários momentos e correspondem a diferentes situações e preocupações. Do ponto de vista teológico, a variedade de leis que se corrigem mutuamente coloca um outro problema, o da autoridade divina da lei. Em Israel, apenas Jhwh poderia mudar a lei que veio dele e foi transmitida por Moisés. Aceitamos uma mudança na lei divino quando a modificação é promulgada por Jhwh através de Moisés e remonta à revelação do Sinai. O problema da interpretação é saber qual 'lei divina' se aplica.Pela mesma razão, uma nova lei não abole uma lei antiga: a lei é de origem divino e, portanto, tem um valor 'perene' e não pode ser revogado. A 'nova lei' vem considerado como outra forma de lei antiga. É idêntico e diferente. Somente a nova formulação 'atualizada' 26 se aplica ao aplicativo. Até o novo Testamento 45

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entendemos em certos aspectos como uma atualização do Antigo Testamento (cf. Mt 5,17).A razão para esse fenômeno é dupla. Por um lado, a lei é válida apenas se gozar uma autoridade divina. Portanto, deve ser antigo e fazer parte da revelação mosaica. 'Sinai'. Por outro lado, para ser aplicada, a lei deve ser constantemente atualizado e interpretado de acordo com as várias situações em que o povo de Israel vive.

TEXTOS NARRATIVOS

Nos textos narrativos das tensões do Pentateuco, são visíveis duplicatas e contradições entre os textos. diferente ou dentro do mesmo texto. Nenhum exegeta razoável nega o fenômeno, no entanto, há desacordo sobre como explicá-lo. No momento, é suficiente expor o fenômeno. Quem no Gen 1 começa a leitura do Pentateuco e pretende ler o mesmo Pentateuco como um história harmônica, ele se perguntará curioso como é que histórias semelhantes são recontar duas ou até três vezes e de tal maneira que às vezes se colocam em contradição um com o outro e, em caso de repetição, não deixe claro que o episódio já foi contadoanteriormente. Entre as inúmeras possibilidades, basta mencionar três exemplos que se tornaram clássicos. A história da criação dos Gen 1.1‐2.4a e Gen 2.4b - 3.24 As histórias são diferenciadas em relação ao cenário geral, devido à sucessão doeventos narrados e para a abordagem teológica subjacente.

a - Diversidade de tramasA geração 1 é inspirada na imagem de uma planície fluvial inundada todos os anos, a partir da qual surge o disco da terra, sobre o qual a vegetação começa a brotar, e que finalmente chega povoado, primeiro com animais e, portanto, com seres humanos; o último, como as plantas e animais, são criados como gênero masculino e feminino, enquanto a seguir os contadores de histórias pensam em uma pluralidade (ainda não especificada) de ser humano ao qual é toda a terra habitada foi entregue como espaço de vida.A geração 2-3 começa com uma estepe árida ou um solo completamente ressecado como 'Caos antes da criação' . Apenas um rio subterrâneo, como pode ser visto nos oásis em um ambiente deserto (cf. Jericó), e / ou chuva, como a que cai nas colinas de Efraim e Judas transformando o solo em um paraíso verdejante, tornam possível aqui que Jhwh-álo 'hîm pode começar com a criação. Do solo úmido, ele primeiro forma um figura humana e soprando o fôlego em seu rosto o torna vivo. Para este único exemplar do homem, portanto, Jhwh-álo „hîm prepara um jardim precioso, coloca você como homem dentro (como um peão) e mostra a ele os frutos das árvores deste oásis como alimento. Para que este homem não se sinta sozinho, a partir do solo úmido Jhwh-áElo „hîm forma umasérie de animais e os leva até ele. Mas estes claramente ainda se sentem sozinhos e, finalmente, análise não-vital, de modo que Jhwh-álo-hîm o faça cair sobre ele de forma profunda, mítica e costela 46

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desta figura de um homem molda uma mulher, da maneira tradicional típica da antiga Oriente, e os une; e somente neste momento temos um homem e uma mulher comoespécimes humanos capazes de viver. Ambos devem abandonar o oásis para se transformar em ambiente vital ', com o suor da testa', o chão lá fora, como se nunca estivesse lá foi a criação de Gênesis, onde, ao contrário, é dito que Elo-hîm trabalhava muito tempoantes de fazer o homem, e que a terra 'havia produzido capim macio, todas as espécies de plantas que eles produzem sementes, todas as espécies de árvores, que dão frutos com suas sementes '(Gn 1:12).

b - Diversidade da formulação teológicaSe considerarmos as imagens de Deus que emergem das duas histórias justapostas para o outro eles também são diferentes. Enquanto o criador Deus dos Gen 2-3, é chamado Jhwh-áElo „hîm e é frustrado em termos plástico e antropomórfico: você o vê diretamente em ação no meio de sua criação, sim até sente a tensão quando molda os animais e, portanto, a mulher, para dar ao figura humana, uma autêntica capacidade de vida, planta um jardim como qualquer outroJardineiro, como um rei, caminha no parque no frio da noite e conversa com seus pais. criaturas etc; o Deus da geração 1, chamado apenas áloh hîm, é soberano e transcendente, além do céu e terra: fale e as coisas acontecem; quando ele cria o homem, ele não é visto trabalhando; não diz-se com o que e como o homem molda; não fala com os homens, mas pronuncia sobre eles a bênção dele etc.

c - ConclusãoAs histórias da criação dos Gen 1 e 2-3 são colocadas lado a lado como duas diferentes representações do mundo de tal maneira que, apesar das muitas afinidades temáticas, não eles podem, no entanto, ter a mesma origem. A conta tripla de sua esposa / irmã. 12.10-20 de janeiro; 20,1-18; 26,1-11 Enquanto a pesquisa anterior tendia a considerar as três histórias sobre o sacrifício do ancestral por parte de Abraão e Isaque como duplicados clássicos e, portanto, tendiam a postular para eles um origem diferente, o problema agora é reaberto e encontra respostas diferentes. Eles no entanto eles constituem um índice de uma origem em camadas do Pentateuco a - Convergência de histórias em sua estrutura narrativaQuando ele entra na esfera de poder de um rei estrangeiro (12 de janeiro: Egito / Faraó; Gên 20: Negheb / Abimelech, rei de Gerar; Gênesis 26: Gerar, região dos filisteus / Abimeleque, rei dos filisteus) patriarca em questão passa sua linda esposa para sua irmã31 porque teme que o rei pode desejar a mulher estrangeira e tomá-la para si mesma, eliminando o marido desconfortável. Ambos os patriarcas estão dispostos a sacrificar sua esposa, que é portadora das promessas, apenas para salvar a pele e ser recompensado como 'irmãos'. As três histórias todos terminam com a mulher que é salva por Jhwh (Gênesis 12), ou áElo 'hîm (Gênesis 20), intervém (Gênesis 12: com uma praga; Gênesis 20: em um sonho), ou porque o próprio

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Abimelech descobre o mentira do patriarca (Gn 26: o rei vê o casal trocar efusões). Cada história tem seu próprio perfilA história da geração 12 apresenta paralelos com a história do êxodo: ocorre no Egito, Jhwh intervém com feridas e, assim, faz com que Sara escape do harém do faraó. Yahweh aqui livre Sara, aquela que será patriarca do povo de Israel e, portanto, a destinatária da promessa, gerando com Abraão o herdeiro da promessa. Gen 20 enfatiza acima de tudo a culpa de Abraão, se lermos a história em contexto. Em Gen17-18 prometeu a Abraão e Sara o nascimento do tão esperado filho Isaque, e este durante o ano (Gen 18,14). Quando o cumprimento da promessa é agora Em seguida, Abraão abandona (novamente) sua esposa e a concede a Abimelech, rei de Gerar, como noiva. Mais uma vez Deus intervém, para que a história da promessa não venha comprometida: diz-se explicitamente que Abimelech não apenas não tocou em Sara, mas que até Deus o atingiu com infertilidade, de modo que é excluído que a gravidez de Sara, que mais tarde é contada no Gen 21, deve ser atribuída a Abimelech. A perspectiva de a história é clara: apesar da culpa de Abraão, Deus continua a história da promessa dele começado. É surpreendente, então, no Gen. 20, que Abraão também é apresentado como um profeta que obtém a cura de Abimeleque de Deus com sua intercessão. A geração 26 parece deliberadamente construir um reflexo da geração 12. Quando Isaque, como Abraão, um motivo de fome que ele quer ir ao Egito, ele é impedido por Deus com a referência a Abraham. Mas ele fica no território de Gerar. Isaac também apresenta seus estranhos esposa Rebecca como irmã, mas aqui Deus salva a mulher como no começo: Rebecca não nem ele entra no harém do rei de Gerar, pois ele próprio observa que ela é a esposa de Isacco. Aqui Jhwh salva já preservando do perigo.É improvável que todas as três histórias tenham se originado em um e no mesmo contexto narrativa. No máximo 12.10-20 e 26.1-11, eles poderiam estar no mesmo nível, enquanto 20.1-18 eram por um lado, distingue-se claramente dos outros dois, mas, por outro, parece assumir 12.10-20. Além disso, o grande número de surpresas, especialmente nas histórias sobre Abraão narrativas duplas: estipulação da aliança (Gênesis 15 e 17), anúncio do nascimento da criança para Sara (Gênesis 17 e 18), expulsa de Hagar por Abraão e Sara (Gênesis 16 e 21).

As duas teofanias a de Jacó em Betel: Gen 28.10-22; 35,9-15

Ambas as histórias estão, por um lado, claramente duplicadas, cuja base é a mesma tipo de evento, mas sem as duas narrativas dependendo uma da outra: Deus aparece Jacob e uma promessa para ele, então Jacob levanta uma estele (masseba), ele a borrifa de óleo e atribui o nome de Betel ao local da teofania. Por outro lado, as duas narrativas mostram diferenças claras: enquanto em Gen 28 Betel é apresentado como um lugar onde Deus vive (28,7; 'casa de Deus' e

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'porta do céu'), em Gênesis 35 dizemos que Deus aparece a Jacó neste lugar e, conseqüentemente, que no final da teofania ele novamente sobe ao céu (35.13). Além disso, a breve seção designa Betel três vezes (!) Como 'um lugar onde Deus havia falado com ele (Jacó)' (35.13.14.15). Além disso, em 35.10 o discurso divino começa no qual Deus muda o nome de Jacó para 'Israel', sem fazer nenhuma referência à história da luta contra o Jaboque (32.23-33), na qual também - obviamente muito mais dramático - a mudança de nome é contada (cf. 32.29).Conclusão.As duas histórias não poderiam ter a mesma origem. Gênesis 35 lê como uma 'correção' teológica posterior de Gênesis 28.

DUPLAS DENTRO DO MESMO COMPLEXO NARRATIVOTorna-se ainda mais difícil explicar com a idéia de um narrador único, as peculiaridades que são notadas em numerosas passagens narrativas do Pentateuco, nas quais mais níveis de histórias e imagens colocadas uma ao lado da outra de uma maneira que não é tão homogênea, que se de um lado acaba por ser um arco narrativo relativamente compacto, mas, por outro lado - em um olhar mais atento - somos confrontados com duas ou três histórias combinadas para formar uma narrativa cheia de repetições e contradições. Também aqui, entre os numerosos exemplos possíveis, escolhemos dois que, nas críticas ao Pentateuco, são clássicos.

A história do dilúvio (Gn 6,5‐9,17) 33

A crítica literária identificou cinco contradições que denotam pelo menos duas diferentes níveis ou camadas narrativas:a) A motivação do dilúvio: para 6.5 é a maldade dos homens; por corrupção 6.11 da terra e de toda carne.b) Animais da arca: 7.2 declara que devem ser sete animais ou pares de animais puro e sete animais ou pares de animais impuros; 6.19s fala de duas cópias de todo ser vivo.c) A duração do dilúvio: para 7.4.12 são quarenta dias e quarenta noites; para 7,6; 8,13 \u003d 7,11; 8,14 em vez disso, a duração da enchente é de um ano inteiro.d) O tipo de inundação: para 7,6; 8,2s é chuva torrencial, a água parou flui para longe; para 7,11; 8,1s é a água do abismo primordial que entra em erupção a partir do baixo e alto.e) Saída da arca: em 8.6-12 ocorre após o experimento das aves; em 8.15 a 17 para ordem de Deus.Acrescente a essas contradições o fato de todas as fases importantes do evento serem apresentado duas vezes, em uma variedade de estilos e descrições. A tabela abaixo, coleta as catorze duplicatas mais significativas e as organiza em duas seqüências sensíveis:Conto (A) (B)

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1 Cattiveria da Humanidade 6.5 6.11s2 Decisão de destruí-lo 6,7 6,133 Anúncio da inundação 7.4 6.174 Ordem para subir a arca 7.1 6.185 Convite a entrar os animais 7,2, 19s 6 ... para mantê-los vivos 7.3 6.197 Entrada na arca dos animais 7,7-9 7,13-168 Chegada da inundação 7.10 7.119 Aumento dos níveis de água 7,17 7,1810 Aniquilação do ser vivo 7,22s 7,20s11 Cessação do Dilúvio 8.2b 8.2a12 Nível de água reduzido 8.3a 8.3b.513 Convite a deixar a arca 8,6-12 8,15-1714 A promessa não envia mais o dilúvio 8.20-22 9.8-17A tabela proposta permite identificar dois níveis ou camadas da história. Na primeira história (A), Deus é chamado Jhwh. A causa do dilúvio é a maldade do coração humano. Jhwh pede a Noé que leve sete pares de animais puros e dois animais impuros com ele. A inundação dura quarenta dias e quarenta noites e é causada por uma chuva violenta. A inundação termina quando a chuva pára. Noé sai da arca e oferece um sacrifício, obviamente de animais puros. Esse fato nos permite entender por que ele levou consigo sete pares de animais puros. Jhwh cheira o sacrifício, resigna-se à maldade humana e promete não perturbar mais a ordem do universo com um dilúvio.Na segunda história (B), Deus é chamado álo'hîm, como no Gen 1. A causa do dilúvio é mais geral: a terra está corrompida e cheia de violência. Deus pede a Noé para construir uma arca e trazer algumas espécies de animais que vivem na terra. A cronologia desta segunda história se destaca por sua precisão: encontramos um verdadeiro 'calendário' do dilúvio e datas correspondentes na vida de Noé (7.6.11; 8.13) 35. A inundação é causada pela abertura das comportas do céu e pelas fontes do abismo. A cosmologia é novamente a de Gênesis 1 (cf. Gênesis 1: 2). No final do dilúvio, após a drenagem das águas, Deus abençoa Noé e sua família, muda as instruções sobre a comida - permite sob certas condições comer carne (cf. 1,29-30) - e conclui uma aliança com Noé em que promete não enviar outra inundação. O sinal da aliança é o arco-íris. Alguns problemas emergem da comparação das duas camadas. Apesar das inúmeras correspondências, as duas histórias paralelas não estão completas. Na história A, faltam dois elementos fundamentais: a construção da arca e a saída da arca. Pode-se entender por que a construção da arca é contada apenas uma vez. Talvez o 'compilador' ou 'editor' não quisesse se repetir e escolheu a história mais adequada para seu propósito.O segundo problema é mais sério: por que não descreve a saída da arca duas vezes e se a entrada é descrita duas vezes? Essa questão levou alguns estudiosos a desafiar a leitura anterior e a rever alguns dos 'paralelos' propostos pela análise. Por exemplo, a dupla entrada

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na arca talvez não deva ser considerada uma verdadeira 'duplicação', mas uma maneira de destacar um momento decisivo na história universal, repetindo duas vezes a descrição das fases decisivas do evento. Outras 'duplicatas' são suspeitas, como o início do dilúvio, o aumento das águas e a recessão das águas. Ocasionalmente, os exegetas queriam encontrar paralelos para reconstruir duas histórias completas, enquanto o texto não oferecia sinais claros ou mesmo pistas para favorecer esta operação.Apesar dessas objeções, ainda existem alguns casos em que não é possível harmonizar totalmente as duas versões do dilúvio. Para nós, basta dizer agora que as evidências apontam para um processo de composição em várias camadas. Em Es 14, a história da aniquilação do exército do faraó que perseguia Israel apresenta mais camadas narrativas, mas somos confrontados com um único evento. A descrição que salta imediatamente aos olhos é a que apresenta Moisés que, estendendo a mão, divide as águas para que os israelitas possam passar sobre a terra seca entre as águas que formam um muro à direita e à esquerda; enquanto estende a mão outra vez, faz com que as águas voltem e atingem o exército egípcio que a varre no mar. Ao lado dessa foto, podemos ver duas outras descrições concorrentes, nas quais o ator principal é Jhwh. Durante a noite, com um vento forte, ele força o mar a recuar, até que apareça o fundo seco no qual os egípcios perseguem os israelitas. Quando pela manhã as águas do mar se levantam novamente, as tropas do faraó em fuga se lançam loucamente diretamente nas ondas. No outro, temos como pano de fundo uma concepção segundo a qual Jhwh aparece como um gigante deus oriental da guerra, paralisa as tropas egípcias ao atacá-las com terror sagrado, torna suas carruagens de guerra inutilizáveis e finalmente afunda no mar como fantoches os soldados indefesos. Mas não o suficiente: 'o mensageiro de Elohim' e a coluna de nuvens negras, que fica entre os egípcios e os israelitas, entram em ação, quase como um muro de proteção para os mesmos fugitivos aterrorizados diante dos perseguidores avassaladores; e com ele há também uma coluna luminosa de fogo, que ilumina a marcha noturna de Israel. Se somarmos as duas 'canções de vitória' de Es 15,1-18 e Es 15,21, outras imagens e eventos resultam: aqui encontramos de um lado uma batalha entre deuses, na qual Jhwh destrói os inimigos do mar no mar caótico. 'Representantes de Israel dos deuses falsos (Êx 15,1-18), por outro lado, há uma batalha na qual Jhwh destrói o material de guerra (se Es 15.21 é traduzido: 'cavalo e carruagem lançados ao mar'), ou um vitória sobre o exército inimigo composto por soldados a cavalo, um exército que era particularmente temido na época dos assírios, no século VIII. A.C. (se Es 15.21 é traduzido: 'cavalo e cavaleiro jogado no mar'). Não podemos reduzir essas apresentações a tantas porções homogêneas de texto; no entanto, devemos excluir sem dúvida que compor Es 14-15 pode ter sido o mesmo narrador durante uma única «sessão de trabalho».

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CONCEPÇÕES E IMAGENS TEOLÓGICAS CONCORRENTES Pesquisas recentes sobre o Pentateuco, por um lado, levaram em conta as observações da crítica 'clássica' de natureza literária; por outro lado, registram de maneira muito mais marcante as diferenças de concepções gerais e diferentes abordagens teológicas no Pentateuco. Ainda usamos exemplos que ilustram o fenômeno. a) O contexto da tradição sobre os ancestrais de Gênesis 12-50 é fortemente distinguido na concepção de Deus em relação ao presente na tradição do êxodo e em Moisés de Es - Dt. A imagem de Deus em Gênesis é a de uma divindade protetor da família e do clã, que não apenas motiva a convivência pacífica com os vizinhos, mas também delega os patriarcas para serem mediadores de bênçãos para estrangeiros. Comparado a esta imagem, o Deus do mosaico tradicional é o Deus belicoso e violento do povo, que reivindica a rejeição - e até a aniquilação - de outros povos e deuses, assim como ele procede contra seu próprio povo com punições e de certa maneira violenta42. Contudo, mesmo entre os dias 12 e 50 de janeiro, existem diferenças que surpreendem a imagem de Deus: enquanto, por exemplo, em 17 de janeiro, Abraão não pode sequer olhar para Deus que, com um discurso muito estruturado, anuncia a ele o nascimento de Isaac. (ele imediatamente se prostrou no chão e se atreve a cuidar apenas de Deus subir ao céu), na história imediatamente seguinte do Gen. 18, onde também lida com a promessa do nascimento de Isaque, Deus aparece em forma humana, deixa-se lavar os pés de Abraão consome (junto com seus dois companheiros) a refeição que Abraão lhe oferece. b) Es - Dt esboçam diferentes concepções de Israel, que permanecem lado a lado sem serem harmonizadas. Por um lado, Israel é descrito como uma sociedade tribal, no topo da qual estão os anciãos (sob a orientação do chefe Moisés). Israel, no entanto, também é caracterizado como um povo, que está em uma relação de aliança específica com Jhwh, seu grande Rei. Finalmente, Israel é indicado como um todo como um povo sacerdotal, cujos membros têm uma igualdade fundamental entre eles; ao mesmo tempo, há uma clara distinção hierárquica entre padres e leigos. Pelo contrário, o Gênesis apresenta uma concepção de Israel de acordo com uma estrutura para as famílias e a vê parcialmente ligada por laços de parentesco com os povos de seu ambiente (Aram, Amon, Moab, Edom). Consequentemente, nas histórias de Gênesis, narram-se experiências familiares fundamentais (casamento, falta de filhos, filhos como benção, rivalidade e reconciliação, morte e enterro).c) Nos contos do Sinai, dois conceitos estão em competição: uma linha narrativa enfoca a revelação dos dez mandamentos e sua entrega a Moisés nas placas escritas pelo próprio Deus como um evento decisivo. No entanto, além disso, há outra linha narrativa, segundo a qual o evento importante é a construção de um santuário, e precisamente segundo o modelo que o próprio Deus, sempre no

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monte Sinai, indicou a Moisés. As duas linhas se cruzam várias vezes e finalmente se reúnem quando Moisés coloca as mesas na arca do santuário (cf. Êx 39.30.36)d) A teologia da aliança desempenha um papel central no Pentateuco, do qual diferentes concepções são naturalmente apresentadas. Ao lado do modelo do contrato bilateral entre Jhwh e Israel, dominante principalmente em Deuteronômio, que tem como conseqüência a bênção ou maldição para Israel de acordo com a fidelidade à aliança, encontramos, por exemplo, em Gênesis 9, a aliança com toda a criação, e em Gên 17, a outra aliança com Abraão, ambas apresentadas como 'aliança da graça' unilateral e incondicional. A diferença é sentida aqui mesmo no idioma: enquanto no contrato da aliança a formulação é usada «para concluir uma aliança entre, ou com», quando se trata da aliança da graça em Gênesis 9 e 17, diz-se que «estabelece ou oferecer uma aliança para '. Também em Deuteronômio 29-30, uma diferenciação análoga se manifesta quando, com relação ao conceito dominante em Dt 5-28 (o do contrato bilateral), enfatiza-se que a fidelidade de Jhwh à aliança pode se manifestar precisamente no fato de ele permanecer firme à sua promessa de vida e bênção, apesar da quebra do pacto pelo povo.e) A figura de Moisés também é descrita de diferentes maneiras. Por um lado, Moisés é colocado em uma intimidade singular com Deus em Êx 33,11, onde Jhwh fala com Moisés 'cara a cara', como os homens se falam (cf. também Nm 12,8; Dt 34, 10); pelo contrário, ele faz parte da glória divina e é seu espelho (cf. Êx 34.29-35). Por outro lado, por causa de sua pouca fé, ele deve morrer antes de entrar na terra prometida (Nm 20.12, 27.14; Dt 32.51), embora em Es 3 ele tenha sido encarregado de levá-lo a Israel. Além disso, há também a idéia de que Moisés deve morrer antes de entrar na terra, não por causa de sua culpa pessoal, mas por causa do povo (cf. Dt 1:37; 3:26; 4, 21)

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i Merlo, P. (2008). L’Antico Testamento.Introduzione storico-letteraria. Roma: Carocci.ii Von Rad, G. (1964). Das Alte Testament Deutsch. Gottingen: Vandenhoet.iii Noth, M. (1960). Gesammelte Studien zum Alten Testament. Munchen: Kaiser Verlag.iv Ska, J. L. (2000). Introduzione alla lettura del Pentateuco. Bologna: EDB.