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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃOLICENCIATURA EM LETRAS – HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
MODALIDADE A DISTÂNCIADISCIPLINA: ESTÁGIO NO ENSINO FUNDAMENTAL
PROFESSORA: MARIA CRISTINA ATAIDE LOBATO
ALUNAS: PB112
RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO E REGÊNCIA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
PARAUAPEBAS/ PA
JUNHO – 2015
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................2
1.1 Informações sobre a escola .......................................................................2
1.2 Sobre a localização e a vizinhança da escola ...........................................2
1.3 Descrição física da escola .........................................................................2
1.4 Equipamentos e infraestrutura ...................................................................6
1.5 Aspectos organizacionais da escola ..........................................................6
2. Relatório de estágio de observação .................................................................8
3. Relatório de estágio de regência ....................................................................12
4. Considerações finais ......................................................................................33
5. Referências bibliográficas ...............................................................................34
6. Anexos ............................................................................................................35
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1. INTRODUÇÃO1.1 INFORMAÇÕES SOBRE A ESCOLA
Nome da escola: EMEF Prof.ª Sandra Maria
Endereço: Rua Central, nº310, bairro Novo Brasil
Telefone: (94)3346-7283
E-mail: [email protected]
Diretora: Fábia Araújo do Nascimento
Coordenadora pedagógica: Cleonice Pires da Silva
Professora da turma estagiada: Arlene Ferreira da Cruz Piovezan
1.2 SOBRE A LOCALIZAÇÃO E A VIZINHANÇA DA ESCOLA
A escola está localizada em um pequeno bairro na entrada da cidade, o Novo
Brasil, boa parte da população deste bairro é formada por pessoas carentes,
algumas delas vivem em palafitas às margens do rio que corta a cidade e o bairro,
percebe-se com frequência meninas ainda muito jovens, grávidas, pessoas
alcoólatras, sentadas ou deitadas, nas calçadas da principal rua do bairro que é
repleta de bares, e também há informações sobre pontos de venda de drogas.
Não há áreas destinadas ao lazer da comunidade, como: praças e quadras
poliesportivas, o que torna a escola com sua quadra de esportes, o único espaço
público para o lazer de todo um bairro.
Enfim, neste bairro temos tudo que se poderia esperar de um bairro periférico,
onde a atuação do poder público se faz através de uma pequena escola e de um
posto de saúde lotado.
1.3 DESCRIÇÃO FÍSICA DA ESCOLA
Ao entrar na escola após passarmos do portão principal chegamos ao pátio, e
do lado direito temos acesso ao bloco administrativo: secretaria, direção, biblioteca,
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coordenação, sala dos professores e uma sala de aula; do lado esquerdo temos:
cozinha, banheiros dos alunos, almoxarifado; com frente ao bloco administrativo
temos um bloco composto por cinco salas de aula, e ao lado esquerdo deste bloco
temos um laboratório de informática, e em seguida uma quadra de esportes e outro
portão (dificilmente utilizado), a quadra tem como comprimento a largura dos blocos
administrativos e de salas de aula, somado a área descoberta que separa estes
blocos.
Pátio – este é o primeiro espaço que encontramos na escola, uma área coberta
utilizada como refeitório ou para fazer reuniões com os pais, encontramos lá mesas
forradas e bancos que os alunos utilizam para fazerem suas refeições, porém
algumas vezes este espaço não é suficiente para acomodar todos os alunos, daí
alguns lancham dentro das salas de aula.
Secretaria – uma sala pequena, com mesas e cadeiras giratórias para a secretária e
suas auxiliares, e duas cadeiras almofadadas para as pessoas em atendimento,
possui três computadores (com internet), duas impressoras, prateleiras com caixas
arquivo onde são guardados os documentos dos alunos do ano letivo atual, e no
interior desta sala há uma saleta onde é mantido o arquivo passivo de alunos e
funcionários.
Direção – esta sala é ocupada apenas pela diretora (a escola não possui vice-
diretor), encontramos nesta sala: mesa com cadeira giratória, computador (sem
internet), pequenas poltronas antigas, geladeira, um armário com materiais de
escritório e pedagógico, a sala não possui climatização, apenas um ventilador de
teto, e é bem quente no período da tarde. Nesta sala a diretora recebe alunos, pais e
funcionários.
Sala de leitura – pequena sala, com jogos de mesas e cadeiras pequenas, e
algumas cadeiras almofadadas antigas para os alunos se acomodarem, mesa com
um computador (com internet), impressora, prateleiras com diversos livros, alguns
clássicos. A sala é realmente muito pequena, e impossibilita seu uso por todos os
alunos de uma mesma turma ao mesmo tempo, mesmo se tratando de turmas com
menos de trinta alunos, já os livros, estes podem ser emprestados aos alunos,
sendo que os alunos que mais tomam livros emprestados são os do 1º ao 5º anos, o
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computador desta sala não é utilizado por alunos, apenas pela funcionária que cuida
da sala e por alguns professores.
Coordenação – uma sala com uma mesa grande e cadeiras almofadadas antigas,
armários de aço, onde são guardados materiais pedagógicos, duas outras mesas
com computares (com internet), duas impressoras. Esta sala é dividida por duas
coordenadoras que utilizam este espaço para planejarem com seus professores,
atender alunos e pais, os professores utilizam as impressoras desta sala para
reproduzirem materiais para suas aulas (geralmente com o prévio consentimento de
suas coordenadoras).
Sala dos professores – sala climatizada, que possui uma mesa grande, cadeiras
almofadadas, geladeira, estantes com livros didáticos, um armário para os
professores guardarem seus materiais de uso diário, outro armário específico para
os materiais e produções dos alunos da disciplina de artes, mesa com computador
(sem acesso a internet, temporariamente) e sem impressora. Esta sala é bastante
frequentada por todos os professores em seus horários vagos, e nos intervalos do
recreio dos alunos, para realizarem suas refeições ou lanches, os professores
também utilizam o computador desta sala para elaborar ou revisar atividades, e
quando há internet esta é utilizada para baixar vídeos que os professores utilizam
em suas aulas, ou mesmo para acessar redes sociais (quando o acesso a estas está
desbloqueado).
Cozinha – pequena, com um fogão industrial, geladeira e um pequenino depósito
para merenda. Nem todos os mantimentos podem ser armazenados nela, devido ao
seu pequeno tamanho ela não pode abrigar o freezer que guarda os alimentos
congelados, que tem de ocupar um espaço que era destinado aos materiais de
educação física, em frente à quadra.
Banheiros – há na escola apenas um banheiro para ser utilizado por todos os
funcionários (homens e mulheres), este está localizado entre as salas da biblioteca,
direção e secretaria, qualquer funcionário que desejar utilizá-lo só tem acesso por
uma dessas salas. Este acesso de certa forma torna dificultoso seu uso, e faz com
que muitos funcionários optem por usar os banheiros destinados aos alunos e
alunas, que estão em boas condições de uso e higiene (possuem até espelho), além
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dos banheiros mencionados existe um para deficientes físicos, em condições de
uso, porém totalmente ocupado por materiais de educação física.
Quadra de esportes – esta é coberta, possui refletores, e uma tela que deveria
evitar que bolas caíssem na rua ou telhados dos vizinhos, porém há furos nesta tela.
A quadra é um espaço bastante frequentado por alunos nas aulas de educação
física e pela comunidade que mediante autorizações concedidas pela diretora,
previamente, autoriza uso para treinos de atividades esportivas, e mesmo para
eventos como: festas de aniversários e de casamentos, sociais de igrejas e etc.. Os
materiais de educação física que deveriam estar na sala ocupada por mantimentos
da cozinha, ocupam um banheiro para portadores de necessidades especiais, ao
lado do banheiro dos meninos.
Salas de aula – são seis salas de aula climatizadas, sendo, duas em tamanho
menor que as demais, pois foram construídas após a inauguração da escola, uma
das salas em um espaço restante entre o bloco administrativo e o muro e a outra
entre o bloco de salas de aula e o muro, como forma de suprir a necessidade de
ampliação do número de vagas a serem ofertadas. No espaço interno destas salas
são colados trabalhos dos alunos do 1º ao 5º anos, já nas paredes externas há
painéis onde trabalhos bimestrais dos alunos do 6º ao 9º anos são expostos.
Laboratório de informática – este possui nove computadores (sem internet), um
Datashow, e é climatizada. Nos horários destinados a cada sala, os alunos se
sentam em duplas ou em trios, para utilizar os computadores com atividades
dirigidas pela professora de informática, sob a recomendação do professor de sala
de aula.
Espaços abertos – são poucos os espaços abertos, apenas uma área entre o bloco
administrativo e o de salas de aula, onde os alunos brincam aos esbarrões; um
pequeno vão dos lados direito e esquerdo do portão principal, utilizado para guardar
bicicletas; e outro ao fundo das salas de aula, onde as auxiliares de limpeza
guardam rodos e vassouras, e tem um tanque para lavarem panos de chão.
A escola não possui auditório, sala vídeo, e nem sala multifuncional.
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Ela passou por recente pintura, mas no geral precisava de bem mais do que
tinta, as grandes reclamações são: o pouco espaço destinado ao lazer dos alunos;
falta de um banheiro com mais fácil acesso para os professores; ampliação da
cozinha, para devolução da sala de educação física, e assim a desocupação do
banheiro para portadores de deficiência. De modo geral os funcionários gostariam
de ter os espaços de trabalho ampliados, à medida do possível, porém essa
reinvindicação até o momento não foi atendida pela Secretaria de Educação.
1.4 EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURA
Além dos equipamentos já mencionados no tópico anterior, a escola possui
quadros magnéticos em todas as salas de aula e de informática, que são utilizados
apenas como quadro branco; possui caixas e mesa de som, para utilização nos
eventos da escola; alguns aparelhos de Datashow, que os professores utilizam com
frequência; e internet em apenas alguns ambientes, devido a constantes problemas
com os equipamentos de distribuição e com a qualidade do sinal, tendo que se
priorizar o setor administrativo, devido a demandas diárias de acesso ao sistema de
gestão de documentação digital, adotado por toda a rede municipal.
1.5 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS DA ESCOLA
A escola pertence à esfera pública municipal, atua do 1º ao 9º anos, funciona
nos horários: manhã (7h00 – 10h45), intermediário (11h00 – 14h45) e tarde (15h00 –
18h45), atendendo a 382 alunos. Seu quadro de funcionários é composto por: 01
diretora, 01 secretária, 03 auxiliares administrativos, 03 vigias, 04 merendeiras, 03
auxiliares de serviços gerais, 02 coordenadoras pedagógicas, 08 professores do 1º
ao 5º anos, 11 professores do 6º ao 9º anos.
Já, os profissionais para atenderem a alunos que necessitam de atendimento
educacional especializado, estes são encaminhados de forma itinerante pelo NAPP
(Núcleo de Apoio Psicopedagógico de Parauapebas) e atendem aos alunos na
escola.
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Quanto ao Projeto Político Pedagógico (PPP), a gestora me permitiu acesso,
mas informou que o mesmo está passando por uma reformulação que atente às
necessidades político-pedagógicas atuais, já que o projeto em questão, data do ano
de 2009, e não oferece clareza quanto às linhas mestras a serem seguidas, não
define os resultados que se esperam em cada área de conhecimento, e nem atende
a uma sequênciação e a uma progressão das atividades de ensino, por área de
conhecimento. Sendo a escola orientada pela Secretaria de educação, quanto aos
resultados esperados bimestralmente, em cada disciplina e a sequênciação a ser
seguida por elas.
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2. RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO
Iniciei o estágio de observação no dia 23/03/15, e concluí dia 28/04/2015,
onde observei as aulas ministradas pela professora A. F. C. P., por 405 minutos nas
turmas de 8º ano A e B, e por 1395 minutos nos 9º anos A e B, compreendendo
assim um total 1800 minutos ou 30 horas de observação.
Fui apresentada pela professora a estas turmas, ela informou aos alunos que
eu passaria alguns dias observando suas turmas, alguns já quiseram saber se eu
era uma nova professora e eu expliquei aos alunos que ainda não, e que estava
passando por um período chamado estágio, que é uma etapa indispensável, não só
na formação de um profissional da área educação, mas de tantos outros
profissionais, e que é uma oportunidade de conhecer de perto o que esperar de fato
em uma determinada área.
Já conhecia a professora A., pois apliquei um projeto de ensino em uma
turma sua, em 2014, porém observá-la foi bem diferente, causou a princípio um
desconforto a ela, pois foi a primeira vez que alguém estagiou em uma turma sua,
ela chegou a dize-me que era uma sensação estranha ter alguém a observando, e
que se sentia em constante julgamento, e disse-me que suas aulas não eram
ministradas da mesma forma que antes da minha presença. A professora é formada
em pedagogia e formou-se recentemente em Letras, aliás, ela pertenceu à turma
anterior a minha.
Mas aos poucos esse desconforto se desfez, e os alunos notaram até, uma
empolgação nas aulas da professora, e atribuíam o novo ânimo nas aulas a minha
presença.
Nesses dias de observação os conteúdos ministrados no 2º ano do 4º ciclo A
e B (9º ano) durante as aulas foram: crônicas argumentativas, texto argumentativo,
produção de crônica, atividades de compreensão e interpretação de textos (caderno
de questões fornecido pela SEMED).
Com relação à metodologia, a professora utilizava basicamente roda de
conversa; separação dos alunos em duplas e em trios, para resolução de atividades;
e intervenções orais.
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Quanto aos materiais utilizados: livro Capitães da areia, cópias de crônicas,
de textos argumentativos, e de definições do gênero, Datashow, e caderno de
atividades de compreensão e interpretação de textos.
As aulas seguiam uma rotina, que eu mantive, em parte, durante a regência:
Acomodação dos alunos na classe – este período durava em torno de 5
minutos (quando nos primeiros horários), mas quando se tratava da
divisão em duplas ou em trios, podia chegar a 10 minutos, pois algumas
vezes alguns alunos se opunham a divisão sugerida pela professora;
Escrita do roteiro da aula no quadro – em todas as aulas era escrito no
quadro o roteiro, que algumas vezes era o mesmo da aula anterior;
Leitura literária “Capitães da areia” – essa obra foi escolhida pela
professora, sob a orientação da SEMED, que diariamente a lia para as
turmas de 9º ano. Alguns alunos que prestavam atenção à leitura diziam
que era como assistir a uma novela, mas a maioria dos alunos não
prestava atenção, talvez pelo fato de algumas vezes a professora se
embaraçar com algumas palavras ou mesmo pela linguagem da obra, que
muitas vezes continha palavras que necessitavam de uma interpretação, o
que não ocorria.
A chamada era feita no final das aulas;
Foram estas as rotinas diárias observadas.
Durante todo este período não houve utilização do livro didático, pois havia
um roteiro a ser seguido, roteiro este sugerido pela SEMED, onde eram apontados
os conteúdos, os objetivos e a metodologia, dos quais os professores não devem
distanciar-se, pois há uma cobrança com relação a sua aplicação. E segundo a
professora me informou quase nada do que é proposto nestes roteiros é encontrado
no livro adotado pela escola para os alunos, o que não significaria que os roteiros
sejam suficientemente bons.
Ela levava crônica e textos argumentativos impressos para serem trabalhados
em sala de aula, e também a definição do gênero trabalhado, pois copiar no quadro
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as definições tomaria muito tempo, porém só entregava estes materiais aos alunos
depois da roda de conversa, onde constatava qual o conhecimento prévio quanto ao
gênero trabalhado. As crônicas e os textos argumentativos trabalhados eram
entregues a uma turma, depois recolhidos e entregues a outra turma. Com relação a
esta situação a professora disse que os alunos perdiam os materiais que ela os
entregava, e por isso não compensava tirar xérox do mesmo material em cada aula
quando se utilizava o mesmo texto, era melhor recolhê-lo e devolvê-lo a cada aula.
A professora se vestia de maneira adequada, passava uma boa imagem,
preparava previamente os materiais a serem trabalhados e tratava seus alunos com
respeito, mas pude observar que os alunos estavam quase sempre desatentos,
utilizando celulares durante as aulas, e que a professora fazia um grande esforço
para obter a atenção deles, porém dificilmente os repreendia com relação ao uso
dos aparelhos, mesmo havendo regras que proíbem o uso de celulares em sala de
aula, sob a pena, dos aparelhos serem recolhidos e entregues apenas aos
responsáveis. A professora tinha autonomia para repreender os alunos ou recolher
seus celulares, mas não o fazia.
Assim, a cada explicação ou comando de atividade dado pela professora
havia muita dúvida, que ela pacientemente tentava tirar, mas às vezes de tanto que
os alunos perguntavam, parecia que o conteúdo não havia acabado de ser
ministrado, e eles acabavam até obtendo as respostas das atividades sem que nem
tivessem tentado respondê-las, e desta forma continuavam com dúvidas, pois não
se davam nem o trabalho de errar.
Além de atividades de leitura, compreensão e interpretação das crônicas e
dos textos argumentativos escolhidos pela professora, os alunos deveriam pesquisar
em casa ou em lan house, pois o laboratório de informática está sem internet, e levar
para a escola notícias ou reportagens para subsidiarem a elaboração das suas
crônicas, mas como a professora já previa, os alunos não levaram texto algum, e
como de costume, ela já estava preparada, com notícias já pesquisadas, e entregou
a toda a classe um mesmo material, dando o comando para que dessem início a
produção, cada qual de sua crônica, começando pela introdução, em seguida
desenvolvimento, e finalizando com a conclusão, neste momento os alunos
silenciaram e de fato via-se que tentavam produzir.
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À medida que os alunos produziam, chamavam a professora às suas carteiras
para observar se estavam conseguindo alcançar às etapas da produção, em alguns
casos a professora teve que pedir ao aluno que refizesse mais de uma vez o mesmo
trecho, desta forma as etapas de produção e correção em classe tiveram duração de
cinco aulas em cada turma de 9º ano. E as versões finais dos trabalhos foram
transcritas para uma folha padrão, as quais eu não tive acesso, pois à medida que
os alunos passavam a limpo a versão final em casa, entregavam diretamente para a
professora, independente de em qual sala ela estivesse, e ela os levava para casa
para efetuar a avaliação final das produções.
E a avaliação final destas produções consistiu em verificar se o tema era
sugestivo, se houve fidelidade ao tema, se utilizaram bons exemplos para validar
suas opiniões, se havia de fato uma conclusão, e se havia coerência e coesão nos
textos. A professora me disse que houve êxito por parte de muitos alunos, mas que
houve quem tivesse feito uma narrativa ao invés de uma crônica.
Ao final, minhas impressões com relação aos alunos foram de que, eles têm
potenciais e serem despertados, e que eles precisam se concentrar mais, até para
poderem expressar suas dúvidas, porém o uso do celular em horários impróprios
tem atrapalhado o rendimento deles, que não são capazes de perceber tal situação.
Quanto às conversas durante as aulas, estas não me surpreenderam, parece que
ainda é tudo como quando eu estudava, quando os alunos estavam ocupados com
alguma atividade, a sala ficava em silêncio. Com exceção de algumas figuras que
estavam dispostas a perturbar sempre, um em especial no 9º ano A, o aluno R.,
estava sempre de sorriso sínico no rosto, independente se era hora de atividade ou
não, e saia de carteira de um lado da sala, e ia perturbar os alunos do outro lado.
Considerações sobre a observação: a experiência da observação foi algo
interessante, pois havia momentos em que desejava intervir não só como
professora, mas às vezes como aluna, mas tinha que respeitar minha condição de
observadora, e foi justamente a condição de observadora que fez a professora A. se
sentir constrangida, esta me falou da sua falta de jeito nas aulas devido a minha
presença, conversamos sobre isso e a partir daí ela sentiu-se melhor em minha
presença, de minha parte, procurei ser o mais discreta possível. E no mais observar
a interação dela com os alunos me fez pensar que precisarei ser paciente.
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3. RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE REGÊNCIAIniciei o estágio de regência no dia 18/05/15, e concluí dia 15/06/2015, onde
regi a turma do 9º ano B (2º ano do 4º ciclo) por 1215 minutos ou 20 horas e 15
minutos, e destinei a parte, 135 minutos para correção das atividades realizadas
com os alunos, totalizando 1350 minutos de planos de aula ou 22 horas e 30
minutos.
É comum a todas as aulas apresentadas a seguir, o objetivo abaixo:
Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor.
A proposta inicial era a leitura diária deste livro, porém este livro após
conversar com a professora, esta achou melhor não fazer sua leitura nas aulas 3, 6,
9 e 12 (sexta-feira), quando havia apenas um horário e neste eram aplicadas
atividades do caderno de questões fornecido pela SEMED.
Aula 1 18/05
Tempo 135 minutos, (segunda-feira), 1º, 2º e 5º horários.
Tema Editorial: conhecendo o gênero
Objetivo Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária
Conhecer o gênero jornalístico editorial, seu contexto de produção, e relevância quanto à representatividade do seu conteúdo.
Estimular a capacidade de reflexão dos alunos quanto ao que acontece a sua volta.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, jornais e revistas que contenham editoriais, e também cópias de editoriais pesquisados em ambientes virtuais de jornais e revistas.
Metodologia Acomodar os alunos em semicírculo e escrever no quadro o roteiro da aula. 10 minutos.
Explicar que nos próximos dias a turma será regida por mim, Analice Cristovão Morais. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Fazer um levantamento, de forma oral, para saber o nível de 12
conhecimento com relação ao gênero, para possíveis adaptações no conteúdo das aulas, através do questionário abaixo.
Vocês já leram um editorial? Sabem onde encontramos este gênero textual? Utiliza linguagem formal ou informal? Vocês tem acesso a revistas ou jornais (impresso ou virtual)? Que tipo de informação lhes chama a atenção?
Neste momento informar oralmente aos alunos o que é e quais as características de um editorial. 30 minutos.
Entregar aos alunos jornais e revistas contendo editoriais, e solicitar que leiam e depois troquem com seus colegas. 35 minutos.
Socialização das leituras, com a oportunidade para cada aluno ler o que mais lhe chamou atenção no seu editorial e se foi possível identificar alguma característica. 43 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando e informando que nas próximas semanas eu estaria na regência de sua turma, em seguida escrevi no quadro o tema da aula, Editorial: conhecendo o gênero, e o roteiro: leitura literária e roda de conversa para apresentação do gênero editorial.
No momento da leitura do livro Capitães da areia, por não estarem acostumados com a presença de outra professora, os alunos ficaram mais atentos.
Em seguida solicitei aos alunos que organizassem a sala em semicírculo para darmos inicio a nossa roda de conversa sobre o novo gênero. Os alunos atenderam a minha solicitação para a organização da classe, e eu me posicionei a frente deles, fazendo as intervenções que havia proposto, e os alunos ficavam meio receosos em me responder-me, mas me disseram que que nunca haviam lido um editorial, acreditavam que poderíamos encontrar este tipo texto em livros, e que a linguagem deveria ser algo formal, quantos às perguntas sobre a leitura de jornais e revistas, estas eles me responderam sem receio, a maioria disse que lia jornais apenas durante a realização de alguma atividade na escola, e que tinha mais acesso a revistas, pois alguns pais as vezes faziam assinatura, com relação ao tipo de informação que chama a atenção deles, boa parte das meninas disseram gostar de ler notícias sobre os famosos, alguns meninos sobre esporte, outros alunos gostam de ler notícias policiais. A cada pergunta tentava instiga-los, principalmente aqueles alunos que eu notasse mais calados.
Após, com o auxílio do texto da aula 2 (anexo 1), expliquei aos alunos quais as características do editorial e salientei que estes textos geralmente aparecem nas primeiras páginas das revistas ou no caderno principal dos jornais, entreguei a eles jornais e revistas, pedindo que procurassem um texto com as características descritas em jornais que revistas que lhes entregaria, e que após encontrar lerem deveriam identificar os editoriais ou notícias que mais lhes chamassem a atenção. Os alunos começaram a ler, e solicitei que à medida que lessem seus materiais, trocassem com os colegas.
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Pedi então, que expusessem a leitura que mais lhes chamou a atenção, todos tiveram seu momento para falar, alguns com mais timidez, outros com mais desenvoltura, perguntei se alguém havia encontrado um editorial no jornal ou na revista que haviam lido, alguns haviam encontrado, outros tive que auxiliar.
Tive que ficar atenta, pois alguns alunos queriam dispersar-se utilizando o celular, eu andava pela sala monitorando se realmente estavam lendo, e quando encontrava alguém fazendo uso do celular, chamava a atenção, pedindo que deixasse para utilizá-lo em outro momento. No geral tive êxito.
Fiz a chamada e me despedi dos alunos.
Aula 2 19/05
Tempo 90 minutos, (terça-feira), 1º e 2º horários.
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Tema Conhecendo a estrutura de um editorial
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Conhecer a estrutura de um editorial.
Compreender o conteúdo do editorial em estudo.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, cópias com o conceito e estrutura de um editorial, cópias do editorial Um ralo de R$ 6,2 bilhões, do O liberal.
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia. 10 minutos.
Fornecer a cada aluno uma cópia com a divisão estrutural desse gênero e com sua finalidade, assuntos da aula 1. Dividir os alunos em duplas (para facilitar o monitoramento), entregar as cópias do editorial Um ralo de R$ 6,2 bilhões, do O liberal, pedir aos alunos que leiam com atenção e identifiquem palavras que dificultem o entendimento do texto, e a estrutura do texto. Cada dupla ficará responsável por socializar o entendimento de um parágrafo. A professora deverá ajudar os alunos a descobrir o significado de algumas palavras empregadas no texto. 43 minutos.
Os alunos deverão socializar a leitura e o entendimento sobre o texto, bem como a estrutura a identificação da estrutura. 30 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula, Conhecendo a estrutura de um editorial, e o roteiro: leitura literária; leitura e compreensão do editorial “Um ralo de R$ 6,2 bilhões” do jornal O liberal (anexo 2); e identificação da estrutura e conteúdo.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia, e a turma permaneceu em silêncio, vi que alguns mexiam no celular.
Forneci a cada aluno uma cópia com a definição do gênero e sua estruturação (anexo 1), pedi aos alunos que colassem em seus cadernos (para que não perdessem este material).
Em seguida solicitei que se dividissem em duplas, - obtive algumas objeções -, e deixei que alguns ficassem em trio, desde que fossem produtivos, e entreguei a eles uma cópia do editorial citado, para que lessem e marcassem alguma palavra que não tivessem compreendido, pois à medida que fossem lendo e tendo dúvidas, passaria com cada dupla ou cada trio para tirá-las.
Atendia os alunos em suas dúvidas e ficava de olho naqueles que gostavam de usar celular.
Deixei cada grupo de aluno incumbido de explicar um parágrafo do editorial, pois por se tratar de um assunto mostrado na TV e nas demais mídias,
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diariamente nestes últimos dias e devido às dúvidas que havia tirado, acreditava que não se embaraçariam em interpretar. De fato alguns não se embaraçaram e falaram com clareza sobre o que entenderam do texto lido, mas outros não conseguiram explicar seus trechos, e eu fiz intervenções, solicitando aos que entenderam que os auxiliassem na tarefa de interpretação.
A aula foi boa, os alunos leram e compreenderam o texto, identificaram o assunto (síntese), os argumentos e a conclusão.
Fiz a chamada e me despedi.
Aula 3 22/05
Tempo 45 minutos, (sexta-feira), 4º horário.
Tema Atividades de compreensão e interpretação
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado
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(sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Compreender e interpretar os textos lidos, identificando a quais gêneros pertencem.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, caderno de atividades de compreensão e interpretação de textos de gêneros variados (fornecido pela Semed).
Metodologia Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 5 minutos.
Formar duplas para resolver as questões do caderno de atividades fornecido pela Semed envolvendo gêneros distintos. 38 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento
Já encontrei os alunos na sala, cumprimentei a todos, e para não desperdiçar o tempo, não escrevi roteiro, já que estas aulas de sexta-feira funcionariam sempre da mesma forma, então pedi que os alunos não perdessem tempo e se separassem em duplas, desta vez não poderia ser aceito trios, e quem não aceitasse deveria fazer só.
As questões do caderno eram de compreensão e interpretação de textos distintos, para preparar os alunos para a Prova Brasil, e eram de múltipla escolha.
Os alunos resolveram cinco questões e fizemos a correção coletiva.
Alguns ficaram esperando a correção coletiva.
Fiz a chamada e me despedi.
Aula 4 25/05
Tempo 135 minutos, (segunda-feira), 1º, 2º e 5º horários.
Tema Reconhecendo o editorial
Objetivo Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a)
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professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária
Diferenciar o gênero editorial dos gêneros notícias e crônicas.
Incentivar a leitura e reflexão sobre as características de gêneros textuais distintos.
Estimular aos turnos de fala de cada colega.
Compreender e interpretar os textos lidos, identificando a quais gêneros pertencem.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, cópias de notícias, crônicas e editoriais, caderno de atividades de compreensão e interpretação de textos de gêneros variados (fornecido pela Semed).
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Dividir os alunos em grupos de três a quatro alunos, e entregar à cada grupo exemplares de notícias, crônicas e editoriais. Os alunos devem ler os textos e em seguida discutir entre eles a qual gênero cada texto pertence, utilizando para isso os conhecimentos adquiridos no 1º bimestre, sobre notícia e crônica. 45 minutos.
Socializar as constatações e com o auxílio da professora assegurar se constatações estão corretas. 30 minutos.
Formar duplas para resolver as questões do caderno de atividades fornecido pela SEMED envolvendo gêneros distintos. 43 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: Reconhecendo o editorial, e o roteiro: leitura literária; leitura reflexiva de crônicas, notícias e editoriais, e atividades do caderno da SEMED.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Prossegui a aula solicitando aos alunos que se separassem em grupos de quatro, pois tínhamos neste dia vinte alunos, o que nos rendeu cinco grupos.
Entreguei aos grupos xérox de crônicas, notícias e editoriais, retiradas de jornais e revistas, e pedi atenção, pois estavam recebendo textos de gêneros diferentes, e que após sua leitura usassem os conhecimentos que já tinham sobre notícias, crônicas e editoriais, e assim definissem à quais gêneros pertenciam. Houve nesta atividade dificuldade na identificação dos editoriais, por se tratar de um assunto novo, tive que fazer várias intervenções junto às equipes.
Já as questões do caderno da SEMED, resolvemos seis e fizemos a correção coletiva.
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Fiz a chamada e me despedi.
Aula 5 26/05
Tempo 90 minutos, (terça-feira), 1º e 2º horários.
Tema Trabalhando a interpretação.
Objetivo Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Compreender e interpretar os textos lidos, identificando a quais
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gêneros pertencem.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, cópia do editorial Um ralo de R$ 6,2 bilhões, do O liberal, cartolinas, pincéis atômicos, cola.
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Dividir a sala em grupos de três a quatro alunos, fornecer a cada grupo uma cartolina, pincéis atômicos e a cópia do editorial Um ralo de R$ 6,2 bilhões, do O liberal, (e junto com os grupos fazer a correção da atividade de identificação da estrutura realizada na aula 2.) Erro, esta atividade não ocorreu.
Cada grupo deverá colar sua cópia no centro da cartolina, e responder às perguntas, com base no que foi estudado, eles deverão anotar de um lado da cartolina as definições do gênero e outro a interpretação do editorial em estudo, utilizando o texto da aula 2.
Perguntas para auxiliar na definição: O que é um editorial? Onde o encontramos? Em que se baseia o texto de um editorial?
Perguntas para auxiliar na interpretação: Qual o tema principal abordado pelo jornal no editorial? É tecida uma comparação na formulação da tese. Qual? Quais argumentos utilizados? Chega-se a alguma conclusão? Qual?
73 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: trabalhando a interpretação, e o roteiro: leitura literária; atividade de interpretação.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Dividi os alunos em duplas e em trios, entreguei uma cartolina e um pincel atômico para cada grupo, em seguida informei que iriamos produzir um cartaz com suas compreensões sobre editorial, e que iriamos utilizar o editorial Um ralo de R$ 6,2 bilhões, do O liberal (anexo 2), e faríamos também sua interpretação neste mesmo cartaz. Está atividade foi realizada de acordo com as orientações constantes na metodologia. Os cartazes foram produzidos e as definições que os alunos deram de acordo com cada pergunta, foram confrontadas coletivamente, os alunos que haviam se equivocado em algum ponto eram corrigidos por mim ou por outros alunos. Apenas um trio não concluiu o cartaz, eles estavam no rumo certo, mas como passaram boa parte do tempo enrolando com conversas, seu cartaz ficou incompleto.
Fiz a chamada e me despedi.
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Aula 6 29/05
Tempo 45 minutos, (sexta-feira), 4º horário.
Tema Atividades de compreensão e interpretação
Objetivos Fazer inferência do conteúdo do texto a partir das informações presentes no título do texto.
Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Compreender e interpretar os textos lidos, identificando a quais gêneros pertencem.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, caderno de atividades de compreensão e interpretação de textos de gêneros variados (fornecido pela
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Semed).
Metodologia Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 5 minutos.
Formar duplas para resolver as questões do caderno de atividades fornecido pela Semed envolvendo gêneros distintos. 38 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento
Já encontrei os alunos na sala, cumprimentei a todos.
Entreguei aos alunos seus cadernos de questão, só que desta vez pedi que se dividissem em grupos de quatro ou três componentes, pois a partir desta aula a resolução seria feita em forma de competição. Esta mudança agradou a turma, que se concentrou mais para não cometer erros na interpretação das questões.
Durante a correção pude constatar poucos erros, pois em grupo os alunos discutiam suas respostas e tomavam cuidado para não errar.
Fiz a chamada e me despedi.
Aula 7 01/06
Tempo 135 minutos, (segunda-feira), 1º, 2º e 5º horários.
Tema Conhecendo elementos coesivos: conjunções
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Conhecer elementos que conferem coesão ao texto/editorial – conjunções.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, cópias de editoriais de revistas e jornais, data show.
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
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Entregar a cada aluno cópia de um dos editoriais lido na aula 1, em seguida explicar que há nos textos elementos que os ligam, conferindo desta forma sentido, e que esses elementos são as conjunções.
Utilizar no data show exemplos dos diferentes tipos de conjunções e de suas aplicações.
Informar da importância da utilização dos conectores corretos para conferir sentido a cada momento no texto.
Solicitar que os alunos leiam os editoriais com a finalidade destacarem no texto as conjunções encontradas. 75 minutos.
Pedir aos alunos que formulem exemplos de utilização de conjunções, e troquem seus exemplos com os de outro colega, que irá atuar como um revisor, e em seguida os exemplos devem ser socializados para verificação da utilização correta das conjunções. 43 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: Conhecendo elementos coesivos, e o roteiro: leitura literária; conjunções.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Entreguei aos alunos cópias de editoriais e notícias lidos por eles na aula 1, e com o auxílio de um Datashow expus o material sobre conjunções (anexo 3), e solicitei que cada um elegesse um parágrafo do seu texto e nele marcasse a medida que fossem encontrando, os diferentes tipos de conjunções presentes e que escrevessem em seus cadernos as conjunções encontradas, e a qual tipo pertenciam.
Em seguida solicitei que utilizando as conjunções encontradas escrevessem frases em seus cadernos. Alguns alunos copiaram as frases de outros colegas, eu os repreendi, e disse que deveriam fazer sua atividade individualmente, lembrei a toda à classe que apesar de está ministrando as aulas esses dias, a professora deles estava na sala e eles estavam sendo avaliados. Os alunos explicaram que achavam que era em grupo novamente, e eu achei melhor não estender a discussão.
Pedi a eles lessem as frases produzidas por eles, e algumas delas que utilizavam conjunções diferentes eu escrevia no quadro, solicitando a opinião da classe, se estava certa ou errada a frase produzida.
Fiz a chamada e me despedi.
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Aula 8 02/06
Tempo 90 minutos, (terça-feira), 1º e 2º horários.
Tema Seleção de notícias temas
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Ler a selecionar notícias para produção de um editorial.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, jornais, revistas e cópias de notícias variadas.
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Informar aos alunos que eles deverão selecionar notícias para formar um corpus, que subsidiará a produção de um editorial, e está atividade será realizada em duplas ou em trios. 73 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
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Desenvolvimento
Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: Seleção de notícias temas, e o roteiro: leitura literária; seleção de notícias.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Dividi os alunos em duplas, porém um menino F. ficou sozinho, pois todos os outros já tinham sua dupla, e ele não quis se unir a ninguém.
Como não havia internet no laboratório e por ter visto a experiência da professora que solicitava que os alunos pesquisassem em casa e eles não pesquisavam, resolvi eu mesma levar diferentes materiais sobre um único tema: a lei da palmada (sugestão da professora A.).
Expliquei a turma do que se tratava esta lei, e que existiam opiniões contra e a favor.
Pedi aos alunos que anotassem em seus cadernos pontos que julgassem importantes sobre a lei, opiniões de psicólogos, religiosos, juízes, ou de educadores, que por ventura eles encontrariam nos materiais lidos.
Informei que na aula da próxima segunda-feira, eles se posicionariam oralmente sobre sua opinião quanto ao tema, para que se preparassem e realmente anotassem o julgassem importante.
Fiz a chamada e me despedi.
Aula 9 05/06
Tempo 45 minutos, (sexta-feira), 4º horário.
Tema Atividades de compreensão e interpretação
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Compreender e interpretar os textos lidos, identificando a quais gêneros pertencem.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, caderno de atividades de compreensão e interpretação de textos de gêneros variados (fornecido pela Semed).
Metodologia Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 5 minutos.
Formar duplas para resolver as questões do caderno de atividades fornecido pela Semed envolvendo gêneros distintos. 38 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Já encontrei os alunos na sala, pois procurava estar à porta da sala no momento da troca de professores, para que os alunos não saíssem aos montes com desculpa de beber água ou ir ao banheiro, e assim atrapalhassem a aula
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em outra sala.
Entrei, cumprimentei a todos, e demos prosseguimento à resolução das questões do caderno de atividades.
Em forma de competição eles sentiram-se mais estimulados, desta vez resolvemos seis questões e às corrigimos.
Fiz a chamada e me despedi.
Aula 10 08/06
Tempo 135 minutos, (segunda-feira), 1º, 2º e 5º horários.
Tema Socializando, argumentando e produzindo.
Objetos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Socializar e assumir um ponto de vista com relação às matérias selecionadas para produção dos editoriais.
Iniciar a produção do editorial.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, papéis pautados.
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Organizar a sala em semicírculo para socialização e argumentação a respeito do motivo que levarão as duplas ou os trios a escolherem determinado assunto para compor seus editoriais. 75 minutos.
Com base no assunto escolhido formular um tema e uma introdução para o editorial, que seja adequada e que responda ao seguinte questionário:
Qual o tema está sendo abordado? Qual o posicionamento do veículo de imprensa (fictício)?
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A professora deverá orientar os alunos sobre dúvidas, durante a realização desta atividade. 43 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: Socializando, argumentando e produzindo, e o roteiro: leitura literária; socialização das notícias; definição de posicionamento; e elaboração de tema e introdução.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Pedi aos alunos que se posicionassem oralmente, assumindo sua postura contra ou a favor desta lei, e que expusessem a toda classe. Encontrei dificuldade neste momento, pois há algumas meninas tímidas, e também um garoto, que falam muito baixo, e enquanto eles tentavam falar os outros conversavam. Resolvi então, ao invés de ficar mais perto destes alunos, afastar-me deles, e quando um aluno da direita falava eu ficava entre os alunos da esquerda, quando era um aluno da frente eu me posicionava ao fundo da classe, e dizia que a classe deveria ficar em silêncio, caso contrário eu não entenderia os colegas. Tal medida deu certo, e se ouviu melhor os alunos tímidos.
Uma aluna não realizou está atividade (exposição oral), a professora me disse depois da aula que a aluna é gaga e por isso dificilmente se houve a voz da garota na sala, quanto aos demais assumiram seus pontos de vista, porém alguns não utilizaram as anotações dos textos lidos para embasá-los.
Informei à turma que era chegada a hora de começarmos a produção dos editoriais, que estes seriam feitos em dupla, e o garoto F. continuou sozinho, informei também que estaria atenta ao uso de celulares e às conversas paralelas.
Primeiro informei que o posicionamento assumido pelos alunos seria a opinião de um órgão de imprensa fictício, em seguida que nesta aula produziríamos e tema e a introdução. Como dica para iniciar, sugeri que iniciassem seus textos falando o que é a lei da palmada, e em seguida assumissem uma posição.
Fiz a chamada e me despedi.
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Aula 11 09/06
Tempo 135 minutos, (terça-feira), 1º e 2º horários.
Tema Produzindo um editorial – parte 2
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Construir argumentos e conclusão para o editorial.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, papéis pautados.
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Fazer uso das conjunções estudadas, para construir os argumentos e a conclusão. 73 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Avaliação À medida que os editorais forem produzidos, deverão obedecer à estrutura e conter as conjunções apropriadas. 45 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: Produzindo um editorial – parte 2, e o roteiro: leitura literária; elaboração de argumentos e conclusão.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Os alunos que anotaram trechos dos materiais lidos tiveram menos dificuldades na elaboração de seus argumentos.
Solicitei aos alunos que estavam com os textos que emprestassem aos que não tinham feito anotações, e mesmo assim a aluna M.L. tentava arrancar de mim em qual parte do texto ela encontraria um posicionamento
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favorável à lei, sem nem ao menos ler. Disse a ela que ale deveria ler, pois o texto era pequeno e ela encontraria algo para utilizar facilmente.
Fiz a chamada e me despedi.
Alguns alunos tiveram dificuldade em concluir seus textos, e os que me entregaram ao fim da aula levei para casa analisei se obedeciam à estrutura, e se havia emprego de conjunções apropriadas, e constatei em parte deles problemas na conclusão, algumas não concluíam nada, outros traziam questões que deveriam estar no inicio. Fiz marcações do que precisavam melhorar para devolver aos alunos.
Aula 12 12/06
Tempo 45 minutos, (sexta-feira), 4º horário.
Tema Atividades de compreensão e interpretação
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Compreender e interpretar os textos lidos, identificando a quais gêneros pertencem.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado, caderno de atividades de compreensão e interpretação de textos de gêneros variados (fornecido pela Semed).
Metodologia Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 5 minutos.
Formar duplas para resolver as questões do caderno de atividades fornecido pela Semed envolvendo gêneros distintos. 38 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Desenvolvimento Alguns alunos estavam fora da classe, eu os chamei de volta, entrei e cumprimentei a todos.
Entreguei o caderno de questões a todos, enfatizei que tivessem o cuidado de ler com atenção, pois quando fossem fazer a Prova Brasil não teriam ninguém para ajudar a interpretar as questões.
As atividades foram resolvidas em grupo novamente. Os alunos resolveram cinco questões e fizemos a correção coletiva, eu lia a questão e os grupos me diziam qual resposta haviam marcado, e quando tinham dúvida discutíamos sobre a questão.
Fiz a chamada e me despedi.
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Aula 13 15/06
Tempo 225 minutos, (segunda-feira), 1º, 2º e 5º horários.
Tema Revisando coletivamente os editoriais
Objetivos Continuar a leitura literária da obra Capitães da areia, de Jorge Amado (sob a indicação da Sec. de Educação), para que os alunos tenham no(a) professor(a) um exemplo de leitor. Obs: atividade diária.
Verificar coletivamente a assimilação do conteúdo através dos editoriais produzidos.
Trabalhar a exposição dos alunos.
Material Livro Capitães da areia, de Jorge Amado,
Metodologia Acolher os alunos e escrever no quadro o roteiro da aula. 5 minutos.
Fazer a leitura literária Capitães da areia, de Jorge Amado. 10 minutos.
Corrigir coletivamente, com o auxílio da lousa, cada editorial. 40 minutos.
Após a correção coletiva os textos serão devolvidos aos alunos, para procederem com a correção final. 30 minutos.
Apresentação dos editoriais. 43 minutos.
Fazer a chamada. 2 minutos.
Avaliação Analisar as produções observando se houve real entendimento do conteúdo. 90 minutos.
Desenvolvimento Esperei que todos os alunos entrassem na sala e iniciei a aula cumprimentando a todos, em seguida escrevi no quadro o tema da aula: Revisando coletivamente os editoriais, e o roteiro: leitura literária; revisão coletiva.
Fiz a leitura do livro Capitães da areia.
Devolvi aos alunos seus textos que eu tinha levado para casa, pedi cada dupla observasse as marcações que eu havia feito neles, e que qualquer dúvida eu responderia.
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O aluno J.P. e seu colega A. questionaram que o texto deles tinha uma conclusão e eu apontei no texto suas falhas, já outro aluno que tinha o texto repleto de erros ortografia faltou a esta aula.
De cada texto eu retirei um parágrafo, com mais problemas, e sorteei entre os alunos, e a dupla que pagava determinado trecho, esta era responsável por auxiliar naquela correção, e eu leria para toda a turma a sugestão de correção do parágrafo, porém como os alunos estavam muito ocupados corrigindo seus próprios editoriais, só dois colegas conseguiram.
Desta vez mesmo dispondo de tempo considerável os alunos não conseguiram terminar de corrigir as marcações que eu havia feito, pois estavam muito inquietos. E não pude avaliar o trabalho final, que foi avaliado pela professora, esta me disse o aluno F. que fez seu editorial sozinho, não devolveu a ela.
Fiz a chamada, em seguida agradeci a professora e aos alunos por terem recebido e contribuído com meu estágio.
Considerações sobre a regência: o meu maior desafio foi escrever no quadro, pois sempre escrevi devagar, minha mão suava e eu ficava tensão sem saber se estavam entendendo o que eu escrevia, daí eu perguntava para os alunos eles diziam que entendiam, então eu continuava. Com relação à interação com os alunos, muitos ficavam meio perdidos não sabiam se perguntavam para mim ou para sua professora, e questões como o uso de celular, eu consegui monitorar, e achei que os alunos usaram menos durante as minhas aulas. E sobre as mudanças na resolução das atividades do caderno de questões da SEMED, considerei positiva, pois o empenho dos alunos foi maior. Só lamento não ter podido conferir a produção final dos alunos, mas solicitarei para a professora em outro momento.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAISAchei muito boa a experiência de estagiar, pude ver na professora A. muita
paciência, e percebi que muitas vezes os alunos podiam ser manipuladores, isso me
deixou mais atenta, e quando chegou a minha vez de reger eu ficava atenta ao uso
do celular, às saídas para ir banheiro e tomar água, tendo o cuidado de permitir a
saída de um aluno por vez, e às vezes percebia um ou outro dizendo que eu era
chata, fingia que não ouvia, pois era melhor que ser chamada de lerda. Eu achava
que bateria de frente com algum aluno, mas nada disso, consegui me controlar
manter o respeito pelos alunos. Me senti feliz quando conseguia fazer alguns alunos
tímidos se expressarem, ou quando vir outros produzindo, ao invés de utilizando
celular. Enfim, o aprendizado foi muito bom, pude sentir um pouco da rotina de um
professor, e perceber que o aprendizado do professor se faz de fato na interação
com seus alunos.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<http://www.alunosonline.com.br/portugues/editorial.html> disponível em 23/04/15 as
20h48.
<http://www.ormnews.com.br/noticia/um-ralo-de-r-6-2-bilhoes> disponível em
23/04/15 as 21h37.
<http://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes/> disponível em 23/04/15 as
21h29.
<http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/06/17/advogada-explica-e-pais-comentam-a-lei-da-palmada-opine-tambem.htm> disponível em 11/05/15 às 14h00.
<www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/2077/imprime150491.htm> disponível em 11/05/15 às 14h03.
<http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1877> disponível em 11/05/15 às 14h10.
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/presidente-lula-lei-proibe-castigos-menores-idade-mundoestranho-597331.shtml> disponível em 11/05/15 às 14h17.
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6. ANEXOS
ANEXO 1 (Aula 2)
Editorial
O editorial integra os chamados textos argumentativos, dada sua intenção persuasiva, este gênero textual nos parece bastante familiar, pois basta folhearmos as páginas de alguns meios de comunicação, como jornais e revistas, que lá o encontramos. Por essa razão, dizemos que ele integra os chamados gêneros do cotidiano jornalístico.
Podemos dizer que ele se caracteriza como um texto de natureza argumentativa em que a autoria não é identificada, uma vez que se trata da opinião de todo o veículo de comunicação a respeito de um determinado assunto, em geral, de algum fato polêmico.
Por se tratar de uma modalidade relacionada à linguagem escrita, o editorial é constituído de uma linguagem clara, objetiva e precisa, razão pela qual o emprego do padrão formal da linguagem é fator preponderante. Sendo assim, o gênero em questão obedece a uma estrutura convencional, retratada da seguinte forma:
* No primeiro e segundo parágrafos apresenta-se a ideia principal a ser debatida, também denominada de síntese.
* Em seguida, tem-se o desenvolvimento, o qual constitui o corpo do editorial. Nele são apresentados os argumentos que fundamentam a ideia principal, de forma a convencer o interlocutor acerca da posição defendida.
* No último parágrafo apresenta-se a conclusão, a qual se constitui da solução para o problema evidenciado, como pode também apenas conduzir o leitor a uma reflexão sobre o assunto em pauta.
Fonte: http://www.alunosonline.com.br/portugues/editorial.html disponível em 23/04/15 as 20h48.
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ANEXO 2 (Aulas 2 e 5)
23 DE ABRIL, 2015 - 06H00 - EDITORIAL
Um ralo de R$ 6,2 bilhõesA corrupção tem deixado marcas históricas no Brasil, um país onde dinheiro público costumeiramente escorre pelo ralo. O pior é que, tal qual nos casos de ocorrências de dengue, o que mais assusta não é a quantidade de casos registrados ou notificados, muitos dos quais não se confirmam, mas o fantasma da subnotificação, ou seja, da falta de registros oficiais. No caso em questão, sobre os desvios de verbas para que se possa ter uma ideia de quanto o país deixa de investir em saúde, educação e obras públicas, entre outros.
Os dados dos tribunais de contas da União, Estados e Municípios sobre as prestações de contas dos nossos ilustres prefeitos não raras vezes dão conta do uso indevido de recursos - irregularidades que muitas vezes não caracterizam apropriação do bem público, apenas o uso indevido de recursos destinados a uma rubrica, como saúde, por exemplo, mas aplicados em outras finalidades -, o que caracteriza desvio. Não se trata disso.
Assim como no caso da subnotificação dos casos de dengue, é difícil se precisar o volume de dinheiro que sai direto dos cofres públicos para os bolsos de particulares, como revelam apreensões de aviões cheios de dinheiro, malas e, como todos sabem, até mesmo cuecas.
Neste país, onde se trata antropologicamente o “jeitinho brasileiro” como uma característica cultural, percebe-se, depois de uma sucessão de governos, tanto nos níveis federal, estadual e municipal, que a esfera pública se confunde com a particular no que se refere à administração de bens.
O hábito, vamos dizer assim, de oferecer ou receber propina, seja na fila do banco, a compra de senhas em postos de saúde, o agrado ao servidor público, enfim, tudo, ao fim e ao cabo, caracteriza um modus vivendi, uma forma velada de obter benesses que, pelas vias legais, não se conseguiria. Resguardadas as devidas exceções, esse tipo de prática é tão corriqueira que vai dos cidadãos mais humildes aos criminosos de colarinho branco, nata da qual fazem parte políticos, executivos e pequenos e grandes empresários, notadamente empreiteiros, como se vê pelos escândalos políticos mais recentes do país.
A velha prática de “emprenhar” licitações também não foge à regra, estigmatizada pelos famosos 10% de comissão. Ou, como diria uma fraudadora de pregões apanhada em flagrante pelas
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câmaras do Fantástico: “esta é a ética do mercado (o pagamento de comissão de 10%). Mais do que isso, não”.
Mas, como diria um ex-presidente, nunca antes na história deste país roubou-se tanto de uma única estatal, como no caso da Petrobras, cujo rombo é estimado em R$ 6,2 bilhões pelo balanço ontem divulgado pela própria empresa, desta vez sem mascarar os resultados financeiros.
Diante dos números, o mensalão é apenas agulha no palheiro. Contratos bilionários eram destinados a empresas em megaesquemas de cartas marcadas no seio do próprio governo, tendo Dilma Rousseff na condição de membro do conselheiro da Petrobras antes de ser eleita presidente, o que colocou o PT e o governo contra a parede e a opinião pública.
Diante dos fatos, cabe-nos fazer alguns questionamentos: se esse megaesquema tivesse ocorrido em um país como os Estados Unidos, a condução das investigações seria diferente? No caso do mensalão, por exemplo, a Justiça americana seria tão benevolente com a prisão domiciliar para a maioria dos chefões? Se o mensalão foi colocado em xeque - pois nunca teria existido tal esquema dentro do governo, diziam os petistas, o que dizer agora do Petrolão, em que todos os envolvidos se apontam diante do benefício da delação premiada? Revelam até mesmo para quem foi o dinheiro, onde foi pago e onde está depositado.
Mas a pergunta que não quer calar é: ao final de todo o processo, condenados os culpados, o dinheiro roubado vai voltar para os cofres públicos? Eles ficartão presos? Se só na Petrobras são R$ 6,2 bilhões, qual será o tamanho do rombo deixado historicamente ao país num ralo que parece não ter fundo? Façam suas apostas.
Fonte: http://www.ormnews.com.br/noticia/um-ralo-de-r-6-2-bilhoes disponível em 23/04/15 as 21h37.
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ANEXO 3 (Aula 7)
Conjunções
Por Cristiana Gomes
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma
oração.
CLASSIFICAÇÃO- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas
CONJUNÇÕES COORDENATIVASDividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a idéia de adição, soma.
Observe os exemplos:
- Ela foi ao cinema e ao teatro.
- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.
- ADVERSATIVASExpressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:
- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.
- Ela trabalha muito, mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
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ALTERNATIVASExpressam idéia de alternância.
- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.
CONCLUSIVASServem para dar conclusões às orações. Exemplos:
- Estudei muito por isso mereço passar.
- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte,
assim.
EXPLICATIVASExplicam, dão um motivo ou razão:
- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVASCAUSAISPrincipais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:
- Não pude comprar o CD porque estava em falta.
- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.
COMPARATIVASPrincipais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que.
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- Ela fala mais que um papagaio.
CONCESSIVASPrincipais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado. Traz em si uma idéia de
“apesar de”.
- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)
- Apesar de ter chovido fui ao cinema.
CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante
- Cada um colhe conforme semeia.
- Segundo me disseram a casa é esta.
Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.
CONSECUTIVASExpressam uma idéia de conseqüência.
Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).
- Falou tanto que ficou rouco.
- Estava tão feliz que desmaiou.
FINAISExpressam idéia de finalidade, objetivo.
- Todos trabalham para que possam sobreviver.
- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),
PROPORCIONAISPrincipais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.
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- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.
TEMPORAISPrincipais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
- Quando eu sair, vou passar na locadora.
- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.
Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".
O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.
Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.
Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica
difícil diferenciá-las.
Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.
“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.
Ficaram cansados porque correram muito.
“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.
Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes/ disponível em 23/04/15 as 21h29
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ANEXO 4 (Aulas 8, 10, 11 e 13)
Advogada explica e pais comentam a Lei da Palmada; opine tambémPriscila TieppoDo UOL, em São Paulo
17/06/201408h05
A Lei da Palmada, aprovada no início deste mês no Senado, ainda gera muitas dúvidas entre os pais. Muita gente acha que ao dar "um tapinha" no filho poderá ser denunciado e punido.
Você é a favor ou contra a Lei da Palmada?
De acordo com Roberta Densa, advogada integrante da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, as palmadas não serão punidas, mas apenas aquelas agressões que possam causar dano físico às crianças. "Esse nome mais confunde do que esclarece", diz.
A nova legislação, que teve apoio da apresentadora Xuxa, não é novidade, já que apenas reforça o que já existia no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
"O estatuto já falava sobre agressão às crianças. Essa lei vem para chamar a atenção para a violência doméstica e para conscientizar os pais, por meio de políticas públicas, de que é possível educar sem agredir", fala Roberta.
Segundo a lei, pais que forem denunciados ao Conselho Tutelar por agredirem os filhos devem ser encaminhados a tratamento psicológico ou psiquiátrico e receber uma advertência. "Isso já era previsto pelo ECA. O importante dessa Lei da Palmada é abrir espaço para a discussão sobre o tema", afirma a advogada.
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O ECA também diz que profissionais da área da educação, assistência social e saúde que trabalhem diretamente com crianças têm o dever de denunciar maus-tratos ou poderão pagar uma multa que varia de três a 20 salários mínimos.
Tapinhas para educar ou diálogo?Apesar de a lei deixar clara que a punição será direcionada a casos de agressão física que cause sofrimento à criança, muitos pais dizem não concordar com a norma por achar que ela proíbe o "tapinha". Mas o castigo físico é realmente necessário?
Roberta Densa diz que quando a criança é pequena, com até um ano, e vai colocar o dedo na tomada, por exemplo, o adulto usa o tapa para alertá-la de que é perigoso. "Isso não deve ser considerado agressão, você está protegendo a criança", diz.
Mas tapas fortes ou agressões que humilhem as crianças para corrigir pontos que deveriam ser conversados podem desencadear problemas psicológicos e físicos.
Para Ricardo Monezi, pesquisador e professor do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a criança, desde pequena, tem percepções sociais.
"Para ela não interessa se dói ou não. O espaço dela está sendo invadido. A questão da Lei da Palmada deve tirar de cena o uso da agressividade com fins educacionais, que faz parte da cultura do brasileiro. Você substitui o diálogo por uma agressão física", afirma o psicólogo.
Monezi afirma que tapas diários e agressões podem desencadear traumas na fase adulta. "Os piores prejuízos são da esfera psicossocial. Uma dos fatores é a criança achar que deve usar a violência para tudo. Além disso, há aqueles que podem desenvolver fobias e depressão", diz.
O professor da Unifesp aconselha os pais a colocarem o filho para pensar, conversar com ele quando fizer algo errado. "O ideal é afastar do grupo e estabelecer um diálogo, baixando seu olhar na altura do olho da criança. O adulto não deve se impor pelo medo nem pelo grito, apenas conversar."
Para a advogada da OAB, dizer que essa lei tira a autoridade da família é injusto. "O Estado está aí para garantir e proteger a família. Essa legislação quer, antes de
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tudo, garantir a integridade do lar e propor que os pais tratem de forma mais humana seus filhos." http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/06/17/advogada-explica-e-pais-comentam-a-lei-da-palmada-opine-tambem.htm 11/05/15 às 14h00.
Comportamento
Palmada nãoEm 24 países, existem leis contra o tapa nas nádegas. No Brasil, bater em nome da disciplina divide opiniões
Claudia Jordão
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CONSEQUÊNCIA Além de não educar, castigo físico causa insegurança e baixa autoestima
Para uns, algo inconcebível na relação familiar, uma maneira arcaica de ensinar. Para outros, uma alternativa legítima dos pais, um método de educar os filhos, livre de danos físicos ou psicológicos. Poucos assuntos geram tanta controvérsia quanto dar ou não palmadas em crianças como forma de puni-las e mostrar o certo e o errado. Prova disso é um referendo nacional que ocorreu há duas semanas, na Nova Zelândia. Há dois anos, o país tornou a palmada crime. Além do tapa nas nádegas, outras formas de agressão - ditas brandas - contra crianças e adolescentes, como beliscões, chacoalhões e puxões de orelha, passaram a render ao agressor (em quase 90% dos casos, pais ou mães) o pagamento de multas, o encaminhamento a programas de reabilitação e até mesmo à prisão. A punição máxima é de seis meses de cadeia. Leis contra a palmada existem em 24 países (leia quadro), mas a da Nova Zelândia é a mais severa. O país possui um dos índices mais altos de violência contra menores entre as nações desenvolvidas.
Os opositores da lei querem derrubá-la a qualquer custo e defendem que "bons pais", que espalmam seus filhos de vez em quando "por amor", não podem ser colocados no mesmo balaio daqueles que espancam. A indignação virou um abaixo-
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assinado contra a lei e resultou em um plebiscito com a seguinte pergunta: "A palmada como parte de uma punição apropriada por parte dos pais deve ser considerada crime na Nova Zelândia?" Metade da população participou e 87,6% votaram contra a lei. A última palavra é do primeiro-ministro. John Key, porém, já avisou: a legislação continuará em vigor. Mas, agora, haverá cuidado extra para que não haja punições injustas.
No Brasil, o assunto também divide opiniões. O designer gráfico Flávio Evangelista, 39 anos, e sua mulher, a administradora Keila, 32, são contra qualquer tipo de agressão física. O casal é pai de Pietro, de 2 anos, e é conhecido na escola do menino pela facilidade em dialogar com ele. "Tive uma educação severa, mas só apanhei uma vez do meu pai", diz Evangelista. "Não desejo a nenhum ser humano o que senti." Há os que acreditam na eficácia das palmadas em determinadas situações.
O professor de filosofia Dante Donatelli, 45 anos, autor do livro "A Vida em Família - As Novas Formas de Tirania" e pai de cinco filhos, entre 10 e 25 anos, defende que, dos 3 aos 10, as crianças não são capazes de entender os argumentos
paternos. "Qualquer pai que vê seu filho debruçado sobre a varanda não diz 'sai daí, meu lindo'", exemplifica. "Ele fica louco." Em casos como esse, Dante afirma que os pais devem deitar a criança sobre os joelhos e espalmar as nádegas. Para ele, só assim a criança entenderá a gravidade da situação. Dante, no entanto, diz que repudia qualquer outro tipo de agressão.
Está aí, na linha tênue que divide a agressão branda da grave, a raiz do problema. "É ilusão achar que quem dá palmadas hoje não vai bater mais forte amanhã", diz o psicólogo Cristiano Longo, autor de uma tese de doutorado sobre violência doméstica contra menores pela Universidade de São Paulo (USP). A publicitária Valdirene Andreotti, 31 anos, é exemplo de quem acha palmada pouco. Mãe de Gabriel, de três anos e meio, ela relata que bateu em três ocasiões no filho e seu marido, em uma. Apenas uma vez deu palmada, nas outras duas agrediu com um cinto - na primeira vez, Gabriel tinha pouco mais de um ano.
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ALÉM DO TAPA Na tentativa de mostrar o que é certo, Valdirene Andreotti bate de cinto no filho desde que ele tem um ano
Na ocasião, ela falava ao telefone, ele fazia birra, ela o repreendeu e ele urinou de propósito no sofá. "Foram cintadas que ele não esquece, nunca mais fez aquilo", conta ela, que mantém um cinto no carro para qualquer eventualidade. Na opinião da publicitária, as palmadas são ineficientes. "Elas deixam a criança sem-vergonha." Valdirene não tem a aprovação da sogra nem de seu pai na maneira de educar o menino. "Digo a eles que o filho é meu e que sei que, esgotado o diálogo, essa é a melhor maneira de ensiná-lo." Mas, mesmo convicta de suas posições, a publicitária chegou a chorar depois de bater em Gabriel.
Dar ou não palmadas? Nem todos estão certos sobre como agir. O assunto é discutido em consultórios e escolas, muitas das quais promovem palestras com especialistas sobre o tema. Há psicólogos que defendem a chinelada. Ela seria menos traumática do que a palmada, porque a criança não relacionaria a mão que a
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afaga com a que a agride. Mas a maioria condena qualquer forma de agressão.
O psicólogo Cristiano Longo é um deles: "Explico que ela até pode surtir efeito imediato, porque a criança para de fazer aquilo na hora, mas não traz resultados duradouros." Segundo ele, a criança passa a agir conforme o esperado porque teme o agressor, não porque aprendeu a lição. E, com o tempo, tende a se "acostumar" aos tapas, o que pode minar ainda mais a intenção de disciplinar. Pesquisas têm demonstrado também que esse tipo de comportamento, além de não surtir efeitos disciplinares práticos, contribui para o distanciamento familiar, o medo, a insegurança e a baixa autoestima das crianças.
Na opinião da psicopedagoga Quézia Bombonatto, os pais precisam aprender novas formas de lidar com os filhos. "Até a geração passada, bater em crianças era corriqueiro. Os pais de hoje aprenderam com seus
próprios pais", diz ela. A educadora Cris Poli, a supernanny, do SBT, ensina às famílias o artifício do "cantinho da disciplina". Em momentos de birra, de dificuldade de diálogo e de nervosismo extremo, a saída é levar a criança para um local específico da casa para que ela reflita sobre o que fez de errado. "É comum pais defenderem as palmadas dizendo que apanharam quando criança e que são normais", diz Cris. "Isso é muito relativo." Pesquisas mostram que crianças que levam palmadas podem desenvolver personalidade sadomasoquista, além de outros danos. O principal trabalho a relacionar esses fatos é o "Relatório Hite sobre a Família:
Crescendo sob o Domínio do Patriarcado", da sexóloga americana Shere Hite. Segundo o estudo, palmadas nas nádegas, chicotadas e surras são as origens de grande parte do sadomasoquismo na idade adulta.
A agressão contra menores é mais comum do que se pensa. Por se tratar de uma questão cultural e até religiosa - há católicos e evangélicos que se apoiam em passagens bíblicas
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EXEMPLO Flávio e Keila evangelista são contra a agressão e nunca bateram em Pietro, de 2 anos
ALTERNATIVA a supernanny cris Poli defende o "cantinho da disciplina", para a criança refletir
para justificar as "palmadas educativas" -, mesmo pais esclarecidos não abrem mão do artifício. Nas classes média e alta é uma prática mais silenciosa do que na periferia, onde as famílias são maiores e os espaços, menores. A boa notícia é que ela é cada vez mais rejeitada. Hoje, não é raro pessoas intervirem quando testemunham agressões públicas. Essa importante mudança de comportamento do brasileiro começou no início da década de 1990, com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que protege os menores dos maus-tratos e agressões.
A lei é ampla, mas as palmadas podem ser enquadradas nela. A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) propôs, em 2003, um projeto de lei específico sobre o tema, proibindo as diferentes formas de castigo físico (leia quadro). "Nossa intenção não é punir os pais, é educá-los", diz ela. Como há três anos a proposta está parada na Câmara, a deputada trabalha, agora, em um novo projeto de lei no qual o foco não será o termo "palmada", mas "castigo físico". Assim, espera angariar mais simpatizantes para a causa.
Atualmente, além do ECA, cabe à Constituição e aos códigos Civil e Penal regulamentarem as relações familiares - nesse quesito entram os castigos físicos. Na prática, o pai que dá "palmadas educativas" pode ser chamado à Justiça para uma conversa com assistentes sociais e psicólogos. Quando a agressão é mais severa, ele pode perder a guarda da criança e responder criminalmente. A pena varia muito, mas, se for configurada tentativa de homicídio, ultrapassa 20 anos de prisão.
A definição de branda, moderada e grave depende da interpretação do juiz. O desembargador Antônio Carlos Malheiros lamenta que grande parte das denúncias de agressão contra menores só aconteça quando os casos são muito graves. "Infelizmente, a maioria das histórias que chegam à Justiça é de espancamentos", diz ele. "Se casos de agressões ditas brandas fossem denunciadas, poderíamos evitar o pior."
www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/2077/imprime150491.htm
Contra a absurda Lei da Palmada
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por Joel Pinheiro da Fonseca, sexta-feira, 6 de junho de 2014
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Você é a favor de que pais mantenham seus filhos em cárcere privado, sem água, comida e brinquedo, por dias a fio? Não? Então você tem que defender a proibição do castigo no quarto quando ele for malcriado. Colocar no quarto ou no cantinho é uma violência similar à do sequestro.
Achou meio exagerado? É exatamente esse o raciocínio que justificou a Lei da Palmada, ou Lei do Menino Bernardo. Dar uma palmada é torturar; é violentar.
No mundo real, por outro lado, palmada não é tortura e não traz danos às crianças. Como documentado, por exemplo, por Judith Rich Harris em The Nurture Assumption, as evidências a esse respeito em geral não controlam variáveis básicas (ex: influência genética, cultura do meio infantil do qual a criança participa, etc.) e descartam interpretações alternativas: crianças são mais violentas porque apanham mais ou apanham mais porque são mais violentas?
Quando têm algum rigor, os resultados são fracos, e sempre do tipo: crianças que levam palmada podem ser um pouco mais briguentas.
Mas veja: mesmo que haja algumas consequências negativas, nem por isso se segue que a palmada jamais deva ser usada. A necessidade de controlar a criança no presente pode justificar um pequeno desvio de comportamento futuro. (Ou por acaso
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é um dever moral deixar que os pimpolhos dominem o lar?) Esse tipo detrade-off é normal na criação dos filhos.
Peguemos exemplos de outras áreas. Ao levar o filho para a praia ou para uma piscina, os pais estão conscientemente aumentando o risco de morte da criança. Mesmo assim, julgam que a diversão daquele momento justifica o risco. Ao levar o filho para a casa da avó pra passar a noite, os pais voluntariamente aumentam as chances de o filho morrer ou de ter sequelas pela vida toda (ao colocá-lo num carro) para que possam desfrutar uma noite a dois. É tão horrível assim? Não. É natural.
Pequenos riscos e danos fazem parte da vida, e podem ser justificados por ganhos significativos em outras áreas. Da mesma forma, manter a paz no presente pode justificar um microaumento da probabilidade de que o filho arrume briga no parquinho.
A palmada é apenas uma alternativa para coibir maus comportamentos. Não é das melhores. Depender menos dela é bom. Aliás, quanto mais palmada se dá, menos eficaz ela se torna. Sua vantagem é ser uma punição imediata com baixo custo e alto poder de coibir malcriação. O castigo, a conversa séria, o "tirar brinquedos" também funcionam em diferentes contextos, mas todos exigem mais tempo e esforço dos pais, que às vezes estão exaustos demais. Às vezes, nada como uma boa palmada, ainda que não seja a ferramenta ideal.
Palmada é como ter um pneu remoldado de estepe. Pior e menos seguro, mas, quando necessário, quebra um galho; melhor com ele do que sem.
O ideal da criação sem palmada pode até ser admirado, mas na maioria dos casos não é realista e por isso não deveria em hipótese alguma ser obrigatório. A proibição só serve para abolir uma ferramenta dos pais, tornando a criação dos filhos algo mais cansativo, sem dar nada em troca. Com essas e outras neuroses perfeccionistas que assolam a relação entre pais e filhos, dá pra entender por que ninguém mais quer tê-los.
A proibição depende de imaginar um mundo fantasioso da infância perfeita; trata-se de algo similar à mentalidade que proibiu a propaganda infantil (que, como todo mundo sabe de primeira mão, é coisa inofensiva). Nesse sentido, a escolha da Xuxa como garota-propaganda foi perfeita: uma eterna adolescente que vive num mundo de fantasias infantis e conta com serviçais para toda e qualquer tarefa; e cuja filha, aos 15 anos, ainda tem babá.
O conteúdo da lei é só o começo dos problemas. É preciso implementar a proibição. E como é que a Justiça vai descobrir se a palmada ainda vigora nos lares? A princípio, é mais uma lei que não pegará.
Ou será que o estado vai levá-la a sério? Nesse caso, e na ausência de Fiscais da Família visitando-nos toda semana pra interrogar as crianças (ainda é cedo pra isso
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— quem sabe em 2050), a única saída é estimular a cultura da delação. Seus vizinhos, seus parentes, seus conhecidos; não arrume confusão com eles, ou já sabe…
Ensinamos as crianças a recorrerem à autoridade ao primeiro sinal de conflito, como se fosse um reflexo. Agora instaremos os adultos a fazê-lo também. Não é a primeira vez. Pode ter certeza de que interessa ao estado quebrar laços de confiança entre as pessoas. Quanto mais as pessoas confiam umas nas outras, menos o poder estatal é necessário. Já tivemos os Fiscais do Sarney, agora podemos ressuscitá-los, não para multar comerciantes, mas para arruinar famílias. Belo e moral!
Entre a lei que não pega e a vigilância totalitária, minha mulher apontou uma terceira alternativa, e essa é minha aposta. Para o grosso das pessoas, a lei não vai pegar. A vida seguirá como sempre. O custo social da implementação é alto demais. Mas, de vez em quando, quando um conflito ou desavença surgir, apossibilidade de delatar a palmada às autoridades será mais uma opção do cardápio; mais uma tática possível no arsenal de militantes bem-intencionados ou vizinhos invejosos. Virá à tona especialmente em disputas virulentas pela guarda dos filhos.
A Lei do Menino Bernardo entrará, assim, no rol das leis hipócritas: aquelas que ninguém espera que sejam seguidas, mas que continuam valendo quando convém. Como a Lei Seca. Desastrosa se aplicada de verdade, ela é aplicada arbitrariamente, de vez em quando. Sobrevive como um pequeno exercício de poder para ferrar a vida de algum azarado.
Agora não há mais escolha: ou se opera no (suposto) ideal, ou se está quebrando a lei e pode-se perder a guarda dos filhos e até mesmo ir para a cadeia por um período de 1 a 4 anos.
Mas me digam, o que será pior para uma criança: levar uma palmada no bumbum ou ser tirada à força de seus pais, dada aos cuidados da Assistência Social, ir e vir a tribunais familiares, e ser repassada a uma nova família?
Sendo assim, todo mundo que levou palmada na infância tem agora apenas duas opções: apontar o dedo na cara da mãe e dizer que ela é uma criminosa e que deveria ter sido presa, ou protestar em alto e bom som contra essa lei imbecil.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1877
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ATITUDEIlustração Jorge Galvão
EDUCAÇÃO
As palmadas educativas devem ser proibidas?Para o presidente Lula, sim. Por isso, em julho, ele enviou aos deputados um projeto de lei que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente, proibindo castigos corporais em menores de idade. Há quem ache exagerado e inútil, já que é difícil fiscalizar o cumprimento da leiFernanda Salla - Revista Mundo Estranho – 09/2010
E para você, a palmadinha em filhos levados deve ser banida?
SIM Apesar de haver legislação sobre o assunto, ainda falta uma definição clara do que está dentro e fora da lei. O novo projeto descreve em detalhes o que seriam maus-tratos, facilitando o entendimento pelos cidadãos e a punição pela Justiça. A nova lei também impede que alguns se aproveitem do argumento da “disciplina paterna” para escapar de acusações por agressão.
Palmadas não são para o bem da criança. Testes da Universidade de Toronto, no Canadá, identificaram dificuldade de aprendizado em crianças de 3 anos que apanharam até os 2. Um outro estudo, americano, constatou que a inteligência de crianças que receberam palmadas frequentes até os 4 anos era menor do que a de crianças que não apanharam.
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Em 24 países ao redor do mundo, a palmada já foi abolida. A União Europeia promove, desde 2008, a campanha “Levante a Sua Mão contra a Palmada” para que mais nações entrem nesse time. O Brasil é um dos 130 países signatários da Convenção sobre os Direitos da Criança, que recomenda que as punições corporais na família sejam proibidas.
Não existe palmada pedagógica, por mais que a mão desça suave. Segundo estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, quem usa a força para educar tende a punir mais agressivamente com o passar do tempo. Além disso, não há como especificar o limite de força a ser usada. O melhor é cortar qualquer risco de um tapinha virar porrada.
NÃO O que não falta é lei a respeito. A Constituição brasileira já proíbe violência, crueldade e opressão contra crianças e adolescentes. Alguns artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente também tratam da questão dos maus-tratos e da exposição de crianças a situações humilhantes. Não adianta criar mais leis, e sim fazer cumprir as existentes
É incoerente punir pais que usam palmadinhas e deixar impunes os verdadeiros espancadores de crianças. Conscientizar a população sobre educação sem violência seria mais eficaz, já que grande parte dos pais é da época em que a palmatória era um instrumento legítimo de educação, inclusive nas escolas públicas.
Dados científicos sobre a consequência das palmadas nos pimpolhos são inconsistentes. Muitos estudos levam em conta apenas as punições abusivas e não as simples palmadinhas, e em uma frequência alta. Pesquisas feitas na Nova Zelândia indicam que não há consequências negativas para crianças educadas com castigos físicos moderados.
Países que adotaram leis parecidas não aprovam a proibição. Na Nova Zelândia, que baniu a palmada em 2007, 87,6% das pessoas votaram pela extinção da lei que proíbe punições físicas. Na França, 82% da população é contra a legislação que acaba com a palmadinha educativa, Segundo uma pesquisa do Instituto TNS Sofres.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/presidente-lula-lei-proibe-castigos-menores-idade-mundoestranho-597331.shtml
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