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ESTROFE 19 1.1. A estrofe 19 insere-se no plano narrativo central – o da Viagem. 1.2. A ação de Os Lusíadas não é narrada cronologicamente. De facto, o poeta inicia a narração quando a viagem de Vasco da Gama à Índia se situa já no Oceano Índico, perto da costa de Moçambique. Esta técnica narrativa, um traço das antigas epopeias, designa-se «in medias res», ou seja, a narração é iniciada a meio dos acontecimentos. 1.3. “os ventos brandamente respiravam”. ESTROFE 20 2.1. “Onde o governo está da humana gente”. 2.2. Os deuses reúnem para decidirem se ajudam os nautas portugueses a chegar à Índia. 2.3. O presidente desta reunião é Júpiter. 2.4. Mercúrio, o mensageiro dos deuses, é que convoca todos os deuses. 2.5. Perífrase. O narrador descreve Mercúrio com vários termos “neto gentil do velho Atlante”. 2.6. A estrofe pertence ao plano da mitologia. ESTROFE 22 3.1. Esta estrofe serve para caracterizar Júpiter e a sua divindade. 3.2. Segundo a lenda Vulcano, deus do fogo, era filho de Júpiter e Juno. Fabricava os raios para as trovoadas e guerras ao pai. 3.3 Júpiter é caracterizado como sublime, digno, com gesto alto, severo e soberano e tinha um ar divino. 3.4. O recurso de estilo mais evidente é a adjetivação expressiva, que serve, aqui, como forma de caracterizar a figura de Júpiter. ESTROFE 23 4.1. Os deuses estavam distribuídos hierarquicamente. Júpiter encontrava-se num assento de estrelas e os restantes deuses estavam sentados num plano inferior. Os lugares mais próximos de Júpiter, os de honra, eram ocupados pelos deuses mais antigos; os outros iam-se dispondo em lugares sucessivamente mais baixos de acordo com a sua importância.

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ESTROFE 19

1.1. A estrofe 19 insere-se no plano narrativo central – o da Viagem.

1.2. A ação de Os Lusíadas não é narrada cronologicamente. De facto, o poeta inicia a narração quando a viagem de Vasco da Gama à Índia se situa já no Oceano Índico, perto da costa de Moçambique.

   Esta técnica narrativa, um traço das antigas epopeias, designa-se «in medias res», ou seja, a narração é iniciada a meio dos acontecimentos.1.3. “os ventos brandamente respiravam”.

ESTROFE 20

2.1. “Onde o governo está da humana gente”.2.2. Os deuses reúnem para decidirem se ajudam os nautas portugueses a chegar à Índia.2.3. O presidente desta reunião é Júpiter.2.4. Mercúrio, o mensageiro dos deuses, é que convoca todos os deuses.2.5. Perífrase. O narrador descreve Mercúrio com vários termos “neto gentil do velho Atlante”.2.6. A estrofe pertence ao plano da mitologia.

ESTROFE 223.1. Esta estrofe serve para caracterizar Júpiter e a sua divindade.3.2. Segundo a lenda Vulcano, deus do fogo, era filho de Júpiter e Juno. Fabricava os raios para as trovoadas e guerras ao pai.3.3 Júpiter é caracterizado como sublime, digno, com gesto alto, severo e soberano e tinha um ar divino.

3.4. O recurso de estilo mais evidente é a adjetivação expressiva, que serve, aqui, como forma de caracterizar a figura de Júpiter.

ESTROFE 23

4.1. Os deuses estavam distribuídos hierarquicamente. Júpiter encontrava-se num assento de estrelas e os restantes deuses estavam sentados num plano inferior. Os lugares mais próximos de Júpiter, os de honra, eram ocupados pelos deuses mais antigos; os outros iam-se dispondo em lugares sucessivamente mais baixos de acordo com a sua importância.

4.2. A razão e a ordem é que determinavam esta ordenação dos deuses.

4.3. Antropocentrismo.

ESTROFE 24

5.1. A forte gente é uma referência aos portugueses, ao seu valor e valentia.5.2. Nos Fados, destino, está já decidida a sorte dos portugueses, o que permite antecipar a posição favorável de Júpiter relativamente à empresa lusitana.

5.3. Os feitos heroicos dos portugueses, farão esquecer todos os outros.

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ESTROFE 29

6.1. Júpiter fundamenta a sua decisão- de ajudar os portugueses - no facto destes já terem passado nas águas um duro inverno, já terem enfrentado imensos perigos e corrido sérios riscos e estarem, portanto, exaustos.6.2. Júpiter anuncia à assembleia que pretende ajudar os portugueses a chegar à Índia, e, como tal, determina que sejam recebidos como amigos, nesse momento, na costa africana, para poderem descansar e reabastecer-se antes de prosseguirem viagem.

6.3. Estrofe de oito versos, oitava, verso decassilábico e esquema rimático abababcc, com rima cruzada e emparelhada.

ESTROFE 30

7.1. Na sentença um do outro diferia e O padra Baco ali não consentia.

7.2. Baco opõe-se à decisão de Júpiter, com receio de que os seus feitos no Oriente sejam esquecidos caso os Portugueses lá cheguem.

ESTROFE 33

8.1. Vénus defende e apoio a viagem dos Portugueses. Sente simpatia pelos Portugueses («Afeiçoada à gente Lusitana» - perífrase – est. 33, v. 2) porque são um povo semelhante ao seu amado povo romano (descendente de Eneias, seu filho, nascido em Tróia, que seguiu para Itália, depois da destruição daquela cidade pelos Gregos e, segundo Virgílio, foi o progenitor dos Romanos), proximidade essa visível em aspetos como a grande valentia e fortuna («Nos fortes corações, na grande estrela» - est. 33, v. 5) mostradas na guerra no Norte de África («terra Tingitana» - est. 33, v. 6) e as semelhanças a nível da língua (entre o português e o latim).

8.2. Vénus sabia que o seu nome e o culto do Amor, que ela simboliza, serão sempre celebrados, no Oriente e em todos os lugares onde os Portugueses chegarem.

ESTROFE 36

9.1. Marte é descrito com os símbolos de guerreiro: o escudo, o elmo com viseira de diamante e o bastão.9.2. Marte toma o partido de Vénus e dos Portugueses. Razões o apoio de Marte:- o «amor antigo» que nutria por Vénus, também ela defensora da causa lusitana («ou porque o amor antigo o obrigava» - est. 36, v. 3);- o merecimento da «gente forte» (est. 36, v. 4).9.3. “Deitado pera trás medonho e irado”9.4. Marte considerava Baco um invejoso.

ESTROFE 40

10.1. Marte alerta Júpiter para o facto de considerar que é sinal de fraqueza voltar atrás numa decisão tomada («Da determinação que tens tomada / Não tornes por detrás, pois é fraqueza / Desistir-se da cousa começada»).

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2. Marte solicita a Júpiter que dê cumprimento à sua determinação de ajudar os Portugueses, ordenando a Mercúrio, o mensageiro, que indique aos nautas lusos a terra onde podem colher informações sobre a Índia e restabelecer-se da viagem, retemperando forças.

3. “Mercúrio, pois excede em ligeireza… e à seta bem talhada”.

4. Júpiter assente no que Marte disse («Como isto disse, o Padre poderoso, / A cabeça inclinando, consentiu / No que disse Mavorte valeroso» - est. 41, vv. 1-3);

5. Júpiter encerra o consílio e os deuses regressam aos seus domínios.