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HISTRIA SNTESES DAS AULAS 14 E 15

AULA 14 O Sacro Imprio Romano Germnico e o cristianismo feudal

Com o fracasso da unificao tentada pela Igreja e por Carlos Magno, o poder dos senhores de terras locais aumentou. Durante mais de trezentos anos, a Europa esteve fragmentada em centenas de pequenos Estados independentes, os feudos.

A comunicao era escassa e cada feudo sobrevivia a partir daquilo que seus habitantes produziam. Foi a poca dos mundos fechados.

A escala feudal

Quando os germanos invadiram o Imprio Romano do Ocidente, distriburam as terras entre seus guerreiros. Estes atuavam como donos absolutos de seus territrios.

Aps a morte de Carlos Magno os reis se mostraram incapazes de defender seus sditos. Os senhores das terras organizaram a defesa de suas propriedades por conta prpria, ou seja, com exrcitos particulares que eles mantinham e organizavam.

Os habitantes mais pobres pediam proteo ao dono do castelo mais prximo. Este, por sua vez, com medo de ser atacado por um inimigo mais forte, estabelecia vnculos com outros senhores, condes ou marqueses que reconheciam a superioridade de algum prncipe ou gro-duque. No alto dessa pirmide, pelo menos em teoria, estava o rei. Na prtica, o rei s exercia autoridade sobre seus domnios particulares.

Aos poucos, perdeu-se a noo de Estado. A autoridade era exercida pelos donos das propriedades.

Homenagem e benefcio: senhores e vassalos

O vnculo entre aquele que pedia proteo e o que protegia ocorria numa cerimnia chamada de homenagem. Nessa cerimnia, aquele que pede proteo ajoelha-se para o protetor e se declara seu vassalo. Isto significa que o reconhece como senhor, ao qual jura fidelidade e confiam suas terras. O senhor aceita a vassalagem e lhe remete proteo, entregando-lhe um benefcio, ou seja, lhe devolvia as terras ou lhe doava outros bens, tais como terras, moinhos e direitos sobre rios ou estradas.

A cerimnia de investidura estabelecia deveres e direitos entre o senhor e o vassalo.

O vassalo devia ao senhor assistncia, fidelidade e conselho.

O senhor obrigava-se a proteger e cuidar de seu vassalo. O sistema se estendeu rapidamente: em meados do sculo IX, quase todos os europeus eram vassalos de algum senhor. E todos os bens eram benefcios ou feudos de algum.

O dono de um feudo exercia autoridade de soberano sobre seu territrio:

cunhava moeda;

tinha exrcito prprio;

declarava a guerra;

administrava a justia;

cobrava impostos.

A sociedade feudal

Os senhores feudais tinham uma educao militar, pois viviam para a guerra e para os lucros que esta trouxesse. A carreira de cavaleiro iniciava-se cedo: o aspirante comeava como pajem ou criado de algum cavaleiro. Aos 14 anos tornava-se escudeiro. Aos 20, era sagrado cavaleiro. Quando no estavam em guerra, os cavaleiros passavam o tempo disputando torneios, uma espcie de combates simulados.

A servido A servido era a outra face do feudalismo. Os servos da gleba eram quase escravos. Eles e suas famlias estavam presos terra e s adquiriam a liberdade mediante um pagamento, o que era muito difcil. Sofriam a injustia e a misria.

A Igreja feudal

Durante esse perodo, a Igreja tambm se feudalizou. A Igreja feudal tambm adotou os defeitos do sistema: bispos e abades dependiam da nomeao do rei ou de algum grande senhor. Estes, muitas vezes, elegiam parentes e amigos. Durante esse perodo, a venda de cargos na Igreja, a simonia, era muito comum.

As reaes contra a situao da Igreja feudal no demoraram. Em vrios lugares, surgem tentativas de reforma dos dogmas, os ensinamentos oficiais da Igreja.

Em 1231, o papa Gregrio IX cria o Tribunal da Inquisio. A principal funo desse tribunal era inquirir e punir as doutrinas contrrias aos dogmas da Igreja. O tribunal do Santo Ofcio, como passou a ser chamado, se estabeleceu na Frana e na Germnia. A ao do tribunal se estendeu rapidamente pelos reinos cristos.

O cisma grego

Alm dos problemas internos provocados pelos protestos que surgiam, a Igreja teve de enfrentar a diviso, resultado da crescente tenso entre a Igreja de Roma e a Igreja bizantina, que culmina, em 1054, com a separao das duas Igrejas.

Os Papas reformistas

Trs Papas realizaram reformas para combater a desordem da Igreja de Roma:

Nicolau II (1058-1061), Gregrio VII (1073-1085) e Inocncio III (1198-1216).

As cincias e as artes

Durante a maior parte da Idade Mdia, os mosteiros eram os nicos centros de cultura existentes na Europa. Manuscritos e obras da Antiguidade clssica eram preservados e copiados pelos monges, escribas de uma sociedade de analfabetos.

Com o crescimento das cidades, surgiu a necessidade de novos centros de cultura, j que os mosteiros ficavam muito longe. A surgiram as universidades. Inicialmente, surgiram perto das catedrais e estavam vinculadas Igreja, detentora do saber durante toda a Idade Mdia. Alm das matrias clssicas ensinadas nos mosteiros, como a matemtica, a retrica, a dialtica, a geometria, a astronomia, e a msica, as universidades iniciam o ensino do direito e da medicina.

Com isso surgiram pensadores que procuravam harmonizar o pensamento de Aristteles com os princpios cristos. Destacam-se as obras de Santo Toms de Aquino, considerado a figura intelectual mais notvel da Idade Mdia e autor da Suma teolgica.

O Sacro Imprio Romano-Germnico

A criao do Sacro Imprio Romano-Germnico constituiu mais uma tentativa de unificar a Europa patrocinada pela Igreja. O entendimento entre o Papa e o imperador fracassou por causa da disputa de poder entre a Igreja e o Imprio.

Nessa luta, nenhum dos dois lados levou vantagem. O resultado foi o enfraquecimento de ambos.

A reforma da Igreja

A Igreja teve seus poderes comprometidos por causa da constante interveno dos senhores feudais e do imperador.

Eleito pelo novo sistema, o papa Gregrio VII pretendia restaurar a autoridade do papa sobre os reis e prncipes cristos. Para tanto, convocou um conclio para proibir a interveno de civis nos assuntos internos da Igreja, sob pena de excomunho. Os clrigos que aceitassem cargos oferecidos por civis ou casassem tambm estavam sujeitos a essa punio.

Para verificar o cumprimento dessas normas, Gregrio VII criou um corpo de fiscais, os Enviados Pontifcios. Nesse momento, Imprio e Igreja entram em conflito frontal.

O imperador Henrique IV desobedeceu ao Papa e continuou distribuindo cargos eclesisticos. Gregrio VII reagiu: pela primeira vez na Histria, o Papa excomungava um imperador, retirando-lhe o ttulo que havia recebido de suas prprias mos.

As cruzadas

A Palestina, local do nascimento e morte de Cristo, estava em mos dos turcos seljcidas. O papado organizou uma campanha para libertar o Santo Sepulcro dos hereges.

O Papa Urbano II organizou a primeira expedio Terra Santa. Em pouco tempo, reuniu um exrcito de 500 mil guerreiros de todos os pases da Europa. Muitas pessoas morreram.

Apesar do fracasso das cruzadas, o papado viveu dias de glria: os papas tornaram-se juzes dos reis e intervinham em assuntos polticos e religiosos. O Papa Inocncio III interveio nos lugares em que a ordem crist estava comprometida.

Organizou uma cruzada para reprimir hereges no sul da Frana.

Ajudou o rei de Castela a combater os muulmanos na pennsula Ibrica.

Organizou a quarta cruzada, tomaram Bizncio e estabeleceram um reino latino.

AULA 15 Rumo modernidade: das cruzadas ao incio dos Estados nacionais

O sculo XIV foi decisivo para o desenvolvimento dos reinos cristos da Europa. Com o fim das cruzadas, a vida das populaes europeias sofreu modificaes profundas, que alteraram o equilbrio do sistema feudal vigente na maior parte da Europa.

Surge uma nova classe social, a burguesia. Com auxlio da monarquia, ela ajudar a destruir a base do sistema feudal.

Um balano das cruzadas

As cruzadas modificaram a Europa profundamente, deixou de produzir apenas alimentos: conheceu novos produtos, aprendeu novos mtodos de trabalho e enriqueceu com novas indstrias.

Nasceram as grandes companhias comerciais e os primeiros grandes banqueiros.

Surgiu um novo estilo de vida. Os castelos viram palcios. Os torneios, as disputas militares e os duelos entre os cavaleiros viram tertlias, ou seja, reunies nas quais se ouvia msica e se conversava sobre literatura.

Os trovadores e poetas aperfeioaram as lnguas que nascem do latim as lnguas romnicas. Surgiram o italiano, o francs, o castelhano (espanhol) e o portugus.

A nova classe social: a burguesia

Com as cruzadas, muitos camponeses puderam deixar as terras dos senhores. O campo perdeu populao, e as velhas cidades receberam uma boa parte dos camponeses que deixaram os domnios senhoriais. As cidades, ou burgos, no faziam parte do sistema feudal, pois dependiam do comrcio e do contato com outras localidades. Os burgueses, habitantes das cidades, no queriam terras nem precisavam de senhor. Seu nico interesse era enriquecer com a indstria e o comrcio.

Durante o sculo XIV, os burgos tornaram-se muito ricos. Aos poucos, assumiram grande poder econmico e poltico. Em troca de privilgios, os foros, ou conselhos de burgueses que governavam as cidades, ajudavam as monarquias a lutar contra os senhores. Essa aliana teve como resultado o fim do feudalismo e o surgimento das monarquias absolutistas.

A fora dos burgos provinha de sua organizao. Os comerciantes e artesos formaram corporaes (guildas) com estatutos, privilgios e uma legislao prpria. Um arteso, por exemplo, tinha de passar pelas vrias etapas de aprendizado para exercer seu ofcio. Inicialmente era aprendiz, logo oficial e, finalmente, chegava ao grau de mestre.

As corporaes eram