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PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA E INICIAÇÃO À DOCÊNCIA- PIBID UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA SUB-PROJETO GEOGRAFIA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SÃO SEBASTIÃO PROFESSORA COORDENADORA: Prof.ª Dr.ª JOSANDRA ARAÚJO BARRETO DE MELO PROFESSOR SUPERVISOR: GIUSEPP CASSIMIRO DA SILVA TURMA DE ATUAÇÃO: 1° “D” TARDE BOLSISTA PIBID: GIOVANA TAVARES LOPES O USO DE METODOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA COMO POSSIBILIDADE DE LEITURAS, REPRESENTAÇÕES E COMPREENSÃO DO ESPAÇO URBANO. CAMPINA GRANDE-PB MAIO-2015 1.INTRODUÇÃO

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PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA E INICIAÇÃO À DOCÊNCIA- PIBID

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

SUB-PROJETO GEOGRAFIA

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SÃO SEBASTIÃO

PROFESSORA COORDENADORA: Prof.ª Dr.ª JOSANDRA ARAÚJO BARRETO DE MELO

PROFESSOR SUPERVISOR: GIUSEPP CASSIMIRO DA SILVA

TURMA DE ATUAÇÃO: 1° “D” TARDE

BOLSISTA PIBID: GIOVANA TAVARES LOPES

O USO DE METODOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA COMO POSSIBILIDADE DE LEITURAS, REPRESENTAÇÕES E COMPREENSÃO DO

ESPAÇO URBANO.

CAMPINA GRANDE-PBMAIO-2015

1. INTRODUÇÃO

O estudo e a representação da realidade urbana vêm ganhando abrangências no

contexto das práticas estabelecidas em meio às aulas de geografia. Entre as várias

possibilidades metodológicas existentes no campo da aprendizagem geográfica, a busca por

representações inovadoras se evidencia na medida em que os alunos se percebem enquanto

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sujeitos integrantes do espaço geográfico e das relações que compõem a sociedade. Dessa

maneira se constroem ao longo do tempo as necessidades de conhecimentos relacionados ao

lugar de convívio, na busca por interpretações dos laços de afetividade, memórias e

representações espaciais históricas e atuais.

Diante do rompimento com alguns moldes tradicionalistas de ensino da geografia,

novas práticas de ensino podem ser pensadas e postas em execução, tendo em vista que a sala

de aula assim como todo ambiente escolar colabora para a construção de conhecimentos que

visam á articulação entre os saberes compartilhados e o cotidiano dos alunos, a fim de situá-

los enquanto cidadãos em preparação para o mundo do trabalho e das relações sociais que

permeiam a modernidade.

Como resultado dos processos de renovação nas bases filosóficas da geografia em seus

aspectos culturais e sociais a corrente humanista da ciência geográfica a partir dos anos 60, se

insere em meio à discursões sobre o estudo do meio buscando novas análises geográficas. As

contribuições são expressivas à medida que, se busca compreender a subjetividade dos

espaços e a valorização das articulações entre o real e imaginário.

Mesmo diante do prevalecimento de práticas mnemônicas tradicionais, surge o desafio

de pensar inovações e dessa maneira torna as aulas de geografia mais proveitosas e dinâmicas,

sempre articulando os conteúdos a realidade. Por meio dessas novas estratégias surgirão

análises conscientes no que concernem as representações do espaço urbano por meio de

instrumentos metodológicos e demais materiais que contribuem para a elaboração de projetos

que visem à ampliação de conhecimentos geográficos.

Baseando-se nas abordagens enfatizadas diante das discursões postas até então, se

repensa a busca por novas estratégias de ensino da geografia articulada à realidade. Por meio

dessas contribuições é obtido o ponto de partida para o trabalho do bolsista PIBID, na

E.E.E.F.M. SÃO SEBASTIÃO, Campina Grande-PB, tendo em vista que todas essas

colaborações são importantes para o desenvolvimento de mais projetos voltados para a

temática, para a formação inicial do bolsista e aprofundamento de conteúdos e inserção na

formação continuada pelo professor supervisor.

2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

As práticas educacionais relacionadas ao ensino de geografia são inseridas em meio a

variáveis maneiras e dinâmicas de ensino, de modo que em alguns casos existe a preocupação

em propor um ensino problematizado e representativo da realidade e o mesmo não acontece

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da mesma forma em outros casos. Diante de tais situações torna-se necessário a inserção

metodologias que abarquem as inúmeras possibilidades de inovação.

Por meio de observações das aulas, verifica-se algumas lacunas existentes no

conhecimento geográfico por parte dos alunos a respeito dos conteúdos referentes a realidade

urbana em suas leituras e interpretações. É notável a persistência de aspectos tradicionais da

geografia quem ainda baseia-se em práticas de memorização, daí resulta o fato da dificuldade

correspondente a interpretações de conteúdos geográficos com maior aprofundamento. Trata-

se de um problema disseminado em quase toda esfera do ensino de geografia, o que não

impede que novas estratégias sejam pensadas no sentido romper com os moldes tradicionais

de ensino.

O interesse pelas aulas de geografia está em grande parte articulado a maneira como se

processam as dinâmicas de aula, a forma de exposição de conteúdos e se existe a preocupação

em traçar dinâmicas e projetos, cujos objetivos seja propor novas aquisições de

conhecimentos que não se restringem apenas ao livro didático, mas que ampliem a capacidade

de aprender além dos conteúdos orientados.

Através das observações e análises feitas por meio do contexto de sala de aula é

verificável a necessidade de que o professor juntamente com o bolsista, busquem a reflexão

sobre propostas que sejam capazes de atrair a atenção dos alunos para as aulas de geografia,

assim como extrair as habilidades presentes no conhecimento de cada um deles. Havendo a

colaboração de toda equipe em aula, muitas possibilidades surgem juntamente com as

curiosidades e questionamentos a respeito dos conteúdos, isso torna o projeto promissor. Por

meio de bases constituídas em meio a intenção de conhecer além toda proposta renderá

superações e minimizações de concepções cercadas pelas marcas da memorização como

ferramenta de conhecimento e avaliação.

3. OBJETIVOS

Geral:

Auxiliar na dinâmica do processo de enriquecimento do conhecimento dos alunos nas aulas de

geografia, utilizando novas possibilidades metodológicas que sejam capazes de alcançar os

objetivos de construir representações leituras e compreensões do espaço urbano e cotidiano

dos alunos.

Específicos:

Relacionar os conteúdos geográficos com os espaços vividos dos alunos;

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Estabelecer o desenvolvimento de metodologias que ampliem a capacidade de

percepção espacial dos alunos;

Identificar as lacunas existentes no conhecimento geográfico e propor alternativas que

visem à superação dessas dificuldades, ampliando o aprendizado e despertando novos olhares

críticos com relação aos conteúdos.

4. JUSTIFICATIVA

A conveniência de se estudar a dinâmica cotidiana da cidade, se torna cada vez mais

abrangente, para que novas possibilidades de compreensão sejam constituídas pelos alunos. O

espaço urbano é representado por diferentes sujeitos, apropriações, problemas e

representações sociais, desse modo o uso de metodologias que propõem a analise dos diversos

aspectos que compõem a realidade desses espaços, representa uma contribuição significativa

para os estudos geográficos e o conhecimento sobre os modos de viver urbano.

A geografia escolar por meio das articulações entre conteúdos e a realidade dos

alunos, explicita a construção de noções de espaço e cidadania, formando cidadãos

democráticos capazes de conduzir posturas críticas e problematizadoras sobre os problemas e

conflitos que circundam os modos de viver urbano. Potencializar as habilidades de construção

de noções por parte dos alunos faz parte das intenções, haja vista que estes atribuem maiores

atenções ao conhecimento geográfico que se preocupa em criar pontes entre os conteúdos e a

realidade. Por meio dessas correlações as aulas de geografia se tornam mais interessantes e

passiveis de construção de conhecimentos e discursões mais abrangentes.

No decorrer do desenvolvimento do projeto muitas colaborações advindas do uso das

metodologias irão influenciar na construção de um conhecimento mais amplo. A presença do

Bolsista na escola possibilita muitas contribuições a medida que também favorece a reflexão

sobre as práticas adotadas pelo professor supervisor. Diante das colaborações em conjunto

novas perspectivas de aprendizagem são viabilizadas, em meio às práticas em sala de aula.

5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio São Sebastião, localiza-se na Rua

Estelita Cruz, bairro do Alto Branco em Campina Grande-PB, a escola possui um corpo

discente formado por alunos de diversos bairros da cidade, onde estudam no turno da manhã e

tarde, na modalidade de ensino de nível fundamental e médio.

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Figura 1: Localização da Escola São Sebastião

Fonte : Google Earth (2012)

A escola São Sebastião foi fundada a mais ou menos 50 anos atrás, a escola desde esse

período já apresentava um número considerável de alunos cerca de 407, distribuídos entre a 1°

e 4° série, posteriormente a escola passou a ter um número cada vez maior de alunos. A partir

do ano de 1986 a escola obteve a nomeação de Escola Estadual de 1º grau São Sebastião. As

séries existentes até então ainda eram insuficientes para atender a demanda de alunos, por isso

no ano de 1994 foi criado o ensino do 2º Grau, através do decreto nº 16.112, publicado no

Diário Oficial do estado da Paraíba, do dia 23/04/1994.

Com a criação do 2° grau, tornou-se necessário uma área maior, no entanto para atender

a grande demanda de alunos a escola foi transferida para o seminário do Alto Branco,

permanecendo até o ano de 1997. A partir de 1998 a escola passa a funcionar em seu próprio

prédio, atualmente a escola conta com mais de 1500 alunos distribuídos entre as modalidades

de ensino fundamental de médio.

A escola mesmo estando localizada em meio a uma área nobre da cidade atende a um

contingente de alunos em sua grande maioria de baixa renda, sendo estes moradores de outros

bairros da cidade e de municípios vizinhos. A escola conta ainda com a colaboração da equipe

de bolsistas do PIBID atuando nas turmas do “1°ano A”; “1°ano B”; “1°ano C”; “1°ano D” e

“2° ano C” todos no turno da tarde. O trabalho do professor supervisor também colabora de

maneira expressiva, contribuindo para a organização das aulas e desenvolvimento dos projetos

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vinculados ao programa. A escola busca por meio do intermédio de suas práticas contribuir

para a consolidação de um ambiente harmonioso onde o ensino e aprendizagem sejam os

objetivos da educação.

Figura 2: Alunos do “1° ano D” tarde, durante uma atividade relacionada à Cartografia.

Fonte: LOPES, Giovana Tavares.

Considerando a atuação da equipe PIBID na escola, muitas possibilidades de inovações

tornam-se significativas, ampliando as perspectivas de integração dos alunos com toda

comunidade escolar. Estabelecendo parcerias com o meio acadêmico, as equipes envolvidas

nos programas e os demais estagiários, possibilita a constituição de um ensino mais abrangente,

onde novas leituras de mundo se visualizam nas práticas desenvolvidas pelos profissionais

envolvidos no processo de educação da escola.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

6.1 Novas perspectivas de ensino de geografia novas possibilidades metodológicas

A geografia brasileira institucionalizou-se no século XX, tendo contribuições da

Universidade de São Paulo, do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, desde então a

ciência geográfica passa por uma trajetória de renovações, baseadas em concepções teóricas

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que buscavam a analise dos fenômenos e processos desenvolvidos no âmbito da sociedade e

suas relações.

A partir dos anos 1980 a geografia passa por um momento de renovação em suas bases

teóricas, esse período foi marcado pelas disputas ideológicas entre os adeptos da geografia

tradicional, e a nova geografia que trazia entre suas representações os objetivos de superação

dos moldes tradicionalistas, inserindo uma postura crítica com influencias do marxismo. Esse

movimento de renovação atraia discursões representativas, preocupadas em buscar o real

papel da geografia enquanto ciência. Diante de demonstrativas propostas de reformulação, a

abrangência de análises direcionadas ao estudo do espaço geográfico, tornou-se um campo de

investigação amplo e cercado de indagações e conflitos de posicionamentos críticos.

A diversidade de considerações sobre o espaço e suas inter-relações constituía as

pautas discursivas da época, nesse contexto a geografia escolar demonstrava suas

insatisfações a respeito de práticas mnemônicas expressadas pelo lado tradicional da

geografia. “No âmbito da geografia escolar, ainda que se reconheça que aí também não havia,

desde o início dessa renovação, uma unidade na geografia crítica, havia, pelo menos

denuncias comuns que expressavam um descontentamento [...]” (CAVALCANTI, 2008,

p.22).

Preocupações centradas nas reações de descontentamento, inseriram novos debates, o

ensino de geografia influenciado pelo tradicionalismo, já não obtinha a devida resposta

positiva em relação à aprendizagem e interesse pela disciplina. Metodologias baseadas em

praticas de memorização se faziam presentes, e as aulas de geografia passam a caminhar para

um caráter enfadonho e pouco atrativo.

Um estudo mais profundo no que concerne aos elementos constituintes do espaço, se

faziam necessários para que os conteúdos abordados em sala de aula expressassem seu sentido

relacional. Não bastava apenas estudar a síntese dos conteúdos mais sim articular o que era

estudado a realidade vivenciada pelos alunos. Estudar o espaço e suas contradições,

enfatizando as origens, desenvolvimento e expansão tornava-se uma nova tarefa para a

geografia em seus amplos contextos e aplicações. Novas formas de compreensão dos espaços

são projetadas, visando uma criação de leitura crítica e autônoma relacionada aos problemas

presentes no espaço.

A compreensão do espaço como categoria próxima da realidade contingencial dos

alunos é precisa na medida em que a cidade se desenvolve juntamente com suas existências e

mediações. Ou seja:

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[...] destaca-se nesse sentido, a tarefa da escola de, por intermédio do ensino de

suas diferentes matérias, como a geografia, e de relações sociais diversas,

contribuir para a construção de conhecimentos abrangentes, críticos e

instrumentalizadores sobre a cidade (CAVALCANTI, 2008, p.8).

Os espaços são cada vez mais diversificados e compreendem uma amplitude de

relações e reprodução de fatores sociais, articulados a forma como cada sociedade, bairro e

lugar se organizam à condição simbólica de representações culturais eminentemente

mediadora de diferenças e traços de hegemonia aos quais, somadas as condições do

urbanismo, o espaço das cidades brasileiras torna-se alvo crescente da avidez econômica e do

poder estabelecido. Se evidencia então a necessidade de aplicações de metodologias em sala

de aula que ofereçam uma expansão de compreensões, por parte dos alunos, valorizar a

experiência que estes trazem consigo pode significar um ponto de partida para as possíveis

articulações.

Para Resende (1995), o aluno já traz consigo um conhecimento geográfico pré-escolar,

que o mesmo adquiri através das experiências cotidianas. Isso representa uma reflexão sobre

novas inserções no ensino em sala de aula, incluir a realidade urbana em seus imensos

aspectos não é uma tarefa difícil, mas sim requer uma autonomia e readaptação dos modos de

ensinar do educador na procura pela quebra dos impedimentos. Como bem nos lembra

Guimarães:A necessidade de se tornar mais permeável à vida para além dos muros da escola

pode ser facilmente percebida no contexto dela, naquilo que os alunos trazem para

o cenário escolar, em sua linguagem e desejos expressos. Por outro lado a questão

também preocupa os docentes. Boa parte do professorado sabe que precisa

inventar outros modos de ensinar, outras formas de sensibilizar os alunos para o

processo de aprendizagem, outros modos de aprender e interpretar a realidade

atual (GUIMARÃES, 2013, p.222).

A educação escolar em sua correlação com o ensino de geografia formula em seus contextos

de ensino possibilidades de mudanças e contribuições relevantes para as transformações sociais e

superação das heteronomias existentes entre os sujeitos envolvidos nos processo educacional. A

escola por meio de sua realidade dialética possibilita a emancipação de sujeitos sociais, tornando-os

autônomos e capazes de lidar com a vida no cotidiano (CAVALCANTI, 2013). Conforme veremos

a seguir todos os aspectos relacionados anteriormente, se farão presentes nas diferentes formas de

metodologias, cujos resultados de aplicações já se discutem.

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6.2 Possibilidades metodológicas para estudo e compreensão do espaço e realidade urbana

As cidades em termos de histórias e processo de ocupação urbana revelam uma intrincada

relação na forma como o espaço sofre alternâncias e neste contexto, a realidade urbana passa a se

vincular, acentuadamente a partir dos anos 1990, com os processos de consumo, valorização e

desvalorização imobiliária da cidade. Estilos próprios de convívio são recriados, novas interações

sociais são postas e a cidade. Os alunos enquanto integrantes da sociedade participam dessa prática

cotidiana do viver nas cidades.

Diante das transformações decorrentes da modernidade, surgem novas representações

espaciais centradas no reconhecimento de uma identidade relacionada a uma determinada realidade

local. Sabendo-se que os alunos estão intrinsicamente inseridos em algum lugar o espaço é viável a

realização de incentivos a renovação das maneiras como situa-los no espaço através de dinâmicas

propostas em suas respectivas aulas de geografia. A aprendizagem mobilizada por estas

consideráveis realizações convenciona o despertar de sentidos de identificação com a disciplina e

cotidiano.

O saber adquirido pelos alunos durante suas experiências de vida devem ser compartilhados

em coletivo. Uma sala de aula pode torna-se uma ambiente de construção de leituras voltadas para a

compreensão do outro, juntamente com suas realidades. Assim como bem nos lembra Morais:

Nesse processo, as mediações didáticas favoráveis a aprendizagem ocorrem em interface

entre o individual e o coletivo. As teorias de aprendizagem apontam para a eficácia da

construção coletiva do conhecimento e da necessidade do grupo social como referencia

para aprender. Assim, o uso do ambiente virtual e as atividades presenciais nos polos se

configuram situações de aprendizagem que permitem o contato entre os sujeitos,

potencializando as trocas individuais e a construção coletiva do saber (MORAIS, 2013,

p.254).

Existem inúmeras estratégias de otimização das aulas de geografia, no sentido da

representação do próprio lugar, uma explicita abordagem pode ser direcionada nesse sentido através

da cartografia. Além da oportunidade de constituir uma compreensão dos elementos reais, os alunos

ainda participam da alfabetização cartográfica e constituem diferentes formas de aprendizagem,

comunicação e compreensão de mapas geográficos. Diferentes situações podem ser trabalhadas

nesse sentido. Análises de mapas temáticos indicadores de problemas sociais, desenvolvimento

econômico, disponibilidade de água nas diferentes áreas do globo entre outros, empreendem

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inúmeras reflexões capazes de conduzir os alunos a uma opinião e conhecimento a respeito dos

elementos verificáveis nos mapas.

A cidade e suas contextualizações se representam através da mídia, o uso da imagem dos

contrastes e conflitos sociais é disseminada por meio de noticias, reportagens, programas e outros.

Baseado em uma simultaneidade de imagens, muitas concepções são reforçadas no sentido de dar

destaque a um referido aspecto social. A elaboração de questionamentos a respeito do que a TV e

suas imagens propagam pode ser um meio de aprendizado e discussões, ao mesmo tempo em que

desperta olhares críticos com relação ao que e visto. Existe essa necessidade, pois os fatos

geralmente são desprovidos de uma real abrangência, que também não e questionada, ocultando por

muitas vezes a originalidade e veracidade dos fatos.

Sendo metamorfoseados pela constante mão de obra e requalificação de áreas, os espaços

são influenciados pelas mudanças, tanto econômicas como das relações sociais, que se põem em

uma complexidade de situações conflituosas e problemáticas, baseadas em mecanismos de

segregação, violência e exclusões. Para a obtenção de um conhecimento mais consistente no que

concerne a esses problemas a imagem cinematográfica em articulação com o ensino de geografia

representa possibilidades instrutivas. Os filmes nos remetem a impressões da realidade,

evidenciando aspectos presentes na vida dos alunos e nas dinâmicas espaciais. Pois assim como

afirma Costa:

Filme não é simplesmente um reflexo (mais ou menos distorcido) da realidade, mas uma

reunião de significados intertextuais que deve ser entendida em face de outras

representações e realidades que porventura tenham relação direta ou indireta com seu

conjunto (COSTA, 2013, p.249).

Mediante os avanços tecnológicos da modernidade, muitas representações espaciais são

atribuídas ao desenvolvimento de softwares e demais programas de computadores que remontam os

aspectos de algum espaço. Alguns jogos relacionam propostas interativas a algum espaço, na

maioria das vezes navegam por mundos virtuais que articulam a interatividade dos jogos a o espaço

geográfico real. No jogo GTA: San Andreas, verdadeiros cenários tridimensionais são bastantes

reais capazes de representar de forma bastante visível os espaços urbanos o jogador é capaz de

interagir por uma cidade virtual. O jogo em si possibilita a vivencia através de uma geografia

audiovisual (ALVARENGA, 2004).

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A leitura de mundo dos alunos se insere em um constante processo de articulações entre as

linguagens instituídas pelas diferentes práticas metodológicas e as aulas de geografia, estabelecendo

reflexões sobre a realidade dos diferentes ambientes urbanos e compreensão de mundo, desse modo:

Na era da globalização, em que as informações chegam de forma muito rápida por meio

de televisão, do cinema, do rádio, do vídeo, do computador, o trabalho pedagógico do

professor enriquecer-se-á se ele utilizar todos esses recursos para a produção de um

conhecimento que ajude o aluno a compreender o mundo em que vive (PONTUSCHKA,

2009, p. 263).

Por meio da utilização das varias metodologias possíveis, muitas ampliações de

conhecimentos são possibilitados, desde que haja a colaboração entre os sujeitos envolvidos no

processo de educação geográfica. O aluno deve ter a oportunidade de entender o espaço geográfico

por meio de uma construção histórico-social, unindo as relações estabelecidas entre sociedade,

espaço e natureza.

Segundo Vasconcelos (2011, p. 114) “[...] a metodologia assume uma importância

fundamental no processo ensino aprendizagem, uma vez que sua mediação estabelecerá o vínculo

que se pretende realizar durante o processo”. Os alunos por meio de suas práticas apoiadas em

variadas possibilidades de inovação irão constituir o decorrer do tempo uma autonomia de sentido

construtivo, que se apoie em noções de cidadania e criticidade com relação aos problemas que

emergem socialmente.

O professor no contexto de construção de conhecimentos, já não e por si só um detentor de

todo saber, mas pode tornar a ser um compartilhador de saberes, onde existe a possibilidade de

transmissão e construção de novas aprendizagens. As aulas de geografia podem caracterizar

questionamentos voltados a todos os conteúdos, pois todos são passiveis de estudo e compreensão

através de metodologias e projetos que visem à acepção a respeito destes.

Compreende-se que diante das complexidades inerentes do avanço das relações

circunstanciadas pela globalização, a tarefa de ensinar torna-se um desafio, mas isso não impede

que existam perspectivas de mudanças nos sentidos de compreensão e posicionamentos no

concernente as origens dos problemas sociais da vida urbana. As aulas de geografia podem

movimentar-se em torno de um trabalho criativo que estimule a curiosidade e as indagações

referentes aos conteúdos orientados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).

Como mecanismos de retomada da atratividade das aulas de geografia, a pedagogia de

projetos constituem amplas possibilidades de criação e desenvolvimentos de práticas de ensino. “Os

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projetos oportunizam a ressignificação das informações, das vivencias e das experiências porque as

contextualizam e problematizam” (GOULART, 2013, p. 397).

O trabalho articulado a projetos e metodologias oportunizam consistentes leituras e

aproveitamento de linguagens no ensino de geografia, no sentido de observar de maneira critica as

produções sociais que se modificam incessantemente no tempo e espaço. Assim com diz Goulart:

O trabalho com projetos em geografia busca experimentar, na concepção investigativa,

um ensinar Geografia que atenda as demadas de alunos e professores, orientando praticas

que pudessem efetivamente encaminhar uma aprendizagem que favorecesse a produção

de sujeitos planetários e que transformasse a Geografia naquilo que efetivamente, ela

deveria ser- um lugar para aprender o espaço e suas relações em diferentes contexto, e

que pudesse articular o ensino de Geografia e a Geografia Educadora (GOULART, 2013,

p. 402).

Propostas alternativas como as referentes a projetos baseados no uso de metodologias

remontam um potencial enriquecedor de conhecimentos sobre a geografia em seu amplo contexto.

A investigação e inquietação diante dos fatos relacionados à realidade urbana são aspectos

propositivos de ações e pesquisas que objetivem o conhecimento das estruturas que formam o

espaço e suas características.

Como possibilidade de construção de conhecimentos mais abrangentes a respeito dos

conteúdos geográficos, a articulação entre um projeto baseado no uso de metodologias e as aulas de

geografia abrem novas perspectivas de aprendizagem e interação durante as aulas. A utilização e

analises de vídeos, filmes, jogos, literaturas, imagens propagadas pela mídia e diferentes elementos

midiáticos condicionam um entendimento do espaço geográfico em conjunto com a realidade

urbana e cotidiano dos alunos.

7. METODOLOGIA

Por meio da observação e avaliação de perfil da turma, espera-se que o projeto a ser

desenvolvido torne propicia uma aprendizagem significativa e instigante no que concerne a

articulação entre as metodologias a serem usadas e os conteúdos geográficos. Com a

participação dos alunos e o apoio do professor supervisor, a atuação do bolsista possibilitara

um trabalho oportuno, onde os conhecimentos envolvidos no desenvolver do projeto serão

colocados em confluência com os saberes e vivencias cotidianas dos alunos.

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Todas as metodologias vinculadas ao projeto se farão representativas de acordo com

cada conteúdo referente ao 1°ano do ensino médio. De forma a unir cada proposta à realidade

e analise do espaço urbano, principalmente o vivenciado pelos alunos.

No âmbito desse projeto pretende-se trabalhar com o objetivo de evidenciar, questionar e

analisar os conteúdos e suas relações com os espaços urbanos historicamente e atualmente,

valorizando as experiências cotidianas dos alunos e suas identidades com o lugar onde

habitam. Para a realização desse projeto a intenção e fazer uso de metodologias baseadas na

utilização de recursos como:

Vídeos;

Imagens;

Filmes;

Mapas;

Jogos;

Produções discentes.

O uso desses recursos será variável de acordo com os conteúdos trabalhados, sendo

necessário todo um planejamento para que se obtenha respostas positivas no correspondente

ao aprendizado do aluno e ampliação dos conhecimentos relacionados a geografia em suas

contextualizações sociais, naturais e históricas.

8. RESULTADOS ESPERADOS

Por meio das utilizações das metodologias e recursos no projeto, espera-se que haja a

construção de conhecimentos relevantes a caracterização de noções de cidadania e

entendimento dos processos que regem a dinâmica dos espaços urbanos. A participação do

Bolsista PIBID, na escola São Sebastião favorecerá o incentivo as propostas em suas

concretizações.

Durante a observação das aulas verifica-se que ainda existem muitas lacunas referentes

ao conhecimento de alguns conteúdos geográficos, portanto torna-se necessário a inserção de

diferentes recursos metodológicos nas aulas de geografia no proposito principal de dar sentido

às aulas e articular os conteúdos as experiências trazidas pelos alunos em seu cotidiano.

Espera-se que no decorrer da realização do projeto, haja a colaboração entre todos os

alunos, professor, bolsista e demais funcionários da escola. Que contribuições positivas

possam ser trazidas e que no final os alunos possam ter desenvolvido uma compreensão mais

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ampla no sentido de analisar e refletir sobre seus próprios espaços de convívio, e os

problemas, conflitos e mudanças de relações sociais entre a sociedade no espaço urbano seja

ele de escala local ou global.

9. REFERÊNCIAS

ALVARENGA, A. L. Espacialidade e representação multimidiática do urbano em um vídeo game. In: CIDADES, R.C/ Grupos de estudos urbanos. Presidente Prudente: Grupo de Estudos Urbanos, 2014 (p.49-62).

CAVALCANTI, L. de S. A geografia escolar e a cidade ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas, SP: Papirus, 2008.

__________. L. de S. Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos. Campinas, SP: Papirus, 2013.

COSTA, M. H. B.V. da. Geografia Cultural e Cinema: Práticas, teorias e métodos. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. Geografia Cultural: uma antologia. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. (pp.248-263).

GOOGLE EARTH – Brasil, Paraíba, Campina Grande. Imagens de Maio de 2015. Disponível em: http://earth.google.com/. Acesso em: Maio de 2015.

GOULART, B. L. Pedagogia de projetos em geografia: deslocamentos que impulsionam ou imobilizam a construção de conhecimentos. In: ALBUQUERQUE, A. de S.; FERREIRA, A. de S. (Orgs.) Formação, Pesquisa e Práticas Docentes: reformas curriculares em questão. João Pessoa: Editora Mídia, 2013. (pp.395-430).

GUIMARÃES, I. V. Os artefatos midiáticos, a pesquisa e o ensino de geografia. In: ALBUQUERQUE, A. de S.; FERREIRA, A. de S. (Orgs.) Formação, Pesquisa e Práticas Docentes: reformas curriculares em questão. João Pessoa: Editora Mídia, 2013. (pp. 219-238).

MORAIS, I. R. D. Diferentes linguagens no ensino de geografia: novas possibilidades. In: ALBUQUERQUE, A. de S.; FERREIRA, A. de S. (Orgs.) Formação, Pesquisa e Práticas Docentes: reformas curriculares em questão. João Pessoa: Editora Mídia, 2013. (pp.241-263).

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