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    Captulo

    C ON CE IT OS SO CIO L GIC OS FU ND A M EN TA IS

    Nota preliminar.

    O mtodo destas deflnices

    c on c e tu a is nt ro d ur r ia s d f c il m en te d s pe n

    svels

    mas que

    nevtavelrnente

    parecem abstratas e estranhas

    realidade, nao pretende de modo

    agurn

    ser algo novo. contrario, apenas deseja formular de rnanelra rnais adequada e um

    pouco mais correta o que justamente por isso talvez pareca pedante) aquilo que toda

    Sociologa

    emprica de fato quer dzer quando fala das mesmas cosas. Isto se aplica tambm ao emprego

    de expresses aparentemente nao habtuais ou novas. Em comparaco com o artgo ber enge

    Kategorlen der verstehenden Sozologle [ Sobre algurnas categorias da Sociologa Compreen-

    siva ] em Legos IV 1913, p. 253 e seg. [Gesammelte Aufsatze zur Wissenschaftslehre, tercera

    ed., p. 427 e seg.]), a terminologia foi oportunamente simplificada e, portante, modificada em

    vros

    pontos para ser

    mas

    compreensvel. Claro que a exigencia de

    popularzaco

    incondicional

    nem sempre seria cornpauvel com a mxima precso conceitual, havendo a primeira de ceder

    ltima..

    Sobre o conceto de compreenso , compare

    AIIgemeine Psychopstologie,

    de Jaspers

    algumas observaces de Rckert, na segunda edico de

    Grenzen der nsturwissensduttltchen

    Begrtissblklung [1913, p. 514-523], e particularmente de Simmel em Problemen der Geschichts-

    ptulosophie,

    tambrn se referem a este conceito). Quanto

    metodologia, remeto

    aqu

    como

    j o fiz diversas vezes, sexposces de F. Gottl, no escrito

    Die Herrschaft des Worrs,

    ainda

    que esta obra esteja escrita em estilo difcil e nem sempre alcance estruturar completamente

    o pensamento. Quanto

    rnatra

    refiro-me sobretudo

    bela obra de F, Tnnies,

    Getneinscheit

    und Gesellschaft

    alrn disso, ao Iivro fortemente desorientador de R Stamrnler,

    Wirrschaft und

    Recht nach der metectslisttchen Geschichtsauffassung,

    e

    minha crtica a este, em

    Archiv fr

    Soztslwissenschstt XX V 1907, Gesammelte Auistze z Wissenschaftslehre, tercera edco

    p, 291 e seg.

    a qual j contrn em grande parte, os fundamentos do que segue. Da metodologa

    de Sirnrnel na

    Soztologte

    e na

    Pbilosophte des Geldes

    distancio-me ao diferenciar logo o sen-

    tido visado do sentido objetivamente vlido, que ele nao apenas dexa de distinguir como

    propositadamente permite que se confundam amide.

    Sociologa no sentido aqu entendido desta palavra empregada com tantos

    significados diversos) significa: urna ciencia que pretende compreender interpretati-

    vamente a aco social e assim explic Ia causalmente em seu curso e em seus efeitos.

    Por aco entende-se, neste caso, um comportamento humano tanto faz tratar-se

    de um fazer externo ou interno, de omitir ou permitir) sempre que e na medida em

    que o agente ou os agentes o relacionem com um sentido subjetivo. A~o social ,

    por sua vez, significa urna aco que, quanto a seu sentido visado pelo agente ou os

    agentes, se refere ao comporta mento de outros, orientando-se por este em seu curso.

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    M XWE ER

    1

    Fundamentos metodolgicos

    1

    Sentido o sentido subjetivamente visado:

    na realidade

    num caso histricamente

    dado, por um agente, ou

    3

    em mdia e aproximadamente, numa quarudade dada de casos,

    pelos agentes, ou b num tipo puro

    concetualmerue

    construdo pelo agente ou pelos agentes

    concebidos como tpicos. Nao se trata, de modo algum, de urn sentido objetivamente correto

    ou de um sentido verdadeiro obtido por ndagaco metafsica. Nisso reside a dferenca entre

    as

    cincas

    empricas da

    aco

    a Sociologia e a

    Hstria

    e todas as ciencias dogmticas, a Jurispru-

    dencia, aLgica, a tica e a Esttica, que pretendern investigar em seus objetos o sentido correto

    e vlido .

    2. Os limites entre urna aco com sentido e um comporta mento srnplesmente reatvo

    (como aqui o charnamos), nao relacionado com um sentido visado pelo agente, sao nteiramente

    fluidos. Urna parte muito importante de todo comportamemo socologcamente relevante, espe-

    cialmente a aco puramente tradicional (ver abaixo), situa-se na frontera entre ambos. Em alguns

    casos de processos psicofsicos nao ternos aces com sentido, sto

    ,

    cornpreensves e, em outros,

    estas semente exstern para os especialistas; processos msticos e, por isso, nao comuncveis

    adequadamente em palavras nao podem ser compreenddos plenamente pelos que nao tenham

    acesso a esse tipo de experiencias. Por curro lado, nao pressuposto da compreensibilidade

    de urna aco a capacdade de produzir, com os prprios recursos, urna aco anloga: Nao

    preciso ser Csar para compreender Csar . A possibilidade de

    revver

    completamente a

    aco

    importante para a evidencia da cornpreenso mas nao condco absoluta para a interpre-

    taco do sentido. Componentes compreensveis e nao compreensfves de um processo

    esto

    muitas vezes misturados e relacionados entre si.

    3. Toda interpretaco, assm como toda ciencia em geral, pretende alcancar evidencia .

    A evidencia da cornpreenso pode ser de carter [a] racional (e, neste caso, ou lgico ou matem-

    tico), ou b intuitivamente compreensvo (emocional, receptivo-artstico). No dominio da acao,

    racionalmente evidente, antes de mais nada, o que se compreende intelectualmente, de modo

    cabal e transparente, em sua conexo de sentido visada. Intuitivamente evidente, no caso da

    aco,

    o que se revive plenamente em sua

    onexo

    emocional

    experimentada. Racionalmente

    compreensves, isto

    neste caso, di reta e inequvocamente apreensves em seu sentido intelec-

    tual, sao principalmente, e em grau mximo, as

    conexes

    de sentido que se encontram na

    relaco

    de proposrces matemticas entre si. Compreendemos inequvocamente

    O

    que significa, quanto

    ao sentido, quando algum utiliza, pensando ou argumentando, a proposco 2 x 2

    4 ou

    o teorema pitagrico, ou quando exrra urna cadea de concluses lgicas de rnanera correta

    (conforme nossos hbitos de pensar).

    O

    mesmo ocorre quando ele,

    partndo

    de fatos de expe-

    riencia que consideramos conhecdos e de finalidades dadas, tira em sua aco as conseqncas

    da Inequvocamente resultantes (conforme nossa experiencia) relativas l espce de meios a

    serem ernpregados. Toda

    lnterpreraco

    de urna

    aco

    desse tipo, racionalmente orientada por

    um fim, possu - quanto l compreenso dos

    meios

    empregados - um grau mximo de evidencia.

    Com menor grau de evidencia, mas suficiente para nossas exigencias de

    explcaco

    compreen-

    demos tambm aqueles erros (inclusive enredamento de problemas) nos quais poderamos

    incarrer ou de cuja formac;ao podemos ter a experiencia intuitiva. Ao contrrio, muitas vezes

    n o

    conseguimos compreender, com plena evidencia, alguns dos fins ltimos e valores

    pelos quais podem orientar-se, segundo a experiencia, as a

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    E ONOM I E SO IED DE

    pontos de ortenraco, Impulsos afetivos (medo, clera, rnbco nvej cirne amor, entusias-

    mo, orgulho, sede de vnganca, pedade, dedicaco, apetencias de toda espcie) e as reaces

    irracionais (do ponto de vista da aco racional, orientada por um fim) que deles resultam pode m

    ser revividos por ns emocionalmente e com tanto rnas evidencia quantornas suscetveis sejarnos

    a esses rnesmos afetos, cm todo caso, porrn, mesmo que ultrapassem absolutamente por sua

    intensidade nossas

    p r pr ia s p os sb il da de s,

    conseguimos

    cornpreend-los

    intuitivamente e avaliar

    intelectualmente seus efeitos sobre a

    orentaco

    e os

    meos

    da

    aco .

    Para a consderaco cientfica que se ocupa com a construco de

    tipos

    todas as conexes

    de sentido

    rracionais

    do cornportarnenro afetivarnente condicionadas e que

    nfluern

    sobre a

    aco sao investigadas e expostas, de maneira rnais clara, como desvos de um curso construdo

    dessa aco, no qual ela orientada de maneira puramente racional pelo seu fimo Na explcaco

    de um pnico fnancero , por exernplo, conveniente averiguar primeiro como se era proces-

    sado a aco se m influencias de afetos rraclonais, para registrar depois aqueles componentes

    rraclonas como perturbaces . Do mesmo modo, quando se trata de urna aco poltica ou

    militar,

    conveniente verificar prrneiro como se

    terie

    desenrolado a aco caso se tvesse conheci-

    mento de todas as circunstancias e de todas as

    ntences

    dos protagonistas e a escolha dos meios

    ocorresse de maneira estritarnente racional orientada pelo fim, conforme a experiencia que

    consideramos vlida. Semente esse procedimento

    possbiltar

    a mputaco causal dos

    desvos

    as irracionalidades que os condicionam. Em virtude de sua compreensibilidade evidente e de

    sua inequivocabilidade .- ligada

    racionalldade -, a construco de urna aco orientada pelo

    fim de maneira estriramente racional serve, nesses casos, Sociologa como ipo ( tipo ideal ),

    Permite compreender a aco real, influenciada por

    i r raconal idades

    de toda espcle (afetos, erros),

    como desvo do desenrolar a ser esperado no caso de um cornportamento puramente racional.

    Nesss medida

    e sorne me por esse motivo de conveniencia metodolgica, o mtodo da

    Sociologa Compreensiva racionalista . No entanto, claro que esse procedimento nao

    deve ser interpretado como preconceto racionalista da Sociologia, mas apenas como recurso

    metodolgico. Nao se pode, portaruo, imputar-lhe a crenca em urna predominancia

    efetv

    do

    racional sobre a vida. Pois nada pretende

    dzer

    sobre a medida ern que na realidade ponderaces

    raconas

    da

    relaco

    entre meios e fns determinam ou

    no

    as aces

    etetivzs

    (Nao se pode

    negar, de modo algurn,

    O

    perigo de lnterpretaces racionalistas no lugar errado. Toda a expe-

    riencia confirma, infelizmente, sua exsrncia.

    4. Processos e objetos alheos ao sentido sao levados em consderaco por todas as ciencias

    ocupadas com a

    aco :

    como

    ccaso,

    resultado, estmulo ou obstculo da

    aco

    humana.

    Alheo

    ao sentido nao idntico a inanimado ou nao-humano . Todo artefato, uma mquina por

    exemplo, somente pode ser interpretado e compreendido a partir do semido que a a

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    M XWE ER

    H ainda a possibldade de que a nvestgaco futura descubra regularidades

    o

    suscetveis

    de compreenso em cornportamentos especficos dotados de

    sentido

    por menos que sto tenha

    acontecido at agora. ferencas na heranca biolgica (das racas ), por exernplo, teriam de

    ser aceitas pela Sociologa como dados desde que e na medida em que se pudessem apresenrar

    provas estatsucas concludentes de sua influencia sobre o modo de comporta mento sociologi-

    camente relevante - especialmente, portante, sobre o modo como se

    d

    na

    aco

    social a refe-

    rencia ao seu sentido - do mesmo modo que a Sociologia aceita fatos fisiolgicos do tipo

    da necessidade de alirnentaco ou dos efeitos da velhce sobre as aces, E

    O

    reconhecrnento

    de seu significado causal nada alterara naturalmente, nas tarefas da Socologia (e das ciencias

    que se ocupam com a aco ern geral) cornpreender interpretativamente as aces orientadas

    por um sentido. Ela se limltaria a inserir, em determinados pontos de suas conexes de motivos,

    nterpretves de maneira compreensvel, fatos

    no

    suscetveis de cornpreenso (por exemplo,

    relaces tpicas de freqnca entre determinadas finalidades das aces ou do grau de sua raciona-

    lidade tpica e o ndice cranano ou a cor da pele ou quasquer outras

    quahdades

    fisiolgicas

    heredtras

    o que j hoje em

    d a

    ocorre nesta rea (ver acima).

    5. Compreenso pode significar: 1) cornpreenso stusl do sentido visado de urna aco

    (inclusive de urna manfesraco Compreendernos , por exemplo, de maneira atual, o sentido

    da proposco 2 x 2

    4 que ouvimos ou lernos (cornpreenso racional arual de pensarnentos),

    ou um ataque de clera que se rnanfesra na expressao do rosto, interjeices e rnovrnentos

    irracionais (cornpreenso irracional atual de aferos) ou o comportamemo de um lenhador ou

    de algurn que pe a mo na macaneta para fechar a porta ou que aponta com o fuzil para

    um animal (cornpreenso racional atual de aces) Mas, cornpreenso pode significar tambm:

    2)compreensao explicativa: cornpreendemos , pelos motivos que sentido tem em mente aquele

    que pronuncia ou escreve a proposco 2 x 2

    4, para ez lo precisamente nesse momento

    e nessa stuaco quando o vemos ocupado com um clculo comercial, urna demonstraco clenr-

    fica, um clculo tcnico ou outra aco a cuja conexo pertence aquela proposco pelo

    sentido

    que ns a tri bu mos a ela, quer dizer, a proposi

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    E ONOMI E SO IED DE 7

    Toda nrerpreraco p re te n de alc an c ar evide n c ia (tp ico 3). M as n e n hurn a

    nterpretaco

    p or rn ais evide n te que se ja quan to ao se n tido, p ode p re te n de r , c omo tal e em

    vrtude

    desse

    c ar re r de eviden cia, se r tambm a n te rp re tac o c ausal vlida. Em si, n ada mas do que urn a

    hipotese c ausal de e vide nc ia p artic ular . a Em m uitos c asos, sup ostos m otivos e represses

    (sto desde logo, motivos n ao re c on he c idos) oculta m ao prpro age n te o n exo real da orle n -

    taco

    de sua

    aco,

    de modo que

    tarnbrn

    seus

    prprios

    te ste rn un hos subje tivam en te sin ce ros

    trn valor ap en as re lativo. Ne ste c aso, c abe

    Sociologa a tare fa de ave riguar e ssa conexo

    e

    l x l a

    pe la nrerpretaco,

    siad que

    n ao re n ha sido e le vada

    conscinciu

    ou, o que se ap lic a

    a maior ia dos c asos, n ao o ren ha sido p le n amen te , c orn o conexo visada c on cre tam en te : um

    c aso-lim ite da nrerpretaco do se n tid o. b manlfesraces exte rn as da ac ;ao que c on side ram os

    guas ou p are cidas p ode m base ar-se e m c on exe s de se ntido be rn dive rsas p ara o re sp ec tivo

    age nte ou age nte s; e c om pre en de rn os' rarn brn ac e s extre mam en te dive rge nte s, ou at op ostas

    quan to ao sen tido, em Cac e de

    stuaces

    q ue c on sid er amo s

    idnncas

    en tre si (exemp los n a

    obra de S im rn e l, Die Ptobleme del Geschkiusphtlosophie . e ) D ian re das stuaces dadas, os

    a ge n te s h uman o s atvos esto freqenternente e xp osros a im p ulsos c on trar ios que se an tagoruzarn ,

    tod os e le s c om p re en sive s p ar a n s. M as, se ja qua fo r a

    intensidsde

    re lativa c om q ue c ostu rn ar n

    se m an ife star as dive rsas re fe re n c ias ao se n tido

    envolvdas

    n a luta dos motivos

    igualmente

    cornpreensves

    p ara n s, algo que , e rn re gra e se gun do toda a exp e rie n c ia, n ao se p ode

    avahar se guramen te e , em gran de n me ro de c asos, n ern ap roximadamen te . Semen te o re sultado

    de r ivo da luta dos m otivos n os esc lare c e a e sse respero. Com o em toda hiptese irnprescindvel

    p ortan ro, o con trole da in te rp re tac o corn p re en slva do se n tido, p e lo re sultado n o curso e fe tvo

    da aco. E sse c on tr ole s p ode se r alcan c ado, c om precso r e lativa, n os c asos e sp ec ialm en te

    adequados a e ste fim e in fe lizmen te raros de exp er ien cias p sicolgic as. Tarnbm p or me lo da

    estatsrica mas ap e n as em grau multo variado de ap roxirn ac o, n os casos (igualm en te lim itados)

    de

    fenmenos

    em rn assa de n ature za

    enurne rve l

    e in equvoca quan to a sua

    rnpurablidade.

    De re sto, h ap en as a

    possblltdade

    de comparar o

    maor

    nmero

    poss vel

    de p roce ssos da

    v ida h is t r ic a OU cotidian a que se jam quase ide n tc os mas que difiram n um

    ni o

    p o nto d ec isiv o:

    () motivo ou impulso a se r e xam in ado c ada ve z com re sp e ito a sua sign ific a~ao p r tic a.

    sto con stitui urn a tare fa imp ortan te da Soc iologia comp arada. Em muitos casos, e n tre tan to ,

    s re sta o mdo in seguro da e xp e r ien c ia ide al , que r c izc r , a e lim n ac ;ao im gin d de c ertos

    com pon en te s da cade ia de m otivos e a con struc ; o do de se n volvim en to eIllao p rov ve l da ac ; o,

    p ara alc an ;ar um a im putac ;ao c ausaL

    A chamada le de G re sham , p or exemp lo, um a in te rp re tac ; o rac ion alm en te e vide nte

    da ac ; o human a em condic ;6e s dadas e sob o>p re ssup osto ide al-tp ic o de um a aG ao or ien tada

    p or se u obje tivo, de man e ira .p uramen te rac ion aL A t que p on to a ac ;ao

    rcal

    c or re sp onde a

    e ssa le

    uma coisa que somen te xxle e n sin ar -n os a exp er ie n c ia (e xp re ss ve l, a p r in c p io,

    em

    algum a form a e statstic a ) sobre o de sap are c im en to e fe ivo da c irc ulac ; o das c lasse s de m oedas

    que a re gulamen tac ;ao mon e t ria [jxa abaixo de seu valor ; e ssa exp e r icn c ia comp rova, de fato,

    a validade muto amp la da le . Na ve rdade , o curso do con he c mcn to foi e ste :

    primero

    existiram

    as obse rva~es em pric as e em seguida Coi formulada a in te rp re tac ;ao. Sem e sta in te rp re tac ;iio

    be m-suc edida, n ossa p re te ns G a causalidade p erm an ec eria evide nte me nte in satisfe ita. M as, p or

    OutrO lado, sem a p rova de que G de sen rolar ide alm en te c on strudo do comp orta m en to se re aliza

    em alguma m edida n a p r tic a, e sse tip o de le i, p or mais e viden te que se ja, se r a uma con struc ;iio

    sem valor algum p ara o con hec im en to da ac ;ao real. N este exem plo,

    c on c lud en te a c on c or dan c ia

    e n tre adequa

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    MAXWEBER

    7. Denominamos motivo urna conexa o de sentido que, para o

    prprio

    agente ou para

    o observador, constitu a razo de um comporta mento quanto ao seu sentido. Denominamos

    adequado quanto ao sentido um cornportarnento que se desenrola de rnanera articulada quan-

    do afirmamos, conforme os hbuos rndos de pensar e sentir, que a relaco entre seus compo-

    nentes consrlrul urna conexa o de sentido tpica (costurnarnos dizer correr ) Ao contrario,

    causalrnenre adequada urna

    seqnca

    de fenmenos na medida em que, segundo as regras

    da experiencia existe a possibilidade de que se eferue sempre da mesma maneira. (Segundo

    essas definices,

    adequada quanto ao sentido por exemplo, a soluco carreta de um problema

    aritmtico, de acordo com as normas correntes de calcular ou pensar. Csusslmente adequada

    - no

    mbi to

    das

    ocorrenc as esta ts ricas -

    a

    probab l idade

    existente, conforme as regras

    cornprovadas da experiencia, de urna

    soluco

    cerreta ou

    falsa -

    do ponto de vista de

    nossas atuais normas, portanro tarnbrn de urn erro de clculo OU de um enredarnento de

    problemas tpicos.) A explicaco causal significa, portante, a verifcaco de que, de acordo

    com determinada regre de probabilidade

    avalivel

    ou no raro caso ideal numericamente expres-

    svel a determinado evento observado (interno ou externo) segue outro evento determinado

    (ou aparece juntamente com ele).

    Urna interpretscio causal carreta de urna aco concreta significa: que o desenrolar externo

    e o motivo sao conhecidos de

    m aneira exsts

    e, ao mesmo tempo,

    comprccnsivel

    quanto ao

    sentido em seu nexo. Urna nrerpretaco causal cerreta de urna aco tpica (tipo de aco cornpreen-

    svel) significa: que o desenrolar considerado tpico tanto se apresenta como adequado quanto

    ao sentido (em algum grau) quanto pode ser confirmado (em algum grau) como causalrnente

    adequado. Na ausencia da adequaco de sentido, apenas ternos urna probab l dade eststlstics

    iacompreensivel (ou nao completamente cornpreensvel), mesmo que exista regularidade mxima

    do desenrolar (tanto do externo quanro do psquico) e esta possa ser

    f xada nurnercamente

    com a rnaior precso. Por outro lado, rnesrno a adequaco de sentido mais evidente semente

    pode ser considerada urna proposco causal cerreta para o alcance do conhecimemo sociolgico

    na medida em que se comprove a existencia de urna probsbtlidnde

    deterrnnvel

    de algurna

    forma) de que a

    aco

    costuma desenrolar-se, de [aro e corn determinada

    freqncia

    ou aproxi-

    rnaco

    (em

    mdia

    ou no caso puro ), da maneira adequada quamo ao sentido. Apenas aquetas

    regularidades estatstcas que correspondern a um sentido visado compreensivel de urna a < : U

    social sao (conforme a definico aqui empregada) tipos de aG6es compreensveis e, portanto,

    regras sociolgicas . E constituem tipos sociolgicos de acomecimento real apenas aquelas

    constru

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