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Webinar – O Nutricionista
Marcelo Hentz Ramos – PhD / Diretor 3rlab
Publicado originalmente na revista Balde Branco
Foi realizado no dia 11 de março as 19:00 mais um
Webinar. Desta vez o palestrante era o Dr. Mike DeGroot. Dr.
DeGroot é PhD e consultor de fazendas leiteiras no estado da
Califórnia. O tema da sua apresentação foi utilização de
subprodutos para vacas leiteiras. O webinar, novamente, estava
com casa cheia, 100 nutricionistas participando online no Brasil,
30 nos EUA e 70 na Argentina.
Dr. Degroot ressaltou a importância de entender sobre a
utilização de subprodutos para vacas leiteiras visto que 27% da
comida processada no mundo torna-se subproduto. Dentre os
subprodutos discutidos foram apresentados: casca de amêndoa
(figura 1), batata (figura 2), polpa de beterraba, cevada, farelo de
canola, polpa cítrica, farelo de glúten de milho, caroço de
algodão, melaço, farelo de arroz, casca de soja e farelo de trigo.
Um dos destaques da apresentação do Dr. Degroot foi
demonstrar a grande variação que existe na composição dos
subprodutos. De uma maneira simples, o valor nutricional
utilizado em softwares de formulação pode estar muito longe da
composição real do alimento. Quando investigamos problemas
em fazendas, precisamos levar em consideração a possibilidade de
o subproduto utilizado não conter a composição que estamos
trabalhando (mais ou menos amido, mais ou menos proteína,
etc..) e ser a causa do problema na fazenda em questão.
Outro ponto de extrema importância é o processo de
precificação dos subprodutos. Dr. Degroot utiliza um software
para comparar o valor nutricional dos subprodutos e mostrar em
um gráfico quais subprodutos deverão ser utilizados na fazenda.
Em parceria com a Universidade de Wisconsin-Madison, o 3rlab
realiza esta análise para clientes no Brasil.
Dr. Degroot reiterou a importância da análise mensal da
forragem utilizada na fazenda “toda vez que vou à fazenda eu
coleto uma amostra de forragem e envio ao laboratório, sem
análise eu não consigo trabalhar”, disse Dr. Degroot. Pontos de
manejo praticados em fazendas comerciais na Califórnia também
foram discutidos brevemente. A importância do resfriamento das
vacas (figura 3, 4 e 5) e do fornecimento de alimentos à vontade
para os animais (figura 6).
Uma novidade do webinar foi a utilização de perguntas para
entender o que nossos nutricionistas pensam sobre alguns pontos
importantes sobre a utilização de subprodutos. A primeira
pergunta foi qual o principal objetivo com a utilização de
subprodutos na fazenda (Gráfico 1)? Para os nutricionistas
brasileiros são preço e a capacidade de formular dietas melhores.
Para os americanos, além de preço, melhorar a consistência da
dieta e também o fato de muitas vezes não terem forragem o
suficiente foram os principais pontos. Os argentinos tiveram um
comportamento semelhante aos brasileiros.
A segunda pergunta foi sobre a frequência de análise da
forragem na fazenda (Gráfico 2). Os brasileiros analisam
forragem uma vez ao ano e algumas vezes, os argentinos
seguiram o mesmo padrão de resposta com uma 30% dos
participantes respondendo que analisam forragem todo mês.
Dentre os americanos, 56% analisam forragem todo mês. A
terceira pergunta teve o objetivo de entender como o nutricionista
decide sobre a utilização de subprodutos na fazenda (Gráfico 3).
Os argentinos decidem utilizar os subprodutos mais regionais, os
americanos ficaram divididos entre deixar o software de
balanceamento decidir e a falta de forragem ditar a necessidade.
Já os brasileiros deixam o software de balanceamento decidir
como também utilizam produtos regionais.
Ficou muito claro neste webinar a diferença existente entre
os nutricionistas dos três países: os americanos analisam com
muita frequência a forragem, decidem comprar subprodutos pelo
preço e deixam o software de balanceamento decidir qual
subproduto irá ser utilizado. Já os brasileiros ainda análise a
forragem somente uma vez ao ano e em alguns casos
mensalmente, deixa o preço decidir, mas também entende que
subproduto pode permitir melhores formulações de dietas. Os
argentinos comportaram-se semelhantes aos brasileiros. De
grande importância da leitura destas perguntas realizadas é o
caminho que ainda temos que percorrer para demonstrar a
importância da análise mensal de forragem na fazenda. Se o Dr.
Degroot demonstrou na sua apresentação a variação existente
entre os subprodutos e a necessidade de saber trabalhar esta
variação, é porque eles já superaram a variação na qualidade da
forragem.
A apresentação completa pode ser encontrada no site do
3rlab (www.3rlab.com.br).
Figura 1 – Casca de amêndoa
Figura 2 - Batata
Figura 3 – Resfriamento de vacas
Figura 4 – Resfriamento de vacas leiteiras
Figura 5 – Resfriamento de vacas leiteiras.
Figura 6 – Falta de comida na linha do cocho: erro gravíssimo
que não pode ser cometido.
Gráfico 1 – Qual o principal objetivo da utilização de
subprodutos para vacas leiteiras?
0
10
20
30
40
50
60
70
Melhorconsistência
da dieta
Preço Não tenhoforragemsuficiente
Permiteformular
dietasmelhores
Eu não utilizosubprodutos
EUA
Brasil
Argentina
Gráfico 2 – Frequência de análises de forragem na fazenda.
0
10
20
30
40
50
60
Uma vez aoano
Algumasvezes ao ano
Todo mês A cada 15 dias Eu nãoanaliso
forragem naminha
fazenda
EUA
Brasil
Argentina
Gráfico 3 – Como é tomada a decisão sobre a utilização de
subprodutos.
0
10
20
30
40
50
60
70
Utilizo softwarepara
balanceamentode dietas
Qualquersubproduto
disponível eucompro
Quando nãotenho forragem
eu utilizo umpouco de
subproduto
Utilizo os maistradicionais naminha região
Eu não utilizosubprotudos
EUA
Brasil
Argentina