WHATSAPP COMO FERRAMENTA DE VENDAS -...

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ATENDIMENTO E VENDASCOMUNICAÇÃO PARA VENDEDORES

CARMEN BENEDETTI

02, 03 e 04 de Julho19h às 23h

• A preparação do vendedor de dentro para fora• Comunicação verbal e não-verbal• O corpo fala e a voz conta!• O que é preciso conhecer para ser um bom vendedor?• Três perigos a evitar!Não associados: R$ 222,00Associados e estudantes: R$ 130,00

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃOEU + VENDEDOR

MURILO GOMES

17, 18, 19, 23 e 24 de Julho19h às 22h

Módulo 1 - Planejamento: Eu + Produtivo • Planejamento de vendas • Agenda de trabalho eficiente• Administração do tempo para vendedores• As lições do planejamento comercial• Não perca tempo e melhore seus resultados

Módulo 2 - Prospecção: Eu com + Clientes • Estratégias de prospecção• Prospecção com criatividade• Sistemas de prospecção• Prospectando com sucesso• Onde estão os clientes que você precisa para bater suas metas

Módulo 3 - Atendimento: abordagem + eficiente • Atendimento de alta performance• Processo de abordagem • Técnicas e cases práticos• Como aumentar vendas com atendimento eficiente• Repertório comercial para abordagem 

Módulo 4 - Negociação: Eu + persuasivo • Como negociar mais e melhor?• Técnicas atuais de negociação• A arte de persuadir clientes• Mundo real: simulação prática de negociação em vendas• Negociar para vender 

Módulo 5 - Fidelização: + resultados com pós-venda • A arte de fidelizar e manter clientes• Fidelização é custo?• Fidelizar para vender mais e mais• Passo a passo da fidelização • Como lucrar com a fidelização?Não associados: R$ 300,00Associados e estudantes: R$ 250,00

WORKSHOP:FAÇA SEU SERVIÇO SER UMA EXPERIÊNCIA

INESQUECÍVELREGINA NAKAYAMA

31 de Julho19h às 23h

• Qualidade do atendimento na prestação de serviços• Fatores tangíveis e intangíveis que influenciam na qualidade do

serviço• Proposta de valor entregue e percebida• Momentos da verdade no ciclo de serviçosNão associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

WHATSAPP COMO FERRAMENTA DE VENDASMURILO GOMES

07 e 08 de Agosto19h às 23h

• Venda pelo Whatsapp – antes de ser online, é processo!• WhatsApp é meio e o resultado é fim – onde está seu foco?• Atmosfera de tecnologia e inovação voltada para aumentar suas

vendas• Introdução ao WhatsApp com foco comercial• WhatsApp como ferramenta de vendas e promoção do seu

produto ou serviço• Como criar relacionamento comercial pelo WhatsApp?• Boas práticas e uso produtivo do WhatsApp• Cases Não associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

PALESTRA:TRANSFORME SEU ATENDIMENTO EM VENDAS

REGINA NAKAYAMA

21 de Agosto19h às 21h

• As leis do atendimento ao cliente• Os momentos da verdade• Como criar e manter relacionamentos com clientesNão associados: R$ 95,00Associados e estudantes: R$ 56,00

VENDAS EXTERNASSIDNEY KAYAMORI

27 e 28 de Agosto19h às 23h

• Vendas externas no mercado globalizado• A importância da venda profissionalizada• O uso das mídias sociais nas vendas externas• Planejamento do roteiro de visitas• Prospecção e acompanhamento dos clientes• Campanhas e promoções de vendas aos clientes• Pós-vendas ou pós atendimento: A venda que inicia após as vendasNão associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

WORKSHOP: COMPORTAMENTO E IMAGEM CORPORATIVA

SILVIA ROCHA

12 de Julho19h às 23h

• A importância da consistência e coerência de imagem• Comportamento e postura profissional dentro das empresas• Vestimenta profissional e seus níveis de formalidade• O que é moda?

• Identificação dos códigos contemporâneos do vestuário profissional• Dress code e dress code para eventos corporativos• Comportamento e redes sociais • Casos reais de sucesso e insucesso através da construção de uma

imagem consistenteNão associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

INTENSIVO EM DEPARTAMENTO PESSOAL:PRINCIPAIS ROTINAS E NOVAS REGRAS

DA REFORMA TRABALHISTAMARIO SERGIO CURTI

25 e 26 de Julho19h às 23h

• Procedimentos da empresa na Admissão de empregados• Documentos necessários• Obrigatoriedade• Responsabilidade• Contratos de Trabalho: Determinado, Indeterminado e Intermitente• Alteração do Contrato• Jornada de Trabalho• Trabalho noturno• Acordo Coletivo• Acordos Individuais• Interpretação das normas coletivasNão associados: R$ 295,00Associados e estudantes: R$ 230,00

IMPORTAÇÃO PRÓPRIA, POR CONTA E ORDEMDE TERCEIROS E POR ENCOMENDA

TÂNIA CRISTINA PRYPLOTSKI

26 e 27 de Julho19h às 23h

• Introdução e definições: Importação própria, por conta e ordem de terceiros e por encomenda

• Caracterização e requisitos das importações por conta e ordem de terceiros

• Caracterização e requisitos das importações para revenda a encomendante predeterminado Tributos incidentes nas operações de importação e benefícios estaduais (ICMS)

• Aplicação da alíquota de 4% nas operações interestaduais• Registros fiscais, contábeis emissão de NF-E na entrada e saída Não associados: R$ 295,00Associados e estudantes: R$ 230,00

QUALIDADE DE SERVIÇOS EMRECEPÇÃO E SECRETARIA

SILVANA OLIVEIRA

30 e 31 de Julho19h às 23h

• Desenvolvimento pessoal e profissional• Perfil e postura profissional• Superação no atendimento aos clientes• Técnicas de recepção e atendimentoNão associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

ATENDIMENTO E VENDAS

DIVERSOS

• Conceito• Atividades Possíveis• Empresas com Capacidade de Terceirizar• Responsabilidade Contratante e Contratada• Requisitos para Contratação• Contrato de Prestação de Serviços• Rescisão do Contrato• Segurança e Saúde na Terceirização• Obrigação Assessória na Terceirização• Retenção previdenciária• Gestão nas Rotinas• Controle de Documentos e ObrigaçõesNão associados: R$ 295,00Associados e estudantes: R$ 230,00

WORKSHOP:GESTÃO DE FINANÇAS PESSOAIS:

UM ENFOQUE PRÁTICOCHARLES VEZOZZO

14 de Agosto19h às 22h30

• Informações sobre finanças na atualidade• Prioridades em finanças• Planejar é preciso• Cuidados a serem tomados na gestão financeira• Os 10 princípios da boa gestão financeira• Considerações finais• Planilha de fácil acesso e planejamento Não associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

WORKSHOP:LIDERANÇA: COMUNICAÇÃO,

CONEXÃO E CONFIANÇAGYSELE ROGO

16 de Julho19h às 23h

• Conectar-se diferente de apenas comunicar• Comunicação assertiva• Perfil comportamental do líder e suas tendências na

comunicação com os liderados• Liderança x Confiança• Líder que conduz ou motiva• Ética e liderançaNão associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

DESENVOLVENDO LÍDERESMARIA CRISTINA CONSALTER

06, 07, 08 e 09 de Agosto19h às 23h

• Estilos de liderança• Liderança situacional• O papel do líder na gestão de pessoas• Comunicação entre líder e liderados• Delegação de atribuiçõesNão associados: R$ 248,00Associados e estudantes: R$ 142,00

COMO COBRAR E RECEBER DÍVIDASBRAZ ISMAEL VENDRAMINI

07, 08 e 09 de Agosto19h às 23h

• Relacionamento crédito / cobrança• Meios de solver as obrigações• Código de defesa do consumidor e civil • Mensagens – SMS aos clientes• Como obter maiores resultados nas cobranças de clientes

inadimplentes• As principais desculpas utilizadas pelos clientes inadimplentes e

como contorná-las• Como organizar uma carteira de atrasados de forma produtiva• Como cobrar por telefone• Preparando sua voz• Empatia e assertividade• Cuidados no diálogo e posturas positivas ao telefone• Como lidar com situações difíceis• Visitas externas: como torná-las mais eficientes e com menor custo• Como não ser vítima de armadilhas de clientes mal-intencionados• Técnicas que levam o entendimento e acordos com os devedores• Simulações de casos práticosNão associados: R$ 222,00Associados e estudantes: R$ 130,00

PALESTRA:NETWORKING, RELACIONAMENTO E CONEXÕES

GYSELE ROGO

13 de Agosto19h às 21h

• Consolidando sua imagem pessoal/ marca/identidade • Como sua imagem pode influenciar no seu networking • A construção do networking deve ser constante • Networking pessoal ou profissional como ponte • Comunicação fator imprescindível em todos os níveis de

relacionamento • Networking como estratégia: Definir o foco para seu networking

| Manter sua rede de contatos | Ampliar sua rede de contatos | Aumentar sua visibilidade | Entender e estudar seu mercado

Não associados: R$ 95,00Associados e estudantes: R$ 56,00

ASSISTENTE CONTÁBIL:FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO

ELISANGELA GONÇALVES DA SILVA CARDOSO

15 e 16 de Agosto19h às 23h

• Obrigatoriedade de apuração pelo lucro real• Conceito de lucro presumido• Apuração do PIS e da Confins• Regime de incidência não cumulativa• Simples Nacional• Obrigações assessórias com ênfase no SPED: obrigatoriedade,

prazo e penalidadesNão associados: R$ 295,00Associados e estudantes: R$ 230,00

A NOVA TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTAMARIO SERGIO CURTI

22 e 23 de Agosto19h às 23h

PALESTRA:MARKETING PESSOAL E COMPORTAMENTO

ORGANIZACIONALGYSELE ROGO

09 de Julho19h às 21h

• Marketing Pessoal – Você é sua marca!• Marketing Pessoal e Empregabilidade• Criando uma Rede de relacionamento (Networking)• Comunicação efetiva• Relacionamento Interpessoal – Gestos e Posturas• Apresentação Pessoal: Você é seu cartão de visita• Comportamento Social• Postura no trabalho• ÉticaNão associados: R$ 95,00Associados e estudantes: R$ 56,00

NEGÓCIOS DIGITAIS: EMPREENDENDO E ATUANDOMARCOS ROBERTO MARQUES, CLAUDIR SALES DE LIMA

E EMERSON GALLIANO

24, 25 e 26 de Julho19h às 22h

Módulo I• Modelo de negócio inovador• Cultura organizacional e a empresa no contexto do

empreendedorismo• Marketing para negócios empreendedores• Ideias/problemas/mercados• Oportunidades de negócio• Cases

Módulo II• O processo empreendedor• A vertente comportamental de motivação empreendedora• Novos negócios• A tecnologia da informação e a sociedade do conhecimento• O plano de negócio

Módulo III• A evolução e a natureza do digital• Instrumentos de atendimento ao cliente on-line• Redes sociais, inbound marketing e suas aplicações• Campanhas em motores de busca (google, bing, buscaki)• A manutenção e o relacionamento com o cliente no e-commerceNão associados: R$ 390,00Associados e estudantes: R$ 290,00

WORKSHOP:OTIMIZE A PRESENÇA DE SUA EMPRESA

NAS REDES SOCIAISSHEILA DAL RY

30 de Agosto19h às 23h

• Consumo e influência online • Redes sociais que influenciam• Otimização das redes• Anúncios que vendemNão associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

FINANÇAS

GESTÃO DE RH

MARKETING

WEB

EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2016/2019

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Claudio Sergio TedeschiPresidenteFernando Maurício de MoraesVice-presidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroRogério Pena Chineze 2º Diretor Financeiro

Angelo Pamplona da CostaDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosOlavo Batista JuniorDiretor de Comércio InternacionalAdelino Favoretto JuniorDiretor de ProdutosElias Lombardi de OliveiraDiretor Institucional

Luigi Carrer FilhoDiretor de AgronegóciosMarco Aurélio KumuraDiretor de Tecnologia e InovaçãoRicardo Beraldi RodriguesDiretor Micro e Pequeno EmpresárioAndré Gradia Gomes YuiDiretor Jovem EmpresárioMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry Sudan Carlos Alberto Dorotheu MascarenhasDavid ConchonFlávio Montenegro BalanGeorge HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo JúniorJosé Augusto RapchamKatsumi Sérgio OtaguiriNivaldo BenvenhoOswaldo Pitol

Valter Luiz OrsiWeber GuimarãesWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCALTitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni NetoSuplentesMario Nei PacagnanMarcelo Quelho FilhoEduardo Ajita

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoGiovana Nogueira CorreiaEstagiária de ComunicaçãoFernando CremonezFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Rodrigo GearaSuperintendente Claudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaSupervisora de Marketing

ColaboradoresAmanda de Santa Fernanda Bressan Francismar Lemes

Marilaide Costa Ranulfo Pedreiro Samara Rosenberger

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

UM SEMESTRE QUE VAI DURAR QUATRO ANOSChegamos ao último semestre do

ciclo iniciado em janeiro de 2015, com a segunda posse da presidente Dilma Rousseff. Anos difíceis, de constante instabilidade política, de noticiário bombástico, de impeachment, de agitação nas ruas, de reformas que não vingaram, de discussões acaloradas nas redes sociais, de prisão de ex-presidente, um tempo onde empreender, negociar e produzir foi quase um ato de heroísmo.

Um semestre onde vai se falar muito de Brasil e de futuro, de problemas e de soluções, de crise e de mudanças. Os vencedores deste grande debate público vão nos governar nos próximos quatro anos. Não há espaço para negligências ou indiferenças. É preciso se posicionar, de preferência com propriedade.

Como sempre, oferecemos conteúdo relevante para que você faça as melhores escolhas.

O que você acha do financiamento público das campanhas eleitorais? Você já pensou sobre a importância dos pequenos negócios para o País? Por que os escândalos de corrupção se sucedem? Por que tecnologias como fibra ótica e infraestrutura de saneamento fazem a diferença? Estamos dando a atenção necessária à logística?

É preciso refletir sobre tantas coisas para que nosso esforço faça a diferença e valha a pena! Ler é salutar, pensar é fundamental, o debate é insubstituível. Se todos nós fizermos a lição de casa neste semestre, seremos recompensados pelos próximos quatro anos. Apostar em um salvador é retirar das nossas próprias mãos o poder de mudar o Brasil de verdade.

Boa leitura!

Claudio Sergio Tedeschi Presidente da ACIL(gestão 2016-2019)

Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

DESENVOLVIMENTOA conquista da água ........................................................... 18

GRANDES E PEQUENOSE-Social passa a valer para todasas empresas a partir de julho ............................................... 22

PERFILAs convicções que transpõem todas as barreiras ............... 28

TECNOLOGIAFibra óptica se expande, fica mais barata esoluciona gargalos nas empresas ...................................... 30

BEM-ESTARO ‘treino’ do vigor mental ................................................... 34

ARTIGOExportar: possibilidade paragrandes e pequenas empresas ......................................... 37

COLUNA DA ACILVem aí o Lidere 2018 .......................................................... 38

ÍNDICE

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GESTÃOO papel da logística nos negócios

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POLÍTICAFinanciamento público de campanha: desafio para a democracia

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ENTREVISTA“Precisamos ter umpaís minimamente sério”

MERCADOAs pequenas locomotivasde uma grande composição

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AS PEQUENASLOCOMOTIVAS DE UMA GRANDECOMPOSIÇÃOMicro e pequenos empresários ajudam na retomada, lideram busca por mão de obra e são responsáveis por 90% dos novos empregos formais no País

MERCADO

7Associação Comercial e Industrial de Londrina

Por Samara Rosenberger

Sempre que uma novidade chega nas araras, Francielle faz stories no Instagram, manda mensagem para as clientes e amigas no WhatsApp e coloca as peças da antiga coleção em promoção, em um espaço especial destinado na frente da loja. Antes, ela trabalhava sozinha, agora, tem uma funcionária fixa que a ajuda a revezar nas folgas dos fins de semana. Na última ação de marketing que ela mesma elaborou, no Dia das Mães, clientes e amigas elogiaram a boa música ao vivo e o coquetel com brigadeiros e champanhe: mimos que toda cliente gosta. Um pequeno negócio que sustenta toda a família, composta pela mãe e filho de cinco anos, e ainda faz girar a engrenagem da economia.

A loja de roupas da Francielle é uma entre tantas que contribuíram para a criação das 54,9 mil vagas formais no País, geradas exclusivamente pelas pequenas empresas em abril. O número representa 90% do total de empregos abertos em carteira assinada. Em contrapartida, as médias e grandes empresas criaram apenas 5 mil postos de trabalho.

“A micro e pequena empresa têm um papel preponderante, principalmente neste momento econômico com a taxa de desemprego bastante elevada”, explica o consultor econômico da ACIL Marcos Rambalducci. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados no Brasil, nos três primeiros meses de 2018, foi de 13,7 milhões de pessoas. “Este é o papel do pequeno empreendedor, de absorver a força de trabalho de quem não conseguiu encontrar um emprego formal, considerando a vantagem de aceitar mão de obra que não precisa ser tão bem qualificada”, completa.

Outra vantagem é o perfil adaptável de sobrevivência diante da crise. “A constituição dos pequenos negócios é mais rápida e tem preferências tributárias que ajudam na velocidade de inserção de mão de obra”, diz. Diante disso, a flexibilidade aparece como atributo essencial para o reposicionamento e remodelamento, características ausentes das grandes e médias empresas.

Em Londrina, os dados também são animadores. Segundo o Sebrae, das 81 mil empresas em pleno funcionamento, 61 mil estão nas categorias micro e pequenas, as quais criaram 82 postos de trabalho em março e permanecem com sua trajetória positiva. Na outra ponta, os grandes assinaram 229 contratos de rescisão.

“Os profissionais desligados buscam novas oportunidades. Umas delas, é direcionada a empreender. Fazendo isso, os novos empresários buscam a contratação de mais pessoas. Isso tudo gera e contribui para os dados acima citados”, explica Fabrício Pires Bianchi, gerente da Regional Norte do Sebrae-PR. O estado acompanha a onda positiva, tendo apresentado pelo terceiro mês consecutivo mais de 2,4 mil postos de trabalho.

As precursoras startups

Na opinião do gerente do Sebrae, as startups foram as principais responsáveis pelo novo modelo de negócio. “Elas acabaram ganhando força e vigor nos últimos anos, no máximo

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de uma década para cá, especialmente devido à popularidade dos smartphones, que possibilitaram a criação de aplicativos”, cita. Para ele, o novo mindset - que em português pode ser traduzido como “atitude mental” - do pequeno empresário é a peça-chave para o sucesso.

“Essa mudança vem influenciando o comportamento do empreendedor e de quem deseja empreender. As pessoas veem novas oportunidades no que já existe ou enxergam algo que pode fazer a diferença e fugir do modelo tradicional. O foco no mindset facilita novos negócios”, analisa Bianchi ao mencionar que as empresas tradicionais se viram obrigadas a repensar suas estratégias diante da proliferação dos criativos de plantão.

Recém-formados e profissionais estreantes também têm apostado na inovação e aberto suas empresas, em desabalada fuga do mercado de trabalho. “Há um movimento forte de alunos saindo e montando seu próprio negócio. Como eles sabem que carteira assinada é um problema, entram na lógica empreendedora, entendendo o que o mercado precisa e entregando um produto com valor agregado”, destaca Marcos Rambalducci.

Evite errar

É preciso ter expertise para aproveitar o cenário facilitador, comportamento que nem sempre acontece. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), um terço dos negócios no Brasil naufraga em apenas dois anos.

Entretanto, isso não significa que o potencial empreendedor deve desistir e abandonar o barco definitivamente. “Não estar capacitado não quer dizer que você não pode se preparar. Ou seja, enquanto a pessoa está formando sua empresa e tentando colocar seu produto, deve aprender conceitos de marca, precificação e

buscar conhecimento agregado. É um processo de aprendizagem”, recomenda o consultor econômico.

Para evitar que isso aconteça, é importante um treinamento. Um excelente profissional nem sempre será um ótimo empresário. “Este é um dos erros mais recorrentes. A pessoa pode ter conhecimentos completos na área em que atua, mas tem dificuldades em gerir um negócio”, pontua Fabrício Bianchi.

Algumas armadilhas elencadas por ele são: não ter a política correta de contratação de funcionários, não entender o perfil do cliente, ansiedade combinada com ausência de planejamento e confundir afinidade com desejo de trabalhar no setor escolhido.

“A seguinte situação acontece de forma frequente. Um potencial empresário diz: ‘Adoro esportes e, por isso, vou abrir uma loja de artigos esportivos’. É diferente gostar e querer trabalhar nesse nicho. É necessário o mínimo de expertise ou pelo menos se aproximar de pessoas que estão nesse mercado”, acrescenta.

Desconhecer a demanda do cliente e os detalhes dos produtos e serviços também significa empreender de maneira equivocada. “Muitos empreendedores olham só para o que o concorrente faz, enquanto deveriam estudar e apresentar um diferencial para oferecer algo melhor”, aconselha Bianchi.

Para Marcos Rambalducci, a discussão é ainda mais profunda. “A educação brasileira trabalhou na formação de empregados por décadas a fio. Desde os anos 1970, o sonho dos pais era de que o filhos trabalhassem em empresas públicas. Ainda há resquícios dessa época. Há necessidade de uma ginástica no que diz respeito ao comportamento e educação. Nas culturas anglo-saxônicas, a exemplo dos EUA, as crianças são educadas para o empreendedorismo. Nós, latinos, ainda temos o comportamento de deixar os filhos sob nossas asas, o que não favorece o deslanchar dos novos negócios”.

ACIL x Pequeno empresário

Visando auxiliar na capacitação e treinamento do micro e pequeno empreendedor, a ACIL tem atuado em duas frentes importantes. A primeira consiste na participação no Comitê Geral da Lei da Micro e Pequena Empresa, em parceria com o Sebrae e o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon).

“O trabalho principal é a desburocratização dos processos necessários para a abertura de empresas, como o esclarecimento das regras que compõem o Plano Diretor e a emissão de alvarás, por exemplo”, explica Ricardo Beraldi Rodrigues, diretor de Micro e Pequeno Empresário da ACIL.

A segunda é voltada ao Programa Compra Londrina, cujo objetivo é incentivar empresas locais a participar de processos licitatórios da Prefeitura. “Ainda existe uma crença errônea de que não há credibilidade nos órgãos públicos. Atuamos na desconstrução dessa ideia e no esclarecimento dos fatos. O resultado é positivo para todos. O município ajuda uma empresa local, que reverte seus ganhos para a própria cidade e contribui para o aumento do PIB, geração de empregos, arrecadação de impostos e fomento da economia local”, conclui.

Fabrício Bianchi, do Sebrae: “Essa mudança vem influenciando o comportamento do empreendedor e

de quem deseja empreender. As pessoas veem novas oportunidades no que já existe ou enxergam algo que pode

fazer a diferença e fugir do modelo tradicional”

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“A CONSTITUIÇÃO DOS PEQUENOS NEGÓCIOS É MAIS RÁPIDA E TEM PREFERÊNCIAS TRIBUTÁRIAS QUE AJUDAM NA VELOCIDADE DE INSERÇÃO DE MÃO DE OBRA”

Associação Comercial e Industrial de Londrina

Marcos Rambalducci,

economista: “A constituição dos

pequenos negócios é mais rápida e

tem preferências tributárias que

ajudam na velocidade de

inserção de mão de obra”

Ricardo Beraldi Rodrigues, da ACIL: “O trabalho principal é a desburocratização dos processos necessários para a abertura de empresas, como o esclarecimento das regras que compõem o Plano Diretor e a emissão de alvarás, por exemplo”

Por Marcos Rambalducci

“Temo que não dure muito tempo. Temos um panorama bastante adverso em relação a quem vai assumir o Governo Federal. Se as ideias vencedoras da eleição não propiciarem uma reforma econômica, e falo especialmente da Reforma da Previdência, teremos um processo de endividamento acentuado, fazendo com que o governo aumente a taxa de juros para financiar o seu deficit, que hoje beira a 80% da nossa dívida pública geral, municípios, estados e federação”.

Sendo assim, o eventual aumento de juros traria diversas implicações como, por exemplo, a elevação de custos. E nós estamos em cima de outra bomba, a taxa de câmbio, que tem mostrado uma sobrevalorização do dólar frente ao real, com alto potencial de trazer inflação. Isso porque aumenta os preços dos produtos que estão sendo exportados e, consequentemente, também eleva o preço dos que são vendidos no mercado interno.

Existe um potencial para que esse cenário permaneça por mais prazo, mas ao mesmo tempo, há uma espada sobre a nossa cabeça em relação ao próximo governo, cujas políticas podem implicar no encurtamento do controle da inflação de juros baixos.

A baixa taxa de juros incentiva o investimento a médio e longo prazo, mas fica difícil tomar uma decisão neste

INFLAÇÃO E JUROS EM QUEDA: ISSO É PASSAGEIRO?

momento. Por um lado, temos boas oportunidades. Em contrapartida, a insegurança que serve de amarra e impede que investidores peguem crédito e invistam em bens de capital para aumentar produção e gerar empregos e demanda”.

Se as ideias vencedoras da eleição não propiciarem uma reforma econômica, e falo especialmente da Reforma da Previdência, teremos um processo de endividamento acentuado, fazendo com que o governo aumente a taxa de juros para financiar o seu deficit, que hoje beira a 80% da nossa dívida pública geral, municípios, estados e federação

Marcos Rambalducci,consultor econômico da ACIL

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POLÍTICA

Por Francismar Lemes

A campanha eleitoral 2018 tem, simplesmente, o “desafio de produzir os efeitos pretendidos”, com menos dinheiro em caixa: convencer os eleitores do porquê este candidato é melhor que aquele.

A definição entre aspas, emprestada do filósofo britânico Bertrand Russell ao delinear o poder, não está na superfície, quando se trata de política brasileira.

É um arcano que as urnas irão decifrar, juntamente com o impacto na forma de obter recursos de campanha, com a instituição de R$ 1,7 bilhão de Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) - tema de mais uma reportagem da série sobre as Eleições 2018.

FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA: DESAFIO PARA A DEMOCRACIAUsar o dinheiro arrecadado na cobrança de impostos para pagar despesas dos candidatos é a novidade mais polêmica de uma nova fase na história das eleições no País

De acordo com o Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea), 118 países contam com algum tipo de financiamento público para partidos ou campanhas eleitorais.

Em outubro, o Brasil escolherá presidente, governadores, deputados estaduais/distrital, renovando 513 cadeiras na Câmara dos Deputados Federal e dois terços (54 vagas) do Senado.

Será o primeiro pleito sem financiamento empresarial, que desde 1889 estabeleceu relações nada republicanas com o poder, escancaradas por malas abarrotadas de dinheiro, saltitantes pelas ruas.

“A transformação dessa relação não se dará do dia para a noite. Acho que o famoso “caixa dois” ainda deve perdurar por um grande tempo até que se consiga equacionar isso em outros moldes”, acredita o presidente da ACIL, Claudio Tedeschi.

Com a medida, abastecer campanhas, como a presidencial de 2014 em que postulantes arrecadaram valores superiores a R$ 300 milhões por campanha, esbarra em limites.

O fundo tem regras de distribuição. Uma pequena parte é rateada entre todos os partidos e o restante de acordo com a votação das agremiações e sua representatividade no Congresso.

As campanhas também terão tetos, que vão de até R$ 70 milhões para candidato a presidente da República a R$ 1 milhão para campanhas a deputado estadual e distrital.

Os candidatos também poderão se autofinanciar e a internet ganhou mais espaço, com a liberação da arrecadação por ferramentas de financiamento coletivo – o crowndfunding – e a legalização do impulsionamento de conteúdo nas redes sociais com empresas especializadas.

‘Valor insuficiente’

“A gente não sabe como vai se comportar isso. A única coisa que tenho absoluta certeza é que esse valor do fundo será acrescido por outros meios. Quais meios, eu não sei. Mas, este valor proposto pela lei é insuficiente para as campanhas. Se colocarmos

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

Há um consenso entre países com maturidade democrática na busca pela separação do público do privado. Seria mais barato para a sociedade desvincular esses interesses. Os agentes públicos têm mais liberdade para tomar decisões sem dar algo em troca para os financiadores da campanha

Cezar Bueno de Lima,cientista político da

PUCPR – Curitiba

no papel o que foi arrecadado nas eleições anteriores e o valor do FEFC, isso fica muito claro”, avalia o jornalista e publicitário, Cláudio Osti, marqueteiro londrinense de campanhas vitoriosas, como a do candidato outsider, na época, Alexandre Kireeff, que venceu a tradicional família Belinati na corrida pela prefeitura de Londrina em 2012.

Uma transformação complexa, com crescente tensão no país desde os protestos de 2013, ainda não fechou o ciclo. Influencia decisões, como a do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2015, proibiu a doação de campanhas por empresas.

“Acho que isso vem na esteira dos casos de corrupção que vieram à tona. Impactou forte numa tentativa de pressionar por reformas políticas, de um modo geral, e a questão do financiamento, que é por onde vem o dinheiro ilícito, a formação de caixa dois e uma série de coisas. Vários países proíbem o financiamento de campanha por empresas. Isso também é uma tentativa de organizar, passar a limpo a influência das empresas sobre o poder político e garantir financiamento”, ressalta o professor da Universidade Tecnológica Federal (UTFPR-Londrina), Daniel Guerrini, doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Urgs), complementado na Universidade de Tampere, na Finlândia.

Na avaliação do cientista político da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR - Curitiba), Cezar Bueno de Lima, o financiamento estatal é próprio da maturidade democrática.

“Há um consenso entre países com maturidade democrática na busca pela separação do público do privado. Seria mais barato para a sociedade desvincular esses interesses. Os agentes públicos têm mais liberdade para tomar decisões sem dar algo em troca para os financiadores da campanha. Ao ser o financiador, o estado tenta romper com a dependência estrutural para se tornar mais democrático”, ressalta Lima, doutor em Ciências Sociais pela PUCSP.

Já no pleito municipal de 2016, verificou-se que a proibição do financiamento das campanhas por empresas limitou, em menos

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da metade, os gastos em relação há 10 anos atrás, de acordo com o publicitário Cláudio Osti.

“São valores que dependem muito do momento, tipo de estratégia de campanha, uma série de coisas, mas o que temos percebido é que o dinheiro nas últimas eleições tem encurtado absurdamente. Leio matérias sobre a Lava-Jato, que algumas empresas chegaram a dar R$ 40 milhões para uma campanha presidencial. Observando o teto previsto agora, a gente vê que não vai dar”, ressalta o publicitário.

Há mais de uma década a internet e as redes sociais são uma plataforma de adesão do eleitorado. Somente o Facebook tem mais de 100 milhões de brasileiros compartilhando conteúdos todos os meses. Um nível impressionante de participação, se considerarmos o uso político, que pode se misturar ao cotidiano, conjunto de valores e crenças postados pelas pessoas.

“As redes sociais poderão ajudar quem não terá tantos recursos para financiar a sua campanha. É um fenômeno que está mudando muito até a política. As pessoas passam a ter uma integração que não tinham antes. Uma possibilidade de a comunidade estar bem informada ou até do candidato poder fazer uma divulgação maciça. O poder das redes implicará na participação maior da sociedade no processo político”, avalia o presidente da ACIL, Claudio Tedeschi.

O Brasil é um dos poucos países que implantará o financiamento público antecipado. Entre as polêmicas e dúvidas sobre o FEFC, está a preocupação de que não sobrarão cadeiras para os candidatos de primeira viagem e pequenos partidos.

“Há duas questões importantes: uma é a preocupação de deixar de fora partidos minoritários com representação pequena; interesses de pessoas que não são abastadas; que não são ruralistas ou grandes empresários. Excluir também partidos de esquerda, que lutam por causas como a LGBT; partidos que não terão apoio de grandes grupos econômicos; apoiados, no máximo, por uma classe média intelectualizada”, pondera Guerrini.

“Por outro lado, uma coisa muito importante que a lei pretende

Daniel Guerrini, da UTFPR-Londrina: “Acho que isso vem na esteira dos casos de corrupção que vieram à tona. Impactou forte numa tentativa

de pressionar por reformas políticas, de um modo geral, e a questão do financiamento, que é por onde vem o dinheiro ilícito, a formação de caixa

dois e uma série de coisas”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 13

acabar é que possíveis brechas poderiam estimular a criação de partidos ou pequenas organizações que abasteceriam os partidos maiores. Ao mesmo tempo em que é preciso proteger a representatividade das minorias, especialmente desses partidos com pouca chance de financiamento próprio e que não possuem uma base abastada e não compactuam com interesses de grandes empresas. Também é necessário não permitir a instrumentalização do sistema”, afirma o professor.

Ele destaca que 35% dos recursos do fundo vão para partidos que possuem ao menos um deputado federal, o que contemplaria uma quantidade significante das 35 agremiações registradas, independente do número total de cadeiras da bancada. Dois por cento são divididos igualmente entre todos os partidos.

“Tem uma parte considerável do valor total do fundo que vai para a proporção de senadores do partido. Isso é uma coisa um pouco mais problemática, uma vez que a gente sabe que o Senado é sempre mais conservador. O Nordeste e outras regiões brasileiras possuem uma representação que é desproporcional para a população brasileira, especialmente a densidade populacional do

Sudeste e Sul. Isso poderia gerar o abastecimento de partidos que, proporcionalmente, representam menos a população”, acrescenta Guerrini.

Complementando a avaliação, o cientista político Cezar Bueno de Lima acredita que ainda faltam mecanismos para que todos os que concorrerão tenham direitos iguais, fator que, consequentemente, promoveria uma renovação política.

Para o presidente da ACIL, Claudio Tedeschi, é preciso desmontar totalmente o modelo político que favorece a corrupção através do financiamento de campanhas. “Implica numa mudança radical com a redução do tamanho do estado brasileiro. Diminuir a participação em estatais porque a maioria dos deputados e senadores se elegem para se manterem no poder, pegam posições nas estatais, que fazem com que tenham recursos para a manutenção dentro do poder. Se esse modelo não for desmontado, dificilmente a corrupção deixará de existir. A corrupção pode diminuir em função de todos os escândalos que aconteceram, mas continua existindo. Estado grande é um estado corrupto”, conclui Tedeschi.

Claudio Tedeschi, da ACIL: “A transformação dessa relação não se dará do dia para a noite. Acho que o famoso “caixa dois” ainda

deve perdurar por um grande tempo até que se consiga equacionar isso em outros moldes”

Cláudio Osti, jornalista e publicitário: “A gente não sabe como vai se comportar isso. A única coisa que tenho absoluta certeza é que esse valor do fundo será acrescido por outros meios. Quais meios, eu não sei. Mas este valor proposto pela lei é insuficiente para as campanhas”

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ENTREVISTA

Alan Flore, delegado do Gaeco: “As pessoas enxergam que existe uma gravidade maior quando determinado ato é praticado por um terceiro. Mas quando aquele ato serve para garantir seus próprios

interesses, acabam relativizando a gravidade daquela conduta”

“PRECISAMOS TER UMPAÍS MINIMAMENTE SÉRIO”Apesar de sua relevância, a palavra corrupção, aparentemente, tornou-se batida e corriqueira no vocabulário brasileiro. E apesar de ser unânime o clamor por um País melhor, pequenas

práticas diárias colocam em risco o direito de gritar por justiça. A reportagem da Mercado em Foco conversou com o delegado do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco),

Alan Flore, que leva o leitor (e o eleitor) a refletir sobre sua própria conduta. Confira!

“A CORRUPÇÃO SE ORIGINA DAS PRÁTICAS DIÁRIAS”

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Por Susan Naime

Mercado em Foco: De onde vem a corrupção?

Alan Flore: É difícil fazer uma definição, mas eu acredito que a corrupção se origina das práticas diárias. Ela tem origem na cultura da população, e isso vai relativizando os conceitos que cada um tem. Eu entendo que as pessoas enxergam que existe uma gravidade maior quando determinado ato é praticado por um terceiro. Mas quando aquele ato serve para garantir seus próprios interesses, acabam relativizando a gravidade daquela conduta. Durante todos esses anos atuando na polícia, podemos enxergar que muitas pessoas entendem que criminoso no Brasil é quem vive do crime, aquele sujeito que não faz mais nada e só pratica o crime. Mas se a pessoa tiver uma ocupação lícita e ao mesmo tempo cometer alguns crimes, ela não se enxerga como criminosa, e ainda fica indignada. Talvez isso seja até mesmo reflexo da relativização, daquilo que é certo ou errado, e da gravidade das condutas.

MF: As pequenas práticas ilícitas cometidas no dia a dia podem levar a algo pior?

AF: Sem dúvida levará a algo a cada dia mais grave. Temos assistido hoje no Brasil muitos casos de corrupção que estão sendo descortinados por diversas operações, a mais emblemática, obviamente, é a Lava Jato. Mas as pessoas, muitas vezes, não enxergam que o político está lá porque foi colocado por alguém. E nós temos diversas personalidades políticas que estão exercendo mandatos sucessivos, mesmo sendo notoriamente corruptas. Então de que forma essas pessoas chegam lá? O indivíduo fica indignado de ver que o político está levando vantagem no exercício do seu cargo, mas quando chega a eleição, ele não vê mal nenhum receber um presentinho de um candidato, e nem se sente responsável pela desonestidade que pratica quando vende o seu voto. Mas,

se esse candidato se eleger, esse eleitor não vai ter legitimidade para cobrá-lo em nada. É essa a razão pelo qual nós estamos assistindo esse grande escândalo envolvendo as maiores empreiteiras do país. Por que elas investiam tanto em políticos? Para ter um retorno, óbvio.

MF: Você acha que as pessoas se corrompem porque há muitas oportunidades?

AF: Eu acredito que o caráter vai determinar se a pessoa vai se render àquela tentação que tem diante do surgimento de uma oportunidade. É o ditado que nós conhecemos: ‘A ocasião faz o ladrão’. Muitas pessoas são trabalhadoras, vivem dos seus salários, mas ao mesmo tempo, quando estão diante de uma situação que elas podem levar vantagem em alguma coisa, não hesitam em se beneficiar. Essa é uma forma de corrupção. É o primeiro passo para que a pessoa tenha uma predisposição para infringir uma norma legal praticando um crime.

MF: Você acredita que há melhorias no campo da punição, mas não do avanço moral?

AF: Eu acho que essa questão descortinada, através das operações envolvendo a corrupção em larga escala, e a níveis nunca vistos anteriormente em nosso país, está levando a uma reflexão da sociedade. Estamos passando por um período de amadurecimento. Agora, do ponto de vista punitivo, servindo como exemplo para garantir que futuramente a gente tenha um país mais sério, eu ainda vejo com bastante desconfiança. Várias operações estão sendo deflagradas no sentido de descobrir e tentar punir os envolvidos em atos de corrupção, que é o principal mal do nosso país, um mal que assola a nossa sociedade, e muitas pessoas não conseguem enxergar até onde vão os malefícios da corrupção. A punição ainda é uma incógnita porque algumas situações do ponto de vista legal acabam dificultando o processo. Um exemplo é o

O indivíduo fica indignado de ver que o político está levando vantagem no exercício de seu cargo, mas quando chega a eleição, ele não vê mal nenhum receber um presentinho de um candidato

Alan Flore,delegado do GAECO

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foro privilegiado, que seria uma garantia legal para o exercício de uma determinada função, só que ele serve na prática como garantia de impunidade. A Lava Jato, em primeira instância, salvo engano, julgou cerca de 180 pessoas. O STF, ninguém, ao longo de dois anos. Então, a decisão de limitar o foro privilegiado vai trazer uma pequena repercussão do ponto de vista prático para corrigir esse problema. Mas o problema vai ser corrigido de verdade quando o foro privilegiado for completamente eliminado. Todas as autoridades com foro privilegiado têm praticamente uma garantia de impunidade.

MF: O que você pensa sobre o brasileiro estar acostumado com essa realidade a ponto de considerá-la normal?

AF: O brasileiro está acostumado com aquilo que ele vê no seu dia a dia. E isso faz com que cada um seja levado a ter as mesmas práticas. Não digo todas as pessoas. Mas entender que ‘não vai dar em nada’, ou encarar os fatos com certa naturalidade, é algo que faz parte da cultura do povo, e o que nós precisamos para corrigir esse problema é justamente mudar essa realidade, demonstrar que existem consequências para a prática de atos ilegais, seja um ilícito penal (um crime) ou um ilícito que possa caracterizar uma improbidade administrativa. Essas pessoas precisam ser alcançadas pela justiça de algum modo. A política do ‘rouba, mas faz’, infelizmente, é aceita por grande parte da nossa população.

MF: Além da questão cultural e do foro privilegiado, quais são as dificuldades, hoje, para se combater a corrupção?

AF: O enfrentamento da corrupção no Brasil é bastante difícil, seja em razão dos meios de investigação, que são amplamente atacados, seja pela cultura que existe também no meio jurídico de que a corrupção não é algo tão grave. Já ouvi um deputado dizer que o Brasil

se perdeu porque resolveu deixar de enfrentar os criminosos para ficar se preocupando em apurar corrupção. O corrupto não é um criminoso?

MF: As manifestações populares são doses de esperança?

AF: Sim, as manifestações são muito importantes para que se faça essa reflexão tão necessária hoje. É dessa forma que o Brasil pode melhorar do ponto de vista de sua seriedade. Nós precisamos ter um país minimamente sério. O Brasil tem um potencial enorme pelos seus recursos naturais, sua dimensão territorial. Mas o que precisamos ter aqui é seriedade. Achar que pode tudo dificulta o crescimento, dificulta a melhoria da condição de vida da população, principalmente das pessoas de baixa renda. Isso acaba corrompendo completamente o sistema.

MF: Essa é uma discussão para ser levada para dentro de casa, junto das famílias?

AF: Sem dúvida alguma. Ninguém nasce já preparado para viver em uma sociedade desenvolvida. Eu acho que as pessoas, ao longo da sua existência, pela experiência de vida que elas têm, aprendendo boas práticas, vão melhorando. O ser humano tem a necessidade de ir melhorando, se desenvolvendo, intelectualmente, inclusive. Todos nós de uma forma geral já praticamos alguma infração imoral em algum momento, ou cortar uma fila, estacionar em local proibido, mas é imprescindível que o cidadão vá corrigindo essas práticas no seu dia a dia para que o seu conceito de certo ou errado não seja relativizado.

MF: Estamos em um ano eleitoral, qual é a reflexão que você acha que cada cidadão deveria fazer?

AF: Votar em candidatos que o eleitor saiba que pelo menos têm uma vida pregressa, de boas referências, boas práticas. Não se render aos eventuais

agrados que alguns candidatos se propõem a oferecer para eleitores porque se o indivíduo já está ali tentando explorar a desonestidade do seu eleitor, com toda certeza, se esse candidato for eleito, ele vai também ser uma pessoa desonesta. O eleitor deve se conscientizar da necessidade de escolher bons governantes para que o país possa se desenvolver, para que essas práticas devastadoras à sociedade, como o desvio de recursos públicos, por exemplo, possam ser enfrentadas da forma que precisa, senão nós teríamos a necessidade de um estado policialesco, onde se deixa somente a cargo dos órgãos de segurança, dos órgãos de investigação, a tarefa de apurar, alcançar aqueles que praticam infrações penais, mas não se tem a mesma importância ou atenção para a escolha desses candidatos que estão ocupando esses cargos.

A punição ainda é uma incógnita porque algumas situações do ponto de vista legal acabam dificultando o processo

Alan Flore,delegado do GAECO

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DESENVOLVIMENTO

Por Ranulfo Pedreiro

Abrir a torneira é um gesto tão cotidiano que mal percebemos seus benefícios. Sequer lembramos que a água ao alcance das mãos, mais do que conforto, é sinônimo de saúde e desenvolvimento. E, neste ponto, Londrina tem o que comemorar. Está entre as 20 melhores cidades grandes do Brasil em saneamento básico. Os números enchem a vista e favorecem setores como turismo, imobiliário, saúde, educação, economia, meio ambiente e espaço urbano.

No mais recente Ranking do Saneamento das 100 Maiores Cidades do Brasil, Londrina aparece em 13º lugar. Produzido com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento do Ministério das Cidades,

A CONQUISTA DA ÁGUALondrina é um caso raro onde o saneamento básico acompanhou o crescimento, ganhando destaque entre as 100 maiores cidades brasileiras em ranking do Instituto Trata Brasil. Mas conter as perdas ainda é um desafio

o ranking é elaborado pelo Instituto Trata Brasil (www.tratabrasil.org.br) em parceria com a GO Associados (goassociados.com.br), tendo 2016 como ano base. Na listagem, Londrina está atrás de Cascavel e Maringá, mas à frente de Curitiba, Campinas, Ribeirão Preto, São Paulo, Sorocaba e Goiânia, entre outras.

Comparado com o levantamento de 2017, cujo ano base foi 2015, Londrina caiu 4 posições. Ainda assim mantém-se em destaque. Uma busca mais detalhada mostra que a cidade, com 553.393 habitantes, possui 99,99% de atendimento total de água. O mesmo número aparece como indicador de atendimento urbano de esgoto, segundo o ranking do Trata Brasil. Ou seja, o saneamento básico acompanhou o crescimento.

Os dados ganham importância quando comparados com índices nacionais. São mais de 35 milhões de brasileiros sem acesso a água tratada, conforme o Trata Brasil. Apenas 51,92% dos brasileiros têm acesso à coleta, totalizando 100 milhões de pessoas sem tratamento de esgoto.

Mesmo nas 100 maiores cidades do país, 3,5 milhões de pessoas despejam seu esgoto fora das redes coletoras. Apenas 44,92% dos esgotos brasileiros são tratados. Das 100 maiores cidades, apenas 10 têm tratamento de esgoto superior a 80% - e Londrina outra vez aparece bem na foto.

Equilibrar saneamento básico e crescimento foi - e ainda é - um desafio. Para se ter uma ideia, apenas as casas dos diretores da Companhia de Terras Norte do Paraná eram abastecidas pelas minas do córrego Água Fresca, na altura da

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O saneamento básico é um estímulo ao desenvolvimento econômico. As empresas procuram lugares com água e esgoto. Para o turismo, é melhor. Há uma série de vantagens que estão associadas ao saneamento: saúde, educação, espaço urbano, economia e meio ambiente

Pedro Scazufca,sócio-executivo da

empresa GO Associados, que presta assessoria para

o Instituto Trata Brasil

Rua Alagoas, nos primórdios da cidade, em 1933. É o que conta o engenheiro Luiz Alberto Niero em A História do Saneamento Básico de Londrina, livro lançado postumamente pela Sanepar em 2009 - o autor faleceu em 2007.

Com reservatórios espalhados pela cidade - o mais emblemático é a caixa d’água da Av. Higienópolis, inaugurada no início dos anos 60 -, Londrina encontrou o manancial mais perene no Ribeirão Cafezal, a partir de 1957. “Mesmo assim, o abastecimento era deficiente, pois a malha urbana se expandia aceleradamente”, ressalta Niero.

A solução Tibagi

Com a necessidade de encontrar novos mananciais, o prefeito Dalton Paranaguá, em 1971, encomendou um estudo

para ampliação do sistema produtor de água. Os resultados apontaram o Rio Tibagi como a melhor alternativa para Londrina, Ibiporã, Jataizinho, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Rolândia e Arapongas.

Em 1973, a prefeitura fechou um contrato de concessão com a Sanepar para exploração de serviços públicos de abastecimento de água e coleta de esgoto. No ano seguinte, em 1974, Sérgio Bahls entrava para companhia. Atualmente, é o gerente geral do Nordeste do Paraná. “A Sanepar tem um planejamento estratégico e esse planejamento é importante. Nós sempre trabalhamos com uma visão de pelo menos 30 anos de planejamento futuro”, ressalta.

“O Dr. Dalton era um médico muito ligado à saúde e ao saneamento. Para ele, o Tibagi era o manancial para dar

segurança ao abastecimento. Ele pensou nisso porque nós estamos em cima de um espigão. Não há uma grande quantidade de mananciais disponível ao longo daqui até Maringá. Tanto que Maringá passou por crise hídrica. Jandaia do Sul tem problema sério de manancial”, explica Bahls.

Programada para entrar em operação em 1986, a captação de água do Tibagi provocou polêmica. “Gerou uma discussão política muito grande na época, o pessoal não queria água do Tibagi. Nós inauguramos o Tibagi em 1991, com cinco anos de atraso”, relembra Sérgio Bahls.

Hoje a Sanepar capta água do Aquífero Guarani, além do Ribeirão Cafezal (responsável por 35% do abastecimento de Londrina e Cambé) e do Tibagi (mais de 60%). O fornecimento de água tratada

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é de 100%, inclusive nos distritos. Já a coleta de esgoto fica, segundo a Sanepar, em 93,5%.

As áreas não atendidas pela coleta se localizam em alguns condomínios horizontais e, principalmente, em ocupações irregulares. “O grande problema nosso de saneamento de esgoto está em 65 áreas irregulares, com ocupação de área de proteção permanente, em fundo de vale. Nessas áreas não é permitido fazer o saneamento”, acrescenta.

Para acompanhar o desenvolvimento da cidade, a Sanepar prevê o aumento da captação. “Logo, daqui a 20 anos, nós vamos precisar de outro ponto de captação do Tibagi. Já está sendo feito um estudo para dar essa segurança. Sempre foi assim, prevendo o crescimento e prevendo soluções”, assegura Sérgio Bahls.

A segurança é reforçada por um laboratório que faz análises constantes da água captada. “Só para pegar a água bruta, in natura, nós temos em torno de 74 parâmetros que são analisados. Se houver algum risco para a saúde pública, a gente faz a correção em tempo adequado”, comenta.

Para o pesquisador Pedro Scazufca, as vantagens do saneamento básico são

múltiplas: “Londrina está no grupo das 20 melhores cidades do Brasil. Quando a gente compara com as 20 piores, você vê que o gasto com saúde por habitante é cerca de 3 vezes maior do que nas cidades com bons indicadores”.

Sócio-executivo da empresa GO Associados, que presta assessoria para o Instituto Trata Brasil, Pedro Scazufca participou pelo quinto ano seguido da elaboração do Ranking do Saneamento. E vem acompanhando o bom desempenho de Londrina. “Vários estudos mostram que, quando você tem crianças expostas a doenças de veiculação hídrica (provocadas por falta de saneamento), elas faltam mais à escola e têm um desempenho pior. O trabalhador falta mais ao trabalho”, revela.

Vetor de desenvolvimento

Não é só. Os imóveis em locais com bom saneamento teriam uma valorização de 20%. “O saneamento básico é um estímulo ao desenvolvimento econômico. As empresas procuram lugares com água e esgoto. Para o turismo, é melhor. Há uma série de vantagens que estão associadas ao saneamento: saúde, educação, espaço urbano, economia e meio ambiente”, destaca o pesquisador. “Em Londrina, os indicadores são muito bons. Mas vão ter de acompanhar o crescimento vegetativo da cidade. É o

primeiro desafio. Para quem já está com o sistema universalizado, é muito mais fácil.”

Mas há o que melhorar. Um problema a ser enfrentado é o índice de perdas de água tratada. “Londrina tem um indicador da ordem de 35% de perda. É próximo da média nacional, mas é elevado. Você tem municípios com indicadores abaixo de 20%. Santos tem 17%. É um desafio que envolve revisar a rede de abastecimento e reduzir as perdas de água”, alerta.

As questões enfrentadas por Londrina, com apenas 83 anos, são velhas companheiras da humanidade. Povos ancestrais já lidavam com elas. Egípcios, gregos, sumérios, romanos, hindus e chineses desenvolveram diferentes tecnologias. Algumas se perderam, outras evoluíram. Foram muitos canais, diques, poços, aquedutos e canos até que a água limpa caísse diariamente em nossa pia como uma conquista da civilização. Mas convém fechar a torneira. Não queremos que todo esse trabalho vá para o ralo.

Sérgio Bahls, gerente geral: “A Sanepar tem um planejamento estratégico e esse planejamento é importante. Nós sempre

trabalhamos com uma visão de pelo menos 30 anos de planejamento futuro”

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NÚMEROS

13º - Londrina está em 13º lugar no Ranking do Saneamento das 100 maiores cidades do país pelo Trata Brasil.

100% - Londrina tem 100% de atendimento total de água tratada, inclusive nos distritos.

35 milhões de brasileiros não têm água tratada.

100 milhões de brasileiros não têm acesso a coleta de esgoto.

44,92% dos esgotos brasileiros são tratados.

10 cidades entre as 100 maiores do Brasil têm tratamento de esgoto superior a 80%. Londrina está entre elas.

35% da água produzida em Londrina sofrem perdas, segundo levantamento do Trata Brasil.Este é um dos desafios do saneamento básico da cidade.

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GRANDESE PEQUENOS

Por Fernanda Bressan

A partir de julho deste ano todas as empresas que têm funcionários registrados, incluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs), terão que utilizar e-Social para enviar informações trabalhistas da empresa para o Governo.

A meta é reunir dados referentes às obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias das empresas em um único ambiente. Esta é uma das últimas etapas de implementação do programa que visa trazer maior segurança sobre as informações pertinentes a empregadores e empregados, além de reduzir a burocracia.

Rodolfo Zanluchi, diretor financeiro da ACIL e contador, explica que a lei foi sendo implementada aos poucos. “O governo vai instituindo novas exigências inicialmente para empresas de grande porte. A partir daí ele vai vendo as respostas e, então, começa a instituir em camadas menores empresas com faturamentos mais baixos até chegar ao MEI, a menor empresa que a gente tem”, diz.

Para ter acesso ao e-Social as empresas precisarão contar com a certificação digital, que é a assinatura eletrônica nesse ambiente. É importante que todos os empresários que tenham funcionário estejam atentos a isso para não perder o prazo. “A partir de julho todas as empresas com funcionários terão que ter certificado digital para acessar o e-Social. O programa do e-Social é um conjunto de informações que são relativas à parte do departamento pessoal das empresas com um detalhamento muito maior do que o exigido atualmente. Essas informações são condensadas por meio dessa ferramenta que

E-SOCIAL PASSA A VALER PARA TODAS AS EMPRESAS A PARTIR DE JULHO Quem tem empregado registrado, mesmo que seja MEI, terá que aderir ao e-Social e fazer a certificação digital

é o e-Social e o Governo terá acesso a muito mais dados do empregado e do empregador, inclusive o formato de trabalho que o empregado exerce naquele empregador. É uma gama de informações como férias, 13° salário, acidente de trabalho, aviso prévio, tudo estará concentrado neste ambiente digital”, detalha Rodolfo Zanluchi.

Ele completa que a certificação digital é a ferramenta utilizada para que o governo tenha certeza de que esta comunicação de dados está acontecendo em um ambiente seguro. “O certificado digital serve para mostrar que quem está mandando as informações é um agente habilitado ou o próprio governo, é como se a empresa assinasse cada documento eletrônico enviado. A partir de julho, todos terão que se comunicar com o Governo nesse ambiente certificado”, pontua.

Caminho para a certificação

Há várias empresas habilitadas para emitir a certificação digital, a ACIL é uma delas. “A Associação Comercial e Industrial de Londrina é uma certificadora, ela emite esse certificado digital para todos os empresários, tanto para pessoa física como para pessoa jurídica. Temos todos os modelos de certificado, do mais simples, com duração de um ano, até o e-CNPJ que é um certificado válido por três anos. A funcionalidade deles é a mesma, o que muda são os prazos e as ações que o certificado está habilitado a fazer”, descreve o diretor da entidade.

A rotina das empresas não vai mudar com a nova regra, mas alguns cuidados precisam ser tomados previamente para

não deixar tudo para a última hora. “No primeiro momento, tendo que passar mais informações para o Governo, é sempre uma complexidade maior porque você tem que buscar contemplar mais informações, munir o Estado de informações mais detalhadas a respeito do contrato de trabalho que o empregado tem com o seu empregador. As empresas terão que colocar tudo isso no e-Social e é obvio que esse processo traz uma exigência maior de tempo. Os escritórios de contabilidade terão que dispender mais tempo para cumprir com esta obrigatoriedade. Por outro lado, você também tem uma maior segurança destas informações e isso ajuda em todos os momentos da empresa. Por exemplo, se o empregado amanhã ou depois vai gozar de um benefício social como auxílio doença, auxílio maternidade, a própria aposentadoria dele, estas informações estarão ali coletadas eletronicamente e darão subsídio para o Governo dar mais agilidade para o empregado e maior segurança nessa relação de trabalho”, salienta Zanluchi.

O diretor da ACIL acrescenta que os escritórios de contabilidade estão se preparando para cumprir essa obrigatoriedade. “Esta carga de trabalho, quando as empresas que não têm seu contador interno, vai para os escritórios de contabilidade. Parte das informações já é prestada de forma fracionada para o governo e o e-Social é a condensação destas informações em uma única ferramenta, por isso tudo terá que ser inserido nessa ferramenta, incluindo informações que hoje não são prestadas”, destaca.

Quem tem dúvidas ou não sabe como

A CERTIFICAÇÃO DIGITAL É A FERRAMENTA UTILIZADA PARA QUE O GOVERNO TENHACERTEZA DE QUE ESTA COMUNICAÇÃO DE DADOS ESTÁ ACONTECENDO EM UM AMBIENTE SEGURO

se adequar às novas exigências deve buscar auxílio. “Difícil imaginar que o microempreendedor tenha essa capacidade técnica de cumprir com as obrigações que o governo está impondo a ele, então ele terá que buscar um profissional contábil para assessorá-lo nesse cumprimento. Não terão tantas mudanças assim na rotina do empresário, ele vai continuar com sua atividade, o que vai mudar é na ponta onde os escritórios de contabilidade terão que prestar essas informações para o Governo, e a partir de agora todas essas informações já terão que estar coletadas. Por isso é importante que os empresários procurem essas unidades certificadoras para a certificação digital, que falem com seu contador para saber o que já está pronto e o que não está, o que cabe a ele buscar de informações e o que cabe ao escritório de contabilidade providenciar para que não sejam surpreendidos na última hora e acabem deixando de cumprir com essa obrigação. Sabemos que o não cumprimento dessas regras por parte das empresas sempre incorre em multas”, orienta Rodolfo.

Se a sua empresa ainda não aderiu ao e-Social fique atento. Essa transmissão eletrônica de dados vai facilitar a rotina administrativa de sua empresa, substituir guias, formulários e vários outros documentos que até então eram enviados para diferentes órgãos como Previdência Social, Receita Federal, Caixa Econômica

Rodolfo Zanluchi: “É importante que os empresários procurem as unidades certificadoras para fazera certificação digital, e que falem com seu contador para saber o que já está pronto e o que não está”

Federal e Ministério do Trabalho. Reforçando que os MEIs que têm empregado também deverão utilizar o e-Social. Para aqueles que empreendem sozinhos continua valendo o sistema de pagamento de tributos unificados (SIMEI), em valores fixos mensais quitados através da guia de recolhimento DAS-MEI.

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GESTÃO

O PAPEL DA LOGÍSTICA NOS NEGÓCIOSProcesso envolve desde a aquisição da matéria-prima até a distribuição do produto ao cliente final. Operação exige estratégia e pode serdiferencial competitivo

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Para o consultor Flávio Moura, em empresas menores, os custos com a operação logística podem aumentar devido ao retrabalho, desperdício,

avaria e devolução de mercadorias

Entre os desafios da logística nas empresas, segundo o especialista Wagner Irmer, estão a infraestrutura precária da malha viária e alto valor

do combustível; falta de mão-de-obra qualificada; capital parado em estoque e necessidade de investimento em tecnologia

Por Amanda de Santa

Comprar, estocar, separar e distribuir. Em resumo, essas são as principais etapas da logística, atividade que demanda a integração de vários departamentos, como o comercial, financeiro, suprimentos e transporte. Muitas empresas ainda enxergam o processo como algo custoso e problemático. Mas, na avaliação de especialistas, não há como atingir metas e melhorar resultados financeiros sem cuidar dessa importante operação. Para sobreviver no mercado competitivo é fundamental elaborar um bom planejamento logístico.

O consultor empresarial da Caput Consultoria, Flávio Moura, diz que a logística envolve desde a aquisição da matéria-prima até a distribuição do produto ao cliente final. Segundo ele, durante muito tempo, a área foi vista como a “parte ruim” da comercialização. “Muitas empresas entraram no comércio eletrônico e não permaneceram por falhas na logística”, lembra. Porém, hoje, as companhias têm enxergado o processo como estratégico e buscado reduzir custos para lucrar mais.

Moura afirma que o transporte pode impactar entre 4% a 12% no valor de um produto. Nas empresas menores, os custos com a operação logística podem aumentar devido ao retrabalho, desperdício, avaria e devolução de mercadorias. Isso se deve, segundo Moura, à falta de um plano de ação na hora das compras, estocagem e entrega. Nos últimos anos, a forma de gerenciar a logística mudou. Se, antes, uma loja do varejo fazia compras uma vez ao mês em grande quantidade, hoje, a aquisição de novos produtos ocorre semanalmente, porém, em menor volume.

O consultor afirma que a maioria das empresas tem optado por manter os estoques reduzidos. Isso evita, por exemplo, a necessidade de abaixar preços para conseguir vender mercadorias que ficaram “encalhadas”. As compras em períodos e volumes menores possibilitam que os empresários tenham maior giro de produtos e rentabilidade.

Grandes empresas têm buscado profissionais qualificados,

com curso superior e especialização em logística, para realizar o planejamento e medir os resultados da operação. Mas nem sempre é possível ter um colaborador de alto nível na área. Por isso, algumas companhias preferem terceirizar a tarefa de distribuir os produtos aos clientes. “Ao terceirizar, contrate alguém que faça o trabalho melhor do que você”, avisa Moura.

O consultor aponta que ninguém mais aceita atrasos nas entregas e, mesmo se uma empresa delegou o serviço a uma transportadora, é ela quem responde por falhas na logística. Caso algo dê errado no meio do caminho, poderá perder vendas e prejudicar o relacionamento com os clientes. “Nem sempre o contrato mais barato é o melhor. É preciso analisar a qualidade do serviço”, alerta.

Danos irreparáveis

O especialista em logística, Wagner Irmer, ressalta que a má execução do processo pode causar danos irreparáveis ao nome da empresa. Ele diz que a cadeia de abastecimento precisa estar alinhada com as expectativas da companhia, desde a aquisição de matéria-prima, plano de produção, dimensionamento da malha, alinhamento entre vendas e operações, posicionamento estratégico de centros de distribuição e armazéns, escolha dos melhores modais para transporte até a entrega do produto acabado. “Tudo isso com equilíbrio entre custo e nível de serviço para gerar rentabilidade à empresa e satisfação ao cliente”, observa.

Na avaliação de Irmer, a complexidade das atividades logísticas aumenta dia após dia, na mesma proporção que a exigência de nível de serviço. É por isso que um processo logístico bem estruturado precisa ter métricas claras para todos os envolvidos, indicadores de desempenho sólidos para medição periódica de performance interna e externa. Para o especialista, os principais desafios da logística nas empresas hoje passam pela infraestrutura precária da malha viária e alto valor do combustível; falta de mão-de-obra qualificada;

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capital parado em estoque; necessidade de investimento em tecnologia.

A aplicação de tecnologia, aliás, trouxe uma série de benefícios para a operação, pois ajuda a simplificar processos, contribui para a confiabilidade e segurança das informações, torna o fluxo de dados mais ágil, estreita o relacionamento entre parceiros e proporciona uma visão integrada de todas as etapas. Na área de processamento de pedidos, por exemplo, Irmer cita que já existem sistemas inteligentes capazes de automatizar a organização e distribuição de materiais em estoque; monitorar e rastrear o transporte de cargas; cuidar da entrada e saída de veículos, registrar pesagem e realizar o planejamento de tráfego.

Integração entre os players do mercado

Dois terços da logística brasileira roda em caminhões, segundo o diretor administrativo-financeiro da Sotran, empresa transportadora de grãos, Eduardo Takahara. Ele aponta que 67% dos produtos do agronegócio, por exemplo, são transportados em rodovias e isso gera um custo elevado para as empresas. “O desafio é criar a integração logística entre os principais players do segmento”, analisa. E a tecnologia é aliada nessa tarefa. Recentemente, a empresa lançou um aplicativo para Android, chamado TMOV, voltado para os caminhoneiros.

Takahara conta que o App ainda está em fase de testes, mas já possui mais de 5 mil downloads. Nele, os motoristas fazem um cadastro e podem pesquisar as cargas, escolher o frete, e ir direto ao ponto de embarque. “Lá, ele recebe a documentação, finaliza o cadastro e segue viagem”, explica. O aplicativo também disponibiliza o roteiro da entrega. A intenção é que, em breve, essa base de dados seja integrada ao sistema utilizado pelos funcionários da empresa, clientes, portos, praças de pedágio. O objetivo é que toda a cadeia logística possa ser acompanhada de uma única plataforma.

Exporta Fácil

Boa parte das empresas terceiriza a distribuição de produtos aos Correios. O gerente regional de atendimento e vendas da empresa pública em Londrina, Flávio Scanavez, afirma que a cidade se tornou um polo de vendas pela internet em diferentes segmentos, especialmente eletrônico e de vestuário. Ele explica que os Correios oferecem diversas modalidades de preço e postagem. “Estamos presentes nos 5.570 municípios do território nacional e temos a maior capilaridade logística no Brasil”, afirma. Só no Centro de Tratamento de Cargas e Encomendas da cidade, os Correios movimentam 1,1 milhão de objetos por mês.

Scanavez diz que um dos fatores que contribuem para a credibilidade e segurança oferecida pela empresa pública é de que ela não faz transferência de postagem. “Postando a encomenda na agência de Londrina, a própria equipe dos Correios é quem fará a entrega em qualquer outra cidade do Brasil”, justifica. Outra vantagem é o prazo para pagamento, que pode chegar a 40 dias. Além disso, dependendo da quantidade de encomendas, o cliente nem precisa ir até uma agência. A rede franqueada faz o atendimento, formaliza o contrato, coleta a mercadoria e processa o faturamento na própria empresa.

Um dos atrativos oferecidos pelos Correios é o programa Exporta Fácil, que simplifica e agiliza o envio de produtos para mais de 200 países. A focal internacional dos Correios de Londrina, Denise Custódio Filla, explica que o processo é simples e pode ser feito pelo site. “Lá, tem um espaço para preencher a documentação, simular preço e prazo de entrega”, avisa. Segundo ela, muitas pessoas não sabem que os Correios trabalham com exportação, porém, a empresa pode despachar produtos de pessoas físicas e jurídicas ao exterior. A grande vantagem é a liberação rápida no recinto alfandegário e a dispensa do despachante no país de destino, o que reduz os custos da operação.

Eduardo Takahara, da transportadora Sotran:

aplicativo TMOV [em fase de testes], voltado para

caminhoneiros, permite que, através de um cadastro,

motoristas possam pesquisar as cargas, escolher o frete, e ir

direto ao ponto de embarque

Flávio Scanavez, dos Correios: Somente no Centro de Tratamento de Cargas e Encomendas de Londrina, os Correios

movimentam 1,1 milhão de objetos por mês

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PERFIL

A OBSTINAÇÃO QUE VENCEU TODAS AS BARREIRASFilho de imigrantes, pioneiro de Londrina, empreendedor de vanguarda, solucionador de problemas, exportador, líder empresarial, benemérito. Alberto Rapcham marcha decidido pela vida e usa suas certezas para

desfazer cada um dos obstáculos que encontra pelo caminho

Por Lúcio Flávio Moura

Quando a linha do trem dividia o núcleo urbano da jovem Londrina, a casa do menino Alberto ficava de um lado e a escola do outro. Nas manhãs do pós-guerra, o garoto precisava transpor trilhos e dormentes para chegar à escola. Muitas vezes, era preciso se esgueirar pelos vãos dos carros parados para prosseguir, uma lição prática para entender que nada é muito fácil na vida. De tão interessante, a estação deixou de ser passagem para se tornar ponto de partida. Foi ao som dos apitos da máquina que o filho de eslovacos começou a telegrafar sua história.

“Eu era muito curioso e o diretor de comunicação da estação autorizou que eu ficasse um pouco antes da aula acompanhando a operação do telégrafo. Fazia isso todos os dias. Em seis meses, eu já entendia muita coisa do ofício. Na verdade, procurei o conhecimento antes de procurar o emprego”.

A memória de Alberto Rapcham - hoje um senhor de 81 anos que fala com lucidez e sagacidade - recupera sem muitas dificuldades a própria trajetória.

A cada passagem contada, o eminente rotariano, fundador da Indrel, do Sindimetal e ex-presidente da ACIL (1988-1990), confirma sua reputação de ser um homem tenaz, cheio de convicções e especialista em transpor obstáculos.

O trabalho precoce e bem feito na estação ferroviária abriu portas para ingressar na Hermes Macedo. A rede varejista que

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marcou época no Paraná contratou o chefe da estação, que levou o jovem Alberto para ser o operador de telégrafo, elo da filial com a matriz na capital. “Fui um dos três primeiros funcionários em Londrina”, lembra.

Com o tempo passou a montar geladeiras, fogões e outros eletrodomésticos que à época eram importados e chegavam encaixotados às lojas. Até a maioridade, Rapcham foi se aperfeiçoando em estudos técnicos e durante o serviço militar no Rio de Janeiro, certo de que seu conhecimento precisava ser aperfeiçoado, começou a investir em cursos por correspondência de uma escola norte-americana, primeiro o de engenharia eletrônica e depois de projetista de transmissor de rádio (para radioamadores). O que mais atraiu Rapcham foi o predomínio de aulas práticas do programa. “Era 75% do curso e isso acelerou muito meu aprendizado. Por isso defendo que o ensino público profissionalizante seja desta maneira, com menos teoria. A inspiração pode ser as autoescolas”.

Na volta a Londrina, no início dos anos 1960, concluiu outras duas faculdades – Matemática e Administração. Ao mesmo tempo, o feeling para os negócios era depurado em duas frentes de empreendedorismo: a montagem e a venda de transmissores de rádio (a clientela era basicamente composta pelos fazendeiros da região) e a venda e a instalação de aparelhos de raio X (negociados com clínicas e hospitais). Alguns anos depois, foi representante autorizado para a região da marca Brastemp, oferecendo assistência técnica ao crescente mercado.

Fatos memoráveis

A curiosidade, iniciativa, disciplina e obstinação do filho de eslovacos resultaram na Indrel Scientific, uma empresa com mais de 50 anos de história e que atualmente exporta sofisticadas máquinas de refrigeração científica para as áreas médico-hospitalar, laboratorial e de pesquisas científicas para dezenas de países latino-americanos e do Oriente Médio.

As décadas de trabalho foram pontuadas de episódios de superação e de pioneirismo. Orgulha-se, por exemplo, de ter sido um dos fabricantes de freezers horizontes para a Coca-Cola e a Pepsi.

Outro fato memorável, conta o industrial, foi sua participação no primeiro transplante de rim do Paraná, realizado no antigo prédio do Hospital Universitário, onde funciona hoje a Cohab, esquina das ruas Pernambuco e Alagoas. Com prestígio na classe médica, foi incumbido de fazer um engenho que garantisse a filtragem absoluta do ar na sala onde ocorreu o procedimento. “Não havia uma referência, desenvolvi tudo passo a passo. E deu tudo certo, felizmente”.

A alma inquieta de Rapcham, que deixou para os filhos a tarefa de conduzir a Indrel nos últimos anos, não permite que a maturidade roube seus sonhos, de diversos quilates. O cidadão do mundo, um poliglota fluente em espanhol, eslovaco e inglês, ainda acredita nos fundamentos que levaram seus ascendentes a migrar do Leste Europeu para a América do Sul, escapando por antecipação da opressão comunista. Na sua imaginação, cabe um país moderno, desburocratizado, que resolve suas chagas a partir da livre iniciativa, do trabalho incessante, do alto valor dado à inovação e ao conhecimento. No idealismo de Rapcham, o desenvolvimento humano é a pretensão final. “Eu me interesso em produzir o que eu produzo para melhorar a vida das pessoas. O lucro é apenas uma consequência”, diz o londrinense, chancelado por um amplo histórico de atitudes altruístas.

Para que outros empreendedores brasileiros consigam melhorar a vida das pessoas, o industrial sugere a mudança da cultura política. “O grande problema do Brasil é o mesmo que existia quando minha família desembarcou aqui”, lamenta. “Os governos passaram, a política mudou, mas a questão central permaneceu a mesma. O grande problema é o travamento que o setor político faz com o setor empresarial”.

E põe o dedo na ferida. “No Brasil as pessoas acham que os políticos e o governo vão produzir alguma coisa. Mas quem produz é o setor privado. O governo

vive do setor privado. Foi criado um sistema desenvolvimentista, achando que o governo ia desenvolver a economia e controlar as coisas. No fim das contas, não desenvolve e não controla”, dispara.

Direitos e deveres

Rapcham enxerga uma permissividade no pacto social brasileiro. “Há um desprezo pelos deveres. No fundo, é o dever cumprido que funciona como a chave real que dá acesso aos direitos. O governo tem obrigação de criar deveres e cobrar a população”, recomenda. Mas tudo na medida certa. Para ele, por exemplo, a carga tributária deveria ser reduzida drasticamente. “Não é eliminar completamente o tributo. É não sobrecarregar o empresário a ponto dele não suportar pagar”.

O ex-presidente da ACIL sonha com um país que use três elementos na construção de novos alicerces. A cooperação (“Sozinho a gente pode ir longe. Em grupo, no entanto, a gente pode ir muito mais longe ainda”), a formação (“O modelo de ensino público deveria ser inspirado na rede do Sistema S”) e a desregulamentação.

O líder empresarial que colocou o I na Associação Comercial de Londrina, no entanto, não gosta de incentivos fiscais. Ele espera que a cidade aposte em outros ativos para manter e expandir a atividade industrial, sem criar distorções e injustiças.

“Deveríamos atrair empreendedores e investidores, ressaltando a qualidade do padrão de vida que nós temos em Londrina. E temos que lutar sempre também pelo incremento da nossa infraestrutura. Não estamos tão longe assim dos grandes centros. É preciso apenas simplificar os deslocamentos”, aposta.

A mesma ideia que o fez perseguir novas tecnologias em feiras industriais no mundo desenvolvido explica sua esperança de contemplar um Brasil e uma Londrina diferente no futuro. “Eu acredito na evolução da coisas”, sentencia, com um olhar que transborda sinceridade.

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TECNOLOGIA

Por Marilaide Costa

A frase eternizada pelo comunicador Chacrinha, “Quem não se comunica, se trumbica”, poderia muito bem ser atualizada hoje com “Quem não se conecta, se trumbica”. O fato é que o homem virou refém das conexões de internet, tanto em sua vida pessoal como na profissional. Esta demanda se tornou estratégica para as famílias e os negócios. A qualidade e a velocidade do sinal viraram sonho de consumo da maioria das pessoas. É neste contexto que surge o atual protagonismo da banda larga transmitida por fibra óptica, tecnologia que permite altas velocidades de transmissão de imagens, dados e voz com estabilidade e sem interferências de intempéries e eventos eletromagnéticos.

O trabalho cada vez mais remoto, a automação residencial, industrial e comercial, os serviços de streaming de vídeo, música e jogos, as smart TVs, as redes sociais e as corporativas, os dados nas nuvens, as transações financeiras online e todo o tráfego

Leandro Guerra, engenheiro eletricista: “Uma grande vantagem é que não tem [a

fibra óptica] interferência eletromagnética, eliminando a chance de queimar equipamentos

porque não há propagação da descarga elétrica de um raio neste tipo de rede”

FIBRA ÓPTICA SE EXPANDE, FICA MAIS BARATA E SOLUCIONA GARGALOS NAS EMPRESASEm Londrina, rede da Sercomtel dobrou a área de abrangência nesta década

como um todo não vai parar de crescer. Antenadas com o mercado, as operadoras

de telecomunicações estão investindo na rede de cabos ópticos - a tecnologia que promete uma conexão mais rápida do que as por fios de cobre (xDSL).

O aumento da demanda por esse serviço no Brasil vem derrubando os preços para a implantação do sistema de alta performance. Com isso, uma das poucas desvantagens dessa tecnologia, o custo, está acabando. A Associação Brasileira de Internet (Abranet) acredita que o custo da tecnologia já é comparável ao do cabeamento convencional.

De acordo com o engenheiro eletricista com ênfase em computação, Leandro Guerra, professor da Unopar, a fibra óptica é o futuro das telecomunicações e veio para substituir os cabos de cobre. “A passagem para fibra óptica será lenta no Brasil porque fica muito caro fazer as substituições das redes convencionais, mas aos poucos os cabos de cobre darão lugar às redes de fibra. Além dela ter uma alta taxa de transmissão de dados, uma grande vantagem é que não tem

interferência eletromagnética, eliminando a chance de queimar equipamentos porque não há propagação da descarga elétrica de um raio neste tipo de rede”, avalia Guerra.

Segundo a Abranet, trata-se de um cabo composto por filamentos, geralmente de

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Devair Eduardo Fonseca, da Paraná TI: “A fibra não tem

limite de transferência. Somente os equipamentos usados no

meio do caminho podem limitar sua velocidade”

vidro, revestido de um material isolante. Esses filamentos são ultrafinos, com diâmetro de alguns micrómetros, um pouco mais grosso que um fio de cabelo, mas que dão condições perfeitas de reflexão da luz. É a partir desta reflexão que os dados são transmitidos pelo cabo. A luz viaja através dos fios de forma contínua, podendo transmitir bilhões de bits de dados por segundo, ou até mesmo levar vários sinais. “O download de um arquivo de 80 Mega, em banda larga via ADSL 1 Mbps, demoraria cerca de 10 minutos, enquanto o mesmo arquivo via fibra óptica 100 MBps levaria um pouco mais de 6 segundos para ser baixado”, compara o professor Guerra.

Além de ser muito utilizada nas telecomunicações, as fibras também são usadas em larga escala nas áreas médica (cirurgias e exames) e industrial (automatização).

“Hoje, é impossível trabalhar nas empresas com conexões de Internet que não sejam por fibra óptica. Isto porque precisamos de agilidade nos processos para cumprirmos os prazos, além do que a tendência é

trabalharmos à distância. No meu caso que, por exemplo, atendo uma empresa com 45 unidades espalhadas pelo Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e a nossa comunicação com eles é toda pela Internet, é crucial termos uma banda larga eficiente”, afirma o contabilista Lindomar Mota dos Santos

No mercado há 24 anos, Santos garante que a mudança da conexão xDSL para a fibra óptica, que fez em sua empresa há cerca de quatro anos, foi fundamental para agilizar os processos de trabalho. “Antes da transição, tínhamos muitos problemas porque a conexão caía ou ficava lenta. Muitas vezes estávamos no meio de um relatório, a Internet caía, e quando voltava tinha que reprocessar tudo de novo. Até que passamos para o Gpon da Sercomtel e nossa vida mudou da água para o vinho. Não temos mais dificuldade com conexão de Internet ou velocidade de processamento. Hoje, finalizamos nossos processos com mais tranquilidade e sobra de tempo. Um balanço, que antes entregava no dia 20 do mês seguinte, consigo entregar hoje no dia 10”, detalha Santos, lembrando que também foi preciso investir em equipamentos compatíveis com essa tecnologia.

O gestor de Tecnologia da Informação e diretor da Paraná TI, Devair Eduardo Fonseca, lembra que apesar das operadoras disponibilizarem banda larga por fibra em velocidade entre 30 Mbps e 300 Mbps, os links de comunicação interna de empresas feitas com fibra óptica podem chegar a até 10 Gbps de transferência. “A fibra não tem limite

de transferência. Somente os equipamentos usados no meio do caminho podem limitar sua velocidade”, esclarece Fonseca.

A latência (tempo de resposta) da fibra óptica é quase nula porque é transmitida via feixe de luz. Mas o gestor de TI alerta que dependendo da qualidade dos equipamentos que a operadora tem na estrutura interna da empresa e ao longo do trajeto até chegar na casa do cliente, por não ser uma fibra dedicada, mas distribuída entre as residências, pode haver queda na latência também na fibra óptica.

Demanda crescente

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os acessos à Internet por fibra óptica vêm crescendo no Brasil nos últimos dois anos. De dezembro de 2015 para dezembro de 2017 os acessos por essa tecnologia pularam de 5,07% para 10,61% do total de acessos de banda larga fixa do País. Em Londrina, o crescimento foi mais tímido no mesmo período, passando de 2,41% para 3,12% (veja Infográfico).

Apesar da Anatel não acompanhar a quantidade de quilômetros de fibra óptica disponível no Brasil, a reportagem conseguiu apurar que, em Londrina, as duas principais operadoras que oferecem o serviço de banda larga por fibra óptica na cidade somam quase 25 mil Km. A planta óptica da Sercomtel Telecomunicações cresceu, de 2011 para 2017, cerca de 11 mil Km para 24 mil Km, acumulando aumento de 218% nos últimos

Lindomar Mota dos Santos, contabilista: “Hoje, é impossível trabalhar nas empresas

com conexões de Internet que não sejam por fibra óptica. Isto porque precisamos de agilidade nos processos para cumprirmos

os prazos, além do que a tendência é trabalharmos à distância”

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nove anos em várias regiões. Já a Vivo, que lançou sua rede fibra óptica em Londrina em 2017, tem mais de 100 quilômetros de cabos que atendem os bairros Gleba Palhano, Jardim Esperança, Parque Universidade, Vivendas do Arvoredo e Leonor.

As duas empresas planejam expansão da rede de fibra óptica em Londrina. A

Vivo deve ampliar de cerca de 16,5 mil para 30,1 mil acessos, implantando mais 60 quilômetros de cabo de fibra óptica. Esta expansão permitirá a cobertura total do bairro Gleba Palhano, chegando também aos bairros de Jardim Guanabara, Bela Suíça e Vale dos Tucanos. De acordo com o diretor de Engenharia e Operações da Sercomtel Comunicações, Flávio Borsato, a empresa de telefonia está ampliando sua malha de fibra óptica em condomínios. “Estamos colocando as fibras de modo agressivo com o apoio de consultores, que estão trabalhando nos residenciais, fazendo um trabalho de convencimento para a migração da fibra óptica. A capitalização da empresa é muito importante para nos dar condições de competitividade nesse mercado. Precisamos de, no mínimo, R$ 50 milhões para investir em dois anos para poder acelerar o processo de implementação dessa solução tecnológica, de modo não só de reter nossos clientes, mas aumentar nosso faturamento na busca de mais contratos. Um de nossos diferenciais hoje são os planos simétricos, que tem

a mesma velocidade para downloads e uploads, serviço que somente a Sercomtel e a Copel disponibilizam”, avalia Borsato.

Segundo dados da Anatel, de março de 2017 a março de 2018, os provedores regionais foram responsáveis por 70% do aumento da banda larga fixa no País, saíram de 3.303.182 de contratos para 4.997.497 (+51,29%). Além deles, a Sercomtel teve o maior crescimento percentual, mais 92.876 contratos (+55,23%). Em segundo lugar ficou a TIM, mais 88.421 contratos (+25,85%). A Oi apresentou queda de 190.870 contratos (-2,97%).

A Sercomtel, com mais 14.791 contratos ativos (+6,01%), foi o grupo com o maior crescimento percentual em março de 2018 comparado a fevereiro. Nesse período, os provedores regionais tiveram aumento de 166.438 contratos (+3,45%).

Em março de 2018, a tecnologia mais utilizada para banda larga fixa foi a xDSL (13.015.355 contratos), cable modem (9.151.089 contratos) e fibra óptica (3.533.357 contratos).

Flávio Borsato, da Sercomtel: A planta óptica da Sercomtel Telecomunicações cresceu, de 2011 para 2017, cerca de 11 mil Km para 24 mil Km, acumulando aumento de 218% nos

últimos nove anos em várias regiões

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Acessos do serviço de banda larga fixa no Brasil e Londrina

Brasil Dezembro/2015 Dezembro/2016 Dezembro/2017

Acessos Totais 25.490.353 26.760.808 28.804.315

Acessos Fibra Óptica 1.293.290 1.735.949 3.055.332

% de acessos Fibra Óptica 5,07% 6,49% 10,61%

Londrina

Acessos Totais 157.040 164.666 173.293

Acessos Fibra Óptica 3.780 3.054 5.415

% de acessos Fibra Óptica 2,41% 1,85% 3,12%

Crescimento da planta óptica nos últimos 9 anos da Sercomtel. Os valores no eixo Y são relativos.

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20170

Km/Ano

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BEM-ESTAR

Da Redação

Praticar exercícios físicos é fundamental para manter o corpo saudável. Mas, e a mente? Você sabe como cuidar da sua saúde mental? A resposta é simples: através da leitura, que é uma verdadeira academia para o cérebro. Mais que uma forma de adquirir conhecimento, é um hábito prazeroso e benéfico à saúde.

A ciência tem investido em pesquisas sobre as vantagens da leitura para a saúde mental. Segundo cientistas, além de uma das melhores formas de entretenimento, o hábito de ler melhora a empatia, aumenta a criatividade, reduz o estresse, diminui os riscos de desenvolver doenças mentais como o Mal de Alzheimer e ainda aumenta a expectativa de vida.

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, fizeram uma experiência com um grupo de pessoas e comprovaram os benefícios da leitura ao cérebro. A pesquisa consistiu em colocar voluntários para ler um capítulo de um livro escolhido, dentro de uma máquina de ressonância magnética. O resultado mostrou que a leitura aumenta o fluxo de sangue dentro do cérebro, e apontou também que quando nos concentramos em uma leitura mais crítica e analítica, o cérebro é ainda mais impactado e estimulado.

A reportagem da Mercado em Foco conversou com a terapeuta ocupacional Ilka Maria Ramos Elorza para entender um pouco mais sobre os benefícios da leitura. “Além de ser excelente

O ‘TREINO’ DO VIGOR MENTAL A leitura nos torna mais felizes, mais ativos e nos ajuda a lidar melhor com os problemas. O hábito transforma nossa visão de mundo e abre os horizontes da nossa mente

estimulador da memória, ler ainda melhora a concentração e a percepção, sem falar na atenção que uma leitura interessante faz com que a pessoa desenvolva”, ressalta.

Ao ler um livro o cérebro é estimulado, e a imaginação, a atenção visual e a concentração exercitam a mente. “A leitura estimula a cognição, fazendo com que a pessoa se mantenha ativa, mentalmente falando, e permaneça em contato com o que acontece à sua volta, por exemplo, através da leitura diária de jornais e até quando interage com outras pessoas ao ser estimulada a contar histórias que leu”, afirma Ilka.

As palavras de um livro são consideradas por estudiosos remédios que curam, aliviam e revigoram a alma e a mente. Hoje em dia o estresse e o esgotamento têm desanimado e provocado inúmeros problemas na vida de profissionais nas mais diversas áreas de atuações. Segundo a terapeuta, a prática da leitura leva o leitor a mergulhar no contexto do livro e pode servir como uma terapia relaxante. “A leitura é eficaz porque faz com que a pessoa ‘viaje’ literalmente, sem tirar os pés do chão. Alivia quando você pode esquecer, momentaneamente, qualquer situação por qual esteja passando”, ressalta.

A especialista revela também que o habito da leitura é algo que deve ser construído aos poucos. Primeiro, por livros fáceis e de assuntos que despertem o interesse. Não precisa, necessariamente, estipular quantas páginas de um livro vai ler por dia, ou quanto tempo vai se dedicar por semana. “Muitas pessoas estipulam uma

meta e, quando não é atingida, causa frustração. Deve-se ir aos poucos, procurando entender todo o conteúdo de um livro que foi lido, tentar fazer resumos, conversar com outras pessoas sobre o que tem lido, respeitar o seu ritmo”, pondera.

Ilka Elorza explica que muitas pessoas acabam cometendo o erro de começar a ler obras que não são do seu interesse e isso acaba causando um desestímulo pelo hábito. “Às vezes você tem amigos que leem livros do filósofo Karl Marx, por exemplo, mas você não entende uma linha sequer. Então, é muito melhor começar com gibis ou ficção, e encontrar o que você gosta e tem interesse”, aconselha.

Mesmo que exista aquela preguiça de ir à biblioteca ou à livraria, hoje, com a internet, não há mais desculpas para não desenvolver o hábito da leitura. Sem sair de casa é possível encontrar livros, jornais e revistas na versão online, e um manancial de publicações antigas praticamente inesgotável.

Vale ressaltar que a leitura é como a comida: quanto mais você ingere alimentos saudáveis, melhor será o desempenho do seu corpo. Por isso, não pense que ler qualquer coisa vai trazer benefícios ou trabalhar o cérebro. O ideal é ler textos que trazem prazer e envolvimento.

PRÁTICA DA LEITURA

Vale livro, revista ou jornal

Talvez, você seja uma pessoa que não tem o hábito de ler diariamente, mas não se apavore porque para isso tem um jeito! Procure ler o que lhe dá prazer. Se você gosta de cinema pode começar lendo críticas sobre filmes, revistas especializadas, ou até mesmo livros que foram base para alguns filmes.

Leia em qualquer lugar

No ônibus, no táxi, na sala de espera do consultório ou no horário de almoço, aproveite as “brechas” no seu dia a dia e dê espaço à leitura.

Adquirir o hábito da leitura

Fazer como se fosse um ritual, ter um local confortável e colocar-se numa posição adequada, seja sentado, deitado, mas aconchegante. É importante conseguir concentrar-se somente naquilo, naquele momento.

Cérebro jovem

Assim como xadrez, palavras-cruzadas e quebra-cabeça, a leitura também ajuda a manter o cérebro ativo e reduz os riscos de desenvolver demência.

Produz relaxamento

Um livro pode ser mais relaxante do que ouvir música. Antes de dormir, fazer uma leitura leve, com temas positivos, ajuda muito na hora de relaxar para pegar no sono.

Conhecimento

A leitura diária através dos jornais e portais de notícias, por exemplo, nos mantém atualizados e antenados ao que acontece no Brasil e no mundo, nos torna mais críticos em relação à nossa sociedade e, ainda, ajuda a construir nossa visão de mundo.

Ilka Elorza, terapeuta ocupacional: “A

leitura é eficaz porque faz com

que a pessoa ‘viaje’ literalmente, sem

tirar os pés do chão. Alivia quando você

pode esquecer, momentaneamente,

qualquer situação por qual esteja

passando”

ESTÁ PLANEJANDO O EVENTO DA SUA EMPRESA? FAÇA COMO MUITAS, ESCOLHA A QUALIDADE PLANALTO!AGENDE UMA VISITA PELO TELEFONE: (43) 3338-5038

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ARTIGO

Por Maria Salete Arenales Loli

Operacionalizar uma exportação era algo totalmente abstrato e distante das fronteiras da Arenales Books, uma empresa que tem como missão desenvolver recursos inovadores com a função de facilitar a expressão verbal e afetiva de pré-adolescentes e adolescentes em diferentes contextos: psicoterápico, escolar e familiar. Talvez, pela crença enraizada de que exportar era algo viável para empresas de grande porte, o dogma das multinacionais.

Estamos somente há 7 anos no mercado. Porém, o primeiro produto (o Kit Túnel do Tempo) tem uma longa história de mais de 25 anos e surgiu da própria necessidade como psicóloga clínica em atender os pacientes adolescentes. Diante da falta de um produto, passei a buscá-lo durante alguns anos, primeiramente no mercado nacional e, posteriormente, na América Latina, mercado europeu e o norte-americano.

Frente a não obtenção de sucesso nesta busca fui, paulatinamente, em 10 anos, elaborando algo que facilitasse a intervenção do profissional com o público adolescente. Assim, nasceram os jogos “Túnel do Tempo” e a “A Máquina do Faz e Refaz”, que foram também tema de pesquisa de tese de Doutorado pela UNESP e USP.

Fazendo uma retrospectiva, ainda me impressiono por não ter percebido que há 25 anos estava realizando prospecção de mercado - e ainda foram necessárias tentativas de compras do exterior para que eu ligasse os pontos e enxergasse este nicho internacional.

Foram muitos pedidos não atendidos porque a empresa não tinha a menor ideia de como proceder uma exportação e, neste contexto, indicaram apresentar o meu projeto para o PEIEX (Projeto Extensão Industrial Exportadora). Mesmo assim, tudo ainda soava estar muito distante, impossível e inatingível.

Foram necessários quatro anos de investimentos e ainda há muito a se fazer. Desde o início nosso produto era mais complicado e com muitos detalhes específicos. Talvez, empresas de ramos diferentes não necessitem de todo este tempo de investimento.

EXPORTAR:POSSIBILIDADE PARA GRANDES E PEQUENAS EMPRESAS

Uma das etapas do processo de exportação é, por exemplo, as empresas fazerem uma tradução das embalagens na língua dos mercados que desejam atingir. No caso da Arenales Books, necessitávamos de um tradutor que fosse além da tradução propriamente dita. Ele também precisaria atuar no auxílio da adequação do material em diferentes mercados, e encontrar esse profissional demandou um pouco mais de tempo.

Após estes longos quatro anos foi possível acreditar que a pequena empresa estava realmente exportando somente depois do fechamento dos primeiros contratos de exclusividade em alguns países. Era hora de festejar as primeiras invoices da Arenales Books.

Para a nossa empresa, superados os primeiros degraus de toda a estruturação para poder exportar, a possibilidade de expandir para novos mercados é a nova regra e meta. Acreditamos nos resultados dos nossos produtos e entendemos que é impossível permanecer atendendo nossos adolescentes na área de psicologia sem questionar a técnica utilizada.

Com relação aos retornos financeiros das exportações, a Arenales ainda tem alguns passos para avançar. O momento é de investir na estruturação do setor, porém, com muito mais otimismo que nos anos iniciais, uma vez que o retorno dos psicólogos e demais profissionais da área fora do Brasil é algo muito gratificante.

Descobrimos que é gratificante também instigar os brasileiros a levarem seus negócios para além das fronteiras nacionais. Hoje, sabemos que somos profissionais de garra, enfrentamento, superação e criação. Expandir é uma possibilidade e uma realidade. Basta, primeiro, reavaliar e refletir sobre os grandes mitos que ainda limitam as fronteiras das grandes empresas.

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o nosso trabalho basta acessar www.arenalesbooks.com.br

Maria Salete Arenales Loli é Doutora e Mestre em Psicologia Clínica, Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho,

e autora de obras relacionadas ao tema.

julho e agosto de 2018 | www.acil.com.br38

COLUNAACIL

23ª turma do Bom Negócio inicia atividades

Micro e pequenos empreendedores londrinenses começaram no último mês sua jornada rumo à capacitação, com a aula inaugural do Programa Bom Negócio, uma realização da ACIL, em parceria com a UEL e a Fomento Paraná. A capacitação compreende as áreas de Gestão de Negócios, Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão de Pessoas e Gestão Estratégica. Além do conhecimento, os participantes ganham no fim do curso acesso a linhas de crédito da Fomento Paraná com juros subsidiados.

Lidere 2018O Lidere está de volta, com toda a energia para se

destacar no calendário dos encontros empresariais da região. O evento acontece nos dias 3 e 4 de outubro, no Villa Planalto, e reúne profissionais consagrados no mercado nacional e internacional para falar sobre Gestão, Inovação e Liderança. Ricardo Amorim (economista e apresentador de TV), José Salibi Neto (co-fundador da HSM), Marcos Piangers (radialista, apresentador, escritor e colunista) e Marco Aurélio Raymundo (fundador da Mormaii) são alguns dos nomes confirmados para esta edição. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.lidere2018.com.br.

Associação Comercial e Industrial de Londrina 39

Centro SeguroEmpresários de Londrina participaram de uma reunião para

debater medidas de segurança no comércio. O encontro foi conduzido pelo capitão Marcos Tordoro, da Polícia Militar, e faz parte do projeto piloto “Centro Seguro”, um grupo criado no aplicativo WhatsApp com o objetivo de gerar segurança, prevenção e agilidade no atendimento aos lojistas do Centro da cidade. A iniciativa ocorreu por parte da PM e comerciantes da Rua Benjamin Constant, e se estendeu para toda a região central de Londrina. Ao todo já são cerca de 200 integrantes entre empresários, policiais e guardas municipais. A ação é uma parceria entre ACIL, Sincoval, Polícia Militar e Guarda Municipal.

Londrina: a cidade que vive eventos

A exposição “Londrina: a cidade que vive eventos”, realizada pelo Núcleo de Organizadores e Assessores de Eventos (NOA) do Programa Empreender, da ACIL, foi destaque no Centro Cultural do Shopping Boulevard. Na mostra, 10 painéis retrataram a riqueza e o potencial da cidade que recebe todos os anos eventos dos mais variados segmentos como o agronegócio, corporativo, cultural, artístico, tecnológico, esportivo, sociais, casamentos, formaturas e festas de 15 anos.

Visita Nota 10A ACIL recebe regularmente a visita de escolas

da cidade para estimular e apresentar o mundo do empreendedorismo. A Visita Nota 10 tem também como finalidade difundir a cultura do associativismo nas novas gerações, além de contar a história do município a partir do ponto de vista da entidade. Um singelo contributo para a formação dos pequenos que podem ser da rede pública ou privada. O tour dura cerca de duas horas. As escolas interessadas podem entrar em contato com a ACIL pelo telefone (43) 3374-3010.

2018

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43 3374 3000

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Revista | E-mail Marketing

Centro deCapacitação

Bom Negócio

Fomento ParanáFácil Imobiliário

Ferramentas de Divulgação

Associação Comercial e Industrial de Londrina 41

NOVOSASSOCIADOS

AÇOUGUE E MERCEARIACódigo de CarneRua Paranaguá – 1306

ARMARINHOS EM GERALMalu PresentesAv Saul Elkind – 1289

ARTEFATOS DE CONCRETO, CIMENTO, GESSO E MATERIAIS SEMELHANTESLuzia DecoraçõesRua José Maria de Alcântara – 23Tamarana-PR

CARNES E PRODUTOS DERIVADOSFrigocenter AlimentosRua Inhambu Xororó – 116

COMÉRCIO DE CALÇADOSFegatta CalçadosAv. Alice Abib Sahao – 1575 – Loja 02

COM. VAREJISTA DE PEÇAS DE AUTOCasa GevascoRua Guaporé – 525

COM. VAREJISTA DO VESTUÁRIOMega JeansRua Professor João Cândido – 286Amora BalletAv. José Gabriel de Oliveira – 685 – Apto. 1105

CONFECÇÕESPitchukas Moda PetRua Uberlândia – 335

COSMÉTICOS E PERFUMARIASRafael Rodrigo de LimaRua Elias Daniel Hatti – 893Elssy CosmeticRua Izaias Nunes da Silva – 70 BL B5 – Apto. 21

EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOSCasa da InformáticaRua Humaitá – 875

FARMÁCIASAtive FarmaAv. Juscelino Kubitscheck – 3080

FOTOGRAFIASBrascolorAv. Harry Prochet – 1250

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSFenix do Brasil PeçasRua Jurema – 84 AConsultomaqRua Guararapes – 252 – Lj 04

MATERIAL DE CONSTRUÇÃODepósito EldoradoAv. Duque de Caxias – 1076

Mega AndaimeRua Guaporé – 721

MATERIAL MÉDICO E HOSPITALARIBI LifeRua 19 de Dezembro – 1162 – Térreo – Ibiporã - PRLabtec Comércio de Produtos MicrobiológicosAv. Inglaterra – 380

PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOSMuller DieselAv. Waldemar Spranger – 820

PEIXARIANipopescaAvenida Higienópolis, 1443

PRODUTOS ALIMENTÍCIOSVessirrê DoceriaRua General Tasso Fragoso – 10 – Loja 03

VIDRAÇARIAVidraçaria Bella ArtAv. Saul Elkind – 2940

AGÊNCIA DE TURISMO E CÂMBIOStrik TurismoRua Inglaterra – 171 – Sl B

AGENTES DE INVESTIMENTOS EM APLICAÇÕES FINANCEIRASBravus InvestimentosRua Higienópolis – 1601 – Sala 501

AGENTE DE PROPRIEDADE INDUSTRIALVision Marcas e PatentesRua Tico-Tico do Bico Amarelo – 476

ASSOCIAÇÃOLuhuRua Goiás – 1102 – Apto. 05

ATIV PROFIS CIENTÍFICAS E TÉCNICASGestar Gestão em SaúdeAv. Bandeirantes – 403

CABELEIREIROSLadies e LordAv. Harry Prochet – 305 – Box 82/84

CHAVEIROGrupo Estilo Assistência 24 horasAv. Robert Koch – 400 – Loja 3A

COBRANÇARL Consultoria Empresarial e Gestão de RecebíveisRua Adelino Girotto

COMÉRCIO

SERVIÇOS

julho e agosto de 2018 | www.acil.com.br42

CONSULTORIADsanches Consultoria Empresarial e CoachingRua Ernani Lacerda de Athayde – 188 – Ato. 201

CONTABILIDADEContac Assessoria ContábilRua Senador Souza Naves – 182 – Andar 05 – Sl 501

CORRETORA DE SEGUROSItbrasil Corretora de SegurosRua Eca de Queiroz – 19 – Loja 01

EDUCAÇÃO E ENSINOIse Business SchoolRua Martiniano de Carvalho – 573 – São Paulo - SPWMBarros Treinamentos em TIRua Procópio Ferreira – 486

ENSINO DE MÚSICAElite MusicalRua Prefeito Antônio Fernandes Sobrinho – 911 – Loja 04

ESCOLA DE IDIOMASWe RockRua Jonathas Serrano – 727

EVENTOS E FESTASMity EventosRua José Alencar – 156

FACULDADES E INSTITUIÇÕES DE ENSINOFaculdade Positivo LondrinaRua Prefeito Faria Lima – 400

FOTOGRAFIASCélia Martins FerreiraRua Madeira – 153Oliveira Formaturas e EventosRua Serra da Jurema – 270

IMOBILIÁRIAS E CORRETORASBarreto ImóveisRua Goiás – 1057Caem Centro de Atendimento ao Estudante e MoradiaRua Delaine Negro – 90 – Sala 03 A 05Canevari e BarretoRua da Luz – 9 – Sala 1 Letra BDix ImóveisRua Cisne – 35Originalli CorretoraRua Uraí – 128San RemoRua Deputado Fernando Ferrari – 404 – Sala 01

INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO ELÉTRICAVrtech Ar Condicionado Exaustão e VentilaçãoRua Rio Grande do Norte – 527

PUBLICIDADEGrow ComunicaçãoRua Carolina – 561

SERVIÇOS DE ESCRITÓRIOContato WorkRua Fernando de Noronha – 956DeffRua Eurico Humming – 900 – Apto. 20104GV Serviços AdministrativosRua João Wyclif – 111 – Sala 2106

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTOEnfase Apoio Administrativo e EducacionalRua Euclides da Cunha – 230

MÓVEISMarcenaria, Madeira e TalentoRua Paraguai – 254 – Parte A

PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOSRatifica MottormilRua Asa Branca – 545

MANUTENÇÃO E REPAROS ELÉTRICOSAssistência Técnica InfocelRua dos Panificadores – 137

PUBLICIDADESafira Comunicações e Mídias DigitaisRua Espírito Santo – 1499 – Apto. 12

EQUIP. PARA DISTRIB. E CONTROLE DE ENERGIA ELÉTRICATecjacAv. Brasília – 1855 – Sala 21

ESQUADRIAS DE METALWindor Esquadria de AlumioRua José Carlos Muffato – 2100Cambé-PR

MÁRMORES E GRANITOSPrime MarmorariaRua José Carlos Muffato – 498 Cambé-PR

MÓVEISDomum DecorRua Olívio Corcini – 210

TECIDOSEspaço XAv. Arcebispo Dom Geraldo Fernandes – 1610 – Loja 05

IND/COM

INDÚSTRIA

COM/SERVIÇOS

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