WISMAR CARLO ZANELLA · 2021. 1. 19. · alimentícia, é utilizado principalmente na fabricação...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS WISMAR CARLO ZANELLA EFEITO DA TEMPERATURA E DO pH NA ESTABILIDADE DE CORANTES NATURAIS UTILIZADOS EM ALIMENTOS Poços de Caldas/MG 2014

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

    WISMAR CARLO ZANELLA

    EFEITO DA TEMPERATURA E DO pH NA ESTABILIDADE

    DE CORANTES NATURAIS UTILIZADOS EM ALIMENTOS

    Poços de Caldas/MG

    2014

  • WISMAR CARLO ZANELLA

    EFEITO DA TEMPERATURA E DO pH NA ESTABILIDADE

    DE CORANTES NATURAIS UTILIZADOS EM ALIMENTOS

    Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Orientadora: Prof.ª Dr.ª Mariana Altenhofen da Silva.

    Poços de Caldas/MG

    2014

  • Z28e Zanella, Wismar Carlo.

    Efeito da temperatura e do pH na estabilidade de corantes naturais utilizados em

    alimentos. / Wismar Carlo Zanella;

    Orientação de Mariana Altenhofen da Silva. Poços de Caldas: 2014.

    30 fls.: il.; 30 cm.

    Inclui bibliografias: fls. 25-26

    Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Química) –

    Universidade Federal de Alfenas– Campus de Poços de Caldas, MG.

    1. Urucum 2. Cúrcuma 3. Carmim 4. Corantes naturais. I. Silva, Mariana Altenhofen da

    (orient.). II. Universidade Federal de Alfenas - Unifal. III. Título.

    CDD 660.6

  • AGRADECIMENTOS

    À Universidade Federal de Alfenas pela oportunidade e por ter provido o

    espaço e os equipamentos necessários para a realização do trabalho.

    Aos técnicos dos laboratórios que de alguma forma auxiliaram na parte

    experimental do trabalho.

    À professora Mariana, orientadora, pelos valiosos conselhos, ideias, dicas e

    sugestões para a elaboração do TCC I e II, além de todo o tempo e dedicação

    oferecidos em prol de ambos os trabalhos.

    À minha família, pelo apoio e incentivo ao longo da minha jornada estudantil;

    em especial ao meu pai, pelo apoio financeiro durante a graduação.

    Ao professor Cláudio Gonçalves, por ter me aconselhado e incentivado a

    cursar Engenharia Química quando eu ainda estava no Ensino Médio.

    A todos os meus amigos, de perto e de longe, com os quais compartilho

    muitas boas lembranças e através dos quais pude superar os momentos difíceis.

  • RESUMO

    Os corantes são os aditivos químicos de maior relevância em vários setores da

    indústria, sobretudo o alimentício. A partir do século XIX, com a popularização dos

    corantes produzidos sinteticamente, os corantes naturais foram sendo substituídos,

    principalmente por motivos econômicos. No entanto, busca-se cada vez mais

    desenvolver metodologias e processos economicamente viáveis a fim de tornar mais

    abrangente o uso desses corantes na indústria. Este trabalho avaliou a estabilidade

    de três dos corantes naturais mais utilizados – o carmim, o urucum e a cúrcuma –,

    em diferentes condições de pH e temperatura por um período de aproximadamente

    7 dias. Para a análise estatística do experimento, foi traçado um planejamento

    fatorial 22 com três repetições no ponto central, totalizando 7 ensaios para cada

    corante. As variáveis estudadas foram a temperatura (40ºC e 80ºC) e o pH (3,0 e

    6,0). Através dos resultados obtidos observou-se que o aumento da temperatura foi

    o fator que mais contribuiu para a degradação do urucum e da cúrcuma. Por outro

    lado, valores baixos de pH prejudicaram a estabilidade do urucum, e, principalmente,

    do carmim, sendo que seu efeito de degradação foi potencializado em ambos

    quando combinados a altas temperaturas. Com relação à coloração, o carmim foi o

    corante que mudou de cor mais rapidamente, exceto no ensaio a 40ºC e pH 6,0.

    Apesar disso, foi o único corante que não degradou completamente ao fim do

    experimento.

    Palavras-chave: Degradação de corantes naturais. Urucum. Cúrcuma. Carmim.

  • ABSTRACT

    Dyes are the most important chemical additives in many sectors of the food industry.

    Since the 19th century, synthetically produced dyes became more popular and,

    mostly for economic reasons, were gradually replacing the natural dyes. However,

    the search for more economically viable processes and methodologies grows each

    day more, with the purpose to make the use of these dyes wider in the industry. This

    work evaluated the stability of three important natural dyes commercially used

    (annatto, turmeric and carmine) in different conditions of pH and temperature for

    about a week. A factorial experimental design 22 with 3 central points (7 experiments

    in total, for each dye solution) was used to evaluate the effect of temperature (40 to

    80°C) and pH (3,0 to 6,0) on the color stability of the dye solution. Results have

    shown that temperature was the factor that most contributed to the degradation of the

    annatto and the turmeric. In contrast, low values of pH negatively affected the

    stability of the carmine and annatto. The effect was even more intense when it was

    combined with high temperatures. Concerning the color, carmine was the one that

    changed his color more quickly, except in the run at 40ºC and pH 3.0. Nevertheless,

    it was the only dye that did not degraded completely by the end of the experiment.

    Key Words: Degradation of natural dyes. Annatto. Turmeric. Carmine.

  • SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 8

    2.1 Corantes naturais e sintéticos .......................................................................... 8

    2.2 Urucum ................................................................................................................ 8

    2.3 Carmim de cochonilha ....................................................................................... 9

    2.4 Cúrcuma ............................................................................................................ 10

    2.5 Influência do pH e da temperatura na estabilidade dos corantes ................ 11

    3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 13

    3.1 Materiais ............................................................................................................ 13

    3.2 Preparo das soluções de corantes ................................................................. 13

    3.3 Ensaios de estabilidade ................................................................................... 14

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 17

    4.1 Ensaios de estabilidade ................................................................................... 18

    5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 25

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 26

    ANEXOS ................................................................................................................... 28

  • 7

    1. INTRODUÇÃO

    A aceitação de um produto alimentício pelo consumidor está diretamente

    relacionada a sua cor. Nesse contexto, as cores são adicionadas aos alimentos

    para, entre outros motivos, restituir a aparência original, afetada durante as etapas

    de processamento, de estocagem, de embalagem ou de distribuição; tornar o

    alimento visualmente mais atraente, ajudando a identificar o aroma normalmente

    associado a determinados produtos; conferir cor aos desprovidos de cor e reforçar

    as cores presentes nos alimentos (CONSTANT et al, 2002).

    Por conseguinte, os corantes têm sido atualmente os aditivos químicos mais

    utilizados e estudados na indústria alimentícia. O mercado mundial de corantes

    alimentares é avaliado economicamente em torno de 1,25 bilhão de dólares, dos

    quais 40% são de corantes sintéticos contra 28% de corantes naturais, o que é

    justificado pela maior estabilidade e menor custo dos artificiais. Não obstante, os

    corantes naturais têm crescido anualmente entre 5 e 10%, enquanto os sintéticos

    têm crescimento anual de 2 a 5 % (SCHIOZER & BARATA, 2007).

    Esse maior crescimento reflete a crescente demanda dos consumidores por

    alimentos mais próximos ao natural com mínima adição de produtos químicos. Além

    disso, certamente é consequência direta do número cada vez maior de estudos e

    esforços no sentido de diminuir os custos de produção desses corantes, bem como

    de verificar e melhorar sua estabilidade em diferentes condições. O presente

    trabalho teve como objetivo estudar a estabilidade de três corantes relevantes na

    indústria de alimentos: o urucum, a cúrcuma e o carmim de cochonilha. Foram

    avaliados os efeitos do pH e da temperatura, bem como a interação entre estes

    fatores, na degradação da cor destes corantes em soluções de ácido cítrico.

  • 8

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1 Corantes naturais e sintéticos

    A arte de colorir acompanha o homem desde a mais remota antiguidade. De

    acordo com dados arqueológicos, entre 40.000 a.C. e 10.000 a.C. já eram

    encontradas peças de vestuários e utensílios coloridos. Até o século XIX, o número

    de corantes e pigmentos conhecidos era muito reduzido, sendo estes extraídos de

    plantas, animais e alguns minerais com elevado custo (FRINHANI, 2003).

    No entanto, no ano de 1856, o britânico William Henry Perkin sintetizou

    acidentalmente a malva, de cor voltada para o azul, considerada o primeiro corante

    artificial. Desde então, muitos avanços foram obtidos na área de corantes sintéticos.

    Sua popularização e presença nas mais diversas indústrias demonstram que estes

    corantes são preferencialmente utilizados devido à maior estabilidade e poder

    tintorial, bem como ao menor custo em relação aos corantes naturais tradicionais

    (GONZÁLEZ, 2012).

    Apesar disso, o que se constata é uma forte tendência na redução do número

    de aditivos sintéticos permitidos nos países desenvolvidos. Por outro lado, os

    corantes naturais têm sido utilizados há anos na indústria alimentícia sem evidências

    de danos à saúde. Alguns são solúveis em óleo, proporcionam cores mais suaves e

    conferem ao produto um aspecto natural, o que aumenta a aceitação pelo

    consumidor (CONSTANT et al, 2002; LOPES et al, 2007).

    2.2 Urucum

    A fonte do corante consiste nas sementes da Bixa Orellana, uma árvore

    tropical originária da América (Figura1a). Atualmente, o Brasil produz por volta de 12

    mil toneladas por ano de urucum, o que o faz o maior produtor mundial. As principais

    aplicações dos corantes de urucum estão na área alimentícia, sendo encontrado em

    recheios de biscoitos, cereais, bolos, queijos, bebidas lácteas, sobremesas, geleias,

    salsichas, dentre outros produtos (GONZÁLEZ, 2012). A Figura 1b mostra o corante

    processado em pó.

  • 9

    Figura 1 – (a) Sementes de urucum; (b) urucum em pó.

    Cerca de 80% da coloração das sementes de urucum é devida ao

    componente ativo 9’-cis-bixina, chamada comumente de bixina. A partir da bixina

    são obtidos os demais pigmentos do urucum, como a norbixina (lipossolúvel), o sal

    da norbixina (hidrossolúvel) e os produtos de degradação térmica (lipossolúveis e de

    coloração amarela mais estável) (GONZÁLEZ, 2012; CONSTANT et al, 2002).

    Mecanicamente, o extrato de urucum é obtido por abrasão do pericarpo das

    sementes submerso em óleo vegetal aquecido a temperaturas entre 70 e 130ºC. O

    aquecimento utilizado na extração isomeriza a cis-bixina, em trans-bixina (ou

    norbixina), mais solúvel em óleo, resultando em um produto com 0,2 a 0,5% de

    pigmento (FRINHANI, 2003). Técnicas mais modernas também são reportadas na

    literatura, como por exemplo a extração com CO2 supercrítico (SILVA et al, 2008).

    Após a extração, a determinação do teor de bixina e norbixina pode ser feito de

    forma bastante precisa através de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

    (TOCCHINI & MERCADANTE, 2001).

    2.3 Carmim de cochonilha

    O corante conhecido como carmim de cochonilha é extraído da fêmea do

    inseto chamado Dapctylopiuscoccus, parasitário de cactos (Figura 2a). Na indústria

    alimentícia, é utilizado principalmente na fabricação de cereais, massas, bebidas

    não alcoólicas, molhos, geleias e recheios (GONZÁLEZ, 2012). A Figura 2b mostra o

    carmim em pó, depois de processado.

    (a)

    (b)

  • 10

    Figura 2 – (a) Cochonilha, fonte do corante carmim; (b) carmim em pó.

    Seus principais constituintes são: o ácido carmínico, que é o responsável pelo

    poder tintorial do corante; e o camim propriamente dito, que corresponde aos

    complexos formados a partir do ácido carmínico e alumínio (GONZÁLEZ, 2012;

    CONSTANT et al, 2002).

    O processo de extração se inicia com a remoção cuidadosa dos insetos

    presentes nos cactos. Então, os insetos são desidratados por secagem natural.

    Após secos, estes são submetidos a uma temperatura de aproximadamente 100ºC

    em uma solução de amônia ou carbonato de sódio. A fração insolúvel é filtrada e a

    esta adiciona-se alúmen de potássio dodecahidratado (KAl(SO4)2∙12H2O) para que

    ocorra a precipitação do composto (BORGES et al, 2012).

    2.4 Cúrcuma

    A Curcuma Longa L ou açafrão da Índia é uma planta herbácea perene da

    família das Zingiberaceae, de origem no sudeste asiático (Figura 3). Como corante,

    é uma importante fonte de cor amarela na área alimentícia, sendo largamente

    utilizada em picles, maionese, mostarda, revestimento de filés de peixe congelado,

    produtos cárneos, massas alimentícias, sucos, gelatinas, queijos e manteiga

    (GONZÁLEZ, 2012; PEREIRA & STRINGHETA, 1998).

    A curcumina é o principal pigmento presente em seus rizomas, contribuindo

    com 50 a 60% dos pigmentos totais. Além desta, o corante é composto por mais

    dois compostos amarelos derivados da curcumina: a demetoxi-curcumina e a bis-

    demetoxi-curcumina, os quais são responsáveis por 20 a 30% e 7 a 20% dos

    pigmentos, respectivamente. (CONSTANT et al, 2002).

    (a) (b)

  • 11

    Figura 3 – Rizomas do açafrão e o pó de cúrcuma comercial.

    Atualmente, são três os produtos de cúrcuma disponíveis comercialmente: o

    pó de cúrcuma (Figura 3), a oleoresina de cúrcuma e o extrato de curcumina. A

    curcumina pura não é ideal para aplicação direta em alimentos devido a sua

    insolubilidade em água, havendo a necessidade de misturá-la com solventes e

    emulsificantes de grau alimentício. A escolha destes solventes envolve uma série de

    fatores, desde a eficiência da extração até a facilidade de economia na recuperação

    do solvente (CONSTANT et al, 2002; PEREIRA & STRINGHETA, 1998).

    No caso da oleoresina, álcool etílico, acetona e dicloro etileno têm sido

    indicados como bons solventes. Quando há a necessidade de remover o sabor

    característico da cúrcuma, recomenda-se a utilização de solventes seletivos como o

    hexano, os quais removem o princípio amargo da cúrcuma sem afetar o conteúdo de

    curcuminóides (PEREIRA & STRINGHETA, 1998). Da mesma forma que para o

    urucum, estudos mais recentes têm sido feitos no que diz respeito à extração com

    fluidos supercríticos, produzindo resultados bastante satisfatórios (CHASSAGNEZ et

    al, 1997; BRAGA, 2005).

    2.5 Influência do pH e da temperatura na estabilidade dos corantes

    O ácido carmínico é mais instável às variações de pH que o carmim. Este

    mantém a cor vermelha na faixa de pH entre 4 e 10, tornando-se azul acima desse

    valor; o carmim, por outro lado, apresenta tonalidade alaranjada em pH ácido,

    avermelhada na faixa de 5 a 7 e azul na região alcalina (CONSTANT et al, 2002).

  • 12

    A bixina também é sensível às variações no pH, pois muda de amarelo-

    alaranjado para rosa fraco em pH ácido. No entanto, em condições alcalinas, pode

    sofrer saponificação e produzir a norbixina, que é mais estável, porém pouco solúvel

    em água em pH não-alcalino (CONSTANT et al, 2002; FRINHANI, 2003).

    Em contrapartida, os constituintes da cúrcuma são instáveis em meio alcalino,

    sobretudo a curcumina. Em uma faixa de pH de 4 a 7, as perdas de coloração não

    são significativas a baixas temperaturas. Acima de pH 7,7, a velocidade de

    degradação se torna quase três vezes maior (GONZÁLEZ, 2012; PEREIRA &

    STRINGHETA, 1998).

    No que se refere à temperatura, os 3 corantes são relativamente estáveis

    abaixo de 100ºC, especialmente o carmim, que muda de cor apenas em

    temperaturas acima de 135ºC. Todavia, isso ocorre apenas quando as condições de

    pH são mantidas ótimas. O efeito de altas temperaturas, mesmo que menores que

    100ºC, combinado com valores de pH extremos, potencializa fortemente a

    degradação da cor dos corantes, principalmente no que diz respeito aos pigmentos

    do urucum e da cúrcuma. (GONZÁLEZ, 2012; FRINHANI, 2003).

  • 13

    3. MATERIAIS E MÉTODOS

    3.1 Materiais

    As amostras de corantes foram gentilmente cedidas pela empresa Chr.

    Hansen Ind. e Com. Ltda. (Valinhos, São Paulo) sendo estas três amostras líquidas

    (carmim, urucum e cúrcuma), e duas amostras em pó (urucum e cúrcuma). No

    entanto, estas duas últimas foram descartadas do estudo porque se mostraram

    insolúveis na solução de ácido cítrico. As especificações dos corantes líquidos

    fornecidas pelo fabricante estão contidas nos anexos A, B e C.

    No preparo das soluções dos corantes foi utilizado ácido cítrico P.A. (Ecibra,

    São Paulo). Isto porque o ácido cítrico é amplamente empregado na indústria como

    um importante ingrediente em alimentos, sendo portanto um ótimo simulante

    alimentício. Hidróxido de sódio (0,1M) foi utilizado para o ajuste do pH das soluções

    de corantes.

    3.2 Preparo das soluções de corantes

    Para o estudo da estabilidade dos corantes naturais inicialmente preparou-se

    uma solução estoque de ácido cítrico 0,05% (m/v). Foi utilizada esta baixa

    concentração para facilitar a posterior alcalinização das amostras estudadas.

    Testes preliminares foram realizados a fim de se definir a concentração dos

    corantes a ser utilizada para o estudo da estabilidade. A escolha foi baseada nos

    dados de absorbância obtidos para cada solução. As concentrações utilizadas nos

    testes de estabilidade para cada corante estão apresentadas na Tabela 1. A

    concentração da solução de carmim foi de 0,1% (m/v). No entanto, verificou-se

    necessário alterar as concentrações de urucum e cúrcuma. No caso do urucum, pela

    amostra original conter baixa concentração de norbixina (ver Anexo C), fez-se

    necessária uma concentração cinco vezes maior (0,5% m/v) para que a solução

    adquirisse a cor esperada. Em contrapartida, devido à alta porcentagem de

    curcumina na amostra de cúrcuma (ver Anexo B), foi preciso diluí-la para uma

    concentração de 0,025% (m/v); do contrário, suas leituras de absorbância estariam

    acima do limite do equipamento, que é de 3,5.

  • 14

    Tabela 1 - Concentração de corantes nas soluções

    Corante Concentração (m/v)

    Carmim 0,1%

    Urucum 0,5%

    Cúrcuma 0,025%

    Após a adição do corante na solução de ácido cítrico, estas foram agitadas

    até que se tornaram homogeneamente coloridas (Figura 4).

    Figura 4 – Corantes em solução de ácido cítrico, antes do ajuste de pH: (a) carmim; (b) urucum; (c) cúrcuma.

    3.3 Ensaios de estabilidade

    Foram realizados testes de estabilidade em diferentes condições de pH (3,0,

    4,5 e 6,0) e diferentes temperaturas (40, 60 e 80°C). Os testes foram feitos apenas

    em condições ácidas porque grande parte dos alimentos industrializados apresenta

    valores de pH inferiores a 7,0. Para avaliar os efeitos das variáveis estudadas na

    estabilidade da cor de cada corante foi utilizado um planejamento experimental 22

    com 3 repetições no ponto central. Os ensaios, juntamente com as variáveis reais e

    (a)

    (b)

    (c)

  • 15

    codificadas, estão apresentados na Tabela 2. A resposta (variável dependente)

    avaliada foi a medida de absorbância relativa da solução de corante após um tempo

    determinado posteriormente.

    Os dados foram analisados com o uso do Software Statistica V7 (Stasoft Inc.,

    EUA).

    Tabela 2 – Delineamento estatístico relacionando as variáveis codificadas com seus respectivos

    valores reais

    Ensaio Variáveis codificadas Variáveis reais

    X1 X2 T (ºC) pH

    1 -1 -1 40 3,0

    2 +1 -1 80 3,0

    3 -1 +1 40 6,0

    4 +1 +1 80 6,0

    5 0 0 60 4,5

    6 0 0 60 4,5

    7 0 0 60 4,5

    No início de cada experimento, o pH de cada solução de corante era

    ajustado, de acordo com valor desejado, adicionando-se solução de NaOH 0,1M. A

    alcalinização foi necessária em todos os casos porque as soluções dos três corantes

    em ácido cítrico apresentaram pH em torno de 2,8, sendo portanto menor que o

    limite inferior estudado (pH=3,0). A seguir, alíquotas de aproximadamente 10 mL

    foram transferidas para tubos de ensaio, os quais foram acondicionados em um

    suporte. O suporte com os tubos foi então colocado em um Banho-Maria ajustado na

    temperatura desejada do experimento.

    A estabilidade da cor das soluções dos corantes foi avaliada pela medida da

    absorbância relativa, ou seja, a razão entre as absorbâncias no tempo t e no tempo

    0 (At/Ao). Para as medidas de absorbância foi utilizado um espectrofotômetro visível

    (Marca Hach, Modelo DR 2800, EUA). Como o equipamento não realiza varredura,

    baseado em dados da literatura referentes ao pico de máxima absorbância dos

  • 16

    corantes, foram necessários testes preliminares para determinar até quatro

    comprimentos de onda (capacidade de medição do espectrofotômetro empregado)

    que apresentassem os mais altos valores de absorbância para cada corante. A

    Tabela 3 relaciona os comprimentos de onda monitorados durante o experimento.

    As medidas de absorbância de cada solução de corante foram realizadas em

    intervalos pré-determinados por cerca de 1 semana.

    Tabela 3 – Valores de comprimento de onda monitorados no experimento

    Corante λ (nm)

    Carmin 510 520 530 550

    Urucum 360 370 390 400

    Cúrcuma 400 410 420 440

  • 17

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Durante o experimento, as amostras de carmim em todos os ensaios

    apresentaram mudanças visíveis na coloração, exceto no ensaio 3 (pH=6,0/

    T=40ºC). No ensaio 2 (pH=3,0 / T=80ºC), isso ocorreu em menos de 10 minutos. A

    cor mudou de rosa forte para marrom-amarelado ou salmão, dependendo da

    amostra (Figura 5). Apesar disso, em nenhum dos ensaios houve perda total da cor.

    Figura 5 – Cor adquirida por duas amostras de carmim do ensaio 1 ao final do experimento.

    As amostras de cúrcuma e urucum apresentaram comportamento

    semelhante: nos ensaios a 40ºC, não houve alterações significativas na coloração.

    No entanto, a 80ºC todas as amostras de cúrcuma e urucum degradaram

    completamente a partir do terceiro dia de experimento e tornaram-se praticamente

    transparentes com a formação de precipitado por toda a amostra em alguns casos, o

    que comprometeu as leituras de absorbância após esse período (Figuras 6b e 6c,

    para a cúrcuma e o urucum, respectivamente). No caso da cúrcuma, antes da

    degradação completa, sua cor mudou de amarelo brilhante para amarelo pálido

    (Figura 6a).

  • 18

    A

    B

    (a) (b) (c)

    Figura 6 – Aparência das soluções de cúrcuma no ensaio 2 (pH=3,0 / 80°C) após 2 dias (a) e após 3

    dias (b) e da solução de urucum no ensaio 2 após 3 dias (c).

    4.1 Ensaios de estabilidade

    A estabilidade da cor das soluções dos corantes nas diferentes condições de

    pH e temperatura estudadas (conforme planejamento experimental) foi

    acompanhada por um período de aproximadamente uma semana. A partir dos

    resultados, escolheu-se para análise o comprimento de onda de maior absorbância

    para cada corante. O carmim apresentou pico de máxima absorbância em 510 nm, o

    urucum em 360 nm e a cúrcuma em 420 nm. Nas Figuras 7, 8 e 9 estão

    representadas as curvas de absorbância relativa em função do tempo para as

    soluções de carmim, urucum e cúrcuma, respectivamente.

  • 19

    Figura 7 – Cinética de degradação da cor das soluções de carmim (0,1%) em ácido cítrico (0,05%)

    nas diferentes condições de pH e temperatura estudadas (A = absorbância em 510 nm).

    Figura 8 – Cinética de degradação da cor das soluções de urucum (0,5%) em ácido cítrico (0,05%)

    nas diferentes condições de pH e temperatura estudadas (A = absorbância em 360 nm).

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    At/A

    0

    Tempo (dias)

    pH=3,0 / 40°C

    pH=3,0 / 80°C

    pH=6,0 / 40°C

    pH=6,0 / 80°C

    pH=4,5 / 60°C

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    At/A

    0

    Tempo (dias)

    pH=3,0 / 40°C

    pH=3,0 / 80°C

    pH=6,0 / 40°C

    pH=6,0 / 80°C

    pH=4,5 / 60°C

  • 20

    Figura 9 – Cinética de degradação da cor das soluções de cúrcuma (0,025%) em ácido cítrico

    (0,05%) nas diferentes condições de pH e temperatura estudadas (A = absorbância em

    420 nm).

    Percebe-se a ocorrência de erros experimentais e flutuações anormais, já que

    em teoria os valores de absorbância relativa devem ser sempre decrescentes ao

    longo do tempo. Isso não ocorreu em todos os casos, e o erro foi bastante evidente

    no ensaio 2 do carmim (Figura 7, curva verde), no qual os valores de absorbância

    foram crescentes a partir da primeira hora de experimento até cerca de 3000

    minutos. Esses erros podem ter sido causados pela presença de precipitado

    formado em alguns ensaios.

    Para a análise estatística dos dados por meio do planejamento experimental

    fixou-se o tempo de 1600 minutos (pouco mais de 1 dia) para todas as condições

    estudadas. Após esse tempo algumas amostras começaram a apresentar sinais de

    formação de precipitado e perda de coloração Os valores de absorbância relativa de

    cada ensaio neste tempo estão expressos na Tabela 4.

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    At/A

    0

    Tempo (dias)

    pH=3,0 / 40°C

    pH=3,0 / 80°C

    pH=6,0 / 40°C

    pH=6,0 / 80°C

    pH=4,5 / 60°C

  • 21

    Tabela 4 – Medidas de absorbância relativa a 1600 minutos para a solução dos corantes

    Ensaio At/A0 para t≈ 1600 min.

    Carmim Urucum Cúrcuma

    1 0,494 0,931 0,937

    2 0,690 0,475 0,245

    3 0,968 0,896 0,874

    4 0,746 0,839 0,056

    5 (C) 0,653 0,778 0,642

    6 (C) 0,667 0,731 0,672

    7 (C) 0,671 0,747 0,682

    O tratamento estatístico dos dados foi realizado através do software

    STATISTICA, obtendo-se as análises de variância (Tabelas 5, 6 e 7), bem como os

    respectivos diagramas de Pareto (Figuras 10, 11 e 12), para o carmim, o urucum e a

    cúrcuma, respectivamente, todos em função do erro residual total. Nas Tabelas 5, 6

    e 7, as duas primeiras linhas correspondem ao efeito principal da temperatura e do

    pH, respectivamente; a terceira linha, “1by2”, caracteriza a interação entre os dois

    fatores. Os efeitos são significativos apenas quando o “valor-p” (última coluna das

    tabelas) é inferior a 0,05, ou seja, quando se tem uma probabilidade maior que 95%

    de que os fatores em questão, de fato interferem na degradação dos corantes. Essa

    porcentagem é o valor padrão utilizado na maioria dos experimentos científicos.

    Tabela 5 – Análise de variância para a degradação do carmim

    Soma dos

    Quadrados

    (SQ)

    Graus de

    Liberdade

    (GL)

    Média

    Quadrática

    (SQ/GL)

    Valor F Valor p

    Temperatura 0,000173 1 0,000173 0,08009 0,795579

    pH 0,070231 1 0,070231 32,45155 0,010726*

    1 by 2 0,043692 1 0,043692 20,18872 0,020574*

    Error 0,006493 3 0,002164

    Total SS 0,120589 6

    * Fatores significativos ao nível de significância de 95% (ou seja, p < 0,05)

  • 22

    Figura 10 – Diagrama de Pareto para a degradação do carmim.

    A partir da Tabela 5 e da Figura 10, percebe-se que o pH é o fator que mais

    exerce influência na degradação do carmim. Seu valor positivo no diagrama indica

    que um aumento no pH dificulta o processo de degradação, pois aumenta a

    absorbância relativa do corante. Por outro lado, o efeito principal da temperatura não

    foi significativo; no entanto, nota-se que o efeito de interação entre os dois fatores,

    especialmente a altas temperaturas e pH ácido, foi bastante relevante.

    Tabela 6 – Análise de variância para a degradação do urucum

    Soma dos

    Quadrados

    (SQ)

    Graus de

    Liberdade

    (GL)

    Média

    Quadrática

    (SQ/GL)

    Valor F Valor p

    Temperatura 0,065552 1 0,065552 64,62626 0,004020*

    pH 0,026984 1 0,026984 26,60280 0,014133*

    1 by 2 0,039634 1 0,039634 39,07488 0,008260*

    Error 0,003043 3 0,001014

    Total SS 0,135213 6

    * Fatores significativos ao nível de significância de 95% (ou seja, p < 0,05)

    Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: k

    2**(2-0) design; MS Residual=,0021642

    DV: k

    -,283002

    -4,49319

    5,696626

    p=,05

    Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

    (1)Temperatura

    1by2

    (2)pH

  • 23

    Figura 11 – Diagrama de Pareto para a degradação do urucum.

    No caso do processo de degradação do urucum, todos os efeitos foram

    significativos, sobretudo a temperatura, cujo aumento favorece muito a degradação.

    O efeito do pH foi mais uma vez inverso ao da temperatura: seu aumento ocasionou

    taxas mais lentas de degradação do corante. Já o efeito de interação entre os

    fatores se mostra bastante evidente ao analisar a curva verde da Figura 8 (pH

    3,0/80°C), em que os valores de absorbância relativa foram bem inferiores quando

    comparados com a curva azul (pH 3,0/40°C) e com a curva roxa (pH 6,0/80°C).

    Tabela 7 – Análise de variância para a degradação da cúrcuma

    Soma dos

    Quadrados

    (SQ)

    Graus de

    Liberdade

    (GL)

    Média

    Quadrática

    (SQ/GL)

    Valor F Valor p

    Temperatura 0,570643 1 0,570643 51,59284 0,005560*

    pH 0,015757 1 0,015757 1,42465 0,318422

    1 by 2 0,003964 1 0,003964 0,35837 0,591599

    Error 0,033182 3 0,011061

    Total SS 0,623545 6

    * Fatores significativos ao nível de significância de 95% (ou seja, p < 0,05)

    Pareto Chart of Standardized Ef f ects; Variable: Abs. rel.

    2**(2-0) design; MS Residual=,0010143

    DV: Abs. rel.

    5,15779

    6,25099

    -8,03905

    p=,05

    Standardized Ef f ect Estimate (Absolute Value)

    (2)pH

    1by 2

    (1)Temperatura

  • 24

    Figura 12 – Diagrama de Pareto para a degradação da cúrcuma.

    Para a cúrcuma, a temperatura foi o único fator que influenciou

    significativamente em sua degradação: os ensaios a 80ºC apresentaram os valores

    mais baixos de absorbância relativa ao longo do tempo. Apesar do pH não exercer

    efeito significativo, é importante notar seu valor negativo na Figura 12,

    demonstrando que, diferente do carmim e do urucum, a degradação foi mais lenta

    em pH = 3,0 do que em pH = 6,0.

    Pareto Chart of Standardized Ef f ects; Variable: Abs. rel.

    2**(2-0) design; MS Residual=,0110605

    DV: Abs. rel.

    -,598639

    -1,19359

    -7,18282

    p=,05

    Standardized Ef f ect Estimate (Absolute Value)

    1by 2

    (2)pH

    (1)Temperatura (ºC)

  • 25

    5. CONCLUSÃO

    Através deste estudo, foi possível avaliar os efeitos do pH, da temperatura, e

    da combinação entre eles na degradação da cor do carmim, do urucum e da

    cúrcuma em soluções de ácido cítrico.

    O aumento da temperatura foi o fator que mais influenciou na degradação do

    urucum e da cúrcuma. Ainda que para o carmim seu efeito principal não seja

    significativo estatisticamente, quando combinado a valores baixos de pH, o resultado

    foi uma velocidade de degradação muito mais rápida, especialmente no início do

    experimento. Na indústria alimentícia, é necessário atenção na aplicação de

    tratamentos térmicos no processamento de alimentos, pois, embora sejam de curta

    duração, as temperaturas utilizadas são comumente superiores a 80ºC, e portanto

    podem afetar negativamente o poder corante, especialmente da cúrcuma, que

    apresentou uma degradação maior em um intervalo menor de tempo.

    Para o carmim e o urucum, os ensaios a pH mais altos se mostraram mais

    resistentes à degradação. A cúrcuma não foi afetada de forma significativa nesta

    faixa de pH, embora surpreendentemente tenha reagido melhor com pH mais ácido.

    Isso está de acordo com estudos já realizados, os quais apontam que a cúrcuma é

    bastante estável em valores de pH abaixo de 7,0. O efeito do pH neste corante

    provavelmente seria significativo se alguns testes fossem realizados em pH básico.

    Devido a erros experimentais, não foi possível ajustar os dados da

    degradação dos corantes a uma cinética de primeira ordem, e, portanto não foi

    possível avaliá-los estatisticamente em função da constante de velocidade da

    reação. Assim optou-se por fazer a análise dos dados em função da absorbância

    relativa obtida em um mesmo tempo de reação (1600 min) para todos os ensaios e

    amostras dos três corantes.

    Apesar dos erros e flutuações anormais que surgiram ao longo do

    experimento, os resultados estão em conformidade com o que é previsto pela

    literatura.

  • 26

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    BORGES, et al. Natural dyes extraction from cochineal (Dactylopius coccus). New extraction methods. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON WATER IN FOOD, 6. Anais... 2012, v. 132, n. 4, p. 1855-1860. 2012.

    BRAGA, M. E. M. Obtenção de compostos bioativos de Curcuma longa L. e Lippia alba M. por tecnologia supercrítica: rendimento global, cinética de extração, composição química e aproveitamento do resíduo amiláceo. 2005. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) – UNICAMP, Campinas, 2005.

    CHASSAGNEZ, A. L. M., CORRÊA, N. C. F., MEIRELES, M. A. A. Extração de oleoresina de cúrcuma (Curcuma Longa L) com CO2 supercrítico. Ciência e Tecnologia de alimentos, Campinas, v. 17, n. 4, dez. 1997.

    CONSTANT, P. B. L.; STRINGHETA, P. C.; SANDI, D. Corantes Alimentícios. B. CEPPA, Curitiba, v. 20, n. 2, p. 203-220, jul./dez. 2002.

    FRINHANI, E. M. Estudos de aplicação de corantes naturais (norbixina, curcumina e clorofilina cúprica) para produção de papéis.2003. 166f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) -Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2003.

    GONZÁLEZ, N. D. L. Secagem convectiva de papel reciclado com incorporação de corantes naturais.2012. 169f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) –UNICAMP, Campinas, 2012.

    LOPES, T. J.et al. Antocianinas: uma breve revisão das características estruturais e da estabilidade. Rev. Bras. Agrociência, Pelotas, v. 13, n. 3, p. 291-297, jul./set. 2007.

    PEREIRA, A. S.; STRINGHETA P. C. Considerações sobre a cultura e processamento do açafrão. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 16, n. 2, p. 102-105,nov. 1998.

    SCHIOZER, A. L.; BARATA, L. E. S. Estabilidade de corantes e pigmentos de origem vegetal. Revista Fitos. Campinas, 2 de Junho. 2007.

  • 27

    SILVA‚ G.F. et al. Extraction of bixin from annatto seeds using supercritical carbon dioxide. Brazilian Journal of Chemical Engineering, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 419-426, abr./jun. 2008.

    da SILVA, J. G. C. Estatística experimental: análise estatística de experimentos. Instituto de Física e Matemática, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. 2003.

    TOCCHINI L.; MERCADANTE, A. Z. Extração e determinação, por CLAE, de bixina e norbixina em coloríficos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 21, n. 3, p. 310-313, set./dez. 2001.

  • 28

    ANEXOS

    ANEXO A – Dados técnicos do carmim de cochonilha

    Tabela 8 - Características físicas do carmim

    Análise Especificação

    Corante Carmim CC-300-WS FCC-II

    Cor Vermelha escura tendendo a bordô

    Aspecto Líquido

    Odor Característico

    pH Mínimo 11,00

    Densidade a 20ºC (g/mL) 1,05 ± 0,05

    Fragmentos (vidro, plástico duro, metal) Isento

    Sujidades / Materiais estranhos Isento

    Solubilidade em água a 20ºC Solúvel

    Tabela 9 -Características químicas do carmim

    Análise Especificação

    Ácido Carmínico (%) 2,80 – 3,20

    Arsênico (ppm) ≤ 3

    Chumbo (ppm) ≤ 10

    Mercúrio (ppm) ≤ 1

    Cádmio (ppm) ≤ 1

    Metais pesados expressos como chumbo ≤ 40

  • 29

    ANEXO B – Dados técnicos da cúrcuma

    Tabela 10 - Características físicas da cúrcuma

    Análise Especificação

    Corante Cúrcuma WS

    Cor Amarelo forte / amarelo claro a

    amarelo ovo

    Aspecto Líquido hidrossolúvel

    Odor Característico

    Sabor Característico

    Densidade a 20ºC (g/mL) 1,10 ± 0,02

    Fragmentos (vidro, plástico duro, metal) Isento

    Sujidades / Materiais estranhos Isento

    Solubilidade em água a 20ºC Solúvel

    Tabela 11 - Características químicas da cúrcuma

    Análise Especificação

    Curcumina (%) 7,6 – 8,6

    Arsênico (ppm) ≤ 3

    Chumbo (ppm) ≤ 10

    Mercúrio (ppm) ≤ 1

    Cádmio (ppm) ≤ 1

    Metais pesados expressos como chumbo ≤ 40

    Solvente residual (isolado ou em

    combinação) (ppm) ≤ 50

    Diclorometano (ppm) ≤ 10

  • 30

    ANEXO C – Dados técnicos do urucum

    Tabela 12 - Características físicas do urucum

    Análise Especificação

    Corante Urucum A-260-WS

    Cor Vermelho alaranjado escuro

    Aspecto Líquido

    Odor Característico

    Sabor Característico

    Densidade a 20ºC (g/mL) 1,05 ± 0,05

    pH Mínimo 11

    Fragmentos (vidro, plástico duro, metal) Isento

    Sujidades / Materiais estranhos Isento

    Solubilidade em água a 20ºC Solúvel

    Tabela 13 - Características químicas do urucum

    Análise Especificação

    Absorbância 0,243 – 0,278

    Norbixina (%) 0,85 – 0,97

    KOH (%) 1,8 – 2,1

    Arsênico (ppm) ≤ 3

    Chumbo (ppm) ≤ 10

    Mercúrio (ppm) ≤ 1

    Cádmio (ppm) ≤ 1

    Metais pesados expressos como chumbo ≤ 40