WORKSHOP FRAGILE > DANÇA CONTEMPORÂNEA/MOVIMENTO PARA CEGOS, BAILARINOS E TÉCNICOS COM VISÃO

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WORKSHOP DE DANÇA CONTEMPORÂNEA/MOVIMENTO PARA CEGOS E NORMOVISUAIS, BAILARINOS E TÉCNICOS ORIENTADO POR KJERSTI K. ENGEBRIGTSEN NORUEGA NOVOS PARTICIPANTES > 2 a 6 de Julho das 10h às 12h30 < Escola de dança Pró-Dança (Santos) PARTICIPANTES DE WORKSHOPS ANTERIORES > 3 a 7 de Julho das 16h às 19h < Escola Superior de Dança (Bairro Alto, workshop dia 3 a 6) & São Luiz Teatro Municipal (Chiado, apresentação informal dia 7) PÚBLICO-ALVO Deficientes visuais (cegos e baixa visão), bailarinos profissionais e/ou estudantes de dança, professores de dança, monitores de instituições ligadas à deficiência visual, professores do ensino especial, investigadores na área da saúde, músicos e outros interessados. OBJECTIVO Procura-se neste workshop a troca de experiências e conhecimentos entre bailarinos profissionais e pessoas com deficiência visual e a exploração de uma nova linguagem de movimento em conjunto. Através de improvisações e exercícios em conjunto, os grupos irão familiarizar-se com as diferenças através da aproximação ao movimento de cada um, segundo o método de consciência corporal/dança criado pela formadora. Pretende-se gerar uma percepção ajustada da qualidade de movimento específica de pessoas com e sem visão. As aulas de Kjersti baseiam-se na experiência que acumulou a partir da sua própria carreira enquanto bailarina, professora e coreógrafa desde 1969. O encontro acidental de Kjersti com uma estudante cega em 1987 e a transformação total que se operou no seu corpo e alma como resultado de um ano de prática de dança inspirou-a a prosseguir este campo especial da dança. A dado ponto decidiu expandir o seu conhecimento e completou um grau de Mestrado no Departamento de Educação em Necessidades Especiais da Universidade de Oslo, em 1999. A tese baseava-se num curso de um ano para crianças cegas e tinha como título: “Poderá a dança ajudar a libertar o corpo e desenvolver a iniciativa em crianças cegas?” Os efeitos da dança e trabalho do movimento com crianças cegas provou que o conhecimento do corpo, capacidade de controlá-lo e jogar com ele parecia acordar a criança congenitamente cega. Os seus conceitos base e ferramentas de análise durante o Mestrado foram trabalho de chão e progressiva emancipação do mesmo, variação na expressão corporal e iniciativa. Estes conceitos são presentemente a base do seu trabalho com pessoas cegas e com visão. Kjersti entende que quando a pessoa cega consegue entrar em contacto com o chão e começar a confiar na segurança deste suporte, enche-se de ânimo. Introduz depois o contacto e a improvisação. Com conhecimento consolidado também na área da música, a coreógrafa introduz algumas canções populares (folk), canções de embalar e outras em diferentes línguas. Trabalha individualmente, em pares e em grupos. O toque e o corpo do par são as ferramentas de composição de um mapa mental do movimento fundamental para a consciência corporal e motivação da iniciativa na pessoa com deficiência visual.

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Orientado por Kjersti K. Engebrigtsen Exploração de uma nova linguagem de movimento a partir da troca de experiências e conhecimentos entre bailarinos profissionais e deficientes visuais. Pretende-se gerar uma percepção ajustada da qualidade de movimento específica de pessoas com e sem visão, através da aproximação ao potencial de cada um segundo o método de consciência corporal/dança criado pela formadora. Participantes: 8 normovisuais bailarinos/técnicos + 8 cegos/baixa visão por turno

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WORKSHOP DE DANÇA CONTEMPORÂNEA/MOVIMENTO PARA CEGOS E NORMOVISUAIS, BAILARINOS E TÉCNICOS ORIENTADO POR KJERSTI K. ENGEBRIGTSEN NORUEGA

NOVOS PARTICIPANTES > 2 a 6 de Julho das 10h às 12h30 <

Escola de dança Pró-Dança (Santos)

PARTICIPANTES DE WORKSHOPS ANTERIORES > 3 a 7 de Julho das 16h às 19h <

Escola Superior de Dança (Bairro Alto, workshop dia 3 a 6) & São Luiz Teatro Municipal (Chiado, apresentação informal dia 7)

PÚBLICO-ALVO Deficientes visuais (cegos e baixa visão), bailarinos profissionais e/ou estudantes de dança, professores de dança, monitores de instituições ligadas à deficiência visual, professores do ensino especial, investigadores na área da saúde, músicos e outros interessados. OBJECTIVO Procura-se neste workshop a troca de experiências e conhecimentos entre bailarinos profissionais e pessoas com deficiência visual e a exploração de uma nova linguagem de movimento em conjunto. Através de improvisações e exercícios em conjunto, os grupos irão familiarizar-se com as diferenças através da aproximação ao movimento de cada um, segundo o método de consciência corporal/dança criado pela formadora. Pretende-se gerar uma percepção ajustada da qualidade de movimento específica de pessoas com e sem visão. As aulas de Kjersti baseiam-se na experiência que acumulou a partir da sua própria carreira enquanto bailarina, professora e coreógrafa desde 1969. O encontro acidental de Kjersti com uma estudante cega em 1987 e a transformação total que se operou no seu corpo e alma como resultado de um ano de prática de dança inspirou-a a prosseguir este campo especial da dança. A dado ponto decidiu expandir o seu conhecimento e completou um grau de Mestrado no Departamento de Educação em Necessidades Especiais da Universidade de Oslo, em 1999. A tese baseava-se num curso de um ano para crianças cegas e tinha como título: “Poderá a dança ajudar a libertar o corpo e desenvolver a iniciativa em crianças cegas?” Os efeitos da dança e trabalho do movimento com crianças cegas provou que o conhecimento do corpo, capacidade de controlá-lo e jogar com ele parecia acordar a criança congenitamente cega. Os seus conceitos base e ferramentas de análise durante o Mestrado foram trabalho de chão e progressiva emancipação do mesmo, variação na expressão corporal e iniciativa. Estes conceitos são presentemente a base do seu trabalho com pessoas cegas e com visão. Kjersti entende que quando a pessoa cega consegue entrar em contacto com o chão e começar a confiar na segurança deste suporte, enche-se de ânimo. Introduz depois o contacto e a improvisação. Com conhecimento consolidado também na área da música, a coreógrafa introduz algumas canções populares (folk), canções de embalar e outras em diferentes línguas. Trabalha individualmente, em pares e em grupos. O toque e o corpo do par são as ferramentas de composição de um mapa mental do movimento fundamental para a consciência corporal e motivação da iniciativa na pessoa com deficiência visual.

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crédito da fotografia: cláudio ferreira | agradecimento: maíra santos e dulcilene delgado

AULA DAS 10H ÀS 12H30 | ESTRUTURA 10.00 > 10.30 Aquecimento, deixando que os participantes se movam livremente ao som da música ou em silêncio. Algumas vezes começa-se com uma canção folk sugerida pelos participantes e adicionam-se movimentos em círculo. Depois foca-se a atenção na respiração e diferentes qualidades de movimento de modo a iniciar movimentos estruturais adaptados e posterior desenvolvimento dos mesmos. 10.30 > 11.00 Introdução de exercícios isolados nos quais se trabalham princípios anatómicos. Termina-se andando lentamente para centrar atenção nos pés e relação com o chão. 11.00 > 11.30 Continuação do trabalho no chão individualmente, em pares ou em fila – rolando, balançando, costas com costas, e trabalho de contacto simples em pares, o qual será desenvolvido durante toda a semana. 11.30 > 12.30 Movimento no espaço com corrida, saltos, voltas, etc. e continuação da exploração do movimento individualmente e em grupos. Improvisação. Desenvolvimento em solos ou duetos. No final, junta-se um grupo para um exercício de contacto cujo objectivo fundamental é deixar cair o peso e confiar no outro. NOTAS > As aulas variam de acordo com o grau de visão entre os participantes e a sua condição física genérica > Para cada participante cego, deve haver um bailarino/técnico correspondente > As aulas são orientadas em inglês, francês e espanhol

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KJERSTI ENGEBRIGTSEN www.kjerstie.org

fundadora do projecto, criadora do método de consciência corporal para deficientes visuais Trabalha como coreógrafa e professora nas áreas da dança e das necessidades educativas especiais. Iniciou-se como bailarina e coreógrafa na companhia Høvik Ballett em 1969 e criou mais de 20 obras coreográficas. Em 2004, criou a produção Fragile, introduzindo em palco uma bailarina cega. O seu último trabalho, uma instalação de dança Breathing Space, foi apresentado no Festival Internacional de Dança de Oslo, no centro da cidade em Setembro de 2007. A sua experiência de ensino é variada. Em 1976, eniciou o Danseloftet Studio, o primeiro estúdio de dança que introduziu as disciplinas de dança alternativas como o Tai Chi, Técnica Release, entre outras. Tem leccionado aulas para crianças, adolescentes, músicos, actores, fisioterapeutas, amadores profissionais em disciplinas de dança moderna e improvisação. Desde 1987 que se dedica ao tema da dança e consciência corporal para deficientes visuais, tendo concluído uma tese de mestrado nesta área. Kjersti Engebrigtsen desenvolveu neste âmbito uma metodologia pessoal, que difunde internacionalmente através de workshops e conferências. Este trabalho levou à criação de FRAGILE, projecto co-financiado pelo Programa Cultura da União Europeia, acolhido por Portugal, Estónia e Noruega.

PROJECTO FRAGILE Projecto EUROPEU de DANÇA com bailarinos e cegos e PESQUISA-TRABALHO SOBRE INCLUSÃO NORUEGA | PORTUGAL | ESTÓNIA

FRAGILE é um projecto que visa inclusão de cegos e pessoas com baixa visão nas artes performativas. O foco principal centra-se na construção de uma nova linguagem de movimento, através da partilha de experiências entre cegos e bailarinos profissionais. Este projecto será implementado em Portugal pela Associação Cultural Vo’Arte – coreógrafa Ana Rita Barata, na Noruega pela Baerum Kulturhus – coreógrafa Kjersti K. Engebrigtsen e na Estónia pela Universidade de Talin – coreógrafo Ajjar Ausma e é co-financiado pelo Programa Cultura da União Europeia. Inclui a implementação de workshops, seminários de investigação, a criação de um espectáculo de dança (tripartido), e de documentários (por realizadores dos três países parceiros).

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O projecto pretende cruzar as fronteiras da arte, bem como dos países e culturas, incluindo realizadores, compositores, figurinistas, designers de luz, educadores, técnicos de necessidades especiais e professores de dança dos três países parceiros, ancorando o projecto junto das populações locais.

Em Portugal estão calendarizados dois workshops oficiais. O primeiro decorreu em Março de 2012 e o segundo terá lugar em Julho (presentemente divulgado). Serão também promovidos outros workshops em diferentes pontos do país pela coreógrafa Ana Rita Barata até Dezembro de 2012. 6 participantes, entre bailarinos e pessoas com deficiência visual, serão seleccionados para integrar o espectáculo final a estrear em Abril de 2013, o qual será no mesmo mês apresentado nos dois países parceiros. Em Abril de 2013 assinalar-se-á o final do projecto com um simpósio internacional de Arte&Deficiência que acolherá artistas, investigadores e cientistas cujo trabalho incida na exploração da arte inclusiva e educação pela arte, com especial incidência na área da dança e deficiência visual; bem como uma mostra de vídeo subordinado ao tema Arte Inclusiva. > O nome do projecto FRAGILE deriva do trocadilho FRAGILE – AGILE, desmistificando o preconceito de que quem detém fragilidades seja necessariamente rotulado como incapaz. > A coreógrafa Ana Rita Barata, representada pela Vo’Arte, está disponível para agendamento de workshops com a colaboração de entidades nacionais que vejam interesse em envolver os seus utentes neste projecto. Pretende-se com estes workshops descentralizar a oferta e alcançar pessoas de outro modo afastadas da dinâmica FRAGILE. Dado que os mesmos não estão incluídos no formato subsidiado do projecto, solicita-se à entidade acolhedora que comparticipe custos de deslocação, estadia e alimentação da coreógrafa, sendo que os participantes colaboram com um valor a determinar para apoio à prestação artística. CONTACTOS Inscrições, dúvidas, sugestões, agendamento de workshops com Ana Rita Barata Associação Vo’Arte Tel: 213932410 | Tlm: 914040471 E-mail: [email protected] (Clara Antunes) Morada: Rua S. Domingos à Lapa, 8N 1200-835 Lisboa Site: www.fragiledance.com | www.voarte.com (brevemente)