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ASPECTOS GERAIS WORKSHOP: TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO – VULNERABILIDADE HÍDRICA 12 e 13 de Abril Respondentes - 26 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS - WORKSHOP TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO _EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES NATURAIS (28 e 29 de junho de 2016)Respondentes 22 0 5 10 15 20 25 30 Otimo Bom Regular Não satisfatório 0 5 10 15 20 25 Ótimo Bom Regular Não satisfatório

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ASPECTOS GERAIS

WORKSHOP: TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO – VULNERABILIDADE HÍDRICA 12 e 13 de Abril

Respondentes - 26

RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS - WORKSHOP TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO _EVENTOS EXTREMOS E

DESASTRES NATURAIS (28 e 29 de junho de 2016)Respondentes 22

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Aspectos positivos do encontro WORKSHOP VULNERABILIDADE HÍDRICA

WORKSHOP EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES

Entre os aspectos apontados por diversos participantes, o workshop possibilitou diálogo com atores de diversas áreas, em tema que requer multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, e de diversos setores, bem como de pontos de vista nas discussões, possibilitando troca de ideias e interação, uma espécie de network. Concentração de pessoas com conhecimento sobre o assunto e formato (dinâmicas) permitiu a participação e compartilhamento de conhecimento e experiências. Foi salientada a extrema relevância e complexidade do tema para tomada de decisões, definições de políticas públicas e envolvimento do setor privado. Também de grande relevância o tema da vulnerabilidade hídrica. Destacou-se como positiva por diversos participantes a qualificação dos palestrantes e especialistas no assunto e o alto nível das apresentações (muito bem preparadas e atuais). Para alguns respondentes o programa foi equilibrado (parte teórica e prática), possibilitando conhecimentos novos, metodologias/técnicas (novas) para tomada de decisões.

Considerou-se um tema importante na atualidade, que necessita de mais material de estudo e perceber que não há receitas prontas. Levar à reflexão e conscientização da necessidade de maior participação em assuntos relacionados a temas tão relevantes. Foi destaca a importância do fornecimento de uma metodologia estruturada com base científica, acessível, com agregação dos diversos vieses necessários para a tomada de decisões frente às mudanças climáticas. Foi apontado que o workshop promoveu discussões, fomento ao diálogo, contatos, métodos e interação entre pessoas, compartilhamento e conhecimento de experiências novas. Foi destacada a importância das dinâmicas participativas propostas. Foi destacada a importância da experiência prática trazida pela Profa. Kátia. Um respondente destacou que a atividade participativa do primeiro dia foi muito boa e produtiva.

Aspectos negativos do encontro WORKSHOP VULNERABILIDADE HÍDRICA

WORKSHOP EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES

Os aspectos negativos apontados referem-se à localização do evento, em local com pouca disponibilidade no entorno e difícil locomoção, ao tempo de duração e de diálogo, que poderia ser maior para abarcar assunto tão complexo das mudanças climáticas e crise hídrica. Em relação ao conteúdo trazido, alguns entendem que deveria abranger outras bacias hidrográficas, outros estudos de caso e distribuição de material de apoio e que o aprofundamento do tema poderia ser mais ousado. Em geral, respondentes questionam que pelo assunto ser bem amplo é difícil visualizar resultado na prática, ou seja, como levar os assuntos pontuados para os efetivos gestores, sair do papel. Também foi pontuada pouca participação de representantes de municípios.

Foram trazidas considerações sobre a organização do evento, tido por um como mal organizado, faltando uma linha de raciocínio para o workshop como um todo. Objetivo pouco claro, colocações e falas redundantes, os organizadores fazem muitas colocações e os participantes ficam com pouco tempo de fala e discussão, linha de raciocínio do encontro não é clara o que dialoga com o objetivo pouco claro. Foram destacados problemas para explicar a plataforma PROVIA, que estava confusa e poderia ter aproveitado exemplos concretos. Alguns citaram o tempo insuficiente para tema complexo e o local (sala) do encontro foi criticado por alguns. As dinâmicas de grupo as informações foram extremamente gerais e incompletas para que se pudesse trabalhar mais acuradamente. Houve um questionamento sobre falta de

atualização do mediation (2012). Alguns assuntos deixaram de ser apresentados em função do excesso de intervenções, algumas explicações ficaram prejudicadas devido ao não controle das perguntas e a volta a abordagem do tema. Por fim, foi trazido um comentário sobre necessidade de melhorar-se a metodologia na abordagem de casos específicos,, outro, sobre a superficialidade e antropocentrismo da visão apresentada e, finalmente, um respondente diz não ter conhecido novas metodologias.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRES

Métodos e Ferramentas para Tomada de Decisões frente às Mudanças Climáticas: Plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION (Comunidade Europeia)

Palestrante Dra. Sonia Coutinho e Dra. Samia Sulaiman

A partir da perspectiva da adaptação no cenário de mudança climática global, foi apresentado o CICLO DE APRENDIZAGEM EM ADAPTAÇÃO, proposto pelo PROVIA – Global Programme on Climate Change, Vulnerability, Impacts, and Adaptação e pelo Projeto MEDIATION: Methodology for Effective Decision Making on Impacts and Adaptation. Segundo esse ciclo, é necessário o diagnóstico dos impactos esperados e observados em mudanças climáticas (com ou sem adaptação), bem como o diagnóstico das opções de adaptação frente a esses impactos, avaliando efetividade e viabilidade de modo a apoiar o planejamento e a implementação das ações, acompanhadas de monitoramento e avaliação continua, o que é ilustrado na figura abaixo:

Para apoiar o processo de identificação e avaliação de opções, foram apresentadas metodologias de tomada de decisão a partir de duas perspectivas: as metodologias tradicionais (Custo/Benefício, Custo/Efetividade e Análise Multicritério) e as metodologias sob incertezas (Análise Reais Opções, Tomada de Decisões Robusta, Análise Portfólio,

Gestão Interativa de Riscos, Processo Hierárquico Analítico). Depois de apresentadas as características gerais de cada uma destas metodologias, houve uma discussão sobre as características das opções de tomada de decisão Custo/Benefício, Custo/Efetividade, Análise Multicritério, mais utilizadas e que complementam outras metodologias, especialmente a metodologia Gestão Iterativa de riscos, que voltada à adaptação pode ser nomeada Adaptation Turning Point (Adaptação baseada em Ponto de Inflexão), que foi utilizada para pensar opções de adaptação para o estudo de caso.

Segundo a metodologia Adaptation Turning Point, a tomada de decisão considera os prognósticos da ciência do clima, especialmente o aumento da temperatura, e identifica os pontos de inflexão (turning points) em que a política se torna insustentável devido às alterações climáticas. Materializa e temporaliza a incerteza sobre impactos climáticos para se planejar as respostas adequadas. Oferece flexibilidade, permitindo implementação progressiva.

Para ilustrar o uso da metodologia foi apresentado o caso “No more wine”, contido na plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION, referente ao risco sobre a continuidade da produção de vinho na Toscana (Itália), que passou de cultivo misto para a viticultura especializada, que exige rigorosa conservação e regras de produção que podem limitar a adaptação. Segundo o estudo, buscou-se ampliar a percepção dos agricultores sobre a forte relação entre o aumento da temperatura e a redução do ciclo vegetativo da videira e discutir a melhoria desse problema com a mudança na área para o cultivo da vinha, quer para altitudes mais elevadas ou para latitudes mais altas. Para 2020 e 2030, toda a área entre 200 e 500 m acima do nível do mar é projetada para ser viável para a produção de vinho de melhor qualidade (acima de 85); já a partir de 2045, videiras em área de menor altitude avançam progressivamente para fora da faixa de qualidade desejada de 85, enquanto videiras acima de 500 m mostram uma pontuação de excelente qualidade, como se ilustra na figura abaixo:

Ao final, foi colocado que a metodologia Adaptation Turning Point, ao apontar e considerar situações-limite (turning points):

- é altamente orientada para as políticas;

- incentiva a adoção de medidas de curto prazo, para sustentar o sistema atual, e de longo prazo com o planejamento da adaptação necessária no futuro;

- permite diálogo entre as partes interessadas e cientistas sobre a mudança que é aceitável e a probabilidade e momento de ocorrer condições inaceitáveis ou mais favoráveis, para pensar em caminhos de adaptação; e

- é flexível por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e valores críticos.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRE

TOMADA DE DECISÕES FACE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: FOCO NA METODOLOGIA ADAPTATION TURNING POINTS

Palestrantes: Dra. Sonia Coutinho

Para introduzir a tomada de decisão sob incerteza, requerida pela metodologia Adaptation Turning Points, foi apresentado o plano de gestão, até 2100, do ESTUÁRIO TÂMISA, Inglaterra, que é um ponto de encontro da água doce do Rio Tamisa, seus afluentes e o Mar do Norte.

Desde 1879, foram construídas sucessivas paredes de proteção, até a construção da Barreira do Tâmisa, que opera desde 1982. Ela foi fechada 174 vezes, seja para proteção contra inundações das marés, seja para aliviar a cheia do rio. Foi concebida para proteger Londres de grandes enchentes até 2030, mas o Projeto inter-regional da Agência de Meio Ambiente propõe desenvolver um plano de gestão estratégica de riscos de inundação para Londres e estuário do Tamisa até 2100, com base nos cenários de mudanças climáticas e aumento do nível do mar, no envelhecimento da infraestrutura de defesa e no desenvolvimento da várzea do estuário.

O plano aponta medidas de ação que consideram a) o aumento de risco de inundações com o tempo se não houver intervenções; b) o gerenciamento desse risco para que não exceda o nível da barreira (indicado por políticas); c) a gestão adaptativa por meio de diversas intervenções no tempo para gerenciar o risco; e d) abordagem de precaução, ponto único de intervenção para gerenciar risco longo prazo.

Dessa forma, foram definidas opções de acordo com a adaptação baseada em limites, pontos de inflexão, para: a) os primeiros 25 anos (de 2010 a 2034), manter e planejar conjuntamente; b) para os 15 anos seguintes ( de 2034 a 2049), renovar e remodelar a margem do rio; e c) para o fim do século (a partir de 2050), preparando-se para o século XXII. Além disso, foi utilizada a metodologia multicritério com a definição de 5 critérios de seleção e implementação das medidas adaptativas: 1- Tecnicamente viável e adaptável às mudanças; 2- Ambientalmente sustentável; 3 - Economicamente justificável; e 4- Social e politicamente aceitável.

Mesmo com as intervenções a ações de planejamento, houve inundações em 2016 na Inglaterra (12/02), na Alemanha (01/06) e na França (02/06), que talvez fossem mais impactantes se não houvesse a presença e gestão da barreira do Tâmisa.

Tomada de decisões frente a desastres ambientais: Aplicação da metodologia Adaptation Turning Points a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo

Palestrante: Dra. Samia Sulaiman

Com base no plano de gestão de risco desenvolvido no rio Tâmisa face aos prognósticos das mudanças climáticas e aumento do nível do mar, foi retomada a metodologia de tomada de decisão Adaptation Tuning Points para pensar em medidas que apoiem a gestão do cenário de risco e vulnerabilidade a deslizamentos e inundações na RMSP.

Foi indicado que a metodologia no tripé: 1- AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO (quando a política se torna insustentável devido às alterações climáticas); 2 -IMPLEMENTAÇÃO PROGRESSIVA (medidas de curto prazo para sustentar o sistema atual, e de longo prazo para planejar para o futuro; e 3 - CAMINHOS DE ADAPTAÇÃO (que sejam flexíveis por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e valores críticos).

Com isso, foi proposta uma dinâmica de tomada de decisão em grupos.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRE

Diálogo sobre elementos e estratégias necessários para a tomada de decisões face a eventos extremos e riscos de desastres ambientais

Palestrante: Dra. Samia Sulaiman e Dra. Gina Rizpah Besen

Para iniciar o exercício de tomada de decisão frente aos eventos extremos e riscos de desastres na RMSP, foram apresentadas questões pertinentes a:

- contexto de incerteza: informações baseadas em prognóstico; interesses variados e nem sempre explicitados; inexistência de arranjos técnicos universalizados; processo de priorização (curto? médio? longo prazo?); construção de confiança (soluções top-down/botom-up);

- elementos da tomada de decisão: Condicionalidades; Critérios; Estratégias e Metodologias; Processos; Atores Envolvidos (setores públicos e privados); Alcance de curto, médio, longo prazo; Enfoque (mitigação, prevenção, resposta, reconstrução);

- pluralidade de atores envolvidos: setor público, privado e sociedade civil.

Nesse sentido, foi colocada a relevância de processos de APRENDIZAGEM SOCIAL, que possibilitem interrelações, para reflexão crítica da relação entre o ser humano e o meio ambiente; diálogo de saberes, para que estruturas institucionais reconheçam e considerem o conhecimento não formal e o formal; bem como argumentos condutores, apoiando reflexão, sistemas, orientação, integração e participação.

Diante dessa introdução, foi proposta aos participantes uma dinâmica de tomada de decisão por meio da metodologia do World Café.

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RELATÓRIO

WORKSHOP: TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO_EVENTOS EXTREMOS E

DESASTRES NATURAIS

Instituto de Energia e Ambiente- Universidade de São Paulo, São Paulo- Brasil

28 e 29 de junho de 2016

WORKSHOP TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO

Centro Regional em Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões da UNESCO –

Grupo de Pesquisa Brasil/IEE-USP

Coordenação: Pedro Roberto Jacobi, IEE/PROCAM/USP

Membros: Alexandre do Nascimento Souza, EACH/USP; Gina Rizpah Besen,

IEE/USP; Roberta Maia, FE/USP; Samia Sulaiman, IEE/USP; Silvana Audrá

Cutolo, FSP/USP; Sonia M.V. Coutinho, Incline/USP; Sara Gurfinkel Marques

de Godoy, IEE/USP.

Divisão Científica de Gestão, Ciência e Tecnologia Ambiental IEE/USP

Formatado: Fonte: Negrito

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Sumário 1. Apresentação ................................................................................................. 3

2. Metodologia .................................................................................................... 3

3. Abertura: apresentação da proposta temática do workshop – palestrante Prof. Pedro Roberto Jacobi. .......................................................... 4

4. Mudanças Climáticas e Eventos Extremos: contexto atual e cenários para o Brasil - Palestrante Dra. Sara Gurfinkel M. Godoy. ............................. 5

5. Dinâmica: Risco e Tomada de Decisão– Mediadora Dra. Gina Rizpah Besen ..................................................................................................................... 7

6. Métodos e Ferramentas para Tomada de Decisões frente às Mudanças Climáticas: plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION (Comunidade Europeia) - Palestrantes Dra. Sonia Coutinho e Dra. Samia Sulaiman ...... 12

7. Metodologias de Apoio para a Tomada de Decisões Face às Mudanças Climáticas: apresentação de Ferramentas – Palestrante Dra. Silvana Cutolo................................................................................................................... 19

8. Conhecimentos e medidas de gestão frente a riscos de desastres ambientais: discussão a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Profa. Dra. Kátia Canil (UFABC) ....................................................................... 20

9. Diálogo sobre elementos e estratégias necessários para a tomada de decisões face a eventos extremos e riscos de desastres ambientais - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Dra. Gina Rizpah Besen ................... 28

10. Tomada de decisões face às mudanças climáticas: foco na Metodologia Adaptation Turning Points - Palestrante: Dra. Sonia Coutinho.. ............................................................................................................ 32

11. Tomada de decisões frente a desastres ambientais: Aplicação da metodologia Adaptation Turning Points a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo Palestrante: Dra. Samia Sulaiman .................................................................................................. 33

12. Resultados dos Questionários - Workshop Tomada de Decisão sobre Mudanças Climáticas, Riscos e Gestão -Eventos Extremos e Desastres Naturais ............................................................................................. 36

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1. Apresentação O Workshop Tomada de Decisão sobre Mudanças Climáticas, Riscos e Gestão foi promovido pelo Grupo de Pesquisa Brasil/IEE-USP do Centro Regional em Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões da UNESCO, nos dias 28 e 29 de junho de 2016, no Centro de Inovação Tecnológica da USP, no Instituto de Energia e Ambiente- Universidade de São Paulo, São Paulo- Brasil.

O evento teve por objetivo favorecer o diálogo e a aprendizagem social entre os gestores públicos e privado frente aos desafios riscos das mudanças climáticas e desastres, estabelecendo bases para estudos, ações e soluções ajustadas às demandas da realidade brasileira, relacionadas ao enfrentamento local, regional e nacional.

Criado pela UNESCO em 2012, e apoiado pela Fundação AVINA e por uma rede de Universidades e instituições do Cone Sul, o “Centro Regional em Mudanças Climáticas e Tomada de Decisões” objetiva integrar a complexidade, os riscos e as oportunidades das mudanças climáticas nos processos de tomada de decisão. Para tanto, empreende ações e cria espaços que favoreçam o intercâmbio e o debate entre profissionais dos diversos setores, que são oportunizados a compartilhar experiências práticas e a estabelecerem conexões com atores do cenário científico, político e empresarial nacional e internacional.

2. Metodologia Dialogar sobre desafios e oportunidades das mudanças do clima para o Brasil, incluindo questões sobre: Como aproximar os cenários de mudanças climáticas ao processo de tomada de decisões frente aos riscos e gestão? Como se ampliar a interlocução com os gestores públicos e empresas?

Discutir e aplicar metodologias do PROVIA Guidance para Cenários Brasileiros. The Global Programme of Research on Climate Change Vulnerability, Impacts and Adaptation (PROVIA) é um programa do United Nations Environment Programme (UNEP), da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) e da World Meteorological Organization (WMO) que visa reunir, mobilizar e comunicar conhecimentos sobre vulnerabilidade, impactos e adaptação. As bases conceituais e metodologias presentes no PROVIA Guidance são fundamentadas no projeto MEDIATION (Methodology for Effective Decision-making on Impacts and Adaptation), que é um consórcio europeu que realiza levantamentos, revisões e desenvolve métodos e medidas para análises de impactos e vulnerabilidades e para avaliação de custos dos impactos e opções de adaptação, em âmbito global, entre outras atividades.

Formatado: À esquerda, Espaçamenentre linhas: Múltiplos 1,15 lin.,Numerada + Nível: 1 + Estilo danumeração: 1, 2, 3, … + Iniciar em: + Alinhamento: Esquerda + Alinhadoem: 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm

Formatado: Título 1, Espaçamentoentre linhas: simples, Sem marcadoou numeração

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3. Abertura: apresentação da proposta temática do workshop – palestrante Prof. Pedro Roberto Jacobi.

Durante a abertura do workshop, o Prof. Pedro Jacobi apresentou as discussões propostas para os dois dias do evento. Contextualizou o debate das mudanças climáticas e suas consequências tanto no cenário mundial, quanto brasileiro. Sobre o cenário mundial falou sobre o IPCC (Intergovernamental Panel Climate Change), instituição formada por especialistas altamente capacitados que promovem a revisão de estudos previamente selecionados, que ao longo dos diversos relatórios publicados tem produzido informações cada vez mais confiáveis. O trabalho do IPCC tem servido de referência para os acordos climáticos que são construídos consensualmente e tem execução voluntária. De acordo com as projeções espera-se recordes de temperaturas e outras anomalias climáticas para o ano de 2016. Cenário semelhante é esperado para o Brasil.

Eventos por si só não são desastres. Há regiões do planeta constantemente ameaçadas – sudoeste asiático, por exemplo. No Brasil, o fenômeno meteorológico das micro-explosões. Fenômenos climáticos que não fazem parte do repertório climático que vivemos. Algumas sociedades, como Cuba, estão bem melhor preparadas para estes eventos. Os eventos ocorridos na primeira quinzena de junho em Campinas/ Sorocaba deixou um impacto muito grande – derrubaram 100 torres de linha de transmissão. Desligaram 10 linhas de transmissão no Estado de São Paulo, sem nenhuma alternativa energética. Em 48 anos nunca ocorreu algo parecido no setor elétrico. Há necessidade de maior adaptação ou foi um fato atípico isolado? Será que os dados estatísticos do passado são capazes de diminuir as incertezas? Ainda que sim, quando falamos em eventos extremos, dados do passado servirão para o futuro?

Os cenários do IPCC, muitas vezes são questionados pelo catastrofismo. Estamos rompendo com lógica de certezas. Eventos extremos têm grande capacidade de se transformar em desastre. Maior parte dos eventos estão sempre na média, os extremos ocorrem nos extremos. A redução dos níveis de desastres, ou seja, a redução da exposição aos efeitos dos desastres requer políticas públicas. Quando se fala em população é somente a humana? Quanto a articulação de políticas públicas podem reduzir os efeitos dos desastres?

Formatado: Título 1, Espaço Depoisde: 0 pt, Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcadores ounumeração

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4. Mudanças Climáticas e Eventos Extremos: contexto atual e cenários para o Brasil - Palestrante Dra. Sara Gurfinkel M. Godoy.

A apresentação tratou de dar umaabordou a caracterização geral da Mudança Climática (MC); da Mudança Climática no Brasil e das consequências mundiais das Mudanças Climáticas.

Primeiramente a mudança no estado do clima pode ser identificada: por meio de testes estatísticos; por mudanças na variação no clima num longo período de tempo e as provocada pelo homem (antrópicas) ou efeitos naturais. A MC ocorre por meio de processos internos naturais e forças externas - modulações dos ciclos solares, erupções vulcânicas. Ocorrem também por mudanças antropogênicas persistentes na composição da atmosfera ou no uso da terra.

Como organização importante referentes às MC destaca-se o Intergovernmental Panel of Climate Changes – IPCC, estabelecido em 1988 pela United Nations Environment Programme e World Metereological Organization. O principal objetivo foi o de prover informações para os governos elaborarem políticas relacionadas às mudanças climáticas, e até hoje existem 5 relatórios desde 1990.

Como consequência das MC, verifica-se que durante o Século XX, a temperatura global aumentou em torno de 0,6ºC e a previsão que a temperatura global aumente em média 3ºC até o final do século XXI. Destaca-se que a partir da Revolução Industrial, o nível de CO2 aumentou 31%.

Desastres são impacto físico ou tendência a este que pode causar danos às vidas ou às propriedades, ecossistemas e recursos ambientais. Eventos por si só não são desastres. Desastres são fenômenos naturais comuns e podem resultar em desastres naturais: ciclones, dilúvios, deslizamentos de terra (causando endemias, epidemias, pandemias), erosão, erupção vulcânica, ciclone tropical (furacão, tufão), incêndio florestal, inundação, queda de meteoro, tempestades (gelo, granizo, raios), tornado, tsunami, terremoto. Quanto mais vulnerável, mais sujeito a desastres.

Eventos extremos são aAnomalia ou desvio de comportamento de um padrão médio ou habitual. Eventos de origem climática/meteorológica respondem por mais de 85% dos eventos extremos no planeta. Podem variar desde dias até milênios.

Formatado: Título 1, À direita: 0 cmEspaçamento entre linhas: simples, Sem marcadores ou numeração

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A ocorrência de um evento extremo em áreas vulneráveis ou de risco, pode se transformar em um desastre natural. A precipitação é a causa mais importante dos eventos extremos no Brasil. Destacam-se as inundações e com deslizamentos de encosta. 56% dos desastres naturais brasileiros estão associados a chuvas, enchentes e desmoronamentos, resultados de um crescimento urbano não planejado. E existe a necessidade de incluir nos planos diretores municipais ações que minimizem os impactos causados pelos desastres climáticos.

Os principais eventos extremos no Brasil são:

Seca, Estiagem;

Inundações;

Deslizamento;

Ventos fortes; e

Ondas de frio e calor.

Com a MC, os padrões de chuva e temperatura mudam e eventos climáticos

extremos como secas, tempestades, que podem gerar inundações, ondas de

frio e de calor se tornam mais frequentes, com impactos importantes em todas

as regiões do planeta. Por exemplo, o Brasil vivenciou o primeiro furacão já

observado no Atlântico Sul, o furacão Catarina, ocorrido em março de 2004. Já

no Sul-Sudeste do Brasil as chuvas intensas têm sido mais frequentes nos

últimos 50 anos.

Em linhas gerais, a MC causa:

Enchentes e secas;

Tempestades;

Aumento do Nível dos Oceanos;

Secas mais intensas e mais longas já são observadas;

Proliferação de áreas desérticas como o Saara;

Impactos sobre a produção de alimentos;

Aumento das terras sujeitas àa estiagem; e

Desarranjo ecossistêmico sobre as zonas de gelo e neve.

Formatado: Português (Brasil)

Formatado: Português (Brasil)

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Em relação às MC no Brasil, as próximas décadas deverão ser mais quentes, com aumento gradativo e variável da temperatura média em todas as regiões do país entre 1 ºC e 6 ºC até 2.100, em comparação à registrada no fim do século XX20. Outro acontecimento esperado, é que deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões Ccentro-Oesteal, Norte e Nordeste do país. Já nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento da ocorrência e volume o número de precipitações.

Como projeções até 2.100, as regiões mais vulneráveis à mudança do clima no Brasil seriam a Amazônia (aquecimento pode chegar a 7-8°C) e o Nordeste. Prenuncia-se uma alteração radical da floresta amazônica – a chamada “savanização” –- com redução de 40% da cobertura florestal. E o déficit hídrico reduziria em 25% a capacidade de pastoreio de bovinos de corte.

Outra consequência é que existem tendências de ocorrência de mais tempestades nos grandes centros urbanos, enquanto que nas regiões nordeste e amazônica ficarão ainda mais secas. Espera-se também crescimento dos riscos relacionados aos perigos já existentes, como as inundações, deslizamentos de terra, ondas de calor e limitações no suprimento de água doce, com necessidade de adaptação à escassez ou ao excesso hídrico que podem ser potencializados em alguns municípios da Região Sudeste.

No mais, a dinâmica climática deverá causar uma migração das culturas adaptadas ao clima tropical para as áreas mais ao sul do País ou para zonas de altitudes maiores, para compensar a diferença climática. E poderá haver diminuição nas áreas de cultivo de plantas de clima temperado do País. E se houver aumento próximo a 3°C o que causará uma possível expansão das culturas de café e da cana-de-açúcar para áreas de maiores latitudes.

5. Dinâmica: Risco e Tomada de Decisão– Mediadora Dra. Gina Rizpah Besen

Durante esta dinâmica os participantes do workshop foram chamados a

responder a duas questões inicialmente:

1. Qual a relação do seu trabalho/atividade com as mudanças climáticas?

2. A questão dos eventos extremos e desastres ambientais está presente na sua atividade?

Formatado: Título 1, Espaçamentoentre linhas: simples, Sem marcadoou numeração

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Para a pergunta “qual a relação do seu trabalho/atividade com as mudanças climáticas?”, os participantes apresentaram as seguintes sínteses:

1.• Indiretamente as mudanças climáticas estão presentes no dia-a-dia de

cada um. Diretamente, como jornalista, trabalho para que o tema chegue

ao público leigo.

2.• Há dificuldade de comunicação sobre as mudanças climáticas, um bom

exemplo de boa comunicação foi a encíclica do Papa.

3.• Na área de seguros, risco está sempre muito presente – alagamento,

furacão, etc.

4.• Administra uma rede de 59 estações meteorológicas – faz pesquisa de

campo baseada no histórico da região. Este ano a estação foi levada por

uma enchente.

5.• Em Ffukujima – o tsunami passou por cima das barreiras construídas

para aguentar ondas altíssimas, a partir do que ocorria.

6.• As cidades que não incorporarem a questão das MC poderão sucumbir.

7.• Preocupação sobre o que vai significar para o empresário - o que é MC?

O jornalista busca as fontes sobre os assuntos que quer relatar. O IPCC

pesquisa extensivamente o tema. E dizem que é inequívoco que está

ocorrendo e por ação humana. O IPCC funciona com dinheiro de

pagamento de impostos do mundo inteiro. É fonte de alta credibilidade.

Existe um grande corpo do setor privado dentro do IPCC, existe grande

mobilização neste setor para isso.

8.• Trabalha com tomadores de decisões em Santos para o Plano de

adaptação –--- o diálogo é difícil na transmissão do conhecimento

científico.

9.• O IPCC está fazendo um relatório para o cidadão. Confecção de

manuais que traduzam a linguagem científica. HáA dificuldade da

ciência se comunicar com a sociedade. Há nNecessidade de tradutores.

O gestor público não lida com isso de forma clara, tendo apenas 04

anos.

Formatado: Com marcadores + Nív1 + Alinhado em: 0,63 cm + Recuarem: 1,27 cm

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Para a pergunta “a questão dos eventos extremos e desastres ambientais está presente na sua atividade?”, os participantes apresentaram as seguintes sínteses:

• Indiretamente, trabalha no ICLEIIclei que tem uma série de agendas,

uma delas de clima. Para as cidades que trabalham com o tema, a MC

já está muito clara. Desenvolvem metodologias e ferramentas para que

as cidades possam se preparar para as mudanças.

• Pesquisa adaptação baseada em ecossistemas (arquiteto urbanista)

para MC.

• O doutorado se foca em enchentes, como as cidades estão se

adaptando – Parque várzea do Rio Tietê –. oO que mais contribui para o

desastre.

Em um segundo momento, os participantes foram chamados a responder a

outra questão, atribuindo-lhe diferentes níveis de importância:

3. Quais os três impactos das mudanças climáticas que você consideravam mais relevantes para o Brasil? Escrever um impacto em cada folha: .(1. (Verde, 2, amarelo, 3 azul)

Verde – mais importante:.

1. Aumento de enchentes e inundações (6)

2. Seca (5)

3. Aumento temperatura (1)

4. Perda de biodiversidade (3)

5. Desequilíbrios ecológicos, ambientais e sociais (3)

6. Produtividade agrícola (2)

7. Aumento de doenças – emergentes e reemergentes (2)

Formatado: Parágrafo da Lista, Commarcadores + Nível: 1 + Alinhado em 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm

Formatado: Recuo: À esquerda: 0,cm

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Parágrafo da Lista,Numerada + Nível: 1 + Estilo danumeração: 1, 2, 3, … + Iniciar em: + Alinhamento: Esquerda + Alinhadoem: 0,63 cm + Recuar em: 1,27 cm

Formatado: Fonte: Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

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8. Desigualdade social (2)

9. Deslocamento de populações (1)

10. Aumento da vulnerabilidade (1)

11. Deslizamento de terra (1)

Amarelo – médio importante;

1. Aumento da pobreza e vulnerabilidade (2)

2. Destruição de biomas e ecossistemas, fauna e flora (3)

3. Aumento de conflitos ambientais

4. Seca e savanização (3)

5. Produção de alimentos

6. Redução de biodiversidade (2)

7. Eenergia

8. Aumento de doenças

9. Vendavais/ciclones

10. Cheias

11. Produção agrícola e insegurança alimentar (2)

12. Ondas de calor

13. Recursos naturais: distribuição e perda (4)

14. Poluição de solo e água

15. Acidificação dos oceanos

16. Inundações e geração de energia

Azul – menos importante

1. Variação de temperatura

2. Deslizamento de terra

3. Saúde e epidemias (7)

4. Elevação do nível do mar e populações costeiras

5. Produção de alimentos

6. Aumento de refugiados do clima, conflitos sociais, econômico, social e

ambiental (3)

11

7. Variação brusca de temperatura

8. Períodos prolongados de seca (3)

9. Alteração do clima

10. Economia

11. Perda da biodiversidade

12. Contaminação do solo

13. Qualidade do ar

14. Redução da disponibilidade de alimentos

Após a exposição das respostas para o grupo, foram feitas discussões. Os pontos principais estão elencados a seguir:

- Destaque no aspecto subjetivo. Entra em um tema que é a questão do risco, deve-se aumentar a percepção do risco de ser ampliada e a questão da adaptação. Como os diferentes agentes econômicos e sociais devem tomar medidas de adaptação.

Como o tema pode ser um processo de mudança de paradigma do planejamento das cidades, haverá um ponto de inflexão.

- O ponto de vista dasLido com populações vulneráveis e/ou vitimadas por um desastre,vítimas ocorrência no sul (comunidades resiliência) – pode ser abordado por um estudo etnográfico. – para as vítimas, Ppara a sociedade é um espetáculo. Algumas pessoas agradecem o evento que dá oportunidade de para ter uma substituição de seu patrimônio material. Há um fFiltro cognitivo como, pontuou um participante:, em Lima, acompanhei uma simulação na qual a sirene tocou e todos deveriam ir para um local aberto. Há uma questão de cultural de construção da confiabilidade.

- A realidade implica uma mudança cultural e de padrões educacionais que

deve ter um impacto nas políticas públicas. Cuba é uma ilha, portanto

inundações são constantes, 8 a 10 ciclones tropicais. As construções em Cuba

têm características especiais para ciclones e sismo. O Brasil é gigante, a

consideração e a perspectiva de trabalho deve considerar isso, mudança de

educação das crianças para a resiliência, isso terá um impacto nas políticas

públicas.

- Como áreas de seguro, cada evento tem um grau de complexidade dependente da região. Temos um trabalho individual. Deve ter nas escolas a educação ambiental. O evento de Jarinú afetou a população, comércio, etc.

12

Outro evento vai gerar um outro tipo de impacto. A extensão dele é cauda longa.

- Deve haver transposição didática, as pesquisas devem sair da academia e irlevar para a sociedade civil.

PARTE DA TARDE – 28/06/2016

1.6. Métodos e Ferramentas para Tomada de Decisões frente às Mudanças Climáticas: plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION (Comunidade Europeia) - Palestrantes Dra. Sonia Coutinho e Dra. Samia Sulaiman

A partir da perspectiva da adaptação no cenário de mudança climática global, foi apresentado o CICLO DE APRENDIZAGEM EM ADAPTAÇÃO, proposto pelo PROVIA – Global Programme on Climate Change, Vulnerability, Impacts, and Adaptação e pelo Projeto MEDIATION: Methodology for Effective Decision Making on Impacts and Adaptation. Segundo esse ciclo, é necessário o diagnóstico dos impactos esperados e observados em mudanças climáticas (com ou sem adaptação), bem como o diagnóstico das opções de adaptação frente a esses impactos, avaliando efetividade e viabilidade de modo a apoiar o planejamento e a implementação das ações, acompanhadas de monitoramento e avaliação continua, o que é ilustrado na figura abaixo:

13

Para apoiar o processo de identificação e avaliação de opções, foram

apresentadas metodologias de tomada de decisão a partir de duas

perspectivas: as metodologias tradicionais (Custo/Benefício,

Custo/Efetividade e Análise Multicritério) e as metodologias sob incertezas (Análise Reais Opções, Tomada de Decisões Robusta, Análise Portfólio,

Gestão Interativa de Riscos, Processo Hierárquico Analítico). Depois de

apresentadas as características gerais de cada uma destas metodologias,

houve uma discussão sobre as características das opções de tomada de

decisão Custo/Benefício, Custo/Efetividade, Análise Multicritério, mais

utilizadas e que complementam outras metodologias, especialmente a

metodologia Gestão Iterativa de riscos, que voltada à adaptação pode ser

nomeada Adaptation Turning Point (Adaptação baseada em Ponto de Inflexão),

que foi utilizada para pensar opções de adaptação para o estudo de caso.

Segundo a metodologia Adaptation Turning Point, a tomada de decisão

considera os prognósticos da ciência do clima, especialmente o aumento da

temperatura, e identifica os pontos de inflexão (turning points) em que a política

se torna insustentável devido às alterações climáticas. Materializa e

temporaliza a incerteza sobre impactos climáticos para se planejar as

14

respostas adequadas. Oferece flexibilidade, permitindo implementação

progressiva.

Para ilustrar o uso da metodologia foi apresentado o caso “No more wine”,

contido na plataforma do Projeto PROVIA/MEDIATION, referente ao risco

sobre a continuidade da produção de vinho na Toscana (Itália), que passou de

cultivo misto para a viticultura especializada, que exige rigorosa conservação e

regras de produção que podem limitar a adaptação. Segundo o estudo,

buscou-se ampliar a percepção dos agricultores sobre a forte relação entre o

aumento da temperatura e a redução do ciclo vegetativo da videira e discutir a

melhoria desse problema com a mudança na área para o cultivo da vinha, quer

para altitudes mais elevadas ou para latitudes mais altas. Para 2020 e 2030,

toda a área entre 200 e 500 m acima do nível do mar é projetada para ser

viável para a produção de vinho de melhor qualidade (acima de 85); já a partir

de 2045, videiras em área de menor altitude avançam progressivamente para

fora da faixa de qualidade desejada de 85, enquanto videiras acima de 500 m

mostram uma pontuação de excelente qualidade, como se ilustra na figura

abaixo:

15

Ao final, foi colocado que a metodologia Adaptation Turning Point, ao apontar e

considerar situações-limite (turning points):

- é altamente orientada para as políticas;

- incentiva a adoção de medidas de curto prazo, para sustentar o sistema atual,

e de longo prazo com o planejamento da adaptação necessária no futuro;

- permite diálogo entre as partes interessadas e cientistas sobre a mudança

que é aceitável e a probabilidade e momento de ocorrer condições inaceitáveis

ou mais favoráveis, para pensar em caminhos de adaptação; e

- é flexível por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e

valores críticos.

Após a apresentação das palestrantes, os participantes foram estimulados a

comentar as metodologias apresentadas. O relato da discussão segue abaixo.

Mediation, metodologia para medir impactos e adaptação

1. Desenvolveu ciclo de aprendizagem e adaptação que analisa e identifica

as opções de adaptação;

2. Para identificar as necessidades de adaptação, deve analisar os

impactos esperados;

3. Pode fazer uma análise de impacto que é avaliar a vulnerabilidade,

focando nos impactos e verificar se existem ou não estudos a respeito;

4. Mediation oferece 2 metodologias, 1- impacto residual (considera que

naquele local já existe medidas de adaptação) 2- possíveis impactos na

ausência de adaptação;

5. Identifica opções de adaptação: tarefas para 2 setores, atores privados

agem no interesse próprio;

6. Apresenta estudo de caso para a Holanda. Pode fazer esse

levantamento por grupo focal;

7. Avaliar opções de adaptação;

8. Diversas maneiras: abordagem mais formal, abordagem

deliberativa/participativa;

16

9. As ferramentas: custo-beneficio, custo-efetividade, análise multi-criterio

(mais utilizadas em termos globais);

10. Análise reais de opções, tomada de decisões robusta, analise portfolio,

gestão iterativa de riscos, processo hierárquico analítico;

11. Gestão interativa de riscos;

12. Não se tem muitas ferramentas disponíveis para trabalhar a questão do

risco;

13. Custo –beneficio, avalia os custos comparativamente com os benefícios

que vai gerar;

14. O crescimento com mudanças do clima pode levar a mudanças

econômicas, com benefícios econômicos vindos das adaptações;

15. Pode advir beneficio social e econômico;

16. Pontos positivos: opção fácil de ser usada, anáalise direta dos

benefícios econômicos, dados próximos àa realidade;

17. Fragilidades: dificuldade de valoração monetária para setores fora do

coméercio e de opções não técnicas;

18. Incerteza geralmente limitada a riscos.

Custo- efetividade:

1. Observa qual beneficio q se quer alcançar. A metodologia não avalia se

a medida final se justifica;

2. Objetivo não é oferecer somente beneficio econômico, mas a efetividade

da ação;

3. Avalia opções de adaptação onde os benefícios de adaptação são

difíceis de serem medidos monetariamente;

4. Exemplo nas ilhas do pacifico, avaliando as opções de adaptação para

recursos de água doce em ilhas do pacifico. Foi discutido com a

população quais as melhores medidas de adaptação.

Pontos positivos: não só objeto monetário, simples, resultados de fácil

compreensão, reconhecido por decisores políticos.

17

Pontos negativos: difícil identificar, e quantificar. Pouco aplicável, efetividade

pode ser temporária e não a longo prazo.

Análise Multi critério:

1. Permite criar um quadro estruturado p comparação de um conjunto de

opções de adaptação;

2. Quando tem um ou mais opções para decidir qual critério vai utilizar;

3. Opções devem ser social, economicamente, tecnicamente, e

politicamente viáveis;

4. Para problemas complexos separa em pedaços menores para dar

soluções quantitativas e qualitativas;

5. As pessoas têm que estar engajadas, desde a seleção até a pontuação

dos critérios;

6. Exemplo de comunidade da área costeira: pode considerar a construção

de um paredão de defesa, contra aumento de tempestades em

detrimento de melhorar rotas de socorro que são mais eficazes;

7. A participante Camila do grupo Mapfre achou complicada. Podem ser

feitas de várias formas mais focada no quantitativo. Levantando os

conhecimentos particulares de cada um, aumentando os elementos para

pontuar as opções mediante os critérios existentes;

8. Processo de multi critério demanda muito tempo, gerenciamento de risco

entra em foco;

9. Apesar das incertezas toma-se atitude por meio do principio da

precaução;

10. O principio da precaução envolve cunho mais politico, pois são eventos

que tem impactos nos serem humanos;

11. As metodologias mais tradicionais inserem incertezas?

12. Análises de riscos têem matrizes de cenários, nesta medida há muitas

duvidas, pois é aberto;

13. É um planejamento para que se elabore um plano de adaptação.

18

Metodologia baseada em ponto de inflexão:

1. Baseada nos prognósticos, quais políticas adotar, baseadas nos

diagnósticos do IPCC. A Metodologia materializa e temporaliza a

incerteza;

2. Oferece flexibilidade permitindo implementação progressiva;

3. Método que facilita para aplicar a metodologia ligadaos a cenários,

dados técnicos, muitos prognósticos já tem se concretizados;

4. A palavra adaptação é determinante na tomada de decisão;

5. Existem anáalises que já tenham sido usadas?o, até o momento não. É

uma construção muito recente;

6. Plano Nacional de Mudança Climática foi aprovado agora, então demora

o processo de construção;

7. Estudo de caso de vinho da Toscana que está ameaçado.

Desqualificação do ambiente afetando a uva e a qualidade do vinho;

8. O estudo mostra relação entre o aumento da temperatura e o ciclo da

videira;

9. Por isso que muitas culturas poderão migrar para outras regiões com

altitudes mais elevadas;

10. Dados baseados em modelagens;

11. Percepções dos agricultores que viram que a qualidade da uva variou

em função da temperatura;

12. Mostrou um gráfico que aponta que se o produtor quer manter a

qualidade do vinho, ele tem que mudar a produção em altitude diferente;

13. Os modelos apresentados podem ser usados como instrumentos de

análises;

14. Variáveis consideradas: qualidade da vinha, temperatura e tempo;

15. Ciência pós- normal, que transcende o espaço dos muros acadêmicos,

promovendo novas articulações, e como consegue chegar na sociedade

como um todo, numa linguagem de não especialistas somente;

16. Traduz incertezas em espaço de tempo, incentiva adoção de medidas

de Curto Prazo, e de Longo Prazo, com planejamento de adaptação;

19

17. Ciclo de aprendizagem, e depois monitora e avalia, se há necessidade

de se modificar.

6.7. Metodologias de Apoio para a Tomada de Decisões Face às Mudanças Climáticas: apresentação de Ferramentas – Palestrante Dra. Silvana Cutolo

A palestrante fez a apresentação do projeto Mediation criado pela Comissão

Européia em 2005 em decorrência das vulnerabilidades e alterações dos

sistemas naturais, das necessidades de avaliações científicas nas diferentes

regiões europeias, do desenvolvimento de planos de proteção, as comunidades

locais, regionais, Estado, além das negociações Internacionais sobre Mudança

Climática. Neste sentido, o projeto Mediation tem como objetivo dar suporte às

adaptações em decorrência das mudanças climáticas na Europa. Por meio da

criação da Plataforma de Adaptação com objetivo de fornecer informações para

a tomada de decisão frente à Mudança Climática, por meio de interação de

metodologias para avaliar a vulnerabilidade, impacto e adaptação em Mudança

Climática. Com isso, foi apresentada a Plataforma de Adaptação com Caixa de

Ferramentas, Métodos e estudos de caso. Em seguida, os participantes foram

chamados a pensar a utilização da ferramenta apresentada, tendo como

estudo de caso a produção agrícola brasileira, no contexto da mudança

climática. Observações da atividades

Aabaixo:

1. O modelo dentro de uma plataforma na busca de resolução de

problemas, para avaliar as vulnerabilidades e impactos, das MC;

2. Cada região tem sua particularidade;

3. Procura dar ênfase na adaptação;

4. Como pode ajudar no processo de adaptação? Métodos disponíveis e

ferramentas que podem ser significativamente aplicados para apoiar

medidas de adaptação;

5. Alguns setores foram identificados como medidas de adaptação:

agricultura e florestas, biodiversidade, ambientes costeiros e marinhos,

Formatado: Título 1, Espaço Depoisde: 0 pt, Espaçamento entre linhas: simples, Sem marcadores ounumeração

20

saúde, gestão de agua, redução de riscos e desastres, recursos

financeiros, infraestrutura;

6. A Plataforma traz questões e ciclo de aprendizagem, traz também

conjunto de árvore decisória: concepção das questões, com escolha de

métodos e informações sobre o processo de adaptação;

7. Ajudar a escolher o melhor método para aquela localidade. Deve-se

avaliar na ótica privada, pública, coletivo, individual;

8. Tanto no formal, quanto no informal a subjetividade está sempre

presente. Terão que ser tomadas decisões que considerem o que não é

de curto prazo. Diferentes níveis de atores devem participar destas

questões;

9. Durante a dinâmica foi trazido que o toolbox não foi entendido por

grande parte das pessoas presentes. Talvez fosse bom trabalhar em um

estudo de caso e acompanhar as etapas utilizadas.

PARTE MANHÃ - Dia 29/06/2016

2.8. Conhecimentos e medidas de gestão frente a riscos de desastres ambientais: discussão a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Profa. Dra. Kátia Canil (UFABC)

A apresentação iniciou-se colocando as questões chaves para entender e

analisar a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): vulnerabilidade;

complexidade; eventos extremos e desastres ambientais; configuração das

cidades (RMSP); tomada de decisão; aprendizagem social e reflexão coletiva.

A primeira questão esteve relacionada à diversidade conceitual do conceito de

VULNERABILDADE, em relação às diferentes orientações epistemológicas

(Ecologia política, Ecologia Humana, Ciências Físicas, Análise espacial, etc.);

ás diversas práticas metodológicas de operacionalização do conceito; à

21

multiplicidade de perigos envolvidos (fome, inundações, seca, terremotos,

contaminação nuclear); bem como à variedade de regiões sob análise (países

desenvolvidos e em desenvolvimento).

Segundo a CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e o Caribe,

vulnerabilidade envolve: risco de ocorrência, incapacidade de resposta e

inabilidade de adaptação pós-evento. Foram citados como exemplo: falta de

conhecimento das pessoas sobre como agir em caso de desastre ou mesmo

conhecer os riscos a que estão expostas. Há necessidade do mapeamento de

áreas de risco. O caso do terremoto no Haiti: não tem capacidade de resposta

estrutural, nem individual.

Na Bacia do Rio Pirajuçara, no município de São Paulo (também conhecida

como a Bacia de Concreto), uma liderança ligava uma sirene ao perceber que

subiria a água.

La RED – La Red de Estudios Sociales en Prevención de Desastres en

América Latina trabalha com a ideia de progressão da vulnerabilidade.

Entender a vulnerabilidade não somente a partir das condições inseguras, mas

entender as pressões dinâmicas e as causas mais profundas.

Segundo a terminologia da UNISDR – Estratégia Internacional das Nações

Unidas para Redução de Desastres, ameaça, desastre e risco são conceitos

distintos. A ameaça (perigo) é o evento em si que pode ocasionar perdas,

mortes etc. A materialização disso seria o desastre. O risco seria a noção de

que uma ameaça, materializada, gere impacto. A contaminação do Rio Doce

após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Minas

Gerais, em 2015, foi um desastre tecnológico, que provocou um desastre

ambiental: o risco tecnológico impactou o natural. Já o acidente nuclear de

Fukushima, em 2011, foi ao contrário, o terremoto seguido de tsunami atingiu a

usina: o natural impactou o tecnológico.

22

A esse contexto, soma-se a COMPLEXIDADE inerente ao tema de riscos de

desastres ambientais, que pode ser vislumbrada na: a) VARIABILIDADE

CLIMÁTICA, que se baseia em probabilidade, incerteza e risco; b)

INTERDEPENDÊNCIA DE VARIÁVEIS físicas, sociais, econômicas, políticas,

históricas e contemporâneas que define os riscos de desastres; c) GESTÃO

que envolve múltiplos atores, com seus conhecimentos e interesses (explícitos

ou não), tanto na esfera pública, quanto na esfera privada; d) CIDADE que

materializa todas essas questões e dá dinâmica própria a elas; e e) TOMADA

DE DECISÃO que tem orientações, focos, alcances, recursos diversificados

(curto, médio, longo prazo; classe baixa, média, alta; etc.).

Ilustrou-se o aumento do número de desastres na última década (2000-2010)

segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991-2012; e o impacto dos

últimos eventos de extremos pluviométricos em Santa Catarina (2008),

Pernambuco e Alagoas (2010) e Rio de Janeiro (2011), que causaram

inundações e deslizamentos com elevado número de vítimas, afetados e

custos econômicos. Há publicações do Banco Mundial analisando os cimpactos

e custos desses 04 desastres. Cabe aqui a reflexão sobre como são

percebidos os desastres de acordo com a temporalidade, o momento da

ocorrência e do impacto, já que isso reflete na quantidade de recursos

destinados: a diferença fica clara na comparação entre deslizamentos e seca,

por exemplo.

Esses eventos foram emblemáticos. Em Santa Catarina, no Vale do Itajaí,

criou-se o CEPED – Centro de Estudos e Pesquisa em Desastres. Como o

evento atingiu vários municípios pequenos, houve muita demora nos resgates.

Parte da população que fez esta tarefa. Em âmbito nacional, houve para o

avanço na legislação nacional, com a redação da Lei nº 12.608/2012, que

dispõe sobre a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

A Profa. Dra Katia Canil fez uma detalhada apresentação sobre o contexto

histórico de gestão do risco no Brasil.

23

Os riscos sempre ocorreram no território brasileiro. Em 1928, houve grande

desastre de Santos, Serra das Aararas. Desastres de grandes proporções não

ocorrem todos os anos, deixando a atuação pública. A política de gestão de

risco no Brasil considera ações do IPT e Instituto Ggeológico. Em 1970 e 1980

o mapeamento era feito muito sobre o ponto de vista geológico, e com difícil

aplicação. Em 1989, com o desastre na favela Nnova Rrepública, cidade de

São Paulo (gestão da Prefeita Luiza Erundina) houve com diversas mortes o

que levou aoe houve o primeiro mapeamento de áreas de risco. Em 1988,

acidente em Petrópolis e Cubatão gerou o – Plano de defesa civil com apoio

técnico para vistoria das áreas de risco. Em 2002, com a criação do

Mministério das Ccidades, a política começa a ganhar corpo com a melhoria do

mapeamento. As cidades foram ganhando em capacitação. N, no Ministério,

em 2003, foi feito um novo mapeamento da RMSP (IPT e Unesp) e m.

Montagem de um curso sobre mapeamento de risco. Foram criados os Planos

Municipais de Rredução de Rrisco – PMRR (que fazem parte da política

nacional). Em 2003 foi realizado o primeiro Plano Municipal de Risco (com

mapeamento de 207 áreas). Em 2010, para Ssão Paulo, foi feito novo

mapeamento de área de risco de deslizamento (407 áreas), feito em um ano.

Com recursos do PAC.

Em paralelo foi dado treinamento às subprefeituras. Destacam-se as ações

doNo Consórcio Intermunicipaç da região do ABC paulista. São Bernando do

CampoBC (por meio da Tássia, área de Habitação) – tem um trabalho

integrado de gerenciamento de risco, com – tem carta geotécnica. São

necessários indicadores e instrumentos que monitorem o que foi feito e

melhorou. Questiona-se que oO CDHU – Companhia de Desenvolvimento

Habitacional e Urbano, do governo do estado de São Paulo, constrói dentro da

várzea, como ocorreu com o (Jardim Ppantanal, zona leste de São Paulo).

Na pPolítica de gestão de riscos, onde aparece o setor privado? Na favela do

Jaguaré desde 89 tem obra, os projetos são feitos e as empresas somente

executam obras. Não há incentivo fiscal para isso?? A palestrante

24

dDesconhece casos. Em São Leopoldo, há apoio da Universidade de Michigan.

Só a população afetada, porque uma empresa apoiaria uma obra?

Quanto aos mMovimentos gravitacionais de massa (mais comuns e conhecidos

como deslizamentos), – para isso deve haverter água e, por isso, a importância

dos padrões de chuva que possam ocasionar esses eventos. Importante

entender o mecanismo do processo.

Em Franco da Rocha, grande evento em 2016 quando se abre o reservatório,

não existe plano de gestão. No Morro do Macaco, o acidente ocorreu durante

as obras de contenção. Há fFalta de projetogestão integradao com as equipes

de projeto e obras.

Há previsão de aumento de eventos extremos de maior magnitude e não

estando as cidades preparadas pode haver um aumento de números de

atingidos. Eventos extremos aumentam a vulnerabilidade.

Os planos municipais não têm sido feitos com o olhar nas Mudanças

Climáticas. A cada período de chuva devem ser reavaliadas as áreas.

Inundação e cheia sãoé o processos de extravasamento do canal principal.

São fenômenos naturais. Alagamentos, – por obras de drenagem mal feitas. As

projeções climáticas vão levar a eventos extremos. São importantes para

tomada de decisões. Nos últimos 10-12 anos que vêem senido incorporadas as

questões das MC.

As cidades diminuíram áreas verdes e aumentaram a área impermeável,

mesmo porque a capacidade do sistema de drenagem não foi concebida para

isso. Trabalhar com sistemas de alertas para não rodar pela cidade. É

imprescindível a atuação local, familiar, individual (como citado em Cuba).

Podem-se solicitar ações de evacuação, mas para onde? Planejamento em

sintonia integrado com a escola, atenção social, a saúde pública, distribuição

de alimentos, etc. O atendimento do desastre é uma parte menor. Não é

missão da defesa civil fazer o planejamento, ela faz parte do planejamento.

25

É necessário tTrabalhar as políticas setoriais de forma integrada como

proposto pela .

Lei nº 12.608/2012, que dispõe sobre a – Ppolitica Nnacional de Pproteção e

Ddefesa Ccivil. No entanto, duas entidades importantes para a

Cada parcela do plano de gestão de risco nacional estão emá dentro de um

ministérios distintos: o (CEMADEN - Centro Nacional de Monitoramento e

Alertas de Desastres Naturais está alocado em Ciência e Tecnologia, enquanto

o Gerenciamento de Risco de Desastre, CENADE - Centro Nacional de

Gerenciamento de Risco ede Desastre está no Ministério de Integração

nacional, Ministério das Cidades).

A CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (o serviço geológico

do Brasil) abriu concurso para geólogos para mapear área de risco. Os

mapeamentos do Brasil foram feitos por pessoas ainda não capacitadas (muito

jovens e sem experiência). A Carta de aptidão à urbanização foi – construída

somente para áreas não ocupadas. Para as áreas ocupadas são sugeridas

intervenções.

O contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo

No caso da Região Mmetropolitana de São Paulo foi explanado que os

principais riscos de desastre por eventos extremos de pluviosidade são:

Movimentos Gravitacionais de Massa (Deslizamentos) e Inundações,

Enchentes, Enxurradas, Alagamentos. Cada um foi conceituado e ilustrado por

fotos, seguidos de análises sobre os processos físicos, sociais e institucionais

relacionados, como ocupação irregular, inadequada/inexistente infraestrutura

urbana, sistema de alerta e prevenção. Contexto de vulnerabilidade que pode

ser ampliado e/ou intensificado se:

- a projeção para 2030 da expansão da mancha urbana para a RMSP seguir

um modelo baseado no padrão de uso e ocupação do solo atual sem haver

alteração e/ou controle;

Formatado: Fonte: Não Negrito

Formatado: Fonte: Não Negrito

Formatado: Fonte: Não Negrito

Formatado: Fonte: Não Negrito

Formatado: Fonte: Negrito

26

- o aumento de temperatura, em relação ao período referencial 1961-90, for de

1 a 2º C para 2030-40; de 2-3º C para 2040-50; e de até 4º C para 2080-90;

- o aumento de 30% da pluviosidade ocorrer na RMSP, nos períodos de 2030-

40 e 2050-60; e de mais 10% na região oeste da RMSP para 2080-90.

Por outro lado, foram apontados os avanços nacionais para a gestão do risco

como: a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que integra a gestão do

risco às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, saúde,

meio ambiente, mudanças climáticas, e às demais políticas setoriais, bem

como o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais

2012-2014, com orçamento de R$ 18,8 bilhões.

Em seguida, foram apresentadas e ilustradas as medidas relacionadas à

gestão do risco de desastres, tanto as estruturais, quanto as não estruturais,

listadas no quadro abaixo:

Medidas estruturais Medidas não estruturais

• Serviços de limpeza e recuperação;

• Obras de drenagem superficial,

proteção superficial e desmonte de

blocos;

• Obras de drenagem de

subsuperfície;

• Obras de terraplenagem de médio a

grande porte;

• Estruturas de contenção localizadas

ou lineares;

• Estruturas de contenção de médio a

grande porte;

• Obras de reurbanização; e

• Remoção de moradias.

• Planejamento urbano e política

habitacional: Plano Diretor, Cartas

Geotécnicas e de risco, Legislação

(Código de obras), Fiscalização;

• Gestão de Riscos de desastres:

Planos Preventivos de Defesa Civil,

Planos Municipais de Redução de

Riscos – PMRR, Monitoramento e

alerta, Vistorias, Atendimentos

emergenciais;

• Pesquisas;

• Informação pública, educação e

treinamento: Cursos, palestras,

seminários, reuniões, Publicações

técnicas, Cartilhas, folders, cartazes,

Trabalhos de campo, simulados;

27

Conteúdo educativo no currículo

escolar.

Conhecimentos e medidas frente a risco de desastres ambientais: discussão a partir de estudo de caso

Conceitos-chave para gestão de risco – a vulnerabilidade é um tema diverso,

diversidade conceitual. Há diferentes forma de conceber a realidade e,

portanto, as concepções serão diferenciada. Diversas áreas e diversidade

metodológica. Multiplicidade de perigos envolvidos e diversidade de regiões

sob análise.

Pode envolver uma condição preexistente (vulnerabilidade biofísica), como

resposta social (vulnerabilidade social), vulnerabilidade como ameaça do lugar

que relaciona tanto a vulnerabilidade biofísica como a social, submetidas à

análise do território (vulnerabilidade territorial).

Envolve 3 questões (Cepal)

Risco de ocorrência, incapacidade de resposta, inabilidade de adaptação pós-

evento. Exemplo: falta de conhecimento como agir em caso de desastre ou

mesmo conhecer os riscos a que estão expostas. Necessidade do

mapeamento de áreas de risco. O caso do Haiti – não tem capacidade de

resposta estrutural, nem individual.

Na Bacia do Rio Pirajuçara, no município de São Paulo (também conhecida

como a bacia de concreto), uma liderança ligava uma sirene ao perceber que

subiria a água. La red – estuda a perspectiva dos desastres na America Latina

– trabalham com a ideia de progressão da vulnerabilidade. Entender a

28

vulnerabilidade não somente a partir das condições inseguras, mas entender

as pressões dinâmicas e as causas mais profundas.

Terminologia UNISDR – Ameaça, desastre, risco. A ameaça (perigo) é o

evento em si que pode ocasionar mortes etc. A materialização disso seria o

desastre. O risco a combinação. O Rio Doce foi um desastre tecnológico, não

ambiental, risco tecnológico que impactou o natural. Em Fukushima, ao

contrário o natural impactou o tecnológico.

Complexidade do tema e dos riscos com a variabilidade climática, baseada em

probabilidade, incerteza e risco.

Aumento de eventos extremos e desastres ambientais no Brasil. Um

documento do Banco Mundial para 04 desastres mais importantes no Brasil.

Como são percebidos os desastres temporialmente e quanto de recursos é

destinado para deslizamentos e para seca, por exemplo. Na perspectiva

econômica, o custos de cada desastre foi muito alto.

Em Santa Catarina, no Vale do Itajaí, criou-se o CEPED após o desastre.

Como pegou vários municípios pequenos, houve muita demora nos resgates.

Parte da população que fez esta tarefa. Extremos de chuva e perdas

econômicas : mapeamento das perdas econômicas (Haddad). Olhada bem sob

o olhar do setor produtivo. O impacto vai bem além da cidade.

7.9. Diálogo sobre elementos e estratégias necessários para a tomada de decisões face a eventos extremos e riscos de desastres ambientais - Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Dra. Gina Rizpah Besen

Para iniciar o exercício de tomada de decisão frente aos eventos extremos e

riscos de desastres na RMSP, foram apresentadas questões pertinentes a:

- contexto de incerteza: informações baseadas em prognóstico; interesses

variados e nem sempre explicitados; inexistência de arranjos técnicos

Formatado: Título 1, Espaçamentoentre linhas: simples, Sem marcadoou numeração

29

universalizados; processo de priorização (curto? médio? longo prazo?);

construção de confiança (soluções top-down/botom-up);

- elementos da tomada de decisão: Condicionalidades; Critérios; Estratégias e

Metodologias; Processos; Atores Envolvidos (setores públicos e privados);

Alcance de curto, médio, longo prazo; Enfoque (mitigação, prevenção,

resposta, reconstrução);

- pluralidade de atores envolvidos: setor público, privado e sociedade civil.

Nesse sentido, foi colocada a relevância de processos de APRENDIZAGEM

SOCIAL, que possibilitem interrelações, para reflexão crítica da relação entre o

ser humano e o meio ambiente; diálogo de saberes, para que estruturas

institucionais reconheçam e considerem o conhecimento não formal e o formal;

bem como argumentos condutores, apoiando reflexão, sistemas, orientação,

integração e participação.

Diante dessa introdução, foi proposta aos participantes uma dinâmica de

tomada de decisão por meio da metodologia do World Café. Durante esta

atividade, os participantes foram estimulados a responder um conjunto de 3

questões, por meio de uma dinâmica de fluxo e participativa. Mantiveram-se

três grupos fixos, no entanto os anfitriões (relatores) de cada uma das

perguntas foram trocando de mesa, de maneira que ao término, todos os

participantes haviam dialogado e respondido a todas as perguntas. Ou seja, os

resultados representam a produção do conhecimento do grupo reunido. Para

cada grupo, foram dados 15 minutos para dialogar sobre cada pergunta. Ao

final foi levantada a opinião dos participantes sobre a metodologia adotada e

apresentados e problematizados, com o coletivo, os resultados obtidos em

cada questão, sistematizados abaixo.

Abaixo a sistematização da fala dos participantes.

Resultados – discussão

30

QuestãoGrupo 1 - Quais informações seriam necessárias para a tomada de decisão sobre vulnerabilidade hídrica da RMSP frente a inundações e deslizamentos?

Segundo o relator da questão 1, houve Alguns grupos que não entraram em

consensodividiram, então foi feita mas fizemos uma espécie de mapa para que,

as opiniões convergissemram. Como a pPergunta foi considerada muito ampla,

decidiu-se respondê-la então foi feita em partes.

1. Possíveis informações técnicas – acesso ás informações pela população

(tanto as informações técnicas – podologia, geotécnicas, mapas de

risco), modelagens;

2. Consultas aos planos de gestão de desastres e catástrofes, de

saneamento, uso e ocupação, recursos hídricos, resíduo plano diretor se

existem e como foram feitos? Considerar, por exemplo, Rede de

drenagem;

3. Perfil sócio econômico, cultural etc. de quem habita a área. Houve

divisão, alguns entendiam que não havia necessidade deste

levantamento. Importante para comunicação e planejamento, por

exemplo, para acolher e abrigar estas pessoas e para políticas futuras

de realocamento;

4. Mapeamento (levantamento) dos atores estratégicos. Uma questão

conceitual (mapeamento/levantamento) – atores já envolvidos e os que

vão se envolver;

5. Acompanhamento social – líderes comunitários pessoas que trabalham

para o engajamento das pessoas (saber se eles já existem?);

6. Estudo hidrológico bacias hidrográficas;

7. Comitês de bacias – relatórios destas bacias;

8. Estudo e recuperação das áreas (vegetação) – floresta

nativa/necessidade de reflorestamento;

9. Plano de manejo ecológico (ecológico) – não somente o homem;

10. Pensar noa longo prazo.

31

Questão 2GRUPO 2 - Quais riscos acabam sendo assumidos ao tomar-se a decisão sem toda informação que você julga necessária para a tomada de decisão sobre vulnerabilidade hídrica da RMSP frente a inundações e deslizamentos?

1. Agravamento do problema, surgimento de novos problemas, desperdício

dos recursos públicos, perdas de vidas humanas;

2. Alteração de ecossistemas, perdas e má utilização de recursos naturais,

aumento dos conflitos socioambientais;

3. Sub/superdimensionamento do problema, aumento conflitos políticos,

erros/acertos.

QuestãoGRUPO 3 - Quais as medidas de adaptação propostas pelo grupo frente a vulnerabilidade a inundações e deslizamentos na RMSP?

1. Políticas habitacionais específicas;

2. Adaptação baseada em ecossistemas;

3. Alteração da tipologia construída. Adaptar a forma do prédio, com nada

no primeiro pavimento assim como o ambiente urbano;

4. Educação à prevenção e emergência (pré e pós);

5. Envolvimento comunitário (participação política) – criação de espaços de

governança;

6. Planejamento de bacias com respaldo técnico;

7. Renaturalização/recuperação de corpos hídricos. Matas ciliares;

8. Realocação de pessoas (permanente e temporária);

9. Planejamento em saúde pública /segurança alimentar;

10. Releitura - Decisão de uso e ocupação do solo (Plano diretor e Plano de

saneamento);

11. Estrutura multifuncional – um piscinão só vai conter a água se o espaço

for recuperado como uma praça/um local de lazer.

32

8.10. Tomada de decisões face às mudanças climáticas: foco na Metodologia Adaptation Turning Points - Palestrante: Dra. Sonia Coutinho

Para introduzir a tomada de decisão sob incerteza, requerida pela metodologia Adaptation Turning Points, foi apresentado o plano de gestão, até 2100, do ESTUÁRIO TÂMISA, Inglaterra, que é um ponto de encontro da água doce do Rio Tamisa, seus afluentes e o Mar do Norte.

Desde 1879, foram construídas sucessivas paredes de proteção, até a construção da Barreira do Tâmisa, que opera desde 1982. Ela foi fechada 174 vezes, seja para proteção contra inundações das marés, seja para aliviar a cheia do rio. Foi concebida para proteger Londres de grandes enchentes até 2030, mas o Projeto inter-regional da Agência de Meio Ambiente propõe desenvolver um plano de gestão estratégica de riscos de inundação para Londres e estuário do Tamisa até 2100, com base nos cenários de mudanças climáticas e aumento do nível do mar, no envelhecimento da infraestrutura de defesa e no desenvolvimento da várzea do estuário.

O plano aponta medidas de ação que consideram a) o aumento de risco de inundações com o tempo se não houver intervenções; b) o gerenciamento desse risco para que não exceda o nível da barreira (indicado por políticas); c) a gestão adaptativa por meio de diversas intervenções no tempo para gerenciar o risco; e d) abordagem de precaução, ponto único de intervenção para gerenciar risco longo prazo.

Dessa forma, foram definidas opções de acordo com a adaptação baseada em limites, pontos de inflexão, para: a) os primeiros 25 anos (de 2010 a 2034), manter e planejar conjuntamente; b) para os 15 anos seguintes ( de 2034 a 2049), renovar e remodelar a margem do rio; e c) para o fim do século (a partir de 2050), preparando-se para o século XXII. Além disso, foi utilizada a metodologia multicritério com a definição de 5 critérios de seleção e implementação das medidas adaptativas: 1- Tecnicamente viável e adaptável às mudanças; 2- Ambientalmente sustentável; 3 - Economicamente justificável; e 4- Social e politicamente aceitável.

Mesmo com as intervenções a ações de planejamento, houve inundações em 2016 na Inglaterra (12/02), na Alemanha (01/06) e na França (02/06), que talvez fossem mais impactantes se não houvesse a presença e gestão da barreira do Tâmisa.

Formatado: Título 1, Semmarcadores ou numeração

Formatado: Fonte: Itálico

33

9.11. Tomada de decisões frente a desastres ambientais: Aplicação da metodologia Adaptation Turning Points a partir do contexto atual e dos cenários para a Região Metropolitana de São Paulo Palestrante: Dra. Samia Sulaiman

Com base no plano de gestão de risco desenvolvido no rio Tâmisa face aos prognósticos das mudanças climáticas e aumento do nível do mar, foi retomada a metodologia de tomada de decisão Adaptation Tuning Points para pensar em medidas que apoiem a gestão do cenário de risco e vulnerabilidade a deslizamentos e inundações na RMSP.

Foi indicado que a metodologia no tripé: 1- AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO (quando a política se torna insustentável devido às alterações climáticas); 2 -IMPLEMENTAÇÃO PROGRESSIVA (medidas de curto prazo para sustentar o sistema atual, e de longo prazo para planejar para o futuro; e 3 - CAMINHOS DE ADAPTAÇÃO (que sejam flexíveis por considerar uma variedade de objetivos, mudança aceitável e valores críticos).

Com isso, foi proposta uma dinâmica de tomada de decisão em grupos.

Dinâmica de grupo – selecionar 36 medidas de adaptação: 1 até 2020, 1 até 2050 e 1, até 2100 e com plano de ação: medidas de adaptação, impactos esperados, atores envolvidos, coorrdenação e custo (médio, alto, baixo, dinheiro publico privado). Foi proposto um

Eexercício de pensar para o futuro, com base na tomada de decisão frente a vulnerabilidade a inundações e deslizamentos na RMSP....

GRUPO 1

prazo

Medidas adaptação

Impactos esperados

Atores envolvidos

coordenação

custos

Formatado: Título 1, Semmarcadores ou numeração

34

Até 2020

Obras de infraestrutura (taludes, piscinões)

Redução número mortos e vulnerabilidade

Comunidades locais, comitês de bacias governo local e estadual

Governo locais

Alto custo para um curto período de tempo

Até 2050

Revisão do uso e ocupação do solo (levantamento de informações, criação de políticas habitacionais)

Redução vulnerabilidade e nº vítimas. Redução das enchentes, deslizamentos Reeducação social (mudança de comportamentos)

Instâncias políticas locais e regionais Iniciativa privada como participantes e financiadores, Ongs, academia

Governos locais, comitês de bacias e sociedade civil

Até 2100

- - -- - -

GRUPO 2

prazo

Medidas adaptação

Impactos esperados

Atores envolvidos

coordenação custos

Até 2020

Educação para prevenção e emergência

Redução de vítimas Aumento da capacidade de resposta

População, secretaria educação, defesa civil, secretaria Meio ambiente; secretaria saúde; comitê de bacias.

Defesa Civil (intersectorial)

Baixo

Até 2050

Implementação de infraestrutura verde no tecido urbano no nível de bairros

Aumentar permeabilidade e reduzir coeficiente de escoamento. Absorção CO2 e poluição Psicológico (bem-estar) Redução aquecimento urbano

Secretaria municipal de desenvolvimento urbano( PDE, Uso do solo, Plano de bairros) População Associação de bairros, iniciativa privada, Ongs,

SMDU, Secretaria meio ambiente, subprefeitura

médio

35

sub-prefeitura, secretaria meio ambiente

Até 2100

Reordenamento de ocupação territorial com políticas para redução da desigualdade

Reduzir carga sobre áreas ambientalmente sensíveis, vulnerabilidade social/ambiental

SMDU, secretaria meio ambiente, ministério das cidades, secretaria de habitação

Ministério das cidades

alto

GRUPO 3

prazo Medidas adaptação

Impactos esperados

Atores envolvidos

coordenação custos

Até 2020

Educação e prevenção

Redução nº de vítimas, redução de danos

Comunidade, lideranças comunitárias, defesa civil, poder público, academia

Governo de estado

Médio

Até 2050

Política pública habitacional

Redução ocupação em área de risco, redução impacto ambiental, redução n de vítimas

3 esferas do governo, agências, empresas privadas, comunidade, academia

Governo estadual

alto

Até 2100

Recuperação baseada em ecossistema

Recuperação de áreas degradadas, preservação biodiversidade, diminuição deslizamento, melhora qualidade de água

3 esferas do governo, agências, setor privado, 3º setor, comunidade e academia

Novo plano de governança

Alto

36

10.12. Resultados dos Questionários - Workshop Tomada de Decisão sobre Mudanças Climáticas, Riscos e Gestão -_Eventos Extremos e Desastres Naturais

Número de Respondentes – 22

Aspectos positivos do encontro

- Fornecer uma metodologia estruturada, com base científica, para tratar eventos climáticos;

- Promover discussões, contatos, métodos e interação;

- Pessoas, fala da Samia e da Katia do IPT;

- Tudo, debate, compartilhar, conhecer experiências novas;

- Informação sobre o tema, grupo de pessoas, docentes;

0

5

10

15

20

25

Ótimo

Bom

Regular

Não satisfatório

Formatado: Título 1, Nenhum, Semmarcadores ou numeração

37

- As informações trocadas e as dinâmicas;

- Os temas apresentados são importantes para a atualidade e os especialistas apresentam bom conhecimento do assunto. Gostei das dinâmicas propostas;

- Tema, pessoas que congrega, desmitificar o status que se atribui a algumas pesquisas/pesquisadores, perceber que não há muitas receitas prontas;

- A atividade participativa do segundo dia (a primeira atividade) foi muito boa e produtiva. A segunda foi interessante, mas sofreu falta de tempo. As palestras foram muito boas, principalmente a da Katia Kanil, por trazer o tema para prática;.

- Desenvolver a prática do diálogo e tomada de decisões;

-Reflexão e conscientização da necessidade de maior participação em assuntos relacionados a temas tão relevantes;

-Dinâmicas e exemplo da vivência prática dada pela Profa. Katia;.

- Introdução de ferramenta acessível para auxílio da tomada de decisões e agregação de diversos vieses necessários do exercício de tomada de decisões frente aos riscos das mudanças do clima;.

- Discussões ao longo do Workshop, dinâmica do World Café, palestra com a Katia;.

- Conhecer o que está sendo discutido sobre mudanças climáticas na atualidade e as perspectivas. – Troca de conhecimento entre os participantes, temática pouco discutida, portanto de necessária compreensão;.

- É um tema que precisa de mais material para estudo, além de ser um tema muito pouco aberto;.

- O conhecer que existem ferramentas para o processo de tomada de decisões em questão de risco e mudanças climáticas;.

- Fazer contatos com pessoas de diversas áreas, conhecer novos métodos de trabalho do grupo de pesquisa mais específicos;.

- A interação entre os participantes, fomento ao diálogo, dinâmicas participativas, discussão ricas, convite de pessoas técnicas;.

- Transmissão de métodos e conhecimento de exemplos acerca de planejamento para mitigação e adaptação frente às mudanças climáticas.

Aspectos negativos encontro

38

-Todas as datas no Mediation-project.eu são de 2012, não houve atualização em 4 anos?

-Em termos de apresentação, alguns assuntos deixaram de ser apresentados em função do excesso de intervenções. O PROVIA poderia ser apresentado em uma sala com computadores para usarmos juntos.

- A disposição da sala não favorece a visualização da apresentação por todos.

- Esperei que fosse aprofundar e conhecer novas metodologias participativas para tomada de decisão e isso não aconteceu.

- Tempo insuficiente para temas complexos

- Horário - utilização de meio dia por 4 dias seria melhor

- Nenhum

- Apenas na apresentação do modelo seria melhor a apresentação de um exemplo para facilitar o entendimento

- Mal organizado. Fiquei com a impressão que os facilitadores dividiram as atividades do workshop em um jantar. Não condiz com o status do grupo de pesquisa.

- A explicação da plataforma do primeiro dia foi um pouco confusa e poderia ter sido mais linear (apesar da complexidade da própria plataforma). A apresentação poderia ter utilizado um exemplo concreto.

- o local, sua luminosidade e refrigeração.

- Conteúdo ou explicação dele foi insatisfatório em alguns momentos, como no momento em que se explicou mudanças climáticas e apresentação da ferramenta da União Europeia.

- A apresentação da plataforma mediation foi um pouco confusa, não conseguindo visualizar de imediato todos os potenciais benefícios de sua utilização. Além disso, nas dinâmicas de grupo as informações eram extremamente gerais e incompletas para que se pudesse trabalhar mais acuradamente..

- Conteúdo superficial com visão muito antropocêntrica, falta de uma linha de raciocínio para o workshop como um todo, problemas para explicar a plataforma on line que auxilia na tomada de decisões.

- Não houve

39

- Objetivo pouco claro, colocações e falas redundantes, os organizadores fazem muitas colocações e os participantes ficam com pouco tempo de fala e discussão, linha de raciocínio do encontro não é clara o que dialoga com o objetivo pouco claro.

- Algumas explicações ficaram bem ruins devido ao não controle das perguntas e a volta a abordagem do tema.

- A metodologia poderia ser melhorada na hora de abordar os casos específicos.

- Dificuldade metodológica/didática de apresentação da ferramenta e curto período de tempo.

- Interrupção de falas entre palestrantes, forma de apresentação da metodologia mediation.

- A metodologia de apresentação da plataforma mediation no primeiro dia

Indicações de iniciativas

- O Centro Regional poderia montar um GT com profissionais de diferentes formações – faltou uma fala mais técnica das mudanças climáticas – explorar a política brasileira de mudanças climáticas

- Discussão dos Planos Diretores Metropolitanos; Auxiliar os técnicos municipais na elaboração de planos e no treinamento de metodologias participativas.

- Alternativas energéticas, produção local de energia e alimento, alternativas de construções, reciclagem, ações individuais, separar lixo, minhocário, dieta vegana.

- Gostaria de saber alternativas não estruturais, mais voltadas à gestão. Talvez o acompanhamento da recente política nacional de mudanças climáticas e a análise de seu desdobramento.

- Capacitar gestores públicos em tomadas de decisão em mudanças climáticas. Fomentar a aproximação do Estado com a Universidade. Fomentar que os gestores públicos pesquisem nos programas de pós-graduação.

- Fomentar mais encontros que incentivem discussões

- Sugerir uma discussão das Mudanças climáticas relacionadas aos impactos para saúde pública.

40

- Injustiça ambiental (inclusão social); Levantamento de métodos que permitam a participação política, questão de gênero na tomada de decisões.

- A criação de um sistema onde fiquem guardados os eventos tratados e quais as tomadas de decisão que foram adquiridas quando houve a necessidade. Este tipo de histórico seria bem interessante.

- Trabalhar com algum município que já tenha experiência em trabalho interdisciplinar. Ex: o caso do município trazido pela Kátia.

- Iniciativas voltadas para os tomadores de decisão do poder público, formadores de políticas públicas – Alguma instância dentro do Incline para discutir o planejamento urbano e rural e ambiental frente às mudanças climáticas. Mais comunicação com as instâncias de planejamento municipal, estadual e federal frente a casos concretos. Presença de discussão técnica com urbanistas, juristas, engenheiros e gestores urbanos e ambientais (formação de um cabedal técnico de planejadores em atuação direta com os governos)

Outras sugestões

- café/horários pontuais

- Enviar print passo-a-passo para utilizar as metodologias no site com informações em português

- Formação de foro para discussões no futuro

- almoço muito ruim com lunchbox, melhor pedir marmitas

- Poderiam ter aprofundado mais os conteúdos, organizado melhor as ideias da plataforma.

- Acrescentar no workshop dados/informações sobre as principais doenças vetoriais e seus impactos para a saúde pública brasileira, que eleva os custos significativamente.

- Ampliar participação dos ouvintes, mais intervenções e diálogo.

-Pensar em outros exemplos para entender melhor o uso de ferramentas, instrumentos ou metodologias.

- poderia inverter as aulas do dia 28 e dia 29, seria mais fácil entender algumas questões.

41

RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS - WORKSHOP TOMADA DE DECISÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, RISCOS E GESTÃO _EVENTOS EXTREMOS E DESASTRES NATURAIS

(28 e 29 de junho de 2016)

Número de Respondentes – 22

Aspectos positivos encontro

- Fornecer uma metodologia estruturada, com base científica, para tratar eventos climáticos

- Promover discussões, contatos, métodos e interação

- Pessoas, fala da Samia e da Katia do IPT

- Tudo, debate, compartilhar, conhecer experiências novas

- Informação sobre o tema, grupo de pessoas, docentes

- As informações trocadas e as dinâmicas

- Os temas apresentados são importantes para a atualidade e os especialistas apresentam bom conhecimento do assunto. Gostei das dinâmicas propostas

- Tema, pessoas que congrega, desmitificar o status que se atribui a algumas pesquisas/pesquisadores, perceber que não há muitas receitas prontas

0

5

10

15

20

25

Ótimo

Bom

Regular

Não satisfatório

- A atividade participativa do segundo dia (a primeira atividade) foi muito boa e produtiva. A segunda foi interessante, mas sofreu falta de tempo. As palestras foram muito boas, principalmente a da Katia Kanil, por trazer o tema para prática.

- Desenvolver a prática do diálogo e tomada de decisões

-Reflexão e conscientização da necessidade de maior participação em assuntos relacionados a temas tão relevantes

-Dinâmicas e exemplo da vivência prática dada pela Profa. Katia.

- Introdução de ferramenta acessível para auxílio da tomada de decisões e agregação de diversos vieses necessários do exercício de tomada de decisões frente aos riscos das mudanças do clima.

- Discussões ao longo do Workshop, dinâmica do World Café, palestra com a Katia.

- Conhecer o que está sendo discutido sobre mudanças climáticas na atualidade e as perspectivas. – Troca de conhecimento entre os participantes, temática pouco discutida, portanto de necessária compreensão.

- É um tema que precisa de mais material para estudo, além de ser um tema muito pouco aberto.

- O conhecer que existem ferramentas para o processo de tomada de decisões em questão de risco e mudanças climáticas.

- Fazer contatos com pessoas de diversas áreas, conhecer novos métodos de trabalho do grupo de pesquisa mais específicos.

- A interação entre os participantes, fomento ao diálogo, dinâmicas participativas, discussão ricas, convite de pessoas técnicas.

- Transmissão de métodos e conhecimento de exemplos acerca de planejamento para mitigação e adaptação frente às mudanças climáticas.

Aspectos negativos encontro

-Todas as datas no Mediation-project.eu são de 2012, não houve atualização em 4 anos?

-Em termos de apresentação, alguns assuntos deixaram de ser apresentados em função do excesso de intervenções. O PROVIA poderia ser apresentado em uma sala com computadores para usarmos juntos.

- A disposição da sala não favorece a visualização da apresentação por todos.

- Esperei que fosse aprofundar e conhecer novas metodologias participativas para tomada de decisão e isso não aconteceu.

- Tempo insuficiente para temas complexos

- Horário - utilização de meio dia por 4 dias seria melhor

- Nenhum

- Apenas na apresentação do modelo seria melhor a apresentação de um exemplo para facilitar o entendimento

- Mal organizado. Fiquei com a impressão que os facilitadores dividiram as atividades do workshop em um jantar. Não condiz com o status do grupo de pesquisa.

- A explicação da plataforma do primeiro dia foi um pouco confusa e poderia ter sido mais linear (apesar da complexidade da própria plataforma). A apresentação poderia ter utilizado um exemplo concreto.

- o local, sua luminosidade e refrigeração.

- Conteúdo ou explicação dele foi insatisfatório em alguns momentos, como no momento em que se explicou mudanças climáticas e apresentação da ferramenta da União Europeia.

- A apresentação da plataforma mediation foi um pouco confusa, não conseguindo visualizar de imediato todos os potenciais benefícios de sua utilização. Além disso, nas dinâmicas de grupo as informações eram extremamente gerais e incompletas para que se pudesse trabalhar mais acuradamente..

- Conteúdo superficial com visão muito antropocêntrica, falta de uma linha de raciocínio para o workshop como um todo, problemas para explicar a plataforma on line que auxilia na tomada de decisões.

- Não houve

- Objetivo pouco claro, colocações e falas redundantes, os organizadores fazem muitas colocações e os participantes ficam com pouco tempo de fala e discussão, linha de raciocínio do encontro não é clara o que dialoga com o objetivo pouco claro.

- Algumas explicações ficaram bem ruins devido ao não controle das perguntas e a volta a abordagem do tema.

- A metodologia poderia ser melhorada na hora de abordar os casos específicos.

- Dificuldade metodológica/didática de apresentação da ferramenta e curto período de tempo.

- Interrupção de falas entre palestrantes, forma de apresentação da metodologia mediation.

- A metodologia de apresentação da plataforma mediation no primeiro dia

Indicações de iniciativas

- O Centro Regional poderia montar um GT com profissionais de diferentes formações – faltou uma fala mais técnica das mudanças climáticas – explorar a política brasileira de mudanças climáticas

- Discussão dos Planos Diretores Metropolitanos; Auxiliar os técnicos municipais na elaboração de planos e no treinamento de metodologias participativas.

- Alternativas energéticas, produção local de energia e alimento, alternativas de construções, reciclagem, ações individuais, separar lixo, minhocário, dieta vegana.

- Gostaria de saber alternativas não estruturais, mais voltadas à gestão. Talvez o acompanhamento da recente política nacional de mudanças climáticas e a análise de seu desdobramento.

- Capacitar gestores públicos em tomadas de decisão em mudanças climáticas. Fomentar a aproximação do Estado com a Universidade. Fomentar que os gestores públicos pesquisem nos programas de pós-graduação.

- Fomentar mais encontros que incentivem discussões

- Sugerir uma discussão das Mudanças climáticas relacionadas aos impactos para saúde pública.

- Injustiça ambiental (inclusão social); Levantamento de métodos que permitam a participação política, questão de gênero na tomada de decisões.

- A criação de um sistema onde fiquem guardados os eventos tratados e quais as tomadas de decisão que foram adquiridas quando houve a necessidade. Este tipo de histórico seria bem interessante.

- Trabalhar com algum município que já tenha experiência em trabalho interdisciplinar. Ex: o caso do município trazido pela Kátia.

- Iniciativas voltadas para os tomadores de decisão do poder público, formadores de políticas públicas – Alguma instância dentro do Incline para discutir o planejamento urbano e rural e ambiental frente às mudanças climáticas. Mais comunicação com as instâncias de planejamento municipal, estadual e federal frente a casos concretos. Presença de discussão técnica com urbanistas, juristas, engenheiros e gestores urbanos e ambientais (formação de um cabedal técnico de planejadores em atuação direta com os governos)

Outras sugestões

- café/horários pontuais

- Enviar print passo-a-passo para utilizar as metodologias no site com informações em português

- Formação de foro para discussões no futuro

- almoço muito ruim com lunchbox, melhor pedir marmitas

- Poderiam ter aprofundado mais os conteúdos, organizado melhor as ideias da plataforma.

- Acrescentar no workshop dados/informações sobre as principais doenças vetoriais e seus impactos para a saúde pública brasileira, que eleva os custos significativamente.

- Ampliar participação dos ouvintes, mais intervenções e diálogo.

-Pensar em outros exemplos para entender melhor o uso de ferramentas, instrumentos ou metodologias.

- poderia inverter as aulas do dia 28 e dia 29, seria mais fácil entender algumas questões.

RELATÓRIO WORKSHOP DESASTRES

Conhecimentos e medidas de gestão frente a riscos de desastres ambientais: discussão a partir do contexto atual e dos cenários para a

Região Metropolitana de São Paulo

Palestrantes: Dra. Samia Sulaiman e Profa. Dra. Kátia Canil (UFABC)

A apresentação iniciou-se colocando as questões chaves para entender e analisar a RMSP: Vulnerabilidade; Complexidade; Eventos extremos e desastres ambientais; Configuração das cidades (RMSP); Tomada de Decisão; Aprendizagem Social e Reflexão Coletiva.

A primeira questão esteve relacionada à diversidade conceitual do conceito de VULNERABILDADE, em relação às diferentes orientações epistemológicas (Ecologia política, Ecologia Humana, Ciências Físicas, Análise espacial, etc.); ás diversas práticas metodológicas de operacionalização do conceito; à multiplicidade de perigos envolvidos (fome, inundações, seca, terremotos, contaminação nuclear); bem como à variedade de regiões sob análise (países desenvolvidos e em desenvolvimento).

A esse contexto, soma-se a COMPLEXIDADE inerente ao tema de riscos de desastres ambientais, que pode ser vislumbrada na: a) VARIABILIDADE CLIMÁTICA, que se baseia em probabilidade, incerteza e risco; b) INTERDEPENDÊNCIA DE VARIÁVEIS físicas, sociais, econômicas, políticas, históricas e contemporâneas que define os riscos de desastres; c) GESTÃO que envolve múltiplos atores, com seus conhecimentos e interesses (explícitos ou não), tanto na esfera pública, quanto na esfera privada; d) CIDADE que materializa todas essas questões e dá dinâmica própria a elas; e e) TOMADA DE DECISÃO que tem orientações, focos, alcances, recursos diversificados (curto, médio, longo prazo; classe baixa, média, alta; etc.).

Ilustrou-se o aumento do número de desastres na última década (2000-2010) segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991-2012; e o impacto dos últimos eventos de extremos pluviométricos em Santa Catarina (2008), Pernambuco e Alagoas (2010) e Rio de Janeiro (2011), que causaram inundações e deslizamentos com elevado número de vítimas, afetados e custos econômicos. Esses eventos foram emblemáticos para o avanço na legislação nacional, com a redação da Lei 12.608/2012, que dispõe sobre a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

A Profa. Dra Katia Canil fez uma detalhada apresentação sobre o contexto histórico de gestão do risco no Brasil.

No caso da Região metropolitana de São Paulo foi explanado que os principais riscos de desastre por eventos extremos de pluviosidade são: Movimentos Gravitacionais de Massa (Deslizamentos) e Inundações, Enchentes,

Enxurradas, Alagamentos. Cada um foi conceituado e ilustrado por fotos, seguidos de análises sobre os processos físicos, sociais e institucionais relacionados, como ocupação irregular, inadequada/inexistente infraestrutura urbana, sistema de alerta e prevenção. Contexto de vulnerabilidade que pode ser ampliado e/ou intensificado se:

- a projeção para 2030 da expansão da mancha urbana para a RMSP seguir um modelo baseado no padrão de uso e ocupação do solo atual sem haver alteração e/ou controle;

- o aumento de temperatura, em relação ao período referencial 1961-90, for de 1 a 2º C para 2030-40; de 2-3º C para 2040-50; e de até 4º C para 2080-90;

- o aumento de 30% da pluviosidade ocorrer na RMSP, nos períodos de 2030-40 e 2050-60; e de mais 10% na região oeste da RMSP para 2080-90.

Por outro lado, foram apontados os avanços nacionais para a gestão do risco como: a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que integra a gestão do risco às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, e às demais políticas setoriais, bem como o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais 2012-2014, com orçamento de R$ 18,8 bilhões.

Em seguida, foram apresentadas e ilustradas as medidas relacionadas à gestão do risco de desastres, tanto as estruturais, quanto as não estruturais, listadas no quadro abaixo:

Medidas estruturais Medidas não estruturais • Serviços de limpeza e recuperação; • Obras de drenagem superficial, proteção superficial e desmonte de blocos; • Obras de drenagem de subsuperfície; • Obras de terraplenagem de médio a grande porte; • Estruturas de contenção localizadas ou lineares; • Estruturas de contenção de médio a grande porte; • Obras de reurbanização; e • Remoção de moradias.

• Planejamento urbano e política habitacional: Plano Diretor, Cartas Geotécnicas e de risco, Legislação (Código de obras), Fiscalização; • Gestão de Riscos de desastres: Planos Preventivos de Defesa Civil, Planos Municipais de Redução de Riscos – PMRR, Monitoramento e alerta, Vistorias, Atendimentos emergenciais; • Pesquisas; • Informação pública, educação e treinamento: Cursos, palestras, seminários, reuniões, Publicações técnicas, Cartilhas, folders, cartazes, Trabalhos de campo, simulados; Conteúdo educativo no currículo escolar.