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1 MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Manual para subsidiar a confecção de trabalhos acadêmicos na Faculdade Borges de Mendonça, em seus diversos cursos. NEDE FACULDADE BORGES DE MENDONÇA NEDE – NÚCLEO DE ESTUDOS DIRIGIDOS E ESTÁGIOS

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(FACULDADE BORGES DE MENDONANEDE NCLEO DE ESTUDOS DIRIGIDOS E ESTGIOS)

MANUAL PARA ELABORAO DE TRABALHOS ACADMICOS

Manual para subsidiar a confeco de trabalhos acadmicos na Faculdade Borges de Mendona, em seus diversos cursos.

NEDE

FLORIANPOLIS/SC

2015

No existe mtodo infalvel, nem tampouco padres ou diretrizes preestabelecidas que se adaptem a qualquer situao; sempre ocorrer a incidncia de elementos pessoais prprios a cada pesquisador que lhe indicaro caminhos especficos de ao. (LEITE, 2000, p. 18)

SUMRIO

1APRESENTAO11

1.1SUGESTO DE SITES PARA PESQUISA13

2CONHECIMENTO E CINCIA14

2.1CONHECIMENTO DO TIPO SENSO COMUM14

2.2CONHECIMENTO FILOSFICO15

2.3CONHECIMENTO TEOLGICO OU RELIGIOSO15

2.4CONHECIMENTO CIENTFICO16

2.4.1Caractersticas do conhecimento cientfico16

3TRABALHOS ACADMICOS17

4REDAO DE TEXTOS CIENTFICOS18

4.1RECOMENDAES INICIAIS19

4.2QUALIDADES DA INVESTIGAO CIENTFICA21

4.3DELIMITAO PRECISA21

4.4RELEVNCIA TEMTICA21

4.5FUNDAMENTAO TERICA21

4.6CLAREZA NOS PROCEDIMENTOS22

4.7RIGOR DOCUMENTAL22

4.8ORGANIZAO LGICA22

4.9ESTILO APURADO23

4.10FALHAS COMUNS NA INVESTIGAO CIENTFICA23

4.10.1Falta de Clareza nos propsitos23

4.10.2Falta de originalidade do material23

4.10.3M organizao do material expositivo23

4.10.4Repetio de palavras, conceitos e informaes23

4.10.5Desatualizao bibliogrfica24

4.10.6Excessiva dependncia das fontes24

4.10.7Incorreo ou incoerncia no sistema de referenciao das fontes24

4.10.8Dimenso excessivamente longa de ttulos de captulos ou tpicos24

4.10.9Inadequao da definio de termos24

4.11PRINCPIOS DE COMUNICAO25

4.11.1Escreva para ser lido25

4.11.2Procure o melhor modo de comunicar suas ideias25

4.11.3Seja original25

4.11.4Cultive a simplicidade26

4.11.5Qualidades a serem alcanadas26

4.11.6Clareza - escreva para ser entendido26

4.11.7Conciso - procure dizer o mximo no mnimo27

4.11.8Correo - escreva em portugus27

4.11.9Preciso - seja preciso nas palavras e nos conceitos28

4.11.10Consistncia - mantenha coerncia nos termos28

4.11.11Contundncia - Provoque o leitor29

4.11.12Originalidade - seja original29

4.11.13Correo poltica - escreva de modo politicamente correto29

4.11.14Fidelidade - seja honesto com o assunto, com as fontes e com o leitor29

4.11.15Para escrever melhor30

4.11.16A escolha das palavras31

4.11.17Grafias especiais32

4.11.18OUTROS CUIDADOS34

4.12CUIDADO COM ESSAS PALAVRAS E EXPRESSES35

4.13DICAS PARA REDAO DA REVISO DE LITERATURA:37

5A PESQUISA E PROJETO DE PESQUISA39

5.1A ESCOLHA DO TEMA40

5.2O PROBLEMA DE PESQUISA41

5.3FORMULAO DE HIPTESES42

5.4DEFINIO DOS OBJETIVOS42

5.4.1Objetivos gerais44

5.4.2Objetivos especficos44

5.5JUSTIFICATIVA DO TEMA45

5.6REFERENCIAL TERICO REVISO DA LITERATURA45

5.7METODOLOGIA46

5.8CRONOGRAMA E ORAMENTO46

6ESTRUTURA PARA APRESENTAO DA PESQUISA E DO PROJETO DE PESQUISA47

6.1.1Ordem dos trabalhos acadmicos49

6.2PARTE EXTERNA50

6.2.1Capa50

6.2.2Lombada50

6.3PARTE INTERNA51

6.3.1Elementos Pr textuais51

6.3.1.1Folha de rosto52

6.3.1.2Anverso54

6.3.1.3Verso54

6.3.1.4Errata (Elemento opcional)55

6.3.1.5Folha de aprovao55

6.3.1.6Dedicatria57

6.3.1.7Agradecimento57

6.3.1.8Epgrafe58

6.3.1.9Resumo na lngua verncula59

6.3.1.10Resumo em lngua estrangeira60

6.3.1.11Lista de ilustraes60

6.3.1.12Lista de tabelas66

6.3.1.13Lista de abreviaturas e siglas66

6.3.1.14Lista se smbolos68

6.3.1.15Sumrio68

6.3.1.16Elementos textuais69

6.3.2Elementos ps-textuais70

6.3.2.1Referncias71

6.3.2.2Glossrio71

6.3.2.3Apndice(s)72

6.3.2.4Anexo72

6.3.2.5ndice72

7REGRAS DE APRESENTAO DOS TRABALHOS ACADMICOS74

7.1FORMATO74

7.2MARGEM74

7.3ESPACEJAMENTO/ESPAAMENTO74

7.4MARGEM77

7.5ESPACEJAMENTO/ESPAAMENTO77

7.6NOTAS DE RODAP77

7.7INDICATIVOS DE SEO78

7.7.1Ttulos sem indicativo numrico78

7.7.2Elementos sem ttulo e sem indicativo numrico78

7.7.3Paginao78

7.7.4Numerao progressiva79

7.8CITAES79

7.9SIGLAS80

7.10EQUAES E FRMULAS80

7.11ILUSTRAES80

7.12TABELAS81

8CONFIGURAES82

8.1CONFIGURAO DO PAPEL82

8.2FONTE82

8.3MARGENS83

8.4ESPACEJAMENTO/ESPAAMENTO84

8.5NOTA DE RODAP84

8.6CITAES85

8.7NMEROS DE PGINA86

8.8SUMRIO87

9ELABORAO DE REFERNCIAS95

9.1ELABORAO95

9.1.1Formas de entrada95

9.1.1.1Autores pessoais95

9.1.1.2Autoria desconhecida97

9.1.1.3Entidade coletiva97

9.1.1.4Congressos, conferncias, simpsios, seminrios e outros98

9.1.1.5Entrada por ttulo99

9.1.1.6Edio99

9.1.1.7Local100

9.1.1.8Editora100

9.1.1.9Data101

9.1.2Regras gerais de apresentao101

9.1.3Modelos de referncias102

9.1.3.1Monografia no todo102

9.1.3.2Monografia no todo em meio eletrnico102

9.1.3.3Parte de monografia103

9.1.3.4Captulo com autoria prpria103

9.1.3.5Captulo sem autoria prpria103

9.1.3.6Partes de monografia em meio eletrnico103

9.1.3.7Evento como um todo104

9.1.3.8Evento como um todo em meio eletrnico104

9.1.3.9Trabalho apresentado em evento104

9.1.3.10Trabalho apresentado em evento em meio eletrnico105

9.1.3.11Teses, dissertao e monografia105

9.1.3.12Documento jurdico106

9.1.3.13Legislao106

9.1.3.14Jurisprudncia (decises judiciais)107

9.1.3.15Publicao peridica107

9.1.3.16Artigo e/ou matria de revista, boletim etc.108

9.1.3.179.7.7.2 Artigo e/ou matria de revista, boletim etc. em meio eletrnico108

9.1.3.18Artigo e/ou matria de jornal108

9.1.3.199.7.8.1 Artigo e/ou matria de jornal em meio eletrnico109

9.1.3.209.7.9 Normas tcnicas109

9.1.3.219.7.10 Patentes109

9.1.4Bblia109

9.1.4.1Bblia no todo109

9.1.4.2Parte de Bblia110

9.1.5Verbetes de enciclopdias e dicionrios110

9.1.5.1Verbetes em meio eletrnico110

9.1.6Separatas110

9.1.7Resenha ou recenso de livro110

9.1.8Relatrios111

9.1.9Entrevistas111

9.1.9.1Entrevista gravada (disco, CD, cassete, rolo, etc.)111

9.1.10Resumo (Abstract)111

9.1.11Trabalhos no publicados111

9.1.12Bula de remdio111

9.1.13Catlogos de exposies112

9.1.14Programas de espetculos112

9.1.15Filmes112

9.1.16Imagem em movimento (DVD, filme, videocassete etc.)112

9.1.17Material cartogrfico (atlas, globos, mapas)112

9.1.17.1Mapa113

9.1.18Material iconogrfico (pinturas, fotos, gravuras, slides, transparncias etc.)113

9.1.19Microformas (microfichas e microfilmes)113

9.1.20Discos (vinil e CD)113

9.1.21Fita cassete113

9.1.22Partituras114

9.1.23Material tridimensional (esculturas, maquetes, objetos de museu, fsseis, entre outros)114

9.1.24Documento de acesso exclusivo em meio eletrnico114

9.1.25Apostila115

10CITAO (ABNT NBR 10520/2002)116

10.1.1Regras gerais de apresentao116

10.1.2Citaes diretas117

10.1.3Citaes indiretas118

10.1.4Citaes de citaes119

10.1.5Supresses, interlocues, comentrios, nfase ou destaque119

10.1.6Sistema de chamada121

10.1.7Sistema numrico122

10.1.8Sistema autor-data122

10.1.9Notas de rodap125

10.1.10Notas de referncia125

10.1.11Notas explicativas127

REFERNCIAS129

APNDICE A Procedimentos aps a defesa131

APNDICE B - Esquema de estrutura dos trabalhos acadmicos (Texto corrido)132

APNDICE C - Esquema de estrutura dos trabalhos acadmicos (artigo)133

APENDICE D - FICHA DE AVALIAO DO TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO - TCC134

1 APRESENTAO

Em um curso de nvel superior, a perspectiva de o estudante ampliar e produzir conhecimentos, o que no pode ser feito de qualquer forma, ou seja, dizer ou fazer qualquer coisa de qualquer maneira. Com o objetivo de contribuir para que voc enfrente o desafio de saber-fazer os seus trabalhos neste nvel de ensino, este Manual tem a responsabilidade de lhe fornecer um conjunto de diretrizes bsicas, recursos metodolgicos, e explicaes que iro orient-lo.

No temos a pretenso de abranger todas as questes envolvidas na Metodologia Cientfica, trata-se de um Manual para consulta por parte dos estudantes dos cursos de graduao, na elaborao dos Projetos de Pesquisa e dos

Trabalhos de Concluso de Curso TCC (Monografia ou Artigo Cientfico), a serem apresentados Faculdade Faculdade Borges de Mendona. Baseado nas normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT, buscou-se a simplificao e a padronizao de carter acadmico-cientfico.

DECLAGO DO PESQUISADOR

(AZEVEDO, 2000, p.8-9)

I. No cobiaras o tema do teu prximo, porque a grama do jardim do teu vizinho no mais verde.

II. No pesquisars o que est apenas na tua cabea, a menos que o estudo seja precisamente sobre ela.

III. No investigars tem sem fonte, porque a tua tarefa fazer os dois e comunicarem.

IV. No te perders em meio falta ou ao excesso de planejamento, a menos que a tua genialidade te permita prescindir dele.

V. No desprezars a rotina, porque ela pode te liberar para o exerccio da criatividade.

VI. No menosprezars as normas, a menos que pretendas transform-la.

VII. No te julgars incompetente, porque no s, at prova em contrrio.

VIII. No escrevers uma obra-prima, a menos que estejas maduro para produzi-la.

IX. No fars uma colcha-de-retalhos, porque s capaz de um trabalho verdadeiramente intelectual.

X. No ignorars os teus leitores, a menos que te aches mais importante do que eles.

1.1 SUGESTO DE SITES PARA PESQUISA

http://www.scielo.br

Este endereo do SCIELO em portugus. Um portal que d acesso a vrias revistas acadmicas. Esse site timo porque possvel ter acesso a vrios artigos sobre o mesmo assunto, mesmo que estejam em revistas diferentes e alm do resumo possvel ler o artigo na integra com acesso online.

http://www.teses.usp.br

Site da Biblioteca da USP. Disponibiliza banco de teses e dissertaes na integra com acesso online.

www.rae.com.br/rae/

Este site da Revista de Administrao de Empresas. Mas a verso na internet s permite aceso aos resumos dos artigos.

www.rausp.usp.br/

Revista de Administrao da USP, acesso aos resumos.

http://read.adm.ufrgs.br/

REAd - Revista Eletrnica de Administrao, publicada pela Escola de Administrao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponibiliza os artigos na integra com acesso online.

www.anpad.org.br/rac/

Revista de Administrao Contempornea. Disponibiliza os artigos na integra com acesso online.

www.bu.ufsc.br

Neste site voc encontra vrios tipos de obras, inclusive monografias, dissertaes e teses na integra com acesso online.

www.bu.udesc.br

Neste site voc encontra vrios tipos de obras, inclusive monografias, dissertaes e teses na integra com acesso online.

(Na Biblioteca da nossa Faculdade possvel ter acesso as seguintes revistas cientficas na rea da administrao:RAP Rio de Janeiro Revista de Administrao Pblica (Fundao Getulio Vargas)RAC Revista de Administrao ContemporneaRAE _ Revista de Administrao de EmpresasRAUSP - Revista de Administrao da USPRevista ADMpg Gesto Estratgica (Universidade Tecnolgica Federal do Paran)Comunicao, Mdia e Consumo (Escola Superior de Propaganda e Marketing - So Paulo)Revista da FAE (Centro Universitrio Franciscano Curitiba) RBRS Revista Brasileira de Risco e Seguro (Fundao Escola Nacional de Seguros) Revista da UNIFEBE (Centro Universitrio de Brusque))

2 CONHECIMENTO E CINCIA

O ser humano parece ser o nico animal, pelo que se sabe, que tem conscincia de sua existncia e das relaes sociais que o cercam, alis, se torna humano a medida que estabelece relaes com os outros.

Por ser existencial, tem que interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhes significao. Portanto, cria intelectualmente representaes da realidade e a essas representaes chamamos conhecimento.

Por relacionar-se com o mundo de diferentes formas de vida, o homem utiliza-se de diversas formas de conhecimentos, por intermdio dos quais evolui e faz evoluir o meio em que vive, trazendo contribuies para a sociedade. Dentre esses conhecimentos encontra-se o: Senso Comum; Filosfico; Teolgico religioso e o Cientfico.

2.1 CONHECIMENTO DO TIPO SENSO COMUM

a forma mais usual de conhecimento, tambm chamado de ordinrio, comum, vulgar ou emprico. um conhecimento adquirido atravs das experincias vividas e acumuladas por ns, no nosso dia-a-dia, independente de mtodos ou pesquisa.

Ele transmitido de gerao para gerao por meio da educao informal, por tradio, herdado dos antepassados, e cada realidade possui o seu senso comum, de acordo com o seu tempo. Por ser emprico, as ideias que temos em relao ao mundo, so construdas sem questionamentos.

Por ser fragmentado (porque difuso, assistemtico) e no ser crtico, ele, em geral, no explica a origem ou razo dos fatos, ou seja, adquirido sem aplicao de um mtodo e sem se haver refletido sobre algo.

O Senso comum caracteriza-se por ser:

Superficial, isto , conforma-se com a aparncia, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas. Expressa-se por frases como porque o vi, porque o senti, porque o disseram, porque todo mundo o diz;

Sensitivo, ou seja, referente vivncias, estados de nimo e emoes da vida diria;

Subjetivo, pois o prprio sujeito que organiza suas experincias e conhecimentos, tanto os que adquirem por vivncia prpria quanto os que se adquire por ouvir dizer;

Assistemtico, pois esta organizao das experincias no visa a uma sistematizao, nem na forma de adquiri-las, tampouco na tentativa de valid-las;

Acrtico, pois verdadeiros ou no, a pretenso de que esses conhecimentos o sejam no se manifesta sempre de uma forma crtica.

2.2 CONHECIMENTO FILOSFICO

No conhecimento filosfico, a reflexo sobre a realidade orientada pela razo.

O conhecimento filosfico busca dar respostas s grandes indagaes da humanidade, porm o seu fundamento a construo lgica de argumentos e raciocnio. A atitude filosfica, portanto, indagar. Perguntar o que, como e por que uma coisa, valor ou ideia o so: a filosofia indaga qual a natureza e o significado de algo, qual sua estrutura e as relaes que estas constituem; qual a origem ou as suas causas.

O conhecimento filosfico um trabalho intelectual, sistemtico, pois no se contenta em obter respostas para as questes colocadas, mas tambm exige que as prprias questes sejam validas e que suas respostas sejam verdadeiras, relacionem-se entre si, esclaream umas s outras e possam ser testadas e provadas racionalmente. (CHAUI, 1995).

2.3 CONHECIMENTO TEOLGICO OU RELIGIOSO

As verdades acerca da realidade so alcanadas por meio do que aceito como revelao divina, e no pela razo. O conhecimento Teolgico ou Religioso , pois, baseado em crenas, valores e f.

Caractersticas do conhecimento religioso

Surge pela inspirao. por no se basear na razo, que sua fundamentao emerge na mente, soprado pela divindade que governa o objeto da crena. Portanto, no verificvel;

Pressupe que existe uma autoridade divina que repassa o conhecimento (sagradas escrituras);

Ele busca sua fundamentao na crena. Dessa forma, torna-se um conhecimento de inspirao na divindade e no admite dvida;

Explica de forma global toda a realidade.

2.4 CONHECIMENTO CIENTFICO

O conhecimento cientfico se caracteriza pelo tratamento metdico e sistemtico dos fatos referente realidade. Ele compreende o mundo de forma sistemtica, metdica e crtica. Portanto, vai para alm do senso comum, da religio e da prpria filosofia.

O conhecimento cientfico, tal como conhecemos hoje, data de um perodo muito recente. O carter cientfico dos estudos e pesquisas s adquiriu status de cincia na idade moderna da histria.

Com a utilizao do mtodo, a cincia passou a produzir conhecimento sistemtico, mais preciso em relao s outras formas. Hoje sabemos que a verdade absoluta em relao ao conhecimento no existe, ele sempre aproximado. O conhecimento cientfico mais um tipo de conhecimento que o homem faz uso para compreender, ler e entender a realidade social.

Ele surge no apenas da necessidade de encontrar solues para os problemas e as questes do cotidiano, mas do desejo de buscar respostas e solues.

Assim, como vemos, a cincia apenas mais uma forma de conhecer o mundo, ao lado de outras, como o conhecimento filosfico e o conhecimento de Senso Comum.

2.4.1 Caractersticas do conhecimento cientfico

um conhecimento eventual, na medida em que suas proposies ou hipteses tm veracidade ou falsidade conhecida por meio da experimentao e no apenas pela razo, postura tpica do conhecimento filosfico;

sistemtico, pois se configura como um saber ordenado logicamente, constituindo um sistema de ideias (teoria) e no conhecimentos dispersos e desconexos;

verificvel, suas hipteses ou pressupostos so confrontadas com a realidade, objeto da investigao, que pode ser confirmada ou negada;

um conhecimento falvel, pois no definitivo, absoluto ou final;

aproximadamente exato, na medida em que novas proposies e o desenvolvimento de tcnicas podem reformular o acervo de teoria existente.

3 TRABALHOS ACADMICOS

Temos utilizado com frequncia a expresso trabalho cientfico como se ela se referisse a algo definido ou individual. Entretanto, existem diversos tipos de trabalhos cientficos: trabalhos de sntese (sinopse e resumos), resenhas crticas, trabalhos de divulgao cientfica (artigos publicados em peridicos, notas ou comunicaes cientficas apresentadas oralmente em simpsios, congressos ou em outros eventos cientficos). Neste contexto, podem ser tambm relatrios e informes cientficos, trabalhos monogrficos e/ou acadmicos (monografia, ensaio, trabalhos de concluso de cursos de graduao e ps-graduao lato sensu, dissertao de mestrado ou tese de doutorado), paper (texto escrito a partir de uma comunicao oral) etc.

Um trabalho cientfico uma aventura, uma expedio intelectual que se assemelha ao ato de desvendar um mistrio: uma forma de explorao que nos leva a descobertas (GIBALDI, 1999, p. 03 apud MATTAR, 2008, p. 157). Vejamos, ento, alguns destes trabalhos que nos levam a este itinerrio.

Segundo as definies da ABNT (NBA 1474/2011 informao e documentao Trabalhos acadmicos Apresentao), os trabalhos cientficos referem-se ao:

trabalho de concluso de curso de graduao, trabalho de graduao interdisciplinar, trabalho de concluso de curso de especializao e/ou aperfeioamento: documento que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, mdulo, estudo independente, curso, programa, e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenao de um orientador.

Para tanto, devemos ter em mente que por mais delicado que seja a produo de um trabalho de cunho cientfico, a sua divulgao/publicao em eventos e/ou peridicos conduz a um retorno significativo para os alunos (ou os j graduados) que pretendem enriquecer o seu currculo e mostrar o seu potencial, atravs da difuso do conhecimento.

4 REDAO DE TEXTOS CIENTFICOS

Fonte: AZEVEDO, Israel. O prazer da produo cientfica. 10. ed. So Paulo: Hagnos, 2001.

O texto cientfico, independentemente de sua genealogia ou teleologia, constitui um gnero prprio. Nele e por ele, o autor apresenta os resultados de sua pesquisa, que , no fundo, um pretexto para comunicar suas ideias. Como todo texto, a comunicao cientfica tambm visa persuaso. Isto no implica em ceder ao fcil para convencer. Significa escrever de forma inteligvel. Mais que isso; significa escrever para provocar satisfao em sua leitura e o prazer est, precisamente, no estilo.

O conhecimento cientfico est voltado para a interpretao e transformao da realidade. Com isso, toda interpretao um esforo para ordenar o caos. O texto o estgio final deste processo e, a partir da, o que vier a ocorrer independe dele, embora nascido de sua leitura.

A aceitao destes pressupostos impe maior responsabilidade ao autor. Seu texto ter que perseguir os princpios bsicos de qualquer comunicao, como clareza, conciso, correo, encadeamento, consistncia, contundncia, preciso, originalidade e fidelidade, entre outros compromissos. Esta no uma tarefa menos fcil do que reunir e analisar os dados.

Um texto pode ter as virtudes essenciais da clareza, da conciso e da preciso e ser enfadonho. A advertncia que se faz aos jornalistas se aplica aos cientistas. Para tanto, h uma dimenso esttica no escrever, como no ler. Um texto para ser frudo.

Para que haja uma boa comunicao cientfica, ter de ter havido uma boa investigao cientfica, que aquela que demonstra, por parte do autor, o domnio do assunto escolhido, bem como sua capacidade de sistematizar, recriar e criticar o material eleito.

A seguir, so destacadas algumas qualidades globais da pesquisa cientfica, bem como algumas falhas comuns. Mais adiante, discutem-se as qualidades especficas do texto.

4.1 RECOMENDAES INICIAIS

Na redao do trabalho cientfico no se deve descuidar da linguagem, pois no se concebem, num tratamento cientfico escrito, certos defeitos relevantes. Assim, importa respeitar os seguintes aspectos fundamentais:

a) Correo gramatical: (convm solicitar a contribuio de um conhecedor da lngua e da gramtica para nos auxiliar);

b) Exposio clara, concisa, objetiva, condizente com a redao cientfica;

c) Cuidado em evitar perodos extensos;

d) Preocupao em redigir com um estilo capaz de equilibrar a simplicidade com o movimento, evitando o colquio excessivamente familiar e vulgar, a ironia causticante e os recursos retricos;

e) Linguagem direta;

f) Preciso e rigor com o vocabulrio tcnico, sem cair no hermetismo;

O trabalho dissertativo requer a definio de um tema, a argumentao e compreenso do mesmo, isto , o domnio de uma viso sobre o que o contextualiza. Deste modo, constitui o procedimento adequado para, a partir da pesquisa bibliogrfica, produzir-se a informao nova (SOUZA, 1997, p. 73);

A elaborao do relatrio requer a aplicao de um conjunto de tcnicas ou padres de natureza formal que auxiliam o estudante na melhora da exposio de sua argumentao, enriquecendo a discusso que estar apresentando em seu texto (SOUZA, 1997, p. 73).

Quadro 1: Gramtica Argumentao

Finalidade

Conjunes e locues conjuntivas

Expressar ideias similares ou equivalentes e estabelecer uma relao de soma aos dois termos ou s duas oraes

E, nem, (tanto...) como ou (tanto) quanto. (No s...) mas tambm, mais ainda, seno, tambm, como tambm.

(aditivas).

Expressar contrastes, compensao, isto , ideias que se opem ou contrastam entre si.

Mas, porm, todavia, entretanto, contudo, seno. No entanto, ao passo que, apesar disso, no obstante. (adversativas).

Expressar uma relao de excluso ou alternncia entre os dois termos ou entre as duas oraes, que no podem ser simultneos.

Ou...ou, ora...ora, j...j, quer ...quer, seja...seja. (alternativas).

Expressar ideias conclusivas.

Assim, logo, portanto, por isso, por conseguinte, por consequncia.

Expressar o motivo, a explicao do primeiro termo ou da primeira orao.

Que, porquanto, pois, porque. (explicativas)

Introduzir oraes que expressam hiptese ou condio.

Se, caso, contanto que, desde que, salvo se, a menos que, a no ser que, dado que, sem que. (condicionais).

Introduzir oraes que indicam circunstncias de causa.

Porque, pois, que, como, porquanto, j que, uma vez que, visto que, visto como, desde que. (causais).

Introduzir oraes que funciona como o segundo elemento de uma comparao.

Como, que, tal, (to...ou tanto...) quanto, bem como, assim como, o mesmo que, (mais, menos, maior, menor, melhor ou pior...) que. (comparativas).

Introduzir oraes que indicam acordo ou conformidade.

Conforme, como, segundo, consoante (conformativas).

Introduzir oraes que indicam uma consequncia do fato traduzido na orao anterior.

(tal, tanto, to ou tamanho...) que, de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira que.

Introduzir oraes que expressam circunstncia de finalidade.

Porque (=para que), que (=para que), para que, a fim de que.

Introduzir oraes que expressam algum sentido de contrariedade, a qual, no entanto, no impede que o fato se realize.

Embora, ainda que, mesmo que, mesmo quando, se bem que, por mais que, por muito que, por menos que, nem que, dado que, sem que (=embora no), apesar de. (concessivas)

Introduzir oraes que expressam simultaneidade, concomitncia.

medida que, proporo que, ao passo que, quando mais...mais, quanto menos...menos. (proporcionais)

Introduzir oraes que exprimem circunstncias de tempo.

Quando, mal, apenas, logo que, assim que, antes que, depois que, at que, depois que, at que, agora que, sempre que, cada vez que, desde que. (temporais).

Fonte: Mesquita (1995, p. 366-370)

4.2 QUALIDADES DA INVESTIGAO CIENTFICA

4.3 DELIMITAO PRECISA

Para que a pesquisa tenha direo e possa ser aferida, o objeto (ou problema ou assunto) a ser investigado deve estar bem delimitado. Isto significa que precisa estar adequadamente circunscrito (quanto ao tempo e ao espao), definido (quanto s categorias que emprega) e especificado (em relao rea maior do conhecimento em que se inscreve).

Boa parte das intenes de pesquisa no se materializa pela falta de uma delimitao precisa. Mesmo quando levada a cabo, a ausncia deste pr-requisito dificulta a elaborao da comunicao dos dados. Mesmo quando esta comunicao concluda, o leitor ainda se pergunta sobre o que, afinal, pretendeu o autor.

Uma delimitao precisa o primeiro passo para a adequada conduo de uma pesquisa. Por ela, o assunto tratado se torna reconhecvel e claro, tanto para o autor quanto para os leitores.

4.4 RELEVNCIA TEMTICA

O tema a ser tratado deve ter relevncia e ser desenvolvido por meio da apresentao de dados e discusso de ideias.

Assim, relevante o tema que amplia os horizontes do conhecimento acerca de um objeto. Para isso, deve ser original. Mesmo uma reviso bibliogrfica pode preencher este requisito, se reunir o material sob um eixo novo. De igual modo, relevante o tema cujo conhecimento faz alguma diferena da vida das pessoas, mesmo que elas no o percebam.

4.5 FUNDAMENTAO TERICA

O autor deve ter em mente que a pesquisa cientfica um processo que consiste em interpretar fatos segundo um referencial terico. O resultado , entre outras facetas, o acmulo e a predio, o que contribui para a ampliao dos horizontes do prprio referencial terico, num fluxo de retroalimentao constante.

Cabe ao autor enunciar e fundamentar seu marco terico. O sentido deste marco varia de rea para rea do conhecimento. De qualquer modo, sempre dir respeito ao modo de observar e interpretar a realidade. J que ningum pesquisa ou escreve sem este quadro terico, ele precisa ser explicado.

4.6 CLAREZA NOS PROCEDIMENTOS

Uma boa investigao indica com clareza os procedimentos adotados, especialmente as hipteses de trabalho (que devem ser especficas, plausveis, relacionadas com uma teoria e a referncia empricas) e os modelos de anlise (sejam eles descritivos, explanatrios ou prescritivos). Esses procedimentos devem permitir a verificabilidade dos dados, para consentir a aceitao ou contestao das concluses fornecidas. Alguns autores os chamam de mtodo ou metodologia.

4.7 RIGOR DOCUMENTAL

Um dos elementos essenciais na comunicao cientfica o rigor na documentao, entendido como a apresentao de informaes sobre as fontes dos dados, sejam eles obtidos pela observao ou pela leitura de autores. A documentao deve ser apresentada segundo regras normativas universais e coerentes que permitam com facilidade e preciso a identificao dessas fontes. Esse rigor um dever tico indiscutvel e uma condio indispensvel para a verificabilidade dos dados.

4.8 ORGANIZAO LGICA

O material deve ser apresentado numa sequncia lgica. Cada tipo de estudo pede um tipo de sequncia. Alguns elementos so essenciais nessa apresentao: introduo, reviso de literatura, materiais e mtodos, resultados e consideraes finais.

Na introduo, cuida-se de delimitar e explicitar o tema, bem como indicar o quadro terico da pesquisa. Na reviso da literatura, faz-se um inventrio do estatuto do conhecimento acerca do estudo, a partir dos autores mais expressivos. Na seo materiais e mtodos, oferecem-se os procedimentos empregados na coleta e na anlise dos dados. Nos resultados, descrevem-se os dados levantados, os quais sero analisados na seo seguinte: discusso. As consideraes finais servem a uma reviso geral do material apresentado e a uma indicao de potenciais desdobramentos da pesquisa.

4.9 ESTILO APURADO

O texto deve ser escrito de modo apurado. Isto significa to somente dizer que precisa ser redigido de modo gramaticalmente correto, fraseologicamente claro, terminologicamente preciso e estilisticamente agradvel.

4.10 FALHAS COMUNS NA INVESTIGAO CIENTFICA

4.10.1 Falta de Clareza nos propsitos

O autor deve ter sempre em mente seus objetivos na conduo da pesquisa, por isso, ser til explicar os objetivos da investigao. Do contrrio, o leitor poder ficar com a sensao de no ter entendido onde o autor quer chegar.

4.10.2 Falta de originalidade do material

Desde a escolha do tema at a redao do texto final, passando pela definio do referncial de anlise e pela prpria anlise propriamente dita, o trabalho deve evidenciar originalidade. Uma comunicao cientfica, mesmo um captulo de reviso de literatura, precisa do toque pessoal do seu criador. H que ser sempre uma tentativa prpria de contribuio para a compreenso do objeto investigado.

4.10.3 M organizao do material expositivo

Os captulos devem ser organizados de modo lgico, coerente e harmnico. Captulos muito longos devem ser divididos.

4.10.4 Repetio de palavras, conceitos e informaes

A remisso s informaes j apresentadas deve ser mnima e apenas para recordar o leitor, de quem no se deve abusar da pacincia sob qualquer pretexto.

4.10.5 Desatualizao bibliogrfica

Alm de abundantes, as fontes devem ser atualizadas e adequadas. O compromisso de um pesquisador fazer avanar o conhecimento e no apenas repeti-lo. Por isso, para estar em dia com este conhecimento, precisa estar atualizado com as fontes, sejam artigos, monografias, ou teses. O critrio da adequao deve acompanhar o da atualizao.

4.10.6 Excessiva dependncia das fontes

Os autores e materiais utilizados devem ser usados criticamente, mantida uma distncia entre eles e o autor do novo texto. Um texto cientfico no e nem pode parecer uma colagem.

4.10.7 Incorreo ou incoerncia no sistema de referenciao das fontes

Seja qual for o sistema usado, deve seguir as normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT).

4.10.8 Dimenso excessivamente longa de ttulos de captulos ou tpicos

Os ttulos, subttulos e entrettulos devem ser apenas indicativos do contedo que se seguir; no devem pretender sintetiz-lo.

4.10.9 Inadequao da definio de termos

Os termos empregados devem ser explicitados, se isto for imprescindvel. Se forem de domnio comum, devem ser utilizados de modo consistente ao longo do texto.

Essas qualidades e essas falhas exigem cuidado por parte do autor, que deve se lembrar que o que escrito sem esforo lido sem prazer.

4.11 PRINCPIOS DE COMUNICAO

4.11.1 Escreva para ser lido

Por isso, pressuponha que est escrevendo para pessoas com interesses variados. No tenha em mente apenas o professor da disciplina que solicitou o trabalho ou o orientador da pesquisa ou a banca que a julgar.

Seu texto deve evidenciar que voc escreveu algo que vale a pena ser lido. Para tanto, voc precisa acreditar na relevncia da sua pesquisa e na qualidade do seu texto. Se no acredita, mude de assunto. No escreva para provocar sono, mas para incendiar a imaginao.

4.11.2 Procure o melhor modo de comunicar suas ideias

Se suas ideias valem a pena, procure o melhor meio para atrair e para informar o leitor. Cada tipo de pesquisa exige um tipo de relatrio. Descubra-o. H vrias maneiras de dizer uma coisa: procure a melhor. Se, por exemplo, no seu texto h predominncia de dados numricos, organize-os em tabelas e grficos, tomando o cuidado de no repetir no texto os dados apresentados na ilustrao; ocupe-se da sua interpretao.

4.11.3 Seja original

H sempre uma pilha de artigos e livros sobre a mesa dos leitores. Para selecionar os que sero lidos, eles vo folhear os textos candidatos e, por fim, lero aqueles que lhes parecerem mais originais.

A originalidade est no tratamento do assunto, desenvolvido de um modo que ainda no foi experimentado. A originalidade est numa redao autnoma, agradvel e criativa. Escrever de modo autnomo redigir numa perspectiva pessoal, transformando o material em mos numa obra do esprito e no numa colcha de retalhos alheios, reescrevendo (a maioria) e transcrevendo (quando indispensvel) as ideias contidas nas fontes. Escrever de modo agradvel redigir de forma a despertar no leitor o prazer da leitura; escrever de modo criativo construir as frases de jeito a realar os aspectos novos do problema tratado.

Originalidade tambm riqueza vocabular, que se na manifesta na recusa ao uso das frases feitas, dos lugares-comuns e dos jarges profissionais. Por isso, seja rigoroso na escolha das palavras. No basta que seu texto contenha ideias; ele precisa se desenvolver por meio de um rico vocabulrio. Essa riqueza permitir evitar a cansativa repetio de palavras, que revela apenas a escassez vocabular do autor, embora o leitor geralmente a confunda com indigncia mental mesmo.

Em sntese, original o texto que reflete uma imagem nova, uma relao indita, um pensamento raro.

4.11.4 Cultive a simplicidade

Quanto mais se conhece a lngua, mais se escreve com simplicidade.

Escrever bem no escrever difcil: provocar sensaes nos leitores. A melhor remunerao para um autor despertar no leitor o seguinte comentrio: "eu gostaria de ter escrito este texto".

Quem escreve bem, despreza o enfeite gratuito (seja um adjetivo ou frase rebuscada), a falsa erudio (com citaes desnecessrias e conceitos confusos), as frases empoladas (que apenas do a impresso de brilho), o vocabulrio pernstico (cheio de palavras de uso raro, quando h as de uso comum e de mesma eficcia), entre outras afetaes. No permita, por exemplo, que os adjetivos se tornem como os chocalhos das vacas destruidores de cerca, que s servem para fazer barulho. Em resumo, o texto deve ser elegante, conquanto no haja elegncia sem simplicidade.

4.11.5 Qualidades a serem alcanadas

O texto cientfico deve ser redigido seguindo-se aqueles cuidados que lhe confiram clareza, conciso, coerncia, correo e preciso, entre outras qualidades.

4.11.6 Clareza - escreva para ser entendido

Todo texto deve ser escrito para ser entendido, at mesmo os dirios ntimos. Na comunicao cientfica este um princpio ureo a ser buscado. Por isso, a eventual dificuldade do leitor pode residir na compreenso do assunto, por vezes complexo, jamais na obscuridade do raciocnio do autor.

Um pensamento claro gera um texto claro, escrito segundo a ordem natural do pensamento e das regras gramaticais. Dito de outro modo, "escreve claro quem concebe ou imagina claro". No escreva de modo a merecer a ironia de que "os escritores nebulosos tm um Deus parte" e "talvez por isso no se do ao trabalho de filtrar seu pensamento".

Ser claro no escrever de modo bvio. No renunciar originalidade e profundidade. Sob a clareza de um texto devem estar as ideias mais densas. A profundidade, que todo autor de texto cientfico almeja, no alcanada com hermetismo. Alis, h autores que escrevem num dialeto prprio, como se sua leitura exigisse a presena permanente de um tradutor.

Um bom teste para a clareza do seu texto solicitar sua leitura por outra pessoa. Se ela fizer alguma pergunta, no responda. Tome o texto e o reescreva. Depois, repita o teste.

4.11.7 Conciso - procure dizer o mximo no mnimo

A clareza concorre para a conciso. Qualquer texto, principalmente o cientfico, precisa dizer o mximo no menor nmero possvel de palavras. Um dos critrios para a aceitao de original para a publicao (de artigos e livros) a extenso do texto. Quanto maior, menores sero as suas chances. Ademais, um autor seguro do que quer dizer no se perde em meio s suas palavras, que so um meio de dizer, e no um fim. Assim, por exemplo, no escreva: "autores como lay e loy relatam que as decises"; prefira a conciso: "para lay e loy, as decises". Tambm no diga: "isto envolve a necessidade de um novo estudo"; diga logo: "isto requer um novo estudo".

Se verdade que a clareza concorre para a conciso, igualmente o que a conciso concorre para a clareza.

A conciso se obtm com o exerccio de reescrever. A cada vez que se faz isso, descobre-se uma repetio de ideias ou de palavras, nota-se um vocbulo suprfluo encontra-se uma maneira de dizer a mesma coisa com menos palavras.

4.11.8 Correo - escreva em portugus

Todo texto tem um estilo prprio, mas a gramtica sempre a mesma para todos os textos. O estilo depende da correo da linguagem. Neste sentido, a qualidade gramatical de textos cientficos, mesmo de alguns publicados, est muito aqum do nvel das ideias que apresenta, ao ponto de, s vezes, impedir a compreenso dessas mesmas ideias. Assim, a lngua, seja aquela usada no dia-a-dia das pessoas, seja a empregada na imprensa, seja aquela pela qual se expressam professores e alunos, vem sendo objetos de involuntrios, mas violentos maus-tratos. Como acentuou George Orwell, referindo-se ao idioma ingls, a lngua se torna feia e imprecisa porque as ideias so tolas, mas a falta de apuro da linguagem contribui para que se tenha ideias tolas. Por isso, "nada tem de frvola a guerra ao mau uso da lngua'.

Os maiores cuidados devem ser tomados em trs dimenses principais: a ortografia, a concordncia e a pontuao. A ortografia, os editores de texto, com seus corretores eletrnicos, j resolveram; no h dvida que um dicionrio no possa responder. A concordncia e a pontuao. A autovigilncia um dever. Solicitar a ajuda de quem no tem este tipo de dificuldade outro recurso. Contudo, depois que receber a primeira correo, o melhor caminho dedicar-se ao estudo da gramtica nos pontos crticos. Aprender mais fcil do que depender de terceiros, permanentemente.

4.11.9 Preciso - seja preciso nas palavras e nos conceitos

A preciso conceitual e terminolgica absolutamente indispensvel na comunicao cientfica. A ambiguidade lxica inaceitvel. Quando os termos so usados na sua acepo universal, no precisam de definio. No entanto, quando empregados numa concepo particular, devem ser definidos num glossrio ou numa nota-de-rodap.

A preciso exige que se busque a palavra certa. Enquanto essa palavra no encontrada, o texto tende a se delongar, no temor de no ter sido claro.

4.11.10 Consistncia - mantenha coerncia nos termos

Devemos usar, ao longo do texto, os tempos verbais, os pronomes de autotratamento e as grafias especiais, de um modo coerente.

Para os tempos verbais, deve-se preferir a voz ativa. Muitos autores optam, por exemplo, por descrever fatos do passado no presente do indicativo. um recurso estilstico aceitvel, o problema quando o pretrito e o futuro so usados para descrever o mesmo tipo de situao. Esta inconsistncia nada tem de elegante.

De igual modo, os pronomes ou palavras que o autor usa para se referir a si mesmo devem guardar o mesmo cuidado. Para se referir a si mesmo, como pesquisador, o autor pode escolher um tratamento (eu, ns, o pesquisador", "este pesquisador") ou buscar a impessoalidade ("a pesquisa pretende"; "pretende-se"). O importante manter a escolha coerentemente ao longo de todo o trabalho.

O mesmo cuidado se aplica ao uso de numerais, grafia de palavras estrangeiras, formatao das citaes, s notas bibliogrficas, etc.

4.11.11 Contundncia - Provoque o leitor

O texto deve ir direto ao ponto, afirmando o que tem que ser afirmado, negando o que tem que ser negado, sem circunlquios, sem eufemismos e sem explicaes desnecessrias.

As afirmaes devem ser fortes, seja para criar impacto e persuadir, seja para marcar as posies do autor. A frase deve ser vigorosa e no frouxa. Assim, em lugar de dizer vagamente, por exemplo, "parece-me que a escola, devido talvez a problemas de administrao, est em dificuldades financeiras", melhor redigir: "os balancetes demonstram que a escola est em dificuldades financeiras".

4.11.12 Originalidade - seja original

Evite as frases feitas, as ideias batidas e as expresses vazias de novidade. H sempre uma maneira diferente de dizer as mesmas coisas. Procure, at encontrar.

4.11.13 Correo poltica - escreva de modo politicamente correto

Sem fazer disso uma obsesso, procure ser o mais politicamente correto que conseguir, luz dos seus conhecimentos, especialmente os etimolgicos.

Escreva de modo "eticamente correto", para evitar o uso de expresses que sejam ofensivas a grupos, especialmente, os minoritrios. Afaste-se do emprego de expresses de conotao etnocentrista, especialmente as de cunho poltico (como "classes desfavorecidas"), sexista e racista (como "judiar" ou "denegrir"). Fique atento, mas no se desespere.

4.11.14 Fidelidade - seja honesto com o assunto, com as fontes e com o leitor

Na argumentao e no uso das fontes, o texto deve seguir parmetros que impliquem em respeito ao objeto de estudo e s fontes empregadas.

Na argumentao, no se deve apelar a falcias lgicas, como as que esto exemplificadas a seguir.

- argumentum ad populum: apelo vaidade do leitor ("quem for inteligente, concordar com a nossa hiptese"; "somente um leigo afirmaria);

- argumentum ad misericordiam: apelo bondade do leitor para relevar falhas do redator: ("gostaria de ter me aprofundado no assunto, mas no foi possvel"; "em virtude da escassez de tempo, no foi possvel").

- argumentum ad verecundiam: apelo autoridade de um autor: ("porque Dermeval Saviani disse...);

No uso das fontes, faa tudo o que estiver ao seu alcance para no distorcer os que os autores quiseram dizer. Ao anotar as informaes, cuide dos detalhes, de modo a lhe permitir indicar meticulosamente todas as elipses e interpolaes.

4.11.15 Para escrever melhor

Procure ser claro e conciso. Para tanto, cuide de escrever frases breves, pargrafos curtos e captulos enxutos. O alvo deve ser dizer o mximo com o menor nmero possvel de palavras. Tenha sempre em mente que o melhor texto aquele que apresenta os resultados no menor nmero possvel de palavras. Se voc pode usar uma palavra em lugar de duas, use uma e no duas. Busque a qualidade, no a quantidade de palavras.

Na busca deste ideal, considere as seguintes recomendaes:

A FRASE - No sobrecarregue uma frase com dados e ideias. Cada' frase deve conter apenas uma ideia forte e a informao indispensvel, tanto para o autor quanto para o leitor. No se deve acumular numa mesma frase ideias que no se relacionam e que podem compor outra frase.

No torne desnecessariamente longas as frases, especialmente com apelos fceis a recursos como gerndios ("sendo que", "fazendo com que") e pronomes relativos ("o qual", "cujo"), entre outros. Abstenha-se de superlativos, aumentativos, diminutivos e adjetivos em demasia.

O PARGRAFO - De igual modo, os pargrafos tambm no devem ser longos. Diante deles, a tendncia dos leitores passar para o prximo. Embora um pargrafo deva conter uma idia completa, por vezes ser melhor quebr-lo em nome do interesse do leitor, que dificilmente tolera um pargrafo com mais de linhas. As qualidades bsicas de um bom pargrafo so a unidade (contendo uma nica idia), a coerncia (com as frases conectando-se entre si) e a nfase (com destaque para a ideia principal). Alteramos o pargrafo, somente, quando a argumentao sobre o tema central mudar. Deste modo, nunca mudamos de assunto; alteramos, simplesmente, a forma de abord-lo.

O CAPTULO - Os mesmos cuidados devem ser considerados para a extenso dos captulos, que no devem ser excessivamente longos. recomendvel que contenham tpicos identificados por entrettulos. A sua numerao sequencial no indispensvel, todavia imprescindvel que haja uma hierarquia entre eles, demonstradas pela numerao ou pelo uso de tipos de letra diferentes. bom tambm que os captulos guardem um certo equilbrio quantitativo entre eles.

O ENCADEAMENTO - Encadeie as frases, os pargrafos, os tpicos e os captulos entre si. Procure tornar cada frase um desenvolvimento do que veio antes, numa sequncia lgica, tanto para explicar, quanto para demonstrar, detalhar, restringir ou negar. Cada pargrafo deve estar em harmonia e em tranquila transio com o anterior e com o posterior. O mesmo vale para tpicos e captulos. Faa o texto fluir naturalmente e no andar aos solavancos.

As partes (frases, pargrafos, tpicos e captulos) devem "ligar-se no com barbantes, mas com a lgica das ideias, pela fora do pensamento". Lembre-se que a construo de um texto se assemelha ao trabalho de um pedreiro: "cada tijolo apoia o que lhe posto em cima e nenhum deve atrapalhar a harmonia do conjunto". Trata-se de observar a lgica, o equilbrio e a proporo.

Para alcanar essas qualidades, por vezes, ser necessrio reescrever o texto at que alcance a conciso indispensvel, que sempre concorre para a clareza, meta permanente de quem escreve.

4.11.16 A escolha das palavras

Pese cada palavra antes de escolh-la. Lembre-se que toda palavra tem um peso que varia segundo sua expressividade e "de acordo com sua capacidade de sintetizar uma informao", que deve ser precisa, concisa e clara.

H uma especificidade nos textos cientficos, que, no entanto, mantm caractersticas gerais, para serem compreendidos. Alguns aspectos especficos so aqui considerados.

VOCABULRIO TCNICO - Os termos utilizados devem ser precisos. Se isto se constitui o que se convencionou chamar de vocabulrio tcnico, no tenha receio de empreg-lo. Os termos tcnicos, por sua aceitao universal, evitam o rodeio de palavras. O problema, portanto, no o tecnicismo (uso de vocabulrio especfico de uma rea do conhecimento), mas a tcnica (o abuso deste vocabulrio desnecessariamente, apenas para demonstrar erudio). Portanto, use esses termos, quando forem necessrios e familiares audincia. Se forem palavras e expresses brasileiras, no ser preciso asp-Ios.

JARGES - No confunda termo tcnico com jargo, aqui entendido como a linguagem de um determinado grupo. O jargo acaba se tornando uma espcie de dialeto inteligvel s para os iniciados. Trata-se de uma linguagem burocrtica que no necessariamente demanda o uso de termos especializados. O jargo, pela sua capacidade de nada dizer, deve ser evitado.

EUFEMISMOS - A linguagem acadmica no admite eufemismos. Evite-os. As pessoas no "falecem"; elas "morrem" mesmo.

GRIAS - S devem ser empregadas se forem transcrio de depoimentos.

NEOLOGISMOS - Resista tentao de cri-Ios. No se deixe seduzir pelo fato de que uma boa palavra para o termo j exista em lngua estrangeira, especialmente o ingls. Veja primeiro se a lngua portuguesa j no tem o termo de que voc precisa. Percorra primeiro o dicionrio. Se, de fato, for necessria, sua construo, seja parcimonioso. Consulte bons autores. Se for o caso, justifique a criao numa nota-de-rodap.

4.11.17 Grafias especiais

A seguir, para apoi-lo na produo de um texto melhor, oferecem-se algumas regras especficas consagradas pelo uso, para alguns tipos de palavras e expresses.

ABREVIATURAS E SIGLAS - No se abreviam palavras no texto, exceto ttulos de tratamento, pesos, medidas e siglas de instituies e partidos.

ABREVIATURAS - No caso de ttulos de tratamento, devem ser escritos preferentemente de forma abreviada e sem qualquer destaque tipogrfico. [Ex.: Prof., Profa., Sr., Sra., Dr., Dra., Cel., Excia., etc.]

Pesos, medidas, dias e horas tambm devem ser abreviados, com espao entre o valor e a unidade de medida, mas sem pontuao interna e sem plural. [Ex. 1 km, 4 km; 1 m, 30 m; 1 kg, 55 kg; 11, 331; 5 feira; 16 h, 16h 15min 13s]

SIGLAS - Para a primeira ocorrncia, o nome da instituio deve vir por extenso, seguido de sigla entre parnteses. [Ex.: Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).] Quando o nome da sigla for mais conhecido, faz-se o procedimento inverso. [Capes (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior).] Em alguns casos, nem isso necessrio, quando as siglas alcanam o status de marcas [Ex.: Varig, Petrobrs] ou representam partidos polticos. [Ex.: PT, PMDB, Prona.] As siglas com mais de trs letras devem ser grafados em letras minsculas [Exemplos: Unimep, Banespa, Capes, USP, IBM, MEC], exceto quando cada letra for pronunciada parte [Ex.: CNPq, BNDES].

Quando houver uma profuso de siglas, recomendvel, no incio do texto, apresentar uma lista delas (tambm neologisticamente chamada de siglrio), a exemplo do que se faz com tabelas e grficos.

NUMERAIS - A regra bsica graf-Ios por extenso at dez e com algarismos a partir de 11, tanto para os cardinais quanto para os ordinais.

No caso dos cardinais, as excees regra so "cem", "mil", "milho" e "bilho", pela simples razo que facilita a leitura. Se no pargrafo, h nmeros abaixo e acima de 11, prefervel escrev-Ios com algarismos. A partir de mil, use ponto para os milhares, exceto na indicao de anos. No caso de datas, no necessrio empregar O para dias e meses. Nmeros fracionrios devem vir por extenso.

Use algarismo romanos apenas para ttulos de reis e papas [Ex.: Lus XV] e nomes oficiais [Ex.: I Exrcito, XV de Novembro]. Nos demais casos, fique com os arbicos [Ex.: Primeira Guerra Mundial, 140 Congresso de Filologia]. Para a meno a sculo, por exemplo, prefira algarismos arbicos. [Ex.: sculo 10, sculo 12].

No se deve comear o perodo com numerais. Se isto for necessrio, o nmero deve vir por extenso. O melhor inverter a ordem da frase e no colocar entre parnteses o nmero por extenso. Deve-se tomar muito cuidado com a concordncia.

PALAVRAS EM LATIM- No caso de nomes cientficos em latim, a conveno graf-Ios em itlico, com a primeira palavra comeando com letra maiscula [Ex.: Homo sapiens]. Quanto a outras expresses em latim, use itlico ou aspas [Ex.: status quo, status quo]

Cuidado com aquelas palavras latinas que tm a mesma pronncia em portugus, mas so grafadas diferentemente, devendo aparecer em itlico. [Ex.: campus, campi, strito sensu, lato sensu].

Palavras em outros idiomas NO so mais grafadas em italico [Ex: Perfomance CERTO; Perfomance - ERRADO]

PALAVRAS COM HFEN - As regras para a grafia de palavras compostas (com hfen) so bastante claras, embora seu domnio no seja muito comum. (Saiba mais em: ).

NOMES DE OBRAS E AUTORES - Os ttulos das obras citadas, quando aparecem no texto, devem vir entre aspas ou em itlico, em letras normais. Escolha um destes cuidados e o mantenha ao longo do trabalho. Os nomes dos autores devem aparecer sem qualquer destaque. Algumas normas exigem-nos em letras maisculas. Neste caso, siga-as, embora enfeiem o texto.

4.11.18 OUTROS CUIDADOS

Evite abusar de destaques (negritos, itlicos, sublinhados, maisculas). Escreva de tal modo que a nfase decorra da impresso que o texto provoca no leitor.

Evite apelar para generalizaes (do tipo "a maioria acha", "todos sabem"). Seja preciso nas suas informaes.

Evite recorrer, mesmo que involuntariamente, a modismos lingusticos, como "em nvel de", "colocao", "Gadotti vai dizer que..., etc. Essas expresses do jargo universitrio so vagas e imprecisas.

Evite as redundncias, como "os alunos so a razo de ser da Escola Prof. Pegado". Em alguma escola, os alunos no so a sua razo de ser? Cada frase deve ser produto de uma reflexo.

Evite repetir conceitos ao longo do texto e palavras na frase (basta uma vez). Use sinnimos.

Evite perder-se em pormenores, detalhando superfluamente, e tratar de assuntos alheios ao problema em considerao, o que redunda em superficialidade e prolixidade.

Evite as frases feitas.

Evite empregar palavras rebuscadas, sejam neologismos, sejam vocbulos dicionarizados, que paream demonstrar erudio. [ Ex.: conformamente, objetivar; obstaculizar, oportunizar; etc.]

Evite expresses que datam o texto, como "recentemente", "corrente ano", "neste ms". No deixe que seu texto envelhea logo. Considere que o seu texto ter uma vida longa.

4.12 CUIDADO COM ESSAS PALAVRAS E EXPRESSES

Segue, agora, uma lista de palavras e expresses que so objeto de dvidas, cuja consulta pode ser til.

Azevedo (2000) pede cuidado com certas palavras e expresses perigosas e apresenta um rol delas, que se encontra, parcialmente, transcrito a seguir:

Quadro 2: Expresses que exigem cuidado na escrita

Expresso

Cuidado

Sugesto

A maior parte (...) surgiram

Concorda com o coletivo

A maior parte (...) surgiu.

A maioria (...) afirmam

Concordncia condenvel

A maioria (...) afirma

medida em que

Errado

medida que

nvel de

a nvel de simplesmente no existe apesar de seu uso geral, por influncia do espanhol

Em nvel de, em termos de

Antes de mais nada

possvel algo antes do mais nada

A ponto do/da

Ao ponto de

Errado

A ponto de o/a

Ao invs de

Quer dizer ao contrrio de e no em lugar de

Apesar de

Apesar do

A contratao dificulta a identificao do sujeito

Apesar de o autor achar que

Assim como

Bem como

O verbo deve concordar com o primeiro sujeito

O professor, bem como o aluno, sabe da verdade.

At porque o autor

at desnecessrio

Porque o autor

Bimensal

duas vezes por ms

Bimestral

de dois em dois meses

Cerca de

Concorde com o numeral

Cerca de 200 pessoas compareceram

Citar

Deve ser usado apenas para referncia a citaes

Mencionar

Colocao

Evite a frase feita o autor faz a seguinte colocao

O autor observa que

Com exceo de

Prefira a conciso

Exceto

Dar conta de

Frase feita evite

De encontro a

Quer dizer contra.

No confunda com ao encontro de

Deixar claro

Concorda com o objeto

Deixar claras as coisas

Dentro

um adjunto adverbial de lugar evite frases como dentro do processo de marketing empresarial

Como parte de um processo de marketing empresarial

Denegrir

Palavra politicamente incorreta e preconceituosa

Desapercebido

Significa desprevenido

Despercebido

Significa desatento

Desde um ponto de vista

desde uma preposio para indicar tempo

De vez que

de vez quer dizer de maneira decisiva

Uma vez que ou vez que

Dia-a-dia

Indica rotina

Dia a dia

Equivale a diariamente

Durante o tempo em que

Prefira a conciso

Enquanto

Elo de ligao

Redundncia, pois todo elo de ligao

Elo

Em vez de

Quer dizer em lugar de e no ao contrrio de

Embasamento

Embasar

Brasileirismo nada eufnico

Fundamentao: fundamentar

Enquanto

adjunto adverbial de tempo. Evite enquanto pesquisador

Na condio de pesquisador... (como pesquisador) penso que

Errio pblico

Todo errio pblico

Errio

Excesso

Erro crasso

Exceo

Face a

Locuo inexistente

Em face de

Fazem dez anos

O verbo impessoal

Faz dez anos que...

Frente a

Locuo inexistente

Em frente de, diante de

Frum/Fruns

Exige acento

Garantir

Modismo lingstico

Use sinnimos

Grande nmero

Concordncia singular

Grosso modo

E no a grosso modo

H anos atrs

Se aconteceu h anos, s pode ser atrs

H anos

Haja visto

Errado

Haja vista

Item

No tem acento

Judiar

Palavra politicamente inaceitvel, por preconceituosa contra os judeus

Latu sensu

Errado

Lato sensu

Matria-prima

Palavra composta, exige hfen

Na medida em que

Errado

Na medida que

Obra-prima

Palavra composta, exige hfen

Onde

Use somente para lugar

No escreva no sentido em que, na qual

Em que, na qual

Ou seja

No deve comear frase

Em outras palavras

Paralelo a isto

Evite

Paralelamente a isto

Por sob

Locuo inexistente

Sob

Pra

No necessrio o acento

Praticar preo

Modismo; evite

Cobrar

Quorum

No acentuada

Palavra latina

Quorum

Resgate histrico

Lugar comum; evite

Sendo que

Evite

Scritu sensu

Errado

Stricto sensu

Somente um leigo afirmaria

Deselegante

Suscinto

Errado

Sucinto

Sumarizar

De fazer resumo

Sumariar

Tanto quanto/tanto como

Prefira o verbo no plural

Tanto o professor quanto o aluno optou por

Todo um processo

Evite

Um processo

Um grupo de (...) entrevistaram

Um grupo de (...) entrevistou

Uma grande quantidade

Prefira a conciso

Muitos

Via de regra

Lugar comum

Geralmente

Vigir

Errado

Viger

Fonte: Azevedo (2000, p. 129-133)

4.13 DICAS PARA REDAO DA REVISO DE LITERATURA:

ANTES DO AUTOR

Citando

Contempla

Para

Como afirma

Na concepo de

Parafraseando

Conforme

Na viso de

Sob o ponto de vista de

De acordo com

Nas palavras de

A esse respeito

Em concordncia com

No entender

Segundo

Na afirmao de

No entendimento de

Corroborando com o pensamento de

Na compreenso

Na compreenso

APS O AUTOR

Aborda

Conceitua

Explana

Acredita

Considera

Explica

Acrescenta

Defende

Fundamenta

Admite

No obstante

Lembra

Afirma

Define

Ressalta

Argumenta

Elucida

Salienta

Chama ateno

Entende

Sustenta

Comenta

Esclarece

CORRELAES

No tocante

No obstante

Neste contexto

Em suma

A seguir

Em ltima anlise

Concomitante a

Na sequncia

Por analogia

Deste modo

No entanto

Analogamente

importante ressaltar

Sendo assim

Quanto a

importante lembrar

Contudo

Face a isto

vlido ressaltar que

Levando em conta

Concernente a

vlido lembrar que

Percebe-se

No que se refere a

imperativo afirmar que

Em relao a tal aspecto

Percebe-se

imperativo ressaltar

Da mesma forma

Verifica-se

imperativo abordar

Da mesma maneira

Identifica-se

imperativo lembrar

Alm disso

Contemplando

O autor supracitado

Em se tratando de

A este autor, em especial,

Acontece apenas que

Ao lado de

A medida que

Agora que

Ainda mais

Neste caso, depara-se com

Certa vez

5 A PESQUISA E PROJETO DE PESQUISA

De certa forma, todos ns realizamos vrios tipos de pesquisa ao longo de nossa vida. A rigor, nosso prprio aprendizado sobre a vida constitui uma srie de pequenas ou grandes pesquisas.

A pesquisa cientfica uma atividade voltada para a soluo de problemas, atravs do emprego de processos cientficos. A pesquisa parte, pois, de uma dvida ou problema e, com o uso do mtodo cientfico, busca uma resposta ou soluo.

A pesquisa cientfica a realizao concreta de uma investigao planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologias consagradas pela cincia. o mtodo de abordagem de um problema em estudo que caracteriza o aspecto cientfico de uma pesquisa.

As caractersticas almejadas para o conhecimento cientfico exigem a utilizao do mtodo e do rigor cientficos em todas as etapas de uma pesquisa, desde o seu projeto at a elaborao do relatrio final e consequente comunicao de seus resultados. Nos processos de comunicao, alguns protocolos devem ser observados, o que implica a incluso de elementos obrigatrios, utilizao de linguagem e veculos apropriados, apresentao lgica e encadeada dos assuntos, pois o conhecimento cientfico deve ser comunicvel, compartilhvel, til, aberto, aceito, racional objetivo, sistemtico, geral acumulativo, verificvel e falvel.

O pesquisador, principalmente na rea social, lida com fatos e questes que envolvem pessoas, organizaes, histrias de vida, ou seja, necessrio ter tica e algumas habilidades para que o objeto de anlise no sofra consequncias negativas. o que veremos a seguir.

A pesquisa cientfica deve ser planejada, antes de ser executada, porm o principiante pode supor que elaborar projetos perder tempo e que o melhor comear imediatamente o trabalho da pesquisa, no entanto:

[...] a experincia vai lhe ensinar que o incio de uma pesquisa, sem projeto, lanar-se improvisao, tornando o trabalho confuso, dando insegurana ao mesmo, reduplicando esforos inutilmente e que, agir desta maneira, motivo de muita pesquisa comeada e no terminada, motivo de muita pesquisa comeada e no terminada, num lastimoso esbanjamento de tempo e recursos (RUDIO, 1998, p. 45).

Para Severino (2000, p. 138), o projeto define e planeja para o prprio orientando o caminho a ser seguido no desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexo, explicitando as etapas a serem alcanadas, os instrumentos e as estratgias a serem usadas.

Neste contexto, Oliveira (1999, p. 15) considera que o projeto de pesquisa serve de guia para a realizao das etapas que devero ser cumpridas at alcanar-se o objetivo final, que a apresentao e defesa da monografia jurdica.

No entendimento de Hbner (1999, p. 39), a funo primeira do projeto esclarecer ao leitor o objetivo principal do trabalho e o caminho (mtodo) para atingi-lo, fornecendo-lhe todos os elementos essenciais para que ele julgue a importncia, pertinncia e suficincia do trabalho.

Azevedo (2000, p. 40) ressalta a importncia do projeto, afirmando que impossvel executar-se uma pesquisa sem que se faa antes o seu projeto, que consiste no planejamento das diversas etapas a serem seguidas e na definio da metodologia a ser empregada ao longo da pesquisa.

O melhor conceito operacional foi formulado por Pasold (2000, p. 133), que diz o seguinte:

O Projeto de Pesquisa o plano de intenes do investigador. Isto significa que ali, o pesquisador colocar todos os aspectos bsicos da investigao que pretende encetar, e deve faz-lo de forma organizada e em linguagem objetiva, sempre atentado para a rea de concentrao do Curso e enquadrando a sua pesquisa nas respectivas linhas de pesquisa.

Eco (1998, p. 81), Pasold (2000, p. 133) e Leite (2000, p. 104) tratam do projeto como sinnimo de plano, enquanto que Rudio (1998, p. 46) considera o projeto como um todo, j que integrado de partes que so os plano. Por fim, Ventura (2000, p. 70) afirma que o plano do trabalho e projeto responde ao planejamento concreto da execuo da pesquisa.

Os elementos da pesquisa e do projeto de pesquisa devem obedecer a ordem proposta abaixo.

5.1 A ESCOLHA DO TEMA

A escolha do tema o primeiro passo no planejamento da pesquisa, mas no o mais fcil. No faltam evidentemente, temas para a pesquisa: a dificuldade est em decidir-se por um deles. Para alguns so momentos de angstia. Temos que escolher entre tantos interesses e ainda levar em conta a viabilidade da pesquisa. O tema pode surgir de um interesse particular ou profissional, de algum estudo ou leitura ou mesmo de uma observao. s vezes, seu orientador indica o tema, vinculando sua pesquisa a outras.

O tema deve ser adequado capacidade e formao do pesquisador e corresponder s suas possibilidades, quanto ao tempo e aos recursos econmicos.

Na escolha do assunto, deve-se, igualmente, levar em conta o material bibliogrfico, que deve ser suficiente e estar disponvel.

Evite-se fixar a escolha sobre temas a respeito dos quais j existem milhes de estudos exaustivos!

O primeiro passo a escolha de qual ser Seu campo especfico de estudo. Marketing, Finanas, Recursos Humanos???

Escolhido a rea de atuao, o prximo passo a escolha do tema propriamente dito. Qual assunto? Qual objeto? Qual temtica?

Escolhido o tema, deve-se DELIMIT-LO.

Delimitar um tema selecionar um tpico ou parte a ser focalizada, por exemplo:

Diviso do tema em suas partes constitutivas

Definio da compreenso dos termos

Circunstncias temporais

Circunstncias espaciais

Enfoque

Tipo de pesquisa

O prximo passo pensar na viabilidade do projeto. tambm importante levar em considerao o tempo disponvel para a realizao da pesquisa, os custos envolvidos e a possibilidade de se chegar a uma soluo adequada.

Portanto, escolha um tema que possa ser abordado na organizao escolhida, e que esteja dentro de suas possibilidades em termos de custos, tempo e conhecimentos.

a) Voc deve ser prtico, buscar novos conhecimentos importante, mas procure um tema onde voc possa aplicar o que aprendeu no curso.

b) Deve ser vivel em termos de acesso s fontes de informao e aos dados, e do tempo disponvel;

c) Deve ser vivel em termos de custo, disponibilidade de bibliografia e de orientao;

d) Deve ser do interesse da organizao, onde ser feito o estgio, e do orientador.

5.2 O PROBLEMA DE PESQUISA

Escolhido o tema e feita sua delimitao, a fase seguinte a transformao do tema em problema. Isso pode acontecer na forma de formulao de perguntas.

O tema escolhido deve ser questionado, portanto deve o pesquisador transform-lo em problema de pesquisa, mediante seu esforo de reflexo e curiosidade. Deve levantar os problemas que o tema envolve identificar as dificuldades que ele sugere, formular perguntas e levantar hipteses. A elaborao clara do problema tambm fruto de uma reviso da literatura, pelo menos previa, e da reflexo pessoal. importante destacar que esta operao requer uma srie de pesquisas exploratrias tanto no ambiente organizacional como na literatura.

Nunca se passa diretamente da escolha do tema coleta de dados, pois as vantagens da formulao do problema so muitas:

delimita, com mais preciso, qual tipo de resposta procurar;

leva o pesquisador reflexo e maior segurana sobre o assunto;

fixa roteiros para levantamento bibliogrfico e coleta de dados;

aponta a metodologia a ser adotada.

5.3 FORMULAO DE HIPTESES

Podemos pensar em hiptese como a suposio de uma causa ou lei destinada a explicar provisoriamente um fenmeno at que os fatos a venham contradizer ou afirmar.

As hipteses tm funo prtica quando orientam o pesquisador, colocando-o na direo da causa provvel ou da lei que se procura. Para se ter hipteses plausveis, necessrio certo conhecimento sobre o assunto, por isso uma reviso bibliogrfica prvia essencial.

5.4 DEFINIO DOS OBJETIVOS

Para facilitar o processo de construo dos objetivos, conveniente ter uma pergunta ou problema de pesquisa, um problema a solucionar. Isso significa que o pesquisador deve analisar a realidade da organizao na qual ir realizar a pesquisa e encontrar nela uma questo, um problema, uma falta, cuja resposta ou soluo possa ser dada por ele dentro do perodo estipulado. Um problema de pesquisa , portanto, uma questo ou problema dentro do tema, que guiar a pesquisa e as suas atividades dentro da organizao, de forma que o objetivo deve levar a sua resposta ou soluo. Os objetivos que se tm em vista definem, muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser selecionado, a metodologia de pesquisa e o material a coletar.

Um dos critrios mais importantes na avaliao do trabalho final a medida segundo a qual os objetivos propostos foram atingidos. Para garantir esse sucesso, recomenda-se traar objetivos-meios. Isso significa diferenciar aqueles que descrevem resultados (produtos-fins mensurveis) e os que descrevem processos (meios). comum confundir os objetivos do projeto com os objetivos do programa que se est sugerindo implantar. Esses ltimos so resultados que o aluno no pode comprometer-se em alcanar. Por exemplo, indiscutvel que um plano de marketing se destine, entre outras coisas, a aumentar a fatia de mercado da empresa. No entanto, mesmo que seja possvel implantar um plano de marketing em uma empresa durante a pesquisa, improvvel que se tenha tempo de avali-lo. Neste caso, recomenda-se formular o objetivo desta forma: implantar um plano de marketing na empresa X e no aumentar a fatia de mercado da empresa X. Outro exemplo: um projeto que estava propondo o lanamento de um carto de crdito para uma loja, tinha como objetivo aumentar as vendas da empresa, mas seria mais conveniente ter como objetivo elaborar um plano para o lanamento de um carto de crdito, pois no possvel se comprometer com o real aumento das vendas.

Os enunciados dos objetivos devem comear com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ao passvel de mensurao, conforme Silva e Menezes (2005, p. 31, grifo dos autores):

a) determinar estgio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;

b) determinar estgio cognitivo de compreenso: os verbos descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever;

c) determinar estgio cognitivo de aplicao: os verbos aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traar e usar;

d) determinar estgio cognitivo de anlise: os verbos analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar;

e) determinar estgio cognitivo de sntese: os verbos articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar;

f) determinar estgio cognitivo de avaliao: os verbos apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar.

E ainda, conforme Labes (1998), algumas aes determinadas nos objetivos tambm podem ser representadas por meio dos seguintes verbos:

Quadro 3: Sugestes de verbos utilizados nos objetivos

CONHECIMENTO

COMPREENSO

APLICAO

ANLISE

SNTESE

AVALIAO

Definir

Enunciar

Citar

Relatar

Referir

Identificar

Indicar

Distinguir

Reconhecer

Definir

Organizar

Mostrar

Deduzir

Descrever

Demonstrar

Ilustrar

Interpretar

Explicar

Expor

Relacionar

Inferir

Induzir

Extrapolar

Generalizar

Resolver

Aplicar

Manejar

Empregar

Utilizar

Comprovar

Produzir

Aproveitar

Praticar

Discriminar

Localizar

Operar

Identificar

Diferenciar

Isolar

Separar

Fracionar

Decompor

Examinar

Detectar

Abstrair

Omitir

Dividir

Conceber

Narrar

Expor

Sumariar

Compilar

Compor

Simplificar

Agrupar

Combinar

Contrastar

Classificar

Gerar

Restringir

Sustentar

Justificar

Criticar

Valorizar

Escolher

Selecionar

Verificar

Constatar

Comprovar

Eleger

Medir

Precisar

Fonte: Labes (1998. p. 85)

5.4.1 Objetivos gerais

Determina, com clareza e objetividade, o propsito do pesquisador com a realizao da pesquisa. O objetivo geral possui uma viso global, abrangente, do tema.

Ex.: Analisar a percepo dos funcionrios acerca de alguns fatores de clima organizacional, como subsdio para a implementao de mudanas administrativas e gerenciais na 1 Delegacia de Polcia da Capital.

5.4.2 Objetivos especficos

definir os objetivos especficos significa aprofundar as intenes expressas nos objetivos gerais. Os objetivos especficos podem ser mais bem compreendidos como sendo etapas de soluo do problema, contidas no objetivo geral. Dessa maneira, os objetivos especficos no podem, em hiptese alguma, ultrapassar os limites estabelecidos pelo objetivo geral.

Ex.: a) identificao das polticas de recursos humanos na Secretaria de Segurana Pblica;

b) aplicao de um modelo de anlise de clima organizacional desenvolvido por Rizzatti (1995) com base nos seguintes fatores: a imagem e a avaliao; desenvolvimento da poltica de recursos humanos, benefcio e incentivos; organizao e condies de trabalho; relacionamento interpessoal dos funcionrios; sucesso poltico-administrativa e comportamento das chefias; satisfao pessoal[footnoteRef:2]. [2: Exemplos do objetivo geral e especfico tirado da dissertao de: SARTOR, F. de B. Anlise de fatores significativos do clima organizacional da Policia Civil de Santa Catarina: estudo de caso na 1 Delegacia de Policia da Capital. 141 p. Dissertao (Mestrado em Administrao) UFSC, Florianpolis, 2001.]

5.5 JUSTIFICATIVA DO TEMA

O prximo passo justific-lo, indicando a razo da escolha; a relevncia do estudo, seu significado social e sua contribuio para o aperfeioamento e crescimento da rea em questo ou para a instituio pesquisada. Algumas dicas:

Justificativa quanto importncia: sempre importante melhorar uma prtica ou programa, e estes so evidentemente os propsitos dos mtodos e tcnicas em administrao. Neste sentido, um caminho para justificar a importncia do projeto recorrer aos objetivos-fins do plano ou programa (no confunda com os objetivos do projeto) que se est querendo implementar, diagnosticar ou avaliar. Tambm interessante pontuar a quem o projeto importante? As razes podem estar relacionadas com os objetivos da empresa, com o bem-estar dos empregados, saciedade, clientes, meio ambiente, entre outros.

Justificativa quanto oportunidade: A justificativa refere-se ao momento de mudana na poltica governamental, financeira, social, levando a boa oportunidade de mudana administrativa pelas empresas.

5.6 REFERENCIAL TERICO REVISO DA LITERATURA

Este referencial consiste numa primeira abordagem do contedo terico referente ao tema, como suporte para a definio do problema e dos objetivos. Um bom referencial terico abrange contedos que possam ser considerados relevantes ou necessrios para explicar o problema, e que oriente os mtodos adotados no trabalho e os procedimentos para a coleta e anlise dos dados. Interessa rever o que pode ajudar na delimitao e apresentao da temtica, definies dos principais conceitos, abordagem, conceito e resultados alcanados por outras pesquisas sobre o assunto.

5.7 METODOLOGIA

A metodologia indica os procedimentos a serem utilizados na realizao da pesquisa. Significa descrever por quais meios os objetivos sero atingidos.

Nos trabalhos de campo, por exemplo, deve haver a indicao dos locais em que a pesquisa ser realizada, os tipos de abordagem utilizados, como: entrevistas, permanncia no campo; os instrumentos e as tcnicas a serem usadas, como: a observao, a aplicao de questionrios, formulrios, roteiros de entrevista etc. J num trabalho de pesquisa bibliogrfica, em que a leitura praticamente o nico material utilizado, o aluno/pesquisador pode explicar como pretende acessar suas fontes de consulta, fich-las, l-las e resumi-las; como pretende construir seu texto, quais linhas tericas ir abordar etc.

Pode-se afirmar que a metologia a descrio precisa dos mtodos, materiais, tcnicas e equipamentos utilizados na investigao, devem ser expostos com a maior clareza possvel de forma que outros autores possam contextualizar e aplicar em suas pesquisas. Nela devem ser destacados os tipos de pesquisa quanto aos objetivos (explicativa, exploratria e/ou descritiva), natureza (bsica ou aplicada), abordagem do problema (quantitativa e/ou qualitativa) e quanto aos procedimentos tcnicos (bibliogrfica, documental, estudo de caso, levantamento, experimental, expost-facto, participante, ao, entre outros); bem como o universo da pesquisa, o instrumento de coleta de dados (observao, entrevista, questionrio e formulrio) e a forma como sero organizados e analisados os dados coletados.

5.8 CRONOGRAMA E ORAMENTO

O cronograma se refere ao planejamento temporal do trabalho de estgio, apresentando as etapas necessrias ao cumprimento das tarefas e atividades previstas ao longo de perodos de tempo. E o oramento necessrio caso precise solicitar o financiamento com os gastos referentes passagem, estadia, reproduo de cpias de questionrios ou formulrios (em nmero significativo) etc.

5.9 COLETA E TABULAO DOS DADOS

Consiste na coleta e apresentao dos dados encontrados na parte experimental. Visa discutir, confirmar ou negar hipteses indicadas anteriormente. Eles podem ser ilustrados com quadros, tabelas, fotografias, entre outros recursos.

5.10 RESULTADOS E DISCUSSO DOS DADOS

Nesta seo confrontam-se os dados coletados com literatura. A partir disso, apresentam-se os resultados do trabalho.

5.11 CONCLUSO / CONSIDERAES FINAIS

A concluso destaca os resultados obtidos na pesquisa ou estudo. Deve conter uma resposta para a problemtica do tema apresentado na introduo. Deve ser breve, concisa e referir-se s hipteses levantadas e discutidas anteriormente. O autor pode expor seu ponto de vista pessoal, com base nos resultados que avaliou e interpretou e, poder tambm incluir recomendaes ou sugestes para outras pesquisas na rea.

6 ESTRUTURA PARA APRESENTAO DA PESQUISA E DO PROJETO DE PESQUISA

A estrutura de trabalhos acadmicos compreende: parte externa e parte interna.

A estrutura fsica de um trabalho cientfico, em sua caracterizao geral, compreende trs elementos:

a) pr-textuais: so elementos que antecedem o texto com informaes que ajudam na identificao e utilizao do trabalho;

b) textuais: constituem o ncleo central do trabalho;

c) ps-textuais: complementam o trabalho.

Com a finalidade de orientar os acadmicos, de acordo com a ABNT NBR 1474:2011, segue quadro 3.

Quadro 4: Elementos da estrutura dos trabalhos

ESTRUTURA

ELEMENTO

OPO

PARTE EXTERNA

PR-TEXTUAIS

Capa

Obrigatrio

Lombada

Opcional

Folha de rosto

Obrigatrio

Errata

Opcional

Folha de aprovao

Obrigatrio

Dedicatria

Opcional

Parte interna

Pr-textuais

Agradecimentos

Opcional

Epgrafe

Opcional

Resumo na lngua verncula

Obrigatrio

Resumo em lngua estrangeira

Obrigatrio

Lista de ilustrao

Opcional

Lista de tabelas

Opcional

Lista de abreviaturas e siglas

Opcional

Lista de smbolos

Opcional

Sumrio

Obrigatrio

TEXTUAIS

Introduo

Obrigatrio

Desenvolvimento

Obrigatrio

Concluso

Obrigatrio

PS-TEXTUAIS

Referncias

Obrigatrio

Glossrio

Opcional

Apndice

Opcional

Anexo(s)

Opcional

ndice(s)

Opcional

Fonte: ABNT NBR (14724:2011)

6.1.1 Ordem dos trabalhos acadmicos

(Figura 1: Esquema da estrutura dos trabalhos acadmicos (ABNT NBR 14724))Ordem crescente dos elementos do trabalho acadmico e contagem e impresso do nmero de folhas.

(Desenvolvi-mento) (Folha de Aprovao) (Folha de rosto) (Agradecimento) (Ficha catalogrfica) (ndice(s) ) (Introduo) (Abstrat) (Concluso) (Lista de abreviaturas e siglas) (Elementos Pr-Textuais) (Errata) (Elementos Ps-Textuais) (Referncias) (Lista de smbolos) (Lista de ilustraes) (Epgrafe) (As folhas so contadas a partir da folha de rosto sequecialmente, mas s impresso o nmero a partir da Introduo.) (Capa) (Apndice(s))

(Anexo(s))

(Glossrio)

(Elementos Textuais)

(Sumrio )

Referncias

(Lista de tabelas)

(Resumo)

(Dedicatria(s))

(Lombada)

Elemento obrigatrio

6.2 PARTE EXTERNA

Deve ser apresentada conforme 6.2.1 e 6.2.2.

6.2.1 Capa

Elemento obrigatrio. As informaes so apresentadas na seguinte ordem:

a) nome da instituio na margem superior, seguido do nome da faculdade e curso;

b) nome do autor, no centro da pgina, (+/- 11 cm da margem superior)

c) ttulo: deve ser claro e preciso, identificando o seu contedo e possibilitando a indexao e recuperao da informao, 5 cm abaixo do nome;

d) subttulo: se houver, deve ser precedido de dois pontos, evidenciando a sua subordinao ao ttulo;

e) local (cidade) da instituio onde deve ser apresentado, rente a margem inferior, sem abreviaturas, e em espao de 1,5 cm, centralizado, em negrito, letras maisculas e dispostos conforme o Apndice A.

f) ano da entrega.

6.2.2 Lombada

Elemento opcional. Apresentada conforme a ABNT NBR 12225.

Parte da capa do trabalho que rene as margens internas das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira.

ABNT NBR 12225:2004

Lombada Apresentao

Elementos: (vertical ou horizontal)

Nome do autor;

Ttulo;

Indicao de volume, fascculo e data;

Logomarca da editora.

Figura 2: Modelo de capa (OBRIGATRIO) E LOMBADA (OPCIONAL)

(Ttulo) (NOME DO ACADMICO TITULO DO TRABALHOFLORIANPOLIS- SC2011FLORIANOPOLISANO)

(AUTOR)

(TTULO)

Fonte: ABNT NBR (14724:2011)

6.3 PARTE INTERNA

Deve ser apresentada conforme 6.3.1 a 6.3.3.

6.3.1 Elementos Pr textuais

A ordem dos elementos pr-textuais deve ser apresentada conforme 6.3.1.1 a 6.3.1.16.

Ou seja:

Capa (obrigatria)

Lombada (opcional)

Folha de rosto/ Ficha catalogrfica (obrigatria)

Errata (opcional)

Folha de aprovao (obrigatria)

Dedicatria (opcional)

Agradecimentos (opcional)

Epgrafe (opcional)

Resumo em lngua verncula (obrigatria)

Resumo em lngua estrangeira (obrigatria)

Lista de ilustraes (opcional)

Lista de tabelas (opcional)

Lista de abreviaturas e siglas(opcional)

Lista de smbolos (opcional)

Sumrio (obrigatria)

6.3.1.1 Folha de rosto

Elemento obrigatrio. Apresentada conforme 6.2.1.1.1 e 6.2.1.1.2

Anverso: os elementos devem estar na seguinte ordem:

NOME COMPLETO DO AUTOR

TTULO PRINCIPAL DO TRABALHO (deve resumir de maneira clara e precisa o contedo do trabalho, permitindo sua indexao para futura recuperao).

SUBTTULO (se houver), separado do ttulo por dois pontos (:)

NMERO DO VOLUME (indicar somente se houver mais de um)

NATUREZA (tese, dissertao e outros) e OBJETIVO (aprovao em disciplina, grau pretendido e outros); nome da Instituio a que submetido; rea de concentrao

NOME DO ORIENTADOR ( e co-orientador, se houver)

LOCAL (cidade) DA INSTITUIO ONDE DEVE SER APRESENTADO

ANO DE DEPSITO (da entrega do trabalho acadmico)

Verso: Ficha catalogrfica

Figura 3: Modelo de rosto (Frente) (OBRIGATRIO)

(Digite seu nomeTTULO DO TRABALHOTrabalho de Concluso de Curso apresentado disciplina de Estgio Supervisionado como requisito parcial concluso do curso de Administrao da Faculdade Borges de Mendona.(Recuo 9cm, fonte 12)Orientador: Coorientador: FLORIANPOLIS SCANO)

(A nota descritiva alinhada do meio da folha para a margem direita)

Fonte: ABNT NBR (14724:2011)

6.3.1.2 Anverso

Os elementos devem ser apresentados na seguinte ordem:

a) nome do autor, digitado em letras maisculas, centralizado, sem negrito, na margem superior;

b) ttulo; digitado em letras maisculas, centralizado em todas as margens e em negrito; explicitao do projeto e orientador: digitado em letras minsculas, 9 cm da margem esquerda, espaamento simples, fonte tamanho 10, 5 cm abaixo da ltima linha do ttulo;

c) subttulo, se houver;

d) nmero do volume, se houver mais de um, deve constar em cada folha de rosto a especificao do respectivo volume;

e) natureza: tipo do trabalho (tese, dissertao, trabalho de concluso de curso e outros) e objetivo (aprovao em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituio a que submetido; rea de concentrao;

f) nome do rientador e, se houver, do coorientador;

g) local (cidade) da instituio onde deve ser apresentado, digitado em letra maiscula, sem negrito, centralizado rente margem inferior da folha.

h) ano de depsito (da entrega).

A disposio do anverso est explcita no Apndice B.

6.3.1.3 Verso

Deve conter os dados de catalogao na publicao, conforme o Cdigo Anglo-Americano vigente.

Nesta colocada a ficha catalogrfica. Na Faculdade Faculdade Borges de Mendona, a ficha confeccionada na Biblioteca da Instituio, Rua Santos Dumont, 104, Centro, Florianpolis, SC, andar trreo, de segunda a sexta no horrio de 8:00h s 22:00h. S obrigatria sua confeco nos casos de dissertao e teses.:

6.3.1.4 Errata (Elemento opcional)

Lista inserida no original depois de impresso, logo aps a folha de rosto, em papel avulso ou encartado, constituda da referncia do trabalho e pelo texto da errata (indicao das folhas e das devidas correes). A errata deve estar indicada na lista da seguinte maneira:

Figura 4: Modelo de errata

(ERRATAFERRIGNO, C.R.A. Tratamento de neoplasia sseas apendiculares com reimplantao de enxerto sseo autlogo autoclavado associado ao plasma rico em plaquetas: estudo crtico na cirurgia de preservao de membro e mes. 2011. 128f. Tese (Livre-Docncia)- Faculdade de Medicina de So Paulo, 2011.FolhaLinhaOnde se lLeia-se1610auto-clavadoautoclavado)

Fonte: ABNT NBR (14724:2011)..

6.3.1.5 Folha de aprovao

Elemento obrigatrio. Deve ser inserida aps a folha de rosto, constituda pelo nome do autor do trabalho, ttulo do trabalho e subttulo (se houver), natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituio a que submetido, rea de concentrao), data da aprovao, nome, titulao e assinatura dos componentes da banca examinadora e instituies a que pertencem. A data de aprovao e as assinaturas dos membros componentes da banca examinadora devem ser colocados aps a aprovao do trabalho.

Figura 5: Modelo de aprovao

(NOME DE ACADMICO(FONTE 12)TTULO DO TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO(FONTE 12)Trabalho de Concluso de Curso aprovado como requisito parcial para obteno do grau em Administrao do curso de Administrao da Faculdade Borges de Mendona, para obteno do ttulo de Administrador. (fonte 12)APROVADA: __de _______de 2011.______________________________________________________ Prof. Fulano de Tal, titulao (Co-orientador) Faculdade Borges de Mendona______________________________________________________ Prof. Fulano de Tal, titulao Faculdade Borges de Mendona______________________________________________________ Prof. Fulano de Tal, titulao (Orientador)Faculdade Borges de MendonaBanca 1: Prof. Fulano de Tal, titulaoBanca 2: Prof. Fulano de Tal, titulaoFlorianpolis, XX de XXXX de 200XData da banca de defesa do TCC (Fonte 12))

Fonte: ABNT NBR (14724:2011)

(Nota: A norma indica as informaes que devem ser contidas, porm no indica a disposio dos membros da banca, podendo ser colocadas lado a lado ou um abaixo do outro. )

6.3.1.6 Dedicatria

Elemento opcional. Deve ser inserida aps a folha de aprovao, onde o acadmico dedica seu trabalho e presta homenagem a algum. Deve-se ter o cuidado para evitar exageros e redundncias, redigindo-o de maneira simples e direta.

Figura 6: Modelo de dedicatria

(A Deus, meus familiares e aos meus amigos, companheiros de todas as horas.)

Fonte: ABNT NBR (14724:2011).

6.3.1.7 Agradecimento

Elemento opcional. Deve ser inserido aps a dedicatria, onde o acadmico agradece as pessoas de relevncia, com redao simples e objetiva.

Figura 7: Modelo de agradecimento

(AGRADECIMENTOSA Deus, por minha vida, e minha famlia e amigos.Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Faculdade Faculdade Borges de Mendona, pela oportunidade de fazer o curso.