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SaúdeJornalAno 4 - Nº 37 Março 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá
Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro Preço:150 KZ
da
A saúde nas suas mãos
A MaiorRiqueza é a Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDEGOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
saúde a crescerConsenso no XXII Conselho Consultivo do Minsa sobre o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário e reforma do SNS. Mas o sector está subfinanciado.Saiba quais são os próximos oito passos. |20 a 26
HoriZonTe 2025
Para o desenvolvimento da inteli-
gência, raciocínio lógico, pensa-
mento estratégico, concentração,
determinação e disciplina dos seus
filhos basta um investimento de
1500 kwanzas. Saiba como. |30
Crianças mais inTeligenTes
A hipertensão sem tratamento
pode aumentar o risco de sofrer
um ataque cardíaco, acidente vas-
cular cerebral (AVC) ou insufi-
ciência renal. Poderá ainda causar
cegueira, arritmia ou paragem car-
díaca. Dia Mundial da Saúde. |31
saBe qual é a suaTensão arTerial?
Farmacêuticos lusófonos reúnem em Luanda
Biossegurança pArA onde cAminhAmos?
Gestores debatem e recomendam. |4
Tosse persisTenTe?A tuberculose tem AumentAdo.
sAibA o que fAzer pArA evitAr. |12
2ll ediToRiaL
Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];
Redacção: Andreia Pereira; Esmeralda Miza; Luís Óscar; Maria Ri-beiro; Patrícia Van-Dúnem.Correspondente provincial: Elsa Inakulo(Huambo) Publicidade: Maria Odete Pinheiro Tel.: 935 432415 [email protected] Revisão:Marta Olias;Fotografia: António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor: Marke-ting For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar - Ingom-bota, Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservatória Registo Comercial deLuanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Ministé-rio da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº 143.
Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Almeida; Impressão e acabamento:Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy) Distribuição e assinaturas: AfricanaTiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada: 100 mil leitores.
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mente responsáveis que contribuem para o bem-estar dosangolanos e o desenvolvimento sustentável do país.
l empresas socialmente
responsáveis
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2 Módulo - Gestão de Operações e Logística na Saúde
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Damos destaque nesta edição ao XXIIºConselho Consultivo do Ministério daSaúde que, sob o lema “Mais e Melhor
Saúde” e com o tema “A Saúde: um Compro-misso de Todos”, teve lugar de 21 a 23 deMarço, em Benguela, antecedido pela Con-ferência sobre a Reforma do Sistema e doServiço Nacional de Saúde, nos dias 18 e 19.
A Conferência teve como objectivo geral par-
tilhar e debater novas modalidades de finan-
ciamento e de funcionamento para optimizar
a prestação de cuidados de saúde.
O Conselho Consultivo teve como propósito
fazer o balanço dos resultados das acções
implementadas, partilhar e consensualizar o
Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitá-
rio (PNDS) 2012-2025, transmitir novas
orientações metodológicas, bem como ana-
lisar e discutir as perspectivas e linhas de for-
ça do sector no âmbito do Plano Nacional de
Desenvolvimento 2012-2013.
O evento constituiu também uma oportuni-
dade para dinamizar o diálogo e o intercâm-
bio entre os cerca de 500 gestores e quadros
de saúde de todas as províncias, e do nível
nacional, Vice-Governadores provinciais,
Forças Armadas, responsáveis de outros sec-
tores do Executivo, instituições e parceiros,
que partilharam a sua experiência, visão e
perspectivas para o reforço do SNS e do seu
impacto sobre a saúde e bem-estar das nos-
sas populações.
Face ao anterior Conselho Consultivo reali-
zado em 2010, no Moxico, as comunicações
apresentaram um maior rigor técnico-científi-
co e observou-se uma maior coesão e con-
vergência entre os vários actores da família
da saúde num momento decisivo de consoli-
dação das políticas, nomeadamente da mu-
nicipalização.
Agora, há que implementar no terreno, saber
aproveitar o aumento das verbas para as
províncias e municípios – que beneficiaram
de uma fatia de 60 por cento do orçamento
total – e encontrar soluções para os constran-
gimentos, entre os quais o subfinanciamento
do sector a nível nacional e a carência de re-
cursos humanos qualificados.
O compromisso é de todos, inclusive de si,
caro leitor.
Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]
Um compromissode todos
ll 3Março 2013 lJSAll actualidade
O responsável considera o apoio à melhoria dosindicadores da saúde de Angola como um dosprincipais desafios da sua Organização, O novo representante da OMS em Angola de-sempenhou nos últimos trinta anos funções comomédico em áreas como pediatria, ginecologia,educação para a saúde e assistência técnica in-ternacional para a melhoria dos sistemas de saú-de. Até à sua nomeação para Angola, trabalhoupara as ONG’s Médicos sem Fronteiras e Save the
Children, e serviu o Fundo das Nações Unidas pa-ra a População (FNUAP) no Nepal, Cambodja,Madagáscar, Timor Leste e na Jamaica. Hernando Agudelo é médico cirurgião, nasceuem Cali, Colômbia, em Abril de 1957, e comple-tou os seus estudos nas Universidades Libre da Co-lômbia, Universidade de Nantes, em França e naLondon School of Hygienne and Tropical Medici-ne. Fala fluentemente o português, inglês, francêse espanhol.
OMS nomeia novo representante para Angola
Angola acolhe o X CongressoMundial de Farmacêuticos deLíngua Portuguesa, de 30 a 31de Maio de 2013. O evento,promovido pela Associação deFarmacêuticos de Língua Por-tuguesa (AFPLP), com o apoioda Direcção Nacional de Me-dicamentos e Equipamentos,reunirá, em Luanda, centenasde farmacêuticos vindos de to-do o mundo lusófono.O Congresso constitui umgrande fórum de aproximaçãoentre a comunidade farmacêu-tica lusófona, para troca de ex-periências profissionais, cultu-rais e científicas. Este ano, oevento celebrará os 20 anos detrabalho e cooperação daAFPLP que realizará, também,no dia 29, a sua 13ª Assem-bleia Geral.
Programa científicoO programa do Congresso inclui sessões dedicadas à produção e ao circuito de medicamentos,à regulamentação do sector farmacêutico, à intervenção dos farmacêuticos nos sistemas de saú-de e à formação pré e pós-graduada. Entre os temas em foco, destaca-se a sessão sobre “Produ-ção de medicamentos como potenciador de desenvolvimento local”. Estarão presentes representantes da OMS África, do Ministério da Saúde de Angola, dos gover-nos e das instituições dos sectores da saúde e do medicamento de todos os países lusófonos.
EXPO FARMA Angola 2013Em simultâneo, decorre a EXPO FARMA 2013 onde os participantes têm a oportunidade de co-nhecer as inovações apresentadas pela indústria farmacêutica, de equipamentos, e interagir comos fabricantes e distribuidores, num ambiente profissional.Inscrições congressistas:Capacitarh RH e Eventos E-mail: [email protected] Tel.:(+ 244) 945 454 490; (+ 244) 927 706 624 Alexandra Telles; (+ 244) 932 860 149 Jenifa.
Inscrições expositores e patrocinadores: Marketing For You / Jornal da Saúde de Angola - Rua Vereador Ferreira da Cruz, Nº 64, Miramar,Luanda, Tel: +(244) 923276837, +(244) 928013347, +(244)938210800 E-mail:[email protected]; [email protected] [email protected]:http://www.afplp.org ; www.marketingforyou.co.ao
A gestão das operações e logística na saúdeé o tema do 2º módulo do Programa de Es-pecialização em Gestão da Saúde que de-corre de 17 a 21 de Junho, em Luanda.Contempla, entre outros, os seguintes tópi-cos: gestão logística e da cadeia de abaste-cimento, gestão dos pacientes (inbound,permanência e outbound dos serviços de ur-gência), gestão dos materiais e dos forneci-mentos e serviços externos na saúde, instru-mental de gestão logística usado em presta-dores de cuidados de saúde, gestão destocks na prestação de cuidados de saúde,noções de gestão de filas de espera nosprestadores de cuidados de saúde e layoutdas infra-estruturas de prestação de cuida-dos de saúde.
O formador José Crespo de Carvalho é pro-fessor catedrático no ISCTE-IUL. Licenciadoem Engenharia Civil e Pós-Graduado emGestão de Projectos (IST), MBA, Mestrado eDoutorado em Gestão de Empresas pelo(ISCTE – IUL). Formações internacionais:MIT, Harvard University, INSEAD, AIF eCranfield University). Tem 25 livros publica-dos e variados artigos publicados em jornaisinternacionais. Consultor em Estratégia, Lo-gística e Gestão da Cadeia de Abasteci-mento. Foi diretor e administrador de váriasempresas nacionais e multinacionais. A for-madora Tânia Ramos é professora auxiliarno ISCTE-IUL. É licenciada em Organiza-ção e Gestão de Empresas pela ISCTE Busi-ness School, Mestre em
Investigação Operacional e Engenharia deSistemas e Doutora em Engenharia e Ges-tão (Instituto Superior Técnico – Universida-de Técnica de Lisboa). Tem vários artigospublicados em jornais internacionais. Con-sultora nas áreas de Logística e Gestão daCadeia de Abastecimento.
O programa de especialização é lecciona-do pelo ISCTE / INDEG – a Universidadeportuguesa número 1 de formação de Exe-cutivos –, com o apoio do Jornal da Saúde,e visa o desenvolvimento de competênciasgenéricas e específicas na área da gestãoda saúde para quadros que desempenham,ou venham a desempenhar, cargos de ges-tão nas suas organizações e pretendam ob-
ter, ou actualizar, as ferramentas básicas degestão no mais curto espaço de tempo.
O êxito do 1º módulo sobre gestão dos re-cursos humanos e mudança na saúde(57,1% dos participantes consideraram Ex-celente e 42,9 % Muito Bom) obrigou à suarepetição nos próximos dias 27 a 31 deMaio para atender às solicitações dos pro-fissionais de saúde que não puderam parti-cipar na primeira edição.
Mais informações:Elizabeth Domingos Tel.:+244 931 298 484 / 923 276 837 E-mail:[email protected]
Formação Gestão das operações e logística na saúde
O novo Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Hernando Agudelo, apresenta as
suas cartas credenciais ao Ministro angolano das Relações Exteriores, George Chikoti
O número de unidades de saúde na provínciade Luanda passou de 76, em 2006, para 153,em 2012, com destaque para os novos hospi-tais municipais. Os dados foram avançados pe-la directora provincial de saúde de Luanda, Ro-sa Bessa, no Encontro Metodológico sobre Ges-tão da Saúde que decorreu este mês na capital. De acordo com esta responsável, as pessoas po-dem agora ser atendidas em unidades mais pró-ximas das suas residências, evitando a desloca-ção aos hospitais centrais como até agora acon-tecia. A redistribuição e a formação dos quadrosexistentes é a forma encontrada para superar a fal-ta de profissionais de saúde. Para além da apresentação do relatório de
2012, o Encontro teve como principal objecti-vo convergir para a padronização em termos,clínicos, administrativos e financeiros das váriasunidades de saúde, para que “possam dar o re-torno que a população espera”.
Proximidade ao cidadão
Luanda já tem 153 unidades de saúdeFalta de profissionais de saúde qualificados é a principal dificuldade
X Congresso Mundial
Farmacêuticos de língua portuguesa reúnem-se em Luanda
4ll BIOSSEGURANÇA Março 2013 lJSA
Sensibilizar os
profissionais de
saúde de uma for-
ma geral, e os
gestores mais es-
pecificamente, para as me-
lhorias necessárias com vis-
ta à sustentabilidade das ac-
ções de Biossegurança, de
modo a criar um ambiente
seguro para o trabalhador da
saúde e melhorar a qualida-
de da assistência à popula-
ção – controlo das infecções
relacionadas com a assistên-
cia a saúde – constituiu o ob-
jectivo principal do 1º Sim-
pósio para Gestores de Saú-
de em Angola que, sob o te-
ma Biossegurança e susten-
tabilidade - para onde quere-
mos caminhar, reuniu a 14
de Março, em Luanda, 110
participantes de 16 provín-
cias.
O Projecto de Biossegu-
rança entrou no seu 6º ano de
actividade e apresenta resul-
tados concretos: as cinco ac-
ções básicas e as Normas
Técnicas de Biossegurança
já estão implantadas em 32
hospitais, em 13 províncias.
Entre outros, foram prepara-
dos e editados o guia de
biossegurança, o regula-
mento de biossegurança
(Decreto 62/11) e o manual
de higienização das mãos.
De acordo com a coorde-
nadora do projecto, Sonia
Harter, e com o responsável
Laurindo Lukumua Francis-
co, a cobertura nacional e o
início da implementação a
nível municipal são as próxi-
mas metas a atingir.
A abertura do Simpósio
esteve a cargo do Inspetor
Geral da Saúde, Miguel dos
Santos Oliveira, e o encerra-
mento foi presidido pelo Mi-
nistro da Saúde, José Van-
Dúnem, que reforçou a im-
portância dos temas debati-
dos com o enfoque na higie-
nização das mãos como a
medida prioritária para a re-
dução da mortalidade mater-
no-infantil.
A importância
da biossegurança
Entende-se por Biosse-
gurança o conjunto de medi-
das preventivas destinadas a
manter o controlo de facto-
res de risco laboral proce-
dentes de agentes biológi-
cos, físicos ou químicos que
podem pôr em risco a segu-
rança dos trabalhadores, pa-
cientes, visitantes ou do
meio ambiente.
Recorde-se que o Minis-
tério de Saúde iniciou a rea-
bilitação dos hospitais em
2006 e, com as novas unida-
des, houve a necessidade de
implementar novos procedi-
mentos, entre os quais, em
2008, os de Biossegurança,
com objectivo de controlar a
transmissão de infecções re-
lacionadas com a assistên-
cia à saúde e prevenção de
acidentes de trabalho.
A mudança de comporta-
mento na área de saúde é um
processo lento e trabalhoso,
pois pressupõe a mudança
de comportamento dos pro-
fissionais envolvendo ele-
mentos como a decisão, ac-
ção, disciplina, monitora-
mento por parte dos gesto-
res e lideranças das unida-
des sanitárias para que as
acções tenham sustentabili-
dade.
Biossegurança esustentabilidade:
para onde queremos caminhar
Iº SIMPÓSIO PARA GESTORES DE SAÚDE EM ANGOLA
As 5 acções
básicas
— Lavagem das mãos
— Descarte de material
perfuro-cortante (EPC)
— Exposição ocupacional
— Máscara N95 (EPI)
— Organização e fluxo
de trabalho
Quem esteve
presente
no Simpósio
— 110participantes de 16
províncias:
— Hospitais Nacionais (8)
— Hospitais Provinciais (15)
— Hospitais Municipais (6)
— Hospitais Privados
(Multiperfil e Clínica
Girassol)
Os gestores presentes participaram activamente no debate.
Com vista à sustentabilidade da Biossegurança, os pontos crí-
ticos alvo de recomendações são os seguintes:
Melhorar a oferta de água nos Hospitais 24/24 horas – buscar
fontes alternativas de água, pois esta é essencial na questão da
higiene e controlo das infecções hospitalares.
Aumentar o conhecimento dos profissionais em relação aos
procedimentos de segurança, organização e fluxos de trabalho
e processos; investir na formação permanente dos trabalhado-
res.
Melhor utilização dos insumos e aumentar o investimento na
sua aquisição, especialmente na questão da lavagem das mãos.
Imunização dos trabalhadores da saúde contra o vírus da He-
patite B.
Implementação das Normas de Biossegurança de acordo com
o Regulamento para mudar a realidade e o benefício da melho-
ria de qualidade na assistência à população.
Conclusões e recomendações
publicidade ll 5Março 2013 l JSA
6ll hospitais Março 2013 lJSA
— Pode falar-nos resumi-
damente da história do
Hospital?
— O nosso hospital, comomuitos outros construídosdepois da independência,data dos finais da década de70, tendo surgido como umcentro médico. A cidade es-tava a expandir-se para estazona da periferia e houve ne-cessidade de dotá-la comuma estrutura para prestarcuidados de saúde. Poste-riormente, introduziu-se amaternidade, passando acentro materno-infantil, e sódepois, devido ao cresci-mento demográfico, setransformou em hospital po-livalente, com quatro valên-cias: medicina, pediatria, gi-necologia/obstetrícia e orto-pedia. Em 2005, com a re-qualificação do sistema desaúde, foi elevado de hospi-tal polivalente municipal ahospital geral provincial ma-terno-infantil. Eu fui um dosidealistas da fundação destehospital que, desde o primei-ro momento, sempre traba-lhou na formação, sobretudona carreira de enfermagem.O Hospital do Kilamba é umdos únicos hospitais quemantém o quadro de forma-ção de parteiras actualizado.Tem colaborado com váriasentidades, sobretudo univer-sidades sedeadas em Luan-da. É uma pretensão nossaque, um dia, se transformenum hospital-escola.— Hospital-escola?
— Sim, tanto em enferma-gem, como nas especialida-des médicas que são o nossoforte: materno-infantil e pe-
diatria. Vemos que os qua-dros formados pelo HospitalPediátrico são exíguos paraatender as necessidades deLuanda e do país. Devería-mos gizar algumas políticaspara desconcentrar a forma-ção do Hospital Pediátrico,mesmo que o núcleo perma-necesse lá. Se outros hospi-tais, na periferia, tivessemalgumas valências da forma-ção isso permitiria dotá-los
de alguns recursos e dariauma visão mais ampla aosalunos no momento de fazero trabalho social e escolheras suas especialidades. — Os estudantes sairiam
da faculdade e viriam para
aqui fazer o estágio?
— Um estudante que queirafazer Pediatria pode fazer apropedêutica, a iniciação,num hospital como o nosso.E pode ter aqui prática clíni-ca, para entender melhor osfenómenos da periferia, quesão diferentes.— Conhecer a comunida-
de…
— Conhecer, envolver-se,ter contacto com as determi-nantes que o tornariam maiscompleto do ponto de vistaformativo e normativo. Apartir do momento em quehouvesse aqui formação, osestudantes teriam outra no-ção da grandeza que temLuanda. É esta a visão que
temos estado a transmitir aosnossos superiores hierárqui-cos, no intuito de ajudar acontornar este fluxo centrí-peto que existe em direcçãoaos hospitais centrais. Aspessoas chegam aqui, vêemque não existe um especia-lista e, claro, preferem diri-gir-se a um hospital central.Mas a estrutura física não di-lata. Se tivermos duzentosespecialistas numa sala, elesnão vão ter o mesmo desem-penho. É preciso desconcen-trar e mostrar às pessoas queexistem especialidades naproximidade das suas resi-dências. A participação dacomunidade no processo as-sistencial do hospital é outracomponente forte do nossoprojecto.— O envolvimento da co-
munidade em que se tra-
duz?
— Na primeira reunião doConselho Consultivo vamosconvidar os líderes desta co-munidade do Kilamba a es-cutarem os nossos proble-mas e limitações para, deuma forma interactiva, po-derem aportar as suas solu-ções e dizerem como gosta-riam que o hospital respon-desse às suas necessidades.Serão sensibilizados sobre anossa missão e objectivos noatendimento da comunidadee da Província de Luanda,pois estamos integrados noaparato do Estado. Quere-mos criar sinergias com a co-munidade para que ela fiqueligada activamente à gestãoda assistência que existe.Num caso hipotético, sabe-riam do mapeamento dasgrávidas do município, po-deriam aprender os sinais dealarme numa grávida de ris-co e seriam eles, familiaresou outros munícipes, a enca-minhá-la para o centro médi-co.— O que faria em concre-
to?
— Forneceríamos informa-ção à comunidade para queela tivesse um ABC de comolidar com o Hospital e issoserviria também para orien-tá-la a interagir com esteHospital, que está inserido,estrategicamente, numa re-gião paupérrima e cujos ser-viços prestados são total-mente gratuitos. Não temoscomparticipações nem salasde rendibilização. Mas, doponto de vista empresarial,isto não é rendível. Por isso,temos de começar a partici-par com a comunidade na
consciencialização de queexistem alguns serviços queeles vão ter de comprar, en-tre os quais estão os serviçosde laboratório, imagiologia,raios X, serviços que, pelacomplexidade do seu meca-nismo de funcionamento, re-querem uma certa dose deauto-financiamento.— Quantas camas tem o
Hospital?
— Temos 70 mas, quandoterminar a segunda fase, va-mos ter 300 camas.— E quantos médicos?
— O Hospital está dimen-sionado para 48 médicos,aproximadamente, e, nestemomento, temos apenas 15.E destes 15 apenas cinco sãoespecialistas. No planea-mento de quadros para a fei-tura dos bancos de urgência,há dias em que não temos es-pecialistas. Isto provocauma avalancha de pacientesem direcção aos hospitaiscentrais, porque as limita-ções de conhecimento levamos próprios médicos a teremreceio de lidar com algunscasos e transferem os doen-tes. — E ao nível da enferma-
gem?
— Também temos dificul-dades. Do ponto de vista nu-mérico estamos bem servi-dos mas do ponto de vistaqualitativo não. Devíamoster 12 a 15 licenciados emenfermagem e temos dois.Devíamos ter entre 40 e 80técnicos médios e temos 15. — Quantas pessoas aten-
dem por dia?
— Estamos num período debaixa, entre Dezembro eMaio. Na Pediatria, atende-mos entre 100 e 125 pacien-tes por dia, só no Banco deUrgência. Na área da Mater-nidade são entre 50 e 90 ca-sos diários. Temos um regis-to de 27 a 35 partos por dia.Não estamos a fazer cirur-gias. O Hospital foi reabili-tado e estamos na fase deinstalação de equipamentospara, ainda no primeiro tri-mestre deste ano, reabrir obloco operatório.
Rui MoReiRa de Sá
n integrado na equipadesde a fundação do po-pular Hospital avô Kumbi,Renato Palma é o respon-sável máximo da institui-ção desde Junho de 2007.Médico cirurgião fez ummestrado em administra-ção Hospitalar, uma for-mação que lhe permiteambicionar transformaresta unidade de saúde emhospital-escola, sujeita auma gestão com participa-ção da comunidade, atra-vés de um conselho con-sultivo.
“Se tivermosduzentosespecialistasnuma sala, elesnão vão ter omesmodesempenho. Éprecisodesconcentrar emostrar àspessoas queexistemespecialidadesna proximidadedas suasresidências”
“É umapretensão nossaque, um dia, setransforme numhospital-escola”
Renato Palma, diRectoR do HosPital GeRal do Kilamba
«Queremos potenciar a participação dos munícipes»
publicidade ll 7Março 2013 lJSA
8ll vih/sida Março 2013 lJSA
No parecer dadirectora-ge-ral adjunta doINLCS, “odesemprego e
os níveis de pobreza” estãoentre as principais causas dadisseminação do VIH/SIDAem Angola. Segundo os da-dos da ONUSIDA, divulga-dos em 2011, o país apresen-ta uma taxa de prevalência de2,1% em todo o território. Aespecialista admite que “aprostituição torna-se, por ve-zes, um dos meios de subsis-tência” do agregado familiar,o que favorece a propagaçãoda infecção.
Os dados, divulgados em2010 pelo Instituto Nacionalde Estatística, revelam que20% da população jovem,com idades compreendidasentre os 15-24 anos, indicia-ram a sua vida sexual antesdos 15 anos de idade. “Estasituação propicia a prática derelações sexuais transaccio-nais e interageracionais, comum consequente aumento dataxa de infecções sexual-mente transmissíveis e gravi-dezes indesejáveis”, notaMaria Lúcia Furtado.
Este inquérito do INE re-velou, ainda, que 45% da po-pulação identificou as princi-pais formas de transmissãoda infecção por VIH/SIDA.Porém, segundo lembra Ma-ria Lúcia Furtado, a taxa deanalfabetismo no país, asso-ciada a barreiras culturais,regionais e à poligamia, alémde outros comportamentos
de risco, dificultam a imple-mentação de estratégias jun-to da população. “Não pode-mos perder a oportunidadede transmitir a informaçãonas escolas, igrejas e junto dacomunidade”, fundamenta aresponsável.
Além das estratégiasadoptadas pela ComissãoNacional de Luta Contra aSIDA, Maria Lúcia Furtadoadmite que “há um compro-misso político”, que visa im-plementar medidas de com-bate à infecção, como consta,aliás, no Plano EstratégicoNacional 2010/2014, um do-cumento que procura “umapolítica de descentralizaçãono reforço das acções”.
Conforme adianta a direc-tora-geral adjunta do IN-LCS, além do acesso ao tra-
tamento antiretroviral, dis-ponibilizado gratuitamentedesde 2004, o Programa deTransmissão Vertical, queprocura reduzir o número deinfecções por VIH/SIDA pa-ra recém-nascidos, assume-se como uma das prioridadesgovernativas. “O combate aoVIH/SIDA está entre as prin-cipais prioridades do Execu-tivo e consta, inclusivamen-te, do Plano de Governaçãode 2012-2017. O INLCS é,também, o órgão técnico queexecuta as políticas traçadaspelo Ministério da Saúde.”
Referindo-se ao panora-ma actual, Maria Lúcia Fur-tado lembra que os serviçoscom valências no tratamentodo VIH/SIDA estão presen-tes em cerca de 70% de todosos hospitais (municipais,
provinciais, gerais ou nacio-nais) e em 90% dos centrosde saúde. Contudo, esta co-bertura ainda é, de acordocom a especialista, manifes-tamente inferior nos postosde saúde (apenas 20%). “Es-tes números devem-se, so-bretudo, à estratégia de im-plementação dos serviços emunidades com recursos médi-cos”, frisa.
Serviços
de aconselhamento
e testagem
No âmbito da prevenção,foram criados, em 2003, oitoserviços de aconselhamentoe testagem, um número que,até ao final do ano passado,aumentou para 834 serviços.“Nessas Unidades, de Janei-ro a Novembro do ano tran-
sacto, realizaram-se cerca de500 mil testes, sendo que aseropositividade foi encon-trada em 4.5% dos indiví-duos (74% dos quais adul-tos).”
A especialista recorda queo número de Serviços deAcompanhamento e Atendi-mento de crianças e adultosregistou “um aumento consi-derável”, estando, neste mo-mento, disponíveis 148 uni-dades de atendimento deadultos e 136 para acompa-nhamento de crianças infec-tadas pelo VIH/SIDA, em to-do o país. “ Nestes serviçosestão registados e em acom-panhamento 108.933 pes-soas, das quais 52.347 estãosob terapêutica.”
Bié regista o maior
número de casos
de grávidas infectadas
pelo VIH/SIDA
De acordo com Maria Lú-cia Furtado, o Programa deTransmissão Vertical preco-niza a redução do número decasos de VIH/SIDA emcrianças, através da informa-ção e do acompanhamentodas mulheres grávidas, que,segundo o que está descritona literatura médica, não de-vem amamentar, atendendoao risco de transmissão parao recém-nascido.
A especialista tambémnota que a percentagem demulheres sob terapêutica an-tiretroviral (uma medida quepermite controlar a carga ví-rica e, assim, diminuir o riscode transmissão ao bebé du-rante o parto) tem registado
uma redução progressivadesde 2010 (63% de taxa deadesão ao tratamento) até2012 (menos de 50%). “É ne-cessário fomentar a confian-ça no profissional de saúdepara que o doente adira aotratamento com antiretrovíri-cos. À luz das recomenda-ções da OMS toda a grávidaque começa o tratamentocom antiretrovirais deveráprosseguir a terapêutica apóso parto.”
O Estudo de Seropreva-lência de 2011, um trabalhorealizado periodicamente dedois em dois anos, desde2004, mostra que a provínciado Bié apresenta o maior nú-mero de casos de mulheresgrávidas infectadas peloVIH/SIDA, avaliadas duran-te a consulta pré-natal. “Estaprovíncia, à luz do estudo de2011, apresentou uma preva-lência de 5,8%, ultrapassan-do o Cunene, que, desde2004, tem apresentado amais elevada taxa de preva-lência. Ainda assim, existem11 províncias com taxas deprevalência (na população degrávidas, avaliadas durante aconsulta pré-natal) superio-res à mediana nacional (3%).No entanto, segundo as pro-jecções, julgamos que essataxa se manterá estável (abai-xo dos 2,5%) até 2015.”
Segundo Maria LúciaFurtado, estão previstas al-gumas metas até ao final dopróximo ano, nomeadamen-te, a “redução da incidênciado VIH/SIDA entre gestan-tes (15-24 anos) de 1,7%, em2010, para 1%, em 2014”.Até ao final do mesmo perío-do, também está preconizado“o alargamento da coberturade mulheres que beneficiamdo Programa de TransmissãoVertical, de 20% até 80%”.
“Queremos priorizar asunidades de aconselhamen-tos e testagem. Tínhamos808 serviços que faziamaconselhamento e testagem,queremos atingir 1500 em2015. Em relação à Unidadesque fazem a CPN e preven-ção da transmissão verticalqueremos atingir 800. E emrelação ao acompanhamentode crianças queremos atingiras 200 unidades até 2015. Asmetas são ambiciosas masacredito que conseguimoschegar. Se nos empenharmosaté ao final de 2013 conse-guimos criar 153 novos ser-viços da prevenção da trans-missão vertical.”
AndrEiA PErEirA
n Maria Lúcia Furtado, di-
rectora-geral adjunta do
instituto nacional de Luta
Contra a SidA (inLCS),
adianta que é necessário
travar o avanço da infec-
ção no país, através da im-
plementação de estraté-
gias dirigidas a grupos-al-
vo. A médica reconhece
que a faixa etária dos 20
aos 44 anos é a mais atin-
gida pela infecção por
ViH/SidA, registando-se,
nestes escalões, uma pre-
dominância de doentes do
sexo feminino. Contudo,
nem tudo são más notícias
e, de acordo com Maria
Lúcia Furtado, entre os jo-
vens (15-24 anos) a ten-
dência parece demonstrar
uma redução do número
de casos de infecção.
Número de casos da infecção por VIH/SIDA está a aumentar nos escalões etários dos 20 aos 44 anos de idade
Maria Lúcia Furtado Entre os jovens (15-24 anos) a tendência parece demonstrar uma redução
do número de casos de infecção
A taxa de analfabetismo no país, associada a barreiras culturais, regionais e à poligamia, além de outros comportamentos de risco,
dificultam a implementação de estratégias junto da população
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10ll SAÚDE MATERNO-INFANTIL Março 2013 lJSA
ANestlé lançouem Luanda oprojecto Co-meçar Saudá-vel Crescer
Saudável, uma iniciativa re-lacionada com a nutrição in-fantil e que visa formar pro-fissionais de saúde que tra-balham em Pediatria e, maisespecificamente, com oaconselhamento sobre oaleitamento materno.
O projecto contempladois aspectos fundamentais:promover o aleitamento ma-terno e o uso adequado dealimentos complementaresde crianças até aos dois anos.
A apresentação do projec-to teve lugar na Sala Magnada Faculdade de Medicina daUniversidade Agostinho Ne-to, com a participação deprofissionais de saúde de to-dos os municípios da provín-cia de Luanda ligados a estaárea. No evento, puderam as-sistiram a palestras sobre ali-mentação antes, durante eapós a gestação e aleitamen-to materno, feitas pela gine-cologista Aurora Cândido,do Hospital Geral de Luan-da, e pela pediatra Esperançada Silva, do Hospital Muni-cipal de Viana.
O projecto é educacionale não está relacionado comas marcas da empresa multi-nacional. A Nestlé apenasproporciona formação e ma-terial adequado para que osprofissionais de saúde este-jam devidamente capacita-
dos com ferramentas impor-tantes sobre os bons hábitosnutricionais, desde o proces-so de gestação da mulher atéaos dois anos de vida dacriança.
O objectivo é que os pro-fissionais possam passar in-formações nutricionais e so-bre o aleitamento materno àsmulheres que se deslocamaos centros de saúde e hospi-tais, no sentido de dotá-lasde conhecimentos relevantessobre questões do dia-a-dia,evitando práticas erradas denutrição e aleitamento ma-terno.
O projecto da Nestlé estáser implementado em paísesda região, como Moçambi-que, Quénia e Zimbabué,desde o ano passado e já estámais avançado noutros paí-ses, como o Brasil e a Índia.
Em Angola está a come-çar. Em Agosto haverá o lan-çamento oficial do postercom o título “O leite do peitoé o melhor”, em parceriacom o Ministério da Saúde, eo projecto será estendido àsdemais províncias do país.
ESMERAldA MizA
n A Nestlé lançou emluanda o projecto Come-çar Saudável Crescer Sau-dável, uma iniciativa rela-cionada com a nutrição in-fantil e que visa formarprofissionais de saúdeque trabalham em Pedia-tria e, mais especifica-mente, com o aconselha-mento sobre o aleitamen-to materno.
Começar Saudável Crescer SaudávelPROjECTO DA NESTLé PARA MELhORAR A ALiMENTAçãO DOS BEBéS O aleitamento
maternoA Organização Mundial deSaúde (OMS) recomenda oaleitamento materno exclusi-vo até aos 6 meses de vida ecomo complemento alimen-tar até aos 2 anos de idade.Amamentar oferece vanta-gens para o bebé e para amãe:
VANTAGENS PARA O BEBÉAlimento de fácil digestão eabsorção, possui todos osnutrientes nas formas equantidades que o bebé ne-cessita nos primeiros 6 me-ses de vida; Pronto a tomar, sem risco dediluições incorrectas; Diminui o risco de desenvol-vimento de obesidade; Reforça o sistema imunitáriodiminuindo o risco de infec-ções e alergias; Desenvolve os músculos daface diminuindo as dificulda-des da fala; Promove o contacto físico e arelação afectiva mãe/filho.
VANTAGENS PARA A MÃE Diminui o risco de hemorra-gia pós-parto; Diminui o risco de desenvol-vimento de cancro da mamãe ovário; Diminui o risco de desenvol-vimento de osteoporose; Facilita a recuperação do pe-so corporal prévio à gravidez.
Composição do
leite materno
(100ml)
Energia ................70 kcalProteína ..................1,1 gCaseína:albumina .40:60Lipídios.................... 4,2gCarboidrato ................7gVitamina A .........190 mcgVitamina D..........2,2 mcgVitamina E ..........0,18 mgVitamina K ..........1,5 mcgVitamina C............4,3 mgTiamina ...............16 mcgRiboflavina...........36 mcgNiacina..............147 mcgPiridoxina ............10 mcgFolato .................5,2 mcgVitamina B12 - 0,03 mcgCálcio ................... 34 mgFósforo .................14 mgFerro...................0,05 mgZinco ....................0,3 mgÁgua ................... 87,1 mlSódio .................0,7 mEqCloro .................1,1 mEqPotássio.............1,3 mEq
1Uma gra-videz an-tes dos 18
ou depois dos35 anos apre-senta mais ris-cos de saúdepara a mãe e pa-ra o bebé.
2Para a saú-de da mãe eda criança,
uma mulher deveesperar até que oseu bebé tenhapelo menos 2anos de idade, an-tes de engravidarnovamente.
3Os riscos decomplica-ções duran-
te a gravidez e oparto são maioresse a mulher já tivertido muitas gravi-dezes.
4Os serviços de Pla-neamento Familiaroferecem aos ho-
mens e as mulheres em ida-de fértil, o conhecimento eos meios para planear quan-do começar a ter filhos,quantos filhos a ter, a que in-tervalo entre um nascimentoe outro e quando parar.
5Existemmuitos mé-todos se-
guros, eficazes eaceitáveis de pla-near e de evitar agravidez não de-sejada.
6Tanto os ho-mens comoas mulheres
incluindo adoles-centes, são res-ponsáveis peloplaneamento fa-miliar.
7Ambos par-ceiros preci-sam de co-
nhecer os benefí-cios do planea-mento familiar e asopções disponí-veis nos Centrosde Saúde
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12ll DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A TUBERCULOSE Março 2013 lJSA
ATB continuaa ser umgrande pro-blema de saú-de pública na
Região Africana que regis-tou 26% dos casos notifica-dos de TB em todo o mun-do, em 2011. Calcula-se quea TB tenha vitimado maisde meio milhão de pessoas
na Região Africana e queapenas 62% dos casos deTB existentes tenham sidodetectados durante esseano. A situação é agravadapela ameaça da TB resisten-te aos medicamentos e daTB resistente a múltiplosfármacos, que continuam aser um grave problema e acomplicar ainda mais o tra-tamento da doença.
Dever-se-á notar que aepidemia da TB em Áfricadeve-se principalmente afactores relacionados com apobreza e os efeitos negati-vos da co-infecção TB eVIH. As pessoas que vivemcom o VIH são mais suscep-tíveis do que outras a con-traírem a TB. Segundo oRelatório Mundial sobre aTuberculose, de 2012, 46%das pessoas que em 2011 ti-nham TB eram também por-tadores do VIH e, infeliz-mente, apenas 46% destasreceberam a terapêutica an-tiretroviral recomendadapela OMS.
Métodos
de detecção rápida
Um aspecto positivo aregistar nos últimos cincoanos é que os países africa-nos têm vindo a utilizar ca-da vez mais novos métodosde detecção rápida que re-duzem significativamenteo atraso no diagnóstico eaumentam a detecção decasos de TB. Em resultado,
a tendência crescente decasos de TB foi interrompi-da, com a melhoria da taxade êxito do tratamento. Domesmo modo, a taxa demortalidade e o número depessoas que não comple-tam o tratamento para a TBcontinua a diminuir.
A despeito destas reali-zações, não há lugar paracomplacências, pelo que
gostaríamos de frisar a im-portância do diagnósticoprecoce como a forma maiseficaz de prevenir a propa-gação da TB. Aconselha-sequalquer pessoa com tossepersistente por mais deduas semanas a procurarassistência médica.
Travar a TB no nossotempo de vida vai exigirque os governos e os par-ceiros do desenvolvimentoaumentem e mantenham oscompromissos financeirose políticos para o controloda TB. Isto é essencial paragarantir que todos possamter acesso aos serviços deprevenção e tratamento daTB em todos os países daRegião. São fundamentaisparcerias estratégicas sóli-das entre governos, comu-nidades, organizações bila-terais e multilaterais e osector privado para comba-ter o flagelo da TB.
Juntos, congreguemosesforços para travar a TBno nosso tempo de vida.
“Gostaríamos defrisar aimportância dodiagnósticoprecoce como aforma mais eficazde prevenir apropagação daTB”
“Aconselha-sequalquer pessoacom tossepersistente pormais de duassemanas aprocurarassistênciamédica”
Luís Gomes sambo | Director
Regional da OMS
n o Dia mundial de Lutacontra a Tuberculose co-memora-se a 24 de março.É um dia em que o mundointeiro é lembrado sobre osofrimento que a Tubercu-lose (Tb) continua a exer-cer nas pessoas, emboraestejam disponíveis medi-das eficazes de controloda doença. o lema desteano para o Dia mundial deLuta contra a Tb é “Travara Tb no nosso tempo de vi-da”.
Travar a tuberculose no nosso tempo de vida
publicidade ll15Março 2013 l JSA
O que é A tuberculOSe?A tuberculose é uma doença infecciosa causada por ummicróbio chamado "bacilo de Koch". É uma doença conta-giosa, que se transmite de pessoa para pessoa e que atin-ge sobretudo os pulmões. Pode também atingir outros ór-gãos e outras partes do nosso corpo, como os gânglios,os rins, os ossos, os intestinos e as meninges.
quAiS SãO OS SintOmAS mAiS evidenteS?– Tosse crónica;– Febre;– Existência e persistência de suores nocturnos (dos queensopam o lençol);– Dores no tórax;– Perda de peso, lenta e progressiva;– Falta de apetite, anorexia, apatia completa para comquase tudo o que está à volta.
cOmO Se trAnSmite?A transmissão do micróbio da tuberculoseprocessa-se pelo ar, através da respiração,que o faz penetrar no nosso organismo.Quando um doente com tuberculose tosse,fala ou espirra, espalha no ar pequenas gotasque contêm o bacilo de Koch. Uma pessoasaudável que respire o ar de determinado am-biente onde permaneceu um tuberculoso po-de infectar-se.
Note-se que um espirro de um doente comtuberculose projecta no ar cerca de dois mil-hões de bacilos. Através da tosse, cerca de3,5 mil partículas são igualmente projectadaspara a atmosfera.
tOdAS AS peSSOAS que entrAm em cOntActO cOm dOenteS tuberculOSOS pOdem Ser cOn-tAgiAdAS?Não. A maior parte das vezes o organismo re-siste e a pessoa não adoece. Contudo, por ve-zes, o organismo resiste no momento, mascontinua a albergar o micróbio, motivo peloqual quando fragilizado por alguma outradoença, como a sida, o cancro, a diabetes ouo alcoolismo, acaba por não resistir. Os ido-sos têm também mais possibilidades de adoe-cer logo após estarem em contacto com umtuberculoso, ou seja, com o ar que este respi-ra.
Entre as pessoas que mais probabilidadestêm de contrair esta infecção, contam-se osidosos, as crianças e as pessoas muito debili-tadas por outras doenças.
tOdOS OS pAcienteS cOm tuberculOSe pOdem trAnSmitir A dOençA?Não, apenas os doentes com o bacilo de Koch no pulmãoe que sejam bacilíferos, isto é, que eliminem o bacilo noar, através da tosse, espirro ou fala.
Quem tem tuberculose noutras partes do corpo nãotransmite a doença a ninguém porque não elimina o baci-lo de Koch através da tosse.
Os doentes com tuberculose que já estão a ser tratadosnão oferecem perigo de contágio porque a partir do iníciodo tratamento este risco vai diminuindo dia após dia.Quinze dias depois de iniciado o tratamento, é provávelque o paciente já não elimine os bacilos de Koch.
que fActOreS fAcilitAm O cOntágiO?– Estar na presença de um doente bacilífero (aquele que eli-mina muitos bacilos através da tosse, dos espirros, da fala);– Respirar em ambientes pouco arejados e nos quais há pre-dominância de pessoas fragilizadas pela doença;– Permanecer vários dias em contacto com doentes tubercu-losos.cOmO Se previne?A prevenção é a arma mais poderosa e genericamente usa-da em todo o mundo. É feita através da vacina BCG (Bacilode Calmette e Guérin), que é aplicada nos primeiros 30 diasde vida e capaz de proteger contra as formas mais graves detuberculose. É, por isso, obrigatória e tomada por milhões decrianças em todo o mundo.
Deve ainda tratar-se, o mais breve possível, os doentescom tuberculose, para que o contágio não prolifere, e pro-curar não respirar em ambientes saturados, pouco arejadose pouco limpos.
A tuberculOSe tem curA?Sim. Se o doente seguir a prescrição do médico e as suas in-dicações, as oportunidades de cura atingem os 95 por cen-to. Mas para que assim seja, é fundamental não interrompero tratamento em hipótese alguma, nem mesmo se os sinto-mas desaparecerem.
cOmO Se trAtA?Quando alguém adoece por causa do micróbio da tubercu-lose e fica tuberculoso, o tratamento consiste na combina-ção de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazi-namida. Este tratamento dura cerca de seis meses e deve sersempre acompanhado pelo médico de família do seu centrode saúde.
em que SituAçõeS é preciSO internAr um dOente cOm tuberculOSe?Na maior parte dos casos, o tratamento deve ser ambulató-rio, ou seja, feito em casa e acompanhado no centro de saú-de ou no hospital da área de residência do doente. Porém, seo diagnóstico não for feito no início da doença e os pulmõesdo doente ficarem gravemente afectados, inclusive originan-do outras complicações, o médico tem que observar o pa-ciente e decidir se precisa do internamento. Nestas circuns-tâncias, as pessoas ficam muito fragilizadas e precisam demuito apoio.
No caso de um doente com tuberculose noutras partes docorpo, cabe ao médico tomar a decisão. Quando o doentecontrai uma meningite tuberculosa tem forçosamente de serinternado.
A tuberculOSe mAtA?Sim. Se uma pessoa com tuberculose não recorrer aos servi-ços médicos competentes e se não for tratada atempada e
convenientemente, a probabilidade de vir amorrer na sequência da tuberculose é muitoelevada.
Quando um doente abandona ou inter-rompe o tratamento que lhe foi prescrito, au-menta também a probabilidade de vir a mor-rer da doença, uma vez que possibilita oaparecimento de novos bacilos de Koch, re-sistentes aos medicamentos actualmenteusados pelos médicos para o tratamento econtrolo da tuberculose.
cOmO Se diAgnOSticA?Se tossir consecutivamente durante cerca detrês semanas, é recomendável que consulteo médico do centro de saúde da sua área deresidência. Este médico pode pedir-lhe parafazer o exame do escarro ou baciloscopia etambém uma radiografia ao tórax. Atravésdos resultados destes dois exames estará, en-tão, em condições de avançar com o dia-gnóstico e encaminhá-lo para os serviçosmédicos competentes.
Se fOr diAgnOSticAdA umA tu-berculOSe, é neceSSáriO pA-rAr de beber e de fumAr?Sim. Não é aconselhável, como se sabe, aassociação entre medicamentos e bebidasalcoólicas. Podem até gerar-se outras com-plicações, como, por exemplo, o apareci-mento de hepatite. É também desejável e ne-cessário que o paciente pare de fumar, até
porque isso melhorará a sua saúde como um todo e benefi-ciará a recuperação dos pulmões.
Caso persistam dúvidas ou alguma impossibilidade porparte do paciente em seguir estas recomendações, aconsel-ha-se conversar com o médico ou com o responsável desaúde do centro de saúde da sua área de residência.
AS grávidAS pOdem Ser trAtAdAS cOm OS medicAmentOS hAbituAiS pArA A tuberculOSe?Sim, pois os medicamentos costumam ser seguros. Mas tam-bém neste caso se aconselha a consulta e uma conversacom o médico assistente para esclarecimento de dúvidas,designadamente as que se relacionem com a saúde da mãee do bebé.
Perguntas Respostas
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Básicos
Especializados
de Próteses
e Ortodontia
Os serviços estomatoló-
gicos básicos incluem res-
tauração dentária, extrac-
ções tanto de dentes tempo-
rários como de permanentes,
tratamentos endodónticos,
profilaxia (limpeza), bran-
queamento de dentes, radio-
grafias (RX) periapicais e
panorâmicas. A Clínica Es-
tomatológica Meditex tam-
bém presta serviços de ur-
gência como drenagem de
abcessos, cura de alveolitis,
sangramentos alveolares, ci-
mentação de brackets, ban-
das e próteses fixas, além de
reparações de próteses.
O que é a cárie
dentária?
A cárie dentária define-se
como um processo, ou enfer-
midade dinâmica crónica,
que ocorre na estrutura den-
tária em contacto com os de-
pósitos microbianos. Devido
ao desequilíbrio entre a
substância dental e o fluido
de placa circundante, obtém-
se uma perda de mineral da
superfície dentária, cujo si-
nal é a destruição localizada
de tecidos duros do dente.
A cárie dentária é uma en-
fermidade de origem multi-
factorial, na qual existe a in-
teracção de três factores
principais: o hóspede (parti-
cularmente a saliva e os den-
tes), a microflora e o substra-
to. Além destes três factores,
deverá ter-se em conta mais
um, o tempo. Para que se for-
me uma cárie é necessário
que as condições de cada
factor sejam favoráveis,
quer dizer, um hóspede sus-
ceptível, uma flora oral ca-
riogénica e um substrato
apropriado, que deverá estar
presente durante um deter-
minado período.
Uma vez instalada a cárie,
torna-se imprescindível um
tratamento especializado
com o objectivo de eliminar
do tecido dentário toda a le-
são cariosa e restaurar o
mesmo com materiais com-
patíveis, para manter a vita-
lidade do dente e, assim,
conservá-lo na cavidade bu-
cal. Esta é, precisamente, a
missão dos estomatologistas
cubanos nesta clínica: devol-
ver o sorriso aos nossos pa-
cientes.
O que é a Ortodontia?
A Ortodontia é uma espe-
cialidade da Estomatologia
dirigida para a resolução dos
problemas que afectam a es-
tética dentária, quer dizer a
má oclusão dentária, a qual
não é mais que a alteração
das relações que se estabele-
cem como resultado dos
contactos oclusais entre to-
dos os elementos integrantes
do sistema estomatognático.
A Ortodontia estuda e atende
o desenvolvimento da oclu-
são e a sua correcção por
meio de aparelhos mecâni-
cos que exercem forças físi-
cas sobre a dentição e o seu
meio ambiente. Tem como
objectivo fundamental o es-
tabelecimento de uma oclu-
são harmónica e a boa saúde
do aparelho estomatognáti-
co através do uso de apare-
lhos para a sua correcção, os
quais podem ser fixos ou re-
movíveis. Dentro dos apare-
lhos fixos, na nossa Clínica,
incluem-se os de aço inoxi-
dáveis e os cerâmicos. Anti-
gamente, esta especialidade
só podia ser aplicada em
crianças. No entanto, com o
desenvolvimento da ciência
e da técnica, o surgimento de
materiais inovadores e a alta
preparação científica dos
nossos especialistas, esten-
deu-se a todas as idades.
Especialidade
de prótese
Na especialidade de Pró-
tese encontram-se os servi-
ços encaminhados para de-
volver aos nossos pacientes
os dentes perdidos por múlti-
plas causas. A perda de es-
truturas dentárias, dentes e
elementos de suporte não é
mais do que a destruição da
porção coronária ou radicu-
lar dos mesmos, por múlti-
plas causas que levam à sua
exérese (extracção). Uma
vez que produziu a perda
dentária, se o paciente não se
reabilitar, pode trazer conse-
quências clínicas directas
sobre o aparelho estomatog-
nático como implicações es-
téticas, transtornos psicoló-
gicos, rápida reabsorção dos
rebordes residuais, dificul-
dades na mastigação que le-
vam a transtornos gastro-
duodenais, transtornos do
sistema neuromuscular e
transtornos das articulações
temporomandibulares. Para
evitar estas implicações clí-
nicas derivadas da perda
dentária, no nosso Centro
confeccionam-se próteses
acrílicas totais e parciais,
próteses metálicas tanto su-
periores como inferiores e
próteses fixas elaboradas
com materiais de alta quali-
dade e com um acabamento
que demonstra a alta qualifi-
cação dos especialistas que
aqui trabalham. O nosso
principal objectivo é a saúde
integral do aparelho estoma-
tognático.
Cuide da sua dentição e,
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18ll terapia da fala Março 2013 lJSA
Denomina-seconsciênciafonológica ahabilidademetalinguísti-
ca de tomada de consciênciadas características formais dalinguagem. Esta habilidadecompreende dois níveis:— A consciência de que a lín-gua falada pode ser segmen-tada em unidades distintas,ou seja, a frase pode ser seg-mentada em palavras; as pa-lavras, em sílabas e as sílabas,em fonemas.—A consciência de que essasmesmas unidades repetem-seem diferentes palavras fala-das.
Diferentes pesquisas têmapontado o papel do desen-volvimento da consciênciafonológica para a aquisição
da leitura e escrita. Estas pes-quisas referem que o desem-penho das crianças na fasepré-escolar em determinadastarefas de consciência fono-lógica é preditivo de seu su-cesso ou fracasso na aquisi-ção e desenvolvimento daLeitura e da escrita. Criançascom dificuldades em cons-ciência fonológica geralmen-te apresentam atraso na aqui-sição da leitura e escrita, eprocedimentos para desen-volver a consciência fonoló-gica podem ajudar as crian-ças com dificuldades na es-crita a superá-los.
A consciência fonológica,ou o conhecimento acerca daestrutura sonora da lingua-gem, desenvolve-se nascrianças ouvintes no contatodestas com a linguagem oralde sua comunidade. É na rela-ção dela com diferentes for-mas de expressão oral que es-sa habilidade metalinguísticase desenvolve, desde que acriança se vê imersa no mun-do linguístico. Diferentesformas linguísticas a quequalquer criança é expostadentro de uma cultura vãoformando sua consciência fo-nológica, entre elas destaca-mos as músicas, cantigas deroda, poesias, parlendas, jo-gos orais, e a fala, propria-mente dita.
As sub habilidades da
consciência fonológica são:
— Rimas e aliterações— Consciência
de palavras— Consciência silábica— Consciência fonémica
Rimas e aliterações
A rima representa a cor-respondência fonémica entreduas palavras a partir da vo-gal da sílaba tónica. Porexemplo, para rimar com apalavra SAPATO, a palavradeve terminar em ATO, pois apalavra é paroxítona, mas pa-ra rimar com CAFÉ, a pala-vra precisa terminar somenteem É, visto que a palavra éoxítona. A equidade deve sersonora e não necessariamen-te gráfica, ou seja, as palavrasOSSO e PESCOÇO rimam,pois o som em que terminamé igual, independente da for-ma ortográfica.
Já a aliteração, também re-curso poético, como a rima,representa a repetição damesma sílaba ou fonema naposição inicial das palavras.Os trava-línguas são um bomexemplo de utilização da ali-teração, pois repetem, no de-correr da frase, várias vezes omesmo fonema.
Os pesquisadores Goswa-mi e Bryant (1997) realiza-ram estudos a respeito daconsciência fonológica ecomprovaram que a habilida-de de detetar rima e aliteraçãoé preditora do progresso naaquisição da leitura e escrita.Isto ocorre, porque a capaci-dade de perceber semelhan-ças sonoras no início ou no fi-nal das palavras permite fazerconexões entre os grafemas eos fonemas que eles repre-sentam, ou seja, favorece ageneralização destas rela-ções.
É comum vermos criançasde 4 ou 5 anos brincando com
nomes dos colegas em jogosde rimas como: "Gabriel carade pastel, Fabiana cara de ba-nana". Mesmo sem saber queisto é uma rima, a brincadeiraespontânea das crianças ates-ta sua capacidade de cons-ciência fonológica.
Consciência de palavras
Também chamada deconsciência sintática, repre-senta a capacidade de seg-mentar a frase em palavras e,além disso, perceber a rela-ção entre elas e organizá-lasnuma sequência que dê senti-do. Esta habilidade tem in-fluência mais precisa na pro-dução de textos e não no pro-cesso inicial de aquisição deescrita. Ela permite focalizaras palavras enquanto catego-rias gramaticais e sua posiçãona frase. Contar o número depalavras numa frase, referin-do-o verbalmente ou batendouma palma para cada palavra,é uma atividade de consciên-cia de palavras. Por exemplo:Quantas palavras há na frase:"O cão correu atrás do gato?"Ao responder corretamenteesta questão ou batendo umapalma para cada palavra, en-quanto repete a frase, a crian-ça demonstra sua habilidadede consciência sintática.Além disso, ordenar correta-mente uma oração ouvidacom as palavras desordena-das também é uma capacida-de que depende desta habili-dade.
Défice nesta habilidadepode levar a erros na escritado tipo aglutinações de pala-vras e separações inadequa-
das. Embora esses erros se-jam comuns no processo ini-cial de aquisição da escrita,como por exemplo, escrever:OGATO (aglutinação) ouSABO NETE (separação), apersistência destes tipos deerros pode ser motivada poruma dificuldade de consciên-cia sintática. Esta habilidadeimplica numa capacidade deanálise e síntese auditiva dafrase.
Consciência da sílaba
Consiste na capacidade desegmentar a palavras em síla-bas. Esta habilidade dependeda capacidade de realizaranálise e síntese vocabular.
A criança só avança para afase silábica de escrita, quan-do se torna atenta às caracte-rísticas sonoras da palavra,especialmente quando elachega ao nível do conheci-mento da sílaba.
Atividades como contar onúmero de sílabas; dizer qualé a sílaba inicial, medial ou fi-nal de uma determinada pala-vra; subtrair uma sílaba daspalavras, formando novosvocábulos, são bastante úteis.
Consciência fonémica
Consiste na capacidade deanalisar os fonemas que com-põe a palavra. Tal capacida-de, a mais refinada da cons-ciência fonológica, é tambéma última a ser adquirida pelacriança.
É no processo de aquisi-ção da escrita que esse tipoespecífico de habilidade pas-sa a se desenvolver. As escri-tas de um sistema alfabético,como o português, o inglês eo francês, por exemplo, per-mitem que os indivíduos to-mem contato com as estrutu-ras mínimas da linguagem: osfonemas; o que não é possívelnum sistema de escrita silábi-co ou ideográfico.
Desta forma, percebemosque um certo nível de cons-
ciência fonológica é impres-cindível para a aquisição dalecto-escrita, ao mesmo tem-po em que, com domínio daescrita, a consciência fonoló-gica se aprimora. Ou seja, es-tágios iniciais da consciênciafonológica contribuem para odesenvolvimento dos está-gios iniciais do processo deleitura e estes, por sua vez,contribuem para o desenvol-vimento de habilidades deconsciência fonológica maiscomplexas.
Atividades como dizerquais ou quantos fonemasformam uma palavra; desco-brir qual a palavra está sendodita por outra pessoa unindoos fonemas por ela emitidos;formar um novo vocábulosubtraindo o fonema inicialda palavra (por exemplo,omitindo o fonema /k/ da pa-lavra CASA, forma-se a pala-vra ASA), são exemplos emque se utiliza a consciênciafonémica.
A consciência fonológicaassociada ao conhecimentodas regras de correspondên-cia entre grafemas e fonemaspermite à criança uma aqui-sição da escrita com maiorfacilidade, uma vez que pos-sibilita a generalização e me-morização destas relações(som-letra).
Crianças e jovens com di-ficuldades de aprendizagemde leitura e escrita devemparticipar de atividades paradesenvolver a consciênciafonológica, em programas dereforço escolar ou terapiascom profissionais especiali-zados, como Terapeuta daFala ou Psicopedagogo.Além disso, as escolas po-dem desenvolver desde apré-escola, atividades deconsciência fonológica comobjetivo preventivo, a fim deminimizar as possíveis difi-culdades futuras na aquisi-ção da escrita (Guimarães,2003).
n numa altura em que se
iniciou mais um ano esco-
lar e algumas crianças se-
rão confrontadas pela pri-
meira vez com a árdua ta-
refa da aprendizagem da
leitura e da escrita, penso
que alguns de vós devem
colocar a questão: “O meu
filho está preparado para
iniciar a aprendizagem da
leitura e da escrita?”
O seu filho está preparado para iniciar a aprendizagem da leitura e da escrita?
ConsCiênCia FonológiCa versus leiTura e esCriTa
Vanda Sardinha | Terapeuta da Fala
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AConferênciateve como ob-jectivo geralpartilhar e de-bater novas
modalidades de financia-mento e de funcionamentopara optimizar a prestaçãode cuidados de saúde.
O XXII Conselho Con-sultivo teve como objectivoproceder ao balanço dos re-sultados das acções imple-mentadas, partilhar e con-sensualizar o Plano Nacionalde Desenvolvimento Sanitá-rio (PNDS) 2012-2025,transmitir novas orientaçõesmetodológicas, nomeada-mente sobre a elaboração doOrçamento Geral do Estado2014, bem como analisar ediscutir as perspectivas e li-nhas de força do sector noâmbito do Plano Nacional deDesenvolvimento 2012-2013.
Constituiu também umaoportunidade para dinami-zar o diálogo e o intercâmbioentre gestores e quadros desaúde de todas as províncias,e do nível nacional, Vice-Governadores provinciais,responsáveis outros sectoresdo Executivo, instituições eparceiros, para partilharem asua experiência, visão eperspectivas para o reforçodo SNS e do seu impacto so-bre a saúde e bem-estar das
nossas populações.O lema escolhido “Mais e
Melhor Saúde” e o tema “ ASaúde: um compromisso deTodos ” propõem-se poten-ciar um maior envolvimentodos profissionais da saúde e
de todos os outros actorescom influência directa ou in-directa no processo de refor-ma da saúde e no desenvol-vimento de planos para seatingirem as metas e objecti-vos traçados pelo Executivo.
20ll XXII CONSELHO CONSULTIVO DO MINSA Março 2013 lJSA
A Conferência sobre a Re-
forma do Sistema e do Servi-
ço Nacional de Saúde decor-
reu com a abordagem de te-
mas livres e mesas redondas,
enquadradas em quatro pai-
néis.
A Conferência abriu com otema “a Reforma do Sistema edo Serviço Nacional de Saú-de” proferida pelo Secretáriode Estado da Saúde, CarlosAlberto Masseca. A reformaacontece num contexto detransição epidemiológica e deaceleração do desenvolvimen-to socio-económico, depois doSector ter elaborado a PolíticaNacional de Saúde, em 2010,o Plano Nacional de Desen-volvimento Sanitário em2012, com base no documen-to estratégico orientador “An-gola 2025” que traça as pers-
pectivas macro e micro do de-senvolvimento económico esocial de Angola a médio elongo prazo.
Boukar Traoré, do EscritórioRegional da OMS-Afro, fo-cou os processos geracionaisda reforma da saúde em Áfri-ca desde Alma-Ata até a Ci-meira que definiu os Objecti-vos de Desenvolvimento doMilenio (ODM) e as perspec-tivas após 2015. Enfatizou queos processos de reforma dasaúde devem ser apropriadose conduzidos pelos países, de-vem ser regidos pelos princí-pios de gestão transparente eprestação de contas e que ospaíses da Região podem con-tar com o apoio técnico daOMS. Por outro lado, devemincidir na melhoria das fun-
ções dos ministérios da saúde,nos domínios de financiamen-to, produção e gestão dos re-cursos humanos, descentrali-zação e desconcentração derecursos em saúde, bem comoa melhoria do desempenho equalidade da prestação de cui-dados.
Foram realizados painéis so-bre a Estrutura e Financia-mento e outro sobre Funciona-mento e Regulação de Siste-mas de Saúde. Apresentadostemas sobre a ” Intersectoriali-dade em saúde” e Mesas Re-dondas que abordaram temasrelacionados com a Reformado Sistema Nacional de Saúdena óptica dos parceiros e sobremodelos de financiamentosustentável e Parcerias Públi-co-Privadas.
A reforma do Sistema e do SNS
Dos cerca de 500 presentes aoevento, destacou-se a presen-ça de convidados, de sete an-tigos Ministros e vice-minis-tros da saúde, dezasseis Vice-Governadores Provinciais pa-ra a esfera Política e Social,Administradores Municipais,representantes das Ordens eAssociações Profissionais, doDecano da Faculdade de Me-dicina da UAN, membros doExecutivo da província deBenguela, representantes dasForças Armadas Angolanas,representes dos sindicatos ,
Directores Nacionais do Mi-nistério da Saúde e de outrosMinistérios e Directores Pro-vinciais e Municipais da Saú-de, Directores Hospitalares,docentes Universitários, Pro-fissionais de Saúde, represen-tantes das Agencias das Na-ções Unidas, representantesdo Sector Privado e parceirosdo MINSA, representantes deBancos e de Seguradoras, For-necedores de Medicamentos eEquipamentos, Parceiros deImplementação e Peritos In-ternacionais em Saúde.
Quem esteve presente
n Sob o lema “Mais e Me-
lhor Saúde” e com o tema
“A Saúde: um compromis-
so de Todos”, realizou-se
de 21 a 23 de Março de
2013, na cidade de Ben-
guela, o XXIIº Conselho
Consultivo do Ministério
da Saúde, que foi antece-
dido pela Conferência so-
bre a Reforma do Sistema
e do Serviço Nacional de
Saúde, nos dias 18 e 19 de
Março, com a presença de
cerca de 500 participan-
tes.
Futuro da saúde debatido em Benguela Os cinco eixos
de orientação
programática
No discurso de abertura o
Ministro da Saúde, José Van-
Dúnem, indicou os cinco ei-
xos de orientação programá-
tica nomeadamente:
1. Acelerar o alcance dos
Objectivos de Desenvol-
vimento do Milénio;
2. Continuar a promover o
acesso universal aos ser-
viços de saúde e reduzir as
assimetrias;
3. Consolidar a reforma do
sector e o reforço institu-
cional;
4. Continuar a melhorar a
mobilização, administra-
ção e gestão dos recursos,
com realce à formação inicial
e permanente da força de tra-
balho, ao abastecimento de
medicamentos e equipa-
mentos, ao financiamento
em saúde, a cooperação
multifacetada como a Coo-
peração Cubana;
5. Revitalizar a colabora-
ção intersectorial em ge-
ral e nos domínios específi-
cos de prevenção e controlo
da cólera, da raiva, do VIH/SI-
DA, da sinistralidade rodoviá-
ria e das mortes maternas.
Por outro lado, destacou a
necessidade de se continuar
a definir políticas transver-
sais, a alinhar o Plano Nacio-
nal de Desenvolvimento Sa-
nitário com o sector público e
privado, parceiros de coope-
ração bilateral e multilaterais,
a promover a coordenação
horizontal e vertical, envol-
vendo os níveis nacional,
provincial e municipal com
um apoio metodológico e
técnico a esses níveis.
soro fisiológico ll21Março 2013 l JSA
22ll XXII CONSELHO CONSULTIVO DO MINSA Março 2013 lJSA
Os próximospassos da saúde
Plano nacional de
desenvolvimento
sanitário 2012-2025
n Após a apresentação das suas contribuições, os
participantes no Conselho Consultivo chegaram a con-
senso sobre o Plano Nacional de Desenvolvimento Sa-
nitário 2012-2025 (PNDS) e recomendaram:
Reforma do sistema e do serviço nacional de saúde: oaprofundamento do processo através de estudos e de medi-das relativas aos modelos de financiamento sustentável,optimização da estrutura e do funcionamento dos mesmos,tendo em conta as contribuições dos diversos apresentado-res;
Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário
(ora consensualizado com as devidas emendas): asubmissão à Comissão Social e ao Conselho de Mi-nistros para apreciação e aprovação;
Planos Municipais e Provinciais de Desenvolvi-
mento Sanitário: as províncias devem iniciar deimediato a sua elaboração, respeitando os prazosestabelecidos, contando com o apoio técnico e me-todológico do nível central do Ministério da Saúdee tendo o PNDS como documento de referência;
Processos de planeamento em curso nos dife-
rentes órgãos do Ministério da Saúde e a nível dos
Parceiros de Implementação em Saúde: alinhar todas asmetas, estratégias e actividades dos seus Planos Estratégi-cos e Planos de Acção para 2014, ao Plano Nacional de De-senvolvimento Sanitário;
Orçamento da Saúde 2014: cada Órgão e Unidade Orça-mentada do MINSA deve elaborar os orçamentos em estri-to alinhamento com as metas e actividades previstas noquadro do PNDS;
Execução do Orçamento Geral do Estado para 2013
atribuído aos Municípios (no âmbito da municipaliza-
ção do Serviço Nacional de Saúde): colaboração estreitaentre os Administradores Municipais, os Directores Muni-cipais de Saúde e as equipas provinciais de saúde;
Recursos Humanos: conclusão da elaboração do PlanoNacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos paraa Saúde 2012-2017 e a organização, nos próximos seis me-ses, de um Fórum Nacional específico para discussão ebusca de consensos sobre o Plano;
Mecanismos de monitorização: a elaboração de relató-rios periódicos de progresso, a criação de equipas multidis-ciplinares de supervisão e a finalização dos instrumentosde monitorização de indicadores indispensáveis para se al-cançarem os objectivos traçados.
publicidade ll23Março 2013 l JSA
Oquadro actual é cla-ramente de uma si-tuação de subfinan-ciamento do sectorda saúde, com uma
tendência para o aumento dos cus-tos de manutenção e funcionamen-to das unidades hospitalares e deuso inadequado dos recursos finan-ceiros disponíveis”.
De acordo com a comunicaçãoapresentada pelo Secretário-geraldo Minsa, Manuel Caetano, noConselho Consultivo, o orçamento2013 “é insuficiente para imple-mentação com sucessos das estra-tégias do Executivo, no período de2012 a 2017, a saber, a consolida-ção do processo de reforma do sec-tor e do reforço da sua capacidadede desempenho das mesmas, a re-dução da mortalidade materna, in-fantil e infanto-juvenil, bem comoa morbi-mortalidade por doençasdo quadro nosológico nacional, acapacitação dos quadros da saúde,dos indivíduos, das famílias e dascomunidades para promoção e pro-tecção da saúde”.
Entretanto, considerando o fac-to de ser um orçamento de transiçãode uma situação de sub - financia-mento para uma condição de finan-ciamento sustentável, Manuel Cae-tano sugere que “no ano de 2013 sefaça um estudo aprofundado paradeterminar o estado actual de sub -financiamento do sector, a fim depermitir que, gradualmente, o orça-mento do sector seja ajustado às ne-cessidades reais de funcionamentodas unidades hospitalares e dosProgramas, com vista a atingir osobjectivos e metas traçados”.
Diagnóstico da
situação actual
Segundo o estudo das ContasNacionais de Saúde, realizado como apoio da OMS em 2008, o finan-ciamento público corresponde a65,2% das despesas totais em saú-de, seguido das contribuições dasfamílias com 22,5%, as empresaspúblicas e privadas com 8,9% e osparceiros internacionais com 3,4%.
O OGE tem recursos da funçãosaúde alocados a todos os prestado-res públicos, designadamente, oMINSA, o MININT e o MINDEF.
Os recursos do Serviço Nacional deSaúde são alocados ao Ministérioda Saúde, Governos Provinciais eAdministrações Municipais, Hos-pitais Gerais e Centrais, Hospitaispúblico-privados, bem como aosInstitutos Públicos, sendo que amaior fatia é atribuída aos Órgãosdo Poder Local (Governos Provin-ciais e Administrações Munici-pais). Calcula-se que cerca de 60%do Orçamento é utilizado para osserviços hospitalares. O financia-mento privado é feito pelas famí-lias, através de pagamentos direc-tos ou por via de seguros privados,bem como pelas empresas públicasou privadas.
De acordo com o Secretário-ge-ral do Minsa, a percentagem doOGE alocada à função saúde subiude 4,65% em 2006, para 8,38% em2009, ao passo que em 2010 e 2011essa percentagem baixou para5,02%. Lembra que “em 2008 naConferência de Ougadogou, Ango-la subscreveu o compromisso decriar um ambiente favorável ao au-mento dos recursos afectados parao sector da saúde, de modo a elevá-los, progressivamente a, pelo me-nos, 15 % do Orçamento Nacional.Tendo em conta a desejada susten-tabilidade financeira, essa reduçãoobservada no Orçamento para osector, configura uma série amea-ça, numa altura de crescimento dademanda, do aumento da coberturasanitária e dos crescentes custosdos serviços de saúde, face ao cum-primento da Declaração de Ouaga-dougou”.
O modelo de
financiamento futuro
Segundo este responsável, omodelo de financiamento que sepretende para o futuro deverá evo-luir de uma situação com financia-mento público e ajuda internacio-nal e humanitária para uma situa-ção de pluralidade de fontes de fi-nanciamento, mas em que os cuida-dos primários permanecerãocomo tendo os recursos públi-cos e a ajuda como as fontes lar-gamente dominantes de finan-ciamento.
Acções prioritárias
Para Manuel Caetano, a priori-dade aos cuidados primários desaúde justifica que os mesmos se-jam suportados por financiamentopúblico e ajudas internacional, masnuma base de eficiência e qualida-de. O mesmo é dizer que o sistemade saúde caminhará necessaria-mente, a prazo, em particular ao ní-vel de cuidadosterciários, parauma pluralidade defontes de financia-mento.
“A introduçãode comparticipa-ções e de outrosmodelos de finan-ciamento terá deser efectuada deforma selectiva egradual, a fim denão impedir oacesso de pobres egrupos vulnerá-veis, pela que a suaarticulação com osistema de protec-ção social é obriga-tória”.
Princípios do modelo
de financiamento
Manuel Caetano defende que omodelo de financiamento deva es-truturar-se na base dos seguintesprincípios:
A prestação de cuidados primá-rios de saúde deve ser, pelo menosaté 2015, gratuita para os pobres egrupos vulneráveis (refugiados,adolescentes, desmobilizados,reassentados);
Gratuidade de cuidados de saú-de em todas as doenças e ende-mias consideradas prioritá-rias, como sejam: VIH/SI-DA, Malária, Tuberculosee Tripanosomíase;
Gratuidade de cuidadosde saúde materno-infantil
nas redes primárias e secundáriasdo SNS;
Introdução de um sistema de pa-gamentos directos (taxas modera-doras e reembolso de custos), comcaracterísticas de progressividadedos hospitais provinciais aos hospi-tais centrais e diferenciados, articu-lando-o com o sistema de protec-ção social, a quem competirá o pa-
gamento, total ouparcial, dos custosde doença dos be-neficiários dossistemas de segu-rança social (regi-me de doença nossistemas obrigató-rios). Este sistemade pagamentos di-rectos deverá terregimes de isen-ção, abrangendoos pobres e gruposvulneráveis;
Promoção desistemas de parti-lha de riscos, co-mo seja a mutua-lização de âmbito
nacional, provincial e até local;Introdução de outros seguros
privados de saúde, que vão desdeseguros de empresas a seguros in-dividuais, para cuidados prestadosnos sistemas público ou privado,com modalidades e custos diferen-ciados.
Abertura à iniciativa privada,em regime de parceria público-privada, de financiamento dareabilitação e expansão darede terciária.
24ll XXII CONSELHO CONSULTIVO DO MINSA Março 2013 lJSA
n Orçamento 2013 é insuficiente para reformar o sector e atingir metas de redução da mortalidade materno-infantil
“O sector da saúde está
claramente subfinanciado”
“O sistema desaúde caminharánecessariamente,a prazo, emparticular aonível decuidadosterciários, parauma pluralidadede fontes definanciamento”
SECREtáRiO-GERAl dO MiNSA, MANuEl CAEtANO
Conclusões
e propostas
Para se alcançar as metas e os objecti-vos preconizados na Estratégia Angola2025, no Plano Nacional Sanitário e noPrograma do Governo 2012-2017, oSecretário-geral do Minsa propõe:Construir um novo modelo de financia-mento, com pluralidade de fontes de fi-nanciamento, ampliando ao máximoas respostas de saúde e possibilitandoa convergência para as metas de saú-de de Angola;Garantir o financiamento público doscuidados primários e contribuir para aefectiva distribuição de recursos emfunção das necessidades, promoven-do o acesso universal e a utilização dosServiços; Reforçar o modelo de organização egestão de Serviço Nacional de Saúde,com vista à utilização eficaz e progres-sivamente mais eficiente dos recursosdisponíveis;Adequar a sustentabilidade financeirado Serviço Nacional de Saúde, aos ob-jectivos e desempenho do Serviço Na-cional de Saúde.
O desenvolvimento de um novo mode-lo de financiamento para o Serviço Na-cional de Saúde deverá ter as seguin-tes componentes:Estudo de modelos de financiamento erecomendação do modelo conceptualfuturo, quer a nível de fontes de finan-ciamento, quer de modelo de distribui-ção;Construção do modelo de financia-mento das unidades de cuidados desaúde para as várias tipologias, definin-do as regras de contratualização, osfactores de determinação da remune-ração e os mecanismos de controlo domodelo.
publicidade ll 25Março 2013 l JSA
?
26ll XXII CONSELHO CONSULTIVO DO MINSA Março 2013 lJSA
Aexpansão dos interna-
tos de especialidades
médica, a formação
pós graduada de enfermeiros,
técnicos de diagnóstico e tera-
pêutica, a especialização para o
nível médio e a capacitação em
metodologias de investigação
constituem as prioridades de
formação para o Ministério da
Saúde.
De acordo com o Director-ge-
ral dos Recursos Humanos,
António Costa, os desafios que
se colocam no sector que diri-
ge passam pela criação de in-
centivos para a fixação de pro-
fissionais na periferia, a aposta
na sua formação, a criação de
uma rede de escolas de forma-
ção de técnicos de saúde e a re-
visão e actualização das carrei-
ras existentes. A formação de
gestores de recursos humanos
da saúde a nível local, a forma-
ção de formadores, a criação do
sistema de informação de re-
cursos humanos, a consolida-
ção dos internatos médicos nas
províncias e a criação de pre-
missas para a extensão das es-
pecialidades de nível médio as
províncias e para a introdução
de novas carreiras no sector são
outros dos desafios que este
gestor revelou durante o Con-
selho Consultivo.
Segundo António Costa, veri-
fica-se um desequilíbrio na dis-
tribuição dos recursos huma-
nos no país (85% em Luanda e
nas capitais provinciais e 15%
no restante território), uma dé-
bil gestão dos recursos huma-
nos a nível local e dos órgãos
tutelados do MINSA e, ainda,
escassez de recursos humanos
diferenciados.
As prioridades da formação
Como acelerar a
elaboração dos
Planos de Desen-
volvimento Mu-
nicipais?
Como acelerar o
acesso universal
aos Cuidados
Primários de
Saúde, tendo em
conta as particu-
laridades do
meio urbano e do
meio rural?
Como acelerar a
operacionaliza-
ção dos Conse-
lhos de Ausculta-
ção Concertação
Social e a partici-
pação intersecto-
rial?
Como acelerar a
capacitação das
equipas munici-
pais, incluindo os
Administrado-
res, os quadros
da saúde e os
Agentes Comu-
nitários de Saú-
de?
Como mobilizar
mais e gerir me-
lhor os recursos
financeiros a ní-
vel local?
n Melhorar a planifica-
ção, gestão e monitoria
das acções do Sistema
Municipal de Saúde, me-
lhorar os mecanismos de
coordenação das acções
dos parceiros, integran-
do-as num só plano de ac-
ção, incluindo o financia-
mento, acelerar a integra-
ção da promoção, preven-
ção e tratamento das
doenças crónicas não
transmissíveis no pacote
essencial de cuidados e
serviços de saúde do nível
primário de atenção e re-
forçar a liderança e a parti-
cipação comunitária, de-
verão ser os próximos
passos a dar na municipa-
lização dos serviços de
saúde, de acordo com Hel-
ga Freitas.
Municipalização: os próximos passos
António Costa defende a expan-
são dos internatos de especialida-
des médica e a formação pós gra-
duada de enfermeiros e técnicos
Uma maior acessibili-
dade, qualidade,
equidade, eficiência e
sustentabilidade é o resultante
esperado das funções de um
sistema de saúde, de acordo
com um dos autores citados
pela Directora Nacional de
Saúde Pública, Adelaide Car-
valho. De acordo com esta res-
ponsável, os resultados finais
traduzem-se ao nível da pro-
moção da saúde (aumenta os
conhecimentos e melhora as
atitudes e práticas na popula-
ção), da saúde materna (au-
menta a utilização dos servi-
ços essenciais da saúde repro-
dutiva e nutrição), da saúde in-
fantil (aumenta a utilização
dos serviços essenciais da saú-
de infantil e nutrição), do
VIH/SIDA (aumenta a utiliza-
ção de respostas sustentáveis
para reduzir a transmissão e
reduzir o impacto) e das doen-
ças endémicas (aumenta a uti-
lização das intervenções para
reduzir a sua ameaça).
Segundo Adelaide Carvalho,
um bom sistema de saúde deve
responder de forma equitativa
às necessidades e expectativas
da população, indo de encontro
à melhoria do estado de saúde
dos indivíduos, famílias e co-
munidades, à defesa das amea-
ças à saúde da população, à
protecção das pessoas contra as
consequências financeiras dos
problemas de saúde, garantin-
do o acesso equitativo aos cui-
dados e, ainda, promove a par-
ticipação das pessoas nas deci-
sões que afectam a sua saúde e
o sistema.
Um bom sistema de saúde
As perguntas sacramentais
Neste âmbito, segundo a comunicação apresentada por esta responsável do Ministério da Saúde no Conselho Consultivo, os
grandes desafios que se colocam nos próximos anos constituem as respostas às seguintes perguntas:
Helga Freitas conclui que
o Sistema Nacional de
Saúde a nível municipal
assentará numa estrutura
sólida de Cuidados Primá-
rios de Saúde que encontra
no Município o pilar mais
forte, por nele se concen-
trar a convergência das ac-
ções intersectoriais, per-
mitindo assim garantir
maior acessibilidade,
equidade, satisfação das
necessidades das popula-
ções, bem-estar e redução
da pobreza.
publicidade ll27Março 2013 l JSA
28ll congressos Março 2013 lJSA
Jsa l Março 2013 l 29
Saúde huambo
— O hospital municipal do
Bailundo funciona em vá-
rias infraestruturas, algu-
mas distantes da principal.
Porquê e para quando a sua
integração?
— De facto, neste momento o
hospital não tem serviços inte-
grados porque alguns estão se-
parados da nossa infra-estrutu-
ra principal, fruto da ausência
de uma unidade sanitária com
dimensões que pudesse alber-
gar todos os serviços.
Dispomos de algumas na-
ves que congregam o maior
número de internamentos, on-
de funcionam os serviços de
medicina, orto-traumatologia,
odontologia, radiologia, labo-
ratório e os serviços de ecogra-
fia. Outra estrutura anexa, rei-
naugurada a 28 de Agosto do
ano passado, anteriormente
denominado hospital munici-
pal, hoje centro materno infan-
til, com a mais-valia de estar
acoplado ao espaço para o blo-
co operatório.
A missão evangélica do
Chilume, a cerca de três quiló-
metros da vila sede, onde fun-
cionam os serviços de pedia-
tria, nutrição e um laboratório,
constitui mais uma unidade
anexa ao Hospital municipal
do Bailundo.
O hospital municipal dis-
põe de dois laboratórios clíni-
cos: um a funcionar neste mo-
mento nas naves e outro no
Chilume.
— Qual a capacidade hospi-
talar actual?
— Em termos de recursos hu-
manos, dispomos de um efec-
tivo de 549 funcionários in-
cluindo um corpo médico ca-
pacitado: dois angolanos e seis
estrangeiros, entre os quais
dois especializados em obste-
trícia. Estes já estão prepara-
dos para proceder às cirurgias
obstétricas, logo que o bloco
operatório entre em funciona-
mento. Temos ainda uma mé-
dica de atenção primária de
saúde e duas enfermeiras li-
cenciadas em estatística e en-
fermagem.
As deficiências são em téc-
nicos de laboratório e radiolo-
gia.
Em termos de material de
enfermagem também estamos
bem servidos.
O hospital tem uma capaci-
dade de 210 camas. Nas naves
estão dispostas 130, no Chilu-
me 50 e no centro materno in-
fantil 30 camas. A principal
causa de internamento e de
morte hospitalar deixou de ser
a malária que passou para o
quarto lugar. Neste momento,
entre as principais causas estão
as broncopneumonias, doen-
ças diarreicas agudas, intoxi-
cações medicamentosas e os
acidentes de viação. A reabili-
tação das estradas facilitou o
aumento de número de aciden-
tes… Quanto às intoxicações
são essencialmente etílicas.
De salientar que continuamos
a receber pacientes que recor-
reram inicialmente aos cuida-
dos de indivíduos leigos, sem
formação, que associam a me-
dicina moderna com a tradi-
cional e tem como resultado o
agravamento da doença com a
incapacidade funcional dos
principais órgãos-alvos, e a
quem, por vezes, já não conse-
guimos dar resposta.
— Quais as prioridades pa-
ra aplicação do orçamento?
— O orçamento – que este ano
aumentou satisfatoriamente –
reparte-se pelo pagamento ao
pessoal e aquisição de bens e
serviços.
A primeira prioridade são
as infra-estruturas, de forma a
podermos integrar os vários
serviços.
Constitui outra prioridade a
implementação da rede de
abastecimento de água potável
corrente, de forma a evitar
doenças, sobretudo as diarrei-
cas agudas, e implementar os
princípios de biossegurança.
Investimos ainda na ilumi-
nação eléctrica para que os
doentes não deixem de ser
consultados por falta de ener-
gia.
Também pretendemos,
com o aumento orçamental,
pôr em funcionamento o bloco
operatório dentro de dois me-
ses, de forma a evitar a transfe-
rência para o hospital geral
provincial dos casos de mater-
nidade que obrigam a cirurgia.
Queremos também perso-
nalizar e humanizar os servi-
ços de saúde. O doente tem
que chegar ao hospital e sentir-
se como se estivesse em casa.
Estamos a falar da distribuição
de roupas de cama e outro ma-
terial de higiene pessoal, na
melhoria do atendimento do
doente no sentido de dar mais
privacidade entre o médico e o
doente, como exigem as nor-
mas.
Os serviços de raio -X e
ecografia também carecem de
reabilitação.
Estamos também a imple-
mentar consultórios ambulan-
tes junto das áreas mais recôn-
ditas do município onde não
temos instaladas unidades sa-
nitárias. Importa referir que
tem de haver uma gestão parti-
cipativa, para evitar dualidade
de aquisições, trabalhando to-
dos com um único objectivo
que é o melhoramento da pres-
tação do serviço no município.
Os valores estão alocados
até Dezembro. Estamos a tra-
balhar sob orientação da Di-
recção Provincial da Saúde e
do Gabinete de Estudos, Pla-
neamento e Estatística do Go-
verno Provincial para que as
nossas acções sejam fiscaliza-
das e acompanhadas.
— Quais são os casos que
ainda são transferidos para
hospital geral?
— Sobretudo os de maternida-
de. Não temo o bloco opera-
cional e os partos que não cor-
rem em condições na nossa
unidade hospitalar temos que
fazer a transferência. Outros
casos são os de orto-traumato-
logia, pois além da falta de blo-
co operatório não temos pro-
fissionais na área.
Elsa Inakulo |
correspondente no HuaMBo
n o Hospital Municipal
do Bailundo vai ter o seu
bloco operatório a funcio-
nar nos próximos dois me-
ses, graças ao aumento
do orçamento viabilizado
pela municipalização. a
garantia foi dada ao Jornal
da saúde pelo seu direc-
tor, Evaristo Paulino Chis-
sende, a braços com a dis-
persão das infra-estrutu-
ras sanitárias pelo municí-
pio, mas determinado a lu-
tar pelo abastecimento de
água potável, energia,
princípios de biossegu-
rança, redução da morbi-
mortalidade e por um
atendimento humanizado
que “permita ao doente
chegar ao hospital e sen-
tir-se como se estivesse
em casa”.
Bloco operatório à vista! Hospital Municipal do Bailundo
“Queremostambémpersonalizar ehumanizar osserviços desaúde: o doentetem que chegarao hospital esentir-se comose estivesse emcasa”
“Dispomos dedois médicos jápreparados paraproceder àscirurgiasobstétricas, logoque o blocooperatório entreemfuncionamento”
“O desenvolvimento da in-teligência, raciocínio lógi-co, pensamento estratégico,determinação e disciplinasão alguns dos benefíciosda prática regular do xa-drez, o que se traduz na me-lhoria significativa do ren-dimento escolar dos jo-vens”. A garantia foi dadapelo presidente da Federa-ção Angolana de Xadrez,Aguinaldo Jaime, por oca-sião do lançamento do pro-jecto “Xadrez nas Escolas”,apoiado pela BP Angola,no dia 15 de Março, noMarco Histórico, em Luan-da.
Para este responsável, oinvestimento traduz a ge-nuinidade das práticas deresponsabilidade social cor-porativa da BP. “É difícilobter patrocínios para uma
modalidade em que o retor-no ao nível da visibilidademediática é inferior à de ou-tros jogos, pelo que é delouvar o esforço desta em-presa ao apoiar um progra-ma que permitirá massificara modalidade – garantia dasua sustentabilidade”.
De acordo com o presi-dente da Associação Pro-vincial de Xadrez de Luan-da, Domingos Ferraz, a ini-ciativa abrange, nesta pri-meira fase, 20 escolas nosmunicípios do Cazenga,Viana, Cacuaco e Luanda,onde 10 professores, entreos quais o mestre ucranianoRoman Chemerys, darãoaulas gratuitas aos jovensestudantes.
O vice-presidente para acomunicação e assuntosgovernamentais da BP An-
gola, e jogador de xadrezdesde jovem, Paulo Pizarro,afirmou que o projecto estáalinhado com a estratégia
da BP no apoio à educaçãono país. “A nossa visão é ade proporcionar a existên-cia de academias de xadrez
em todas as escolas, oubairros, ajudando as crian-ças no seu desenvolvimen-to intelectual e social”.
30ll responsabilidade social Março 2013 lJSA
“Xadrez nas escolas melhora o rendimento escolar dos nossos jovens”
Na retina de ca-da angolanoainda estão asimagens queilustram os
piores momentos que Ango-la viveu durante a guerra. Jo-sé Capamba é o exemplo deum homem que carrega con-sigo o fardo do conflito ar-mado. Foi vítima de mina etornou-se deficiente visual.Mas não cruzou os braços ehoje é o presidente da direc-ção da AACAG.
Para este responsável, aextensão do projecto, agoradenominado “Réplica doBraille aos Cegos”, vai per-mitir “alfabetizar os cegosem letra Braille o que lhespossibilitará prosseguir os
estudos no ensino oficial, au-mentar as suas qualificaçõese consequente inserção so-cial”.
De acordo com o assessorda AACAG, Manuel Diaba-ca, a acção de formação in-cluída no projecto, com doismeses de duração e 180 horasde aulas, inicia já este mês etem como grupo-alvo 40 ce-gos, beneficiários directos, e120 familiares. Inclui maté-rias como a história e noçõesbásicas de Braille, práticaeducativa para uma vida in-
dependente, orientação emobilidade, educação inclu-siva e a aprendizagem de lei-tura e escrita em Braille.
Educação é a chave da in-serção social
Segundo o representantedo Ministério da Assistênciae Reinserção Social (MI-NARS), presente na cerimó-nia, “a educação é a chave dainserção social” e “este apoioda BP Angola viabiliza acontinuação dos estudos noensino básico, médio e supe-rior e ainda nos programas
que estão a ser desenvolvi-dos pelo Executivo”.
Por sua vez, o Secretário-geral da Associação Nacio-nal dos Deficientes de Ango-la (ANDA), Pedro ManuelLourenço, lançou o repto pa-ra a extensão do Alfa Brailleàs províncias, recordou queos longos anos passados naguerra impediram os estudose incentivou os invisuais aengajarem-se agora naaprendizagem do Braille pa-ra conquistar empregos.“Frequentemente, damos
mais rendimento no sectorprodutivo do que as pessoasque não têm deficiências”.
O Comandante da Subu-nidade dos Deficientes Vi-suais das Forças Armadas,Francisco Adão Jorge, subli-nhou que “este dia significamais uma vitória para os de-ficientes visuais” ao criar aoportunidade para a forma-ção em Braille. “Os deficien-tes visuais não estão amputa-dos das suas faculdades men-tais, antes pelo contráriomuitos deles têm sobressaí-
do”. O exemplo de Sayovo“A condição física do in-
divíduo não deve ser vistacomo um impeditivo para oseu enquadramento na socie-dade e só tendo todas as for-ças vivas envolvidas no de-senvolvimento o país podecrescer com um rumo”, dis-se, na ocasião, o director decomunicação e relações ex-ternas da BP Angola, Antó-nio Vueba. “Por esta razão,quando a AAGAC nos apre-sentou o seu projecto não ti-vemos qualquer dúvida emapoiá-lo. A BP acredita naeducação inclusiva”.
A este propósito recordouque a BP patrocinou o Comi-té Paralímpico angolano e apreparação e deslocação dasua equipe aos Jogos, emLondres. “A única medalhade ouro que o país conquis-tou foi precisamente a de Jo-sé Sayovo – um invisual”, re-matou.
A cerimónia contou aindacom a presença do directoradjunto do Centro de Reabi-litação Profissional de Via-na, do MAPESS, ManuelSebastião. Para além dasmáquinas de Braille, foramainda oferecidos relógios emáquinas de calcular falan-tes, medidores de tensão ar-terial, cartas de jogar emBraille e bengalas, entre ou-tros.
n A segunda fase do pro-
jecto Alfa Braille arrancou
a 7 de Fevereiro, em Luan-
da, com uma cerimónia de
entrega simbólica pela BP
Angola de diverso mate-
rial e equipamento – entre
os quais 40 máquinas de
escrever Braille – à Asso-
ciação Angolana de Ce-
gos e Amblíopes de Guer-
ra (AACAG). O objectivo é
reduzir o analfabetismo
no seio da comunidade
deficiente visual em Ango-
la, formar 40 cegos e am-
blíopes em técnica de
Braille e 120 familiares em
orientação e mobilidade.
Mais invisuais vão aprender a ler e escrever BrailleEduCAção INClusIVA Projecto AlfA BrAille ArrAncA PArA A 2ª fAse
PrEsIdENtE dA FEdErAção ANgolANA dE XAdrEz, AguINAldo JAIME
O xadrez e a saúde mental
Quando jogamos xadrez estamos, primeiro,a desenvolver a coordenação motora estáti-ca, onde colocamos o corpo numa situaçãode repouso em relação aos movimentos glo-bais. Isto proporciona-nos o sentido da con-centração, tão essencial para a leitura e o es-tudo em geral. Neste estágio conseguimossair da realidade ao nosso redor trazendo osnossos pensamentos para um estado desimbiose mental produzindo o afastamentodos problemas do nosso quotidiano, o queprovoca o relaxamento das outras estruturascerebrais. Enquanto jogamos, estimulamos as áreasmentais que desenvolvem a memória, pa-ciência e o autocontrole, a imaginação, cria-tividade, inteligência, além do raciocino lógi-co, o espírito de decisão e a coragem – ele-mentos tão essenciais na nossa vida.A saúde física deve ser cuidada sempre, masnunca esquecer a saúde mental, fazendoprevalecer a máxima dos filósofos “Mente sãem corpo são”.
Um tabuleiro de xadrez custa 1500 kwanzas. Os professores da AssociaçãoProvincial e da Federação Angolana de Xadrez ensinam.
DIA MUNDIAL DA SAÚDE ll 31Março 2013 l JSA
AOrganizaçãoMundial daSaúde (OMS)assinala, a 7de Abril, o
Dia Mundial da Saúde. Esteano, a OMS sensibiliza paraa importância da prevençãoda tensão arterial alta paramelhorar os índices de so-brevivência.
Confeccionar refeiçõescom pouco sal, adoptar hábi-tos equilibrados de alimenta-ção, evitar excesso de álcoole de tabaco, praticar activi-
dade física de forma regulare manter um peso saudávelsão algumas medidas de pre-venção que reduzem o riscoda hipertensão.
A hipertensão arterial éum dos problemas médicosmais comuns da populaçãomundial. É muito sério, por-que é silencioso e só reco-nhecido pelas lesões dos ór-gãos atingidos. É uma doen-ça vascular de todo o orga-nismo e deixa "marcas" nosórgãos atingidos: coração,cérebro, rins, vasos e visão.
Há duas formas de trata-mento: sem e com medica-mentos.
O tratamento sem medi-camentos tem como objecti-vo auxiliar na diminuição dapressão, e se possível evitaras complicações e os riscospor meio de modificaçõesnas atitudes e formas de vi-ver, são elas: — Reduzir o peso corporalatravés de dieta calórica con-trolada: substituir as gordu-
ras animais por óleos vege-tais, diminuir os açúcares eaumentar a ingestão de fi-bras; — Reduzir o sal de cozinha,embutidos, enlatados, con-servas, bacalhau e queijossalgados; — Reduzir o consumo de ál-cool; — Exercitar-se regularmen-te 30-45 minutos, de três acinco vezes por semana; — Abandonar o tabagismo; — Controlar as alteraçõesdas gorduras sanguíneas,evitando os alimentos queaumentam os triglicéridoscomo os açúcares, mel, me-lado, álcool e os ricos em co-lesterol ou gorduras satura-das: banha, torresmo, leiteintegral, manteiga, creme deleite, linguiça, salame, pre-sunto, frituras, frutos do mar,miúdos, pele de frango, do-brada, gema de ovo, carnegorda, castanha, amendoins,chocolate e gelados; — Controlar o stress;
— Reduzir o sal é muito im-portante para os hipertensosnegros, pois neles a hiper-tensão arterial é mais severae provoca mais acidentescardiovasculares, necessi-tando controlos médicosconstantes e periódicos; — Evitar drogas que elevama pressão arterial: anticon-cepcionais, anti-inflamató-rios, moderadores de apetite,descongestionantes nasais,antidepressivos, corticóides,derivados da ergotamina, es-timulantes (anfetaminas),cafeína, cocaína e outros.
Tratamento médico
O tratamento medica-mentoso visa reduzir asdoenças cardiovasculares e amortalidade dos pacienteshipertensos. Até o momento,a redução das doenças e damortalidade em pacientescom hipertensão leve e mo-derada foi demonstrada deforma convincente com ouso de medicamentos roti-
neiros do mercado. Na hi-pertensão severa e/ou malig-na, as dificuldades terapêuti-cas são bem maiores. A es-colha correcta do medica-mento para tratar a hiperten-são é uma tarefa do médico.
Na hipertensão arterialprimária ou essencial, o tra-tamento é inespecífico e re-quer atenções especiais porparte do médico. A hiperten-são secundária tem trata-mento específico, por exem-plo, cirurgia nos tumores daglândula supra-renal ou me-dicamentos no tratamento dohipertiroidismo.
n A hipertensão sem tra-
tamento pode aumentar o
risco de sofrer um ataque
cardíaco, acidente vascu-
lar cerebral (AVC) ou insu-
ficiência renal. Poderá ain-
da causar cegueira, arrit-
mia ou paragem cardíaca.
Hipertensão arterial - prevenção e tratamento Perguntas
que você pode
fazer ao
seu médico
— O que é pressão alta?
Qual o nível da minha
pressão?
— Devo fazer verificação
da minha pressão em
casa?
— O que pode acontecer-
me se eu não tratar a
pressão alta?
— Quais os efeitos cola-
terais do tratamento?
Sabe qual é a sua tensão arterial?“Confeccionar
refeições compouco sal,adoptar hábitosequilibrados dealimentação,evitar excesso deálcool e detabaco, praticaractividade físicade forma regulare manter umpeso saudávelsão algumasmedidas deprevenção quereduzem o riscoda hipertensão”
32ll responsabilidade social Março 2013 lJSA
Atentos à cons-
ciência sus-
tentável, te-
ma emergen-
te e funda-
mental à preservação huma-
na, a turma 6 do módulo espe-
cífico de Pedreiro, sob as
orientações do formador An-
dré Luís e o monitor Mondla-
ne João, desenvolveu no Cen-
tro de Formação ACREDI-
TAR PRP, no Zango 4, uma
ação focada na reutilização de
garrafas de água, em substi-
tuição aos blocos de concreto.
A obra consiste na construção
de uma base com elevação de
degraus que forma uma espé-
cie de “pódium” para os mo-
mentos de celebração das cer-
tificações das turmas, confor-
me ilustram as imagens.
Trata-se de uma inovação
que pode ser aplicada a diver-
sos empreendimentos que
procurem o equilíbrio ecoló-
gico, a viabilidade económica
e, ao mesmo tempo, uma so-
lução socialmente justa e cul-
turalmente diversa, que a
Odebrecht decidiu partilhar
com a comunidade, através
do Jornal da Saúde. Acreditar
é inovar a favor do meio am-
biente!
responsabilidade social ll 33Março 2013 lJSA
n O ACREDITAR Angola é
um programa de respon-
sabilidade social da Ode-
brecht que vem fazendo a
diferença nas comunida-
des.
Reutilizar garrafas de água em
substituição de blocos de concreto
Um ExEmPLO DE BOAS PRáTiCAS AmBiENTAiSA técnica utilizada é a mesma para elevação de alve-naria, onde o tradicional bloco foi substituído porgarrafas de água. Para realizar esse trabalho, foramnecessárias: 800 garrafas de água,1m3 de areia mé-dia, ½ m3 de pedra, 10 sacos de cimento, 70 blocosde concreto,1 lata de látex de 3,6 L e 1 lata de esmal-te 1 L. Primeiro é necessário que se encham todas asgarrafas com areia para que possam ficar maciças efirmes
CONSTRUÇÃO DA BASEPrimeiramente, prepara o local on-de será construída a base, tirandoo ponto de nível e localizando o ta-manho exato da base a ser cons-truída, com o auxílio de sarrafo ouréguas de alumínio. Em seguida,concreta a base que foi demarca-da e faz a cura do concreto.Essaprimeira etapa tem as dimensõesde 8 x 0,90 m.
Após a secagem da base, é feitauma fiada utilizando blocos deconcreto na parte de trás da base.Já na parte da frente, são feitastrês fiadas utilizando as garrafasque foram enchidas com areia,usando o mesmo processo dosblocos. Coloca-se a massa noscantos e assenta uma garrafa emcada canto. Em seguida estica ofio de nylon e vai colocando mas-sa e assentando as garrafas nasintermediárias. Na segunda fiadaé feita a amarração, ou seja, a po-sição da garrafa deve estar dife-rente da primeira, e assim sucessi-vamente. As três fiadas de garra-fas na frente darão a mesma alturada fiada de bloco atrás. O espaçoentre as garrafas e o bloco são en-chidos com entulho e, em segui-da, é lançada uma camada deconcreto de 5 cm sobre essa alve-naria. Essa segunda etapa mede 8x 0,60 m.
Em seguida é realizado o mesmo pro-cesso de elevação de alvenaria - na par-te de trás faz uma fiada de bloco e na par-te da frente três fiadas de garrafas deágua. Feito esse processo, lança-seuma camada de concreto de 5cm sobreessa alvenaria.Essa terceira etapa mede8 x 0,30 m, formando assim os degraus.
Concluída a etapade confecção dosdegraus, é hora defazer o revestimen-to do mesmo. A ba-se é toda revestidacom areia e cimen-to. A parte traseira étoda revestida. Jána parte frontal sãorevestidos apenasos espaços em vol-ta das garrafas, cui-dando para que osfundos das garra-fas permaneçamexpostos.
Depois de concluí-do todo o revesti-mento, é feita apintura da base.Pinta-se todo o lo-cal que foi revesti-do com látex. Osfundos das garra-fas são pintadosde esmalte comuma cor diferentedo revestimentopara que se desta-quem.Obs.: No momen-to em que se faz oassentamento dasgarrafas, usa-seum fio de aramepara amarrar asgarrafas entre si,no bico e no fundodas garrafas.
34ll UNIVERSIDADES Março 2013 lJSA
1 - O presidente da Associação de Estudantes, Hilário Cassule
2 - Valdemar Mateus foi eleito o melhor estudante do ano académi-
co 2012
3 - Nkembi Ferraz recebeu das mãos do Professor Mário Fresta
o 2º prémio de melhor estudante do ano académico 2012
4 - O Professor Basílio Lopes deu as boas-vindas, felicitou a Asso-
ciação de Estudantes pela realização das 10as Jornadas e garantiu
que o saber estudar é já “meio caminho andado” para o sucesso.
“Considero-me um colaborador permanente da Associação”, rema-
tou com humor
Jovens caloiros participaram activa-
mente nas 10as. Jornadas Científi-
cas e Estudantis da Faculdade de
Medicina da UAN. O Jornal da Saú-
de deseja-lhes um percurso acadé-
mico pleno de êxitos!
Os nossos futuros médicos
1 2
3 4
publicidade ll 35Março 2013 l JSA
36ll publicidade Março 2013 lJSA
A Monavie apresentou este mês,
em Luanda, a sua gama de bebidas
energéticas com base no açaí, entre
outros frutos anti-oxidantes. De
acordo com o fabricante, os sumos
fornecem 26 vitaminas e sais mine-
rais, fibras que promovem a saúde do
aparelho digestivo e proteínas de so-
ro de leite que ajudam a manter uma
massa muscular magra, ao mesmo
tempo que reduz o apetite contribuin-
do para o controle do peso.
A marca procura empresários(as)
individuais para a distribuição e ven-
da directa junto ao consumidor final
com a promessa de bons rendimen-
tos. Contacto:
Monavie procura distribuidores individuais
21 a 24 de Abril de 2014,
Coimbra, Portugal
A urbanização crescente, as alte-
rações climáticas, o envelhecimento
demográfico, o aumento das desi-
gualdades na saúde e no acesso aos
cuidados de saúde, são alguns dos te-
mas que têm motivado o despertar
de uma nova consciencialização da
importância do território e da Geo-
grafia da Saúde.
O Congresso GeoSaude 2014
pretende, numa lógica de abrangên-
cia de múltiplas dimensões, oferecer
um espaço de encontro, de debate de
ideias e de discussão de resultados
de investigação em curso na área da
Geografia da Saúde, alargando-o a
todos os que se interessam pelas te-
máticas da saúde numa perspetiva
geográfica.
A Organização convida todos os
investigadores que tenham em cur-
so, ou recentemente concluídos, es-
tudos e trabalhos originais neste do-
mínio a submeterem os seus resulta-
dos, sob a forma de comunicações
orais ou posters, identificando o eixo
estratégico em que se integram.
Temas | Eixos Estratégicos:
1.Abordagens Teóricas e Epistemo-
lógicas em Geografia da Saúde
2. Alterações Demográficas e Saúde
Individual e Coletiva
3. Equidade e Desigualdades em
Saúde
4.Variabilidade Climática e Vulne-
rabilidades em Cenários de Risco
5.Urbanismo e Saúde
6.Avaliação de Impactes na Saúde
7. A Informação Geográfica e os Sis-
temas de Apoio à Decisão
— Chamada de apresentação de re-
sumos: 1 de Maio de 2013
— Data limite de envio de resumo:
22 de Setembro de 2013
— Para mais esclarecimentos e in-
formações:secretariado.geosau-
Paula Santana, Professora de Geo-
grafia, Departamento de Geografia,
Universidade de Coimbra
Telf: (00351) 239 851 349
www.uc.pt/fluc/depgeo/gigs
I Congresso de Geografiada Saúde dos Países deLíngua PortuguesaA Geografia da Saúde no cruzamento dos saberes
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Rua 53, Projecto Nova Vida, Luanda Tel.: + 244 227 270 167 Site: www.clinicacaridade.com
ESPECIALIDADES- MEDICINA INTERNA- MEDICINA INTENSIVA
DO ADULTO- GINECOLOGIA- OBSTETRÍCIA- NEONATOLOGIA- PEDIATRIA- CARDIOLOGIA- OFTALMOLOGIA- NEUROLOGIA- ORTOPEDIA
E TRAUMATOLOGIA- CIRURGIA- GASTROENTEROLOGIA- FISIOTERAPIA- PSICOLOGIA- ANESTESIA- MEDICINA GENERAL
INTEGRAL- ESTOMATOLOGIA
PRINCIPAIS MEIOS DE DIAGNÓSTICO- IMAGIOLOGIA:
RAIOS X,USG, TAC- LABORATÓRIO
CLÍNICO- ENDOSCOPIA
OTROS SERVICIOSESPECIALIZADOS- CLÍNICA DOR:
CRANEOPUNTURA
Especialistaem bem-estar
38ll PSICOLOGIA MÉDICA Março 2013 lJSA
Oescrito maisimportanteda tradiçãoacerca doHomem – e
comentado até durante aIdade Média – chama-se“peri-psyche”, acerca daalma, um texto de Aristó-teles, que não é portantoacerca do homem.
Trata-se pois de umaPsico-Logia e não de umaAntropo-Logia, o que, ape-sar de tudo, com o meu gru-po de reflexão, de pensa-mento e acção, pretende-mos encontrar formas deconjugar, aplicar e desen-volver através do nossoprograma PRO|THEOS dedesenvolvimento pessoal eactualização de potenciali-dades, tanto entre as pes-soas que ainda estão a estu-dar, como com as que já es-tão inseridas na vida labo-ral.
Vivemos num mundoem transformação e adap-tação, daí fazer todo o senti-do procurar, e cada vezmais, essa harmonia entre ocorpo e o espírito.
Mas é de psicologia mé-dica que neste texto se tentaabordar a relação médico-doente, ou a própria rela-ção médico-doença, nuncaesquecendo a relação doen-te-doença.
Dentro de uma certaabordagem da medicina aque geralmente se chamatecnocientífica, a suprema-cia dos dados anátmo-clíni-cos e fisiopatológicos é detal maneira evidenciadaque o trabalho do médicoquase leva a crer que ficacircunscrito ao tratamentodas lesões e das disfunções
tentando, e apenas, a suacorrecção.
Assim, o médico acabapor deixar de se preocuparcom a pessoa doente, para sedebruçar unicamente sobreas lesões orgânicas ou sobretudo o que possa ter desen-cadeado um desequilíbrioorgânico ou funcional. Poroutras palavras, sobre aanatomia e a fisiologia docorpo humano. Mais nada.
Cada vez mais o médicose afasta das suas origens ese torna num engenheiro,especializado ou mesmomicro especializado em tec-nologias de vanguarda, so-bre determinados apare-lhos que rapidamente dãodados muito importantessobre órgãos ou funções, re-legando para um segundoou terceiro lugar a Pessoaem sofrimento que tem àsua frente.
Não se pretende aqui mi-nimizar o imenso que setem feito ao nível da tecno-logia que melhor e mais ra-pidamente mostra o órgãoa tratar ou a disfunção acorrigir, como no fundo jáfoi dito. Mas o que nãose pode esquecer éa Pessoa.
Ora cadavez maisse temvindoa
sentir a necessidade de rein-ventar a medicina, e aquiloa que no fundo já há algumtempo se começou a cha-mar de médico de família. Eassim o anonimato do doen-te/doença começa a diluir-se e volta a ser partilhadopor alguém em quem seconfia e de quem se espera.
Humano e consoladorÉ aqui que entra, como
factor importantíssimo, apsicologia. E é assim que omédico deixa de ser apenasum mecânico/reparadorpara voltar a ser, e sobretu-do, alguém profundamentehumano e consolador.
O Prof. Carlos Caldeiraque tenho o privilégio de tertido como meu mestre – edigo mestre porque real-mente conseguiu fazer dis-cípulos – foi o introdutornos cursos de medicina emPortugal, tanto da sociolo-gia médica, como da psico-logia médica (era médicopsiquiatra).
Há quem diga que den-tro da medicina há um ver-dadeiro plano de clivagementre dois domínios: o dasciências ditas experimen-tais e o da actividade cura-tiva, propriamente dita, le-vando sempre tudo isto auma relação humana quenunca poderá ser com-preendida fora dos dadospsicológicos e sociológicos.Martin Buber o grande fi-lósofo humanista-existen-cialista-fenomenologista defins do século XIX até mea-dos do século XX, não hesi-tou em contrariar o quevem escrito no Génesis di-zendo que “no princípio é arelação”.
E só assim também sepoderá continuar a chamarde arte médica ao acto mé-dico, tal e qual os antigosfarmacêuticos assinavamdepois de feito o compostoreceitado pelo médico comas iniciais FSA, que quer di-zer “Feito Segundo a Arte”.
Aspectos
subjectivos e intuitivosE vamos procurar agora
entrar mais no título desteapontamento e separar oque na função curativa domédico tem a ver mais comaspectos subjectivos e intui-tivos da relação médico-doente. E este é o campo dapsicologia médica que em-bora esteja num crescendoacentuado em muitos paí-ses, em muitos outros nãoexiste ou limita-se e depen-de simplesmente da pró-pria idiossincrasia do médi-co.
Esta disciplina funda-mental da medicina estudasobretudo dois aspectos:— Os aspectos psicológicose sociais do desempenho damedicina que compreen-dem as relações inter-pes-soais que o médico deve irestabelecendo com os doen-tes que o procuram, as rela-ções com os próprios cole-gas e colaboradores, bemcomo as relações com as ou-tras instituições médicas deque necessariamente de-pende (centros de análises
ou de imagiologiaavançada, por
exemplo) e,por fim,
com aso-
ciedade em que está inseri-do.— Tudo aquilo que resultadas inter-acções psicológi-cas, sociológicas e psico-so-ciológicas da incidência doestado da doença no doente,na família e amigos, e naspróprias instituições médi-cas.
Com a psicologia médicaas relações humanizam-se eaté o próprio sofrimento emque se possa estar se ameni-za.
Um dia destes tambémaqui virei falar sobre a dor,a perca, a solidão, o luto.
A psicologia médica émuito mais importante doque se possa pensar à parti-da, porque nos faz voltarnão só à definição de médi-co, que se está a perder, co-mo nos faz voltar a sentirpessoas que procuram aju-da para minimizar os seussofrimentos, e não coisasque como máquinas preci-sam de ser reparadas.
Como dizia o Prof. Car-los Caldeira “somos pes-soas em situação”, e todosnós temos um estatuto, umafunção na vida, um sonho,pelo menos, como diziaMartin Luther King. E émunidos disto tudo e destasituação que temos e deve-mos saber reformularmo-nos continuamente a nóspróprios, que devemos re-definir o médico, o doente ea doença. E as relações en-tre tudo isto.
A definição médica clás-sica de doença só tem aquiportanto um peso quase se-cundário. Em boa verdadesó faz sentido enquanto veí-culo que leva a pessoa da si-tuação de saudável à dedoente.
Em Janeiro, vim aqui fa-lar um pouco de psicotera-pia. Hoje fica aqui um pou-co do que poderei ainda di-zer sobre psicologia médi-ca, tudo, no fundo, paratentar contribuir para queas pessoas consigam ser, apouco e pouco, mais Pes-soas.
Leia a 2ª parte na edição de Abril.www.josemanuelarrobas.tk
Por um médico profundamente humano e consolador1ª PArtE
José Manuel arrobas, Ph. D. | Psicoterapeuta/Investigador
Fundador da Sociedade Portuguesa
de Psicoterapia Centrada
Mestre em Pedagogia da Saúde pela
Universidade de Munique
Doutor em Psicologia pela Universidade
de Bucareste
Investigador em Saúde Mental e em
Desenvolvimento Pessoal e Actualização
de Potencialidades em Escolas, Univer-
sidades
e Empresas
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