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Zaire, Cuanza Norte e Cuanza Sul passam a estar mensalmente no Jornal da Saúde informando sobre as suas actividades, desafios, difi- culdades e êxitos junto das comu- nidades e contribuindo para que o Jornal da Saúde seja, cada vez mais, um ponto de encontro de partilha do conhecimento do sec- tor da saúde disperso pelo nosso vasto país. Aos seus Directores provinciais de Saúde, que agora se juntam ao do Huambo, e em nome dos leitores, as nossas boas-vin- das. Vamos ler-vos, com muita atenção e interesse, todos os meses.|6,7,8 e 10 jornal Ano 4 - Nº 47 Fevereiro 2014 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA O risco cardiovascular na diabetes tipo 2 aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Crianças angolanas livres do VIH O Ministro da Saúde, JoséVan-Dúnem, exortou os profissionais de saúde a garantirem que ne- nhuma criança venha a nascer comVIH, que não haja mortes relacionadas com a SIDA e que to- dos os portadores da infecção sejam tratados com dignidade e sem discriminação.“Que possa- mos alcançar, até 2015, zero novas infecções, zero mortes relacionadas com a SIDA e zero dis- criminação”, pediu aos participantes do "Encontro sobre a Aceleração da Resposta ao VIH e Si- da em Angola até 2015". A liderança da gestão do programa passou para as mãos dos Directores provinciais de Saúde. A educação e a advocacia junto dos líderes políticos, religiosos e tradicio- nais integra agora a agenda. A gestão da hiperglicemia nos diabéticos de tipo 2 com doença cardiovascular: o papel dos inibidores da DPP-4 (Gliptinas) |16 a 20 Radiografia da saúde nas províncias Conheça as regras, princípios e orientações adequadas ao seu posto de trabalho. Melhore a sua saúde e produtividade. |30 Leia e participe na discussão deste artigo que visa contribuir para a diminuição da mortalidade mater- na e motivar os profissionais a aprofundarem o diagnóstico e a gestão das hemorragias obstétri- cas. |12 Mortes maternas: são evitáveis? Como detectar medicamentos falsos O tráfico de falsos medicamentos, em todo o mundo,cifrou-se em 75 mil milhões de dólares, em 2010, o que representa um aumento de 90% em relação a 2005. Em Angola, a operação “Jibóia” apreende 86 toneladas de medica- mentos impróprios e detém 55 falsos farmacêuticos. Aprenda a detectar os medicamentos contrafeitos |22 e 26 Aceleração da resposta à SIDA, até 2015 7 Ergonomia Os erros no escritório

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Zaire, Cuanza Norte e Cuanza Sul

passam a estar mensalmente no

Jornal da Saúde informando sobre

as suas actividades, desafios, difi-

culdades e êxitos junto das comu-

nidades e contribuindo para que o

Jornal da Saúde seja, cada vez

mais, um ponto de encontro de

partilha do conhecimento do sec-

tor da saúde disperso pelo nosso

vasto país. Aos seus Directores

provinciais de Saúde, que agora se

juntam ao do Huambo, e em nome

dos leitores, as nossas boas-vin-

das. Vamos ler-vos, com muita

atenção e interesse, todos os

meses.|6,7,8 e 10

jornalAno 4 - Nº 47 Fevereiro2014Mensal Gratuito

Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

O Céu é o Limite

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

O risco cardiovascularna diabetes tipo 2

audea saúde nas suas mãos

A N G O L A

da

Crianças angolanas livres do VIHO Ministro da Saúde, José Van-Dúnem, exortou os profissionais de saúde a garantirem que ne-

nhuma criança venha a nascer com VIH, que não haja mortes relacionadas com a SIDA e que to-

dos os portadores da infecção sejam tratados com dignidade e sem discriminação. “Que possa-

mos alcançar, até 2015, zero novas infecções, zero mortes relacionadas com a SIDA e zero dis-

criminação”, pediu aos participantes do "Encontro sobre a Aceleração da Resposta ao VIH e Si-

da em Angola até 2015". A liderança da gestão do programa passou para as mãos dos Directores

provinciais de Saúde. A educação e a advocacia junto dos líderes políticos, religiosos e tradicio-

nais integra agora a agenda.

A gestão da hiperglicemia

nos diabéticos de tipo 2

com doença cardiovascular:

o papel dos inibidores

da DPP-4 (Gliptinas) |16 a 20

Radiografia da saúde nas províncias

Conheça

as regras,

princípios e

orientações adequadas ao seu

posto de trabalho. Melhore

a sua saúde e produtividade. |30

Leia e participe na discussão deste

artigo que visa contribuir para a

diminuição da mortalidade mater-

na e motivar os profissionais a

aprofundarem o diagnóstico e a

gestão das hemorragias obstétri-

cas. |12

Mortes maternas: são evitáveis?

Como detectarmedicamentosfalsosO tráfico de falsos medicamentos,

em todo o mundo,cifrou-se em 75

mil milhões de dólares, em 2010,

o que representa um aumento de

90% em relação a 2005. Em

Angola, a operação “Jibóia”

apreende 86 toneladas de medica-

mentos impróprios e detém

55 falsos farmacêuticos. Aprenda

a detectar os medicamentos

contrafeitos |22 e 26

Aceleração da resposta à SIDA, até 2015

7Ergonomia

Oserrosno escritório

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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];

Redacção: Francisco Cosme dos Santos; Luís Óscar; Madalena Mo-reira de Sá; Mara Mota.Correspondentes provinciais: Elsa Inakulo(Huambo); Diniz Simão (Cuanza Norte); Casimiro José (Cuanza Sul);Victor Mayala (Zaire) Publicidade:Maria Odete Pinheiro Tel.:935 432 415 [email protected] Revisão: Sa-ra Veiga; Fotografia: António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor:Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar - In-gombota, Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462,[email protected]. Conservatória Registo Comercial deLuanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Ministério

da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Almeida; Impressão e acabamento:Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy) Distribuição e assinaturas: AfricanaTiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada: 100 mil leitores.

FICHA TÉCNICA

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O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos graças

ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

responsáveis que contribuem para o bem-estar dos angolanos

e o desenvolvimento sustentável do país.

QUADRO DE HONRAEmpresas Socialmente Responsáveis

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www.jornaldasaude.org

2 AcTUALIdAdE Fevereiro 2014 Jsa

Generosidade significa dar semesperar nada em trocaA Fundação Lwini lançou oPrograma de Intervenção So-cial “Educar é a Nossa Mis-são” – ao qual o Jornal da Saú-de se associou – conformenoticiado na última edição. Oprograma promove campa-nhas de sensibilização para amudança de comportamentoe de boas práticas no seio dasfamílias e da sociedade. As pa-lestras têm um tema mensalpara debate. Convidamos osleitores do JS a desmultiplica-rem este esforço junto àssuas unidades de saúde, em-presas e instituições, promo-vendo um encontro de divul-gação e debate sobre cada te-ma.

O tema central de Março é

a generosidade

Generosidade significa dar semesperar receber nada em troca.É a virtude que uma pessoa temquando acrescenta algo ao pró-ximo; é a prática do desapego.Não se limita apenas aos bensmateriais. Generosas são as pes-soas que se sentem bem em di-vidir um tesouro com mais pes-soas porque isso as faz sentirbem.Vivemos numa época em que aspessoas estão mais preocupadasconsigo próprias e com as ques-tões materiais, resultando noegoísmo e no individualismo. Vi-vemos com pressa. Não temostempo para nada nem para nin-

guém. Não nos peocupamoscom o que pode acontecer. Nãocomunicamos com os nossosvizinhos e nem sequer os cum-primentamos, a não ser aos nos-sos familiares mais próximos.Ser generoso não é dar o quenos sobra, mas sim dar de acor-do com as necessidades da ou-tra pessoa.Ajudar alguém que nos causoudanos, indubitavelmente exigemuito esforço. Isso é generosi-dade. Assim como perdoar. Equando alguém é generoso deverdade não o proclama e de-monstra humildade.Temas colaterais para o mês deMarço: gratidão, poupança, per-severança, criatividade.

O QUE PROMETEMOS

AO LEITORA saúde é um estado de completo bem-estar físico,mental e social, e não simplesmente a ausência dedoença ou enfermidade. Trata-se de um direito hu-mano fundamental. A conquista de um elevado ní-vel de saúde é a mais importante meta social.A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimen-to pessoal e social, através da melhoria da informa-ção, educação e reforço das competências que ha-bilitem para uma vida saudável. Deste modo, o lei-tor fica mais habilitado a controlar a sua saúde, o am-biente, e fazer opções conducentes à sua saúde. Prometemos contribuir para: – Melhorar e prolongar a vida do leitor, através daeducação, informação e prevenção da saúde; – Contribuir para se atingirem os objectivos e metasda política nacional de saúde e os Objectivos do Mi-lénio, através da obtenção de ganhos em saúde nasdiferentes fases do ciclo de vida, reduzindo o pesoda doença;– Constituir um referencial de formação e um repo-sitório de informação essencial para os profissionaisde saúde.Queremos estreitar a relação consigo, incentivandoa sua participação em várias secções do Jornal daSaúde. Envie-nos os seus textos, comentários e su-gestões.

E-mail [email protected] 932 302 822 / 914 780 462www.jornaldasaude.org www.ordemmedicosangola.org

Sob a coordenação do Instituto Nacional de Lu-ta contra a Sida (ILNS), o Ministério da Saúde ela-borou um documento que se destina a orientar aaceleração da resposta ao VIH e SIDA até 2015.Aconteceu em Luanda, no início do mês, um en-contro entre as equipas de saúde das provínciase o INLS para apresentar e debater as novasorientações.Eliminar novas infecções pelo VIH em crianças,garantindo que 90% das gestantes seropositivas,logo após o diagnóstico, recebam tratamentoantiretroviral e assregurar que 90% dos adultos,adolescentes e crianças infectadas pelo VIH elegí-veis ao tratamento, tenham acesso aos TARV, sãoos principais objectivos a atingir a curto prazo.Foram duas semanas de trabalho intenso, de par-tilha de preocupações e experiências, mas tam-bém de esperança nos resultados do empenha-mento de todas as Direcções provinciais de Saú-de em atingir os objectivos desejados por todos,sabendo que não é caminho fácil, face às imensasdificuldades de sensibilização da população, nãosó no que se refere à prevenção, mas também ànecessidade da continuidade dos tratamentos,muitas vezes abandonados logo no início.O Jornal da Saúde esteve lá e acompanhou comapreço estes dias de trabalho, pautado pelo espí-rito de equipa e partilha de conhecimentos a to-dos os níveis, que tiveram como único fim, atin-girmos um dia, que se deseja não muito longín-quo, ZERO de vítimas do HIV e SIDA!

VIH e SIDA em Angola

ZERO é o nossoobjectivo!

Maria Odete MansO PinheirO Directora-Adjuntamariaodete.pinheiro

@jornaldasaude.org

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AcTUALIdAdE 3Fevereiro 2014 Jsa

O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, ga-

rantiu, durante III Reunião Ordinária de

ministros da saúde da CPLP que decorreu

este mês no Maputo, que o sector que diri-

ge tem procurado responder, de forma ca-

da vez mais pertinente e eficaz, aos desa-

fios, bem como antecipar-se às tendências

que se desenham para o futuro, adaptando

e modernizando a sua estrutura, o seu mo-

do de funcionamento, os seus planos e pro-

gramas.

"Actualizámos a nossa Política Nacional de Saú-de e estamos a finalizar o Plano Nacional de De-senvolvimento Sanitário até 2025 (PNDS 2012-2025), bem como a elaboração da Política e doPlano Nacional de Desenvolvimento de Recur-sos Humanos 2013-2025, que são orientados porcomissões multisectoriais, traduzindo de formaeloquente e concreta o papel importante dos ou-tros sectores sobre as determinantes sociais dasaúde”, afirmou.

José Van-Dúnem assegurou igualmente que acooperação nacional e internacional está nitida-

mente mais integrada e alinhada com os objecti-vos traçados, principalmente com a atenção pri-mária e com o Plano Nacional de Desenvolvi-mento Sanitário.

No domínio da colaboração intersectorial eda sinergia com os parceiros, cresceram acçõesconjuntas com outros Ministérios, instituiçõesacadémicas, organizações profissionais, organiza-ções internacionais, regionais e sub-regionais, en-tre outras.

A paz, a democratização, o fortalecimento dasociedade civil, a descentralização política e ad-ministrativa, a liberalização económica, a urbani-zação crescente, os progressos no domínio daeducação, o crescimento da classe média, a natu-reza pluralista do sector da saúde, a transição epi-demiológica, as novas tecnologias, a globalização,entre outras mudanças, transformam, a cada diaque passa, a vida das sociedades.

"Entre muitas implicações, essas mudançascontribuem para um aumento das expectativas eexigências das nossas populações em relação aosnossos sistemas de saúde, particularmente ao ní-vel local", concluiu.

A Ordem dos Farmacêuticos de Angola lançou o primeiro número da suarevista. Entre outras matérias, destaca-se as reportagens sobre a procla-mação da OFA, artigos sobre medicamentos genéricos e boas práticas emfarmácia. Inserida na publicação encontra-se a Folha Farmacoterapêutica.Pode ser lida também online em www.ordemfarmaceuticosangola.org

CPLP

Angola antecipa-se às tendências

MArA MotA coM FrAncisco cosMe

A liderança da gestão do pro-

grama de luta contra o VIH/SI-

DA por parte dos Directores

provinciais de Saúde – introdu-

zindo-o nos planos municipais e

não delegando toda a responsa-

bilidade nos pontos focais –, o re-

forço dos comités técnicos pro-

vinciais de luta contra a SIDA e

grandes endemias, e uma maior

advocacia junto dos líderes polí-

ticos, religiosos e tradicionais,

foram as principais recomenda-

ções que saíram do Encontro so-

bre a Aceleração da Resposta ao

VIH e Sida em Angola até 2015,

que decorreu de 27 de Janeiro a

7 de Fevereiro, em Luanda.

Presidido pelo ministro da Saúde, Jo-sé Vieira Dias Van-Dúnen, acompa-nhado pela directora-geral do Insti-tuto Nacional de Luta contra a Sida(INLS), Dulcelina Serrano, e a repre-sentante das Nações Unidas, MariaVal Ribeiro, o evento contou com aparticipação muito activa e intensados Directores provinciais de Saúde,chefes de departamento de saúdepública, pontos focais do VIH e su-

pervisores da saúde sexual e repro-dutiva, além de outros quadros mi-nisteriais, de organizações interna-cionais, ONGs e de associações dasociedade civil.

“Vamos sair daqui com a garantiade que nenhuma criança venha a nas-cer com VIH, que não haja mais mor-tes relacionadas com a SIDA e quetodos os infectados sejam tratadoscom dignidade e sem discriminação,ou seja, que possamos, até 2015, al-cançar zero novas infecções, zeromortes relacionadas com a SIDA ezero discriminação”, exortou o mi-nistro José Van-Dúnen na sessão deabertura.

A directora do INLS, DulcelinaSerrano, explicou ao Jornal da Saúdeos dois grandes objectivos do encon-tro: 1.º A eliminação de novas infec-ções pelo VIH em crianças, garantin-do que, logo após o diagnóstico, 90por cento das gestantes seropositi-vas recebem tratamento anti-retro-viral (ARV); 2.º Garantir que 90 porcento dos adultos, adolescentes ecrianças portadoras do VIH/sida, ele-gíveis para o tratamento, tenhamacesso ao ARV.

As metas traçadas no encontroforam autónomas pois cada provínciafez a sua abordagem, de acordo a suarealidade, e aplicará a sua estratégia,para que se cumpram todas obriga-ções do plano.

“A prevalência, o diagnóstico pre-coce, a estimativa, serão os grandesdesafios pois conhece-se poucos ca-sos atempadamente, o que tem difi-cultado o tratamento. Sendo assim,todas as províncias irão procurar me-lhorias face à situação epidemiológi-ca e passar a prestar uma informaçãoreal e fidedigna de todos os dados re-ferentes ao VIH”, salientou DulcelinaSerrano.

No final do encontro, os partici-pantes chegaram à conclusão de queconstituem barreiras à aceleração daresposta ao VIH/SIDA o consenti-mento da realização dos testes, a in-suficiência de recursos humanos, a di-ficuldade de acesso aos municípiosdistantes e rurais e a incompatibilida-de dos dados epidemiológicos dasprovíncias.

Por isso, as recomendações apon-tam sobretudo para que os directo-res provinciais liderem a gestão doprograma e não deleguem toda res-ponsabilidade nos pontos focais e pa-ra que se reforcem os Comités téc-nicos de Luta contra a Sida e grandesendemias. Foi também pedido que oplano de actividades para aceleraçãoda resposta ao VIH/Sida até 2015 se-ja introduzido no plano municipal dedesenvolvimento sanitário e que sefaça mais acções de advocacia e sen-sibilização junto dos líderes políticos,religiosos e tradicionais.

Aceleração da Resposta ao VIH e SIDA em Angola até 2015

Directores provinciais de Saúde vão passar a liderar o programa

JOSÉ VAN-DúNEMVamos sair daqui com a garantia de que nenhuma criança

venha a nascer com VIH, que não haja mais mortes relacionadas com a SIDA

e que todos os infectados sejam tratados com dignidade e sem discriminação

Farmacêuticos têm revista

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4 ActuAlidAde Fevereiro 2014 JSA

No encontro, o coordena-dor do Programa de Tuber-culose e Lepra, FilomenoFortes, esclareceu que setem registado um caso dadoença em cada dez mil ha-bitantes, mas que o Minis-

tério está a desenvolver es-tratégias no sentido de erra-dicar definitivamente adoença.

O especialista recordouque o tratamento da lepra égratuito e que existe umprograma nacional do sec-tor que visa formar e sensi-bilizar as pessoas sobre ascausas, consequências eprevenção desta enfermi-dade.

Saiba mais sobre a LepraA origem da lepra con-

funde-se com a história dahumanidade. Lepra, hanse-níase, morfeia, mal de Han-sen ou mal de Lázaro é umadoença infecciosa crónicacom um grande período deincubação. Os bacilos, quepodem ser milhões, repro-duzem-se lentamente. A le-pra ataca essencialmente apele e os nervos. Quandoataca os nervos, provocauma anestesia (o doentepassa a não sentir dor).

Em 1873, Hansen, um jo-vem médico norueguês,conseguiu detectar em ma-

téria orgânica retirada dosdoentes de lepra uns estra-nhos filamentos que a ciên-cia confirmaria depois co-mo sendo os agentes causa-dores da doença, mais tardeapelidados de bacilos deHansen. A descoberta teve,naturalmente, grande al-cance histórico e médico.

Hoje a lepra é bastantemais fácil de tratar. Mas, namaioria dos casos, os seusportadores não podem su-portar os custos dos medi-camentos necessários. Daía importância deste DiaMundial para sensibilizaras populações e os gover-nos para a necessidade deapoiar estes doentes.

Uma importante medidade prevenção é a informa-ção sobre os sinais e sinto-mas da doença, uma vezque, quanto mais cedo foridentificada, mais fácil e rá-pida será a cura. Uma outramedida preventiva é a reali-zação do exame dermato-neurológico e a aplicaçãoda vacina BCG nas pessoasque vivem com os portado-res desta doença.

Lepra controladaAlguns avanços no campo das neurociências

Mara Mota

No Dia Mundial de Luta Con-

tra a Lepra, assinalado no últi-

mo domingo do mês de Janei-

ro, o Ministério da Saúde infor-

mou que tem controlada a si-

tuação desta doença no país.

Para assinalar a data, várias

actividades foram realizadas,

entre as quais um encontro

de reflexão com o intuito de

informar a sociedade sobre a

actual situação da lepra no

país, bem como de debater

temas ligados aos melhores

métodos de erradicação des-

ta que é considerada uma

doença negligenciada, mas

que ainda afecta cerca de oito

países no mundo.

Como parte integrante danatureza, o homem não dis-pensa um meio ambientesaudável para, ele próprio,poder ter uma vida sã.

Danos no ambiente têmimplicações na saúde públi-ca e vice-versa. Esta relaçãoé fácil de comprovar. O vi-brião da cólera, por exem-plo, é transmitido pelo con-tacto directo com a água oupela ingestão de alimentoscontaminados.

Más condições de sanea-mento básico, hábitos de hi-giene deficientes e as condi-ções precárias de vida sãofactores ligados ao meio am-biente e que se revelam de-cisivos para a transmissãoda doença.

As preocupações, contu-do, não podem centrar-senas tentativas de remediar

os danos ou curar as doen-ças que resultam da degra-dação da natureza. Muitomais eficaz é agir antes, pre-venindo e precavendo, oque se consegue preservan-do e conservando o meioambiente.

Dia do AmbienteO Dia Nacional do Am-

biente, que se assinalou a 31de Janeiro, é um alerta paraa necessidade de se adoptarpadrões de vida sustentá-veis, que promovam umagestão equilibrada dos re-cursos naturais.

Este ano, a data serviu pa-

ra encorajar as pessoas apensarem no ambiente deuma maneira mais abran-gente, pois ainda há necessi-dade de se proceder a me-lhorarias que influenciam avida das populações.

Campanhas de plantaçãode árvores, limpezas nosprincipais focos de resíduose palestras de sensibilizaçãoda sociedade para contri-buírem para um ambientemais puro fizeram parte dasactividades. Os alertas nosentido de se proteger e pre-servar o ambiente foram di-rigidos às populações e aosgovernantes.

A relação entre o meio ambiente e a saúdeMara Mota

A exploração intensiva dos re-

cursos naturais para satisfazer

as necessidades crescentes

das modernas sociedades de

consumo tem sido assinalada

como um perigo real para a

humanidade, devido aos da-

nos ambientais que daqui re-

sultam.

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5publicidadeJSA Fevereiro 2014

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Com esta possibilidade, é cada vez mais visívelo aumento da oferta de bens e serviços públi-cos à população da região, facto demonstrado,a título de exemplo, com o crescimento da re-de sanitária desta parcela do território nacio-nal, tornando assim a assistência médica cadavez mais próxima dos cidadãos.Várias são as unidades que foram construí-

das ou reconstruídas em diversos aglomera-dos urbanos e aldeamentos da província doCuanza Norte, o que fez com que a populaçãodeixasse de percorrer e aturar longas distân-cias e filas de espera em busca do tratamentomédico.O Director provincial de Saúde do Cuanza

Norte, Manuel Duarte Varela, destacou o“boom” no crescimento da rede sanitária daprovíncia, em termos de infraestruturas.Segundo o médico, a província testemu-

nhou, no período entre 2005 a 2013, o surgi-mento de 51 novas unidades sanitárias de dis-tintos escalões, construídas em diversos mu-nicípios, comunas e aldeias, no âmbito dosprogramas de investimentos públicos e demunicipalização dos serviços de saúde, umarealidade que está a garantir à população daprovíncia uma assistência médica de qualida-de.Com tudo isso, prosseguiu o médico do

serviço nacional de saúde, a capacidade de in-ternamento de pacientes registou um incre-mento na ordem dos 61,5 % ao passar de 402camas, em 2005, para 1.050, em 2013, fruto dosinvestimentos consubstanciados na coloca-ção à disposição das comunidades de maishospitais, centros e postos de saúde para a sa-tisfação dos munícipes.Com quatro hospitais em 2005, a província

contou, até 2013, com 10 unidades hospitala-res, além dos 96 postos de saúde e 21 centros,todos devidamente equipados com meiostécnicos modernos e humanos.Actualmente, estão em funcionamento no

Cuanza Norte, 128 unidades sanitárias com1.050 camas hospitalares disponíveis, assegu-radas por 84 médicos, 947 enfermeiros de ní-vel médio e 47 técnicos superiores de saúde.

Mais investimentos na saúdeMais investimentos do governo local a ní-

vel deste sector estão a alterar significativa-mente o quadro funcional do sector da saúde,se comparado aos anos anteriores, com vistaà melhoria da assistência médica às popula-ções e, consequentemente, à redução subs-tancial da taxa da morbi-mortalidade na pro-víncia, disse ainda o Director provincial deSaúde. Entre os referidos investimentos, contam-

se os trabalhos, em curso, destinados à am-pliação, reabilitação e modernização do Hos-pital Provincial, visando incrementar a sua ca-pacidade de internamento, o que vai permitir

o aumento do número de camas na institui-ção de 140 para 270 leitos hospitalares e a ins-talação de novos serviços, como unidades detratamento de queimados, infecciologia, cui-dados intensivos, produção de oxigénio, entreoutros, facto que vai contribuir para o reforçoda assistência médica e medicamentosa pres-tada às populações. Manuel Varela acrescentou que o sector

tem ainda em perspectiva, para este ano, areabilitação e apetrechamento do HospitalMunicipal de Kambambe, a construção deuma unidade similar com 57 camas no muni-cípio do Samba-Cajú, postos de saúde nas co-munas do Terreiro e Quiquiemba, no muni-cípio do Bolongongo. Consta ainda da aposta do sector, para

2014, a reabilitação e ampliação dos CentrosMunicipais de Saúde da Banga e Bolongongo,facto que vai elevar a capacidade de interna-mento destas unidades de 30 para 60 camas.

Segundo acrescentou, estão igualmenteprevistas a entrada em funcionamento, den-tro de alguns meses, de duas novas unidadessanitárias designadamente o Hospital Sana-tório de Ndalatando, capaz de internar 40 pa-cientes, e o Centro Materno Infantil do Lucalaque estará equipado com 30 camas e um blo-co operatório. No domínio do apoio medicamentoso,

Manuel Varela assegurou que estão garanti-dos suprimentos de kits de fármacos para pos-tos e centros de saúde para atender a deman-da até, pelo menos, Setembro próximo.

Novos técnicos reforçam o sector da saúdeEm simultâneo com a construção e me-

lhoria das infraestruturas, o sector da saúdena província apostou “tendenciosamente”na contratação de mais técnicos com vista adar resposta ao crescimento da rede sanitá-ria da região e fazer com que algumas doen-ças, principalmente as endémicas, fossemcombatidas com mais acutilância.Manuel Varela sustentou que, em 2005, o

sector contava com o concurso de apenas 28médicos (entre nacionais e expatriados) e550 enfermeiros para atender perto de 450mil habitantes distribuídos em 10 municí-pios e 30 comunas. “Hoje, assinala-se umquadro diferente, podendo agora o sector dasaúde na província contar com 84 médicos,947 enfermeiros de nível médio e 47 técnicossuperiores de saúde”, frisou.

Prosseguiu, sublinhando que, fruto doinvestimento na formação de quadros, o nú-mero de enfermeiros de nível superior naprovíncia, conheceu um aumento “fenome-nal” de um único especialista, em 2005, para47 técnicos superiores nesta mesma área.

“De modo geral, pode dizer-se que o pro-grama de expansão da rede sanitária doKwanza-Norte trouxe imensuráveis benefí-cios sociais e económicos às populaçõespropiciando uma saúde bem melhor commenor custos”, frisou o responsável.

Localizada a 257 quilómetros de Luanda,passado pelo Dondo e a 190 pela via datrombeta, nas estradas números 230-A e230-B, respectivamente, a província doCuanza Norte conta com uma extensão ter-ritorial de 24.110 quilómetros quadrados euma população estimada em cerca de 500mil habitantes, distribuídos por 10 municí-pios.

Saúde bem melhor na provínciaDiniz Simão

nDalatanDo

texto e fotografia

A paz alcançada, em 2002, com o calar das ar-

mas, está a possibilitar a remoção de vários obs-

táculos que a guerra impunha ao desenvolvi-

mento do Cuanza Norte, permitindo o alcance

de inúmeros benefícios para as populações.

MAnuel DuArte VArelA “A capacidade de internamento de pacientes registou um incremento

na ordem dos 61,5 % ao passar de 402 camas, em 2005, para 1.050, em 2013

Número de Médicos

28

2005 84

2013

Número de camas hospitalares

402

2005

1050

2013

Número de enfermeiros

550

2005

947

2013

N. de enfermeiros de nível superior

1

2005

47

2013

Unidades sanitárias

128

2013

JSA Fevereiro 2014 6Saúde Cuanza norte

Page 7: x-pag 01.qxd

JSa Fevereiro 2014 7Saúde huambo

Apontou a melhoria da qua-lidade dos serviços presta-dos às comunidades nos 11municípios e o melhor en-quadramento das políticasmédico-sanitárias como osprincipais objectivos noquadro da municipalização.

“Dar uma saúde assistidae adequada às populações,gerindo os recursos de for-ma racional, fazendo comque todos beneficiem a níveldas comunidades, são desa-fios que tendem a ser alcan-çados”, referiu.

Recorde-se que, no bié-nio 2012-2013, entraram nosistema de saúde desta pro-víncia mais 8 médicos na-cionais e 12 estrangeiros,mais 10 novos enfermeiroslicenciados, maioritaria-mente de nacionalidade an-golana, e mais de 500 enfer-meiros gerais, enquadradospor concurso público e

transferidos de algumasprovíncias para o Huambo,perfazendo um número detrabalhadores que ultrapas-sa os 6000, o que se traduznum significativo acréscimoem relação a 2012, altura emque existiam apenas 5312.

Malária a baixar, cólera controlada, mas acidentes rodoviários a subirNo que se refere à redu-

ção da incidência de malá-ria, o Huambo foi considera-da a província mais eficienteem termos nacionais, ao re-gistar apenas 18 óbitos em2013 (em 2012 foram 31).

Se a cólera também estácontrolada, os acidentes ro-doviários são já um graveproblema de saúde públicana província. De acordocom Frederico Juliana, “em2012 morreram 312 pessoase em 2013 os óbitos ascen-deram a 423. Para além dis-so, por cada pessoa quemorre, pelo menos 12 ficam

feridas, das quais cerca de 4apresentarão sequelas per-manentes”. Cerca de 80 a90% dos acidentes são cau-sados por mototaxistas. Nofim de semana 22 e 23 de Fe-vereiro, procuraram o Ban-co de Urgência do Hospital

Geral do Huambo, duranteo fim-de-semana, 83 feridos.Destes, 42 (mais de 50 %)eram vítimas de acidentesde viação, de acordo com osupervisor da unidade hos-pitalar, Arnaldo José Fran-cisco, citado pela Angop.

Saúde materno-infantilNa província a mortalida-

de materno-infantil, em me-nores de 1 ano, decresceu de21,6% em 2012 para 14,9% em2013 e em menores de 5 anosbaixou de 41,1 para 16,6%.

De realçar também a aber-

tura do bloco operatório dohospital municipal do Bailun-do no final do ano passado,pelo que as cesarianas deixa-ram de ser motivo para atransferência de pacientes pa-ra o hospital geral do Huam-bo. Em menos de três mesesforam efectuadas 76 cirurgias.Esta unidade dispõe de doisblocos cirúrgicos com salasanexas, designadamente a dereanimação, com a capacida-de de cinco leitos. Em termosde recursos humanos, contacom dois médicos especialis-tas obstétricos, duas médicasespecialistas anestesistas,quatro instrumentistas e qua-tro anestesistas, além de ou-tras equipas de enfermageme maqueiros para o serviço deapoio.

Finalmente, recorde-seque, em Setembro último, en-traram em funcionamento ocentro de hemodiálise – com16 rins artificiais e 33 profissio-nais –, o laboratório de pes-quisa e cultura do bacilo deKoch e diagnóstico da tuber-culose, e ainda o laboratóriode pesquisa entomológica –serviços inaugurados pelo ti-tular da pasta no país, o minis-tro José Van-Dúnem.

Francisco cosme

Em entrevista ao Jornal da

Saúde, à margem do Encon-

tro Sobre Aceleração da

Resposta ao VIH e SIDA até

2015, que decorreu no final

de Janeiro, em Luanda, o Di-

rector provincial de Saúde

do Huambo, Frederico Julia-

na, adiantou que a estratégia

implementada no âmbito da

municipalização é a expan-

são dos serviços primários

de saúde em todos os muni-

cípios, focalizando-se na as-

sistência médica e medica-

mentosa e suprindo todas as

insuficiências sanitárias, com

base nos critérios do Plano

Nacional de Desenvolvimen-

to Sanitário. De acordo com

este responsável, “a descen-

tralização financeira e admi-

nistrativa são ganhos impor-

tantes que atribuem às es-

truturas locais autonomias

decisivas que facilitam a im-

plementação e solução dos

seus problemas”.

Melhoria da qualidade dos serviços prestadosàs comunidades é prioridade

Acidentes rodoviários

Agressões físicas

Queimaduras

Acidentes de trabalho

Mordeduras de cães

Arma branca

Feridos que procuraram o Banco de Urgência do Hospital Geral do Huambo (fim-de-semana 22/23 Fevereiro)

Motivos

50%28%

10%6% 4%2%

Nº trabalhadores na Saúde

5312

2012

6000

2013

Óbitos por malária

31

2012

18

2013

Óbitos por acidentes rodoviários

312

2012

423

2013

Os moradores do bairro São José, arredoresda cidade do Huambo, foram sensibiliza-dos sobre as formas de prevenção da cólera,durante a realização de mais uma edição doprojecto Uhayele Vimbo, promovido pelaDirecção provincial de Saúde, no dia 28 deFevereiro. O evento, de acordo com a chefedo departamento de saúde pública, Geor-gina Figueiredo, superou as expectativas,tendo em conta o número de pessoas quebeneficiaram dos serviços médicos e medi-camentosos disponibilizados durante a ac-tividade. Informou que os técnicos de saú-de presentes no bairro, auxiliados por agen-tes comunitários de saúde da organizaçãonão-governamental Amosmid, percorre-ram e vistoriaram 373 casas, tendo detecta-

do 19 casos característicos de cólera que fo-ram prontamente medicados no local.

Georgina Figueiredo disse terem sidoprojectados, ao longo da actividade, cincofilmes que abordam as formas de contágioe prevenção da cólera e distribuídos 200 fo-lhetos informativos para elucidar os riscosdesta doença. Foram ainda distribuídos aosmoradores do São José 600 litros de hipo-clorito de cálcio, 2000 comprimidos e 500 li-tros de lixívia para o tratamento da água queconsomem. A responsável do departamen-to de saúde pública na província do Huam-bo apelou à população para combater a có-lera que, desde Novembro, afecta algunsbairros periféricos desta cidade, eliminan-do os focos de lixo.

Sensibilização contra a cólera

Frederico Juliana “A melhoria da qualidade dos serviços prestados às comunidades nos municípios e o melhor enquadramento

das políticas médico-sanitárias são alguns dos principais objectivos no quadro da municipalização”

GeorGina FiGueiredo “O evento

superou as expectativas”

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— Como caracteriza o sec-tor da saúde na provínciado Cuanza-Sul?— Bem, começo por dizerque a situação sanitária naprovíncia do Cuanza-Sul es-tá a conhecer melhorias tan-to nos domínios das infraes-truturas hospitalares, comodo pessoal que presta servi-ços ao sector. À medida em

que a rede sanitária aumen-ta, também acompanhamoscom o recrutamento demais médicos e enfermeirospara responderem à de-manda. Mas devo assinalarque na classe de médicosainda dependemos, emgrande escala, de quadrosexpatriados, situação que,ao longo do tempo, se podeinverter com a formaçãocontínua que decorre em to-do o país e que a províncianão foge à regra.Quanto à realidade actual

do sector da saúde no Cuan-za-Sul, a província contacom 245 unidades sanitá-rias, sendo dois hospitaisprovinciais de referência, 13hospitais municipais, 31centros de saúde e 194 pos-tos de saúde. Prestam servi-ços ao sector da saúde um

total de 136 médicos, 1.631enfermeiros, 171 técnicos dediagnóstico e terapêutico,473 pessoas de apoio hospi-talar, entre maqueiros, vigi-lantes e copeiros e 517 qua-dros e técnicos administrati-vos. No entanto devo dizer

que o sector ainda denotaum défice em termos de mé-dicos de especialidades paracobrirem as unidades sani-tárias nos municípios do in-terior, principalmente nasáreas de obstectrícia, cirur-gia e ortopedia.— Como está o abasteci-mento em medicamentos eequipamentos?— Em termos de medica-mentos estamos bem servi-dos, com a disponibilidadede fármacos diversos, ad-quiridos através da Direcção

Nacional de Medicamentose de outros fornecedores.Quanto aos equipamen-

tos, a situação é razoávelporque persistem algumasnecessidades em adquirirmais equipamentos de ra-diologia para serem instala-dos em todos os municípios.Actualmente, temos em fun-cionamento equipamentosde RX apenas nos municí-pios do Sumbe, Porto Am-boím, Amboím e Quibala epensamos instalar esses ser-viços em todos os municí-pios da província.—Qual é o quadro da evo-lução das principais pato-logias na província?— A malária continua apreocupar as autoridadessanitárias da província doCuanza-Sul, com maior foconos municípios do litoral,como Sumbe e Porto Am-boím, mas também do inte-rior, como os do Amboím eda Conda. Mas a situaçãoestá sob controlo das autori-dades, o que nos permiteplanificar e distribuir testese respectivos medicamentosde combate à malária.Em seguida, estão as

doenças diarréicas agudas(DDA) e infecções respirató-rias agudas (IRA), bem co-mo as doenças crónicas co-mo diabetes e hipertensãoarterial que também consti-tuem outras causas de víti-mas mortais nas comunida-des.

— Quais os ganhos que po-dem ser mensurados ao ní-vel do sector da saúde noCuanza-Sul?— Desde o início da imple-mentação do programa demunicipalização dos servi-ços de saúde, temos alcan-çado bons resultados, sobre-tudo no domínio das infra-estruturas sanitárias. A ex-tensão da rede hospitalar aonível da província já é umarealidade – e com sustenta-bilidade! – porque tambémforam construídas residên-cias para enfermeiros, factoque permite uma prestaçãomais actuante no meio rural.Um ganho que devo realçaré o da reabilitação e amplia-ção do Hospital geral da Ce-la que comporta serviçosmais modernos.Ainda não abriu as portas

ao público, mas já constituium orgulho das autoridadessanitárias e do Governo pro-vincial. De notar tambémque o início do seu funcio-namento vai dar resposta amuitos dos casos clínicosque, até agora, exigiam eva-cuações.— Quais os Programas queestão a ser executados paraa melhoria da assistênciaàs populações?— São vários e cada um coma sua especificidade. Temoso programa de controlo damalária que consiste na dis-tribuição universal às famí-lias de mosquiteiros trata-

dos com insecticidas de lon-ga duração e que é comple-mentado com o saneamen-to do meio. O programa deimunização que permite acobertura de vacinação roti-na com todo os antigenos, oprograma de VIH/Sida paraa prevenção, o corte verticale oferta universal de medi-camentos e acompanha-mento às pessoas infecta-das. Além destes que enu-merei, executamos outros,como o da tuberculose e le-pra, saúde materno-infantil,nutrição, medicamentos es-senciais, vigilância epide-miológica, educação para asaúde, água e saneamentoambiental. São, de facto,programas transversais por-que a sua eficácia dependemuito da colaboração dascomunidades.

“Municipalização contribuiu para a extensão da rede sanitária e aquisição de equipamentos”

Director Provincial de Saúde, abreu undongo

Abreu undongo “Temos consciência de que a formação téc-

nica constitui a mola impulsionadora para alcançarmos as me-

tas preconizadas, entre as quais a humanização dos serviços de

saúde”

O Hospital Geral da Cela, completamente rea-

bilitado e ampliado, vai prestar serviços com

equipamentos modernos

Hospital Municipal do Sumbe, uma das unida-

des sanitárias que presta atendimento às po-

pulações

Os desafios são enormes, a julgar pela dimensãodas questões que ainda temos por resolver. Emprimeiro lugar, enfrentamos o desafio de au-mentar a rede hospitalar em toda a extensão daprovíncia e a consequente melhoria da assistên-cia médico-medicamentosa. A par disso, temosconsciência de que a formação técnica constituia mola impulsionadora para alcançarmos asmetas preconizadas, entre as quais a humani-zação dos serviços de saúde. Neste particulardevo dizer que decorre o processo de formaçãodos técnicos básicos que funcionam nas unida-des hospitalares para adquirirem o nível técnicomédio e a formação de novos técnicos neste ní-vel. Outros frequentam formação superior emLuanda. Pensamos assim que, nos próximostempos, disporemos de quadros mais compe-tentes para os desafios do presente e do futuro.No domínio das infraestruturas temos preconi-zado a construção de três centros de saúde, comcapacidade para trinta camas, nos municípiosdo Seles, Porto Amboím e Ebo, bem como a re-qualificação de postos de saúde que funcionamem regime provisório nos municípios de Cas-

songue e do Ebo.Outro desafio para o corrente ano e para os

próximos tempos consiste no aumento da co-bertura do programa de aconselhamento e tes-tagem do VIH/Sida em todos os municípios daprovíncia.

Por outro lado, temos de realizar encontrosperiódicos entre os técnicos de diversas áreaspara o manuseio eficaz de equipamentos, trocade experiências sobre a assistência aos pacien-tes, gestão de recursos humanos, sobre os desa-fios a ter em conta para a aproximação dos ser-viços de saúde nas comunidades, redução damortalidade materno-infantil e redução demortes por malária.

Entre todos os desafios acima apontados, te-mos de destacar a necessidade de se apetrecharas unidades sanitárias da periferia para descon-gestionar os hospitais provinciais. Isso passa pe-la melhoria de assistência mais digna e disponi-bilidade de equipamentos que respondem àssolicitações nas zonas rurais. É um desafio que,pelos actuais indicadores, temos a certeza queé possível vencer e atingir essa meta.

Quais os desafios do sector na província?

Ficha TécnicaCuanza Sul

Unidades sanitárias: 245

Hospitais provinciais de

referência: 2

Hospitais municipais: 13

Centros de saúde: 31

Postos de saúde: 194

Médicos: 136

Enfermeiros: 1.631

Técnicos de diagnóstico

e terapêutica: 171

Apoio hospitalar

(maqueiros, vigilantes e

copeiros): 473

Quadros e técnicos

administrativos: 517

JSA Fevereiro 2014 8Saúde Cuanza sul

Casimiro José

sumbe

Texto e fotografia

O sector da saúde na provín-

cia do Cuanza-Sul está a co-

nhecer melhorias significati-

vas, quer ao nível das infra-es-

truturas, quer do quadro de

técnicos — já satisfatório —

que prestam serviços nas di-

versas áreas de atendimento

às populações.

A garantia é do Director pro-

vincial de Saúde do Cuanza-

Sul, Abreu Undongo, que

considerou o programa de

municipalização dos serviços

de saúde como sendo o prin-

cipal factor que contribuiu

para a extensão da rede sani-

tária e aquisição de equipa-

mentos que garantem uma

assistência médico-medica-

mentosa mais condigna.

Em entrevista ao Jornal da

Saúde, este responsável fez

um balanço positivo das ac-

ções e programas executa-

dos ao nível da província, e

apontou como principais de-

safios o aumento da cobertu-

ra sanitária em toda exten-

são da província, com a cons-

trução de mais centros e pos-

tos de saúde, o alargamento

de programas assistenciais e

a formação contínua, a vários

níveis, para garantir uma as-

sistência com competências

requeridas.

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9publicidadeJSA Fevereiro 2014

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JSa Fevereiro 2014 10Saúde Zaire

O Director provincial deSaúde do Zaire, João MiguelPaulo “Joveth”, informouque o sector é um dos quemais cresce em termos in-fra-estruturas, facto que de-monstra a vontade do Go-verno em ver melhoradas ascondições de assistênciamédica e medicamentosados habitantes da região.

João Miguel Paulo fez sa-ber que o actual mapa sani-tário da região contempla89 unidades hospitalaresem funcionamento, distri-

buídas nos seis municípios.O interlocutor asseverou

que o referido mapa sanitá-

rio, elaborado em 2009, ca-rece de adequação à reali-dade actual, caraterizada

pelo surgimento de novasconstruções hospitalaresdistribuídas pelas 25 comu-nas da província.

O responsável acrescen-tou que muitas destas infra-estruturas, entre postos ecentros de saúde, construí-das com o propósito únicode aproximar os serviços desaúde das populações,aguardam apenas a sua en-trada em funcionamento.

O Director de Saúde noZaire sublinhou que a aber-tura das unidades sanitáriasa nível das comunas vaicontribuir, em grande me-dida, na redução das en-chentes que os hospitais de

referência têm registado. Avançou que os serviços

de saúde na província sãoassegurados por 55 médi-cos, entre expatriados e na-cionais, 628 auxiliares deenfermagem e 239 técnicosde enfermagem de distintasespecialidades.

Perfil epidemiológico“Temos um défice em

termos de recursos huma-nos. Do total de médicosexistentes, muitos não fa-zem trabalhos clínicos”,realçou o director da Saúdeantes de apresentar o perfilepidemiológico da provín-cia que, segundo ele, é pre-dominado por doenças res-piratórias, diarreicas agu-das, malária e febre tifóide.

Em 2013, prosseguiu, fo-ram registados 74.815 casosda malária, 280 dos quaisresultaram em óbitos, sen-do as vítimas maioritaria-mente crianças e mulheresgrávidas.

“Vamos continuar a tra-balhar afincadamente nocombate à malária, de acor-do com a estratégia definidapelo Ministério da Saúde”,declarou, acrescentandoque o caminho passa pelarealização de acções de in-

formação, educação e co-municação junto das co-munidades, intensificaçãodas campanhas de pulveri-zação intra-domiciliar elimpeza das zonas residen-ciais com água estagnada,para evitar a reprodução delarvas de mosquitos.

Ganhos em saúdeJoão Miguel Paulo disse

que o seu pelouro temigualmente levado a cabocampanhas de distribuição,a nível da provincial, demosquiteiros impregnadoscom insecticida de longaduração às mulheres grávi-das, durante as consultaspré-natal.

O Director provincial deSaúde no Zaire afiançouque os principais ganhos dosector têm a ver com o au-mento gradual do númerode infra-estruturas, factoque, segundo ele, não está aser acompanhado com aformação de técnicos nasmais diversas especialida-des. O médico enumerouvários desafios para os pró-ximos tempos, com desta-que para a promoção dosquadros e a redução dos ín-dices de mortalidade ma-terno-infantil.

Sector da saúde no Zaire com dias melhoresVíctor Mayala

correspondente no Zaire

As condições de assistência

médica e medicamentosa no

Zaire vão, nos próximos tem-

pos, conhecer melhorias signi-

ficativas com a construção, pe-

lo Executivo, de numerosas

unidades sanitárias. Destaque

para o hospital provincial com

capacidade para 377 camas,

cujas obras decorrem a ritmo

acelerado na localidade de

Kunga-a-paza, arredores da ci-

dade de Mbanza Congo.

“Vamoscontinuar atrabalharafincadamenteno combate àmalária, deacordo com aestratégiadefinida peloMinistério daSaúde”

João Miguel Paulo “Dos desafios para os próximos tempos,

destaco a promoção dos quadros e a redução dos índices de

mortalidade materno-infantil”

O novo hospital provincial em construção nos arredores da cida-

de de Mbanza Congo, com a capacidade de 377 camas, vai con-

tribuir para a melhoria das condições de assistência médica e

medicamentosa na província

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11publicidadeJSA Fevereiro 2014

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A morte de uma mulher grá-vida ou ocorrida nos 42 diasseguintes após terminar agestação, independente-mente do tempo de gestaçãoou da localização da mesma,é o que denominamos “mor-te materna”. As mortes ma-ternas podem estar relacio-nadas directamente comuma complicação própria dagravidez (morte materna di-recta) ou relacionadas comoutras causas não directa-mente ligadas à gravidez(morte materna indirecta).Diariamente, acontecem

800 mortes maternas em to-do mundo. A maioria destasmortes ocorrem em países debaixos rendimentos e a maio-ria delas são evitáveis. Por is-so, esta alta taxa de mortalida-de é inaceitável.Angola, tal como Guiné-

Bissau, Afeganistão, Níger,Serra Leoa, Libéria e Somália,encontravam-se entre os dezpaíses com maior risco demorte materna, segundo re-portou a UNICEF em 2005.Dados divulgados pela an-

terior vice-ministra da Saúde,Evelize Fresta, durante aabertura do seminário sobreas principais causas de mortematerna em Angola, emLuanda, em Maio de 2012,apontavam para a reduçãoda mortalidade materna nopaís de 610 por cada 100 milnados-vivos para cerca de450 por cada 100 mil. Segun-do esta responsável, a redu-ção deve continuar e atingir,em 2015, um valor entre 250 e400 por cada 100 mil. Para al-cançar tal objectivo, além doapoio financeiro, é vital umacorrecta preparação técnicade todo o pessoal envolvidono processo de atenção à mu-lher grávida.

As hemorragias obstétricasA tríade mortal clássica,

que contribui com maior nú-

mero de mortes maternas, éintegrada pelas hemorragias,os transtornos hipertensivose as infecções, sem esqueceroutras condições como osabortos perigosos ou clan-destinos e uma enfermidadeque aumentou sua incidên-cia nas últimas décadas: oVIH/sida.As hemorragias obstétri-

cas e, em especial, as hemor-ragias pós-partos, além deserem a mais frequente cau-sa de mortalidade materna,são também, pelo seu cursoclínico, um dos fenómenosmais dramáticos e que obri-ga os profissionais de saúdea atuarem com rapidez e se-gurança. É por isso que pre-tendemos abordar algunsdos aspectos mais salien-tes e críticos da hemorra-gia obstétrica.As hemorragias podem

aparecer antes do parto, in-clusive em estádios muitoprecoces da gestação, comoé o caso dos abortos (espon-tâneos ou provocados) e dagravidez ectópica. Tambémpodem aparecer próximo dotérmino ou durante o traba-lho de parto (placenta pré-via, desprendimento prema-turo de placenta normal-mente inserida ou rupturauterina).Outra possibilidade é

aparecer uma hemorragia

depois do parto, quandoocorre atonia uterina, lacera-ções do canal do parto, re-tenção placentária, etc. Al-gumas condições favorecema aparição destas hemorra-gias pós-parto, como as in-fecções e alguns transtornoshematológicos (coagulopa-tias).

Factores de riscoExistem alguns factores

de risco que propiciam estashemorragias e sobre os quaisé possível actuar, como as in-fecções ginecológicas, os

abortos desnecessários e amultiparidade. Embora pa-reça uma tarefa difícil, nãodevemos deixar de insistirnos métodos de planeamen-to familiar e na educação se-xual da população em geral.A correcta atenção pré-

natal e o parto (parto institu-cional, de forma ideal) tam-bém podem causar impacto

positivo na diminuição dasmortes maternas em geral e,em particular, das mortespor hemorragia.Uma prática muito difun-

dida, e cujo uso diminui a in-cidência de hemorragia pós-parto, é o chamado parto as-sistido, ou gestão activa do3.º período, que consiste naadministração de oxitocinano momento da expulsão fe-tal acompanhada de tracçãocontrolada do cordão e mas-sagem uterina. Esta práticadiminui em 50 a 60 por centoa incidência de hemorragiapós-parto.

Hemorragia pós-parto Considera-se “hemorra-

gia pós-parto” a perda agu-da de sangue de mais de500 ml. Esta estimativa ésubjectiva e, no caso de he-morragias leves, existe pou-ca repercussão na hemodi-nâmica da paciente. Por isso,as variações das constantesvitais são pouco evidentes.A perda aguda de sangue

suporta a diminuição do vo-lume circulante efectivo(choque hipovolémico) que,quando é prolongada ou in-tensa, está normalmente as-sociada a um prognóstico fa-tal. Por outras palavras, amortalidade do choque hi-povolémico está relacionadadirectamente com a magni-

tude e duração da agressãoisquémica.Dependendo da perda

sanguínea, o choque divide-se em quatro classes, que vãodesde perdas mínimas desangue (primeira classe), atéà perda maciça de sangue egrande compromisso daperfusão, representando umsério perigo para a vida dapaciente (quarta classe).

Estancar o sangramento Em todas as hemorragias,

além das medidas gerais ecomplementares, deve-se,simultânea e urgentemente,estancar o sangramento efazer a reposição do volumede sangue.A detenção do sangra-

mento depende da causa domesmo e pode obter-se comtratamento medicamento-so, fundamentalmente dro-gas uterotónicas ou oxitóci-cos, mas, nalguns casos, re-quer tratamento cirúrgicoespecializado, que inclui cu-retagem terapêutica, suturade rasgão, operação cesaria-na, laparotomia, histerecto-mia e ligadura das artériashipogástricas.A reposição do volume

depende do cálculo da vole-mia da paciente e da estima-tiva das perdas. Com esta in-formação calculamos o or-çamento mínimo inicial. A

quantidade de líquidos a ad-ministrar e o tipo de solução(cristalóides-colóides) de-pende da quantidade dasperdas e da sua repercussãona hemodinâmica da pa-ciente (pulso, tensão arte-rial, frequência respiratória,diurese, pulso capilar, esta-do de consciência) e a repo-sição deve ser realizada deforma imediata, utilizandoao menos duas vias endove-nosas.Em alguns casos de per-

das severas é necessário ouso de aminas e outros me-dicamentos.

12 SAÚDE MATERNO-INFANTIL Fevereiro 2014 JSA

Mortes maternas:evitáveis ou não evitáveis?Nicolás lázaro serraNo Varela

Médico especialista em Ginecobstetrícia

O objectivo deste trabalho é

dar o nosso contributo para o

empenhamento actual das

autoridades angolanas na di-

minuição da mortalidade ma-

terna e motivar os profissio-

nais a aprofundarem o diag-

nóstico e a gestão das hemor-

ragias obstétricas.

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14 CLÍNICAS Fevereiro 2014 JSA

— Quais os principais servi-ços que oferecem e a que sedestinam?— O Centro Médico Cardio-zono é um centro especializa-do nas áreas de ozonoterapia,cardiologia, clínica geral, uro-logia, ginecologia e obstetrí-cia, ortopedia, nutrição, pe-diatria, ecografias, análisesclínicas, microbiológicas e ci-tológicas.— Quando foi constituído?— O Centro foi constituídoem 18 de Março de 2013. Éuma instituição médica auto-rizada pela Inspecção Geralde Saúde, do Ministério deSaúde de Angola, através dodecreto Nº 48/92, de 11 de Se-tembro, publicado no D.R. ISérie Nº37, para funcionarcomo Centro Médico, com oregisto nº 1129. Tem comoobjecto social serviços de saú-de clínicos e farmacêuticos.Está situado no Bairro Militar,Projecto Nova Vida, Rua 3,Casa 1, Golf II, Município Be-las, e pertence ao Grupo Cés-pedes & Santos Lda, uma em-presa de direito angolano.— Qual a missão do CentroMédico Cardiozono?— A nossa missão é prestarserviços clínicos, com espe-cial enfase na aplicação da te-rapia com ozono, pioneiraem Angola, visando satisfazercom eficácia e eficiência asnecessidades de um crescen-te número das pessoas que

dela necessitam:- Serviços clínicos em medi-cina geral e de especialidade.- Serviços especializados deaplicação de ozono: efec-tuando tratamento com ozo-no por todas as vias de admi-nistração cientificamente co-nhecidas. Contribuir com aozonoterapia no tratamentode patologias sem esperançade cura.Eficiência: produtos e ser-

viços de qualidade ao menorcusto possível. Eficácia: entrega de pro-

dutos e serviços conforme osrequisitos do cliente em tem-po, quantidade e qualidade. Ozonoterapia: tratamento

especializado com recurso aouso de ozono.— O que é Ozonoterapia equais as vantagens deste ti-po de tratamento?

— O ozono é um compostoquímico de três átomos deoxigénio (O3), um compostoaltamente energético do oxi-génio atmosférico normal(O2). Em condições normais,o ozono é um gás incolor comum odor característico per-ceptível, por exemplo, apóstemporais, em altas altitudes,ou próximo ao mar.Seu nome é de origem gre-

ga, do ozein, “o que emitecheiro”, e foi descoberto em1840 pelo químico alemãoFriedrich Christian Schön-bein (1799-1868).Por ser um agente de oxi-

dação extremamente pode-roso e um desinfectante alta-mente eficaz, é também usa-do em todo o mundo para es-terilizar as instalações de tra-tamento de água que forne-cem a água para consumo.

— O que é Ozonoterapia?— É o uso do ozono para finsmedicinais. O ozono medici-nal é sempre uma mistura deozono e de oxigénio puro,produzido por um gerador deozono.O ozonoterapeuta, um

médico especialmente trei-nado para isso, determina adosagem completa de acor-do com a indicação médica ea condição do paciente.— Quais as propriedades daozonoterapia?— O ozono medicinal tempropriedades altamente bac-tericidas, fungicidas e antivi-rais (é virustático). É usadoextensamente para desinfec-tar feridas, assim como emdoenças bacterianas e virais.A sua capacidade de estimu-lar a circulação é usada notratamento de problemas cir-

culatórios e na revitalizaçãode funções orgânicas de mo-do geral.

A aplicação do ozono me-dicinal é extremamente útilpara a activação imunológicaem pacientes com um statusimune baixo e/ou imunode-ficientes. Desta forma, são activados

os sistemas antioxidantes eremovedores de radicais li-vres (“scavengers”) do pró-prio corpo. Assim torna-sepossível compreender o mo-tivo do ozono ser usado nasdoenças que envolvem infla-mações crónicas.Em resumo, o ozono tem

propriedades anti-inflamató-rias, é antiálgico, antioxidan-te, estimula a glicólise, germi-cida, inmunomodulador,oxigenante, regenerador e re-vitalizante.

—Em que medida contri-bui para saúde dos angola-nos?— Contribui em grande me-dida já que é benéfico para otratamento de múltiplasdoenças muito frequentes namaior parte do país. Consti-tui uma alternativa para osproblemas de saúde de pa-cientes cuja esperança detratamento de determinadaspatologias, ou traumas, pare-ciam não ter mais solução.— Como perspectivam o fu-turo?— Gostaríamos que Angolase convertesse, em África, oque é Cuba na América: umpaís de referência no trata-mento com utilização doozono e que possa assistir pa-cientes de outros países afri-canos que pretendam fazeresta terapia em Angola.

Ozonoterapia já é possível em AngolaO primeiro centro especiali-

zado na utilização do ozono

como agente terapêutico

num grande número de pato-

logias já funciona em pleno,

em Luanda. Trata-se de uma

terapia totalmente natural

com poucas contra-indica-

ções e efeitos secundários mí-

nimos, sempre que se realize

correctamente, conforme o

Jornal da Saúde pôde consta-

tar na entrevista à responsável

administrativa do Centro Mé-

dico Cardiozono, a especialista

Yanisley Martin Serran.

Horários deatendimento

O centro médico funciona

de segunda a sexta, das 8 às

17 horas. Ao sábado está

aberto entre as 8 e o meio

dia.

O horário das consultas é o

seguinte:

Ozonoterapia:diaria-

mente entre as 14 e as 17

horas

Clínica geral: diariamente

Urologia: diariamente. Sá-

bado até 11:30 horas

Pediatria:diariamente

Cardiologia: terça e sex-

ta-feira, das 14 às 17 horas

Ecocardiograma: terça e

sexta-feira, das 14 às 17 ho-

ras

Electrocardiograma:terça e sexta-feira, das 14 às

17 horas

Ginecologia e obste-trícia: quinta-feira, às 16:30

horas

Nutrição: quinta-feira, das

9 ao meio dia

Ortopedia: sexta-feira,

às16 horas

Ecografias: segunda-feira,

às 16:30 horas

Doenças de origem ortopédica e traumatológica- Artroses (cadeira, joelho, tornozelo, coluna)- Epitrocleites, epicondilites, trocânterites, dedo em resort, bursites- Síndrome de túnel carpiano, esporão calcâneo- HérniadiscalDoenças Cardiovasculares- Hipertensão arterial- Doença isquémica cardíaca, angina de peito- Arritmias, cardioscleroses- Aterosclerose obliterante dos vasos das extremidades inferiores

Doenças músculo-esqueléticas e dotecido conjuntivo- Artrites reumatóide, artrites gotosa- Fibromialgia ou síndrome decansaço crónicoDoenças endócrinas-metabólicas- Diabetes Mellitus, úlceras em neuro angiopatia diabética

Doenças respiratórias- Bronquites crónicas (obstrutiva e não obstrutiva)- Asma bronquialDoenças gastrointestinais- Gastrites crónicas, úlcera gástrica e duodenal, colites- Divertículos e pólipos intestinais- Constipação, hemorróidas

e fissura anal- Hepatites agudas e crónica, cirroses hepática, esteatoses hepáticas

Doenças ginecológicas- Inflamação pélvica (anexites, endometrites)- Vulvites por bactérias e fungos

Doenças neurológicas- Doença cerebrovascular (AVC)- Enxaqueca, cefaleias, doença de Alzheimer, Parkinson- Formas crónicas das insuficiências cerebrovasculares- Polineuropatias de diversas origens- Escleroses múltipla

Doenças dermatológicas- Acne, psoríases, micoses, herpes zóster, herpes simples- Úlceras tróficas e escaras- Formas ulcerosas das vasculites cutâneas- Dermatites seborreicas (caspa)- CelulitesDoenças oftalmológicas- Glaucoma- Blefarites, conjuntivites - Retinose pigmentaria, retinopatia diabética

Doenças otorrinolaringológicas- Otites, rinites, sinusites, amigdalites

Doenças Odontológicas- Gengivites, periodontites, feridas da boca- Cáries, halitosesDoenças de origem oncológica- Cancro Doenças hematológicas- Traço falciforme (Sicklemia) Outras- Infertilidade- Disfunção sexual (impotência em homem e frigidez na mulher)- VIH- Microvarizes (aranhas vasculares)- Anti-envelhecimento

Doenças para as quais o tratamento com ozono é indicado

Centro médico Cardiozono

Enfermeira a fazer auto-hemoterapia com ozono Paciente a fazer ozono, com o método de bolsa

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Há dez anos que actuamos nos sectores desaúde, higiene e beleza em Angola.

Com o Know How adquirido pela Neofarmaem Angola e a busca diária por qualidade nos produtos e serviços, conquistámos a Certificação da ISO 9001, em Outubro de 2009, e desde sempre somos referência

em processos de logística no país.

Possuímos parcerias maduras com grandes indústrias farmacêuticas em todo o mundo.

Estamos prontos para Servir!

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16 diabetes Fevereiro 2014 JSA

A Doença Cardiovascular(DCV) e a diabetes são duasdoenças reconhecidamentedevastadoras que conti-nuam a soar a toque de fina-dos para milhões de doen-tes em todo o mundo. Umaabundante e sólida evidên-cia científica indica que es-tas duas doenças estão in-trinsecamente relaciona-das, quer do ponto de vistados mecanismos fisiopato-lógicos, quer nas suas con-sequências clínicas finais(Shannon R. P., 2012). Co-mo foi claramente declara-do nas guidelines da Euro-pean Society of Cardiologyem 2012, “A DCV é a princi-pal causa de morbilidade ede mortalidade nas pessoascom diabetes mellitus”(Perk J., De Backer G., Gohl-ke H. et al., 2012). Esta sinis-tra declaração é amplamen-te suportada por dados esta-tísticos igualmente inquie-tantes. Com efeito, é sabidoque os diabéticos têm umaprobabilidade duas a quatrovezes maior de desenvolveruma DCV, quando compa-rados com os não diabéticos(American Diabetes Asso-ciation. 2014). Sabe-se, tam-bém, que quase 80% dosdiabéticos de tipo 2 desen-volverão DCV (Buse J.B.,Ginsberg H.N., Bakris G.L.et al., 2007) e que mais de60% destes doentes morreráde DCV (Duckworth W.,Abraira C., Moritz T. et al.,2009).

Vários estudos epide-miológicos têm demonstra-do que a diabetes tipo 2(DM2) é um importante fac-tor de risco para o desenvol-vimento de todas as mani-festações de DCV, incluindoenfarte do miocárdio, o aci-dente vascular cerebral, adoença vascular periférica ea insuficiência cardíaca(Addison D., Aguilar D.,

2011). Infelizmente, dadosrecentes sugerem que a pro-porção de DCV atribuível àdiabetes está a aumentar(Fox C.S., Coady S., SorlieP.D. et al., 2007), facto quedeve suscitar uma preocu-pação prioritária por partedas autoridades de saúde edos médicos que tratam es-tes doentes.

Assim, com a crescenteprevalência da DM2, tam-bém é expectável que o pesoglobal das doenças cardio-vasculares venha a aumen-tar. Analisemos alguns da-dos epidemiológicos quesuportam estas afirmações.As DCVs são um importantefactor contribuinte para amorbilidade e mortalidadedos doentes com DM2, esti-mando-se que sejam res-ponsáveis por 50% a 70% detodas as mortes nos diabéti-cos de tipo 2 (US Centers forDisease Control and Pre-vention. 2011), (WorldHealth Organization. 2014).

No estudo de coorte deNorfolk, que incidiu em tor-no da Investigação Prospec-tiva Europeia sobre o Can-cro e Nutrição (EPIC- Nor-folk), verificou-se que cadaaumento de 1% na hemo-globina glicada (HbA1c) es-teve associado a um au-mento de 40% na mortalida-de por doenças cardiovas-culares em diabéticos de ti-po 2 (Khaw K-T., WarehamN., Luben R. et al., 2001).

Uma recente meta-análisede 102 estudos prospectivoscom cerca de 700.000 pes-soas relatou que a diabetesconferiu um aumento apro-ximado de 2 vezes no riscode doença cardíaca corona-riana e de AVC, indepen-dentemente de outros fac-tores de risco cardiovascu-lares convencionais (SarwarN., Gao P. et al., 2010). Nou-tro estudo de base popula-cional, em 1.091 diabéticosde tipo 2 do Sul do Brasil,10,1% da mortalidade pordoenças cardiovasculares e13,1% do total das DCVs fo-ram atribuídas à diabetes ti-po 2 (Moreira L.B., FuchsS.C., Wiehe M. et al., 2009).Estes dados, no seu conjun-to, ajudam a enfatizar amagnitude e importânciada problemática das DCVsdos doentes diabéticos, fac-to que conduziu à categori-zação da diabetes comoequivalente de risco dedoença cardíaca coronária(National Cholesterol Edu-cation Program – NCEP.2002). De modo a reduzir oimpacto na saúde dos dia-béticos de tipo 2 é, pois, con-sensual que se torna neces-sária uma estratégia maisagressiva de prevenção e detratamento das doençascardiovasculares nos doen-tes com diabetes de tipo 2(Addison D., Aguilar D.,2011). Consequentemente,é particularmente impor-

tante que os diabetologistase os cardiologistas reconhe-çam a necessidade de umaestratégia de gestão conjun-ta e proactiva das questõessubjacentes ao risco cardio-vascular global dos doentescom diabetes, em prol da re-dução do peso da DCV des-tes doentes.

Prevenção da DCV nos Diabéticos de Tipo 2 e a selecção dos ADOspara o controlo glicémicoO impacto da redução in-

tensiva da glucose sobre osresultados CV tem sido umtema controverso e intensa-mente debatido nos últimosvinte anos (Giorgino F., Leo-nardini A., Laviola L., 2013).Embora exista uma evidên-cia epidemiológica a favordos efeitos adversos de ummau controlo da glicemianos eventos cardiovascula-res, os ensaios clínicos deintervenção são menos con-clusivos acerca desta ques-tão. Com efeito, os resulta-dos do estudo prospectivoUKPDS do Reino Unido(United Kingdom Prospec-tive Diabetes Study) revela-ram uma redução dos even-tos microvasculares no gru-po dos doentes submetidosao controlo intensivo da gli-cemia, mas os efeitos no ris-co da DCV foram modestose sem significado estatístico(UK Prospective Diabetes

Study –UKPDS. 1998). Maisrecentemente, três estudosprospectivos de larga escala,o ADVANCE (ADVANCECollaborative Group. 2008),o ACCORD (Action to Con-trol Cardiovascular Risk inDiabetes Study Group.2008) e o VADT (DuckworthW., Abraira C., Moritz T. etal., 2009), não mostraramefeitos benéficos do contro-lo intensivo da glicemia nosendpoints cardiovascularesprimários nos diabéticos detipo 2. Contudo, as análisesde sub-grupos de doentesforneceram evidência su-gestiva de que o potencialefeito benéfico depende,largamente, das caracterís-ticas do doente, incluindo aidade, a duração da diabe-tes, o nível de controlo pré-vio da glicemia, a presençade DCV e o risco de hipogli-cemia (Giorgino F., Leonar-dini A., Laviola L., 2013). Ar-gumenta-se que o benefíciodo controlo intensivo da gli-cemia sobre os resultadoscardiovasculares e a morta-lidade pode, na verdade, tersido prejudicado pela ex-tensão e frequência doseventos hipoglicémicos quepoderiam ser melhoradosse utilizássemos ADOs ca-pazes de exercer efeitos car-diovasculares favoráveis.Este aspecto conduz-nos ànecessidade de proceder-mos a uma análise do perfilde risco/benefício dos fár-

macos antidiabéticos oraisque prescrevemos no diadas nossas práticas clínicase, por extensão, ao conceitode individualização das te-rapêuticas, com base numaavaliação cuidada das ca-racterísticas de cada doentee numa definição persona-lizada dos objectivos de tra-tamento ajustados àquelascaracterísticas.

Assim, as tiazolidinedio-nas (TZDs), por exemplo,estão associadas a uma re-tenção de volume que acar-reta o risco de ganho de pe-so e de descompensaçãodos doentes com insuficiên-cia cardíaca; neste grupo, arosiglitazona tem sido asso-ciada a um risco aumentadode enfarte do miocárdio.Como é bem sabido, as sul-funilureias (SUs) estão asso-ciadas a um alto risco de hi-poglicemias (Inzucchi S.E.,Bergenstal R.M., Buse J.B. etal., 2012) e, também, ao ga-nho de peso. O estudo AC-CORD revelou uma inci-dência de hipoglicemiastrês vezes superior no grupodo tratamento intensivo emcomparação com o grupode tratamento padrão. Estessão detalhes importantes ater em consideração na se-lecção dos ADOs às caracte-rísticas pessoais de cadadoente.

Neste sentido, à medidaque a prevalência das co-morbilidades cardiovascu-lares aumenta nos doentescom diabetes de tipo 2, asestratégias de optimizaçãodo tratamento para osdoentes de alto risco devemaumentar em paralelo. É doconhecimento geral que ametformina é amplamentereconhecida como sendo oADO de primeira linha, re-comendada para doentescom DMT2 em todas as gui-delines (Inzucchi S.E., Ber-genstal R.M., Buse J.B. et al.,2012). Existem alguns da-dos que suportam o benefí-cio CV da metformina, peloque este fármaco pode seruma droga eficaz em diabé-ticos com doença arterialcoronária (UK ProspectiveDiabetes Study –UKPDS.1998). Perseguindo a estra-tégia recomendada de opti-mização do controlo glicé-mico dos doentes diabéti-cos que acompanhamos noambulatório, quando selec-

Gestão da hiperglicemia nos diabéticos de tipo 2com doença cardiovascular: o papel dos inibidores da DPP-4 (Gliptinas)

O risco cardiovascular na diabetes tipo 2

João Guerra |

Medical advisor

(Chevron Clinic – Luanda)

assistente Graduado de Medicina Interna

Mestre em Gestão da Doença

[email protected]

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cionamos uma combina-ção de 2 ou 3 fármacos anti-hiperglicemiantes paracontrolar a glicemia de umdoente em monoterapiaque não atingiu os alvos te-rapêuticos desejados, é in-dispensável avaliar o efeitodos diferentes medicamen-tos hipoglicemiantes no ris-co cardiovascular global(Giorgino F., Leonardini A.,Laviola L., 2013). Neste es-forço, não pode jamais seresquecido que a prevençãodas hipoglicemias em dia-béticos de tipo 2 com histó-ria de doença cardiovascu-lar é particularmente críti-ca, na medida em que a hi-poglicemia pode agravar aisquemia miocárdica e cau-sar arritmias (Desouza C.V.,Bolli G.B., Fonseca V.,2010); (Snell-Bergeon J.K.,Wadwa R.P., 2012). Note-seque a preocupação da mini-mização das hipoglicemiasdeve, também, ser extensi-va ao contexto dos doentesinternados, em particularnas unidades de cuidadosintensivos médicas ou ci-rúrgicas. Esta recomenda-ção é suportada pelos da-dos do estudo NICE-SU-GAR (Normoglycemia inIntensive Care Evaluation–Survival Using Glucose Al-gorithm Regulation) quedemonstraram que a mor-talidade foi maior no grupodos doentes com tratamen-to intensivo (alvo glicémicode 81-108 mg / dL [ 4,5-6,0mmol / L ] ) em compara-ção com os do tratamentoconvencional (alvo glicémi-co ≤ 180 mg / dL [ 10,0mmol / L] ). Neste estudo,6,8% dos doentes tratadosintensivamente experi-mentaram hipoglicemiagrave, enquanto apenas0,5% dos doentes tratadosconvencionalmente tive-ram hipoglicemia grave(NICE-SUGAR Study Inves-tigators, Finfer S., ChittockD.R. et al., 2009).

Estes dados chamam aatenção para a necessidadede uma precaução acresci-da quando os médicosprescrevem combinaçõesmedicamentosas associa-das a um risco aumentadode hipoglicemia, incluindoas SUs e insulina, pelo quetais associações devem sercuidadosamente pondera-das nos doentes ambulató-rios com DMT2 e, em parti-cular, aqueles que apresen-tam uma história ou facto-res de risco para DCV, bemcomo em qualquer doentemédico ou cirúrgico inter-nado que careça de trata-mento da sua hiperglicemia(NICE-SUGAR Study Inves-tigators, Finfer S., ChittockD.R. et al., 2009).

Monitorização cuidadosaRealça-se, ainda, que ao

utilizarmos associações defármacos que comportemum risco aumentado de hi-poglicemia, a monitoriza-ção cuidadosa e a educaçãodo doente são imperativas.As TZDs, por exemplo, namedida em que estão asso-ciadas à retenção de líqui-dos, devem ser evitadas emdoentes com história de in-suficiência cardíaca, qual-quer que seja o estádio evo-lutivo. O ganho de peso e aobesidade são conhecidosfatores de risco indepen-dentes para as doenças car-diovasculares, pelo que setorna favorável evitar hipo-glicemiantes que causemganho de peso, tanto quan-to possível, em particular asSUs (Giorgino F., Leonar-dini A., Laviola L.,2013; Inzuc-chi S.E.,Ber-gens-tal

R.M., Buse J.B. et al., 2012). Éconhecido que o uso dasTZDs com a insulina podeestar associado ao ganho depeso em doentes diabéticosde tipo 2, pelo que tal asso-ciação deve, igualmente, serevitada. Foi também sugeri-do que a insulina, particu-larmente em doses eleva-das, pode ser aterogénica(Defronzo R.A., 2006). Con-tudo, os resultados do gran-de estudo de intervençãocom a insulina glargina,ORIGIN (Outcome Reduc-tion with an Initial GlargineIntervention ), que envolveu12.537 diabéticos (ORIGINTrial Investigators, GersteinH.C., Bosch J., et al., 2012)não demonstrou um au-mento do risco para eventoscardiovasculares nos doen-

tes tratados com in-

sulina glargina (adicionadaao seu regime de tratamen-to com ADOs), em compa-ração com os submetidos aotratamento padrão.

Nos últimos anos, po-rém, têm vindo a ser desen-volvidos novos ADOs paraajudar a resolver alguns dosdesafios associados com osanti-hiperglicemiantes tra-dicionais e que têm um efei-to positivo sobre os factoresde risco cardiovasculares(Giorgino F., Leonardini A.,Laviola L., 2013). Integrameste novo grupo de fárma-cos antidiabéticos as desig-nadas incretinas. As increti-nas são factores derivadosdo intestino que aumentama secreção de insulina de-pendente da glucose, cujadesignação é um acrónimodas palavras INtestine se-CRETion Insulin (La

Barre J., Still

E.U., 1930). As terapêuticasbaseadas nas incretinas, deque fazem parte os inibido-res da enzima dipeptidilpeptidase -4 (DPP-4), e osagonistas dos receptores doGlucagon Like Peptide 1(GLP- 1) proporcionam re-duções clinicamente im-portantes da HbA1c, semaumentar o risco de hipogli-cemia (Inzucchi S.E., Ber-genstal R.M., Buse J.B. et al.,2012). Os agonistas dos re-ceptores do GLP-1 só exis-tem na forma injectável esão conhecidos por conse-guirem atingir maiores re-duções na HbA1c do que osinibidores da DPP-4, estan-do estes dis-poní-

veis na forma oral. Enquan-to o GLP-1 modula diversosprocessos envolvidos na ho-meostase da glucose, os re-ceptores do GLP-1 são, tam-bém, encontrados em todoo corpo, incluindo o sistemacardiovascular. Como re-sultado, o impacto da suaacção não se resume apenasà diminuição da glicemia,mas a vários outros efeitosCV potenciais que podemser observados (FonsecaV.A., 2010; Jose T., InzucchiS.E., 2012; Ussher J.R., Druc-ker D.J., 2012). Neste con-texto, tem sido demonstra-do que os agonistas dos re-ceptores do GLP-1 dimi-

nuem uma série de bio-marcadores de

risco cardio-vascular,

de-

18 diabetes Fevereiro 2014 JSA

Tabela A.

ensaios de Resultados Clínicos Cardiovasculares dos inibidores da dPP-4 em doentes com diabetes de tipo 2

Nome do Estudo Inibidor DPP-4 Inclusão Duração Critérios de Inclusão Major Resultados Major

SAVOR-TIMI 53[29]

Saxagliptina 16,492 Completada; fol-low-up médio de2.1 anos

HbA1c ≥6.5%; alto risco CV (factores de risco múlti-plos e/ou DCV estabelecida)

O evento endpoint primário (composto de mor-te CV, EAM, AVC isquémico) ocorreu em 613doentes no grupo da saxagliptina (7.3%) e em 609doentes do grupo placebo (7.2%) (HR com saxa-gliptina, 1.00; P <.001 para a não inferioridade)

EXAMINE[30]

Alogliptina 5380 Completada; fol-low-up médio de18 meses

HbA1c 6.5%-11% no tratamento anti-hi-perglicemiante em monoterapia oucombinação (não-insulínica); HbA1c de 7%-11% se os regimes de tra-tamento dos doentes incluíam insulina; diagnóstico de SCA 15-90 dias prévios àrandomização

O evento endpoint primário (composto de mor-te de causas CV, EAM não fatal ou AVC não fatal)ocorridos em 305 doentes atribuídos à alogliptina(11.3%) e em 316 doentes atribuídos ao placebo(11.8%) (HR, 0.96; P <.001 para a não inferiorida-de)

TECOS Sitagliptina 14,000 Dezembro 2008-Dezembro 2014

HbA1c 6.5%-8.0%; % com DCV pré-existente

Tempo para o primeiro evento CV confirmado (composto definido como morte relacionada aum evento CV, EAM não fatal, AVC não fatal, ou AIrequerendo internamento)

CAROLINA Linagliptina 6000 Outubro 2010-Setembro 2018

HbA1c 6.5%-8.5% se tratamento inicialou monoterapia ou terapia dual comMET e/ou iAG; HbA1c 6.5%-7.5% se tratamento comSU/meglitinida em mono- ou terapiadual com MET oo iAG, DCV pré-existente ou lesão diabéticaespecificada de órgão alvo, ou ≥2 factoresde risco CV ou idade >70 anos.

Tempo para o primeiro evento CV confirmado (composto de morte CV, EAM não fatal, AVC nãofatal, ou AI requerendo internamento)

SCA =síndrome coronário agudo; iAG =inibidor da alfa-glucosidase; CAROLINA = Cardiovascular Outcome Study of Linagliptina Versus Glimepiride in Patients With Type 2 Diabetes; CV = cardiovascular;D CV = doença cardiovascular;

DPP-4 = dipeptidil peptidase-4; EXAMINE = Examination of Cardiovascular Outcomes With Alogliptin Versus Standard Care; HbA1c = hemoglobina glicada; HR = hazard ratio; MET = metformin; SAVOR-TIMI 53 = Saxagliptin Assessment

of Vascular Outcomes Recorded in Patients With Diabetes Mellitus-Thrombolysis in Myocardial Infarction 53; EAM = enfarte agudo do miocárdio; SU = sulfonilureia; DMT2 = diabetes mellitus tipo 2; TECOS = Trial Evaluating Cardiovascular

Outcomes With Sitagliptin; AI = angina insável Dados de Jose T., et al.

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20 diabetes Fevereiro 2014 JSA

monstram efeitos cardio-protectores e vasodilatado-res e proporcionam benefí-cios nos factores de riscoCV, incluindo a redução depeso, da pressão arterial edos níveis de lípidos (Vils-bøll T., Garber A.J., 2012; Jo-hansen O.E., Neubacher D.,von Eynatten M. et al., 2012;Cook W., Bryzinski B., SlaterJ., Frederich R., Allen E.,2013).

Outra vantagem dos ago-nistas dos receptores doGLP-1 e dos inibidores daDPP-4 é que o seu efeito re-dutor da glicemia é glucose-dependente, isto é, apenasfuncionam na presença dehiperglicemia, cessando aestimulação pancreática dainsulina logo que se atinge anormoglicemia. Decorredeste mecanismo o seu con-siderável potencial na redu-ção do risco de hipoglice-mia. Focalizemos, agora,um pouco mais a nossaatenção sobre os inibidoresda DPP-4 orais, na medidaem que estão disponíveis nomercado Angolano e sãomais acessíveis à prescriçãono contexto ambulatório doque os seus congéneres in-jectáveis.

Apesar de um poucomais limitados, os dados de-monstram efeitos CV bené-ficos com a inibição daDPP-4 em doentes com DMT2, incluindo melhorias nadisfunção ventricular es-querda isquémica, reduçãode marcadores inflamató-rios, redução do stress oxi-dativo e melhoria da funçãoendotelial (Scheen A.J.,2013).

Necessidades de estudos adicionaisOs efeitos dos inibidores

da DPP-4 sobre os factoresde risco cardiovascular, in-cluindo a pressão arterial eos níveis de lipídios, contu-

do, têm sido modestos (JoseT., Inzucchi S.E., 2012). Daía necessidade de estudosadicionais para determinaros efeitos a longo prazo dainibição da DPP-4 sobre osfactores de risco CV (idem,2012). Na prática clínica diá-ria, a principal vantagemdos inibidores da DPP-4 é ocontrolo glicémico sem ga-nho de peso, um conhecidofactor de risco CV e sem hi-poglicemias, um potencialfactor precipitante de umevento cardíaco ou de umaarritmia (Fonseca V.A.,2010; Jose T., Inzucchi S.E.,2012). Visto que a segurançaCV de vários ADOs disponí-veis tem sido, recentemen-te, posta em causa, há umanecessidade de assegurarque qualquer novo medica-mento para a diabetes de ti-po 2 lançado para o merca-do não esteja associado aefeitos deletérios sobre osresultados cardiovascula-res. Os dados reunidos nu-ma meta-análise de estudoscom inibidores da DPP-4não mostraram qualqueraumento nos principaiseventos cardiovascularesadversos e, de facto, suge-rem um potencial efeito car-dioprotector com a sitaglip-tina, vildagliptina, saxaglip-tina, linagliptina e aloglipti-na, em comparação com oplacebo ou outro compara-dor activo prescrito para aredução da glicemia(Scheen A.J., 2013; JohansenO.E., Neubacher D., von Ey-natten M., Patel S., WoerleH.J., 2012; Cook W., Bryzins-ki B., Slater J., Frederich R.,Allen E., 2013). Por exem-plo, numa meta-análise de70 ensaios clínicos rando-mizados, envolvendo41.959 doentes com um se-guimento médio de 44,1 se-manas, Monami e colegas(Monami M., Ahrén B.,Di-cembrini I., Mannucci E.,

2013), demonstraram que otratamento com inibidoresda DPP-4 reduziu o risco deeventos cardiovasculares(enfarte do miocárdio) eparticularmente da mortali-dade por todas as causas,em doentes com diabetesde tipo 2 (Monami M., Ah-rén B., Dicembrini I., Man-nucci E., 2013).

Estudos de larga escalasobre a segurança CV a lon-go prazo dos inibidores daDPP-4 foram, recentemen-te, concluídos. Estão emcurso outros que certamen-te fornecerão mais detalhessobre o impacto CV do tra-tamento com os inibidoresda DPP-4 em doentes comDMT2 (Jose T., InzucchiS.E., 2012; Scheen A.J.,2013). Dos estudos já con-cluídos, quer os resultadosdo SAVOR-TIMI com a sa-xagliptina (Scirica B.M.,Bhatt D.L., Braunwald E. etal., 2013), quer os do EXA-MINE (White W.B., CannonC.P., Heller S.R. et al., 2013),não registaram um aumen-to de eventos cardiovascu-lares adversos do tratamen-to com estes inibidores daDPP-4 em comparação como placebo, embora a taxa deinternamentos por insufi-ciência cardíaca tivesse sidosignificativamente maior notratamento com a saxaglip-tina no SAVOR -TIMI (Sciri-ca B.M., Bhatt D.L., Braun-wald E. et al., 2013; WhiteW.B., Cannon C.P., HellerS.R. et al., 2013). Os estudosadicionais ainda em cursocom outros fármacos destaclasse visam confirmar a se-gurança CV dos inibidoresda DPP-4 e determinar oseu potencial para reduzir acarga de DCV nos diabéti-cos de tipo 2 (Tabela A). Seestes pressupostos vierem aser confirmados nestes es-tudos de larga escala, tal re-presentará um avanço im-

portante que irá influenciarpositivamente a gestão dadiabetes tipo 2 nos anos vin-douros. Estejamos, pois,atentos à futura divulgaçãodos seus resultados, sobreos quais procuraremos dar-vos notícia nestas páginas.

Referências-Shannon R. P. Diabetes and car-diovascular disease: the ties thatbind. European Heart Journal Sup-plements (2012) 14 (SupplementB), B1–B3 doi:10.1093/ eurheartj/sus004.-Perk J, De Backer G, Gohlke H, etal. European Guidelines on cardio-vascular disease prevention in cli-nical practice. European HeartJournal. 2012;33:1635–1701.)-American Diabetes Association.Diabetes Statistics. www.diabetes.org/diabetes-basics/diabetes-statistics/ (acedido 1 Jan 2014)-Buse JB, Ginsberg HN, Bakris GL,et al. Primary prevention of cardio-vascular diseases in people withdiabetes mellitus: a scientific state-ment from the American Heart As-sociation and the American Diabe-tes Association. Circulation2007;115:114–126-Duckworth W, Abraira C, Moritz T,et al. VADT Investigators. Glucosecontrol and vascular complicationsin veterans with type 2 diabetes.The New England Journal of Medi-cine. 2009; 360:129–139. -Addison D, Aguilar D. Diabetesand cardiovascular disease: the po-tential benefit of incretin-basedtherapies. Curr Atheroscler Rep.2011;13(2):115-122.-Fox CS, Coady S, Sorlie PD, et al.Increasing cardiovascular diseaseburden due to diabetes mellitus:the Framingham Heart Study. Cir-culation. 2007;115(12):1544–1550.-US Centers for Disease Controland Prevention (CDC). NationalDiabetes Fact Sheet – 2011.http://www.cdc.gov/diabetes/pubs/pdf/ndfs_2011.pdf Acedido Jan,2014.-World Health Organization(WHO). Diabetes Fact Sheet.http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/index.htmlAcedido Jan, 2014.-Khaw K-T, Wareham N, Luben R,et al. Glycated haemoglobin, diabe-tes, and mortality in men in Norfolkcohort of European Prospective In-vestigation of Cancer and Nutrition(EPIC-Norfolk). BMJ. 2001; 322(7277):15-18.

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21publicidadeJSA Fevereiro 2014

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22 CONSUMO SAUDÁVEL Fevereiro 2014 JSA

O tráfico de falsos medica-mentos, em todo o mundo,representou um volume de75 mil milhões de dólares em2010 (cerca de 55 mil milhõesde euros), o que representaum aumento de 90% em rela-ção a 2005, indicam os últi-mos dados do centro norte-americano que acompanhao mercado paralelo.

De acordo com os núme-ros recolhidos pelo Center forMedicine in the Public Inte-rest, uma associação sem finslucrativos parcialmente fun-dada pela indústria farma-cêutica, só o laboratório Pfi-zer estima para a Europa, em2010, valores na ordem dos10,5 mil milhões de euros emcontrafacção de medica-mentos da sua marca, cita aAFP. Em 2013, a Interpolanunciou que, através daoperação “Pangea 6”, conse-guiu apreender um grandenúmero de medicamentosfalsificados, num total de dezmilhões de unidades. A in-vestigação abrangeu 99 paí-ses, incluindo sites de vendade medicamentos e permitiu

que o material confiscadoascendesse a 41 milhõesde dólares (cerca de 30milhões de euros).

Em África, um no-vo relatório do Inter-national Policy Net-work e patrocinadopela IMANI, Centro dePolítica e Educação, pu-blicado em 2013, apresentadados chocantes. Segundo odocumento, em países me-nos desenvolvidos, pelo me-nos 700 mil pacientes de ma-lária e tuberculose morrempor consumirem medica-mentos falsos.

O documento diz que me-tade dos medicamentos ven-didos em Gana, Nigéria, Bu-rundi, Congo, são desclassi-ficados, cerca de dois terçosdos medicamentos (anti-malária) em Laos, MyanmarCamboja e Vietnam não con-têm ingredientes activos. Amaioria dos medicamentosfalsificados em África é origi-nária da China e da Índia,embora já existam países co-mo a Nigéria onde esta práti-ca já é uma realidade.

Uma violação ao Direito do ConsumidorContrafacção de Medicamentos

Certifique-se de que o preço afixado é o que vai pagar;Leia atentamente o rótulo e toda a informação relativamente ao produto. É muito importante;Toda a informação sobre o produto ou serviço deverá estar em língua portuguesa;Tenha em atenção as datas de produção e caducidade, para sua segurança;Verifique sempre a apresentação comercial do produto ou bem adquirido.Não deve estar danificado ou ter amolgadelas,Na compra de electrodomésticos, ou qualquer outro bem duradouro, solicite a garantia por escrito e teste-o sempre que possível, no estabelecimento comercial, antes de efectuar o pagamento;Verifique sempre a sua factura para se certificar daquilo que realmente pagou e conserve-a para o caso de reclamação;Reclame e denuncie sempre que necessário for: é um direito e dever do consumidor.

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MINISTÉRIO DO COMÉRCIO

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Protecção em Angola

Operação “Jibóia”apreende 86 toneladasde medicamentos impróprios e detém 55 falsos farmacêuticosA contrafacção de medicamentos é um problema trans-fronteiriço, afectando a segurança sanitária, debilitandoa economia dos países e os direitos do consumidor.Assim, de acordo com o Lei de Defesa do Consumidor(nº1, alíneas a) e b) do artigo 4.º da Lei nº15/03 de 22 deJulho), o consumidor tem direito “à qualidade dos bens eserviços, à protecção da vida, saúde e segurança físicacontra os riscos provocados por práticas no fornecimentode bens e serviços considerados perigosos ou nocivos”.Para fazer valer a lei, o Ministério do Interior, Saúde, Co-mércio, INADEC e Finanças, desenvolveram uma opera-ção, denominada “Jibóia”, em Outubro último, que visouo combate e prevenção a contrafacção de medicamentos. A operação decorreu nas províncias de Luanda, Bengue-la, Malanje, Bengo, Kuando Kubango, Kwanza Norte,Kwanza Sul, Uíge, Cabinda, Zaire, Huambo, Cunene, Na-mibe, Huíla, Bié, Lunda Sul e Moxico. Foram fiscalizadas295 instituições, nomeadamente farmácias, unidadeshospitalares e pontos fronteiriços. Como resultado, foramapreendidos 86.905 kg de medicamentos impróprios aoconsumo e detidos cinquenta e 55 falsos farmacêuticos,para além de outras apreensões e detenções.

Dicasimportantes

Como detectarmedicamentos

contrafeitosVeja na página 26 as

recomendações do

INADEC

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24 PREVENÇÃO Fevereiro 2014 JSA

O elemento energético dereforço do sistema imuni-tário FUTURE LIFE é umcomposto formulado cien-tificamente com vitaminase minerais, proteínas, ami-noácidos e ModuCare cria-do para reforçar o sistemade seu corpo e proporcio-nar-lhe uma energia pro-longada. Os restantes pro-dutos no kit de suplementoenergético para o sistemaimunitário funcionam deuma forma complementarpara lhe proporcionar o su-plemento de que necessitapara a prática de atletismode resistência, trabalho atéa tarde, lidar com situaçõesde tensão, combater pro-blema como vírus de cons-tipações ou gripe, assim co-mo ajudar o corpo a lutarcontra infecções graves co-mo HIV e tuberculose.

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26 fevereiro 2014 JSA

1Compre somente medicamentos em farmácias, nunca nas ruas e naspraças, pois comprando em farmácias, em lugares apropriados, po-

derá estar seguro em caso de anomalias no produto;

2Verifique sempre na embalagem do medicamento: a. Se consta a data de validade do produto. b. Se o nome do produto está bem impresso e pode ser lido facilmen-te. c. Se não há rasgos, rasuras ou alguma informação que tenha sidoapagada ou raspada. d. Se consta o nome do farmacêutico responsável pela fabricação e onúmero de sua inscrição no Conselho Regional de Farmácia. e. O registo do farmacêutico responsável deve ser do mesmo país on-de a fábrica do medicamento está instalada.

3Soros e xaropes devem vir com lacre. Isso é obrigatório para todos osmedicamentos líquidos. Não compre medicamentos com embala-

gens amassadas, lacres rompidos, rótulos que se soltam facilmente ou es-tejam apagados e borrados.

4O prospecto não pode ser uma cópia. Se não for original, não aceite oproduto;

5Exija sempre uma factura da farmácia. Nela deve constar o nome dafarmácia, o carimbo, assinatura, o nome do medicamento e o número

do lote. Guarde a factura, a embalagem e a cartela ou frasco do medica-mento que está sendo usado. Eles são seu comprovante, em caso de irre-gularidade, para poder apresentar queixa.

6Evite a automedicação. Trata-se de uma prática perigosa. Pode terefeitos imprevistos ou até agravar uma doença por tomar um medica-

mento errado ou sem efeito. fonte: inadec

Dicas importantesComo detectar medicamentos contrafeitosA venda de medicamentos falsos é uma realidade inquestionável em quase todo mundo. Saiba como identificar um remédio falsificado.

FARMÁCIA

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27publicidadeJSA Fevereiro 2014

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28 RESPONSABILIDADE SOCIAL Fevereiro 2014 JSA

As comunidades de cinco lo-calidades do município doAmboím, no Kwanza Sul, fo-ram brindadas, a 10 e 11 deFevereiro, com a oferta de on-ze infraestruturas sociais, en-tre as quais quatro escolas,cada uma com quatro salasde aula, três casas para osprofessores, dois postos mé-dicos, casas para os enfermei-ros, e um centro pastoral dacriança. O investimento foidos parceiros do Bloco 18: aBP Angola, como operadora,a Sonangol e a SSI.

“É para nós um sonho ter-mos recebido uma estruturadestas na comunidade. Ascrianças estudavam debaixodas árvores, sentadas em la-tas de azeite”, revelou, como-vido, o responsável dos en-carregados de educação dacomunidade do Burvil, FilipeAfonso Tomás. “Estivemosdécadas e décadas sem umaescola que facilitasse a forma-ção da nova geração. Vive-mos hoje um momento ím-

par”, confessou.Também a estudante,

Joaquina Francisca Antónia,sublinhou, na sua apresen-tação em nome dos alunos,estarem muito emociona-dos “por ser a primeira vezque testemunhamos a inau-guração de uma escola, des-de que se alcançou a inde-

pendência”. As palavras daquele pai e

desta jovem tocaram os co-rações e não caíram no es-quecimento. O Vice-gover-nador para os Serviços Téc-nicos e Infraestruturas doKwanza Sul, António da Ga-ma Teixeira, recentementeempossado no cargo, presi-

diu às inaugurações, ouviu,reconheceu “ser triste” só aofim de tantos anos as popu-lações disporem de escolascondignas, e garantiu que aobra não ficará por aqui.Agradeceu aos doadoresque “se juntam aos esforçosdo Presidente da Repúblicana busca constante da me-

lhoria sustentável das condi-ções de vida das populações,através dos programas mu-nicipais integrados de de-senvolvimento rural, decombate à fome e à pobre-za”.

Mais educaçãoDe acordo com o admi-

nistrador municipal do Am-boím, Francisco Mateus,que falava na Gabela, “esteapoio vai contribuir para in-tegrar no sistema formal deensino uma parte das 9.500crianças que ainda estão defora”, revelou. Agradeceu àBP e Sonangol as onze infra-estruturas sociais edificadasem cinco localidades domunicípio que administra”.

O presidente regional daBP Angola, Martyn Morris,demonstrou muita satisfa-ção com a inauguração des-tes projectos sociais, e faloucom particular entusiasmoda educação como uma dasprioridades, no quadro da

política de responsabilidadesocial e corporativa da em-presa. “Só com uma educa-ção sólida e abrangente oPaís pode prosseguir a suarota de desenvolvimentoeconómico e social que vemdemonstrando nos últimosanos”, afirmou.

Nas cerimónias participa-ram ainda o chairman doBloco 18, Américo Oliveira, oVice-presidente para área deComunicação e Relações Ex-ternas da BP Angola, PauloPizarro. A delegação da BPque acompanhou a comitivaintegrou o director do Desen-volvimento Sustentável, Gas-par Santos, o director de mar-keting e mídia, Amílcar Cos-ta, os conselheiros José Fer-nandes e Eunice Fonseca, e oresponsável pela segurança,Rui Rosa. Do lado da Sonan-gol, a técnica do gabinete dequalidade da direcção dosserviços sociais, AssuntaComba, e o técnico de comu-nicação Sari Sari.

Quatro escolas integram mais de mil crianças no sistema formal de ensinoPostos de saúde e Centro Pastoral da Criança vão reduzir a mortalidade materno-infantil

Kwanza Sul

O presidente regional da BP Angola, Martyn Morris, com o Vice-governador para os Serviços Técnicos e Infraestruturas do KwanzaSul, António da Gama Teixeira, e o administrador municipal do Amboím, Francisco Mateus, na inauguração da escola 4 de Fevereiro,na Gabela

O Vice-presidente para área de Comunicação e Relações Exter-nas da BP Angola, Paulo Pizarro, distribui material escolar

Martyn Morris “Só com uma educação sólida e abrangente o País pode prosseguir a sua rotade desenvolvimento económico e social que vem demonstrando nos últimos anos”

Comunidades do Amboím beneficiamde onze novas infraestruturas sociais

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29JSA Fevereiro 2014 RESPONSABILIDADE SOCIAL

“Através de palestras sobrehigiene e saúde durante agravidez, ministradas duasvezes por semana por mé-dicos, enfermeiros e outrosprofissionais de saúde àsmães gestantes, vamos pre-venir e reduzir a mortalida-de materno-infantil ainda

muito elevada na nossa pa-róquia”, garantiu o padreAntónio Sebastião Kusseta,na inauguração do novoCentro Pastoral da Criança,na Gabela.

De acordo com o pároco“esta obra tem uma grandeimportância pois vai ajudar

a colmatar muitas dificul-dades e baixar a mortalida-de. Hoje, muitas mamãsperdem a vida durante oparto e, em cada 1495crianças que nascem, cercade 500 morrem antes deatingirem os cinco anos”,revelou.

As anterioressalas de aulas

As novas salasde aula

O novo edifício da escola:quatro salas de aula, casasde banho e sala para pro-fessores

Uma construção de ado-be, quente e praticamentesem janelas, acolhia diaria-

mente os alunos

O padre António Sebastião Kusseta, na inauguração do novo Centro Pastoral daCriança, na Gabela

O chairman do Bloco 18, Américo Oliveira EstudantE Joaquina Francisca Antónia “É a primeira vezque testemunhamos a inauguração de uma escola, desde que sealcançou a independência”

O Vice-governador para os Serviços Técnicos e Infraestruturasdo Kwanza Sul, António da Gama Teixeira, visivelmente satisfei-to, agradeceu à BP Angola e Sonangol

Mortalidade infantil é de um terço dos nascimentos

An

tes

Dep

ois

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30 RESPONSABILIDADE SOCIAL Fevereiro 2014 JSA

Odebrecht promove curso de Ergonomia para fisioterapeutas

O objetivo central da formação foi difundirconhecimento em ergonomia, uma vezque a oferta de cursos desta especialidadeainda é pequena em Angola.Após a formação, os participantes ini-

ciaram o processo seletivo do ProgramaJovem Parceiro Odebrecht para atuaremna área de ergonomia dos projetos em an-damento.Os alunos foram acompanhados pela

Coordenadora do Curso de Fisioterapia daUniversidade Jean Piaget, Rossana No-gueira, e pela docente da mesma universi-dade, Rosa Afonso.

De acordo Cristina Lopes da Silva “qua-lificar fisioterapeutas para atuarem comergonomia na prevenção de doenças os-teomusculares nos nossos projetos reforçao compromisso da Odebrecht com a pro-

moção da saúde e qualidade de vida denossos integrantes, e inicia uma parceriacom a comunidade científica”.

Prioridade à Saúde OcupacionalEncontros mensais, treinamentos cor-

porativos e cursos de capacitação dos pro-fissionais de saúde dos contratos fazemparte do Programa Integrado de Saúde daOdebrecht Angola. Desde 2011, a coorde-nadora da Saúde Ocupacional da empresa,Paloma Baiardi Gregório, tem apostado napropagação da cultura da prevenção dasdoenças ocupacionais e dos riscos de aci-dentes de trabalho como forma de obviara inexistência de cursos desta especialida-de nos centros académicos de Angola. Em

Janeiro de 2013 teve início o I Curso de Ca-pacitação em Saúde Ocupacional, com du-ração de nove meses e participação de 25profissionais.O Projeto de Implementação do Progra-

ma de Ergonomia arrancou em Janeiro de2013, envolvendo as equipas de Saúde eSegurança do Trabalho. O arranque deu-se com os projectos PRP-Programa de Rea-lojamento das Populações – Casa Zango,AHE Cambambê e Desvio do Rio – AHELaúca. Na segunda quinzena de Fevereirode 2013, a fisioterapeuta Cristina Lopes mi-nistrou o módulo de Capacitação em Ergo-nomia aos participantes no Curso de Me-dicina Ocupacional visando a actuaçãocom eficácia na prevenção de doenças os-teomusculares e a promoção da qualidadede vida no ambiente de trabalho.

A fisioterapeuta do trabalho da Odebrecht, Cristina Lopes, e alunos da Universidade Jean Piaget que participa-

ram do Curso de Ergonomia para Fisioterapeutas

O sector de saúde da Ode-

brecht Angola promoveu es-

te mês, em Luanda, o Curso

de Ergonomia para Fisiotera-

peutas, ministrado pela res-

ponsável pelo programa de

ergonomia da empresa, a

fisioterapeuta do trabalho,

Cristina Lopes da Silva. Parti-

ciparam do curso 20 alunos,

entre finalistas e formados

em fisioterapia pela Universi-

dade Jean Piaget.

Posto de trabalhoergonómico

Princípios e regras gerais

As duas principais dimensões a ter em conta

na concepção de postos e locais de trabalho

são a variabilidade humana e natureza da

tarefa. Com base neste conhecimento prévio

é possível definir um conjunto de princípios

e regras para um posto de trabalho

ergonómico:

• Assegurar um correto dimensionamento

do posto de trabalho

• Assegurar uma postura de trabalho

confortável

• Eliminar ou reduzir o mais possível

esforços físicos excessivos

• Proceder à organização dos tempos de

trabalho, com existência de pausas

• Reduzir ou evitar a excessiva repetitividade

de tarefas e movimentos

• Assegurar uma boa acessibilidade ao posto

de trabalho, equipamentos e ferramentas

• Disponibilizar ferramentas e equipamentos

que obedeçam aos critérios ergonómicos

• Assegurar a movimentação e alternância

de gestos e posturas

• Assegurar condições ambientais (ruído,

iluminação, temperatura) confortáveis

e isentas de risco

Orientações para posto

de trabalho sentado

• Tronco, cabeça e membros numa posição

natural e relaxada

• Alterações frequentes de posição

• Superfície de apoio ampla

• Altura do assento ligeiramente inferior ao

comprimento da perna

• Pé completamente apoiado no solo

ou num apoia-pés

• Joelho fletido em ângulo recto

• Cadeira com encosto regulável e apoio

de braços

Orientações para posto

de trabalho de pé

• Evitar inclinações do corpo

• Peso do corpo igualmente distribuído

pelos pés

• Altura da superfície de trabalho ajustável

à altura do trabalhador

Controlos e objetos necessários

posicionados a uma altura inferior à dos

ombros.

O que é a ergonomia

Ergonomia é a ciência que estuda a relação

entre o Homem e o trabalho que executa,

procurando desenvolver uma integração

perfeita entre as condições de trabalho, as

capacidades e limitações físicas e

psicológicas do trabalhador e a eficiência do

sistema produtivo.

Objetivos da ergonomia

• Aumentar a eficiência organizacional (e.g.,

produtividade)

• Aumentar a segurança, a saúde e o

conforto do trabalhador

Objetos de estudo alvo de análise

pela ergonomia com o objetivo

de diminuir os perigos e prevenir

erros e acidentes

• Posturas adotadas pelos trabalhadores

• Movimentos corporais efetuados

• Fatores físicos ambientais que enquadram

o trabalho

• Equipamentos utilizados

Tipos de intervenção

da ergonomia

• Conceção de postos e métodos de

trabalho, ferramentas, máquinas e mobiliário

• Correção de problemas identificados

através de metodologias próprias

Sensibilização, informação e formação sobre

os métodos e técnicas mais adequados para

realizar as suas tarefas

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