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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 XI-004 - PLANO DIRETOR DA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DAS ÁREAS DEGRADADAS DO CANTEIRO DE OBRAS DA USINA HIDRELÉTRICA DE MACHADINHO Alexandre Bugin (1) Engenheiro Agrônomo, especialista em gerenciamento ambiental com larga experiência em projetos de recuperação de áreas degradadas, projetos de disposição de resíduos e remediação de solos contaminados e na coordenação de equipes em estudos ambientais. É presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental - Seção RS. Giovani Soster Engenheiro Agrônomo. Atua como profissional autônomo em estudos na área ambiental e no acompanhamento da execução de projetos de recuperação de áreas degradadas. Jean Marcel Vieiro (foto) Estagiário. Acadêmico de agronomia (formando), com experiência em identificação de espécies vegetais. Endereço (1) : Avenida Taquara, 110/401 - Bairro Petrópolis - Porto Alegre - RS - CEP: 90460-210 - Brasil - Tel.: (51) 330-8945 - e-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho consiste num documento que contém as diretrizes e o projeto conceitual para o planejamento e execução da recuperação ambiental das áreas degradas do canteiro de obras da UHE Machadinho. Objetiva a proposição de um Plano Diretor macro visando a uma unidade de conceito para o complexo todo e conceitos específicos para cada uma das áreas e para os diversos tratamentos de recuperação a serem implementados. Para elaborá-lo, seguiu-se os seguintes passos: leitura da bibliografia especializada e do EIA-RIMA do empreendimento; análise de fotografias antigas e atuais do local; montagem de uma planilha com os fatores que deveriam ser observados a campo e que fossem imprescindíveis ao trabalho; visitas ao canteiro de obras para o reconhecimento do local e o preenchimento da planilha; sistematização dos dados levantados, valoração e classificação das áreas; organização e escritura do trabalho. Identificou-se e caracterizou-se 33 áreas que necessitam trabalhos de recuperação. Estas áreas foram valoradas, classificadas e agrupadas sob nove parâmetros: declividade e suscetibilidade à erosão, necessidade de solo, necessidade de implantação de sistemas de drenagem, indicação de contaminação do solo por substâncias diversas, complexidade da recuperação, presença de mata nativa no entorno, revegetação a ser implantada, visualização da estrada e localização dentro da área de preservação permanente. Com isso, visualiza-se facilmente as áreas mais problemáticas e que carecem de recuperação mais urgente e efetiva. Propôs-se medidas gerais e específicas para a recuperação, seguindo um cronograma montado a partir do cronograma geral da obra, que são acompanhadas pelas estimativas de custo. Obteve-se um Plano Diretor que apresenta diretrizes, medidas e procedimentos para a recuperação ambiental do canteiro de obras da UHE Machadinho. Considera-se necessário a observância de alguns fatores: a espessura da camada de solo vegetal a ser depositado nas áreas; a remoção revestimentos da superfície das áreas; a escolha adequada das espécies vegetais; a instalação de parcelas experimentais no canteiro para testar e validar as medidas recomendadas; o monitoramento contínuo das áreas para acompanhar sua evolução e se fazer ajustes; o planejamento e definição imediatos da estrada interestadual que cruzará a área da usina; reuniões periódicas entre empreendedores e executores da obra para a definição das diretrizes de trabalho; etc. PALAVRAS-CHAVE: Plano Diretor, Recuperação Ambiental, Áreas Degradadas, UHE Machadinho. INTRODUÇÃO A usina hidrelétrica de Machadinho (UHE Machadinho) é um empreendimento que está sendo construído pela empresa Construções e Comércio Camargo Corrêa S. A. (CCCC) no Rio Uruguai, divisa dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul - Brasil. O proprietário deste empreendimento é o consórcio formado por empresas públicas e privadas denominado MAESA - Machadinho Energética S. A..

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XI-004 - PLANO DIRETOR DA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DAS ÁREASDEGRADADAS DO CANTEIRO DE OBRAS DA USINA

HIDRELÉTRICA DE MACHADINHO

Alexandre Bugin(1)

Engenheiro Agrônomo, especialista em gerenciamento ambiental com larga experiência emprojetos de recuperação de áreas degradadas, projetos de disposição de resíduos eremediação de solos contaminados e na coordenação de equipes em estudos ambientais. Épresidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental - Seção RS.Giovani SosterEngenheiro Agrônomo. Atua como profissional autônomo em estudos na área ambiental eno acompanhamento da execução de projetos de recuperação de áreas degradadas.Jean Marcel Vieiro (foto)Estagiário. Acadêmico de agronomia (formando), com experiência em identificação de espécies vegetais.

Endereço(1): Avenida Taquara, 110/401 - Bairro Petrópolis - Porto Alegre - RS - CEP: 90460-210 - Brasil -Tel.: (51) 330-8945 - e-mail: [email protected]

RESUMOEste trabalho consiste num documento que contém as diretrizes e o projeto conceitual para o planejamento eexecução da recuperação ambiental das áreas degradas do canteiro de obras da UHE Machadinho. Objetiva aproposição de um Plano Diretor macro visando a uma unidade de conceito para o complexo todo e conceitosespecíficos para cada uma das áreas e para os diversos tratamentos de recuperação a serem implementados.Para elaborá-lo, seguiu-se os seguintes passos: leitura da bibliografia especializada e do EIA-RIMA doempreendimento; análise de fotografias antigas e atuais do local; montagem de uma planilha com os fatoresque deveriam ser observados a campo e que fossem imprescindíveis ao trabalho; visitas ao canteiro de obraspara o reconhecimento do local e o preenchimento da planilha; sistematização dos dados levantados, valoraçãoe classificação das áreas; organização e escritura do trabalho.Identificou-se e caracterizou-se 33 áreas que necessitam trabalhos de recuperação. Estas áreas foramvaloradas, classificadas e agrupadas sob nove parâmetros: declividade e suscetibilidade à erosão, necessidadede solo, necessidade de implantação de sistemas de drenagem, indicação de contaminação do solo porsubstâncias diversas, complexidade da recuperação, presença de mata nativa no entorno, revegetação a serimplantada, visualização da estrada e localização dentro da área de preservação permanente. Com isso,visualiza-se facilmente as áreas mais problemáticas e que carecem de recuperação mais urgente e efetiva.Propôs-se medidas gerais e específicas para a recuperação, seguindo um cronograma montado a partir docronograma geral da obra, que são acompanhadas pelas estimativas de custo.Obteve-se um Plano Diretor que apresenta diretrizes, medidas e procedimentos para a recuperação ambientaldo canteiro de obras da UHE Machadinho. Considera-se necessário a observância de alguns fatores: aespessura da camada de solo vegetal a ser depositado nas áreas; a remoção revestimentos da superfície dasáreas; a escolha adequada das espécies vegetais; a instalação de parcelas experimentais no canteiro para testare validar as medidas recomendadas; o monitoramento contínuo das áreas para acompanhar sua evolução e sefazer ajustes; o planejamento e definição imediatos da estrada interestadual que cruzará a área da usina;reuniões periódicas entre empreendedores e executores da obra para a definição das diretrizes de trabalho; etc.

PALAVRAS-CHAVE: Plano Diretor, Recuperação Ambiental, Áreas Degradadas, UHE Machadinho.

INTRODUÇÃOA usina hidrelétrica de Machadinho (UHE Machadinho) é um empreendimento que está sendo construído pelaempresa Construções e Comércio Camargo Corrêa S. A. (CCCC) no Rio Uruguai, divisa dos Estados deSanta Catarina e Rio Grande do Sul - Brasil. O proprietário deste empreendimento é o consórcio formado porempresas públicas e privadas denominado MAESA - Machadinho Energética S. A..

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A MAESA, no entanto, contratou a ABG - Engenharia e Meio Ambiente Ltda, de Porto Alegre - RS, paraelaborar um Plano Diretor Para a Recuperação das Áreas Degradas do Canteiro de Obras da UHEMachadinho. A equipe técnica responsável pelo trabalho é composta pelos seguintes profissionais: AlexandreBugin e Giovani Soster (Engenheiros Agrônomos), Don Duane Willians (Geólogo e consultor), Cristina Haas(Arquiteta e consultora) e Jean Marcel Vieiro (Acadêmico de Agronomia).

O trabalho, ora apresentado, consiste num documento que contém as diretrizes e o projeto conceitual (global eespecífico) para o planejamento e execução da recuperação das áreas do canteiro de obras da UHEMachadinho (cuja localização geográfica é apresentada na figura 1), tais como aquelas destinadas às oficinas eao posto de combustível (com potencial de contaminação por produtos químicos), escritórios, alojamentos,estrada de acesso e vias internas de serviços, pedreiras, áreas de empréstimos ou jazidas, bota-foras, estoques eoutros.

Seus principais objetivos são: 1) a proposição de um Plano Diretor macro visando uma unidade de conceitopara o complexo todo e conceitos específicos ou micros para cada uma das áreas e para os diversostratamentos de recuperação a serem implementados; 2) a proteção do solo e dos mananciais hídricos contra osprocessos erosivos e de assoreamento; estabilização de taludes e áreas com inclinações acentuadas; 3) areintegração paisagística e recomposição florística com espécies arbóreas, rasteiras e herbáceas indicadas paraas diversas situações encontradas; 4) a formação de ambientes que propiciem o retorno e refugiem a faunaassociada, colaborando, assim, para a manutenção da biodiversidade desta; 5) a recuperação e tratamentopaisagístico de recomposição das áreas que permanecerão em uso após a conclusão das obras e início daoperação da UHE Machadinho; 6) a demarcação, recomposição, melhoramento e manutenção das áreas depreservação permanente conforme a legislação; 7) a proposição de um projeto paisagístico para o mirante a serimplantado e; 8) a formação de ambientes onde possa ser implementado um Centro de Estudos e PesquisasAmbientais para o desenvolvimento de programas de educação ambiental e de pesquisas destinados àcomunidade na usina. Neste sentido, buscar-se-á o planejamento e criação de um arboreto de espécies nativasocorrentes na região do empreendimento, a apresentação de material informativo a respeito da fauna eavifauna, relacionando-os com a flora ocorrente na região, assim como a divulgação de campanhas comcaráter ambiental preservacionista.

Este trabalho apresenta uma caracterização da região baseada no EIA-RIMA do empreendimento, onde abordaaspectos da sua geologia e geomorfologia, do clima e condições meteorológicas, dos solos e da vegetação. Naseqüência, apresenta-se a metodologia utilizada para a sua elaboração (com destaque maior à valoração eclassificação das áreas do canteiro de obras) e as medidas gerais e específicas, acompanhadas de umcronograma, para a recuperação das áreas em questão. Por fim, tece-se algumas considerações acerca dotrabalho ora apresentado.

CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃOGeologia e geomorfologiaO empreendimento está sendo construído na bacia hidrográfica do rio Uruguai, situada na parte meridional daBacia Sedimentar do Paraná, onde a unidade litoestratigráfica predominante constitui a formação Serra Geral.Esta formação recobre com derrames a Formação Botucatu e as formações do Grupo Passa Dois. A regiãoapresenta-se, em quase sua totalidade, coberta por espessos derrames de rochas ígneas efusivas de composiçãopredominantemente básica, com termos ácidos e intermediários subordinados. De uma maneira restrita,ocorrem formações sedimentares que afloram na porção nordeste junto ao rio Canoas.

A análise tectônica da região mostra uma dinâmica de movimentação da crosta terrestre, com a dominância deprocessos de subsidência lenta e progressiva, formando a Bacia Sedimentar do Paraná, com grande deposiçãode sedimentos gondwânicos.

Estes processos foram sucedidos por um fraturamento distencional de causa epirogenética, que resultou emcorridas de lavas ou derrames fissurais de composição predominantemente básica, com forte ocorrência noCretáceo Médio, aproximadamente a 130-140 Ma.

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Os processos geodinâmicos de deposição de sedimentos, seguido de intensos vulcanismos fissurais calmosocorridos na região, resultaram, após longos períodos geológicos de tectonismo, numa feição estruturalregional do tipo monoclinal, onde os estratos sedimentares que compõem a Bacia Sedimentar do Paranáapresentam uma incidência de baixos ângulos de mergulho em direção ao quadrante oeste. Estas formaçõessedimentares foram cobertas pelos derrames de lavas básicas a partir da sua borda leste.

Figura 1: Localização Geográfica da UHE Machadinho.

A região estudada apresenta uma estratigrafia composta de, da base para o topo: 1) arenitos finos intercaladoscom argilitos, siltitos e folhelhos do Grupo Passa Dois; arenitos da formação Botucatu; rochas ígneasbasálticas da Formação Serra Geral, com corpos intrusivos alcalinos subordinados (Domos de Lages,Anitápolis, Quarenta).

A Formação Serra Geral constitui a maior litologia mapeada na região, que são basaltos formados a partir dederrames ocorridos principalmente no Cretáceo Inferior Médio (120 a 140 milhões de anos atrás). Na Bacia doParaná, este pacote de derrames tem espessuras que variam desde dezenas de metros até mais de 1.800m.Associadas a estes derrames apresentam-se estruturas não-tectônicas representadas pelos planos de contatoentre os derrames e pelas fraturas de resfriamento (disjunções colunares verticais e horizontais). As rochasbasálticas são originadas de lavas de composição toleítica, apresentando uma coloração variando do cinza-escuro ao preto, com tonalidades esverdeadas. Quando alteradas pelo intemperismo, a cor muda para tonscastanho-avermelhados.

O contato da Formação Serra Geral com os arenitos eólicos da Formação Botucatu constitui uma discordânciaangular. A Formação Botucatu é composta por rochas sedimentares depositadas em ambiente desértico, comdeposição de sedimentos por ação eólica. Estas rochas areníticas apresentam granulometria variando de fina amédia, e tonalidades rosadas a avermelhadas. A principal característica mesoscópia desta formação são asestruturas sedimentares representadas pelas estratificações cruzadas planares e acanaladas de grande porte. Nabase desta formação ocorrem, localizadamente, arenitos argilosos mal selecionados, depositados em ambientelacustre.

Ocorrem, ainda, na região da bacia, porém de forma bastante restrita, seqüências sedimentares representadaspor arenitos intertrapeanos, os quais apresentam-se intercalados entre os derrames basálticos. Taisintercalações são indicativas da contemporaneidade entre o processo ígneo efusivo e o processo sedimentar.

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O contato da formação Botucatu com a unidade estratigráfica imediatamente abaixo (Grupo Passa Dois) émarcado por discordância erosiva. O Grupo Passa Dois é composto pelas formações Rio do Rastro, Teresina,Serra Alta e Irati, com espessuras de até 2.200m. São formações sedimentares compostas por arenitos finos,siltitos, argilitos e folhelhos originados em ambiente de sedimentação fluvial de planícies costeiras, marinharasa e marinha.

Os corpos intrusivos de Lages, Anitápolis e Quarenta são domos vulcânicos perfurantes que ocorreram noCretáceo, posicionados no topo da coluna estratigráfica regional, mais precisamente acima da Formação SerraGeral. O Domo de Lages produziu o arqueamento e soerguimento das rochas sedimentares gondwânicas daFormação Botucatu e do Grupo Passo Dois, observado através da disposição concêntrica dos afloramentos daslitologias acima descritas e através dos fraturamentos concêntricos e radiais também ocorrentes em taislitologias.

O domínio morfoestrutural da área onde está inserido o empreendimento é denominado de Planalto dasAraucárias, onde a bacia hidrográfica do Rio Uruguai apresenta-se bem encaixada em vales fluviais, emfunção dos fortes falhamentos presentes nas rochas que estruturam litologicamente toda a área de estudo. OPlanalto das Araucárias é subdividido em unidades geomorfológicas denominadas de Planalto dos CamposGerais, Planalto Dissecado do Rio Iguaçu/Rio Uruguai, Patamares da Serra Geral e Serra Geral.

A área de inserção da UHE Machadinho situa-se na unidade geomorfológica Planalto Dissecado do RioIguaçu/Rio Uruguai, com relevo representado por modelados de dissecação preferencialmente diferencial. Adistribuição das formas do relevo reflete a variação das rochas basálticas, formando colinas alongadas comdesníveis acentuados para os vales dos rios, apresentando aprofundamentos na ordem de 190 a 260m.Eventualmente estes relevos mostram formas de topos planos, com rupturas de declive e presença de lajeados.

CLIMA E CONDIÇÕES METEOROLÓGICASO clima da região é caracterizado por grande homogeneidade e alto grau de unidade climática. A primeira éexpressa pelo predomínio do clima mesotérmico, superúmido e sem estação seca, e, a segunda, pelo ritmoclimático característico de regiões temperadas. Os fatores estáticos e dinâmicos determinam o padrãoclimático, o qual é classificado como temperado úmido de verão ameno, com fórmula climática Cfb, segundoa classificação de Köppen (1955), onde “C” refere-se ao clima temperado, “f” refere-se à não existência deestação seca (nenhum mês com precipitação pluvial média abaixo de 60 mm) e, “b” refere-se à ocorrência deverões amenos com temperatura do mês mais quente inferior a 22ºC.

O mês mais quente do ano é janeiro (média de 21,5ºC) e o mais frio é julho (média de 12,2ºC). A amplitudetérmica anual média é de 8,8ºC. Verifica-se, também, forte influência da altitude sobre a temperatura, onde oslocais mais elevados são os mais frios e vice-versa. O total anual médio de precipitação pluvial é 1750 mm.

Com relação ao clima do local da usina, este é um dos locais mais quentes da região, ficando a sua temperaturamédia 1,8ºC acima da média regional (18,8ºC); as temperaturas média, mínima e máxima mensais apresentamos menores valores no mês de julho (12,7ºC, 9,3ºC e 20,7ºC, respectivamente) e os maiores em janeiro(24,1ºC, 18,2ºC e 31,9ºC, respectivamente); a amplitude térmica anual verificada para as três temperaturas éde 11,4ºC, 10,3ºC e 11,3ºC, respectivamente; a precipitação pluvial total anual média é de 1652 mm, sendoque sua distribuição temporal é relativamente boa; o número total anual de dias de chuva é de 116 dias, valoreste semelhante aos da região; a máxima precipitação verificada em 24 horas ocorre nos meses de abril ejaneiro; a umidade relativa do ar é alta durante todo o ano, sendo seu valor médio de 76%; o vento apresentapequena variação mensal, variando de 0,8 m.s-1 em maio a 1,2 m.s-1 em novembro. A sua direçãopredominante é a norte e apresenta variação quase nula ao longo do ano; não se verifica deficiências hídricas,porém, vale ressaltar que isso se dá com os valores históricos onde a alta variabilidade interanual ficaatenuada, porém, períodos de seca são verificados

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SOLOSA área de influência do empreendimento apresenta várias classes de solo, a maioria delas caracterizada peloalto grau de atuação dos processos pedogenéticos. Nas áreas dos divisores de água, sobre relevo aplainado,predominam os latossolos bem desenvolvidos e altamente intemperizados. Contudo, nas áreas das drenagens,condicionadas por forte dissecação do relevo, predominam os cambissolos e, nas encostas, os litossolos. Osprincipais solos estão descritos abaixo.

Os Cambissolo bruno álico ocorrem como dominantes, em maior extensão, entre os Rios Pelotas e Canoas,sob vegetação de Savana e de Floresta Ombrófila Mista, na porção oeste da área em estudo. São tipicamentede altitude, ocupando as fases do relevo suave ondulado e ondulado derivados de rochas efusivas ácidas daFormação Serra Geral. Podem ainda ocorrer nos locais onde o dissecamento é mais intenso sobre relevoondulado a forte ondulado.

São solos minerais, não hidromórficos, com presença de um horizonte B incipiente sob um superficial deelevado acúmulo de matéria orgânica. São pouco profundos a profundos, de coloração brunada, com argila deatividade baixa e caulinita como argilo-mineral dominante. A seqüência de horizontes é A, (B) e C, bemdiferenciada, com baixo gradiente textural. No horizonte B a textura é, geralmente, argilosa, com estruturafraca e moderadamente desenvolvida em blocos subangulares, usualmente mostrando a ocorrência defragmentos de rocha semi-intemperizada.

São solos fortemente ácidos, com valores muito baixos de soma e saturação de bases e com teores de alumíniotrocável geralmente superiores a 5 mE/100 g de solo. A principal limitação de uso agrícola destes solos deve-se à sua baixa fertilidade natural. No entanto, o relevo acidentado ou a fase de rochosidade e pedregosidadeque ocorrem restringem a mecanização agrícola nas áreas de maior declividade, além de predispô-los ao efeitodeletério da erosão.

Os Cambissolo distrófico são bastante expressivos e abrangentes na área de influência da UHE Machadinho,localizando-se ao longo das drenagens dos afluentes do Rio Pelotas, em ambas as suas margens, ocupando afase de relevo suave ondulado a forte ondulado, de acordo com o nível de dissecação da drenagem onde sesitua. A formação vegetal predominante é a Floresta Ombrófila Mista.

As principais características destes solos são a presença de horizonte B incipiente e baixo gradiente texturalentre os horizontes. São solos minerais, não hidromórficos, de coloração bruno-avermelhada, com seqüênciade horizontes A, (B) e C. Podem apresentar horizonte A moderado, proeminente ou chernozêmico. Ohorizonte B tem estrutura fraca ou moderadamente desenvolvida em blocos subangulares, textura argilosa emédia, sendo comumente elevados os teores de silte. A presença de cascalhos ou mosqueado neste horizontepode ou não ser verificada.

Os Cambissolos distróficos normalmente apresentam argila de atividade baixa, fase pedregosa e nãopedregosa, sendo, normalmente, mais profundos que os eutróficos. Apresentam horizonte A do tipo moderadoou proeminente, algumas vezes chernozêmico, de coloração bruno-avermelhado-escuro. O horizonte (B)apresenta coloração bruno-avermelhado-escuro a vermelho-amarelo, teores de silte variando de 20 a 35%. Asoma de bases varia de 1,2 a 4,0 mE/100 g de solo e saturação de bases de 10 a 30%, tendo, portanto, baixafertilidade natural.

Estes solos, sobre as fases de relevo menos acidentados estão geralmente associados à classe de solo TerraBruna Estruturada intermediária para Terra Roxa Estruturada, sendo esta última constituída de solos profundose sem pedregosidade. Apresentam, ainda, fortes limitações quanto à susceptibilidade à erosão e ao uso demecanização agrícola, tanto pela forte declividade como pela existência de perfis rasos e presença de solosLitólicos e fases pedregosas.

Os solos Cambissolo eutrófico ocorrem predominantemente ao longo das escarpas do curso principal dos riosCanoas e Pelotas sobre relevo acidentado, bem como em grandes áreas situadas no vale do rio Forquilha, naporção oeste da área em estudo, sobre relevo suave ondulado a forte ondulado.

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Apresentam horizonte B incipiente e baixo gradiente textural entre os horizontes. São solos minerais, nãohidromórficos, de coloração bruno-avermelhada, com seqüência de horizontes A, (B) e C. Podem apresentarhorizonte A moderado, proeminente ou chernozêmico. O horizonte B tem estrutura fraca ou moderadamentedesenvolvida em blocos subangulares, textura argilosa e média, sendo comumente elevados os teores de silte.A presença de cascalhos ou mosqueado neste horizonte pode ou não se verificar.

Estes solos apresentam geralmente argila de atividade alta com fase pedregosa. O horizonte A do tipochernozêmico tem coloração bruno-avermelhado-escuro, enquanto que o horizonte B incipiente possui texturamédia ou argilosa com teores de silte variando de 30 a 60%. A soma de bases varia de 10 a 30 mE/100 g desolo e a saturação de bases de 60 a 90%, com elevada fertilidade natural. O relevo acidentado, a pedregosidadee a pequena profundidade do perfil são as principais limitações ao seu uso agrícola. Além disso, apresentamalta suscetibilidade à erosão.

Estão normalmente associados com solos litólicos, caracterizados como pouco desenvolvidos, rasos, comhorizonte A diretamente assentado sobre a rocha matriz ou sobre um pequeno horizonte C. Nas áreas menosacidentadas, como nos divisores de água, ocorre a Terra Bruna Estruturada intermediária para Terra RoxaEstruturada, sendo estes profundos e não pedregosos, onde desenvolvem-se atividades com maior intensidade.

As Terra bruna estruturada álica ocorrem de modo pouco expressivo no extremo norte da área de influênciaindireta da UHE Machadinho, sob vegetação de Savana, em relevo suave ondulado a ondulado. Suaparticipação é insignificante no total da área em análise.

São solos minerais, não hidromórficos, profundos a medianamente profundos, bem drenados, de textura muitoargilosa estrutura em blocos subangulares moderadamente desenvolvida, sendo a cerosidade geralmente fracae pouca no horizonte B. Apresentam, em geral, seqüência de horizontes A, Bt e C, com baixo gradientetextural. O horizonte A é proeminente a moderado, normalmente de estrutura granular. O horizonte Bt possuitextura muito argilosa e estrutura prismática, que se desfaz em blocos subangulares. Seus teores de óxido deferro são inferiores a 15%; apresentam acidez elevada, muito baixa soma de base e são extremamente álicos.

Os Solos litólicos eutróficos ocorrem sobre relevo forte ondulado a montanhoso, normalmente relacionados arelevos acidentados ou a superfícies nas quais os processos pedogenéticos não foram suficientes para umamaior intemperização, resultando em solos pouco desenvolvidos, sem a formação de horizonte B.

Estes solos são rasos, com o horizonte A diretamente assentado sobre a rocha matriz ou sobre um pequenohorizonte C, geralmente com muito material da rocha em decomposição. A seqüência de horizontes é do tipoA,C e R; A/C e R ou A, R.

São solos bem a acentuadamente drenados, porosos, geralmente com fase pedregosa e com característicasmorfológicas, físicas e químicas muito variáveis em função do material originário. O horizonte A comumenteé do tipo chernozêmico ou moderado, espessura variando de 15 a 35 cm, de coloração bruno-avermelhado-escuro ou bruno-escuro. A estrutura é fraca, pequena a média, granular e com textura bastante variável.Quimicamente possuem altos teores de soma e saturação de bases, sendo, praticamente, desprovidos dealumínio trocável, o que lhes confere boa fertilidade natural.

Na área do canteiro de obras e nas circunvizinhas de interesse, se verifica, basicamente, os litossolos e oscambissolos, com predominância do último, isto é, o local tem solos rasos, pedregosos, com baixa a médiafertilidade natural e são muito suscetíveis à erosão devido à elevada declividade do terreno e à baixa agregaçãodo mesmo. Segundo a Epagri da região, os solos litólicos apresentam pH na faixa de 5 a 5,6, enquanto que oscambissolos são mais ácidos. Em ambos os solos os teores de potássio variam de médios a alto; o fósforo éinsuficiente; a matéria orgânica oscila entre 2,5 e 4 % e o alumínio se faz presente mas em níveis nãocomprometedores do desenvolvimento da maioria das espécies vegetais.

VEGETAÇÃOA vegetação da região teve sua gênese em dois momentos históricos distintos: período pré-colombiano:vegetação esta denominada de original. É a mais antiga e representativa da época em que havia apenas aocupação indígena da área, considerada não destrutiva; período pós-colombiano: vegetação esta denominadaantrópica, resultante da ação humana civilizada, desde a colonização da área até hoje e encontra-sesubstituindo a original. Esta última é a mais encontrada na região.

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A área da UHE Machadinho em análise, pertence a Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucária e aFloresta Estacional Decidual. A derrubada de grandes áreas destas florestas isolou populações de plantas eanimais interrompendo o fluxo gênico natural, implicando na mudança das relações intra e interespecífica. Osecossistemas tropicais possuem como característica mais notável a biodiversidade que foram aquicomprometidos. Diante das constatações, evidencia a necessidade de recomposição qualitativa das áreasdegradadas do canteiro de obras da UHE Machadinho.

A ação do homem deu-se sobre os atuais remanescentes de vegetação original, dos quais extraiu, de formaseletiva, as espécies arbóreas de interesse econômico como a grápia, cedro, canjerana, carvalho, ipê, dentreoutras. Isto é, hoje, estes pouco representam a fitofisionomia e composição original.

Após a ação antrópica, a vegetação passa a se regenerar gradual e espontaneamente, obedecendo um padrãosucessional onde as espécies pioneiras são as que colonizam primeiro a área e, posteriormente, são seguidaspelos componentes dos estágios seguintes. Os campos constituem o estágio primário da sucessão. Estes sãoconstituídos por potreiros com fins de criação de gado, cuja constituição florística apresenta uma significativapredominância de gramíneas como Axonopus fissifolius e A. compressus. Em meio as herbáceas, pode-seobservar o surgimento, dependendo do tipo de solo, de plântulas de espécies dos estratos arbustivo e arbóreoda floresta original, que vão dar origem ao estágio seguinte que é a capoeirinha.

A fitofisionomia da capoeirinha é arbustiva e tem uma altura total de até quatro metros. A cobertura vegetalvaria de fechada a aberta, com uma diversidade biológica variável, constituída por poucas espécies arbóreas ouarborescentes. O próximo estágio é a capoeira. Esse estágio de sucessão vegetal apresenta uma fitofisionomiaarbórea/arbustiva, com uma altura total de até doze metros e uma significativa diversidade biológica. Nestecaso, a cobertura arbórea varia de aberta a fechada, com alguns indivíduos emergentes e os arbustosencontram-se em pleno desenvolvimento e as ervas heliófitas quase que completamente substituídas porespécies esciófitas.

No estágio seguinte, o capoeirão, as espécies arbóreas encontram-se em pleno desenvolvimento sombreando oambiente interno onde a vegetação herbácea aparece com poucos representantes, dando lugar às epífitas,sobretudo as briófitas e pteridófitas.

Segundo consulta a Epagri - SC, as principais espécies vegetais nativas da região e que provavelmente seriamas mais indicadas ao uso da recuperação das áreas degradadas seriam: mamona (Ricinnus sp.) e vassoura(Baccharis sp.), como pioneiras; angico (Parapiptadenia rigida), açoita-cavalo (Luehea divaricata); guajuvira(Patagonula americana); canela (Ocotea sp., Nectandra sp.); cedro (Cedrela fissilis); rabo de bugio(Lonchocarpus muehlbergianus); ariticum (Annona cacans); pata de vaca (Bauhinia candicans); jerivá(Arecastrum romanzoffianum); cabreúva (Myrocarpus frondosus), pessegueiro do mato (Prunus sp.), umbu(Phytolacca dioica), fumo bravo (Solanum erianthum), aroeira (Schinus sp.), chá de bugre (Caseariasylvestris) e araucária (Araucaria angustifolia) como espécies arbóreas.

METODOLOGIA UTILIZADAPara a elaboração do presente trabalho, seguiu-se os seguintes passos: leitura da bibliografia especializada e doEIA-RIMA do empreendimento; análise de fotografias anteriores às obras e atuais; montagem de uma planilhacontendo os fatores que deveriam ser observados a campo e que fossem considerados imprescindíveis aotrabalho; visitas ao canteiro de obras para o reconhecimento do local e o preenchimento da planilha;sistematização dos dados levantados, valoração e classificação das áreas; e organização e escritura do trabalho.Na seqüência, detalhamento melhor os passos seguidos para elaborar este trabalho.

CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS ÁREASIdentificou-se e caracterizou-se 33 áreas que necessitam trabalhos de recuperação, totalizando 65 ha, segundodados disponíveis no momento da confecção do plano. Contudo, este valor será alterado pela inclusão deoutras áreas como jazidas ainda em operação, taludes dos patamares de trabalho, estradas, etc. e estima-se quefique em torno de 100 ha. Além destas áreas, incluiu-se no trabalho as áreas (taludes, depósitos, áreas deempréstimos, etc.) da estrada de acesso à Usina que também deverão ser recuperadas.

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A planilha de campo contemplava os seguintes itens que deveriam ser observados quando das vistorias dasáreas: tamanho aproximado; solo (profundidade, uso atual, fertilidade aparente); declividade do terreno e, porconseqüência, sua suscetibilidade à erosão; vegetação da área e do seu entorno, identificando-se as principaisespécies rasteiras, arbustivas e arbóreas; potencial de contaminação por produtos diversos; complexidade derecuperação; além de outras informações que se julgasse importantes ao trabalho.

Além da planilha retrocitada, para a avaliação das condições de recuperação ambiental do canteiro de obras,considerou-se os seguintes aspectos: 1) análise de fotos da áreas do canteiro de obras antes do início daintervenção (considerando o grau de degradação ambiental já encontrado naquele momento, buscando, assim,parâmetros realistas ao Plano Diretor de Recuperação), bem como fotos recentes; 2) solo útil à recuperação(disponibilidade, condições para recomposição, acessibilidade (custo), qualidade, etc.); 3) localização de áreasde interesse ao lazer e recreio; 4) determinação das vocações do território em relação a sua ocupação pelasdiversas atividades; 5) delimitação das áreas nos diferentes graus de recuperação ambiental; 6) determinaçãodas áreas aptas e necessárias ao funcionamento com segurança da hidrelétrica; 7) delimitação de vias,servidões, estradas e condicionamentos ao uso do solo e integração funcional com a estrutura verde doentorno; 8) morfologia e clima como determinante da erosão nas encostas e assoreamento do futuro lago (áreasde riscos e graus de complexidade a recuperação); 9) observação da vegetação nativa existente, com interesseao paisagismo e fauna local; 10) Busca de dados acerca dos costumes e cultura da região (históricos,arqueológicos e sociais); 11) seleção de dados sobre a fauna endêmica e de arribação, bem como da vegetaçãonativa e remanescente na região; 12) observação do canteiro de obras e sua dinâmica e análise do cronogramada obra.

A partir das vistorias realizadas e análise das planilhas, elaborou-se um quadro de valoração das avaliaçõesvisando identificar as prioridades e as complexidades de recuperação de cada área. Para tanto, elegeu-se noveparâmetros considerados os mais importantes. Cada parâmetro gerou uma nota para cada área. A importânciade cada parâmetro foi contemplada por pesos diferenciados entre si que, multiplicado pela nota atribuída,gerou uma nota final para cada área que identifica a magnitude da dificuldade de sua recuperação. As notasdadas para cada parâmetro a cada área seguiram os critérios abaixo discutidos e estão apresentadas na tabela 1.

Parâmetro I - Declividade e suscetibilidade à erosão. O controle da erosão nas áreas em recuperação éimprescindível, pois, senão, todo o trabalho ali desenvolvido fica fadado ao fracasso. As águas da chuva queescorrem na superfície do solo, quando não devidamente contidas, carregam consigo a camada mais fértil dosolo (a superficial) onde está localizada a maior quantidade de nutrientes e matéria orgânica, isto é, a erosãoempobrece o solo, o que dificulta o desenvolvimento das plantas.

São vários os fatores que determinam a ocorrência ou não de erosão em um local. Um deles é a declividade doterreno: quanto maior é a declividade, maior é a velocidade que a água da enxurrada adquire e, portanto, maioré o seu poder de erodir o solo. Com isso, mediante as observações de campo, fez-se um ranking para cadaárea, baseando-se na sua declividade e os valores utilizados foram 1 para os locais planos, -1 para aquelessuavemente ondulados e baixa suscetibilidade à erosão, -2 para os ondulados com média suscetibilidade àerosão e -3 para os montanhosos ou altamente declivosos e com alta suscetibilidade à erosão. O peso desteparâmetro é 2.

Parâmetro II - Necessidade de solo: O solo é o principal substrato onde as plantas se desenvolvem e a suapresença nos locais onde se pretende introduzir vegetação é um requisito básico. Contudo, o simples fato deexistir solo não é um indicativo de que a vegetação terá um desenvolvimento satisfatório. É necessário queexista uma camada com espessura mínima de solo para possibilitar as raízes das plantas sua fixação econdições para que estas possam extrair água e nutrientes.

Para ilustrar a necessidade de solo das áreas que deverão ser recuperadas, atribuiu-se valores de necessidadepara cada uma das áreas. Os valores utilizados foram: 1 para as áreas onde não haverá necessidade decolocação de solo; -1 para aquelas com baixa necessidade; -2 para as com média necessidade e -3 para as comalta necessidade. O peso deste parâmetro é 2.

Parâmetro III - Necessidade de implantação de sistemas de drenagem: Os sistemas de drenagem sãoferramentas que se lança mão para conter as águas das chuvas que não infiltram no solo e que escorrem nasuperfície. Estas águas carregam consigo solo e nutrientes, abrindo sulcos no solo que podem ir,paulatinamente, aumentando de tamanho até a formação de imensas voçorocas.

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Estas ferramentas são normalmente empregadas em locais onde o solo é muito suscetível à erosão. Estes locaissão, comumente, desprovidos de vegetação ou possuem vegetação deficiente, possuem solos alterados(lavrados, escavados, depositados, etc.), são muito declivosos e pouco estruturados (arenosos).

O objetivo da instalação dessas obras é a diminuição da energia cinética (energia responsável peladesagregação e transporte das partículas do solo, portanto, capaz de causar erosão) das enxurradas peladiminuição do comprimento de rampa, através do seu seccionamento. Isto é, diminuindo-se o comprimento darampa, diminui-se o volume acumulado de água que escorre e sua velocidade.

A classificação das áreas para este parâmetro foi feita baseada nos seguintes indicadores: 1: não existe - indicaque não será necessário construir obras de drenagem na área; -1: baixa - indica a necessidade de construção decanais de escoamento da água sem a necessidade de serem revestidos e/ou terraços; -2: média - indica que éuma área com média declividade e que carece de valetas de contorno revestidas e/ou terraços; -3: alta - indicaque a área tem de média a alta declividade e que necessita de valetas revestidas, canais de escoamentorevestidos (não necessariamente laterais) e/ou caixas de dissipação de energia. O peso deste parâmetro é 1.

Parâmetro IV - Indicação de contaminação do solo por substâncias diversas: A contaminação ambiental éum problema que deve ser tratado com seriedade, evitando ao máximo que ela aconteça e, se por ventura vier aacontecer, que seja sanada. Ao incluir este item nos parâmetros de avaliação das áreas, teve-se como intençãoidentificar aquelas áreas que, potencialmente, possam vir a sofrer contaminação por alguma substânciapoluente. Porém, não levou-se em consideração o tipo de substância e o danos que possa causar.

Assim, atribuiu-se valor 1 às áreas que não apresentam indicação de contaminação por qualquer tipo desubstância; -1 àquelas áreas onde a indicação de contaminação é baixa; -2 às áreas com média indicação decontaminação e, -3, às áreas com alta indicação de contaminação. O peso deste parâmetro é 1.

Parâmetro V - Complexidade da recuperação: Este parâmetro é muito interessante, pois, apesar de sersubjetivo, dá uma noção da magnitude de trabalho que a área em questão demandará para ser recuperada. Eleengloba todos os demais, como por exemplo a quantidade de solo que a área necessita, necessidade da retiradadas estruturas (pisos, rampas, construções, etc.), tipo de vegetação a ser introduzido, necessidade ou não detratamento paisagístico, etc. Em suma, este parâmetro é aquele que sintetiza os demais.

Os valores para este parâmetro variam de -1 para as áreas com baixo nível de complexidade de recuperação; -2para as áreas com média complexidade de recuperação e -3 para as áreas cujo grau de dificuldade derecuperação é alto. O peso deste parâmetro é 2.

Parâmetro VI - Presença de mata nativa no entorno: Este é o único parâmetro da avaliação que não temvalores negativos, haja visto ser esta uma condição desejável, pois, se há mata nativa nas proximidades, oprocesso de recuperação fica favorecido, sobretudo pelo fornecimento natural de sementes, que é possibilitadopelos mecanismos de dispersão que os vegetais possuem.

A este parâmetro atribuiu-se valor 3 para a existência de mata nativa a uma distância menor de 50 m da área aser recuperada; 2 para a existência de mata nativa a uma distância maior de 50 m e menor de 100 m da área e 1para a existência de mata a uma distância superior a 100 m da área em questão. O peso deste parâmetro é 1.

Parâmetro VII - Revegetação: Este parâmetro leva em consideração o tipo de vegetação que deverá serintroduzido nas áreas em recuperação. Nos locais onde não será preciso introduzir nenhum tipo de vegetação(áreas em regeneração natural) o valor atribuído é 1; naqueles locais onde há regeneração natural da vegetação,mas esta carece de um incremento de vegetação arbórea/arbustiva o valor é -1; onde é recomendado apenas oplantio de espécies rasteiras o valor é -2; onde será necessário o plantio de rasteiras mais recomposição demata com introdução de espécies arbóreas nativas o valor é -3; e, onde será necessário o plantio de espéciesrasteiras, recomposição de mata e ainda ser dado um tratamento paisagístico o valor é -4. O peso desteparâmetro é 2.

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Parâmetro VIII - Visualização da estrada: Este parâmetro leva em consideração se a área em questão poderáou não ser visualizada da estrada interestadual que atravessará o atual canteiro de obras. Este parâmetro foiincluído na avaliação por ser considerado muito importante devido ao fato de que as pessoas que por alitrafegarem visualizarão as áreas impactadas pela obra. Se quer, portanto, com este parâmetro, realçar as áreasque deverão ser tratadas com maior urgência e qualidade (a partir do momento de sua liberação) e, por isso, éinteressante que se dê um tratamento diferenciado a elas para que as pessoas que por ali transitar tenham umaboa impressão do empreendimento. Este parâmetro não tem peso e é atribuído SIM à área se ela serávisualizada da estrada e NÃO se ela não será visualizada da estrada.

Parâmetro IX - Áreas de preservação permanente: Legalmente, as áreas que se encontram ao longo de rios edemais cursos d’água, numa faixa de 100 m a partir de suas margens, são consideradas de preservaçãopermanente (vegetação ciliar). Parte do canteiro de obras está dentro desta faixa e, portanto, estas áreasdeverão ser recompostas diferentemente daquelas localizadas fora desta. Assim, entendeu-se que por suascaracterísticas diferenciadas de implantação de vegetação, a inclusão deste parâmetro na avaliação das áreas émuito importante. A este parâmetro também não foi atribuído peso, recebendo, então, SIM se a área seencontra dentro da zona de preservação permanente ou NÃO se ela não se encontra dentro desta zona.

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREASApós a valoração de todas as áreas, elas foram hierarquizadas segundo a sua nota final, gerada pela soma dasnotas parciais (estas geradas a partir das suas características e valorada conforme discutido acima). A tabela 1contém todas as áreas do canteiro com as suas respectivas notas parciais e final. Elas estão ordenadas de formadecrescente de notas e agrupadas em quatro faixas que as englobam em grupos semelhantes de complexidadede recuperação, identificados por cores diferentes. Assim, as áreas com maiores valores (coloração verde) têmuma recuperação mais fácil; as áreas que apresentam os menores valores (coloração vermelha) têm umarecuperação mais complexa e difícil. Nas tabelas 2, 3, 4 e 5 fez-se o agrupamento das áreas segundo oscritérios visualização da estrada interestadual e área de preservação permanente.

O objetivo do agrupamento das áreas dessa forma é a fácil visualização do grau de complexidade de recuperardeterminada área em relação as demais e, assim, servir como ferramenta para a definição de procedimentos eprioridades a serem adotadas na recuperação. Ressalta-se, no entanto, que, mesmo naquelas áreas que nãoserão visualizadas da rodovia interestadual, a boa qualidade do tratamento de recuperação não deverá serprescindida.

MEDIDAS GERAIS PARA A RECUPERAÇÃO DAS ÁREASAs obras de infra-estrutura de apoio para a construção de uma usina hidrelétrica, bem como a própriabarragem, via de regra, determinam um impacto ambiental significativo, sobretudo em relação ao solo e avegetação do canteiro de obras e das suas adjacências.

No caso da UHE Machadinho, as obras que determinam impactos sobre o meio ambiente, gerando áreasdegradadas, são as de: cortes e aterros para a implantação da via de acesso e vias internas de serviço, oficinas,escritórios, alojamentos, etc.; exploração de jazidas para a obtenção de materiais utilizados na construção dausina; e escavações em geral. Nestes sítios degradados é necessário que sejam adotadas medidas visando suarecuperação para utilização futura.

A recuperação pode ser entendida como um termo genérico que cobre todos os aspectos de qualquer processoque visa a obtenção de uma nova utilização para a área degradada. Inclui o planejamento e trabalhos deengenharia, e, normalmente, mas nem sempre, processos biológicos.

A opção biológica para a recuperação de uma área degradada envolve diversos aspectos que são consideradosimportantes para a obtenção do resultado final. É um processo onde são adotadas medidas que propiciam aimplantação de uma cobertura vegetal no sítio degradado, visando não somente a recuperação paisagística,mas também o controle dos processos erosivos e a recuperação das propriedades do solo. A escolha adequadadas espécies vegetais que serão utilizadas é importante, pois dos resultados do desenvolvimento dessavegetação depende a obtenção de um novo nível de equilíbrio e evolução da recuperação do local.

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Tabela 1: Valoração das Áreas e Classificação Conforme sua Nota Final.Parâmetros de avaliaçãoCódigo Denominação da Área I II III IV V VI VII VIII IX ∑∑∑∑

7 Área de lazer (campo de futebol de areia) 1 1 1 1 -1 3 -2 N N 324 Reservatório enterrado nº 1 - 4616 m3 -1 1 1 1 -1 1 -2 N N -3

58A Depósito do morumbi -1 1 -1 1 -1 1 -2 N N -520 Laboratório de solo e concreto 1 -1 -1 -1 -1 3 -2 N N -582 Subestação margem esquerda -1 -1 -1 1 -2 3 -2 N N -990 Entorno do dique 1 -2 1 -1 1 -2 3 -3 S S -956 Entorno casa de visita -2 1 1 1 -2 3 -4 S N -964 Estoque 21, desemboque T3 e T4 -1 -1 -1 1 -2 3 -3 S S -119 Escritório administrativo CCCC/MAESA -1 -2 -1 1 -2 2 -2 N N -12

58 Pátio de máquinas (Bela Vista) -1 -1 -1 -2 -2 3 -2 N N -128 Transporte, segurança, treinamento -1 -2 -1 1 -2 3 -3 S N -13

54 Portaria e balança -1 -1 -1 1 -2 3 -4 S N -1318 Estoque 1 (parcial) -2 -1 -1 1 -2 3 -3 N S -1310 Posto de abastecimento de combustível -2 -1 -1 -2 -2 3 -3 S N -1621 Reservatório de água potável - 150 m3 -3 -1 -1 1 -2 2 -3 S N -1663 Bota-fora 12 -3 -1 -2 1 -2 3 -3 S S -1692 Canteiro margem esquerda (mirante) -2 -1 -2 -1 -2 3 -3 S N -16

25 Pátio de estacionamento de ônibus (estra-da acesso à balsa) -2 -2 -1 -1 -2 3 -3 N S -17

77 Estoque 6D (espigão) -3 -1 -2 1 -3 1 -2 S S -1867 Bota-fora 8 -2 -2 -2 1 -3 3 -3 S S -1823 Jazida Xavier -3 -2 -3 1 -3 3 -2 S N -19

60B Pátio de pré-montagem das virolas -3 -3 -3 1 -3 3 -2 N S -2160D Bota-fora 9 -3 -3 -3 1 -3 3 -2 N S -21

91 Jazidas solo e transição da margemesquerda -3 -2 -3 1 -3 3 -3 S S -21

60C Pátio de estocagem de peças da ele-tromecânica -3 -3 -3 1 -3 2 -2 N S -22

16 Estoque 5 -2 -3 -3 1 -3 2 -3 S N -22

32, 30, 7,1, 4, 5, 2,3, 25 e 37

Ambulatório, lavanderia, área de lazer,alojamentos (blocos A, B1 e B2), cozinhae refeitório, estacionamento dos aloja-mentos/refeitório, terminal rodoviário,fossa séptica para os alojamentos

-2 -3 -2 -1 -3 2 -3 S N -23

11, 12 e13

Pátio da carpintaria, de ferro e de pré-moldados -3 -3 -3 -1 -3 3 -2 N N -23

15 e 76 Central de britagem/ Estoque de brita -2 -3 -3 -1 -3 3 -3 S N -2359 Estoque 4 + estoque de matacos -3 -3 -3 1 -3 1 -2 N N -2353 Pedreira -3 -3 -3 1 -3 3 -3 S S -23

60A Pátio de máquinas (oficina mecânica) -3 -3 -3 1 -3 2 -3 S N -24

14 Oficina de manutenção, industrial, monta-gem, almoxarifado -3 -3 -3 -1 -3 3 -3 S N -25

NOTA MÍNIMA POSSÍVEL -3 -3 -3 -3 -3 1 -4 -31NOTA MÁXIMA POSSÍVEL 1 1 1 1 -1 3 1 9

Tabela 2: Áreas que são Visualizadas da Estrada Interestadual e são de Preservação Permanente.Parâmetros de avaliaçãoCódigo Denominação da Área I II III IV V VI VII VIII IX ΣΣΣΣ

53 Pedreira -3 -3 -3 1 -3 3 -3 S S -23

91 Jazidas solo e transição da margemesquerda -3 -2 -3 1 -3 3 -3 S S -21

67 Bota-fora 8 -2 -2 -2 1 -3 3 -3 S S -1877 Estoque 6D (espigão) -3 -1 -2 1 -3 1 -2 S S -1863 Bota-fora 12 -3 -1 -2 1 -2 3 -3 S S -1664 Estoque 21, desemboque T3 e T4 -1 -1 -1 1 -2 3 -3 S S -1190 Entorno do dique 1 -2 1 -1 1 -2 3 -3 S S -9

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Tabela 3: Áreas que são Visualizadas da Estrada Interestadual e não são de Preservação Permanente.Parâmetros de avaliaçãoCódigo Denominação da Área I II III IV V VI VII VIII IX ΣΣΣΣ

14 Oficina de manutenção, industrial, mon-tagem, almoxarifado -3 -3 -3 -1 -3 3 -3 S N -25

60A Pátio de máquinas (oficina mecânica) -3 -3 -3 1 -3 2 -3 S N -24

32, 30, 7,1, 4, 5, 2,3, 25, 37

Ambulatório, lavanderia, área de lazer,alojamentos (blocos A, B1 e B2), cozinhae refeitório, estacionamento dos aloja-mentos/refeitório, terminal rodoviário,fossa séptica para os alojamentos

-2 -3 -2 -1 -3 2 -3 S N -23

15 e 76 Central de britagem/ Estoque de brita -2 -3 -3 -1 -3 3 -3 S N -2316 Estoque 5 -2 -3 -3 1 -3 2 -3 S N -2223 Jazida Xavier -3 -2 -3 1 -3 3 -2 S N -1910 Posto de abastecimento de combustível -2 -1 -1 -2 -2 3 -3 S N -1621 Reservatório de água potável - 150 m3 -3 -1 -1 1 -2 2 -3 S N -1692 Canteiro margem esquerda (mirante) -2 -1 -2 -1 -2 3 -3 S N -168 Transporte, segurança, treinamento -1 -2 -1 1 -2 3 -3 S N -13

54 Portaria e balança -1 -1 -1 1 -2 3 -4 S N -1356 Entorno casa de visita -2 1 1 1 -2 3 -4 S N -9

Tabela 4: Áreas que não são Visualizadas da Estrada Interestadual mas são de PreservaçãoPermanente.

Parâmetros de avaliaçãoCódigo Denominação da Área I II III IV V VI VII VIII IX ΣΣΣΣ

60C Pátio de estocagem de peças da eletro-mecânica -3 -3 -3 1 -3 2 -2 N S -22

60B Pátio de pré-montagem das virolas -3 -3 -3 1 -3 3 -2 N S -2160D Bota-fora 9 -3 -3 -3 1 -3 3 -2 N S -21

25 Pátio de estacionamento de ônibus(estrada acesso à balsa) -2 -2 -1 -1 -2 3 -3 N S -17

18 Estoque 1 (parcial) -2 -1 -1 1 -2 3 -3 N S -13

Tabela 5: Áreas que não são Visualizadas da Estrada Interestadual e não são de PreservaçãoPermanente.

Parâmetros de avaliaçãoCódigo Denominação da Área I II III IV V VI VII VIII IX ΣΣΣΣ

11, 12, 13 Pátio da carpintaria, de ferro e de pré-moldados -3 -3 -3 -1 -3 3 -2 N N -23

59 Estoque 4 + estoque de matacos -3 -3 -3 1 -3 1 -2 N N -2358 Pátio de máquinas (Bela Vista) -1 -1 -1 -2 -2 3 -2 N N -129 Escritório administrativo CCCC/MAESA -1 -2 -1 1 -2 2 -2 N N -12

82 Sub-estação margem esquerda -1 -1 -1 1 -2 3 -2 N N -920 Laboratório de solo e concreto 1 -1 -1 -1 -1 3 -2 N N -5

58A Depósito do morumbi -1 1 -1 1 -1 1 -2 N N -524 Reservatório enterrado nº 1 - 4616 m3 -1 1 1 1 -1 1 -2 N N -37 Área de lazer (campo de futebol de areia) 1 1 1 1 -1 3 -2 N N 3

A revegetação da área degradada dependerá da obtenção dos resultados das etapas componentes do processode recuperação do solo. Estas fases devem ser implementadas de uma forma cronológica e compreender: arecomposição da topografia e da paisagem; a restauração das propriedades físicas, químicas e biológicas dosolo e; o controle dos processos erosivos. Dependerá também, do plano de utilização futura que for propostapara a área, ou seja, o uso futuro do solo.

O processo de recuperação é lento, as situações de degradação são muito diversas e as boas práticas estãosujeitas à capacidade individual de observação, de planejamento, de experimentação e de persistência para aobtenção do resultado desejado. A seguir, descreve-se os procedimentos operacionais gerais que sãorecomendados para serem implementados nas áreas degradadas do canteiro de obras da UHE Machadinho.

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RECONDICIONAMENTO TOPOGRÁFICOO recondicionamento topográfico pressupõe o preparo do relevo para receber a vegetação, dando-lhe umaforma estável e adequada para o uso futuro do solo. A conformação topográfica é um fator muito importantepara o sucesso do trabalho de recuperação. O relevo final do terreno deve atender aos seguintes objetivos: 1)propiciar estabilidade ao solo e taludes; 2) ter sob controle os processos erosivos; 3) ter similitude com orelevo anteriormente existente no local; 4) atender a aspectos paisagísticos e estéticos, tentando enquadrar anova área no contexto da paisagem da região; 5) comportar o uso futuro pretendido para a área.

Quando o uso futuro do solo for a manutenção da vida selvagem, recomenda-se a criação de diversosmurunduns (até 1,5 metros de altura) e de algumas depressões pequenas, suaves e rasas, para a acumulação deágua. Estes artifícios contribuirão para a atração de animais.

Os trabalhos de recondicionamento topográfico incidirão sobre aquelas áreas onde houve extração de materialrochoso ou terroso (cortes), bem como naquelas em que estes foram depositados (aterros), ou ainda em todasaquelas que apresentarem necessidade da execução destes trabalhos.

SUAVIZAÇÃO DE TALUDESComo já dito anteriormente, o controle da erosão nos trabalhos de recuperação é importantíssimo para obter-semelhores resultados. Em taludes fortemente inclinados, faz-se necessário sua suavização. Esta operação podeser realizada com um trator de esteiras utilizando a lâmina para cortar a crista e empurrar o volume cortadopara o pé do talude. Por questões de estabilidade de taludes, recomenda-se declividades nas razões mínimas de4:1 (vertical:horizontal) para taludes em rocha; 1:1 para taludes em colúvio; e 2:3 para os taludes em aterro. Aaltura máxima é de 15 m, 10 m e 8 m para taludes em rocha, em corte e em aterro, respectivamente. No casodas dimensões dos taludes excederem estas especificações, dever-se-á construir bancadas (terraços empatamar). Estas bancadas são recomendadas para áreas com alta declividade (superior a 20%). Em áreas comdeclividades menores, recomenda-se a utilização de terraços em camalhões.

TERRACEAMENTOO terraceamento é um sistema conservacionista de solos, formado por um conjunto de terraços e, muitasvezes, por canais escoadouros. O terraceamento, propriamente dito, consiste na locação e na construção deestruturas no sentido transversal à direção do declive do terreno, formando obstáculos físicos capazes dereduzir a velocidade das águas das chuvas, disciplinando seu escoamento ou armazenamento, sem perigo deerosão.

Os terraços em camalhão devem ser locados, conforme o tipo de solo, em nível ou com baixo gradiente paraescoar as águas das chuvas até o sistema de drenagem (canais escoadouros). As distâncias entre um terraço eoutro vão variar conforme a declividade do terreno e o tipo de solo. De acordo com a declividade do terrenotambém vai variar a faixa de movimentação de terra para a formação dos camalhões. Em áreas com declivessuperiores a 15% recomenda-se que sejam construídos com base estreita (até 3 metros de largura). Paradeclividades entre 10 e 15% recomenda-se os de base média com largura entre 3 e 6 metros. E, para terrenoscom baixa declividade (menores que 10%), os terraços de base larga, com 6 a 12 metros de largura, são osmais indicados.

A prática do terraceamento em patamares consiste em “quebrar” a declividade do terreno transformando-o, agrosso modo, em uma escada. É uma prática cara, recomendada para áreas com declividades bastante altas.Esta prática exige uma grande movimentação de solo, alterando suas características químicas, físicas ebiológicas. A finalidade básica desta prática é estabelecer uma configuração que seja favorável à implantaçãodos elementos de contenção, que deve culminar com a implantação de espécies vegetais permanentes defixação e proteção.

Para a formação de terraços em patamares, deve-se, inicialmente, obter-se os dados planialtimétricosdetalhados das áreas, pois são elementos indispensáveis ao planejamento das obras a serem executadas. Deposse destes dados, a etapa posterior determina a configuração final a ser implantada em cada área. Esteparâmetro é variável de acordo com o estágio de degradação, altura do talude, características do material econdições de estabilidade do mesmo.

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De um modo geral, nas áreas que apresentarem taludes com voçorocas pouco desenvolvidas, estas deverão sertratadas, adequando-se a topografia com a proposta final. Em alguns casos, deverão ser intercaladas bermascompatíveis com as reais dimensões do talude a ser recuperado. A principal função da berma é conferir maiorestabilidade ao talude e diminuir a energia de escoamento das águas nos pontos de descarga. As bermas destespatamares deverão ter leve inclinação para dentro (da crista do talude inferior para o pé do talude superior) euma declividade de no máximo 2% direcionada às obras de drenagem.

SISTEMAS DE DRENAGEMOs solos das áreas alteradas, principalmente aquelas que se encontram desnudas, possuem baixa taxa deinfiltração, o que aumenta o escorrimento superficial e, portanto, sua suscetibilidade à erosão. Assim, emcertas áreas, será necessário a construção de obras de drenagem para desviar as águas superficiais(pluviométricas ou, eventualmente, de mananciais) das áreas que serão recuperadas, ou então promover acaptação das águas superficiais e, em seguida, conduzi-las para local conveniente através de canaisescoadouros. Estes locais para a descarga das águas podem ser pastagens, matas ou canais naturais.

O direcionamento ordenado das águas superficiais mediante a utilização de obras de drenagem, consiste emuma medida protecionista básica para a estabilização de taludes. As obras de drenagem devem ser previamenteplanejadas, levando-se em conta o levantamento topográfico previamente realizado.

O direcionamento e dimensionamento correto de canais escoadouros é um detalhe importante a serconsiderado para a estabilização dos taludes, visto que todas as águas superficiais convergem para estespontos. O canal escoadouro, tanto natural, quanto artificial, sempre que possível deve situar-se em depressãonatural do terreno. O canal natural é revestido pela vegetação nativa, enquanto que o canal artificial deve serrevestido por vegetação implantada. O canal pode ter seção transversal em formato trapezoidal ou parabólico.

Os canais de forma trapezoidal, em virtude de sua forma de fundo plana, espraiam a lâmina de água, reduzindoconsideravelmente a velocidade média das águas escoadas. Os taludes destes canais deverão ser 4:1, o quefacilita sua construção e posterior manutenção. Entretanto, os canais de forma parabólica são os canais quemais se aproximam da forma dos cursos naturais de água, porém apresentam maiores dificuldades deconstrução, e portanto são desaconselháveis.

Na prática, recomenda-se que o canal seja alargado à medida que vai-se descendo no sentido do declive, pois avazão aumenta à medida que aumenta o número de terraços que deságuam no canal escoadouro e, os canaisescoadouros artificiais devem ser revestidos com vegetação adequada. Entre as espécies vegetais maisindicadas tem-se a pensacola (Paspalum saurae), a grama forquilha (Paspalum notatum) e o capim de Rhodes(Chloris gayana), entre outras. Os terraços devem desaguar no interior do canal escoadouro e nunca rente aocanal, pois neste caso podem se formar sulcos ou voçorocas margeando o canal.

RECOMPOSIÇÃO E PROTEÇÃO DO SOLOEsta operação tem como objetivo promover a recomposição das camadas de solo nos locais degradados peloempreendimento, bem como sua proteção, sendo esta tanto mais complexa quanto maior for a degradação ouausência de solo nas áreas a serem recuperadas.

Em algumas áreas do canteiro de obras da UHE Machadinho antes da colocação de solo fértil, deve serpromovida a retirada da camada de material rochoso que as revestem, pois a permanência desta camadaimpossibilita o desenvolvimento da vegetação. Este material deve ser retirado com o auxílio de tratores deesteira e, quando possível, utilizado nas obras de construção da usina (estradas, barragem, etc.). Quando omaterial não puder ser aproveitado na obra, recomenda-se sua utilização para atenuação de taludes,diminuindo sua declividade.

Em outras áreas, pode-se também, conforme topografia, proceder a colocação deste material rochoso (rejeitos)sobre a superfície de assentamento já escarificada ou fragmentada (rocha alterada), a fim de auxiliar noprocesso de drenagem.

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Naquelas áreas onde a camada de material rochoso for pouco espessa e apresentar granulometria baixa, deve-se somente escarificá-la ou subsolá-la, promovendo a sua descompactação e melhorando as condições dedrenagem do terreno. Além disto, atingindo o solo situado abaixo desta camada está se promovendo o seurevolvimento e conseqüente retorno à superfície.

DESCOMPACTAÇÃO DO SOLOEm solos compactados, as raízes das plantas se torcem mudando de direção e têm seu desenvolvimentoprejudicado. Ocorre também a baixa capacidade de infiltração e distribuição da água, diminuindo a porosidadedo solo e as trocas gasosas entre o solo e a atmosfera, ocasionando o impedimento da ação capilar da água econseqüente aumento da erosão laminar superficial.

Para promover a descompactação do solo deverão ser executadas práticas de natureza mecânica e culturais. Aspráticas culturais são aquelas que utilizam o manejo do solo, integrando a utilização de espécies vegetais comcapacidade de romper as camadas mais adensadas do solo. Estas práticas serão descritas mais adiante, no itemque aborda a revegetação.

As medidas de descompactação de natureza mecânica, utilizam equipamentos de escarificação ou subsolagem.Para a descompactação de camadas superficiais, usa-se escarificadores até a profundidade deaproximadamente 30 cm. Para a descompactação de camadas mais profundas, superiores a 40 cm, emprega-setrator de esteiras equipado com “ripper”.

A subsolagem é de suma importância, pois aumenta a capacidade de infiltração de água e ar no solo. Apresença de oxigênio é fundamental ao metabolismo da planta, resultando em um aumento no volumeexplorado pelas raízes. A subsolagem deve ser realizada em curvas de nível, ou com pequeno gradiente paraevitar a formação de depósitos de água. O alcance atingido pelo subsolador é de aproximadamente 50 cm e osdentes alinhados do equipamento possibilitam espaçamentos variáveis, ajustados de acordo com o estado decompactação da camada. Recomenda-se realizar a subsolagem com solo seco para obter-se melhoresresultados. Se for realizada com solo úmido, o peso da máquina e a pressão nas laterais exercida pelos dentes,provocarão aumento da compactação.

Após a descompactação do solo deve-se proceder a distribuição de solo fértil. A espessura que a camada desolo fértil a ser colocada deverá possuir, vai variar conforme as características de cada área e estarãodiscriminadas mais adiante quando se abordar cada uma individualmente. A camada de solo fértil deverá serespalhada com regularidade, obedecendo a conformação topográfica do terreno. O recobrimento da superfíciedeve ser total, mas, no entanto, é interessante se minimizar ao máximo o tráfego de máquinas sobre a área paraevitar a sua compactação excessiva.

CORREÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLODepois da recolocação do solo e de sua sistematização, deverá ser feito a correção da sua acidez e fertilidade,uma vez que os solos presentes na área do canteiro de obras têm baixa fertilidade natural. Para tanto, érecomendável se fazer uma análise físico-química do solo de cada área a ser recuperada, para que se avalie ese defina os níveis de correção da fertilidade desejada (pH, macronutrientes, micronutrientes e matériaorgânica).

Caso necessário, o pH do solo deverá ser corrigido até o nível recomendado pelas análises, e assim atenuar oumesmo eliminar os efeitos deletérios da acidez e do alumínio sobre as plantas. Sua correção poderá ser feitaatravés da aplicação de calcário dolomítico ou magnesiano agrícola, cuja dosagem dependerá da qualidade(PRNT) do calcário que se dispor e da necessidade de cada área. O PRNT (Poder Relativo de NeutralizaçãoTotal) do calcário deve ter um mínimo de 80%.

Teoricamente, a aplicação do corretivo de pH deverá ser realizada com maior tempo possível (3 a 6 meses) deantecedência ao plantio ou semeadura. Porém, sabe-se de antemão que esta situação dificilmente poderá serconseguida no caso da recuperação do canteiro de obras da UHE Machadinho, haja visto que na maioria dasáreas, o trabalho tem que ser realizado de forma rápida para a obtenção uma boa cobertura vegetal e evitar-seassim, a instalação de processos erosivos. Desta forma, deve-se usar de bom senso para tentar-se eqüalizar estaquestão referente a antecedência de aplicação do calcário.

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É importante manter um controle sobre os níveis de pH do solo das áreas que já tenham sido corrigidas.Quando o ajustamento do pH do solo exigir grandes quantidades de corretivo, deve-se realizar, dentro dopossível, a operação de aplicação em mais de uma vez. Quando a espessura da camada fértil de solo forpequena, estudar a possibilidade de aplicar uma parte do corretivo de pH sobre o material subsuperficial,colocando metade da carga do corretivo sobre a superfície do subsolo, antes da colocação da camada fértil dosolo e a outra metade do corretivo sobre esta.

A adubação poderá ser feita mediante aplicação de adubo mineral ou orgânico, sendo que este último é umaimportante alternativa a ser considerada, haja visto sua grande disponibilidade na região e o seu baixo custo.Além disso, em termos de conservação do solo desempenha importante papel, uma vez que ele melhora amicrobiota do solo dando-lhe maior equilíbrio, atua na estruturação do solo e adiciona matéria orgânica, macroe micronutrientes ao mesmo. Além da adubação de correção dos níveis adequados de fertilidade do solo, deve-se fazer a adubação de manutenção, conforme as necessidades de cada espécie vegetal. Após as operações dedistribuição de adubo e calcário é necessário que se faça a incorporação destes ao solo com o auxílio de umtrator agrícola equipado com grade de discos.

A proteção fica totalmente concretizada quando auxiliada pelas práticas de recobrimento do solo, através deplantio de gramíneas e leguminosas consorciadas e de preferência nativas da região, e pela instalação desistemas de drenagem. Após o plantio, o solo deverá ser coberto com restos vegetais (que poderão serrecolhidos durante a operação de limpeza do reservatório), com a finalidade de assegurar-se proteção contra aerosão decorrente do escorrimento superficial e impedindo-se, desta forma, a perda de solo recém-recompostoe mesmo a perda de sementes e mudas.

RECOMPOSIÇÃO DA COBERTURA VEGETALA revegetação é uma etapa do processo que consiste na adoção de práticas agronômicas destinadas aimplantação da cobertura vegetal, visando não somente a recuperação paisagística da área, mas também, ocontrole de processos erosivos e a recuperação das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Arevegetação é a prática principal para se obter a formação deste novo solo.

Muitas vezes uma tendência natural do empreendedor é querer ver a área revegetada e verde o mais rápidopossível, normalmente com árvores de crescimento rápido para amenizar o impacto da degradação em umcurto prazo. Geralmente, nestes casos são utilizados plantios homogêneos de espécies arbóreas exóticas. Estenão é o procedimento correto quando o uso futuro da área é a manutenção da vida selvagem, ou simplesmenteo seu melhoramento paisagístico. Somente admite-se o plantio de essências arbóreas exóticas quando o usofuturo do solo for o de florestamento comercial, e, a área antes de sua degradação não era ocupada por umamata nativa.

Áreas onde existiam mata natural devem voltar a ser mata novamente, com o plantio de essências nativas. Paraauxiliar no processo de revegetação pode ser colocada serapilheira na superfície do solo. A serapilheirafornecerá um aporte importante de sementes de espécies nativas herbáceas, arbustivas e arbóreas à área emrecuperação. Ecologicamente, a implantação de espécies arbóreas nativas e da serapilheira é sem dúvida amelhor prática, mesmo não tendo um resultado tão imediato quanto o obtido com o uso de espécies exóticas.

A utilização da serapilheira fornece excelentes resultados. As vezes, as plantas nascidas da serapilheiraproporcionam uma cobertura mais rápida e densa ao solo que o uso de espécies herbáceas exóticas forrageiras.O uso da serapilheira é indicado em bermas de bancadas (terraços em patamar), e em declividades até 40%,porém não utilizá-la em declividades sujeitas à ação forte da erosão. A serapilheira pode ser consorciada comgramíneas anuais, como azevém (somente durante o primeiro ano), e consorciada também com mudas deárvores plantadas.

Em pequenas áreas degradadas que são vizinhas de matas nativas, é aconselhável as vezes, que depois deterem recebido tratos preliminares ao plantio, seja deixado a cargo do vento, da água, dos animais a semeadurae revegetação. Resultados excelentes usando este método tem sido obtidos. A seguir são apresentadasdiferentes formas de seleção e plantio de espécies vegetais, que serão utilizados nas áreas a serem recuperadasno canteiro de obras da usina.

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A serapilheira é o material solto existente na superfície do solo de matas e capoeiras naturais, constituído defolhas, ramos, caules, galhos, cascas e frutos em decomposição, repleto de microorganismos, insetos esementes de plantas herbáceas, arbustivas e arbóreas (“forest leaf litter”). É um grande banco genético de tudoo que ocorre no ambiente natural, apresentando enorme biodiversidade. Sua utilização na revegetação de áreasdegradadas protegerá a superfície dos raios solares, conservará a umidade do solo, fornecerá micro emesofauna ao solo e sementes de plantas que vêm juntamente com a serapilheira coletada. Assim, criarácondições para o desenvolvimento das plantas e fauna nela associadas, bem como o retorno da macrofauna.

A coleta da serapilheira deve ser realizada em épocas de chuva, nas áreas circunvizinhas à área degradada a serrecuperada. O procedimento a ser adotado para coleta envolve a utilização de rastelo (cuidando para não cavaro solo), juntando o material solto da superfície e colocando-o em sacos plásticos ou cestos, ou em padiolaimprovisada de telha sucatada de zinco ou alumínio para retirar a serapilheira da mata. Um aspecto importantea ser observado é que a coleta deve se dar no mesmo dia, ou no máximo no dia anterior a sua colocação naárea a ser recuperada. Este procedimento é adotado para dar continuidade à ação dos microorganismos e aopoder de germinação das sementes dormentes, a serem expostas a ação solar.

Outro ponto a ser observado diz respeito a área a ser rastelada. Nunca se deve rastelar a serapilheira em umaárea maior e contínua. A mata necessita deste material para sua sobrevivência. Deve-se coletar um metroquadrado em cada 10 a 25 m2 da superfície, ou em filas de 1 metro de largura, espaçadas em cada 10 metros.Após a coleta, deve-se recobrir a superfície desnuda com serapilheira de área vizinha.

Será usado espécies herbáceas cultivadas quando não se usar a serapilheira. Naqueles locais onde os processoserosivos se fizerem presentes e o solo se mostrar desnudo e altamente degradado, deverá ser utilizado o plantiode uma vegetação que promova a rápida cobertura deste. Para tanto, implantar-se-á espécies rasteiras(consórcio de gramínea (s) e leguminosa (s)). O plantio dessas espécies rasteiras propiciará a reestruturação dosolo e o desenvolvimento de um sistema radicular abundante, rizomas e estolões, oferecendo condições aoplantio de espécies lenhosas.

As espécies vegetais propostas para a revegetação de áreas degradadas, são escolhidas levando-se emconsideração os seguintes aspectos: 1) aptidão a formação de uma rápida cobertura do solo e dos taludesrochosos promovendo o controle dos processos erosivos; 2) capacidade de auxiliar na reestruturação do soloatravés do sistema radicular e reposição constante de matéria orgânica; 3) espécies nativas e de ocorrênciaespontânea na região; 4) hábitos, ciclos e portes das diversas espécies, visando a recuperação paisagística daárea; 5) aspectos relacionados à floração (coloração, vistosidade, perfume, presença de néctar), frutificação,estética geral das espécies, visando a recuperação paisagística e a atração da fauna silvestre; 6) espéciesadaptadas às condições físicas e climáticas da área.

O consórcio de leguminosas e gramíneas possibilitará a melhoria da estrutura física do solo e a elevação doseu teor de matéria orgânica. A escolha das espécies dependerá, sobretudo, da época do ano em que se fará asemeadura, a sua disponibilidade de sementes ou mudas e se elas realmente são aptas a cumprir o proposto -proteger o solo da erosão.

As espécies anuais de inverno têm a função de propiciar uma rápida cobertura (30 dias) e formar boa massaverde, mas morrem após de 120 - 150 dias, exigindo a implantação de espécies perenes. Como a área docanteiro de obras da usina encontra-se na região em que as espécies perenes indicadas são de ciclo estival, istoé, de primavera/verão, recomenda-se programar a revegetação com espécies rasteiras na primavera. Porém, emalguns casos, conforme a época do ano em que se iniciar com a recuperação de determinada área, pode se fazernecessária a utilização de espécies de ciclo hibernal para a obtenção de uma rápida cobertura do solo.

Recomenda-se, de acordo com a situação, a utilização de consórcios de espécies para primavera/verão(braquiária + mucuna preta, pensacola + mucuna preta e capim colonião + mucuna preta) e outono/inverno(Aveia preta + ervilhaca + pensacola, azevém + ervilhaca + pensacola, aveia preta + cornichão + pensacola,azevém + cornichão + pensacola) para a obtenção de resultados satisfatórios.

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A escolha da consorciação a ser implantada será feita a partir da disponibilidade de sementes no mercado e doscustos destas, pois qualquer um destes grupos é recomendável. A pangola (espécie nativa), plantada por mudasno outono/inverno, inicia o seu desenvolvimento na primavera propagando-se rapidamente, sendo muitoeficiente no controle da erosão. A mucuna preta, deve ser semeada manualmente com o auxílio de um saraquáou não, devido ao maior tamanho das sementes. A aquisição de sementes deve ser realizada emestabelecimentos idôneos, de boa reputação e tradição, e que forneçam certificados de pureza física e do valorcultural dos lotes.

Nas áreas onde o plantio for feito nos períodos de outono/inverno, o recomendável é o plantio de azevém(Lolium multiflorum), uma gramínea anual de inverno, juntamente com pensacola (Paspalum saurae), umagramínea perene de verão, mais uma leguminosa de inverno. Essa mistura tem por finalidade introduzir aleguminosa para aportar nitrogênio ao sistema; o azevém para proteger o solo no outono/inverno e que, depoisdo fechamento do seu ciclo na primavera, a pensacola passe a desempenhar esse papel. A recomendação dapensacola se dá, principalmente, pelo fato de poder ser semeada juntamente com as espécies de inverno,reduzindo, assim, o número de operações e, conseqüentemente, os custos da recuperação.

No entanto, naquelas áreas em que o plantio for feito no verão, o recomendável é o plantio de espécies perenesde verão, como a braquiária, pensacola, pangola, capim colonião, juntamente com leguminosa de verão. O fatopreponderante na recomendação do uso de Brachiaria humidicola é de que, além de ter rusticidade,agressividade, rápido estabelecimento e hábito de crescimento prostrado, esta espécie tem baixa exigência emfertilidade do solo, o que também diminui os custos da recuperação.

É interessante se ressaltar a importância que têm as adubações de cobertura com uréia (nitrogênio). Por seremas principais espécies gramíneas, espécies essas que não têm a habilidade de fixar nitrogênio atmosféricocomo têm as leguminosas, ou seja, elas não são capazes de auto-suprir suas necessidades de nitrogênio,implicando, dessa forma, na obrigatoriedade do aporte externo deste nutriente, via uréia ou outro adubonitrogenado, para que o seu estabelecimento seja adequado e duradouro.

A mistura das espécies com períodos de germinação diferentes, tem as vantagens de se conseguir umacobertura inicial da área, usando espécies de germinação mais rápida, na espera do aparecimento de espéciescom prazos de germinação mais longos; diluir os efeitos de pragas que possam atacar determinadas espécies,enquanto outras espécies da mistura não são atacadas; conseguir um visual heterogêneo, muitas vezes benéficopara a estética da paisagem.

Em algumas áreas, o processo de recomposição vegetal será composto por duas fases: a primeira, consistirá naimplantação de espécies herbáceas rasteiras (rizomatosas ou estoloníferas) e, a segunda, consistirá naimplantação de essências arbóreas pioneiras. Em outras, serão implantadas apenas espécies rasteiras, fazendo-se com que o processo de sucessão natural se encarregue de incrementar a vegetação. Nestas áreas, aimplantação das herbáceas será em caráter temporário, sendo naturalmente eliminadas pelo sombreamentogerado pelas plantas de porte mais elevado com o decorrer da sucessão. Entretanto, se isto ocorrer, asherbáceas já terão realizado seu papel de controlar a erosão e melhorar as condições do solo, permitindo oaparecimento de espécies nativas, enquanto as árvores crescem.

É necessário que se plante, também, espécies arbóreas e arbustivas nativas. Tal necessidade advém do fato deque em certas áreas se deseja uma maior qualidade e velocidade na revegetação implantada. Além disto, érecomendada a revegetação com espécies arbóreas nativas da região se a área degradada tiver sidooriginalmente coberta por mata. Nestas áreas, recomenda-se o uso de um grande número de espécies,concentrando-se naquelas que são pioneiras e frutíferas nativas, bem como espécies melíferas. Deve serguardada a proporção de utilização de 60 % de espécies pioneiras (estágios inicial a médio na escala desucessão) e 40% de espécies secundárias (estágios médio a avançado na escala de sucessão).

A disponibilidade do fornecimento de mudas de espécies nativas é sempre um problema. A qualidade e o porteda muda são muito importantes para a obtenção de sucesso. Portanto, recomenda-se que as mudas tenhamaproximadamente 1,0 metro de altura. No caso da UHE Machadinho, recomenda-se a utilização de mudasproduzidas no viveiro implantado pela equipe encarregada do salvamento da flora da área de inundação doreservatório.

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Em algumas áreas é aconselhável a utilização da prática de mistura de sementes de espécies nativas, na formade semeadura direta ao solo, mesmo se forem plantadas mudas na área. Isto é principalmente válido, para asespécies arbustivas nativas. É necessário atentar que nas sementes de muitas espécies nativas é necessáriolançar mão do uso de técnicas de quebra de dormência para antecipar a germinação. Estes métodos podem ser:abrasão mecânica, fervura em água quente, ou imersão em água fria ou ácido sulfúrico concentrado. Érecomendável também o uso de espécies com sementes aladas, devido a facilidade de dispersão pela ação dosventos.

A semeadura e plantio deverão ser realizados após o preparo adequado do solo, conforme descritoanteriormente. Uma vez o solo preparado, deverá ser iniciada a implantação da vegetação, com espéciesescolhidas de acordo com as necessidades da área a ser recuperada. Os métodos de semeadura e plantio aempregar nas diversas áreas serão variáveis, de acordo com a situação topográfica, as espécies e a densidadevegetal pretendida.

No caso da utilização da serapilheira, esta deverá ser coletada e colocada na superfície a ser revegetada empequenos montes ou tufos medindo aproximadamente 40 a 50cm em diâmetro e 10cm de altura, mantendouma distância de um metro entre os tufos. Os tufos são colocados soltos na superfície, sem incorporação nosolo. Dá a impressão de que na primeira chuva os tufos serão arrastados escorrendo pelo terreno abaixo, masisto não ocorre. Também, a serapilheira coletada logo fica com aspecto de seco, e ao colocar os tufos nasuperfície tem-se a impressão que todo o material vegetal havia morrido. Novamente, é um engano, em trêssemanas já haverá sinais do início de uma atividade biológica nos tufos. É comum ocorrer em um ano ofechamento da cobertura da área. Como dito anteriormente, a aplicação da serapilheira pode ser consorciadacom o plantio de azevém (ou outras gramíneas anuais), mas somente no primeiro ano. Também pode-seplantar mudas de espécies arbóreas ou arbustivas nos espaços entre os tufos de serapilheira.

Como já escrito anteriormente, a declividade do terreno a ser recuperado vai definir o método de semeadura aser empregado. Em áreas com baixa declividade, a semeadura das espécies rasteiras poderá ser realizada pelosmétodos convencionais de semeadura a lanço (manual ou mecânica) ou em linhas. Nas áreas com altadeclividade deve ser realizada a hidrossemeadura, plantio em mudas, estolões ou em placas.

O método convencional de semeadura de espécies rasteiras inicia-se com o preparo do solo, através deescarificação, seguida de uma ou duas gradagens, conforme a situação do terreno. Após a semeadura a lanço,deve-se fazer a cobertura da semente, variando a espessura da camada de solo colocada, conforme o tipo desemente (tamanho, forma, quantidade de reservas, etc.) da espécie utilizada. Na semeadura a lanço, a coberturadas sementes poderá ser feita por meio de gradagens. A semeadura deverá ser realizada, preferencialmente, emépocas chuvosas.

Em áreas declivosas do canteiro de obras da UHE Machadinho, a hidrossemeadura é a alternativa maisindicada. Este método consiste em recobrir, por via aquo-pastosa, através de jateamento, uma área de solo nucom sementes de espécies herbáceas e outros materiais que induzem a fixação e crescimento das sementes, e aretenção de umidade. A mistura é aplicada por equipamento apropriado, consistindo de um tanque com pásagitadoras que promovem uma agitação constante da mistura e uma moto-bomba.

A mistura é composta por: adubos orgânicos e minerais; celulose ou papelão picado para fixar a semente;adesivo específico para fixar a semente e celulose; e sementes de gramíneas e leguminosas, que devem sercolocadas na mistura por último para diminuir sua quebra por atrito mecânico. Esta mistura é feita sobagitação mecânica moderada, com aplicação logo em seguida em alta rotação, por meio de mangueira, e sem ainterrupção da agitação até o término da carga. Deve-se realizar a hidrossemeadura sempre no mesmo dia damistura da carga no tanque da máquina e sem a paralização das pás agitadoras da mistura.

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O preparo do terreno que receberá a hidrossemeadura é de fundamental importância para o seu sucesso. Éaconselhável fazer o preparo do talude antes da aplicação para facilitar a fixação das sementes. Quando ainclinação do talude não permitir este preparo a aplicação poderá ser feita, mas terá maior risco de insucesso.Deverão ser feitos sulcos ou pequenas covas no talude a ser hidrossemeado. Estes sulcos podem ser em linhashorizontais longitudinais ao longo do talude com 20 a 30 cm de distância entre sulcos, tendo o componentehorizontal de 3 a 5 cm de largura e ligeiramente inclinado para dentro do talude, ou em pontos distantes 10 cmentre si, distribuídos irregularmente, por toda a superfície do talude. É importante que estes sulcos tenham boaprofundidade, formando reentrâncias no solo para melhorar as condições de penetração das sementes emanutenção de umidade. Este sulcos podem ser feitos com pequenas enxadas, de preferência com lâminapontiaguda.

Na aplicação da hidrossemeadura por terceiros, o método de aplicação, espécies a serem usadas, suasquantidades e qualidades devem ser previamente combinadas e fiscalizadas durante a execução da obra. Estasconsiderações são válidas mesmo quando a obra for contratada por resultados, isto é, pagamentos parceladospela porcentagem de germinação, ou fechamento vegetativo da área.

A semeadura e plantio de espécies arbustivas e arbóreas vai variar conforme o material usado para propagar asespécies: sementes ou mudas. Caso seja usado o método de semeadura direta de uma mistura de sementes deessências arbustivas e arbóreas nativas, o plantio deve ser realizado antes da aplicação de serapilheira, etambém antes da semeadura de herbáceas por hidrossemeadura. Quando se usar a semeadura manual deherbáceas, a semeadura dessa mistura pode ser concomitante com as herbáceas. O método de plantio consisteem espalhar a mistura de espécies arbustivas e arbóreas manualmente, cobrindo-as levemente com um rastelo.Outra forma prática de efetuar-se a semeadura é fazendo pequenas covas de 1 a 2 cm com o bico da botina,jogando as sementes e encobrindo-as com o salto da botina.

Quando forem utilizadas mudas, os procedimentos a serem adotados são os seguintes: 1) implantação de umsistema de conservação do solo, como o terraceamento, sempre que as condições topográficas o exigirem; 2)combate sistemático à formiga (as áreas a serem revegetadas deverão ser percorridas em toda sua extensão,visando a localização e eliminação dos formigueiros); 3) definição do espaçamento e do tamanho das covasdependendo do tamanho da muda, do tamanho da árvore adulta, da estética do local, da topografia do terreno edas características físicas e químicas do solo (contudo são colocadas, a seguir, medidas referenciais gerais); 4)alinhamento e marcação das covas, dependendo da área do terreno a ser revegetado, como também do tipo deformação vegetal desejado. Para aqueles locais em que estiver planejada a formação de maciços, que servirãode refúgio para a manutenção da vida selvagem, é recomendado que o espaçamento a ser usado fique em tornode 3 a 5 metros entre plantas, permitindo, assim, o crescimento de um sub-bosque. Deve-se sempre evitaralinhamentos homogêneos, o que propiciará um melhor efeito paisagístico. Para se conseguir isto, a marcaçãodas covas é feita com estacas em linhas retas e, ao executar a covação, deve-se mudar as estacas em direções edistâncias ao acaso, entre 1 a 2,5m das suas posições originais. Para aquelas áreas onde estiver prevista aimplantação de cortinas vegetadas, deverão ser marcadas fileiras com espaçamento de 2,5m x 2,5m x 2,5mentre plantas, dispostas alternadamente;5) pelas condições gerais de baixa fertilidade do solo nas áreasdegradadas, a adubação deve ser abundante para que as mudas tenham melhores condições dedesenvolvimento, porém deve-se tomar o cuidado de não colocar o adubo mineral em contato com as raízes damuda. As covas devem ser abertas no sentido transversal a inclinação dos taludes, pois serão mais eficientesno combate a erosão. Devem ter no mínimo 50 x 50 x 50 cm de dimensão, sendo preenchidas com 1/3 dematéria orgânica (esterco curtido); 2/3 de solo; 0,5 kg de calcário dolomítico; 0,3 kg de adubo NPK 5-20-20.

A adubação deve ser bem misturada ao solo retirado da cova, para depois cobrir-se as raízes da muda. Deve-setomar cuidado com a profundidade de plantio da muda, não enterrando-se demasiadamente o caule. Deve-seatentar também para a colocação da muda na cova cuidando-se para não prejudicar a raiz da planta. O plantiodeve ser efetuado na época do ano em que as temperaturas são as mais amenas e a umidade do solo maior. Naregião em questão, o período mais indicado coincide com os meses de inverno (junho, julho e agosto). Deve-sedar preferência para o plantio em dias nublados. A muda deverá ser colocada na cova, sobre uma pequenaquantidade de terra adubada, preenchendo-se os espaços ao redor com o restante do solo preparado eproporcionando uma leve compactação; as mudas devem ser amarradas a estacas para evitar danos pela açãodo vento; as embalagens das mudas devem ser removidas da área; deixar ao redor da muda uma bacia rasa decaptação de água.

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Após a implantação da vegetação tanto herbácea, quanto a arbórea e a arbustiva, é necessário que se faça umacompanhamento e se realize algumas medidas para que se obtenha melhores resultados no processo derevegetação. Estas medidas são de suma importância para o sucesso da recuperação da área degradada eenglobam várias providências. Transcorrido algum tempo, no caso de má germinação de sementes oumortandade das mudas, deve-se refazer a semeadura ou plantio.

No transcorrer de aproximadamente um ano a contar da implantação da vegetação, deve ser observada aocorrência de sintomas de deficiência nutricional ou toxidez pelo excesso de algum elemento (mais difícil deocorrer). Independente disso, devem ser realizadas as adubações de cobertura, promovendo o aporte denutrientes as plantas. Diagnosticar e realizar o controle de pragas e doenças, caso venham a ocorrer. O controledas formigas deve ser periódico e o fornecimento de irrigação deve ser feito sempre que necessário.

Realizar a manutenção periódica dos terraços em camalhões, dos taludes de bancadas e das obras dedrenagem. Deve-se evitar o pastoreio dos animais por pelo menos os dois primeiros anos decorridos após oplantio. Mesmo após este período não deixar que a área seja prejudicada pelo excesso de pisoteio e consumodas plantas pelos animais. Pela experiência, tem-se observado que a introdução, por terceiros, de animais depastoreio nas áreas revegetadas é um problema grave, já que um trabalho dispendioso pode ser destruído empouco tempo.

Nos primeiros seis meses a dois anos do plantio de espécies arbóreas, conforme o desenvolvimento da espécie,deve-se realizar o coroamento das mudas, que consiste na capina das ervas daninhas que competem com asmudas por água, luz e nutrientes. Este material vegetal cortado deve ser deixado ao redor das mudas, a fim deque, com sua decomposição, possa aportar matéria orgânica ao solo, além de forrá-lo, diminuindo a perda deágua.

RECOMPOSIÇÃO DAS MATAS CILIARESAs áreas consideradas de preservação permanente, que correspondem àquelas ao longo de rios, reservatórios edemais cursos d’água, ou seja, as matas ciliares, correspondem a uma faixa de 100 m a partir do corpo d’águae, na UHE Machadinho, parte do canteiro de obras se encontra dentro desta faixa. As medidas de recuperaçãodestas áreas são bastante semelhantes daquelas utilizadas nas demais áreas do canteiro em que for adotado oplantio de espécies arbustivas e arbóreas nativas, já descrito anteriormente. Porém, alguns pontos diferem edevem ser observados com atenção.

Nas áreas consideradas de preservação permanente, recomenda-se que a sua revegetação seja feita através doplantio de arbóreas e arbustivas, empregando-se representantes de todos os estágios de sucessão, visando aoaumento da biodiversidade, distribuídos na seguinte relação percentual: 50:25:15:10 (pioneira: secundáriainicial: secundária tardia: climácea, respectivamente). Idealmente, recomenda-se trabalhar com 20 a 30espécies diferentes, mas, no entanto, isso vai variar com a disponibilidade de mudas ou sementes do local. Porrazões ecológicas e econômicas, recomendam-se espaçamentos de 2 x 2m até 3,3 x 3,3m (levando-se em contaaquelas árvores já existentes no local), o que determina uma população inicial de 1000 a 2500 plantas porhectare.

Recomenda-se, no entanto, que se faça, no plantio, um adensamento das mudas na faixa marginal do rio, ondeo lençol freático é mais superficial. Além disso, deve-se plantar, neste local, somente espécies adaptadas àcondições de alta umidade, haja visto que ali ocorrem inundações com freqüência e as oscilações de umidadesão corriqueiras e com magnitude elevada.

RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE EMPRÉSTIMO DE SOLOA área onde está inserido o canteiro de obras da UHE Machadinho apresenta solo naturalmente raso e compequena profundidade em alguns locais. Pela escassez de solo de boa qualidade nas áreas decapadas (hajavisto que, por um motivo ou outro, não foi reservado o solo vegetal decapado da superfície do terreno antes doinício dos trabalhos nestas áreas), em muitas delas é necessário o aporte de solo orgânico oriundo de outroslocais.

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Procurou-se fazer uma prospecção de possíveis locais que poderiam fornecer este material para ser utilizadonos trabalhos de recuperação das áreas degradadas. Preferencialmente, buscou-se selecionar áreas que fossemo mais próximo possível do local de destino deste solo, que serão inundadas com o enchimento do lago e áreasde bota-fora de solo de razoável qualidade. Assim, indicou-se alguns locais que poderão ser utilizados comofontes de solo vegetal, sem o comprometer o meio ambiente com a abertura de novas áreas. Além desteslocais, é interessante que se faça novas prospecções a fim de se identificar novos locais com potencial defornecer solo de boa qualidade para a recuperação das áreas degradadas pela obra.

RECUPERAÇÃO DAS PEDREIRASA recuperação ambiental em áreas de pedreiras são bastante difíceis, em virtude da ausência de solo vegetalpara servir de suporte para o desenvolvimento da vegetação. A primeira medida a ser tomada é a de implantaruma cortina vegetal com espécies de rápido desenvolvimento, com o objetivo de atenuar o impacto visualgerado pela exploração.

A camada fértil do solo deve ser estocada separadamente e recolocada, em áreas que necessitarão de umarevegetação. Ao chegar ao final da lavra, seja em um único talude alto ou em bancadas, há vários métodospara amenizar os impactos ambientais. O desmonte por detonações das cristas para destruir as linhas retascontribuirá para amenizar os impactos visuais. A rocha desmontada e deixada in loco servirá como base parareceber o subsolo do decapeamento. Dentro do possível, isto deverá ser executado, mesmo se o subsolo nãofor de grande quantidade, pois terá grande valor para a revegetação. Mesmo os blocos de rocha detonados enão cobertos com subsolo servirão para abrigar a vida animal. O piso final pode ser recoberto com subsolo e acamada fértil.

A revegetação pode ser feita com serapilheira ou espécies herbáceas e arbustivas, preferivelmente nativas. Nocaso das espécies arbustivas pode ser aplicada a semeadura direta. É interessante a implantação de barreirasvegetais ou cercas em beiradas de taludes inclinados, em especial na pedreira, restringindo o acesso de pessoasà área. É recomendado também a instalação de sinalização indicando a existência de taludes íngremes porquecom o desenvolvimento da vegetação junto aos taludes, eles ficarão encobertos e poderão ocorrer acidentescom pessoas distraídas e desavisadas.

RECOMPOSIÇÃO E PAISAGISMOAo tratamento paisagístico atribui-se várias funções, tais como a de amenizar o impacto visual e ambiental quea construção de uma determinada obra causa sobre o meio ambiente local, recuperar e reintegrar tais áreas aocontexto ambiental da região, preservar os valores estéticos, naturais e culturais, como também privilegiarvalores sociais, históricos e econômicos regionais.

Para tanto, o projeto de paisagismo e recomposição deve ser desenvolvido a partir de um trabalhointerdisciplinar, envolvendo um número expressivo de profissionais de diversas áreas, o que possibilita amelhor visualização das qualidades e deficiências do projeto e, assim, as suas diretrizes podem ser definidascom grande grau de especificidade e confiabilidade.

No desenvolvimento do projeto, necessita-se, inicialmente, compreender os elementos físicos do terreno e doprojeto arquitetônico, tais como, clima, ventos, pluviosidade, insolação, relevo, edificações vizinhas e entornourbano ambiental, flora e fauna nativos, etc. e definir e hierarquizar as funções e as possibilidades de usosfuturos de cada área, equipamentos e porte da vegetação, características e costumes típicos da região, usuáriose valores culturais, sociais, históricos e econômicos.

A escolha das espécies deverá considerar a adequação ao solo e ao clima (pluviosidade, radiação incidente,temperatura e ventos). Cada solo tem suas características particulares, que deverão ser equilibradas conformeas necessidades de cada espécie utilizada ou, então, utilizar espécies que sejam adaptadas àquelas condições desolo, o que é mais recomendável, pois torna a recuperação menos onerosa em termos econômicos. O projetodeverá considerar, inclusive, as movimentações do relevo e a harmonia das curvas de nível, os escoamentosnaturais pluviais, encaminhamentos eólicos, etc..

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É interessante que se defina um projeto paisagístico particular a todas as áreas que serão recuperadas,sobretudo àquelas que terão um uso mais intenso pela população que por ali passar. Estas áreas são osmirantes (mirante principal, localizado na margem esquerda do Rio Uruguai (antigo canteiro de obras) e osmirantes secundários que serão formados junto à estrada), a Casa de Visitas - Centro de Estudos e PesquisasAmbientais e os acessos às edificações da UHE Machadinho.

MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA A RECUPERAÇÃO DAS ÁREASEste capítulo objetiva recomendar medidas específicas de recuperação para cada área. Estas recomendaçõesnão são definitivas, sendo que poderão ser alteradas e ajustadas com o transcorrer dos trabalhos. As medidasde recuperação propostas são específicas para cada um dos locais avaliados, considerando-se as característicasparticulares das mesmas, tais como: 1) tipo de degradação; 2) distâncias e condições de acesso; 3) condiçõesde solo encontradas; 4) tamanho da área; e 5) impacto visual gerado.

Assim, para cada área, os tratamentos e custos de execução para a recuperação serão diferenciados. Asrecomendações para cada área são colocadas de uma forma sintética, haja visto que no item anterior estasmedidas já foram detalhadas. As áreas são apresentadas na seqüência crescente de complexidade derecuperação, ou seja, daquela que tem a recuperação mais simples até aquela com recuperação mais complexa.

As estimativas de custos e tempo (no trabalho original constam uma planilha de custo e um cronograma deatividades específicos para cada área mas que, no entanto, não serão aqui apresentados. Exceção é feita àprimeira área listada abaixo, onde consta o cronograma, pois o objetivo é apenas ilustrar a metodologiautilizada) para a realização de cada atividade, basearam-se na experiência dos técnicos que elaboraram o PlanoDiretor.

O presente trabalho não tem a pretensão de alcançar alto grau de especificidade, pois este não é o objetivo doPlano, mas sim delinear linhas mestras para a recuperação ambiental das áreas degradadas do canteiro de obrasda usina. Dessa forma, pela dificuldade de previsão de algumas variáveis, como a espessura da camadarochosa a ser removida em certas áreas e as distâncias de transporte de solo vegetal e material rochoso e seusrespectivos custos, estas estimativas carecem de um maior detalhamento e precisão. Lista-se, a seguir, as áreasa serem recuperadas e suas respectivas medidas específicas de recuperação

Área de lazer (campo de futebol de areia): somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): 3; tamanhoaproximado: 3.150 m2. Segundo as avaliações, esta é uma das áreas que tem menor grau de dificuldade derecuperação. A camada pouco espessa de areia poderá ser revolvida e incorporada ao solo ou amontoada juntoaos taludes, sem a necessidade de remoção para outros locais. A recuperação será facilitada também, pelaexistência de vegetação nas proximidades; a recuperação da estrada de acesso deve ser realizada em conjuntocom as obras de drenagem efetuadas para a área que engloba os alojamentos e o refeitório; a recuperação destaárea exigirá as seguintes atividades: retirada de postes, telas e goleiras; raspagem da areia superficial com oauxílio de trator de esteiras amontoando-a junto aos taludes; escarificação do solo, com a utilização de umescarificador, objetivando sua descompactação e conseqüente melhoria nas condições de circulação de água nosolo e aeração para as raízes; melhora nas condições de fertilidade do solo através da distribuição de calcáriodolomítico e adubo mineral; conforme cronograma de previsão de liberação da área (01/03/2002), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de inverno, conforme alternativas deconsorciação propostas anteriormente. A tabela 6 apresenta o cronograma de execução das atividadespropostas.

Tabela 6: Cronograma de Execução das Atividades Propostas à Recuperação da Área de Lazer.DIASOPERAÇÕES 5 10 15 20 25 30

Raspagem da areiaEscarificaçãoAdubação e calagemSemeadura

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Reservatório enterrado nº 1 - 4.616 m3: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -3; tamanhoaproximado: 2.130 m2. Esta é uma das áreas que tem menor grau de dificuldade de recuperação. Estesreservatórios (dois), que atualmente armazenam água, poderão servir, após sua desativação, de local paradeposição de entulhos e outros materiais provenientes de áreas próximas. Constituem-se de duas trincheirascavadas no solo e possuem de 2 a 2,5 metros de profundidade. A recuperação desta área exigirá as seguintesatividades: após o total enchimento dos reservatórios, estes deverão ser cobertos com terra existente no própriolocal; em seguida deve ser distribuído calcário dolomítico e adubo mineral com a finalidade de melhorar ascondições de fertilidade do solo; na seqüência o solo deve ser revegetado com a semeadura a lanço de espéciesherbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente.

Morumbi (58A): somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -5; tamanho aproximado: 4.882 m2. Deacordo com a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação baixa, dispensando remodelamentodo terreno. Parte da área já apresenta-se em processo de recuperação, com o solo apresentando cobertura deespécies herbáceas. Para uma boa reabilitação da área recomenda-se: fazer inicialmente a retirada dasestruturas metálicas, sucatas e construções presentes na área; retirar o material rochoso que cobre o solo emalguns locais da área; após a retirada deste material que reveste o solo, promover a sua descompactaçãoempregando um escarificador para revolvê-lo; promover a instalação de um sistema de drenagem superficialpara o escoamento das águas das chuvas; distribuir adubo e calcário uniformemente na área, melhorando ascondições de fertilidade do solo; conforme cronograma de previsão de liberação da área (02/01/2002),recomenda-se que a revegetação do local ocorra a partir do outono, com a semeadura de espécies herbáceas deoutono/inverno, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente.

Laboratório de solo concreto: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -5; tamanho aproximado:1.600 m2. De acordo a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação baixa, não necessitandoremodelamento do terreno. A ocorrência de mata nativa junto a área favorece a recuperação do local, porpropiciar dispersão de sementes para a área degradada. Para uma boa reabilitação da área propõe-se: de iníciodeve ser promovida a retirada das estruturas físicas (prédios dos laboratórios e escritórios, etc.) presentes naárea; a retirada do material rochoso que cobre o solo (brita, piso de concreto), aproveitando-o se possível, emoutros locais dentro da obra. Caso não seja possível sua reutilização, recomenda-se que seja depositado dentrodos reservatórios enterrados (área 24), localizados próximo a área; após a retirada da capa que reveste o solodeve ser promovida a sua descompactação. Conforme a condição do solo, empregar-se-á um subsolador ou umescarificador. Provavelmente, pela ausência de trânsito de maquinário pesado, a camada de solo compactadonão seja tão profunda e a utilização do escarificador talvez seja suficiente para promover uma boadescompactação; promover a instalação do sistema de drenagem da área, com a confecção de canaissuperficiais para o escoamento das águas das chuvas; a seguir, deve ser colocada uma camada de solo vegetalcom espessura mínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície da área; distribuir adubo ecalcário no local, melhorando as condições de fertilidade do solo; conforme cronograma de previsão deliberação da área (02/09/2002), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceasde primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Se houver disponibilidadede mudas, pode ser plantada pangola como alternativa de gramíneas.

Subestação margem esquerda: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -9; tamanho aproximado:3.616 m2. Conforme a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação média. O talude a montanteda área precisa ser suavizado antes da implantação da vegetação. A ocorrência de mata nativa no entorno daárea favorece a recuperação do local, por propiciar dispersão de sementes para a área degradada. Para areabilitação da área propõe-se: inicialmente a retirada das estruturas presentes na área (postes, prédio, etc.); asuavização do talude a montante da área; conforme a condição do solo, promover a sua descompactação, como uso de um subsolador ou um escarificador; promover a instalação do sistema de drenagem da área, com aconfecção de canais superficiais para o escoamento das águas das chuvas; distribuir adubo e calcário no local,melhorando as condições de fertilidade do solo; conforme cronograma de previsão de liberação da área(02/05/2002), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de outono/inverno,mais a utilização de pensacola (espécie perene de verão), conforme alternativas de consorciação propostasanteriormente; recomenda-se o enriquecimento da vegetação com a utilização de serapilheira, que pode sercoletada nas matas próximas a área.

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Entorno do dique 1: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -9; tamanho aproximado: 2.000 m2.Conforme avaliação, esta área tem complexidade de recuperação média. Isto se deve principalmente adificuldade de acesso ao local a ser recuperado. Porém, é uma área considerada de preservação permanente eserá bem visualizada da estrada, necessitando da implantação de espécies arbóreas e arbustivas nativas. Noentorno do local, há presença de resquícios de mata nativa e a área já apresenta-se em estágio inicial derecuperação. As recomendações para a recuperação da área são as seguintes: se possível, entrar na área compequeno trator para promover o preparo do solo para a implantação da vegetação. Poderá ser utilizado umtrator com arado para realizar esta tarefa. Com este mesmo implemento deve ser promovida a confecção decamalhões de base larga no sentido transversal a inclinação do terreno, para evitar e corrigir problemas deerosão que já apresentam-se no local (início de erosão em sulcos). Se não for possível a entrada de umpequeno trator, deve-se realizar o trabalho com ajuda de animais (tração animal); promover a instalação dosistema de drenagem da área, com a confecção de canais superficiais para o escoamento das águas das chuvas;distribuir adubo e calcário no local, melhorando as condições de fertilidade do solo; a área já apresenta-seliberada para ser trabalhada, assim, recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espéciesherbáceas de outono/inverno, mais a utilização de pensacola (espécie perene de verão), conforme alternativasde consorciação propostas anteriormente; nos meses de inverno devem ser procedido a abertura e preparo dascovas para o recebimento de mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, seguindo as recomendações járelatadas; conjuntamente, recomenda-se o enriquecimento da vegetação com a utilização de serapilheira, quepode ser coletada nas matas próximas a área.

Entorno da casa de visitas: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -9; tamanho aproximado:80.000 m2. Esta área apresenta-se atualmente em estágio de regeneração espontânea, com predomínio devegetação tipo capoeirinha. O solo apresenta-se quase que totalmente coberto por este tipo arbustivo e pelavegetação rasteira, exceto nos taludes, onde ela se torna escassa. Dentro da recuperação do canteiro de obras, oentorno da casa de visitas será uma área nobre. Nesta área prevê-se a criação de um arboreto, destinado avisitação, portanto este será um “cartão de visitas” da obra. Além disso, ela poderá ser visualizada da estradacom facilidade. Na avaliação realizada, considerou-se que esta área tem complexidade de recuperação médiaem conseqüência do tratamento paisagístico que deverá ser dado à área e a presença de taludes descobertosque necessitam revegetação. No presente trabalho serão dadas diretrizes básicas, sendo que a rearborização daárea demandará de um projeto à parte. Assim, como linhas básicas para a recuperação desta área propõe-se:promover a distribuição de adubo e calcário, com o objetivo de melhorar as condições de fertilidade do solo;que seja realizado o adensamento da vegetação de capoeirinha existente, adicionando espécies de maior valorpaisagístico. Para isto, nos meses de inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmaspara o recebimento das mudas de espécies arbóreas nativas procedendo em seguida o plantio, conformerecomendações já citadas anteriormente; em conjunto com a medida anterior, recomenda-se que seja coletadaserapilheira nas matas próximas, fazendo sua distribuição logo em seguida em toda a área.

Estoque 21, desemboque T3 e T4: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -11; tamanhoaproximado: 5.910 m2. De acordo com a avaliação realizada, esta é uma área que apresenta médiacomplexidade de recuperação. É uma área suavemente ondulada, com exceção do talude acima dos túneis dedesemboque, que apresenta-se com alta inclinação. A necessidade de solo é baixa, sendo que abaixo dacamada compactada que cobre a superfície da área existe solo vegetal de boa qualidade, originárioprovavelmente da construção do canal de desemboque dos túneis T3 e T4. Este local ficará dentro da área depreservação permanente (mata ciliar), as margens do leito do Rio Uruguai. Para uma boa recuperação destaárea recomenda-se: a remoção do material rochoso que reveste o solo do local, depositando-o junto aos taludesda área, colaborando com sua atenuação; após a remoção da capa que reveste a superfície, ficará exposto osolo vegetal anteriormente depositado. Deve ser promovida sua utilização na própria área. Em seguida, deveser promovida a descompactação do solo da área, empregando-se um subsolador ou escarificador, conformecondições encontradas; promover em seguida a instalação do sistema de drenagem. Este sistema é de grandeimportância para que se obtenha o controle dos processos erosivos e a recuperação da área; distribuir adubo ecalcário na área, melhorando as condições de fertilidade do solo; após a preparação do terreno, recomenda-se arevegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas deconsorciação propostas anteriormente; no inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação dasmesmas para o recebimento de mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas características de matasciliares; nos meses de junho, julho e agosto, proceder o plantio destas mudas, conforme recomendaçõesdetalhadas anteriormente.

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Escritório administrativo CCCC/MAESA: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -12; tamanhoaproximado: 8.330 m2. De acordo a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação média, nãonecessitando remodelamento do terreno. Para uma boa reabilitação da área propõe-se: primeiramente deve serpromovida a retirada das estruturas físicas (prédios dos escritórios, etc.) presentes na área; a retirada domaterial rochoso que cobre o solo (brita, piso de concreto), aproveitando-o se possível, em outros locais dentroda obra. Caso não seja possível sua reutilização, recomenda-se que seja depositado dentro dos reservatóriosenterrados (área 24), que atualmente armazenam água, mas que no futuro com sua desativação poderão servirde local para deposição de entulhos e outros materiais; após a retirada da capa que reveste o solo deve serpromovida a sua descompactação. Conforme a condição do solo, empregar-se-á um subsolador ou umescarificador. Provavelmente, pelo uso que é dado atualmente a esta área, com a ausência de trânsito demaquinário pesado, a camada de solo compactado não será tão profunda e a utilização do escarificador talvezseja suficiente para promover uma boa descompactação; promover em seguida a instalação do sistema dedrenagem da área, com a confecção de canais de escoamento superficiais; em seguida deve ser colocada umacamada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície dolocal; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; de acordocom o cronograma de previsão de liberação da área (01/08/2002), recomenda-se a revegetação do local com asemeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostasanteriormente. Se houver disponibilidade de mudas, pode ser plantada pangola como alternativa de gramíneas.

Pátio de máquinas- Bela Vista: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -12; tamanho aproximado:11.028 m2. Segundo a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação média. Nesta área encontra-se um posto de abastecimento de combustíveis além da existência de uma rampa onde são feitos serviços delavagem, lubrificação e troca de óleo de caminhões e outras máquinas pesadas. Assim, nestes locais pode vir aocorrer contaminação do solo por vazamento de óleos, graxas, combustíveis ou outros, dificultando aimplantação da vegetação se isto ocorrer. Para uma boa reabilitação da área recomenda-se: a remoção deestruturas físicas presentes na área como rampas de concreto, cercas, oficinas, etc.; a retirada do materialrochoso que cobre o solo (saibro, cascalho, piso de concreto), aproveitando-o se possível, em outros locaisdentro da obra; após a retirada da camada impermeável que reveste o solo deve ser promovida a suadescompactação. Provavelmente, pelo trânsito de maquinário pesado, a camada de solo compactado poderá serprofunda, necessitando a utilização de um subsolador para promover uma boa descompactação; promover emseguida a instalação do sistema de drenagem da área, com a confecção de canais de escoamento superficiais;na seqüência, deve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, espalhadauniformemente sobre toda a superfície do terreno; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando ascondições de fertilidade do solo; recomenda-se que a revegetação do local ocorra a partir do outono, com asemeadura de espécies herbáceas de outono/inverno, conforme alternativas de consorciação propostasanteriormente. A presença de mata nativa nas proximidades vai facilitar a revegetação da área com espéciesarbóreas e arbustivas nativas;

Transporte, segurança e treinamento: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -13; tamanhoaproximado: 4.546 m2. Conforme a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação média, emvirtude da existência do material rochoso cobrindo o solo, e do fato da mesma poder ser visualizada da estradainterestadual que atravessará o atual canteiro de obras. Por este motivo a área deverá receber um tratamentoespecial, mais elaborado. Para uma boa reabilitação da área propõe-se: inicialmente a retirada das estruturasfísicas (prédios dos escritórios, salas de aula); a retirada do material rochoso que no momento cobre o solo(brita, piso de concreto), aproveitando-o se possível, em outros locais dentro da obra. Caso não seja possívelesta reutilização recomenda-se que seja depositado junto a taludes de outras áreas degradadas, promovendo aatenuação destes taludes; após a retirada da capa que reveste o solo deve ser promovida a sua descompactação.Conforme a condição do solo, empregar-se-á um subsolador ou um escarificador; promover em seguida ainstalação do sistema de drenagem da área, com a confecção de canais de escoamento superficiais; em seguidadeve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, espalhada uniformementesobre toda a superfície; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidadedo solo; conforme cronograma de previsão de liberação da área (01/03/2002), recomenda-se a revegetação dolocal com a semeadura de espécies herbáceas de outono/inverno, conforme alternativas de consorciaçãopropostas anteriormente; nos meses de inverno do mesmo ano, deve ser realizada a abertura de covas epreparação das mesmas para o recebimento das mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conformerecomendações contidas no presente trabalho; nos meses de inverno proceder o plantio de arbóreas/arbustivasconforme recomendações detalhadas anteriormente.

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Portaria e balança: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -13; tamanho aproximado: 5.000 m2.Conforme a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação média. Necessitará de tratamentopaisagístico na recuperação em virtude da existência da rodovia interestadual. Para uma boa reabilitação daárea propõe-se: inicialmente promover a retirada das estruturas físicas da área como guarita e balança; realizara retirada do material rochoso que cobre o solo (brita, piso de concreto). Recomenda-se que este material sejadepositado junto a taludes declivosos, atenuando-os, ou que seja reaproveitado em obras que necessitem dematerial de aterro; realizar a suavização de taludes existentes na área; após a retirada da capa que reveste osolo deve ser promovida a sua descompactação, com a utilização de um subsolador ou um escarificador,conforme condição encontrada; promover a instalação do sistema de drenagem da área, com a confecção decanais de escoamento superficiais; em seguida deve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessuramínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície, inclusive nos taludes; distribuir adubo ecalcário, conforme necessidades, melhorando as condições de fertilidade do solo; conforme cronograma deprevisão de liberação da área (02/01/2003), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espéciesherbáceas de outono/inverno, a partir de abril, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente;nos meses de inverno do mesmo ano, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para orecebimento das mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendações contidas nopresente trabalho; a partir de junho, proceder o plantio de arbóreas/arbustivas conforme recomendaçõesdetalhadas anteriormente.

Estoque 1 (parcial): somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -13; tamanho aproximado: 10.000 m2.Conforme avaliação, esta é uma área que apresenta média complexidade de recuperação. Não poderá servisualizada da estrada, porém, ficará dentro da área de preservação permanente (mata ciliar), as margens doreservatório da usina. Haverá a necessidade da colocação de solo vegetal nos locais onde o solo se apresentarescasso e com maior pedregosidade. Para uma boa recuperação desta área recomenda-se: que após a remoçãode todo o material rochoso que reveste o solo do local, seja promovida a descompactação do solo da área,empregando-se um subsolador; atenuar talude a montante da área, com deposição de material; promover emseguida a instalação do sistema de drenagem. Este sistema é de grande importância para que se obtenha ocontrole dos processos erosivos e a recuperação da área; após isto, deve ser colocada uma camada de solovegetal de no mínimo 10cm de espessura, nos locais dentro da área que assim necessitarem, inclusive sobre ostaludes; distribuir adubo e calcário na área, melhorando as condições de fertilidade do solo; após a preparaçãodo terreno, recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão,conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente; no inverno, deve ser realizada a abertura decovas e preparação das mesmas para o recebimento de mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativascaracterísticas de matas ciliares, conforme recomendações contidas no presente trabalho; nos meses de junho,julho e agosto, proceder o plantio de arbóreas/arbustivas conforme recomendações detalhadas anteriormente.

Posto de abastecimento de combustível: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -16; tamanhoaproximado: 4.234 m2. De acordo com a avaliação realizada, esta área apresenta complexidade de recuperaçãomédia. Nela encontra-se um posto de abastecimento de combustíveis que pode indicar contaminação do solo.Esta área poderá ser visualizada da rodovia que atravessará o atual canteiro de obras, assim, exigirá umarecuperação ambiental mais elaborada. A necessidade de colocação de solo é baixa. A existência de matanativa no entorno da área favorecerá a revegetação da mesma. Recomenda-se para a recuperação do local atomada das seguintes medidas: inicialmente que se faça a retirada da estrutura que cobre a bomba decombustível, a própria bomba, tanques, piso de concreto e demais estruturas presentes na área; a retirada deum depósito de resíduos de óleo presente na área dando a devida destinação ao material; a raspagem e retiradado material que no momento cobre o solo, aproveitando-o se possível, em outros locais dentro da obra. Casonão seja possível esta reutilização recomenda-se que seja depositado junto a taludes de outras áreasdegradadas, promovendo a atenuação destes taludes; após a retirada da capa que reveste o solo deve serpromovida a sua descompactação. Conforme a condição do solo, empregar-se-á um subsolador ou umescarificador; promover em seguida a instalação do sistema de drenagem da área, com a confecção de canaisde escoamento superficiais contornando a mesma; em seguida deve ser colocada uma camada de solo vegetalcom espessura mínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície; promover a distribuição deadubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; conforme cronograma de previsão deliberação da área (02/01/2002), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceasde outono/inverno, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. A semeadura deve serrealizada a partir de abril/maio, conforme condições climáticas; nos meses de inverno do mesmo ano, deve serrealizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas de espécies arbóreas earbustivas nativas, conforme recomendações contidas no presente trabalho; nos meses de inverno proceder oplantio de arbóreas/arbustivas conforme recomendações detalhadas anteriormente.

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Reservatório de água potável - 150 m3: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -16; tamanhoaproximado: 625 m2. Conforme a avaliação, esta área apresenta complexidade de recuperação média. A maiordificuldade que a área apresenta é com relação a declividade do terreno, que é alta, e do fato da mesma poderser visualizada da estrada interestadual, exigindo assim, um tratamento mais elaborado. Contudo a recuperaçãodesta área pode ser considerada tranqüila. Para uma boa reabilitação da área propõe-se: que seja realizada aretirada do reservatório e dos condutores de água do local; a camada de material rochoso que no momentocobre o solo deve ser raspada e depositada junto aos taludes, ajudando na sua suavização; em seguida deve serrealizado o reafeiçoamento da área, suavizando taludes, remodelando do terreno, fazendo com que a topografiase aproxime ao máximo da situação encontrada no entorno. Concomitantemente, um sistema de drenagemdeve ser implantado na área, objetivando a contenção dos processos erosivos. A eficiência deste sistema é desuma importância para a recuperação satisfatória da área, em vista da declividade acentuada do local;promover a descompactação do solo com a utilização de um escarificador; em seguida deve ser colocada umacamada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície daárea. A colocação desta camada de solo vegetal é necessária, pois o solo da área é muito pedregoso e raso;promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; implantar arevegetação no local, com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas deconsorciação propostas anteriormente; no inverno seguinte, deve ser realizada a abertura de covas e preparaçãodas mesmas para o recebimento das mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendaçõescontidas no presente trabalho; em junho, julho ou agosto, proceder o plantio de arbóreas/arbustivas conformerecomendações detalhadas anteriormente.

Bota-fora 12: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -16; tamanho aproximado: 10.000 m2.Conforme avaliação, esta é uma área que apresenta média complexidade de recuperação, podendo servisualizada da estrada, e ficando dentro da área de preservação permanente (mata ciliar), as margens do RioUruguai. Foi realizado trabalho de semeadura de espécies herbáceas no local, apresentado-se a área já emprocesso de recuperação, porém, a vegetação está com desenvolvimento deficiente e os taludes apresentam-sedescobertos e com sulcos de erosão. Em alguns locais dentro da área é necessário a reconformação do terrenocom suavização de taludes. Na grande parte da área o solo apresenta-se com condições de receber a vegetação,contudo há outros locais que necessitam de adição de solo vegetal de boa qualidade para propiciar odesenvolvimento da vegetação. Para uma boa recuperação desta área recomenda-se: a reconformação doterreno onde necessário, com a atenuação dos taludes; que seja promovida a descompactação do solo daqueleslocais desprovidos de vegetação, empregando-se um escarificador; promover em conjunto com o item anterior,a instalação do sistema de drenagem. Este sistema é de grande importância para que se obtenha o controle dosprocessos erosivos e a recuperação da área; após isto, deve ser colocada uma camada de solo vegetal de nomínimo 10cm espessura, nos locais dentro da área que assim necessitarem, inclusive sobre os taludes;distribuir adubo e calcário na área, melhorando as condições de fertilidade do solo; após a preparação doterreno, no inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento demudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas características de matas ciliares, conforme recomendaçõescontidas no presente trabalho. Em seguida, deve-se proceder o plantio das mesmas. Se poderá tambémincrementar a revegetação com a utilização de serapilheira, conforme recomendações já feitas; a partir desetembro, recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão,conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Promover a hidrossemeadura nos taludes,conforme recomendações feitas anteriormente, promovendo o picoteamento da superfície dos taludes para quepermitam o acomodamento das sementes e por conseguinte seu desenvolvimento.

Canteiro da margem esquerda (possível mirante): somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -16;tamanho aproximado: 15.000 m2. É o antigo canteiro de obras da construtora. Nesta área poderá ser locado ofuturo mirante da usina. É um local privilegiado, pois dele consegue-se ter uma ótima visualização dasdiversas estruturas da usina. Necessitará de um tratamento paisagístico, se for confirmada a hipótese dainstalação do mirante. Grande parte do solo da área encontra-se exposto e compactado, outra parte está cobertocom brita ou concreto. De acordo com a avaliação, esta é uma área que apresenta média complexidade derecuperação. Para a recuperação da área recomenda-se: retirar estruturas presentes, como rampa de concreto edemais materiais depositados na área; realizar a raspagem do piso de concreto e do material rochoso que cobreo solo depositando-os junto aos taludes da área, ajudando na suavização dos mesmos; promover adescompactação do solo da área, com o auxílio de um escarificador ou subsolador, conforme condiçõesencontradas; conjuntamente, deve ser implantado o sistema de drenagem da área, com construção de canaisescoadouros que desviarão as águas das chuvas; em seguida deve ser colocada uma camada de solo vegetalcom espessura mínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do local, inclusive sobre ostaludes; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo;

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conforme cronograma de liberação da área (03/09/2001), deve ser realizada a semeadura de espécies herbáceasde primavera/verão. Se houver disponibilidade de mudas, pode ser plantada pangola como alternativa degramíneas. Nos taludes deve ser promovida a hidrossemeadura, conforme recomendações; nos meses deinverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas deespécies arbóreas e arbustivas nativas, procedendo em seguida o plantio, conforme recomendações.

Pátios de estacionamento de ônibus (estrada acesso à balsa): somatório final dos parâmetros de avaliação(∑): -17; tamanho aproximado: 8.493 m2. Esta área consiste de dois estacionamentos de ônibus, um maispróximo a margem do Rio Uruguai e outro localizado mais distante do leito do Rio. Conforme a avaliação,esta área apresenta complexidade de recuperação média, em virtude da existência de material rochosocobrindo o solo e pelo fato de que um dos estacionamentos está dentro da área de preservação permanente,necessitando assim, da implantação de espécies arbóreas nativas próprias de matas ciliares. Favorece o fato deque os estacionamentos estão localizados próximos a maciços de mata nativa. Recomenda-se para areabilitação da área: a retirada de rampas de concreto, e pequenos escritórios presentes na área; a retirada domaterial rochoso que cobre o solo, aproveitando-o se possível, em outros locais dentro do canteiro de obras dausina; após a retirada do revestimento do solo, deve ser promovida a sua descompactação. Conforme acondição do solo, empregar-se-á um subsolador ou um escarificador. Provavelmente, pelo uso que é dadoatualmente a esta área, (ausência de trânsito de maquinário pesado) a camada de solo compactado não será tãoprofunda e a utilização do escarificador talvez seja suficiente para promover uma boa descompactação;promover em seguida a instalação do sistema de drenagem da área, com a confecção de canais de escoamentosuperficiais. Com a desativação definitiva da balsa, recomenda-se “quebrar” os taludes da estrada de acesso,formando-se desta forma um canal de condução, que auxiliará na drenagem da área à montante; em seguidadeve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, espalhada uniformementesobre toda a superfície da área; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições defertilidade do solo; conforme cronograma de previsão de liberação da área (01/03/2002), recomenda-se arevegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de outono/inverno, conforme alternativas deconsorciação propostas anteriormente; nos meses de inverno do mesmo ano, deve ser realizada a abertura decovas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativaspróprias de matas ciliares, conforme recomendações contidas no presente trabalho.

Estoque 6D (espigão): somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -18; tamanho aproximado: 10.000m2. Esta área já está em processo de recuperação. Foi realizado hidrossemeadura com espécies herbáceas noespigão. De acordo com a avaliação, pelas características que apresenta, esta área tem alta complexidade derecuperação. Possui alta declividade e suscetibilidade à erosão. Na parte localizada próxima ao rio anecessidade de solo é maior, por apresentar a sua superfície coberta por material rochoso. No espigão o terrenoapresenta-se reconformado com presença de bancadas. Assim, como linhas básicas para a continuidade darecuperação desta área propõe-se: promover a distribuição de adubo e calcário na parte do espigão, com oobjetivo de melhorar as condições de fertilidade do solo; promover a escarificação na parte próxima ao rio(área do estoque 6D); instalar eficiente sistema de drenagem no local; na parte próxima ao rio (estoque 6D)deve ser distribuído solo vegetal para dar condições à vegetação implantada se desenvolver e desta formacobrir o solo em sua totalidade; promover a distribuição de adubo e calcário, para melhorar as condições defertilidade do solo; promover a semeadura de espécies herbáceas em toda a área. Nos taludes usar o método dahidrossemeadura; em conjunto com a medida anterior, recomenda-se que seja coletada serapilheira nas matasnativas próximas, fazendo sua semeadura logo em seguida, em toda a área. Usar também o método deimplantação de arbóreas e arbustivas por sementes.

Bota-fora 8: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -18; tamanho aproximado: 6.626 m2. De acordocom a avaliação, esta é uma área que apresenta alta complexidade de recuperação. Poderá ser visualizada daestrada e ficará dentro da área de preservação permanente (mata ciliar), as margens do reservatório da usina.Haverá a necessidade da retirada do material rochoso que cobre o solo e colocação de solo vegetal nos locaisonde o solo se apresentar escasso e com maior pedregosidade. Para uma boa recuperação desta árearecomenda-se: ser promovida a retirada do material rochoso que cobre o solo, depositando-o junto aos taludes;após a remoção de todo o material rochoso que reveste o local, deve ser promovida a descompactação do soloda área, empregando-se um subsolador; promover em seguida a instalação do sistema de drenagem. Estesistema é de grande importância para que se obtenha o controle dos processos erosivos e a recuperação daárea; após isto, deve ser colocada uma camada de solo vegetal de no mínimo 30cm de espessura, nos locaisdentro da área que assim necessitarem, inclusive sobre os taludes; distribuir adubo e calcário na área,melhorando as condições de fertilidade do solo; após a preparação do terreno, recomenda-se a revegetação dolocal com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação

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propostas anteriormente; no inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para orecebimento de mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas características de matas ciliares, conformerecomendações contidas no presente trabalho. Nos meses de junho, julho e agosto, proceder o plantio dearbóreas/arbustivas conforme recomendações detalhadas anteriormente.

Jazida Xavier: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -19; tamanho aproximado: 45.900 m2.Conforme avaliação, esta saibreira apresenta alta complexidade de recuperação. É uma área extensa quecontorna um morro apresentando alta declividade e suscetibilidade à erosão. A área deverá ser remoldada,formando-se bancadas para estabilização do terreno. Os taludes devem ter conformação suavizada, para que asnovas feições do terreno se aproximem do relevo natural encontrado antes da exploração. A área está quaseque totalmente desprovida de solo vegetal, expondo seu subsolo, muito pedregoso. Por este motivo, a demandapor um solo de melhor qualidade, que dê condições para o desenvolvimento da vegetação, será grande. Outroponto a ser observado com vistas a recuperação, é que esta área será quase que totalmente visualizada daestrada interestadual a ser implantada. Para a reabilitação da área recomenda-se: promover o reafeiçoamentodo terreno com a formação de bancadas, de acordo com as recomendações feitas anteriormente; promover adescompactação do solo; promover a instalação de sistema de drenagem da área. Este sistema, devido ascondições de declividade do terreno e tamanho da área, deve seguir um projeto de engenharia detalhado; apósa remodelagem do terreno e implantação das obras de drenagem, deve ser colocada uma camada de solovegetal com espessura mínima de 10cm, espalhando-o uniformemente sobre toda a superfície da área,inclusive taludes; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo;depois do solo preparado, recomenda-se realizar a revegetação do local com a semeadura de espéciesherbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Se houverdisponibilidade de mudas, é recomendado o plantio de pangola como alternativa de gramíneas; a existência demata nativa no entorno da saibreira auxiliará na recomposição da vegetação do local. Recomenda-se que sejarealizado o enriquecimento da vegetação com a utilização de serapilheira, que pode ser coletada nas mataspróximas a área.

Pátio da pré-montagem das virolas: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -21; tamanhoaproximado: 12.235 m2. Esta é uma área que apresenta alta complexidade de recuperação. É relativamentegrande apresentando a montante talude em solo não consolidado com altura de aproximadamente 20 metros. Osolo do local apresenta-se coberto por uma espessa camada de matacos e pedras muito compactada. A área temalta suscetibilidade à erosão, com riscos de deslizamentos no talude superior ao patamar de trabalho. Estetalude é bastante alto e apresenta rachaduras por onde infiltram as águas das chuvas. Há necessidade da quebrados taludes, suavizando-os, formando 2 ou 3 bermas. Segundo informações, no projeto de engenharia da obra,já estão previstas ações relativas a reconformação topográfica e implantação de sistema de drenagem, quenesta área são bem mais complexas. O local está inserido na área de preservação permanente, necessitandoassim, da implantação de espécies arbóreas nativas próprias de matas ciliares. Favorece o fato de que a áreaestá localizada próxima a maciços de mata nativa. Para uma eficiente recuperação da área recomenda-se: aretirada das estruturas físicas (escritório, gruas, etc.) e materiais depositados na área; promover oreafeiçoamento do terreno, remodelando-o para que se aproxime o máximo possível da situação naturalexistente antes da interferência. A confecção de bermas no talude a montante da área será necessária, emvirtude da altura dos mesmos; concomitantemente, deve ser confeccionado o sistema de drenagem da área,conforme projeto de engenharia. Este sistema é de grande importância para que se obtenha a recuperação daárea, haja visto a alta suscetibilidade a erosão no local; promover a descompactação do solo da área, com oauxílio de um subsolador; em seguida deve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessura mínimade 30cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do local, inclusive sobre os taludes; promover adistribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; conforme cronograma deprevisão de liberação da área (01/04/2002), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espéciesherbáceas de outono/inverno, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Nos taludesdeve ser promovida a hidrossemeadura, conforme recomendações; nos meses de inverno do mesmo ano, deveser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas de espécies arbórease arbustivas nativas próprias de matas ciliares, procedendo em seguida o plantio, conforme recomendaçõescontidas no presente trabalho.

Bota-fora 9: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -21; tamanho aproximado: 47.404 m2. Segundoavaliação, esta área apresenta alta complexidade de recuperação. É extensa, sua superfície está quase quetotalmente coberta com material rochoso, que impossibilita o estabelecimento e desenvolvimento satisfatóriode espécies vegetais de maior valor. Em alguns locais dentro da área, onde a fertilidade do solo permite e nãohá trânsito de veículos, encontra-se escassa cobertura de espécies herbáceas. Há nesta área uma grande

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necessidade de adição de solo vegetal para permitir melhor desenvolvimento da vegetação. Esta área necessitade um projeto de engenharia detalhado com relação a reconformação topográfica do terreno e a implantaçãodo sistema de drenagem da área. Para a recuperação desta área recomenda-se: a promoção da descompactaçãodo solo da área, empregando-se um subsolador. Conjuntamente com esta medida deve ser promovido oreafeiçoamento do terreno, remodelando-o para que se aproxime o máximo possível da situação naturalexistente anteriormente; promover em seguida a instalação do sistema de drenagem da área, conforme projetode engenharia. Este sistema será de grande importância para que os processos erosivos sejam controlados e avegetação se estabeleça na área; após isto, deve ser colocada uma camada de solo vegetal de no mínimo de30cm espessura, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do terreno, inclusive sobre os taludes; fazera distribuição de adubo e calcário na área, melhorando as condições de fertilidade do solo; após a preparaçãodo terreno, recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão,conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Nos taludes deve ser promovida ahidrossemeadura. Havendo disponibilidade de mudas pode ser utilizada a pangola como alternativa paragramíneas; recomenda-se que seja realizado o enriquecimento da vegetação com a utilização de serapilheira,que pode ser coletada nas matas próximas a área.

Jazidas de solo e transição da margem esquerda: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -21;tamanho aproximado: 80.000 m2. Conforme avaliação, estas jazidas de solo apresentam alta complexidade derecuperação. É uma área extensa que apresenta relevo bastante ondulado e alta suscetibilidade à erosão. A áreadeverá ser reafeiçoada, formando-se bancadas para estabilização do terreno. Os taludes devem terconformação suavizada, para que as novas feições do terreno se aproximem do relevo natural encontrado antesda exploração. A maior parte da área está desprovida de solo de boa qualidade para a implantação devegetação. Assim, a demanda por um solo de melhor qualidade, que dê condições para o desenvolvimento davegetação, será grande. Outro ponto a ser observado com vistas a recuperação, é que esta área será seccionadapela rodovia interestadual a ser implantada. Para a reabilitação da área recomenda-se: proceder oreafeiçoamento do terreno, de acordo com as recomendações feitas anteriormente. O remodelamento deve serrealizado objetivando a estabilização da área, contendo os processos erosivos, dando assim, condições para oestabelecimento da vegetação. A conformação final do terreno deve aproximar-se o máximo possível dasituação encontrada antes da exploração; em conjunto com o remodelamento do terreno, deve ser instalado osistema de drenagem da área. Este sistema, devido as condições de declividade do terreno e tamanho da área,deve seguir um projeto de engenharia detalhado; após a remodelagem do terreno e implantação das obras dedrenagem, deve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, naqueles locaisdentro da área que não possuírem condições mínimas para o estabelecimento da vegetação; promover adistribuição de adubo e calcário em toda a área, melhorando as condições de fertilidade do solo; depois do solopreparado, recomenda-se realizar a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas deprimavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Se houver disponibilidade demudas, é recomendado o plantio de pangola como alternativa de gramíneas; nos meses de inverno, deve serrealizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas de espécies arbóreas earbustivas nativas, procedendo em seguida o plantio, conforme recomendações; a existência de mata nativa noentorno da jazida auxiliará na recomposição da vegetação do local. Recomenda-se que seja realizado oenriquecimento da vegetação com a utilização de serapilheira, que pode ser coletada nas matas próximas aárea.

Pátio de estocagem de peças da eletromecânica: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -22;tamanho aproximado: 30.071 m2. De acordo com a avaliação, esta é uma área que apresenta alta complexidadede recuperação. O solo do local apresenta-se coberto por uma camada de material rochoso compactado. Opatamar de trabalho é plano, porém, acima e abaixo deste, os taludes apresentam-se declivosos e com altasuscetibilidade à erosão. O local está inserido na área de preservação permanente, necessitando assim, daimplantação de espécies arbóreas nativas. Para a recuperação da área recomenda-se: a retirada das peçasmetálicas e demais materiais depositados na área; realizar a raspagem do material rochoso que cobre o solodepositando-o junto aos taludes da área, ajudando na suavização dos mesmos; a promoção do reafeiçoamentodo terreno, remodelando-o de forma que se aproxime o máximo possível da situação natural existente antes dainterferência; conjuntamente, deve ser implantado o sistema de drenagem da área, conforme projeto deengenharia; promover a descompactação do solo da área, com o auxílio de um escarificador ou subsolador,conforme condições encontradas após a retirada do material que reveste o solo; em seguida deve ser colocadauma camada de solo vegetal com espessura mínima de 10cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfíciedo local, inclusive sobre os taludes; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições defertilidade do solo; conforme cronograma de liberação da área (01/07/2002), nos meses de inverno do mesmoano, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas de

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espécies arbóreas e arbustivas nativas, procedendo em seguida o plantio, conforme recomendações contidas nopresente trabalho; implantar a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas deprimavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Se houver disponibilidade demudas, pode ser plantada pangola como alternativa de gramíneas. Nos taludes deve ser promovida ahidrossemeadura, conforme recomendações.

Estoque 5: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -22; tamanho aproximado: 22.260 m2. Esta émais uma área que também apresenta alta complexidade de recuperação. É uma área extensa e a superfície dolocal apresenta-se na sua totalidade coberto por material rochoso. Haverá a necessidade da recolocação degrande quantidade de solo vegetal, para permitir o melhor desenvolvimento da vegetação a ser implantada.Esta área será seccionada pela passagem da rodovia interestadual, necessitando assim, de um tratamento derecuperação mais elaborado. Esta área precisa de um projeto de engenharia detalhado com relação areconformação topográfica do terreno e da implantação do sistema de drenagem da área. Para uma boarecuperação desta área recomenda-se: que após a remoção de todo o material rochoso que reveste o solo dolocal, seja promovida a descompactação do solo da área, empregando-se um subsolador. Conjuntamente comestas medidas deve ser promovido o reafeiçoamento do terreno, remodelando-o para que se aproxime omáximo possível da situação natural existente anteriormente; promover em seguida a instalação do sistema dedrenagem da área, conforme projeto de engenharia. Este sistema é de grande importância para que se obtenhaa recuperação da área, controlando os processos erosivos; após isto, deve ser colocada uma camada de solovegetal de no mínimo 30cm de espessura, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do local, inclusivesobre os taludes; distribuir adubo e calcário na área, melhorando as condições de fertilidade do solo; após apreparação do terreno, recomenda-se a revegetação do local com a semeadura de espécies herbáceas deoutono/inverno, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Nos taludes deve serpromovida a hidrossemeadura; no inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmaspara o recebimento de mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendações contidas nopresente trabalho; nos meses de junho, julho e agosto, proceder o plantio de arbóreas/arbustivas conformerecomendações detalhadas anteriormente.

Lavanderia, parte da área de lazer, alojamentos (blocos A, B1 e B2), ambulatório, cozinha e refeitório,estacionamento dos alojamentos/refeitório, terminal rodoviário, fossa séptica para os alojamentos:somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -23; tamanho aproximado: 42.198 m2. Esta é uma áreaextensa, que necessitará remodelamento do terreno com suavização de taludes para aproximação do relevonatural. Por ser uma área grande, o revestimento do solo constituído de piso de concreto e material rochoso aser retirada será grande. Também demandará uma grande quantidade de solo vegetal para cobrir a superfície edar boas condições para a vegetação se desenvolver. É uma área que será quase que totalmente visualizada daestrada interestadual que será implantada. Assim, segundo a avaliação, e considerações apresentadas, esta áreaapresenta complexidade de recuperação alta. Para a reabilitação da área recomenda-se: inicialmente a remoçãode todas as estruturas físicas presentes na área, tais como refeitório, alojamentos, ambulatório, etc.; após isto,deve ser promovida a retirada do material rochoso que reveste o solo e os pisos de concreto da quadra deesportes e das construções, aproveitando-o se possível, em outros locais dentro da obra. Caso não seja possívelesta reutilização, este material pode ser acondicionado junto a taludes declivosos, sendo atenuada estadeclividade, ou ainda ser depositado em áreas que serão posteriormente alagadas com o enchimento doreservatório. As fossas sépticas podem devem ser limpas e podem ser preenchidas com este material, sendodepois fechadas; após a retirada da capa que reveste o solo deve ser promovida a sua descompactação.Conforme a condição do solo, deve ser empregado o subsolador ou o escarificador; promover a instalação desistema de drenagem da área. Este sistema, devido as condições de declividade do terreno e tamanho da área,deve seguir um projeto de engenharia detalhado; em seguida deve ser colocada uma camada de solo vegetalcom espessura mínima de 10cm, naqueles locais que assim exigirem, espalhando o solo uniformemente sobrea área; promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; de acordocom o cronograma de previsão de liberação da área (01/08/2002), recomenda-se a revegetação do local com asemeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostasanteriormente. Se houver disponibilidade de mudas, pode ser plantada pangola como alternativa de gramíneas;nos meses de inverno do mesmo ano, se possível, deve ser realizada a abertura de covas e preparação dasmesmas para o recebimento das mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendaçõescontidas no presente trabalho; após a abertura das covas proceder o plantio de arbóreas/arbustivas, conformerecomendações detalhadas anteriormente; em virtude da área ser liberada no final da época recomendada parao plantio de essências arbóreas (final de agosto), é recomendado o uso de serapilheira em alguns locais dentroda área, com a finalidade de que não se perca a época mais indicada para a implantação de arbóreas na área (aimplantação da serapilheira é mais rápida).

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Pátio da carpintaria, ferro e pré-moldados: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -23; tamanhoaproximado: 22.508 m2. Esta é uma das áreas com maior complexidade de recuperação. É uma área grande,apresentando taludes em solo não consolidados com altura de aproximadamente 20 metros. O solo do localapresenta-se coberto por uma espessa camada de matacos e pedras muito compactada. A área tem altasuscetibilidade à erosão, com riscos de deslizamentos no talude inferior do patamar de trabalho. Este talude ébastante alto e apresenta rachaduras por onde infiltram as águas das chuvas. Há necessidade da quebra dostaludes, suavizando-os, formando 2 ou 3 bermas. Segundo informações, no projeto de engenharia da obra, jáestão previstas ações relativas a conformação topográfica e implantação de sistema de drenagem, que nestaárea são bem mais complexas, por este motivo, tais ações serão aqui omitidas. Para uma eficiente recuperaçãodesta área recomenda-se: a retirada das estruturas físicas (pavilhões, gruas, etc.) e materiais depositados naárea; promover a sua descompactação da camada superficial. Conforme a condição do solo, empregar-se-á umsubsolador ou um escarificador. Conjuntamente com estas medidas deve ser promovido o reafeiçoamento doterreno, remodelando-o para que se aproxime o máximo possível da situação natural existente antes dainterferência; promover em seguida a instalação do sistema de drenagem da área, conforme projeto deengenharia. Este sistema é de grande importância para que se obtenha a recuperação da área, haja visto a altasuscetibilidade a erosão existente; em seguida deve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessuramínima de 30cm, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do local, inclusive sobre os taludes;promover a distribuição de adubo e calcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; de acordo com ocronograma de previsão de liberação da área (01/10/2001), até que o terreno seja preparado para receber assementes, a época recomendada para a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão poderá estarultrapassada. Assim, num dado momento, próximo a semeadura terá que ser tomada a decisão de que espéciesutilizar na área. Nos taludes deve ser promovida a hidrossemeadura, conforme recomendações feitasanteriormente.

Central de britagem e estoque de brita: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -23; tamanhoaproximado: 52.200 m2. Esta é mais uma área que também apresenta alta complexidade de recuperação. É umaárea extensa e o solo do local apresenta-se na sua quase totalidade coberto por brita. Haverá a necessidade darecolocação de grande quantidade de solo vegetal, para permitir o melhor desenvolvimento da vegetação a serimplantada. Esta área será seccionada pela passagem da rodovia interestadual, necessitando assim, de umtratamento de recuperação mais elaborado. Esta área precisa de um projeto de engenharia detalhado comrelação a reconformação topográfica do terreno e da implantação do sistema de drenagem da área. Para umaboa recuperação desta área recomenda-se: inicialmente a retirada de toda a brita existente na área; a retirada deequipamentos e estruturas físicas existentes no local, tais como britadores, esteiras, estruturas de concreto,escritórios, etc.; em seguida deve ser promovida a raspagem da superfície do terreno, retirando-se a capaimpermeável que reveste o solo; aproveitando-se este material, se possível, em outros locais dentro da obra.Caso não seja possível esta reutilização, recomenda-se que sejam depositados junto aos taludes da área,promovendo a suavização dos mesmos; promover a descompactação do solo empregando, conforme a suacondição, um subsolador ou um escarificador. Conjuntamente com estas medidas deve ser promovido oreafeiçoamento do terreno, remodelando-o para que se aproxime o máximo possível da situação naturalexistente anteriormente; promover em seguida a instalação do sistema de drenagem da área, conforme projetode engenharia. Este sistema é de grande importância para que se obtenha a recuperação da área, controlando osprocessos erosivos que por ventura venham a ocorrer; em seguida deve ser colocada uma camada de solovegetal com no mínimo 10cm de espessura, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do local,inclusive sobre os taludes; distribuir adubo e calcário na área, melhorando as condições de fertilidade do solo;de acordo com o cronograma, a área será liberada para ser trabalhada em 01/10/2001. Até que o terreno estejadevidamente preparado, a época recomendada para a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verãopoderá estar ultrapassada. Assim, num dado momento, próximo a semeadura terá que ser tomada a decisão deque espécies utilizar na área. Se for possível preparar o terreno em tempo hábil, recomenda-se a revegetaçãodo local com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciaçãopropostas anteriormente. Se houver disponibilidade de mudas, pode ser plantada pangola como alternativa degramíneas. Nos taludes deve ser promovida a hidrossemeadura, conforme recomendações feitas anteriormente;no inverno seguinte, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento demudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendações contidas no presente trabalho; nosmeses de junho, julho e agosto, proceder o plantio de arbóreas/arbustivas conforme recomendações detalhadasanteriormente.

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Estoque 4 + estoque de matacos: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -23; tamanho aproximado:26.900 m2. Conforme avaliação, esta é uma área extensa e a superfície do local apresenta-se na sua totalidadecoberto por material rochoso. Esta é mais uma área que apresenta alta complexidade de recuperação, devidoprincipalmente a falta de solo vegetal, havendo a necessidade da recolocação de grande quantidade deste parapermitir o melhor desenvolvimento da vegetação a ser implantada. Esta área necessita de um projeto deengenharia detalhado com relação a reconformação topográfica do terreno e a implantação do sistema dedrenagem da área. Para a recuperação desta área recomenda-se: que depois da retirada de todo o materialrochoso que reveste a superfície da área, seja promovida a descompactação do solo, empregando-se umsubsolador. Conjuntamente com estas medidas deve ser promovido o reafeiçoamento do terreno, remodelando-o para que se aproxime o máximo possível da situação natural existente anteriormente; promover em seguida ainstalação do sistema de drenagem da área, conforme projeto de engenharia. Este sistema será de grandeimportância para que a vegetação consiga se estabelecer na área; após isto, deve ser colocada uma camada desolo vegetal de no mínimo 10cm de espessura, espalhada uniformemente sobre toda a superfície do terreno,inclusive sobre os taludes; fazer a distribuição de adubo e calcário na área, melhorando as condições defertilidade do solo; após a preparação do terreno, recomenda-se a revegetação do local com a semeadura deespécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Nostaludes deve ser promovida a hidrossemeadura.

Pedreira: somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -23; tamanho aproximado: 20.000 m2. A área dapedreira é uma das que tem a recuperação mais difícil, em razão da ausência de solo vegetal. A recuperação aser executada nesta área objetiva amenizar os impactos relacionados com a paisagem. Essa recuperação nãoconseguirá atingir uma condição idêntica a existente antes da exploração, porém o que se pretende é aharmonização da paisagem com o meio circundante, buscando-se o enriquecimento da área minerada com umacomposição florística de potencial paisagístico, adaptada às condições físicas do meio e atraente à faunasilvestre. Para a recuperação da área recomenda-se: que ao final da exploração se formem bancadas, comaltura máxima de 8 a 10 metros, com inclinação voltada para o pé do talude superior. Isto possibilitará aimplantação da vegetação e com o tempo o encobrimento dos taludes em rocha expostos, reduzindo-se assim,o impacto visual gerado; depositar matacos e outros materiais de descarte junto aos taludes da praça deexploração, promovendo sua suavização; promover a instalação de sistema de drenagem da área. Este sistemaé de grande importância para a estabilização e desenvolvimento da vegetação; promover o recapeamento comsolo vegetal da praça da cava de mineração e no platô das bancadas formadas, previstas para a configuraçãofinal da pedreira. A camada mínima para o revestimento dessas áreas é de 30 centímetros, devendo-se,imediatamente após a recolocação da camada de solo, efetuar a correção de sua acidez e fertilidade, criando ascondições necessárias para a revegetação; depois do solo preparado, recomenda-se realizar a revegetação dolocal com a semeadura de espécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciaçãopropostas anteriormente. Se houver disponibilidade de mudas, é recomendado o plantio de pangola comoalternativa de gramíneas; as espécies arbóreas/arbustivas serão introduzidas após uma primeira etapa darevegetação, quando a cobertura vegetal formada por espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas) já estiverbem estabelecida. Nos meses de inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas parao recebimento das mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas pioneiras, procedendo em seguida oplantio, conforme recomendações; a existência de mata nativa no entorno da pedreira auxiliará narecomposição da vegetação do local. Recomenda-se que seja realizado o enriquecimento da vegetação com autilização de serapilheira, que pode ser coletada nas matas próximas a área.

Pátio de máquinas (oficina mecânica): somatório final dos parâmetros de avaliação (∑): -24; tamanhoaproximado: 14.474 m2. Conforme a avaliação esta é mais uma área que apresenta alta complexidade derecuperação, em virtude principalmente da existência de material rochoso cobrindo o solo, que necessita serretirado, pela necessidade de recolocação de solo vegetal em boa quantidade e também pela necessidade deremodelamento do terreno, com atenuação do talude a jusante da área. Esta área poderá ser visualizada pelarodovia interestadual que cruzará o atual canteiro de obras, necessitando assim, de um tratamento derecuperação mais elaborado. Esta área precisa de um projeto de engenharia detalhado com relação areconformação topográfica do terreno e da implantação do sistema de drenagem da área. Para uma boarecuperação desta área recomenda-se: a retirada da construção presente na área; em seguida deve serpromovida a raspagem da superfície do terreno, retirando-se a capa impermeável que reveste o solo;aproveitando-se este material, se possível, em outros locais dentro da obra. Caso não seja possível estareutilização, recomenda-se que sejam depositados junto aos taludes da área, promovendo a suavização dosmesmos; pelo uso que é dado área, com trânsito de maquinário pesado, a descompactação do solo é necessária.Assim, deve ser promovida a descompactação do solo empregando um subsolador (ripper). Conjuntamentecom estas medidas deve ser promovido o reafeiçoamento do terreno, remodelando-o para que se aproxime o

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máximo possível da situação natural existente anteriormente; promover em seguida a instalação do sistema dedrenagem da área, conforme projeto de engenharia. Este sistema é de grande importância para que se obtenhaa recuperação da área, controlando os processos erosivos que por ventura venham a ocorrer; em seguida deveser colocada uma camada de solo vegetal com no mínimo de 10cm espessura, espalhada uniformemente sobretoda a superfície do local, inclusive sobre os taludes; distribuir adubo e calcário na área, melhorando ascondições de fertilidade do solo; após a preparação do terreno, recomenda-se que a revegetação do local sejarealizada a partir de abril, com a semeadura de espécies herbáceas de outono/inverno, conforme alternativas deconsorciação propostas anteriormente; no inverno, deve ser realizada a abertura de covas e preparação dasmesmas para o recebimento de mudas de espécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendaçõescontidas no presente trabalho; nos meses de junho, julho e agosto, proceder o plantio de arbóreas/arbustivasconforme recomendações detalhadas anteriormente.

Oficina de manutenção industrial, montagem e almoxarifados: somatório final dos parâmetros deavaliação (∑): -25; tamanho aproximado: 44.087 m2. Esta área também apresenta alta complexidade derecuperação. É uma área grande localizada em aterro sobre rocha, com alta declividade e suscetibilidade àerosão. O solo do local apresenta-se coberto por uma espessa camada de matacos e pedras muito compactada.Haverá a necessidade da recolocação de grande quantidade de solo vegetal, para permitir o melhordesenvolvimento da vegetação a ser implantada. Segundo informações, no projeto de engenharia da obra, jáestão previstas ações relativas a conformação topográfica e implantação de sistema de drenagem, que nestaárea são bem mais complexas do que na maioria das outras. Para uma eficiente recuperação desta árearecomenda-se: a retirada das estruturas físicas existentes no local, tais como pavilhões, rampas de concreto,escritórios, etc. e materiais depositados na área como transformadores, pneus, bobinas, peças metálicas, etc.;em seguida deve ser promovida a retirada de pisos de concreto que cobrem o solo; promover adescompactação do solo. Conforme a condição do solo, empregar-se-á um subsolador ou um escarificador.Conjuntamente com estas medidas deve ser promovido o reafeiçoamento do terreno, remodelando-o para quese aproxime o máximo possível da situação natural existente antes da interferência; promover em seguida ainstalação do sistema de drenagem da área, conforme projeto de engenharia. Este sistema é de grandeimportância para que se obtenha a recuperação da área, haja visto a alta suscetibilidade a erosão no local; emseguida deve ser colocada uma camada de solo vegetal com espessura mínima de 30cm, espalhadauniformemente sobre toda a superfície do local, inclusive sobre os taludes; promover a distribuição de adubo ecalcário, melhorando as condições de fertilidade do solo; após a preparação do terreno, de acordo com ocronograma de liberação da área (03/06/2002), recomenda-se a revegetação do local com a semeadura deespécies herbáceas de primavera/verão, conforme alternativas de consorciação propostas anteriormente. Sehouver disponibilidade de mudas, pode ser plantada pangola como alternativa de gramíneas. Nos taludes deveser promovida a hidrossemeadura, conforme recomendações feitas anteriormente; nos meses de inverno domesmo ano, deve ser realizada a abertura de covas e preparação das mesmas para o recebimento das mudas deespécies arbóreas e arbustivas nativas, conforme recomendações contidas no presente trabalho; nos meses deinverno proceder o plantio de arbóreas/arbustivas conforme recomendações detalhadas anteriormente.

A seguir, na Figura 2, visualiza-se o mapa parcial do canteiro de obras da UHE Machadinho, onde algumasáreas são representadas juntamente com suas medidas de recuperação.

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PROPOSTA DE INSTALAÇÃO DE ÁREAS EXPERIMENTAISO presente trabalho visa definir diretrizes de recuperação que objetivam o melhor resultado ambiental com umbaixo custo de recuperação. Para a definição deste ponto de equilíbrio é importante a realização de testes.Entende-se que, pelos prazos e cronograma da obra, é importante a realização de diversas experimentações emtermos de alternativas tecnológicas de recuperação. Assim, propõe-se a instalação de pequenas áreasexperimentais dentro do canteiro de obras para a validação das sugestões e indicações aqui arroladas e deoutras mais que por ventura surjam no decorrer da execução da recuperação.

Estas áreas terão por finalidade o teste e validação de medidas reparadoras da degradação da área do canteirode obras. Com isso, poder-se-á recomendar, com mais segurança, os procedimentos e etapas da recuperação,minimizando as possibilidades de erro e insucesso e, dessa forma, estar-se-á evitando gastos desnecessários.Por exemplo, em muitas áreas recomenda-se que seja feito a remoção da camada rochosa que cobre o solo,porém nada impede que se busque alternativas a um custo menor para a recuperação das mesmas.

Estes experimentos buscarão avaliar o desempenho da vegetação nas áreas revestidas com brita ou cascalho oupiso de concreto, aterros, cortes, etc. utilizando-se formas variadas de implantação: hidrossemeadura,semeadura a lanço, semeadura em linhas, plantio de mudas ou leivas, uso de serapilheira, etc. Além destesexperimentos, poderão ser feitos outros, avaliando o uso de cavacos originados da picagem de galhos e ramosda vegetação a ser retirada da área de alagamento do reservatório. Com a decomposição deste material seobterá um produto rico em matéria orgânica, que poderá ser distribuído nas áreas em recuperação,incrementando a fertilidade do seu solo. Outro experimento que poderá ser testado em áreas revestidas commaterial rochoso é o uso de explosivos, provocando detonações leves, de forma a criar fendas na superfícieque possibilitem a colocação de solo e o desenvolvimento das raízes da vegetação posteriormente implantada.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃOElaborou-se um cronograma de execução baseado no material fornecido pela empresa construtora, que constade um cronograma geral de liberação das áreas afetadas. A partir destas datas, poderão ser iniciados ostrabalhos de recuperação ambiental. Muitas das medidas de recuperação propostas, em especial aquelasrelacionadas com a época de semeadura de espécies herbáceas e plantio de mudas de arbóreas e arbustivasnativas, foram baseadas nestas datas de liberação.

Uma ressalva importante deve ser feita em relação ao cronograma. Provavelmente, este programa sofrerámodificações importantes, antecipando todas as etapas de construção e início de operação da usina. Assim,conseqüentemente, o cronograma de início das atividades de recuperação também deverá ser modificado.

CONSIDERAÇÕES FINAISO presente trabalho não é um plano fechado. Ele poderá receber alterações, desde que estas venham a auxiliarna obtenção de melhores resultados na recuperação das áreas degradadas do canteiro de obras da usina.

Entende-se que o planejamento e definição do projeto da estrada interestadual que cruzará a área da usina éessencial para a implementação da recuperação das áreas degradadas, pois a partir deste parâmetro, será feito arecuperação de determinadas áreas, sobretudo aquelas que serão visualizadas pelas pessoas que por alipassarem.

Alguns quesitos básicos para a recuperação, tais como, espessura da camada de solo vegetal a ser depositadonas áreas, remoção dos atuais revestimentos da superfície das áreas e destinação adequada deste material, tipode vegetação a ser implantada, etc., deverão ser discutidos e analisados o mais brevemente possível,considerando os custos e resultados de recuperação esperados. Neste particular, a implantação de parcelasexperimentais no canteiro de obras é muito interessante para se averiguar, na prática, a eficácia das medidasrecomendadas.

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O monitoramento contínuo das áreas em recuperação vai objetivar a avaliação e eficiência dos procedimentosutilizados na recomposição da paisagem e na reabilitação do ecossistema como um todo. A partir destasavaliações, deverão ser elaboradas as medidas de intervenção no processo, considerando-se as necessidades demodificação ou intensificação das medidas propostas. O acompanhamento do desenvolvimento das espéciesutilizadas na revegetação deve ser continuamente avaliado no que diz respeito ao comportamento e adaptaçãoàs condições existentes no local, dando continuidade aos processos de sucessão natural.

As reuniões periódicas entre o consórcio proprietário do empreendimento e a empresa construtora são muitoimportantes para a definição das diretrizes de trabalho a serem adotadas. Desta forma, com a participação ecooperação mútua os objetivos serão alcançados mais rapidamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. BLOSSFELD, H. Jardinagem. São Paulo: Ed. Melhoramentos, 1965.2. CARVALHO, P.A.S. (coord.). Manual de Geotecnia - taludes de rodovias: orientação para diagnóstico

e soluções de seus problemas. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1991. 388p..3. CHACEL, F. M.; LINHARES, S. Tratamento paisagístico da Barragem de Furnas. Anais do Seminário

de Paisagismo do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Rio de Janeiro.4. Conferência de Estocolmo. Declaração sobre o Ambiente Humano - 1972. Ed. Sphan - Patrimônio

Natural, 1988.5. CONSTRUÇÃO REGIÃO SUL. Revista especializada. Ano XXXIV, no 378. Editora PINI. Edição

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 39

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