XI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR DOMUS uma homenagem a … · porta da casa, e colocou o prato de comida...

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DOMUS Sapientiae ...uma homenagem a Lygia Fagundes Telles! XI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR 2016 “Sabendo interpretar o que lê, o estudante organiza as ideias e produz bom texto. O resto é conversa, falsa teoria.” LYGIA FAGUNDES TELLES

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DOMUSSapientiae

...uma homenagem a Lygia Fagundes Telles!XI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

2016

“Sabendo interpretar o que lê,o estudante organiza as ideias e produz bom texto.

O resto é conversa, falsa teoria.”LYGIA FAGUNDES TELLES

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APRESENTAÇÃOEstamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação

instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos

e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

NEUZA MARIA SCATTOLINIMantenedora e Diretora

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SUMÁRIO11

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os6 Anos - Fundamental

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os7 Anos - Fundamental

O FILHO DA BURRA - Laura Papaiano Marques

A SERPENTE E O FILHO DA BURRA - Francisco Andres Delgado Trunkl

O COELHO E O GATO - Mariana Sati Ribeiro Hirakawa

O FILHO DA BURRA - Giovanni Garcia de Gáspari Valdejão

O FILHO DA BURRA - Bruno Jassa Corrêa Ramos

UM SONHO MALUCO - Ingrid Neubauer Ferreira

O SAPO E O GRANDE ESCORPIÃO - Gabrielle Che Fernandes

CONTINUAÇÃO DO CONTO “O FILHO DA BURRA” - Kauê Sadala Ferreira Lopes

SALVADORES DO CAMPO - Ana Beatriz Garcia Jaess da Silva

UM SONHO ESQUISITO - Fernando Lima de Abreu

BANDA DE ZUMBI? - Barbara Camelo Gobbo

A CORUJA E O PAPAGAIO - Larissa Soares Ricci

A CRIAÇÃO PERFEITA - Guilherme Chaves Brito

A CRIAÇÃO SEGUNDO OS ÍNDIOS MACUXIS - Alberto Natale dos Santos

DEUSA DA ÁGUA: A ORIGEM - Ana Beatriz Marques Vitório

A PEQUENA ESTRELA - Diogo Kenzo Orii

POR QUE OS VULCÕES ENTRAM EM ERUPÇÃO? - Aline Arissa Takano

UM FURO NA LUA - Gabriel Simões Missio

CHIROPTERAT, O DEUS DOS ARES - Lucas Boehmer de Araujo Leite

LENDA DA COBRA-ESCORPIÃO - Maria Vitória de Figueiredo Barduco

MÃE NATUREZA - Yasmin Kassem El-Sayed

HORUNGA - Eduardo Cipolli Bezerra

O DESERTO - Ingrid Berno Teixeira

NAOMI - Valentina Jordani Mcmahon

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os9 Anos - Fundamental49

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os8 Anos - Fundamental31

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O PACTO DO DEMÔNIO - Giulia Moraes Iassuda

INFECÇÃO HUMANA - Thiago Fernandes Menache

UM COVARDE É SEMPRE UM COVARDE - Elisa de Camargo Soares Pires

OS MORTOS VIAJAM RÁPIDO - Giovanna C. B. Shibuya / Naomy M. Tung / Manuela S. Guida

OS MORTOS VIAJAM RÁPIDO - Giovanna Almeida Caffaro

MORTE DO NASCIMENTO - Sofia Silva Squipano

O BEIJO LETAL - Luísa Basile Teixeira

SILÊNCIO - Juan Martín Sola

VÍRUS DOENTE - Pedro Torao Ueda

DEUS - Cinthia Beraldo Orenes

O ESPELHO - Ana Carolina Pereira Caparroz

O HUMOR QUE FERE - Eduardo Garcia de Gáspari Valdejão

JULGAMENTO DA PAZ - Ana Luiza Garcia Jaess da Silva

O FIM DO MUNDO - Júlia Mata Machado Oliveira Castro

INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO MERCADO DE TRABALHO - Giullia Rasoppi

HUMOR POLITICAMENTE INCORRETO - Júlia Sarkisoff Santos

EXTREMISMO FÍSICO E PSICOLÓGICO - Luísa Manzig Kyrillos

O QUE SÃO OS RADICAIS EXTREMISTAS? - Pedro Bueno Guimarães

A LEITURA DOS JOVENS - Alice Marques Oliveira

EMPOUSA - Sammla Macêdo Guedes

ROBÔ VIGIA - Mariana Oliveira Leite

HOMOFOBIA - Carolina Vitoria Domingos Alves

A INVASÃO - Ana Beatriz Brito Garcia

CÁLICE DE SANGUE - Amanda Manicardi Sardinha

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os2 Anos - Ensino Médio

SEMENTES DE UM FUTURO MELHOR - Igor Bueno Magela

A MONOCULTURA IDEOLÓGICA - Pedro Henrique Gonzalez de Saboia Campos

A AGRICULTURA E A SOCIEDADE - Gustavo Bruni Teixeira

ESCRAVOS DA IGNORÂNCIA - Fernanda Ayala de Souza

SER OU NÃO SER, EIS A MONOCULTURA - Petronio Antonio Cassis Vieira

A LOUCURA POR TRÁS DOS LOUCOS - Natalie Cofino Serafini

O DESCASO AINDA CONTINUA... - Davi Jean Buoro Cassano

DO CORPO À MENTE, DA MENTE À MORTE - Ana Luiza Cintra Pryzant

MANICÔMIOS = PESADELOS - Ana Cristina Renaux Lauth

PROFESSORES TAMBÉM SÃO VÍTIMAS - Ana Carolina Renaux Lauth

CENTROS DE AGRAVAÇÃO DE DOENÇAS MENTAIS - José Luiz Oliveira Assumpção

EDUCAÇÃO OU VIOLÊNCIA? - Thiago Rossi Rodriguez

CARTA - Camilla Viana Da Silva

os1 Anos - Ensino Médio61

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OS PADRÕES DE BELEZA NA NOSSA SOCIEDADE - João Pedro Batemarque Simões

A AGROFLORESTA NA AGRICULTURA - Heloisa Leitão Benites

AQUI SE FAZ AQUI SE PAGA - Isabela Cristina de Bem Fabozzi

APRENDENDO COM O PASSADO - Sarah Birenbaim dos Santos

PLANTE UM SORRISO - Giulia Costa Morei

A PIOR AMBIÇÃO DO HOMEM É QUERER COLHER AQUILO QUE NÃO PLANTOU - Raul S. C. Borges

os3 Anos - Ensino Médio81

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A NECESSIDADE HUMANA DE AUTORRECONHECIMENTO - Julia Maos de Martini

O CICLO DA VIOLÊNCIA - Júlia Victorei Piragino

A IDENTIDADE DE UM TODO - Ana Flávia Olivério Paulino

A IMPORTÂNCIA DE CONHECER AS DIFERENÇAS - Marcelo Mesa Costa Lima

SINGULAR - Pedro Malta Chicaroni

SOCIEDADE CAPITALISTA DESINTERESSADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS - Larissa Maos de Martini

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Professora Gabriela Fonseca

As várias propostas da aula de redação para os ingressantes do ciclo Fundamental II em 2016 procuraram desenvolver o universo narrativo do alunado. A escrita de uma fábula no modelo de Esopo e La Fontaine instigou os alunos a compreenderem que a história deveria conduzir o leitor a uma reflexão sobre a moral.

O universo dos contos maravilhosos, repertório do imaginário mundial já bastante conhecido também foi trabalhado. Após a leitura das diferentes versões de “Cinderela”, recolhidas pelos fabulistas Charles Perrault e pelos irmãos Grimm, os alunos foram convidados a inventar suas próprias histórias. As narrativas de Andersen e os contos populares de Câmara Cascudo e Silvio Romero também serviram de ponto de partida para as produções de diversos alunos, principalmente o texto “O Filho da Burra” e o conto “O Compadre da Morte”. Finalmente o trabalho a partir da escrita de um sonho foi o mote para a produção deste grupo que se inicia no ciclo fundamental II.

Parabéns!

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A SERPENTE E O FILHO DA BURRAFrancisco Andres Delgado Trunkl

- Recebeu visitas? SSS!- Não, senhora!- Pois bem, traga meu pão e meu vinho.- Claro, vou pegar imediatamente.A mulher pegou a comida mas deu ao homem junto com um pandeiro cujo barulho

era ensurdecedor.A mulher voltou sem nada. A Serpente perguntou zangada:- Aonde está minha comida?- Desculpe, estava meio distraída.- O quê? Distraída! Sem desculpas! Se não posso comer o que eu quero, tenho que

comê-la!A mulher saiu correndo fechando toda a casa enquanto a Serpente correu atrás

dela.O Filho da Burra entrou e tocou o pandeiro muito forte. A mulher tampou os

ouvidos e o homem também.A Serpente estava fraca e não aguentou.Depois a mulher tirou a carcaça da Serpente e concedeu três pedidos ao homem

como agradecimento.Ele pediu um banquete, a mão da mulher e ter o direito de morar na casa dela.Ela primeiro deu o banquete com muitas comidas suculentas, depois eles se

casaram e moraram juntos.Mas a paixão foi tanta que tiveram cinco filhos: Raphael, Isadora, Mellissa, João e

Wladimir.Eles viveram juntos até uma certa idade. Seus filhos velaram seus corpos que

foram enterrados lado a lado e o pandeiro foi mantido em proteção naquela casa protegido pelo seu filho mais velho, Raphael, que não saía de lá por nada.

Um dia Raphael encontrou uma moça que bateu a sua porta, era uma mulher linda e humilde.

Tiveram filhos e essa dinastia protegeu o pandeiro até o fim de suas vidas, até que um dia uma mulher se casou com o último filho da dinastia até aquele momento, mas a mulher não podia ter filhos e o pandeiro foi enterrado com o Filho da Burra. E viveram felizes naquela grande família.

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O COELHO E O GATOMariana Sati Ribeiro Hirakawa

Um dia, um coelho viu um gato passando e disse:- Caro amigo gato, você poderia colher essas cenouras para mim? Pois estou com

pata machucada.O coelho mentiu para o gato, pois era muito preguiçoso para colher suas próprias

cenouras. Então o gato disse:- Mas é claro, meu amigo!E assim o coelho foi abusando da bondade do gato por muito tempo, até que um dia

o gato se irritou e armou um plano: pegou a pele de um jacaré, a vestiu e foi para perto do coelho e disse:

- Amigo coelho, pegue um balde de água para mim, pois quebrei a perna. O coelho muito orgulhoso disse:

- Não!Então o jacaré disse:- Se não me ajudar vou comer você! O coelho, com medo, ajudou o jacaré. Depois de

um tempo, o gato tirou a pele e disse:- Você me tratou assim, então eu te trato do mesmo modo, para você sentir o que

eu passei.Moral: Trate os outros como deseja ser tratado.

UM SONHO ESQUISITO Fernando Lima de Abreu

Uma vez sonhei que eu estava cozinhando na final do Masterchef e ganhei, mas quando fui receber o troféu, se abriu um buraco no chão e fui sugado.

Caí em um lugar em que tudo era feito de doces, chocolate e sorvete. Comecei a comer, mas sempre que eu comia mais um pouco aparecia uma mulher que não me deixava comer e dizia que só poderia comer com a autorização do mestre.

Curiosamente enquanto ela estava me contando sobre o mestre, um dos jurados do Masterchef apareceu e eu o chamei. Quando ele chegou perto

de mim fiz uma pergunta a ele:- O que você faz aqui?

- Estou procurando o mestre - disse ele.- Eu também. Vamos juntos ?

- Tá bom.Nós dois saímos em uma longa caminhada até a

sala do mestre que era no último andar do prédio mais alto do mundo. Ele tinha uns 400 milhões de

andares, e detalhe: não tinha elevador. Ufa!

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O FILHO DA BURRAGiovanni Garcia de Gáspari Valdejão

O rapaz que estava atrás da porta, saiu de fininho sem que a serpente conseguisse ouvi-lo. Estava procurando algo que a detivesse, até que lembrou de um local onde havia um mago que ele conhecia, e que fazia várias magias e poderia ajudá-lo.

Até que o rapaz chegou na caverna onde o mago estava, e logo pediu a ele:- Mago, por favor, posso te fazer uma pergunta?- Claro! O que aconteceu?- Eu preciso que você transforme o gosto desta comida no pior gosto do mundo.- Irei fazer.Quando o mago terminou o seu feitiço, deu a comida ao rapaz, que logo correu até a

porta da casa, e colocou o prato de comida atrás da serpente. Ao comê-lo nem quis lutar e foi embora para sempre, e com isso todos viveram felizes para sempre.

Quando chegamos a sala do mestre eu perguntei rapidamente:- Mestre, eu poderia comer os doces das casas ?- Não - disse ele, parecendo estar bravo.- O que houve ?- Nada.- Pode falar.- É que todos que entram em nossa cidade querem comer os doces, mas mesmo

eles sendo deliciosos existem pessoas que moram nessas casas.- Entendi. Que tal se eu virar o guardião dos doces?- Tá bom, é uma boa idéia - disse ele.Todos fizeram uma cerimônia para mim e quando iria receber uma faixa apareceu

um inseto gigante e de repente eu acordei e disse:- Ufa, ainda bem que não vi o final.

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UM SONHO MALUCOIngrid Neubauer Ferreira

Um dia, sonhei que estava em um pequeno cômodo com várias portas. Tinha de abrir uma, mesmo não tendo ideia do que elas continham. Entrei na do meio, e logo me deparei com um homem alto e cheio de cicatrizes me encarando com um olhar maldoso. Tentei fugir, mas logo percebi que eu estava acorrentada a uma parede.

Muito confusa e com medo, perguntei:- Quem é você e por que estou acorrentada aqui?

- Você só tem o direito de se calar- E quando eu vou sair daqui?

- Bom, se continuar com esta atitude, nunca!Comecei a chorar, e o homem irritado, saiu da sala. Eu então, me ajoelhei e vi uma chave no chão. Peguei com os

pés, levei à boca, encaixei na fechadura, e me libertei. Saí correndo, e depois do corredor, encontrei um

salão aberto, onde casais dançavam valsa sobre um chão cheio de pétalas de rosas.

O FILHO DA BURRABruno Jassa Corrêa Ramos

O menino saiu de trás da porta e começou a lutar com a cobra, e a moça ficou assistindo. E ela jogou primeiro o pão para o rapaz e depois o vinho. Ganhando a batalha, o Filho da Burra foi para a casa com seus companheiros e eles voltaram para casa para descansar. No dia seguinte eles se despediram da moça, e voltaram para dentro daquele buraco. Na segunda casa havia uma outra mulher igual a primeira. Ela avisou a eles que lá morava um tigre que derrotava todos os seus inimigos, e foi quando o tigre apareceu, e os rapazes se esconderam. O tigre disse:

- Que cheiro de sangue real !Os garotos atacaram o tigre enchendo ele de socos. Um tempo depois os garotos

ganharam a batalha, e eles falam ao mesmo tempo:- Vamos voltar! Estou cansado.E eles pegaram a moça e foram para casa. Chegando lá as irmãs se

cumprimentaram. No dia seguinte eles foram no mesmo local do dia anterior. Lá embaixo no buraco eles entraram na terceira casa e viram a mesma moça. Ela avisou que lá tinha um urso que derrotava todos os seus inimigos. Quando o urso entrou dentro de casa eles não se esconderam e partiram para a briga. Quando eles ganharam, eles pegaram a moça e voltaram para casa descansar. No dia seguinte eles acordaram e as moças sumiram, aparecendo só uma com um pandeiro mágico que lhes foi dado. Ela falou que era um teste que eles passaram e ela os agradeceu por libertá -la.

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Mas não era normal pois os homens usavam vestidos, e as mulheres usavam ternos. Entrei, e percebi que a música era tão bela, e suave, que me enfeitiçou. Comecei a dançar, e encontrei meus amigos e família, na pista. Corri para abraçá-los, mas ouvi as badaladas do relógio, e todos (incluindo eu) petrificamos.

Acordei...

BANDA DE ZUMBI?Barbara Camelo Gobbo

Há dois dias, um vírus zumbi atacou a sociedade do planeta Terra, e só houveram dois sobreviventes. Eles tinham uma banda de rock, por isso tocavam alto todos os dias. Os zumbis acharam que eram zumbis que estavam tocando, mas depois que eles se tocaram que não podem tocar, pois provavelmente iriam perder alguma parte do corpo. Até que um zumbi grunhiu: Uaaaargh! Uaaaargh! Uaaaargh! Ouergh? - grunhiu outro zumbi. Ueirgh!

Então os zumbis se juntaram, formando uma grande horda, e foram até a garagem que tanto os incomodava. Zumbi chegou lá bem antes, pois era o único ágil de todos os outros zumbis, e disse para os outros que estava na banda, que ela precisava de mais participantes, e que quanto mais melhor. Então, os zumbis chegaram na garagem, mas a reação foi diferente do que o zumbi pensava. Eles ficaram com tanta fome, que começaram a comer os participantes. O problema que eram tantos zumbis na horda, que não foi o bastante para todos eles. Então, ao invés de se rebelarem, eles começaram a comer uns aos outros. Depois que já estavam de barriga cheia, voltaram a andar lentamente para seus funerais, e os participantes descansaram em paz.

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CONTINUAÇÃO DO CONTO “O FILHO DA BURRA”Kauê Sadala Ferreira Lopes

O Filho da Burra cochichou:- Essa serpente é burra? Ela não está vendo a moça?Aquele réptil gigante o ouviu, e rapidamente começou a rastejar por aquele espaço

escuro e assustador, atrás do emissor daquele cochicho, até avistar Filho da Burra detrás da porta. Ela abriu sua boca a fim de dar um bote no homem, mas ele meteu uma bengalada em um de seus dentes, que caiu no chão. Imediatamente o rapaz pegou o dente do chão para se proteger. O animal escamoso cuspiu um ácido com o objetivo de acertar Filho da Burra, mas o rapaz se escondeu atrás do dente e em seguida deu três bengaladas na cabeça de seu oponente, que caiu no chão.

O bicho já fraco pediu pão e vinho à moça, que em vez de dar alimento à cobra, deu ao Filho da Burra que rapidamente comeu o pão e o vinho, e com mais dez bengaladas o rapaz matou a fera.

Filho da Burra por fim retirou todos de lá com a ajuda de seus dois amigos, Empurra-Madeira e Empurra-Pedra e se casou com a bela moça e todos

viveram felizes para sempre

O SAPO E O GRANDE ESCORPIÃO Gabrielle Che Fernandes

Um sapinho estava na beira de um lago, quando de repente viu um escorpião e pensou:

- Finalmente encontrei alguma coisa para comer e além disso ele é minúsculo, vai ser fácil caçá-lo!

Quando o sapinho estava prestes a atacar, o escorpião subiu em cima do sapo, ficou muito grande e disse:

- Meu caro amigo, as aparências enganam!E assim o pequeno sapo morreu e quem se deu bem foi o escorpião que ficou

saboreando a deliciosa carne do sapo!Moral: Às vezes o menor na verdade é o maior.

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O FILHO DA BURRALaura Papaiano Marques

Filho da Burra não conseguia achar uma maneira para agir, apenas pegou um prato de comida que achou ao lado da porta e jogou para a serpente:

- Quem comer está comida ganhará três elementos mágicos.A serpente não pensou duas vezes e foi logo pegar a comida.Filho da Burra pegou

ela pelo pescoço e disse:- Nunca aceite nada de estranhos! - E cortou-a com a faca que tinha no prato. A

moça gritou:- Bravo,meu jovem! Nunca e ninguém fizeste isso! Muito obrigada!O rapaz voltou pra casa e contou tudo o que houve.- Mas afinal, quais eram os três elementos? - disse Empurra-Madeira.- Tudo o que alguém precisa ter: Amigos como vocês, paz, e felicidade.- Mas isso não é mágico!- Nem sempre precisamos de objetos para podermos ser mágicos!

A CORUJA E O PAPAGAIOLarissa Soares Ricci

Certo dia uma coruja calma e sábia, porém, narcista, arrogante, mal-humorada e orgulhosa, se encontrou com um papagaio que era exatamente o oposto dela. O papagaio gentilmente disse:

- Oi, acho que a gente se conheceu. E a coruja:- E nem pretendo gastar o meu tempo precioso com gente do seu tipo.No dia seguinte, a coruja angustiada com o que tinha dito para o papagaio se

esqueceu de tudo o que sabia, perdeu sua sabedoria.MoralCoruja: Não julgue as pessoas sem conhecê-las.Papagaio: As pessoas que realmente sabem quem você é nunca vão te

desprezar.

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SALVADORES DO CAMPOAna Beatriz Garcia Jaess da Silva

A Serpente começou a chegar mais perto da porta que era marrom e bem velha, então a Serpente perguntou

- Ora ora... O que temos aqui! Por acaso você quer me desafiar, garoto?- Sim, eu quero! E me chamo Filho da Burra para esclarecer.- Pois então vamos começar, Filho da Burra!E uma grande e afiada espada apareceu na mão do Filho da Burra e os dois

começam a lutar em um campo com casas e poucas árvores. De repente no meio da luta a Serpente começou a cansar e foi pedir pão e vinho aos moradores. Ela ficou indignada pois ninguém dava pão e nem vinho a ela. A Serpente começou a soltar perguntas com raiva:

- Por que vocês não me dão logo pão e vinho‽ Respondam!Ficou um silêncio durante 4 minutos. A Serpente então não ligou por estar

cansada. Então a luta continuou...Quando o Filho da Burra menos esperava seus dois amigos apareceram e a Serpente ficou cada vez mais cansada e com muita mais muita raiva. Os três amigos, pegaram facas, espadas e não pararam de lutar. A Serpente não sabia mais o que fazer, então ela disse:

- Chega, não posso mais lutar! Me matem logo, eu imploro. Podem ficar com tudo e até podem ser donos do campo.

Os três amigos pensaram bem na proposta, e de tanto a Serpente pedir, os garotos cortaram a cabeça da Serpente e ela veio a falecer.

Depois de algumas semanas eles viraram salvadores e passaram a comandar o campo. O Filho da Burra se casou com a moça que vivia em uma das casas do campo. E todos ganharam poder e viveram no campo durante anos e anos.

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os7 Anos

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Professora Gabriela Fonseca

A primeira proposta da aula de redação em 2016 convidou os alunos dos os7 Anos a continuarem o mito da criação do mundo segundo os Índios

Macuxis. Em um segundo momento, a imaginação dos alunos foi aguçada com a proposta da investigação de panteões dos deuses mais variados, entre eles os egípcios, vikings, esquimós, chineses, indianos e até japoneses para que pudessem inventar lendas autorais. A lenda pressupõe que uma história atrelada à vinda de um deus original explique um fenômeno da natureza. A experiência produziu resultados dos mais clássicos aos mais inusitados. Finalmente os alunos encontraram um espaço mais poético de criação a partir do mote da filmografia de Hugo Cabret e a história do cinema.

o Parabéns 7 Ano!

os7 Anos

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A CRIAÇÃO SEGUNDO OS ÍNDIOS MACUXISAlberto Natale dos Santos

[...]Eles foram a um lugar bem quente feito de pedras. Onde o menino pisava se transformava em areia.

O menino e a menina viajaram muito e estavam muito cansados. Já era tarde e eles não tinham o que comer. De repente, caíram duas bananas. Uma eles dividiram e outra eles plantaram. De manhã viram uma enorme árvore de onde caíam várias bananas.

Continuaram andando até encontrarem um rio. Lá se refrescaram. Quando saíram do rio, a água congelou.

Começou um terremoto e bem longe dali surgiram vulcões.Eles cresceram e tiveram filhos, que tiveram filhos e hoje há sete bilhões de

pessoas no mundo que todo dia descobrem algo novo.

DEUSA DA ÁGUA: A ORIGEMAna Beatriz Marques Vitório

Hamona era a deusa da água, pois ela deu origem as águas, mares, rios, cachoeiras etc. Seus pais eram Cibeles (deusa da natureza) e Sobek (deus do rio). Além disso, era uma deusa de grande beleza pois sua irmã era Afrodite.

LENDASeus pais gostariam de ter uma filha. Eles juntaram seus poderes em um vaso,

tamparam e esperaram alguns anos. Afrodite estava muito ansiosa para conhecer sua nova irmãzinha.

Anos seguidos, surgiu uma sementinha dentro do vaso. Cibeles disse:- Agora vamos cavar um buraco no quintal e deixar a sementinha crescer.Sobek respondeu:- Temos que chamar o mago para jogar feitiços para nossa “planta” crescer.Chamaram vinte e sete magos reais para jogar o feitiço. Minutos depois ela

apareceu, pendurada em um galho de árvore. Seus pais a ajudaram a descer.Dias e dias se passaram, Hamona estava se acostumando com sua

casa, irmã etc. Seus pais tiveram uma briga muito séria, e nunca mais olharam na cara um do outro, por isso o sol e a lua nunca aparecem juntos.

Hamona começou a chorar. Seu choro escorria pelo chão e se transformou em um grande rio. Sua irmã Afrodite, logo depois começou a brigar com ela. Hamona ficou com muita raiva, e fez uma grande tempestade com chuvas e granizos. E assim que surgiram alguns fenômenos da natureza.

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A PEQUENA ESTRELADiogo Kenzo Orii

Era uma noite muito estrelada, dessas em que nem se precisa da ajuda de lanternas para enxergar no escuro. Várias estrelas formavam constelações e constelações formavam imagens engraçadas. Não parecia uma noite comum daquelas, estava mais para um festival de cores, entre o grande preto do céu e os pequenos pontos brancos das estrelas. Eram milhares delas, entre vários tipos, umas pontudas e finas, outras achatadas, tão distintas que seríamos capazes de contar cada uma delas exceto uma, que não tinha forma nem brilho, era sem graça e sem cor, virando assim a pequena estrela que, de tanta tristeza, logo se apagou.

POR QUE OS VULCÕES ENTRAM EM ERUPÇÃO?Aline Arissa Takano

Yumi nasceu da Deusa Emi (Deusa da Beleza) e do Deus Yuri (Deus da Água). Todos achavam que Yumi seria a nova Deusa da Beleza.

Porém, não sabiam o que o destino iria preparar a ela.Antes de se tornar a Deusa da Morte, Yumi vivia em seu castelo junto com seus pais

e primos. Viviam em boas condições, mas seus pais queriam que sua filha se tornasse uma boa Deusa e que se casasse logo.

Então a colocaram em uma jornada para Yumi falar com o sábio e saber seu destino.

Ela não gostou muito da ideia, mas aceitou assim mesmo.Saindo de seu castelo já encontrou perigo; a ponte havia quebrado e não dava para

passar. Para piorar cada vez o buraco ficava maior.Yumi pediu ajuda ao Deus do Inferno, mas ele só iria ajudar se achasse uma bela

moça para ele.Ela na hora aceitou. Então, logo a ponte estava pronta, e enquanto ela passava, o

Deus do Inferno rompeu de novo a maldita ponte.Yumi, logo após acordar da sua queda começou a chorar porque nunca poderia voltar, porque todos que vão não podem voltar.

Então o Deus do Inferno ( Hayato) deu-lhe uma única opção: voltar de 100 em 100 anos pelos vulcões, para buscar os mortos e viver mais 100 anos lá em cima.

Então ela aceitou. E por isso existe a explicação da erupção dos vulcões. É por isso que Yumi virou a Deusa

da Morte.

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UM FURO NA LUAGabriel Simões Missio

A Lua olhava o que vinha, estava vendo algo bem pequeno, como uma nave, mas a cada vez que a nave se mexia ela ficava maior. A Lua percebeu que ela vinha em sua direção, até que só conseguia ver de um olho. O outro tinha sido atingido pela nave! Havia pessoas lá dentro, curiosas para saber o que tinha na Lua. Saíram e deram de frente com quatro pessoas estranhas. Duas se abraçavam e seguravam uma estrela, uma estava sentada na lua semi-crescente e outro em Saturno. A que estava sentada na Lua perguntou:

- Quem são vocês e o que estão fazendo aqui?- Nós viemos da Terra em paz, quem são vocês?- Ah! Mas vocês nunca escutaram falar de nós?- Bom, se vocês são Monstros, já!- Não, somos os controladores da Via Láctea, todos os movimentos que os astros

fazem, nós controlamos, a Terra se move pelo nosso pensamento.- Sério?- Sim- Que legal, podemos ver o que mais tem aqui na Lua?- Claro! Sejam muito bem-vindos!Então foram explorar e viram que a Lua não é uma esfera perfeita assim como a

Terra tem vários buracos e erosões e descobriram várias coisas da astronomia inexplicáveis.

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CHIROPTERAT, O DEUS DOS ARESLucas Boehmer de Araujo Leite

Chiropterat é o mais velho de todos os deuses e, portanto, o mais sábio também. Ele é visto como metade humano e metade morcego, e que não tem olhos, mas ouve muito bem, por isso, procura resolver seus problemas do jeito mais calmo possível.

Chiropterat está relacionado ao elemento ar, por isso, quando é irritado, seus movimentos explicam tornados e furacões na Terra. A sua história conta que, quando criança, os seus pais não o deixavam sair de casa; ele tinha apenas que estudar o dia todo. Mas curioso com as “coisas” do lado de fora, Chiropterat saiu escondido um dia.

O dia estava nublado, com nuvens pretas cobrindo o azul do céu e o horizonte. Era possível ver um tornado enorme, que se aproximava e ficava cada vez maior, o que fez toda a vizinhança correr para dentro de suas casas, exceto uma...

Chiropterat, assim que chegou perto do tornado, foi lançado bruscamente para o alto e só caiu trinta anos depois. O impacto da queda foi tanto, que fez com que Chiropterat perdesse os olhos. Por causa de tal acontecimento, ele se transformou em metade morcego, que é um animal que não precisa ver para sobreviver, e toma conta dos ares para que sua história não aconteça com mais ninguém.

MÃE NATUREZAYasmin Kassem El-Sayed

Explorando a Terra as crianças encontraram uma flor que brilhava muito. A menina, encantada a observou durante um longo tempo. De repente a flor se abriu e o pólen dela saiu voando para o escuro céu formando a Lua. Nessa jornada eles viram coisas muito belas como o nascer e o pôr-do-sol ficando assim cada vez mais encantados com a Terra.

A noite se aproximava. Morrendo de cansaço e fome, se deitaram embaixo de uma macieira, se alimentaram e hibernaram. Muito incomodado o menino acordou com um barulho de água. Ele muito corajoso, seguiu o barulho e achou um belo lago azul e

brilhante. Encantado o menino saiu correndo para contar o que tinha visto, A menina muito inteligente, já tinha noção do que estava acontecendo. O

menino tinha grande poder sobre a água e a menina sobre a natureza, sendo assim, ela a mãe natureza, e ele, pai das águas (deus das

águas). E assim a Terra se formou.

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HORUNGA Eduardo Cipolli Bezerra

Horunga é o Deus do terremoto, metade humano, metade elefante. Possui arco e flecha. É filho do Xote, Deus do trovão, e filho da Chira, deusa da chuva. Todos eles vivem no Egito.

Horunga só tem um inimigo, o Kachinga, Deus da raiva. Kachinga era filho de Crônis, Deus da pedra, e filho da Kotôs, deusa da montanha. Horunga era forte, tinha dois metros de altura e oitenta centímetros de largura. O peso dele era de 101 Kg. Sempre ficava de bom-humor. Horunga era representado por um deus egípcio . Ele era sábio e inteligente igual Horunga. Traz felicidade e paz. Era generoso e grandioso. Horunga era encontrado em desertos e templos do Egito. Horunga veio do Egito e significa “sabedoria”. Horunga era imbatível, era poderoso.

A história de Horunga é muito triste. Kachinga desde pequeno batia em Horunga. Até que um dia Crônis descobriu e baniu Kachinga, tirou tudo que ele gostava. Crônis contou para Xote que Horunga era violentado por Kachinga. Xote ficou furioso com Kachinga e proibiu Horunga de ficar próximo de Kachinga. Horunga ficou aliviado com a decisão do pai.

Daí então Horunga nunca mais foi violentado por Kachinga. Quando os dois cresceram viraram inimigos. Horunga se casou com Liris, deusa do Sol. Liris era delicada e muito mimada, ela perdeu os pais com 9 anos de idade, em um acidente de carro. Mas Horunga ajudou ela a esquecer a história horrível dos pais. Os dois tiveram dois filhos, Katrin e John. Eles eram gêmeos. No ano de 126 a.C. nasceu River, irmão de Horunga. River era muito levado e arteiro. Ele queria tudo que encontrava pela frente. Kachinga roubou River, por isso Crônis prendeu o filho e deixou lá por seis anos. Depois de todos acontecimentos tudo se acertou.

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O DESERTOIngrid Berno Teixeira

Cleolipse é uma deusa que controla as areias. Ela nasceu de Ordon, deus do deserto, e Mikasuna, deusa do sol. Sua prima distante era Atena.

Quando era adolescente, todos os rapazes queriam se casar com ela, mas o pai não deixava.

O tempo passou e já estava na hora de se casar. Então seu pai Ordon, selecionou cinquenta homens para ela escolher. Ela gostou de Agápi, deus do amor. Seu pai era deus dos lagos.

Se casaram, tiveram três filhos: Sýnnefa, Lýpi e Chará. Seus filhos, como eram bagunceiros, pregaram uma peça na mãe. Ela não ligou, mas na segunda vez, incluíram o pai. Ela ficou tão brava, tão brava que jorrou areia por toda parte. Cobriu o lago de seu sogro. Seu marido ficou tão chateado, que se separou e levou os filhos.

Cleolipse foi procurar Atena para pedir conselhos, mas ela nunca tinha passado por uma situação assim, então não fez nada para ajudar.

Desesperada começou a procurar o lago do seu ex-sogro no deserto. Até agora, nunca descansou.

Por isso que existem as dunas.

NAOMIValentina Jordani Mcmahon

Naomi era uma deusa incrível, maravilhosa, super amorosa e querida por muitos. Haveria uma escolha para denominar a deusa mais bela, em que lindas deusas participariam. Naomi havia brotado de uma estrela cadente que circulava em volta da Terra, e acabou caindo no mar e dalí evoluiu para melhor, então podemos dizer que sua mãe é a estrela cadente e seu pai é o mar.

Este dia chegou e foi bem esperado por todas as deusas que participaram. Ela vestiu sua roupa mais bela, meio esverdeada com alguns tons mais claros de azul e

pequenas rendas na mangas bem delicadas.Chegando lá havia várias, moças admiráveis, mas Naomi resistiu e

botou esperança em si! O local da escolha era bem iluminado com muitas árvores e paisagem natural em volta. A escolha seria ao pôr-do-

sol. Chegando o pôr-do-sol, foi denominado que Afrodite seria considerada a deusa mais bela das deusas. Ao saber do

resultado Naomi não acreditou e simplesmente se revoltou. Ela não suportava Afrodite e não podia

aceitar isso de jeito nenhum. Sua revolta foi tão grande que simplesmente da noite pro dia ela

decidiu virar má.

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Naomi não sabia mas metade de seu corpo era marinho ou seja ela tinha domínio do mar. O seu ódio era tão grande que perturbou o mar causando um gigante terremoto marinho, no caso, um tsunami. O tsunami atingiu várias cidades e matou muitas pessoas. O estrago durou muito e ela não aguentou de tristeza, não podia acreditar que ela havia matado tantas pessoas por raiva. Sem aguentar mais viver nesta tristeza, ela ordenou ao mar que a afogasse pois apesar de tudo Naomi não era imortal.

Ao morrer, Naomi assim como sua mãe, virou uma linda e brilhante estrele cadente que passava de quatro em quatro anos pela Terra e todos festejavam em sua homenagem.

LENDA DA COBRA-ESCORPIÃOMaria Vitória de Figueiredo Barduco

Há muito tempo atrás um vulcão entrou em erupção. Com essa erupção, de forma explosiva, saltou lava para todos os lados. Em um dos poços de lava um buraco se abriu, e nesse buraco apareceu uma cobra. Mas não era uma cobra comum, ela tinha uma cauda e patas de escorpião. A Cobra-Escopião soltava bolas de fogo que causavam grande estrago

Perto desse vulcão havia uma vila onde viviam camponeses e guerreiros. Os camponeses viviam do plantavam, e os guerreiros além de protegerem a vila, saíam para caçar e pescar.

Esses guerreiros lutavam contra a Cobra-Escorpião e acabaram morrendo. Até que um grupo de guerreiros de muito longe, ficou sabendo que havia uma

besta aterrorizando muita gente e foram até lá para acabar com isso de uma vez.Chegando lá quando viram a criatura, ela começou a soltar várias bolas de fogo,

que quase os atingiram. Eles correram muitos kilómetros até despistá-lo.Quando viram que a Cobra-Escorpião estava confusa, um dos guerreiros pulou em

cima dela, enquanto os outros lá embaixo tentavam matá-la.A Cobra-Escorpião estava tão furiosa que disparou bolas de fogo no

chão e todos foram soterrados.Os guerreiros morreram, mas a Cobra-Escopião sobreviveu. O

buraco era tão profundo que o monstro tentou subir mas não conseguiu.

Então toda vez que a Cobra-Escorpião tenta subir,surge um terremoto.

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A CRIAÇÃO PERFEITAGuilherme Chaves Brito

Os quatro cantos da terra eram: Norte, Sul, Leste e Oeste. Eles se localizavam no centro, e era uma escolha difícil saber para onde ir, pois ficaram por lá um dia para pegar alimento, descansar e decidir para onde ir, e então disse a menina:

- Eu quero ir para o Sul- Já pegou as frutas que eu te pedi?- Sim, mas já sabe para onde iremos?- Sim, para o LesteNo dia seguinte cada um dividiu suas atividades. O menino foi levando as frutas e a

menina livre saltitando e falando por onde ir. Eles finalmente chegaram pois estavam sentindo frio. Ela tocou na água e no mesmo instante se congelou criando geleiras e neve. Estavam morrendo de fome e perguntou para o menino:

- Tem frutas aÍ?- Sim, tenho essa vermelha com umas coisinhas marrons fora.- Parece caroço... quero experimentarEla pegou a fruta da mão dele e deu uma mordida, ela fez uma careta no começo

mais no final amou. Jogou as sementes e criou-se as animais que até hoje vivem lá. Como já tinham explorado decidiram voltar e ir para Sul. Lá se foram decepcionados pois só encontraram água e não tinha muito o que explorar. Chateados, decidiram partir pro terceiro canto do mundo, o Leste, aonde encontravam tsunamis, terremotos e vulcões. Mega curiosos decidiram ver o que era aquela massa vermelha, brilhante e quente. O menino ficou muito encantado. Foi primeiro como se a sua pele tinha virado terra ele não levava mais dano. Aproximou-se da tal massa e encostou. Na mesma hora seu corpo começou a brilhar com chamas. A menina, achando lindo decidiu dar o nome de fogo, e como o menino estava queimando muito e deu o nome de Adão. A menina decidiu encostar e se feriu gravemente, Adão ficou desesperado e levou-a para o Oeste. Chegando lá encontraram uma mata maravilhosa, aonde Adão pegou várias plantas para cobrir a ferida de sua amiga e assim lhe deu o nome de Eva.

Felizes voltaram para casa e assim surgiram as localizações. Adão e Eva se casaram.

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Professora Gabriela Fonseca

osOs alunos dos 8 Anos se viram em meio a uma tarefa nada fácil no início deste ano letivo: escrever um conto de horror sobrenatural que fosse tenso. Trata-se de uma empreitada que requer o desenvolvimento de habilidades valiosíssimas para a produção escrita: a organização da coerência textual e a escolha vocabular. Por se tratar de um texto complexo, os alunos tiveram que passar por um árduo processo de revisão e reescrita textual. A repetição de vocábulos ou o uso de palavras genéricas pode comprometer o resultado da narrativa.

Com o intuito de continuarmos a investigação a respeito da construção textual do texto de horror, os alunos foram convidados a continuar a história “Os mortos viajam rápido” de Bram Stocker e a produzir uma versão “dialogal” do célebre conto de Moacyr Scliar “O Dia em que Matamos James Cagney”. Finalmente, o texto teatral e o roteiro de cinema foram objeto de estudo e escrita. Os alunos transformaram seus textos de horror em roteiros que foram adaptados e premiados no Projeto Oscar.

Parabéns pelo trabalho!

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O BEIJO LETALLuísa Basile Teixeira

Sempre fui um garoto estranho. Meus pais chegavam a pensar na possibilidade do querido, porém antissocial, filho ter algum tipo de perturbação fora do comum. Mas para mim nada parecia ser realmente fora do comum. Passei a vida tentando convencê-los de que eu era completa e perfeitamente comum. Deixaram-me cedo e nunca acreditaram em minhas alegações.

Anos se passaram e quando me dei conta já era um adulto. Tinha uma mulher, filhos, uma casa e um ótimo emprego. Era finalmente comum de verdade e ninguém ao menos pensava em discordar daquilo. Entretanto foi quando eu mais aparentava ser comum que algo fora do comum acontecera. Todas as noites, quando deitava-me ao lado de minha mulher, gritos horrendos invadiam minha mente. Gritos e risadas vindos de lugar algum. Cheguei até a pensar que era um de meus filhos, mas sempre que ia checar eu os encontrava dormindo como anjos. Fiz me aguentar aquilo durante dias, mas os gritos e risadas apenas me consumiam cada vez mais.

Foi aí que algo realmente estranho aconteceu. Era uma noite escura, os gritos e risadas haviam finalmente cessado e tudo que se ouvia era o vento uivando. Com sede porém desconfiado, desci as escadas e andei em direção à cozinha.

Olhava para os lados enquanto enchia o copo d'água e bebia o líquido discretamente. Quando me virei a frente novamente Ela apareceu: uma bela porém pálida mulher, misteriosa, assustadora e ao mesmo tempo de beleza fora do comum.

Seria ela uma alucinação, parte de delírios meus? Esfreguei os olhos, certo de que a mulher era apenas fruto de minha fértil imaginação. Não houve resultado algum, pois ela continuou lá, imóvel. Tentei me esquivar mas ela me seguira. O que diabos era aquele ser? Não sabia, mas quer o que fosse havia me deixado encurralado.

- C - com licença - Gaguejei, esperando que “aquilo” abrisse caminho.- Não quer ficar comigo mais um pouco? - Estremeci ao ouvir sua voz. Ela acariciava

meus cabelos, sua mão pálida percorrendo fio a fio, como uma garota arrumando o cabelo bagunçado de seu namorado, que acabara de jogar uma partida de futebol.

- N - não posso... Tenho que ir. - Ia me deixando levar a cada movimento que ela fazia sobre meu couro cabeludo.

- Beije-me e isso irá acabar... - Sussurrou.Sem nem antes pensar, avancei e a beijei, deixando-me

levar pelos seus encantos malignos. O prazeroso beijo aos poucos se tornava doloroso e venenoso, fazendo-me contorcer de tamanho sofrimento. Assim eu morreria, uma morte anunciada por um doloroso, porém horrendo, beijo letal.

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UM COVARDE É SEMPRE UM COVARDEElisa de Camargo Soares Pires

- Dessa vez, aposto que o filme será muito bom.- Os filmes de mocinhos sempre são bons.- Com certeza, melhores até que essa bala de café-com-leite. Agora pare de bater

em minha cabeça com o gibi!- Me obrigue.- Silêncio, o filme vai começar.- Mas como esse James Cagney é ridículo! Não dá em ninguém!- Esse baixinho só sabe levar surra do Sam. Parece um saco de pancadas!- Gente, vamos bater os pés. Esse fracote não merece respeito.- Esse idiota sempre se defendia dos moleques que tentavam roubá-lo. E agora

virou isso. Saco de pancadas do bandido.- Não acredito que ele vai acabar com sua carreira desse jeito. Que tipo de mocinho

é esse‽- Seu fracalhão! Pare de olhar-nos de soslaio e andar com medo.- Cão!- Covarde!- Patife!- Traidor!- Já faz três meses desde o início do filme e ele não fez nada contra Sam. Nem me

importo mais. Espero que morra logo.- Vai lá, Sam! Acabe com esse covarde! Mate-o de uma vez.- Olhem! A mão dele está mexendo! Os lábios! Ele não se deu por vencido!- Vamos aplaudi-lo. Talvez no fim das contas ele não seja um covarde total.- Te vinga, James! Não deixe Sam vencer!- Ele está pegando o revolver do pai! É um quarenta e cinco!- Ele pôs o chapéu! Vai entrar no carro! Finalmente!- Vamos, James. Acabe com essa história de uma vez por todas!

- Ele descobriu a localização de Sam. Esse é o herói que eu esperava.- Ai não, olhe a cara dele, está com medo.

- Não tenha medo, James, vá em frente.- Foi um esforço inútil. Ele não vai conseguir.- Continua o medroso covarde de sempre!

- Não acredito... Depois de todo aquele esforço ele se deixou ser morto por Sam.

- Bem feito. Ele merecia. Um covarde é sempre um covarde.

- Eu realmente não estou acreditando na incompetência de James.

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- Foi o pior filme que já vi. Muito ruim.- Nisso que dá acreditar que alguém poderia mudar.

OS MORTOS VIAJAM RÁPIDOGiovanna Cibella Batista Shibuya / Naomy Marumo Tung / Manuela Said Guida

Lista de personagens: CECÍLIA, a vítima ROSE, a morta-vivaPESSOAS SANGRENTASMÃO MISTERIOSA

Cena 1 - EXT./NOITE/NO CEMITÉRIOCecília está no cemitério, e olha ao redor.CECÍLIA- Eu não deveria estar aqui... Hoje é noite de Walpurgis em que muitas

pessoas acreditam que os demônios fazem a festa. (Desesperada)MORTA-VIVA- Venha! Venha! (Sussurrando)(Cecília sai correndo. A morta-viva vai andando em sua direção, até que Cecília

entra em um mausoléu.)

Cena 2 - INT./NOITE/NO MAUSOLÉUEstá tudo escuro, a porta se fecha bruscamente e Cecília começa a entrar em

pânico.CECÍLIA- Socorro!!! (Batendo desesperada na porta)MORTA-VIVA-Venha! Venha! (Sussurrando)CECÍLIA-Ahhh! Socorro! Alguém me ajude! (Em pânico)(Cecília se vira, e vê um monte de pessoas horríveis, com roupas rasgadas, pálidas

com sangue por todo o corpo.)PESSOAS SANGRENTAS-Venha! Venha!(Cecília sai correndo, empurrando-os. Seguram o pé dela e ela cai, se agacha,

colocando a mão no ouvido e fechando os olhos firmemente)CECÍLIA-Ahhh!

Cena 3 - INT./NOITE/NO QUARTOCECÍLIA-Ahhhh! (Sentando-se)CECÍLIA-Socorro! Onde estou? Este é meu ... qua-

quarto? Ufa... Acho que foi um pesadelo...(Cecília está sentada quando ela sente uma mão

em seu ombro ...e se assusta...)

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SILÊNCIOJuan Martín Sola

Erebor é uma pequena vila na Turquia que surgiu no século XIX. Erebor não tem nada de especial. Somente a grande biblioteca, que por sua vez, só tinha um funcionário. A bibliotecária era uma mulher muda e que odeia qualquer tipo de barulho. Ela está sempre vestida com túnicas pretas e um manto escuro que cobria seu rosto e sua cabeça. A biblioteca foi sempre vazia e silenciosa. Essa paz foi interrompida pela família Phil.

Essa família era formada por dois gêmeos: o senhor e a senhora Phil. Os visitantes ficaram impressionados com a grandiosidade do lugar. A biblioteca tinha estilo românico e era iluminada somente pelas enormes aranhas rústicas. As estantes altas, cheias de conhecimento assombravam. Os senhores Phil começaram a andar e se perderam na imensidão do labirintos de estantes. Os meninos, por outro lado, brincavam de pega-pega, esconde-esconde e outras brincadeiras. Essa família tinha o costume de falar alto e discutir.

Em uma das rodadas de esconde-esconde, um dos garotos passou pela mesa da bibliotecária e viu o vulto sombrio. Um grito agudo e forte ecoou pelo lugar. O menino estava paralisado de medo. A negrura se levantou calmamente e caminhou até o jovem. Ele tentava se mexer mas seu corpo não respondia. Ela o agarrou fortemente pelos braços e o véu de sua cara foi retirado. A moça parecia ter sofrido muito. Ela não era humana. No lugar dos olhos, dois pequenos buracos escuros e profundos. Sua boca era completamente costurada. Ela não tinha lábios ou nariz. Suas orelhas eram três vezes maior que uma orelha normal. O garoto perdia-se na profundidade dos olhos da senhora. Pouco a pouco ele ia se costurando e transformando. Seu corpo continuara igual, mas seu rosto ficara igual ao da senhora.

Ele caiu no chão ajoelhado com a cara virada para o chão após a transformação. Uns segundos depois, a bibliotecária voltou para sua mesinha. O irmão apareceu “Ahá, te achei!”

O menino perdeu a felicidade rapidamente. Ele se aproximou ao irmão para ajudá-lo, pois ele estava no chão. O garoto se levantou, se virou e segurou o seu

irmão. Os buracos na face do garoto assustaram o irmão. Ele se paralisou quase que imediatamente. A segunda vítima do vulto era

transformada aos poucos. A bibliotecária tornou a se levantar, se aproximou aos novos servos e os três foram

atrás dos Phil restantes.Os três monstros iam se aproximando na direção

de suas presas, graças a sua audição aguçada. Um calafrio percorreu o corpo dos Phil. Eles sentiam

que algo se aproximava. Esse sinal logo se esvaeceu.

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OS MORTOS VIAJAM RÁPIDOGiovanna Almeida Caffaro

A mulher abriu os olhos levemente como se tivesse acabado de acordar de um sono profundo e então percebeu minha presença. Não sabia o que fazer, não sabia o que dizer.

Recuei pretendendo voltar para a tempestade de pedras, mas o cenário que eu vi não era o mesmo de alguns segundos atrás. As árvores em volta do cemitério ainda balançavam, mas não havia vento. Em vez de pedras de gelo, agora caía uma chuva forte de sangue. Em cima de mim se formava um redemoinho nas nuvens.

Um trovão caiu em uma sepultura em minha frente. Percebi um vulto, e a mulher estava saindo de seu túmulo de mármore. Ela olhou para mim e sorriu, mas em sua boca não havia dentes e sua língua estava se decompondo.

Passou andando por mim a caminho do centro do cemitério, caminhando na chuva de sangue como se fosse uma garoa de verão. A mulher já não se encontrava em nenhum lugar. A chuva engrossou rapidamente e eu pude ver o cocheiro acenar da entrada do cemitério. Fui correndo ao seu encontro. Assim que subi na carruagem começamos a ir embora. Um raio atravessou uma árvore e ela despedaçou atrás de nós. De repente a carruagem parou. Na nossa frente estava a mulher e o seu lobo.

O cocheiro chicoteou os cavalos e eles seguiram em frente, atravessando a mulher. Mas isso não provocou o maior dano. Olhando para trás pude ver vários espíritos levantando de suas covas, e a mulher acariciando seu animal de estimação. Sei que seu sorriso cheio de malícia nunca sairá de meus piores pesadelos. Mas não importa porque eu já tinha escapado.

Os servos se aproximaram por trás silenciosamente e seguraram os senhores como se fossem os ossos de um cão. A bibliotecária sombria apareceu na frente dos dois prisioneiros. Ela colocou uma bola de quarenta quilos na perna de cada um dos dois.

O espectro diabólico começou a mexer os dedos, e os colocou na frente dos prisioneiros. Ela estava sugando as almas, pois elas tinham muita força. De um momento ao outro, os meninos não estavam segurando pessoas, e sim corpos sem alma. Os servos se unificaram , e de repente, estavam usando vestes negras. No lugar da bibliotecária, apenas cinzas e uma agulha tinham sobrado.

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O PACTO DO DEMÔNIOGiulia Moraes Iassuda

Um menino morava com a mãe e a avó. Em um dia chuvoso, a mãe foi cuidar do filho de sua amiga e nunca mais voltou.

Esse menino cresceu. Se casou, teve três filhos e prometeu que iria proteger sua família sempre.

O pai da família foi trabalhar, mas o caminho estava diferente. As ruas estavam nebulosas e deixavam a vista embaçada. No chão tinha enormes poças de sangue. As pessoas estavam agressivas e com cortes profundos em suas juntas. Algumas pareciam estar sendo sufocadas por alguém, mas depois morriam. Por conta disso, o pai resolveu voltar para casa. Quando estava voltando, um velho o interrompeu e disse:

- Este surto é por causa do Demônio. Ele não vai parar até conseguir o que quer.Assim que chegou em casa, o pai pensou nas palavras do velho. E decidiu ir até o

Demônio. Chamou o cocheiro das Trevas, que o levou. Quando pisou na terra árida sentiu um calafrio, mas se voltou para o Demônio e disse:

- Demônio, poupa minha família desta tua vingança.- E o que ganho em troca? --- disse o Demônio com um sorriso malicioso.- Se proteger minha família, vendo minha alma.- De fato é um bom acordo. Mas terás que se afastar de sua família e farás tudo o

que te pedir em um prazo de cinco dias. Se não fizeres no prazo perderás uma parte de seu corpo.

- Tudo bem - suspirou o homem.O pai da família havia passado por três tarefas e falhou em duas. Por isso, perdeu o

olho direito e o braço esquerdo. Para reconquistar a confiança do Demônio o homem teria que torturar e matar uma velha.

A velha morava em um casarão antigo, mas que lhe parecia familiar. Entrou pela porta dos fundos e foi à procura da senhora. Havia uma parede com um pano cobrindo um quadro. Outra revestida com um papel de parede escuro com um relógio

pendurado. Não tinha lâmpadas, apenas lampiões apagados. Porém no andar de cima havia um cômodo com lampião aceso. O homem foi em

passos apressados até lá. Entrou no quarto com cuidado para não fazer barulho. Ela estava lá. Tricotando um cachecol. A cada passo ele conseguia escutar sua própria respiração, estava

ofegante. Envolveu seu braço direito no frágil pescoço dela e começou a apertá-lo. Ele apertava contando

até 30 e depois soltava por cinco segundos repetidamente. Na quarta apertada o homem

percebeu uma marca de nascença na mão dela que era idêntica a dele.

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VÍRUS DOENTEPedro Torao Ueda

Lista de PersonagensVIRUNOGRIPERALDOCÉLIADR. ANTI

Cena 1: Viruno não está se sentindo bem e compartilha este fato com Griperaldo.VIRUNO: Griperaldo, eu não estou me sentindo muito bem. Estou com uma dor de

barriga... (Vomita no rosto de Griperaldo).GRIPERALDO: Você deve estar com uma baita dor de barriga. (Esfrega a mão no

rosto para tirar o excesso de vômito).VIRUNO: Tinha que ser logo eu que sempre ajudo as pessoas!GRIPERALDO: É ... acontece com os melhores vírus. O melhor a se fazer é ir ao

médico.

Cena 2: Viruno vai ao médico, para saber o que está acontecendo dentro de seu corpo.

DR. ANTI: Deixe-me examiná-lo. (Abre a boca de Viruno com um palito).(Vê o corpo estanho): Agora eu entendi!VIRUNO: O que eu tenho, Dr. Anti?DR. ANTI: Você está com uma gente do tipo Célia. (Prescreve o respectivo

remédio).VIRUNO: E o que eu faço? (Bate os dedos na mesa continuamente).DR. ANTI: É só você ler esta história tão chata, que a sua

gente não te incomodará mais. Isso durante quatro dias, uma vez ao dia!

Assim que compreendeu, soltou o pescoço da velha, mas ela já havia morrido. Um forte vento fez com que a porta do quarto se fechasse bruscamente. Pendurado na porta havia uma fotografia de um menino com sua mãe e avó. O homem acabara de matar sua própria mãe.

Atordoado voltou para sua família, contrariando as ordens do Demônio, mas quando chegou lá, os corpos de sua mulher e filhos estavam caídos no tapete da sala.

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CÁLICE DE SANGUEAmanda Manicardi Sardinha

Depois de algumas semanas desde a morte de Elizabeth, a sensação de luto e tristeza ainda reinava no castelo da família Ruppertz. A mulher havia cometido suicídio após uma terrível e desconhecida doença tomar conta de seu cérebro, provocando medos e alucinações irreais, como vampiros sangrentos que viviam na floresta próxima à sua casa.

Rufos, seu marido, e sua pequena e única filha Madalena, seguiam a vida naquela pequena cidade dinamarquesa. Viviam em um castelo escuro, com decoração rústica. O tempo também era péssimo. Sempre fazia um frio extremo, era nublado e nevava constantemente.

Em um dia qualquer, enquanto observava a neve cair, o homem viu uma trilha vermelha no chão. “Deve ser apenas um animal ferido”, pensou, já parando de prestar atenção. Minutos depois, reparou em algo se escondendo entre as árvores, aparentemente seguindo a misteriosa trilha floresta adentro.

Mais tarde, durante o jantar, a garotinha se distanciou da mesa e caminhou até a janela com um ar intrigado. Ficou olhando, vidrada, para o mesmo lugar em que seu pai havia visto a trilha mais cedo. Para surpresa de Rufos, quase toda a neve estava coberta de um sangue vermelho-escuro. Em um piscar de olhos, juntou alguns utensílios e jogou tudo em uma improvisada bolsa de pano, pronto para fugir para o povoado mais próximo em sua carroça.

Tudo corria bem nas primeiras horas de viagem, até que foram surpreendidos por um cavalo morto na beira da estradinha. O animal havia sido mordido no pescoço e estava coberto de sangue. De repente, uma voz baixa e atordoante preencheu o silêncio da noite.

- Papai, você está ouvindo isso? – perguntou Madalena.- Shh... É melhor ficarmos quietos. – respondeu.O som aumentava de frequência como um eco e se tornava cada vez mais

insuportável. Além disso, diversos animais estavam caídos no caminho, todos com o mesmo ferimento. Nenhum bicho, por mais selvagem que fosse, poderia

causar tamanho estrago...O barulho cessou. Eles já deviam estar na metade do percurso

quando avistaram uma pequena casinha de madeira com uma única tocha acesa em seu interior. Era perigoso demais

seguir viagem, então desceram da carroça e bateram na porta, em busca de um refúgio.

- Quem está batendo uma hora dessa? -reclamou uma voz ao fundo.

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Um senhor de aparência cansada abriu a porta. A fraca iluminação já foi suficiente para Rufos e Madalena notarem a decoração pesada e a palidez do sujeito. Apesar da boa recepção, o pai não conseguia para de pensar que algo ali estava errado. Arrepios lhe percorriam pelo corpo enquanto o vento gélido da madrugada soprava. De qualquer maneira, não havia outra opção.

Aquela era uma noite de lua cheia. A pequena despertou assustada, ouvindo uma voz estranha vinda de fora da casa. O som, o mesmo que soava na floresta horas antes, era praticamente indecifrável, como se fosse outro idioma. Confusa, acordou seu pai, que acordou ligeiramente.

O senhor não estava lá. Ao olhar pela janela, Rufos o viu rodeado de animais ensanguentados. O mesmo segurava uma taça de cor bronze brilhante. Daquela distância, era possível enxergar os enormes e afiados dentes do vampiro, assim como o sangue que escorria pelo seu queixo. Ele parecia ficar mais forte e mais jovem a cada gole.

- Não pode ser, não é possível... - pensava, lembrando do que sua mulher vivia dizendo.

Sutilmente, agarrou a criança e esgueirou-se até a porta, porém sua tentativa de fuga foi em vão. A criatura avançou ferozmente em direção aos dois. Pensando que ajudaria a derrotá-lo, Rufos pegou o cálice e tomou o sangue. Ao invés de enfraquece-lo, o mortal foi fadado a viver eternamente sofrendo com a falta da esposa, e sua filha foi salva por um fraco raio de sol que obrigou o vampiro a soltá-la e voltar para sua casa, onde a luz não poderia o alcançá-lo.

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DEUSCinthia Beraldo Orenes

Em uma vila na Grécia, havia lindas Igrejas, com mosaicos coloridos nas janelas, teto alto, figuras com detalhes em ouro, onde todos os dias havia missas em latim, e todos eram obrigados socialmente a aparecer.

Consequentemente, havia um grupo de cientistas que contrariavam a Igreja, chamavam-se Iluminatis. Um deles não possuía nome, nem família, o que foi o tal motivo da descrença. Ele possuía só uma roupa, um capuz longo, sujo, possuía cabelos longos, um pouco abaixo de seus ombros, escuros, olhos negros e pele branca, como se nunca tivesse tido contato com o sol. Possuía uma inteligência deslumbrante, uma dúvida da vida e da morte, que nunca poderia ser solucionada, a não ser pela ciência.

Um dos Iluminatis havia desaparecido, então ele foi procurar mais informações. Soube, que esse Iluminati foi a uma Igreja distante, abandonada, que mais ninguém frequentava. Ele decidiu ir para essa Igreja. Quando chegou lá, observou-a por um longo tempo. Ela era escura, fechada, com apenas uma porta, sem janelas e o teto era baixo, totalmente diferente das outras.

Nela havia pinturas estranhas e desgastadas. Onde era o altar, uma pintura imensa cobria toda a parede. Era questionável. Nela havia anjos, mas pareciam com raiva, e havia também Deus, mas com metade da face vermelha, com um chifre, com um tridente em uma das mãos. Seria Deus seu próprio oposto segundo as histórias? Ou seria somente uma pintura?

Na quina da parede, embaixo, havia uma espaço em branco, o que era muito estranho, pois não fazia parte da pintura, parecia ter sido pintada após a pintura maior. De repente, uma figura estranha, um vulto, passou atrás dele. O cientista percebeu a presença de algo, mas não quis mostrar medo. Chegou mais perto da borda. Passou três dedos sobre ela, que começou a descascar. Bem fraco, estava escrito “00000”.

De repente, a porta da Igreja se fechou. O Iluminati ficou parado, mas com muito medo. Em seguida, a criatura se aproximou por trás dele e tocou em seu ombro. Ele olhou rapidamente para trás, e estava em outro lugar. Um lugar que não conhecia, onde

nunca estivera. Era muito escuro, não tinha nenhuma saída aparente para a Igreja. Era como um labirinto. As paredes eram de cimento e iam até o teto.

Ele, desesperado, começou a procurar a saída. Procurava, procurava, mas nunca a achava. Quando não estava mais aguentando ficar em pé, achou algo, que estava coberto por

um manto preto. Como a curiosidade e a esperança eram muito grandes, decidiu tirar o manto. A partir deste

momento sua esperança foi trocada pelo medo. Tinha encontrado seu amigo preso em uma cruz,

como havia acontecido com Jesus.

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Para piorar ainda mais, a luz apagou. Mas, rapidamente ela voltou. Naquele momento, percebeu a presença da criatura. Então falou:

- O que é você?- Sou um anjo – falou a criatura, com uma voz fina e rouca.- O que você quer? Por que está fazendo isso?- Não quero nada. Deus me mandou. Você provocou isso e não pode falar para a

sociedade. A dúvida não pode existir. Vocês Iluminatis, precisam ser extintos.Neste momento a criatura se aproximou. Ele estava com muito medo, recuou para

trás perto da cruz. A criatura falou:- Não vou te matar, pelo menos não agora, seria muito chato. Por que acha que eu te

trouxe aqui?Neste ponto, ele não estava entendendo mais nada, e falou “O quê?”. O anjo, ao

ouvi-lo sorriu e desapareceu.Cinco dias depois ele entendeu o que o anjo havia falado. Não havia saída. Ele não

estava aguentando nem se levantar, de tanto que ele procurou a saída. Estava com muita fome e morrendo de sede. Ele sabia que aquele era o seu fim. Porém, o que ele passou a vida tentando descobrir sobre a existência de Deus, que foi o motivo para a sua morte, havia descoberto, mas não iria denunciá-lo para a sociedade.

O ESPELHOAna Carolina Pereira Caparroz

Angel e Ma haviam se casado havia apenas um mês. Ela tinha cabelo vermelho escuro, pele branca como a neve, olhos azuis escuros e uma grande paixão por desenho. Ma tinha cabelos pretos como a noite, olhos verdes e adorava ajudar as pessoas. Porém, o que os havia unido não era bom. Seu pais eram loucos homicidas. E os dois temiam se tornar iguais a eles. Haviam se conhecido depois de uma visita a um hospício.

Eles compraram uma casa na parte antiga da cidade e pintado de branco a parte de fora, mas conservado a parte interna. Lá dentro também havia alguns móveis. Um quadro de uma garota e um garoto de sete anos e que provavelmente era de 1910, almofadas, um armário, entre outras coisas. Porém, a coisa que mais chamava atenção era o espelho pendurado na sala. Grande, com uma moldura trabalhada e pintada de dourado.

Em uma noite escura e chuvosa Angel começou a gritar que havia visto alguma coisa no canto do quarto. Ma tentou acalmá-la:

- Calma, calma. Você deve ter imaginado.- Não, tinha alguma coisa ali.- Você deve ter sonhado.

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Ele finalmente conseguiu acalmá-la e voltar a dormirNos dias que se seguiram os dois achavam que haviam visto alguma coisa em um

ou outro canto da casa e que sempre tinham a forma de uma criança, mas não comentavam nada um para o outro com medo de acharem que estavam ficando loucos.

Uma noite, Angel e Ma tiveram um sonho muito estranho. Nele uma família da década de 10 estava em sua sala. O pai estava lendo um livro, a mãe bordando e as crianças brincando. As mesmas crianças do quadro. De repente as crianças se levantaram e andaram até o espelho, que também era o mesmo. O menino falou:

- Mamãe, Papai, venham aqui.Os dois então se levantaram e foram até os filhos. O menino segurou a gola do pai e

começou a bater a cabeça do mesmo no espelho, que começou a sangrar. A mãe tentou escapar, mas a filha a imobilizou, costurou sua boca e a levou de volta para perto do espelho. Os dois então seguraram com força a cabeça dos pais e bateram com tudo no espelho, que se quebrou. Eles pegaram os cacos de vidro e enfiaram no coração dos pais e com os mesmos cacos, enfiaram em seus corações.

Angel e Ma acordaram exasperados e se abraçaram. Porém, uma voz falou:- Que bom que acordaram - a menina, que estava ao lado de Angel disse.- Agora vamos brincar - o menino disse ao lado de Ma e junto com a irmã

desapareceu.A menina usava um vestido até o joelho rosa-claro com uma mancha de sangue

fresco no lugar do coração, uma sapatilha preta e uma meia calça branca esfarrapada. O menino usava uma blusa de manga longa azul com uma macha de sangue fresco no lugar de coração, uma calça caqui e sapatos recentemente lustrados.

Ma e Angel calçaram seus chinelos e correram até a escada na esperança de conseguirem fugir.

Quando chegaram na escada Ma sentiu algo na perna e rolou vinte e um degraus. Angel se virou para ver quem o havia atingido e viu o menino segurando uma faca de cozinha ensanguentada, mas ele desapareceu. Ela desceu correndo para ver se o

marido estava bem e pegou uma faca para os defender. De repente, a menina apareceu, cortou Angel na barriga, que caiu de joelhos ao lado do marido

que tentava se levantar. Contudo, o menino apareceu quando ele estava conseguindo e cortou sua garganta e enquanto desaparecia.

Ma caiu no colo de Angel e sua vida se esvaia. A menina então chegou por trás dela e colocou uma corrente de

bicicleta em volta do pescoço de Angel na tentativa de enforcá-la ao mesmo tempo em que o irmão levava

Ma até o espelho. Juntamente com o irmão, a menina arrastava Angel até o espelho.

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As duas crianças enfiaram os braços dentro do espelho e tiraram dois cacos de vidro que enfiaram nos corações de Angel e Ma que morreram observando o sádico sorriso das crianças.

MORTE DO NASCIMENTO Sofia Silva Squipano

Em um pequeno feudo, longe e muitos outros, perto de uma floresta em que poucos ousavam entrar, todos temiam-me. Em uma noite meio fria, minha mãe me teve junto de minha irmã, e ouso dizer que não nasci para ficar perto de mulheres, pois as duas se foram na hora do nascimento.

Não considero isso como uma sorte que tive pois, não sei o que me acontecia... eu via coisas. Mas mal sabia eu e nem as pessoas que conviviam comigo, principalmente meu pai, que tinha uma doença terrível, pelo que me diziam, o que hoje em dia, não considero muito verdade. As pessoas tinham medo de mim, diziam que meu pai havia feito um pacto com o demônio, por eu ter “matado” as mulheres de sua vida.

Mas em um certo dia, na noite do meu aniversário de seis anos, que estava igualzinha a noite do meu nascimento, senti algo me puxar como se quisesse me levar para algum lugar. Não consigo me lembrar de sua feição, só me recordo que no final estava caindo de um lugar muito alto, e na hora do impacto, pulei da minha cama afobado.

Corri pelo feudo em busca de meu pai, mas ao perceber, andando, que não tinha ninguém, fiquei assustado, pois parecia já estar no início da manhã, apesar do tempo estar meio nublado. Mas tudo estava em seu devido lugar, eu estava em casa. Em primeiro momento, pensei que todos haviam sumido, também que havia dormido por anos, e nesse meio tempo, algo tivesse acontecido. Porém, depois de mais um longo tempo caminhando, percebi que não era realmente a minha casa, era o lugar das minhas visões. Vultos começaram a andar por onde eu passava, e eram as pessoas realmente existiam. Parava na frente delas, elas passavam por mim. Eu falava com elas, não me respondiam. Elas não me viam. Todos estavam lá, mas ninguém estava lá.

Fiquei muito agonizado com aquilo, meu corpo entrou em pânico, eu não o controlava. Quando recuperei o controle do meu próprio corpo, decidi que era melhor me matar, não conseguia lidar com aquilo. Eu tentei infinitas coisas, mas de alguma forma eu não morria. Me sentia morto, mas ao mesmo tempo queria morrer. Queria sair daquele INFERNO!

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“Se é difícil carregar a solidão,mais difícil ainda é

carregar uma companhia.”

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INFECÇÃO HUMANAThiago Fernandes Menache

Lista de personagens:VÍRUS – O DOENTEBACTÉRICA – O OBSERVADORVIROSE – O MÉDICO

Cenário 1 - Vírus conversa com Bactérica sobre ele estar doente em uma sala branca sem detalhes visíveis

VÍRUS: Estou me sentido meio mal... (curva as costas com dor de barriga)BACTÉRICA: O que você está sentindo? (pega um termômetro e tenta o entregar)VÍRUS: Acho que vou vomi... (vomita e volta a se curvar para frente)BACTÉRICA: Você está doente (se afasta para caso Vírus vomitar novamente)

Cenário 2 - Vírus vai ao médico para saber o que há de errado com ele. O consultório de dr. Virose possui uma mesa central, uma folha no meio e vários armários na parede.

DR. VIROSE: Abra a boca e a mantenha aberta por um tempo. Hmmm... Olha o que temos aqui (pede para que vírus fechar a boca e faz suas anotações)

VÍRUS: O que aconteceu?DR. VIROSE: Você tem um pequeno ser vivo chamado Pessoa na sua garganta, e,

precisamos removê-lo (Escreve coisas em um papel)VÍRUS: Uma história??DR. VIROSE: É algo para fazer essa pessoa sair do seu sistema, e, essa história é

tão chata que vai fazer a Pessoa adormecer e ser eliminado do seu corpo...

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

osOs alunos dos 9 Anos estão nos primórdios das ideias dissertativas, estão visitando aquele lugar que dá acesso apenas à racionalidade. Estão aprendendo a opinar sem serem pessoais, tarefa dificílima para estes jovens que estão acostumados a usar o tom de voz e não as concepções e análises racionais da vida para colocarem seus argumentos. Mas, eles são bravos guerreiros e fantásticos aprendizes, interessados e aplicados, estão sabendo trabalhar bem as impetuosidades do verbo regido por um ego ainda em formação.

Um mergulho nas temáticas mais complexas da sociedade, já despedindo-se das narrativas em que deixavam a imaginação correr solta, eis o que estes “duendes” textuais vos aprontaram, desfrutem.

“Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente.”

os9 Anos

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O HUMOR QUE FEREEduardo Garcia de Gáspari Valdejão

Atualmente, o ser humano dentro de uma sociedade, geralmente, é apresentado a uma rotina sistemática e restritiva, que muitas vezes causa desgaste e cansaço a ele. Com isso, as pessoas procuram um meio de fuga desta rotina, buscando uma vida mais saudável e feliz. Um dos mecanismos que pode exercer esta função é o humor. Ele, nada mais é, do que a quebra deste sistema e cria um refúgio do que seria o "comum". O humor gera um momento de felicidade e relaxamento, compartilhados por todos os envolvidos, possuindo assim, um grande potencial de mudança.

A partir da definição de que o humor seja uma "fuga do comum", pode-se dizer que este, implicitamente ou explicitamente, apresente uma crítica ou brincadeira a algo comum ao ser humano. Com isso, a divergência de opiniões em relação ao humor, pode causar extensas discussões e gerar polêmica, questionando os limites da "liberdade de expressão".

No Brasil, o aumento dos casos de processos judiciais contra humoristas, é algo a se discutir. Isso ocorre devido à possível infração dos direitos humanos, gerada por certo humorista. Para que ocorra esta infração, é necessário um ataque desrespeitoso, geralmente a minorias ou bases morais didaticamente implantadas à sociedade.

Existe, na verdade, uma confusão entre os conceitos de liberdade de expressão e desrespeito/ preconceito. É erroneamente dito que tal liberdade não tenha limites e estes são apresentados às fronteiras da liberdade de outros, ou seja, que também respeitem os princípios morais de cada ser. Com essas limitações, são criados sensos (para a proteção de minorias da sociedade, por exemplo), que, se considerados em excesso, muitas vezes encurralam o humor. Com a tentativa da quebra deste senso excessivo, humoristas, muitas vezes, acabam ultrapassando os limites dos direitos humanos, a partir de preconceitos disfarçados de uma falsa "liberdade de expressão", que luta por seus princípios e pela quebra de um sistema "ditatorial".

O humor, não necessariamente precisa de um ataque a minorias ou de um preconceito pré-imposto. O humor bem formado consegue brincar com algo comum a todo ser humano, sem ferir etnias, classes, entre outros. Isso depende da capacidade do humorista que, com seu poder político, consegue criar uma cena de "real humor". Um exemplo de um humor sadio, é o exercido pelo grupo "Os barbixas", que conquista uma harmonia com o público, sem feri-lo.

Assim como o humor pode criticar, este, pode ser criticado.

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HUMOR POLITICAMENTE INCORRETOJúlia Sarkisoff Santos

Atualmente, muitos humoristas têm sido processados pelo governo com pretexto de que fazem piadas ofensivas e politicamente incorretas, que acabam ferindo os Direitos Humanos.

É certo que todo tipo de humor tem um alvo, podendo ser características físicas, condição social, etnias, raças, problemáticas da sociedade e etc. Contudo, não se pode ignorar o fato de que as pessoas que vão a shows de humor e seguem tais humoristas estão cientes dos temas que serão abordados, mas procuram apenas distrair-se um pouco dessas "tragédias" do cotidiano, tentando buscar algo de engraçado nesse cenário.

Portanto, os humoristas não têm a intenção de desmerecer algo ou alguém, mas sim expressar-se de uma forma mais engraçada e,

consequentemente, sátira, porque o humor é uma caricatura que ressalta o pior de uma situação, de uma forma que gera o riso.

Não seria correto responsabilizar o humorista acusando-o de expor comentários ofensivos, sendo que

seu papel é, simplesmente, falar de uma forma mais s a r c á s t i c a e e x t r e m a , o q u e j á e s t á n o

subconsciente das pessoas, aquele preconceito que foi imposto pela própria sociedade.

INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO MERCADO DE TRABALHOGiulia Rasoppi

Pode-se perceber que a influência da Tecnologia para o mercado de trabalho está sendo muito importante para o avanço tecnológico na sociedade e muitas empresas dependem da tecnologia para o seu desenvolvimento.

Porém o uso da tecnologia nas empresas está sendo utilizado de maneira errada. Fábricas desenvolvem cada vez mais suas máquinas, pois acham que de alguma maneira vão diminuir o desemprego e aumentar o seu desenvolvimento. Por conseguinte, a desvalorização humana tem ocupado este cenário cada vez mais complicado da sociedade.

Uma possível solução para o alto desemprego seria investir na capacitação dos funcionários e não somente investir em tecnologia. A combinação e o equilíbrio dos investimentos em tecnologia e nos funcionários poderá trazer resultados melhores. Exemplo claro disso são as universidades corporativas oriundas de empresas que perceberam a importância de investir em infraestrutura educacional para cobrir um buraco do governo.

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Todavia, deve haver um limite para o humor. Piadas que usufruem de recursos que humilham as pessoas devem ser interrompidas no exato instante em que o alvo propriamente dito sentir-se realmente ofendido.

O Brasil está passando por uma enorme transformação, na qual as pessoas sentem-se obrigadas a repreender qualquer tipo de desrespeito e/ou preconceito, o que é algo muito bom. Porém, não se pode deixar levar para um lado muito extremista, querendo revogar todo e qualquer tipo de comentário que consideram politicamente incorretos ou sentindo-se na necessidade de tomar frente no que se trata de decisões que julgam ser de seu interesse.

Logo, o governo, juntamente com os humoristas brasileiros e os alvos de tal sátira, deve entrar em um consenso para que ambos os lados sejam beneficiados, de modo que as piadas que, de fato, firam os Direitos Humanos sejam abolidas. Afinal há outras maneiras de fazer humor que não sejam humilhando alguém.

A LEITURA DOS JOVENSAlice Marques Oliveira

Nos dias de hoje, é difícil ver um jovem lendo um bom livro ou um livro de estudos, mas é muito visto com celulares em redes sociais e lazer. A leitura além de ser boa para a escrita e leitura melhor, é bastante útil para melhor entendimento e sabedoria das pessoas.

Leitura não deve ser uma coisa massante, por esses e outros motivos os professores deveriam ter mais dinâmica com os alunos para ler um texto ou uma história. Os livros que são usados como material didático poderiam ter mais temas que chamassem a atenção dos alunos

Uma boa parte da juventude lê livros e gosta, mas existe uma outra parte que acha perda de tempo e não aprecia tanto assim. A solução para essa problemática seria as pessoas conscientizarem-se que a leitura não é uma perda de tempo e o papel das escolas deve ser influenciar e ter influência de leitura para que os jovens tenham mais interesse e gostarem de ler.

Os livros são peças muito importantes, tanto na sociedade como na vida, para ter um bom desempenho escolar, para ter uma boa faculdade, e ter bons empregos, para conseguir ser uma pessoa culta e sabia, a ajuda dos livros é essencial. Mas não adiante ter sabedoria e não usa-la corretamente, a sabedoria deve ser usada em todos os momentos, temos que usar com f r e q u ê n c i a a q u a l q u e r m o m e n t o d a v i d a . O conhecimento é a única coisa que não podem roubar de nós.

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JULGAMENTO DA PAZAna Luiza Garcia Jaess da Silva

Muitas vezes, a paz é associada a meios externos por algumas pessoas, por exemplo, alguém que está cheio de problemas resolve tirar férias, pois acha que encontrará a paz. Mas, na verdade a paz está dentro de nós, basta procurarmos por ela através de ações do bem que nos tragam tranquilidade e coisas boas, como exemplo não invejar, mas sim admirar alguém ou praticar não sentir raiva, pois só trará mais complicações e desentendimentos. Procurar ajudar as pessoas que têm dificuldade em encontrar a paz interior é uma maneira muito eficaz de manter e expandir a sua própria paz. Ou seja: a paz nasce das boas ações!

Nós estamos em um mundo de expiações e de provas, cheio de injustiças e por sermos seres humanos erramos sim, e muito! Mas, se pararmos para pensar, pelo fato de sermos seres humanos racionais nós conseguimos diferenciar o certo do errado..

Infelizmente, além de pessoas boas existem as pessoas julgadas “ruins”, que na verdade são pessoas que absorveram muito dos venenos da vida e precisam de ajuda para encontrar a sua própria paz e praticar o bem.

EXTREMISMO FÍSICO E PSICOLÓGICOLuísa Manzig Kyrillos

Vivemos uma época em que assassinatos, chacinas e massacres estão cada vez mais corriqueiros. A justificativa imposta pelos atuantes é o discurso de ódio. Porém, sabemos que mortes, discordâncias e rivalidade sempre estiveram presentes em outras civilizações.

Hoje, os principais alvos são as grandes potências como Estados Unidos, França, Inglaterra e etc. Podemos citar o 11 de setembro, em que cerca de três mil pessoas morreram, ataque à revista Charlie Hebdo e os ataques de Paris como tragédias esquematizadas por grupos extremistas, como Al Qaeda e o Estado Islâmico. Estes estão totalmente ligados ao terrorismo.

Os ataques estão geralmente associados à religião, território ou política. Outro fator contribuinte para a expansão do terrorismo no mundo, são os

conflitos no Oriente Médio. Desta forma o Estado Islâmico, um dos maiores grupos terroristas da atualidade, ganhou mais força e

poder. É composto por extremistas muçulmanos que juram lealdade ao grupo mas devemos ressaltar que nem todo

muçulmano é terrorista. Estes cometem atrocidades como abuso de menores, torturas, autodestruição

(homens bombas) e assassinatos em massa apenas por discordarem ou por outros estarem

“infringindo” sua religião.

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O QUE SÃO OS RADICAIS EXTREMISTAS? E O CASO DO ATIRADOR EM ORLANDOPedro Bueno Guimarães

Os Radicais Extremistas são aqueles que adotam soluções radicais para resolver problemas causando, muitas vezes, terror para as pessoas. Mas, nem sempre são realmente um problema, o que estes radicais tentam resolver. Como por exemplo, o caso de Omar Mateen.

O massacre aconteceu durante um evento de música latina no clube, onde estavam mais de 300 pessoas. O americano matou 49 pessoas na boate gay Pulse, em Orlando (EUA), no dia 11 de junho, era um frequentador regular da boate. Muitas das 49 pessoas mortas eram latinas, mais da metade era de origem porto-riquenha. Cinquenta e três pessoas ficaram feridas.

Omar era filho de imigrantes afegãos. Ele acabou morto por policiais na madrugada do dia seguinte. Mas nem sempre são problemas o que os radicais tentam resolver. Não é porque são homossexuais que temos que matá-los. Este homem sim, é um Radical Extremista pois teve que matar para solucionar seu “problema”. Homofobia é um problema. É horrível o fato de que vários homossexuais do mundo inteiro devem estar com medo até de sair de casa após este acontecimento.

O diretor do FBI (Polícia Federal dos EUA), James Comey, disse estar convencido de que Mateen se "radicalizou" com a propaganda do extremismo islâmico na internet.

Devia ser proibida a venda de armas para pessoas comuns para evitar acidentes como esse. Não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo devia ser proibido. Há muitas lojas de armas de fogo onde qualquer um pode ir e comprar armas que quiserem, principalmente nos Estados Unidos.

Como as ameaças e ataques são internacionais é preciso uma aliança entre as potências e os países “de cede” dos terroristas para o confronto em prol da paz mundial. Apesar da dificuldade proeminente, os governos deveriam investir em medidas como redes de investigações inteligentes, diminuição da corrupção para melhores condições na área de educação e cultura, cobrança de impostos das igrejas e incentivo à democracia no Estado Islâmico.

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ESROBÔ VIGIAMariana Oliveira Leite

A menina acordou ao som das barreiras sendo abertas. Seu quarto cinza e sem vida tendo apenas um pequeno aquário para iluminar sua cama, a faria se sentir depressiva, se ela tivesse a capacidade de ter sentimentos. A cidade cinza no qual ela residia fazia

contraste com as roupas coloridas, que insistiam em alegrar a população. As tragédias cometidas pelos humanos tempos atrás mudou drasticamente o

modo de vida atual. As pessoas que antigamente pensava que a ciência iria resolver nossos problemas rolam no caixão, apodrecidos.

A ciência criou robôs de todos os tipos, que monitoram e fiscalizam todos os passos dos humanos. Ninguém tinha

certeza de onde esses robôs vinham ou como eram criados, boatos rolam de que os humanos que não se

comportam segundo as leis é transformada em um robô vigia, o que era irônico e fazia a garota rir.

EMPOUSASammla Macêdo Guedes

A sala era escura e extremamente úmida, por todos os lados havia ferramentas cirúrgicas que pareciam quase que enferrujadas. Sobre uma mesa também de ferro, havia uma pessoa, ou era o que parecia ser, já que ela estava quase desfigurada, com partes de seu corpo parecidas com partes de corpos de animais e outras mecânicas. Em volta da mesa estavam dois homens altos e fortes com roupas de plástico para, aparentemente, se proteger, pois eles estavam operando a pessoa sobre a mesa.

De repente, eles se afastam e a pessoa se levanta e sai da mesa. De pé, fica visível o seu corpo, sua perna direita era peluda com cascos e a esquerda era mecânica, de bronze. A sua pele era branca como leite e seu cabelo vermelho como fogo, ou melhor, era de fogo. Tinha garras e presas.

Na parede atrás deles, havia um quadro com fotos e linhas interligando-as. Esse quadro indicava que eles estavam estudando isso há anos, seu projeto era sequestrar e transformar pessoas em monstros da mitologia grega para criar exércitos e transformar o mundo em uma ditadura.

A empousa, como é conhecida esse monstro da mitologia, anda até o canto da sala e bebe de uma garrafa com um líquido vermelho - SANGUE. Neste momento, uma porta se abre e de lá, saem outros monstros da mitologia, quimeras, aracnes e etc. Outra porta se abre e esses monstros caminham lado a lado, rumo as ruas, sem notar as pessoas que correm assustadas para todos os lados, com medo do que nem sabem que está por vir.

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A menina andou até o parque, ao chegar ao banco combinado, jogou a maçã que estava comendo nos arbustos e se sentou no banco marrom desgastado. Viu seu amigo, o qual também não tinha nome, ou se tivesse a garota não sabia, indo até ela com seu computador em mãos. Os dois amigos vinham investigado a criação desses robôs há algum tempo, o medo de ser pega a aterrorizava, mais também a fazia sentir adrenalina. O medo do desconhecido era o que a população sentia, e a garota não iria deixar isso continuar por muito tempo.

O computador tecnológico se abriu e a garota o pegou no colo, desviando os olhos para seu redor, para ter certeza de que não estavam sendo vigiados. O garoto se foi e a menina continuou com sua pesquisa, até que sentiu dedos gelados agarrando seus ombros. Ela virou o rosto rapidamente, vendo um robô vigia na sua frente, ela podia jurar que seu coração iria sair de seu peito, o vigia apontou para o relógio em seu pulso continuou a andar.

A garota suspirou e segurou o computador entre seus braços, levando-o para casa, onde iria continuar a pesquisar, mesmo que isso a matasse, literalmente. Sua casa era sem vida assim como seu quarto, ela podia ouvir somente seus passos pelo chão de mármore cinza, a menina abriu a porta do seu quarto onde escondeu o computador atrás da cama, rezando para que ninguém o achasse.

No dia seguinte, a garota foi parada enquanto caminhava para sua escola, os robôs vigias pareciam mais intimidantes do que já vira. O robô mencionou que a menina o seguisse, e ela o fez, até chegar no Instituto, sua cabeça ia a mil e seus batimentos cardíacos ultrapassavam do normal, sabia que tinha se metido em problema.

A menina entrou no Instituto e foi conduzido a uma grande sala branca com contrastes azuis, era provavelmente o quarto, mais colorido que já entrara, mesmo sendo compostos de apenas duas cores. O robô saiu da sala, deixando a garota sozinha no local. Ela podia sentir seu corpo tremer e não sabia exatamente o porquê.

Seus pensamentos foram interrompidos quando uma voz masculina foi projetada atrás dela, por algum motivo do qual não conhecia, a menina não conseguiu reagir, ela estava imóvel e isso apenas aumentou seu medo.

- Ouvi dizer que quer saber como “robôs vigias” são feitos- A garota não podia dizer se a voz estava presente na sala com ela ou não, isso a aterrorizava. A menina não respondeu, talvez responderia se pudesse, mas algo a impedia.

O homem se mostrou presente a tocar o braço tremulo da garota. O homem brutamente agarrou uma face robótica e a apertou contra a face da garota, agora gritando por ajuda. A menina sentiu os fios da face robótica penetrarem sua pele e o seus gritos foram logo abafados.

- Agora você sabe -

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O FIM DO MUNDOJúlia Mata Machado Oliveira Castro

Era 2150, em Loswork uma pequena cidade do interior do Texas, já havia um tempo que estava acontecendo coisas estranhas. Então, Kaie dona da NASA decidiu enviar uma cápsula para o espaço, com a intensão de verificar o que estava havendo.

- Oh não, eu mandei uma cápsula para o espaço mas eu não percebi que estava com defeito.

- E agora? O que nós vamos fazer? -Diz Jake, o astronauta encarregado, nervoso.

- Nós não temos mais controle dela ,só nos resta esperar e ver onde ela vai cair!

Nada havia acontecido, até que no quinto dia:- Olhe Kaie, a nave está aterrissando em um planeta!

- Oh meu deus, é verdade! Mas o que são essas coisas verdes?

- Kaie...- O que, Jake? - Diz Kaie ansiosa.- Estas coisas verdes são... ALIENÍGINAS!

HOMOFOBIACarolina Vitoria Domingos Alves

Você sabe o que é homofobia? Homofobia é o preconceito contra aqueles que amam pessoas do mesmo sexo. É nojo por pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo. Homofobia é pânico. Pânico da novidade, pânico do diferente, e o novo sempre assusta as pessoas. O homofóbico está apenas assustado e critica essas pessoas com piadas ofensivas e aspectos religiosos ou culturais e seguem as palavras da bíblia “A mulher foi feita para o homem”, e ainda usam isso como desculpa para machucá-los tanto física, quanto verbalmente.

A opção de uma pessoa de querer ficar com outra do mesmo sexo tem que ser aceita. Principalmente agora, em que eles estão começando a “abrir a boca” em movimentos como a “Parada Gay”.

Todo ser humano, seja ele quem for, independente de sua sexualidade, tem o direito de ser tratado justamente, tem o direito de amar, tem o direito de poder sair à rua de mãos dadas com a pessoa amada, sem ter que ser encarado por todos, sem ser afastado de crianças com a desculpa de “o que vou dizer a eles?”, “Eles não entendem.” ou “Para eles é estranho..”.

Todo ser humano tem o direito de viver. Você não precisa ser homossexual para respeitá-los. O amor é um direito humano, e não devem existir regras para ele. Ele apenas deve seguir os conceitos de Respeito e Liberdade.

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BUUMMMM a cápsula havia estourado em cima de pessoas e prédios, mas não eram prédios normais, eram gigantes e bonitos.

- Oh Jake, e agora o que vamos fazer? A cápsula estourou em um planeta desconhecido, que nós nem sabemos que tipo de vida há lá.

- Eu não sei, só vamos esperar e rezar para eles não acharem de onde essa cápsula veio, pois se eles souberem. ELES VIRÃO ATRÁS DE NÓS.

Passou um tempo, nada havia acontecido e era apenas mais um dia normal, como os outros, quando de repente: só se deu para ouvir um BUMMM era uma explosão:

- Eles nos acharam, Kaie -Jake diz dentro da sala de comunicação.- E o que nós vamos fazer?- CORRER - Jake diz pegando da mão de Kaie e puxando-a para fora.Então, eles correram para uma sala pequena e escura e se trancaram lá, enquanto

isso só dava pra escutar milhões de bombas atingindo a Terra. Então os dois pensaram “é o fim do mundo, eles descobriram de onde tinha vindo a cápsula que tinha destruído uma cidade inteira e estão dando o troco. Iriam destruir a Terra. Com muita dificuldade, Jake conseguiu pegar o sinal do telefone, e eles viram que não era só lá que isto estava acontecendo, era no mundo todo, eles estavam certos é o fim do mundo. Então, como Jake era a última pessoa que ela iria ver e como ela era apaixonada por ele desde o primeiro dia que ela o viu, ela disse:

- Jake eu te a...Uma bomba havia atingido bem o local onde eles estavam... e Kaie não tinha

conseguido falar o que ela sentia por Jake.Quando Jake acordou, ele estava em um lugar diferente, não era a Terra. Logo já

veio uma enfermeira falar com ele, ele estava assustado então, perguntou a ela:- Cadê a Kaie?- Eu sinto muito, mas você foi o único sobrevivente.- Mas e você?- Eu não sou humana.Então ela contou a ele que já fazia um tempo que a espécie dela estava se

infiltrando na Terra, com o propósito de destruí-la e que não a cápsula dele que foi o motivo do fim da terra.

- Mas, então por que vocês me deixaram vivo?- Você já irá descubrir.Mas, Jake estava muito cansado e chateado pela morte

da amiga, que nem conseguiu falar o que sentia por ele, ainda mais porque ele diria o mesmo. Ele estava muito confuso e uma pergunta veio à sua cabeça:

- Então é o fim?- Não Jake, está apenas começando...

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A INVASÃO Ana Beatriz Brito Garcia

2061. Eu olhava pela janela as árvores congeladas pelo frio. Suspeito até que não apenas as árvores, mas como todos os seres que habitavam o local. Há três anos, domingo, dia de almoço na casa da vovó, eu cozinhava para a família. Estavam todos sentados em volta da mesa redonda, rindo, sorrindo, os netos corriam, as noras se queixavam e os filhos assistiam ao jogo de basquete que passava no telão localizado ao lado da sala de jantar.

Enquanto conversávamos sobre algo que não me recordo, ouvimos um barulho alto ecoando por todas as partes da casa. Imediatamente corremos para fora da casa para tentar descobrir o que havia ocorrido. Apenas o que vimos foi gelo e neve. Logo em seguida o frio se instalou. Todos voltamos para dentro e resolvemos que esperaríamos um tempo até que cada um voltasse para sua própria casa. O que teria acontecido?

Passaram se horas e nenhuma notícia do que havia acontecido pois rádios, televisões, internet, nada funcionava.

O barulho ensurdecedor continuava.Todos estavam apreensivos quando de repente algo estranho adentra pela porta.

Parecia uma pessoa, mas também parecia uma máquina. Ele usava uma armadura avançada com vários botões, várias telas, antenas e tinha uma voz robotizada. Mas seu rosto era humano. O que seria aquilo?

Inicialmente todos ficaram assustados, mas logo começamos a questionar o que estava fazendo aqui e porque. Ele nos disse que o planeta que habitava, um lugar frio e escuro, havia sido invadido e bombardeado, o que levou a uma explosão com apenas alguns sobreviventes.

Nos disse que o nosso planeta havia sofrido as consequências do ataque, fazendo com que os sobreviventes habitassem-no e que o frio predominaria pela eternidade.

Desde aquele tempo, o frio não passou. Tudo ficou congelado e tivemos que nos adaptar à nova realidade. A família não era mais a mesma, o planeta não era mais o

mesmo, nada era mais o mesmo.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

oOs alunos do 1 Ano estão num processo profundo de aperfeiçoamento da linguagem formal, critério fundamental para um bom rendimento no vestibular. Estão começando a destrinchar os truques e a beleza de um português distante das gírias tão apreciadas e já intrínsecas de suas personalidades pueris. Brota da ponta de suas línguas a linguagem necessária para a expressão dos sábios, dos cientistas, dos profissionais, do cidadão letrado e assim ela germina em seus textos que falam desde agro florestamento ao desemprego desenfreado que assola nosso país em crise.

Espero que apreciem as sementes germinadas que formaram.

“Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto”.

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OS PADRÕES DE BELEZA NA NOSSA SOCIEDADEJoão Pedro Batemarque Simões

Ao longo das últimas décadas, até mesmo séculos, muitas pessoas adoeceram e até morreram por um único motivo: padrões de beleza. E para essas pessoas atingirem esses padrões, muitas vezes, tomam remédios, não fornecidos por médicos, que danificam catastroficamente o organismo e, sobretudo, o psicológico.

O grande problema dessas pílulas de emagrecimento é que elas são vistas como uma necessidade, de forma que para uma pessoa ser “aceita” pela sociedade, ela deve ter uma aparência específica. E deve atingir um “padrão de beleza”, que é determinado pela mídia.

Para uma mulher ser considerada bonita, ela deve ter suas curvas bem torneadas e o homem deve ser musculoso. Caso a pessoas não seja exatamente assim, não serão consideradas "atraentes".

Os padrões de beleza impostos pela mídia causam muita polêmica, por destruírem a autoestima de muitos e por definir padrões impossíveis, "arrumando" as imperfeições das modelos no “photoshop” e fazendo com que principalmente os jovens tentem alcançar uma aparência inexistente, uma meta impossível, levando pessoas à se matarem todo ano por conta de tal problema.

Não há nenhuma solução fácil para tal questão tão polêmica na nossa sociedade. Pois a mídia ganha dinheiro com os padrões de beleza, logo, ela não irá simplesmente mudar. Mas podemos fazer algo que está ao nosso alcance para diminuir a escala do problema: devemos nos conscientizar, entender que a nossa saúde é muito mais importante que nossa aparência, de forma que ser "feio" não mata ninguém.

Para resolver a questão das pílulas de emagrecimento e do uso de outras drogas para alcançar o padrão de beleza determinado pela mídia, devemos nos conscientizar que tudo isso não passa de uma jogada de marketing para tal indústria ganhar dinheiro e que nossa saúde é muito mais importante que nossa aparência. Caso a pessoa queira por decisão própria mudar sua aparência, que não coloque sua saúde em risco para isso através de alternativas naturais.

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A AGROFLORESTA NA AGRICULTURAHeloisa Leitão Benites

Na sociedade atual, o capitalismo está muito presente na economia por ser um processo natural dentro da personalidade humana, ainda movida com as impulsividades individualistas e gananciosas. Por causa desse sistema econômico, a população está sempre em busca de riqueza financeira, não importa o que é necessário ser feito.

Um exemplo pertinente é a desapropriação das terras indígenas para aumentar o plantio de cana-de-açúcar, visando lucrar mais com o álcool produzido através dessa planta. Nesse caso, as comunidades indígenas são queimadas e a terra usada para o plantio. Sem moradia, os índios são forçados a se submeter a situações precária de trabalho para sobreviver.

Nota-se que os latifundiários estão pensando cada vez mais em lucrar e esquecendo de se preocupar com o bem-estar do outro. Assim, percebe-se que a alteridade está se tornando cada vez mais insignificante. A relação com o outro perdeu seu senso de comunidade há muito tempo. Foi embora em nosso país com os primeiros índios a serem dizimados. O esgotamento dos solos, torna escassa não apenas as terras que antes eram florestadas pelos índios, mas esgota os recursos econômicos que se acumulam nas mão dos usineiros.

Um projeto baseado em um novo método, a agrofloresta, que descreve a agricultura executada da mesma forma que o ciclo da natureza, seria uma possível solução do problema. Nesse método, é possível reviver o solo e plantar através do resto da podagem de árvores.

Com a utilização do método, as terras inutilizadas podem contribuir para a economia e tornar desnecessário a tomada das terras indígenas. Além de usar a reciclagem dos restos das plantas para nutrir o solo, diminuindo o desperdício e girando a economia em torno não de apenas um grande produto de exportação, mas de vários produtos para o mercado interno.

AQUI SE FAZ AQUI SE PAGAIsabela Cristina De Bem Fabozzi

No Brasil, atualmente, experienciamos a realidade a qual levou à prática dos linchamentos, permitindo que uma crise d e a l t e r i d a d e e , p o r c o n s e q u ê n c i a , e xc e s s o d e

individualismo se expandisse pelas consciências individuais que alimentam esse mesmo feito.

Essas mesmas consciências individuais carecem de segurança e confiança nos serviços

públicos e nos oficiais que atuam neles.

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PLANTE UM SORRISOGiulia Costa Morei

O Brasil possui grande extensão territorial, fato que tornou o setor primário a base da economia do país. Entretanto, a prática da monocultura agrícola implica na destruição do solo. Além das áreas prejudicadas, muitas pessoas acabam perdendo suas terras para essa grande indústria.

Os povos indígenas são os mais afetados com essa prática, são retirados de suas terras e colocados para trabalhar em plantações com salários absurdamente baixos. E sem condições para comprarem alimento, muitas de suas refeições se baseiam na cana que colhem.

Quanto as terras, que vem sendo depredadas com agrotóxicos e com a prática da monocultura, um modo de usufruir do solo s e m d a n i fi c a - l o é u t i l i z a r u m s i s t e m a c h a m a d o agroflorestamento que consiste em utilizar as próprias plantas como adubo do solo, introduzir agriculturas familiares, e implementar o revezamento do solo. É necessário cuidar do hoje para que haja um amanhã.

O descrédito na eficácia desse tipo de prestação de serviços corrói a sociedade democrática de dentro para fora; uma vez que leva um desamparo à população, que resulta em linchamentos - ou como preferem dizer, justiça com as próprias mãos - não dando vazão, finalmente, à defesa da vítima ou ao julgamento e processo devidos da situação.

Inúmeros casos característicos de linchamentos já foram expostos ao Brasil através da mídia, mas o número de ocorrências são maiores, e o desespero de pessoas integrantes dessa realidade também. Pessoas essas que estão sujeitas à ignorância quase que total, por parte das camadas sociais mais bem favorecidas, refletindo na causa principal dessa frenquência tão grande dessa prática.

Deve ser reavaliada a condição dessa camada. Passar a considerar o peso dessa parte populacional e de seus atos, a fim de entrar em um consenso que fale pelos dois lados. Em outras palavras, antes de encontrar e adotar uma solução totalmente eficaz, que se mantenha em mente o impacto e as proporções que os linchamentos estão tomando.

É fundamental que haja uma fiscalização maior, ou melhor, que seja implementada uma fiscalização dos serviços públicos, a fim de avaliar a competência na área de atuação destes. Assim, com o tempo, começa a encaminhar um mútuo desenvolvimento de respeito e da ordem, entre as camadas e os prestadores de serviços, levando a uma distante, porém possível, extinção disso.

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A PIOR AMBIÇÃO DO HOMEM É QUERER COLHER AQUILO QUE NÃO PLANTOURaul Santos Caruso Borges

O Brasil é pioneiro em exportação de biocombustíveis, mas será isso uma coisa boa? Para o nosso país chegar a esse ponto, foi à custa de muito suor indígena. Não se trata aqui de um cenário colonizador, mas ainda de apropriação de terras e exploração de mão-de-obra ainda exercida pelos grandes proprietários de terra nesta corrida pelo “petróleo natural”.

Com tal comportamento, através da monocultura, estes cidadãos estão não apenas degradando o solo, mas uma cultura inteira. Pensar no próximo com respeito não faz parte do vocabulário deles.

Multas severas, leis mais rígidas, fiscalização de verdade. Isso resolve. A solução está na denúncia e na conscientização de um povo de forma a se enxergar também como parte do problema.

APRENDENDO COM O PASSADOSarah Birenbaim dos Santos

O Brasil pode ter se esquecido, mas os primeiros habitantes brasileiros foram os índios. Muitos anos antes de o povo “desenvolvido” pisar aqui, as tribos indígenas já cultivavam e gozavam dos prazeres que a terra tinha a oferecer, contudo, sempre tendo um meticuloso cuidado de não alterar o equilíbrio da natureza.

Hoje em dia, os agricultores não se importam com este “equilíbrio”, pensam apenas em cifrões. Apesar do fato de terem uma missão importante (produzir alimento para a população), não são cuidadosos derrubando inúmeras árvores, destruindo habitats naturais, causando a extinção de espécies e finalmente expulsando os verdadeiros donos daquelas terras: os índios. Não importa como estes indígenas vão sobreviver ou se as terras têm algum valor histórico ou cultural.

Com este pensamento, as invasões em terras indígenas eram cada vez mais comuns. Além de expulsos, os índios não tinham outra alternativa a não ser trabalhar a

para os “donos” desses latifúndios por míseros salários. Isso é imoral e um absurdo para os dias de hoje. O governo deveria

oferecer aos índios a chance de comprar o terreno e ajudá-los financeiramente para começarem a produzir. Deve haver

entre os latifundiários uma conscientização e fiscalização maior sobre as técnicas menos abusivas do solo.

Estas seriam algumas das soluções propostas para cuidar e respeitar o solo brasileiro (como os índios

faziam há muito tempo) e manter o que resta da nossa cultura viva, perante as gerações que

ainda estão por vir.

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

Já amadurecidos com alguns conceitos filosóficos e sociais, os alunos do o2 Ano são convidados a aprofundar suas práticas textuais na organização de

suas ideias nos parágrafos. Os temas, mais complexos e mais reflexivos, são um mergulho em suas almas, seus inconscientes individuais, que se tornam coletivos para desvendar e tentar solucionar as problemáticas e mazelas da sociedade.

A ânsia do Enem é justamente a pertinência de se entender o que são os direitos humanos para que sejam respeitados nas produções textuais, mas, mais que isso, o convite mais pungente neste caso é a proposta de intervenção social, uma tentativa de solucionar tais problemáticas.

Algo me emocionou muito nesta turma quando abordamos as condições precárias das clínicas psiquiátricas no Brasil. Após passar um documentário em sala de aula, deixei-a com um silêncio, caso raríssimo entre adolescentes, era um silêncio de dor, eram rostinhos de perplexidade, creio que nesses dias o conceito de direitos humanos ultrapassou a barreira do saber e passou a ser um valor plantado, sentido e, como na expressividade insanamente perfeita dos escritores, supostamente vivido num canto do espírito que apenas a arte da literatura tem acesso.

Espero que apreciem.

“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. C o n t r o l a r e s s a l o u c u r a r a z o á v e l : s e f o r m o s razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas”.

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EDUCAÇÃO OU VIOLÊNCIA?Thiago Rossi Rodriguez

A violência, tanto verbal quanto física, entre professores e alunos é algo que persiste em nossa sociedade mesmo depois de medidas tomadas por professores, diretores e até mesmo do governo. Além disso, em muitos casos essa violência é vista como algo normal. As estatísticas dos casos de agressão física tanto em escolas públicas quanto privadas são assustadoras e crescem a cada ano.

A violência escolar ocorre devido à falta de atualização do sistema de ensino, que é o mesmo desde o século XIX, no qual o magistério é tão mal remunerado que não atrai talentos, e quando atrai, desmotiva o professor e, nos casos das escolas públicas, estes se "acomodam" no cargo e não cumprem o seu dever de conquistar a atenção do aluno, deixando-o então desmotivado, hiperativo e indisciplinado. Outro fator causador é que os jovens não estão aprendendo em casa aspectos básicos para o convívio social e sobre o valor da educação.

Para solucionar este problema é necessário garantir uma maior valorização da educação e maiores remunerações para educadores. Os pais que têm filhos em idade escolar devem ensiná-los sobre aspectos de convívio social e a respeitar os educadores tal como eles merecem. O núcleo familiar é a peça mais importante desta engrenagem de valores. Ao invés disso, a postura mais detectada das famílias é tratar a escola como a grande responsável pela educação de seus filhos, se eximindo desta responsabilidade. O ambiente escolar é uma ferramenta de ensino e inserção social e não uma figura materna ou paterna educadora.

Valorizar a carreira e aumentar as remunerações daqueles que lidam diretamente com os alunos, ou seja, os docentes aumentaria o número de interessados em trabalhar na área, a qualidade de ensino subiria e os professores lecionariam com maior dedicação. Com a melhor educação realizada em casa, os alunos respeitariam mais seus mestres e teriam um empenho maior nas aulas. Na Coreia do Sul, o índice de violência relatado nestes casos é zero, visto que o país valorizou a carreira docente e, desde cedo, as crianças aprendem em casa a importância da escola e o respeito pelos que ensinam. Esta atitude não é recente, é milenar.

Para erradicar a violência escolar entre alunos e professores é necessário um conjunto de medidas adotadas em ambos os lados da educação, dos educadores e daqueles que são educados.

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ESA MONOCULTURA IDEOLÓGICA

Pedro Henrique Gonzalez de Saboia Campos

A monocultura vem se mostrando como uma das principais causas das problemáticas do meio rural. Pode se concluir que a monocultura é a

causadora do esgotamento do solo, do desmatamento, da desigualdade e da má distribuição de terras, da poluição do solo e das águas,

da desapropriação de terras indígenas, dentre outros problemas. Isso é provocado pelo fato desse estilo de

cultivo ser acompanhado pelo uso de agrotóxicos, de ser aplicada em latifúndios e exaurir o solo devido à

necessidade de sempre produzir mais, na tentativa de justificar sua aplicação que por

muitos é considera obsoleta.

SEMENTES DE UM FUTURO MELHORIgor Bueno Magela

Nos últimos 30 anos, o Brasil tem apresentado uma redução significativa no número de terras de pequena extensão territorial, ligadas à agricultura de subsistência e ao atendimento do mercado interno. Nesse mesmo período, cerca de 50% dos pequenos agricultores, incluindo integrantes das tribos indígenas, tiveram que abandonar suas terras e mudar suas fontes de renda para manter-se no mercado.

Após estudos realizados, foi concluído que o principal fator para essa redução é o aumento avassalador de grandes propriedades de terras, que utilizam a monocultura de produtos para a exportação. Além disso, o aumento de latifúndios que visam o atendimento do mercado externo acarreta em problemas ambientais, causando o esgotamento do solo, o desmatamento e a intervenção no ciclo ecológico.

Uma alternativa viável para a solução desse problema é o incentivo da agricultura por meio das agroflorestas e a contratação de agricultores menores que perderam suas terras, para que possam operar nesses novos espaços.

Essa solução seria eficiente porque as agroflorestas constituem um modo de plantação que respeita o meio ambiente e utiliza os nutrientes provenientes da própria natureza para a produção de frutos. Desse modo, evita o esgotamento do solo e atua em conjunto com o ecossistema dos animais e insetos que atuam nessas áreas. Já a contratação de pequenos proprietários, que perderam espaço no mercado agrícola, também ajudaria na redução dos problemas socioeconômicos do país.

A aplicação de tais medidas garantiria o avanço da agricultura e a preservação do meio ambiente, de maneira simultânea. Além de diminuir os índices de pobreza apresentados pelo Brasil. A partir de uma melhor relação entre o homem e a natureza, será possível plantar sementes para um futuro melhor.

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O uso da monocultura tem origens coloniais, derivada do Plantation, método utilizado principalmente pelas nações ibéricas durante as Grandes Navegações. E são reflexo do tradicionalismo e conservadorismo presente no país. Devido à extrema dependência econômica brasileira em relação aos insumos agropecuários, modelos como o da monocultura acabam por prevalecer em grande quantidade até os dias de hoje.

Se houvesse a redução da participação da agropecuária no PIB nacional e o desenvolvimento da indústria e principalmente da agroindústria (já que a estrutura fundiária já é bem definida e não seria logico desperdiçar um potencial agrícola imenso, que com o uso correto do solo e emprego de tecnologias modernas podem aumentar a produtividade de maneira exponencial sem ter que aumentar as terras cultivadas, possivelmente até reduzindo-as) a possibilidade de uma agricultura mais ecológica, produtiva e humana surge; além de desenvolver o país em geral.

O solo de diversas regiões já foi destruído pela monocultura sem poder ser recuperada por esta, porém se modelos como o da Agricultura Sintrópica. O termo sintropia é apresentado como a antítese da entropia, que é basicamente o caos do sistema, logo, a sintropia é a organização do conjunto, a harmonia do sistema. Assim a agricultura sintropica pode ser explicada como a harmonia entre produção e natureza, onde são cultivados insumos agrícolas em meio à floresta, que muitas vezes também é cultivada. Desse modo o sistema acaba por se tornar autossuficiente, já que devido a constante poda o solo vai se reciclando, mostrando que é possível produzir e preservar de uma maneira plausível e pratica não teórica como diversas outras.

O sistema implementado por Ernst Gotsh não se mostra apenas como uma maneira de cultivar de maneira amigável o meio ambiente, mas também se mostra uma maneira eficiente de recuperar o solo, e reflorestar áreas desertificadas pela ação humana. Outro método ecológico, porém não tão revolucionário e eficaz como esse, é o uso da agricultura orgânica, que além de utilizar da rotação de cultura, não emprega o uso de agrotóxicos (como o modelo sintropico). Provando o quão obsoleto esta a monocultura, já que produz menos que outros métodos de plantio e causa danos enormes ao meio ambiente.

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ESCRAVOS DA IGNORÂNCIAFernanda Ayala de Souza

Na atualidade brasileira, continua sendo constatada a existência de trabalhos considerados escravos em diversos setores de emprego. As vítimas são

consideradas abusadas e submetidas ao status de escravos quando há uma condição dita como precária, exaustiva ou desgastante, obrigada por

violência ou também por dívidas.Essa série de acontecimentos usualmente desencadeiam em danos à saúde e até mesmo em danos psicológicos por traumas em relação à condição vivida. Diversas vítimas

dessas situações foram resgatadas nos últimos anos e há uma grande porcentagem de trabalhos deste

estilo no setor agropecuário e também em várias lavouras.

A AGRICULTURA E A SOCIEDADEGustavo Bruni Teixeira

A monocultura agrícola no Brasil é um problema atual e uma prática perigosa que traz muitos impactos ambientais negativos para o solo. Entre os fatores negativos, podemos citar compactação do solo, desmatamento, consumo excessivo de água e energia em projetos irrigados e processo de assoreamento de rios e nascentes.

Os grandes produtores rurais buscam cada vez mais o lucro junto com a alta produção e produtividade sem pensar sobre os problemas ambientais que a agricultura causa. Além disso, podemos observar como resultado da monocultura o êxodo rural, pela falta da necessidade de mão de obra no campo.

Para solucionar o problema da monocultura extensiva, é preciso o incentivo aos grandes produtores agrícolas para o uso de insumos agrícolas que beneficiem o solo e evitem problemas como infertilidade e o seu desgaste. Assim, os produtores agrícolas estarão interessados em usar beneficiar o solo usando insumos benéficos não apenas para o planeta mais para sua produção em escala geral. Junto, uma fiscalização mais rígida sobre as plantações no campo, em caso de grande desgaste do solo o produtor será multado.

Dessa forma, os produtores verão as vantagens do uso de insumos agrícolas benéficos para o planeta, terão consciência que estarão sendo fiscalizados e sujeitos a multas e dessa forma será possível preservar o solo, melhorar a qualidade do produto sem desagradar os grandes produtores.

Com simples medidas é possível reverter o problema da monocultura agrícola no Brasil de uma forma que agrade a todos e beneficie a natureza.

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Uma solução quase convincente, tomada pelo governo, visa a interrupção do financiamento dos imóveis e propriedades onde ocorre o trabalho escravo e até o confisco dos mesmos, porém essas medidas claramente não são o suficiente para interromper esse infeliz processo.

Dados mostram que mais da metade das vítimas submetidas ao trabalho escravo s ã o a n a l f a b e t a s o u n e m s e q u e r t e r m i n a r a m o e n s i n o f u n d a m e n t a l . Consequentemente, se houver uma melhora considerável do ensino brasileiro e nos incentivos e chances de obter o tal estudo, junto a essa medida do governo, há uma enorme possibilidade dessa onda de trabalhos escravos se extinguir.

SER OU NÃO SER, EIS A MONOCULTURAPetronio Antonio Cassis Vieira

Hoje em dia, um tema muito pertinente na nossa sociedade é o meio ambiente. Mas poucas pessoas sabem que o grande inimigo do meio ambiente é a monocultura agrícola, sistema implantado no Brasil desde o século XVI.

Pesquisas apontam que a monocultura agrícola causa sérios problemas ao meio ambiente como: compactação do solo, desmatamento, consumo excessivo de água e energia, aumento de insetos, uso excessivo de agrotóxicos (para conter os insetos e pragas), e diminuição da população de animais silvestres.

Após meses de análise e pesquisa, especialistas apontaram uma solução eficiente e viável. Segundo eles, a solução consiste em um reflorestamento especial, que deve ser feito com muita seriedade e responsabilidade, mesclando plantações que levem mais e menos tempo para serem colhidas, o que resultara numa plantação ecologicamente sustentável.

O sucesso é garantido, mas esse projeto, necessita de um esforço conjunto entre o governo federal e a sociedade. O governo, deverá investir pesado em publicidade, marketing e principalmente na fiscalização. Já a sociedade, deverá acompanhar e cobrar de perto, todas as medidas.

Para alguns especialistas, o que poderá ser mais difícil no processo, será o esforço da sociedade em relação ao tema. Segundo eles, apesar da sociedade ser tão preocupada com o meio ambiente, a consciência sobre a m o n o c u l t u r a é m u i t o p e q u e n a , m a s s e t o d o s s e conscientizarem, um passo para o futuro sustentável será dado.

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CARTACamilla Viana Da Silva

São Paulo, 23 de abril de 2015.

Caríssima Camilla,Lapidada por pessoas maravilhosas, em especial meus professores e pais, vivo em

mim uma menina de 15 anos desnorteada ... procurando entender o que se passa na minha sociedade. Fui à procura de respostas com uma dessas pessoas, que infelizmente não tive o contato pessoalmente. Obrigada Bauman, fazemos uma bela dupla mesmo à distância.

Iniciando quase uma vida “adulta”, começo a questionar-me de tudo constantemente e virei uma moçoila um tanto quanto chata, a “diferentona”, bom ao menos é assim que meus amigos me chamam, estando cada vez mais inquieta. Se é que dá para piorar, os questionamentos vêm de mim, no meu mais íntimo quero compreender porque as coisas andam tão “ sem pé e sem cabeça” como diz minha querida mãe.

Bom, já com essa idade interesso-me muito por sociologia, filosofia, antropologia entre outros temas intelectuais, no entanto, comecei a me interessar mais ainda por um tema em específico, que na realidade engloba os demais anteriores: A Modernidade Líquida. Sinto-me como um leãozinho enjaulado há muito tempo, como então iria agir na verdadeira savana? Enquanto preso, este leão não precisou saber de muitas coisas e bastava sentir que algo estava errado que logo o problema seria resolvido por um tratador. Confortante era ver que existiam vários assim como ele ... enjaulado. Porém, eis que um dia o tratador olhou bem em seus olhos, abriu a jaula e disse: Apresento-te a sociedade! Aquele leãozinho acostumado a receber sempre o melhor filé, foi jogado em uma competição louca e agressiva, mais do que isso, criado em seu individualismo agora há de trabalhar em grupos.

Exatamente naquele momento recebi mais do que um choque de realidade, fiquei sem chão, sem a quem recorrer e acima de tudo, ilhada por ondas de incerteza e

insegurança, o caos parecia ter consumido tudo. Espero que com 45 anos esteja menos caótico. Todos aqueles empasses, debates e problemas não

tinham fórmula ... pois é, não tinham respostas !!! Hesitei em dar uma de esperta e já que não achei respostas, tive vontade de olhar

atrás do livro para ver se encontrava alguma, pois que me deparei com algo nunca antes percebido. O livro não tinha

fim, na verdade estava por ser escrito ainda e o mais interessante é que ele possuía cada letra com uma

grafia, como se estivesse sendo escrito por vários autores.

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Pois bem minha querida Camilla, é exatamente isso! Fiquei entusiasmada para logo acrescentar minha parte. Afinal, o livro é a sociedade e a sociedade é feita de gente. Raramente demoro em minhas decisões, tomara que continue assim daqui a 30 anos, no entanto demorei muito para conseguir escolher sobre o que falar a você, e decidi que minha grafia teria um toque de liberdade. Soou um tanto quanto poético pela primeira vez, mas já na segunda, me dei conta de que eu nem sabia o que era liberdade e se eu não sei, como posso reconhecê-la? Creio que eu não vá precisar de um dicionário, apenas de tempo ... que é um grande mestre, pena que mata seus alunos.

Desnorteada uma vez, duas jamais! Como custou-me essa ideia, mas enfim na minha cabeça finalmente criou-se o conceito de liberdade, que enquanto para muitos é você poder escolher o que quer, para mim é você entender o porquê de você querer aquilo. Logo não existe alguém totalmente livre, uma vez que deve-se conhecer as coisas para entendê-las e ninguém conhece tudo, sendo escravo da ferramenta que nos possibilita ser livre: o conhecimento.

Ah Camilla, por menos noites mal dormidas, prometa-me nunca mais encascar com um assunto tão complicado na cabeça, as vezes acho que estou ficando louca! Sem falar de como isso me distancia de pessoas que eu amo muito, pois muitas vezes parecem não estar tão interessadas, assim como eu, em entender o que se passa .... Se é que posso dar mais um conselho, aquele de mãe mesmo, estou aprendendo que por vezes é melhor ter por perto quem te ama do que ter a razão. Prometo que a melancolia termina por aqui.

Determinei-me aqui a falar sobre tal assunto, porém não sei se eu sou livre ou não! Mas dessa vez é mais fácil, pois para obter a resposta sei que devo conhecer onde vivo, foi então que faço de meus passatempos verdadeiras aulas de anatomia para dissecar a sociedade. Afinal de contas, um médico não diz o problema sem saber as causas, e necessitada de um diagnóstico para comprovar se sim ou não para liberdade, trato de examinar meu paciente detalhadamente.

Enfim a sós com ele, quis entender o que se passava no momento, pimba! A famosa Modernidade Líquida, que não se trata de uma ruptura de época, mas de uma transformação dentro de uma estrutura, o que deixou bem claro que antes dela se vivia uma Modernidade Sólida. Percebi que durante a época atual, perdemos os referenciais morais, e o sujeito líquido é responsável por construir ou escolher normas a serem seguidas buscando sempre a melhor opção, a mais vantajosa e se possível aquela que não tenha desvantagem alguma. Tudo isso evidencia o fato de estarmos perdendo a nossa conexão, que são as relações sociais pautadas em responsabilidade mútua, e estamos substituindo-as por relações líquidas, que é uma consequência da dificuldade de firmar laços profundos.

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Sem saber até onde chegarei descrevendo 15 anos de auto avaliação, uma vez que depois de conhecer a sociedade precisei saber se me encaixo nela ou devo fazer mudanças, sempre assumindo os riscos que isso me traria .... Resolvo parar por aqui, e dizer que nunca quis julgar a nossa época atual como boa ou ruim, apenas entendê-la. Ilustre Camilla, parece que a sede de compreensão caiu sobre mim um tanto quanto cedo, estou ansiosa para ver como será o resultado de uma cidadã que aos 45 anos continuará a querer conhecer o porquê das coisas, pelo menos é assim que espero vê-la distante amiga .... Tão distante como meu caro Zygmunt Bauman, no entanto mais íntima. Ah sim, e antes que me esqueça, a possível futura médica tem algo para mostrar. Atestado final: Liberdade em andamento.

Jamais se esqueça do que é sociedade,

Camilla Viana da Silva

A LOUCURA POR TRÁS DOS LOUCOSNatalie Cofino Serafini

Se já fui chamado de louco? Com certeza já! Como da vez que decidi pular de paraquedas, quando gastei mil reais em um jantar, ou quando decidi que ia fazer psicologia na faculdade. Mas o que é ser chamado de louco em uma sociedade que vive da loucura? A loucura move a economia, move a cultura e por incrível que pareça até a politica, é de tamanha certeza que você já deve ter ouvido alguém dizer “Que preço absurdo! isto é loucura!”, ou “tem que ser louco pra gostar de funk” ou até “este cara está louco! Vai quebrar nosso país”.

A loucura significa muitas coisas, as pessoas usam a loucura para experimentar situações diferentes, mas eu fico pensado... e o que acontece com aqueles que não possuem controle sobre sua própria loucura? O que acontece com aqueles que são excluídos da sociedade por que interpretam a loucura de um modo diferente? Pois é, decidi descobrir eu mesmo.

Fui visitar um manicômio em Sorocaba, para presenciar por um dia o que é a loucura considerada “fora dos limites”, tentei entrar como visitante, mas me

disseram que “A instituição não permite visitas”, então dois dias depois perguntei se havia vagas de emprego, me disseram que sim. Comecei

a trabalhar na lavanderia da instituição e posso dizer que nunca havia presenciado tal loucura. Nas minhas horas vagas perambulava pelos corredores e via pacientes sem

qualquer tipo de vestimenta, fezes no chão, pacientes com fome, gritando e chorando. Todo esse absurdo

descaso acontecendo sobre os olhos das enfermeiras e funcionários que acham isso

normal

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Pedi Demissão do local e fui fazer uma queixa na polícia, contei os absurdos que presenciei e me disseram que ia investigar o local.

Cheguei à conclusão que existem tipos de loucura, existe a loucura experimental que consiste apenas no desejo de fazer algo fora da zona de conforto, existe a loucura fora da realidade que é aquela que está presente nos portadores de distúrbios mentais, e então existe a pior e mais cruel loucura de todas, aquela que o ser humano usa para ferir a dignidade do outro, aquela em que o portador da loucura humilha e destrói o outro por motivos rasos.

E então lhe deixo uma pergunta, qual é o seu tipo de loucura?

O DESCASO AINDA CONTINUA...Davi Jean Buoro Cassano

Hospitais psiquiátricos. Vulgarmente chamados de manicômios. São casas públicas ou privadas, especializadas no tratamento de doenças ou transtornos mentais. No passado, estes hospitais eram muito conhecidos por colocar as pessoas denominadas ''loucas'' pela sociedade em situações consideradas realmente humilhantes e eram completamente degradantes, como o eletrochoque por exemplo, que era muito utilizado nesta época.

Atualmente, no Brasil, existem milhares de hospitais psiquiátricos ativos que dizem dar o total auxilio a estas pessoas. Mas, será que o descaso com os pacientes dos manicômios públicos do Brasil ainda persiste? Psicólogos, psiquiatras e outros especialistas desta área, assim como muitas pessoas que trabalham nestes diferentes hospitais, afirmam que sim, este descaso ainda continua.

Os diferentes pacientes destes locais ainda vivem com condições consideradas ''sub-humanas'' pelos especialistas e que podem, além de não melhorar a condição psicológica do paciente, podem até piorar a situação deste. Há muitos hospitais públicos espalhados pelo país que não possuem funcionários suficientes e os que existem são sobrecarregados e não podem prestar um trabalho adequado.

Faz-se necessária a conscientização das pessoas sobre o risco de hospitais sem a devida infraestrutura técnica e humana, dizendo melhorar o paciente, mas são uma farsa. A exclusão destes ''loucos'' e o descaso com eles ainda existem, e deve ser totalmente exterminada. A ajuda a estas pessoas deve ser uma prática vivida e não uma teoria vazia, uma farsa montada pelo governo para maquiar aquilo que já é denominado de holocausto brasileiro por documentários.

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DO CORPO À MENTE, DA MENTE À MORTEAna Luiza Cintra Pryzant

A partir do momento que o remédio para emagrecer existe, significa que o corpo gordo é uma doença.

Existe um padrão criado pela sociedade e principalmente pela mídia em que a imagem bela e plena das pessoas é a externa, a estrutura corporal. O erro começa aí, quando a sociedade restringe a beleza aos tipos de corpo.

A grande venda dos remédios para emagrecer só aumenta pelo fato de haver uma dificuldade para tal realização e as pessoas imaginam que esse método seja mais rápido e eficaz, mas desconhecem os males que podem fazer à saúde e não enxergam que podem levar à morte.

As instruções e auxílio para quem já utiliza esses medicamentos são necessários e o acompanhamento de médicos como nutricionistas em hospitais públicos principalmente. Além de levar o conhecimento de especialistas para as escolas do governo, pois um dos maiores públicos são os jovens. Psicólogos e psiquiatras devem atuar nessas instituições porque o peso pode desencadear doenças como depressão e ansiedade e às vezes essas, que são mentais, podem ser mais perigosas.

Por doenças mentais entendemos a bulimia e, por sua consequência, a anorexia. Mas, a causa fundamental delas é uma baixa autoestima advinda de uma falta de amor por si mesmo, esta é a verdadeira doença da humanidade.

MANICÔMIOS = PESADELOSAna Cristina Renaux Lauth

Manicômio, também conhecido como hospital psiquiátrico, tem como sua definição no dicionário como “estabelecimento ou hospital especializado na internação e no tratamento de pessoas loucas, com problemas mentais.” Infelizmente, pessoas vistas como o “lixo” da sociedade também eram internadas no hospício contra a sua vontade. E as condições desses lugares precários e o tratamento dos

pacientes é desumano.Muitos dos que foram e serão internados não recebem a atenção e o

cuidado necessário. Uma grande porcentagem desses pacientes não ganha roupas, e ficam nus durante o tempo que são mantidos no

manicômio. Além de também ter fezes e urina nos corredores, pois ninguém passa limpando; diversas vezes já

foram filmadas ocasiões em que o paciente come fezes. As camas do local não têm colchão, e algumas das

pessoas que foram internadas são obrigadas a trabalhar em locais relativamente perigosos,

dado suas condições.

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Esses hospitais psiquiátricos deveriam tratar seus pacientes de forma adequada e humana. Dar a atenção e todos os cuidados necessários para que eles levem uma vida tranquila e segura. Todos deveriam ter direito a uma cama com colchão, roupas limpas diariamente, três refeições quentes por dia, e higienização básica.

Câmeras de segurança deveriam ser instaladas em toda parte do manicômio, para que alguém possa supervisionar tudo o que está acontecendo, e a toda hora, lá dentro. Dessa maneira, os funcionários teriam medo de cometer alguma injustiça ou de tirar vantagens do paciente. O funcionário deveria ter experiência para conseguir o emprego, e ter seu passado checado para ver se ele nunca cometeu algum crime.

PROFESSORES TAMBÉM SÃO VÍTIMASAna Carolina Renaux Lauth

A agressão física cometida por alunos contra professores é alarmante. O Brasil está colocado em primeiro lugar no ranking de violência contra os professores. Estes atos absurdos ocorrem, na maioria das vezes, na própria sala de aula. As agressões geralmente ocorrem em escolas públicas do país.

Estes atos impetuosos demonstrados nas escolas sāo um reflexo da educaçāo recebida pelos alunos em casa. Infelizmente, alguns jovens residem em ambientes precários, onde convivem no meio da violência. Já acostumados com a hostilidade doméstica o jovem traz esse comportamento bruto para a escola.

Para reduzir estes atos criminosos é necessário que o MEC crie e tone obrigatório ter uma aula em que se ensine os jovens a respeitar os professores, no mínimo uma vez por semana. A nova aula deve ser introduzida desde o primário, para que as crianças cresçam aprendendo que é importante respeitar os professores. Para aqueles alunos que persistirem fisicamente agredindo seus professores, deverāo ser mandados para uma internaçāo em estabelecimento educacional.

Com os jovens brasileiros aprendendo a respeitar os professores desde pequenos, a gentileza e a consideração farão parte do cenário da sala de aula. Já que este “ensino” nāo se recebe em casa, diversos alunos nāo sabem que o que estāo fazendo é errado, já que cresceram coatados por seus pais. A puniçāo para aqueles que agridem os professores fará com que os alunos percebam que este tremendo ato é ilegal, e também alarmará os outros delinquentes. Nós devemos respeitar nossos professores, nāo agredi-los.

Os mais novos copiam as ações dos mais velhos, por isso sempre devemos tratá-los com respeito. Deve-se ensiná-los a serem pessoas carismáticas e decentes, pois estes serāo o futuro de nosso país.

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CENTROS DE AGRAVAÇÃO DE DOENÇAS MENTAISJosé Luiz Oliveira Assumpção

Com o passar do tempo, muitas pessoas tornaram-se indesejadas por seu círculo social, por romperem com regras sociais ou simplesmente serem perceptivelmente “diferentes dos normais”. Criou-se um local onde pessoas assim eram enviadas para passar o resto de suas vidas, são os primeiros manicômios, com condições deploráveis, superlotação, má alimentação e tratamentos além de inconvencionais, danosos aos pacientes.

Com a criação dos direitos humanos e a propagação de ideais iluministas, como igualdade perante a lei, muitos desses centros de tratamento foram fechados ou adequados aos padrões aceitáveis. Porém outros mantiveram as condições degradantes, assim como o objetivo de isolamento social, agora somente de deficientes.

Instituições do tipo são dessa forma por falta de investimento do governo, já que é obrigatório que ofereçam centros de tratamentos públicos para internar deficientes mentais que sejam incapazes de passar por tratamentos domésticos. Sendo assim os investimentos são mínimos, só com objetivo de criar uma edificação para “depositar” os doentes, sem proporcionar os tratamentos psicológicos necessários ou mesmo condições habitáveis.

Seria possível amenizar o caso com um investimento decente de nosso governo, para transformar lugares assim em centros de tratamentos psicológicos respeitáveis, com condições habitáveis, além de médicos e psicólogos experientes. Tudo acompanhado de uma conscientização para aceitação dos deficientes, a ponto de evitarem o quanto possível uma internação de casos que podem ser tratados em casa.

Dessa forma, tais instituições passariam a, efetivamente, tratar os pacientes que realmente necessitam de acompanhamento médico, proporcionando condições para progredirem no combate contra suas doenças (ao contrário da realidade atual).

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LYGIA FAGUNDES TELLES

Professora Maína Machado

Já dominam a linguagem formal, já organizam bem as ideias nos parágrafos, já concebem bem conceitos complexos, enriquecem vocabulário e conteúdo na defesa de seus argumentos. Já assimilaram que nem sempre um discurso coerente respeita os direitos humanos, filtram mais que muito adulto metido a sério as informações que lhes chegam. Estou com esta turma desde o 9º ano, muitos dos seus feitos me emocionaram, não caberiam aqui tantas memórias de pedagogia positiva, aprendi muito. Há momentos na vida do professor que ele também é aluno.

Originais, estes alunos não estão em nenhum outro lugar se não neles mesmos. É uma honra notar o crescimento de cada um. Se estão prontos? Esta é uma pergunta muito complexa, prontos para que? Apropriei-me do pensamento de Lygia ilustrado acima para dizer com certa seguridade, estão inteiros, nunca vi tanta humanidade transbordando num grupo de jovens.

Minha gratidão imensa por ter feito parte da formação de vocês. Brilhem, com toda intensidade que vocês podem brilhar, façam isso por nós.

“Faço filosofia. Ser ou estar. Não, não é ser ou não ser, essa já existe, não confundir com a minha que acabei de inventar agora. Originalíssima. Se eu sou, não estou, porque para que eu seja é preciso que eu não esteja. Mas não esteja onde? Muito boa pergunta; não esteja onde. Fora de mim, é lógico. Para que eu seja assim inteira (essencial e essência), é preciso que não esteja em outro lugar senão em mim”.

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A NECESSIDADE HUMANA DE AUTORRECONHECIMENTOJulia Maos de Martini

Na era globalizada, em que o privado torna-se público e as relações, transparentes, o acesso à informação proporcionado pelos meios midiáticos corrobora com a necessidade de seu acompanhamento 24 horas por dia. Tal fato se dá tanto entre pessoas quanto entre países.

Com a necessidade de destaque no âmbito mundial, os países recorrem a uma gama infinita de recursos que possibilitam a obtenção de informações privilegiadas a fim de formular “táticas” e “estratégias” de superação de outras nações, incluindo-se nessa esfera a espionagem. Essa busca incessante, no entanto, fere as liberdades individual e civil na medida em que se invade o espaço do outro em benefício próprio.

Segundo John Rawls, o princípio da propriedade é legítimo quando se apropria de algo para suprir as necessidades do indivíduo sem que, com isso, prive outro indivíduo do acesso a esses mesmos recursos, ou seja, uma medida igualitária. Esse limite da atuação dos seres muitas vezes não é facilmente detectado, já que a ambição humana rege, na maior parte das vezes, as suas ações.

Assim, a espionagem é tida como um instrumento de fiscalização do outro, para a utilização das informações por meio dela adquiridas a fim do benefício próprio. Não se pensa mais no bem da nação propriamente, mas consiste em uma competição entre os líderes mundiais que buscam reconhecimento e status.

Um exemplo dessa situação é a Guerra Fria, uma disputa ideológica entre os blocos capitalista e socialista com o intuito do reconhecimento mundial de seu poder e de sua força. Para isso, fora investido um alto capital para o aprimoramento de tecnologias, o qual poderia ter sio utilizado em prol da comunidade, dependente da ação do Estado para um bom funcionamento.

Logo, a política, tendo seu símbolo máximo os governantes das nações, visa ao povo, a população regida pelas leis. Portanto, deve-se reduzir essa necessidade de autorreconhecimento, advinda da integração tecnológica mundial, e objetivar o bem-estar social, responsável pelo real desenvolvimento dos países e, em larga escala, do mundo.

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A IDENTIDADE DE UM TODOAna Flávia Olivério Paulino

À medida que um indivíduo é influenciado por sua cultura ou a um grupo que pertença, ele começa a desenvolver um sentimento denominado identidade cultural. Na percepção individual ou coletiva, a cultura exerce o papel principal de delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e as características próprias de cada grupo humano.

Para fazer uma comparação da importância do estudo da identidade cultural de uma sociedade há como exemplo o estudo da genética.

O ramo da biologia que estuda a forma como se transmite as características biológicas de geração para geração é denominado genética. Em geral, os genes codificam informações necessárias para a síntese de proteína, assim como acontece quando um novo indivíduo é posto em sociedade, que fará o papel da cultura uma vez que, atuam como enzimas ou apenas estruturalmente responsáveis pelo fenótipo final de um organismo.

A manipulação da genética possibilitou a criação de novos indivíduos e novas técnicas, assemelhando-se muito ao choque cultural, defendida pelo pesquisador Nestor Garcia Canclini, que possibilita o intercambio e a formação de novas culturas. Como aconteceu na formação do Brasil.

O estudo da identidade cultural é importante para entender a história de uma sociedade, pois é ela que, como dito no primeiro parágrafo, influencia na formação de um indivíduo e essa pessoa quem em conjunto com outras fazem uma sociedade que possui sua identidade.

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O CICLO DA VIOLÊNCIAJúlia Victorei Piragino

No Brasil, o sistema carcerário é conivente com a violência e não dá perspectivas para o presidiário na sociedade. Por outro lado, o cidadão “de bem” de classe média clama que “bandido bom é bandido morto”. Essas são duas formas de perpetuar violência.

O país tem um curto tempo de democracia e grandes taxas de desigualdade. O jovem da periferia que teve sua escola abandonada ou nem a freqüentou vê apenas perspectivas no crime, usando e vivendo com violência. Já o jovem de classe média que teve chances de estudar em uma boa escola, acredita na utopia da meritocracia e afirma que aqueles são apenas “vagabundos”, sendo assim, muito violento com eles.

É um ciclo, a sociedade é violenta com um e ele é violento com a população, ele é preso e a população é violenta com ele, assim como os policiais e o sistema carcerário o aprimora no crime.

Mas, a cultura da violência impera também em vários preconceitos, o machismo, a homofobia, e o racismo – ainda muito presente na sociedade brasileira – pois há ainda a ideia de que um homem branco, hétero é superior, e essa superioridade ilusória o faz achar que usar da violência é correto. Isso é muito perpetuado pelas Mídias e por publicidades. Então, independente da classe social a cultura é mantida como “normal”.

Entretanto, a melhora do sistema carcerário pode ser uma solução para parte de um problema tão grande, ao invés de puni-los e perpetuar a violência, reabilitá-los, dando estudos e chance de um novo emprego. Assim como é necessário a melhora de um sistema educacional interno, principalmente em áreas periféricas. Mas essa solução ainda gera um problema, mesmo o ciclo já tendo sido quebrado, nem toda a população foi atingida, e para isso é necessário uma mudança nas leis para propagandas e Mídias, de forma que, a longo prazo, isso acabe e não se perpetue.

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A IMPORTÂNCIA DE CONHECER AS DIFERENÇASMarcelo Mesa Costa Lima

A comunicação sonora está presente em várias espécies de animais no mundo. No caso da raça humana, a combinação de sons evoluiu para os primórdios da linguagem oral, muito mais antiga em relação ao desenvolvimento da escrita.

Pessoas pertencentes a uma mesma comunidade produziram seus próprios dialetos, alguns posteriormente tornando-se idiomas.

O fato é que com toda essa evolução, indivíduos falantes de uma mesma língua, em razão de vários fatores, acabaram criando sotaques e características singulares e endêmicas.

Devido à existência de classes sociais em muitas civilizações, as variantes linguísticas pertencentes às elites influentes passaram a ser vistas como exemplares, e até mesmo como as corretas, resultando em uma desvalorização das variantes mais populares.

Este acontecimento persiste nos dias contemporâneos. A existência da norma culta deveria ser utilizada apenas como referencial de estudo, e não como determinante do que é certo ou errado.

Nos últimos anos, o estudo da gramática em algumas escolas brasileiras tem abrangido seu currículo, com a inclusão do estudo das diversas variantes linguísticas que compõem o português nacional, uma atitude plausível e necessária.

O objetivo deste estudo não é engajar os estudantes a utilizarem a variante X ou a Y, até porque a forma com que elas são estudadas não tem este poder coercitivo. Esse estudo visa mostrar aos futuros cidadãos as varias formas originais de se falar, no caso, o português brasileiro.

Essa novidade no contexto da educação nacional é de suma importância, pois, além de proporcionar aos estudantes uma maior abrangência cultural em relação à própria língua do país, ainda pode resultar em uma sociedade mais tolerante e respeitosa com as diferenças de sotaques, expressões e características únicas que identificam a vasta e bela cultura do Brasil.

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SINGULARPedro Malta Chicaroni

O amor é descrito pelos biólogos como produto de reações químicas que trazem o bem-estar quando próximo da pessoa amada, dito pelos românticos como uma conexão entre almas gêmeas, denotado pelos sociólogos como ferramenta de mobilidade social e, pelos céticos, chamado de mentira, ilusão.

Essa diversidade de descrições em si já é a melhor descrição do amor, visto que ele é, acima de tudo, plural e multifacetado. Entretanto, nem todas suas faces são benéficas.

Muitos amores são danosos e acabam por trazer consequências aos envolvidos. Os relacionamentos de teor nocivo costumam trazer um traço recorrente: a supressão de características individuais pelo bem da harmonia coletiva. Até certo ponto, isso é comum a todos os vínculos afetivos, contudo, nas relações benéficas, essa supressão é mínima e marcada pelo diálogo, enquanto, nas abusivas, ela ocorre de forma desmedida e é pontuada por tendências controladoras, possessivas.

Relações amorosas saudáveis também são caracterizadas pela individualidade entre as partes, traço que não é da natureza de relacionamentos prejudiciais, tendo em vista que laços afetivos são suplementares, não complementares, ou seja, são a união de unidades que se ampliam, ao invés da junção de pedaços que se completam.

Quando forma uma relação de dependência, o amor pode tornar-se destrutivo e levar à degradação da identidade dos relacionados, no entanto, quando forma laços de confiança, ele pode levar a um aprimoramento individual de suas partes. Em consequência disso, para se desenvolver um vínculo afetivo benéfico, é necessário que as partes se mantenham independentes e busquem sempre aperfeiçoar-se, tanto coletiva, quanto individualmente.

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SOCIEDADE CAPITALISTA DESINTERESSADA E SUAS CONSEQUÊNCIASLarissa Maos de Martini

Acidentes ambientais sempre ocorreram, desde a formação do cosmo até os dias atuais, oriundos de ações tanto naturais, quanto antrópicas e são responsáveis por inúmeras alterações ambientais e sociais.

No Brasil, acidentes naturais tais como enchentes, deslizamentos e enxurradas têm como causa a ignorância por parte da sociedade com relação aos eventos biológicos sucessivos, dos quais a ação humana, como construção de moradias encostas de morros, os agrava, provocando danos à própria sociedade.

Além destes, há acidentes provocados por ações exclusivamente antrópicas provenientes da falta de profissionais competentes e pela alta demanda de obtenção de produtos, cuja extração da matéria prima não segue de acordo com as precauções de danos ambientais, o que resulta em aparelhos de menor custo e mais poluentes.

Portanto, observa-se que, desde enchentes a vazamentos de petróleo no oceano, a ação do homem é definitiva para garantir a segurança da população e do meio em que ela está inserida, podendo retardar seus efeitos ou erradicá-los por completo. Para tanto, é necessário por parte do governo, incentivar a queima de materiais radioativos hospitalares; bem como a reciclagem de lixo para que os bueiros não se inviabilizem, o cultivo da mata ciliar para que haja fixação de morros quando há chuva; campanhas informativas visando uma maior escolaridade e desapropriação de barracos em tais morros, incentivando a empresas públicas e privadas em um bônus salarial para aquela que se adequar à mais alta segurança ambiental, além da fiscalização de todos os processos citados.

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Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICAMantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniAssistente de Direção - Márcia GavinoCoordenadora Geral - Lucienne Maria BuscariolliOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Valéria FurtadoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ângela M. M. da Encarnação

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Professor Cassio Laranjeira PignatariProfessora Gabriela FonsecaProfessora Luciane dos SantosProfessora Maína MachadoProfessora Maria Inez Ferreira de JesusProfessora Rejane Loli Ruiz

PARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

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DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta