XI - Ventilação Geral
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Climatização
Ventilação Geral Diluidora 169
XI - Ventilação geraldiluidora
Operação e componentes
É o tipo de ventilação que se usa quando é impossível capturar o contaminante antes
de o mesmo se espalhar pelo recinto. A figura abaixo mostra a operação deste
sistema.
Figura 11.1 - Ventilação geral diluidora
Onde q é o contaminante gerado (m 3/h).
Troca-se continuamente o ar do recinto de modo a manter a concentração de
contaminante abaixo do limite máximo permitido. Se tivermos:
• contaminante gerado = contaminante levado pelo ar viciado, a concentração ficará
estável.
Este tipo de ventilação é também o usado para a retirada de calor sensível gerado no
recinto.
Os componentes de uma instalação diluidora dependem do projeto. A mais completa
instalação seria formada de:
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Quadro 11.1- Elementos do sistema de ventilação
Sigla Descrição
TAN tomada de ar novo (exterior)
F filtro de ar
D dutos de ar
VI ventilador de ar
VE ventilador de exaustão
BI bocas de insuflamento
BE bocas de exaustão
Figura 11.1 – Ventilação geral diluidora completo
Figura 11.2 – Ventilação geral diluidora simples
Climatização
Ventilação Geral Diluidora 171
Pode-se ter também instalações mais simples, como mostra acima. Neste caso, com
um único ventilador, resolve-se o problema. O ar viciado é aspirado numa extremidade
pelo ventilador, entrando ar puro pelas janelas na outra extremidade.
As aberturas de entrada de ar devem estar na parede oposta à do ventilador; desse
modo, o ar entrando é obrigado a varrer todo o recinto.
Tem-se que estudar cuidadosamente o trajeto do ar. Se houver janelas laterais, elas
deverão estar fechadas.
Tipos de ventilação geral
Conforme a posição em relação com à sala.
Figura 11.3 – Ventilação por insuflamento
1. Insuflamento – Neste caso, o ventilador força o ar externo a penetrar no ambiente a
ser viciado. A pressão do ar torna-se maior que a externa (figura 11.3).
2. Exaustão – O ar viciado é retirado pelo meio do ambiente (sala); em conseqüência
o externo é obrigado a entrar (figura 11.4).
3. Misto – É a combinação dos outros dois anteriores (figura 11.5).
O tipo de exaustão é geralmente o de custo mais baixo, mas tem como desvantagem
o não controle da qualidade do ar externo que entra em substituição ao viciado que é
retirado.
Já, no tipo de insuflamento, podemos controlar a pureza do ar a ser introduzida, pela
localização adequada da tomada de ar externo. Tem como vantagem, também, a
facilidade de dirigir o jato de ar.
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Figura 11.4 – Ventilação por exaustão
Figura 11.5 – Ventilação Mista
Pode acontecer um dos três casos:
VI > VE PS > Pe (*) É o mais comum: VE = 0,8 VI
VI = VE PS = Pe
VI < VE PS < Pe
Tabela 11.1 - Comparação entre exaustão e insuflamento:
Elemento Insuflamento Exaustão
Pressão na sala positiva negativa
Pureza do ar entrando conhecida pode não ser conhecida
Tipos de bocas de insuflamento de exaustão
Efeito direcional do ar existe (o ar é lançado) Não existe (o ar não é
aspirado)
Custo usualmente maior usualmente menor
Climatização
Ventilação Geral Diluidora 173
Metabolismo ou balanço térmico
O conforto térmico do indivíduo depende muito das trocas de calor sensível e latente
entre seu corpo e o meio.
A equação do metabolismo é:
M = A + C = R = E.
Desempenham papel importante nessa troca de calor as temperaturas de bulbo seco e
bulbo úmido do ar, a velocidade do ar e a temperatura das superfícies, rodeando a
pessoa.
Ruídos
Num recinto habitado, o nível de ruídos deve estar abaixo de um certo valor.
Iluminação
A iluminação tem que ser adequada para o conforto visual.
Confinamento
A sensação de confinamento também colabora para o desajustamento de uma pessoa
num recinto. A iluminação artificial e a ventilação mecânica permitem fazer recintos
hermeticamente fechados (sem janelas); mas aparece então a sensação de
confinamento.
Ambientes normais (ventilação para conforto)
É o caso dos recintos onde o único contaminador é o homem, seus hábitos, suas
vestes; por exemplo, tem-se os escritórios, as loja, etc... Não há concentração de
pessoas.
O fim da ventilação pode ser: possibilitar o fechamento das janelas do recinto, ou
refrescar o ambiente provocando correntes de ar de velocidades e distribuição
controladas, ou remover odores do corpo e/ou remover fumaça de cigarro.
Climatização
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O cálculo da descarga de ar externo necessária pode ser por um dos seguintes
processos:
• na base de m³h.pessoa para remover odores de fumaça;
• para produzir correntes de ar de uma certa velocidade em determinadas zonas,
para melhorar o conforto térmico (1,5 a 15 m/min segundo a ABNT);
• na base de renovações completas de ar por hora (método empírico, não rigoroso,
de uso em franco declínio).
A Tabela 11.2 da fábrica americana de ventiladores Clarage fornece a base para o
cálculo, usando trocas de ar completas por hora.
Tabela 11.2 – Exigências do indivíduo segundo a Clarage
Espaço a ser ventilado Trocas de ar por hora Nº de minutos por troca
Auditórios 6 10
Padarias 20 3
Boliches 12 5
Salas de Clubes 12 5
Igrejas 6 10
Restaurantes 12 5
Fábricas 10 6
Fundições 20 3
Garagens 12 5
Cozinhas de Restaurantes 12 2
Lavanderias 20 3
Oficinas 10 6
Escritórios 10 6
Cabinas de pintura 60 1
Salas de Diversões 10 6
Funilarias 10 6
Estaleiros 6 10
Lojas 10 6
Sanitários 20 3
Túneis 6 10
A ABNT recomenda os valores da Tabela 11.3 para o ar externo necessário por hora
por pessoa.
Climatização
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Tabela 11.3 – Ar externo necessário em m³/h.pessoa (ABNT)
Por pessoa Preferível Mínimo
Não fumando 13 8
Fumando 50 40
Uma velocidade muito baixa do ar no recinto é desagradável, dando a sensação de
estagnação, de ar parado; por outro lado, uma velocidade de ar exagerada provoca
uma sensação de desconforto no indivíduo. O ar com velocidade adequada ajuda a
dissipar o calor do corpo dando uma sensação térmica agradável.
A tabela 11.4 da ASHRAE fornece os valores recomendáveis para o ar externo, para
diferentes aplicações (visando principalmente instalações de ar condicionado).
Exemplo
Escritório com as dimensões:
30 x 10 x 4 m (4 m = altura)
Número de pessoas: 30
O ar externo necessário será:
1 º processo
Suponhamos que sejam necessários 30 m³/h.pessoa (50% das pessoas fumando). O
ar total necessário será:
30 x 30 = 900 m³/h
2º processo
Segundo a Clarage (tabela 11.2), que recomenda 10 trocas/hora, tem-se:
Volume do recinto = 30 x 10 x 4 = 1.200 m³
Ar total necessário = 1.200 m³ x 10 = 12.000 m³/h.
Por outro lado, as velocidades do ar dentro de recintos devem estar compreendidas
entre 1,5 a 15 m/min.
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Tabela 11.4 - Valores recomendáveis para o ar externo ASHRAE – (1967)
CFM por pessoaAPLICAÇÃO Fumo
Recomendado Mínimo
CFM por pé²
de piso
Apartamento médio algum 20 10 -
Apartamento de luxo algum 20 10 -
Banco ocasional 10 0,5 -
Barbearia considerável 15 10 -
Salões de beleza ocasional 10 7,5 -
Salas de corretores Muito intenso 50 20
Bares de aperitivos - 40 25
Corredores - 7,5 - 0,25
Lojas nenhum 50 5 0,05
Salas de Diretor extremo 30 -
Drug Stores considerável 10 7,5 -
Fábricas nenhum 10 7,5 0,10
Lojas nenhum 7,5 5 -
Velórios nenhum 10 7,5 -
Garagens nenhum - - 1,00
Hospitais – Sala de operar nenhum - - 2,0
Hospitais –Quartos nenhum 30 25 0,33
Hospitais – Enfermarias nenhum 20 10 -
Quartos de Hotel intenso 30 25 0,33
Cozinhas de Restaurante - - - 4,0
Cozinhas de Residência - - - 2,0
Laboratórios algum 20 15 -
Salas de Reunião Muito intenso 50 30 1,25
Escritórios gerais algum 15 10 -
Escritórios privativos nenhum 25 15 0,25
Escritórios privativos considerável 30 25 0,25
Restaurante Cafeteria 12 10 -
Restaurante Sala de jantar 15 12 -
Salas de Aulas nenhum ver códigos locais
Lojas de varejo nenhum 10 7,5 -
Teatro nenhum 7,5 5 -
Teatro algum 15 10 -
Sanitários (exaustão) - - - 20
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Figura 11.6 – Escritório a ser ventilado
No escritório considerado, se o sistema de ventilação dos ventiladores instalados for
indicado na figura 11.6, o cálculo da vazão será:
Secção de passagem do ar:
10 x4 = 40 m²
Velocidade do ar dentro do escritório, supondo vazão calculada pelo 1º processo:
V = 900 / 40 = 22,5 m/h = 0,37 m/min
menor que a mínima que a recomendada pela ABNT.
Impondo a condição de ser a velocidade do ar v = 2,0 m/min = 120 m/h, tem-se para a
vazão de ar necessária: 120 x 40 = 4800 m³/h que está compreendida entre as lacunas
calculadas no 1º e 2º processos.
Nota-se que acima de 2 metros já não interessa a velocidade do ar; a velocidade deve
ser criada na zona de uso (até 2 m). Assim, se conseguíssemos deixar o ar parado
acima dos 2 m, a vazão necessária seria menor
10 x 20 = 20 m² 20 m² x 120 m/h = 2400 m³/h
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