XIII. O estilo é visto - COLÉGIO...
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Contexto Histórico
Arte românica é o nome dado
ao estilo artístico vigente na
Europa entre os séculos XI e
XIII. O estilo é visto
principalmente nas igrejas
católicas construídas após a
expansão do cristianismo pela
Europa e foi o primeiro depois
da queda do Império Romano a
apresentar características
comuns em várias regiões. Até
então a arte tinha se
fragmentado em vários estilos
e o românico é o primeiro a
trazer uma unidade nesse
panorama.
Castelo Medieval
Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões
europeias, de acordo com as influências regionais recebidas,
mas haverá também uma série de características comuns, que
definem o estilo românico.
As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja
possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos
materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado
de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta.,
mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza
de Deus. Ao contrário da arte paleo-cristã, as igrejas serão
ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em
grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos,
atrelada à arquitetura, assim como a pintura. A escultura e a
pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo,
típico de um período em que o artista aprende a representar o
que sente, e não somente o que vê.
Características gerais da arquitetura românica:
O uso de pedras nas construções
Abóbadas são usadas no lugar dos telhados de madeira
É privilegiada a decoração externa das igrejas, fato que antes não acontecia.
As obras artísticas ganham novo simbolismo e passam a sensibilizar, interferindo com o lado sensível de quem vê.
Ressurge a escultura em grande escala com obras feitas em pedra.
A escultura, arquitetura e a pintura ganham novo significado.
Passam a repassar valores religiosos que eram percebidos
também pelos iletrados. Isto era uma vantagem em uma época
em que poucos dominavam a leitura.
Os valores difundidos pela religião cristã, através da arte,
passam a impregnar todos os aspectos da vida medieval.
A igreja passa a ser vista como representante de Deus na
Terra, tendo o Papa como líder.
Na iconografia Grega ortodoxa, como na iconografia
Cristã primitiva, o gesto da mão que abençoa forma
as letras IC XC, uma abreviação da palavra Jesus
(IHCOYC) Cristo (XPICTOC) em Grego, que inclui
a primeira e a ultima letra de cada palavra. A mão
que abençoa reproduz, por gestos, o nome de Jesus,
o “Nome acima de todos os nomes”.
o gesto de bênção feito por Cristo
também transmite verdades
doutrinárias. Os três dedos
utilizados para representar o I e o
X também representa a Santa
Trindade, a Unidade de Deus em
três pessoas, Pai, Filho e Espirito
Santo. A aproximação do polegar e
do dedo anelar não só forma a letra
C, como também simboliza a
Encarnação, a união do divino com
o humano na pessoa de Cristo.
As igrejas de
peregrinação foram muito
características desse período. Elas ficavam no
caminho para os locais sagrados, como Santiago de
Compostela, Roma e Jerusalém, e serviam de apoio
e pouso para os peregrinos, além de
oferecer como atrativo as
relíquias, objetos pertencentes a Jesus Cristo,
a Maria e aos santos, como os cravos que pregaram
as mãos e pés de Jesus, ou os espinhos da coroa, ou
ainda fios de cabelo da Virgem. Essas igrejas
seguiam a planta em forma de cruz latina, com
várias naves , geralmente 3 ou 5, em que as naves
laterais se prolongavam e passavam por detrás da
ábside, formando o deambulatório. Do
deambulatório saiam as capelas radiantes, ou
absidíolas. Esse conjunto era característico das
igrejas de peregrinação e ficou conhecido como
cabeceira de peregrinação. Entre as igrejas desse
tipo estão as de Saint-Sernin de Toulouse, Santiago
de Compostela e Igreja de Saint-Martin de Tours.Saint-Sernin de Toulouse
Os mosteiros foram importantes para o
estabelecimento da arquitetura românica,
principalmente os das ordens de Cluny e
Cister. Desse conjunto característico, a
dependência a se destacar é o claustro, por
vincular o mosteiro ao templo e por ser a
dependência mais bem cuidada do ponto de
vista artístico. Geralmente possuem quatro
lados, com tendência a formar quadrados
perfeitos, e quatro corredores resultantes
em pórticos abertos com arcadas
sustentadas por colunas.
A arquitetura em pedra vem reforçar a característica de
monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a
evolução dos meios construtivos. Os conjuntos
arquitetônicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma,
três ou cinco naves (geralmente três), colunas que
sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal
(mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes
são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir
grandes janelas nas paredes, já que elas servem como
estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração,
externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos
nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura
parietal nas ábsides e abóbadas das naves.
A escultura renasceu no românico, depois de
muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no
século XII, quando inicia um estilo realista,
mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A
escultura é sempre condicionada à arquitetura e
todo trabalho é executado sem deixar espaços sem
uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do
elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de
superfície acomodam-se no lugar em que ocupam.
Dessa característica parte também a idéia de
esquematização.
Outra importante característica é seu caráter
simbólico e antinaturalista. Não havia a
preocupação com a representação fiel dos seres
e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra,
tudo era confuso e simbólico, representando
muitas vezes coisas não terrenas, mas sim
provenientes da imaginação.
Mas não que isso seja uma constante em todo o
período. Em algumas esculturas, nota-se a
aparência clássica, influência da Antigüidade,
como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse. Capitel da abadia de Cluny
Abóbada de berço é
uma abóbada
construída como um
contínuo arco de
volta perfeita.
Sua desvantagem é que havia o
excesso de peso no teto de
alvenaria o que causava grandes
desabamentos, e a pequena
luminosidade devido as janelas
pequenas. A abertura de grandes
vãos causava enfraquecimento da
estrutura, facilitando ainda mais o
desabamento.
a abóbada de aresta consiste
numa abóbada (construção
que faz de cobertura côncava
voltada para dentro) formada
pela intersecção de duas
abóbadas de berço com a
mesma flecha.
Com essa abóbada os construtores
conseguiram leveza e uma maior
iluminação.
A pintura não se destacou tanto
quanto a arquitetura nesse período.
Os principais trabalhos são a
pintura mural, as iluminuras e as
tapeçarias. A pintura parietal, ou
seja, executada nas paredes, era
dependente da arquitetura, como
pode-se deduzir, tendo aquela
somente função didática. Em um
período em que a grande maioria
da população era analfabeta a
pintura era uma forma de
transmitir os ensinamentos do
Cristianismo.
Iluminura de São Paulo
O Imperador Carlos
Magno
A estilização e o alongamento de figuras são típicos da pintura romanesca. Os afrescos, de colorido sóbrio e escuros, também costumam aparecer com freqüência. Não é, entretanto, regra geral.
As características essenciais da
pintura românica foram o colorismo
e a deformação. A deformação
traduz os sentimentos religiosos e a
interpretação mística que os artistas
faziam da realidade. O colorismo
realizou-se no emprego de cores
chapadas, sem preocupação com
meios-tons ou jogos de luz e sombra,
pois não havia a menor intenção de
imitar a natureza.
Também o desenvolvimento da ourivesaria foi importante
nesse período. A exemplo da pintura e da escultura, essa
arte teve um caráter religioso, tendo por isso se voltado para
a fabricação de objetos com relicários, cruzes, estatuetas,
Bíblias e para a decoração de altares. O desenvolvimento da
ourivesaria está associado diretamente às relíquias, uma vez
que as Igrejas eram objetos de maior peregrinação, atraindo
não só fiéis, mas ofertas.