Xingu Vivo » Rumo Às Energias Que Nos Convêm – Washington Novaes
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7/26/2019 Xingu Vivo Rumo s Energias Que Nos Convm Washington Novaes
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Rumo s energias que nos convm WashingtonNovaes
Publicado em 26 de agosto de 2011
Uma boa poltica energtica no pode estar voltada apenas para questes do desenvolvimentoeconmico e obreirismo, precisa estar atenta aos chamados fatores ambientais e sociais, darpreferncia a fontes renovveis de energia e de origem local (mais prximas dos usurios, menoscaras), computar e cobrar dos geradores os impactos que produzam, afirma Pietro Erber, diretordo Instituto Nacional de Eficincia Energtica (Washington Novaes, Estado, 26.08.2011).
O governo federal deve sociedade brasileira uma satisfao, que no pode mais ser postergada,sobre a matriz energtica nacional. No se pode continuar avanando em meio a informaes
contraditrias, que levantam dvidas quanto estratgia no setor, convenincia dos rumostomados, adequao dos investimentos, custos a serem pagos pela sociedade, etc.
O primeiro ponto a esclarecer sobre a real necessidade de expanso da matriz. O governo eseus rgos vo continuar fazendo de conta que nunca ouviram falar do estudo da Unicamp(2006), vrias vezes citado neste espao, segundo o qual o Pas pode viver com 50% da energiaque consome (poupando 30% com conservao e eficincia, 10% com reduo de perdas emlinhas de transmisso que esto em 17% e 10% com repotenciao de geradores antigos)?Mesmo que continuem, vo seguir com as informaes contraditrias e insuficientes, queinclusive permitem onerar a sociedade com custos discutveis, para beneficiar alguns setores?
Como disse recentemente (Ambiente Energia, 21/8) o diretor do Instituto Nacional de EficinciaEnergtica, Pietro Erber, uma boa poltica energtica no pode estar voltada apenas paraquestes do desenvolvimento econmico e obreirismo, precisa estar atenta aos chamadosfatores ambientais e sociais, dar preferncia a fontes renovveis de energia e de origem local(mais prximas dos usurios, menos caras), computar e cobrar dos geradores os impactos que
produzam.
Mas no o que ocorre. Vrias consultorias esto reduzindo suas previses sobre crescimentoeconmico no Pas nos prximos tempos e isso ter influncia no consumo de energia. Estosendo consideradas? O prprio Operador Nacional do Sistema Eltrico e a Empresa de PesquisaEnergtica j preveem, segundo os jornais, que o aumento de consumo de energia este ano noser de 5%, e sim de 3,9% (ONS), ou baixar de 5,4% para 3,8% (EPE). Es tamos nadando emsobras, diz o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp. Ento, por que insistir em tantas hidreltricasna Amaznia, com altos cus tos soc iais e ambientais (incluindo a reduo de parques nacionais,decretada por medida provisria)? Por que insistir na usina de Angra-3 e mais quatro noNordeste? O planejamento energtico no Pas continua autista, diz o professor Carlos Vainer,da UFRJ. Mas no mesmo debate o secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Energtico doMinistrio de Minas e Energia (MME), Alt ino Ventura Filho, previu forte tendncia de c rescimentono Brasil nos prximos anos, que justificaria as hidreltricas na Amaznia. Se adotarmos aenergia solar, disse ele, o pobre no vai ter energia. No s. O prprio MME teve de intervirpara mudar as metas projetadas pela Aneel para as renovveis (elica, biomassa, pequenas
centrais), que haviam sido fixadas (favorecendo fontes no renovveis) em 2.700 MW de potnciae tiveram de ser elevadas para 4.300 MW.
Quando se pem todas as cartas na mesa, os nmeros assustam. No ano passado, porexemplo, a conta paga s geradoras de energia a gs (era indispensvel?) foi de R$ 670 milhes(Estado, 2/8). Pelo ngulo do cidado, mais grave ainda, diz a Fiesp que a economia para oconsumidor nas contas de luz em 20 anos poder ser de quase R$ 1 trilho se no foremrenovadas as atuais concesses para fornecimento de energia. Mas um lobby poderoso trabalhapela renovao.
Est ficando difcil, porm, a posio dos adversrios das energias renovveis e limpas. Noltimo leilo de energia, as fontes elicas ficaram com 48% do total leiloado (Estado, 19/8),quase 2 mil MW , com preo inferior a R$ 100 por MWh, menor que o das hidreltricas, a R$104,75 (de novo: por que insistir na Amaznia?). No por acaso, a previso da AssociaoBrasileira de Energia Elica de que os investimentos nesse setor at 2013 sero de R$ 25bilhes, em 141 projetos (4.343 MW, tanto quanto Belo Monte). Na verdade, hoje a EPE afirmaque potencial elico j mapeado est em 143 mil MW. H quem pense que pode chegar a 300mil.
No s por aqui. Na Espanha a elica j a maior fonte de energia, com 21% do total. ANoruega comea a instalar usinas flutuantes no mar. A energia solar tambm avana, at mesmono Brasil, onde o megaempresrio Eike Batista inaugura sua primeira usina em Tau (CE), com4.680 painis. E a Abrava calcula que, se todos os 11,2 milhes de habitantes de So Paulo se
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banhassem em gua aquecida por painis solares, economizariam R$ 7,3 bilhes anuais eevitariam a emisso de 450 mil toneladas de dixido de carbono. A projeo que se faz(Ambiente Energia, 14/8) de que este ano se acrescentaro mais 200 mil metros quadrados depainis ao quase 1 milho implantado em 2010.
A tendncia parece irreversvel. Diz o Painel Intergovernamental de Mudanas Climticas (IPCC),da Conveno do Clima, que fontes renovveis supriro 80% da demanda de energia em 2080,principalmente elica, solar e das biomassas. Hoje, juntamente com as energias geotrmica e deondas ocenicas, respondem por 13%. A Amrica Latina j a segunda regio no volume deinvestimentos em energias renovveis, nas quais o mundo investiu US$ 211 bilhes em 2009. AChina que mais investe (US$ 48,9 bilhes/ano); o Brasil, US$ 7 bilhes. Mas os subsdios senergias fsseis continuam a vencer: US$ 312 bilhes em 2009, ante US$ 57 bilhes para as
renovveis. E o carvo segue como principal fonte, 47% do total.
S que a corrida pelas tecnologias de energias renovveis continua fortssima: no ano passado, oEscritrio Americano de Patentes reconheceu 1.811 patentes de tecnologias energticasrelacionadas com veculos eltricos, clulas de combustvel e aplicaes energticas embiomassas, elicas, geotrmicas, solares e hdricas (hidreltricas, ondas e mars).
Precisamos sair com urgncia da nossa confuso e jogar pesado nas direes corretas.
Comentrios (1)
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46 semanas atrs
Vamos fazer o seguinte: Subtrai a Amaznia toda do territrio brasileiro, deixo aos cuidados dasongs, governos, etc.
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