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Nº6 FOCUS A FORÇA DA MARCA As exportações de mobiliário made in Portugal não param de aumentar. Um filão de sucesso que bate recordes. O segredo? A qualidade gera valor. Fique a par do que está a mudar.

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Revista do setor da madeira e mobiliário, edição 6

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Nº6

FOCUS

A FORÇA DA MARCA

—As exportações de mobiliário made in Portugal

não param de aumentar. Um filão de sucesso que bate recordes.

O segredo? A qualidade gera valor. Fique a par do que está a mudar.

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correiodoleitorXYLON PORTUGAL | 3

REVISTA Nº6PROPRIEDADEaimmpAssociAção dAs indústriAs deMAdeirA e Mobiliário de PortugAlruA álvAres cAbrAl nº 2814050-041 Portotel: 223 394 200 · FAx: 223 394 210

_os artigos publicados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

PRESIDENTE DA DIREÇÃOVictor Poças

COMISSÃO EXECUTIVAJoana nunes

TIRAGEM5.000 exemPlares

EXPEDIÇÃOnacional

PRODUÇÃO EDITORIAl www.comunicare.Pt

DIRETOR GERAlDaniel mota

DEPARTAMENTO EDITORIAlmanuela bártoloPatrícia alVes taVarescarla marques DESIGN GRáfICObruno taVaresPatrícia Ferreira

Desmistificaro conceitoDe marca Marca empresarial é um tipo de estratégia de marketing que se con-centra em capitalizar a reputação e a identidade da empresa-mãe que está a produzir o produto. O nome da empresa geralmente aparece com destaque. Mesmo as pequenas empresas podem criar um negó-cio ou marca, corporativo, especialmente em locais onde eles têm um nicho específico. Nesta edição, as marcas estão em evidência. O tema central baseia-se na questão que colocamos a todos os leitores: marca cooperativa ou marca empresarial? A marca é o maior património de uma empresa, já que lhe confere sin-gularidade no mercado e contribui para diferenciá-la, competitivamen-te, de outras concorrentes. Ela está relacionada com os produtos, mas tem a capacidade de não se confundir com estes e estar veiculada aos valores que o consumidor a ela agrega, por várias razões.A marca cooperativa assume uma outra dimensão. Aqui não é uma em-presa ou um indivíduo que concorrem sozinhos no mercado, mas sim um conjunto de entidades que se unem para criar uma única marca, mais forte e sustentada. Será que este conceito faz mais sentido face à atual situação económica que o anteriormente referido? Essa e outras questões são debatidas ao longo de uma edição muito especial, que abre as portas ao mundo da comunicação empresarial.

Eis o desafio que colocamos aos nossos leitores esta edição:

Marca cooperativa ou marca empresarial. Quais as vantagens?ENVIE AS SUAS MENSAGENS PARA O SEGUINTE ENDEREÇO:

[email protected]

ATÉ BREVE!

RESPOSTA ÀS QUESTÕES DO NÚMERO ANTERIOR

1. Penso que a inovação é o motor de crescimento de qualquer setor e o fator que irá permitir às empresas contornar a crise económica. Só com inovação é que conseguimos dar outras finalidades a produtos tradicionais. E o caso da cortiça não é exceção. Veja-se na moda, em que já existem estilistas nacionais e internacionais a fazerem peças em cortiça, como carteiras e calçado. Acredito que devemos explorar o nosso potencial, já que somos bons produtores de matéria-prima e usá-la em outros objetos, como jáfazem marcas como a Mercedes ou a Prada.

ELISA SOARES

2. A cortiça está cada vez mais presente na construção e mobiliário, fruto da inovação. Recordo-me que o Pavilhão de Portugal da Expo Xangai foi um sucesso. A cortiça é um dos melhores isolantes que temos, pelo que devemos investir mais na diversificação da sua produção. Até porque acredito que a aceitação das pessoas é muito boa. Lembro-me que no caso das rolhas, a maioria dos produtores prefere as de cortiça pois são as melhores para preservar a qualidade do vinho. Tal como muitos empreiteiros já usam este material na construção das habitações, pois é bastante durável. Sem dúvida que a inovação nos atuais setores e a inclusão da cortiça noutros vai trazer maiores ganhos para o setor.

JOãO MAcEdO

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sum

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51NOVO ÂNGUlORevista “Wired”destaca mobiliáriode cortiça nacional

24 fOCUS

‘sou a favor da economia induzida’

AS CARAS DO NEGÓCIO CriarinovaçãoJosé Pequeno, da dst, s.a, criador da ttt, é o entrevistado do mês. A sua empresa foi responsável pela casa transportável, criada em parceria com a Universidade do Minho e que atraiu as atenções quando esteve no Pavilhão de Portugal na exposição mundial de Xangai

EMPRESAS FenabeleIrmãosCraveiro‘dãocartas’Fenabel e Irmãos Craveiro são as empresas retratadas neste número. Dois casos de sucesso no mundo do mobiliário, sendo que a Fenabel tem alcançado importantes ganhos no plano internacional, ao ver alguns dos seus produtos premiados

NOVO ÂNGUlO PotencialidadesdoscompósitosdemadeiraOs compósitos de madeira são uma alternativa economicamente viável para a produção de diversos materiais. Além de ser uma boa forma de reciclagem, estas matérias são reaproveitadas para blocos na construção civil, placas para revestimentos verticais e forros, entre outros.

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36

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Apaixonado pelo uso da madeira, o novo Presidente da AIMMP, Vitor Poças, revela em entrevista os grandes desafios de gestão do sector. Desde a organização do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, ao lançamento de novos projectos na área de internacionalização da marca Associative Design, muitas são as questões em destaque. Não perca!

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sumário

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MADEIRA & MObIlIáRIOinternacio-nalizaçãodo mobiliárioportuguêsO mercado do mobiliário está em alta, apesar da crise e da retração do consumo interno. As empresas estão a investir crescentemente na sua internacionalização e na entrada em mercados emergentes. Razões que contribuem para um superavit comercial com o exterior

52fEIRAS & TENDêNCIAS CadernodeTendênCIaSAs principais tendências urbanas, que promovem uma consciência social e cultural no âmbito das necessidades de um consumidor, cada vez mais, transversal. Nesta edição, António Cruz Rodrigues, CEO da Modus Design, apresenta os conceitos de manufacturing e lifelike.

ECONOMIA & GESTÃO

melhor eficiência

energéticaAenergia,ouasuaeficiência,estácrescentemente

notopodaspreocupaçõesdasempresasedasuagestão.AXylonrevelaasconclusõesdeumplano

elaboradoparaauxiliarestratégiassetoriaisindutorasdaimplementaçãodemedidasde

melhoriadaeficiêncianasPMEcomconsumoenergéticosanuaisentre250a500tep

4044PRIMEIRO PlANOPraga do Nemátodo do Pinheiro

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CERTifiCAção iNTERNACioNAlOito técnicos da Valorsul receberam uma certificação internacional pela ISWA - the International Solid Waste Association, ao abrigo do programa International Waste Manager, juntando-se assim aos 13 que já a tinham alcançado. Trata-se de uma certifi-cação reconhecida internacionalmente, dirigida a profissionais ligados à gestão de resíduos. “Em Portugal, os técnicos da Valor-sul são os únicos técnicos certificados através desta iniciativa, não havendo uma certificação similar deste tipo no país”, referem dirigentes da própria empresa. O Programa International Waste Manager visa certificar conhecimentos e competências dos pro-fissionais da área da gestão de resíduos, com base na sua experiência profissional e conhecimentos académicos. Existem quatro níveis de certificação - técnica, intermédia, avançada e internacional - sendo que dos 21 profissionais certificados, 7 obtiveram o nível máximo, desde que, em 2009, a Valorsul proporcionou aos seus colaboradores a oportunidade de obterem a certificação. “Para a Valorsul, esta é uma forma de proporcionar aos colaboradores, por um lado, a oportunidade de desenvolverem as suas competências técnicas e, por outro, de lhes dar as ferramentas que lhes permitam desenvolver a sua carreira, ao mesmo tempo que são eles próprios motores de desenvolvimento e inovação na empresa”, afirmam responsáveis da Valorsul.

ChiNA E BRAsil dEsENVolVEm APliCAçõEsPARA BAmBuA ministra brasileira, Marina Silva afirmou durante um encontro com a pre-sidente da Academia Chinesa de Florestas, Jiang Zehui, que o Ministério do Meio Ambiente está a trabalhar para que o Brasil se associe ao Instituto Internacional do Bambu e Rattan (Inbar), com sede na China. De acordo com a ministra essa associação poderia ajudar o País a desenvolver pes-quisas e usos para as espécies nativas brasileiras. “Com novas aplicações para o bambu, seria possível reduzir a busca por certos tipos de madeira”, disse. As espécies desta planta são usadas para os mais variados fins, de material de construção a instrumentos musicais e palitos de fósforo. No Brasil, o potencial do bambu ainda é pouco explorado em comparação com os usos que se fazem em outros países, como China e Índia. Em janeiro de 2003 o Ibama assinou uma Carta de Intenções com a Academia Chinesa de Florestas e desenvolveu uma proposta para a implementação de um Programa Brasileiro do Bambu. Segundo um relatório das Nações Unidas, divulgado em março do ano passado, até metade das 1,2 mil espécies de bambu do planeta, incluindo um tipo brasileiro, corre risco de extinção. O Brasil é o país com maior número de tipos de bambu da América Latina, com mais de 130 espécies. O relatório também destaca a importância da planta como alimento e abrigo para várias espécies. O caso mais grave é o do urso panda, que se alimenta apenas de bambu. Cerca de 5% dos pás-saros que vivem na Amazónia dependeriam do bambu para sobreviver e, na Mata Atlântica, 36 espécies são diretamente ligadas à planta.

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Protocolo de QuiotoNo âmbito do Protocolo de Quioto e no seio da União Europeia, Portugal assumiu o compromisso de não ultrapassar as emis-sões de gases com efeito de estufa em 27% no período de 2008-2012, face às emissões registadas em 1990. O Sistema de Informação CumprirQuioto.pt permite antever o cumprimento nacional do Protocolo de Quioto, e apoiar a decisão em matéria de políticas públicas de mitigação de gases com efeito de estufa em Portugal.

CumprirQuioto.pt [Versão 1.01] suporta-se em dados sobre a implementação das políticas e medidas sectoriais de mitigação, em estimativas de emissões de gases com efeito de estufa para o período 2008-2012, e em informação sobre a actividade do Fun-do Português de Carbono. A informação relativa a políticas e medidas sectoriais é da responsabilidade dos respectivos sectores de política pública. As metodologias usadas para o cálculo dos indicadores de execução das políticas e medidas sectoriais, e do seu impacte na eficácia ambiental esperada foram validadas pelos respectivos sectores de política pública. IndIcador de cumprImento de QuIotoActualmente, estima-se que, no período de cumprimento do Protocolo de Quioto: 2008-2012, Portugal esteja 0% acima da quantidade que lhe foi atribuída, o que equivale a emitir mais 1,21 Mt CO2e do que o tecto de emissões de gases com efeito de estufa estabelecido. No quadro Europeu de partilha de responsabilidade, Portugal dispõe de 381.937.527 t CO2e de unidades de Quantidade Atribuída para o período de cumprimento do Protocolo de Quioto 2008-2012, o que equivale a um aumento de 27% das emissões registadas em 1990. Para atingir o cumprimento nacional, Portugal dispõe de 3 instrumentos:-Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) que integra um conjunto de políticas e medidas públicas sectoriais de mitigação de gases com efeito de estufa,-Comércio Europeu de Licenças de Emissão (PNALE II) que impõe tectos às emissões de CO2 a um conjunto de instalações industriais,-Fundo Português de Carbono que promove a aquisição de unidades de cumprimento no âmbito dos Mecanismos de Flexibili-dade do Protocolo de Quioto, bem como a redução adicional de emissões de gases com efeito de estufa através de projectos domésticos.

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Produção de Pauzinhos descartáveis ‘mata’ florestas chinesas

Os números são assustadores: a procura da China pelos pauzinhos de madeira descartáveis para comer aumentou em quase 30 mil milhões nos últimos

anos. Uma estimativa anterior da Administração Florestal chinesa, base-ada em estatísticas de 2004 a 2009, tinha colocado a produção anual em

57 mil milhões de pauzinhos, mas não será bem assim. De acordo com Bai Guangxin, presidente do Grupo de Indústria Florestal de Jilin, a China produz 80

mil milhões de pauzinhos descartáveis por ano. Ele estima que seriam necessárias 20 milhões de árvores com 20 anos de idade para cobrir a produção anual do país.

A antiga necessidade tornou-se numa ameaça às florestas do país e as consequências desta produção, como a desflorestação, têm suscitado acções de protesto por parte de al-

guns grupos ambientalistas. Em 2010, a Greenpeace East Asia, em parceria com o artista chi-nês Yinhai Xu, criou uma floresta feita de pauzinhos num espaço público para alertar a população

do fenómeno.

Bai revelou que o governo chinês também começou a agir, introduzindo políticas que limitem o fabrico dos utensílios. As acções variam de um imposto de 5% cobrado em 2006 sobre os pauzinhos a um aviso

em 2010 de potenciais regulamentos governamentais para as empresas que não conseguem controlar a sua produção. A china pretende aumentar a sua cobertura florestal para 40 milhões de hectares antes de 2020,

mas o aumento da produção destes objectos pode dificultar esse objetivo. “Devemos mudar os nossos hábitos de consumo e incentivar as pessoas a transportar os seus próprios utensílios de mesa”, recomenda Bai.

resíDuos - gestão subterrâneaA utilização do subsolo é, para a International Solid Wa-ste Association, um factor chave para o desenvolvimento sustentável, nomeadamente nas áreas urbanas. O tema foi, de resto, objecto de um relatório publicado pela associa-ção. Segundo esse documento, a ISWA estima que, só na área do desperdício alimentar o crescimento será de 45 por cento num período compreendido entre 2005 e 2025. Os sistemas subterrâneos podem funcionar apenas a partir de pontos de recolha semi-enterrados ou incorporar sistemas de sucção subterrânea, cujos resíduos são transportados para uma unidade centralizada que depois faz a sua ges-tão. Segundo a associação, a vantagem dos contentores semi-enterrados passa por ter mais capacidade de armaze-namento do que os contentores tradicionais; a possibilidade de compactar os resíduos; minorar a poluição visual e au-mentar o controlo sobre problemas bacterianos ou de odor,

assim como mais eficazes na prevenção de actos de vanda-lismo. Contas feitas, o sistema pode reduzir o custo de ges-tão do serviço entre cinco a 30 por cento. Já no caso dos temas de sucção subterrânea, o investimento inicial poderá ser substancialmente mais elevado que um sistema tradi-cional (entre 30 a 50 por cento), mas a redução dos custos de operação faz com que esta opção seja economicamen-te viável. A ISWA estima que os novos desenvolvimentos tecnológicos esperados na área da sucção subterrânea ve-nham expandir a aplicabilidade destes sistemas num futuro próximo. As tendências de futuro na gestão de resíduos, identificadas pela associação, passam pelo desenvolvimen-to da construção de túneis multiusos, apostar na eficiên-cia energética ligada às diferentes opções de recolha para fracções especiais de resíduos; intensificação do sistema Pay as You Throw e políticas de separação de resíduos.

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investigaDora quer plantar 100 mil árvores no granDe porto

Marta Pinto, investigadora da Universidade Católica, é a promotora do projecto Futuro, que já plantou 19 mil árvores em 20 locais da Área Metropolitana do Porto e quer chegar às 100 mil plantações. O projecto foi um dos três finalistas da 4ª edição do Prémio Terre de Femmes, promovido pela marca francesa de cosméticos Yves Rocher. “[Quero] implementar, plantar e cuidar de florestas urbanas nativas, ou seja, espécies que são naturais do nosso território, com as pessoas e para as pessoas”, revelou a investiga-dora à Lusa.

As 19 mil árvores já plantadas foram colocadas em 13 dos 16 municípios do Grande Porto, sobretudo ao lado de rios, parques ur-banos e áreas de monte dispersas no território. O rio Leça e a Serra de Santa Justa, no Porto, foram dois dos locais.

“É fundamental criar florestas nativas para ter uma melhor qualidade do ar e da água, ter nutrientes adequados no solo e menos carbono na atmosfera”, continuou a responsável. Sobreiros, carvalhos, freixos, ulmeiros, azevinhos e medronheiros são algumas das vinte espécies que serão plantadas na Área Metropolitana do Porto, cada uma delas adaptada a um local específico.

O projecto Futuro é promovido pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, em conjunto com a Área Metropolitana do Porto, tendo tido a colaboração de cerca de 35 entidades e mais de 3.000 voluntários.(Rio de Janeiro). Assim, com um aumento da produção e do consumo, as¬sociado a uma preferência pela cortiça, pode-se concluir que o Brasil é um mercado interessante para a cortiça e com perspectivas de crescimento.

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IndústrIa europeIa de mobIlIárIo A indústria de mobiliário é, essencialmente, uma indústria de montagem que utiliza matérias-primas variadas para fabricar os seus produtos. Essas matérias-primas vão da madeira (e painéis à base de madeira) aos metais, passando pelo plástico, têxtil, couro e vidro. Existem diferentes tipos de mobiliário (por ex. cadeiras, sofás, mesas, roupeiros, cozinhas, colchões) que se destinam a utili-zações diversas (por ex. casas particulares, escolas, escritórios). Atualmente, a indústria europeia de mobiliário é uma indústria de elevada qualidade em termos técnicos, estéticos, de design e de moda e detentora de uma forte imagem de marca no mundo inteiro.

O setor do mobiliário abrange cerca de 150 000 empresas, gera um volume de negócios de quase 126 milhares de milhões de euros e uma mais-valia de 38 milhares de milhões de euros, e emprega cerca de 1,4 milhões de pessoas (UE-27, 2006). Os prin-cipais produtores (em termos do valor da produção) são a Itália e a Alemanha, seguidos pelo Reino Unido, França, Espanha e, em menor grau, pela Polónia.

As micro empresas dominam o setor (86% das empresas de mobiliário na UE, empregam menos de 10 pessoas) mas existem, igualmente, alguns grandes fabricantes. Muitas vezes, as pequenas empresas trabalham em regime de subcontratação para as grandes firmas como, por exemplo, a nível da fabricação de componentes e de produtos semi-acabados destinados à montagem e ao acabamento do mobiliário. Os móveis mais fabricados na UE (38% do valor total da produção de mobiliário), são os móveis de madeira, destinados aos quartos, salas de jantar, salas de estar e outros espaços, e os móveis de plástico e de metal. Outros im-portantes subsectores de produção são os assentos e os móveis de escritório (respectivamente, 29 e 17%), assim como os móveis de cozinha (12%).Ao longo dos anos, e em resposta à pressão exercida pela concorrência, nomeadamente a concorrência internacional, as empresas de mobiliário empreenderam um moroso processo de reestruturação e modernização, que conduziu à redução dos seus volumes de produção. A partir de 2005, os volumes de produção aumentaram ligeiramente mas, em 2008, essa tendência inverteu-se e a produção diminuiu de novo. Os mais importantes factores de competitividade do sector são a investigação e a inovação, as compe-tências e a qualidade, o design e a mais-valia, os conhecimentos e o saber-fazer, assim como um melhor acesso aos mercados de países terceiros, como se pode ver através de informação em http://ec.europa.eu

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qualiDaDe ajuDa a vencer a criseA situação da economia europeia preocupa o setor do Mobiliário, refere uma notícia divulgada através do site clusterdomobiliario.com. Na sequência de informações recentes que dão conta do downgrade do rating da economia francesa, o Cluster das Empresas de Mobiliário de Portugal alerta para os possíveis efeitos negativos para as exportações de mobiliário português, atendendo à crescente contração das economias europeias. O setor deverá exportar mais de mil milhões de euros em 2011, tendo crescido face ao número anterior, e as estimativas de 2012 apontam para novo crescimento. Tendo em conta que o mercado intracomunitário absorve cerca de dois terços das exportações nacionais, e os dois principais países de destino são o francês (32%) e o espanhol (29%), o Presidente do Cluster do Mo-biliário, Emídio Brandão, considera que há um “aumento do risco para um setor exportador, tão vital para o nosso país”. No entanto, não deixa de afirmar que “estes tempos difíceis que atravessamos têm providenciado um duro teste à capacidade do setor, e ele tem dado uma resposta que só surpreende aqueles que não conhecem a qualidade dos produtos portugueses e a resiliência do tecido empresa-rial”. No sentido de diminuir os efeitos do abrandamento da economia europeia, o Cluster do Mobiliário tem focado a sua estratégia em levar a elevada qualidade do mobiliário português a mercados diversificados, designadamente através do projeto “Portugal Home Style”, um roadshow de uma “casa de Portugal” que será realizado em parceria com a Moda, Têxtil, Gastronomia e Vinhos, e que irá percorrer no próximo ano grandes cidades como Xangai, São Paulo e Nova Iorque. Como refere Emídio Brandão, “esse projeto é um exemplo da estratégia de coordenação para o setor que preconizamos, com ações planeadas que partem de um diagnóstico alargado, orientadas para o estímulo de redes e plataformas de negócio em mercados de elevado potencial, como o chinês”. Na imagem poderá encontrar recortes de imprensa do comunicado do Cluster, publicado em variados jornais online, diários, semanários e websites de organizações.

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iNVENTáRio floREsTAl NACioNAlO 6º Inventário Florestal Nacional (IFN6) teve por base um processo multitempo-ral de análise de alteração do uso/ocupa-ção do solo (para os anos de referência de 1995, 2005 e 2010), incluindo, também, uma caracterização detalhada ao nível das classes de ocupação agrícola. Para além destes aspetos, ao nível da nomenclatura, foram introduzidos ajustamentos nas defi-nições de algumas classes (por ex.: ma-tos e pastagens), de modo a aumentar o grau de compatibilização das estatísticas produzidas com outros processos de pro-dução de informação sobre recursos flo-restais e agrícolas de âmbito nacional. O primeiro nível de informação deste IFN (uso do solo) considera seis grandes clas-ses:- Floresta;- Agricultura;- Matos e pastagens;- Águas interiores e zonas húmidas;- Urbano; - Improdutivos. 1. O processo de elaboração do IFN6O processo do IFN6 teve o seu início em maio de 2010, no âmbito das atividades da então Autoridade Florestal Nacional, ten-do a Equipa de Projeto iniciado os seus trabalhos em janeiro de 2011. A Comissão Consultiva do IFN6 foi criada pelo Despa-cho n.º 14759/2011, de 31 de outubro, do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, tendo realizado a sua primeira reunião a 21 de novembro de 2011. O planeamento deste IFN levou à estruturação dos trabalhos em 4 fases. A execução da 1.ª fase de trabalho iniciou-se no final de 2011, tendo por objetivo a caracterização do uso/ocupação do solo do território de Portugal continental, per-mitindo a avaliação das áreas correspon-dentes a cada classe de uso/ocupação do solo. Este processo foi efetuado através da classificação de um conjunto de pontos (denominados fotopontos) por processos de análise visual de imagens aéreas (fo-

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tointerpretação) e apoio de terreno, sem-pre que necessário, de acordo com uma nomenclatura de uso/ocupação do solo estabelecida.

Para este efeito, foi desenvolvida uma pla-taforma informática para a classificação do uso/ocupação do solo de todo o terri-tório de Portugal continental, onde se re-gistou a classe de uso/ocupação do solo presente em cada um dos fotopontos. Es-ta aplicação permite aos foto-intérpretes a consulta, via internet e em ambiente SIG, de três coberturas aerofotográficas de Portugal continental realizadas nos anos de 1995, 2005 e 2010 (em formato de or-tofotomapas digitais), suportando o traba-lho de classificação do uso/ocupação do solo por fotointerpretação em ecrã dos fo-topontos, definidos segundo uma grelha regular 500 x 500 metros.

O trabalho de fotointerpretação foi desen-volvido com recurso à contratação externa de serviços, bem como a inerente tarefa de recolha de dados de terreno para suporte ao processo de controlo de qualidade (1.º nível). Os técnicos do ICNF das diversas regiões desenvolveram um trabalho de su-pervisão deste processo, no âmbito de um

controle de qualidade de 2.º nível.A nomenclatura de uso/ocupação do solo utilizada no IFN6 encontra-se estruturada em nove níveis de informação, organizados em três grandes temas: uso do solo; ocu-pação do solo; e análise da paisagem. A nomenclatura é detalhada em maior por-menor para os usos relacionados com o coberto agroflorestal, designadamente os usos florestais e agrícolas.

Os níveis da nomenclatura de classifica-ção do IFN6 são apresentados no Gráfi-co 1

A 2.ª fase do trabalho consistiu na recolha e tratamento de dados de campo, obtidos a partir de uma amostragem de campo de-lineada com base numa grelha regular de pontos, de 2.000 m x 2.000 m. Em cada um desses pontos foi seguido um proto-colo de medições, sujeito a um trabalho de controlo de qualidade com vista a as-segurar a exatidão das medições e ob-servações efetuadas e dos resultados subsequentes. Os dados a recolher foram organizados em bases de dados georrefe-renciadas multifuncionais as quais permi-tem diversos usos, para além do propósito base do IFN.

A 3.ª fase teve por base uma caracte-rização dos solos agrícolas e florestais com a quantificação de diversos indica-dores de solos em todo o território con-tinental, focando sobretudo ao nível da quantificação do carbono armazenado no solo de carbono. A realização desta tarefa assentou numa extensa recolha de amostras de solo e na sua análise la-boratorial. A 4.ª e última fase consistiu no processamento dos dados de campo coligidos para o IFN, através da aplica-ção de modelos biométricos, predito-res de diversos parâmetros relativos a existências lenhosas, cortiça, biomassa, carbono, biodiversidade, apresentando estimativas rigorosas e diversificadas, dando origem à publicação final dos re-sultados do IFN6.

2. Disponibilização de dadosOs dados de áreas apuradas por classes de uso/ocupação do solo (resultados preliminares) foram apresentados na Ta-pada Nacional de Mafra, prevendo-se, para 2014, a edição do relatório final do IFN 6. O 6.º Inventário Florestal Nacional é cofinanciado pelo Fundo Português de Carbono e pode ver-se em http://www.icnf.pt/portal/florestas/ifn/ifn6

PORTUGAL CONTINENTALÁGUAS INTERIORES E ZONAS HÚMIDAS

NÍVEL IUSO DO SOLO

NÍVEL IIOC. TRANSITÓRIAS

NÍVEL IIIPRINCIPAIS TIPOS

FOLHOSASRESINOSAS

MISTURA

ESPONTÂNEASSEMEADASPINHEIRO-BRAVO

EUCALIPTOSSOBREIROAZINHEIRACARVALHOSPINHEIRO-MANSOCASTANHEIROACÁCIASOUTRAS FOLHOSASOUTRAS RESINOSAS

ALTOS MEDITERRÂNICOSMEDITERRÂNICOSALTOS ATLÂNTICOSATLÂNTICOS

TEMPORÁRIAS DE SEQUEIROTEMPORÁRIAS DE REGADIOVINHAOLIVALPOMARARROZAISMISTOS E C. PERMANENTES

OLIVAL CONVENCIONALOLIVAL INTENSIVO

EX:ADULTOMEIA-IDADEJOVEM

≤ 1 HA]1-10] HA]10-50] HA> 50 HA

≤ 5 %]5-10] %

BORDADURAINTERIOR

PUROMISTO DOMINANTEMISTO DOMINADO

[10-20]%]20-30]%

…]90-100]%

SOLO NU/FOLHADAMATOS

MATOS ARDIDOSTEMPORÁRIAS DE SEQUEIROTEMPORÁRIAS DE REGADIO

PASTAGENSNÃO IDENTIFICÁVEL

NÍVEL IVCOMPOSIÇÃO

NÍVEL VGRAU DE COBERTO

NÍVEL VIESTRUTURA

NÍVEL VIISOBCOBERTO

NÍVEL VIIIDIMENSÃO

ANÁL

ISE DE

PAIS

AGEM

OCUP

AÇÃO

DO SO

LOUS

O

NÍVEL IXFRAGMENTAÇÃO

POVOAMENTOSARDIDOS

MATOSARDIDOS

PASTAGENS

TIPOS DEPASTAGEM

TIPOS DEMATO

ESPÉCIES FLORESTAIS

ESPÉCIES FLORESTAIS

ESTRUTURADO OLIVAL

GRAU DE COBERTOARBÓREO

GRAU DE COBERTOARBÓREO

ESPÉCIES FLORESTAIS

GRAU DE COBERTOARBÓREO

ESPÉCIES FLORESTAIS

GRAU DE COBERTOARBÓREO

ESPÉCIES FLORESTAIS

GRAU DE COBERTOARBÓREO

CULTURAS AGRÍCOLAS

MATOSPOVOAMENTOS

GRUPO DE ESPÉCIES

ESPÉCIES/COMPOSIÇÃO

GRAU DE COBERTOARBÓREO

ESTÁGIO DEDESENVOLVI-MENTO

SOBCOBERTO

DIMENSÃO DA MANCHA

DIMENSÃO DA MANCHA

DIMENSÃO DA MANCHA

FRAGMENTAÇÃO FRAGMENTAÇÃO FRAGMENTAÇÃOFRAGMENTAÇÃO

DIMENSÃO DA MANCHA

CORTESÚNICOS

FLORESTA MATOS E PASTAGENS

URBANO IMPRODU-TIVOS

AGRICULTURA

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Brasileiro propõe método de explorarflorestasO engenheiro florestal brasileiro Tito Nunes de Castro acredita que a exploração das florestas a partir do modelo de explora-ção reduzido é menos prejudicial ao ambiente que a técnica de exploração convencional. A conclusão baseia-se num estudo que analisou dados de uma floresta do nordeste do estado do Pará, de 1993 até aos nossos dias. “A exploração de impacto reduzido é melhor que a tradicional. Vimos nas parcelas de terra analisadas que elas se recuperam completamente da explo-ração em 39 anos, enquanto na exploração tradicional nem foi possível fazer essa estimativa, porque o tempo necessário é muito mais longo”, explicou o engenheiro da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba.

À Exame Brasil, o responsável explicou que analisou os dados de 1993, 1994, 1995, 1996, 1998, 2000, 2003, 2006 e 2009. Entre eles estavam o diâmetro das árvores e o nome popular das espécies, sendo o volume da floresta calculado a partir desses dados.

A exploração de impacto reduzido tem como pano de fundo a diminuição das consequências negativas que a extração de ma-deira causa na floresta. Com isso, ela se regeneraria melhor e mais rápido, o que faria com que o período de corte pudesse ser diminuído, chegando-se assim a um período temporal sustentável.As árvores só estão aptas para serem comercializadas quando o seu diâmetro atinge os 50 centímetros. Segundo Tito de Castro, com este tipo de extracção o volume total da floresta recupera-se em oito anos. O volume das árvores comerciais chegar a atingir um ciclo de 39 anos.

No caso da exploração convencional, feita, por exemplo, na Amazónia, as árvores são cortadas aleatoriamente. “Quando as árvores são cortadas, acabam por derrubar as outras que estão ao seu redor, aumentando o impacto sobre a floresta. Pela falta de planeamento, algumas toras acabam por perde-se”, conclui, segundo informações fornecidas emhttp://greensavers.sapo.pt

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barão De la espada distinguida em nY A empresa portuguesa Barão de La Espada, sediada em Mira, recebeu o primeiro prémio na categoria “Mobiliário” da Inter-national Contemporary Furniture Fair que decorreu em Nova Iorque. “A De La Espada produz todas as peças com materiais de qualidade ‘premium’ e mão de obra especializada ofere-cendo um excelente trabalho em rede, o que dá aos designers uma maior liberdade para se concentrarem no aspeto criativo do processo”, afirma a organização da feira no seu site ofi-cial. Na International Contemporary Furniture Fair, a empresa de Miguel e Luís Oliveira apresentou coleções de mobiliário desenhadas pelos estúdios Autoban, Matthew Hilton e Soren Rose Studio. A Barão de La Espada vende cerca de 40 por cento dos seus produtos - na área da iluminação, mobiliário e peças de design - para os Estados Unidos mas está, neste momento, a avaliar oportunidades no mercado asiático.

EuRoPEus dEsCoNhECEm imPoRTâNCiA ECoNómiCA dAs floREsTAs“A sociedade ainda desconhece a floresta e a importância da diversidade de ser-viços ambientais e sociais disponibilizados, do equilíbrio que gera no território e o peso económico da indústria de base florestal. Para alcançar o equilíbrio entre es-tes benefícios têm ocorrido relevantes debates e mudanças ao nível internacional e europeu que importa trazer ao conhecimento público. Porque atravessamos um período onde se devem questionar os atuais modelos e propor novas abordagens na organização e gestão dos espaços florestais, trazemos até si diversos especia-listas cujos contributos pretendem valorizar o debate em torno da floresta e dos compromissos da sociedade em termos da preservação e aproveitamento dos re-cursos naturais.”

Os europeus preocupam-se mais com a proteção das florestas, mas desconhecem o seu contributo para a economia, e os portugueses ignoram mesmo que só uma pequena parte da floresta nacional é pública, segundo um estudo da Comissão Europeia. Estas são as principais conclusões do estudo sobre a perceção que os europeus têm da floresta e da silvicultura que foi apresentado no Porto, durante o Seminário Internacional Floresta e Sociedade.

De acordo com este trabalho, o público dá agora mais importância a temas como o efeito das florestas no combate às alterações climáticas e a preservação da biodi-versidade, em detrimento de assuntos como a utilização de madeira para bioenergia ou o uso de madeira como material renovável. Uma informação da organização do seminário, promovido pela Forestis – Associação Florestal de Portugal, refere que “os europeus já não veem o estado e as funções das florestas europeias de for-

ma isolada”. A nova forma como é encarada a floresta é uma consequência da atual comunicação global que analisa e divulga questões mundiais. Descrições sobre desflorestação tropical e a sua relação com as mudanças climáticas, grandes incêndios florestais, extração ilegal de madeira, níveis de deterioração da biodiversidade ou extinção de espécies chegam a todo o mundo, independentemente do lu-gar onde ocorrem.Quanto ao caso português, “a maioria da população desconhece, por exemplo, que só 3% da floresta nacional é pública e que mesmo os Parques Nacionais, como o da Peneda-Gerês, são compostos por terrenos privados e comunitários”, refere o presidente da Forestis, Francisco Carvalho Guerra, citado no comunicado. Os portugueses também não sabem que a floresta contribui para 3% do Produto In-terno Bruto (PIB) e para 12% das exportações nacionais. No seminário serão analisados temas como a importância dos recursos flores-tais para o desenvolvimento económico e para a criação de novos empregos, a organização e gestão florestal e as políticas europeias para o setor.

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prémio nacionalDe arquitecturaem maDeiraA Sonae Indústria vai associar-se, como Patrocinador Ouro, à 1ª edição do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, uma ini-ciativa que visa promover obras que reflictam a qualidade e ver-satilidade da madeira e simultaneamente criem soluções de construção sustentável e demonstrem a incorporação de uma per-centagem significativa de produção nacional associada à sua edifi-cação, quer em termos do recurso a matérias-primas portuguesas quer de mão-de-obra. Podem candidatar-se a este Prémio todos os arquitectos, com inscrição actualizada na Ordem dos Arquitec-tos, com obras construídas entre 2008 e 2011 em Portugal. O Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, com periodicio-dade bienal, tem como Comissão Organizadora o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, a Autorida-de Florestal Nacional, o Centro Pinus e a Ordem dos Arquitectos.

O júri será constituído por personalidades do panorama português de reconhecido mérito e prestígio nas áreas da Arquitectura, da Engenharia e da Indústria, no qual estará incluído um representan-te da Sonae Indústria. Ao(s) autor(es) da obra vencedora do Pré-mio Nacional de Arquitectura em Madeira será atribuído um prémio monetário no valor de 10.000,00€ (dez mil euros) e uma placa em madeira comemorativa para colocação na obra. O vencedor do Prémio será divulgado em cerimónia pública a 18 de Novembro, em local a designar, na qual será também inaugurada a exposição dos trabalhos finalistas e lançado o catálogo da edição do Prémio. Para mais informações, consulte www.florestas2011.org.pt

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moVIFlor em moçambIqueCom o objetivo de aumentar a sua presença no mercado internacional, o Grupo MO-VIFLOR decidiu replicar em Moçambique a experiência bem sucedida com a abertura da sua loja em Luanda, há cerca de quatro anos. Neste sentido, o Grupo desenhou um projeto de investimento no valor de mais de 15 milhões, com o objetivo de comprar um imóvel numa das principais artérias de Maputo, adquirir um stock inicial de mercado-rias bem como o material necessário à instalação de escritórios, estrutura tecnológica de apoio e show-room. No edifício ficará centralizada toda a atividade relacionada com a administração da empresa e com a gestão da loja e de todo o processo logístico. A Moviflor, marca portuguesa de mobiliário e decoração para a casa, inaugurou a primeira loja em Maputo, Moçambique. A empresa revelou, em comunicado, que a loja moçambi-cana contará com 60 colaboradores.

De acordo com a directora-geral da empresa, Teresa Albuquerque, “a inauguração da primeira loja Moviflor em Moçambique é muito importante para nós, na medida em que nos permite alargar o horizonte do nosso negócio e, ao mesmo tempo, participar na sus-tentabilidade do negócio dos parceiros que trabalham connosco”.A mesma responsável lembra que “este é um momento estratégico para a Moviflor e para os seus parceiros e fornecedores que, através da nossa marca, têm a possibilidade de aumentar as suas exportações e iniciar actividade em novos mercados”.A entrada da Moviflor no continente africano ocorreu em 2008, altura em que abriu a primeira loja em Luanda, Angola. admite que num futuro próximo está prevista a aber-tura de mais três lojas no mercado angolano: uma no Lobito e mais duas na capital, Luanda. A Moviflor, que emprega 1.200 colaboradores, assume que 55% dos fornece-dores são portugueses - o que representa cerca de três mil postos de trabalho indi-rectos - que, com a internacionalização da marca, alargam também a sua operação a novos mercados.

BiodiVERsidAdEEm PlATAfoRmA ViRTuAl

Explorar a fauna e flora do concelho de Vila Real através de uma visita virtu-al. É esta a proposta da nova platafor-ma lançada pela Câmara Municipal e a Universidade de Vila Real. Em declara-ções à Lusa, o vereador do ambiente de Vila Real, Miguel Esteves, salienta que este portal é “pioneiro no país” e permite “explorar, através da Internet, o concelho” de Vila Real. Para utilizar es-ta ferramenta basta efetuar uma pes-quisa por espécie ou zonas (método da georreferenciação) e, em seguida, o utilizador terá acesso aos conteúdos solicitados. Além disso, podem também ser consultadas informações sobre a biologia, o habitat ou o estado de con-servação de cada espécie animal ou vegetal. Para quem gosta de estar em contacto com a natureza, este portal ainda propõe uma série de percursos pedestres e de pastoreio e revela todos os detalhes sobre os rios do concelho. A plataforma inovadora reúne o traba-lho de investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), integrado no Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real.

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minigeração gera 100 mil/anoem venda de energia A empresa de impressão e serviços de personalização de documentos Contiforme, de Abóboda, Cascais, instalou uma fotovoltaica de minigeração de escalão III, com a potência máxima de ligação de 250 kWn e que produzirá 410 mil Kwh no primeiro ano. A minigeração foi desenvolvida pela Sotecnisol Energia, custou 500 mil euros e terá retorno em cinco anos. É que a Contiforme passará a vender energia, arrecadando cerca de 100 mil euros por ano.

A potência de ligação dimensionada pela Sotecnisol Energia foi de 250 kWn, potência máxima permitida para este tipo de instalações, tendo sido utilizado um campo fotovoltaico de 293,25 kWp. A instalação foi registada em 2011, obtendo assim uma tarifa de venda de energia de 0,2499 /kWh.

Face aos elevados consumos energéticos da unidade industrial que está instalada nas instalações da Contiforme, a dis-ponibilidade de espaço nas coberturas, requisitos essenciais no dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de Minige-ração, a Sotecnisol Energia propôs uma instalação que atingisse a potência máxima autorizada de ligação, de 250 kWn. Assim, foram utilizados 25 inversores de 10 kWn de potência unitária de forma a permitir uma forte descentralização na conversão DC/AC e assim optimizar os períodos de funcionamento do gerador fotovoltaico.

O gerador fotovoltaico foi sobredimensionado tendo em conta a geometria e orientação da cobertura da unidade fabril, optando-se por instalar 293,25 kWp de painéis, deitados, a acompanhar o declive da mesma. Foram utilizados 1275 painéis fotovoltaicos policristalinos, com garantias de produção de 80% a 25 anos.

A ligação do sistema à rede pública foi efetuada em Média Tensão, utilizando-se um Transformador de Potência a óleo, de 315 kVA, dimensionado para garantir o mínimo de perdas na transformação BT/MT, com o corte de proteção da ins-talação colocado na Média Tensão, atuado por relé de tensão homopolar.

A produção de energia da Minigeração da Contiforme está estimada em cerca de 410.000 kWh para o primeiro ano de funcionamento, com uma quebra anual de 0,8%, o que representará uma receita anual a rondar os 100.000 euros, como se pode ler em http://greensavers.sapo.pt .Face ao investimento realizado é esperado um pay-back de cerca de 5 anos, e uma TIR de projeto a 15 anos de cerca de 16%.

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naçõesuniDasDefineDesenvolvimentosustentávelO Fórum de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, formado por ministros de mais de 190 países, vai atuar em busca da consolidação das metas e dos objetivos definidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentá-vel, a Rio+20, em junho deste ano. O Brasil é um dos presidentes do foro. As reuniões informais ocorrem desde janeiro e até setembro, dias antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, haverá a primeira reunião formal do grupo.“O fórum tem caráter universal e servirá para coordenar os esforços internacionais na área de desenvolvimento sustentável e dar coe-rência às ações das Nações Unidas nessa área, para evitar duplicidades, mandatos equivocados e dar rumo político ao debate”, disse à Agência Brasil o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e coordenador-geral da Rio+20.Segundo ele, as decisões tomadas pelas autoridades terão poder de determinação para as outras áreas da Organização das Nações Unidas (ONU). “Nesses órgãos, os Estados vão decidir o que fazer”, acrescentou, lembrando que as reuniões preliminares deverão ser concluídas até maio. Integrarão o Fórum de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas ministros das áreas eco-nómica, social e ambiental de mais de 190 países. A agenda global será definido pelo grupo. Os ministros devem analisar relatórios regionais e estabelecer as primeiras recomendações de consumo e produção sustentáveis, que devem balizar políticas nacionais nos próximos dez anos.Nas reuniões preliminares, um grupo de 30 pessoas coordenará as atividades. O Brasil será representado pelo embaixador André Correa do Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores e negociador-chefe da Rio+20. O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado informou que o Brasil é um dos copresidentes das negociações de criação e institucionalização do foro, que deverá se reunir pelo menos uma vez por ano.A criação do grupo foi a alternativa dos negociadores internacionais durante a Rio+20 para assegurar que o debate sobre um novo mo-delo de desenvolvimento tenha a mesma importância que os demais temas tratados nos vários segmentos das Nações Unidas. Os ne-gociadores dizem que serão feitos esforços para que, na primeira sessão de alto nível sobre sustentabilidade, as autoridades consigam avançar também em relação às metas que terão de ser adotadas por todos os países a partir de 2015.

sofá “between waves”concorre a prémioO sofá “Between Waves” desenvolvido pela marca portuguesa Insidherland, que se apresentou recentemente no mercado, está nomeado para os “The International & Architecture Awards” promovidos pela revista inglesa De-sign at al. De acordo com a Insidherland, este sofá é “uma homenagem a um cenário marítimo que poeticamente interpreta o conceito da proteção de um búzio”, tendo sido selecionado pelo júri do concurso para votação na categoria de “Product Design”. A nomeação para este prémio internacional foi recebida com “orgulho” por parte da marca de mobiliário exclusivo de al-ta qualidade criada em Janeiro deste ano pela arquiteta portuguesa Joana Santos Barbosa. De salientar que a Insidherland não é a única representa-ção portuguesa na categoria “Product Design” desta competição. Também a marca de mobiliário nacional Munna está a concurso com o sofá Josephi-ne e a poltrona Becomes Me.

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A energia, ou a sua eficiência, está crescentemente no topo das preocupações das empresas e da sua gestão. Contudo, a sua prática ainda não está enraizada nas operações diárias das PME portuguesas. Descubra as indicações do plano de melhoria da eficiência energética que analisa a evolução do setor neste âmbito desde 2008.

‘o que se pretende é sensibilizar os gestores e os decisores das empresas no sentido de colocar a eficiência energética e as medidas para atingir essa melhoria.

o custo-benefícioDa energia

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DATA INSTALAÇÕES RGCE/PNALE NOVOS REGISTOS TOTAL DEZ/2008 360 293 653 DEZ/2009 303 506 809 DEZ/2010 262 589 851 JUN/2011 215 663 878 JUL/2011 211 670 881

A preocupação na conservação da ener-gia pelas empresas tem um papel cada vez mais preponderante, procurando-se para isso a implementação de medidas e de procedimentos para assegurar a racio-nalização e promoção da eficiência ener-gética que visa a diminuição do consumo de energia através da introdução de novas tecnologias, modificação dos processos de fabrico e mudança de comportamentos, como medidas para a redução de consumo e custo de energia. Estas medidas incluem a eficiência, a utili-zação e a manutenção dos equipamentos, que posteriormente assegurará o seu bom desempenho energético, sem colocar em causa a qualidade da produção, levando a uma diminuição dos custos associados. São apenas algumas das conclusões de um estudo de melhoria da eficiência ener-gética no setor da madeira e do mobiliário.O documento incide sobre as Pequenas e Médias Empresas e completa o projeto EFI-NERG, promovido pelo IAPMEI (Instituto de apoio às pequenas e médias empresas e á inovação) e pela AEP (Associação Em-presarial de Portugal), em parceria como o LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), a ADENE (Agência de Energia), a RECET (Rede dos Centros Tecnológicos de Portugal), o CTCV (Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro), o CATIM (Centro de Apoio Tecnológico à indústria da Meta-

no plano nacional de ação para a eficiência energética (pnaee) ficou definido o sistema de gestão dos consumos intensivos de energia (sgcie)

lomecânica) e o CITEVE (Centro Tecnoló-gico das indústrias do Têxtil e do vestuário de Portugal).

Nesta edição, a Xylon revela algumas das conclusões de um plano que foi elaborado para auxiliar estratégias setoriais indutoras da implementação de medidas de melhoria da eficiência nas PME com consumo ener-géticos anuais entre 250 a 500 tep (tonela-da equivalente de petróleo), localizadas nas regiões Norte, Centro e Alentejo.

energia no topo das preocupaçõesO que se pretende no fundo é sensibilizar os gestores e os decisores das empresas no sentido de colocar a eficiência energéti-ca e as medidas para atingir essa melhoria. O plano elaborado destina-se a um setor com consumos energéticos moderados apesar da intensidade das suas operações mas com unidades produtivas de caracte-rísticas especiais e de relativa reduzida di-mensão, face a outros sectores também intensivos. Independentemente da dimensão da em-presa, a energia deve ser perspetivada co-mo um importante fator de produção que deve ser gerido de forma rigorosa. Com efeito, no atual cenário competitivo das empresas, caracterizado pela necessida-de permanente de reduzir custos e a cres-cente preocupação ambiental, a gestão de

energia surge como uma atividade impor-tante que deve ser desenvolvida de forma planeada e sistemática. Afinal, a diminuição dos custos energéti-cos reflete-se diretamente na diminuição do custo de produção fabril, aumentando a competitividade das empresas no mercado. Qualquer empresa industrial, para ser mais competitiva, deve avaliar de forma detalha-da a eficiência energética dos seus equipa-mentos e instalações.

plano de açãoNo Plano Nacional de Ação para a Efi-ciência Energética (PNAEE), mais con-cretamente no Programa 7 – Sistema de Eficiência Energética na Indústria, ficou de-finido o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE) e o Progra-ma para a Energia Competitiva na Indústria. Trata-se de um plano que propõe medidas de poupança transversais à indústria que abrange os motores elétricos, a produção de calor e frio, a iluminação e a eficiência do processo industrial. São também propos-tas medidas de poupança setoriais, sendo específicas para cada um dos 12 setores abrangidos pelo programa.

gestão do consumo de energiaEm 2008 foi criado o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SG-CIE), que tem como objetivo promover a

TOTAL (KWH) DOMÉSTICO (KWH) DOMÉSTICO (%) 1994 27.751.311.565 7.350.104.713 26,5% 1995 29.237.207.073 7.588.342.008 26,0% 1996 30.793.680.351 8.164.227.460 26,5% 1997 34.410.979.269 8.422.850.630 24,5% 1998 34.410.979.269 8.784.151.478 25,5% 1999 36.741.116.273 9.523.451.113 25,9% 2000 38.939.469.070 10.056.118.861 25,8% 2001 40.540.701.913 10.624.533.591 26,2% 2002 42.116.729.684 11.381.968.792 27,0% 2003 43.802.993.542 11.835.470.870 27,0% 2004 45.498.596.452 12.432.290.454 27,3% 2005 47.028.809.174 13.242.117.759 28,2% 2006 48.545.712.359 13.406.261.524 27,6% 2007 49.676.037.009 13.863.085.380 27,9% 2008 49.186.865.934 13.443.517.549 27,3%

Número de empresa s regi stada s no SGCIEConsumo de energia elétri ca em Portugal

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Evolução do Consumo domésti code energia elétri ca em Portugal (%)mento para determinadas categorias de instalações industriais, que implica que os operadores e as entidades reguladoras procedam a uma análise integrada e global do potencial poluente e de consumo da ins-talação. A meta geral deve consistir na melhoria da conceção, construção, gestão e controlo de processos industriais, para assegurar um elevado nível de proteção do ambien-te no seu todo. O princípio geral é que to-dos os operadores devem tomar todas as medidas preventivas apropriadas contra a poluição que lhes permitam melhorar o seu desempenho ambiental, nomeadamente em termos de eficiência energética, através da aplicação de MTD (Melhores Técnicas Disponíveis). Ao determinar as MTD e fixar as condições de licenciamento, deve-se ter sempre em conta o objetivo global de alcançar um ele-vado nível de proteção do ambiente no seu todo, nomeadamente em termos de eficiên-cia energética.

o exemplo externoNo plano internacional, foi publicado um BREF (documento de referência sobre as MTD – Melhores Técnicas Disponíveis) pa-ra a eficiência energética na indústria e ou-tros BREF para cada setor industrial. O BREF da eficiência energética contém diferentes e pormenorizadas técnicas es-pecíficas para a eficiência energética. Es-te documento é muito abrangente podendo estas técnicas serem aplicadas a determi-nados setores, sendo útil para o empresa-riado português. A primeira prioridade deste BREF é a uti-lização eficiente da energia, bem como aplicar e respeitar um sistema de ges-tão de eficiência energética que inclua os seguintes elementos: › Empenho dos quadros superiores; › Definição de uma política de eficiência energética para a instalação; › Planeamento e definição de objetivos e metas; › Desenvolvimento e aplicação de proce-dimentos, nomeadamente: a estrutura e responsabilidades do pessoal; a formação, sensibilização e competências; a comuni-cação; a participação dos trabalhadores; a documentação; um controlo eficaz dos processos; os programas de manutenção; a prevenção e capacidade de resposta a

balho. Cada empresa emprega, em média, apenas sete trabalhadores. O tecido empresarial está fortemente con-centrado no Vale do Sousa, uma região que absorve cerca de 44% das unidades pro-dutivas do setor. Apesar do cluster do mobiliário ser carac-terizado por uma elevada fragmentação e pelas pequenas empresas terem, na maio-ria dos casos, um cariz familiar, com pouco acesso a capitais, existem entidades que ganharam, nos últimos anos, uma dimen-são considerável, em parte devido à aposta na inovação e no design próprio, o que lhes valeu a entrada em mercados externos. De qualquer forma, de uma maneira geral, persiste a necessidade de controlo dos custos de produção, de intensificação da captação de mercados externos, de inves-timento numa rede comercial sustentada e de criação de uma marca portuguesa de mobiliário, que associe os nossos produtos a uma elevada qualidade.

Boas práticasO objetivo da Diretiva IPPC (Intregrated Pollution Prevention Control) é a prevenção e controlo integrados da poluição (PCIP), resultando num elevado nível de proteção do ambiente no seu todo, incluindo a efici-ência energética e uma utilização prudente dos recursos naturais. A diretiva prevê um sistema de licencia-

eficiência energética e monitorizar os con-sumos energéticos de instalações Consu-midoras Intensivas de Energia (CIE). Uma empresa CIE é aquela que tem consumos anuais de energia superiores a 500 tep. Esta deverá efetuar o registo da sua ins-talação no sítio do SGCIE, na ADENE, elaborar Auditoria Energética e Plano de Racionalização dos Consumos de Energia e submeter para aprovação. O plano após aprovado pela DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia passa-se a designar Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia (ARCE). Tendo em conta o Relatório Síntese elabo-rado pela ADENE, em setembro 2011, exis-te um total de 878 registos.Verifica-se que o número de registos de empresas consumidoras intensivas de energia tem vindo a aumentar desde 2008, tendo estagnado entre Junho e Setembro deste ano. O distrito com mais empresas registadas é o de Aveiro com 120 orga-nismos. O estudo acrescenta ainda que a maior repartição do número de empresas pelos setores de atividade verifica-se na In-dústria Alimentar (95). No caso do mobiliá-rio registaram-se 21 empresas.

setor fundamentalA fabricação de mobiliário, de acordo com dados de 2008 (os mais recentes), agre-ga 6390 empresas e 40449 postos de tra-

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emergências; a salvaguarda da conformi-dade com a legislação e com os acordos no domínio da eficiência energética; › Parâmetros de referência (análise com-parativa); › Verificação dos desempenhos e adoção de medidas corretivas, especialmente a monitorização e medição; medidas de cor-reção e prevenção; conservação de regis-tos; auditorias internas - quando possível independentes - que permitam determinar se o sistema de gestão da eficiência ener-gética é ou não conforme com os mecanis-mos previstos e se está a ser corretamente aplicado e mantido; › Revisão, por parte dos quadros supe-riores, do sistema de gestão e da respeti-va sustentabilidade, adequação e eficácia permanentes; › Aquando da conceção de uma nova uni-dade, tomar em consideração o impacto ambiental da futura fase de desmantela-mento da mesma; › Desenvolvimento de tecnologias efi-cientes em termos energéticos e o acom-panhamento da evolução das técnicas de eficiência energética.

Por outro lado, o exemplo internacional su-gere a publicação periódica de um docu-mento relativo à eficiência energética, de modo a possibilitar a comparação de ano para ano em função dos objetivos e metas definidos; bem como a análise e validação externas do sistema de gestão e dos proce-dimentos de auditoria.

melhoria constante do amBiente Para minimizar de forma constante o impac-to ambiental de uma instalação é necessá-rio identificar aspetos relacionados com a eficiência energética de uma instalação e de oportunidades de poupança de energia.

As auditorias poderão ser internas ou externas e visar o seguinte: › Consumo e tipo de energia da instalação e dos respetivos componentes e proces-sos; › Equipamento consumidor de energia e ti-po e quantidade de energia utilizada na ins-talação; › Possibilidades de diminuição do consu-mo de energia; › Possibilidades de utilização de fontes al-ternativas ou de utilização mais eficiente

sugestão de pesquIsaOs principais agentes nacionais associados ao tema energia são os seguintes:http://www.dgge.pt/

http://www.adene.pt/pt-pt/InformacaoInstitucional/QuemSomos/Paginas/QuemSomos.aspx

http://www.erse.pt/pt/aerse/missao/Paginas/default.aspx

http://www.lneg.pt/lneg/missao

http://www.edp.pt/pt/aedp/sobreaedp/principiosepoliticas/Pages/PDS.aspx

http://www.galpenergia.com/PT/agalpenergia/marcaecomunicacao/Paginas/Home.aspx

http://www.ren.pt/vPT/GrupoREN/Missao/Pages/Missao.aspx

http://www.centrodabiomassa.pt/

http://www.ap2h2.pt/missao.aspx

http://solar.fc.ul.pt/

http://www.spes.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=45&Itemid=68

http://www.wavec.org/

da energia, nomeadamente aproveitando a energia excedente de outros processos e/ou sistemas; › Possibilidades de aplicação da energia excedente e outros processos e/ou siste-mas; › Possibilidades de aumento da qualidade do calor.

Para otimizar a eficiência energética de-ve ter em consideração o funcionamento do todo da unidade produtiva: › Unidades de processo; › Sistemas de aquecimento, como por exemplo: vapor, água quente; › Arrefecimento e vácuo; › Sistemas motorizados, por exemplo: ar comprimido, bombagem; › Iluminação; › Secagem, separação e concentração. Estas medidas devem ser vigiadas sistema-ticamente e comparadas com valores de referência setoriais, nacionais ou regionais.

o plano elaborado destina-se a um setor com consumos energéticos moderados apesar da intensidade das suas operações, mas com unidades produtivas de características especiais e de relativa reduzida dimensão’

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VITOR POçAS (presidente da AIMMP)

‘Sou a favor da economia induzida’

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Definimos um novo conceito assente na missão ‘Viver com a Madeira’ para uma indústria que exporta 1.6 mil milhões de euros anuais

Quais são as directrizes prioritárias de gestão da nova direcção associativa, da qual é presidente?Tomamos posse em 29 de julho de 2011, em pleno vórtice da crise mundial, que, por coincidência, corresponde à assunção de um novo governo em Portugal. A situa-ção global do país é hoje muito complica-da, não só ao nível da economia mundial, mas também, neste caso específico, das condições da própria AIMMP. A associa-ção vem de um processo de finalização e encerramento de diversos projetos, pa-ra os quais tinha obtido aprovação da sua execução em anos anteriores e que con-tinuam a necessitar de um grande esfor-ço e disponibilidade financeira, de forma a podermos cumprir todos os requisitos e regulamentos. Atualmente, vemo-nos forçados a avançar, muitas vezes, com o pagamento da despesa, que depois será devidamente reembolsada, mas que no intervalo nos confronta com algumas di-ficuldade financeiras. A nova direção é forçada a orientar todo o seu esforço para um plano de reconhecimento da situação e recuperação económica e financeira da associação. É, digamos, o foco principal. Relativamente às linhas orientadoras, co-mo já referi, demos prioridade ao encerra-mento e conclusão dos projetos anteriores. No entanto, procederemos à iniciação de outras atividades, pois entendemos que é fundamental definir um novo conceito assente na missão ‘Viver com a Madeira’. Para o efeito, orientamos mais ações para as áreas relacionadas com o sector primá-rio, ou seja, com a primeira transformação, porque defendemos que se Portugal não cuidar da floresta vai destruir a indústria a médio e longo prazos.

Compreendemos que esse é um pilar fun-damental. Isto porque temos dois pro-blemas primordiais no país. O primeiro, relacionado com os incêndios, o nemá-todo do pinheiro e a falta de limpeza das matas, e o segundo, referente à necessida-de de reflorestação da floresta nacional. Assuntos que nos têm preocupado. A es-se respeito, faremos, tanto quanto possí-vel, intervenções em reuniões públicas e privadas, e desenvolveremos o ‘Savepine’ que é um projeto construído para apoiar o combate ao nemátodo e iremos ainda tra-balhar com o governo no tratamento das

Apaixonado pelo uso da madeira, o novo Presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vitor Poças, revela em entrevista à Xylon os grandes desafios de gestão do sector. Desde a organização do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, ao lançamento de novos projectos na área de internacionalização da marca Associative Design, muitas são as questões em destaque.

VITOR POçAS (presidente da AIMMP)

‘Sou a favor da economia induzida’

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madeiras nas empresas, entre outras ques-tões. Daremos também sequência aos pro-jetos de internacionalização que estavam em curso. Entendemos que os mesmos são adequados ao sector, sendo inclusive extremamente necessários dada a indús-tria ter um caráter fortemente exportador. Em números exatos posso afirmar que ex-porta atualmente 1.6 mil milhões de euros anuais.

Há, portanto, uma reorientação da es-tratégia a nível organizativo?Este último aspecto, é composto por um género de atividades com componen-tes, obviamente, mais vocacionadas para o mobiliário, isto é, para as indústrias de segunda transformação, onde se inclui também os painéis e as carpintarias. Nes-te campo, o nosso objetivo é dar cobertu-ra aos outros subsetores que compõem o universo de ações da AIMMP. Temos, por último, um outro projeto em curso, oriun-do da anterior direção, que consideramos excelente e que se denomina Associative Design. A associação pretende redirec-cionar e reestruturar este projecto numa perspectiva de poder usar a marca de for-ma prática.

Quais as bases que sustentam a nova aposta? O Associative Design foi criado como marca associativa para fazer mostras de mobiliário a nível mundial, baseado, so-bretudo, num conceito casa. No entanto, achamos importante que a marca passe a ser também uma estratégia de branding para as empresas, ou seja, que os produ-tos e os objectos passem a deter a marca na própria peça. Para avançar com este objectivo, pretendemos que seja criada uma comissão de avaliação, constituída por designers e especialistas na área do mobiliário, entre outros, de forma a que as empresas que concorram à marca com peças possam ser representadas interna-cionalmente pela Associative Design. Em síntese, é fazê-las juntarem-se a nós. Para o efeito, a Associative Design irá ter um leque e uma grelha de peças diversifica-das que se encaixam dentro da lógica da marca e que permite às empresas serem reconhecidas no exterior e obterem um branding único. Esse branding é adquiri-do à AIMMP, podendo depois ser compra-do à marca, tendo inclusive direito a um livro com as características técnicas de cada peça ou do produto. O nosso intuito

é que as peças nacionais possam ter, por exemplo, o tipo de madeira, a sua origem, os vernizes utilizados, o tipo de acaba-mento ou a quantidade de carbono retida nessa mesma peça.

Este objectivo inclui outro aspecto im-portante como é a certificação de pro-duto?Acho que esse é um aspecto fundamen-tal. Hoje em dia, já não se vende exclusiva-mente o produto, mas também o design, a certificação, as preocupações empresa-riais com o ambiente e o cumprimento de natureza regulamentar ou legal das em-presas. Portanto, há um conjunto de pa-radigmas que estão em torno do produto que constituem valor acrescentado para o mesmo e representam hoje uma forma de promover a compra e a utilização do pro-duto. Atualmente, vende-se imagem, mar-ca e naturalmente certificação.

Reportando-nos agora à economia na-cional, qual é a importância desta in-dústria para o seu relançamento?Portugal nos últimos anos cometeu er-ros brutais e fez exatamente o contrário do que deveria ter feito. Não promoveu

Temos mais de 1 milhão e meio de hectares de floresta completamente abandonado, e sem qualquer produção florestal, numa indústria que emprega cerca de 55 mil trabalhadores e é constituída por mais de 5 mil empresas

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a economia nacional em contraponto com as importações que fez e que na re-alidade não tinha necessidade de fazer. Desprezou autenticamente os sectores tradicionais da economia. Sectores esses que são os que normalmente proporcio-nam valor acrescentado no PIB e que pro-movem o desenvolvimento económico e social sustentado do próprio país, vide, utilizam os nossos recursos naturais. Ora isto, é, sobretudo, preocupante num pa-ís, que inserido num contexto europeu e mundial, não tem política monetária, nem produção de moeda própria. Nesse senti-do, nunca foi tão verdade o velho princípio da macroeconomia e que se baseia no jo-go da soma nula. Aquilo que uns ganham é exatamente igual àquilo que outros per-dem. Se nós não temos política económica como é que podemos trazer dinheiro para dentro do país? Solução, ou exportamos mais do que importamos, ou seja temos um saldo na balança comercial positivo a nosso favor e então aquilo que recebemos é superior àquilo que pagamos, ou temos remessas dos emigrantes, que saliento fo-ram importantes para a nossa economia no passado, ou então endividamo-nos, isto é, pagamos mais ao exterior do que aqui-lo que recebemos e para repor o dinheiro que nos falta pedimos emprestado. O li-mite do endividamento, como todos sabe-mos, foi atingido. Quando alcançamos os 126% do PIB em dívida, os nossos credo-res disseram: ‘não, não vos emprestamos mais dinheiro’. Logo, não temos mais so-lução com este nível de dívida. Para pio-rar, ainda temos de pagar os juros, que é a outra parte da componente da receita e da despesa, que diz respeito aos circui-tos financeiros. Se fôssemos credores do estrangeiro recebíamos juros, se formos devedores ao estrangeiro pagamos juros. Portanto, o fenómeno do circuito finan-ceiro também constitui mais uma saída de dinheiro do país. Nesse sentido, a úni-ca solução que temos é exportar mais do que aquilo que importamos. Essa é a úni-ca fonte de riqueza, uma vez que não te-mos outra forma de ir buscar dinheiro ao estrangeiro.

Há pouco tempo deu como exemplo o caso alemão pós II GM. De que forma se pode comparar esta situação com a re-alidade nacional hoje?

Depois da II Guerra Mundial, a maior par-te da Europa, celebrou um acordo com a Alemanha, em que os países que constitu-íam a primeira perdoavam 50% da dívida alemã. Mais, estes últimos condicionaram a que os outros 50% em débito, só fossem pagos na medida do superavit económico que eles conseguissem entre as exporta-ções e as importações. Foi perceptível na época e ainda mais hoje que a Alemanha sabia que a única forma que teria de pa-gar era ter esse superavit. Paralelamente a esse compromisso, os respectivos países europeus tiveram ainda de concordar em continuar a fazer compras à Alemanha.

Portanto, garantiram-lhe tudo. Não só lhe perdoaram a dívida, mas também lhe ga-rantiram que ainda lhe haveriam de dar dinheiro para eles pagarem ‘o cão com o pêlo do mesmo cão’. Estejamos, por isso, atentos à história. É só isso que peço.

Pode concretizar em termos de valores a dimensão da indústria no panorama actual?Este sector exporta na totalidade 54 a 57% do que produz e, o seu subsetor, a indús-tria do mobiliário, exporta actualmente entre 70% a 80% do que produz, com uma vantagem fantástica - o recurso natural que utiliza é de produção nacional, logo para exportar não precisa de importar. Imagine-se que exportamos plásticos. Pri-meiro, temos de comprar petróleo para fa-

zer plásticos, logo o valor acrescentado da nossa economia para a exportação desse sector é reduzido, uma vez que se comprou 10 e exportou-se 12. O mesmo acontece com os sapatos. A indústria do calçado importa 90% das peles e dos couros que exporta. Mais uma vez, o valor acrescenta-do é muito menor que o nosso. Seguindo este raciocínio, este sector é fundamental para o país, pois além de exportar 57% do que produz, tudo o que exporta tem 90% de incorporação nacional e, por isso, é ga-nho líquido. Pena é, que neste momento, o sector e o cluster florestal em Portugal, que não só este da indústria da madeira e mobiliário, mas também o da cortiça e do papel e da celulose, já está a importar mui-ta madeira porque a nossa floresta não chega. Não chega, não porque a área não existe, mas porque temos mais de 1 milhão e meio de hectares de floresta completa-mente abandonado, desaproveitado e sem qualquer produção florestal. Dados que demonstram o quanto este sector é im-portante. Depois, do ponto de vista da di-namização da economia interna, é preciso não esquecer que esta indústria emprega cerca de 55 mil trabalhadores e é constitu-ída por mais de 5 mil empresas. Aspetos fundamentais para que este seja um dos únicos sectores em Portugal responsável pela fixação das pessoas nos locais mais recônditos do país. Porquê? Porque, por exemplo, a maioria das serrações situam-se no meio da floresta, o que serve para fi-xar a população e preencher um território nacional já muito desertificado em algu-mas zonas.

Quais as maiores dificuldades de cres-cimento nas empresas?No que respeita ao desenvolvimento do sector em áreas mais nobres - como o design, a publicidade, a internacionali-zação ou o cumprimento das normas am-bientais, entre outras – a falta de domínio destas temáticas, que vão para além da produção ou da certificação, representam uma enorme desvantagem. Mas compre-endo que são competências difíceis de im-plementar nas PME’s, até pela sua própria natureza e dimensão. Nesse sentido, estes aspetos constituem uma forte debilidade do sector, responsáveis pelo seu atraso e desenvolvimento. É compreensível que a capacidade para desenvolver essas ques-

O sector exporta 54 a 57% do que produz e o subsector do mobiliário exporta entre 70% a 80%, com uma vantagem - o recurso natural que utiliza é de produção nacional, ou seja, tudo o que sai para o exterior tem 90% de incorporação nacional

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tões, de ordem burocrática, administrativa e técnica, se encontre mais concentrada nas grandes empresas, uma vez que estas detêm know-how para o fazer, sendo, no entanto, uma enorme desvantagem para as restantes, que temos o dever de ajudar a contrariar. O sector tem vindo, como de resto todos os outros, a fazer a chamada seleção natural de Darwin, ou seja, mor-rem as empresas mais débeis e desenvol-vem-se as que se preocupem com estas matérias. Designadamente, no capítulo das exportações, é muito difícil para uma microempresa exportar, pois a maior parte dos empresários não sabe línguas estran-geiras, nem tem capacidade para viajar. Portanto, o fenómeno da dimensão da em-presa influencia negativamente o seu su-cesso em termos de internacionalização. Sendo este um dos pontos fundamentais, direi que é meritório que na prática se te-nha conseguido contrariar aquilo que teo-ricamente estou a afirmar. Como é que um sector, na sua maioria constituído basica-mente por micro e pequenas empresas, exporta 57% daquilo que produz? Há de facto algumas empresas de referência em Portugal, o caso da SONAE, que é franca-mente exportadora, sendo um dos quatro maiores operadores mundiais da indús-tria de madeiras. Sem dúvida, um bom exemplo!

Como se contornam estes obstáculos?Com a crise do imobiliário e da constru-ção em Portugal, vendem-se atualmente poucos móveis. Assim, todas as empre-sas que estavam dependentes do mercado nacional, hoje praticamente inexistente, estão a passar por graves dificuldades. O que é que aconteceu entretanto? Muitas empresas começaram a trabalhar através de subcontratação, o que faz com que ex-portem de forma indireta. Por exemplo, há um mercado, e por isso é que o núme-ro das exportações do sector é superior àquele que estatisticamente aparece, que é o mercado das embalagens de madeira, em que existem muitas micro e pequenas empresas que produzem paletes, vendidas posteriormente a outros grandes operado-res na área da exportação. Exemplo disso é o sector dos vinhos, que são exporta-dos em paletes e caixas de madeira, pro-venientes da indústria da serração. Outro ponto importante é também o das celulo-

ses de pasta de papel, que vendem imen-so para o estrangeiro, tendo praticamente quase toda a produção orientada para o exterior. Ora, esse papel que é exportado de Portugal vai acondicionado em paletes de madeira e simboliza milhões de euros que as nossas serrações vendem à pasta de papel. Depois, diz-se, que se exporta x de eucalipto, mas não se clarifica que dos cerca de 2,1 mil milhões de euros relativos à exportação, no ano passado, dessa in-dústria, 50 milhões são provenientes do sector das paletes de madeira de pinho, que foram, no entanto, faturados como originários do eucalipto. A indústria da metalomecânica é outro exemplo, pois ex-porta material que vai acondicionado em paletes de madeira. Para resumir, o nosso sector é fortemente exportador, mesmo sendo constituído na maioria por micro-empresas, pois há muita exportação in-direta, que é produzida nessas pequenas

instalações e depois exportada por gran-des empresas nacionais e internacionais.

Um dos entraves é a má gestão da flo-resta?O problema da floresta é que, como se sa-be, o último inventário nacional veio di-zer que a área de eucalipto já ultrapassou, pela primeira vez, a área do pinho. Os nú-meros que circulavam, desde que tomei posse, e foram veiculados pela comunica-ção social afinal correspondiam à verdade. Tive razão. Neste momento, as estatísticas apontam para mais de 600 mil hectares de eucalipto, mas são números de 2010 porque, atualmente, direi que o eucalip-to em Portugal ronda os cerca de 850 mil hectares ou mais, sem qualquer dúvida, e o pinho menos do que os números que já foram apresentados. Em resumo, o euca-lipto deve rondar entre os 800 mil e o 1 mi-lhão de hectares e o pinho os cerca de 500 mil, sendo que fiz um estudo pessoal que demonstra que se nada for feito entretan-to, nos próximos 20 anos vamos ter cerca

de 400 a 420 mil hectares de pinho e des-ses 300 mil não terão qualquer aproveita-mento comercial. Esta será a verdadeira dimensão do problema. Porquê? Porque vai haver regeneração natural e vão exis-tir sempre árvores de pinho, mas com um diâmetro que só dá para fazer fósforos, lo-go não têm qualquer aproveitamento co-mercial. E esse problema é um problema que me ocupa permanentemente e para o qual tenho constantemente alertado. Ou as pessoas percebem que temos de cuidar da floresta ou então vamos destruir com-pletamente o sector porque a indústria não pode viver sem floresta. A floresta é o petróleo verde de Portugal, como tal se destruirmos este recurso não vamos ter capacidade competitiva face aos outros países para exportar madeira. Nesse sen-tido, ou Portugal se preocupa e acautela a sua floresta ou então vai destrui-la, assim como todos os outros sectores e operado-res que dela dependem.

Um dos segredos poderá ser uma me-lhor adaptação da indústria às neces-sidades de consumo real?Uma máxima do marketing é que deve-mos produzir aquilo que o mercado quer comprar e não aquilo que queremos pro-duzir. O desfasamento do sector face às necessidades reais do consumidor actual está relacionado com a incapacidade de resposta de muitas empresas em diferen-tes níveis que referi anteriormente. Nesse capítulo, existem poucos estudos de mer-cado e, por isso, a AIMMP também vai tentar fazer dentro de pouco tempo mais prospecção internacional de mercados. Dou o exemplo da gravata de madeira que hoje trago e que demonstra que de facto há muita margem para inovar, criar e dar utilidade à madeira nas mais diversas si-tuações do dia-a-dia. E a esse propósito utilizo, muitas vezes, uma máxima que é também frequente - se repararmos à nos-sa volta, no limite, tudo começou por ser feito de madeira. Até os automóveis com os carrinhos de bois que andavam atrela-dos, assim como a invenção da roda. No extremo, não se conhece quase produto nenhum no mercado que não tenha co-meçado as primeiras peças a partir da ma-deira e, portanto, este recurso tem uma versatilidade e uma flexibilidade de uso absolutamente notáveis que é necessário

Um dos apoios que deveria ser criado era precisamente de incentivo à deslocalização

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desenvolver. Como? Ajustando a sua fun-cionalidade e a sua flexibilidade às neces-sidades do mercado. Se soubermos fazer isto, com engenharia, com design, com capacidade técnica e com estudos das ca-racterísticas da madeira, podemos alargar o uso e a utilização da madeira de uma forma diria quase ilimitada. Só que há um caminho muito grande a percorrer nesta matéria.

A concorrência externa a este nível também é elevada. Como combatê-la?A AIMMP está a realizar um estudo sobre o comércio de importação de mobiliário na Europa que permitiu já chegar à triste conclusão que cerca de 50% do mobiliário que hoje é importado pelo continente é de origem asiática. Só para que se perceba o problema. E, portanto, se a importação ho-je de mobiliário vem desses países deve haver algum motivo. Nesse sentido, qual é a principal razão? O preço – a sua maior capacidade competitiva. Ora, é absoluta-mente inadmissível que a UE imponha hoje regras internas de funcionamento da própria economia europeia, relaciona-das com a proteção do ambiente, das nor-mas de proteção da própria floresta, das questões de natureza social, de desenvol-vimento sustentável, de descontos para a segurança social, de salários dos traba-lhadores, dos produtos de acabamento ou de preocupações com os vernizes, e não o faça de igual forma a tudo que vem do ex-terior. Em Portugal, devemos preocupar-nos com os fatores de desenvolvimento económico sustentado, que obviamente acarretam custos às próprias empresas, mas depois o próprio país abre as portas à importação de produtos de países em que o salário mínimo são 100 USD, a pro-teção social e ambiental não existe ou as questões de certificação nem sequer são equacionadas. Isto é inadmissível! As em-presas estrangeiras chegam ao nosso ter-ritório e vendem os seus móveis, quando todos sabemos que vêm competir com os nossos. Mas o pior é que, muitas vezes, não têm a mesma qualidade, apenas um preço mais baixo, que irá competir com o nosso porque há sempre mercado para produto mais barato.

Que soluções defende?A solução é apenas e somente uma que é

competir pela via dos normativos e pela imposição de regras iguais para esse tipo de importação. Não posso obrigar que as empresas europeias cumpram com deter-minado tipo de regras e outras empresas oriundas de outros países coloquem pro-dutos mais baratos e não cumpram esse tipo de regras. É preciso criar barreiras à entrada em Portugal e na Europa. Se vou à Ásia vender móveis numa economia co-mo a nossa em que não temos, pela pró-pria natureza de custos, capacidade, nem

possibilidade para concorrer com os asi-áticos pela via do preço, temos de con-correr pela via da qualidade e do valor acrescentado. O mercado é livre, isto é, so-mos livres para ter capacidade técnica, in-teligência e know-how que desenvolvam competências e façam com que clientes do outro lado do mundo queiram comprar um móvel melhor construído, mesmo que custe cinco vezes mais do que o do seu próprio país. Agora, o que já não é correto é que se aceite que um tipo que não cum-prindo dentro do território europeu com as regras que a UE exige aos próprios eu-ropeus introduza e comercialize nesse es-paço a um preço muito mais baixo. Isso é que já não é legítimo! Mas mesmo assim ainda há países que estão a fazer isto, vide Brasil. Um empresário para exportar para o Brasil paga taxas de 40 a 70% e há pro-dutos com 100%, no total de impostos e ta-xas aplicadas. As dificuldades criam-se e Portugal nesse aspeto é uma porta aberta, importa tudo porque, como escreve Eça de Queiroz, no seu livro Os Maias, tudo o que é estrangeirismo em Portugal fun-ciona. Temos uma apetência enorme para comprar o que é estrangeiro. Em resumo, na minha opinião temos que proteger as nossas empresas e não podemos aceitar

Tudo o que são poupanças e recursos quer nacionais, quer estrangeiros, têm sido vocacionados para os bancos, para o Estado, para os organismos públicos e para as grandes empresas deste país.

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que outras que não cumprem este tipo de regras façam concorrência desleal porque é disso que se trata!

Falando agora de investimento privado e apoio estatal. Qual a opinião que tem de ambos?Por princípio e formação nunca fui favo-rável à subsidiodependência porque isso não conduz a nenhum lado, mas tenho uma postura diferente que tem vindo a ser utilizada por diversos países e que entronca na denominação da economia induzida. Um país, um governo e uma go-vernação inteligente tem que ser capaz de em cada momento do tempo através dos incentivos ou através das políticas fi-nanceiras induzir a economia no sentido que se pretende. Como é que isso se faz? Com dinheiro, naturalmente, mas da mes-ma maneira que foi possível aos europeus com dinheiro comprarem a destruição das nossas indústrias e a seguir virem di-zer ‘agora comprem aqui porque é muito mais fácil comprar feito’. Basicamente, foi isso que nos fizeram. Destruíram a nos-sa pesca, destruíram a nossa agricultura, só ainda não destruíram o sol porque não conseguiram lá chegar, para que nós não pudéssemos ter turismo, nem praia. Por-tanto, destruíram quase tudo o que havia para destruir e a isto chama-se economia induzida. Fizeram-no com dinheiro, ou se-ja, pagaram-nos. Agora, abatam os barcos e deram-nos dinheiro para isso, agora aba-tam a vinha, etc. Neste sentido, sou contra a subsidiodependência, mas sou muito a favor da economia induzida. O Estado e

os governos têm de ter capacidade e in-teligência para direcionarem os seus in-vestimentos e incentivos no sentido de fortalecer a economia e as suas empresas. Ou seja, tem de haver critério nos apoios. Este sector concretamente e neste campo sou crítico, essas regras, os regulamentos em que se baseiam os incentivos e fundos comunitários, tudo isso foi errado em Por-tugal.

O PRODER é disso exemplo?Sim. É admissível que exista este progra-ma, que financia a arborização das nos-sas florestas, com um regulamento que só atribui dinheiro a parcelas acima dos 40 hectares? E a seguir, porque ninguém concorria já que não garantia essas exi-gências, o governo baixe para 20. A per-gunta que se coloca é: mas então o Estado não sabe que os proprietários em Portu-gal têm entre 5 e 10 hectares? Obviamen-te, ninguém concorre. Nesse caso, para onde é dirigido o dinheiro? Devolve-se a Bruxelas porque se as pessoas têm en-tre 5 e 10 hectares não podem concorrer àquele fundo. Este é um simples exemplo, que demonstra que muitos dos incentivos estão desadequados à realidade nacional. Diria, por isso, que o problema não está na suficiência, porque nunca fiz esse cál-culo, mas estão na desadequação e disso tenho a certeza absoluta. Têm sido devol-vidos por Portugal a Bruxelas milhões de euros de fundos que não são executa-dos, uns por falta de capacidade de auto-financiamento do próprio Estado ou das empresas, outros por absoluta desadequa-ção, o que é um problema grave do sector. Por exemplo, o setor tem microempre-sas. Muitas delas onde é que trabalham? No rés-do-chão das moradias e em zonas habitacionais que não têm margem para crescimento. Porque é que os fundos não incluem nos seus regulamentos o apoio à deslocalização das empresas? Ou seja, se tenho uma empresa no rés-do-chão de uma moradia sem condições para traba-lhar, ou se tenho uma empresa no meio de uma povoação, com problemas de ruído, de inibição de segurança, fluxo de trânsito ou higiene, que cria problemas de eletri-cidade, já que a existência da empresa na localidade retira capacidade elétrica às ca-sas circundantes, porque não se resolvem essas questões primeiro? Porque o que

acontece é que este tipo de questões não são financiáveis, ou seja, a construção de armazéns não é financiável, bem como a aquisição de terrenos, a pavimentação ou a electrificação, no fundo tudo aquilo que são infraestruturas de base para que essas empresas se possam deslocalizar.

O que é que vai acontecer as essas em-presas? Morrem! Um dos apoios que deveria ser criado era precisamente de incentivo à deslocalização e repare-se há muitas for-mas de o fazer. Podia haver até uma forma em que se criasse mecanismos de permu-ta, em que o empresário dava ao Estado, à câmara ou à junta de freguesia, isto é, fazia uma doação do terreno e/ou das instala-ções no valor de x e em troca estes favo-reciam o financiamento do projeto num sítio adequado do ponto de vista ambien-tal, do PDM, da capacidade de desenvol-vimento ou das acessibilidades, etc, num outro local. Aquele empresário iria passar a ter uma nova condição que atualmente não tem e que seria útil ao país. Portan-to, tudo isto é errado. Basta um esforço dividido, que representa a meu ver atos de inteligência e que são muito simples. Devem-se criar mecanismos de estímulo, agora vetar, não. Há obstáculos baseados no problema da lei e dos regulamentos em Portugal que têm sempre uma alínea a) ou b) que é o excepto se. Anuncia-se que existem milhões de euros para inves-tir na agricultura, mas na prática lê-se os regulamentos e nada do que se diz é exe-cutável, muitas vez nem totalmente, nem parcialmente. É importante, por isso, tor-nar as linhas de créditos mais ajustáveis e mais aderentes às reais necessidades do sector. Por seu lado, defendo também que a banca tem andado a financiar o Estado e as empresas públicas e, portanto, tudo o que são poupanças e recursos quer nacio-nais, quer estrangeiros, têm sido vocacio-nados para os bancos, para o Estado, para os organismos públicos e para as gran-des empresas deste país. Nesse sentido, as pequenas empresas não têm qualquer hipótese de recorrer ao crédito, sobretudo atualmente.

Qual a sua opinião das actuais análi-ses de risco realizadas às empresas?A sua conclusão é muito relativa, primei-

Faz sentido que as três fileiras em Portugal – a fileira da indústria da madeira e do mobiliário, a fileira da cortiça e a fileira da celulose e do papel –se juntem num Pólo de competitividade comum

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ro porque os balanços em Portugal têm a credibilidade que têm, e em segundo lu-gar porque as análises de risco que são hoje realizadas no país são muito frias e baseiam-se sobretudo no papel. Não se avalia a dinâmica do negócio e do empre-sário, a seriedade, a idade e a capacidade do empresário, a sua experiência e conhe-cimento do sector, a viabilidade futura do negócio, o goodwill da empresa, o nú-mero de anos desta...Aprendi na faculda-de que um dos melhores indicadores da qualidade de gestão de uma empresa é o número de anos que ela tem. Depois as pequenas empresas têm outro problema, normalmente não têm capacidade técni-ca para se apresentarem aos bancos com estudos económicas, terem influência, terem o ‘amigo’ ou a dimensão que justi-fique pedir números aceitáveis, porque tu-do o que seja mais de 50 ou 100 mil euros em Portugal é um número astronómico. A AIMMP não raras vezes faz projetos para apresentar aos bancos ou às candidaturas aos QREN’s. É um dos trabalhos que faze-mos na associação, mas naturalmente não fazemos milagres e o contexto em que vi-vemos é este. Os bancos não estão a finan-ciar as PME’s.

Qual a sua posição face à criação de clusters?Vou ser prático e direto. Sou crítico em relação aos clusters e aos pólos de com-petitividade. Cluster não é uma palavra portuguesa, é um estrangeirismo, mais uma vez importamos esse conceito e im-portamo-lo de uma forma tendencialmen-te megalómana; do género é aqui que se encontra a solução. Temos duas manias em Portugal, a primeira está relacionada com o estrangeirismo e a segunda tem a ver com a cópia do vizinho do lado. É pro-vável que haja situações em que os clus-ters seriam bem-vindos, o problema é que se defende a ideia em Portugal que estes é que são a solução para tudo. Neste as-peto, acho que os jornalistas monitorizam muito pouco os governos e os políticos. Quando alguém toma uma decisão a se-guir devia quantificar-se o resultado dessa decisão, só que a natureza mediática com que se faz a comunicação social no país não dá espaço para um jornalismo de in-vestigação e de crítica. Nesse sentido, que estudo existe em Portugal que demonstre

de forma clara que os clusters que foram criados estão a ter um impacto positivo na economia? Primeiro, temos de saber se são necessários e o que têm feito. Se de facto se justifica, devemos apostar neles, mas neste momento não está demonstra-do que tenham acrescentado algum valor à economia. Pelo menos no modus ope-randi como funcionam. Devia ser clara-mente demonstrado porque o cluster A ou B foi eficaz num determinado setor.

Como deveriam operar?O cluster do mobiliário não existe, como se sabe, não tem projetos estruturais pa-ra o setor e só pode ter tendência a de-saparecer. O que, neste setor, faz sentido existir é o chamado “Pólo de Competiti-vidade” – AIFF – que abarca toda a indús-tria de base florestal, mas provavelmente não no contexto de cluster ou pólo que lhe querem dar (i.e. uma “Via Verde” para o QREN). Faz sentido que as três fileiras em Portugal – a fileira da indústria da madei-ra e do mobiliário, a fileira da cortiça e a fileira da celulose e do papel – se juntem num fórum para a competitividade co-mum. Para mim o importante é a função neste tipo de organismos, não é o cargo ou a designação. É preciso que a função seja determinante e útil, assim como perceber se o custo é superior ou inferior às vanta-gens que pode criar determinado cluster. O custo e o proveito da informação é um princípio básico. Devemos produzir infor-mação dentro das empresas até ao limite de que o seu proveito ainda é superior ao custo. Portanto, se tenho um cluster ou um pólo cujo custo de funcionamento é supe-rior ao proveito que dá, obviamente que

sou contra. Há pólos que devem existir como agregadores de vontades, de inte-resses e fenómenos de desenvolvimento económico. Quando falo no setor do mo-biliário para criar um cluster na verda-deira extensão da palavra teria que nesse cluster coabitar indústrias do mobiliário, produtores florestais e indústrias de ma-quinaria para o mobiliário, que diretamen-te interagem com o produto do mobiliário propriamente dito, vernizes, produtos quí-micos, etc. Sou crítico porque acho que foi uma megalomania dos governos do PS e porque acredito que houve uma orienta-ção do Michael Porter quando esteve em Portugal há 20 anos, que admito fez afir-mações interessantes sobre esta matéria, mas que mais uma vez foi abusivamente interpretado por quem governou o país nos anos que se seguiram. Portugal está bem servido de associações empresariais. Agora pergunto: se as temos porque cria-mos clusters que não têm interesse para o país?

Por último, o Prémio Nacional de Ar-quitetura em Madeira (PNAM) tem que objectivos?A AFN está a organizar, no âmbito do Ano Internacional das Florestas, a 1ª edição do PNAM com o objectivo de premiar obras que valorizem o carácter e a polivalência da madeira e promovam soluções de cons-trução sustentável. Poderão ser candida-tas todas as obras terminadas em 2009 ou 2010 da autoria de qualquer arquiteto ins-crito na Ordem. O vencedor terá direito a um prémio monetário no valor de 10 mil euros. A AIMMP apoia com entusiasmo esta iniciativa e oferece-se desde já para lhe dar continuidade futura, para que esta boa iniciativa não seja mais um tiro isola-do, sem atingir objetivos estratégicos.Neste campo, ainda há um grande ca-minho a percorrer que vá de encontro à aderência entre os produtos e o design adaptados ao consumidor. Para além des-se aspecto, há poucos estudos em Portu-gal sobre a madeira propriamente dita, as suas características, funcionalidades e utilização. Esse conhecimento técnico e científico é necessário desenvolver para que num dia em que houver um grande desenvolvimento sobre o uso e as carac-terísticas da madeira seja possível dar um maior uso a este recurso.

(PNAM) É importante haver um avanço no conhecimento técnico e científico para um melhor desenvolvimento sobre o uso e as características da madeira

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uma empresa que já faz história no sector do mobiliário. Como é que tudo começou?A dst,s.a. – e também a tmodular, a marca do grupo dst para a sua actividade industrial de transformação da madeira –, assume efecti-vamente valores de qualidade, com reputada e sólida experiência em toda a cadeia de va-lor da actividade de construção civil e obras públicas. Na verdade, a dimensão do sucesso que obtivemos com este projecto da ttt torre turística transportável, só com este enquadra-mento sustentado teria sido possível.

Tudo começou em 2005, no âmbito de uma modalidade de doutoramento em empresa que tinha como foco principal a associação e a combinação da componente académica e científica universitária, com o alinhamento es-tratégico empresarial. Só posso enaltecer este tipo iniciativa, bem como as entidades que in-corporaram esta parceria, precisamente a dst, s.a. e a Universidade do Minho, pois acredito, por experiência própria, ser um dos mecanis-mos mais eficazes na ligação entre os meios académico e empresarial, com consequente impacto potencial na economia nacional.

Foi, e tem sido, um processo longo, em que o desenvolvimento das várias soluções pre-conizadas – e não só a ttt – sofreram um pro-cesso evolutivo de maturação, iniciado com a actividade de Investigação & Desenvol-vimento, mas mantendo sempre o foco es-tratégico no mercado e na Inovação. Este alinhamento e estas complementaridades foram, em grande medida, os responsáveis pelas opções de produto e projecto que cul-minaram com a ttt e, necessariamente, com a materialização dos princípios que a orien-taram.

Pode descrever o processo de constituição da ttt. de onde surgiu a ideia para a sua criação?A ttt surgiu, sobretudo, da conjugação de princípios de sustentabilidade e industria-lização, que derivaram posteriormente para lógicas de prefabricação, mobilidade e trans-portabilidade. Por fim, assumindo ainda ou-tros conceitos, mais ligados à arquitectura, como a modularidade, a evolutividade e a flexibilidade. Tudo isto surge da tentativa de antecipação de tendências que caracteriza os

processos de inovação. O alinhamento estra-tégico nasce, necessariamente também, dos valores preconizados pela empresa, e em que eu também acredito – a sustentabilidade, e os seus vários vectores, são disso exemplo. A torre turística transportável assume por isso características ambientais, energéticas e de auto-suficiência que decorrem duma atitude consciente e responsável – de que a utiliza-ção primordial de um material 100% renová-vel, como a madeira, faz parte – que sempre se procurou incutir e impactar desde o pri-meiro momento.

Quais os fatores distintivos da vossa mar-ca? o que é que pode levar um cliente a op-tar por este tipo de casa?O ponto forte da ttt é a conjugação de diver-sas características diferenciadoras, tal como ficou provado pelo interesse generalizado dos visitantes e pela surpresa causada no de-curso da EXPO2010. Não existe, actualmen-te, nenhum produto semelhante no mercado da construção. Vários factores combinados contribuem para tal: a) Utilização da madei-ra; b) Originalidade da utilização vertical e

Entrevista a José Pequeno, da dst, s.a, criador da ttt

Criar inovação

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suas vantagens habitacionais; c) Capacida-de de integração natural; d) Relação visual com a envolvente; e) Níveis de iluminação natural; f) Design de pormenor e rigor; g) Polivalência estrutural; h) Níveis de susten-tabilidade; i) Potencial auto-suficiência; j) Ca-pacidade energética integrada; k) Imagem estética de modernidade; l) Estilo minimalis-ta e depurado.

Aos factores descritos, acrescentam-se ou-tros igualmente relevantes, sobretudo quan-to às razões que podem levar um cliente a optar por esta solução. Entre estes, destaca-se: a) a capacidade de adequação a princípios industriais e de replicação; b) a produção em série de grande volume, diminuindo custo fi-nal aquisição; c) Conceito de transportabili-dade e consequente liberdade associada; d) a capacidade de evolutividade e adaptação a diferentes contextos, e respectiva flexibilida-de; e) a dupla valência de resposta ao mer-cado turístico e ao mercado habitacional; f) a possibilidade de adaptação/personaliza-ção do produto final; g) a relação qualidade/custo; h) a rapidez de resposta produtiva; i) a utilização da tecnologia energética Et3 Ener-getic modular technology, já distinguida com no principal Prémio Nacional de Inova-ção (BES Inovação).

sendo uma empresa portuguesa há uma preocupação em utilizar matéria-prima nacional, bem como know-how no fabrico dos vossos produtos?Claramente. Até porque estas soluções e tecnologias, devidamente patenteadas e protegidas industrialmente, assumem-se, orgulhosamente, como tecnologia nacional. De resto, o enquadramento da nossa partici-pação na EXPO 2010 - que nos exponenciou a visibilidade e notoriedade internacionais -, foi marcadamente institucional, e tornou-se por demais evidente a vantagem que es-se tipo de cobertura representa, sobretudo a Oriente.

Desse modo, nunca deixaremos de eviden-ciar essa característica. Se, ademais, poder-mos introduzir elementos diferenciadores decorrentes de parcerias e sinergias com ou-tras empresas nacionais, não hesitamos. No caso da ttt, tal ocorreu em diversas circuns-tâncias, com destaque para o desenvolvi-mento dos vidros estruturais fotovoltaicos, uma experiência inovadora que, connosco,

uniu esforços de outras duas empresas por-tuguesas de cariz industrial e tecnológico.

Qual o peso da investigação/desenvolvi-mento do produto dentro da estrutura da vossa empresa? de que forma é que esse vetor contribuiu para o sucesso?O processo de I&D deve ser devidamente en-quadrado dentro de princípios estratégicos orientadores. Essa é a única forma de tornar o processo efectivo e verdadeiramente eficaz. A nós, não nos interessava investigar por in-vestigar, percorrendo caminhos descontex-tualizados ou inconsequentes. Aqui, o nosso contexto era o mercado, o mercado global. O nosso objectivo: a diferenciação. O nosso ponto de partida: o estado da arte, aliado aos nossos princípios estratégicos. Acreditámos que só este caminho nos poderia trazer as mais-valias concorrenciais necessárias num sector tão saturado como o da construção.Repare-se que Investigação significa inves-tir ou, dito de outro modo, “transformar di-nheiro em conhecimento”. Inovar, significa “transformar conhecimento em dinheiro”, o que trás implícito o conceito de mercado, associadas a modelos e planos de negócio, a modelos estratégicos de actuação e de posi-cionamento que visam, em primeira instân-cia, a viabilidade e a viabilização do projecto/produto. Existem portanto duas faces de uma mesma moeda. O sucesso de uma é o impul-so da outra, num mecanismo dinâmico e in-terdependente, que se deseja permanente e contínuo, tal qual a evolução – o contexto onde nos movimentamos jamais pára de se alterar e de evoluir. Dito isto, e reconhecen-do que a Investigação & Desenvolvimento é uma parte de um todo maior, a verdade é que se trata de uma parte indispensável ao suces-so de qualquer solução tecnológica. Por ou-tras palavras, e numa opinião pessoal, não tenho dúvidas em afirmar que o investimen-to em I&D deveria ser uma das principais li-nhas orientadoras das empresas nacionais, porquanto um dos principais veículos de di-ferenciação num “campeonato” que há mui-to deixou de ser apenas nacional.

Que significado têm os prémios recebidos na vida da empresa?Por tudo o que foi referido, naturalmente que os prémios representaram a aceitação e a validação da diferenciação que buscamos. Normalmente, sabemos onde começamos e, sensivelmente, por onde queremos seguir.

Mas nunca sabemos onde esse percurso nos leva. Obter o reconhecimento de pes-soas, entidades e instituições que respeita-mos e estimamos, é sinal de que estamos a chegar a algum lado, mesmo que seja ape-nas o final de mais uma etapa. Mas significa, sobretudo, que estamos no caminho certo. Em duas palavras: significa muito. Significa confiança e credibilidade. E estas palavras são verdadeiros “portos seguros” no contex-to de risco e incerteza por onde decidimos enveredar sempre que queremos fazer dife-rente… inovar.

sendo o “pai” da ttt como gostaria de ver desenvolver-se nos próximos anos?Temos em mãos um Plano de Negócios ex-traordinariamente promissor, desenvolvi-do pelo BESI (Espírito Santo Investment Bank), numa cooperação de grande proxi-midade connosco e com os propósitos des-te projecto. Neste Plano de Negócios, todas a directrizes estratégicas estão traçadas, quantificadas e validades. Paralelamente, temos tido algumas abordagens de vários pontos do globo, no sentido de adquirir a ttt e, em outros casos, de a representar, nome-adamente através unidades de produção lo-cais e regionais.

Respondendo directamente à questão, o grande objectivo continua a ser a imple-mentação global deste projecto e deste con-ceito, algo em que continuamos a trabalhar e a apostar.

Projetos para o futuroAs ideias nunca param, felizmente. A difi-culdade está em seleccioná-las e, posterior-mente, “alimentá-las” e viabilizá-las, visto que cada passo que se segue é mais difícil que o anterior num percurso repleto de obs-táculos. Criar inovação, continuamente, é o principal projecto. Tudo o resto se enquadra neste contexto.

Acredita no potencial nacional para se im-plantar a nível internacional?Não apenas acredito, como tenho a convic-ção de que é o nosso único caminho. Espero e desejo que as políticas de desenvolvimento possam centrar-se acima de tudo neste eixo de qualificação, diferenciação e excelência. O nosso mercado é o mundo. Para nós, portu-gueses, sempre foi. Estamos hoje a redesco-bri-lo à força.

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ttttorre turística transportável

arquiteturasustentávelsurpreenDe A casa transportável foi feita por uma empresa de Braga e pela Universidade do Minho e atraiu todas as atenções quando esteve em exposição no Pavilhão de Portugal na exposição mundial de Xangai.

A ttt torre turística transportável e a tecno-logia Et3 são dois projetos inovadores e sustentáveis que tiveram o seu lançamento mundial na EXPO 2010 Shanghai China, na restrita e importante área reservada às me-lhores práticas urbanas mundiais (UBPA).Durante seis meses de Exposição Universal obteve o reconhecimento nacional e inter-nacional por parte da organização, media, especialistas ligados à área da construção e visitantes em geral.Esta participação, e por convite da orga-nização chinesa, representou Portugal ao mais alto nível como 2º Pavilhão Nacional - por inerência do Ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento de Portugal e da Participação de Portugal na EXPO -, en-quanto tecnologia portuguesa largamente reconhecida e premiada.Esta tecnologia, 100% portuguesa, foi desenvolvida por intermédio de uma par-ceria entre uma reconhecida empresa de construção portuguesa, dst,s.a. – www.dstsgps.com – e por uma conceituada Uni-versidade pública do domínio da inovação e tecnologia, Universidade do Minho – www.uminho.pt. Ambos os produtos se encon-tram industrial e intelectualmente protegi-dos por patentes e protecções de modelos, em todo o território Europeu, e também na China.

pós-expoEsta participação ao mais alto nível interna-cional revelou-se decisiva para uma abor-dagem efetiva ao mercado chinês, que passou a constituir prioridade estratégica para implementação global do projeto. Nos últimos meses foi desenvolvido um intenso trabalho de prospecção de mercado, do qual foi possível concluir acerca do inte-resse de diversos promotores e investido-res, em particular no âmbito de programas nacionais turísticos com especial preocu-pação por princípios de sustentabilidade e proteção ambiental. Confirmado o cres-cente interesse nas presentes tecnologias, o passo seguinte passará pela organização de uma produção capaz de dar resposta eficaz às previsões de elevada procura de mercado face a este tipo de produtos dife-renciadores. Implementação sImbólIcaEm virtude do sucesso da participação, a

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A estratégia comercial da TTT na China foi assumida pelo autor do projeto, o arquiteto José Pequeno. “A presença da TTT na Exposição Universal teve, tem e espera-se que continue a ter um impacto muito positivo, na medida em que representa uma plataforma de exposição internacional a todos os níveis. A visibilidade que alcançou, não apenas a nível nacional mas, num outro plano, a nível institucional, é fundamental e constitui a ignição para o sucesso da introdução do produto neste mercado”, assegura José Pequeno.

Organização da EXPO Shanghai China se-lecionou e solicitou a ttt – nomeadamente um modelo à escala 1/3 que também mar-cou presença na exposição – para exposi-ção permanente no futuro Museu de todas as expos, a edificar em Shanghai. Em se-quência de todo o processo, o exemplar da ttt à escala real, que representou Por-tugal na zona de melhores práticas urba-nas – UBPA Urban Best Practices Area -, foi oficialmente doado por Portugal à Re-pública Popular da China, na data simbóli-ca de 08 de Agosto de 2011, perpetuando esta participação e reforçando os laços de amizade existentes entre as duas nações. Nesse sentido, prevê-se que qualquer cola-boração bilateral entre os dois países com vista à implementação global deste proje-to possa receber o melhor acolhimento da parte das autoridades de ambos os países. A ttt acabou por ficar destacada no top10 de todos os 230 pavilhões da EXPO, no âmbito do site alemão World Expositions: http://worldexpositions.info/shanghai.html, para além disso tem sido viral o fenómeno em que se transformou a ttt no decurso dos últimos tempos.

projeto abrangenteA Torre Turística Transportável (ttt) mais do que um projeto isolado é um projeto abran-gente que assenta num modelo adaptável, evolutivo, polivalente e industrial, que se pretendia materializado através de uma so-

lução construtiva diferenciadora e sustentá-vel, recorrendo à madeira enquanto material predominante, também a nível estrutural multifuncional que representa um novo con-ceito de habitabilidade que, através de sis-temas solares ativos e passivos, combina iluminação natural e potencial energético. A sua natureza modular e os materiais ne-la utilizados - madeira e vidro - asseguram uma reutilização que respeita o ambiente e que garante um impacto de construção re-duzido.

turIsmo e mobIlIdadeA ttt - torre turística transportável é uma res-posta arquitectónica face aos novos desa-fios do mercado global, onde a mobilidade e a multifuncionalidade surgem associadas ao contexto socioeconómico prevalecente e às oportunidades do sector da construção. Esta torre possui 3 pisos que totalizam 9 metros de altura e garantem 30 metros qua-drados de área útil para uma implantação de 10 metros quadrados. Apresentando-se como espaço autónomo e autossuficien-te, vocaciona-se para um novo conceito de turismo de natureza. Concebida para ser transportável, e com reduzido impacto construtivo, insere-se em cenários naturais onde não existam infraestruturas pré-exis-tentes. Os princípios estratégicos de pré-fabricação possibilitam a industrialização e o controlo de custo, tempo e qualidade do processo e respectiva solução construtiva.

urbanIdadee modularIdadeA ttt, por ser uma unidade modular replicá-vel, representa uma resposta rápida, ino-vadora e diferenciada face à necessidade de soluções urbanas evolutivas. A presen-te solução aposta na melhoria da qualida-de de vida quotidiana, garantindo eficiência energética, flexibilidade, funcionalidade, sustentabilidade de materiais e potencial de autossuficiência. A polivalência estrutu-ral da ttt permite também o seu funciona-mento horizontal, uma vez que essa é a sua posição de transporte. Esta característica permite a sobreposição de módulos, por camadas, originando soluções urbanas em altura, prontas a ocupar e revitalizar tecidos de cidade. Destaca-se a possibilidade de aumentar o espaço habitável, duplicando ou quadruplicando a área útil das soluções de propriedade horizontal. sustentabIlIdadee materIalIdadeEste projeto optimiza os processos de cons-trução, reduz os resíduos de produção e di-minui os consumos energéticos do edifício. Assenta em 3 vetores de sustentabilidade: a viabilidade económica e estratégica da sua implementação; o compromisso ambiental com recurso a sistemas solares; e o suporte sociocultural baseado na aproximação cons-trutiva à natureza.A ttt recorre a uma nova geração de processos construtivos, na qual a madeira - 100% renovável - assume es-pecial importância, aliando valor histórico e imagem tecnológica. O vidro, 100% reciclá-vel, é também indispensável na integração dos sistemas solares desenvolvidos. A ilu-minação natural que este material possibilita contribui para os índices de sustentabilidade e proporciona o enriquecimento da vivência e da utilização do espaço pelo utilizador.

energIa e tecnologIa construtIVaA ttt torre turística transportável surge na sequência de um outro produto desenvolvi-do pela parceria dst, s.a./ Universidade do Minho - o Et3 Energetic modular technolo-gy. Esta tecnologia, recentemente premia-da na V Edição do Concurso Nacional de Inovação BES, na categoria Energia, pode ser incorporada na ttt, optimizando a sua autonomia energética. Para mais informa-ções visite http://www.tttower.com

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a fenaBel está no mercado há quase 20 anos e é líder na produção de cadeiras. este ano apresentou em xangai mais de 400 novos modelos, revelando que está de Boa saúde e mantém o investimento no design e na inovação.

A Fenabel é conhecida no setor do mobi-liário como “alfaiate no mundo da produ-ção de cadeiras”. A empresa de Paredes voltou a estar presente na Feira de Mobi-liário da China, repetindo a experiência de 2010, em que efetuou 270 contactos, mais 100 que os habituais. No certame, a marca deu-se a conhecer ao mercado chinês e europeu, sendo que os últimos se mostraram entusiasmados com os produtos nacionais que até então desconheciam. A Fenabel aposta bastante na execução de trabalhos à medida. Está no mercado desde 1992 e tem 70 trabalhadores. Com uma faturação de cerca de 5,2 milhões de euros, a empresa prevê investir 300 mil euros na promoção internacional de 2011 e 2012. A marca exporta cerca de metade da pro-dução, tendo como principais mercados os franceses, holandeses, espanhóis e in-gleses. Por outro lado, 90% das vendas internas são para empresas exportadoras. Na Feira de Mobiliário da China, que de-correu em setembro, em Xangai, a Fena-bel foi a única representante portuguesa, surgindo no certame com 420 novos mo-delos de cadeiras e cadeirões inspirados em Fernando Pessoa. “O catálogo divide-se em capítulos, um dos quais oferece aos clientes a possibilidade de criarem um modelo à sua medida escolhendo todos os pormenores que fazem parte do pro-duto”, indicou a empresa em comunicado.

FenabelAlfAiAtede cAdeirAs

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novidadesEm dezembro, a líder de mercado em Por-tugal apresenta a nova coleção de ca-deiras, num evento no Sushifashion, em Cascais. Com uma presença em mais de dez países, a Fenabel mostra a inovadora coleção “Eco Hotel Collection”. O fabricante premium aposta no reforço da estratégia de sustentabilidade, com a criação de uma inovadora gama de cadei-ras ecológicas, eco chairs, que utiliza co-mo principais matérias-primas a madeira e a cortiça, e que se adequa na perfeição ao sector da hotelaria e restauração.

A nova linha foi desenvolvida em parce-ria com a Dyn Cork, empresa que de-senvolveu um revolucionário tecido de cortiça, que transforma este produto nu-ma proposta diferenciadora e de valor acrescentado para qualquer espaço com preocupações ecológicas e ambientais. Na conceção deste projeto, a Fenabel – The heart of seating teve como priorida-de o desenho, o conforto e a robustez das cadeiras, acrescentado à nobreza dos materiais tradicionalmente usados um for-te cariz ecológico, conseguido através da junção da cortiça e da madeira.Já a Dyn Cork produziu um conjunto de tecidos em cortiça, flexíveis, duráveis, la-váveis e resistentes à abrasão, que acres-centam características inovadoras às tradicionais propriedades da cortiça, no-meadamente a sua leveza e suavidade. Os tecidos Dyn Cork são totalmente ade-quados ao mercado de hotelaria e restau-ração, devido à versatilidade que facilita o seu uso generalizado. Acresce ainda o facto de ser possível, por ambas as em-presas, Fenabel e Dyn Cork a criação de soluções taylor made, com a criação de produtos e padrões personalizados e com elevada capacidade de diferenciação.

A aliança entre o know-how da Fenabel e a aplicação de um produto sustentável e de características irreplicáveis como o tecido de cortiça da Dyn Cork, nasce a Eco Hotel Collection, uma gama de ca-

deiras sem precedentes, especialmente direcionada para o setor da Hotelaria e Restauração e desenvolvida em linha com as necessidades do mercado ecológico e sustentável. A coleção está vocacionada para os Ho-téis Eco: cadeiras e cadeirões em madeira do coração da nogueira com veio natural e acabamento em hidrocera sem químicos, revestida com tecido de cortiça Dyn Cork com várias opções de cores e padrões.

a empresaA Fenabel é uma empresa de mobiliário que aposta fortemente na inovação e na qualidade como marcas distintivas dos seus produtos. É líder de mercado em vir-tude da promoção destes dois vetores. A marca destaca-se da concorrência pe-lo historial de conhecimento geracional. Apoiando-se na experiência de três ge-rações, a empresa especializou-se na produção de cadeiras, oferecendo atual-mente uma vasta coleção de estilos e for-mas.A Fenabal aposta em dois segmentos principais: Lar e Restauração/Hotelaria. A aliança entre o saber dos dedicados funcionários e o recurso às mais recentes tecnologias garante o conforto e a fiabili-dade do produto final. Fator que tem con-tribuído para a sua afirmação no mercado e que se traduz nos vários prémios con-quistados.

aposta internacionalA empresa marca frequentemente presen-ça nas mais prestigiadas feiras de mobiliá-rio internacionais. A Fenabel é uma marca em constante crescimento que ocupa uma posição privilegiada em diversos merca-dos, uma vez que a gama de produtos se adapta a todos os tipos de ambientes e projetos decorativos.A produtora de mobiliário demarca-se por satisfazer as diferentes necessidades de vários clientes, que se rendem à excelên-cia dos padrões de design e de qualidade.Assumindo um forte compromisso com a investigação e a inovação tecnológica, mas mantendo a confiança nos nossos comprovados métodos, a Fenabel con-tinua na vanguarda da indústria de mo-biliário, respondendo com distinção às exigências de um mundo em constante mudança.

gamaDe proDutos DiversificaDa• Lounge• Cadeiras & cadeiras com braços• Bancos Bar• Puffs & Porta Malas• Banquetas• Geriátrico & Infantil• Catering & Conferência• Mesas de Madeira• Mesas de Metal• Estruturas de Mesa• Tampos

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soB o lema “acreditamos na noBreZa da madeira”, a irmãos craveiro detém uma longa experiÊncia no fornecimento de soluções em madeira. vocacionados para a indústria de madeira e moBiliário, estes produtores destacam-se no seu mercado pela sua antiguidade e por inovarem nos produtos, respeitarem o meio amBiente e utiliZarem tecnologias sustentáveis.

Irmãos CraveiroesPeciAlistAseM VAlOriZArA MAdeirA

Serração, secagem, aplainamento e trata-mento de madeiras são as principais ati-vidades da Industria de Madeira Irmãos Craveiro. A empresa está dotada de tec-nologia bastante atualizada, com elevada capacidade produtiva, e procura continu-amente inovar nos processos e na sua ga-ma de produtos.

A sua maior missão consiste em criar rela-ções de confiança e parceira com os seus clientes. Além dos produtos por eles fabri-cados, a Irmãos Craveiro comercializa ain-da uma gama de artigos complementares, sempre com respeito pelas necessidades do cliente e cumprimento dos prazos de entrega.

Na organização da Póvoa do Varzim, traba-lhadores e responsáveis acreditam que é necessário valorizar tudo que teoricamen-te poderia ser considerado desperdício no processamento de madeira. A preocupa-ção com o meio ambiente e a preservação da sustentabilidade do ecossistema é uma prioridade para a empresa e está patente em todos os processos.Por isso, os Irmãos Craveiro garantem que todas as máquinas utilizadas no proces-so produtivo possuem mecanismos de re-colha do serrim, das aparas e a casca de madeira para que possam assim ser dis-ponibilizados aos clientes para os mais di-

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versos fins. A empresa garante assim que não é reti-rada qualquer árvore da natureza para ser subaproveitada mas sim com o seu total compromisso para com o nosso mundo.

certificados

O trabalho desenvolvido pela empresa de serração e tratamentos de madeira cum-pre todas as normas. Para que isso se torne mais visível no mercado, sobretudo visando a internacionalização, encontra-se em fase de certificação o seu Sistema de Gestão da Qualidade, segundo a ISO 9001:2008. Por outro lado, está num pe-ríodo de implementação da marcação CE dos seus produtos segundo as diretivas europeias para materiais de construção.

painéis de madeira

Na empresa, os produtos de revestimento de paredes e tetos cumprem com os requi-sitos da marcação CE. Os produtos estão disponíveis em duas classes de qualida-de, sendo que existe a possibilidade de um tratamento biológico para uma durabi-lidade elevada mesmo em condições ad-versas.A marca apresenta-se com vários tipos de produtos em madeira para revestir pare-des ou divisões, acreditando proporcionar assim ao consumidor um ambiente mais acolhedor e natural. Por outro lado, na Irmãos Craveiro, a apos-ta forte é no pinho nacional, que conside-ram a solução ideal para revestir paredes e tetos. Este pode ser fabricado na largura desejada pelos clientes e é embalado em packs de 10 unidades. Para revestir pare-des ou criar divisões sólidas, a empresa oferece várias soluções, sendo o forro de escama, a régua de meia-lua com ou sem encaixe e o Lambrim, as principais solu-ções e as mais procuradas.É 100% natural e 100% nacional.

revestimentos de piso

Um dos tipos de produtos em que a em-presa mais se tem diferenciado são os re-vestimentos de piso de madeira. Tudo para cumprirem a marcação CE, e para propor-cionar uma fácil e eficaz aplicação, tornan-do-os apetecíveis pelos prescritores. São

fabricados com as mais atuais técnicas, tanto em pinho nacional como em euca-lipto.Soalhos e tacos para interior e Deck em pinho tratado para o exterior dão a garantia de que o consumidor pode sempre encon-trar o que procura para revestir os seus pa-vimentos com um produto natural, nacional e de estética superior.

madeira para estruturas

Com o intuito de fornecer, sempre, cada vez mais rápido e melhor, a Irmãos Cravei-ro possui um grande stock de vigamentos e madeira maciça para estruturas, em me-didas standard.A empresa está ainda disponível para for-necer soluções por medida, para todos os tipos de construções, segundo os requi-sitos do cliente, bem como para aconse-lhamento dos mesmos para as melhores soluções segundo os regulamentos da Construção e o Eurocódigo estrutural. A sua atividade de investigação e desen-volvimento de soluções próprias, distin-guem esta empresa no mercado e marcam a sua proatividade, em estrita valorização dos recursos naturais renováveis, de ori-gem nacional.

outras atividades

A empresa dedica-se ainda ao abate e compra de madeira. Possui equipas espe-cializadas no abate de madeira, realizado com as preocupações ambientais e res-peitando as espécies protegidas em cada área de atuação, bem como as exigências fitossanitárias em vigor.Atendendo às exigências fitossanitárias impostas por diretivas nacionais e interna-cionais na circulação de produtos de em-balagem, nomeadamente no combate á propagação do nemátodo do pinho, a em-presa resolveu criar condições para produ-zir produtos para embalagem ou transporte de outros bens, produzindo atualmente as embalagens em madeira por medida para cada cliente, dando assim garantia de que pode proteger os seus produtos, sem pro-blemas de fitossanidade ou legalidade no transporte.Já o tratamento de madeira em Autoclave, um processo de impregnação por tecnolo-gia de vácuo e pressão, transforma a ma-deira de pinho numa das madeiras mais resistentes a ataques biológicos e prepara-a para aplicações de contacto sob e acima do solo, onde existe um risco médio a alto de apodrecimento ou ataque por insetos.

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as exportações de mobiliário made in portugal não param de aumentar. este ano foi ultrapassado o recorde do ano anterior e os responsáveis do setor acreditam que a

internacionalização das empresas e a procura de novos mercados vão impulsionar a área, que deverá continuar a exportar a bom ritmo em 2012. descubra os predicados do

mobiliário luso que o tornam num objeto tão apetecível nos mercados internacionais.

O novo filão

português

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madeira&m

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As exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria deverão encerrar o ano com mais de mil milhões de euros em vendas ao exterior, nove por cento acima do registado em 2010’

O mercado do mobiliário está em alta, apesar da crise e da retração do consu-mo interno. Com a falta de clientes na-cionais, as empresas estão a investir na internacionalização e entrada em merca-dos emergentes e com poder de compra. Razões que contribuíram para um supera-vit comercial com o exterior. As exportações portuguesas de mobiliá-rio e colchoaria cresceram 10% no pri-meiro semestre de 2011 e acredita-se que deverão encerrar o ano com mais de mil milhões de euros em vendas ao exte-rior, nove por cento acima do registado em 2010, o que, a verificar-se, coloca, pe-la primeira vez, as exportações da indús-tria de mobiliário e colchoaria acima dos mil milhões de euros.

recorde BatidoSão assim ótimas notícias para um setor que tem sabido adaptar-se às exigências dos novos tempos. Espanha continua a destacar-se como o principal destino das exportações portuguesas de mobiliário ao absorver 318 milhões de euros (mais 2%). Seguem-se o mercado francês, com 255 milhões de euros (mais 14%), Ango-la, com 82 milhões de euros (menos 9%), Alemanha (51 milhões de euros, mais 30%) e a Suécia (35 milhões de euros, mais 20%). Os cinco principais merca-dos representam 83% do total das expor-tações do setor.Para o responsável pela associação do setor, Vítor Poças, estes valores consti-tuem “um feito histórico, sobretudo ten-do em conta a profunda crise económica e financeira em que a Europa se encon-tra, neste momento, mergulhada”. “Este é mais um sinal de que a aposta feita, tan-to pelas empresas, como pela associa-ção do setor, na internacionalização, deve continuar”, acrescentou.O saldo positivo da balança comercial é nota de destaque para todos os profissio-nais do setor.Com um saldo superior a 440 milhões de euros, o empresariado do mobiliário de-monstra não se resignar à queda abrupta sentida no mercado interno, aumentando em 23% a diferença para as importações.

novos mercadosA busca incansável de novos clientes, sobretudo fora de Portugal, tem dado o resultado esperado. Os empresários in-

vestem cada vez mais em novos merca-dos, marcam presença nas principais feiras mundiais e procuram a partir daí desenvolver contactos estratégicos com economias detentoras de poder de com-pra e que procuram mobiliário de luxo, com uma boa relação qualidade-preço. Estão assim reunidos os ingredientes pa-ra singrar em países que até há pouco tempo não tinham qualquer peso na eco-nomia global. Foi o caso das mostras e missões comer-ciais promovidas pela AIMMP, em que um conjunto de marcas de referência no setor foram desafiadas a realizar uma ex-posição conjunta do melhor de Portugal pelo Oriente, levando a cabo a campanha de promoção internacional “Associative Design – The Best of Portugal” na Chi-na (durante a ExpoXangai 2010), em Tó-quio e Singapura, numa feliz associação da marca à viagem de circum-navegação do Navio Escola Sagres, que, decorado pela marca, apoiou de forma notável a di-plomacia económica na promoção deste setor fora de portas. Segue-se um périplo pelas Américas: São Paulo, Buenos Aires e Miami são os próximos destinos a explorar.

internacionaliZar know-how gera valorEm 2012, o município de Paredes vai re-plicar em Moçambique o projeto de coo-peração que permitiu, em 2004, montar uma fábrica de móveis em Timor-Leste. Como contrapartida, o executivo de Mo-çambique disponibilizará aos empresá-rios de Paredes um terreno em Maputo para um espaço de exposição e venda dos móveis produzidos em Portugal. “Em Timor, foi pura cooperação de Lusofonia, em Moçambique está a ser-nos proposto um desafio que é irrecusável, que é co-mercial e empresarial”, revelou a uma re-vista da especialidade.Como ocorreu em Timor-Leste, Paredes, através das empresas locais, disponibili-zou equipamento de fabrico de móveis e formação profissional aos trabalhadores locais. “O objetivo é ensiná-los a traba-lhar uma profissão industrial”, explicou. No âmbito do projeto realizado em Timor-Leste, em colaboração com a diocese de Baucau, está a laborar uma empresa com cerca de dois mil metros quadrados, na qual trabalham cerca de 50 timorenses, onde funciona também um centro de for-

mação profissional do setor das madei-ras.Celso Ferreira espera que seja possível no futuro replicar o projeto noutros paí-ses de expressão oficial portuguesa, ga-rantindo haver já pedidos de Angola, São Tomé e Príncipe e Brasil.

siZa vieira destaca inovação O arquiteto Siza Vieira elogiou recente-mente o setor do mobiliário, destacando que a “qualidade do mobiliário português é muito boa”.O vencedor do Prémio Pritzker em 1992 reforça que “há muitos fabricantes de mobiliário em Portugal e de grande qua-lidade”. Para Siza Vieira a dificuldade es-tá em “conquistar os mercados e produzir ao nível de países como a Itália e a Dina-marca. O problema não está na qualidade do desenho nem na qualidade da execu-ção, que é ótima. O problema é conquis-tar o mercado. Há muita concorrência já com um balanço que vem de muitos anos”, lembrou.

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mad

eira

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iliá

rio

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a força Da marca

A Associação das Indústrias da Madeira e Mo-

biliário de Portugal (aimmp) apresentou recen-

temente as marcas sectoriais certificadoras

iLove, iMake e iPack. O projecto tem como ob-

jectivo atestar a qualidade e excelência dos

produtos nacionais, destinando-se a empresas

do sector do mobiliário, de materiais de cons-

trução e de embalagens.

Num período em que os mercados estão mas-

sificados e globalizados, se verifica uma satu-

ração para alguns produtos, descontos e outras

exigências de um mercado altamente compe-

titivo, o consumidor procura cada vez mais a

credibilidade e a estabilidade de um produto,

bem como a superação das suas expectativas.

Determinante para influenciar o comporta-

mento humano, nomeadamente através do la-

do emocional cognitivo, a marca faz parte da

sociedade de consumo e está presente em

praticamente todas as situações do dia-a-dia.

Especialistas lembram que se trata de um dos

factores que influenciam o poder de compra,

que inevitavelmente é condicionado pela per-

cepção (mais do que pelas características in-

trínsecas do bem). A marca assume-se nas

economias globalizadas como uma ferramen-

ta de controlo e influência sobre o consumidor.

Qualquer empresa, para se afirmar no mercado

e no seu segmento, necessita de desenvolver

uma marca forte, credível e sedutora.

O selo ‘made in Portugal’ é um dos vecto-

O projecto destina-se a empresas do sector do mobiliário, de materiaisde construção e de embalagens

AcriaçãoegestãodeumamarcasãoprincípiosfundamentaisnosucessoempresarialdoséculoXXI.Amarcaéarespostaparaoempresariadoqueprocuradiferenciaçãodaconcorrênciaeafirmaçãonacionaleinternacional.AsmarcascertificadorasiLove,iMake,iPackforamapresentadasformalmenteemFevereiro,pelaaimmp.

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madeira&m

obiliárioXYLON PORTUGAL | 43

res cruciais para a política de exportação e

de reforço da credibilidade no mercado inter-

nacional. Afinal, cabe à marca influenciar a per-

cepção da qualidade de um bem, por opinion

makers, clientes, prescritores e público em ge-

ral. A entrada de países oriundos do leste eu-

ropeu ou da China, que integra actualmente a

Organização Mundial do Comércio (OMC), obri-

gam o empresariado português a adaptar-se às

circunstâncias concorrências e a desenvolver

novos mecanismos de afirmação face aos con-

correntes que praticam preços apelativos. Esse

mecanismo é a marca.

Criar uma grande marCaPara desenvolver uma grande marca é indis-

pensável saber criar um conceito que emita

a sensação de excelência em relação ao seu

produto. Porém, isso só não basta. Não adian-

ta fazer uma marca apelativa se o produto

não corresponder à realidade. Acima de tu-

do, o produto tem de ser óptimo para ser um

sucesso. São as marcas que geram seguran-

ça no consumo. Aliás, são responsáveis pelas

tomadas de decisão e escolha de um bem ou

serviço em detrimento de outro. Não é possí-

vel imaginar no mercado actual a ausência de

marcas, que criam experiências que posicio-

nam e levam o consumidor a um novo patamar

de observação e exigência. Quando se compra

um carro, uma peça de mobília, um objecto de

decoração ou uma simples lâmpada, é a marca

que está a exercer força na tomada de decisão

final. A diferenciação é fundamental e há que

destacar a importância da criação da marca, do

seu investimento e gestão. Quando bem cons-

truída a marca gera compromisso e apresenta

características que fazem com que os consumi-

dores se identifiquem.

Uma boa gestão da marca implica necessaria-

mente um bom conhecimento do consumidor.

Trata-se de uma ferramenta poderosa, porta-

dora de valores e de múltiplos atributos, sejam

funcionais e emocionais ou tangíveis e intan-

gíveis ou visíveis e invisíveis. Quem conseguir

superar as expectativas do cliente, terá certa-

mente vantagem competitiva.

A fileira da Madeira e do Mobiliário tem tido ao

longo dos tempos uma orientação sobretudo in-

dustrial. A reduzida pressão de marketing tem

condicionado a introdução de novas formas de

promoção do produto e das suas mais-valias

junto do consumidor final. A estratégia passa

por reorientar as acções de marketing, de forma

a envolver o cliente em valores que possam ser

associados aos produtos e marcas. O objectivo é

que estes se apresentem como desejáveis e ac-

tuem junto do imaginário do público-alvo.

Ciente das novas realidades, a aimmp (Asso-

ciação das Indústrias de Madeira e Mobiliário)

quer certificar os produtos lusos como Marca

Nacional do Mobiliário Português, para um in-

cremento da sua divulgação no mercado nacio-

nal e internacional. O organismo aposta numa

estratégia sectorial, através da promoção dos

segmentos ‘iLove/ iMake/ iPack’. O intuito do

sector passa por construir uma identidade, que

prestigie a Fileira da Madeira e o país nos mer-

cados exteriores. Por outro lado, uma marca

sectorial forte facilita a comunicação, que sur-

ge focalizada na percepção imediata do con-

junto de atributos positivos dos produtos de

madeira. Através da melhoria da imagem per-

cepcionada em relação aos artigos certificados

e de valor acrescentado, será possível alcançar

o acréscimo nas vendas dos produtos e servi-

ços que envergam a Marca Nacional do Mobiliá-

rio Português, ultrapassando assim a Marca low

price, mediante a diferenciação e o prestígio.

Os benefícios para as empresas da Madeira e

Mobiliário são diversos, visto que a ostentação

de um ‘selo’ de qualidade simboliza uma iden-

tidade própria, uma imagem e produtos asso-

ciados à percepção da qualidade, pela via da

comunicação e promoção da Marca junto dos

públicos-alvo. Além da diferenciação em re-

lação às empresas dos países concorrentes, o

produtor fica apto a organizar planos de ma-

rketing mais estruturados, com acesso a um

canal privilegiado com o mercado e consumi-

dores e a vender de forma mais sustentada os

mesmos produtos, mas com outro ‘valor’.

A aimmp apoia as empresas que compõem a

Marca com a criação de campanhas promo-

cionais onde se estimula a procura desse seg-

mento e com acções de formação e seminários

específicos de sensibilização para o potencial

do projecto. Por outro lado, disponibiliza os

seus serviços do departamento de Produção,

para resolução dos problemas que advêm da

implementação do sistema de gestão da Mar-

ca, bem como o acesso ao seu site para que as

empresas associadas divulguem os seus pro-

dutos. A associação apresenta igualmente um

projecto de apoio específico para essas entida-

des, que será financiado pelo QREN.

A marca assume-senas economias globalizadascomo uma ferramentade controlo e influênciasobre o consumidor

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a praga Dos tempos moDernosO Nemátodo da Madeira do Pinheiro continua a ser o maior flagelo do setor. O pinheiro bravo é a maior espécie e a fonte que alimenta toda a fileira e indústria da madeira e do mobiliário. Portanto, a execução de medidas que garantam a sustentabilidade da matéria-prima a longo prazo é imprescindível. Neste número, a Xylon mostra as sugestões indicadas pelo manual de boas práticas fitossanitárias, lançado pelo centro Pinus.

O Pinheiro Bravo (Pinus pinaster) é uma árvore autóctone da Península Ibérica, que ocupa mais de 880,000 há em Portugal. Devido ao facto de ser a espécie mais comum no país, o centro Pinus associou-se à publicação do recente manual de apoio à resolução do problema fitossanitário.O Nemátodo da Madeira do Pinheiro é atualmente a doença mais grave que afeta as florestas portuguesas. A doença surgiu em 1999 e muitos técnicos ainda não conhecem profundamente as suas implicações e danos a curto e longo prazo. Nesse sentido que foi lançado um manual de suporte para a sustentabilidade desta fileira. Nesta edição, conheça as principais resoluções sugeridas pelo documento.

problema sérioNa década de 80, o pinheiro bravo

não padecia de problemas graves. Os principais agentes bióticos que provocavam prejuízos económicos eram os escolitídeos (Ips sexdentatus, Orthotomicus erosus, Tomicus piniperda e T. destruens) e em menor grau o desfolhador conhecido por processionária (Thaumetopoea pityocampa). Contudo, o declínio provocado por estas pragas tem vindo a agravar-se desde então, fruto do aumento da incidência de fogos florestais e de anos climáticos quentes e secos, assim como do abandono do mundo rural e diminuição da gestão florestal ativa.Em 1999, um novo problema sanitário surgia com a introdução em Portugal do Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP) Bursaphelenchus xylophilus, que causa a doença da murchidão dos pinheiros e é um dos organismos patogénicos

mais perigosos para as coníferas a nível mundial.

risco para florestasA propagação da doença divide-se em três etapas fundamentais: a entrada no corpo do inseto, o transporte pelo inseto e a transmissão para uma nova árvore sã. Para a propagação da doença, tanto o NMP como o vetor têm de coexistir na mesma árvore. No final da primavera verifica-se que os nemátodos se agregam na madeira em redor dos insetos recém-formados, entrando no sistema respiratório dos adultos imediatamente antes da sua emergência.Após esta situação, o inseto voa à procura de pinheiros adultos saudáveis, pois necessita de se alimentar nos tecidos frescos da casca de ramos jovens antes de se poder reproduzir.

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Segundo os estudos efetuados em Portugal, o Longicórnio efetua, preferencialmente, pequenos voos de curta distância com apenas algumas centenas de metros, quando encontra as condições ideias. Para se reproduzirem, estes necessitam de árvores adultas muito debilitadas ou recentemente mortas (geralmente com NMP). Existe ainda uma clara preferência pelo tronco ao nível da copa e pelos ramos de todas as dimensões, inclusive com menos de 2cm de diâmetro, o que está relacionado com a preferência das fêmeas por depositar os ovos em zonas com casca mais fina.

Detetar precocementeNão existem sintomas específicos associados ao Nemátodo da Madeira de Pinheiro. Em termos gerais, verifica-se que, semanas após o nemátodo entrar no hospedeiro, o fluxo de resina diminui acabando por cessar. Posteriormente, assiste-se a uma descoloração e amarelecimento da copa. As agulhas secam e ficam murchas. Estes sintomas surgem logo no verão e tornam-se evidentes já no outono. Em Portugal, as árvores infetadas por este inseto apresentam sintomas de declínio poucos meses após o contágio. Mas, há que salvaguardar que nem todas as árvores com os sintomas descritos têm nemátodo. Afinal, há fatores de declínio e mortalidade que conduzem à morte das árvores e provocam sintomas idênticos, tais como ataques de insetos escolitídeos, fungos patogénicos, seca, etc. A presença de B. xylophilus só pode ser confirmada em laboratório por análises morfológicas ou moleculares realizadas após colheita de material lenhoso.

meDiDas fitossanitáriasA ação mais importante para proteger o pinhal de qualquer problema fitossanitário é sempre o abate de árvores com sintomas de declínio, o que implica uma monitorização regular do povoamento, no mínimo uma vez por ano, no final do verão. Lembre-se que os povoamentos nas fases de nascedio, novedio e bastio são de baixo risco fitossanitário para o NMP, pelo que serão alvo de menor vigilância numa

unidade de gestão.Devido à extensão das massas florestais, pode tornar-se importante a ação por graus de prioridade, seja nas ações de monitorização ou na realização de abates sanitários. Deverá seguir-se a seguinte ordem:› Bordadura de povoamentos recentemente ardidos e vizinhos destes;› Povoamentos onde foram realizados nos últimos meses intervenções silvícolas que originaram resíduos que permaneceram no terreno;› Povoamentos junto a zonas de armazenamento de madeira;›Povoamentos no limite do termo da explorabilidade e/ou com árvores caducas;› Povoamentos na proximidade de rede viária com elevada circulação de madeira ou produtos florestais;› Povoamentos de maior valor económico;› Povoamentos com excesso de densidade;› Povoamentos em áreas de menor variabilidade em composição e estrutura.O transporte de madeira infetada com o NMP é o principal responsável pela disseminação da doença em novos focos. Para evitar esta dispersão existe atualmente legislação que regula e restringe os procedimentos de modo a minimizar os riscos, considerando os conhecimentos adquiridos e o ciclo de vida dos dois organismos. Sempre que possível, a madeira deve ser transportada com redes impregnadas de inseticida. No momento do abate de material lenhoso, recomenda-se a verificação de que os prestadores de serviços contratados possuem registo de operador económico e de que foi realizado manifesto de exploração florestal, garantia de cumprimento da legislação e minimização do risco fitossanitário.As ações de prospeção deverão ser intensificadas nas regiões limítrofes entre áreas com e sem NMP, tendo em atenção que a dispersão natural tem tendência a ocorrer: › Na direção de vento dominante;› Para este;› Em zonas montanhosas, para a encosta seguinte na mesma altitude; › Aproveitando as redes viária e divisional e clareiras.A dispersão natural da doença pode ser prevenida mediante a microinjeção

com o produto químico benzoato de emamectina em árvores saudáveis, método recentemente desenvolvido para o pinheiro bravo em Portugal. A aplicação do produto fornece proteção durante pelo menos dois anos.Para o controlo do inseto vetor do nemátodo há duas fases de atuação, definidas de acordo com a sua biologia e ciclo de vida.De novembro a abril, a redução da incidência da doença é feita com a remoção atempada e destruição de material lenhoso (incluindo os ramos de todas as dimensões) de árvores mortas e sintomáticas, sendo este procedimento o meio de luta mais eficaz. Atualmente, estes sobrantes podem constituir um recurso interessante do ponto de vista económico, pois há possibilidade de serem escoados para produção de energia. Durante o período de voo do inseto, de maio a novembro, deve ser efetuada uma gestão ativa e integrada contra o nemátodo, através do corte imediato de árvores afetadas. Como medida complementar, a instalação de uma rede de armadilhas iscadas com feromonas e cairomonas (compostos químicos do pinho), é eficiente tanto para a monitorização como para redução dos níveis populacionais dos animais durante o período de voo.

sabia que?A dispersão da doença ocorre através do voo de um inseto vetor infetado com o NMP e também pela atividade humana através do transporte de madeira infetada com o NMP e o vetor. No nosso país o único vetor do NMP é o inseto Monochamus galloprovincialis (o Longicórnio do Pinheiro), geralmente pouco abundante nos pinhais em bom estado sanitário.

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Procura de madeira triplicaaté 2050

O aumento da população, da procura e uso da madeira em bioenergia podem triplicar a quantidade de madeira que a sociedade retira anualmente das florestas e plantações florestais até 2050, afirma o novo capítulo do Relatório Florestas Vivas, da Rede WWF. O estudo foi apresentado em Frankfurt durante a Paperworld, a conferência internacional sobre papel, e prevê que a produção e o consumo de papel duplicarão nas próximas três décadas e que o consumo total de madeira poderá triplicar.“Um cenário no qual a sociedade retira o triplo de madeira das florestas e das plantações florestais precisa motivar um maior cuidado para proteger as florestas. Do contrário, os locais onde a madeira cresce serão destruídos”, disse Rod Taylor, diretor do Programa Mundial de Florestas da Rede WWF.“A madeira, quando obtida de florestas ou plantações bem manejadas, é um material renovável que apresenta muitas vantagens em relação a alternativas não renováveis. O desafio para as indústrias de base florestal é como fornecer mais produtos madeireiros com menos impacto na natureza. E esse desafio se

estende por toda a cadeia de produção, desde o local e a forma como a madeira cresce e é colhida até quão inteligente e eficiente é seu processamento, uso e reuso”.A meta de conservação das florestas da Rede WWF é alcançar zero desmatamento líquido e zero degradação florestal liquida até 2020, o que significa não ter nenhuma perda de área nem de qualidade florestal. Essa meta exige que a perda das florestas naturais seja reduzida e chegue próximo a zero, em lugar dos 13 milhões de hectares anuais que são perdidos atualmente.“A pesquisa da Rede WWF sugere que é possível alcançar o desmatamento líquido e a degradação florestal líquida zero e, ao mesmo tempo, manter o vigor da indústria de produtos madeireiros”, afirmou Emmanuelle Neyroumande, coordenadora em nível mundial do trabalho da Rede WWF sobre celulose e papel. “No entanto, quanto mais adiarmos as ações, mais difíceis e caras se tornam as soluções. Precisamos consumir de forma mais sábia e eficiente, bem como adotar práticas florestais responsáveis, boa governança e mais transparência”.

Em relação ao papel, o Relatório Florestas Vivas propõe soluções, como: -Mais reciclagem nos países com baixos índices de recuperação – se os índices de reciclagem aumentassem, no futuro a sociedade precisaria de menos material virgem, mesmo no caso de se ter um maior consumo mundial de papel. O cenário para 2020 demonstra que um aumento de 25% na produção de papel poderia demandar uma quantidade ainda menor de insumo de fibra virgem, desde que o nível global de uso de fibra reciclada, que hoje é de 53%, aumente para 70%. Os índices de recuperação do papel variam enormemente entre os países. Portanto, é grande o potencial dos esforços para aumentar a reciclagem nos países que apresentam baixos índices de recuperação e do crescimento elevado do consumo para provocar uma redução da pressão sobre as florestas naturais.-Eficiência no uso de recursos e padrões mais justos de consumo – eficiência no processamento e na manufatura pode ajudar a produzir mais produtos com a mesma quantidade de madeira. Além disso, os atuais padrões de consumo das nações ricas (10% da população mundial consome 50% do

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papel mundial) não podem ser adotados de forma sustentável pelos países em desenvolvimento. As nações mais ricas podem reduzir seu desperdício no uso do papel, enquanto as nações mais pobres precisam de mais papel para a educação, higiene e segurança alimentar.-Plantações para reduzir a pressão sobre as florestas naturais - a demanda líquida pela madeira provavelmente aumentará mesmo se houver um uso mais contido, com mais reciclagem e maior eficiência. Se a perda de florestas naturais ficar próxima de zero após 2020, sem que haja uma redução significativa no consumo, até 2050 precisaremos de até 250 milhões de hectares de novas plantações de árvores. Isso é quase o dobro das plantações hoje existentes. Portanto, plantações bem manejadas e que contribuam para restaurar os ecossistemas, principalmente se feitas em terras que já estão degradadas, desempenharão um papel cada vez mais relevante. -Florestas bem estruturadas – a demanda crescente certamente também irá pressionar ainda mais as florestas naturais. O relatório indica que, até 2050, a colheita comercial (de madeira)

atingirá 25% mais florestas do que hoje. A certificação florestal continuará a ser um instrumento importante para melhorar as práticas de manejo florestal por meio de um mecanismo de mercado.-Desafio energético – até 2050, a demanda anual de madeira para uso energético poderá chegar a entre 6 e 8 bilhões de metros cúbicos, o que demandará mais do que o dobro da madeira hoje retirada para todo tipo de uso. Isso representa um desafio para o planeamento do uso sustentável da terra. Segundo a Rede WWF, a bioenergia tem um importante papel entre as diversas alternativas para combustíveis fósseis, além de oferecer outras fontes de renda e maior segurança energética para as comunidades rurais.No entanto, para que tais benefícios se tornem realidade, a utilização da bioenergia deve ser cuidadosamente planejada, executada e monitorada, para que haja sustentabilidade ambiental e social. A má gestão da produção bioenergética pode destruir ecossistemas valiosos, diminuir a segurança alimentar e hídrica, prejudicar comunidades rurais e prolongar o desperdício no consumo de energia.

Nas próximas décadas, a humanidade provavelmente utilizará mais madeira e de mais maneiras. Devido ao aumento maciço na demanda projetada de madeira e de papel, a indústria de base florestal é chave para a conservação das florestas. Para que a madeira possa desempenhar um papel positivo numa economia “verde”, baseada em recursos renováveis, é preciso que as florestas de produção sejam bem manejadas e sigam os mais elevados padrões ecológicos e sociais, e que o uso e a recuperação dos produtos madeireiros se tornem mais eficientes.

o que é desmatamento líquido Zero e degradação florestal líquida Zero?A Rede WWF define Desmatamento Líquido Zero e Degradação Florestal Líquida Zero (ZNDD, sigla em Inglês) como nenhuma perda líquida florestal por meio do desmatamento e nenhum declínio líquido da qualidade florestal por meio da degradação das florestas. Há alguma flexibilidade no ZNDD: não significa a mesma coisa que nenhuma remoção da cobertura florestal sob quaisquer circunstâncias. Por exemplo, o ZNDD reconhece o direito das pessoas de fazer um corte raso com finalidade agrícola, bem como o valor de ocasionalmente compensar as florestas degradadas para livrar outras áreas para restaurar corredores biológicos importantes, desde que os valores de biodiversidade, a quantidade e a qualidade líquidas das florestas sejam mantidas. Ao defender o ZNDD até 2020, a Rede WWF enfatiza: (a) a maior parte das florestas naturais deve ser mantida – o índice anual de perda das florestas naturais ou seminaturais deve ser reduzido para um nível próximo de zero; e (b) qualquer perda bruta, ou degradação bruta, de florestas naturais virgens precisam ser compensadas por uma área equivalente de restauração florestal socialmente e ambientalmente saudáveis. Nessa contabilidade, as plantações são se equiparam às florestas naturais, pois muitos valores são reduzidos quando uma plantação substitui uma floresta natural.

Elementos recolhidos em:http://www.wwf.org.br

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A fileira da madeira encontra-se dividida em serração, painéis, carpintaria e mobiliário. A indústria de mobiliário é, essencialmen-te, uma indústria de montagem que utiliza matérias-primas variadas para fabricar os seus produtos e utiliza o único recurso re-novável do país. Actualmente, a indústria europeia de mobi-liário é uma indústria de elevada qualidade em termos técnicos, estéticos, de design e de moda e detentora de uma forte imagem de marca no mundo inteiro.A produção no sector do mobiliário encon-tra-se repartida por mobiliário para casa, mobiliário para cozinha, mobiliário para es-critório, cadeiras e componentes.No horizonte europeu, o sector do mobili-ário abrange cerca de 150.000 empresas, gera um volume de negócios de quase 126 milhares de milhões de euros e uma mais-valia de 38 milhares de milhões de euros, e emprega cerca de 1,4 milhões de pessoas.Na realidade portuguesa do sector, um es-tudo às tendências de importação e expor-tação indica que o volume de importações e exportações tem vindo a crescer de for-

SECTor DA MADEIrA E MoBILIárIo

InoVação,qualIdadee desIgn

ma gradual, o que significa igualmente que o valor do mercado interno tem aumentado. Existe uma tendência de crescimento no-tável, apesar das quebras devido à última crise internacional. O volume exportado era cerca de 50% em 2000 e em 2009 já atin-gia os 90%, deixando apenas 10% para o mercado interno.De forma a responder à concorrência inter-nacional, as empresas de mobiliário empre-enderam um processo de reestruturação e modernização, que conduziu à redução dos seus volumes de produção. A partir de 2005, os volumes de produção aumenta-ram ligeiramente mas, em 2008, essa ten-dência inverteu-se e a produção diminuiu de novo. Analisando a distribuição geográfica da capacidade produtiva portuguesa no mer-cado de mobiliário, é possível identificar a predominância da região Norte (68%), sobretudo Paços de Ferreira; e da região Centro, sobretudo pela zona da Marinha Grande. Esta distribuição regional torna es-ta fileira essencial ao desenvolvimento rural pois fixa as pessoas nas zonas mais desfa-

vorecidas ao criar emprego nessas áreas.Os elementos mais débeis deste sector passam pela reduzida profissionalização em termos de gestão, marketing e políticas comerciais, mão-de-obra pouco qualifica-da e indiferenciada, bem como problemas de competitividade. Assim, sendo um dos principais sectores impulsionador do inves-timento, das exportações e da criação de riqueza, o Ministério da Economia e Inova-ção lançou, em 2009, o Plano de Apoio ao Sector de Madeira e Mobiliário (PASIMM).

encarar o futuroO sector do mobiliário em Portugal continu-ará a capitalizar na sua vocação exportado-ra, na qualidade dos produtos nacionais e no processo de modernização iniciado no princípio da década de 90.No entanto, terá que se preparar para en-frentar os novos concorrentes provenientes de economias emergentes e em transição e terá que se precaver da possibilidade de existir uma maior dificuldade em atingir mer-cados mais distantes. Os mais importantes factores de competitividade do sector são a investigação e a inovação, as competên-cias e a qualidade, o design e a mais-valia, os conhecimentos e o know-how, assim co-mo um melhor acesso aos mercados de pa-íses terceiros.Adicionalmente, deverá procurar soluções que permitam que a performance do sector não seja demasiado dependente da perfor-mance do sector de construção civil; evi-tar a dependência do mercado europeu no comércio externo; procurar aumentar os recursos humanos disponíveis, sobretudo ao nível de quadros intermédios; procurar aumentar a capacidade de exploração de madeira em Portugal, de forma a diminuir a dependência do exterior em relação a matérias-primas; e procurar aumentar a ca-pacidade de inovação e criatividade, sobre-tudo no design.Na prática, de forma a manter a sua com-petitividade, o sector do mobiliário em Por-tugal terá que apostar no “design”, imagem de marca e progressiva melhoria dos aca-bamentos, bem como procurar um maior aproveitamento da capacidade produtiva instalada e diversificar a sua presença nos mercados externos.

mais informações em: www.mercal.info/info/sectores/madeira _ pt.htm

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exPOrtAções de MObiliáriO cresceram

comunitário continua a ser bastante im-portante para o sector, com a França, a Espanha, a Alemanha, a Suécia, os Países Baixos, Reino Unido, Bélgica, Itália e a República Checa a figurarem no top 10 dos parceiros comerciais e a representarem 79 por cento das ex-portações”.Angola, com uma quota de 11 por cento, registou até maio um aumento de 33 por cento face a igual período do ano pas-sado, totalizando 49 milhões de euros.Com este novo aumento das exporta-ções, a taxa de cobertura do sector por-tuguês de mobiliário é já de 180 por cento, superando a marca alcançada no mesmo período de 2011 (165 por cento).O sector apresenta agora um saldo su-peravitário de 200 milhões de euros e “a balança comercial sectorial continua a demonstrar sinais de dinamismo, elu-cidativo do esforço e contributo desta indústria para a economia nacional”,

As exportações de mobiliário e col-choaria nacional aumentaram três por cento de janeiro a maio, somando 452 milhões de euros, com a França a des-tacar-se como o principal destino das vendas do sector. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pela As-sociação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), o mercado francês absorveu 144 milhões de eu-ros de mobiliário português, detendo uma quota de 32 por cento das expor-tações, mais oito por cento do que em igual período do ano passado.Já as vendas para Espanha recuaram 11 por cento, para 130 milhões de eu-ros), mas, “mesmo em contraciclo, este continua a ser um dos principais par-ceiros comerciais do sector, absorven-do 29 por cento do volume de vendas”. Segundo a APIMA, “o mercado intra-

destaca a associação.Segundo adiantou à agência Lusa fonte da APIMA está agendado o recomeço da campanha de promoção internacional do sector, com “uma forte participação na-cional” no principal evento mundial dedi-cado à decoração de interiores: a ‘Maison & Objet’ Paris. No total, serão “mais de 20” as empresas de mobiliário e actividades complementa-res (colchoaria, decoração, iluminação) a integrar a comitiva da APIMA que, numa área superior a 1.300 m2, promete “de-monstrar ao mundo a qualidade e a exce-lência do tecido empresarial nacional”.Ao evento deverão acorrer mais de 70.000 visitantes profissionais e mais de 2.000 jornalistas de todo o mundo.A campanha promocional do sector, de-nominada Interfurniture, prossegue até Novembro, com a presença em oito cer-tames internacionais em mercados estra-tégicos.

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CoMPóSIToS DE MADEIrA TrATADA TêM potencIal InoVador

Denominam-se compósitos os materiais que resultam da mistura de outros dois, produzindo um terceiro que apresenta características e desempenho muitas vezes diversos e, ao mesmo tempo, avançados em relação àqueles que foram empregues na sua produção. Reúnem-se dois produtos, combinando características físico-químicas diferentes para obter um novo e muitas vezes com propriedades únicas, que resultam da associação das próprias características dos seus constituintes.Na contramão dos compósitos, hoje em dia fala-se muito em materiais cerâmicos, plásticos ou de concreto, entre outros, que imitam a madeira. A associação é puramente estética e/ou vocacionada para o mercado. Estética, porque a textura e a aparência da madeira natural são atrativos sem comparação nos mercados da construção e do mobiliário em qualquer parte do mundo. São também mercadológicas, porque invariavelmente vêm associadas a noções ambientalmente incorretas que têm o intuito de convencer o consumidor mal informado de que o uso de madeira destrói as florestas.Na verdade, muitos dos materiais

apresentados pelos seus fabricantes como salvadores das matas resultam de extrativismo, não são sustentáveis. Eles, sim, são capazes de afetar o clima e a saúde do planeta. Diferente da madeira que, colhida em florestas plantadas ou certificadas e depois tratada, é material 100% renovável e que produz grandes estoques de carbono contribuindo para minimizar o aquecimento global e a pressão sobre espécies nativas. Não se encontram estas qualidades reunidas em outros materiais construtivos. Por isso, o mais lógico é que se utilize madeira, especialmente a que passou pelo tratamento industrial, em associação com outros produtos que agregarão vantagens aos compósitos, deixando para trás as limitações técnicas e estéticas das imitações.Além de agregar novas propriedades, os materiais compósitos também podem gerar custos intermediários ou até menores do que o daqueles que o geraram. Contribuem também para o reaproveitamento de resíduos sólidos como os de madeira tratada em desuso e, igualmente, de outros materiais industriais.Atualmente pesquisas estão sendo

conduzidas no campo dos materiais compósitos, onde se busca a melhor associação entre a madeira tratada em combinação com o cimento ou resinas. Estes novos materiais ganham leveza, flexibilidade e resistência. O fato da madeira ser tratada, eleva a durabilidade do compósito devido à sua imunidade ao ataque de cupins, brocas e outros fungos.De acordo com dados apresentados pela ALMACO – Associação Latino- Americana de Materiais Compósitos, 48% dos compósitos produzidos no Brasil em 2011 foram destinados à construção civil, deixando este segmento de mercado na posição de liderança entre os demais setores (transporte, saneamento, energia elétrica, náutico e petróleo). O espaço para a introdução de compósitos elaborados com madeira tratada é muito grande. Porém as associações entre matérias serão cada vez mais bem-vindas no setor pelo potencial que representam em termos de soluções tecnicamente adequadas e ambientalmente corretas. Programas públicos como o minha Casa Minha Vida, Luz para Todos e as obras necessárias para expansão da malha nacional de transportes representam oportunidade para a aplicação destes materiais.Materiais compósitos com resíduos de madeira tratada incorporam leveza, flexibilidade e durabilidade ao conjunto além, claro, do incomparável aspecto estético e de textura. Material de madeira tratada e resinas adesivas, por exemplo, podem gerar um novo produto capaz de suportar condições de temperatura elevada, combinadas com umidade e acidez, uma vez que madeira não deforma sob calor e o composto não sofre corrosão. Um exemplo deste tipo de emprego do compósito pode ser visto no local de visitação ao famoso gêiser Old Faithful, no Parque Nacional de Yellowstone, no estado do Wyoming, Estados Unidos. Outra boa possibilidade seria empregá-los em obras como a do Rodoanel paulista, a exemplo de outras grandes malhas viárias próximas a áreas urbanas, onde é necessário o isolamento, para o conforto acústico dos moradores do entorno. Além de possibilitar o uso de painéis compósitos, visualmente seriam muito mais agradáveis, agregando leveza e eficiência ao conjunto arquitetónico.

*Artigo do químico pesquisador Jackson M. Vidal, da Montana Química.

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Revista “WiRed” destaca MObiliáriO de cOrtiçA nacionalA revista norte-americana “Wired” elegeu quatro peças de mobiliário de cortiça da marca portuguesa Corque entre os produtos mais inovadores do ano, que estão expostos numa loja temporária em plena Times Square, Nova Iorque. A Corque que está presente nos EUA, Itália, Finlândia, Inglaterra e Japão, além de Portugal viu quatro dos seus produtos em destaque. Uma mesa, duas cadeiras e um conjunto de bancos em cortiça - estão entre os 15 do ano dentro da categoria de “Eco e Eficiência”, também disponíveis para venda através do site da revista de referência norte-americana, e para a fundadora da Corque, Ana Mestre, dá “enorme visibilidade em termos de consumidor final” nos Estados Unidos.“A Wired é muito conhecida pela componente tecnológica, de inovação relacionada com a tecnologia, mas é interessante porque na pesquisa destes produtos, que quiseram nomear como produtos do ano, não descuraram a componente da sustentabilidade”, disse à Lusa a designer e empresária portuguesa de 33 anos, que esteve em Nova Iorque a preparar a exposição das peças de mobiliário. “Penso que viram na Corque essa ligação entre processos tecnológicos que existem - e que olhando para as peças eventualmente passam

Os preços variam entre os 345 dólares do conjunto de bancos encastráveis “Lagarta”, com design da própria Ana Mestre em colaboração com Inês Pereira, e os 1.450 dólares para cada uma das mesas, uma desenhada por Pedro Silva Dias e outra por Toni Grilo.A empresária, que criou a Corque a partir do estúdio e consultoria em design sustentável Susdesign, baseado em Lisboa e já está a preparar uma nova coleção e a presença na Semana de Design de Nova Iorque do próximo ano.Considerou que o mercado dos Estados Unidos é central na estratégia de afirmação da marca nos próximos cinco anos.“A partir da Semana do Design começamos a ter uma série de contactos de distribuidores e do consumidor final. Fomos aumentando as vendas lentamente e sustentavelmente”, disse ao http://expresso.sapo.ptUm dos nossos primeiros agentes comerciais da Corque no estrangeiro foi um norte-americano e a recetividade dos produtos levou a empresa a apostar numa estratégia “mais autónoma”, apostando agora em parcerias com mais agentes e lojas de design. A exposição em Times Square, em que os consumidores podem usar livremente os produtos, prolonga-se até 23 de dezembro, e dada a grande afluência àquela zona da cidade, estima-se que cerca de 50 mil pessoas visitarão a loja diariamente. O mobiliário da Corque figura na zona de “lounge” na “pop-up store” de dois andares, onde estão patentes outras inovações como detetores de movimento para jogos de computador, um “casulo” com sistema de som e vídeo de alta definição para uma pessoa ou um robô para fazer a limpeza da casa.A empresa portuguesa está também presente em Itália, Finlândia, Inglaterra e Japão, além de Portugal.A estratégia passa por consolidar a presença nos mercados existentes, mas também por uma aposta nos países escandinavos.“Da nossa experiência, vale mesmo a pena apostar nos mercados internacionais. Mas é preciso um esforço acrescido em equipas que são pequenas, como é o caso da nossa”, afirmou Ana Mestre.

despercebidos - integrado com a componente de sustentabilidade que tem a cortiça”, adiantou. As quatro peças da microempresa portuguesa, que tem produtos no catálogo das lojas do Museum of Modern Art de Nova Iorque, foram apresentadas na semana de design da cidade, juntamente com a restante coleção da Corque, de onde surgiu o contacto com a revista “Wired”.

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uma postura De qualiDaDe num munDo global Passados mais de 50 anos a MoVEME é hoje uma das mais importantes empresas portuguesas da indústria de mobiliário, dispondo de uma unidade industrial com cerca de 30.000 metros quadrados inserida numa área de mais de 60.000 metros quadrados. Protagonista de uma aventura de grande sucesso empresarial, a empresa tem feito uma busca contínua de qualidade na sua missão, renovando as suas propostas para interpretar cada vez melhor estilos de vida e as tendências mais contemporâneas. As nossas colecções são organizadas como um sistema amplo e variado, que inclui mobiliário para cada área da casa: quartos, salas, estantes, WC, entre outros. Dedicamos os nossos recursos criativos e produtivos, paralelos e complementares, a outros projetos que podem incluir desde hotéis, complexos residenciais, espaços comercias , etc., através da MoVEME contract.

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a empresa através Da sua históriaA MOVEME foi criada no ano de 1959, a partir de um pequeno armazém onde a ac-tividade principal era o acabamento do mo-biliário para posterior comercialização. Em 1994, foi dada a grande viragem, transfor-mando-se numa empresa industrial onde se efectuam todos os processos de fabri-co de mobiliário. Hoje com 60.000 metros quadrados, sendo perto de 30.000 metros quadrados de área produtiva a MOVEME é uma das empresas portuguesas mais com-petitivas no setor do mobiliário. Ao longo dos anos, a MOVEME adaptou continua-mente a sua gama de propostas aos mer-cados, demonstrando uma capacidade na profundidade na recolha de requisitos e gostos de um público heterogéneo e inter-nacional, antecipando a interpretação de tendências na vida. pesquisa & inovação : o DesignO design foi sempre parte integrante e im-portante da cultura MOVEME. Atender às necessidades do cliente, é o principal ob-jectivo desta empresa que conseguiu, des-ta forma, uma implantação sustentada no mercado. A empresa sempre se concen-

trou na pesquisa estilística e tecnológica, visando sempre a melhor interpretação de tendências contemporâneas de estilos de vida, proporcionando a máxima liberdade de aproximação entre as diferentes propos-tas, garantindo sempre a máxima qualidade ao mínimo preço possível. A busca da ino-vação é para a MOVEME um grande teste, em que as soluções de design são estuda-dos e traduzidos para uma qualidade mui-tas vezes invisível no “padrão” proposto. Os sistemas de composições modulares, por exemplo, são o resultado de pesquisa tec-nológica e tipológica contínua: propostas para alterar livremente, enriquecer, adop-tando novas soluções, mas sempre man-tendo a sua fiabilidade comprovada.

tecnologiaA nossa unidade industrial, foi projectada para garantir produtos de qualidade e um método de trabalho que preserva o cuidado e atenção para os verdadeiros especialis-tas do mobiliário, combinando a sabedoria ancestral com a contínua inovação tecnoló-gica das linhas de produção. Apesar de ser uma unidade industrial tecnologicamente, bem equipada, que garante grandes níveis de produção, tivemos o cuidado de a man-ter o mais flexível possível para poder aten-

der a qualquer situação, como por exemplo projectos especiais de pequena ou grande escala. Os sistemas informáticos imple-mentados, permitem-nos uma gestão aper-tada de todos os processos , assim como garantir que um componente produzido ho-je , possa ser fabricado anos depois exac-tamente com as mesmas características. A organização comercial também aproveita todo o potencial oferecido pelas novas tec-nologias. Brevemente será disponibilizada uma plataforma web, de uso restrito para clientes onde será possível fazer pedidos e proceder a uma série de consultas, sem perdas de tempo.

uniDaDe inDustrial: processo De fabricoDevido à flexibilidade que a empresa tem termos industriais, não existe um proces-so de fabrico mas sim vários, em função da gama de produtos. No entanto, em termos gerais podemos dizer que somos mais especializados no fabrico de produ-tos folheados e lacados. Toda a estrutura, está preparada para garantir a melhor re-lação qualidade preço nos produtos aci-ma referidos.

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organização Da proDuçãoA empresa produz todos os componentes necessários com base em ordens de pro-dução para garantir um stock mínimo que consiga satisfazer as necessidades das ordens de acabamento baseadas nos pe-didos dos clientes e assim a partir deste ponto trabalhar num sistema just-in-time.ACABAMENTONo acabamento, podemos contar com a tecnologia necessária para poder corres-ponder a pequenas ou grandes quanti-dades. Estamos equipados com cabines manuais, robot´s de pintura e linhas de pla-nos , que nos permite ser bastante flexíveis e eficientes.MONTAGEM FINALNa montagem final todos os móveis são testados e verificados por operários espe-cializados.EMBALAGEMTodos os produtos são embalados em cai-xas de cartão duplo e previamente prote-gidos com película com polietileno, filme extirável e cantos de cartão compacto. To-das as embalagens são identificadas com rótulos específicos preparados para leitura de código de barras.

políticas ambientaisA MOVEME reconhece a importância do design sustentável e adotou ao longo dos anos, uma abordagem de design que com-bina inovação tecnológica e de atenção aos recursos.Em especial:• Eliminou praticamente o uso de velaturas no processo de acabamento.• Uso de lacas livres de metais pesados e alto teor de solventes.• Utilização de madeiras exóticas de flores-tas protegidas• Embalagem pensada para facilitar a se-paração, recuperação e reciclagem do material• Implementação de um sistema informático de controlo de documentos que irá levar à economia de vários milhares de folhas de papel por ano. Esta poupança, deve-se principalmente à possibilidade de consul-ta, por várias pessoas ao mesmo tempo, de uma enorme quantidade de documentos que seriam impressos.Estamos conscientes da nossa função so-cial, por isso adotamos uma política que visa proteger o meio ambiente para um desenvol-vimento verdadeiramente sustentável.

responsabiliDaDe socialUm dos pilares da filosofia industrial MOVE-ME é a atenção dada às pessoas, entendi-das como indivíduos e como comunidades. Para este fim, a MOVEME tenta interpretar as diferentes necessidades e requisitos, gerindo uma série de iniciativas para me-lhorar o padrão de vida dentro e fora da em-presa. Prestamos especial atenção à nova geração, que serão os protagonistas da sociedade do amanhã, com o objectivo de promover cada vez mais uma estreita siner-gia entre educação e trabalho, para estimu-lar a capacidade criativa.

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A marca de fogo Viga Velha

peça genuínaA Viga Velha tem-se afirmado, desde o seu nascimento, como uma marca de qualidade no sector do mobiliário, fazendo uso de saberes antigos, o que nos colocou como um dos mais prestigiados fabricantes nacionais de mobiliário maciço. Acompanhando os tempos, e sempre atentos às necessidades dos clientes, reinventámos a tradição e concebemos novas propostas – complementando e reforçando uma oferta alargada, capaz de se adaptar a qualquer ambiente. Somos especialistas no fabrico de mobiliário por medida, o que nos permite trabalhar diretamente com arquitetos e designers em projectos mais específicos de pequena ou grande dimensão.

O produto que disponibilizamos aos nossos clientes é um produto único que privilegia a autenticidade e qualidade, ga-rante conforto e bem-estar. A marcação a fogo é a nossa imagem de marca. Temos orgulho e confiança no nosso processo de fabrico. Por esse motivo, todos os mó-veis saem de fábrica com a garantia da Viga Velha: a marca de fogo que assegu-ra que se está a comprar uma peça genu-ína, e não uma imitação.

José Carvalho sócio-gerente da Viga Ve-lha afirma que “a nossa empresa está a

realizar alguns investimentos pensando a longo prazo. Estamos num processo de reorganização interna, teremos novas parcerias com arquitectos e designers e iremos também alterar a nossa forma de actuar no mercado.

Nesse sentido, a nossa vontade é com-bater a crise global com planeamento es-tratégico e investindo muito em parcerias no exterior. Estamos a criar novas linhas, a conquistar mercado e posicionar-nos com distribuidores não só a nível nacio-nal, mas também internacional. Quere-

mos estar mais próximos dos nossos clientes e a participação em feiras pode ser uma oportunidade para promover e reforçar os nossos objectivos de expor-tação”.

A Viga velha actua no segmento do mo-biliário há mais de 10 anos. São fabrican-tes e possuem uma larga experiência na produção de mobiliário de catálogo, por medida, através de desenho técnico, re-ciclagem de peças e restauro de antigui-dades. No entender do responsável da empresa “as tendências continuarão a

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ser as linhas modernas, simples e com soluções inovadoras. No entanto, consi-deramos que estamos a chegar a um mo-mento em que se vão reinventar linhas e estilos de outros tempos. A nossa aposta dirige-se para os brancos com toques de nogueira e pau-ferro, com inspiração nos anos 60”.

Recentemente a Viga Velha lançou a li-nha “Lounge”. Uma linha contemporânea com móveis modernos e funcionais (em semi-maciço). Distinguem-se pela sim-plicidade e pela ideia vincada de con-forto e utilidade. Na Export Home 2013 a empresa pretende apresentar duas no-vas linhas, a “Vintage” e a “Queen”. Em relação à primeira a inspiração vem dos anos 60 e a aposta é na cor branca com toques de nogueira e pau-ferro. Relati-vamente à segunda foi feita em tons de branco com apontamentos inspirados no mobiliário “queen anne”.

marca De qualiDaDe—A Viga Velha tem-se afirmado, desde o seu nascimento, como uma marca de qualida-de no setor do mobiliário, fazendo uso de saberes antigos, o que a torna num dos mais prestigiados fabricantes nacionais de mobiliário maciço. Acompanhando os tempos, e sempre atentos às neces-sidades dos clientes tem reinventado a tradição e concebendo novas propostas – complementando e reforçando uma oferta alargada, capaz de se adaptar a qualquer ambiente.

“Somos especialistas no fabrico de mobi-liário por medida, o que nos permite tra-balhar directamente com arquitectos em projectos mais específicos de pequena ou grande dimensão. O produto que dispo-nibilizamos aos nossos clientes é um pro-duto único que privilegia a autenticidade e qualidade, garante conforto e bem-estar. A marcação a fogo é a nossa imagem de marca. Temos orgulho e confiança no nos-so processo de fabrico. Por esse motivo,

todos os móveis saem de fábrica com a garantia da Viga Velha: a marca de fogo que assegura que se está a comprar uma peça genuína, e não uma imitação”. Relativamente ao futuro, o responsável da empresa assegura que a aposta conti-nua a ser no mercado nacional, “acredita-mos que ainda existe uma larga margem de crescimento para esta empresa em Portugal. Não é por acaso que temos aqui o fabrico, uma loja própria e estamos neste momento a preparar a abertura de um show-room nas nossas instalações.

No entanto, estamos também a dar os primeiros passos no mercado externo. Os mercados de Espanha, onde já te-mos clientes, e o de França poderão ser importantes para o crescimento da em-presa. É com este objectivo que estamos presentes na EXPONOR. Queremos de-senvolver novos contactos, aliar as lojas próprias às parcerias com outros distri-buidores e abrir um espaço próprio em território estrangeiro”.

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o Plano Nacional das Energias renováveis imposto pela Directiva das Energias renováveis (2009/28/CE) define uma meta de 31% de incorporação de energia de Fontes de Energia renováveis (FEr) no consumo de energia final em Portugal, além de uma meta de utilização de 10% de energias renováveis nos transportes.Verifica-se que o consumo total de energia final em Portugal aumentou 66% de 1990 a 2008, de 10,915 ktep para 17,508 ktep (o maior aumento percentual verificado foi na energia elétrica (118%)). Assinala-se nesse período o aumento do consumo de energia no sector dos transportes (91%) e o consumo de energia para aquecimento e arrefecimento (A&A) (30%). o consumo de energia para os transportes tem-se aproximado do consumo para A&A. A partir de 2004 o consumo estagnou, tendo mesmo chegado a diminuir em 2007. Em 2008, ambos os consumos foram praticamente equivalentes. De entre as diferentes fontes de energia renováveis, destaca-se a importância da biomassa. Existe uma vasta utilização de biomassa na produção de energia, nomeadamente a biomassa florestal energética e de biomassa florestal residual (sobrantes de exploração). o sector da biomassa para fins energéticos tem vindo a sofrer um forte desenvolvimento, com um aumento da produção de energia eléctrica à escala nacional.

LEgISLAçãO

A legislação Europeia, Directiva 28/2009/EC, obrigam os Estados Membros a incluir nos seus Planos Nacionais de Energia Renovável “medidas específicas para a promoção do uso de energia a partir de biomassa, especialmente para mobilização de novas biomassas tendo em consideração: - Disponibilidade de biomassa: quer doméstica quer de importação - Medidas de incremento da disponibilidade de biomassa tendo em consideração os outros utilizadores de biomassa, sectores baseados na agricultura e floresta” (in http://eurlex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:32009L0028:EN:NOT ).

CULTURAS ENERgÉTICAS FLORESTAISAs culturas energéticas são uma realidade nova, que pela sua especificidade e importância, deverá ser contemplada no Código Florestal - Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de Setembro. As espécies florestais com interesse energético são folhosas de rápido crescimento que têm um vasto enquadramento legislativo. Importa acabar na generalidade com as excepções legislativas às espécies de rápido crescimento e enquadrá-las no conjunto da legislação florestal, o Código Florestal, sem criar especificidades que na sua maioria não se justificam, sendo hoje a legislação florestal comum e os mecanismos de certificação florestal suportes suficientemente fortes para acautelar as preocupações de carácter ambiental e económico. As espécies folhosas de rápido crescimento, exploradas em revolução curta estão abrangidas por legislação específica que restringem e condiciona os processos de arborização, nomeadamente: • Decreto-Lei n.º 28039 de 14 de Setembro de 1937 – Condiciona a plantação ou sementeira, de eucaliptos, acácias-mimosa e de ailantos.

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de crescimento lento, respectivamente. • Sub-acção 1.3.3 – Modernização e Capacitação das Empresas Florestais – prevê apoios à mobilização de biomassa na floresta, nomeadamente colheita, recolha, concentração e triagem de material lenhoso. Apoios variam de 35 a 45%. No que respeita ao apoio à estruturação da cadeia de abastecimento em biomassa, nomeadamente à constituição de parques de biomassa para processamento em escala, trituração e crivagem, e à aquisição de equipamentos para recolha e processamento de biomassa, fellers, rechegadores, trituradores/estilhaçadores, etc., estes enquadram-se nas Sub-acções 1.3.1 e 1.3.3 do PRODER e o nível de apoio varia entre 30 e 60%. • Sub-acção 2.3.3.3 – Apoio à gestão/controlo das áreas invadidas por invasoras não lenhosas não autóctones. Apoios de 60 a 80%.O Fundo Florestal Permanente tem vindo a apoiar financeiramente a realização de Planos de Gestão Florestal e de Zonas de Intervenção Florestal, enquanto instrumentos que concorrem para uma melhor gestão territorial, em particular

• Decreto-Lei n.º 173/88 de 17 de Maio – Obriga a um pedido de autorização para cortes finais de povoamentos florestais de eucaliptos com DAP < 12cm. • Decreto-Lei n.º 175/88 de 17 de Maio – As acções de arborização e rearborização com recurso a espécies florestais de rápido crescimento estão condicionadas a autorização prévia da AFN. • Decreto-Lei nº 139/89 de 28 de Abril – Competência das Câmaras Municipais para licenciarem acções que envolvam áreas inferiores a 50 ha (mobilização do solo).• Portaria n.º 513/89 de 6 de Julho - Listagem de concelhos onde se aplica o n.º 1 do artigo 5.º do DL n.º 175/88. • Portaria n.º 528/89 de 11 de Julho – Requisitos técnicos a serem cumpridos nas acções com recurso a espécies de rápido crescimento. • Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro – Regula a introdução e o controlo na natureza de espécies não indígenas da fauna e da flora. • PROF - Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de Janeiro – Instrumentos sectoriais de gestão territorial com vista a garantir um adequado ordenamento e planeamento florestal, que em muitas regiões inibem ou restringem acções de arborização com espécies de rápido crescimento.

INCENTIVOS À PRODUçãO DE BIOMASSA Actualmente os programas de incentivo à gestão florestal enquadram-se basicamente no PRODER. Especificamente direccionados para a extracção de biomassa existem alguns subprogramas para apoio a equipamento. Culturas Energéticas Florestais – Primeira bordagem do levantamento da situação actual• Sub-acção 1.3.1 – Melhoria Produtiva dos Povoamentos – Prevê a reconversão de povoamentos mal adaptados de espécies de rápido crescimento e melhoria de povoamentos florestais (resinosas e folhosas): Apoios variam entre 30 a 60%, consoante se refiram a povoamentos de eucaliptus spp ou folhosas e resinosas

no aumento da produtividade florestal, já que este aumento tem repercussões directas na disponibilidade de biomassa para energia. Cerca de 20% da exploração florestal do pinho e eucalipto, (bicadas, ramos e casca) são sobrantes de exploração.

PRIMEIRA ABORDAgEM A sustentabilidade do sub-sector energético com base na biomassa florestal, face às capacidades a instalar terá de passar pelas existência de culturas florestais energéticas que serão complementares aos sobrantes da exploração florestal e terão um efeito de garantir um fornecimento regular às Centrais caso se verifiquem carências pontuais de fornecimento de biomassa doutra origem. Por outro lado diminuirão a pressão sobre os povoamentos florestais cujos destino de produção seja o abastecimento às industrias tradicionais (pasta, aglomerados, serrações). O impacto que as culturas energéticas poderão vir a ter no desenvolvimento

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de uma nova economia e no meio rural, ao nível do complemento da actividade agrícola, no aproveitamento de terrenos actualmente abandonados, na criação de emprego e fixação de pessoas, terá de passar por um aperfeiçoamento e aprofundamento de áreas de actuação para que no ano 2020 Portugal esteja em condições de assegurar e cumprir os seus objectivos no âmbito Estratégia Nacional para a Energia: - Revisão da legislação que não condicione a instalação de culturas energéticas de base florestal; - Incentivos à produção. Na actualidade ainda não existe legislação específica para o incentivo a culturas energéticas florestais. Esses incentivos poderão advir da criação de Fundo de Fomento da Biomassa para Energia para subvencionar medidas estruturais de apoio à produção de biomassa. O Fundo de Fomento da Biomassa para a Energia enquadra-se no Custo de Interesse Económico Geral do sistema tarifário eléctrico nacional. E poderemos alocar este Fundo ao Uso Global do Sistema, tal como já acontece pela via do aumento de tarifa de produção de energia a biomassa. O Fundo apoiará projectos concretos no âmbito da mobilização de biomassa, do fomento de culturas energéticas e promoção de investigação e desenvolvimento, sendo uma alavanca directa à produção e disponibilização de mais biomassa no mercado. Permite ter uma medida directa do impacto dos incentivos e modelar a sua aplicação. . Os apoios disponibilizados pelo PRODER terão de ser substancialmente ampliados, quer ao nível das ajudas, quer no âmbito das entidades apoiadas, que agora está limitado a micro e pequenas empresas. . O factor de maior impacto no acréscimo da disponibilidade de biomassa florestal é o aumento da produtividade florestal. Cerca de 20% da exploração florestal do pinho e eucalipto, bicadas e casca, pode ser encaminhada para energia. A gestão florestal assume por isso uma importância acrescida pelo que deve ser fortemente incentivada e apoiadaPrimeira abordagem do levantamento da situação actual pelos diferentes

instrumentos existentes, sendo que para estes se tornarem consequentes deverão ter como preocupação cimeira a sua simplificação (PGF) e operacionalização e apoio (PRODER)- Apoio à mobilização de biomassa na florestal nacional . Mobilização de materiais finos: incentivo aos desbastes de pinho e à monda de eucalipto, às limpezas de povoamentos, desbastes, podas e desramações de carvalhais e ao corte sucessivo de acácias; . Apoio à recolha e tratamento de cepos de pinho e eucalipto; . Apoio à conversão de folhosas autóctones para talhadia em situação de proximidade das unidades de transformação. - Fomento de culturas energéticas. Produção de culturas energéticas florestais em solos marginais com espécies de rápido crescimento nas proximidades úteis de unidades de transformação; . Produção em áreas agrícolas abandonadas. - Apoio a I&D . Apoio a estudos base de inventariação de biomassa; . Tecnologia adequada aos Sistemas de Informação e Tecnologias de Traceabilidade na Cadeia de

Abastecimento de Biomassa (Georeferençiação, controlo de humidade, etc.); . Análise comparativa de equipamentos necessários à gestão e exploração da floresta . Apoio a programas de melhoramento genético específicos para aumento da produtividade florestal e aproveitamento para fins energéticos - Apoio à estruturação da cadeia de abastecimento em biomassa . Formação em operações florestais integradas (madeira + biomassa) . Constituição de parques de biomassa para processamento em escala (trituração e crivagem) . Apoio à aquisição de equipamentos para recolha e processamento de biomassa (fellers, rechegadores, trituradores/estilhaçadores, etc.) - Gestão/controlo das áreas invadidas por acácias . Apoio a programas de controlo e de condução para produção de biomassa de acacial existente - Desenvolvimento de linhas de investigação, em três âmbitos: a) Inventariação Quais as existências actuais de biomassa? Onde estão? Que porção tem viabilidade para aproveitamento energético?b) Explorabilidade do recurso Como recolher, transportar e acondicionar a biomassa? Quais as espécies e os modelos silvícolas mais adequados à sustentabilidade da floresta? c) Efeitos da exploração das culturas energéticas Quais os efeitos da utilização da biomassa na redução do risco de incêndio, na fauna selvagem, na fertilidade dos solos, na biodiversidade entre outros - Necessidade de desenvolver modelos de Fiscalização/controlo da biomassa. A pertinência e urgência deste ponto, obriga-nos desde já a desenvolver algumas reflexões, nomeadamente quanto à sua possibilidade de fiscalização e controlo à porta da indústria consumidora de biomassa ou ao nível laboratorial.

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BIOMASSA À PORTA DA CENTRAL (INDÚSTRIA CONSUMIDORA DE BIOMASSA) Esta deverá contar com um sistema adequado que lhe permita gerir correctamente o trânsito da biomassa de maneira a poder justificar perante as autoridades pertinentes a sua origem. Para isso, deverá contar-se na Central com os seguintes sistemas de registo: • Recepção de biomassa e gestão de controlo de trânsito: composto por software e meios físicos necessários para transacção do transporte e os elementos associados: origem, carga, pessoal responsável pelo transporte, veículos, pesagem, gestão de pagamento a provedores e selecção dos provedores, etc. • Sistema de qualidades do combustível: composto por software e meios físicos necessários para garantir o seguimento e qualidade da biomassa florestal como combustível. Esta ferramenta está principalmente orientada para o controlo e registo da humidade e poder calorífico da biomassa.

• Sistema de controlo e pesagem: composto por software e pesagem (báscula, visores, células, etc.), conectados com o sistema, e software necessário para a gestão integral da informação. Estes três sistemas permitirão que o trânsito de admissão de biomassa se realize de uma maneira planificada e controlada de modo que registe, a qualquer momento, a proveniência de cada combustível, o transporte utilizado e a qualidade do transporte no momento da recepção.

CARACTERIzAçãO LABORATORIAL A avaliação laboratorial de amostras de biomassa florestal recolhida à porta das centrais poderá ser uma das formas de fiscalização a implementar. Há contudo que definir os parâmetros que caracterizam e diferenciam a Biomassa Florestal Residual Triturada da Biomassa Florestal Triturada utilizada nos tradicionais processos das indústrias nacionais.Os parâmetros Culturas Energéticas Florestais – Primeira abordagem do

levantamento da situação actual a definir e avaliar passarão, por exemplo, pelo teor de lenho e pelo teor de inertes da amostra. O CBE dispõe de um Laboratório Especializado em Biocombustíveis Sólidos. Nos resíduos queimados por estas unidades, ao entrarem normalmente na forma de estilha, bastante grosseira, ou em natureza, será possível, na maioria das situações, identificar a percentagem de lenho, casca, inertes e outros, em primeiro lugar por uma análise visual e depois por métodos de laboratório. A fiscalização, em termos de constituição, da matéria-prima “residual” que entra nas centrais pode ser efectuada, nomeadamente, pela recolha sistemática de amostras e sua caracterização em laboratório. A fiscalização da biomassa florestal consumida nas centrais passará, porventura, pela conciliação de dois sistemas de fiscalização: um que assegure a rastreabilidade desde a produção à porta da central e outro de confirmação laboratorial das características da biomassa.

in http://www.centrodabiomassa.pt

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FOCUS

AGUERRA

DAS ROLHAS

cortiça versus screwcrap. conheça os desafios de um dos sectores nobres da economia