1~ e 2a - Yama e Niyama: normas cle conduta e atitucles paraos que almejam saude mental.

3a - .Asana: posturas psicof!sicas ou atitudes corporais.4a - Prti:fJtiyti:ma: controle dos impulsos respiratorios.

.5~ - Pratytihtirct: abstras;:io dos sentidos.6;\ - Dhtira1Jti: concentra~ao.7i! - Dhytina: medita~ao.8i! - Samtidhi: medita~ao profunda.

E importante ressaltar alguns aspectos cia forma adotada pOl'Patafijali para apresentar 0 Yoga, ou seja, 0 sistema de exposi~ao pOl'meio de szltras. Sittras, frases ou aforismos, devem Ser entendidoscomo formulas, ou frases que contenham 0 maiar nlllnero de con-ceitos na menor quantidade posslvel de palavras. Esta era uma formacomum de expressao para a epoca, uma vez que estes textos eramlTlemorizados e transmitidos oralmente de guru para discipulo - fatoque po de garantir que 0 i'()ga chegasse ate os nossos tempos.

Mas, literalmente, sittra quer dizer "fio" ou linlu, 0 que significaque neste tipo de descri~3.o a ordem das ft·ases e muito importante.Assim como a orclemu;ao con'eta de fios pode produzir um tecido,ou, assim como a linha onele se organiza uma guirlanda ou urn colardetermina a ordem com que as contas ou as f10res SaG colocadas,tambem os sfitras tem llma seqClencia precisa onde cada frase seapoia na ideia cla anterior e serve de prepara<;ao :para 0 conceito quevir::i na segu inte.

o Yogasittra de Patanjali e composto de 196 frases, portanto, eum texto pequeno, mas sua interpreta<;:1o par estudiosos tem produ-zido paginas e pClginas.

Em conjuoto, estes constituem os dez prinClplos de condutaque se seuu idos fielmenre proporciooario ao praticaote UI11 estado'C" .de otimismo que assegllr:.tr.:i s:lLide para a mente. Sio des:

1. Ahirnsti - "nao-violencia". Mais do que nao ser violento, e naoter nenhuma inten<;ao violenta; e a nao-violencia empensamento, palavra e ,a<;ao.

2. Sazva - "verclade". Nao e so nao mentir, e ser verdadeiro, reconheceras coisas como elas sao.

3. Asteya - No sentido mais amplo, significa nao desejar aquilo a quevoce nao tem direito. Nao e so "nao roubar". Alguem quedeseja um objeto que pertence a outra pessoa nao cleve sevangloriar so parque nao 0 roubou. Nao desejar 0 qUl>vocenao fez por conseguir nao significa nao ter aspira<;:oes.Refiro-me, como exemplo, aqueles que, por motivos de "influencia",so aparecem hotrabalho no final do mes para buscaro quechamam de salafio, sem que tenham ido trabalhar urn so dia;estas pessoas poclem achar que nao roubaram de ninguem.

4. Brahmactirya - Em algum:ls tracli<;oes,este preceito tem 0 senticlorestrito de "celibato" .. Linhas menos radicais sugerem umcontrole dos impulsos e sentidos, ou seja, a modera<;ao emtodos osh:ibitos. Tambem pode significar fazer tuclo tao bemfeito que sua obra possa ser dedicada ao Criador.

5. Aparigraha - "Nao possuir com apego". Nao colecionar so para teras coisas, sem nunca usa-las. Entenda por "coisas" tambem oscredos, filosofias e tecnicas; ou seja, tudo 0 que voce aprenclee nao poe em pdtica, nao usa. Afinal, de nada adianta sabera biblia de cor se nao praticamos seus ensinamentos.

Estas condutas s6 podem ser questionadas e analisadas petoproprio praticante. Isto porque sempre alguem questionari suas de-cisoes tomadas, mas voce, ciente de seus objetivos mais nobres, ecom a bagagem que carrega, e que serCl0 dono elas decisoes. Cons·i-clere este exemplo: voce, no seu anivers:lrio, recebe ele seu sobrinhoquerido de 5 anos de idade Llma pe<;ade roupa muito fei~1.Voce sabeque nio clCtpara usa-la, tamanho e 0 mall gosto, mas sell sobrinhocomprou com 0 POLlcOclinheiro que ele tinba pOl'que acholl aquilolindo, e entio pergunta: "Tia (0), voce gustou?". Onele voce se en-caixa nesta situa<;;io? Prd·ere dizer a verdade e ser violento, ou sersimp~ltico com 0 sobrinho e ter que lTlentir?

(Nao muito cliferente cleve ter siclo a situa<,:aocle algum alemaoque, na seguncla guerra munclial, esconclenclo urn amigo judeu emsua casa, foi interrogaclo por guarcbs nazistas corn relac;::aoao para-cleiro clo refericlo amigo. Mentir ou ser violento?)

Lembre-se sempre clesta hist6ria clo burro, clo velho e cla crian-c;::a,e tenha certeza que sempre alguem vai critici-lo:

Vinha pela estracla empoeiracla e seca urn burro puxaclo porurn velho e uma crianc;::a,quanclo cruzam corn alguem que cliz: "Quetontos, os clois cansaclos e 0 burro clescarregaclo'" logo 0 velho poea crianc;::ano burro e continuam sua jornada, quanclo outra pessoacomenta: "Que absurclo, esta crianc;::asauclavel montada e este pobrevelho ape!" Sem pensar muito 0 velho so be no burro e a crianc;::a

. passa a'.puxa-lo. A pr6xima pessoa que os encontra diz: "Que velhocruel, faz esta crianc;::ade escravo!" Rapiclamente, clecidem pela (d-tima altemativa: os clois montam 0 burro. Nao tarclou para ouviremque iriam matar 0 burro.

Niyamas

1. Sauca - "Pureza": sentir-se limpo por fora e pOl' dentro. 0 senticlocle purificac;::ao permeia tocla a pratica do Yoga.

2. Samto!ia - "Contentamento". E fascinante quanclo Patafi.jali, nestemomento, cliz que voce cleve buscar 0 contentamento,afirmanclo que esta e uma opc;::aosua. Ou seja: voce preferese sentir miser~lvel ou clesenvolver 0 contentamento? Istosignifica que contentamento e clar valor para 0 que j~lse tern,e nao ficar olhanclo 0 que es~:i faltando.Na verclacle, nota-se que uma boa parte cla popub<;ao ternmuito mais do que 0 necessario para viver, mas continuasentindo falta de coisas. A f6rmula deste contentamento eentio:Contentamento = Aquisic,;6es

ExpectativasOu seja, muius expecrativas necessitarao de um igual nLlme-ro de aquisic;:oes par:1 que 0 contentamento seja igual a um.o ser hum.ano e, de fato, estranho: ~lS vezes tem que percleras coisas para ebr valor a elas. Alguem trabalha pOl' muitos

anos e acorcla tocla seguncla-feira sentinclo-se miseravel pelalonga jomacla cle uma semana inteira cle trabalho. Parece quetern que ficar clesempregado pOl' seis meses para ac'orclar no-vamente feliz numa segunda-feira porque vai trabalhar.

3. Tapas - "Perseveranc;::a, determinac;::ao e disciplina".4. Svadhyaya - "Auto-estudo", a busca do verdadeiro "eu".5. JSvara-pranidhana - 0 sentimento de entrega, de submissao,

de rendic;::aoa Deus. Isto implica reconhecermos que temosque fazer 0 melhor possivel, mas que 0 resultado dos nossosfeitos nao esta nas nossas maos. Em outras palavras: devemosfazer, com toda honestidade, 0 que consideramos 0 melhorpara 0 bem comum. 0 que vale e nossa intenc;::aode fazer 0

que e correto .Como naquela hist6ria dos dois monges:Dois monges pei"egrinavam a beira de urn rio quanclo ell'.:on-tramm uma mulher que chorava pOl' nao conseguir atravessaro rio para voltar para casa. Urn cleles, 0 rnais forte, carregou amulher no seu cola e, abrac;::adoa ela, em clez minutos a trans-portou. Voltando, reencontrou-se com 0 "irmao", que clepoisde cluas horas 0 questionou, dizenclo: "Voce nio acha queerrou? Carregou aquela mulher linda, perfumacla, encostou apele deb na sua, conversaram tao pr6ximos ... mas n6s fize-mos votos cle restric;::oescorn mulheres!". Eo outm responcleu:"Nao sei eu s6 a carreauei por clez minutos, mas veio que, I::>

voce a est~l carregando pOl' duas horas".

Todos os yamas e niyamas sac igualmente importantes; a pr{t-tiCl de urn nos leva a do outro. Portanto, comece por qualquer um;esta e a sugestao dos mestres. Pequenos h{lbitos vao aos poucosmoclificando nossa forma cle viver.

E a parte mais conhecida do sistema; sempre que se pensa em.....,'.0/£ innain'unos 'llauem numa posi('ao diferente, talvez torciclo oU.IVe.~L' J ••.. b (.. •..0 ~

invertido. A tradut;}o literal de {ISana e "postura", e, ern geral, esta::;po.s:tura? tem nomes de animais ou coisas relacionadas a natureza.